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REL AT ORIO - Biblioteca Digital da Universidade de Coimbra

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aE§IST£SíCM - flexta-fefra, t9 ãe fevereiro ãe 19Ú9<br />

DE REFORÇO A... "0 MUNDO,<br />

Carta ao sr. dr. Manuel José<br />

Gomes Braga<br />

<strong>da</strong>s por os srs. drs. Dias <strong>da</strong> Silva e<br />

Marnoco e Souza.<br />

No Porto, <strong>de</strong>u-se idêntico pheno- As Novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s apreciando em exmeno;<br />

o mesmo se está notando em tensos— Casos do dia, as diatribes<br />

Lisboa, on<strong>de</strong> o governo, como no que os chocolateiros ingleses lançam<br />

Porto, tenta impedir os actos <strong>da</strong> mais contra Portugal, no Stan<strong>da</strong>rd e na<br />

segura e efficaz boa administração, imprensa mercenaria <strong>de</strong> Londres, a<br />

usando e abusando <strong>da</strong> tutella para respeito <strong>da</strong> pretendi<strong>da</strong> escravatura<br />

embaraçar a acção dos republica- que se faz com os serviçaes <strong>de</strong> S.<br />

nos que vê impôr-se á consi<strong>de</strong>ração Thomé e, estranhando a attitu<strong>de</strong> e o<br />

publica pelos seus actos <strong>de</strong> honra<strong>da</strong> critério d'0 Mundo neste assumpto<br />

e exemplar administração.<br />

appella para o testemunho, <strong>de</strong> modo<br />

Tirando dos factos a lição que en- algum suspeito do sr. dr. Antonio<br />

cerram: a autonomia dos municípios José d'Almei<strong>da</strong>, como <strong>de</strong> persona<br />

reclama<strong>da</strong> hoje como necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> na- grata áquelle jornal republicano.<br />

cional, foi imposta, como facto vital, Como é possível que ao convicto<br />

pelo ensino universitário, pela admi- <strong>de</strong>mocrata-revolucionario passe <strong>de</strong>snistração<br />

do municipio <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, percebido o Caso do dia <strong>da</strong>s Novi-<br />

pelo resultado <strong>da</strong> introducção <strong>de</strong> ele- <strong>da</strong><strong>de</strong>s n,° 7:463 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> setembro<br />

• mentos <strong>de</strong>mocráticos na administra- ultimo; ou que, sendo d'elle aperce-:<br />

ção dos municípios, que estes soube- bido, s. ex.<br />

ram fazer exemolar e honra<strong>da</strong>.<br />

E é, para <strong>Coimbra</strong> e para as i<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong>mocráticas, honroso <strong>de</strong> mais o facto,<br />

para po<strong>de</strong>r ser callado por quem<br />

por ellas se interesse egualmente.<br />

Colinbra-Centro<br />

O sr. Saul <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> está terminando<br />

a <strong>de</strong>coração <strong>da</strong> sé<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

associação para as festas do proximo<br />

carnaval.<br />

A sala do theatro foi transforma<strong>da</strong><br />

num pavilhão no estylo do século<br />

XVIII, cheio <strong>de</strong> flores e em parte coberto<br />

por três tapessarias represen<br />

tando a <strong>da</strong>nça, o theatro e o carna<br />

vai. . „<br />

As três tapessarias foram <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>mente<br />

trata<strong>da</strong>s por Saul <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>,<br />

com ,u«,/ôque elegante, um<br />

colorido disci e são, como execução,<br />

muixo superiores á <strong>de</strong>coração<br />

< corrente, mostrando que, se em <strong>Coimbra</strong>,<br />

as <strong>de</strong>corações não teem ordinariamente<br />

mais accentuado cunho artistico,<br />

isso provém mais do mau gosto<br />

corrente, do que <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> aptidão<br />

dos nossos artistas.<br />

A pintura <strong>da</strong> sala fez-se apenas<br />

em 6 dias e tem to<strong>da</strong>via um ar <strong>de</strong><br />

festa alegre e lavado que encanta.<br />

O sr. Saul <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>, que é um<br />

