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Junho - Uruá-Tapera

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Ano XV Nº 146<br />

JUNHO 2007<br />

R$ 2,00<br />

www.uruatapera.com<br />

Impasse continua em Juruti<br />

Alcoa se defende, Ministério Público ataca e políticos abrem fogo. REGIONAL | Pág 5.<br />

O projeto ainda nem começou a funcionar e as denúncias de desequilíbrio ambiental proliferam, além de inchaço populacional, doenças endêmicas e outras mazelas sociais.<br />

ENCHENTE<br />

Rios já estão<br />

mais baixos<br />

na região<br />

O verão está chegando. Pelas<br />

medições da Marinha, este<br />

ano não haverá sustos.<br />

ATUALIDADES | Pág 7.<br />

FOLCLORE<br />

Festival da<br />

Castanha em<br />

Oriximiná<br />

Prefeitura mobilizou todo o<br />

secretariado para garantir o<br />

sucesso do evento.<br />

CIDADES | Pág 3.<br />

O cenário da cheia já está mudando. Começa a época do veraneio e torneios esportivos, em toda a região oeste do Pará.<br />

FUTEBOL<br />

Argemiro garante: Copa<br />

Oeste será em Oriximiná<br />

A disputa empatou e foi preciso o voto de Minerva do presidente<br />

da FPF. Contou muito o investimento no Bauxitão.<br />

CIDADES| Pág 3.<br />

Animação e beleza no saudável resgate das tradições populares<br />

UNIVERSIDADE<br />

Alepa fará<br />

manifesto pró<br />

Unioespa<br />

Alexandre Von (foto) requereu envio<br />

de documento a todas as autoridades<br />

na área da Educação.<br />

VARIEDADES | Pág 8.<br />

PRODUÇÃO<br />

Protesto pela<br />

BR-163 não<br />

surtiu efeito<br />

A mobilização em Brasília foi<br />

grande mas até agora não há<br />

resultados práticos.<br />

ATUALIDADES | Pág 7.<br />

PROJETO<br />

Combate<br />

à evasão<br />

escolar<br />

MRN<br />

Luis Cunha quer escolas<br />

com assistência psicopedagógica<br />

aos estudantes.<br />

VARIEDADES | Pág 8.<br />

ENERGIA<br />

Plano para a<br />

UHE-Tapajós<br />

VARIEDADES | Pág 8.<br />

REIVINDICAÇÕES<br />

Asfalto para<br />

a PA-254 e<br />

energia farta<br />

Toda a Calha Norte se une<br />

em torno dessas demandas,<br />

vitais ao desenvolvimento.<br />

POLÍTICA | Pág 4.


2<br />

JUNHO - 2007<br />

Mecanização e assistência a colonos<br />

Para incentivar e expandir<br />

a agricultura no município,<br />

a Prefeitura de Oriximiná,<br />

através da Semagri, dá continuidade<br />

ao seu programa<br />

de Mecanização Agrícola, e<br />

prepara áreas para atender os<br />

agricultores da várzea e do<br />

planalto, com uma equipe<br />

técnica equipada com tratores<br />

e implementos agrícolas. Além<br />

disso, a Prefeitura fornece<br />

O Conselho do Direito<br />

da Criança e do Adolescente<br />

de Oriximiná, vinculado à<br />

Secretaria de Trabalho e Promoção<br />

Social, funciona diariamente<br />

de segunda a sexta-feira<br />

e vem atuando decisivamente.<br />

As denúncias que chegam<br />

são repassadas de imediato ao<br />

Conselho Tutelar, para que<br />

A Prefeitura Municipal<br />

de Oriximiná, através da Secretaria<br />

de Infra-Estrutura,<br />

está intensificando os serviços<br />

de limpeza urbana no Bairro<br />

do São José Operário, localizado<br />

na zona norte da cidade.<br />

No ano passado, os moradores<br />

do bairro receberam elogios<br />

Lançado na boate da Assembléia<br />

Paraense, em Belém, o “Prêmio<br />

de Literatura AP”, tem entre<br />

seus autores premiados o obidense<br />

Ademar Ayres do Amaral, cronista<br />

do <strong>Uruá</strong>-<strong>Tapera</strong>, vencedor na categoria<br />

conto, com “Estirão Sem Fim”<br />

e o santareno Benny Franklin, com<br />

sua poesia “Exame de Consciência”.<br />

O concurso contou com o prestígio<br />

e apoio da Academia Paraense de<br />

Letras, que participou com uma<br />

equipe de acadêmicos no julgamento<br />

dos trabalhos.<br />

Diretora-Editora responsável<br />

Franssinete Florenzano<br />

Colaborador especial<br />

Emanuel Nassar<br />

Editoração eletrônica<br />

Calazans<br />

Fotolito e impressão<br />

Rua Gaspar Viana, 778<br />

Tel. 0xx91.32300777<br />

www.uruatapera.com<br />

uruatapera@uruatapera.com<br />

Av. Independência, 1857<br />

Oriximiná-PA. CEP 68270-000<br />

Tel/Fax. 0xx91.32221440<br />

CNPJ 23.060.825/0001-05<br />

calcário aos colonos, entregue<br />

após a realização da análise do<br />

solo onde será feita a mecanização.<br />

Já estão em plena produção,<br />

na Estação Experimental,<br />

banana, milho, macaxeira,<br />

mamão, maracujá, mandioca,<br />

pepino, couve, pimentão,<br />

feijão de metro e quiabo. Os<br />

conhecimentos adquiridos na<br />

Estação estão sendo repassados<br />

aos agricultores.<br />

TELEFONES ÚTEIS<br />

Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319<br />

O prefeito sde oriximiná,<br />

Argemiro Diniz, explica<br />

que a mecanização agrícola<br />

tem como objetivo o emprego<br />

adequado dos equipamentos<br />

e máquinas agrícolas, visando<br />

sua otimização e viabilidade<br />

da obtenção de alta produtividade<br />

agropecuária, com<br />

a racionalização dos custos<br />

e a preservação dos recursos<br />

naturais e do meio ambien-<br />

Livro dos premiados no concurso AP de Literatura<br />

Rosa e Ademar Amaral com Fátima e Célio Simões.<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS<br />

Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224<br />

Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169<br />

Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587<br />

Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119<br />

te. “A mecanização agrícola<br />

exerce papel fundamental,<br />

pois, além de multiplicar a<br />

capacidade produtiva, permite<br />

obter maior eficiência,<br />

agregando valores ao sistema<br />

produtivo, podendo abrir os<br />

caminhos para que as propriedades<br />

agrícolas alcancem seus<br />

objetivos”, esclareceu.<br />

A intenção da Prefeitura<br />

é modernizar a agricultura fa-<br />

miliar e construir uma política<br />

pública, ao mesmo tempo em<br />

que elabora um programa de<br />

pesquisa e desenvolvimento<br />

para a agricultura familiar,<br />

através da incorporação de<br />

tecnologias apropriadas a esse<br />

modelo de produção.<br />

O Programa é essencial<br />

para que toda comunidade<br />

rural possa aumentar a produtividade,<br />

através de técnicas<br />

Conselho coíbe exploração sexual de menores<br />

tome providências. Os maiores<br />

problemas são os casos<br />

de estupro, principalmente<br />

na zona rural, e a exploração<br />

sexual de menores.<br />

Cada vez mais, a secretária<br />

de Trabalho e Assistência<br />

Social, Maria Diniz, lembra a<br />

importância da família como<br />

responsável principal pelas<br />

das autoridades sanitárias, pelo<br />

fato de terem sido detectados<br />

poucos focos do mosquito da<br />

dengue, em função do cuidado<br />

que esses moradores têm<br />

com o seu bairro.<br />

“Devemos sim nos preocupar<br />

com a qualidade de<br />

vida e nós, moradores do São<br />

suas crianças e adolescentes,<br />

no sentido de preservar a<br />

integridade de seus filhos. “A<br />

família deve ter responsabilidade<br />

com seus filhos em primeiro<br />

lugar, acima de tudo”,<br />

enfatiza.<br />

O Conselho está estruturado<br />

física e administrativamente,<br />

graças ao apoio<br />

José, queremos agradecer ao<br />

prefeito Argemiro, pelo apoio<br />

que está nos dando”, disse<br />

Maria de Lourdes, 61 anos e<br />

moradora do bairro, há três<br />

anos. Dona Lourdes contou<br />

que quando chegou ao bairro,<br />

no São José havia muito<br />

mato, mas foi só Argemiro<br />

que tem recebido do Executivo<br />

municipal, que atende<br />

os pedidos para melhorias no<br />

atendimento.<br />

A fiscalização das entidades,<br />

inclusive secretarias<br />

municipais que lidam com o<br />

público infanto-juvenil, também<br />

é atribuição do Conselho,<br />

no sentido de contribuir para<br />

assumir que tudo começou<br />

a melhorar para os habitantes<br />

do São José.<br />

A Seinfra limpou todas<br />

as ruas do bairro, o mato foi<br />

capinado, o lixo retirado e<br />

agora a área está com uma<br />

aparência diferente. O bairro<br />

do São José é um dos mais<br />

políticas públicas voltadas<br />

para a proposta de preservar<br />

a integridade das crianças e<br />

adolescentes.<br />

A cada três anos ocorre<br />

a eleição do Conselho Tutelar.<br />

As exigências para os concorrentes<br />

às vagas em primeiro<br />

lugar incluem que o candidato<br />

deve estar apto, deve lidar com<br />

procurados para fixar moradia,<br />

devido ao ambiente agradável<br />

que proporciona.<br />

“As mudanças no bairro<br />

do São José são só uma etapa<br />

das várias que o prefeito<br />

Argemiro ainda vai executar,<br />

através da Seinfra, em todos<br />

os bairros da cidade”, revelou<br />

Ademar com a mãe, Ana Amaral e a fi lha, Juliana<br />

Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681<br />

Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072<br />

Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371<br />

Hospital Municipal – (93) 3544 1370<br />

Defensoria Pública – (93) 3544 4000<br />

Fórum – (93) 3544 1299<br />

Polícia Civil – (93) 3544 1219<br />

modernas. O aluguel de máquinas<br />

agrícolas é muito caro e<br />

a presença da Prefeitura garante<br />

o benefício a custo zero. O<br />

processo de desenvolvimento<br />

agrícola deve proporcionar ao<br />

homem do campo o acesso<br />

aos serviços essenciais: saúde,<br />

educação, segurança pública,<br />

transporte, eletrificação, comunicação,<br />

habitação, saneamento<br />

e lazer.<br />

crianças ou adolescentes há no<br />

mínimo dois anos e indicar<br />

a instituição em que esteja<br />

desenvolvendo essas ações.<br />

Após o Conselho analisar os<br />

candidatos é que decide quem<br />

pode concorrer às eleições.<br />

Todos têm o direito de votar,<br />

desde que estejam aptos para<br />

o exercício da cidadania.<br />

Seinfra intensifica limpeza pública e bairro agradece<br />

Mais de quatrocentas<br />

mulheres lotaram o I Encontro<br />

Municipal de Políticas<br />

Públicas para a Mulher, promovido<br />

pela Primeira-Dama<br />

de Oriximiná e secretária do<br />

Trabalho e Assistência Social,<br />

Maria Diniz. A reunião, aber-<br />

ta a todas as mulheres, serviu<br />

para articular e definir os participantes<br />

para a II Conferência<br />

Estadual, avaliar a implantação<br />

do Conselho Municipal da<br />

Mulher e coordenar a escolha<br />

de membros para a comissão<br />

organizadora Pró-Conselho<br />

da Mulher.<br />

Maria Diniz esclareceu<br />

que o encontro foi muito útil<br />

para preparar para as conferências<br />

que vão acontecer em nível<br />

estadual e federal, quando<br />

serão discutidas questões de<br />

cada município e região.<br />

Personalidades femininas<br />

de todas as faixas etárias<br />

participaram do evento. O<br />

Coral da Terceira Idade, coordenado<br />

pelo professor Adélcio<br />

Corrêa Júnior, fez uma aplaudida<br />

exibição.<br />

“Num país como o nos-<br />

so, onde as mulheres ainda<br />

sofrem preconceito e discriminação,<br />

temos que discutir<br />

todos os temas que interessam<br />

à sociedade. Esse tabu já está<br />

quebrando em nosso município,<br />

numa demonstração de<br />

prestígio do sexo oposto. Em<br />

o secretário municipal de<br />

Infra-Estrutura, Francisco<br />

Florenzano. “ É louvável<br />

o método de trabalhar de<br />

Argemiro e toda sua equipe.<br />

A população oriximinaense<br />

está agradecendo o trabalho<br />

desenvolvido por Argemiro”,<br />

disse um dos moradores.<br />

Mulheres oriximinaenses debateram políticas públicas<br />

A secretária de Trabalho<br />

e Assistência Social, Maria Diniz,<br />

foi recebida pelo ministro<br />

Patrus Ananias, em Brasília, e<br />

participou da reunião do Con-<br />

selho Nacional de Assistência<br />

Social, para receber instruções<br />

acerca da realização das conferências<br />

municipais.<br />

Oriximiná foi destacada<br />

no encontro, contou Maria<br />

Diniz, que vem desenvolvendo<br />

um trabalho sério, de<br />

acordo com as políticas públicas<br />

voltadas para a redução da<br />

SERVIÇO<br />

pobreza, promovendo eventos<br />

e desenvolvendo projetos<br />

orientados para desenvolver a<br />

sustentabilidade das famílias<br />

mais pobres.<br />

A Secretaria de Trabalho<br />

e Assistência Social vem se<br />

esforçando na execução de<br />

programas com a parceria de<br />

outros setores, disse Maria,<br />

Orixminá, 80% das secretarias<br />

são integradas por mulheres”,<br />

realçou Maria.<br />

Ao final do encontro<br />

foram escolhidas as delegadas<br />

para que terão o compromisso<br />

de tocar as propostas e diretrizes<br />

definidas na ocasião.<br />

1ª Dama pediu mais parcerias ao Ministro da Ação Social<br />

garantindo que tem apoio total<br />

do prefeito Argemiro Diniz,<br />

que prioriza a questão, de forma<br />

a melhorar os Índices de<br />

Desenvolvimento Humano.


FPF decide: Oriximiná<br />

sediará Copa do Oeste<br />

Em Alenquer, a cúpula<br />

do futebol amador do interior<br />

se reuniu para escolher o município<br />

sede da Copa Oeste.<br />

A disputa foi duríssima entre<br />

Oriximiná e Monte Alegre, e<br />

foi preciso o voto de Minerva<br />

do presidente da Federação<br />

Paraense de Futebol, que decidiu<br />

em favor de Oriximiná.<br />

Houve lances inusitados até o<br />

desfecho. O presidente da Liga<br />

Esportiva monte-alegrense<br />

chegou a oferecer metade da<br />

renda dos jogos para as equipes<br />

que apoiassem seu município.<br />

Mas o presidente da Liga<br />

oriximinaense, Idail Canto,<br />

levou como trunfo fotos do<br />

Bauxitão, além de documentos<br />

assinados pelo prefeito de<br />

Oriximiná, Argemiro Diniz,<br />

assumindo o compromisso<br />

de apoiar a Liga. Foi o detalhe<br />

decisivo para o presidente da<br />

FPF, porque os votantes, que<br />

representaram as Ligas de<br />

Óbidos, Alenquer, Santarém,<br />

Porto de Moz, Monte Alegre<br />

e Oriximiná, empataram no<br />

3 X 3.<br />

Começa neste dia 13 o<br />

XVI Festival da Castanha em<br />

Oriximiná, que vai até o dia<br />

15. Nos dias 16 e 17 será a<br />

vez do III Festival Junino. O<br />

secretário de comunicação,<br />

Valdo Florenzano, e a secretária<br />

de Cultura, Desportos e<br />

Lazer, Hilda Viana, reuniram<br />

com antecedência toda a imprensa<br />

para mostrar o novo<br />

formato da programação.<br />

O tema do festival da<br />

Castanha, este ano, é “A Importância<br />

do Castanheiro e<br />

seus Derivados”. Os subtemas<br />

são “Castanha, fruto de<br />

sobrevivência”; “Castanheira,<br />

árvore imponente da Amazônia”<br />

e “O coletor de castanha e<br />

as descobertas dos castanhais”.<br />

A secretária Hilda Viana pretende<br />

disseminar e resgatar a<br />

importância tanto da castanha<br />

quanto do castanheiro para o<br />

desenvolvimento sustentável e<br />

a cultura de Oriximiná.<br />

Anualmente, em junho,<br />

Os grupos folclóricos<br />

de Oriximiná ganharam R$37<br />

mil da Prefeitura de Oriximiná<br />

para garantir que o III<br />

Festival Junino, nos próximos<br />

dias 16 e 17, este ano tenha<br />

sucesso absoluto. Durante o<br />

evento, serão premiadas as<br />

melhores quadrilhas folcló-<br />

Cenas de paixão no futebol oriximinaense, que quer a taça de novo<br />

A Copa do Oeste 2007<br />

será realizada de 17 a 24 de<br />

novembro. Sete seleções estão<br />

pré-inscritas. Além das<br />

seis que votaram, a Liga de<br />

Almeirim já manifestou que<br />

quer participar.<br />

A Copa é um incentivo<br />

para os atletas mostrarem seu<br />

o Festival da Castanha valoriza<br />

a produção e a coleta da<br />

castanha, atividades das mais<br />

tradicionais em Oriximiná.<br />

Através de teatro, dança, música,<br />

exposição de artes plásticas<br />

e apresentações culturais, o<br />

município resgata a importância<br />

ecológica e econômica do<br />

fruto para a região. A escolha<br />

da Rainha da Castanha é mais<br />

uma das atrações do período.<br />

Hilda Viana pediu o<br />

empenho de todos para que<br />

os festivais tenham sucesso. A<br />

secretária explicou as funções<br />

de cada uma das secretarias<br />

e órgãos da prefeitura nos<br />

festivais coordenados por sua<br />

equipe. A Secretaria de Saúde<br />

dará suporte com ambulância<br />

para as cinco noites dos<br />

festivais;<br />

a Secretaria de Obras<br />

interditará o perímetro próximo<br />

à praça, providenciando<br />

a instalação de banheiros e<br />

ambulantes.<br />

Ambulantes capacitados e ajuda a folclore<br />

ricas que se apresentarem.<br />

A que conquistar o primeiro<br />

lugar levará R$ 1 mil, além do<br />

troféu; para o segundo lugar,<br />

serão destinados R$700 mais<br />

o troféu; e o terceiro lugar<br />

receberá prêmio no valor de<br />

R$500 e troféu.<br />

Um esquema especial<br />

potencial e ajuda a resgatar<br />

o futebol, consideram os jogadores,<br />

destacando que a<br />

Prefeitura de Oriximiná está<br />

investindo no futebol para que<br />

mais atletas possam se destacar<br />

no cenário local. “A Copa<br />

já revelou bons quadros”,<br />

ressaltam.<br />

Festival da Castanha em Oriximiná<br />

A Secretaria de Infra-Estrutura<br />

cuidará da soldagem,<br />

cavaletes e bombeiros; já a<br />

Semagri vai liberar os equipamentos<br />

de iluminação e<br />

transporte. O Cisjus apoiará as<br />

noites dos festivais; o Detran<br />

fiscalizará a interdição das vias<br />

públicas e as polícias Civil e<br />

Militar irão manter a ordem<br />

para garantir o bem-estar e<br />

segurança de quem for aos<br />

eventos.<br />

Hilda Viana espera que,<br />

agindo assim, todo o sucesso<br />

dos festivais será dividido não<br />

só com a organização, mas<br />

principalmente com a população<br />

que sempre prestigia sua<br />

cultura. “Oriximiná é a cidade<br />

que mais realiza eventos culturais<br />

no Estado”, enfatizou<br />

a secretária. Outro fator que<br />

Hilda acha muito importante<br />

é garantir a presença das<br />

autoridades municipais nos<br />

festivais.<br />

Segundo o secretário de<br />

foi elaborado pela organização<br />

a fim de disciplinar o<br />

uso da via pública nos dias do<br />

festival. Todos os ambulantes<br />

cadastrados e autorizados participaram<br />

de um curso ministrado<br />

pela vigilância sanitária,<br />

que os ensinou a trabalhar de<br />

maneira correta. Mais três ba-<br />

CIDADES<br />

Fantasias típicas e folguedos juninos encantam o público que prestigia em massa o Festival em Oriximiná<br />

