As alergias do trato respiratório são cada vez mais ... - Intersoft
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Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779<br />
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PLANEJAMENTO PARA TRATAMENTO DA RINITE ALÉRGICA<br />
<strong>As</strong> <strong>alergias</strong> <strong>do</strong> <strong>trato</strong> <strong>respiratório</strong> <strong>são</strong> <strong>cada</strong> <strong>vez</strong> <strong>mais</strong> freqüentes. Em média<br />
10% <strong>do</strong>s brasileiros sofrem de <strong>alergias</strong>, número que chega a 15% entre crianças<br />
e a<strong>do</strong>lescentes.<br />
A industrialização crescente e a poluição ambiental <strong>são</strong> fatores muito<br />
importantes na difu<strong>são</strong> e no agravamento das <strong>do</strong>enças respiratórias alérgicas. O<br />
ar que respiramos contém numerosas substâncias que podem provocar<br />
irritações ou <strong>alergias</strong> respiratórias, tais como as resultantes da combustão<br />
<strong>do</strong>s deriva<strong>do</strong>s de petróleo, poeiras orgânicas (detritos de ácaros, baratas,<br />
borboletas), poeiras inorgânicas, fungos-<strong>do</strong>-ar, vírus e remédios. Estas<br />
substâncias podem provocar alterações da mucosa <strong>do</strong> nariz, com a<br />
conseqüência rinite, alérgica ou não.<br />
<strong>As</strong> crises de rinite <strong>são</strong> muito desconfortáveis e necessitam de tratamento<br />
médico de imediato. São responsáveis por muitos desconfortos e muitas faltas<br />
ao trabalho e à escola.<br />
Apesar <strong>do</strong>s avanços espetaculares no campo da imunologia é muito<br />
freqüente ouvir esta frase “ALERGIA NÃO TEM CURA”. Quem diz isso<br />
desconhece os avanços médicos ou ignora os tratamentos disponíveis para os<br />
porta<strong>do</strong>res de <strong>alergias</strong>.<br />
TRATAMENTO ANTIALÉRGICO<br />
O tratamento antialérgico envolve várias fases que devem ser conhecidas<br />
para otimizar o tratamento:<br />
1) Tratar os sintomas: os remédios servem para resolver as crises<br />
alérgicas.<br />
2) Tratar a causa: as vacinas antialérgicas servem para tratar a(s)<br />
causa(s) da rinite.<br />
3) Controlar alérgenos e irritantes, que podem ser inala<strong>do</strong>s ou<br />
ingeri<strong>do</strong>s. O seu controle assume importância, pois eles diminuem ou<br />
evitam crises alérgicas.<br />
4) Educar os alérgicos e, no caso das crianças, seus responsáveis para<br />
que o tratamento seja compreendi<strong>do</strong> e ofereça o melhor resulta<strong>do</strong>.<br />
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AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR<br />
www.alergiarespiratoria.com.br – bertoni@alergiarespiratoria.com.br
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1- SINTOMAS<br />
A rinite alérgica é caracterizada clinicamente por coceira nasal intensa,<br />
espirros em salva (5 espirros ou <strong>mais</strong>), nariz entupi<strong>do</strong> e coriza hialina<br />
(aquosa ou aspecto de clara de ovo). Estes <strong>são</strong> os sintomas que caracterizam a<br />
inflamação da mucosa nasal.<br />
Muitas <strong>vez</strong>es a rinite alérgica pode aparecer de mo<strong>do</strong> gradual, sob a<br />
forma de um sintoma por <strong>vez</strong>. E assim há pessoas que apresentam clínica com<br />
um mínimo de sintomas, às <strong>vez</strong>es só um, como lacrimejamento e coceira nos<br />
olhos (conjuntivite alérgica), coceira nos ouvi<strong>do</strong>s (otite alérgica), irritação de<br />
garganta (faringite crônica) ou pre<strong>do</strong>minância de nariz entupi<strong>do</strong>.<br />
Quem tem rinite alérgica pode ter infecções de garganta, <strong>do</strong>r de ouvi<strong>do</strong><br />
ou sinusite de repetição. Quan<strong>do</strong> isto acontece, é muito importante fazer uma<br />
avaliação alérgica. Geralmente quan<strong>do</strong> a coriza aquosa fica com cor amarela ou<br />
amarelo-esverdeada existe infecção associada à alergia.<br />
O nariz entupi<strong>do</strong> cronicamente pode provocar uma série de alterações,<br />
tais como respiração bucal, dificuldades de audição, alterações torácicas,<br />
modificações <strong>do</strong> céu da boca e alterações na ar<strong>cada</strong> dentária.<br />
Algumas das complicações da obstrução nasal: anormalidade de fala,<br />
dificuldade de aprendiza<strong>do</strong>, respiração pela boca (anormalidades no<br />
crescimento facial e dental), problemas psicossociais, sinusites, infecções de<br />
ouvi<strong>do</strong> de repetição.<br />