dos mais assíduos a.umnos <strong>da</strong> Escola<br />

Livre, po<strong>de</strong>ria ser um bom <strong>de</strong>corador,<br />

e talvez mesmo mais, porque<br />

tem raras aptidões.<br />

O que agora fez julgamo-lo superior,<br />

como revelação, á sua ultima<br />

-<strong>de</strong>coração <strong>da</strong> Pastellaria Aveni<strong>da</strong>,<br />

em que to<strong>da</strong>via mostrou já vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> progredir, <strong>de</strong> an<strong>da</strong>r fóra dos caminhos<br />

batidos, <strong>da</strong> vulgari<strong>da</strong><strong>de</strong> corrente.<br />

| ^<br />

Foi exonerado, como pediu, <strong>de</strong><br />

administrador do concelho <strong>de</strong> Soure,<br />

o sr. dr. José Fortunato <strong>de</strong> Vasconcellos<br />

Coutinho <strong>de</strong> Freitas.<br />

O sr. presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> camara <strong>de</strong>u,<br />

na ultima sessão, conhecimento á vereação<br />

<strong>de</strong> *er entrado na repartição<br />

<strong>da</strong>s obras publicas, em Lisboa, o<br />

processo para a concessão <strong>de</strong> licença<br />

dos electricos.<br />

Liga <strong>de</strong> pharmaoia<br />

Reúne no proximo, pelas 11 horas<br />

<strong>da</strong> manhã, na sé<strong>de</strong> do Monte-Pio<br />

Conimbricense, a assembleia geral<br />

cerai <strong>da</strong> Liga <strong>da</strong>s associações <strong>de</strong> soccorros<br />

mutuos, em continuação <strong>de</strong><br />

trabalhos <strong>da</strong> sessão anterior para<br />

resolver sobre a legali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

protesto do sr. José <strong>de</strong> Figueiredo<br />

contra a reeleição dos srs. Antonio<br />

Ribeiro <strong>da</strong>s Neves Machado e Joaquim<br />

Teixeira <strong>de</strong> Sá.<br />

Foram arremata<strong>da</strong>s na sessão camara<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> ontem as barracas n<br />

13,14.15.17,18.19, 20 e 21 do mercado<br />

D. Pedro V para ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> carne<br />

<strong>de</strong> vacca e vitella, a 300.100 réis<br />

ca<strong>da</strong> uma, o que prefaz a somma total<br />

<strong>de</strong> 2.400.800 réis.<br />

a te <strong>da</strong> fórma <strong>de</strong> gente, como beber tempo <strong>de</strong>pois, em Março <strong>de</strong> 1898,<br />

um copo <strong>de</strong> agua», etc., etc. transmittiu ao Paiz e á Resis-<br />

«Dahi vem este titulo á gloria e tencia a sua péssima impressão.<br />

valentia acceite por parte do espiri- Cinco longos annos, fecundos em into<br />

publico; ser violento nos castigos, teresses clínicos para elle, mas es-<br />

quer dizer, mostrar energia, crueltereis para a propagan<strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