O prefeito Argemiro<br />

Diniz afirmou que a prática<br />

esportiva tem importância<br />

reconhecida em sua gestão e<br />

lembrou que desde ao assumir<br />

a Prefeitura fez questão de<br />

ajudar os clubes desportivos.<br />

“Hoje, com o incentivo que<br />

estamos dando e com Oriximiná<br />

sediando a Copa aumentou<br />

muito a auto-estima de jogadores<br />

e torcedores”, disse. O<br />

prefeito aproveitou ainda para<br />

anunciar novos investimentos<br />

no esporte oriximinaense, que<br />

já ganhou a recuperação do<br />

estádio Bauxitão e construção<br />

do Ginásio Poliesportivo<br />

Guilherme Guerreiro, além<br />

de praças de esportes.<br />

comunicação do município,<br />

Valdo Florenzano, no próximo<br />

dia 23, haverá uma coletiva de<br />

imprensa em que o prefeito<br />

Argemiro Diniz estará presente,<br />

ao lado dos demais secretários.<br />

Valdo Florenzano disse<br />

que os festivais estão sendo divulgados<br />

nas cidades vizinhas<br />

e em toda a Calha Norte, a fim<br />

de que Oriximiná obtenha o<br />

reconhecimento que merece.<br />

A organização quer atrair cada<br />

vez mais turistas para os festivais.<br />

Vinte policiais militares já<br />

estão destacados para trabalhar<br />

nas cinco noites, e o Capitão<br />

Costa vai conversar com o<br />

prefeito Argemiro Diniz para<br />

que esse efetivo aumente.<br />

Segundo a secretária Hilda<br />

Viana, Argemiro não mede<br />

esforços para a realização do<br />

Festival da Castanha e do<br />

Festival Junino. “O prefeito<br />

está dando todo o suporte<br />

necessário para a Secretaria de<br />

Cultura”, salientou.<br />

nheiros públicos deverão ser<br />

construídos, para conforto da<br />

população. A coordenadoria<br />

de Cerimonial da Prefeitura<br />

está enviando convites a todas<br />

as autoridades do Estado. A<br />

expectativa é de que a cidade<br />

receba um número expressivo<br />

de visitantes.<br />

informes<br />

Osonho ainda nem começou e os arautos<br />

já anunciam a desgraça. Apesar de<br />

todas as audiências públicas, o planejamento<br />

falhou e Juruti não está suportando<br />

a pressão dos aventureiros que chegam aos<br />

borbotões, incham o município e criam bolsões<br />

de miséria. A infra-estrutura local entrou em<br />

colapso, a hepatite grassa e a população, que<br />

quer a Alcoa gerando empregos e royalties,<br />

está desorientada com os efeitos perversos do<br />

projeto.<br />

Sucessão em Santarém<br />

Alexandre Von diz que se Lira Maia não quiser<br />

ser candidato a prefeito de Santarém, ele aceita<br />

a missão de bom grado. Conta a seu favor a juventude<br />

e a forte atuação. Carlos Martins também<br />

é sangue novo e parece disposto a encarar<br />

a campanha, com o apoio incondicional de sua<br />

irmã Maria do Carmo Martins Lima.<br />

Belterra se prepara<br />

Oti Santos tem sido visto com freqüência acompanhado<br />

de Joaquim de Lira Maia, inclusive na<br />

Assembléia Legislativa, em eventos e reuniões<br />

estratégicas. E não esconde que disputará a<br />

prefeitura de Belterra.<br />

Desigualdade na região<br />

A publicação, no Diário Ofi cial, das informações<br />

sobre o repasse aos municípios da quota-parte<br />

do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e<br />

Serviços (ICMS) relativo ao período entre os dias<br />

9 e 15 do mês passado é o retrato da estagnação<br />

em Óbidos. Dos R$ 42,3 milhões, Belém fi cou<br />

com R$ 8,5 milhões, Parauapebas com R$ 3,9<br />

milhões; Barcarena, R$ 2,6 milhões; Marabá, R$<br />

2,3 milhões; Tucuruí, R$ 2 milhões; Ananideua,<br />

R$ 1,7 milhão; Oriximiná, R$ 1,2 milhão e Santarém<br />

R$ 1 milhão, enquanto Óbidos receberá<br />

exatos e parcos R$ 156.26 3,43. E pensar que<br />

já foi o principal entreposto de comércio na<br />

região, estrategicamente situado no Estreito do<br />

rio Amazonas.<br />

Isenção para defi cientes<br />

Júnior Ferrari conseguiu aprovar projeto de<br />

Lei de sua autoria isentando os portadores de<br />

defi ciência da cobrança de taxas para concurso<br />

público no Pará. Para ter direito ao benefício, o<br />

cidadão defi ciente deverá apresentar, no ato da<br />

inscrição, seu cadastro atualizado e documento<br />

de identifi cação correspondentes às instituições<br />

às quais é ligado.<br />

Não ao voto secreto<br />

Muita gente não acreditou mas estão mudando<br />

a história: a Comissão de Justiça da Alepa<br />

aprovou, à unanimidade, projeto do deputado<br />

Arnaldo Jordy eliminando o voto secreto. Um<br />

dos parlamentares mais assíduos e atuantes, ele<br />

vai defender agora a proposta em plenário.<br />

Hidrovia do Tapajós<br />

O senador Fernando Flexa Ribeiro conseguiu<br />

incluir de novo no Plano Nacional de Viação<br />

a hidrovia Tapajós/Teles Pires/Juruena. Quem<br />

sabe agora, com o apoio do governador Blairo<br />

Maggi, que emplacou seu ex-secretário de<br />

Transportes e superexecutivo Pagot na diretoria<br />

geral do DNIT, o projeto saia do papel.<br />

Santa Misericórdia<br />

A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará<br />

continua a atender mulheres escalpeladas. Os<br />

dois cirurgiões plásticos responsáveis pelo serviço<br />

pediram demissão, mas o médico Vitor Aita,<br />

criador do serviço no hospital há oito anos, se<br />

interessou pela retomada do trabalho. Das 29<br />

pacientes escalpeladas, 25 estão em tratamento<br />

ambulatorial, duas internadas nas enfermarias<br />

e duas no espaço Acolher, que abriga mulheres<br />

do interior do Estado. A Santa Casa é referência<br />

para atendimento de plástica reparadora desse<br />

tipo de lesão.<br />

Triste recorde<br />

JUNHO - 2007 3<br />

A Defensoria Pública da União está levantando<br />

o número real de escalpeladas no Pará, campeão<br />

nesse tipo de acidente. Está em andamento um<br />

trabalho de identificação e fiscalização dos<br />

barcos sem proteção. Há, ainda, uma iniciativa<br />

para remuneração das vítimas pelo SUS, e cadastramento<br />

e prevenção dos acidentes. Todo<br />

o atendimento é gratuito. A reparação da lesão<br />

demanda cinco ou seis cirurgias ao longo do<br />

ano, para que seja reposto o couro cabeludo.


4<br />

Oriximiná se prepara para as férias<br />

Para oferecer mais opções<br />

de lazer à população e<br />

atrair turistas, a Prefeitura de<br />

Oriximiná, através da Seinfra,<br />

está cuidando de todos os<br />

detalhes para que o Parque de<br />

A transposição do linhão<br />

da Hidrelétrica de Tucuruí<br />

para atender os municípios da<br />

Calha Norte e o asfaltamento<br />

e conclusão de todas as estradas<br />

estaduais que os interligam<br />

- a PA- 254 vai de Oriximiná<br />

A Operação Limpeza do<br />

igarapé Melgaço continua, em<br />

parceria da Secretaria de Meio<br />

Ambiente e Turismo de Oriximiná<br />

com a Associação dos<br />

Moradores do bairro da Cidade<br />

Nova e o Gama, grupo de<br />

Jovens Amigos do Meio Ambiente.<br />

No último mutirão,<br />

participaram os moradores do<br />

lugar, além dos vinte jovens<br />

Exposições, o Estádio Municipal,<br />

o Módulo Esportivo,<br />

a Orla do Iripixi e o Terminal<br />

Hidroviário estejam em<br />

perfeitas condições de uso.<br />

A equipe de paisagismo da<br />

só até Prainha, e Almerim<br />

fica isolada – são as principais<br />

reivindicações da região, que<br />

pleiteia, ainda, a instalação de<br />

um núcleo da UEPA -Universidade<br />

Estadual do Pará<br />

em Almerim. Mesmo depois<br />

Semagri também vem trabalhando<br />

na manutenção de<br />

praças e logradouros públicos.<br />

Os preparativos para a realização<br />

da XXIV EXPOFAMA,<br />

Exposição-Feira Agropecuária<br />

de ter saído da Amucan – Associação<br />

dos Municípios da<br />

Calha Norte, o prefeito de<br />

Oriximiná, Argemiro Diniz,<br />

continua batendo nessa tecla,<br />

considerada de importância<br />

vital.<br />

do Médio Amazonas, um dos<br />

maiores eventos de Oriximiná,<br />

já começaram. Estão sendo<br />

executados vários serviços<br />

no Parque de Exposições<br />

Jose Diniz Filho, entre eles a<br />

Na margem esquerda do<br />

rio Amazonas estão situados<br />

os municípios de Faro, Terra<br />

Santa, Oriximiná, Óbidos,<br />

Monte Alegre, Curuá, Alenquer,<br />

Prainha e Almerim.<br />

Todos reivindicam melhor tra-<br />

construção de uma estufa para<br />

o plantio de hortaliças, iguais<br />

às utilizadas em Israel. A pista<br />

de corrida de cavalos está sendo<br />

toda gramada e se tornará<br />

uma das mais belas da região,<br />

Argemiro quer linhão e asfaltamento da PA-254<br />

do Gama. O Igarapé Melgaço<br />

é vítima de um desastre ambiental,<br />

causado pelo despejo<br />

de resíduos sólidos.<br />

Circundada por muitos<br />

igarapés como Melgaço,<br />

Paracuí e Dois Amigos, Oriximiná<br />

se ressente da ação<br />

principalmente de pecuaristas<br />

que têm a gleba como foco de<br />

desmatamento para pastagem<br />

de seus rebanhos. Recantos<br />

naturais de grande beleza<br />

estão sofrendo assoreamento,<br />

poluição e a queima das matas<br />

ciliares. A questão do igarapé<br />

Melgaço está no centro da<br />

discussão e gera conflito que<br />

vem sendo administrado pelo<br />

prefeito Argemiro Diniz.<br />

Os moradores se organizaram<br />

e resolveram lutar<br />

pela defesa do igarapé, que<br />

antigamente tinha peixes em<br />

abundância e hoje praticamente<br />

não tem vida. Na ultima<br />

operação foram retirados<br />

60 sacos de lixo das águas.<br />

Um novo lixão apareceu no<br />

balneário próximo à orla da<br />

cidade. Restaurantes estão lançando<br />

lixo desordenadamente<br />

e provocando a proliferação<br />

tamento dos governos federal<br />

e estadual, e na última reunião<br />

conjunta, foi proposto o reconhecimento<br />

como região fiscal<br />

e orçamentária independente<br />

das outras regiões do Pará.<br />

O abandono histórico<br />

de uma série de doenças. Os<br />

moradores se rebelam. Os<br />

educadores que trabalham o<br />

Projeto Coleta Seletiva esclarecem<br />

que estão capacitando<br />

pessoas no bairro, “mas ainda<br />

se vê que para muitas pessoas,<br />

falar em ambiente limpo é passar<br />

por cima de ratos e baratas.<br />

O que buscamos é uma maior<br />

atenção para diminuição do<br />

na opinião dos pecuaristas; as<br />

baias estão sendo reformadas e<br />

as áreas ao redor estão sendo<br />

gramadas. Continua a arborização<br />

do parque e da Orla do<br />

Iripixi, com árvores adultas.<br />

imposto aos municípios da<br />

Calha Norte atrasou em muito<br />

as expectativas desenvolvimentistas<br />

dos municípios da<br />

área, lamenta Argemiro Diniz,<br />

uma das principais lideranças<br />

políticas da região.<br />

Capacitação e apoio a voluntários para a despoluição<br />

O prefeito Argemiro<br />

Diniz anunciou a contratação<br />

de 96 pedreiros e 192 serventes<br />

para a construção das casas<br />

populares, empreendimento<br />

fruto da parceria entre a Prefeitura<br />

e a Caixa Econômica<br />

Federal.<br />

Os trabalhadores foram<br />

escolhidos através de tria-<br />

gem do Sistema Nacional de<br />

Emprego - Sine. Argemiro<br />

fez questão de reunir com<br />

os trabalhadores selecionados.<br />

“É importante uma ação<br />

dessas devido ao número de<br />

desempregados que ainda<br />

há em Oriximiná. Sabemos<br />

que o trabalho gera riquezas<br />

pra nossa região”, ressaltou<br />

Argemiro.<br />

Úrsula Maria Pires<br />

Leite, diretora judiciária da<br />

Secretaria Municipal de Trabalho<br />

e Promoção Social e<br />

responsável pelo Sine em<br />

Oriximiná, explicou que os<br />

trabalhadores escolhidos já<br />

estavam cadastrados há algum<br />

tempo, e que quando o pre-<br />

feito acionou o Sine foi fácil<br />

escolhê-los. Aproveitou para<br />

aconselhar aos trabalhadores<br />

desempregados que se cadastrem,<br />

já que muitas vezes até<br />

a Mineração Rio do Norte<br />

solicita os trabalhos do Sine.<br />

“Estamos esperando todos<br />

os trabalhadores para que se<br />

cadastrem”, convidou.<br />

“Os novos empregos<br />

que a Prefeitura está oferecendo<br />

para nós é a prova de<br />

que o prefeito realmente se<br />

preocupa com todas as classes<br />

sociais de nossa cidade,<br />

e que vai continuar agindo<br />

assim, de maneira correta e<br />

justa. Estou muito feliz com<br />

a atitude do prefeito Argemi-<br />

lançamento dos resíduos a<br />

céu aberto”, enfatiza um dos<br />

voluntários. O prefeito Argemiro<br />

Diniz está investindo na<br />

infra-estrutura e na alimentação<br />

para as pessoas que estão<br />

participando da limpeza e luta<br />

pela recuperação do Igarapé<br />

do Melgaço e outros locais<br />

atingidos pela poluição.<br />

Prefeitura contrata mão-de-obra em parceria com o Sine<br />

Gabriela Florenzano JUNHO - 2007<br />

POLÍTICA<br />

ro, que demonstrou ser justo,<br />

dando-nos o emprego”,<br />

disse um dos trabalhadores<br />

beneficiados.<br />

Ao todos são 188 empregos<br />

diretos que a prefeitura<br />

está proporcionando, para a<br />

construção de 96 casas populares<br />

que serão entregues à famílias<br />

que não têm moradia.


