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tacrolimus 0,03% pomada no tratamento da blefarite posterior

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TACROLIMUS 0,<strong>03%</strong> POMADA NO TRATAMENTO DA BLEFARITE POSTERIOR -<br />

RELATO DE CASO<br />

TACROLIMUS 0,<strong>03%</strong> OINTMENT IN THE TREATMENT OF POSTERIOR<br />

BLEPHARITIS - CASE REPORT<br />

Luis Fernando Shitakubo – Acadêmico do 6 o a<strong>no</strong> <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências Médicas<br />

<strong>da</strong> Santa Casa de Misericórdia de São Paulo<br />

Bru<strong>no</strong> Ta<strong>da</strong>o Uehara - Acadêmico do 6 o a<strong>no</strong> <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências Médicas <strong>da</strong><br />

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo<br />

Fernando Eiji Sakassegawa Naves – Fellow do 2 o a<strong>no</strong> do Setor de Córnea e Doenças<br />

Externas do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas de São Paulo<br />

Daniela Akemi Miyamoto - Fellow do 2 o a<strong>no</strong> do Setor de Córnea e Doenças Externas<br />

do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas de São Paulo<br />

Tatiana Tarules Azzi – Residente do 2 o a<strong>no</strong> do Departamento de Oftalmologia <strong>da</strong><br />

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo<br />

Ricardo Holzchuh – Preceptor do Ambulatório de Superfície Ocular do Hospital <strong>da</strong>s<br />

Clínicas de São Paulo<br />

Richard Yudi Hi<strong>da</strong> - Preceptor do Ambulatório de Superfície Ocular do Hospital <strong>da</strong>s<br />

Clínicas de São Paulo<br />

Diego Ricardo Hoshi<strong>no</strong> Ruiz – Fellow do 2 o a<strong>no</strong> do Setor de Córnea e Doenças<br />

Externas <strong>da</strong> Santa Casa de São Paulo<br />

Local onde foi realizado: Ambulatório de Superfície Ocular do Departamento de<br />

Oftalmologia do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de<br />

São Paulo<br />

Autor correspondente:<br />

Luis Fernando Shitakubo<br />

Endereço: Rua Padre Aristides Greve, 83 - São Paulo – SP<br />

Telefone: (11) 3743-9121<br />

Email: lfshitakubo@hotmail.com


Introdução<br />

Blefarite (Gr. Blepharon, pálpebra + ite, inflamação) é a inflamação palpebral,<br />

que resulta <strong>da</strong> associação de determina<strong>da</strong>s afecções (1, 2).<br />

É classifica<strong>da</strong>, anatomicamente, em anterior, quando acomete os cílios e a<br />

margem anterior <strong>da</strong> pálpebra; e <strong>posterior</strong>, quando acomete as glândulas de Meibomius.<br />

Etiologicamente, pode ser classifica<strong>da</strong> como: estafilocócia, seborréica, mista<br />

(seborréica e estafilocócica) e meibomiana (disfunção primária ou secundária <strong>da</strong><br />

glândula de Meibomius) (1,3).<br />

A <strong>blefarite</strong> é decorrente <strong>da</strong> interação entre diversos fatores como a seborréia, a<br />

colonização por microrganismos (com destaque para o Staphylococcus aureus,<br />

Staphylococcus epidermidis e Propionibacterium acnes) (3) e a obstrução glandular.<br />

Cronicamente, essas alterações influenciam a formação e a composição do filme<br />

lacrimal, que se torna mais osmolar. Consequentemente, há um aumento <strong>da</strong><br />

concentração de citocinas inflamatórias.<br />

O <strong>tratamento</strong> varia de acordo com a etiologia, mas envolve, de maneira geral, a<br />

higiene local, o uso de antibioticoterapia tópica e/ou sistêmica, agentes<br />

antiinflamatórios, como os corticosteróides tópicos, e as drogas imu<strong>no</strong>moduladoras,<br />

como a ciclosporina A. Este tipo de <strong>tratamento</strong> é ain<strong>da</strong> considera<strong>da</strong> controverso. (6)<br />

