aqui - O outro lado do muro

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Sumário Prefácio Breve história de um conflito Bem-vinda a Israel “Você logo se acostuma” Mikado “Vocês sabem que mapa é esse?” “Balance a cabeça e diga la, la” “Essa é uma questão estúpida” Awdah As laranjas de Jaffa Shereen Barracas de concreto Oliveiras que choram Como uma novela do Kwait Um museu para Khalil “O que você quer ser quando crescer”? Hoje não tem aula Um pedaço de terra brasileira Cuidado com o lixo Cinco ....................................... ........................ ............................... ............................ ....................................... ....................... ....................... ........................ ........................................ ............................... ....................................... .............................. ............................. ......................... ............................ .................. ............................... ........................ ............................... ......................................... 9 13 21 25 37 51 71 79 85 103 117 123 131 139 145 157 173 177 181 187
Prefácio Um muro tortuoso de quase nove metros de altura, de concreto, parece intransponível. Em 1896, o pai do sionismo, Theodor Hertzl, escreveu que o Estado judeu na Palestina seria “um pe- daço de fortaleza contra a Ásia, a sentinela avançada da civilização contra a barbárie”. Hoje, a barreira, real, materializada, que entra como garras nos territórios palestinos além de suas fronteiras, parece ser a própria barbárie. A Palestina que encontrei em julho de 2007 é uma terra frag- mentada, dividida em ilhas, com barreiras, checkpoints, cercas, es- tradas principais e secundárias, de uso exclusivo para alguns e proi- bida para outros; deparei-me com uma triste colcha de retalhos: não só a paisagem está em pedaços, mas a rede social também ficou dividida, assim como a vida das famílias. A narrativa dessa viagem não poderia ser diferente: são crônicas das histórias que conheci dos dois lados do muro e que compõem um cenário mais complexo do que o noticiário é capaz de mostrar. O olhar estrangeiro de uma brasileira, que não fala árabe nem hebraico, que não tem ascendência judia ou árabe, é mais um as- 9
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