O deputado Gabriel<br />

Guerreiro, líder do PV, fez<br />

um pronunciamento sobre o<br />

polêmico licenciamento do<br />

projeto de mineração da Alcoa<br />

em Juruti. Ele disse que o promotor<br />

de Justiça Raimundo<br />

Moraes, que lidera as ações<br />

para tentar cancelar o projeto,<br />

tem motivação pessoal contra<br />

a empresa.<br />

Em defesa do governo<br />

anterior, que expediu a licença<br />

ambiental, e do qual foi ex- secretário<br />

de Ciência, Tecnologia<br />

e Meio Ambiente, Guerreiro<br />

afirmou que o Estado jamais<br />

iria autorizar a implantação<br />

de um projeto como esse,<br />

um investimento de mais de<br />

R$ 300 milhões, apenas por<br />

brincadeira, sem se preocupar<br />

com a questão sócio-ambiental.<br />

“A população foi ouvida,<br />

participou e aprovou o projeto.<br />

Apenas uma minoria mais<br />

radical se posicionou contra e<br />

o Ministério Público encampou<br />

essa postura. Inclusive, o<br />

promotor continua até hoje<br />

tentando impor dificuldades ao<br />

projeto”, alfinetou o deputado,<br />

para quem esse posicionamen-<br />

REGIONAL<br />

Guerreiro diz que promotor é parcial<br />

Procuradoria Geral do<br />

Estado, Secretaria de Desenvolvimento,<br />

Ciência e<br />

Tecnologia e Secretaria de<br />

Meio Ambiente responderam<br />

à Recomendação nº<br />

01/2007/MP/PJ, que pede o<br />

cancelamento das licenças<br />

para o Projeto Juruti, empreendimento<br />

de lavra e beneficiamento<br />

de minério de<br />

bauxita, de responsabilidade<br />

da Omnia Minérios Ltda., do<br />

grupo Alcoa.<br />

A alegação dos Ministérios<br />

Públicos Federal e Estadual<br />

é de que o empreendimento<br />

acarretará conflitos na região<br />

por não haver estudos sobre<br />

compensações para prejuízos<br />

ambientais, sociais e econômicos<br />

causados pela instalação de<br />

uma mina de bauxita.<br />

Na análise da documen-<br />

tação feita pela PGE, Sedect<br />

e Sema ficou constatado que<br />

boa parte das questões citadas<br />

na Recomendação do<br />

MPF e MPE já haviam sido<br />

levantadas.<br />

“Equipes da Sedect estiveram<br />

no local em março<br />

deste ano para fazer essas averiguações,<br />

antes da realização<br />

de audiências públicas no local.<br />

Após vistoria na área foram<br />

to não é o correto em assuntos<br />

de interesse de Estado, posto<br />

que é pessoal.<br />

Garantindo que a Sectam<br />

fez uma lista de exigências<br />

e condicionantes para que a<br />

empresa implantasse o projeto<br />

em Juruti e tudo estava sendo<br />

cumprido, Guerreiro frisou<br />

que “Se houve falhas, se houve<br />

vazamentos de rejeitos, eu não<br />

expedidas notificações para<br />

correção de procedimentos<br />

da empresa, visando atender<br />

o licenciamento”, ressaltou o<br />

procurador geral do Estado,<br />

Ibraim Rocha. .<br />

A resposta informa, ainda,<br />

a expedição de ofícios<br />

para as secretarias estaduais<br />

e municipais sobre as possibilidades<br />

orçamentárias para<br />

demandas de políticas públicas<br />

sei, não fui lá fiscalizar por que<br />

não sou mais o secretário de<br />

Meio Ambiente. Mas são coisas<br />

que podem ser corrigidas,<br />

não justifica o cancelamento<br />

da licença”.<br />

O deputado destacou<br />

que faz parte do Conselho<br />

Estadual de Meio Ambiente<br />

(Coema) e que quer ir a Juruti,<br />

verificar a situação. “Quero<br />

(educação, saúde, segurança<br />

pública e planejamento), sem<br />

prejuízo do cumprimento de<br />

compensações sociais a cargo<br />

da empresa.<br />

Ação Civil Pública promovida<br />

pelo Ministério Público<br />

também faz menção<br />

ao licenciamento ambiental,<br />

questionando a competência<br />

estadual para o licenciamento,<br />

que o juiz federal de Santa-<br />

que o promotor vá junto<br />

comigo, mesmo porque sou<br />

um deputado, representante<br />

do povo e não sou nenhum<br />

irresponsável. Se assinei a licença<br />

para a empresa, é porque<br />

cumpri meu papel e minha<br />

obrigação. Desafio qualquer<br />

um a ir lá e verificar se realmente<br />

estão causando danos<br />

ambientais”.<br />

Governo do Estado responde ao MP sobre o projeto Juruti<br />

A urbanização da orla<br />

do rio Tapajós, no município<br />

de Itaituba, está com cerca de<br />

50% do projeto executado,<br />

mas ainda faltam os serviços<br />

de acabamento, que requerem<br />

fiscalização mais efetiva para<br />

evitar o uso de material inadequado.<br />

O serviço está sendo<br />

acelerado a fim de concluir<br />

pelo menos uma parte até a<br />

festa de Santana, padroeira da<br />

cidade, que acontece, tradicio-<br />

Parece profanação, mas<br />

não é. No último dia 6 de<br />

junho, foi executado o “Chorinho<br />

Pai D’Égua”, de minha<br />

autoria, em primeira audição,<br />

com arranjo para Duo de<br />

Violoncelo e Piano, que dediquei<br />

ao violoncelista paraense<br />

Diego Carneiro, que reside<br />

em Londres (Inglaterra), onde<br />

estuda atualmente no Trinity<br />

College of Music, com o<br />

Professor Richard Markson.<br />

O recital ocorreu na Igreja de<br />

Santo Alexandre, durante o<br />

20° Festival Internacional de<br />

Música do Pará, promovido<br />

pela Fundação Carlos Gomes,<br />

em Belém (PA), em que também<br />

se apresentou o violoncelista<br />

Joás dos Santos Cardoso.<br />

O jovem Diego Carneiro<br />

fez-se acompanhar, ao piano,<br />

da Profª. Helena Maia, paraense,<br />

mestre no Conservatório<br />

Carlos Gomes e na Escola<br />

de Música da Universidade<br />

Federal do Pará, em Belém.<br />

O Festival é um evento que<br />

tem sido muito prestigiado<br />

pelo público e pela imprensa,<br />

na verdade um dos mais tradicionais<br />

de música de câmara<br />

do Norte do Brasil, e que atrai<br />

artistas de todo o País.<br />

Não é muito comum<br />

instrumentos clássicos (violoncelo<br />

e piano) tocarem um<br />

chorinho num templo religioso,<br />

em evento destinado<br />

Urbanização da orla em Itaituba está pela metade<br />

nalmente, no dia 17 de julho.<br />

A inauguração da obra, que<br />

começou no governo anterior,<br />

está prevista para setembro.<br />

O projeto está orçado<br />

em pouco mais de R$ 2 milhões.<br />

São recursos do Banco<br />

Interamericano de Desenvolvimento<br />

(BID), que entra com<br />

60% do valor; do Governo do<br />

Estado, que além de executar<br />

a obra, custeia 40% do projeto,<br />

e do Município, que arca com<br />

10% das despesas.<br />

A titular da Sedurb também<br />

pediu a fiscalização da<br />

comissão de acompanhamento,<br />

que foi eleita, no início da<br />

execução da obra, para fiscalizar<br />

o andamento dos serviços.<br />

Como a obra é extensa e não<br />

havia tapume de proteção, um<br />

dos quiosques já construídos<br />

está parcialmente depredado<br />

e serão necessários reparos. A<br />

empreiteira terá que mudar<br />

alguns itens, como os bancos,<br />

que seriam de concreto, por<br />

madeira, mais adequada ao<br />

clima quente da cidade, assim<br />

como a substituição das mudas<br />

do canteiro, onde ao invés de<br />

grama foi colocado capim.<br />

A orla do rio Tapajós está<br />

ganhando urbanização numa<br />

extensão de 800 metros, com<br />

três quiosques, dois acessos<br />

para o rio, três mirantes, 62<br />

bancos de madeira , cantei-<br />

VICENTE MALHEIROS DA FONSECA<br />

vjmf@terra.com.br<br />

Chorinho, sonatinas, valsas e canções<br />

à música erudita. Mas não é<br />

profanação.É homenagem à<br />

música brasileira e paraense.<br />

Do chorinho para as<br />

sonatinas. Em 18.06.2007,<br />

homenagem a Wilson Fonseca<br />

(Maestro Isoca), no concerto<br />

do Duo Marakadon, integrado<br />

pela percussionista Cláudia<br />

Oliveira Lacourt, que reside<br />

na França, e pela pianista Gelda<br />

Silva, ambas paraenses. No<br />

programa, “Peixada na Praia”<br />

(toada lundu, com letra de<br />

Emir Bemerguy), “Lundu”,<br />

“Vou dizer-te adeus” (fox)<br />

e “Um Poema de Amor”<br />

(bolero). Nesse concerto, a<br />

primeira audição da “Sonatina<br />

Amazônica” (Vibrafone, Marimba,<br />

Xilofone e Piano), de<br />

minha autoria, peça em cinco<br />

movimentos: Dança e Pororoca;<br />

Calmaria no Tapajós;<br />

Fúria Amazônica; Banzeiro; e<br />

Reencontro das Águas.<br />

No dia 20 de junho, no<br />

Theatro da Paz, a execução,<br />

também em primeira audição,<br />

da música “Senta a Púia” (Duo<br />

de Vibrafone e Violoncelo)<br />

– que compus e dediquei à<br />

percussionista Cláudia Oliveira<br />

Lacourt –, no concerto<br />

do TACAP (Quinteto de<br />