E' o máximo elogio em certas taria que tentára, continuou a per-<br />

boccas, nestas paragens.<br />

manecer neste meio inconfundível,<br />

empolgando-o ca<strong>da</strong> vez mais, com<br />

«Nalgumas roças os pretos pas- mais crescente sympathia dos seus<br />

sam fome, nalgumas outras os seus habitantes e mais J2Çe|<br />

alimentos são péssimos, nalgumas<br />

outras o trabalho é excessivo, nalgumas<br />

outras os espancamentos são<br />

barbaros e nalgumas outras junta<br />

se e somma-se tudo isto! A's vezes<br />

em numero maior ou menor os serviçaes<br />

fogem <strong>da</strong>s roças. Frequentemente<br />

a razão d'estas fugas é a nostalgia<br />

do sertão natal e o exaggero<br />

brutal dos castigos. Fogem porque<br />

precise <strong>de</strong>, com tempo<br />

e vagar, recor<strong>da</strong>r e coor<strong>de</strong>nar as<br />

julgam que caminhando sempre,<br />

impressões que levou <strong>de</strong> S. Thomé<br />

sempre, vão ter á sua terra. E' um<br />

— já lá vão 5 annos 1 — ácerca do<br />

sentimento nobre, pois não é? O<br />

modo como são recrutados e trata-<br />

amor <strong>da</strong> sua terra. Pois bem. Agardos<br />

esses serviçaes, para dizer entj|o<br />

rados soffrem, nalgumas proprie<strong>da</strong>-<br />

<strong>da</strong> sua justiça, com sciencia e con<strong>de</strong>s, tratos d'uma mal<strong>da</strong><strong>de</strong> cruel.<br />

sciência niti<strong>da</strong>s, aqui vae <strong>de</strong> anteci- São amarrados a um poste e chipado<br />

reforço a O Mundo — recortado coteados, retalhados, quasi tru-<br />

do antigo Paiz <strong>de</strong> Lisboa. n.° 864, <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dos.»<br />

21 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1898 — 0 que elle pensava<br />

e ajuizava do caso, transmittido<br />

em uma senti<strong>da</strong> carta ao seu dilecto<br />

Estas mesmas impressões sobre<br />

correligionário e amigo João Chagas:<br />

as roças, patrões, serviçaes, trabalhadores<br />

brancos e pretoe, colhi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> visu e consigna<strong>da</strong>s em estylo ní-<br />

«... Os pretos duma fazenâa retido e empolgante por quem tão bem<br />

voltaram-se e assassinaram o admi- os conheceu a todos elles e, ante<br />

nistrador ; outro europeu os foi diri- todos, tão merecido apreço e presgir<br />

e os negros indomáveis já tentatigio gozou; estas mesmas impresram<br />

assassina-lo. Em <strong>de</strong>talhe a quessões repetia o illustre tribuno reputão<br />

pouco vale e seria irrisorio disblicano com áquelle seu verbo quente<br />

cuti-la. Assassinatos ha muitos. Co- e convicto, por essa mesma epocha.<br />

mo alarme, como symptoma <strong>de</strong> uma na Resistencia <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. n.° 320<br />

série geral <strong>de</strong> phenomenos, é to<strong>da</strong>via <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1898:<br />

<strong>de</strong> uma importancia incalculável, já<br />

pelo que significa em si, já pela repressão<br />

feroz que é reclama<strong>da</strong> pelos<br />

apostolos do tagante... O preto <strong>de</strong>sconfiado<br />

e nostálgico que vem dos<br />

sertões <strong>de</strong> Benguella e <strong>de</strong> Novo Redondo<br />

em çujo litoral se compra como<br />

se fosse gado, é o obreiro excepcional<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> emprehendimento.<br />

E' o trabalhador que apura a<br />

terra, trata a planta, recolhe e prepara<br />

o fructo: operário <strong>de</strong> aptidões<br />

varias, o carpinteiro, o pedreiro, o<br />

marinheiro, o moço <strong>de</strong> cargas, o moço<br />

<strong>de</strong> recados... o único, emfim, o insubstituível<br />

elemento <strong>de</strong> trabalho na<br />

zona equatorial. E' tão barato que os<br />

melhores cálculos lhe assignalam a<br />

<strong>de</strong>speza por dia, <strong>de</strong> 200 réis incluindo<br />

tudo: o alimento que o sustenta, o<br />

vestuário que o cobre, a casota que<br />

o abriga, o juro do dinheiro que o<br />

pagou, os honorários <strong>de</strong> quem o dirige,<br />

muitas vezes a remuneração <strong>de</strong><br />

quem o mata. Isto na terra prodn<br />

giosa <strong>de</strong> S. Thomé on<strong>de</strong> a proprie<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> dá um rendimento fabuloso.<br />

