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Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências ...

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<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral<br />

Laboratório <strong>de</strong> Genética Celular e Molecular<br />

Professor Vasco Ariston <strong>de</strong> Carvalho Azevedo<br />

Belo Horizonte – MG<br />

Julho <strong>de</strong> 2008<br />

Memorial apresentado ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

como requisito parcial para inscrição<br />

ao concurso <strong>de</strong> Professor Titular.


Sumário<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos....................................................................................................................... 6<br />

I. Apresentação........................................................................................................................ 7<br />

II. Formação e ativida<strong>de</strong>s científicas e administrativas iniciais no Brasil................................. 9<br />

II.1 Graduação em Medicina Veterinária pela Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária (EMV) da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia (UFBA) ............................................................................... 9<br />

II.2 Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Salvador, Estado da Bahia............................... 13<br />

II.3 Parque Zoobotânico da Secretaria <strong>de</strong> Agricultura do Estado da Bahia ....................... 15<br />

II.4 <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> (ICS) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia.................... 16<br />

III. Mestrado, doutorado e pós-doutorado feitos no exterior.................................................. 17<br />

III.1 Dissertação <strong>de</strong> Mestrado ............................................................................................ 17<br />

III.1.1 Monografia ............................................................................................................ 23<br />

III.2 Doutorado.................................................................................................................... 28<br />

III.2.1 Artigos publicados................................................................................................. 28<br />

III.2.2 Capítulos <strong>de</strong> Livro ................................................................................................. 30<br />

III.2.3 Resumos apresentados em congressos............................................................... 31<br />

III.2.4 Palestra ................................................................................................................. 32<br />

III.3 Pós-doutorado............................................................................................................. 32<br />

III.3.1 Capítulo <strong>de</strong> Livro ................................................................................................... 34<br />

IV. O retorno e as ativida<strong>de</strong>s como professor e pesquisador no Brasil................................. 35<br />

IV.1 Ativida<strong>de</strong>s na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto -UFOP.................................... 357<br />

IV. 1.1 Tradução <strong>de</strong> capítulo <strong>de</strong> livro .............................................................................. 37<br />

IV.1.2 Resumos apresentados em congressos .............................................................. 37<br />

IV.1.3 Organização <strong>de</strong> curso e eventos .......................................................................... 38<br />

IV.1.4 Orientação <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> Iniciação científica ........................................................ 38<br />

IV.1.5 Captação <strong>de</strong> recursos........................................................................................... 39<br />

IV.1.6 Participação em bancas <strong>de</strong> comissões julgadoras............................................... 39<br />

IV.2 O meu início na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>-UFMG................................. 40<br />

IV.2.1 Pesquisador Visitante do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia................. 40<br />

IV.2.1 Artigos publicados ................................................................................................ 42<br />

IV.2.3 Resumos apresentados em congressos .............................................................. 43<br />

IV.2.4 Captação <strong>de</strong> recursos........................................................................................... 45<br />

IV.3 O ingresso no Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral da UFMG......................................... 45<br />

IV.3.1 Reflexões sobre o ensino na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> .......................................................... 47<br />

IV.3.2 Ativida<strong>de</strong>s didáticas em nível <strong>de</strong> graduação e pós-graduação............................. 48<br />

IV.3.3 Cursos organizados e Palestras ministradas ...................................................... 49<br />

IV.3.4 Formação <strong>de</strong> recursos humanos .......................................................................... 53<br />

IV. 3.4.1 Graduação..................................................................................................... 53<br />

IV. 3.4.1.1 Artigos publicados................................................................................... 56<br />

IV. 3.4.1.2 Trabalho completo publicado em anais <strong>de</strong> congressos .......................... 56<br />

IV. 3.4.1.3 Texto em jornais <strong>de</strong> divulgação científica ............................................... 57<br />

IV. 3.4.1.4 Resumos publicados em anais <strong>de</strong> congressos....................................... 57<br />

IV. 3.4.2 Aperfeiçoamento ........................................................................................... 60<br />

IV. 3.4.3 Pós-graduação .............................................................................................. 61<br />

IV. 3.4.3.1 Ativida<strong>de</strong>s em Programas <strong>de</strong> Pós-graduação......................................... 62<br />

IV.3.4.3.2 Dissertações <strong>de</strong> Mestrado ....................................................................... 65<br />

IV. 3.4.3.3 Teses <strong>de</strong> doutorado ................................................................................ 72<br />

IV. 3.4.4 Supervisão <strong>de</strong> pós-doutorandos.................................................................... 77<br />

IV. 3.4.4 Destino dos Pós-graduandos e Pós-doutores egressos do Laboratório <strong>de</strong><br />

Genética Celular e Molecular (LGCM) ..................................................................... 80<br />

IV. 4 Produção Científica na UFMG ................................................................................... 82<br />

IV. 4.1 Ações Transversais ............................................................................................. 83


IV.4.2 Estudo <strong>de</strong> organismos patogênicos...................................................................... 89<br />

IV. 4.2.1 Projeto Genoma <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis................................................... 93<br />

IV.4.2.2.1 Diagnóstico .............................................................................................. 97<br />

IV.4.2.2.2 Multiplex PCR .......................................................................................... 98<br />

IV.4.2.2.3 Vacinas .................................................................................................. 100<br />

IV. 4.2.2 Brucella........................................................................................................ 105<br />

IV.4.3 Novas utilizações biotecnológicas e terapêuticas das bactérias lácticas ........... 109<br />

IV.4.3.1 As Bactérias Lácticas ...................................................................................... 109<br />

IV.4.3.2 Utilização e importância industrial das bactérias lácticas............................. 110<br />

IV.4.3.3 Utilização das bactérias lácticas na saú<strong>de</strong> e nutrição .................................. 110<br />

IV.4.3.4 Novas e futuras utilizações das bactérias lácticas ....................................... 112<br />

IV.4.3.4.1 Produção <strong>de</strong> proteínas em fermentadores............................................. 112<br />

IV.4.3.4.2 Produção <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong>ntro dos alimentos......................................... 113<br />

IV.4.3.4.3 Construção <strong>de</strong> vacinas vivas ................................................................. 113<br />

IV. 5 Colaborações Científicas ......................................................................................... 125<br />

IV. 5.1.1 Brucella abortus........................................................................................... 126<br />

IV. 5.1.2 Schistosoma mansoni ................................................................................. 126<br />

IV. 5.1.3 Corynebacterium pseudotuberculosis ......................................................... 126<br />

IV. 5.1.3.1 UFMG.................................................................................................... 127<br />

IV. 5.1.3.2 UFBA..................................................................................................... 127<br />

IV. 5.1.4.Outras corinebactérias ................................................................................ 127<br />

IV. 5.1.4.1 UERJ..................................................................................................... 127<br />

IV. 5.1.5 Re<strong>de</strong> Genoma <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (RGMG) ................................................... 128<br />

IV. 5.1.6 Re<strong>de</strong> Paraense <strong>de</strong> Genoma e Proteômica (RPGP) .................................... 128<br />

IV. 5.1.7 Bactérias lácticas......................................................................................... 129<br />

IV. 5.2 Colaborações internacionais ............................................................................. 129<br />

IV. 5.2.2 Israel............................................................................................................ 130<br />

IV. 5.2.3 Inglaterra ..................................................................................................... 130<br />

IV. 5.2.4 Alemanha .................................................................................................... 130<br />

IV. 5.2.5 França ......................................................................................................... 132<br />

IV. 5.2.6 Argentina ..................................................................................................... 133<br />

IV. 5.2.7 Uruguai........................................................................................................ 133<br />

IV. 6. Avaliação das Publicações Geradas ...................................................................... 134<br />

IV. 6.1 Artigos científicos............................................................................................... 134<br />

IV. 6.2 Capítulos <strong>de</strong> Livros ............................................................................................ 144<br />

IV. 6.3 Resumos apresentados em Congressos........................................................... 146<br />

IV. 6.3 Patentes............................................................................................................. 152<br />

IV. 6.3.1 Depositadas................................................................................................. 152<br />

IV. 6.3.2 Patentes a serem <strong>de</strong>positadas.................................................................... 153<br />

IV.7 Captação <strong>de</strong> recursos e Projetos <strong>de</strong> Pesquisa......................................................... 154<br />

IV. 7.1 Atuação em projetos como Coor<strong>de</strong>nador .......................................................... 155<br />

IV. 7.2 Atuação em projetos como Colaborador ........................................................... 158<br />

IV. 8 Extensão .................................................................................................................. 162<br />

IV. 9 Campanhas orientativas .......................................................................................... 164<br />

IV.10 Congressos e Eventos realizados .......................................................................... 167<br />

IV. 11 Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Mesas-redondas......................................................................... 178<br />

IV. 12 Experiência Administrativa..................................................................................... 179<br />

IV.12.1 Membro da Comissão Interna <strong>de</strong> Biossegurança do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong><br />

Biológicas da UFMG ..................................................................................................... 180<br />

IV.12.2 Membro do colegiado do curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética do<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do ICB/UFMG ........................................................... 180<br />

IV.12.3 Ativida<strong>de</strong>s na regional mineira da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética .............. 182<br />

IV.12.4 Membro assessor do programa piloto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da região<br />

amazônica PPG7. Ministério da Ciência e Tecnologia. 1999-2002 .............................. 184<br />

3


IV.12.5 Membro assessor do Centro Brasileiro Argentino <strong>de</strong> Biotecnologia, CBAB .<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia ............................................................................... 184<br />

IV.12.6 Membro da Comissão Técnica Nacional <strong>de</strong> Biossegurança-CTNBio. Ministério<br />

da Ciência e Tecnologia................................................................................................ 184<br />

IV.12.7 Comitê Temático (CT) <strong>de</strong> Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Biologia<br />

(IB) do CNPq................................................................................................................. 187<br />

IV.12.8. Membro do Comitê <strong>de</strong> Internacionalização da UFMG..................................... 188<br />

IV.12.9 Membro do Colegiado da pós-graduação em Bioinformática........................... 188<br />

IV.12.10 Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e <strong>de</strong> Biossegurança do Consellho<br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Medicina Veterinária, COBio-CFM.............................................................. 189<br />

IV.12.11 Coor<strong>de</strong>nador do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética da UFMG........ 190<br />

IV.12.12 Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Julgadora do Prêmio Jovem Cientista do CNPq no<br />

ano <strong>de</strong> 2007 .................................................................................................................. 193<br />

IV.13 Prêmios e títulos recebidos..................................................................................... 193<br />

IV.14 Bolsas recebidas..................................................................................................... 194<br />

IV.15 Consultoria.............................................................................................................. 195<br />

IV.16 Membro do corpo editorial <strong>de</strong> periódicos científicos e revisor Ad hoc.................... 196<br />

IV.17 Editoração <strong>de</strong> números especiais........................................................................... 198<br />

IV.18 Participação em Socieda<strong>de</strong>s .................................................................................. 201<br />

IV.19 Participação em bancas <strong>de</strong> dissertações, teses, exames <strong>de</strong> qualificação e<br />

comissões julgadoras....................................................................................................... 202<br />

IV.19.1 Dissertações ..................................................................................................... 202<br />

IV.19.2 Teses <strong>de</strong> doutorado.......................................................................................... 205<br />

IV.19.3 Qualificações <strong>de</strong> doutorado .............................................................................. 206<br />

IV.19.4 Participação em bancas <strong>de</strong> comissões julgadoras........................................... 208<br />

IV.19.4.1 Concursos públicos .................................................................................... 208<br />

IV.19.4.2 Avaliação <strong>de</strong> cursos ................................................................................... 209<br />

IV.19.5 Outras participações......................................................................................... 210<br />

IV.20 Aprovação em concursos ....................................................................................... 212<br />

IV.20.1 Concurso para a obtenção do título <strong>de</strong> Professor Livre-docente da USP ........ 213<br />

IV.21 Reflexões sobre as Funções <strong>de</strong> um Professor titular ............................................. 215<br />

IV.22 Avaliação crítica e Perspectivas ............................................................................. 220<br />

4


Lista <strong>de</strong> figuras e tabelas<br />

Figura 1. Representação gráfica dos ensaios <strong>de</strong> imunização utilizando as linhagens anteriormente<br />

mencionadas. Em <strong>de</strong>staque, a média dos últimos três resultados alcançados pela linhagem Cp13<br />

(80%, 80% e 83,3% <strong>de</strong> proteção)........................................................................................................103<br />

Figura 2. Distribuição dos fatores <strong>de</strong> impacto dos periódicos <strong>de</strong> 1993 a 2008...................................139<br />

Figura 3. Proporção <strong>de</strong> artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais........................140<br />

Figura 4. Distribuição dos fatores <strong>de</strong> impacto dos periódicos <strong>de</strong> 2006 a 2008...................................140<br />

Figura 5. Artigos publicados e índice <strong>de</strong> citação por ano segundo a Web of Science........................142<br />

Figura 6. Fator h no período 1996-2008 segundo a base Scopus......................................................143<br />

Figura 7. Número <strong>de</strong> citações no período 1996-2008 segundo a base Scopus.................................143<br />

Figura 8. Cartaz do Evento do I Simpósio Edmar Chartone <strong>de</strong> Souza...............................................170<br />

Figura 9. Inscrições no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia por instituições <strong>de</strong> ensino (375<br />

inscritos)..............................................................................................................................................172<br />

Figura 10. Inscrições no Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia <strong>de</strong> participantes provenientes do<br />

interior <strong>de</strong> MG......................................................................................................................................172<br />

Figura 11. Inscrições no Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia <strong>de</strong> participantes provenientes <strong>de</strong><br />

outros estados do Brasil......................................................................................................................173<br />

Figura 12. Outras instituições <strong>de</strong> ensino participantes do I Simpósio <strong>de</strong> Genética e<br />

Biotecnologia.......................................................................................................................................174<br />

Figura 13. Categoria das instituições participantes do I Simpósio <strong>de</strong> Genética e<br />

Biotecnologia.......................................................................................................................................175<br />

Figura 14. Inscrições por centros <strong>de</strong> pesquisa no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e<br />

Biotecnologia.......................................................................................................................................175<br />

Figura 15. Participação dos alunos do programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética no I Simpósio <strong>de</strong><br />

Genética e Biotecnologia.....................................................................................................................176<br />

Figura 16. Inscrições no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia.......................................................176<br />

Figura 17. Ata da primeira reunião da Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia<br />

Geral do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>..................................................................................................................................................181<br />

Figura 18. Cartaz dos membros da CTNBio........................................................................................187<br />

Figura 19. Levantamento do número <strong>de</strong> alunos do curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética no período<br />

<strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação..........................................................................................................192<br />

Tabela 1: Fator <strong>de</strong> Impacto das Publicações......................................................................................136<br />

Tabela 2. Coor<strong>de</strong>nadores participantes da RGMG e respectivas instituições <strong>de</strong> origem...................138<br />

5


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

“Quem tem amigo verda<strong>de</strong>iro po<strong>de</strong> dizer que tem duas almas.”<br />

Arturo Graf<br />

Aos meus pais, por me darem os instrumentos para sonhar.<br />

Aos meus amigos, colegas e alunos, que colaboraram para<br />

transformá-los em realida<strong>de</strong>.<br />

À minha esposa e aos meus filhos, por me manterem sonhando.<br />

6


I. Apresentação<br />

“Para ser gran<strong>de</strong>, sê inteiro: nada<br />

Teu exagera ou exclui.<br />

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és<br />

No mínimo que fazes.<br />

Assim em cada lago a lua toda<br />

Brilha, porque alta vive.”<br />

Fernando Pessoa<br />

Um Memorial trata do passado, baseado na Memória. Na sua forma mais<br />

completa, a memória implica na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uso <strong>de</strong> eventos e experiências<br />

que são tratados como se pertencessem apenas à vida passada da pessoa e esta<br />

os <strong>de</strong>screve e os usa agora. Idéias e motivações do passado não po<strong>de</strong>m ser<br />

totalmente recapturadas, pois fatos objetivos acontecem em momentos da História e<br />

são envoltos em situações subjetivas.<br />

Segundo a Profa. Júnia Lessa França e colaboradores na publicação do<br />

“Manual para Normalização <strong>de</strong> Publicações Técnico-Científicas”, pela Editora<br />

UFMG, o memorial é “a <strong>de</strong>scrição e a avaliação crítica da formação universitária, das<br />

ativida<strong>de</strong>s profissionais e, em particular, das ativida<strong>de</strong>s docentes que possam<br />

contribuir para o julgamento global do candidato”. De acordo com a Profa. Júnia, o<br />

memorial difere do curriculum vitae, uma vez que esse último se limita a apresentar<br />

dados biográficos, <strong>de</strong> formação acadêmica e ativida<strong>de</strong>s profissionais, sem<br />

comentários pessoais a respeito <strong>de</strong>ssas informações.<br />

Desta forma, para a redação objetiva <strong>de</strong>ste memorial, analisei,<br />

cronologicamente, um período <strong>de</strong> 27 anos, a partir do meu ingresso no curso <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária e, na medida do possível, tentei manter uma postura crítica<br />

nessa reconstrução, a cada passo da minha carreira acadêmico-profissional,<br />

examinando atentamente minhas motivações. O fato óbvio <strong>de</strong> estar enfatizando meu<br />

próprio trabalho não altera a lembrança <strong>de</strong> quanto foi fruto <strong>de</strong> comprometimento<br />

coletivo. Assim, tal incursão pelo passado não é somente uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

7


esgatá-lo, mas também <strong>de</strong> transformá-lo, pela reflexão crítica, em matéria viva, útil<br />

ao presente e ao futuro da minha vida profissional.<br />

Termino esse prefácio citando Kierkegaard:<br />

“A vida só po<strong>de</strong> ser entendida retrospectivamente, mas só po<strong>de</strong> ser vivida<br />

prospectivamente”.<br />

8


II. Formação e ativida<strong>de</strong>s científicas e administrativas iniciais no Brasil<br />

II.1 Graduação em Medicina Veterinária pela Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />

(EMV) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia (UFBA)<br />

“Há verda<strong>de</strong>iramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência<br />

consiste em saber; em crer que se sabe, resi<strong>de</strong> a ignorância”.<br />

Hipócrates<br />

Era <strong>de</strong>sejo dos meus pais que eu estudasse Medicina, já que <strong>de</strong>monstrara,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, facilida<strong>de</strong> e prazer em estudar disciplinas da área biológica. No<br />

entanto, minha infância vivida no campo me motivou a optar pela Medicina<br />

Veterinária, uma área nem tão distante do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>les, porém mais próxima da<br />

minha vivência e afeição pelos animais <strong>de</strong> fazenda.<br />

Quando ingressei, em 1981, na Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia (UFBA), esse curso era único no estado e, portanto,<br />

era imperativo que tentasse fornecer a mais completa formação aos alunos.<br />

Quarenta e oito disciplinas permitiam aos novos profissionais o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

noções <strong>de</strong> clínica, produção animal e saú<strong>de</strong> pública. Senti, <strong>de</strong> imediato, que a<br />

informação provinha da universida<strong>de</strong>, mas que a formação era e é construída<br />

individualmente. A universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenha um papel fundamental no que<br />

concerne ao <strong>de</strong>senvolvimento do pensamento crítico, por meio do qual levantamos<br />

questões e somos motivados a construir e buscar respostas, favorecidos pelos<br />

instrumentos informacionais que a mesma proporciona. Sempre percebi que o<br />

aprendizado se faz da teoria e da prática. Sentia um amor pela clínica e pela<br />

pesquisa que perduram até os dias atuais. Seria possível conciliar essas duas<br />

ativida<strong>de</strong>s, pragmaticamente, distintas? Creio ter sido essa uma das minhas<br />

primeiras indagações sobre meu futuro profissional.<br />

Não conhecia, exatamente, o que era ser um médico veterinário ou um<br />

pesquisador e, para escolher meu caminho, carecia <strong>de</strong> informações que pu<strong>de</strong>ssem<br />

9


dar suporte às minhas supostas <strong>de</strong>cisões. Procurei participar ao máximo <strong>de</strong> cursos,<br />

congressos e estágios extracurriculares, acreditando que estar entre os profissionais<br />

que atuavam na área seria a maneira mais segura <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e conhecer esse<br />

mundo que se me abria, e escolher nele o meu caminho.<br />

Des<strong>de</strong> meu primeiro semestre na universida<strong>de</strong>, tentei fazer estágios<br />

relacionados à Iniciação Científica. Os professores que busquei me diziam da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> base teórica, antes da prática, e i<strong>de</strong>al seria começar a partir do<br />

segundo ano. Minha <strong>de</strong>cepção sentida naquela época vem hoje como uma amena<br />

lembrança, do fato <strong>de</strong> os laboratórios apenas aceitarem alunos que já tinham<br />

cursado pelo menos três semestres <strong>de</strong> seus respectivos cursos. Em 1982, fui aceito<br />

para um estágio no Laboratório <strong>de</strong> Bacteriologia da escola, sob a orientação da<br />

Professora Thereza Conceição Nunes Martinez. O laboratório tinha duas missões: a<br />

primeira, prestar serviços <strong>de</strong> rotina para o Hospital Veterinário da Escola <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária, e a segunda, <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> pesquisa. Com isso,<br />

aprendi gran<strong>de</strong> parte das etapas na rotina <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> Bacteriologia, as<br />

quais incluem o isolamento e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias. Hoje, como Chefe <strong>de</strong><br />

Laboratório, posso ensinar tais procedimentos com a segurança <strong>de</strong> quem sabe<br />

fazer. As práticas e noções <strong>de</strong> microbiologia que aprendi naquele laboratório foram<br />

essenciais para o curso e a evolução da minha carreira como Geneticista Molecular<br />

<strong>de</strong> Microrganismos.<br />

Para alcançar os objetivos da segunda missão daquele laboratório, isto é, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa, dos quais eu participava, gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> material biológico, vindas <strong>de</strong> todo o estado da Bahia,<br />

constituía fontes <strong>de</strong> informação para se isolarem e i<strong>de</strong>ntificarem agentes etiológicos;<br />

essas amostras eram acompanhadas <strong>de</strong> dados clínicos, o que nos permitia fazer um<br />

levantamento epi<strong>de</strong>miológico das doenças bacterianas veterinárias do nosso estado.<br />

Dois projetos foram <strong>de</strong>senvolvidos naquele laboratório com minha ativa participação,<br />

quais sejam: isolamento <strong>de</strong> Listeria monocytogenes, a partir <strong>de</strong> cérebros <strong>de</strong> Rattus<br />

novergicus, e estudo da estomatite em jibóias do zoológico da Bahia.<br />

O primeiro projeto foi motivado por um surto, naquela época, <strong>de</strong> doença<br />

neurológica com sintomatologia semelhante à da raiva em plantel bovino <strong>de</strong> uma<br />

região do estado da Bahia. A hipótese <strong>de</strong> raiva bovina fora <strong>de</strong>scartada pelos exames<br />

10


laboratoriais feitos no estado e a tentativa <strong>de</strong> se encontrarem outros tipos <strong>de</strong><br />

microrganismos responsáveis pela patologia, feita no Estado <strong>de</strong> São Paulo, foi<br />

infrutífera. Como a listeriose bovina apresenta esse tipo <strong>de</strong> sintomatologia, apesar<br />

<strong>de</strong> ser doença que acomete bovinos em clima temperado, iniciamos a tentativa <strong>de</strong><br />

isolamento do microrganismo. Os ratos apresentavam a mesma sintomatologia após<br />

a injeção <strong>de</strong> cérebros <strong>de</strong> bovinos, mas não conseguimos isolar Listeria ou qualquer<br />

outra bactéria. Nunca chegamos à conclusão <strong>de</strong> qual foi o agente causal daquela<br />

epi<strong>de</strong>mia.<br />

O segundo projeto foi <strong>de</strong>senvolvido com o objetivo <strong>de</strong> oferecer suporte aos<br />

veterinários do Zoológico da Bahia. Todas as jibóias apresentavam estomatite e os<br />

tratamentos utilizados não eram eficientes para se alcançar a cura naqueles<br />

animais. Isolamos, i<strong>de</strong>ntificamos e fizemos antibiogramas. A partir <strong>de</strong> nossos<br />

resultados, os animais foram tratados com sucesso. Esses trabalhos foram<br />

apresentados em congressos <strong>de</strong> iniciação científica da UFBA, nos anos <strong>de</strong> 1983 e<br />

1985, respectivamente. Aqueles foram os meus primeiros passos na ciência.<br />

Comparando-os hoje aos dos meus alunos <strong>de</strong> iniciação científica, observo que os<br />

projetos são mais estruturados, que esses alunos publicam em revistas científicas<br />

internacionais e chegam à maturida<strong>de</strong> científica mais rapidamente. Certamente, tal<br />

mérito se <strong>de</strong>ve não só à evolução dos pesquisadores e da pesquisa, com o advento<br />

e franco <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias no nosso país, mas também à maior<br />

valorização e consciência <strong>de</strong> que esses iniciantes serão nossos alunos <strong>de</strong> pósgraduação<br />

e futuros profissionais, com os quais se preten<strong>de</strong> manter intercâmbio <strong>de</strong><br />

informações e conhecimento.<br />

Decidido a continuar <strong>de</strong>sbravando novas searas, comecei, em 1984, a fazer<br />

outro estágio <strong>de</strong> iniciação científica, com o pomposo nome <strong>de</strong> Estágio <strong>de</strong><br />

Complementação Educacional e Prática Profissional, no Laboratório <strong>de</strong> Virologia da<br />

Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária da Bahia – EPABA, sob supervisão do Dr.<br />

Paulo Maia. Embora fosse uma instituição voltada para a pesquisa, <strong>de</strong>dicava-se<br />

também à prestação <strong>de</strong> serviços aos criadores do estado da Bahia. Meu projeto era<br />

isolar e i<strong>de</strong>ntificar vírus <strong>de</strong> animais domésticos e estudar as lesões anátomopatológicas<br />

causadas por tais patógenos. A importância <strong>de</strong>sse estágio para mim foi<br />

o contato com a área <strong>de</strong> virologia, a qual consi<strong>de</strong>ro uma das áreas mais fascinantes<br />

da Microbiologia. Aprendi a trabalhar com técnicas histológicas e <strong>de</strong> cultivo celular,<br />

11


as quais foram essenciais para meu rápido avanço no mestrado, eliminando a etapa<br />

<strong>de</strong> treinamento no seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Em 1982, iniciei estágios em clínicas para pequenos animais, acompanhando<br />

o Dr. Carlos Ama<strong>de</strong>u Abreu e Silva, respeitado clínico, foragido da guerra <strong>de</strong> Angola,<br />

que, após breve convivência, mudou-se para Portugal. A clínica foi, então, comprada<br />

pelo Dr. Javier Alfaya, com o qual permaneci estagiando e, posteriormente,<br />

trabalhando até 1987. Esse estágio contribuiu muito para a prática e experimentação<br />

dos conhecimentos teóricos adquiridos na Escola <strong>de</strong> Veterinária, nas minhas<br />

funções profissionais, tanto como chefe do setor <strong>de</strong> feras do Zoológico <strong>de</strong> Salvador<br />

quanto em minhas funções atuais <strong>de</strong> pesquisa, uma vez que o conhecimento clínico<br />

é essencial como elo entre os experimentos laboratoriais e a doença que<br />

preten<strong>de</strong>mos tratar ou erradicar.<br />

Em 1985, concluí todas as disciplinas, restando, ainda, o Estágio<br />

Supervisionado, o que estava resolvido a fazer no melhor Hospital Veterinário do<br />

Brasil, à época, o Hospital da Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Santa Maria, no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Neste estágio, estava previsto que<br />

eu ficaria interno, aten<strong>de</strong>ndo gran<strong>de</strong>s e pequenos animais, nas áreas <strong>de</strong> clínica e<br />

cirurgia, para as quais foram estabelecidas 360 horas <strong>de</strong> estágio obrigatório. O<br />

trabalho árduo, no triplo <strong>de</strong>ssas horas e quase o dobro dos dias, diagnósticos<br />

acertados e intervenções com sucesso quebraram aquela resistência inicial contra o<br />

“estrangeiro” e a velha <strong>de</strong>sconfiança nacional sobre a capacida<strong>de</strong> do Nor<strong>de</strong>ste e,<br />

então, fui convidado a compartilhar chimarrão com a equipe. Antes <strong>de</strong> terminar o<br />

estágio, muitas vezes li<strong>de</strong>rei a equipe na ausência do professor responsável. Foi a<br />

primeira vez que vivi longe <strong>de</strong> casa, a três mil quilômetros <strong>de</strong> distância. Essa<br />

experiência profissional foi a mola propulsora da minha <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> completar a<br />

formação acadêmica no exterior.<br />

Como acadêmico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início tentei “beber <strong>de</strong> todas as fontes” possíveis,<br />

busquei conhecer quase todas as áreas <strong>de</strong> atuação da veterinária e mergulhei em<br />

laboratórios. De fato, nessa época, minha opção fora feita, mesmo tendo conhecido,<br />

nos vários estágios, as imposições do mercado <strong>de</strong> trabalho que me aguardavam.<br />

12


II.2 Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Salvador, Estado da Bahia<br />

“Gato <strong>de</strong> luvas não pega ratos.”<br />

Benjamin Franklin<br />

Ingressei na Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no dia 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1981,<br />

como técnico administrativo do setor <strong>de</strong> Vigilância Sanitária. Conversando com o<br />

diretor do setor, mencionei que estudava medicina veterinária. O setor estava<br />

<strong>de</strong>ficiente em número <strong>de</strong> fiscais cobrindo a área urbana <strong>de</strong> Salvador e ele me<br />

perguntou se eu não achava mais interessante fazer inspeção do que trabalhar<br />

como secretário. Entendi e aceitei a proposta e comecei logo um treinamento que<br />

teve duração <strong>de</strong> três meses. Estu<strong>de</strong>i a legislação fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal que<br />

então regiam o controle <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> origem animal e, a partir do ano <strong>de</strong> 1982,<br />

iniciei como inspetor sanitário responsável por uma equipe composta <strong>de</strong> um<br />

motorista, um soldado da Polícia Militar e dois carregadores.<br />

O trabalho era extremamente simples. Controlávamos a limpeza dos<br />

estabelecimentos, conferíamos certificados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, higiene <strong>de</strong> funcionários e<br />

inspecionávamos prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> dos produtos. Houve situações perigosas,<br />

quando <strong>de</strong>signado para o embargo <strong>de</strong> abatedouros, açougues e criações<br />

clan<strong>de</strong>stinas, era obrigado a portar armas, o que me <strong>de</strong>sagradava bastante.<br />