Uma <strong>no</strong>va proposta terapêutica é o uso do <strong>tacrolimus</strong> tópico, <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>. O <strong>tacrolimus</strong> (FK506) é um antibiótico macrolídeo isolado <strong>da</strong><br />

fermentação do fungo Streptomyces tsukubaensis. Possui grande efeito<br />

imu<strong>no</strong>ssupressor e ativi<strong>da</strong>de anti-linfocitária seletiva semelhante à ciclosporina. Seu<br />

uso sistêmico teve grande êxito na diminuição <strong>da</strong>s rejeições de transplantes e <strong>no</strong><br />

2


controle de algumas doenças auto-imunes. Atualmente, sua utilização tópica tem obtido<br />

ótimos resultados <strong>no</strong> campo dermatológico e oftalmológico, com a vantagem de<br />

me<strong>no</strong>res efeitos sistêmicos (4,5,6).<br />

Este relato de caso tem por objetivo mostrar os resultados do <strong>tratamento</strong> com<br />

<strong>tacrolimus</strong> tópico <strong>poma<strong>da</strong></strong> (Ophthalmos®, São Paulo - Brasil) de um paciente portador<br />

de <strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>, por um período de 30 dias, em acompanhamento <strong>no</strong> ambulatório<br />

de Superfície Ocular do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas de São Paulo.<br />

3


Relato de Caso<br />

Paciente J.R.S., 55 a<strong>no</strong>s, pardo, sexo masculi<strong>no</strong>, casado, servente de obra,<br />

natural e procedente de São Paulo. Deu entra<strong>da</strong> <strong>no</strong> ambulatório de Superfície Ocular<br />

do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas de São Paulo com queixa de vermelhidão, fotofobia, sensação<br />

de corpo estranho e sensação de olhos ressecados em ambos os olhos com duração<br />

de 3 meses. Em relação aos antecedentes pessoais, referiu ser portador de artrite<br />

reumatóide, estando em uso de cloroquina e prednisona. Negou antecedentes oculares<br />

pessoais e familiares.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> a avaliação <strong>da</strong> superfície ocular e <strong>da</strong>s pálpebras, um dia antes e 30<br />

dias após à introdução de <strong>tacrolimus</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica à 0,<strong>03%</strong>, aplica<strong>da</strong> em ambos os<br />

olhos com intervalo de 12 horas. A avaliação foi quantifica<strong>da</strong> de acordo com critérios já<br />

estabelecidos mundialmente e descritos em literatura médica pelos seguintes itens:<br />

(1) avaliação quantitativa dos sintomas do paciente (vermelhidão ocular, fotofobia,<br />

sensação de corpo estranho, sensação de olho seco) de 0 a 4+<br />

(2) medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura do menisco lacrimal, em milímetros (mm)<br />

(3) tempo de ruptura do filme lacrimal (TRFL) em 3 medi<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> olho, em<br />

segundos (s)<br />

(4) quantificação <strong>da</strong> lesão <strong>da</strong> superfície ocular com fluoresceína (de 0 a 3, dividindo<br />

a córnea em 3 regiões, sendo elas superior, media e inferior, totalizando 9<br />

pontos) e rosa bengala (de 0 a 3, dividindo a superfície ocular em temporal,<br />

média e nasal, totalizando 9 pontos)<br />

(5) teste de Schirmer I, em mm<br />

4


(6) graduação <strong>da</strong> severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong> anterior e <strong>posterior</strong> à lâmpa<strong>da</strong> de fen<strong>da</strong>,<br />

de 0 a 4+/4<br />

(7) medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> pressão intra-ocular (PIO), em milímetros de mercúrio (mmHg)<br />

No exame de entra<strong>da</strong>, referia vermelhidão ocular 3+, fotofobia 3+, sensação de<br />

corpo estranho 3+ e sensação de olho seco 3+ em ambos os olhos (AO). Apresentava,<br />

à biomicroscopia, menisco lacrimal medindo 0,3 mm em AO; TRFL de 1s, 2s e 1s <strong>no</strong><br />

olho direito (OD) e 1s, 1s e 1s <strong>no</strong> olho esquerdo (OE); coloração com fluoresceína<br />

equivalente a 2 pontos <strong>no</strong> OD e 2 pontos <strong>no</strong> OE; coloração com rosa bengala<br />

equivalente a 1 ponto <strong>no</strong> OD e 1 <strong>no</strong> OE; hiperemia conjuntival 2+/4 em AO; hiperemia<br />

palpebral 2+/4 em AO; crostas <strong>no</strong>s cílios 2+/4 em AO; telangiectasias 1+/4 em AO;<br />

secreção <strong>da</strong>s glândulas de Meibomius 2+/4 em AO; estase <strong>da</strong>s glândulas de<br />

