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Volume 19 - Número 4 - Dezembro, 2000 - Sociedade Brasileira de ...

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cerebral e da hidrocefalia 16,23,33 . Em nossa casuística, dois<br />

pacientes apresentaram-se apenas com queixa <strong>de</strong><br />

vertigem, fato também observado por outros autores<br />

1,14,18,31 . Os infartos do cerebelo geralmente são únicos,<br />

mas em 20% dos casos são múltiplos e, nesses casos, a<br />

manifestação clínica é a <strong>de</strong> um quadro pseudotumoral ou<br />

coma profundo e quadriplegia 4, 9 .<br />

A TC é útil no diagnóstico do infarto cerebelar 32 ,<br />

exceto nas primeiras 48 horas. A TC revela hipo<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

focal no cerebelo, <strong>de</strong>svio do quarto ventrículo pelo<br />

efeito <strong>de</strong> massa e hidrocefalia supratentorial 5 (Figura 1),<br />

po<strong>de</strong>ndo, em alguns casos, ser normal ou <strong>de</strong> difícil<br />

interpretação em <strong>de</strong>corrência dos artefatos ósseos.<br />

A RNM é o método diagnóstico mais sensível na<br />

fase precoce do infarto e não está sujeita aos efeitos<br />

dos artefatos <strong>de</strong> imagem provocados pelo osso. As<br />

imagens obtidas <strong>de</strong>monstram uma área <strong>de</strong> hipersinal<br />

em T2 36 (Figura 2).<br />

Figura 1 – TC <strong>de</strong>monstrando extenso infarto cerebelar no<br />

hemisfério cerebelar esquerdo, com<br />

compressão do quarto ventrículo.<br />

Figura 2 – RNM <strong>de</strong>monstrando infarto no hemisfério<br />

cerebelar direito.<br />

Infarto cerebelar<br />

Pereira CU e cols.<br />

Arq Bras Neurocir <strong>19</strong>(4): 174-178, <strong>2000</strong><br />

A angiografia cerebral digital é usada para diagnosticar<br />

obstrução arterial.<br />

Em nossos pacientes a TC foi útil no diagnóstico,<br />

tendo em vista que a maioria dos casos foi submetida a<br />

esse exame 72 horas após o ictus.<br />

O tratamento cirúrgico do infarto cerebelar compreen<strong>de</strong><br />

a drenagem ventricular externa, a <strong>de</strong>rivação<br />

ventriculoperitoneal ou a craniectomia suboccipital<br />

12,29,34 . A escolha do melhor método cirúrgico para o<br />

manuseio <strong>de</strong>ssas lesões baseia-se, principalmente, na<br />

existência ou não <strong>de</strong> hidrocefalia e <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> compressão<br />

do tronco cerebral 29 .<br />

A drenagem ventricular externa, quando usada<br />

isoladamente, segundo alguns autores, piora o<br />

prognóstico, pois provoca hérnia transtentorial ascen<strong>de</strong>nte<br />

6,15,20 . Estaria indicada apenas nos casos com<br />

hidrocefalia e ausência <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> compressão do<br />

tronco cerebral 15 .<br />

A craniectomia da fossa posterior, preconizado<br />

inicialmente por Lindgren 25 em <strong>19</strong>56, é o método utilizado<br />

pela gran<strong>de</strong> maioria dos autores naqueles casos em que<br />

há comprometimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um terço <strong>de</strong> um<br />

hemisfério cerebelar 6,<strong>19</strong>,29,34 . O dado clínico mais<br />

importante para indicação cirúrgica, além dos achados<br />

tomográficos, é a piora progressiva da consciência, que<br />

indica compressão do tronco cerebral 5,20,35 .<br />

O tratamento clínico <strong>de</strong>ve ser a opção em todos os<br />

casos <strong>de</strong> infarto que comprometem menos <strong>de</strong> um terço<br />

do hemisfério cerebelar, que não provocam distúrbios<br />

da consciência e nos quais o quadro clínico esteja<br />

estável 6,15,<strong>19</strong>,25,29 . Nesses casos é essencial a vigilância<br />

neurológica intensiva e a realização <strong>de</strong> TC e/ou RNM<br />

seriadas conforme a evolução clínica do paciente.<br />

Greenberg e cols. 17 contra-indicam, formalmente, o<br />

tratamento conservador nos casos em que o infarto é<br />

extenso, em razão dos péssimos resultados obtidos.<br />

Em nossa casuística, o tratamento foi conservador<br />

em 11 casos baseado no nível <strong>de</strong> consciência e extensão<br />

do infarto apresentados pelos doentes na admissão; 1<br />

caso foi submetido ao tratamento cirúrgico em virtu<strong>de</strong><br />

do quadro <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong> tronco cerebral e hidrocefalia<br />

supratentorial acentuada e evoluiu para óbito.<br />

O prognóstico do infarto cerebelar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />

fatores, como extensão do infarto, nível <strong>de</strong> consciência<br />

e ida<strong>de</strong> do doente e o período <strong>de</strong> tempo em que o tronco<br />

cerebral ficou comprimido 29 . A extensão do infarto<br />

<strong>de</strong>termina o tipo <strong>de</strong> evolução do quadro clínico. Os casos<br />

<strong>de</strong> infartos pequenos apresentam quadro evolutivo<br />

benigno <strong>de</strong> bom prognóstico 1 , fato observado em cinco<br />

pacientes da nossa casuística. O nível <strong>de</strong> consciência<br />

do paciente tem importância fundamental quanto ao<br />

prognóstico. Quanto mais grave for o distúrbio da<br />

consciência, tanto pior será a evolução do paciente 6,15,<strong>19</strong> .<br />

A ida<strong>de</strong> é um fator <strong>de</strong>terminante no prognóstico: quanto<br />

mais idoso o paciente, pior o prognóstico. Segundo<br />

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