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Justificativas do Esquecimento do Passado

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Programa IV<br />

Unidade 7<br />

Sub-unidade 3<br />

ESDE<br />

Estu<strong>do</strong> Sistematiza<strong>do</strong> da Doutrina Espírita<br />

JUSTIFICATIVA DO ESQUECIMENTO DO PASSADO<br />

“(...) Como pode o homem aproveitar da experiência adquirida em suas anteriores<br />

existências, quan<strong>do</strong> não se lembra delas (...)? (05)<br />

O esquecimento <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> é considera<strong>do</strong> a mais séria das objeções contra a reencarnação.<br />

E prosseguem os antagonistas <strong>do</strong> esquecimento das pretensas vidas passadas:<br />

“(...) Pois que, desde que lhe falta essa reminiscência, cada existência é para ele qual se<br />

fora a primeira; deste mo<strong>do</strong>, está sempre a recomeçar. (...)” (05)<br />

“(...) Se o homem já viveu, pergunta-se: por que não se lembra de suas existências passadas?<br />

(...) (10)<br />

“(...) uma dificuldade subsiste, uma forte objeção ergue-se contra ela. (a Doutrina <strong>do</strong>s<br />

Espíritos). Se já vivemos no espaço, dizem, se outras vidas precederam ao nascimento, por<br />

que de tal perdemos a recordação? (...)” (09)<br />

Allan Kardec, em O Livro <strong>do</strong>s Espíritos, nos apresenta, em linguagem clara e concludente,<br />

uma explicação lógica:<br />

“(...) Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata <strong>do</strong> que fomos e <strong>do</strong><br />

que fizemos em anteriores existências; mas temos de tu<strong>do</strong> isso a intuição, sen<strong>do</strong> as nossas<br />

tendências instintivas uma reminiscência <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>. E a nossa consciência, que é o desejo<br />

que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles<br />

pen<strong>do</strong>res.” (03)<br />

“(...) No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />

foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabe<strong>do</strong>ria divina?<br />

Nos mun<strong>do</strong>s superiores, quan<strong>do</strong> o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas<br />

se apresentam à memória. (...)” (04)<br />

“(...) Freqüentemente, o Espírito renasce no meio em que já viveu, estabelecen<strong>do</strong> de<br />

novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse<br />

nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De to<strong>do</strong><br />

mo<strong>do</strong>, ele se sentiria humilha<strong>do</strong> em presença daquelas a quem houvesse ofendi<strong>do</strong>.<br />

(...) Aliás, o esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea. Volven<strong>do</strong> à vida espiritual,<br />

readquire o Espírito a lembrança <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>; nada mais há, portanto, <strong>do</strong> que uma<br />

interrupção temporária, semelhante à que se dá na vida terrestre durante o sono (...).”(01)<br />

“(...) Livre da reminiscência de um passa<strong>do</strong> importuno, viveis com mais liberdade; é<br />

para vós um novo ponto de partida; vossas dívidas anteriores estão pagas, cumprin<strong>do</strong>-vos ter<br />

cuida<strong>do</strong> de não contrair outras. (...)


(...) Suponhamos ainda — o que é um caso muito comum — que, em vossas relações,<br />

em vossa família mesmo se encontre um indivíduo que vos deu, outrora, muitos motivos de<br />

queixa, que talvez vos arruinou, ou desonrou em outra existência, e que, Espírito arrependi<strong>do</strong>,<br />

veio encarnar-se em vosso meio, ligar-se a vós pelos laços de família, a fim de reparar<br />

suas faltas para convosco, por seu devotamento e afeição; não vos acharíeis mutuamente na<br />

mais embaraçosa posição, se ambos vos lembrásseis de vossas passadas inimizades? Em vez<br />

de se extinguirem, os ódios se eternizariam.<br />

Disso resulta que a reminiscência <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> perturbaria as relações sociais e seria um<br />

tropeço ao progresso. (...)” (06)<br />

Léon Denis esclarece-nos as razões de ordem científica pelas quais as lembranças <strong>do</strong><br />

passa<strong>do</strong> não podem ocorrer, ao se dar a nova encarnação <strong>do</strong> Espírito:<br />

