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Produção AnimAl - CRMV-SP

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IX CONPAVET<br />

abdominal), que origina-se cranialmente na faringe, permanece dorsal à<br />

traquéia, até o terço médio do pescoço (à esquerda), e termina unindo-se<br />

ao cárdia do estômago. Possui aproximadamente de 4 a 5 mm de espessura,<br />

aumentando gradativamente em direção ao cárdia, onde alcança de 1,2 a<br />

1,5 cm (FEITOSA, 2008). Por ser um órgão essencialmente de transporte,<br />

moléstias esofágicas como megaesôfago, termo descritivo de uma dilatação<br />

esofágica, não interferem diretamente em processos digestivos ou de absorção<br />

(JONES et al., 1992), no entanto, podem ser causa indireta de transtornos<br />

clínicos importantes de disfagia, crescimento inadequado do animal,<br />

ptialismo, vômitos, deficiências nutricionais resultantes da regurgitação<br />

do alimento e maior risco de pneumonias por aspiração (BARKER e VAN<br />

DREUMEL, 1985). Sugere-se que o megaesôfago seja classificado de acordo<br />

com a idade de início dos sintomas clínicos e de acordo com a causa, variando<br />

de megaesôfago idiopático congênito ou com início na idade adulta<br />

e megaesôfago secundário (adquirido) (JONES et al., 1992), sendo que os<br />

principais sintomas incluem regurgitação, sinais de pneumonia, dilatação<br />

do esôfago na região cervical e condição corporal pobre (FEITOSA, 2008).<br />

O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e exames radiográficos, em sua<br />

maioria, contrastados com sulfato de bário para visualização do esôfago<br />

dilatado (NELSON e COUTO, 1998). Já o tratamento, consiste em pequenas<br />

refeições semi-sólidas ou líquidas em pequenas quantidades, com o<br />

animal em posição elevada (NELSON e COUTO, 1998), ou quando possível<br />

dirigido para a causa primária (FEITOSA, 2008). O presente relato<br />

refere-se a um caso clínico-cirúrgico de um cão da raça poodle, com três<br />

anos de idade, encaminhado a um Hospital Veterinário na cidade de Uberlândia,<br />

Minas Gerais, apresentando subnutrição severa, histórico de regurgitação<br />

crônica e diagnóstico de persistência do ducto arterioso, provocada<br />

por um desenvolvimento anormal de estruturas vasculares definitivas derivadas<br />

do arco aórtico durante a embriogênese, como causa primária de<br />

um megaesôfago congênito. Relato de caso: O caso foi descrito em<br />

um cão da raça poodle, de três anos de idade, encaminhado a um Hospital<br />

Veterinário da cidade de Uberlândia, apresentando subnutrição severa e<br />

histórico de regurgitação crônica. Exames complementares como hemograma,<br />

creatinina e ALT foram realizados no animal, juntamente com a<br />

radiografia contrastada, solicitada para confirmação da suspeita clínica<br />

de megaesôfago, uma vez que ao exame radiográfico constatou-se extensa<br />

área de dilatação esofágica. Após esses procedimentos, foi realizada uma<br />

gastrostomia para alimentação do paciente, com o intuito de melhorar seu<br />

estado nutricional e prepará-lo então para uma toracotomia exploratória.<br />

Figura 1. Condição corporal do animal relatado no pré-operatório<br />

da cirurgia de Gastrotomia.<br />

56 mv&z crmvsp.gov.br<br />

Figura 2. Radiografia contrastada confirmando presença de dilatação<br />

esofágica (megaesôfago).<br />

Discussão: Dos exames complementares realizados, apenas a ALT<br />

apresentou um aumento significativo (272 U/l) em relação aos valores de<br />

referência para cães, caracterizando uma possível alteração hepática, conseqüência<br />

do estado nutricional do animal. A radiografia contrastada confirmou<br />

a suspeita clínica de megaesôfago. No entanto, durante o procedimento<br />

cirúrgico da toracotomia exploratória, confirmou-se a persistência do ducto<br />

arterioso, diagnosticando assim a causa primária do megaesôfago. Procedeu-<br />

-se a correção cirúrgica da anomalia e o paciente se recuperou do procedimento,<br />

porém foi a óbito devido uma pneumonia aspirativa, após quatro<br />

dias de pós-operatório.<br />

Figura 3. Persistência do ducto arterioso, descoberto durante o<br />

procedimento cirúrgico de toracotomia exploratória.<br />

Conclusão: Assim sendo, conclui-se que esse relato de caso ressaltou<br />

a importância clínica-cirúrgica, na Medicina Veterinária, dos diagnósticos<br />

precoces de moléstias esofágicas e de suas etiologias, a fim de possibilitar um<br />

tratamento clínico-cirúrgico adequado, melhor prognóstico e mais qualidade<br />

de vida aos pacientes acometidos pelas mesmas.<br />

1 Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia<br />

(UFU), Minas Gerais, Uberlândia.<br />

2 Professora Substituta do Curso de Medicina Veterinária e Médica Veterinária do Hospital<br />

Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Minas Gerais, Uberlândia.<br />

3 Médica Veterinária e Residente do Hospital Veterinário da Universidade Federal de<br />

Uberlândia (UFU), Minas Gerais, Uberlândia.<br />

Endereço para correspondência: Letícia Pereira da Silva; Faculdade de Medicina Veterinária<br />

– FAMEV, campus Umuarama, bloco 2T, Av. Pará, 1720, Uberlândia – MG, Tel/fax – (34) 3218-<br />

2228; endereço eletrônico do autor: leticia_pds@yahoo.com.br

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