Na gravidez: ocorrem mudanças hormonais que podem causar rinite, que<br />
melhora após o parto.<br />
Os sintomas das crises podem ser alivia<strong>do</strong>s localmente com uso de<br />
vasodilata<strong>do</strong>res (gotas nasais) e corticosteróides tópicos. Mas deve ser evita<strong>do</strong><br />
o abuso de gotas nasais. Nos primeiros 7 dias, estes medicamentos apresentam<br />
bom resulta<strong>do</strong>; com o passar <strong>do</strong> tempo, porém, o “efeito rebote” (obstrução<br />
nasal) aparece associa<strong>do</strong> com a rinite química provo<strong>cada</strong> por este tipo de<br />
medicação. Estes <strong>do</strong>is efeitos pioram a rinite alérgica.<br />
Remédios com atuação sistêmica <strong>são</strong> ótimos para tratar as crises<br />
alérgicas, mas não resolvem à causa das crises, ou seja: remédios não<br />
curam rinite, apenas ajudam a controlar as crises de rinite alérgica.<br />
2- CAUSA<br />
Existem vários tipos de rinites:<br />
1) Infecciosas causadas por vírus (resfria<strong>do</strong>, gripe...).<br />
2) Medicamentosas por uso abusivo de gotas nasais ou medicação de uso<br />
sistêmico, como os remédios para pres<strong>são</strong> alta, pres<strong>são</strong> intra-ocular...<br />
3) Não-alérgicas, rinites de outra natureza, diferentes das duas acima.<br />
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4) Alérgicas de <strong>do</strong>is tipos: sazonais e perenes. <strong>As</strong> crises <strong>são</strong> muito parecidas<br />
entre si, mas somente a rinite alérgica apresenta testes alérgicos positivos,<br />
enquanto os de<strong>mais</strong> <strong>são</strong> negativos.<br />
- Intermitente ou sazonal: os sintomas ocorrem em determinada estação<br />
<strong>do</strong> ano. Os polens de gramas, arbustos ou árvores se encaixam neste<br />
perfil. Ocorre somente no perío<strong>do</strong> em que se liberam os polens.<br />
Freqüente no Sul <strong>do</strong> Paraná e no Sul <strong>do</strong> Brasil.<br />
- Persistente ou perene: os sintomas ocorrem durante to<strong>do</strong> ano. Os<br />
ácaros, baratas e fungos-<strong>do</strong>-ar se encaixam neste perfil.<br />
ALÉRGENOS<br />
A exposição aos alérgenos pode ocorrer tanto dentro das<br />
residências como nos locais de trabalho. Os ácaros e a poeira <strong>do</strong>miciliar<br />
representam <strong>mais</strong> de 90% <strong>do</strong>s alérgenos responsáveis pelas crises de rinite e<br />
asma; os detritos das baratas, por 25%. Os ani<strong>mais</strong> <strong>do</strong>mésticos como cães,<br />
gatos e aves apresentam baixa alergização entre nós (menos que 5% <strong>do</strong>s<br />
alérgicos). A alergização aos polens, apesar de ser muito falada, é muito rara e<br />
sua maior incidência ocorre na região Sul <strong>do</strong> Paraná, em Santa Catarina e no<br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Nas outras regiões <strong>do</strong> Brasil praticamente não ocorre.<br />
Profissionais que lidam com ani<strong>mais</strong> e trabalha<strong>do</strong>res de certas indústrias<br />
podem-se alergizar com os produtos que manipulam.<br />
DIAGNÓSTICO<br />
O diagnóstico é feito por meio de uma história clínica alérgica detalhada.<br />
A história é orienta<strong>do</strong>ra na escolha <strong>do</strong>s testes <strong>mais</strong> adequa<strong>do</strong>s para <strong>cada</strong><br />
cliente. Existem <strong>do</strong>is tipos de testes: os “in vivo” e os “in vitro”.<br />
Os testes “in vivo” <strong>são</strong> feitos com o próprio paciente. A Clínica de Alergia<br />
Respiratória padronizou os alérgenos <strong>mais</strong> comuns encontra<strong>do</strong>s em nossa<br />
região. No teste de puntura coloca-se uma gota de <strong>cada</strong> alérgeno na face volar<br />
<strong>do</strong> braço e a seguir faz-se uma pequena escarificação na pele com um puntor.<br />
No teste intradérmico injetam-se os alérgenos (um a um) padroniza<strong>do</strong>s no<br />
braço. Em ambos os casos o tempo de leitura é 15-20 minutos. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
caso e de sua complexidade, faz-se o teste de provocação, por meio da<br />
instilação, no nariz, em <strong>do</strong>ses crescentes, <strong>do</strong> alérgeno escolhi<strong>do</strong>. Depois é feita<br />
a avaliação.<br />
Os testes “in vitro” <strong>são</strong> os chama<strong>do</strong>s exames de laboratório em que<br />
podemos <strong>do</strong>sar o IgE total e os anticorpos IgE específicos. A <strong>do</strong>sagem de IgE<br />
total pode estar elevada nas <strong>alergias</strong> e também nas verminoses intestinais.<br />
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VACINAS ANTIALÉRGICAS<br />