Meibomius: 2+/4 em AO; oleosi<strong>da</strong>de e muco presentes <strong>no</strong> filme lacrimal (FL) em AO;<br />

Schirmer I igual a 10 mm em AO; e PIO igual 11 mmHg em AO.<br />

Um dia após, iniciou uso de <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica de <strong>tacrolimus</strong> a 0,<strong>03%</strong> de 12 em<br />

12 horas e higiene palpebral com xampu neutro uma vez ao dia. Trinta dias após,<br />

retor<strong>no</strong>u para reavaliação referindo ausência de todos os sintomas descritos <strong>no</strong> exame<br />

de entra<strong>da</strong>, exceto pela sensação de corpo estranho 1+ em AO (Tabela 1).<br />

Apresentava, à biomicroscopia, menisco lacrimal medindo 0,5 mm; TRFL de 2s, 2s e 3s<br />

<strong>no</strong> olho direito (OD) e 3s, 2s e 3s <strong>no</strong> olho esquerdo (OE); coloração com fluoresceína<br />

equivalente a zero ponto <strong>no</strong> OD e zero ponto <strong>no</strong> OE; coloração com rosa bengala<br />

equivalente a zero ponto <strong>no</strong> OD e zero ponto <strong>no</strong> OE; hiperemia conjuntival 1+/4 em AO;<br />

hiperemia palpebral 1+/4 em AO; crostas <strong>no</strong>s cílios 1+/4 em AO; telangiectasias 1+/4<br />

em AO; secreção <strong>da</strong>s glândulas de Meibomius 1+/4 em AO; estase <strong>da</strong>s glândulas de<br />

5


Meibomius: 1+/4 em AO; oleosi<strong>da</strong>de do FL presente em AO; Schirmer I igual a 10 mm<br />

<strong>no</strong> OD e 18 mm <strong>no</strong> OE; e PIO igual a 12 mmHg <strong>no</strong> OD e 11 mmHg <strong>no</strong> OE (tabela 2).<br />

A Tabela 1 mostra os resultados <strong>da</strong> avaliação dos sintomas do paciente. O<br />

Quadro 1 mostra os resultados <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura do menisco lacrimal, tempo de<br />

ruptura do filme lacrimal, quantificação <strong>da</strong> lesão <strong>da</strong> superfície ocular com fluoresceína e<br />

rosa bengala, teste de Schirmer I. A Tabela 2 mostra os resultados <strong>da</strong> graduação <strong>da</strong><br />

severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong> anterior e <strong>posterior</strong> à lâmpa<strong>da</strong> de fen<strong>da</strong>.<br />

A imagem 1 mostra a avaliação biomicroscópica <strong>da</strong> margem palpebral 1 dia<br />

antes <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong>. A imagem 2 mostra a<br />

avaliação biomicroscópica <strong>da</strong> margem palpebral 30 dias após a introdução <strong>da</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

oftálmica de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong>.<br />

6


Discussão<br />

A <strong>blefarite</strong> tem um grande impacto sobre a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Seus<br />

sinais e sintomas são inespecíficos e incluem irritação e prurido ocular, olho vermelho,<br />

queimação, fotofobia, hiperemia e crosta na margem palpebral. Se não trata<strong>da</strong><br />

adequa<strong>da</strong>mente, pode evoluir com calázio, hordéolo, olho seco e que<strong>da</strong> de cílios.(2)<br />

O maior benefício observado após 30 dias de <strong>tratamento</strong> com <strong>tacrolimus</strong><br />

<strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica foi a melhora <strong>no</strong>s sintomas do paciente, com persistência apenas de<br />

discreta sensação de corpo estranho.<br />

Houve um aumento <strong>no</strong> tempo de ruptura do filme lacrimal, após 30 dias do uso<br />

do <strong>tacrolimus</strong>, o que sugere melhora na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> lipídica do filme lacrimal.<br />

Na avaliação <strong>da</strong> vitali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> superfície ocular com fluoresceína e rosa bengala<br />

podemos perceber melhora significativa em ambas, com o desaparecimento <strong>da</strong>s<br />

alterações observa<strong>da</strong>s antes do início do <strong>tratamento</strong>.<br />