«To<strong>da</strong>via o preto aqui não se educa,<br />

usufrue-se. Não se impelle para<br />

o progresso, eropurra-se para o trabalho.<br />

Não se procura cultivar-lhe o<br />

espirito, tem se apenas em mira oalejar-lhe<br />

O pescoço. Não é uma questão<br />

<strong>de</strong> civilisação, é uma questão <strong>de</strong><br />

canga.<br />

«Justificando-se o facto, não ha<br />

epitheto que se lhe não jogue, sendo<br />

original o raciocínio abstruso e vêsgo<br />

que é a alma mater <strong>de</strong>sta abjecção.<br />

Para se lhe negar os legítimos direitos,<br />

argumenta-se que é duma estupi<strong>de</strong>z<br />

primitiva, <strong>de</strong>sharmonica com<br />

a liber<strong>da</strong><strong>de</strong>; para se lhe salientar<br />

as obrigações que, a par <strong>da</strong> mariolice<br />

barbara, tem percepção mais que sufficiente<br />

para a comprehensão dos<br />

seus <strong>de</strong>lictos... Parece-me torpe <strong>de</strong><br />

mais o que muita gente faz; consi<strong>de</strong>ra-los<br />

abaixo <strong>de</strong> bestas em nome<br />

<strong>de</strong>ste simples jogo <strong>de</strong> números : um<br />

cavallo vindo ao reino fica aqui por<br />

2000000 réis, um preto vindo <strong>de</strong> An-<br />

;ola fica por 1000000 réis; isto é mais<br />

tarato, logo valendo menos...<br />

«E eis a questão no seu mais vasto<br />

aspecto psychico. Este meio tem caracteres,<br />

ô inconfundível. Salpicou-o<br />

a resurreição <strong>de</strong> antigoã negreiros,<br />

alastra sobre elles, empar<strong>de</strong>cendo<br />

a vista e arrefecendo as al-<br />

Festas<br />

mas, o nevoeiro lugubre <strong>da</strong> antiga<br />

oppressão E' typico e tem uma phi-<br />

0 Gymnasíó Club abre as suas losophia que o regula com a pressão<br />

salas no dia 21 dd corrente, pelas 9 pendular...<br />

horas <strong>da</strong> noite, para uma sotrée masquée,<br />

para os socios e suas famílias.<br />

•<br />

O <strong>Coimbra</strong>-Club realiza na sua<br />

sé<strong>de</strong> bailes e festas do carnaval, nos<br />

dias 20 e 23 do corrente.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos a amabili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos<br />

Convites.<br />

4 í|io moral<br />

sobre elles; tanto e to.. -jdê, em Junho<br />

<strong>de</strong> 1903, quando se retirava para o<br />

reino <strong>de</strong>dicaram-lhe elles um lauto<br />

banquete <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong> — uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira<br />

apotbeose' — nos paços do<br />

concelho, sob a presi<strong>de</strong>ncia do governador<br />

<strong>da</strong> província e. com o CODcurso<strong>de</strong>...<br />

quantos tinham ou <strong>de</strong>viam<br />

ter lido os communicados apontados<br />

Mas ain<strong>da</strong> perante essa manifestação<br />

excepcional e quasi unanime.<br />

agra<strong>de</strong>cendo-a, num bello<br />

speech, eloquente na fórma e no conceito,<br />

embora cheio <strong>de</strong> grata commoção<br />

por tudo... áquelle popularissimo<br />

caudilho <strong>de</strong>mocrático não fez<br />

amen<strong>de</strong> honorable <strong>da</strong>s suas affirmações<br />

contra os maus tratos aos serviçaes,<br />

nas roças!... Ao contrario,<br />

alludindo áquelle choque d'opiniões<br />

ou embate <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias — chamou assim.<br />

. .—disse, naquelles bonitos termos<br />

com que elle encanta sempre os<br />

ouvintes, que nem renegava o seu<br />

crédo <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, egual<strong>da</strong><strong>de</strong> e fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong>...<br />

em to<strong>da</strong> a linha; nem<br />

se arrepen<strong>de</strong>ra <strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> humanitaria<br />

que havia feito. ,.<br />

Não é homem para isso o intemerato<br />

e impolluto ci<strong>da</strong>dão.<br />

Ilha <strong>de</strong> S. Thomé.<br />

Zeno.<br />

«Ha europeus que pe<strong>de</strong>m esmola<br />

Estra<strong>da</strong> municipal<br />

par essas ruas, muitas vezes <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> serem roubados pelos patrões A camara approvou na sua ulti-<br />

avaros... A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> accumuma sessão as condições para arrelou-se<br />

e, nalgumas roças, o emprematação e execução dos trabalhos<br />

gado branco está talvez abaixo do | <strong>de</strong> reparação completa do pavimen-<br />

negro pela exploração <strong>de</strong> que é vij to <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

ctima... Regular o trabalho em S. , ao Dianteiro, pelo Valle <strong>de</strong> Coselhas,<br />