“(...) Em conseqüência da diminuição <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> vibratório, o Espírito, cada vez<br />

que toma posse de um corpo novo, de um cérebro virgem de toda a imagem, acha-se na impossibilidade<br />

de exprimir as recordações acumuladas das suas vidas precedentes. (...)”(10)<br />

Gabriel Delanne nos confirma as declarações acima, em Evolução Anímica:<br />

“Podemos agora compreender a impossibilidade de recordar as existências pregressas,<br />

visto que o perispírito, conjuga<strong>do</strong> à força vital, tomou, ao encarnar, um movimento vibratório<br />

assaz fraco para que o mínimo de intensidade necessário à renovação de suas lembranças,<br />

ou seja, a sua passagem ao esta<strong>do</strong> consciente, possa ser atingi<strong>do</strong>. (...)” (08)<br />

“(...) A objeção mais comumente feita à Palingenesia é o esquecimento quase geral das<br />

existências anteriores.<br />

Pareceria ilógico, <strong>do</strong> ponto de vista da justiça, fazer-nos expiar em uma existência faltas<br />

cometidas nas vidas passadas, de que tivéssemos perdi<strong>do</strong> a lembrança. È bom observar,<br />

desde logo, que o esquecimento de uma falta não lhe atenua as conseqüências, e que o conhecimento<br />

da mesma seria para muitos um far<strong>do</strong> insuportável e uma causa de desânimo, o<br />

que nos tiraria a força de lutar para o nosso soerguimento.<br />

Se a renovação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> fosse geral, ela perpetuaria os dissentimentos e os ódios,<br />

que foram a causa das faltas anteriores, e se oporia a qualquer progresso. (...)” (07)<br />

“(...) A vida terrestre é, algumas vezes, difícil de suportar; ainda mais o seria se, ao cortejo<br />

<strong>do</strong>s nossos males atuais, acrescesse a memória <strong>do</strong>s sofrimentos ou das vergonhas passadas.<br />

A recordação de nossas vidas anteriores não estaria também ligada à <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outros?<br />

(...)” (11)<br />

* * *


FONTES DE CONSULTA<br />

01 - KARDEC, Allan. Bem-aventura<strong>do</strong>s os aflitos. ln:_. O Evangelho Segun<strong>do</strong> o Espiritismo<br />

Trad. de Guillon Ribeiro. 111. ed. Rio [Janeiro]: FEB; 1995. Item 11, págs. 104-<br />

105.<br />

02 - Da volta <strong>do</strong> Espírito à vida corporal. ln:_. O Livro <strong>do</strong>s Espíritos Trad. de Guillon<br />

Ribeiro. 75. ed. Rio [Janeiro]: FEB, 1994. Parte 2 Questão 392, págs. 214 -215.<br />

03 - Comentário à questão 393, págs. 215-216.<br />

04 - Comentário à questão 394, págs. 216-217.<br />

05 - Pequena conferência espírita. ln:_. O que é o Espiritismo 19. ed. Rio [Janeiro]:<br />

FEB, 1977. Pág. 114.<br />

06 - Págs.116-117.<br />

07 - DELANNE, Gabriel. Conclusão. ln:_. A Reencarnação Trad. de Carlos lmbassahy. 5.<br />

ed. Rio [Janeiro]: FEB, 1979. Págs. 305-306.<br />

08 - A memória e as personalidades múltiplas. ln:_. A Evolução Anímica Trad. de Manuel<br />

Quintão. 4. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1976. Pág. 175.<br />

09 - DENIS, Léon Objeções. ln:_. Depois da Morte Trad. de João Lourenço de Souza.18.<br />

ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1994. Parte 2 Pág. 145.<br />

10 - As vidas sucessivas. Provas experimentais. Renovação da memória. ln:_. O Problema<br />

<strong>do</strong> Ser. <strong>do</strong> Destino e da Dor 12. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1983. Parte 2ª Pág. 182.<br />

11 - Objeções. ln:_. Depois da Morte Trad. de João Lourenço de Souza. 18. ed. Rio<br />

[Janeiro]: FEB, 1994. Parte 2 Pág. 146.<br />

Texto Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Programa IV <strong>do</strong> ESDE Edita<strong>do</strong> Pela FEB<br />

www.cura.metafisica.nom.br

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