Sendo um dos mais jovens inspetores sanitários da Secretaria, comandar<br />

homens que lá trabalhavam há vinte ou trinta anos era um exercício permanente <strong>de</strong><br />

diplomacia, paciência e, principalmente, aprendizado. Vários estabelecimentos<br />

comerciais foram fechados por irregularida<strong>de</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> seu tamanho ou<br />

po<strong>de</strong>rio financeiro. Mesmo não recebendo apoio jurídico da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

recebi o apoio <strong>de</strong> seu diretor ao lavrar aqueles laudos <strong>de</strong> interdição, fato que por<br />

certo levou a batalhas judiciais, as quais, ganhas ao final, foram percebidas como<br />

triunfo.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> extrema importância para a saú<strong>de</strong> pública, tinha<br />

flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horários que me permitia estudar e estagiar na universida<strong>de</strong> e<br />

13


epresentava a tranqüilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um emprego ao sair da universida<strong>de</strong>. A formatura<br />

em Medicina Veterinária logo levou à promoção ao último nível da carreira que<br />

po<strong>de</strong>ria alcançar na Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Entretanto, estava convicto <strong>de</strong><br />

que não era meu <strong>de</strong>sejo passar os próximos trinta anos naquele mesmo tipo <strong>de</strong><br />

trabalho. Pedi licença sem vencimentos em agosto <strong>de</strong> 1988 e nunca regressei.<br />

Das lições que aprendi com tais experiências, algumas foram <strong>de</strong> fundamental<br />

relevância na formação do indivíduo que sou hoje: treinar a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar<br />

pessoas e tomar <strong>de</strong>cisões que atinjam um grupo; buscar prazer em realizar alguma<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sagradável por força das circunstâncias; e, por último, mas não menos<br />

importante, abrir mão <strong>de</strong> situações cômodas e seguras para perseguir a realização<br />

<strong>de</strong> um sonho.<br />

14


II.3 Parque Zoobotânico da Secretaria <strong>de</strong> Agricultura do Estado da Bahia<br />

“Pequenas ações que realizamos são melhores que as gran<strong>de</strong>s que planejamos.”<br />

Confúcio<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 1985, ingressei na Secretaria <strong>de</strong> Agricultura como agente<br />

administrativo e fui lotado no Parque Zoobotânico Getúlio Vargas. Quando cursava o<br />

último ano da graduação, trabalhava na Prefeitura e estagiava. Graças ao diretor do<br />

Zoológico, o qual também era meu professor na Escola <strong>de</strong> Veterinária, consegui<br />

conciliar várias ativida<strong>de</strong>s, uma das quais eram plantões nos fins <strong>de</strong> semana,<br />

propostos por ele. Um dia <strong>de</strong> plantão equivalia a dois dias úteis e, como ninguém se<br />

dispunha para tal, a proposta agradou a gregos, troianos e baianos e pu<strong>de</strong> conciliar<br />

mais essa ativida<strong>de</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a tranqüila rotina dos plantões, era possível, então, estudar<br />

as matérias <strong>de</strong>sse último ano. Os problemas que surgiam eram <strong>de</strong> qualquer espécie<br />

e <strong>de</strong>mandavam soluções imediatas, muitas vezes com base no improviso. O acervo<br />

<strong>de</strong> animais era pequeno, mas a infra-estrutura não era compatível com o existente, e<br />

a educação dos visitantes <strong>de</strong>ixava muito a <strong>de</strong>sejar.<br />

No ano <strong>de</strong> 1986, após retornar do estágio acadêmico em Santa Maria, RS, o<br />

diretor do Zoológico ofereceu-me a chefia do Setor <strong>de</strong> Feras, problemático e<br />

perigoso. Tentei melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos animais sob minha custódia<br />

durante esse período <strong>de</strong> chefia, o qual perdurou até minha saída do Zoológico, em<br />

1988, para iniciar a pós-graduação.<br />

Estava em situação financeira confortável com mais esse emprego, mas<br />

acreditava que meu futuro era ser pesquisador e professor. No Brasil, a carreira <strong>de</strong><br />

pesquisa é construída nas universida<strong>de</strong>s e nos centros <strong>de</strong> pesquisa públicos, os<br />

quais exigem a formação em pós-graduação. Dessa forma, teria que trilhar este<br />

caminho.<br />

15


II.4 <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> (ICS) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia<br />

“O entusiasmo é uma aurora que não termina.”<br />

Fe<strong>de</strong>rico García Lorca<br />

Procurei o Professor Roberto Meyer Nascimento, meu “mestre” durante a<br />

graduação, no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> (ICS) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da<br />

Bahia – UFBA, em meados <strong>de</strong> 1986, e solicitei um estágio que, hoje, chamamos <strong>de</strong><br />

aperfeiçoamento científico. Ele <strong>de</strong>senvolvia um trabalho em parceria com a Empresa<br />

<strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária da Bahia (EPABA), testando uma vacina atenuada contra<br />

a linfa<strong>de</strong>nite caseosa, um projeto financiado pela FINEP. Comecei a trabalhar com<br />

os Doutores Artur Hage, Orlando Martins e Sérgio Costa Oliveira, esse último<br />

também colega <strong>de</strong> graduação. Passávamos 15 dias no campo, coletando amostras<br />

biológicas <strong>de</strong> animais vacinados, vacinando e realizando “<strong>de</strong>safios”, e outros 15 dias<br />

tratando essas amostras no laboratório <strong>de</strong> imunologia do ICS, ou seja, fazendo<br />

testes para avaliar a resposta imune. Eu também era responsável pelo biotério e<br />

pela construção <strong>de</strong> um aprisco para pequena criação <strong>de</strong> caprinos, para fins<br />

experimentais em pequena escala.<br />

A atmosfera do laboratório do Dr. Roberto era enriquecida com seminários,<br />

reuniões e discussões científicas consistentes que ocorriam com freqüência.<br />

Experimentando sensações <strong>de</strong> “peixe fora d’água” pelo meu pouco conhecimento na<br />

área <strong>de</strong> imunologia, nesse momento senti a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uma pósgraduação.<br />

Em conversas com o Professor Roberto, seu conselho foi a pósgraduação<br />

em biologia molecular no exterior, área <strong>de</strong> conhecimento que ele<br />

<strong>de</strong>sejava implantar em seu laboratório.<br />

Foram quase dois anos <strong>de</strong> aperfeiçoamento científico e <strong>de</strong> convivência com<br />

esse i<strong>de</strong>alista, que me trouxeram amadurecimento científico e, praticamente,<br />

apontaram a direção que <strong>de</strong>veria seguir em minha carreira.<br />

16


III. Mestrado, doutorado e pós-doutorado feitos no exterior<br />

III.1 Dissertação <strong>de</strong> Mestrado<br />

“Vai ser, vai ter que ser, vai ser faca amolada”.<br />

Milton Nascimento/Ronaldo Bastos.<br />

Título: Apprentissage <strong>de</strong> quelques techniques <strong>de</strong> biologie moléculaire, étu<strong>de</strong> basée<br />

sur le modèle d'un Rhabdovírus: le vírus <strong>de</strong> la septicémie hémorragique virale <strong>de</strong>s<br />

salmonidés. “Aprendizado <strong>de</strong> algumas técnicas <strong>de</strong> biologia molecular, estudo<br />

baseado em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um Rhabdovírus: o vírus da septicemia hemorrágica viral<br />

dos salmonidéos.”<br />

Obtenção:1989.<br />

Orientador: Jacqueline Bernard<br />

Palavras-chave: SHV; biologia molecular; virus.<br />

Gran<strong>de</strong> área: <strong>Ciências</strong> Biológicas/ Área: Genética/ Subárea: Genética Molecular e<br />

<strong>de</strong> Microrganismos/ Especialida<strong>de</strong>: Genética Molecular e <strong>de</strong> Microrganismos.<br />

Procurei me informar e <strong>de</strong>scobri que a Escola <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Maison<br />

d’Alfort e o <strong>Instituto</strong> Nacional Agronômico Paris-Grignon possuíam programa <strong>de</strong> pós-<br />

graduação para professores da Escola <strong>de</strong> Veterinária da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da<br />

Bahia. Concentrei todas as minhas energias nessa pós-graduação, apesar <strong>de</strong><br />

minhas chances serem quase remotas. Na balança, pesando contra, vinha o fato <strong>de</strong><br />

não ter mestrado nem vínculo empregatício em universida<strong>de</strong>s ou instituições <strong>de</strong><br />

pesquisa, além do fato <strong>de</strong> as instituições brasileiras <strong>de</strong> fomento preferirem<br />

contemplar com bolsas os candidatos que já tivessem esgotado todas as suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s no Brasil; como último empecilho, meu currículo ainda estava em<br />

formação. Fatores a favor existiam: eu era formado em francês pela “Alliance<br />

Française” e tinha informações precisas sobre como elaborar o “dossiê” <strong>de</strong><br />

candidatura, à maneira francesa, para análise e seleção <strong>de</strong> candidatos ao mestrado.<br />

Apesar <strong>de</strong> não ser professor, fui aceito pelo programa <strong>de</strong> pós-graduação<br />

francês; os pedidos <strong>de</strong> bolsa ao CNPq e CAPES foram negados. Todo meu<br />

17


empenho <strong>de</strong> um ano não me permitia <strong>de</strong>ixar escapar essa oportunida<strong>de</strong>. Decidi<br />

partir com recursos próprios, vendi tudo o que possuía, pedi licença sem<br />

vencimentos em meus empregos e <strong>de</strong>sembarquei na França no dia 26 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1988.<br />

Oito dias <strong>de</strong>pois, o curso <strong>de</strong> D.E.A (“Diplôme d´Étu<strong>de</strong>s Approfondues”) em<br />

produção animal, equivalente ao nosso mestrado, começou. Esse mestrado era<br />

organizado por três renomadas instituições francesas, “Institut National Agronomique<br />

Paris-Grignon”, a “École Nationale Vétérinaire d’Alfort” e “Conservatoire National <strong>de</strong>s<br />

Arts et Métiers”. Apesar <strong>de</strong> o mestrado ser i<strong>de</strong>ntificado como em Produção Animal, o<br />

mesmo tinha várias ênfases para suprir as necessida<strong>de</strong>s das instituições envolvidas.<br />

Minha escolha recaiu sobre a ênfase em Genética Molecular <strong>de</strong> Microrganismos.<br />

Semelhante ao mestrado no Brasil, o D.E.A é preparatório para o doutorado. A<br />

diferença é o período: 12 meses para o estudante francês, 24 meses para o<br />

brasileiro. Atualmente, vários programas brasileiros <strong>de</strong> pós-graduação permitem<br />

passar para o doutorado antes <strong>de</strong> se terminar o mestrado; para isso, instituíram-se<br />

12 a 18 meses para o mestrado rápido.<br />

Durante os seis primeiros meses, foram ministradas disciplinas básicas<br />

obrigatórias, <strong>de</strong>nominadas “tronco comum”, e as profissionalizantes, as quais se<br />

enquadravam na modalida<strong>de</strong> “optativa”. As disciplinas do tronco comum tinham<br />

como objetivo <strong>de</strong>senvolver o nosso conhecimento em estatística e metodologia <strong>de</strong><br />

pesquisa, com simulações <strong>de</strong> problemas científicos que tentávamos resolver. As<br />

profissionalizantes pelas quais optei foram Genética Molecular Microbiana e<br />

Genética Bioquímica. Ao final <strong>de</strong>sse período, <strong>de</strong>veríamos apresentar uma<br />

monografia. Escrevi, com o colega Christian Hirtz, sobre animais transgênicos e sua<br />

utilização no melhoramento genético dos animais domésticos. Para obter os dados,<br />

encontramo-nos com pesquisadores, os doutores Jean-Paul Renard e Jean-Marie<br />

Hou<strong>de</strong>bine, referências mundiais na clonagem e produção <strong>de</strong> animais transgênicos<br />

do <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Pesquisa Agronômica (INRA), instituição similar à nossa<br />

EMBRAPA, vinculada ao programa <strong>de</strong> pós-graduação no qual estávamos inscritos.<br />

Visitamos os seus laboratórios, on<strong>de</strong> nos foram <strong>de</strong>monstradas as técnicas para a<br />

geração daqueles animais, tivemos acesso a protocolos e manuscritos em fase <strong>de</strong><br />

redação ou já publicados. Consi<strong>de</strong>ro essa experiência espetacular, pois fora um<br />

aprendizado rico e pu<strong>de</strong>mos observar, na prática, as metodologias que iríamos<br />

18


adotar. Essa monografia me preparou para o <strong>de</strong>senvolvimento dos meus trabalhos<br />

na Comissão Técnica Nacional <strong>de</strong> Biossegurança (CTNBio), da qual fui membro<br />

titular e suplente na área animal, durante 5 e 3 anos, respectivamente.<br />

Na época, achei <strong>de</strong>sumano concentrar tantas disciplinas e ativida<strong>de</strong>s<br />

didáticas em um período <strong>de</strong> poucos meses. Hoje em dia, sou um dos apologistas <strong>de</strong><br />

tal concentração, nos programas <strong>de</strong> pós-graduação, dos quais participo. O aluno<br />

<strong>de</strong>ve terminar completamente todos os cursos exigidos e só então ingressar no<br />

laboratório para o <strong>de</strong>senvolvimento do seu trabalho experimental; como se diz,<br />

popularmente, “Ninguém po<strong>de</strong> servir a dois senhores ao mesmo tempo”.<br />

No último mês da parte teórica, recebemos a lista dos laboratórios que faziam<br />

parte das instituições do programa, localizados praticamente por toda a França.<br />

Concentrei-me na região Île-<strong>de</strong>-France, ou seja, Paris e seus arredores. A razão era<br />

simples, não tinha condições financeiras para uma nova mudança domiciliar.<br />

Com foco em Biologia Molecular, na região da minha escolha encontrava-se<br />

Dra. Jacqueline Bernard. A Dra. Bernard era pesquisadora titular no Laboratório <strong>de</strong><br />

Virologia do <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Pesquisa Agronômica (INRA), na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jouyen-Josas,<br />

a 20 km <strong>de</strong> Paris. Fui aceito para <strong>de</strong>senvolver, no seu laboratório, o meu<br />

trabalho experimental <strong>de</strong> mestrado. Ela <strong>de</strong>ixou claro, entretanto, que só se<br />

comprometeria a me aceitar para o doutorado se eu fosse contemplado com bolsa<br />

<strong>de</strong> estudos, exigência do instituto. Informei-a <strong>de</strong> que existia uma possibilida<strong>de</strong><br />

remota <strong>de</strong> se obter bolsa <strong>de</strong> doutorado pelo Brasil e, caso não conseguisse, voltaria<br />

para o meu país. A Dra. Bernard prontificou-se a me ajudar na tentativa da bolsa <strong>de</strong><br />

doutorado.<br />

Fui muito feliz tendo-a como orientadora. Dra. Bernard fora professora e<br />

pesquisadora durante 25 anos, tendo abandonado a primeira ativida<strong>de</strong> alguns anos<br />

antes do meu ingresso em seu laboratório. Além da excelente didática, era exigente<br />

e possuidora <strong>de</strong> rigor científico extremo. Tudo indicava que eu seria o seu último<br />

orientando. Seu laboratório tinha como linha <strong>de</strong> pesquisa principal o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina contra a septicemia hemorrágica dos salmoní<strong>de</strong>os.<br />

Essa doença causa gran<strong>de</strong>s perdas econômicas na Europa; somente na França,<br />

100 toneladas <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> truta Arco-Íris eram perdidas a cada ano. Meu projeto<br />

19


fazia parte do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina <strong>de</strong> segunda geração. Tentaríamos<br />

clonar o gene codificador da proteína G do capsídio viral, colocando-o sob o controle<br />

<strong>de</strong> um promotor indutível presente em um vetor procarioto. Encontramos relatos<br />

extensos na literatura científica, <strong>de</strong>monstrando que as proteínas purificadas do<br />

envelope <strong>de</strong> diferentes vírus induzem resposta imune protetora.<br />

Precisávamos construir uma biblioteca <strong>de</strong> cDNA em um vetor <strong>de</strong> expressão.<br />

Para tanto, era necessário realizar cultivo celular e infectar a cultura com o vírus,<br />

extrair <strong>de</strong>le o RNA mensageiro, fazer a síntese da fita complementar e a clonagem<br />

propriamente dita. A seleção dos clones candidatos foi feita através da técnica <strong>de</strong><br />

“immunescreening”, usando soro <strong>de</strong> coelhos com anticorpos contra a proteína G do<br />

vírus da raiva, da mesma família do vírus da septicemia hemorrágica dos<br />

salmoní<strong>de</strong>os. Minha dissertação concentrou-se nesse trabalho. O objetivo do<br />

mestrado francês foi testar a aptidão para o doutorado e obter resultados<br />

preliminares para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste.<br />

Manuscrito aceito e todas as etapas vencidas, marcamos o dia da <strong>de</strong>fesa da<br />

dissertação. Infelizmente, dois dias antes, minha orientadora sofrera um infarto.<br />

Defendi-a sem sua presença e estava apto a começar o meu trabalho <strong>de</strong> doutorado.<br />

Entretanto, havia dois problemas: não possuía bolsa <strong>de</strong> estudos e a minha<br />

orientadora ficaria afastada por seis meses, quando se aposentaria.<br />

Nesse momento, setembro <strong>de</strong> 1989, com tudo pronto para meu retorno ao<br />

Brasil, tive a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber uma carta da CAPES conce<strong>de</strong>ndo-me bolsa <strong>de</strong><br />

doutorado. Procurei o Doutor Stanislav Dusko Ehrlich, chefe do Departamento <strong>de</strong><br />

Microbiologia do INRA. Este <strong>de</strong>partamento engloba todos os laboratórios dos INRAs<br />

da França que trabalham com microbiologia, inclusive aquele on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvi a<br />

minha dissertação <strong>de</strong> mestrado. Além <strong>de</strong> exercer as funções <strong>de</strong> chefe do<br />

Departamento <strong>de</strong> Microbiologia, ele também o fazia no Laboratório <strong>de</strong> Genética<br />

Microbiana. Seu laboratório é um dos mais renomados da França e do mundo,<br />

nessa área <strong>de</strong> conhecimento. Dr. Dusko fez pós-doutorado, com o prêmio Nobel<br />

Joshua Le<strong>de</strong>mberg, possui mais <strong>de</strong> 400 artigos publicados e é consi<strong>de</strong>rado uma das<br />

maiores autorida<strong>de</strong>s mundiais em replicação plasmidiana. Setenta pessoas, sendo<br />

quinze <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong>s diferentes, trabalhavam neste laboratório. Um terço<br />

correspondia a estudantes <strong>de</strong> pós-graduação. Ele sensibilizou-se com minha<br />

20


situação, porque havia ficado sem orientador, e me aceitou como seu orientando,<br />

colocando somente uma condição: a <strong>de</strong> que eu aceitasse trabalhar em uma nova<br />

linha <strong>de</strong> pesquisa que estava sendo implantada, a <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> genomas.<br />

Eu <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>senvolver estratégias <strong>de</strong> mega-seqüenciamento <strong>de</strong> genomas, usando<br />

como mo<strong>de</strong>lo a bactéria Bacillus subtilis. Na época, o genoma <strong>de</strong> Escherichia coli,<br />

bactéria mo<strong>de</strong>lo Gram-negativa, estava começando a ser seqüenciada e era <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância seqüenciar a bactéria mo<strong>de</strong>lo Gram-positiva, Bacillus subtilis.<br />

Essa linha seria chefiada pela Dra. Pascale Serror, que seria minha co-orientadora;<br />

aceitei imediatamente.<br />

Essa pronta aceitação foi pelo seguinte motivo: já em 1989, a Genômica,<br />

ciência <strong>de</strong>dicada ao estudo dos genomas dos organismos, estava se tornando uma<br />

estratégia quase obrigatória no estudo <strong>de</strong> biologia <strong>de</strong> microrganismos. As bactérias<br />

como organismos menos complexos que os eucariotos constituíam, na época, a<br />

escolha para testar a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se seqüenciarem genomas inteiros. Se<br />

observarmos o panorama brasileiro atual, veremos que entramos na era genômica<br />

em 1999, com o projeto genoma da Xylella fastidiosa, <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>pois que comecei<br />

na França. O Brasil, apesar <strong>de</strong> ter começado <strong>de</strong>pois, já é reconhecido como um país<br />

que domina esta tecnologia, tendo terminado o seqüenciamento do genoma <strong>de</strong><br />

várias bactérias, como por exemplo, Chromobacterium violaceum. Atualmente,<br />

existem 1938 projetos genoma <strong>de</strong> microrganismos procariotos espalhados pelo<br />

mundo, 819 <strong>de</strong>les já concluídos. Esta tecnologia, por meio do qual o genoma<br />

humano já foi totalmente seqüenciado, está sendo cada vez mais empregada no<br />

seqüenciamento <strong>de</strong> organismos mais complexos.<br />

Assim, a linha <strong>de</strong> pesquisa da minha dissertação <strong>de</strong> mestrado foi<br />

abandonada, em vista da fatalida<strong>de</strong> ocorrida com a Dra. Bernard e também por<br />

sugestão do meu orientador <strong>de</strong> doutorado. Analisando sob a ótica da minha<br />

experiência atual, se no doutorado eu tivesse permanecido na mesma linha do<br />

mestrado, teria perdido essa rica experiência e teria poucas publicações,<br />

consi<strong>de</strong>rando a cláusula <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> sobre produto patenteável. Hoje sei<br />

que a mudança <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> pesquisa me foi extremamente proveitosa e me permite<br />

contribuir na evolução da ciência genômica no Brasil.<br />

21


Os pilares da minha base teórica <strong>de</strong> pesquisador foram construídos nesses<br />

dois primeiros anos que passei na França, os quais nortearam minha carreira atual.<br />

III.1.1 Monografia<br />

"Le Transfert <strong>de</strong> Genes. Métho<strong>de</strong>s utilisées, résultats actuels, perspectives<br />

d'utilisation pour l'amélioration génétique <strong>de</strong>s animaux domestiques". Monografia<br />

elaborada por Vasco Azevedo e Christian Hirtz, março <strong>de</strong> 1989. Institut National<br />

Agronomique Paris-Grignon & Institut National <strong>de</strong> la Recherche Agronomique,<br />

France. "Transferência Gênica. Métodos utilizados, resultados atuais, perspectivas<br />

<strong>de</strong> utilização para o melhoramento genético dos animais domésticos".<br />

22


III.2 Doutorado<br />

“Ninguém <strong>de</strong>scobre novas terras sem permitir que a visão da costa se perca por<br />

muito tempo.”<br />

André Gi<strong>de</strong><br />

Título: Analyse systématique du chromosome <strong>de</strong> Bacillus subtilis. Création d'une<br />

collection ordonnée <strong>de</strong> fragments d'ADN chromosomique clonés dans YACs.<br />

Organization structurale et transcriptionelle <strong>de</strong> la région serA-spoVAF. “Análise<br />

sistemática do cromossomo <strong>de</strong> Bacillus subtilis. Construção <strong>de</strong> uma biblioteca<br />

genômica clonada no vetor YAC. Organização estrutural e transcricional da região<br />

serA-spoVAF".<br />

Ano <strong>de</strong> Obtenção:1993<br />

Orientador: Stanislav Dusko Ehrlich<br />

Bolsista do(a): Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior,<br />

CAPES, Brasil<br />

Palavras-chave: Bacillus subtilis; Projeto genoma; serA-spoVAF; mapa<br />

transcricional.<br />

Gran<strong>de</strong> área: <strong>Ciências</strong> Biológicas/ Área: Genética/ Subárea: Genética Molecular e<br />

<strong>de</strong> Microrganismos.<br />

Na década <strong>de</strong> 1980, gran<strong>de</strong> parte da comunida<strong>de</strong> científica era contrária aos<br />

projetos genoma. Seqüenciar genomas são projetos caros e os pesquisadores<br />

achavam que gerariam gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados, contudo pouco informativos.<br />

Nas primeiras análises <strong>de</strong> seqüenciamento, gran<strong>de</strong>s extensões do genoma<br />

mostravam que mais <strong>de</strong> 60% das ORFs não tinham homologias com nada.<br />

Descontraidamente, alguns pesquisadoras chamavam estas ORFs <strong>de</strong> “ÓRFÃOS”, já<br />

que não se podia sugerir nenhuma função para esses possíveis genes. Outro fato,<br />

no qual eles se apoiavam, era a <strong>de</strong>ficiência dos programas <strong>de</strong> análises<br />

computacionais da época, que não conseguiam i<strong>de</strong>ntificar possíveis ORFs em<br />

gran<strong>de</strong>s regiões, que foram <strong>de</strong>nominadas “grey hole”.<br />

23


O laboratório do Dr. Erhlich era composto, em sua maioria, por geneticistas<br />

microbianos clássicos. A idéia subjacente era, ao implantar o projeto genoma <strong>de</strong><br />

Bacillus subtilis no laboratório, as técnicas mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> genética molecular seriam<br />

introduzidas nas rotinas experimentais. Hoje, é inconcebível estudar genética <strong>de</strong><br />

microrganismos sem usar ferramentas moleculares. O Dr. Erhlich é um homem <strong>de</strong><br />

visão e sempre soube manter o seu laboratório na vanguarda, como a locomotiva<br />

que puxa os outros vagões.<br />

Uma tese <strong>de</strong> doutorado necessita <strong>de</strong> uma hipótese, assim como a pesquisa<br />

não existe sem uma pergunta, mas o meu trabalho seria tecnológico, engenharia<br />

genética. Recebi críticas <strong>de</strong> muitos colegas do laboratório por ter aceitado esse<br />

projeto, alertando-me do perigo que estava correndo pela falta <strong>de</strong> hipóteses;<br />

nenhuma tese na Europa havia sido <strong>de</strong>fendida com esse tipo <strong>de</strong> projeto, e eu não<br />

teria, portanto, mo<strong>de</strong>los para minha fundamentação teórica. Sempre aceitei <strong>de</strong>safios<br />

e iria até o fim com mais este, apesar da angústia gerada por aquelas consi<strong>de</strong>rações<br />

muito pertinentes.<br />

O projeto envolvia 14 laboratórios, sendo oito europeus e seis japoneses.<br />

Cada grupo seqüenciaria cerca <strong>de</strong> 200 kilobases <strong>de</strong> uma região preestabelecida.<br />

Bacillus subtilis possuía 800 genes mapeados, facilitando dividir o genoma em<br />

pedaços. No nosso grupo, duas tarefas me foram confiadas. A primeira era a <strong>de</strong> se<br />

construir uma biblioteca genômica, usando o vetor YAC, que é um cromossomo<br />

artificial <strong>de</strong> levedura; a segunda era a <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a seqüência nucleotídica e<br />

estabelecer um mapa transcricional da região entre os genes serA-spoVAF.<br />

O seqüenciamento sistemático <strong>de</strong> um genoma necessita da construção <strong>de</strong><br />

bibliotecas genômicas; or<strong>de</strong>ná-las em forma <strong>de</strong> mapa físico em torno do genoma<br />

facilita muito o <strong>de</strong>senvolvimento eficiente da tarefa. As estratégias clássicas <strong>de</strong><br />

clonagem utilizando plasmí<strong>de</strong>os, cosmí<strong>de</strong>os ou fagos, as quais usam como<br />

receptora a Escherichia coli, nunca possibilitaram gerar bibliotecas genômicas<br />

representativas. Existia uma gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> dos clones, e várias hipóteses para<br />

tal insucesso haviam sido levantadas; na minha opinião, a mais relevante era a <strong>de</strong><br />

que os produtos gênicos <strong>de</strong> B. subtilis eram tóxicos para a sua hospe<strong>de</strong>ira.<br />

24


Comecei, então, a construir a biblioteca genômica <strong>de</strong> B. subtilis no vetor YAC.<br />

A principal característica <strong>de</strong>sse vetor é sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregar insertos<br />

superiores a 100 Kb, po<strong>de</strong>ndo até chegar a 1Mb. Ele é usado, preferencialmente, na<br />

construção <strong>de</strong> bibliotecas <strong>de</strong> organismos eucariontes, sendo poucos os relatos<br />

encontrados na literatura, que o utilizam na construção <strong>de</strong> bibliotecas <strong>de</strong> genomas<br />

bacterianos. Como o genoma <strong>de</strong> B. subtilis era estimado, à época, em torno <strong>de</strong> 4,7<br />

Mb - hoje sabemos que há 4,2 Mb - po<strong>de</strong>ríamos ter uma biblioteca representativa do<br />

genoma com menor número <strong>de</strong> clones. Além da facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipular um número<br />

reduzido <strong>de</strong> clones, a segunda razão da nossa escolha foi evitar a instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

clones <strong>de</strong> bibliotecas genômicas da B. subtilis, se usada a Escherichia coli como<br />

receptora, mencionada no parágrafo supra. Como a receptora do YAC é a levedura,<br />

os genes da B. subtilis não seriam expressos, já que a maquinaria <strong>de</strong> transcrição e<br />

tradução não reconheceria os sinais <strong>de</strong>sse organismo, e acreditávamos que esse<br />

fato contornaria o problema <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> das bibliotecas.<br />

Enfrentamos vários <strong>de</strong>safios para conseguir a construção da nossa biblioteca.<br />

Todas as técnicas teriam que ser implementadas, pois ninguém em nosso<br />

laboratório trabalhava com levedura e com clonagem <strong>de</strong> DNA <strong>de</strong> alto peso<br />

molecular. Além disso, o YAC é cópia única, o que dificulta o trabalho <strong>de</strong> clonagem.<br />

Após um ano <strong>de</strong> tentativas infrutíferas, conseguimos obter 800 clones<br />

recombinantes com insertos médios <strong>de</strong> 150 Kb.<br />

Não conseguimos clones com insertos maiores, mas estes obtidos cobriam<br />

mais ou menos 14 vezes o genoma da B. subtilis. Resolvemos então tentar construir<br />

um mapa físico por or<strong>de</strong>namento clonal <strong>de</strong>ssa biblioteca, o que era <strong>de</strong> extrema<br />

importância para o projeto do seqüenciamento do genoma. Esse trabalho resultou<br />

em uma publicação no Proceedings National Aca<strong>de</strong>my of Science – PNAS, em que<br />

apresentamos um mapa físico que cobria 98% do genoma apenas com 59 clones.<br />

Esse mapa por or<strong>de</strong>namento clonal foi o primeiro e único <strong>de</strong> B. subtilis; nos poucos<br />

relatos na literatura que utilizaram o YAC na construção bibliotecas <strong>de</strong> genomas<br />

bacterianos, nenhum outro grupo or<strong>de</strong>nou os clones para gerar um mapa físico <strong>de</strong><br />

alta resolução.<br />

Distribuímos para a comunida<strong>de</strong> científica que trabalhava com B. subtilis<br />

filtros com todos os 59 clones da nossa coleção or<strong>de</strong>nada, e com isso o<br />