Thomé que ó presentemente uma na estensão <strong>de</strong> 612<br />

vergonha pela maneira porque é<br />

explorado o preto d'Angola — esse<br />

esplendido trabalhador; proteger<br />

o colono miserável que se sugeita a<br />

trabalhos que a civilisação, ha muito,<br />

<strong>de</strong>stinou ad?t animaefe domesticoá;<br />

manter a morali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo exemplo e<br />

protege-la pela lei,— para quê?...»<br />

E não se encobria sob anonymo...<br />

nem <strong>de</strong>ixava os seus créditos<br />

por mãos alheias o sr. dr. Antonio<br />

José <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>. Previa bem:<br />

«E* possive' que as impressões<br />

irritem muita gente. Tanto melhor.<br />

E' bom que se vão habituando para<br />

não extranhar quando eu disser o<br />

resto que ó muito mais tenebroso<br />

ain<strong>da</strong>».<br />

Os períodos transcriptos são apenas<br />

uma pequena parte dos dois<br />

communicados. Quem os ler inteiros<br />

nos dois periodicos citados, verificará<br />

que ninguém, até hoje, na<br />

imprensa extrangeira ou <strong>de</strong>ntro do<br />

paiz, estigmatisou com mais vehemente<br />

indignação os processos <strong>de</strong><br />

recrutamento e manutenção dos serviçaes<br />

para as plantações <strong>de</strong> S. Thomé.<br />

Ninguém! Nem o proprio Newison<br />

esse calumniador emerito e<br />

visionário alcoolico como lhe chamam<br />

as Novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que inventou e<br />

forjou na sua cabeça os effeitos d'essa<br />

vergonhosa escravidão, esses tétricos<br />

horrores <strong>de</strong> assassínio <strong>de</strong> homens,<br />

mulheres, velhos e creanças;<br />

nem mesmo na sua reportagem assalaria<strong>da</strong><br />

carregou com tão negras<br />

côres o regimen do trabalho nas roças<br />

<strong>de</strong> S Thomé como o impolluto<br />

<strong>de</strong>mocrata! Nunca, em tempo algum,<br />

nem em parte nenhuma «e viu diatribe<br />

tão violenta contra os roceiros!..<br />

.<br />

Não pô<strong>de</strong>, pois ser verídica a<br />

affirmação <strong>da</strong>s Novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> que:<br />

«... "sabem <strong>de</strong> fonte segura <strong>de</strong> que o sr. dr.<br />

Antonio José d'Almei<strong>da</strong>... tendo permanecido<br />

largo tempo — 7 annos — em S. Thomé, on<strong>de</strong><br />

mantém ain<strong>da</strong> gran<strong>de</strong>s afflni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, é o primeiro<br />

a insurgir-se contra a flagrante injustiça <strong>da</strong>s<br />

accusaçfies torpes <strong>da</strong> parte <strong>da</strong> imprensa ingleza,<br />

que trabalha ás or<strong>de</strong>ns e á libra <strong>de</strong>sses choco'<br />