No teste de Schirmer I, houve variação na medi<strong>da</strong> do olho esquerdo apenas, o<br />

que não <strong>no</strong>s permite concluir se o <strong>tratamento</strong> com <strong>tacrolimus</strong> tópico por 30 dias gerou<br />

alterações na produção aquosa do filme lacrimal.<br />

Houve melhora importante em todos os parâmetros avaliados na graduação <strong>da</strong><br />

severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong> anterior e <strong>posterior</strong> à lâmpa<strong>da</strong> de fen<strong>da</strong>.<br />

Para as <strong>blefarite</strong>s refratárias, a utilização de corticosteróides isolados ou<br />

combinados com antibióticos é uma opção terapêutica, desde que o <strong>tratamento</strong> seja<br />

controlado com mínimas doses e por curtos períodos. Isso se deve a associação do<br />

seu uso prolongado com o aumento <strong>da</strong> pressão intra-ocular e com as alterações <strong>da</strong><br />

córnea e do cristali<strong>no</strong> a nível local, e com alterações sistêmicas inerentes ao uso dos<br />

7


corticosteróides. No caso relatado não houve alteração significativa <strong>da</strong> pressão intra-<br />

ocular com o uso do <strong>tacrolimus</strong>. Esse fato se justifica, em parte, por estudos<br />

farmacocinéticos que sugerem que a sua utilização tópica tem pouca repercussão<br />

sistêmica.(3)(7)(4)<br />

Entre os agentes imu<strong>no</strong>modulatórios, existe a possibili<strong>da</strong>de do <strong>tratamento</strong> com a<br />

Ciclosporina A e o Tacrolimus, ambos com o mesmo mecanismo de ação, porém o<br />

Tacrolimus apresenta uma efetivi<strong>da</strong>de in vitro 10-100 maior que a ciclosporina A.<br />

Ele atua inibindo a ativação de linfócitos B através de sua ação sobre os linfócitos T e<br />

sobre o bloqueio <strong>da</strong> transcrição do gene do fator de necrose tumoral (TNF-alfa) por um<br />

anticorpo anti-Ig. Além disso, ele atua em um estágio tardio <strong>da</strong> ativação dos linfócitos<br />

B provocando inibição substancial de sua proliferação). (5)(7)<br />

Do mesmo modo que na literatura, os resultados do <strong>tratamento</strong> com o <strong>tacrolimus</strong><br />

<strong>poma<strong>da</strong></strong> 0,<strong>03%</strong> de<strong>no</strong>tam a efetivi<strong>da</strong>de e a segurança do seu uso <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>(4).<br />

Conclusão<br />

O caso relatado contribui para a consoli<strong>da</strong>ção do <strong>tacrolimus</strong> tópico <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

como uma opção terapêutica para o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>.<br />

8


Referências<br />

1. Adán, Consuelo, “Blefarites”, in Série Oftalmologia Brasileira – Doenças Externas<br />

oculares e córnea. 2008; Rio de Janeiro – RJ, Brazil, 245-259.<br />

2. Fouks, G.N.; Lemp, M.A. Blepharitis A review for clinicians. Refractive Eyecare.<br />

2009;13 (3)<br />

3. Jackson WB. Blepharitis: current strategies for diag<strong>no</strong>sis and management. Can J<br />

Ophthalmol. 2008 Aug;43(4):485.<br />

4. Fujita, E.; Teramura Y.; et. al. Pharmacokinetics and Tissue Distribution of Tacrolimus<br />

(FK506) After a Single or Repeated Ocular Instillation in Rabbits, in Journal of ocular<br />

pharmacology and therapeutics. 2008;24(3):309-319.<br />

5. Frankel SJ, Kerdel FA. Topical Tacrolimus, in Skin Therapy Lett. 2001;6(4):1-2, 5.<br />

6. Bertelmann E, Pleyer U. Immu<strong>no</strong>modulatory therapy in ophthalmology - is there a place<br />

for topical application? Ophthalmologica. 2004; 218(6): 359-67.<br />

7. Kheirkhah A, Zavareh MK, Farzbod F, Mahbod M, Behrouz MJ. Topical 0.005%<br />

<strong>tacrolimus</strong> eye drop for refractory vernal keratoconjunctivitis. Eye (2011) 25, 872–880.<br />