25


mapeamento <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> B. subtilis, que necessitava <strong>de</strong> meses a anos pelos<br />

métodos clássicos, era feito no máximo em três dias; muitos laboratórios<br />

confirmaram a localização dos seus genes <strong>de</strong> interesse no cromossomo <strong>de</strong>ssa<br />

bactéria. Geramos uma segunda publicação, mapeando genes ribossomais com o<br />

grupo da Doutora Bárbara Vold. O mapeamento dos genes ribossomais é bastante<br />

difícil, pois eles estão organizados em operon sempre perto da origem <strong>de</strong> replicação;<br />

até hoje é uma dor <strong>de</strong> cabeça nos projetos genomas organizar essa região, pois o<br />

fato <strong>de</strong> tais genes serem altamente conservados, ou seja, suas seqüências<br />

nucleotídicas são praticamente iguais, dificulta o estabelecimento da or<strong>de</strong>m correta<br />

na sua localização no genoma bacteriano.<br />

No laboratório, antes do projeto genoma, seqüenciávamos manualmente. Já<br />

que teríamos que seqüenciar o que era então consi<strong>de</strong>rado gran<strong>de</strong> região genômica,<br />

precisávamos <strong>de</strong> um aparelho automático. O nosso aparelho <strong>de</strong> seqüenciamento<br />

automático foi o primeiro a chegar ao centro <strong>de</strong> pesquisa do INRA <strong>de</strong> Jouy-en-Josas.<br />

Pelas regras do projeto, tínhamos que seqüenciar 25 kb ano. Já tínhamos<br />

i<strong>de</strong>ntificado dois YACs que cobriam a região que iríamos seqüenciar, mas<br />

resolvemos primeiro implantar, rotineiramente, o seqüenciamento automático no<br />

laboratório, seqüenciando três bacteriófagos lambda que possuíam insertos que<br />

cobriam a região spoVAF-serA. O seqüenciamento dos 30 kb da região spoVAFserA<br />

foi utilizado como o treino <strong>de</strong> que necessitávamos para o seqüenciamento em<br />

escala maior.<br />

O seqüenciamento constitui uma das fases; o objetivo final dos projetos<br />

genoma é <strong>de</strong>scobrir a função dos genes e suas interações na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> regulação<br />

celular. Des<strong>de</strong> o começo da minha tese, queria fazer análise funcional.<br />

Tradicionalmente, essas análises começavam com a clonagem do gene,<br />

seqüenciamento, a disrupção gênica e a tentativa <strong>de</strong> correlacionar o seu genótipo<br />

com o fenótipo. Tínhamos seqüenciada uma região <strong>de</strong> 30 kb e, conversando com<br />

Dr. Ehrlich sobre esse enfoque funcional que queria conferir à minha tese, surgiu a<br />

idéia <strong>de</strong> fazer uma análise funcional em larga escala. Pensamos, então, em construir<br />

um mapa <strong>de</strong> transcrição da região que seqüenciamos. Bacillus subtilis é uma<br />

bactéria que se diferencia e que cresce em meios <strong>de</strong> cultura bem simples.<br />

Construímos esse mapa, usando diferentes meios e fases do seu ciclo celular. Esse<br />

tipo <strong>de</strong> mapa, em uma região <strong>de</strong> tal extensão, também foi o primeiro. O<br />

26


seqüenciamento e o mapa <strong>de</strong> transcrição entre os genes spoVAF foram publicados<br />

juntos em uma edição da revista Molecular Microbiology, <strong>de</strong>dicada aos resultados<br />

obtidos no projeto genoma da B. subtilis.<br />

Começamos, em seguida, a seqüenciar um YAC <strong>de</strong> 100 Kb que cobria<br />

meta<strong>de</strong> da nossa região. Esse trabalho exigiu várias mudanças na estratégia inicial<br />

e a utilização <strong>de</strong> novos métodos lançados naquela época. Subclonamos o YAC<br />

(clone 15-6B) em bacteriófago M13, seqüenciamos os subclones escolhidos ao<br />

acaso e <strong>de</strong>pois fechamos as seqüências com a técnica <strong>de</strong> PCR. Saliento que a<br />

nossa equipe do projeto era composta <strong>de</strong> quatro pesquisadores e uma técnica, o<br />

que é uma equipe pequena para projetos <strong>de</strong>ssa dimensão. O trabalho que<br />

<strong>de</strong>senvolvi durante a minha tese <strong>de</strong> doutorado com a referida equipe gerou-me oito<br />

artigos e dois capítulos <strong>de</strong> livros. Um <strong>de</strong>sses artigos foi publicado na prestigiosa<br />

revista Nature e um dos capítulos <strong>de</strong> livro foi publicado no livro referência para quem<br />

estuda Bacillus subtilis, “Bacillus subtilis and other Gram-positive bacteria:<br />

biochemistry, physiology and molecular genetics”, publicado pela American Society<br />

for Microbiology (ASM).<br />

Em 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1993, <strong>de</strong>fendia a minha tese <strong>de</strong> doutorado. Primeira tese<br />

<strong>de</strong>fendida sobre esta temática na Europa. A banca examinadora foi constituída por<br />

Clau<strong>de</strong> Gaillardin (Presi<strong>de</strong>nte da banca e professor do INAP-G), Franz Kunst (Chefe<br />

do programa europeu <strong>de</strong> seqüenciamento do genoma <strong>de</strong> B. subtilis e pesquisador<br />

titular do <strong>Instituto</strong> Pasteur), Antoine Danchin (pesquisador principal do <strong>Instituto</strong><br />

Pasteur e responsável pelo processamento dos dados do projeto e suas análises)<br />

Stewart Cole (Chefe do programa <strong>de</strong> seqüenciamento do genoma <strong>de</strong> Mycobacterium<br />

tuberculosis e pesquisador titular do <strong>Instituto</strong> Pasteur), Bernard Dujon (Coor<strong>de</strong>nador<br />

na França do programa <strong>de</strong> seqüenciamento do genoma <strong>de</strong> Saccharomyces<br />

cerevisiae e pesquisador titular do <strong>Instituto</strong> Pasteur) e meu orientador, Dr. Dusko<br />

Erlich. A minha tese foi consi<strong>de</strong>rada pela banca superior à média européia e fiquei<br />

muito satisfeito por conseguir obter a nota mais alta dada na França e por receber as<br />

felicitações do júri.<br />

Foi uma época excepcional na minha vida científica. O laboratório trabalhava<br />

com, praticamente, todos os temas relacionados com genética <strong>de</strong> microrganismos e<br />

participávamos <strong>de</strong> dois seminários por semana, quando os trabalhos dos grupos<br />

27


eram apresentados. Apresentei vários resumos em congressos internacionais e<br />

tínhamos encontros anuais com todos os grupos europeus que trabalhavam com o<br />

seqüenciamento do Genoma <strong>de</strong> B. subtilis.<br />

Acredito que trabalhar em um laboratório da dimensão científica do laboratório<br />

do Dr. Ehrlich me possiblitou uma visão ampla da genética molecular <strong>de</strong><br />

microrganismos, que me permite po<strong>de</strong>r trabalhar em diferentes linhas <strong>de</strong> pesquisa,<br />

sem problemas para <strong>de</strong>senvolvê-las. Fui convidado a fazer meu pós-doutoramento,<br />

continuando no mesmo projeto, mas tinha recebido também vários convites para<br />

trabalhar em excelentes laboratórios nos Estados Unidos. Hoje, avaliando o número<br />

<strong>de</strong> publicações do grupo, penso que <strong>de</strong>veria ter ficado mais dois ou três anos neste<br />

laboratório. Além <strong>de</strong> continuar a minha formação <strong>de</strong> genomista, geraria pelo menos<br />

<strong>de</strong> cinco a seis publicações em revistas <strong>de</strong> alto índice <strong>de</strong> impacto; entretanto, queria<br />

conhecer outras escolas <strong>de</strong> pensamento científico.<br />

III.2.1 Artigos publicados<br />

1- AZEVEDO, V.; ALVAREZ, E.; ZUMSTEIN, E.; DAMIANI, G.; SGARAMELLA, V.;<br />

ERLICH, S. D.; SERROR, P. An or<strong>de</strong>red collection of Bacillus subtilis DNA segments<br />

cloned in yeast artificial chromosomes. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, v. 90, p. 6047-<br />

6051, 1993.<br />

2- OKAMOTO, K; SERROR, P; AZEVEDO, V.; VOLD, B. Physical mapping of stable<br />

RNA genes in Bacillus subtilis using polymerase chain reaction amplification from a<br />

yeast artificial chromosome library. Journal of Bacteriology, v. 175, p. 4290-4297,<br />

1993.<br />

3- SOROKIN, A; ZUMSTEIN, E; AZEVEDO, V.; EHRLICH, S D; SERROR, P. The<br />

organization of the Bacillus subtilis 168 chromosome region between the spoVAF<br />

and serA genetic loci, based on sequence data. Molecular Microbiology, v. 10, p.<br />

385-395, 1993.<br />

28


4- AZEVEDO, V.; SOROKIN, A.; EHRLICH, S. D.; SERROR, P. The transcriptional<br />

organization of the Bacillus subtilis 168 chromosome region between the SpoVAF<br />

and serA Genetic Loci. Mol. Microbiology, v. 10, n. 2, p. 397-405, 1993.<br />

5- SOROKIN, A.; SERROR, P.; PUJIC, P.; AZEVEDO, V.; EHRLICH, S. D. The<br />

Bacillus subtilis chromosome region encoding homologs of the Escherichia coli mssa<br />

and rpsa gene products. Microbiology, v. 141, p. 311-319, 1995.<br />

6- BOLHUIS, A.; SOROKIN, A.; AZEVEDO, V.; ERLICH, S. D.; BRAUN, P. G.;<br />

VENEMA, G.; BRON, G; DIJIL, J M V. Bacillus subtilis can modulate its capacity for<br />

protein secretion throught temporally controlled expression of the sips gene for signal<br />

peptidase. Molecular Microbiology, v. 22, p. 605-618, 1996.<br />

7- SOROKIN, A.; AZEVEDO, V.; ZUMSTEIN, E.; GALLERON, N.; ERLICH, S. D.;<br />

SERROR, P. Sequence analysis of the Bacillus subtilis chromosome region between<br />

the serA and kdg loci cloned in a yeast artificial chromosome. Microbiology, v. 142, p.<br />

2005-2016, 1996.<br />

8- KUNST, F.; OGASAWARA, N.; MOSZER, I.; ALBERTINI, A. M.; ALLONI, G.;<br />

AZEVEDO, V.; BETERO, M. G.; BESSIERES, P.; BOLOTIN, A.; BORCHERT, S.;<br />

BORRISS, R.; BOURSIER, L.; BRANS, A.; BRAUN, M.; BRIGNELL, S. C.; BRON,<br />

S.; BROUILLET, S.; BRUCHI, C. V. The complete genome sequence of the Grampositive<br />

bacterium B. subtilis. Nature, v. 20, n. 390, p. 249-256, 1997.<br />

III.2.2 Capítulos <strong>de</strong> Livro<br />

1- SERROR, P.; AZEVEDO, V.; EHRLICH, S. D. An or<strong>de</strong>red colection of Bacillus<br />

subtilis DNA segments in yeast artificial chromosomes (Yac). In: Bacillus subtilis and<br />

other Gram-positive bacteria: bichemistry, physiology and molecular. 1 ed.<br />

Washington, DC : American Society for Microbiology, 1993, p. 473-474.<br />

29


III.2.3 Resumos apresentados em congressos<br />

1- SERROR, P., DAMIANI, G., ALVAREZ, E., AZEVEDO, V., SGARAMELLA, V.,<br />

EHRLICH, S.D. Construction of a B. subtilis YAC library for physical mapping. In:<br />

International conference on Bacillus subtilis genome, Institut Pasteur, Paris, France,<br />

1990.<br />

2- OKAMOTO, K., SERROR, P., AZEVEDO, V., VOLD, B. The use of yeast artificial<br />

chromosomes and PCR to map ribosomal and t RNA gene regions of Bacillus<br />

subtilis. In: XI Spore Conference, Massachuts, USA, 1992.<br />

3- SOROKIN, A., AZEVEDO, V., ZUMSTEIN, E., EHRLICH, S.D. and SERROR, P.<br />

Study of organization of the B. subtilis chromosome between spoVAF and serA loci.<br />

In: First International Symposium mapping and sequencing of small genomes. Institut<br />

Pasteur, Paris, France. 28-30 March 1993.<br />

4- SERROR, P., SOROKIN, A., AZEVEDO, V., ZUMSTEIN, E., BOURGOIN, F.,<br />

EHRLICH, S.D. A new approach to sequence long DNA segments. In: First<br />

Symposium mapping and sequencing of small genomes. Institut Pasteur, Paris,<br />

France. 28-30 March 1993.<br />

5- AZEVEDO, V., OKAMOTO, K., EHRLICH, S.D. and SERROR, P. A useful or<strong>de</strong>red<br />

collection of B.subtilis DNA segments cloned in yeast artificial chromosomes (YACS).<br />

In: First International Symposium mapping and sequencing of small genomes. Institut<br />

Pasteur, Paris, France. 28-30 March 1993.<br />

6- LECOQ, D., AZEVEDO, V. RICHTER, R., SERROR, P. AND STEINMETZ, M.<br />

"I<strong>de</strong>ntification, cloning and mapping of the sytA gene whose inactivation by a mini<br />

Tn10 transposon supresses <strong>de</strong>letions of the sac T and sac Y antiterminator genes".<br />

Seventh International Conference on Bacillus, Institut Pasteur, France. July 18-23,<br />

1993.<br />

7- OKAMOTO, K., SERROR, P., AZEVEDO, V., VOLD, B. Physical mapping of<br />

stable RNA genes in Bacillus subtilis using PCR amplification from a YAC library. In:<br />

30


Seventh International Conference on Bacillus, Institut Pasteur, France. July 18-23,<br />

1993.<br />

8- AZEVEDO, V., SOROKIN, A., EHRLICH, S.D. and SERROR, P. The<br />

transcriptional organization of the Bacillus subtilis 168 chromosome region between<br />

spo VAF and ser A loci. In: Seventh International Conference on Bacillus, Institut<br />

Pasteur, France. July 18-23, 1993.<br />

9- SOROKIN, A., AZEVEDO, V., EHRLICH, S.D. and SERROR, P. The putative<br />

counterpart of the S1 ribosomal protein of Gram-negative bacteria in AT-rich Grampositives.<br />

In: Seventh International Conference on Bacillus, Institut Pasteur, France.<br />

July 18-23, 1993.<br />

10- SOROKIN, A., SERROR, P., AZEVEDO, V., ZUMSTEIN, E, TAILOR, G.,<br />

GALLERON, N., CAPUANO, V., VAGNER, V. and EHRLICH, S.D. "Studying of the<br />

Bacillus subtilis chromosome by upscaling sequencing". Tools for Genome Mapping.<br />

Institut Pasteur. January 16-18, 1994.<br />

11- SOROKIN, A., SERROR, P., CAPUANO, V., GALLERON., ZUMSTEIN, E.,<br />

LAPIDUS, A., AZEVEDO, V., PUJIC, P. and EHRLICH, S.D. Yeast artificial<br />

chromosomes and long accurate PCR used in the study of the Bacillus subtilis<br />

chromosome at 2100-2100 (attSPß-lysA) and 2550-2750 (rrnB-dnaB). 8 TH<br />

International Conference on Bacillus. July 8-12, 1995.<br />

III.2.4 Palestra<br />

Análise sistemática do genoma <strong>de</strong> Bacillus subtilis: Construção <strong>de</strong> uma biblioteca<br />

genômica <strong>de</strong> B. subtilis clonado em YAC. 9 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1993. Laboratório <strong>de</strong><br />

Imunologia. <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> (ICS), <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia<br />

(UFBA). Salvador-BA.<br />

31


III.3 Pós-doutorado<br />

“A humanida<strong>de</strong> gosta <strong>de</strong> pensar em termos <strong>de</strong> opostos<br />

extremos. É dada a formular suas crenças em termos <strong>de</strong> ou<br />

isto ou aquilo, entre os quais não reconhece nenhuma<br />

possibilida<strong>de</strong> intermediária. Quando forçada a reconhecer que<br />

os extremos não po<strong>de</strong>m se concretizar, a humanida<strong>de</strong> ainda<br />

se inclina a sustentar que estão certos em teoria, mas que na<br />

prática as circunstâncias nos compelem a adotar uma solução<br />

<strong>de</strong> compromisso”.<br />

John Dewey<br />

Das várias propostas que recebi dos laboratórios americanos, aquela que<br />

mais me atraiu foi a do Dr. Simon Cutting, professor assistente do Departamento <strong>de</strong><br />

Microbiologia da Escola <strong>de</strong> Medicina da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> da Pensilvânia.<br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> da Pensilvânia é uma instituição <strong>de</strong> renome internacional e o<br />

Departamento <strong>de</strong> Microbiologia da Escola <strong>de</strong> Medicina possuía um quadro<br />

excepcional <strong>de</strong> pesquisadores na época. A minha motivação científica era trabalhar<br />

com análise funcional <strong>de</strong> genes e as linhas <strong>de</strong> pesquisa do Dr. Cutting me atraíam.<br />

Ele é especialista no estudo <strong>de</strong> genes que regulam a esporulação em B. subtilis e<br />

trabalhou em Harvard durante cinco anos com o Dr. Richard Losick, com certeza o<br />

maior especialista mundial no fenômeno da esporulação em B. subtilis. Aceitei a<br />

oferta e, dois meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluir a minha tese <strong>de</strong> doutorado, cheguei aos<br />

Estados Unidos com previsão <strong>de</strong> lá permanecer por três a cinco anos.<br />

Des<strong>de</strong> que comecei a estudar o microrganismo B. subtilis, achava o processo<br />

<strong>de</strong> esporulação fascinante. Mais <strong>de</strong> 125 genes são envolvidos nesta diferenciação<br />

celular, o controle transcricional é feito temporal e espacialmente por quatro “DNA<br />

binding proteins” e cinco RNA polimerases diferenciadas pelos seus fatores sigma. A<br />

combinação <strong>de</strong> várias técnicas <strong>de</strong> genética, bioquímica e biologia celular foi<br />

essencial nas primeiras tentativas e formulação <strong>de</strong> hipóteses para se explicar a<br />

ativação dos fatores sigmas pelos eventos morfogênicos e como ocorreria a<br />

32


comunicação entre os dois compartimentos celulares gerados na esporulação.<br />

Elucidar todos os passos da diferenciação celular em um organismo inferior po<strong>de</strong><br />

fornecer informações preciosas para o estudo <strong>de</strong>sse fenômeno nos organismos<br />

superiores, nos quais erros <strong>de</strong>tectados no processo po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver neoplasias.<br />

Imediatamente após minha chegada aos Estados Unidos, Dr. Cutting, tendo<br />

sido convidado a escrever um capítulo sobre metodologias <strong>de</strong> mapeamento genético<br />

em Bacillus subtilis, convidou-me para ser co-autor, <strong>de</strong>u-me a incumbência <strong>de</strong><br />

escrevê-lo e ele faria a correção final. Em trinta dias, o manuscrito estava nas suas<br />

mãos para ser apreciado e foi, então, publicado pela editora americana Aca<strong>de</strong>mic<br />

Press.<br />

Apesar <strong>de</strong> possuir financiamento significativo para <strong>de</strong>senvolver projetos, o Dr.<br />

Cutting <strong>de</strong>sejava que eu também obtivesse outros fundos. É importante para um<br />

laboratório nos Estados Unidos que o pós-doutorando consiga atrair recursos<br />

financeiros. Ele me forneceu subsídios para escrever o projeto, ou seja, a bibliografia<br />

existente, apresentou-me os instrumentos genéticos que possuía no laboratório e o<br />

seu projeto financiado, no qual estava inserida a idéia sobre a qual eu trabalharia e<br />

escreveria. Submetemos meu projeto, o qual tinha como objetivo tentar isolar e<br />

i<strong>de</strong>ntificar genes regulados pelo fator sigma G à agência PEW (Latin American<br />

Fellows Program). Infelizmente, não recebi apoio financeiro, mas comecei a<br />

trabalhar, imediatamente, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse projeto.<br />

A estratégia que usei para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes genes foi construir uma<br />

linhagem <strong>de</strong> B. subtilis mutante para os genes spoIIIG e spoIVB. O primeiro gene<br />

codifica o fator sigma G e o segundo, uma proteína transmembrânica do endósporo,<br />

que ativa o gene que codifica o fator sigma K presente na célula original ou Mother<br />

cell. Transformei a linhagem mutante com um plasmí<strong>de</strong>o que continha o gene que<br />

codifica para o fator sigma G regulado por um promotor induzido por IPTG e, em<br />

seguida, transfectei com uma biblioteca <strong>de</strong> fusão construída em um bacteriófago que<br />

infecta B. subtilis. O gene <strong>de</strong> B. subtilis que estivesse fusionado com o gene da<br />

betagalactosidase po<strong>de</strong>ria ser selecionado pela sua coloração azul. Trabalhamos<br />

com 28.000 clones e selecionamos 22; <strong>de</strong>stes, três eram genes que nunca tinham<br />

sido i<strong>de</strong>ntificados. Esse trabalho foi feito em menos <strong>de</strong> nove meses <strong>de</strong> execução.<br />

33


No momento em que começaria a caracterização molecular <strong>de</strong>sses genes, ou<br />

seja, o seqüenciamento e suas análises, conheci a professora <strong>de</strong> bioquímica Dra.<br />

Leda Vieira, da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, que estava fazendo pósdoutoramento.<br />

Ela falou-me <strong>de</strong> um concurso público para professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto, na minha área, e resolvi, então, suspen<strong>de</strong>r o meu pósdoutoramento<br />

e me submeter ao processo seletivo. A razão que me levou a fazê-lo<br />

foi a busca <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> para a minha família; eu não pretendia ficar vivendo <strong>de</strong><br />

bolsa a vida inteira. Minha relação com o Dr. Cutting ficou muito abalada e não fui<br />

citado nas publicações como autor dos genes que i<strong>de</strong>ntifiquei. Sempre respeito o<br />

esforço das pessoas que trabalham comigo e respeito as suas <strong>de</strong>cisões. Acho que<br />

todos <strong>de</strong>vem procurar o melhor caminho e o pós-doutoramento é um período <strong>de</strong><br />

transição em que estamos à procura <strong>de</strong> um emprego. No entanto, reconheço que foi<br />

lamentável.<br />

Foi uma <strong>de</strong>cisão difícil, pois estava abdicando da minha volta para a França<br />

<strong>de</strong>pois do pós-doutoramento. Não pensava mais em voltar para o Brasil por razões<br />

familiares, esposa e filhos franceses, e profissionais; meus contatos no Brasil se<br />

restringiam ao Professor Roberto Meyer Nascimento e alguns outros do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> (ICS) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia (UFBA); em<br />

compensação, na França eu tinha muitos contatos e oportunida<strong>de</strong>s e, graças ao<br />

projeto genoma <strong>de</strong> B. subtilis, convivi com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pesquisadores<br />

importantes que conheciam os meus trabalhos.<br />

III.3.1 Capítulo <strong>de</strong> Livro<br />

CUTTING, S.; AZEVEDO, V. Genetics Mapping In Bacillus subtilis. In: ADOLPH,<br />

Kenneth W. (Org.). Microbial Gene Techniques. Florida, USA, 1995, v. 6, p. 323-328.<br />

34


IV. O retorno e as ativida<strong>de</strong>s como professor e pesquisador no Brasil<br />

IV.1 Ativida<strong>de</strong>s na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto -UFOP<br />

“Ou você traz a solução ou faz parte do problema”.<br />

Ditado popular<br />

No final <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1994 resolvi voltar para o Brasil para prestar o concurso<br />

na UFOP, acreditando po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>senvolver minhas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa nesta<br />

instituição. Havia sido convidado para trabalhar com o Dr. Rogério Brandão, seu<br />

grupo estava montando uma pós-graduação e um laboratório com bastantes<br />

equipamentos, o único lugar na área biológica da UFOP com possibilida<strong>de</strong> para se<br />

<strong>de</strong>senvolverem trabalhos <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Logo na chegada, enfrentei uma greve que me impossibilitava prestar<br />

concurso para professor adjunto da Escola <strong>de</strong> Farmácia da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Ouro Preto. Quase entrei em <strong>de</strong>sespero, havia <strong>de</strong>ixado um pós-doutorado em uma<br />

universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renome, estava à beira da falência financeira, e <strong>de</strong>cidi, então, levar<br />

minha esposa e quatro filhos para a casa <strong>de</strong> meus pais na Bahia. Felizmente, o<br />

comando <strong>de</strong> greve sensibilizou-se com a situação e permitiu a solução <strong>de</strong> um<br />

concurso para Professor Adjunto Substituto. Fui aprovado em primeiro lugar neste<br />

concurso e também no seguinte, para Professor Adjunto, fazendo parte do quadro<br />

permanente da instituição, cinco meses <strong>de</strong>pois. Um Professor substituto não tem<br />

autonomia, não participa das <strong>de</strong>cisões na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> e não po<strong>de</strong> enviar projetos<br />

para agências <strong>de</strong> fomento, portanto, é um cargo cuja existência torna-se discutível.<br />

Resolvi trabalhar em um dos projetos do grupo, cujos professores eram<br />

doutores em Bioquímica, mas trabalhavam com fisiologia <strong>de</strong> microrganismos, em um<br />

projeto relacionado com genética molecular <strong>de</strong> microrganismos. Na minha leitura,<br />

encontrei erros fundamentais e os dados preliminares mal interpretados. Tentei<br />

trabalhar corrigindo esses erros durante, praticamente, seis meses, mas como a<br />

hipótese estava inconsistente e os materiais biológicos contaminados, logicamente,<br />

as conclusões não levariam a lugar algum. Expus ao chefe do laboratório todas as<br />

35


azões pelas quais eu acreditava que <strong>de</strong>veríamos interromper o projeto. Ele não<br />

aceitou meus argumentos e, <strong>de</strong>vido à nossa divergência <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m conceitual, não<br />

havia outro caminho a não ser solicitar minha saída <strong>de</strong> seu laboratório. Já nos<br />

primeiros meses, sentira que ali não era o meu lugar. Os projetos, dos quais vinha<br />

participando, sempre foram em colaboração, o que <strong>de</strong>manda a manutenção da<br />

in<strong>de</strong>pendência criativa e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se usar a bagagem <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong><br />

cada um dos participantes, para que seja “colaboração” <strong>de</strong> fato. Ali não existia nem<br />

um nem outro. Já cogitava sobre minha volta aos Estados Unidos ou à França.<br />

Antes <strong>de</strong> voltar para o Brasil, havia recebido também um convite para trabalhar com<br />

o Dr. Gary Splitter, professor no Departamento <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Animal da Escola <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> do Wisconsin. Já pensava em contactá-lo ou,<br />

ainda, o Dr. Ehrlich, na França, ou prestar concursos, on<strong>de</strong> seria possível trabalhar<br />

como eu estava habituado. Em 1995, inscrevi-me no concurso para o melhor<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica do Brasil, o do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química da USP, e passei<br />

na primeira etapa, mas analisando com minha família, resolvi não fazer a segunda<br />

etapa, pois o salário sendo menor do que eu recebia em <strong>Minas</strong>, inviabilizava nossa<br />

permanência em São Paulo. Prestei também concurso para pesquisador adjunto na<br />

Fundação Gonçalo Moniz – FIOCRUZ - na Bahia e fui aprovado.<br />

Minha experiência <strong>de</strong> ensino era ainda limitada. Em 1983, ainda na<br />

graduação, ministrei um curso sobre noções básicas <strong>de</strong> bacteriologia com a<br />

Professora Thereza Martinez para alunos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Católica <strong>de</strong> Salvador<br />

(UCSAL). Onze anos <strong>de</strong>pois, como professor adjunto da UFOP, eu <strong>de</strong>veria ministrar<br />

uma disciplina <strong>de</strong>nominada Biotecnologia aplicada à Farmácia, pela primeira vez no<br />

currículo <strong>de</strong> graduação <strong>de</strong>ste curso. Escrevi para várias escolas <strong>de</strong> Farmácia e<br />

estu<strong>de</strong>i seus programas e ementas <strong>de</strong> curso antes <strong>de</strong> implantar um curso em que,<br />

ao invés <strong>de</strong> enfatizar apenas as apresentações das técnicas, valorizasse a “lógica<br />

molecular”, <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>spertar no aluno o raciocínio científico concernente à<br />

resolução <strong>de</strong> problemas. Acredito que o ensino <strong>de</strong>va ser ministrado tendo seus<br />

objetivos centrados nessas bases.<br />

Pensando na transmissão do conhecimento, aceitei traduzir um capítulo do<br />

livro escrito por Dr. James Watson, “A tecnologia do DNA recombinante”.<br />

36


Comecei, em 1994, a escrever meu primeiro projeto. Desejava continuar no<br />

estudo da regulação da expressão gênica em Bacillus subtilis; já que dispunha dos<br />

instrumentos genéticos e idéias, resolvi submetê-lo à FAPEMIG, que não financiou<br />

esse projeto.<br />

Como realizei toda a minha pós-graduação fora do Brasil, precisava apren<strong>de</strong>r<br />

a “fazer pesquisa” no Brasil, pois não conhecia o “caminho das pedras”. Não sabia<br />

como funcionavam as agências <strong>de</strong> fomento, on<strong>de</strong> eu <strong>de</strong>veria buscar financiamentos<br />

para realizar pesquisas e quais projetos contribuiriam <strong>de</strong> maneira positiva no<br />

contexto da realida<strong>de</strong> brasileira. Transformar idéias em realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda mais que<br />

vonta<strong>de</strong>. São necessários equipamentos e materiais, que, entretanto, pouco valem<br />

sem a massa crítica, como aprendi em minha breve passagem por Ouro Preto.<br />

Indiscutivelmente, é necessário apoio financeiro e valorização do trabalho. Hoje,<br />

quando vejo um pesquisador brasileiro que fez toda a sua carreira fora, me pergunto<br />

se ele terá no Brasil a mesma produtivida<strong>de</strong> que no exterior; o período <strong>de</strong> adaptação<br />

po<strong>de</strong> ser bem longo.<br />

IV. 1.1 Tradução <strong>de</strong> capítulo <strong>de</strong> livro<br />

Capítulo 27. O DNA recombinante. Segunda edição. James Watson, Michael<br />

Gilman, Jan Witowski & Mark Zoller. Tradução coor<strong>de</strong>nada por Elio Hi<strong>de</strong>o Babá,<br />