«Ain<strong>da</strong> hoje se encontram enca- lateiros...»<br />

potados no seu disfarce hypocrita Não é <strong>de</strong> crer! Porque: o sr. dr.<br />

aquelles que dizem: «Eu applico cas- Antonio José <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> veiu a S.<br />

tigos barbaros, mas na minha roça Thomé e aqui começou a exercer a<br />

tudo an<strong>da</strong> direito» ou: «Quem m'as sua profissão tomando conhecimen-<br />

faz é quem m'as paga; tanto se me to <strong>da</strong> fórma como eram tratados<br />

importa era jnutilisar um preto <strong>de</strong>an- os serviçaes, em 1896, e algum<br />

m ,38, sendo a ba-<br />

! se <strong>da</strong> licitação 4700000 réis.<br />

A arrfematação está annuncia<strong>da</strong><br />

para o dia 4 <strong>de</strong> março.<br />

No dia 25 do corrente voltam <strong>de</strong><br />

novo á praça as barracas n. os Coisa assim !<br />

Eu já não sei para que me servem<br />

os amigos...<br />

Nunca os encontro em occasiões<br />

difficeis!<br />

Escrevo uma carta em resposta<br />

a um bilhete teu, feito sobre o joelho;<br />

espero caí<strong>da</strong> tua e tu man<strong>da</strong>s-me um<br />

bilhete postal...<br />

E eu tenho que respon<strong>de</strong>r.<br />

Lá diz o ditado: to<strong>da</strong> a carta tem<br />

resposta. Ora é necessário comprehen<strong>de</strong>r<br />

os ditados á luz <strong>da</strong> mais fria<br />

sciencia.<br />

Quando o ditado se fez, não havia<br />

ain<strong>da</strong> o bilhete postal.<br />

Se houvesse, o ditado seria: to<strong>da</strong><br />

a carta ou bilhete postal tem resposta.<br />

E' necessário evolutir.<br />

Eu tenho que respon<strong>de</strong>r.<br />

E por <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za teria <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r<br />

com um bilhete postal illustrado.<br />

Mas, na casa, não ha, ao que vejo,<br />

a teu gosto...<br />

Na tua resposta, foste cruel.<br />

Dizeres-me, na vespera <strong>de</strong> sahir<br />

a Resistencia, que me não respon<strong>de</strong>s<br />

por teres falta <strong>de</strong> espaço.<br />

E eu, a contar comtigo, e cheio<br />

<strong>de</strong> linguados em branco, e <strong>de</strong> espaço<br />

para encher.<br />

Francamente, não é <strong>de</strong> bom amigo...<br />

E' tão difficil fazer um jornal<br />

agora!...<br />

Eu tinha contado contigo.<br />

E tu fal»as-me-<br />

Em pleno carnaval, sem uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sensação, sem um escan<strong>da</strong>losinho<br />

politico a explorar...<br />

Francamente...<br />

E se soubesses o mais que o Noticias<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> me fez para me<br />

amargurar os dias tristes d'esta trisvi<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> jornalista...<br />

Eu tinha annunciado que publicaria<br />

a representação do Falcão Ribeiro<br />

sobre a casa <strong>de</strong> correcção para<br />

menores.<br />

Trago o original triumphante á<br />

re<strong>da</strong>cção, e dizem-me:<br />

— O Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> publicou-a<br />

hontem em artigo do fundo 1<br />

E eu, varado, disse a medo: e o<br />

16 e<br />

sr. Braga respon<strong>de</strong>u?<br />

22 do mercado D. Pedro V que não<br />

Isso respon<strong>de</strong>u elle! respon<strong>de</strong>u<br />

obtiveram licitação na praça <strong>de</strong> hon-<br />

agressivo um typographo!<br />

Duplamente roubado.<br />

tem.<br />

1» • —<br />

A culpa também foi minha que<br />

me esqueci <strong>de</strong> registar a proprie-<br />

Associação Commercial <strong>da</strong><strong>de</strong>. ..<br />

A nova direcção iniciou na se- E vens dizer-me, por cumulo <strong>de</strong><br />

gun<strong>da</strong> feira os seus trabalhos, reu-<br />

cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> que vens respon<strong>de</strong>r-me á<br />

nindo na nova sé<strong>de</strong> <strong>da</strong> Associação<br />

lettra, a mim que <strong>de</strong>testo questões<br />

na Estra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Beira, resolvendo:<br />