Percussão da Amazônia), que<br />

contará com a participação do<br />

violoncelista Joel Costa.<br />

No segundo semestre<br />

deste ano, o Grupo Música<br />

Antiga – “Concertos Espirituais”,<br />

executará outras composições<br />

minhas e de meu<br />

pai, no Conservatório “Carlos<br />

Gomes”, em Belém. O grupo,<br />

que se dedica à música barroca,<br />

é composto por Flauta<br />

Doce (Acácio Cardoso), Viola<br />

de Gamba (Arthur Alves) e<br />

Cravo (Gelda Silva).<br />

A minha “Sonatina<br />

Amazônica” (Duo para Flauta<br />

e Piano) é incluída no programa<br />

da turnê que o flautista<br />

James Strauss, paulista, faz na<br />

Itália e Alemanha, em junho<br />

de 2007, na companhia da pianista<br />

Katie Louise Fagotti. O<br />

flautista brasileiro participa do<br />

17º Concorso Internazionale<br />

per Giovani Musicisti “Città<br />

di Barletta”, com a apresentação<br />

de outra composição que<br />

escrevi, o “Batuque” (letra<br />

do poeta paraense Bruno de<br />

Menezes), elaborada especialmente<br />

para este evento<br />

(arranjo para Trio de Voz,<br />

Flauta e Piano), que conta<br />

com a participação da cantora<br />

islandesa Hanna Fridriks.<br />

E como estamos no clima<br />

de sonatina, outro dia<br />

preparei um arranjo de Oboé<br />

e Piano, a pedido de meu sobrinho<br />

José Agostinho Júnior<br />

(Tinhinho), para a “Sonatina<br />

nº 1”, de Wilson Fonseca,<br />

composta em 1951, peça que<br />

toco, ao piano, desde criança.<br />

A versão original, para piano,<br />

foi executada, por Cíntia Vidigal,<br />

em 1995, no recital em<br />

homenagem a Wilson Fonseca,<br />

no Teatro “Margarida Schivasappa”,<br />

em Belém, promovido<br />

pelo Governo do Estado do<br />

Para, em comemoração aos<br />

ros, um anfiteatro de frente<br />

para rio com espaço para cem<br />

pessoas sentadas, uma praça<br />

central e um chafariz para<br />

jorrar água sulfurada, de aproximadamente<br />

quarenta graus,<br />

canalizada de uma fonte próxima<br />

ao rio, um dos atrativos<br />

turísticos da cidade. Itaituba<br />

tem 95 mil habitantes e a base<br />

de sua economia é, ainda, a<br />

extração de ouro, a exploração<br />

da madeira e a pecuária.<br />

75º anos de vida musical de<br />

Isoca, com a participação de<br />

cantores e instrumentistas nacionais<br />

e estrangeiros, além de<br />

familiares do compositor. Parte<br />

desse recital foi gravada no CD<br />

“Projeto Uirapuru - O Canto<br />

da Amazônia” (vol. 1), lançado<br />

em 1996, pela SECULT.<br />

Das sonatinas para as<br />

valsas e canções. A primeira<br />

composição de Wilson Fonseca<br />

foi a valsa “Beatrice” (1931),<br />

criada para sonorização de<br />

cena de um filme (“O Beijo”,<br />

com Greta Garbo), na época<br />

do cinema mudo, cuja sincronia<br />

era feita pelo compositor.<br />

A música foi dedicada à sua<br />

sobrinha, que hoje mora no<br />

Rio de Janeiro.<br />

Escrevi vários arranjos<br />

orquestrais e camerísticos<br />

para composições de meu pai<br />

(Wilson Fonseca): Acalanto<br />

(letra de Emir Bemerguy);<br />

Beatrice (valsa); Bernadete<br />

(valsa, dedicada à sobrinha e<br />

afilhada do compositor, minha<br />

prima); Canção de Minha<br />

Saudade (letra de Wilmar Dias<br />

da Fonseca; Conceição (valsa,<br />

dedicada à minha irmã); Diana<br />

(valsa, dedicada à neta do<br />

compositor, minha sobrinha<br />

e afilhada); Lenda do Boto;<br />

Lua Branca (canção, letra de<br />

Paulo Rodrigues dos Santos);<br />

Maria das Dores (valsa, dedicada<br />

à minha irmã); Maria de<br />

rém afirmou ser do Estado<br />

do Pará.<br />

“A empresa terá resguardado<br />

os direitos do contraditório<br />

dentro do processo que<br />

está em fase de licenciamento<br />

ambiental e implementação,<br />

trazendo informações fundamentais<br />

ao governo do Estado,<br />

para a análise da concessão<br />

para instalação”, concluiu<br />

Ibraim Rocha.<br />

Apesar de ser uma das maiores<br />

cidades do Pará, há poucas<br />

opções de lazer. A revitalização<br />

da orla, além de ser um espaço<br />

que irá gerar emprego e renda,<br />

vai também incentivar o turismo<br />

na cidade. Uma audiência<br />

pública apresentará o projeto<br />

à população e definirá o gerenciamento<br />

do espaço. Será<br />

criado o conselho gestor, um<br />

grupo para acompanhar o uso<br />

e manutenção da orla.<br />

9ª Conferência Intermunicipal de Cultura em Almeirim<br />

Cerca de 400 participantes<br />

de seis municípios marcaram<br />

presença no evento. Na<br />

discussão dos eixos temáticos,<br />

foram listadas as demandas<br />

da região, como a definição,<br />

prioritária, da valorização dos<br />

folguedos de São Benedito. Os<br />

folguedos não são apenas grupos<br />

fantasiados, eles nascem e<br />

vivem nas comunidades, contam<br />

a sua história, mostram a<br />

sua maneira de ser e de viver.<br />

A tradição dos folguedos, em<br />

Almeirim, é mantida pela<br />

família Castro, originária dos<br />

antigos quilombos, mas ainda<br />

não reconhecida como afrodescendente.<br />

Hoje, há poucos<br />

membros da família Castro<br />

em Almeirim, por isso a força<br />

da tradição corre risco de se<br />

perder.<br />

Os folguedos de São<br />

Benedito remetem à constatação<br />

de que não se ri com mais<br />

soltura do que quando se é<br />

negro. Os corpos são dados ao<br />

movimento fácil, o improviso<br />

dos quadris é acompanhado de<br />

rostos que se abrem francos<br />

em sorrisos largos. Entre os<br />

negros dançadores de São<br />

Benedito, dá para ver a alegria<br />

estampada nos rostos, nos<br />

dentes e no olhar, parte da<br />

própria oração. Algo que o<br />

movimento do corpo completa<br />

e a que o canto quer menos<br />

dar sentido do que marcar<br />

a excelência do ritmo. Pelo<br />

menos no Brasil não há gente<br />

que se coroe mais e exalte<br />

mais a “monarquia” do que o<br />

negro católico. Todas as festas<br />

“de santo de preto” do país são<br />

uma imensa nostalgia de realeza;<br />

seus símbolos, seu tempo<br />

mítico, seus sujeitos. Os negros,<br />

desde quando escravos,<br />

coroam a si próprios. E se no<br />

candomblé alguns iniciados<br />

vestem coroas porque elas são<br />

de seus orixás, nos ritos católicos<br />

de festa de São Benedito<br />

há reis indispensáveis, com<br />

as suas vestes de arminho e<br />

coroas. De lata que sejam (e<br />

são!), mas coroas de uma bela,<br />

fugaz realeza em que vários<br />

personagens vestidos de nobres<br />

acompanham séquitos de<br />

monarcas “congos”, “gingas”,<br />

“pequenos”, “perpétuos” ou<br />

não, em cortejos de “reinado”<br />

que, quando ainda sobrevivem,<br />

são o ponto alto da festa<br />

do santo padroeiro.<br />

A Secretaria Executiva<br />

de Cultura diz que planeja<br />

JUNHO - 2007 5<br />

oficinas de construção de<br />

instrumento e a notoriedade<br />

das manifestações populares,<br />

através da educação escolar.<br />

Almeirim também se ressente<br />

da falta de espaços culturais.<br />

A biblioteca pública funciona<br />

precariamente em uma sala da<br />

Câmara Municipal. O evento<br />

foi encerrado pelo Grupo<br />

Musical Integração e pela família<br />

Castro, que apresentou<br />

a Dança do Gambá, fusão de<br />

marandangueira e puladinho.<br />

Jesus (valsa, dedicada à minha<br />

irmã); Não me apresse (choro-estudo<br />

nº 3); Pérola do Tapajós<br />

(valsa, letra de Felisbelo<br />

Sussuarana e música de Pedro<br />

Santos e Wilson Fonseca);<br />

Rosilda (valsa, dedicada à minha<br />

querida mãe); Santarém,<br />

Pôr-de-Sol (noturno nº 1,<br />

com letra de minha autoria);<br />

Sonatina nº 1; e Um Poema<br />

de Amor (bolero, dedicado ao<br />

meu irmão José Agostinho da<br />

Fonseca Neto).<br />

Também escrevi arranjos<br />

para a primeira e a última<br />

composição de meu avô José<br />

Agostinho da Fonseca: Idílio<br />

do Infinito (1906); e Ave<br />

Maria (1938), neste caso um<br />

quarteto de cordas.<br />

Lá de Brasília veio o<br />

pedido de meu primo Miguel<br />

Augusto, para fazer o arranjo<br />

(violão solo) da bela canção<br />

“Lua Branca”, uma das preferidas<br />

do tenor Joaquim Toscano.<br />

O Miguel é um seresteiro,<br />

no planalto central, que vocês<br />

precisam ouvir. Quando jovem,<br />

tocou flauta e recebeu<br />

aulas de piano, ministradas<br />

pelo “velho” Isoca.<br />

Repertório é o que não<br />

falta.<br />

Para aproveitar a refrega e<br />

a inspiração, compus nesta semana<br />

o “Sairé de Santarém”, um<br />

Quinteto de Violões, no clima<br />

da dança de Alter-do-Chão.