<strong>As</strong> vacinas antialérgicas servem para estimular a proteção específica <strong>do</strong><br />
organismo <strong>do</strong> alérgico. Os alérgenos, quan<strong>do</strong> <strong>são</strong> pre<strong>do</strong>minantemente inala<strong>do</strong>s<br />
pela vias respiratórias, aumentam a produção <strong>do</strong>s anticorpos da alergia (IgE).<br />
<strong>As</strong> vacinas antialérgicas <strong>são</strong> produzidas com alérgenos purifica<strong>do</strong>s,<br />
portanto elas não podem ser apli<strong>cada</strong>s universalmente, mas sim de acor<strong>do</strong> com<br />
o padrão de alergização <strong>do</strong> paciente. O padrão é determina<strong>do</strong> paciente a<br />
paciente. A sua aplicação é subcutânea, em <strong>do</strong>ses crescentes, de tal maneira<br />
que a proteção aumenta gradualmente com os níveis de anticorpos protetores<br />
chama<strong>do</strong>s IgG. Quan<strong>do</strong> os níveis <strong>do</strong>s anticorpos protetores se tornam maiores<br />
<strong>do</strong> que os anticorpos da alergia, gradualmente as crises vão-se tornan<strong>do</strong> <strong>mais</strong><br />
fracas e <strong>cada</strong> <strong>vez</strong> <strong>mais</strong> espaçadas até que fiquem controladas.<br />
O fracasso desse tipo de tratamento ocorre por vários motivos.<br />
Destacamos os seguintes:<br />
- Vacinas apli<strong>cada</strong>s por pouco tempo e aban<strong>do</strong>no delas antes de atingirem<br />
níveis protetores adequa<strong>do</strong>s;<br />
- Vacinas baseadas somente em testes alérgicos, esquecen<strong>do</strong>-se das<br />
outras características da rinite alérgica;<br />
- Composição inadequada da vacina;<br />
- Confu<strong>são</strong> de diagnóstico entre rinite alérgica e não-alérgica, que <strong>são</strong><br />
muito semelhantes entre si.<br />
<strong>As</strong> avaliações <strong>do</strong>s tratamentos antialérgicos mostram que os alérgicos<br />
ficam livres ou as crises tornam-se muito esporádicas após um ano de<br />
tratamento. A seguir, deve-se continuar com a fase de manutenção por <strong>mais</strong><br />
<strong>do</strong>is ou três anos.<br />
O acompanhamento até 6 anos após o término das vacinas antialérgicas<br />
mostrou que os pacientes ficaram livres das crises e diminuíram a chance de se<br />
tornarem alérgicos a outros alérgenos. Este último fato é muito comum nas<br />
pessoas que não fazem o tratamento específico.<br />
3- CONTROLE AMBIENTAL<br />
Estas informações <strong>são</strong> importantes para as pessoas com manifestações<br />
alérgicas <strong>do</strong> aparelho <strong>respiratório</strong>, que geralmente costumam ter os sintomas<br />
agrava<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> em contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes. (ver<br />
controle ambiental - rinite)<br />
4- EDUCAÇÃO<br />
É muito importante o cliente ou os responsáveis pelas crianças<br />
compreenderem bem o tipo de patologia alérgica que os afeta, pois isso facilita o<br />
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tratamento e melhora os resulta<strong>do</strong>s. Procurar esclarecer com seu alergista to<strong>do</strong>s<br />
os pontos que ficarem em dúvida.<br />
Às <strong>vez</strong>es, os clientes ou responsáveis pelas crianças sem querer acabam<br />
fazen<strong>do</strong> o uso de medicamentos que desencadeiam crises de rinite ou as<br />
agravam, principalmente os deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> AAS ou corantes amarelos<br />
encontra<strong>do</strong>s em alimentos e refrigerantes.<br />
Infelizmente as crianças alérgicas não podem beber refrigerantes que<br />
contenham corantes, e os adultos os continuam compran<strong>do</strong>, e assim com<br />
certeza elas acabam toman<strong>do</strong>-os.<br />
Alguns adultos consideram irrelevantes estas normas e acabam<br />
ignoran<strong>do</strong>-as e inadvertidamente trazem prejuízos à saúde de seus filhos ou a si<br />
mesmos. “Educere” é uma palavra <strong>do</strong> latim que significa educar-se e aprender<br />
a viver. Faça dela um lema.<br />
AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO.<br />
IMPORTANTE<br />
<strong>As</strong> informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui<br />
caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de<br />
confiança para diagnóstico e tratamento.<br />
Dr. Luiz Carlos Bertoni<br />
Alergista - <strong>As</strong>sociação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)<br />
Membro - World Allergy Organization (WAO)<br />
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