grammaticaes!<br />

— Que a mesma commissão que<br />

Quando seria tão bom continuar-<br />

foi ao Governo Civil, fosse egualmos,<br />

em pleno carnaval, com esta<br />

mente na próxima quinta feira cum-<br />

correspondência alegre...<br />

primentar a Camara.<br />

E sem respeito nem consi<strong>de</strong>ração<br />

— Officiar ao <strong>de</strong>legado do tesouro<br />

nenhuma pela vi<strong>da</strong> amargura<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

participando a installação <strong>da</strong>s com-<br />

um jornalista <strong>de</strong> província, acabas<br />

missões.<br />

por dizer que eu não perco por es-<br />

— Officiar ao Governo ácerca <strong>da</strong><br />

perar. ..<br />

reabertura do curso <strong>de</strong> Medicina Sa-<br />

Perco, sim senhor, perco a facilinitaria<br />

na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> resposta, e então com tanto<br />

— Officiar ao agente <strong>da</strong> compa-<br />

linguado em branco...<br />

nhia <strong>de</strong> seguros In<strong>de</strong>ninisadora so<br />

Desculpa esta alegria!<br />

bre a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> casa.<br />

E' do tempo. Velho como estou,<br />

— Officiar ao sr. F. Rodrigues <strong>da</strong><br />

não posso furtar-me á satisfação <strong>de</strong><br />

Cunha Lucas agra<strong>de</strong>cendo a obse-<br />

ver, em pleno carnaval, os outros a<br />

quiosa ce<strong>de</strong>ncia que fez <strong>da</strong> sua casa<br />

folgar e a rir alegres.<br />

em que provisoriamente esteve ins- E vaes-me respon<strong>de</strong>r na quarestalla<strong>da</strong><br />

a associação.<br />

ma...<br />

— Communicar á imprensa os<br />

Cá estou prompto para o acto <strong>de</strong><br />

trabalhos <strong>de</strong> que fôr tratando nas<br />

contrição.<br />

suas sessões.<br />

Mas não me obrigues a estar mui-<br />

— Officiar á Camara agra<strong>de</strong>cendo<br />

to tempo <strong>de</strong> joelhos.<br />

o obsequio que dispensou á Associa-<br />

Tenho reumathismo já, custa-me<br />

ção, ce<strong>de</strong>ndo uma sala no edificio<br />

e põe-me <strong>de</strong> mau humor.<br />

dos Paços do Concelho em que du-<br />

E, como é pouco habitual, em<br />

rante algum tempo se achou instal-<br />

mim, per<strong>de</strong>r a alegria, to<strong>da</strong> a gente<br />

la<strong>da</strong> esta collectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

estranha.<br />

— Admittir 18 propostas <strong>de</strong>novoç<br />

Fica to<strong>da</strong> a gente avisa<strong>da</strong>.<br />

socios que unanimemente approvou.<br />

A culpa é tua!...<br />

T. C.<br />

— Readmittir um socio.<br />

— Consignar na acta um voto <strong>de</strong><br />

louvor ao seu digno consocio sr.<br />

Licença<br />

Braz Simões, pelo generoso offerecimento<br />

<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua casa para a Ao sr. Antonio Angelo <strong>de</strong> Mello,<br />

sé<strong>de</strong> <strong>da</strong> Associação.<br />

escrivão <strong>de</strong> fazen<strong>da</strong> em Poiares, fo-<br />

— Auctorizou diversas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> ram concedidos 30 dias <strong>de</strong> licença.<br />

pagamento e que se proce<strong>de</strong>sse a algumas<br />

reparações urgentes auctorizando<br />

estas <strong>de</strong>spezas<br />

Subsidios<br />

— Proce<strong>de</strong>r á cobrança <strong>da</strong>s quo- O pagamento dos subsidios ás<br />

tas relativas ao anno <strong>de</strong> 1908 que a amas e subsidia<strong>da</strong>s do concelho <strong>de</strong><br />

direcção transacta nâo chegou a en- <strong>Coimbra</strong> far-se-ha na sexta feira e<br />

cetar.<br />

dias seguintes nos paços do concelho,<br />

— Marcar nova sessão para o <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 11 horas <strong>da</strong> manhã até ás<br />

próximo domingo.<br />

3 <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>.<br />

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

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