6<br />

JUNHO - 2007<br />

Alô, Franssi, quando tinha<br />

mais ou menos cinco<br />

anos meu pai ainda trabalhava<br />

no Banco do Brasil.<br />

Então os funcionários<br />

reuniram as famílias e saíram<br />

de barco-motor lá do<br />

Caizinho.<br />

Nunca mais esqueci<br />

aquele domingo.<br />

O “Mocorongo” era<br />

uma imensa cadeira de balanço<br />

cortando a maresia e o<br />

Tapajós deixava um bigodão<br />

cor de garapa na quilha, rente<br />

a água.<br />

Com pouco tempo, finalmente<br />

chegamos.<br />

A visão era um espetáculo<br />

quase indescritível. Estávamos<br />

na Praia da Maria José!<br />

As areias brilhando no<br />

sol de arder na vista pareciam<br />

açúcar refinado e me senti<br />

caminhando nas nuvens.<br />

O rio ainda estampava<br />

o colorido tradicional. Aquele<br />

azul-nunca-mais, que a<br />

poluição dos garimpos e o<br />

Você já ouviu falar de<br />

Curupira? Não? Pois fique<br />

sabendo que Curupira é a<br />

“Mãe do Mato”, respeitado em<br />

todo Brasil e, particularmente,<br />

na Amazônia. Embora denominado<br />

“mãe”, geralmente é<br />

referido na forma masculina:<br />

“o” Curupira. E é considerado<br />

a “mãe do mato” porque é tido<br />

como o grande defensor das<br />

florestas, protegendo aqueles<br />

que vivem em harmonia com<br />

a natureza, dela extraindo o<br />

suficiente para o seu sustento,<br />

quer em termos de caça,<br />

quer se tratando de derrubar<br />

árvores para construir sua casa<br />

e suas necessidades ou ainda<br />

para fazer o seu roçado, ou<br />

seja, plantar o necessário para<br />

o seu sustento e de outros.<br />

Se, porém, o indivíduo caça<br />

além da conta, se maltrata<br />

animais, se derruba a floresta<br />

sem necessidade, o Curupira<br />

então persegue de muitas<br />

maneiras...<br />

D. Nazaré da Silva Pina,<br />

amazonense de Parintins, é<br />

quem conta esta história, que<br />

se passou há mais de sessenta<br />

anos. Ela morava com os<br />

pais e os irmãos na Serra de<br />

Parintins, onde viviam do extrativismo<br />

e da agricultura. No<br />

Cabeça baixa, vinha catando<br />

pela sarjeta os frutos<br />

caídos das mangueiras que se<br />

enfileiravam na rua da frente.<br />

Passo firme e babando pelos<br />

cantos da boca, esmigalhava<br />

o alimento até que virasse a<br />

massa pastosa para engolir.<br />

Gostava muito de andar naquele<br />

pedaço, não porque<br />

fosse bem iluminado, não,<br />

era pela ventilação e porque<br />

tinha uma calçada larga. Que<br />

bom era andar no enxuto,<br />

ouvindo o próprio pisar cadenciado.<br />

No barro, no chão<br />

duro, já dormia, não bastava?<br />

Aquela era uma hora sagrada,<br />

a manga, mero pretexto para<br />

a andança noturna. Rara a residência<br />

que não lhe estendia<br />

um prato de comida, um leite<br />

com banana e uma vez até<br />

uns ovos estrelados. Não que<br />

ele pedisse, nem precisava,<br />

era a alma da cidade, a vida da<br />

cidade, a simpatia da cidade.<br />

Ultimamente, andava engordando,<br />

sentia cansaço quando<br />

tinha de apertar a marcha, ou<br />

mesmo correr, sempre que<br />

passava em frente ao quartel<br />

general do Boca Negra, o cão<br />

vira lata da Turca que já lhe<br />

deixara amargas lembranças<br />

no corpo. De manhã cedinho<br />

esse era seu único tormento<br />

quando descia para o mercado.<br />

Mas à boca da noite limitavase<br />

ao trajeto tradicional, olhado<br />

com respeito pelas famílias<br />

e admirado pelas bem ou mal<br />

intencionadas mocinhas das<br />

janelas. Saía da praça, pegava<br />

a dita calçada e vinha subindo<br />

pela rua da Casa de Saúde,<br />

passava no hotel Uirapurú, na<br />

desmatamento apagaram. As<br />

águas, vitrais transparentes,<br />

faziam banzeiros no vento da<br />

manhã.<br />

De vez em quando os<br />

tucuxis boiavam sinuosos não<br />

muito longe de nós, com seus<br />

dorsos cinzentos. Era o bailado<br />

do amor.<br />

Alguns cachorros vadios<br />

nos vigiavam, com olhar de<br />

fome, por entre as árvores que<br />

faziam sombras na praia.<br />

Mururés bubuiavam<br />

ao longe, no seu tempo sem<br />

relógio.<br />

Ao descer pela prancha,<br />

trouxe comigo um pequeno<br />

balde de brinquedo todo<br />

amarelo com estrelinhas azuis<br />

e uma pá.<br />

Passamos a manhã entre<br />

o banho de rio, as correrias no<br />

areial e a “pira-se-esconde”<br />

entre os cajueiros.<br />

Quando as crianças cansaram,<br />

fomos todos colecionar<br />

pedrinhas coloridas, brincar<br />

de fazer castelos e bonecos<br />

roçado plantavam mandioca,<br />

macaxeira, manicuera, milho,<br />

cana de açúcar, bananeiras, etc.<br />

Quando não trabalhavam no<br />

cultivo do roçado, extraíam os<br />

produtos da floresta, ou então<br />

caçavam, mas apenas para suas<br />

necessidades. Procuravam, de<br />

todas as maneiras, respeitar a<br />

Natureza e seguir as leis do<br />

Curupira. Por isso mesmo é<br />

que ficaram surpresos quando...<br />

Não, assim estou me<br />

adiantando na história. Vamos,<br />

pois, deixar que D. Nazaré<br />

conte como se passou.<br />

“Nosso roçado era muito<br />

grande e nele trabalhavam todos<br />

os membros da minha família:<br />

meus pais, meus irmãos<br />

e cunhados. Entre estes, havia<br />

um, de nome Ulisses, que era<br />

um rapaz muito trabalhador.<br />

Numa tarde, estávamos todos<br />

nós para um lado do roçado,<br />

casa do mecânico viciado na<br />

BBC de Londres, na do farmacêutico<br />

e parava no trapiche.<br />

Depois prosseguia no passeio<br />

e subia até a esquina do seu<br />

Isoca, onde parava um pouco<br />

para se deliciar com o som<br />

melodioso de alguma nova<br />

inspiração do maestro. Foi<br />

assim, com a boca espumosa<br />

de manga, que ele avistou<br />

o senhor deputado sentado<br />

com a esposa na porta da rua.<br />

De longe ele ouvia apenas o<br />

zum-zum-zum da animada<br />

conversa. A mulher olha e<br />

previne o marido:<br />

-É bom a gente sair que<br />

o Ginasiano vem vindo!<br />

Muitos anos haviam se<br />

passado desde o dia em que o<br />

Ginasiano nasceu na fazenda<br />

Juquiri, até aquele instante em<br />

que ele divisou o nobre parlamentar<br />

acomodado na cadeira<br />

de vime. Não conheceu o pai.<br />

A mãe, depois de alguns meses<br />

tomou o barco de um conhecido<br />

marchante de Manaus e<br />

nunca mais deu sinal de vida.<br />

Foi ficando abatido, veio a época<br />

da febre e tomou-lhe conta<br />

um estado de desânimo tal, que<br />

mal abria os olhos, já esperando<br />

a hora da morte. Mas um dia<br />

apareceu a bondosa D. Zezé e o<br />

levou para a cidade. Foi muito<br />

caribé dado na mamadeira,<br />

vitamina, lavagem de creolina,<br />

purgante de mamona com<br />

quenopódio. Perdeu todos os<br />

cabelos, surgindo na nova pele<br />

sedosa uma casquinha branca<br />

que se desprendia na leve brisa<br />

do Tapajós.<br />

Sentindo-se melhor,<br />

tratou de dar uma fugida pra<br />

JOSÉ WILSON MALHEIROS<br />

www.wilsonmalheiros.mus.br<br />

Mais uma lágrima para o futuro?<br />

de areia na beira do rio, onde<br />

algumas tartaruguinhas andavam<br />

despreocupadas.<br />

Depois do almoço, o<br />

sol ficou quente, as crianças<br />

foram para dentro do barco,<br />

embalar na rede ou fazendo de<br />

conta que estavam pescando<br />

mandis e tralhotos com anzóis<br />

improvisados.<br />

Quando a boca da noite<br />

e Ulisses, sozinho, estava<br />

trabalhando noutro local, um<br />

pouco distante. Eram cerca<br />

de seis horas da tarde quando<br />

ouvimos gritos de socorro. A<br />

voz não enganava: era de Ulisses.<br />

Corremos na direção dos<br />

gritos e ali encontramos Ulisses<br />

apavorado, sem conseguir<br />

sair de onde se encontrava.<br />

WALCYR MONTEIRO<br />

walcyr@supridados.com.br<br />

Encontro com o Curupira<br />

ADEMAR AYRES DO AMARAL<br />

conhecer os arredores. Subiu<br />

o morro do Grupo Frei Ambrósio<br />

e desceu pros lados da<br />

Praça São Sebastião. Achou<br />

aconchegante a praça, um lugar<br />

cheio de mangueiras onde<br />

logo foi atraído pelo gosto da<br />

fruta que caía de penca. Almoçou<br />

manga e dormiu sesta na<br />

sombra das árvores frondosas.<br />

De repente, ouviu sons<br />

que pareciam lhe dizer algo.<br />

Escutou o rumo. As vozes e<br />

o barulho vinham do recreio<br />

do ginásio. Dirigiu-se pra lá.<br />

Era mês de dezembro e havia<br />

uma tamanha agitação dos irmãos<br />

do Ginásio D. Amando,<br />

arrumando e ensaiando um<br />

presépio ao vivo. O brutamontes<br />

do irmão Norberto<br />

o agarrou à força e ele findou<br />

amarrado ao lado do Menino<br />

Jesus. Quando o presépio<br />

foi aberto à visitação pública,<br />

aproveitou um descuido e<br />

fugiu em desabalada carreira,<br />

OPINIÃO<br />

ademar@amazon.com.br<br />

O ginasiano<br />

já estava se abrindo, embarcamos<br />

de volta.<br />

A embarcação começava<br />

a se afastar da beira do<br />

rio. Olhei para a praia e lá<br />

estava meu baldinho colorido,<br />