9


Resumo: Relata-se um caso de um paciente de 55 a<strong>no</strong>s, sexo masculi<strong>no</strong>, com queixa<br />

de vermelhidão, fotofobia, sensação de corpo estranho e sensação de olhos<br />

ressecados em ambos os olhos há 3 meses. É portador de artrite reumatóide, em uso<br />

de cloroquina e prednisona. Apresentava, à biomicroscopia, menisco lacrimal<br />

diminuido, assim como o tempo de ruptura do filme lacrimal (TRFL). Apresentava<br />

alterações <strong>da</strong> superfície ocular à coloração com fluoresceína e rosa bengala, assim<br />

como grau moderado de severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>. Foi então submetido a<br />

<strong>tratamento</strong> com <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong> por período de 30 dias,<br />

apresentando melhora importante dos sintomas, assim como aumento na altura do<br />

menisco lacrimal e <strong>no</strong> TRFL. Houve melhora de todos os parâmetros de severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

<strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>. O caso descreve os resultados do <strong>tratamento</strong> tópico <strong>da</strong> <strong>blefarite</strong><br />

<strong>posterior</strong> com <strong>tacrolimus</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong> a 0,<strong>03%</strong>.<br />

Descritores: <strong>blefarite</strong> <strong>posterior</strong>; disfunção do filme lacrimal; <strong>tacrolimus</strong>; olho<br />

seco.<br />

10


Abstract: A 55 years-old male patient with bilateral eye-redness, photophobia,<br />

sensation of dry-eyes and foreign body for about 3 months. The patient has a previous<br />

diag<strong>no</strong>sis of Rheumatoid Arthritis with use of prednisone and cloroquine. At the<br />

biomicroscopy, he showed a reduced lacrimal meniscus so as the tear break up time<br />

(BUT). Areas of <strong>da</strong>mage were observed by the use of fluorescein and rose bengal on<br />

the ocular surface with a slit lamp and a severe <strong>posterior</strong> blepharitis could be <strong>no</strong>ticed.<br />

The subject was submitted to a treatment with Tacrolimus 0,<strong>03%</strong> ointment for 30 <strong>da</strong>ys<br />

with good improvements on the simptons so as the lacrimal meniscus height and BUT.<br />

He also got improvements on the other tests for <strong>posterior</strong> blepharitis. This case<br />

describes the results of the treatment of <strong>posterior</strong> blepharitis with Tacrolimus 0,<strong>03%</strong><br />

ointment.<br />

Key words: <strong>posterior</strong> blepharitis; lacrimal film disfunction; <strong>tacrolimus</strong>; dry-eye.<br />

11


Quadro 1: Avaliações quantitativas do paciente.<br />

OD: Olho Direito<br />

OE: Olho Esquerdo<br />

mm: milímetros<br />

s: segundos<br />

mmHg: milímetros de mercúrio<br />

TRFL: tempo de ruptura do filme lacrimal<br />

PIO: pressão intra-ocular<br />

D0 D30<br />

Olho vermelho Sim Não<br />

Fotofobia Sim Não<br />

Sensação de corpo<br />

estranho Sim Sim<br />

Sensação de olhos secos Sim Não<br />

Tabela 1: Sintomas do paciente<br />

D0: 1 dia antes <strong>da</strong> introdução de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

D30: 30 dias após a introdução de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

12


D0 D30<br />

Hiperemia conjuntival 2 1<br />

Hiperemia palpebral 2 0<br />

Crostas <strong>no</strong>s cílios 2 0<br />

Teleangiectasias 1 1<br />

Secreção <strong>da</strong>s glândulas de meibomius 2 1<br />

Estase <strong>da</strong>s glândulas de meibomius 2 1<br />

Tabela 2: Severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Blefarite<br />

D0: 1 dia antes <strong>da</strong> introdução de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

D30: 30 dias após a introdução de <strong>tacrolimus</strong> 0,<strong>03%</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong><br />

Imagem 1: avaliação biomicroscópica <strong>da</strong> margem palpebral 1 dia antes <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica de <strong>tacrolimus</strong><br />

0,<strong>03%</strong>.<br />

13


Imagem 2: avaliação biomicroscópica <strong>da</strong> margem palpebral 30 dias após a introdução <strong>da</strong> <strong>poma<strong>da</strong></strong> oftálmica de <strong>tacrolimus</strong><br />

0,<strong>03%</strong>.<br />

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