DCBI-UFOP.<br />

IV.1.2 Resumos apresentados em congressos<br />

CASTRO, I.M.; MAGALHÃES, N.M.; AZEVEDO, V.; ALMEIDA, F.M.; MARTINS,<br />

J.L.R.; THEVELEIN, J.M.; BRANDÃO. "Molecular cloning and sequencing of genes<br />

involved in the suppression of the neomycin inhibition of glucose-induce ATPase<br />

activation in Saccharomyces cerevisiae cells. SBBq. XXIV Reunião Anual. May 6-9,<br />

1995.<br />

37


IV.1.3 Organização <strong>de</strong> curso e eventos<br />

1- Curso <strong>de</strong> biologia molecular da II Jornada <strong>de</strong> Hemoterapia e Hematologia da<br />

Fundação Hemominas. Agosto <strong>de</strong> 1994. Fundação Hemominas, Belo Horizonte-MG.<br />

2- Introdução à engenharia genética <strong>de</strong> microrganismos usando técnicas <strong>de</strong> biologia<br />

molecular. 2 a 7 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1995. XXIV Seminário <strong>de</strong> Estudos Farmacêuticos-<br />

Bioquímicos. CEFOP-CALF. Escola <strong>de</strong> Farmácia-UFOP.(Professor Organizador)<br />

3- XXIV Seminário <strong>de</strong> Estudos Farmacêuticos-Bioquímicos. 1995<br />

IV.1.4 Orientação <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> Iniciação científica<br />

1- Daniela Sartorelli (Escola <strong>de</strong> Nutrição, <strong>de</strong> Farmácia-UFOP)<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 1994 até fevereiro <strong>de</strong> 1995.<br />

Bolsista: PET-CAPES.<br />

Projeto: Mecanismo regulatório da H+ ATPase da membrana citoplasmática do<br />

Saccharomyces cerevisiae.<br />

2- Adriana Rodrigues Chaves (Escola <strong>de</strong> Farmácia, UFOP)<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 1994 até fevereiro <strong>de</strong> 1995<br />

Bolsista: PET-CAPES.<br />

Projeto: Mecanismo regulatório da H+ ATPase da membrana citoplasmática do<br />

Saccharomyces cerevisiae.<br />

3- Josélia Cyntia Quintão Pena (Escola <strong>de</strong> Farmácia, UFOP)<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 1994 até fevereiro <strong>de</strong> 1995.<br />

Bolsista: PET-CAPES.<br />

Projeto: Mecanismo regulatório da H+ ATPase da membrana citoplasmática do<br />

Saccharomyces cerevisiae.<br />

38


4- Wan<strong>de</strong>rlei Altoé (Escola <strong>de</strong> Farmácia, UFOP).<br />

Período: janeiro <strong>de</strong> 1995 até julho <strong>de</strong> 1995.<br />

Bolsista: PIP-UFOP.<br />

Projeto: Aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto <strong>de</strong> seqüenciamento do<br />

genoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni.<br />

5- Eunice Aparecida da Silva (Escola <strong>de</strong> Farmácia, UFOP).<br />

Período: janeiro <strong>de</strong> 1995 até julho <strong>de</strong> 1995.<br />

Bolsista: PIP-UFOP.<br />

Projeto: Aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto <strong>de</strong> seqüenciamento do<br />

genoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni.<br />

IV.1.5 Captação <strong>de</strong> recursos<br />

‘‘Aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto <strong>de</strong> seqüenciamento do<br />

genoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni’’. Financiado pela FAPEMIG, CNPq, 1995.<br />

Coor<strong>de</strong>nador.<br />

IV.1.6 Participação em bancas <strong>de</strong> comissões julgadoras<br />

13/02/1995. - Departamento <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro<br />

Preto (UFOP). Professor substituto <strong>de</strong> Citologia e Histologia.<br />

39


IV.2 O meu início na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>-UFMG<br />

IV.2.1 Pesquisador Visitante do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia<br />

“... é fácil fazer histórias. História rara, difícil, é a que a si mesma se faz. E eis: a<br />

história que te conto (e nela talvez te encontres) sobre ser também <strong>de</strong> vida, nela é a<br />

vida que se conta”.<br />

Thiago <strong>de</strong> Mello.<br />

Em maio <strong>de</strong> 1995, no congresso da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Bioquímica e<br />

Biologia Molecular (SBBq), tive o prazer <strong>de</strong> conhecer Dr. Sérgio Danilo Pena, um<br />

dos maiores geneticistas do Brasil, tendo aqui implantado o teste <strong>de</strong> paternida<strong>de</strong>.<br />

Possui um laboratório na UFMG com massa crítica e equipamentos comparáveis<br />

aos <strong>de</strong> primeiro mundo. Neste congresso, convidou-me para trabalhar no projeto<br />

genoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni e se<strong>de</strong>nto <strong>de</strong> voltar a pesquisar, aceitei. Na<br />

verda<strong>de</strong>, era um projeto <strong>de</strong> transcriptoma, termo hoje em dia consagrado para o<br />

seqüenciamento das extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cDNA, região codificadora dos genes. A<br />

UFOP tem convênio com a UFMG para que seus professores possam <strong>de</strong>senvolver<br />

trabalhos <strong>de</strong> pesquisa em conjunto e o <strong>de</strong>partamento liberou-me para <strong>de</strong>senvolver<br />

estes trabalhos com o Dr. Sérgio Pena. Fiquei durante quase sete meses<br />

trabalhando três dias na semana em Belo Horizonte e, dois, dando aulas em Ouro<br />

Preto.<br />

O Dr. Sérgio Pena aconselhou-me a escrever um projeto, solicitando bolsa <strong>de</strong><br />

pesquisador visitante no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas (ICB) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Isso me<br />

permitiria <strong>de</strong>dicar, integralmente, ao seu laboratório, pedindo <strong>de</strong>missão da UFOP.<br />

Escrevi meu projeto sobre aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto genoma<br />

<strong>de</strong> Schistosoma mansoni, que propunha solucionar problemas <strong>de</strong> eficiência na<br />

geração das Expressed Sequence Tags (ESTs), e com isso conseguir também<br />

baixar custos.<br />

40


Este foi meu primeiro projeto aprovado no Brasil. Com ele recebi a bolsa <strong>de</strong><br />

pesquisador visitante da FAPEMIG e financiamento, com o qual comecei a montar<br />

meu laboratório. Adicione-se a isso, o primeiro lugar no concurso para professor<br />

adjunto do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do ICB.<br />

A equipe no laboratório <strong>de</strong> Genética Bioquímica, chefiado pelo Dr. Sérgio<br />

Pena, que trabalhava no projeto genoma <strong>de</strong> S. mansoni era composta pela, então,<br />

doutoranda Glória Regina Franco (hoje professora associada <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>partamento) e<br />

a pós-doutoranda Élida Mara Rabelo (atualmente professora associada do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Parasitologia). Diretamente ligados a mim, trabalhavam os alunos<br />

Túlio Marcos Santos, <strong>de</strong> doutorado, e Claudia Zouain, <strong>de</strong> mestrado. Dr.Túlio fez um<br />

longo pós-doutoramento, <strong>de</strong> cinco anos, no Massachussetts General Hospital e<br />

voltou, recentemente, ao Brasil e Dra. Claudia fez pós-doutoramento no <strong>Instituto</strong><br />

Pasteur <strong>de</strong> Lille, sendo hoje funcionária da Agência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Complementar.<br />

Este projeto já tinha financiamento da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS)<br />

e <strong>de</strong> um programa do CNPq, o PADCT. Nós seqüenciávamos ESTs <strong>de</strong> diferentes<br />

fases do ciclo <strong>de</strong> vida do parasita e pensávamos também em construir um mapa<br />

físico do seu genoma. Com tal objetivo, elaborei o projeto da construção do mapa, a<br />

ser realizado em associação com o Dr. Philippe Lover<strong>de</strong> da “State University of New<br />

YorK” em Buffalo, com Dr. Ray Pierce do <strong>Instituto</strong> Pasteur <strong>de</strong> Lille, França, e com<br />

Dr. Dennis Le Paslier do Centre d’ Étu<strong>de</strong> du Polymorphisme Humain – CEPH -<br />

França, e que foi aprovado pela OMS. Esse projeto nos possibilitou enviar os<br />

doutorandos Glória Franco e Túlio Santos para o CEPH pelo período <strong>de</strong> seis meses<br />

cada um. Continuo, até a presente data, trabalhando com a equipe do Dr. Sérgio<br />

Pena na re<strong>de</strong> genoma nacional e fazemos parte da re<strong>de</strong> regional - <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> -<br />

patrocinada pela FAPEMIG e pelo CNPq. A equipe <strong>de</strong>sse projeto produziu cinco<br />

publicações em revistas internacionais e onze resumos em congressos.<br />

Pedi <strong>de</strong>missão logo que a bolsa foi implantada na UFOP, em março <strong>de</strong> 1996,<br />

e financeiramente o salário <strong>de</strong> professor adjunto era menor que o anterior, o <strong>de</strong><br />

pesquisador visitante: incompreensível o salário <strong>de</strong> professor concursado ser menor<br />

que o da bolsa <strong>de</strong> visitante. Foi muito importante para a minha carreira no Brasil ter<br />

trabalhado (como pesquisador visitante) no Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e<br />

41


Imunologia, consi<strong>de</strong>rado o melhor <strong>de</strong>partamento do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas<br />

da UFMG, e entre os primeiros do Brasil, sendo centro <strong>de</strong> excelência na pesquisa<br />

em doenças tropicais. Seu programa <strong>de</strong> pós-graduação existe há 40 anos, e obteve<br />

nível 7 pela graduação da CAPES. Comporta sempre mais <strong>de</strong> cem alunos<br />

<strong>de</strong>senvolvendo suas dissertações e teses, apresentando seus trabalhos em<br />

seminários, exames <strong>de</strong> qualificação e <strong>de</strong>fesas, sendo um ambiente extremamente<br />

rico.<br />

Tenho profunda gratidão e respeito ao homem e cientista Sérgio Pena. Ele foi<br />

o responsável pela minha inserção na comunida<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong> geneticistas e meu<br />

trabalho como pesquisador visitante no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica fez consolidar<br />

amiza<strong>de</strong>s e colaborações científicas que cultivo até hoje. No Brasil, é necessário<br />

trabalhar em conjunto e tenho a convicção <strong>de</strong> que só po<strong>de</strong>mos realizá-lo <strong>de</strong>sta<br />

forma sobre as bases <strong>de</strong> confiança, amiza<strong>de</strong> e profissionalismo. Trabalhei,<br />

inicialmente, com o Prof. Alfredo Miranda <strong>de</strong> Góes e o Prof. Carlos Alberto Pereira<br />

Tavares, em seguida, com o Prof. Sérgio Costa Oliveira, gran<strong>de</strong> amigo e colega há<br />

vinte e sete anos e com o Prof. Paulo Marcos Zech Coelho; escrevemos vários<br />

projetos que foram financiados por diferentes agências <strong>de</strong> fomento como CNPq,<br />

FAPEMIG, PADCT, Fundo FUNDEP e a própria UFMG, com o financiamento para<br />

grupos emergentes. Nossa política era a <strong>de</strong> tentar conseguir o máximo <strong>de</strong> suporte<br />

financeiro para nosso grupo e revezávamos o posto <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação dos projetos.<br />

IV.2.1 Artigos publicados<br />

1- FRANCO, G. R.; RABELO, E. M. L.; AZEVEDO, V.; PENA, H. B.; ORTEGA, J. M.;<br />

SANTOS, T. M.; MEIRA, W. S. F.; RODRIGUES, N. A.; DIAS, C. M. M.; HARROP,<br />

R.; WILSON, A.; SABER, M.; FARIA, M. S. C.; MARGUTTI, E. B.; PARRA, J. C.;<br />

PENA, S. D. J. Evaluation Of cDNA Libraries From Different Developmental Stages<br />

of S. Mansoni for Production of Expressed Sequence Tags (ESTs). DNA Research,<br />

Japão, v. 4, p. 231-240, 1997.<br />

42


2- RABELO, E. M. L.; FRANCO, G. R.; AZEVEDO, V.; PENA, H. B.; SANTOS, T. M.;<br />

MEIRA, W. S. F.; RODRIGUES, N. A.; ORTEGA, J. M.; PENA, S. D. J. Update of the<br />

gene discovery program in Schistosoma mansoni with the expressed sequence Tag<br />

aproach. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 92, n. 5, p. 625-<br />

629, 1997.<br />

3- ZOUAIN, C. S.; AZEVEDO, V.; FRANCO, G. R.; PENA, S. D. J.; GOES, A. M.<br />

I<strong>de</strong>ntification of genes encoding S. mansoni antigens using an antigenic sequence<br />

Tag strategy. Journal of Parasitology, Inglaterra, v. 84, p. 1307-1310, 1998.<br />

4- SANTOS, T.; JOHNSTON; AZEVEDO, V.; RIDGERS, I.; MARTINEZ, M.;<br />

MAROTTA, G.; SANTOS, R.; FONSECA, S.; RABELO, E.; SABER, M.; AHMED, H.;<br />

ROMEIH, M.; FRANCO, G.; ROLLINSON, D.; PENA, S. D. J. Analysis of the gene<br />

expression profile of Schistosoma mansoni cercariae using the expressed sequence<br />

Tag approach. Microbial and Biochemical Parasitology, v. 103, p. 79-97, 1999.<br />

5- FRANCO, G. R.; VALADÃO, A. F.; AZEVEDO, V. ; RABELO, É. M. The<br />

Schistosoma gene discovery program: state of the art.. International Journal for<br />

Parasitology, v. 30, p. 453-463, 2000.<br />

IV.2.3 Resumos apresentados em congressos<br />

1- FRANCO, G. R.; RABELO, E. M.; AZEVEDO, V.; ORTEGA, J. M.; PENA, H. B.;<br />

SANTOS, T. M.; MEIRA, W. S. F.; RODRIGUES, N. A. Recent advances in the gene<br />

discovery program. In: Simpósio Internacional sobre esquistossomose. Belo<br />

Horizonte. Programme and Abstracts. Belo Horizonte, p. 65, 1997.<br />

2- MAROTTA, G. B.; GONÇALVES, C. S.; FONSECA, S. J.; SANTOS, R. L.;<br />

COSTA, M. C. M. S.; FRANCO, G. R.; RABELO, E. M.; ORTEGA, J. M.; OLIVEIRA,<br />

S. C.; PENA, S. D. J.; AZEVEDO, V. Projeto genoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni:<br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novos genes usando uma biblioteca <strong>de</strong> cercária. In: 43º Congresso<br />

Nacional <strong>de</strong> Genética. 1997. Goiânia - Goiás.<br />

43


3- VALADÃO, A. F.; AZEVEDO, V.; ALMEIDA, F. M.; ORTEGA, J. M.; PENA, S. D.<br />

J.; FRANCO, G. R. Preliminary functional studies of Smyb1 protein of s. mansoni. In:<br />

Simpósio Internacional sobre Esquistossomose. Reunião Nacional sobre<br />

Esquistossomose. Programme and Abstracts. Belo Horizonte, p. 108, 1997.<br />

4- FRANCO, G. R.; RABELO, E. M.; AZEVEDO, V.; ORTEGA, J. M.; PENA, H. B.;<br />

SANTOS, T. M.; MEIRA, W. S. F.; RODRIGUES, N. A.; FARIA, M. S.; MARGUTTI,<br />

M. E.; PARRA, J. C. Analysis of cDNA libraries from different <strong>de</strong>velopmental stages<br />

of Schistosoma mansoni with the aim of producing Ests. In: XXVI Reunião anual da<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia, Caxambu – MG, 1997.<br />

5- ZOUAIN, C. S.; AZEVEDO, V.; MAROTTA, P. B.; FRANCO, G. R.; PENA, S. D.;<br />

GOES, A. M. I<strong>de</strong>ntification of S. Mansoni antigens recognized by antibodies from<br />

infected human using the Ast strategy. In: Simpósio Internacional sobre<br />

Esquistossomose. Reunião Nacional sobre esquistossomose. Programme and<br />

Abstracts. Belo Horizonte, p. 147, 1997.<br />

6- MAROTTA, G. B.; GONÇALVES, C. S.; FONSECA, S. J.; SANTOS, R. L.; COSTA<br />

C. M. S. M.; FRANCO, G. R.; RABELO, E. M.; ORTEGA, J. M.; OLIVEIRA, S. C.;<br />

SANTOS T.M.; PENA, S. D. J.; AZEVEDO, V. Projeto Genoma <strong>de</strong> Schistosoma<br />

mansoni: Descoberta <strong>de</strong> novos genes usando uma biblioteca <strong>de</strong> cDNA <strong>de</strong> cercária.<br />

In: VI Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, Belo Horizonte, 1997.<br />

7- AZEVEDO, V.; FARIA, M. S. C.; OLIVEIRA, S. C.; FRANCO, G. Projeto genoma<br />

<strong>de</strong> Schistosoma mansoni, <strong>de</strong>scoberta gênica usando uma biblioteca <strong>de</strong> cDNA <strong>de</strong><br />

ovo. In: 44º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Genética, Águas <strong>de</strong> Lindóia. Genetics and<br />

Molecular Biology. v. 21. p. 125-125, 1998<br />

8- SANTOS, T. M.; MAROTTA, G. B.; FONSECA, R. L.; RABELO, E. M.; ORTEGA,<br />

J. M.; FRANCO, G. R.; AZEVEDO, V.; PENA, S. D. J. Sequencing and analysis of<br />

516 expressed sequence Tags (Ests) from a S. mansoni cercária cDNA library. In:<br />

44º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Biologia Molecular, Caxambu – MG 1998.<br />

44


9- FARIA, M. S.; RABELO, E. M. L.; FRANCO, G. R.; AZEVEDO, V. Programa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scoberta gênica em Schistossoma mansoni. In: 45º Congresso Nacional <strong>de</strong><br />

Genética, 1999, Gramado. Genetics and Molecular biology. v. 22. p. 320-321, 1999.<br />

10- AZEVEDO, V.; FARIA, M. S. C.; OLIVEIRA, G. C.; RABELO, E. M. L.; FRANCO,<br />

G. R. Programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta gênica em Schistossoma mansoni: geração e análise<br />

<strong>de</strong> 1335 Ests. <strong>de</strong> duas bibliotecas <strong>de</strong> cDNA <strong>de</strong> ovo. In: 46º Congresso Nacional <strong>de</strong><br />

Genética, 2000, Águas <strong>de</strong> Lindóia – SP. v. 23. p. 199-199, 2000.<br />

IV.2.4 Captação <strong>de</strong> recursos<br />

‘‘Aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto <strong>de</strong> seqüenciamento do genoma<br />

<strong>de</strong> Schistosoma mansoni’’. Financiado pela FAPEMIG, CNPq, Coor<strong>de</strong>nador, 1995.<br />

Recursos obtidos no valor <strong>de</strong> R$ 21.945,00 sendo que US$8.295,00 (Importação) e<br />

R$13.650,00 (Compras nacionais)<br />

‘‘Physical mapping of Schistosoma mansoni chromosomes’’. Financiado pela OMS.<br />

Coor<strong>de</strong>nador. 1996. Recursos obtidos no valor <strong>de</strong> R$ 90.000,00.<br />

IV.3 O ingresso no Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral da UFMG<br />

“Pensar gran<strong>de</strong>, mas com atenção aos <strong>de</strong>talhes.”<br />

Galileu<br />

Assumi, em junho <strong>de</strong> 1996, o cargo <strong>de</strong> Professor Adjunto no Departamento <strong>de</strong><br />

Biologia Geral do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas (ICB) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (UFMG) e, em 2002, atingi, no tempo mínimo e com todos os relatórios<br />

aprovados, o último nível da categoria, ou seja, adjunto nível IV. Em 2006, foi criado<br />

mais um cargo na carreira acadêmica, o <strong>de</strong> Professor Associado. Encaminhei a<br />

solicitação <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> cargo com um memorial e os dois últimos relatórios<br />

45


aprovados e, atualmente, estou no nível dois (II) dos quatro existentes. Durante doze<br />

anos <strong>de</strong> experiência no Departamento, nunca tive um relatório reprovado e no<br />

parecer número 13-060/06 da Comissão Permanente <strong>de</strong> Pessoal Docente (CPPD),<br />

emitido pelo relator Eduardo Alves Bambirra, tenho a minha Dedicação Exclusiva<br />

(DE) mantida por tempo in<strong>de</strong>terminado por estar, segundo o relator, com os meus<br />

caminhos acadêmicos estabelecidos <strong>de</strong>ntro dos parâmetros <strong>de</strong>sejados pela UFMG.<br />

Ser professor e pesquisador <strong>de</strong> uma Instituição como a UFMG envolve ações<br />

diversas, as quais serão <strong>de</strong>scritas, <strong>de</strong>talhadamente, nas páginas seguintes.<br />

Sumarizando, as ativida<strong>de</strong>s internas e externas <strong>de</strong>senvolvidas têm sido:<br />

Ativida<strong>de</strong>s Internas<br />

• Lecionar diferentes disciplinas sobre Genética e Evolução para estudantes<br />

<strong>de</strong> diversos cursos, em níveis <strong>de</strong> graduação e pós-graduação,<br />

consi<strong>de</strong>rando suas <strong>de</strong>mandas e interesses particulares.<br />

Participar <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s administrativas, as quais propiciam conhecimento<br />

geral sobre o funcionamento administrativo do ICB e setores da UFMG.<br />

• Desenhar projetos e captar recursos para a execução dos mesmos, os<br />

quais necessitam aprovação <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> fomento, e publicar resultados<br />

obtidos.<br />

• Formar novos profissionais, uma das funções primordiais da universida<strong>de</strong>,<br />

como é o caso da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Ativida<strong>de</strong>s Externas<br />

• Participar <strong>de</strong> Comitês e ativida<strong>de</strong>s administrativas em Instituições<br />

Estaduais, Fe<strong>de</strong>rais/Nacionais e Internacionais, as quais requerem reflexão<br />

e alta responsabilida<strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

46


• Participar <strong>de</strong> corpos editoriais <strong>de</strong> periódicos científicos como revisor <strong>de</strong><br />

trabalhos acadêmico-científicos.<br />

• Participar <strong>de</strong> associações científicas que nos permitam racionalizar<br />

políticas para o <strong>de</strong>senvolvimento da área <strong>de</strong> conhecimento, bem como<br />

organizar e participar <strong>de</strong> eventos que aju<strong>de</strong>m a complementar a formação<br />

<strong>de</strong> atuantes e futuros profissionais da área.<br />

IV.3.1 Reflexões sobre o ensino na <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

“A educação sozinha não transforma a socieda<strong>de</strong>, sem ela tampouco a socieda<strong>de</strong><br />

muda.”<br />

Paulo Freire<br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, no Brasil, é recente, sendo que sua história perpassa o último<br />

século tentando contemplar as necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>mandas do nosso contexto<br />

acadêmico-científico, tomando como espelho as renomadas instituições<br />

internacionais. Hoje, a preocupação se instala na inserção <strong>de</strong> nossas universida<strong>de</strong>s<br />

no contexto mundial, nas relações globalizadas, as quais criam um gran<strong>de</strong> mercado<br />

carente <strong>de</strong> profissionais competitivos, contribuindo para formação e massa crítica,<br />

sem perda <strong>de</strong> autonomia intelectual ou política.<br />

A maioria dos professores da nossa área não recebe formação pedagógica. A<br />

minha formação me forneceu subsídios para me tornar, inicialmente, Médico<br />

Veterinário e, em seguida, pesquisador. Sentia inquietação e me perguntava qual a<br />

fundamentação pedagógica para formar profissionais que possam atuar em uma<br />

gran<strong>de</strong> plêia<strong>de</strong> do mercado existente? Acredito que a concepção <strong>de</strong> Paulo Freire, a<br />

qual percebe o homem como um ser autônomo capaz <strong>de</strong> transformar o mundo, é a<br />

que me norteou nestes quatorze anos <strong>de</strong> docência.<br />

Hoje, analisando meus anos <strong>de</strong> docência, vejo que tento correlacionar<br />

aspectos da pedagogia tradicional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seus aspectos pragmáticos da<br />

transmissão dos conhecimentos por meio <strong>de</strong> aulas expositivas em quadro-negro,<br />

47


com a abordagem construtivista, a qual se baseia na teoria <strong>de</strong> que a aprendizagem<br />

<strong>de</strong>ve ser auto-motivada e individualizada, propiciando condições ao aluno <strong>de</strong><br />

formular novas idéias <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir, inventar, criar, como fazer e por que fazer.<br />

Penso, também, que o ensino da ciência não po<strong>de</strong> se furtar da linha piagetiana que<br />

tem a tendência <strong>de</strong> ser integrativa das outras linhas e preocupações com o domínio<br />

dos conhecimentos formais. O professor que sabe <strong>de</strong>senvolve um aluno que pensa<br />

e passe os estes conteúdos com valor social e formativo.<br />

Na UFMG, existe uma preocupação <strong>de</strong> que nossos alunos tenham princípios<br />

éticos que os direcionem em seu aprendizado a serviço da humanida<strong>de</strong>. Assim, o<br />

objetivo maior é formar cidadãos completos, que possam exercer li<strong>de</strong>rança<br />

profissional e intelectual em seus campos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, com responsabilida<strong>de</strong> social,<br />

e que entendam que a socieda<strong>de</strong> é plural e <strong>de</strong>mocrática, <strong>de</strong>vendo estimular o<br />

exercício da cidadania plena.<br />

IV.3.2 Ativida<strong>de</strong>s didáticas em nível <strong>de</strong> graduação e pós-graduação<br />

“A mente é um fogo a ser aceso, não um vaso a preencher.”<br />

Plutarco<br />

Em 12 anos <strong>de</strong> docência no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Biologia Geral, ministrei aulas<br />

<strong>de</strong> Genética e Evolução para os cursos <strong>de</strong> Medicina, Odontologia, Veterinária,<br />

Enfermagem, <strong>Ciências</strong> Biológicas, Fisioterapia, Farmácia e Terapia Ocupacional em<br />

nível <strong>de</strong> graduação, para o bacharelado em <strong>Ciências</strong> Biológicas, as disciplinas <strong>de</strong><br />

Genética <strong>de</strong> Microrganismos e Genética Molecular. Para esta última, usamos como<br />

suporte didático o Gene VIII, e um portal construído pelos próprios alunos on<strong>de</strong><br />

todas as apresentações, artigos e discussões eram armazenados e cada nova turma<br />

tinha como missão atualizá-la, inserindo novos conteúdos<br />

(http://www.icb.ufmg.br/big/big002/). A cada semestre, tenho carga didática <strong>de</strong> 120<br />

horas e tanto a matéria quanto a forma <strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong>vem ser adaptados às<br />

48


<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> cada curso <strong>de</strong> graduação. Na pós-graduação em Genética, coor<strong>de</strong>no,<br />

em parceria com a colega Professora Andréa A. Nascimento, a disciplina Genética<br />

Molecular <strong>de</strong> Microrganismos Procariotos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do curso, ou seja, há 10<br />

anos, e criamos, recentemente, uma nova disciplina <strong>de</strong>nominada Biotecnologia, cuja<br />

coor<strong>de</strong>nação venho dividindo com o Professor Evangue<strong>de</strong>s Kalapothakis.<br />

IV.3.3 Cursos organizados e Palestras ministradas<br />

"É impossível para um homem apren<strong>de</strong>r aquilo que ele acha que já sabe."<br />

Epiteto<br />

Coor<strong>de</strong>no e organizo cursos e ministro palestras e seminários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

voltei ao Brasil. Foram trinta cursos diversos. Sem dúvida, esse tem sido um<br />

mecanismo <strong>de</strong> motivação e <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novos talentos. Logo que ingressei no<br />

<strong>de</strong>partamento, soube pelo Dr. Sérgio Pena que o Centro Brasil-Argentina <strong>de</strong><br />

Biotecnologia financiava cursos e ele sugeriu, então, a idéia <strong>de</strong> fazermos um curso<br />

sobre a técnica <strong>de</strong> PCR. Escrevi o programa, selecionei os convidados e<br />

conseguimos aprovar o curso “Utilização da Técnica <strong>de</strong> PCR para Aplicação em<br />

Medicina Molecular e Antropologia” que realizamos entre os dias 17 a 29 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 1996, no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da UFMG. Os cursos do<br />

CBAB têm professores dos dois países e um dos objetivos é fomentar colaborações<br />

entre os pesquisadores. Tal exigência possibilita uma interação crescente entre os<br />

dois países e várias colaborações, até hoje, existem em nosso instituto. Na época,<br />

enviamos, então, a aluna <strong>de</strong> doutorado do Dr. Sérgio Oliveira, Gracia Rosinha, por<br />

um mês à Argentina, on<strong>de</strong> ela participou da inativação <strong>de</strong> três genes da Brucella<br />

abortus com o objetivo <strong>de</strong> construir linhagens atenuadas, candidatas a vacinas<br />

vivas; com isso, geramos três publicações em colaboração com o Prof. Sérgio Costa<br />

Oliveira e estamos no caminho <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r oferecer à comunida<strong>de</strong> uma vacina eficaz.<br />

Neste curso, conseguimos também trazer o Dr. Omar Bagasra, criador da<br />

técnica <strong>de</strong> PCR in situ. Tentando aproveitar ao máximo a presença do Dr. Bagasra,<br />

organizamos um segundo curso <strong>de</strong>nominado “PCR in situ” entre os dias 25 a 27 <strong>de</strong><br />

49


novembro <strong>de</strong> 1996, em nosso <strong>Instituto</strong>, para mais <strong>de</strong> trinta pessoas. O esforço<br />

hercúleo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar dois cursos simultaneamente, com 60 alunos inscritos, foi<br />

recompensado. O Centro Brasil-Argentina <strong>de</strong> Biotecnologia (CBAB) conce<strong>de</strong>u<br />

patrocínio <strong>de</strong> R$ 125.000,00 (cento e vinte e cinco mil reais) para esses dois cursos.<br />