pendurado num galho de<br />

cajueiro.<br />

Chorei para que alguém<br />

fosse lá buscar, mas<br />

não adiantou.<br />

Essa é a lembrança mais<br />

terna que tenho dessa praia<br />

com nome de mulher.<br />

Voltei lá outras vezes,<br />

mas a emoção nunca mais foi<br />

a mesma.<br />

Sei que muitos também<br />

já derramaram lágrimas de<br />

saudade, de preocupação e<br />

de pena.<br />

Lamentei a perda de<br />

um dos mais belos rincões da<br />

Mal conseguia falar. Quando<br />

pôde dizer alguma coisa, contou<br />

que estava trabalhando,<br />

quando sentiu como que uma<br />

presença perto de si. Ao olhar<br />

em torno, deu com aquele<br />

caboclinho bem perto. Espantou-se.<br />

Mais ainda porque não<br />

ouvira nenhum sinal de sua<br />

aproximação. Entretanto o<br />

dando ainda uma testada nos<br />

escrotos de um velho professor<br />

de geografia.<br />

Medroso pelo acontecido,<br />

tão cedo não saiu de<br />

casa nem retornou ao ginásio.<br />

Depois voltou a sair, a brincar<br />

com a molecada. Com o início<br />

do ano letivo, ele ia junto e<br />

ficava o dia inteiro vadiando<br />

nas redondezas. Os irmãos<br />

acabaram simpatizando com<br />

ele. No outro natal participou<br />

ativamente do presépio e até<br />

ganhou elogios por bom comportamento.<br />

Passou a morar no<br />

ginásio, sendo adotado pelos<br />

irmãos da Santa Cruz e pela<br />

cidade inteira. A consagração,<br />

porém, só aconteceu na parada<br />

de 7 de setembro, quando<br />

desfilou com garbo, puxando<br />

o carro alegórico que levava<br />

a figura enlaçada do mártir da<br />

independência. O apelido de<br />

Ginasiano veio dessa época.<br />

Com o passar do tempo,<br />

a vida livre e a farta alimentação,<br />

ficou forte como<br />

um touro. Às cinco da matina<br />

se postava na porta da<br />

Padaria Progresso, do seu<br />

Sílvio Português, e recebia<br />

um pedaço de pão quentinho<br />

misturado na cuia de café<br />

com leite. Dali seguia pro<br />

mercado. Adorava estar entre<br />

a multidão, onde ganhava<br />

sempre uma tigela de min-<br />

Amazônia, o desaparecimento<br />

de um sítio fundamental<br />

para o meio ambiente, uma<br />

opção importantíssima para<br />

o turismo.<br />

Fiquei chateado pela<br />

insensibilidade, pois ali começava,<br />

juntamente com a<br />

mutilação arquitetônica da<br />

Igreja Matriz, com a poluição<br />

do Irurá (que praticamente<br />

desapareceu e o que resta do<br />

desperdício, só serve para<br />

lavagem de carros) a perda<br />

irreversível de uma parte da<br />

identidade, da tradição, da<br />

ecologia e do eco-sistema.<br />

Não só da Terra Querida<br />

como também da região inteira.<br />

Agora o paraíso jaz sob uma<br />

pista de aviões, que poderia<br />

ter sido construída em outro<br />

local, não fossem os antolhos<br />

e a burrice.<br />

Como se fosse uma<br />

compensação do destino, após<br />

o assassinato dessa bela mulher<br />

de areia que tio Wilmar e meu<br />

pai cantaram na “Canção da<br />

caboclinho estava ali, a olhá-lo<br />

atentamente. Todo nu, o corpo<br />

moreno parecia feito de lascas<br />

de madeira marrom, como se<br />

fosse uma proteção...<br />

Neste momento, Ulisses<br />

quis se mexer e não conseguiu.<br />

Sentiu-se estontear e pareceu<br />

ter perdido a noção do lugar,<br />

como se não soubesse onde<br />

estava... Foi quando começou<br />

a gritar. Ele não viu que<br />

direção tomou o caboclinho,<br />

só que quando chegamos não<br />

encontramos ninguém ali...<br />

Às 6 horas da tarde, no mato,<br />

fica tudo escuro como se fosse<br />

noite. Mas Ulisses afirmou<br />

que havia se encontrado com<br />

o Curupira. Não soube dizer<br />

porque sentiu tanto medo,<br />

até porque o caboclinho não<br />

lhe fez mal nenhum. Como<br />

disse antes, sempre vivemos<br />

de bem com a Natureza e a<br />

respeitamos e por isso mesmo<br />

estávamos surpresos. Mas a<br />

verdade é que Ulisses ficou<br />

apavorado...<br />

gau de arroz, uma espiga de<br />

milho verde ou uma batata<br />

doce. No fim arrematava<br />

tudo com uma cuia de pinga<br />

de Abaeté. O vício da maldita<br />

veio devagarinho. Primeiro<br />

uma tigela, depois duas e<br />

chegou na cuia grande. Certo<br />

dia acordou de um porre,<br />

tendo entre os dentes um<br />

enorme charuto cubano, uma<br />

vergonha. Nesse estado, meio<br />

cá meio lá, ele avista o Boca<br />

Negra, o maldoso vira-lata da<br />

Turca. Sentiu ódio. Vendo a<br />

barra pesada, o cachorro entrou<br />

na casa com o Ginasiano<br />

atrás, dando peitada e jogando<br />

a porta abaixo. A residência<br />

virou um pandemônio. Ele<br />

alcançou o maldito no fim<br />

do corredor e o imprensou<br />

de encontro à parede sob<br />

os gritos histéricos da Turca.<br />

Boca Negra morreu ali<br />

mesmo, esmagado e sem<br />

tempo de um último latido<br />

de finado.<br />

Certa manhã um moleque<br />

apressado e nervoso bateu<br />

na porta da D. Zezé.<br />

-É pra nhora í lá no mercado<br />

agorinha, o Ginasiano tá<br />

morre num morre.<br />

O alvoroço causado pela<br />

notícia foi complementado<br />

pelos preparativos de emergência<br />

da D. Zezé, que era<br />

sinônimo insofismável de<br />

lavagem intestinal. Com essa<br />

arte ela curava gripe, ataque<br />

histérico, espinhela caída<br />

e qualquer má disposição.<br />

Centrada nessa intenção, ela<br />

chega ao mercado e avista o<br />

Ginasiano caído no meio da<br />

rua, com os olhos vidrados e<br />

Minha Saudade”, anos depois<br />

deram o nome do Maestro<br />

Wilson Fonseca ao Aeroporto<br />

que já fez muitos aniversários<br />

e por isso mesmo talvez imaginem<br />

que a reclamação é tardia.<br />

Antes tarde do que nunca.<br />

A propósito, já começam<br />

a chegar a Alter do Chão,<br />

os lampejos do descaso, da<br />

insensatez, da poluição. O<br />

paraíso começa a ficar doente.<br />

De nada adianta dizerem que<br />

o Lago Verde é um de nossos<br />

orgulhos, se não começarem a<br />

cuidar desde agora.<br />

Sinto dizer que não tenho<br />

muito otimismo. Tomara<br />

esteja enganado.<br />

Mais uma lágrima para<br />

o futuro?<br />

Pense nisto: a natureza<br />

não pertence a ninguém.<br />

Nós é que pertencemos a ela.<br />

Quando a destruímos é a nós<br />

mesmos que fazemos mal.<br />

José Wilson Malheiros.<br />

jwmalheiros@hotmail.com<br />

Começamos a fazer perguntas,<br />

como era o Curupira,<br />

porque embora nós sentíssemos<br />

sua presença, nunca<br />

nenhum de nós o tinha visto.<br />

Só ouvíamos as histórias, inclusive<br />

de suas mundiações,<br />

quando fazia os caçadores se<br />

perderem no mato...<br />

Ulisses respondia a todas<br />

as perguntas: dizia que<br />

era um curumim (menino),<br />

um caboclinho mesmo, que<br />

estava nu, que seu corpo parecia<br />

de pequenas placas de<br />

alguma coisa como se fosse<br />

madeira de cor marrom...<br />

Quando perguntávamos se<br />

tinha mesmo os pés virados<br />

para trás, Ulisses ria e não<br />

respondia nem que sim, nem<br />

que não... Mas ele levou um<br />

grande susto. A história se<br />

espalhou pela Serra de Parintins<br />

e durante muito tempo<br />

se falou no encontro com o<br />

Curupira...”<br />

E D. Nazaré concluiu<br />

dizendo “- A única dúvida que<br />

ficou foi sobre os pés. Todo<br />

mundo diz que o Curupira<br />

tem os pés voltados para trás.<br />

Mas toda vez que perguntávamos,<br />

ele desconversava, ria<br />

e não respondia nem “sim”<br />

nem “não”...!”<br />

a respiração ofegante.<br />

- Dessa vez abusou –<br />

disseram pra ela – tomou três<br />

cuias de cachaça.<br />

D. Zezé examinou e<br />

logo viu que não era bem caso<br />

pra lavagem intestinal. Tirou<br />

uns trocados do sutiã (na<br />

época, porta-seios) e ordenou<br />

pro moleque:<br />

- Rápido, vai ali na farmácia<br />

do seu Ninito Veloso e<br />

compra um vidro grande de<br />

sal de fruta.<br />

Tudo providenciado, ela<br />

misturou o vidro inteiro num<br />

litro d’água e entornou goela<br />

abaixo do coitado. Veio uma<br />

tremedeira braba, Ginasiano<br />

levanta a cabeça e Buuuaahrrraaa!<br />

Deu o maior arroto da<br />

República, maior que o costumeiro<br />

arroto de pedantismo<br />

que o deputado propalava<br />

naquela noite de luar, quando<br />

Ginasiano vinha no seu passo<br />

lento pela calçada. O político<br />

estava feliz e não escutava o<br />

aviso da esposa.<br />

-Cuidado, bem, vamos<br />

sair que lá vem o diacho do<br />

ginasiano.<br />

Ele nada, pensando<br />

longe.<br />

- Ah, filha, na próxima<br />

eleição eu saio pra prefeito e a<br />

gente acaba rico.<br />

Quase não termina a frase.<br />

Ginasiano mete o chifre por baixo<br />

da cadeira de vime, levanta sua<br />

excelência no ar e o atira numa<br />

poça de lama fétida, no leito da<br />

rua. Ginasiano, o boi ídolo da<br />

cidade, morreu de velhice muitos<br />

anos depois. Foi sepultado<br />

no terreno do D. Amando e<br />

Santarém toda chorou.