Conseguimos integrar sempre vários <strong>de</strong>partamentos do ICB e suas pós-graduações,<br />

e contamos quase sempre com o apoio e patrocínio do nosso <strong>Instituto</strong>. Empresas<br />

privadas como a Invitrogen, GE, Perkin-Elmer, Promega, entre outras, e agências <strong>de</strong><br />

fomento como FIEMG, FAPEMIG e CNPq sempre colaboram, financeiramente, para<br />

o sucesso <strong>de</strong>sses eventos.<br />

Outro curso que resolvi promover nasceu do encontro com o professor<br />

emérito <strong>de</strong> genética Wilmer J. Miller da “Iowa University” dos Estados Unidos, o qual<br />

estava como pesquisador visitante na Escola <strong>de</strong> Veterinária da UFMG.<br />

Entusiasmado com a idéia, ele aceitou meu convite e o curso foi uma visão geral <strong>de</strong><br />

genética clássica, <strong>de</strong>nominado “A Survey of Genetics”, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> março a 11 <strong>de</strong> julho<br />

<strong>de</strong> 1997, do qual também participei como aluno.<br />

Dentre todos os cursos que organizei e coor<strong>de</strong>nei, o <strong>de</strong> maior repercussão foi<br />

“A Terceira Revolução em Vacinas: Vacinas <strong>de</strong> DNA”, realizado entre os dias 26 <strong>de</strong><br />

outubro a 7 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1997, no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da UFMG e<br />

patrocinado pelo Centro Brasil-Argentina <strong>de</strong> Biotecnologia – CBAB. Foi o primeiro<br />

curso que reuniu, na América Latina, pesquisadores <strong>de</strong> renome internacional<br />

discutindo esta nova estratégia <strong>de</strong> vacinação. Trinta e oito professores participaram<br />

do curso, cada um apresentou um artigo inédito, que, reunidos, transformaram-se<br />

em uma edição especial do Brazilian Journal of Medical and Biological Research.<br />

Esse curso ampliou a divulgação <strong>de</strong>ssa nova tecnologia no Brasil e conseguiu criar<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação. Consi<strong>de</strong>ro-o também catalisador do Congresso Internacional<br />

<strong>de</strong> Imunologia, na Bahia, em novembro <strong>de</strong> 1998, com o tema “Vacinas”, organizado<br />

pela Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Imunologia.<br />

Em 1998, organizamos também o primeiro curso no Brasil sobre “Genética <strong>de</strong><br />

Bactérias lácticas (BLs)” no ICB-UFMG. Os trabalhos, até então realizados no Brasil<br />

com essas bactérias eram estudos <strong>de</strong> taxonomia clássica e molecular, análises da<br />

diversida<strong>de</strong> genética entre as espécies isoladas <strong>de</strong> um ou mais meios, análises da<br />

diversida<strong>de</strong> das espécies presentes em ecossistemas microbianos que contêm as<br />

50


BLs (produtos alimentares fermentados) e seu papel no funcionamento dos<br />

ecossistemas, ou seja, “constatava-se”. Na década <strong>de</strong> 1980, manipulações<br />

genéticas <strong>de</strong>ssas bactérias tiveram início pelo mundo e os frutos começaram a<br />

aparecer apenas recentemente. O aprendizado e o estabelecimento <strong>de</strong><br />

colaborações com grupos já trabalhando com essa tecnologia são <strong>de</strong> extremo<br />

interesse para o Brasil. O curso trouxe Dra. Emmanuelle Maguin, Dra. Pascale<br />

Serror e Dr. Phillipe Langella, três membros <strong>de</strong> um dos grupos mais renomados em<br />

estudos <strong>de</strong> BL, e fomentou relações <strong>de</strong> cooperação entre Dra. Alda Lerayer do ITAL<br />

- <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Alimentos, Campinas, SP - pesquisadores franceses, Dr.<br />

Augusto Simões da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Católica <strong>de</strong> Brasília e nós.<br />

Foi durante esse curso que escrevemos o nosso primeiro projeto CAPES-<br />

COFECUB (Comité Français d’Évaluation <strong>de</strong> la Coopération Universitaire et<br />

Scientifique avec le Brésil). A CAPES tem um programa <strong>de</strong> cooperação com a<br />

França, que permite intercâmbios entre os dois países envolvidos: missões dos<br />

pesquisadores brasileiros na França e vice-versa, bolsas <strong>de</strong> doutorado sanduíche,<br />

co-tutelle e pós-doutorandos para membros dos grupos brasileiros envolvidos nesse<br />

projeto são previstos neste programa.<br />

Todos os anos, <strong>de</strong> 2000 até 2008, foram organizados e ministrados cursos<br />

por membros do nosso grupo, sobre genética <strong>de</strong> microrganismos, biotecnologia e<br />

biossegurança. Dois <strong>de</strong>stes cursos tiveram lugar na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Pará,<br />

em 2001 e 2007, e <strong>de</strong>les participaram mais <strong>de</strong> cem estudantes da região amazônica<br />

em cada um <strong>de</strong>sses cursos. Outro, realizado em 2002 em Belo Horizonte, reuniu<br />

mais <strong>de</strong> 20 professores brasileiros e estrangeiros e mais <strong>de</strong> 250 alunos <strong>de</strong> todo o<br />

Brasil. Os temas abordados no curso também mereceram edição especial da revista<br />

Genetics and Molecular Research. Em julho <strong>de</strong> 2008, organizei um curso sobre<br />

redação <strong>de</strong> artigos científicos e 115 alunos <strong>de</strong> diferentes programas <strong>de</strong> pósgraduação<br />

<strong>de</strong>le participaram. Este curso foi ministrado pelos professores Francisco<br />

Moura Duarte e David De Jong da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP) <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Preto com reconhecida competência na área. Uma das sinalizações da CAPES é<br />

que, em breve, só consi<strong>de</strong>rarão artigos com a presença <strong>de</strong> discentes e esta foi a<br />

razão maior para a realização <strong>de</strong> tal curso.<br />

51


Os resultados diversos que alcançamos com aqueles cursos fortalecem<br />

minha convicção <strong>de</strong> sua relevância na formação dos estudantes <strong>de</strong> graduação e<br />

pós-graduação e compensam as várias dificulda<strong>de</strong>s encontradas em todos os níveis<br />

<strong>de</strong> sua execução.<br />

Des<strong>de</strong> o ingresso no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Biologia Geral, ministrei em torno <strong>de</strong><br />

100 palestras em eventos nacionais e internacionais. Saliento que tenho participado,<br />

praticamente em todos, como palestrante, dos congressos organizados pelas<br />

socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Genética, <strong>de</strong> Microbiologia e da Associação Nacional <strong>de</strong><br />

Biossegurança (ANBio) nos últimos doze anos. Além da interação com a<br />

comunida<strong>de</strong> científica e tecnológica brasileira e da divulgação dos resultados do<br />

nosso trabalho, essas apresentações serviram <strong>de</strong> instrumento para incentivar jovens<br />

pesquisadores que tinham interesse em nossa linha <strong>de</strong> pesquisa e acabaram vindo<br />

trabalhar em nosso laboratório.<br />

Credito os tantos convites que recebi para ministrar palestras ao interesse<br />

que suscita meu trabalho e à maneira pela qual apresentamos os nossos dados.<br />

Para mim, as minhas principais palestras serão as que irei conferir e listo abaixo as<br />

duas próximas:<br />

• Título: Uma visão holística para a erradicação da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa.<br />

Evento: II Ciclo <strong>de</strong> Palestras em Genética e Biotecnologia da UFJF, Juiz <strong>de</strong><br />

Fora-MG.<br />

Data: 8 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008<br />

• Título: Novas estratégias vacinais para o combate da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa <strong>de</strong><br />

caprinos e ovinos.<br />

Evento: 54º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Genética, Salvador-BA<br />

Data: 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2008<br />

52


IV.3.4 Formação <strong>de</strong> recursos humanos<br />

“Não se cria nada com um texto que se compreen<strong>de</strong> com excessiva exatidão.”<br />

Miguel <strong>de</strong> Unamuno<br />

Acredito que é cumprindo a função <strong>de</strong> produzir, compartilhar e difundir o<br />

conhecimento que a universida<strong>de</strong> forma cidadãos esclarecidos e profissionais<br />

capacitados. Como realizamos mais <strong>de</strong> 80% da pesquisa científica nacional nos<br />

nossos laboratórios, <strong>de</strong> fato, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> é responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

científico do País. Exercendo seu papel <strong>de</strong> geradora <strong>de</strong> conhecimento científico e<br />

tecnológico, a universida<strong>de</strong> se torna uma interlocutora importante do setor<br />

empresarial, contribuindo para a inovação e o <strong>de</strong>senvolvimento industrial, com<br />

impactos tanto do ponto <strong>de</strong> vista científico, como do econômico e social. Com isso,<br />

cabe a ela cuidar da formação <strong>de</strong> quadros <strong>de</strong> pessoal qualificado para ativida<strong>de</strong>s<br />

acadêmicas e também nos setores empresariais, privado, público ou <strong>de</strong> centros <strong>de</strong><br />

pesquisa, e cabe a ela cuidar da complementação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pessoal em áreas<br />

em que o Brasil ainda não atingiu o nível internacional a<strong>de</strong>quado. Por isso acredito<br />

que temos que quebrar vários paradigmas educacionais no começo <strong>de</strong>sse século<br />

nas nossas universida<strong>de</strong>s.<br />

IV. 3.4.1 Graduação<br />

“ Investir em conhecimento ren<strong>de</strong> sempre melhores juros.”<br />

Benjamin Franklin<br />

Tenho a convicção <strong>de</strong> que a Iniciação Cientifica (IC) é um instrumento <strong>de</strong><br />

formação que permite introduzir os estudantes <strong>de</strong> graduação, potencialmente mais<br />

promissores, na pesquisa cientifica. Tal iniciação permite que o aluno, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo,<br />

entre em contato direto com a ativida<strong>de</strong> científica com a perspectiva <strong>de</strong> ser engajado<br />

na pesquisa. Caracteriza-se como instrumento <strong>de</strong> apoio teórico e metodológico à<br />

53


ealização <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa e constitui um canal a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> auxílio para<br />

a formação <strong>de</strong> uma nova mentalida<strong>de</strong> no aluno.<br />

Percebo essa etapa como um <strong>de</strong>ver institucional e nunca a encarei como uma<br />

ativida<strong>de</strong> esporádica. A bolsa <strong>de</strong> estudos para ICs é, a meu ver, um incentivo que<br />

<strong>de</strong>ve ser dado, seletivamente, para os melhores alunos e consi<strong>de</strong>ro-a como um<br />

instrumento básico <strong>de</strong> formação do futuro pesquisador.<br />

Nunca havia antes enumerado quantos alunos <strong>de</strong> iniciação científica treinei<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> meu retorno ao Brasil. Diretamente sob minha responsabilida<strong>de</strong>, foram mais<br />

<strong>de</strong> 40 alunos. Em torno <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong>les concluindo ou estão no mestrado e doutorado<br />

em curso, sob minha supervisão. Praticamente, não tive problemas com esses<br />

alunos na pós-graduação. Entretanto, tive alunos que passaram nos processos<br />

seletivos da pós-graduação sem terem realizado estágios <strong>de</strong> IC no nosso laboratório<br />

e estes tiveram um <strong>de</strong>sempenho muito abaixo das minhas expectativas.<br />

Atualmente, o nosso laboratório conta com os seguintes alunos <strong>de</strong> Iniciação<br />

Científica:<br />

• Paula Gonçalves Cerqueira (PROBIC). Construção <strong>de</strong> uma biblioteca<br />

genômica <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

promotores através da expressão <strong>de</strong> gfp. Início: 2005. Iniciação científica<br />

(Graduando em <strong>Ciências</strong> Biológicas) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>,<br />

Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico.<br />

• Sarah C. Zanetti e Viguetti (CNPq). Um novo sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um<br />

peptí<strong>de</strong>o hipotensor: Lactococcus lactis expressando TsHpt-I isolado do<br />

veneno do escorpião Tityus serrulatus. Início: 2006. Iniciação científica<br />

(Graduando em <strong>Ciências</strong> Biológicas) - Centro Universitário UNA.<br />

• Marcelle Oliveira <strong>de</strong> Almeida (PROBIC). Construção <strong>de</strong> um sistema "foodgra<strong>de</strong>"<br />

<strong>de</strong> expressão gênica e en<strong>de</strong>reçamento protéico Lactococcus lactis e<br />

outras bactérias lácticas. Início: 2006. Iniciação científica (Graduando em<br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Foi monitora <strong>de</strong><br />

54


Genética durante três anos e passou recentemente no exame para o<br />

mestrado do programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética.<br />

• Pablo Matias Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira Moraes (Probic). Construção <strong>de</strong> linhagens<br />

mutantes Corynebacterium pseudotuberculosis. Início: 2007. Iniciação<br />

científica (Graduando em <strong>Ciências</strong> Biológicas) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

• Fernanda Alvarenga Lima. Expressão do gene IpaC <strong>de</strong> Shigella sp em<br />

Lactococcus lactis. Início: 2007. Iniciação científica (Graduando em <strong>Ciências</strong><br />

Biológicas) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

O curso <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da UFMG oferece níveis tanto em licenciatura<br />

quanto em bacharelado. Exigência para o bacharelado em Genética, três<br />

monografias foram redigidas. Listo abaixo o nome dos alunos e a nossa<br />

produção durante esse período.<br />

• E<strong>de</strong>r Zucconi (FAPEMIG), Graduação em <strong>Ciências</strong> Biológicas. <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, UFMG, Brasil<br />

Título: Imunização oral utilizando linhagem vacinal <strong>de</strong> Salmonella typhimurium<br />

produtora do antígeno Sm14 <strong>de</strong> Schistosoma mansoni. 1999-2003. Hoje, E<strong>de</strong>r<br />

é doutorando em <strong>Ciências</strong> Biológicas (Biologia Genética) pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo, sendo orientado pela Dra. Mayana Zatz.<br />

• Luís Gustavo Carvalho Pacheco (FAPEMIG), Graduação em <strong>Ciências</strong><br />

Biológicas Diurno Bacharelado Em Genética. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>,UFMG,Brasil. Título: Administração oral <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA com o gene<br />

Sm14 <strong>de</strong> Schistosoma mansoni utilizando como carreadora linhagem<br />

atenuada <strong>de</strong> Salmonella.<br />

• Fernanda Alves Dorella (CNPq) Graduação em <strong>Ciências</strong> Biológicas.<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, UFMG, Brasil.Título: Imunização oral<br />

55


utilizando linhagens recombinantes <strong>de</strong> Lactococcus lactis secretoras do<br />

antígeno L7/L12 da Brucella abortus.<br />

IV. 3.4.1.1 Artigos publicados<br />

1- DORELLA, F. A.; PONTES, D. S.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Expressão e<br />

en<strong>de</strong>reçamento <strong>de</strong> proteínas heterólogas em Lactococcus lactis. Revista <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong><br />

Médicas e Biológicas, Salvador, v. 2, n. 1, p. 123-132, 2003.<br />

2- PONTES, D. S.; DORELLA, F. A.; RIBEIRO, L.; MYIOSHI, A.; LE LOIR, Y.;<br />

GRUSS, A.; OLIVEIRA, S. C.; LANGELLA, P.; AZEVEDO, V. Induction of partial<br />

protection in mice after oral administration of Lactococcus lactis producing Brucella<br />

abortus L7/L12 antigen. Journal Of Drug Targeting, v. 11, n. 8-10, p. 489-493, 2003.<br />

3- PACHECO, L.G.C.; ZUCCONI, E.; MELO, A.L.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.<br />

Salmonella como vetor <strong>de</strong> vacinas vivas orais. Revista <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Médicas e<br />

Biológicas, Brasil, v. 3, p. 115-123, 2004.<br />

4- PACHECO, L.G.C.; ZUCCONI, E.; MATI, V. L T; GARCIA, R. M.; MIYOSHI, A.;<br />

OLIVEIRA, S. C; MELO, A. L.; AZEVEDO, V. Oral administration of a live Aro<br />

attenuated Salmonella vaccine strain expressing 14-kDa Schistosoma mansoni fatty<br />

acid-binding protein induced partial protection against experimental schistosomiasis.<br />

Acta Tropica, v. 95, n. 2, p. 132-142, 2005.<br />

IV. 3.4.1.2 Trabalho completo publicado em anais <strong>de</strong> congressos<br />

PONTES, D. S.; DORELLA, F. A.; MIYOSHI, A.; GODARD, A.L.B.; RIBEIRO, L.; LE<br />

LOIR, Y.; LANGELLA, P.; GRUSS, A.; OLIVEIRA, S.C.; AZEVEDO, V. Expression of<br />

Brucella abortus immunodominant antigen L7/L12 in Lactocccus lactis: a new<br />

56


strategy of an oral vaccine against brucellosis. In: III Semana <strong>de</strong> Pós Graduação,<br />

2002, Belo Horizonte, 2002.<br />

IV. 3.4.1.3 Texto em jornais <strong>de</strong> divulgação científica<br />

1- RIBEIRO, L.; PONTES, D.S.; DORELLA, F.A.; LANGELLA, P.; LE LOIR, Y.;<br />

OLIVEIRA, S.C.; AZEVEDO, V. Bactérias Lácticas produtoras <strong>de</strong> antígenos.<br />

Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, Uberlândia-MG, v. 22, p. 36 - 40, 09 out.<br />

2001.<br />

2- ZUCCONI, E.; PACHECO, L.G.C. Utilização <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Salmonella<br />

atenuadas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas vivas orais. Jornal da Associação<br />

Nacional <strong>de</strong> Biossegurança, Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 3, p. 11 - 11, 01 maio 2003.<br />

IV. 3.4.1.4 Resumos publicados em anais <strong>de</strong> congressos<br />

1- MUINHOS, R.; MELO, A. L.; ZUCCONI, E. ; DORELLA, F. A. ; PONTES, D. S. ;<br />

MIYOSHI, A.; GODARD, A. L. B. ; OLIVEIRA, S. C. ; AZEVEDO, V. Imunização oral<br />

utilizando linhagem vacinal <strong>de</strong> Salmonella typhimurium produtora do antígeno Sm14<br />

<strong>de</strong> Schistosoma mansoni. In: XXIII Reunião <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos,<br />

Pirenópolis. XXIII Reunião <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, 2002. p. 54-54.<br />

2- PACHECO, L. G. C.; ZUCCONI, E.; MUINHOS, R.G.; MELO, A. L.; MIYOSHI, A.;<br />

OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V. Administração oral <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA contendo o<br />

gene Sm14 do Schistossoma mansoni utilizando como carreadora uma linhagem<br />

atenuada <strong>de</strong> Salmonella enterica sorotipo Typhimurium. In: 49º Congresso Nacional<br />

<strong>de</strong> Genética, 2003, Águas <strong>de</strong> Lindóia -SP. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> resumos do 49º Congresso<br />

Nacional <strong>de</strong> Genética, 2003.<br />

3- PACHECO, L. G. C. Administração oral <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA contendo o gene Sm14<br />

do Schistosoma mansoni utilizando como carreadora uma linhagem atenuada <strong>de</strong><br />

57


Salmonella typhimurium. In: XII Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, 2003,<br />

Belo Horizonte - MG. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Resumos da XII Semana <strong>de</strong> Iniciação científica da<br />

UFMG, 2003.<br />

4- PACHECO, L. G. C.; ZUCCONI, E.; PENA, R. R.; MELO, A. L.; AZEVEDO, V.<br />

Imunização oral contra a esquistossomose com Salmonella typhimurium atenuada<br />

carreando plasmí<strong>de</strong>os (Vacinas <strong>de</strong> DNA) portadores do gene Sm14. In: 50º<br />

Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Genética, 2004, Florianópolis-SC. Anais do 50º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Genética, p. 83-83. 2004.<br />

5- PACHECO, L. G. C.; ZUCCONI, E.; MUINHOS, R.G.; MELO, A. L.; OLIVEIRA, S.<br />

C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Oral vaccination with a live attenuated Salmonella<br />

strain expressing Sm14 induced partial protection against Schistosomiasis. In: X<br />

International Symposium on Schistosomiasis, Belo Horizonte 2005.<br />

6- MATI, V. L. T.; PACHECO, L. G. C.; MIYOSHI, A.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO,<br />

V.; MELO, A. L. Granuloma analysis of anti-pathology effects associated with<br />

experimental vaccines against Schistosomiasis: aplication to two Salmonella-based<br />

oral vaccines. In: X International Symposim on Schistosomiasis, Belo Horizonte<br />

2005.<br />

7- ZUCCONI, E.; MELO, A. L. ; GARCIA, R. M. ; DORELLA, F. A. ; PONTES, D. S. ;<br />

MIYOSHI, A.; GODARD, A. L. B. ; OLIVEIRA, S. C. ; AZEVEDO, V. Vacina <strong>de</strong> DNA<br />

utilizando Linhagem Atenuada <strong>de</strong> Salmonella typhimurium: Uma Nova Estratégia<br />

para o Controle da Esquistosomose. In: XXIII Reunião <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong><br />

Microrganismos. Pirenópolis. p. 55-55. 2002<br />

8- ZUCCONI, E.; MELO, A. L.; MUINHOS, R. G. ; DORELLA, F. A. ; PONTES, D. S;<br />

MIYOSHI, A.; GODARD, A. L. B. ; OLIVEIRA, S. C. ; AZEVEDO, V. Vacina <strong>de</strong> DNA<br />

utilizando linhagem atenuada <strong>de</strong> Salmonella typhimuirum: uma nova estratégia para<br />

o controle da esquistossomose. In: 48º Congresso Nacional <strong>de</strong> Genética, Águas <strong>de</strong><br />

Lindóia. 2002.<br />

9- ZUCCONI, E.; OLIVEIRA, S.C.; MELO, A.L.; GARCIA, R. M. ; AZEVEDO, V. .<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> vacinas <strong>de</strong> DNA e proteína utilizando o antígeno Sm14 <strong>de</strong><br />

58


Schistosoma mansoni na linhagem vacinal <strong>de</strong> Salmonella typhimurium. In: XI<br />

Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica, Belo Horizonte 2002.<br />

10- PONTES, D. S.; DORELLA, F. A.; MIYOSHI, A.; GODARD, A. L. B.; RIBEIRO,<br />

L.; LOIR, Y. L; LANGELLA, P.; GRUSS, A.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.<br />

Expression of Brucella abortus immunodominant antigen L7/L12 in Lactococcus<br />

lactis : a new strategy of an oral vaccine against brucellosis. In: XXIII Reunião <strong>de</strong><br />

Genética <strong>de</strong> Microrganismos. Pirenópolis. v. 1. p. 54-54, 2002.<br />

11- MIYOSHI, A.; DORELLA, F. A.; POQUET, I.; DOMAKOVA, E.; COMMISSAIRE,<br />

J.; HUMARAN, L. B.; LE LOIR, Y.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.; GRUSS, A.;<br />

LANGELLA, P. Controlled production of stable heterologous proteins in Lactococcus<br />

lactis. In: 48º Congresso Nacional <strong>de</strong> Genética, 2002, Águas <strong>de</strong> Lindóia. v. 1. p. 55-<br />

55, 2002.<br />

12- PONTES, D. S.; LANGELLA, P.; RIBEIRO, L.; DORELLA, F. A.; MIYOSHI, A.;<br />

GODARD, A. L. B.; LE LOIR, Y.; GRUSS, A.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.<br />

Expression of Brucella abortus immunodominant antigen L7/L12 in Lactococcus<br />

lactis: a new strategy of an oral vaccine against brucellosis. In: 48º Congresso<br />

Nacional <strong>de</strong> Genética, 2002, Águas <strong>de</strong> Lindóia. v. 1. p. 55-55, 2002.<br />

13- PONTES, D. S.; LANGELLA, P.; DORELLA, F. A.; RIBEIRO, L.; MIYOSHI, A.;<br />

GODARD, A. L. B.; LE LOIR, Y.; GRUSS, A.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.<br />

Induction of Mucosal Immune response after oral inoculation of mice with<br />

Lactococcus lactis producing Brucella abortus L7/L12 antigen. In: Seventh<br />

symposium on Lactic Acid Bacteria, 2002, Veldhoven. Seventh symposium on Lactic<br />

Acid Bacteria-genetics, metabolism and applications., 2002.<br />

.<br />

14- MUINHOS, R. G.; MELO, A. L.; ZUCCONI, É.; DORELLA, F. A.; PONTES, D. S.;<br />

MIYOSHI, A.; GODARD, A. L. B.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V. Imunização oral<br />

utilizando linhagem vacinal <strong>de</strong> Salmonella typhimurium produtora do antígeno Sm14<br />

<strong>de</strong> Schistosoma mansoni. In: 48 Congresso Nacional <strong>de</strong> Genética. Águas <strong>de</strong> Lindóia,<br />

p. 52-52. 2002.<br />

59


15- PONTES, D.S.; AZEVEDO, V.; LANGELLA, P.; OLIVEIRA, S.C.; RIBEIRO, L.;<br />

GODARD, A.L.B.; DORELLA, F.A.; GRUSS, A. Oral immunization with Lactococcus<br />

lactis strains that produce and target a Brucella abortus immunodominat antigen<br />

L7/L12 in three different locations: a new strategy of vaccination against brucellosis.<br />

In: III Semana <strong>de</strong> Pós-graduação da UFMG, 2002, Belo Horizonte. Anais da III<br />

Semana <strong>de</strong> Pós-graduação da UFMG, 2002.<br />

IV. 3.4.2 Aperfeiçoamento<br />

“Toda a gran<strong>de</strong> obra, tanto na arte como na ciência, é fruto <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> paixão<br />

posto a serviço da idéia.”<br />

Ramon Y Cajal<br />

A Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (FAPEMIG)<br />

dispunha <strong>de</strong> uma bolsa específica para os estudantes que tinham encerrado a<br />

graduação ou que já eram graduados e <strong>de</strong>sejavam voltar para a vida acadêmica.<br />

Essas bolsas nos foram úteis para reter a fuga <strong>de</strong> cérebros para outros estados ou<br />

para outras pós-graduações do ICB e para avaliarmos se o aluno estava apto para<br />

cursar uma pós-graduação. O meu melhor aluno <strong>de</strong> aperfeiçoamento foi An<strong>de</strong>rson<br />

Miyoshi. Hoje temos onze anos <strong>de</strong> convivência, ele se tornou professor do nosso<br />

<strong>de</strong>partamento e divi<strong>de</strong> o laboratório comigo. Praticamente, todos os outros fizeram<br />

mestrado em nosso laboratório, à exceção <strong>de</strong> Maria Rosa e Juliana.<br />

1- An<strong>de</strong>rson Miyoshi<br />

Período: agosto <strong>de</strong> 1997 até fevereiro <strong>de</strong> 1998.<br />

2- Mônica Sanchez Fachin<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong> 1998 até março <strong>de</strong> 1999.<br />

3- Maria Rosa Quaresma Bonfim<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong>1998 até março <strong>de</strong> 1999.<br />

60


4- Daniela Santos Pontes<br />

Período: julho <strong>de</strong> 2000 até fevereiro <strong>de</strong> 2001.<br />

5- Juliana Cardinali Rezen<strong>de</strong><br />

Período: março <strong>de</strong> 2004 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005.<br />

6- Vivian d'Afonseca<br />

Período: março <strong>de</strong> 2006 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006.<br />

7- Siomar <strong>de</strong> Castro Soares<br />

Período: março <strong>de</strong> 2007 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008.<br />

No caso do aluno Siomar, que é excelente em computação, sugeri a ele que<br />

cursasse o recente curso <strong>de</strong> Aperfeiçoamento em Bioinformática (CABi). Este curso<br />

foi criado em 2007 em nosso <strong>Instituto</strong> e tem como objetivos: “fornecer<br />

conhecimentos básicos <strong>de</strong> Bioinformática que permitam seu ingresso em programas<br />

<strong>de</strong> pós-graduação stricto senso ou participação em projetos <strong>de</strong> pesquisa que<br />

utilizam ferramentas <strong>de</strong> Bioinformática em sua execução”. Participei no módulo III,<br />

ministrando a aula que tratou sobre comparação <strong>de</strong> genomas bacterianos.<br />

8- Wan<strong>de</strong>rson Marques da Silva<br />

História da Arte da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa e o Genoma <strong>de</strong> seu agente Etiológico<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis. 2008. Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso.<br />

(Graduação em Biomedicina) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> José do Rosário Vellano. Orientador:<br />

Vasco Ariston <strong>de</strong> Carvalho Azevedo.<br />

Wan<strong>de</strong>rson vai se submeter ao processo seletivo do programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em Microbiologia em nosso <strong>Instituto</strong> e este programa oferece também um<br />

curso <strong>de</strong> especialização. Solicitei-lhe que se inscrevesse no processo seletivo e ele<br />

está fazendo atualmente este curso.<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />

IV. 3.4.3 Pós-graduação<br />

61


“Se um jovem cientista que trabalha comigo me procurasse <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong><br />

trabalho (em pesquisa) e perguntasse qual <strong>de</strong>veria ser o passo seguinte, eu o<br />

aconselharia a abandonar a ciência. Se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> trabalho uma pessoa<br />

não sabe o que fazer em seguida, então ele jamais se tornaria um verda<strong>de</strong>iro<br />

cientista.”<br />

Ernest Rutherford<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas tem como missão assegurar a formação<br />

profissional dos alunos do curso <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas e <strong>de</strong> se responsabilizar pela<br />

formação básica dos alunos dos cursos <strong>de</strong> Educação Física, Enfermagem,<br />

Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Psicologia, Terapia Ocupacional e<br />

Veterinária. O ICB oferece onze cursos <strong>de</strong> pós-graduação, em níveis <strong>de</strong> Mestrado,<br />

Doutorado e Especialização. Destes, participo como professor das seguintes<br />

ativida<strong>de</strong>s, abaixo <strong>de</strong>scritas.<br />

IV. 3.4.3.1 Ativida<strong>de</strong>s em Programas <strong>de</strong> Pós-graduação<br />

• Programa em Genética. Docente Permanente. Nível 5 da CAPES<br />

Tenho um apreço particular por este curso porque fui um dos criadores e do<br />

qual sou, atualmente, o coor<strong>de</strong>nador. Nosso principal objetivo é a formação <strong>de</strong><br />

profissionais <strong>de</strong> alto nível com sólidos conhecimentos em Genética, para exercer<br />

ativida<strong>de</strong>s ligadas à pesquisa, ensino e extensão. Nesse sentido, o Programa visa<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa com temas atuais e relevantes em<br />

genética <strong>de</strong> microrganismos, plantas, animais e seres humanos visando, não apenas<br />

à geração <strong>de</strong> conhecimentos, mas também, à capacida<strong>de</strong> criativa, ao acesso e à<br />

divulgação da produção científica.<br />

62


• Programa <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia. Docente Colaborador. Nível 7 da<br />

CAPES.<br />

A razão para que eu oriente nestes programas é que fui pesquisador visitante<br />

do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia, com o qual tenho colaborações<br />

consistentes com os professores e que as minhas linhas <strong>de</strong> pesquisa são<br />

compatíveis com os anseios do programa.<br />

• Professor do Programa <strong>de</strong> Doutorado em Bioinformática, Docente<br />

Colaborador. Nível 5 da CAPES<br />

O meu currículo e as informações sobre as minhas linhas <strong>de</strong> pesquisa foram<br />

encaminhadas no momento da criação do curso que começou em 2003. Des<strong>de</strong><br />

1989, trabalho com Genômica, para a qual ferramentas <strong>de</strong> Bioinformática são um<br />

instrumento indispensável para tais estudos. Até o ano <strong>de</strong> 2007, eu era docente<br />

permanente do programa e, hoje, sou docente colaborador.<br />

• Programa em Microbiologia. Docente Permanente. Nível 6 da CAPES.<br />

Sou Doutor em Genética <strong>de</strong> Microrganismos e Livre Docente em<br />

Microbiologia e tenho gran<strong>de</strong>s colaborações no programa. Orientei uma tese <strong>de</strong><br />

doutorado, e co-orientei outra quando ainda não existia doutorado no meu programa,<br />

e venho orientando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000.<br />

• Em programas externos da UFMG:<br />

Professor do Programa <strong>de</strong> Imunologia do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong><br />

ICS/UFBA. Docente Visitante. Nível 4 da CAPES.<br />

Fui aluno <strong>de</strong> aperfeiçoamento cientifico em 1986 e nunca cortei os laços com<br />

o Professor Roberto Meyer, que foi o criador e é o atual coor<strong>de</strong>nador do programa.<br />

Como um dos meus interesses em pesquisa é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas contra<br />

63


a linfa<strong>de</strong>nite caseosa, sendo esta uma linha <strong>de</strong>senvolvida pelo seu grupo, em<br />

conjunto com o nosso, <strong>de</strong>ntro do programa, a minha inserção ocorreu naturalmente.<br />

• Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Pará (UFPA). Docente Colaborador. Nível 5 da<br />

CAPES<br />

Comecei a minha relação com pesquisadores do programa quando fui<br />

consultor do Programa PPG7 (Programa Piloto <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável da<br />

Floresta Amazônica). Des<strong>de</strong> esta época venho ministrando cursos, participando <strong>de</strong><br />

bancas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas e, recentemente, aprovamos um PROCAD (Programa Nacional<br />

<strong>de</strong> Cooperação Acadêmica) entre os nossos programas.<br />

• Professor do Programa em Biologia Parasitária do <strong>Instituto</strong> Oswaldo<br />

Cruz (IOC) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Docente Colaborador.<br />

Nível 6 da CAPES. De 2001 a 2004.<br />

Fui orientador em conjunto com Dr. Leon Rabinovitz, pesquisador titular da<br />

Fiocruz que realiza estudos sobre Bacillus thuringiensis. Conhecemo-nos durante<br />

uma <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> mestrado e, como trabalhei com Bacillus subtilis, ele me fez um<br />

convite para orientar uma tese juntos, o qual aceitei. O Dr. Leon foi o responsável<br />

pela minha inserção na Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Microbiologia.<br />

• Professor do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação do RENORBIO (Re<strong>de</strong><br />

Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Biotecnologia). Nível 5 da CAPES.<br />

A pós-graduação da RENORBIO tem caráter multi-institucional e áreas <strong>de</strong><br />

contexto multidisciplinar. Participam <strong>de</strong>sse esforço cerca <strong>de</strong> duzentos doutores<br />

vinculados às vinte e oito instituições existentes nos nove estados do Nor<strong>de</strong>ste, além<br />

daqueles do Espírito Santo, que também integram esta iniciativa. A minha<br />

participação nessa re<strong>de</strong> está vinculada à co-orientação da aluna <strong>de</strong> doutorado<br />

64


Marcília Pinheiro da Costa que está realizando toda a parte experimental da sua<br />

tese no nosso laboratório.<br />

• Professor do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Ciência Animal da UNESP<br />

(Araçatuba-SP). Nível 4 da CAPES.<br />

Participo como co-orientador <strong>de</strong> Dayana Ribeiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006. Toda a parte<br />

molecular da sua dissertação está sendo feita pela aluna no nosso laboratório.<br />

• Professor Visitante da Universidad National <strong>de</strong> Quilmes no Doutorado<br />

(Menção <strong>Ciências</strong> Básicas e Aplicadas).<br />

Temos um CAPES-SECyt aprovado e, durante os últimos três anos, estamos<br />

fazendo cursos anuais e também intercâmbios <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> doutorado. Foi<br />

aprovado na diretoria <strong>de</strong> relações internacionais um convênio formal entre as duas<br />

instituições.<br />

IV.3.4.3.2 Dissertações <strong>de</strong> Mestrado<br />

"Toda a arte <strong>de</strong> ensinar é apenas a arte <strong>de</strong> acordar a curiosida<strong>de</strong> natural nas mentes<br />

jovens, com o propósito <strong>de</strong> serem satisfeitas mais tar<strong>de</strong>."<br />

Anatole France<br />

Em onze anos e meio <strong>de</strong> criação do Laboratório <strong>de</strong> Genética Celular e<br />

Molecular, o qual coor<strong>de</strong>no, atualmente, tenho a satisfação <strong>de</strong> ver os alunos<br />

progredindo em suas carreiras. Esta é a minha motivação maior. Dos alunos que<br />

orientei no mestrado e doutorado, exijo, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação quase monástica,<br />

excelente formação em informática e inglês. Esta é a garantia para sua formação<br />

65


mais rápida, aten<strong>de</strong>ndo às exigências da CAPES e, <strong>de</strong>ssa forma, gerando<br />

dissertações e teses <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Até o momento foram <strong>de</strong>fendidas 11 dissertações <strong>de</strong> mestrado, quais sejam:<br />

• Dissertações concluídas<br />

1- An<strong>de</strong>rson Miyoshi (Biólogo formado na UFMG)<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong> 1998 até abril <strong>de</strong> 2000.<br />

Bolsista: Sem bolsa.<br />

Título da Dissertação: Isolamento, i<strong>de</strong>ntificação e análise molecular <strong>de</strong> um clone<br />

contendo os genes virulence associated gene (vacB) e multidrug transporter (yfkF)<br />

<strong>de</strong> Brucella abortus.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

2- Michelyne Sidney Faria (Bióloga formado na PUC- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong> 1998 até junho <strong>de</strong> 2000.<br />

Bolsista: FAPEMIG.<br />

Título da Dissertação: Programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta gênica em Schistosoma mansoni:<br />

Geração e análise <strong>de</strong> 1.335 Etiquetas <strong>de</strong> Seqüências Transcritas (ESTs) <strong>de</strong> duas<br />

bibliotecas <strong>de</strong> cDNA <strong>de</strong> ovo.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

3- Daniela Almeida Freitas (Bióloga formada na PUC- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: março <strong>de</strong> 1999 até janeiro <strong>de</strong> 2001.<br />

Bolsista: FIEMG-FAPEMIG.<br />

Título da Dissertação: Caracterização molecular dos genes exsA (ABC Transporter<br />

Protein) e ccpA (Catabolite Control Protein) da Brucella abortus.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

66


4- Mônica Sanchez Fachin (Bióloga formada na PUC- Campinas-SP)<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong>1999 até maio <strong>de</strong> 2002.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Dissertação: Caracterização molecular <strong>de</strong> três bibliotecas genômicas da<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis através da geração e análise das Genome<br />

Survey Sequence (GSS).<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do<br />

ICB/UFMG.<br />

5- Rosiany Tôrres <strong>de</strong> Castro (Bióloga formada pela UNIVALE, Governador<br />

Valadares, MG).<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong>1999 até junho <strong>de</strong> 2002.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Dissertação: Caracterização molecular <strong>de</strong> linhagens isoladas no Estado<br />

<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> do vírus da herpes bovina.<br />

Co-orientação com o Prof. Maurício Rezen<strong>de</strong> do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do<br />

ICB/UFMG.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do<br />

ICB/UFMG.<br />

6- Daniela Santos Pontes (Bióloga formada na PUC- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: março <strong>de</strong> 2001 até janeiro <strong>de</strong> 2003.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Dissertação: Construção e Utilização <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis<br />

produtoras <strong>de</strong> antígenos da Brucella abortus como uma nova estratégia <strong>de</strong><br />

vacinação oral contra a Brucelose experimental.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

7- Fernanda Alves Dorella (Bióloga formada na UFMG- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: março <strong>de</strong> 2003 até fevereiro <strong>de</strong> 2005.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

67


Título da Dissertação: I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genes codificadores <strong>de</strong> proteínas<br />

exportadas da Corynebacterium pseudotuberculosis através da utilização do sistema<br />

<strong>de</strong> transposição in vitro baseado no TnFuZ. 2005.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

8 - Luís Gustavo Carvalho Pacheco (Biólogo formado na UFMG- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: março <strong>de</strong> 2004 até fevereiro <strong>de</strong> 2006.<br />

Bolsista: CNPq<br />

Título da Dissertação: Desenvolvimento <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> PCR-Multiplex para<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis e rápida <strong>de</strong>tecção<br />

<strong>de</strong>ssa bactéria em amostras clínicas.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

9 - Keila da Silva Coelho (Médica Veterinária formada pela UnB-Brasília- DF)<br />

Período: março 2005 até fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

Bolsista: Sem bolsa.<br />

Título da Dissertação Isolamento, clonagem e caracterização molecular do gene<br />

hsp60 <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis e sua utilização na construção <strong>de</strong><br />

uma vacina <strong>de</strong> DNA e <strong>de</strong> subunida<strong>de</strong> protéica.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

10 - Clarissa Santos Rocha (Bióloga formada pela UFCE- Fortaleça-CE)<br />

Período: março <strong>de</strong> 2006 até fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

Bolsista: Sem bolsa.<br />

Título da Dissertação: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis produtoras<br />

da forma citoplasmática e secretada do antígenos Hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae:<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do processo <strong>de</strong> obtenção da proteína recombinante e<br />

suas implicações científicas.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

68


11- Vivian D'Afonseca Silva (Bióloga formada no Centro Universitário <strong>de</strong> Brasília,<br />

UniCEUB, Brasília-DF)<br />

Período: março <strong>de</strong> 2007 até fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: FAPEMIG.<br />

Título da Dissertação: Caracterização parcial do conteúdo gênico e genômica<br />

comparativa <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis, o agente etiológico da doença<br />

Linfa<strong>de</strong>nite caseosa.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

Saliento que a Vivian <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a sua dissertação em doze meses e ainda fez um<br />

Aperfeiçoamento em Bioinformática pela UFMG no ano <strong>de</strong> 2007.<br />

• Dissertações em curso<br />

Com o ingresso <strong>de</strong>finitivo do Prof. An<strong>de</strong>rson Miyoshi em nossa equipe e com<br />

a infra-estrutura que existe no LGCM, construída ao longo dos anos, temos<br />

condições <strong>de</strong> formar mais profissionais e, por esta razão, incrementamos o número<br />

<strong>de</strong> pós-graduandos no últimos anos. Neste momento, temos nove dissertações <strong>de</strong><br />

mestrado em andamento.<br />

1 - Thiago Luiz <strong>de</strong> Paula Castro (Biólogo formado pela UFMG- Belo Horizonte-MG)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Dissertação: Avaliação do papel <strong>de</strong> um fator sigma alternativo <strong>de</strong><br />

Corynebacterium pseudotuberculosis na regulação da expressão gênica na<br />

resitência ao estresse ambiental e na virulência.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

2 - Daniel Henrique Bücker (Biólogo formado pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Rondônia, UNIR, Porto Velho-RO).<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: Não possui bolsa (Técnico <strong>de</strong> Laboratório da UFMG)<br />

69


Título da Dissertação: Desenvolvimento <strong>de</strong> testes moleculares para diagnóstico da<br />

Linfa<strong>de</strong>nite caseosa.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

3 - Brenda <strong>de</strong> Toledo Bueno (Bióloga formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Alfenas-<br />

UNIFAL, ALfenas-MG)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: FAPEMIG.<br />

Título da Dissertação: Clonagem e expressão do gene da microcina C7 em<br />

Lactococcus lactis.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

4 - Inara Barbosa <strong>de</strong> Oliveira (Bióloga formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual da<br />

Bahia-UNEB, Salvador-BA)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Dissertação: Avaliação in vitro do Efeito <strong>de</strong> Antígenos<br />

Secretados/excretados <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis sobre células do<br />

sangue total <strong>de</strong> caprinos naturalmente e experimentalmente infectados com este<br />

patógeno.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Imunologia do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> da<br />

UFBA.<br />

5 - Dayana Ribeiro (Médica Veterinária formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Mato<br />

Grosso do Sul, UFMS, Campo Gran<strong>de</strong>-MS)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2007.<br />

Bolsista: CIB (Conselho <strong>de</strong> Informação em Biotecnologia).<br />

Título da Dissertação: Análise citológica e PCR <strong>de</strong> punção aspirativa <strong>de</strong> linfonodos<br />

em ovinos para o diagnóstico da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa.<br />

Co-Orientação com a Profª Maria Cecília Rui Luvizotto do Departameto <strong>de</strong> Clínica,<br />

Cirurgia e Reprodução Animal da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual Paulista - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Odontologia <strong>de</strong> Araçatuba-Campus Veterinária<br />

70


Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciência Animal da UNESP/ Araçatuba-SP.<br />

6 - Siomar <strong>de</strong> Castro Soares (Biomédico formado pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Uberaba,<br />

UNIUBE, Uberaba-MG)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: FAPEMIG.<br />

Título da Dissertação: Análise da Plasticida<strong>de</strong> genômica <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong><br />

corynebacterium diphtheriae através <strong>de</strong> PCR 2 (Plasticity of Chromosome Revealed<br />

by Long Range - Polymerase Chain Reaction).<br />

Co-Orientação com o Prof./Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral<br />

do ICB/UFMG.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

7 - Tessália Diniz Luerce Saraiva (Bióloga formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Pelotas, UFPEL, Pelotas-RS).<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: CIB (Conselho <strong>de</strong> Informação em Biotecnologia).<br />

Título da Dissertação: Produção <strong>de</strong> quimosina bovina em Lactococcus lactis.<br />

Co-Orientação com o Prof./Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi do Departamento <strong>de</strong> Bioligia Geral<br />

do ICB/UFMG.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

8 - Marcela Santiago Pacheco <strong>de</strong> Azevedo (Bióloga formada pela PUC- Belo<br />

Horizonte-MG)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

Título da Dissertação: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis produtoras<br />

da forma citoplasmática e secretada do antígeno Hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae:<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do processo <strong>de</strong> obtenção da proteína recombinante<br />

livre <strong>de</strong> LPS e suas implicações biotecnológicas.<br />

Co-Orientação com o Prof./Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral<br />

do ICB/UFMG.<br />

71


Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

9 - Marcelle <strong>de</strong> Oliveira Almeida (Bióloga formada pela UFMG - Belo Horizonte-MG)<br />

Início: julho <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: Sem bolsa.<br />

Título da Dissertação: Construção <strong>de</strong> um sistema “Food-Gra<strong>de</strong>” <strong>de</strong> expressão<br />

gênica e en<strong>de</strong>reçamento protéico para Lactococcus lactis.<br />

Co-Orientação com o Prof./Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral<br />

do ICB/UFMG.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

IV. 3.4.3.3 Teses <strong>de</strong> doutorado<br />

“Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes.”<br />

Paulo Freire<br />

Para ser Doutor, o indivíduo <strong>de</strong>ve receber uma formação específica <strong>de</strong> cunho<br />

científico e didático que o habilita tanto ao exercício da docência quanto ao da<br />

pesquisa. O futuro Doutor <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> estruturar um ou mais experimentos,<br />

obter conclusões originais e <strong>de</strong>fendê-las formalmente em uma tese. A obtenção do<br />

título significa que este está apto para começar a sua vida científica. Este é o norte<br />

que me guia na formação dos nossos futuros doutores.<br />

• Teses concluídas<br />

1- Rachel B. Caligiorne (Bióloga formada pela UFMG- Belo Horizonte-MG)<br />

Período: novembro <strong>de</strong> 1996 até outubro <strong>de</strong> 2000.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

72


Título da tese: Polimorfismo <strong>de</strong> DNA ribossômico em fungos <strong>de</strong>matiáceos.<br />

Co-orientação com a Profa. Maria Aparecida Rezen<strong>de</strong> do Departamento <strong>de</strong><br />

Microbiologia do ICB/UFMG.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do<br />

ICB/UFMG.<br />

2- Bruno Jean Adrien Paule (Graduação em Maîtrise <strong>de</strong> Sciences et Techniques <strong>de</strong><br />

Production Animal. Université <strong>de</strong> Tours (Université Francois Rabelais), U.T., França,<br />

equivalente à formação <strong>de</strong> Zootecnista).<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 1999 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da tese: Estudo <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis e <strong>de</strong><br />

suas interações com o hospe<strong>de</strong>iro caprino.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Imunologia do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong><br />

ICS/UFBA.<br />

3- An<strong>de</strong>rson Miyoshi (Biológo formado pela UFMG-Belo Horizonte-MG)<br />

Período: abril <strong>de</strong> 2000 até fevereiro <strong>de</strong> 2004.<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título da tese: Construção <strong>de</strong> instrumentos genéticos para a produção <strong>de</strong> proteínas<br />

heterólogas em Lactococcus lactis: novas utilizações biotecnológicas e terapêuticas<br />

das bactérias do ácido láctico.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>de</strong> Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do<br />

ICB/UFMG.<br />

4- Lydston Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho (Biológo formado pela UFMG-Belo Horizonte-MG)<br />

Período: julho <strong>de</strong> 2001 até julho <strong>de</strong> 2005.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da tese: Estudos sobre a ativida<strong>de</strong> larvicida e polimorfismo gênico em<br />

linhagens <strong>de</strong> bacillus thurigiensis BERLINER 1915, dos sorovares oswaldocruzi<br />

(H38) e brasiliensis (H39).<br />

Co-orientação com o Dr. Leon Rabinovitch. MS-IOC/FIOCRUZ-RJ.<br />

Programa <strong>de</strong> pós-graduação em Biologia Parasitária-IOC/FIOCRUZ.<br />

73


• Teses em curso<br />

Temos <strong>de</strong>z teses em andamento, das quais oriento oito. Dessas, quatro<br />

alunos concluíram mestrado conosco e os outros vieram <strong>de</strong> Pelotas e do Pará. Nas<br />

co-orientações, enviei o Francisco Lobo para um doutorado sanduíche com o meu<br />

colaborador Dr. Andréas Tauch na Alemanha e toda a parte experimental da aluna<br />

Marcília Costa, do Ceará, está sendo feita em nosso laboratório.<br />

1 - Fernanda Alves Dorella (Biológa formada pela UFMG-Belo Horizonte-MG)<br />

Início: fevereiro <strong>de</strong> 2005.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Tese: Potencial Vacinal e caracterização molecular <strong>de</strong> linhagens mutantes<br />

<strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

2 - Luis Gustavo Carvalho Pacheco (Biológo formado pela UFMG-Belo Horizonte-<br />

MG)<br />

Início: 2006.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

Título da Tese: Avaliação do papel dos fatores sigma ECF da Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis na virulência e na regulação da expressão gênica.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Bioquímica e Imunologia do Departameto <strong>de</strong><br />

Bioquímica e Imunologia do ICB/UFMG.<br />

3 - Núbia Seyffert (Biológa formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Pelotas- UFPEL-<br />

Pelotas-RS)<br />

Início: 2007.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

Título da Tese: Caracterização <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis para o diagnóstico da linfa<strong>de</strong>nite caseosa subclínica em ovinos e<br />

caprinos através <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> pele.<br />

74


Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia<br />

ICB/UFMG.<br />

4 - Clarissa Santos Rocha (Bióloga formada pela UFCE- Fortaleza-CE)<br />

Início: 2007.<br />

Bolsista: Marie Curie – Labhealth. Esta é uma tese em co-tutela, ela ficará 21<br />

meses na França e 27 meses conosco.<br />

Título da Tese: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis produtoras da forma<br />

citoplasmática e secretada do antígeno Hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae:<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do processo <strong>de</strong> obtenção da proteína recombinante e<br />

suas implicações científicas.<br />

5 - Sintia Silva <strong>de</strong> Almeida (Bióloga formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Pará,<br />

UFPA, Bélem- PA)<br />

Início: 2007.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

Título da Tese: Descoberta <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> virulência da Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis usando o sistema <strong>de</strong> transposição TnFuZ e diferentes estresses.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

6 - Anne Cybelle Pinto (Bióloga formada pela PUC- Belo Horizonte-MG)<br />

Início: 2007.<br />

Bolsista: CNPq.<br />

Título da Tese: Análise da expressão gênica <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis em resposta a diferentes estresses abióticos, através dos<br />

microarranjos <strong>de</strong> DNA.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Microbiologia do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia<br />

ICB/UFMG.<br />

7 - Vivian D'Afonseca Silva (Bióloga formada pelo Centro Universitário <strong>de</strong> Brasília,<br />

UniCEUB, Brasília-DF)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: FAPEMIG.<br />

75


Título da Tese: Caracterização do sistema <strong>de</strong> reparo e recombinação mediado pelo<br />

sistema SOS em Corynebacterium pseudotuberculosis.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG.<br />

8 - An<strong>de</strong>rson Rodrigues dos Santos (Ciência da Computação pela PUC <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>, Belo Horizonte-MG)<br />

Início: março <strong>de</strong> 2008.<br />

Bolsista: FUNDEP.<br />

Título da Tese: Integração in silico do genoma, transcriptoma e proteoma da<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis para geração <strong>de</strong> vacinas contra a linfa<strong>de</strong>nite<br />

caseosa.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Bioinformática do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e<br />

Imunologia do ICB/UFMG.<br />

9 - Marcília Pinheiro da Costa (Farmacêutica formada pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do<br />

Ceará)<br />

Início: agosto <strong>de</strong> 2006.<br />

Bolsista: FUNCAP/CAPES.<br />

Título da Tese: Iniciativa Genoma Corynebacterium pseudotuberculosis, o Agente<br />

Etiológico da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa Ovina/Caprina.<br />

Co-orientação com a Profª Maria Fátima da Silva Teixeira da Escola <strong>de</strong> Veterinária<br />

da UECE.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Biotecnologia da Re<strong>de</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Biotecnologia<br />

(RENORBIO).<br />

10 - Francisco Pereira Lobo (Biólogo formado pela UFMG, Belo Horizonte-UFMG)<br />

Início: 2005.<br />

Bolsista: CAPES.<br />

Título da Tese: Montagem e anotação do genoma <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis, causadora <strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite caseosa em caprinos e ovinos.<br />

Co-orientação com a Profª Glória Regina Franco do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e<br />

Imunologia do ICB/UFMG.<br />

76


Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Bioinformática do<br />

Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia do ICB/UFMG.<br />

Contabilizando todos os ex-alunos e atuais atraímos 50% <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> fora<br />

<strong>de</strong> Belo Horizonte. Acredito que as razões <strong>de</strong> tal fenômeno são o fato <strong>de</strong> a UFMG ter<br />

a melhor pós-graduação, em média, do País, atestada pela CAPES, sendo que o<br />

selo da UFMG no currículo é respeitado, bem como as minhas participações em<br />

eventos pelo País.<br />

IV. 3.4.4 Supervisão <strong>de</strong> pós-doutorandos<br />

"Feliz aquele que transfere o que sabe e apren<strong>de</strong> o que ensina."<br />

Cora Coralina<br />

Com a diminuição do número <strong>de</strong> cargos nas universida<strong>de</strong>s e com o aumento<br />

do número <strong>de</strong> doutores, o Brasil quer formar mais <strong>de</strong> 14 mil doutores/ano e, com o<br />

crescimento da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e do financiamento da mesma, a pesquisa nas<br />

universida<strong>de</strong>s do nosso País terá que se assentar no trabalho <strong>de</strong> pós-doutorado<br />

como aqueles nos Estados Unidos e Europa. O Brasil está começando a se<br />

empenhar no sentido <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da ciência básica nas suas<br />

universida<strong>de</strong>s e uma estratégia que começou a ser usada é a <strong>de</strong> oferecer mais<br />

bolsas <strong>de</strong> pós-doutorado para brasileiros, mas ainda falta oferecer bolsas a<br />

estrangeiros. O papel dos programas <strong>de</strong> pós-doutorados nas universida<strong>de</strong>s é<br />

incrementar a pesquisa, <strong>de</strong>ssa forma, expandindo seu número <strong>de</strong> pesquisadoresdoutores<br />

sem ter com eles compromissos institucionais, já que a escolha do pósdoutorando<br />

é <strong>de</strong> inteira responsabilida<strong>de</strong> do professor que <strong>de</strong>tém o financiamento.<br />

Enfim, o recebimento <strong>de</strong> pós-doutorandos nas universida<strong>de</strong>s é uma política que<br />

aten<strong>de</strong>, em última instância, aos interesses das próprias universida<strong>de</strong>s. A tendência<br />

do pós-doutorado é se caracterizar como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementação <strong>de</strong><br />

formação por meio <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> pesquisa. Evi<strong>de</strong>ntemente, um jovem doutor<br />

ainda tem muito que avançar em sua formação e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho em<br />

77


uma equipe <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, com li<strong>de</strong>rança em certo tema e com financiamento,<br />

contribui muito para isso. Entretanto, essa formação é muito mais especializada,<br />

restringindo-se, em geral, ao contato com os membros da equipe, e po<strong>de</strong> ocorrer em<br />

quase total isolamento do restante da universida<strong>de</strong>, na medida em que o pós-doutor<br />

não tem que cumprir disciplinas nem se envolver com qualquer outro<br />

laboratório/<strong>de</strong>partamento/grupo que não seja aquele no qual está inserido.<br />

• Orientações concluídas<br />

1- Luciana <strong>de</strong> Andrea Ribeiro<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 1999 até abril <strong>de</strong> 2002 (UFMG/INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título do Projeto: Clonagem e expressão em diferentes localizações celulares do<br />

antígeno L7/L12 da Brucella abortus em Lactococcus lactis.<br />

2- Jane Eyre Gabriel<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2001 até agosto <strong>de</strong> 2002. (UFMG/INRA/França).<br />

Título Projeto: Clonagem e expressão dos genes mce1 da Mycobacterium<br />

tuberculosis e do gene inlA da Listeria monocytogenes em Lactococcus lactis.<br />

3- Sophie Leclercq<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Yves Le Loir INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2003 até agosto <strong>de</strong> 2004(INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título do Projeto: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis produtoras <strong>de</strong><br />

agentes antimicrobianos<br />

4- An<strong>de</strong>rson Miyoshi<br />

Período: fevereiro <strong>de</strong> 2004 até agosto <strong>de</strong> 2006.<br />

Bolsista: CNPq, FAPESP, CNPq.<br />

78


Título do Projeto: Desenvolvimento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> expressão «food Gra<strong>de</strong>» para<br />

serem usados em Bactérias do Ácido Láctico.<br />

5- Maricê Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />

Professora Associada do Departamento <strong>de</strong> Tecnologia Bioquímico-Farmacêutico –<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Farmacêuticas- <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo - USP<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2003 até setembro <strong>de</strong> 2004(UFMG/USP/INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título do Projeto: Caracterização <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> L. lactis implicado no estresse<br />

oxidativo.<br />

6- Valéria Dellaretti Guimarães.<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2002 até junho <strong>de</strong> 2007 (INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB/CNPq.<br />

Título do Projeto: Lactococcus lactis invasivas e suas aplicações biotecnológicas.<br />

7- Luís Fernando da Costa Medina (2006-2007)<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2003 até o presente (UFMG/INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título do Projeto: Utilização <strong>de</strong> Lactococcus lactis como veículo <strong>de</strong> liberação da 15lipoxigenase-1<br />

no tratamento <strong>de</strong> doenças inflamatórias intestinais.<br />

• Orientações em andamento<br />

John Anthony McCulloch (2007)<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Yves Le Loir INRA/França.<br />

Período: setembro <strong>de</strong> 2007 até outubro <strong>de</strong> 2008 (INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

79


Título do Projeto: Sistema agr e genótipo capsular <strong>de</strong> cepas <strong>de</strong> Staphylococcus<br />

aureus isoladas <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iros ovinos e caprinos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cepas<br />

vacinais <strong>de</strong> Lactococcus lactis contra as enterotoxinas estafilocócicas SEA e SEB.<br />

Daniela Santos Pontes (2007)<br />

Supervisão conjunta com o Dr. Philippe Langella no INRA/França.<br />

Período: <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 até o presente (UFMG/INRA/França).<br />

Bolsista: CAPES-COFECUB.<br />

Título do Projeto: Desenvolvimento <strong>de</strong> linhagens recombinantes <strong>de</strong> bactérias do<br />

ácido láctico produtoras da sulfatase da Bacterói<strong>de</strong>s Thetaiotaomicron, análise da<br />

sua ativida<strong>de</strong> fisiológica e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas sulfatases bacterianas.<br />

IV. 3.4.4 Destino dos Pós-graduandos e Pós-doutores egressos do Laboratório<br />

<strong>de</strong> Genética Celular e Molecular (LGCM)<br />

“Todo homem é o arquiteto <strong>de</strong> seu próprio <strong>de</strong>stino.”<br />