Este ano, tudo indica<br />

que não haverá sustos. O nível<br />

das águas dos rios Amazonas<br />

e Tapajós já começaram a<br />

baixar, segundo medição feita<br />

pela Marinha no porto da<br />

Companhia Docas do Pará em<br />

Santarém. O nível máximo<br />

atingido foi de 7,84 metros,<br />

bem abaixo dos 8,60 metros<br />

do ano passado, quando foi<br />

registrada a maior cheia das<br />

últimas décadas. A estimativa<br />

é de que a seca em 2007<br />

seja normal, sem previsão de<br />

que se repita a seca de 2005,<br />

revela a Delegacia Fluvial de<br />

Santarém.<br />

Em 2006 as águas dos<br />

rios começaram a baixar só a<br />

partir da primeira quinzena de<br />

Comunidades visitam a MRN<br />

A Mineração Rio do<br />

Norte recebeu 40 pessoas<br />

da Associação Preservação<br />

Ambiental e do Centro Universitário<br />

Leonardo da Vinci,<br />

ambos do município de Terra<br />

Santa. Os visitantes conheceram<br />

as minas de extração de<br />

bauxita e a Casa da Memória,<br />

mantida pela empresa e que<br />

resgata toda a história da<br />

MRN em Porto Trombetas.<br />

Familiares dos empregados<br />

da mineração, moradores<br />

Na terça-feira, 5, Dia<br />

Mundial do Meio Ambiente e<br />

da Ecologia, na Praça dos Três<br />

Poderes, em Brasília, representantes<br />

de organizações da<br />

sociedade civil e movimentos<br />

sociais integrantes do Con-<br />

Alunos da Escola de<br />

Ensino Médio São José, de<br />

Óbidos, se revezam nos finais<br />

de semana pondo em prática<br />

o projeto “Reconstruir para<br />

não Destruir”. O projeto foi a<br />

forma que a escola encontrou<br />

da Vila de Porto Trombetas,<br />

onde a empresa está instalada,<br />

também aproveitaram<br />

para fazer a programação.<br />

A ação faz parte de um<br />

programa de visitas da empresa<br />

que existe desde 2003. Só<br />

no ano passado, 213 comunidades<br />

da região Oeste do Pará<br />

conheceram a MRN e cerca<br />

de 216 parentes de empregados<br />

puderam ver de perto o<br />

dia-a-dia de seus familiares.<br />

Alunos da Universidade do<br />

sórcio pelo Desenvolvimento<br />

Socioambiental da BR-163<br />

entregaram um bolo de “aniversário”<br />

e um documento<br />

com críticas à ausência de<br />

ações governamentais para<br />

colocar o plano em prática,<br />

para integrar a comunidade estudantil<br />

nos finais de semana,<br />

reduzir o número de carteiras<br />

quebradas e, ainda, garantir<br />

a reposição das carteiras nas<br />

salas de aula. Munidos de<br />

pregos, martelos, pincel e ver-<br />

Estado do Amazonas também<br />

estiveram na mineradora em<br />

2006.<br />

A MRN produz bauxita<br />

desde 1979 e emprega<br />

cerca de 1200 pessoas. Todo<br />

ano, a empresa abre suas<br />

portas para que a comunidade<br />

conheça suas atividades.<br />

O objetivo é divulgar<br />

as ações da empresa nas<br />

áreas de meio ambiente,<br />

responsabilidade social e<br />

segurança.<br />

quase um ano depois de seu<br />

lançamento. A performance<br />

incluiu palhaços, pernas-depau,<br />

faixas, apitos e línguasde-sogra.<br />

Mas até agora nada<br />

de resultados práticos.<br />

O modelo de gestão<br />

niz, os alunos lixam, pintam<br />

e consertam carteiras danificadas.<br />

Só em dois finais de<br />

semana, cerca de 150 carteiras<br />

foram recuperadas. Em quatro<br />

meses de atividades da escola,<br />

cerca de mil carteiras já foram<br />

ATUALIDADES<br />

Rios já começaram a baixar no Oeste<br />

junho. Já este ano o chamado<br />

repiquete -, fenômeno de<br />

oscilação do nível que ocorre<br />

quando as águas começam a<br />

baixar - aconteceu a partir do<br />

dia 22 de maio. O acompanhamento<br />

feito diariamente<br />

que vai permitir iniciativas de<br />

mitigação dos impactos socioambientais<br />

do asfaltamento da<br />

rodovia BR-163 (Santarém-<br />

Cuiabá) está parado na Casa<br />

Civil há meses. Quase mil<br />

quilômetros da estrada de-<br />

repostas por esse método.<br />

Além disso, os alunos da<br />

escola São José, que atende a<br />

2.500 estudantes, têm outra<br />

atividade nos finais de semana.<br />

Eles participam do projeto<br />

Exercício da Cidadania, exe-<br />

na régua de medição instalada<br />

no porto mostra que os rios<br />

voltaram à normalidade, encerrando<br />

o ciclo de grande<br />

seca e depois cheia, registrado<br />

em 2005 e 2006. A comparação<br />

dos índices dos primeiros<br />

Visitantes conhecem mina de extração de bauxita da MRN<br />

Protesto em Brasília pela BR-163 não surtiu efeito<br />

vem ser asfaltados. A rodovia<br />

atravessa Mato Grosso e Pará<br />

e é uma das principais vias<br />

de escoamento da produção<br />

de grãos, carne e madeira<br />

da Amazônia. A obra é uma<br />

reivindicação de empresários<br />

Escola de Óbidos promove ação de cidadania<br />

cutado em parceria com o<br />

Procon, Justiça do Trabalho,<br />

Detran, Delegacia da Mulher,<br />

Associação dos Alcoólicos<br />

Anônimos (AAA), entre outros.<br />

O projeto consiste na<br />

apresentação de palestras sobre<br />

JUNHO - 2007 7<br />

meses deste ano com os do<br />

mesmo período do ano passado<br />

revela diferença de até<br />

um metro a menos no nível<br />

dos rios. O verão está mesmo<br />

chegando, para gáudio de<br />

todos.<br />

da região. O Plano BR-163<br />

Sustentável foi lançado em<br />

2006. As iniciativas previstas<br />

no documento têm o objetivo<br />

de reduzir impactos sociais<br />

e ambientais que a obra vai<br />

causar.<br />

temas diversos de interesse da<br />

comunidade estudantil, desde<br />

gravidez na adolescência, passando<br />

por direitos da mulher<br />

e direitos trabalhistas. A escola<br />

vai integrar o projeto Escola de<br />

Portas Abertas.


8 JUNHO - 2007<br />

O governo federal acena<br />

para a construção de uma usina<br />

hidrelétrica no rio Tapajós.<br />

“Antes mesmo do desfecho<br />

do caso rio Madeira, governo<br />

e empreiteiros já preparam o<br />

terreno para uma nova gran-<br />

de hidrelétrica na Amazônia.<br />

O próximo alvo é o Tapajós,<br />

um dos últimos grandes rios<br />

da região ainda sem represas<br />

planejadas”, diz o jornal Folha<br />

de São Paulo, em recente<br />

edição.<br />

1º de junho. Dia da Imprensa.<br />

Ainda não há uma estimativa<br />

do potencial de geração<br />

de energia dos dois rios. Mas<br />

já identificaram nas corredeiras<br />

de São Luís do Tapajós um<br />

potencial de 11 mil megawatts<br />

(9.000 no Tapajós e 2.000 no<br />

A imprensa é<br />

uma peça<br />

fundamental para<br />

se entender<br />

melhor o mundo.<br />

VARIEDADES<br />

Alepa fará manifesto pró Unioespa<br />

O deputado Alexandre<br />

Von apresentou requerimento<br />

na Assembléia Legislativa em<br />

favor de uma enfática manifestação<br />

de apoio à criação<br />

da Universidade Federal do<br />

Oeste do Pará – Unioespa.<br />

O projeto, já aprovado no<br />

Senado à unanimidade, está<br />

na Câmara dos Deputados,<br />

onde precisa de um reforço<br />

tático para prosperar. A manifestação<br />

de apoio proposta<br />

por Von será encaminhada<br />

à Presidência da República,<br />

Casa Civil, Ministério da Educação,<br />

Secretaria de Educação<br />

Superior do MEC, Câmara<br />

Federal, Senado, Governo<br />

do Pará, Reitoria da UFPA,<br />

Coordenação do Campus da<br />

UFPA em Santarém, Prefeituras<br />

e Câmaras Municipais de<br />

Santarém, Alenquer, Almeirim,<br />

Aveiro, Belterra, Curuá,<br />

Faro, Itaituba, Jacareacanga,<br />

Juruti, Monte Alegre, Novo<br />

Progresso, Óbidos, Oriximi-<br />

ná, Placas, Prainha, Rurópolis,<br />

Terra Santa e Trairão. A população<br />

desses municípios, de<br />

acordo com levantamento do<br />

IBGE, é de cerca de 1.044.724<br />

habitantes, o que corresponde<br />

a aproximadamente 14% da<br />

população do Pará, e superior<br />

à de alguns Estados da Amazônia<br />

como Acre, Amapá e<br />

Roraima.<br />

Justificando a iniciativa,<br />

Alexandre Von argumentou<br />

que a futura Universidade<br />

é de grande importância<br />

para o desenvolvimento da<br />

educação em toda a região<br />

oeste do Pará. Hoje, o campus<br />

da UFPA em Santarém<br />

oferece apenas sete cursos de<br />

graduação, o que força considerável<br />

parcela de estudantes<br />

a migrar para a capital em<br />

busca de cursos de sua preferência.<br />

Só para se ter uma<br />

idéia – salientou o deputado<br />

– dos dezenove municípios<br />

da região oeste do Pará, a<br />

Governo estuda hidrelétrica no Tapajós<br />

Jamanxim). É quase o dobro<br />

da capacidade instalada somada<br />

das UHE de Santo Antônio<br />

e Jirau, no rio Madeira, em<br />

Rondônia. E o equivalente à<br />

usina de Belo Monte, no rio<br />

Xingu.<br />

sede mais próxima de Belém<br />

é Almeirim, que dista 453<br />

Km, enquanto a mais distante,<br />

Jacareacanga, está a 1.154<br />

Km de Belém, 45 Km a mais<br />

do que a distância entre São<br />

Paulo e Porto Alegre.<br />

Há dez instituições de<br />

nível superior no oeste do<br />

Pará, sete delas funcionam em<br />

Santarém, duas em Oriximiná<br />

e uma em Itaituba, mas cinco<br />

delas são públicas e as demais<br />

privadas. As opções de vagas<br />

Segundo a Folha, a construtora<br />

Camargo Corrêa deve<br />

concluir ainda neste semestre<br />

o levantamento do potencial<br />

hidráulico do Tapajós e do Jamanxim,<br />

seu afluente, na região<br />

de Itaituba. Um financiamento<br />

se concentram principalmente<br />

nas particulares, impedindo<br />

o acesso dos estudantes<br />

carentes.<br />

O parlamentar defende<br />

a imediata implantação da<br />

Unioespa, com a ampliação<br />

dos cursos regulares e também<br />

oferta de cursos de pós-graduação,<br />

como especialização e<br />

mestrado, e o incremento de<br />

projetos de pesquisa e extensão<br />

que já são desenvolvidos<br />

no campus local.<br />

Luis Cunha combate evasão e cria assistência psicopedagógica escolar<br />

O líder do PDT na Assembléia<br />

Legislativa, deputado<br />

Luis Cunha, apresentou<br />

projeto de lei autorizando o<br />

Poder Executivo a implantar<br />

assistência psicológica e<br />

psicopedagógica nas escolas<br />

públicas da rede estadual,<br />

para diagnosticar e prevenir<br />

problemas de aprendizagem.<br />

O projeto também dispõe sobre<br />

medidas a serem adotadas<br />

em caso de evasão escolar ou<br />

reiteração de faltas injustificadas<br />

de criança ou adolescente<br />

às aulas.<br />

A proposta obriga cada<br />

professor a comunicar à dire-<br />

ção da escola a evasão ou a reiteração<br />

de faltas injustificadas<br />

do aluno na faixa etária até 16<br />

anos, quando não conseguir<br />

alterar o comportamento<br />

deste e vislumbrar a possibilidade<br />

de comprometimento<br />

do ensino. A comunicação do<br />

professor deverá ser acompanhada<br />

de relatório escrito.<br />

O dirigente da escola, ciente<br />

do fato, solicitará aos pais ou<br />

responsáveis pelo aluno que<br />

compareçam no prazo de três<br />

dias, prorrogável uma vez, por<br />

igual período, se justificado. A<br />

direção informará aos pais<br />

e/ou responsáveis as ocorrên-<br />

cias constantes do relatório,<br />

indagando-lhes se a criança<br />

ou adolescente demonstrou<br />

algum descontentamento<br />

com algum aspecto do estabelecimento<br />

de ensino; se tinham<br />

ciência das ocorrências<br />

constantes do relatório, bem<br />

como dos motivos alegados<br />

para a evasão ou reiteração<br />

de faltas injustificadas; se o<br />

menor apresenta algum distúrbio<br />

ou estado de saúde que<br />

impeça ou dificulte sua freqüência<br />

no estabelecimento<br />

de ensino; e se exerce alguma<br />

atividade, profissional ou não,<br />

que impeça ou dificulte sua<br />

freqüência às aulas. Ao final,<br />

o diretor da escola elaborará<br />

ata em que constará tudo o<br />

que foi tratado.<br />

Com base nas informações<br />

prestadas pelos pais<br />

ou responsáveis, a direção da<br />

escola, em dois dias, deverá<br />

adotar, no âmbito de suas<br />

atribuições, medidas para a<br />

recuperação do estudante.<br />

As medidas serão adotadas<br />

de imediato em caso do nãocomparecimento<br />

dos pais ou<br />

responsáveis. Se a direção da<br />

escola constatar que suas medidas<br />

se mostraram ineficazes,<br />

comunicará imediatamente<br />

o fato ao Conselho Tutelar<br />

e, na sua falta, à autoridade<br />

judiciária competente, por<br />

intermédio de documento<br />

escrito.<br />

Se necessário, o Conselho<br />

Tutelar poderá encaminhar<br />

ao Ministério Público e<br />

à autoridade judiciária notícia<br />

ou fato que vislumbre constituir<br />

infração administrativa<br />

ou penal contra os direitos<br />

da criança ou adolescente,<br />

juntando cópia de todos os<br />

documentos. O professor<br />

ou o dirigente de estabelecimento<br />

de ensino que não<br />

cumprir essas obrigações<br />

estará sujeito à aplicação de<br />

multa no valor de 50 a 350<br />

UPF – Unidade Padrão Fiscal,<br />

dobrando o valor no caso<br />

de reincidência.<br />

“Muito se fala de desemprego,<br />

de violência juvenil e<br />

da necessidade de políticas<br />

específicas para a juventude”,<br />

salientou Luis Cunha, lembrando<br />

que um dos problemas<br />

graves que afeta a educação é<br />

a evasão escolar, muitas vezes<br />

causada por abuso sexual e<br />

toda sorte de violência contra<br />

crianças e adolescentes, que<br />

acabam deixando a escola por<br />

falta de apoio.<br />

de R$ 13,6 milhões da Finep<br />

(Financiadora de Estudos e<br />

Projetos), órgão do Ministério<br />

da Ciência e Tecnologia, financiaria<br />

a obra. A primeira parcela<br />

do empréstimo foi liberada em<br />

fevereiro.

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