Salústio<br />

São tantos os papéis <strong>de</strong> um Professor Titular, mas o principal é o <strong>de</strong> formar<br />

pesquisadores <strong>de</strong> excelência e, com isso, a inserção <strong>de</strong>les no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

brasileiro ou externo é uma conseqüência. No LGCM, temos uma reunião semanal<br />

para discutir os resultados e aproveitamos para induzir uma ambição positiva, ou<br />

seja, ser um profissional ético, produtivo e coerente. O meu maior orgulho é que, em<br />

nove anos <strong>de</strong> trabalho e em colaboração, Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi se tornou Professor<br />

do nosso <strong>de</strong>partamento e, atualmente, é o vice-coor<strong>de</strong>nador do LGCM. Dividimos as<br />

linhas <strong>de</strong> pesquisa, as orientações e todas as ativida<strong>de</strong>s do nosso laboratório.<br />

Ser professor (as) <strong>de</strong> <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Privadas foi o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Lydston <strong>de</strong><br />

Carvalho, Michelyne Farias e Daniela Freitas, o que era o esperado <strong>de</strong> acordo com<br />

os perfis <strong>de</strong>les.<br />

80


Orientar o francês Bruno Paule para mim também foi uma honra, meu colega<br />

<strong>de</strong> mestrado na França, casou-se com uma das minhas professoras da Escola <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária que, fazendo doutorado na época, cursou disciplinas conosco.<br />

Voltaram para o Brasil e ele me solicitou ser seu orientador por meio do Programa<br />

<strong>de</strong> Imunologia do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia,<br />

on<strong>de</strong> comecei minha carreira e com o qual tenho ligações até hoje, fazendo parte da<br />

pós-graduação como orientador e professor. Hoje, o Bruno é fiscal fe<strong>de</strong>ral<br />

agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuárias e Abastecimento e mora em<br />

Brasília. Raquel Basques Caligiorne é, atualmente, pesquisadora visitante do Centro<br />

<strong>de</strong> Pesquisa René Rachou (FIOCRUZ). Sophie Leclerc, francesa, que foi aluna <strong>de</strong><br />

doutorado do Professor Sérgio Oliveira em projeto conjunto e fez pós-doutorado<br />

conosco, hoje é pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (FUNED). A Jane Eyre<br />

Gabriel, que supervisionei com o Dr. Philippe Langella, hoje é professora na<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual <strong>de</strong> Patos, na Paraíba.<br />

Interessante, também, é o percurso da Dra. Luciana Ribeiro. Conseguimos<br />

mantê-la por quase três anos na França, a qual se casou com um italiano e mora em<br />

Parma, fez um segundo doutorado e, atualmente, está realizando outro pósdoutorado.<br />

A inserção <strong>de</strong> doutores nas <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s e Centro <strong>de</strong> Pesquisa da<br />

Europa, principalmente na Itália, é extremamente difícil. Daniela Santos Pontes, exmestranda,<br />

está agora fazendo pós-doutorado conosco e com o grupo <strong>de</strong> Dr.<br />

Philippe Langella na França. Valéria Guimarães fez um período longo <strong>de</strong> Pósdoutorado<br />

conosco e resolveu fazer mais um pós-doutorado na França por razões<br />

familiares. Luís Medina, outro pós-doutorando, conseguiu uma bolsa <strong>de</strong> pósdoutorado<br />

júnior e está no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Alimentos da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Os casos <strong>de</strong> sucesso dos<br />

pesquisadores egressos do nosso Laboratório, que ocupam cargos efetivos em<br />

instituições <strong>de</strong> ensino e/ou pesquisa, são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para estimular os<br />

atuais alunos a trabalharem com afinco e <strong>de</strong>terminação.<br />

81


IV. 4 Produção Científica na UFMG<br />

“A Natureza, para ser comandada, precisa ser obe<strong>de</strong>cida.”<br />

Sir Francis Bacon<br />

Em fevereiro <strong>de</strong> 1997, após oito meses <strong>de</strong> funções exercidas no<br />

Departamento, recebi um espaço para construir meu laboratório. Por estar fechado<br />

há mais <strong>de</strong> cinco anos, servia <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo e moradia <strong>de</strong> insetos a roedores, o<br />

que quase conseguiu diminuir meu entusiasmo. Com alguns alunos <strong>de</strong> iniciação<br />

científica e dois carregadores contratados, promovemos uma limpeza “gigantesca” e<br />

conseguimos entrar no local. Arduamente, construímos bancadas, colocamos<br />

armários, pias e um pequeno escritório. Era, agora, um protótipo <strong>de</strong> laboratório, e<br />

foram necessários ainda oito meses dividindo meu tempo <strong>de</strong> bancada nos<br />

laboratórios do Dr. Sérgio Pena, do Dr. Alfredo Góes e do Dr. Carlos Alberto Pereira<br />

Tavares até ter condições <strong>de</strong> fazer pesquisa, no que nomeei <strong>de</strong> Laboratório <strong>de</strong><br />

Genética Celular e Molecular (LGCM). No ano <strong>de</strong> 2006, fizemos uma gran<strong>de</strong> reforma<br />

e hoje temos um laboratório com nível <strong>de</strong> biossegurança II (NB II) com todas as<br />

condições <strong>de</strong> fazer pesquisa <strong>de</strong> ponta com microrganismos geneticamente<br />

modificados.<br />

O LGCM tem duas linhas <strong>de</strong> pesquisa atualmente: Estudos <strong>de</strong> Genomas <strong>de</strong><br />

Organismos Patogênicos e Novas Utilizações Biotecnológicas e Terapêuticas <strong>de</strong><br />

Bactérias Lácticas, funcionando <strong>de</strong> maneira que se correlacionem e se retroalimentem.<br />

Tais linhas têm como objetivos gerar conhecimentos básicos, cognitivos,<br />

e aplicados.<br />

Dentro <strong>de</strong>ssas linhas, vários projetos são coor<strong>de</strong>nados por mim e,<br />

atualmente, divido também a coor<strong>de</strong>nação com o Prof. An<strong>de</strong>rson Miyoshi. Na<br />

seqüência <strong>de</strong>sse manuscrito, farei uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada das linhas <strong>de</strong> pesquisa<br />

e das publicações geradas ao longo <strong>de</strong>stes doze anos <strong>de</strong> trabalho no Departamento<br />

<strong>de</strong> Biologia Geral.<br />

82


Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screvê-las, falarei daquilo que <strong>de</strong>nomino ações transversais do<br />

nosso laboratório que é a transferência <strong>de</strong> conhecimentos, tecnologia e as<br />

inovações <strong>de</strong>senvolvidas para os laboratórios do nosso <strong>Instituto</strong>. Essas ações<br />

transversais nos permitiram amadurecer, cientificamente, trazer recursos que foram<br />

utilizados na construção da infra-estrutura do laboratório, custeio para a pesquisa<br />

vinculada ao projeto transversal e também ao <strong>de</strong>senvolvimento das nossas linhas.<br />

Foi um meio que usamos para conseguirmos quebrar a inércia do começo <strong>de</strong><br />

carreira nas <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Fe<strong>de</strong>rais.<br />

IV. 4.1 Ações Transversais<br />

"Para oferecer um serviço verda<strong>de</strong>iro você <strong>de</strong>ve adicionar algo que não po<strong>de</strong> ser<br />

comprado ou calculado com dinheiro, e isso é a sincerida<strong>de</strong> e integrida<strong>de</strong>."<br />

Donald A. Adams<br />

Como geneticista celular e molecular, cheguei ao ICB com domínio para<br />

clonar e expressar proteínas heterólogas. Tal formação me propiciou colaborações<br />

com vários pesquisadores <strong>de</strong> diferentes programas <strong>de</strong> pós-graduação, tais como a<br />

Profa. Maria Aparecida Resen<strong>de</strong> do Departamento <strong>de</strong> Microbiologia do ICB, com os<br />

quais utilizamos técnicas <strong>de</strong> RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphisms),<br />

com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a variabilida<strong>de</strong> genética <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> fungos<br />

responsáveis pela cromoblastomicose, micose que causa graves lesões <strong>de</strong> pele em<br />

seres humanos. Este estudo na área <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miologia molecular reuniu amostras<br />

avaliadas em dois grupos geneticamente heterogêneos: um composto pelos fungos<br />

Fonsecae pedrosoi e Fonsecae compacta, e outro pelo fungo Cladophialophora<br />

carrionii. Com base nesse polimorfismo encontrado, diagnósticos moleculares<br />

po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>senvolvidos para a i<strong>de</strong>ntificação e diferenciação <strong>de</strong>sses fungos.<br />

Este trabalho gerou várias publicações que serão listadas abaixo, uma coorientação<br />

<strong>de</strong> doutorado e abriu as portas para que eu me tornasse membro do<br />

corpo permanente do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Microbiologia.<br />

83


CALIGIORNE, R.; REZENDE, M.; MELILLO, P.; PELUSO, C.P.; CARMO, F.;<br />

AZEVEDO, V. In vitro susceptibility of chromoblastomycosis and<br />

phaeohyphomycosis agents to antifungal drugs. Medical Mycology (Oxford),<br />

Inglaterra, v. 37, n. 6, p. 405-409, 1999.<br />

CALIGIORNE, R.B.; REZENDE, M.A.; PAIVA, E.; AZEVEDO, V. Use of RAPD<br />

(Random Amplified Polymorphic DNA) to analyse genetic diversity of <strong>de</strong>matiaceous<br />

fungal pathogens. Canadian Journal of Microbiology, Canadá, v. 45, n. 5, p. 408-412,<br />

1999.<br />

CALLIGIORNE, R.B.; RESENDE, M.A.; DIAS-NETO, E.; OLIVEIRA, S.C.;<br />

AZEVEDO, V. Dematiaceous fungal pathogens: analysis of ribosomal DNA gene<br />

polymorphism by polymerase chain reaction-restriction fragment length<br />

polymorphism. Mycoses (Berlin), v. 42, p. 609-614, 1999.<br />

CALIGIORNE, R.B; RESENDE, M.A; OLIVEIRA, R.C.B.W; VALÉRIO, H.M;<br />

CORDEIRO, R.A; AZEVEDO, V. Fungos Dematiáceos. Fungos negros que afetam<br />

animais, plantas e o homem. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento (Online),<br />

Brasil, v. 11, p. 22-25, 2000.<br />

Um trabalho que consi<strong>de</strong>ro relevante e pitoresco foi aquele sobre a clonagem<br />

do gene GST (Glutationa-S-Transferase) <strong>de</strong> Schistosoma mansoni. Quisemos clonar<br />

e expressar em vetores <strong>de</strong> vacinas <strong>de</strong> DNA e em vetor <strong>de</strong> expressão em procariotos.<br />

Começamos as clonagens pelo segundo para produzir proteínas recombinantes a<br />

serem usadas nas sensibilizações <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> ELISA. O meu aluno, Daniel Bucker,<br />

<strong>de</strong> iniciação científica, e hoje <strong>de</strong> mestrado, no primeiro período <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong><br />

Biológicas clonou e expressou, rapidamente, tal gene; entretanto, logo após um<br />

artigo, no qual o Dr. Capron do <strong>Instituto</strong> Pasteur <strong>de</strong> Lille já havia testado a vacina <strong>de</strong><br />

DNA com esta molécula, foi publicado. Pensei que o <strong>de</strong>stino do trabalho seria o<br />

congelador do nosso laboratório. Conversando com dois colegas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, o<br />

Professor Emérito Edmar Chartone e Andrea Amaral, especialistas em<br />

biorremediação <strong>de</strong> solos contaminados com mercúrio e que tinha acabado <strong>de</strong> clonar<br />

o operon mer em E.coli, soube do artigo discorrendo sobre E. coli carregando dois<br />

84


plasmídios, um com o operon mer e um outro com uma GST <strong>de</strong> levedura, o que<br />

aumentava a sua absorção e volatilização em ambientes contaminados com<br />

mercúrio. Transformamos a sua linhagem com o nosso plasmídio e a capacida<strong>de</strong><br />

triplicou em relação aos dados com a GST <strong>de</strong> levedura. Tal resultado foi publicado<br />

em 2000 na revista The Science of the Total Environmental.<br />

CURSINO, L; MATTOS, S.V.M.; AZEVEDO, V.; GALARZA, F.; BUCKER, D.H.;<br />

SOUZA, E.C.; NASCIMENTO, A.M.A. Capacity of mercury volatilization by mer (from<br />

Escherichia coli) and glutathione S-transferase (from Schistosoma mansoni) genes<br />

cloned in Escherichia coli. Science of the Total Environment, v. 261, p. 109-113,<br />

2000.<br />

Ainda não havia chegado ao fim “a saga” <strong>de</strong>ssa molécula: Dr. Alfredo Góes,<br />

meu colaborador, realizou um trabalho, no qual ele compara a indução <strong>de</strong><br />

granulomas na esquistossomose pela GST nativa e pela recombinante, e geramos<br />

também mais um artigo com esta molécula em uma revista científica.<br />

REZENDE, C. M. F.; GOES, T. S.; GOES, V. S.; AZEVEDO, V.; LEITE, M.F.; GOES,<br />

A. M. GM-CSF and TNF-alpha synergize to increase in vitro granuloma size of PBMC<br />

from humans induced by Schistosoma mansoni recombinant 28-kDa GST.<br />

Immunology Letters, Grã Bretanha, v. 95, n. 2, p. 221-228, 2004.<br />

Consi<strong>de</strong>rada uma das parasitoses mais importantes no mundo, a<br />

esquistossomose afeta em torno <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> pessoas levando à morte<br />

aproximadamente 250 mil indivíduos infectados anualmente. A infecção pelo S.<br />

mansoni <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia uma resposta imune complexa no hospe<strong>de</strong>iro vertebrado, cuja<br />

patologia é, predominantemente, associada às reações granulomatosas que se<br />

formam ao redor dos ovos do parasito alojados no fígado e no intestino.<br />

Ao mesmo tempo em que tínhamos clonado o gst <strong>de</strong> S. mansoni, clonamos e<br />

expressamos a proteína sm14 <strong>de</strong> S. mansoni. Após obter sucesso na expressão<br />

heteróloga da Sm14 em E. coli e sua posterior purificação, a proteína recombinante<br />

foi então utilizada na <strong>de</strong>terminação do perfil <strong>de</strong> isotipos <strong>de</strong> anticorpos anti-Sm14<br />

presentes em soros <strong>de</strong> pacientes esquistossomóticos. Uma preparação <strong>de</strong><br />

85


antígenos solúveis do verme adulto do S. mansoni (SWAP) também foi utilizada nos<br />

ensaios <strong>de</strong> ELISA, como controle positivo, uma vez que a Sm14 é uma proteína<br />

também encontrada em vermes adultos. Anticorpos das subclasses IgG1 e IgG3<br />

anti-Sm14 foram os isotipos predominantemente i<strong>de</strong>ntificados em soros <strong>de</strong> todos os<br />

pacientes estudados. Tem-se <strong>de</strong>monstrado na literatura a importância dos<br />

anticorpos das subclasses IgG1 e IgG3 na opsonização e na lise mediada por<br />

complemento em diversas infecções, o que sugere o envolvimento <strong>de</strong>ssas<br />

moléculas na imunida<strong>de</strong> protetora <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada pela Sm14. Esse trabalho foi o<br />

primeiro a dissecar mecanismos imunes envolvidos na resposta <strong>de</strong> pacientes<br />

induzidos pela Sm14.<br />

BRITO, C.F.A.; FONSECA, C.T.; AZEVEDO, V; GOES, A.M; SIMPSON,<br />

A.J.G; OLIVEIRA, S.C . (2000). Human Immunoglobulin G1 and G3 Recognition of<br />

Schistosoma mansoni 14 kDa Fatty Acid-Binding Recombinant Protein. Parasite<br />

Immunology, v. 22, p. 41-48.<br />

Em seguida, iniciamos a avaliação dos mecanismos imunes responsáveis<br />

pela proteção induzida pela vacinação com antígenos recombinantes <strong>de</strong> S. mansoni<br />

em mo<strong>de</strong>lo murino. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> imunização oral utilizando cepas atenuadas da<br />

Salmonella como vetor para a expressão da proteína Sm14, em associação com o<br />

Prof. Alan Lane <strong>de</strong> Melo do Departamento <strong>de</strong> Parasitologia da UFMG, foi utilizado.<br />

Uma revisão crítica que abordava as diferentes linhagens atenuadas da Salmonella<br />

utilizadas na expressão <strong>de</strong> antígenos heterólogos, como vetores vivos <strong>de</strong> vacinas<br />

orais, <strong>de</strong>stacando as suas vantagens e <strong>de</strong>svantagens, foi <strong>de</strong>scrita. Demonstramos,<br />

<strong>de</strong>ssa forma, que a estratégia vacinal proposta po<strong>de</strong>ria ser utilizada no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina contra a esquistossomose, com base na redução <strong>de</strong><br />

vermes e anti-patologia. Essa mesma molécula foi clonada no vetor pCINeo:sm14<br />

que é o mais utilizado, no momento, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas <strong>de</strong> DNA. A<br />

mesma linhagem foi transformada e não conseguimos induzir proteção significativa,<br />

mas sim a inespecífica, ou seja, a Salmonella induzia uma certa proteção. A<br />

importância <strong>de</strong>sse trabalho, porém, está em sua originalida<strong>de</strong>. Foi a primeira vez<br />

que Salmonella foi usada como veículo <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA contra a esquistossomose<br />

Saliento que tais trabalhos só foram possíveis porque colaboramos com o<br />

Prof. Alan, especialista em esquistossomose e que trabalha no GIDE (Grupo<br />

86


Inter<strong>de</strong>partamental do Estudo da Esquistossomose), on<strong>de</strong> o meu laboratório está<br />

localizado no <strong>Instituto</strong>. O Dr. Alan orientou os alunos em toda a análise<br />

parasitológica, nos <strong>de</strong>safios e nas análises <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> granuloma. Esses<br />

trabalhos foram feitos por alunos do bacharelado <strong>de</strong> genética.<br />

PACHECO, L.G.C.; ZUCCONI, E.; MELO, A.L.; OLIVEIRA, S.C.; AZEVEDO, V.<br />

Salmonella como vetor <strong>de</strong> vacinas vivas orais. Revista <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Médicas e<br />

Biológicas, Brasil, v. 3, n. 1, p. 115-123, 2004.<br />

PACHECO, L.G.C; ZUCCONI, E.; MATI, V.L.T; GARCIA, R.M.; MIYOSHI, A.;<br />

OLIVEIRA, S.C.; MELO, A.L.; AZEVEDO, V. Oral administration of a live Aro<br />

attenuated Salmonella vaccine strain expressing 14-kDa Schistosoma mansoni fatty<br />

acid-binding protein induced partial protection against experimental schistosomiasis.<br />

Acta Tropica, v. 95, n. 2, p. 132-142, 2005.<br />

PACHECO, L.G.C.; MATI, V.L.T.; CASTRO, T.L.P; DORELLA, F.A.; OLIVEIRA, S.C.;<br />

MIYOSHI, A.; MELO, A.L.; AZEVEDO, V. Oral immunization with Salmonella<br />

harboring a Sm l4-based DNA vaccine does not protect mice against Schistosoma<br />

mansoni infection. Parasitology International, (In press), 2008.<br />

Outro trabalho que <strong>de</strong>screvemos nesse tópico trata a importância dos estudos<br />

sobre os componentes do S. mansoni envolvidos na indução da imunida<strong>de</strong><br />

protetora, assim como na modulação da reação granulomatosa. Os resultados<br />

<strong>de</strong>sse estudo sugerem que células do sistema imune, envolvidas na reativida<strong>de</strong> aos<br />

antígenos do S. mansoni com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação da reação granulomatosa,<br />

estão comprometidas com componentes antigênicos presentes na fração PIII.<br />

Dessa forma, células mononucleares, ao serem estimuladas com esses antígenos,<br />

po<strong>de</strong>m gerar respostas imunológicas capazes <strong>de</strong> modular o tamanho do granuloma.<br />

Por outro lado, investigamos a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PIII <strong>de</strong> induzir imunida<strong>de</strong> protetora e<br />

modular o tamanho do granuloma in vivo, em camundongos vacinados com esta<br />

fração e <strong>de</strong>safiados com cercárias. Os resultados mostraram que PIII induziu níveis<br />

significativos <strong>de</strong> proteção (43%) e reduziu o tamanho do granuloma hepático e<br />

pulmonar, confirmando os resultados obtidos in vitro com células mononucleares<br />

87


humanas. Analisando a fração PIII do verme adulto, i<strong>de</strong>ntificamos um dos seus<br />

componentes, <strong>de</strong>nominado P24. Camundongos imunizados com esse antígeno<br />

ficaram parcialmente protegidos contra a infecção e modularam a formação do<br />

granuloma hepático. Esses dados sugerem que a modulação do granuloma induzida<br />

pela P24 está diretamente associada à produção <strong>de</strong> IL-10 .<br />

ZOUAIN, C.S.; GUSTAVSON, S.; OLIVEIRA, S.C.; AZEVEDO, V.; ALVES, J.B.;<br />

GOES, A.M. The role of IL-10 and IgG1 in the protection and granulomatous<br />

response in Schistosoma mansoni p24-immunized mice. Vaccine (Guildford), v. 19,<br />

n. 9-10, p. 1218-1224, 2001<br />

No Brasil a massa crítica é pequena e tive que auxiliar o coor<strong>de</strong>nador do<br />

Grupo Inter<strong>de</strong>partamental <strong>de</strong> Estudo da Esquistossomose (GIDE), Dr. Paulo Marcos<br />

Zech Coelho, que precisa <strong>de</strong> um geneticista para ajudar a i<strong>de</strong>ntificar marcadores<br />

genéticos associados a resistência do caramujo Biomphalaria tenagophila a<br />

linhagem Taim, RS. Foi feito cruzamentos com uma linhagem sensível e analizamos<br />

usando RAPD a sua <strong>de</strong>scedência. Não conseguimos i<strong>de</strong>ntificar marcadores<br />

associados à resistência e uma hipótese que levantamos <strong>de</strong> acordo com os<br />

resultados é que esta caracteristica dominante po<strong>de</strong> estar associada a dois genes.<br />

ROSA, F.M.; GODARD, A.L.B.; AZEVEDO, V.; COELHO, P.M.Z. Biomphalaria<br />

tenagophila: dominant character of the resistance to Schistosoma mansoni in<br />

<strong>de</strong>scendants of crossbreedings between resistant (Taim, RS) and susceptible<br />

(Joinville, SC) strains. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasil, v.<br />

100, n. 1, p. 19-23, 2005.<br />

88


IV.4.2 Estudo <strong>de</strong> organismos patogênicos<br />

“A irreverência é a campeã da liberda<strong>de</strong> e sua única <strong>de</strong>fensora infalível.”<br />

Mark Twain<br />

Defendi uma tese, em 1993, com o estudo do genoma <strong>de</strong> B. Subtilis, mo<strong>de</strong>lo<br />

Gram-positivo, cujas aplicações do estudo eram gerar informações básicas,<br />

cognitivas, para compreen<strong>de</strong>r a biologia <strong>de</strong>sse organismo. Em minha volta ao País,<br />

percebi que <strong>de</strong>veríamos usar o genoma também como ferramenta para gerar<br />

riquezas, ou seja, produtos, vacinas, medicamentos e kits <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Tecnologias genômicas são “o fio <strong>de</strong> Ariadne” para sair do labirinto. Labirintos, é<br />

claro, não têm saídas, a menos que encontremos o seu segredo, reconheçamos as<br />

suas encruzilhadas e tenhamos o fio que nos conduza por seus trajetos. Por que<br />

escolhi Schistosoma mansoni, Brucella abortus e Corynebacterium para <strong>de</strong>cifrar os<br />

seus genomas, minerar os seus dados, visando às aplicações biotecnológicas?<br />

Excetuando-se S. mansoni, no qual o ICB é referência e que me escolheu,<br />

como médico veterinário, e, conhecendo a importância econômica das doenças<br />

causadas por essas bactérias, resolvi trabalhar com elas.<br />

Os professores Santuza M.R.Teixeira, Maria <strong>de</strong> Fátima Horta, Kenneth<br />

Gollob, Sérgio C. Oliveira e Ricardo T. Gazzinelli, todos do Departamento <strong>de</strong><br />

Bioquímica e Imunologia do nosso <strong>Instituto</strong>, em 2000 convidaram-me para ser um<br />

dos fundadores <strong>de</strong> um laboratório, que foi <strong>de</strong>nominado “Núcleo <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong><br />

Genoma e Expressão Gênica (NAGE)”. Único pesquisador <strong>de</strong> outro <strong>de</strong>partamento a<br />

participar, provável conseqüência da minha passagem como pesquisador visitante,<br />

atento para a quebra <strong>de</strong> feudos <strong>de</strong>partamentais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma instituição e<br />

a interligação, na prática, do que é a Ciência na realida<strong>de</strong>. Os pesquisadores<br />

envolvidos na sua implementação são lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> grupos que já vêm <strong>de</strong>senvolvendo<br />

projetos <strong>de</strong> pesquisa, utilizando a biologia molecular no estudo <strong>de</strong> organismos<br />

procariotos e eucariotos patogênicos para homens ou animais. Gran<strong>de</strong> parte do<br />

nosso trabalho está voltada para o estudo da interação entre hospe<strong>de</strong>iros e<br />

parasitas, como o Trypanosoma cruzi, Leishmania spp, Toxoplasma gondii e<br />

89


Schistosoma mansoni, e em bactérias como Brucella abortus e Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis e um dos nossos objetivos é <strong>de</strong>scobrir alvos que permitam<br />

intervenções curativa ou preventiva.<br />

Quando foi lançado o edital para participar do Projeto Genoma Nacional,<br />

coor<strong>de</strong>nado pelo Dr. Andrew Simpson, imediatamente nos interessamos. E fomos,<br />

então, selecionados, juntamente com outros 24 laboratórios por todo o Brasil. Sendo<br />

parte <strong>de</strong> um “<strong>Instituto</strong> Virtual” <strong>de</strong> pesquisas genômicas que atuam em re<strong>de</strong>, vinte e<br />

cinco laboratórios distribuídos pelo Brasil seqüenciavam, um outro era responsável<br />

pela construção <strong>de</strong> bibliotecas e sua distribuição e um centro <strong>de</strong> bioinformática que<br />

analisava e montava os genomas. Mais <strong>de</strong> 100 pesquisadores estavam envolvidos<br />

nesse projeto.<br />

O primeiro organismo <strong>de</strong> escolha a ser seqüenciado foi a bactéria<br />

Chromobacterium violaceum, encontrada na região Amazônica e em outras regiões<br />

subtropicais do planeta. O projeto genoma começou em meados <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2000 e, em abril <strong>de</strong> 2001, todas as máquinas já estavam instaladas, por meio das<br />

quais iniciamos os cursos <strong>de</strong> treinamento dos nossos pós-doutores e alunos <strong>de</strong><br />

doutorado e mestrado. A interação entre os 25 grupos do projeto genoma é perfeita,<br />

pois na anotação da seqüência foi possível confirmar isto.<br />

Baseado no seqüenciamento do Chromabacterium violaceum e em estudos <strong>de</strong><br />

bioinformática, propomos então um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> patogênese molecular para a<br />

infecção, baseado na i<strong>de</strong>ntificação, por homologia, <strong>de</strong> genes ligados à<br />

patogenicida<strong>de</strong> presentes em outros patógenos estudados mais a fundo, como por<br />

exemplo, a Salmonella typhimurium. Os artigos resultantes <strong>de</strong>sses estudos foram<br />

publicados no Proceedings of the National Aca<strong>de</strong>my of Sciences USA e na Genetics<br />

and Molecular Research.<br />

VASCONCELOS, A.T.R.; ALMEIDA, D.F.; HUNGRIA, M.; GUIMARÃES, C.T.;<br />

VASCONCELOS, A.R.; ALMEIDA, F.C.; ALMEIDA, L.G.P.; ALMEIDA, R.; ALVES-<br />

GOMES, J. A.; ANDRADE, E.M.; AZEVEDO, V.; ARARIPE, J.; ARAÚJO, M.F.F.;<br />

ASTOLFI-FILHO, S.; SIMPSON, A.J.G. The complete genome sequence of<br />

Chromobacterium violaceum reveals remarkable and exploitable bacterial<br />

adaptability. Proceedings Of The National Aca<strong>de</strong>my Of Sciences Of The United<br />

States Of America, v. 100, n. 20, p. 11660-11665, 2003.<br />

90


BRITO, C.F.A; CARVALHO, C.B; SANTOS, F.; GAZZINELLI, R.T; OLIVEIRA, S.C;<br />

AZEVEDO.V; TEIXEIRA, S.R. (2004) Chromobacterium violaceum genome:<br />

molecular mechanisms associated with pathogenesis. Genetic And Molecular<br />

Research, v. 3, n. 1, p 148-161.<br />

Ao dar seguimento ao projeto, iríamos seqüenciar outros organismos e o<br />

próximo seria Corynebacterium pseudotuberculosis; sugestão minha, aceita pela<br />

comissão assessora do CNPq. Isto agradou tanto meu lado pesquisador quanto<br />

minha parte nor<strong>de</strong>stina, já que a linfa<strong>de</strong>nite caseosa é doença causada pela C.<br />

pseudotuberculosis que acomete caprinos e ovinos, animais cuja criação em nosso<br />

país está nas mãos, principalmente, da população <strong>de</strong> baixa renda da minha região e<br />

mereceu até hoje pouca atenção <strong>de</strong> órgãos governamentais. Além disso, o nosso<br />

laboratório já vinha trabalhando com estudos genômicos <strong>de</strong>ste organismo e contava<br />

com vários instrumentos genéticos que certamente acelerariam o seqüenciamento<br />

do seu genoma. Fizemos uma revisão extensiva dos projetos genomas e<br />

mostramos, claramente, a importância <strong>de</strong> se seqüenciar genomas <strong>de</strong><br />

Actinobactérias, grupo no qual C. pseudotuberculosis está inserida.<br />

CELESTINO, P.B.S.; CARVALHO, L.R.; FREITAS, L.M.; DORELLA, F.A.; MARTINS,<br />

N.F.; PACHECO, L.G.C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Update of Microbial genome<br />

programs for bacteria and archea. Genetics and Molecular Research, v. 3, p. 421-<br />

431, 2004.<br />

Infelizmente, o organismo C. pseudotuberculosis não pô<strong>de</strong> ser seqüenciado<br />

naquele momento como previsto pela re<strong>de</strong> nacional, uma vez que o CNPq só tinha<br />

disponível 560.000 reais para o projeto, e foi com tristeza e <strong>de</strong>sapontamento que<br />

informei ao Dr. Andrew Simpson, coor<strong>de</strong>nador do projeto, que um genoma <strong>de</strong>stes,<br />

em torno <strong>de</strong> 3Mb, necessitaria o triplo <strong>de</strong>sta soma; ficou resolvido que<br />

seqüenciaríamos, então, Mycoplasma synoviae, organismo <strong>de</strong> 1Mb. Foi uma<br />

<strong>de</strong>cisão acertada. A re<strong>de</strong> se associou com a re<strong>de</strong> regional PIGS (Programa <strong>de</strong><br />

Investigação <strong>de</strong> Genomas do Sul, Brasil) e foram seqüenciados os genomas <strong>de</strong><br />

duas linhagens do Mycoplasma hyopneumoniae e uma <strong>de</strong> Mycoplasma synoviae.<br />

91


Esse trabalho possibilitou a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas moléculas que po<strong>de</strong>rão ser<br />

utilizadas em novos testes diagnósticos e vacinas contra a micoplasmose.<br />

ZAHA, A; OLIVEIRA, S.C; AZEVEDO, V; FRANCO, G.; TEIXEIRA, S.R; PENA, S.D;<br />

VASCONCELOS, A. (2005) Swine and poultry pathogens: the complete genome<br />

sequences of two strains of Mycoplasma hyopneumoniae and a strain of<br />

Mycoplasma synoviae. Journal of Bacteriology, 187(16):5568-5577.<br />

CAMARGO, I.L.; FONSECA, C.T.; TEIXEIRA, S.R.; AZEVEDO, V.; MIYOSHI, A.;<br />

OLIVEIRA, S. C. Molecular characterization and T and B cell epitopes prediction of<br />

Mycoplasma synoviae 53 strain VlhA hemagglutinin. Genetics and Molecular Biology,<br />

v. 30, p. 264-269, 2007.<br />

O Núcleo <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Genoma e Expressão Gênica (NAGE) está também<br />

ligado à Re<strong>de</strong> Genoma <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (RGMG) que é composta <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

laboratórios <strong>de</strong> várias localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, os quais geram dados para<br />

seqüenciamento e montagem do genoma dos organismos selecionados, para os<br />

quais disponibilizam nove seqüenciadores automáticos MEGABACE 1000, um<br />

seqüenciador ABI 3100, equipamentos para ensaios <strong>de</strong> microarranjos e diversos<br />

computadores com tecnologia <strong>de</strong> ponta para análises <strong>de</strong> cada seqüência gerada,<br />

além dos pesquisadores qualificados e altamente capacitados em montagem e<br />

análises <strong>de</strong> genoma e áreas afins. O primeiro projeto da re<strong>de</strong> foi o seqüenciamento<br />

a partir do transcriptoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni. A re<strong>de</strong> finalizou o número <strong>de</strong><br />

seqüências estabelecidas e temos aproximadamente 70.000 ESTs seqüenciadas <strong>de</strong><br />

diferentes fases do ciclo <strong>de</strong> vida do S. mansoni. Em posse das informações geradas<br />

pelo projeto genoma, fizemos análises computacionais.<br />

Todas as análises <strong>de</strong> bioinformática já foram realizadas e o manuscrito<br />

referente a esse projeto está em preparação. Até a presente data, foram publicados<br />

11 trabalhos resultantes, diretamente, <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s das instituições on<strong>de</strong> as<br />

plataformas tecnológicas estão implantadas para os fins supracitados. Além disso, o<br />

uso da infra-estrutura existente permitiu a publicação <strong>de</strong> 141 trabalhos, a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong><br />

37 teses, 54 dissertações e 23 monografias, financiamento <strong>de</strong> 50 projetos por<br />

agências <strong>de</strong> fomento nacionais e internacionais e quatro patentes foram<br />

<strong>de</strong>positadas. Tais resultados refletem o impacto que a RGMG tem na pesquisa<br />

92


científica no cenário estadual e nacional. Um <strong>de</strong>sses trabalhos realizamos com o<br />

Prof. Sérgio Oliveira. Analisando em torno <strong>de</strong> 4400 proteínas a partir do proteoma <strong>de</strong><br />

S. mansoni, encontramos 34 com motivos <strong>de</strong> fixação à membrana e uma <strong>de</strong>las,<br />

Sm29, que tinha um peptí<strong>de</strong>o sinal foi caracterizada in silico, sendo que a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viabilizá-la, enquanto candidata à vacina, está em curso.<br />

CARDOSO F. C.; PINHO, J.M.R.; AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S C. I<strong>de</strong>ntification of a<br />

new Schistosoma mansoni membrane-bound protein through bioinformatic analysis.<br />

Genetics and Molecular Research, v. 05, p. 609-618, 2006.<br />

IV. 4.2.1 Projeto Genoma <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis<br />

A FAPEMIG sinalizou que iria continuar a fomentar as re<strong>de</strong>s do Estado e o<br />

coor<strong>de</strong>nador da nossa re<strong>de</strong>, Dr. Guilherme Correa, solicitou propostas aos membros<br />

dos organismos a serem seqüenciados. Para sugerir ao CNPq e à RGMG naquele<br />

momento, fiz, novamente, a proposta <strong>de</strong> seqüenciar o genoma <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis, a qual foi aceita e começamos a seqüenciar. A re<strong>de</strong> aceitou os<br />

fortes argumentos que ofereci para seqüenciar esse microrganismo, os quais eram<br />

recheados <strong>de</strong> uma história embasada nessa bactéria sobre a qual tecerei<br />

comentários em seguida.<br />

Em meu aperfeiçoamento durante os anos <strong>de</strong> 1980, comecei a trabalhar com<br />

C. pseudotuberculosis. Voltei a trabalhar no ano <strong>de</strong> 1999, como orientador <strong>de</strong> tese<br />

<strong>de</strong> Bruno Paule. Inicialmente, trabalhamos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um meio sintético,<br />

quimicamente <strong>de</strong>finido; a razão <strong>de</strong>ste projeto foi que queríamos trabalhar com<br />

purificação <strong>de</strong> proteínas que são exportadas e o meio BHI (Brain Heart Infusion) no<br />

qual cultivamos C. pseudotuberculosis, sendo extremamente rico em proteínas, o<br />

que levaria a comprometer tais análises. Em seguida, utilizando esse meio,<br />

<strong>de</strong>senvolvemos uma técnica <strong>de</strong> purificação <strong>de</strong>ssas proteínas e conseguimos realizar<br />

dois trabalhos, usando soros <strong>de</strong> animais infectados com C. pseudotuberculosis e o<br />

reconhecimento <strong>de</strong> antígenos imunodominantes.<br />

93


Moura-Costa, L.F.; PAULE, B.J.A.; AZEVEDO, V.; FREIRE, S.M.; NASCIMENTO, I.;<br />

SCHAER, R.; REGIS, L.F.; VALE, V.L.C.; MATOS, D.; BAHIA, R.C.; CARMINATI, R.;<br />

MEYER,R. Meio sintético quimicamente <strong>de</strong>finido para o cultivo <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis. Revista Brasileira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Produção Animal, v. 3, n. 1, p. 1-<br />

9, 2002.<br />

PAULE, B.J.A.; MEYER, R.; MOURA-COSTA, L.F.; BAHIA, C.R.; CARMINATI, R.;<br />

REGIS, L.F.; VALE, V.L.C.; FREIRE, S.M.; NASCIMENTO, I.; AZEVEDO, V. Three<br />

phase partitioning as an efficient method for extraction/concentration of<br />

immunoreactive excreted-secreted proteins of Corynebacterium pseudotuberculosis.<br />

Protein Expression And Purification, USA, v. 34, n. 3, p. 311-316, 2004.<br />

PAULE, B.J.A.; AZEVEDO, V.; COSTA, L.F.M.; FREIRE, S.M.; REGIS, L.F.;<br />

VERDE, V.L.C.; BAHIA, R.C.; CARMINATI, R.; NASCIMENTO, I.; MEYER, R. SDS-<br />

Page and Westhern blot analysis of somatic and extracellular antigens of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis. Revista <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Médicas e Biológicas,<br />

Salvador-Bahia, Brasil, v. 3, n. 1, p. 44-52, 2004.<br />

PAULE, B.J.A.; AZEVEDO, V.; REGIS, L.F.; CARMINATI, R.; BAHIA, C.R.; VALE, V.<br />

L.C.; MOURA-COSTA, L. F. ; FREIRE, S. M. ; NASCIMENTO, I. ; SCHAER, R. ;<br />

GOES, A. M. ; MEYER, R. . Experimental Corynebacterium pseudotuberculosis<br />

primary infection in goats: kinetics of IgG and interferon-gamma production, IgG<br />

avidity and antigen recognition by Western blotting. Experimental Corynebacterium.<br />

Veterinary Immunology and Immunopathology, v. 96, n. 3-4, p. 129-139, 2003.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> fornecer à RGMG informações relevantes e atuais sobre o<br />

organismo com que iríamos trabalhar, fizemos uma revisão extensiva da biologia <strong>de</strong><br />

C. pseudotuberculosis, <strong>de</strong>stacando importantes aspectos na relação parasitohospe<strong>de</strong>iro.<br />

DORELLA, F.A.; PACHECO, L.G.C.; OLIVEIRA, S. C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties,<br />

pathogenesis and molecular studies of virulence. Veterinary Research, Les Ulis, v.<br />

37, n. 2, p. 01-18, 2006.<br />

94


A proposta apresentada ao CNPq foi negada, apesar <strong>de</strong> ter sido agraciada<br />

também com um projeto para construir bibliotecas genômicas <strong>de</strong> C.<br />

pseutuberculosis. As bibliotecas genômicas para o seqüenciamento por shot-gun<br />

foram construídas com a colaboração do Prof. Jesus Ferro da UNESP <strong>de</strong><br />

Jaboticabal e as bibliotecas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fragmentos em BAC (“Bacterial Artifical<br />

Chromosome”) foram construídas pelos meus colaboradores do CEPH (Centre<br />

d’Étu<strong>de</strong> du Polymorphisme Humain). Esta colaboração existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996. Após a<br />

construção trouxe estas bibliotecas para o Brasil para serem caracterizadas.<br />

DORELLA, F.A.; FACHIN, M.S.; BILLAULT, A.; DIAS NETO, E.; SORAVITO, C.;<br />

OLIVEIRA, S. C.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Construction and partial<br />

characterization of a Corynebacterium pseudotuberculosis bacterial artificial<br />

chromosome library through genomic survey sequencing. Genetics and Molecular<br />

Research, v. 5, p. 653-663, 2006.<br />

Para consolidar a minha proposta, também começamos a comprovar que<br />

realizar trabalhos pós-genoma com essa bactéria era possível. Só havia sido<br />

publicado um protocolo <strong>de</strong> eletroporação com Corynebacterium pseudotuberculosis,<br />

usando uma única linhagem em 1991. Ao testar cinco linhagens <strong>de</strong> origens<br />

diferentes, conseguimos estabelecer um protocolo que permitiria transformar em 100<br />

vezes menos DNA e aumentar em 10 vezes a sua eficiência. Em seguida, fizemos<br />

um trabalho, usando um transposon que possibilitaria i<strong>de</strong>ntificar proteínas<br />

exportadas. Em geral, essas proteínas estão envolvidas na virulência e<br />

patogenida<strong>de</strong>, e a inativação dos seus genes po<strong>de</strong>m nos fornecer candidatos à<br />

vacina. Saliento que foi o primeiro trabalho utilizando esse tipo <strong>de</strong> instrumento<br />

genético com esse organismo. Tais trabalhos nos permitem afirmar que po<strong>de</strong>mos<br />

fazer manipulações genéticas com essa bactéria.<br />

DORELLA, F.A.; ESTEVAN, E. M.; CARDOSO, P.G.; SAVASSI, B.M.; OLIVEIRA,<br />

S.C.; AZEVEDO, V. ; MIYOSHI, A . An improved protocol for electrotransformation of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis. Veterinary Microbiology (Amsterdam), v. 114,<br />

p. 298-303, 2006.<br />

95


DORELLA, F. A.; ESTEVAN, E. M.; PACHECO, L. G. C.; GUIMARÃES, C. T.; LANA,<br />

U G P; GOMES, e A; OLIVEIRA, S. C.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. In<br />

vivo insertional mutagenesis in Corynebacterium pseudotuberculosis: an efficient<br />

means to i<strong>de</strong>ntify DNA sequences encoding exported proteins. Applied and<br />

Environmental Microbiology, Holanda, v. 72, p. 7368-7372, 2006.<br />

O Projeto Genoma <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis foi, então, aprovado pela<br />

RGMG, tem apoio financeiro do CNPq e da FAPEMIG, os quais têm possibilitado a<br />

realização do mesmo, sob a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> número 2829/05, autorizando o uso <strong>de</strong><br />

quase dois milhões <strong>de</strong> reais para que os objetivos do projeto sejam alcançados. Os<br />

dados <strong>de</strong>sse projeto em andamento po<strong>de</strong>m ser visitados no sítio eletrônico<br />

http//:rgmg.cpqrr.fiocruz.br.<br />

A escolha do patógeno em questão foi baseada em sua gran<strong>de</strong> importância<br />

econômica e veterinária e em todo o trabalho preparatório para o seqüenciamento<br />

do genoma pelo nosso grupo. Adicione-se a isso o fato <strong>de</strong>, anualmente, haver um<br />

crescimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4% em projetos genomas <strong>de</strong> actinobactérias no mundo,<br />

visto que esse grupo reúne diversos gêneros <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância médica,<br />

biotecnológica e veterinária.<br />

Começamos, então, pelo método tradicional <strong>de</strong> seqüenciamento, ou seja, o<br />

método <strong>de</strong> Sanger, e, com o intuito <strong>de</strong> se testarem novas tecnologias <strong>de</strong><br />

seqüenciamento, por interesse nosso, foi também realizado o seqüenciamento por<br />

meio do sistema <strong>de</strong> piroseqüenciamento com a tecnologia 454. O teste mostrou que<br />

a tecnologia tradicional <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> Sanger e o piroseqüenciamento são<br />

complementares, possibilitando maior cobertura do genoma e, por conseguinte, uma<br />

evolução mais acelerada do projeto. Fomos também pioneiros no Brasil a usar a<br />

tecnologia <strong>de</strong> piroseqüenciamento.<br />

O trabalho <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis está em fase <strong>de</strong><br />

anotação do genoma, com previsão <strong>de</strong> término em agosto <strong>de</strong> 2008. A composição<br />

geral do genoma, até então obtida, é <strong>de</strong> GC (52.2%). A predição do genoma é <strong>de</strong><br />

2.338 genes e tamanho final esperado <strong>de</strong> 2.782.914pb. Já aprovamos o<br />

seqüenciamento <strong>de</strong> C. ulcerans, que começará em breve. Sequenciaremos uma<br />

linhagem que matou uma anciã no Rio <strong>de</strong> Janeiro e foi o primeiro caso no Brasil.<br />

96


MATTOS-GUARALDI, A.; SAMPAIO, J.; SANTOS, C.S.; PIMENTA, F. P.; PEREIRA,<br />

G.A.; PACHECO, L.G.C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; MOREIRA, L. O.;<br />

GUTIERREZ, F. L.; COSTA, J. L.F.; COSTA F.R.; Damasco, P. V.; CAMELO, T. C.<br />

F.; HIRATA, R.J. First <strong>de</strong>tection of Corynebacterium ulcerans producing a diphtheria-<br />

like toxin in a case of human with pulmonary infection in the Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

metropolitan area, Brazil. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, v. 103, p. 396-400,<br />

2008.<br />

Tenho a convicção dos impactos dos projetos genoma na Ciência Brasileira e,<br />

por isso, escrevi, recentemente, uma revisão extensa sobre o assunto,<br />

<strong>de</strong>monstrando que o Brasil é o principal país da América Latina, o qual se encontra<br />

no mesmo nível do Consórcio Europeu e da China em números <strong>de</strong> projetos.<br />

XAVIER, E.R.C.; CAPANEMA, B. P. X.; RUIZ, J.C.; OLIVEIRA, G.; MEYER, R.; D<br />

AFONSECA, V.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Brazilian Genme Sequencing Projects:<br />

State of the Art. Recent Patents on DNA & Gene Sequences, v. 2, p. 111-132, 2008.<br />

Estamos realizando um trabalho sob uma abordagem holística, com o intuito<br />

<strong>de</strong> se tentar erradicar a linfa<strong>de</strong>nite caseosa. Novos tipos <strong>de</strong> diagnóstico estão sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pelo nosso grupo, bem como novas vacinas, propiciados pela<br />

colaboração com Prof. Sérgio Oliveira, pelo suporte da FINEP e da empresa<br />

farmacêutica Valleé S.A, abaixo <strong>de</strong>scritas.<br />

IV.4.2.2.1 Diagnóstico<br />

Diversos testes têm sido <strong>de</strong>senvolvidos para se superar o problema do<br />

diagnóstico subclínico da linfa<strong>de</strong>nite caseosa (LC), mas a maioria não possui<br />

sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> suficientemente satisfatórias. Alguns testes, como o<br />

ELISA, foram apontados para fins diagnósticos, por serem, relativamente, eficazes<br />

em programas <strong>de</strong> controle da enfermida<strong>de</strong>. Recentemente, um teste ELISA para<br />

<strong>de</strong>tectar interferon gama (IFN-γ), como um marcador <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> mediada por<br />

células contra C. pseudotuberculosis, foi <strong>de</strong>senvolvido. Esse teste parece ser mais<br />

97


sensível que o ELISA, convencionalmente utilizado, uma vez que <strong>de</strong>tecta anticorpos<br />

na infecção em cabras, e não parece ser afetado pela vacinação dos animais.<br />

Devido aos resultados divergentes obtidos com testes sorológicos <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

até então, e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se diferenciar C. pseudotuberculosis <strong>de</strong> outros<br />

agentes patogênicos envolvidos com a sintomatologia <strong>de</strong> LC, tais como<br />

Arcanobacterium pyogenes e Pasteurella multocida, o isolamento daquela bactéria,<br />

diretamente extraído do exsudato inflamatório <strong>de</strong> linfonodos, permanece como um<br />

dos procedimentos mais fi<strong>de</strong>dignos <strong>de</strong> diagnóstico. Além disso, quando um teste<br />

sorológico é aplicado em estudos <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> LC ou até mesmo em um<br />

programa <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong>ssa doença em um rebanho, é necessária a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um teste confirmatório, que seja altamente sensível e específico.<br />

Esse papel é, ainda, <strong>de</strong>sempenhado pela cultura bacteriológica seguida por<br />

i<strong>de</strong>ntificação bioquímica <strong>de</strong> isolados. O teste bioquímico bem estabelecido para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias corineformes é o sistema API Coryne (API-bioMérieux,<br />

Inc., La Balme lês Grottes, France). Tal método, consi<strong>de</strong>rado padrão-ouro no<br />

diagnóstico clínico da enfermida<strong>de</strong>, consiste em uma bateria <strong>de</strong> 21 testes<br />

bioquímicos que po<strong>de</strong>m ser realizados entre 24 e 48 horas. O sistema contém 20<br />

tubos contendo substratos que permitem testes para 11 enzimas (pirazinamidase,<br />

pirrolidonil arilamidase, ß-galactosidase, fosfatase alcalina, α-glucosidase, Nacetilglucosaminidase,<br />

ß-glucoronidase, redução <strong>de</strong> nitrato e hidrólise <strong>de</strong> esculina e<br />

uréia) e oito testes <strong>de</strong> fermentação <strong>de</strong> carboidratos (glucose, ribose, D-xilose,<br />

manitol, maltose, lactose, sucrose e glicogênio). Assim, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

método mais rápido e mais específico para <strong>de</strong>tectar C. pseudotuberculosis po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor no diagnóstico da LC.<br />

IV.4.2.2.2 Multiplex PCR<br />

Em 2002, Çetinkaya et. al propuseram um teste baseado na reação em<br />

ca<strong>de</strong>ia da polimerase (PCR) para i<strong>de</strong>ntificar isolados <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis por<br />

meio da amplificação parcial da seqüência do gene do RNA ribossômico 16S (16S<br />

rRNA). No entanto, o teste apresentou limitações, incluindo a inabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

i<strong>de</strong>ntificar a bactéria C. ulcerans, além da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> cultivo bacteriano prévio.<br />

98


A amplificação <strong>de</strong> múltiplos loci em uma mesma reação <strong>de</strong> PCR é uma<br />

estratégia amplamente utilizada para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> patógenos, por apresentar uma<br />

série <strong>de</strong> vantagens que incluem a i<strong>de</strong>ntificação altamente específica do<br />

microrganismo <strong>de</strong> interesse com economia consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> reagentes.<br />

Nesse contexto, o nosso grupo <strong>de</strong>senvolveu uma nova metodologia baseada em<br />

uma reação <strong>de</strong> PCR multiplex (mPCR) para amplificar, simultaneamente, seqüências<br />

<strong>de</strong> três genes específicos <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis: 16S rDNA (RNA ribossômico<br />

16S), rpoB e pld - exotoxina fosfolipase D.<br />

O teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> analítica do ensaio <strong>de</strong> mPCR, quando o sistema<br />

AccuPrime (Invitrogen) foi utilizado para amplificar os três loci <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis, separadamente, possibilitou a visualização <strong>de</strong> produtos<br />

amplificados em gel <strong>de</strong> agarose até uma concentração <strong>de</strong> 10 fg <strong>de</strong> DNA genômico<br />

por reação.<br />

O teste <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> do ensaio <strong>de</strong> mPCR foi realizado por meio <strong>de</strong><br />

reações contendo DNA genômico <strong>de</strong> várias linhagens bacterianas,<br />

taxonomicamente, próximas a C. pseudotuberculosis. Os perfis <strong>de</strong> amplificação<br />

obtidos em gel <strong>de</strong> agarose permitiram a i<strong>de</strong>ntificação altamente específica <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se diferenciar C. pseudotuberculosis <strong>de</strong> C.<br />

ulcerans e A. pyogenes representou uma gran<strong>de</strong> vantagem do ensaio <strong>de</strong> mPCR<br />

<strong>de</strong>senvolvido. Como já discutido, o único trabalho prévio que <strong>de</strong>senvolveu um ensaio<br />

baseado em PCR para <strong>de</strong>tectar C. pseudotuberculosis não relatou diferenciação<br />

<strong>de</strong>ssa bactéria <strong>de</strong> C. ulcerans, <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> genética entre essas<br />

duas espécies. Já a diferenciação <strong>de</strong> Arcanobacterium pyogenes também<br />

representa um resultado significativo, uma vez que esse patógeno está presente em<br />

aproximadamente 5% das amostras <strong>de</strong> exsudato inflamatório coletadas em<br />

abscessos <strong>de</strong> caprinos. A reprodutibilida<strong>de</strong> do ensaio <strong>de</strong> mPCR foi testada com DNA<br />

extraído <strong>de</strong> 40 isolados <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis, cuja i<strong>de</strong>ntificação fora<br />

previamente confirmada por testes bioquímicos. A <strong>de</strong>tecção direta <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis, por meio da mPCR em amostras clínicas <strong>de</strong> animais portadores<br />

<strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite caseosa, representa uma possibilida<strong>de</strong> extremamente promissora para<br />

o diagnóstico <strong>de</strong>sta enfermida<strong>de</strong>, uma vez que o método padrão <strong>de</strong> diagnóstico<br />

laboratorial (isolamento bacteriano e i<strong>de</strong>ntificação bioquímica <strong>de</strong> isolados) é,<br />

significativamente, trabalhoso e oneroso. Foi padronizado, então, no LGCM/UFMG,<br />

um protocolo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> DNA diretamente a partir <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> amostra. A<br />

99


eação <strong>de</strong> mPCR foi testada para DNA extraído <strong>de</strong> 56 amostras <strong>de</strong> exsudato<br />

inflamatório <strong>de</strong> cabras e ovelhas naturalmente portadoras <strong>de</strong> LC. O ensaio <strong>de</strong>tectou<br />

a bactéria nessas amostras <strong>de</strong> forma eficiente. Foram utilizados, ainda, iniciadores<br />

<strong>de</strong>senhados para o gene 12S rDNA <strong>de</strong> Capra hircus e Ovis Áries. Tal produto<br />

funcionou como controle interno <strong>de</strong> amplificação não competitivo, permitindo<br />

diferenciar amostras que inibem a reação <strong>de</strong> PCR daquelas que são<br />

verda<strong>de</strong>iramente negativas.<br />

O uso <strong>de</strong> mPCR, associado a um método <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> DNA bacteriano,<br />

diretamente coletado <strong>de</strong> exsudato inflamatório, possibilitou a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis mais rapidamente e <strong>de</strong> maneira tão específica quanto por cultura<br />

bacteriológica, além da i<strong>de</strong>ntificação bioquímica <strong>de</strong> isolados, o qual é consi<strong>de</strong>rado,<br />

atualmente, padrão-ouro para o diagnóstico da LC. Esse trabalho gerou uma<br />

patente (Reagentes, iniciadores, e kit para diagnóstico), <strong>de</strong>positada em 2007 e<br />

mantida pela UFMG (PI ND211), e um artigo científico.<br />

PACHECO, L.G.C.; PENA, R.R; CASTRO, T.L.P.; DORELLA, F.A.; BAHIA, R.C.;<br />

CARMINATI, R.; FROTA, M.N.L.; OLIVEIRA, S.C.; MEYER, R.; ALVES, F.S.F.;<br />

MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Multiplex PCR assay for i<strong>de</strong>ntification of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis from pure cultures and for rapid <strong>de</strong>tection of<br />

this pathogen in clinical samples. Journal of Medical Microbiology, v. 56, p. 480-486,<br />

2007.<br />

IV.4.2.2.3 Vacinas<br />

A melhor medida da relação custo-benefício contra a introdução ou a<br />

erradicação da linfa<strong>de</strong>nite caseosa (LC) em um plantel se baseia na imunização.<br />

Além <strong>de</strong> o tratamento com antibióticos não ser eficaz e ser <strong>de</strong> alto custo, a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter uma vacina eficiente e protetora contra C.<br />

pseudotuberculosis po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>nciada pelos relatos <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> pesquisa com tal<br />

objetivo. Entretanto, as vacinas utilizadas apresentam aspectos relevantes a serem<br />

consi<strong>de</strong>rados quanto à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua utilização. Nem todas as vacinas<br />

licenciadas para ovinos têm, por exemplo, a mesma eficiência para caprinos. Por<br />

100


não se a<strong>de</strong>quarem a todos os casos, normalmente é necessário ajustar o programa<br />

<strong>de</strong> vacinação a cada caso. A ineficácia do processo <strong>de</strong> imunização po<strong>de</strong>, ainda,<br />

estar associada ao uso incorreto das vacinas pelos criadores. Além disso, o estudo<br />

da disseminação da bactéria em rebanhos <strong>de</strong>monstrou que animais aparentemente<br />

sem abscedação são transmissores do patógeno.<br />

Vários relatos na literatura sugerem diferentes estratégias que vêm sendo<br />

testadas, tais como o uso <strong>de</strong> bactérias atenuadas, mortas, frações contendo<br />

antígenos da pare<strong>de</strong> bacteriana, sobrenadante <strong>de</strong> cultura bacteriana e uma mistura<br />

<strong>de</strong> componentes celulares com sobrenadante. Todas as preparações, <strong>de</strong> acordo<br />

com tais relatos, ofereceram certo grau <strong>de</strong> proteção contra infecções experimentais<br />

e, até mesmo, naturais; contudo, os níveis <strong>de</strong> proteção e a gravida<strong>de</strong> das lesões são<br />

variáveis. Com o intuito <strong>de</strong> se obter uma vacina protetora e mais segura contra a<br />

infecção por C. pseudotuberculosis, diferentes estratégias metodológicas vêm sendo<br />

testadas em nosso laboratório, como vacinas vivas atenuadas, proteínas<br />

recombinantes, vacinas <strong>de</strong> DNA e busca por antígenos imunodominantes.<br />

Nosso grupo <strong>de</strong> pesquisa, entre os anos <strong>de</strong> 2003 e 2005, i<strong>de</strong>ntificou 34<br />

mutantes <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis por meio <strong>de</strong> mutagênese aleatória, utilizando o<br />

sistema <strong>de</strong> transposição baseado no TNFuZ. O TnFuZ é uma ferramenta genética<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> proteínas exportadas por bactérias Gram-positivas. Baseia-se em<br />

um elemento transponível (Tn4001) combinado ao gene da fosfatase alcalina (phoZ)<br />

<strong>de</strong> Enterococcus faecalis, cujas regiões codificadoras do promotor e do peptí<strong>de</strong>o<br />

sinal foram removidas. Uma vez que a fosfatase alcalina está ativa somente quando<br />

secretada, a inserção <strong>de</strong>ste transposon em loci gênicos que codificam proteínas<br />

exportadas levará a fusões que resultarão em células secretoras <strong>de</strong> fosfatase e que<br />

po<strong>de</strong>rão ser facilmente <strong>de</strong>tectadas pela visualização in vitro do produto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> um substrato revelador por essa proteína. Por meio <strong>de</strong><br />

seqüenciamento do DNA genômico dos 34 clones selecionados, foram i<strong>de</strong>ntificados<br />

21 loci que codificam subunida<strong>de</strong>s fimbriais, proteínas <strong>de</strong> transporte e também<br />

proteínas <strong>de</strong> função hipotética e ou <strong>de</strong>sconhecida, as quais po<strong>de</strong>m, ou não, estar<br />

relacionadas à virulência e à patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse microrganismo. Devido à<br />

escassez <strong>de</strong> informações a respeito dos mecanismos moleculares <strong>de</strong> virulência e<br />

patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis, a aplicação <strong>de</strong>ssa técnica, que é inédita<br />

para o estudo <strong>de</strong>ssa espécie <strong>de</strong> bactéria, po<strong>de</strong>rá contribuir para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

101


novos genes cujos produtos exportados po<strong>de</strong>rão estar relacionados à invasão e<br />

sobrevivência do patógeno no hospe<strong>de</strong>iro.<br />

Atualmente, essas linhagens mutantes vêm sendo testadas em ensaios <strong>de</strong><br />

imunização em camundongos com o objetivo <strong>de</strong> serem caracterizadas in vivo,<br />

investigando-se seu potencial vacinal durante o processo <strong>de</strong> infecção. Dos 34<br />

mutantes, alguns foram selecionados e testados com base na relação entre o<br />

produto que codificam e sua possível relação com a virulência <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis, quais sejam:<br />

Cp03 (a<strong>de</strong>sina)<br />

Cp04 (sódio:soluto simporter)<br />

Cp05 (sistema cinase <strong>de</strong> 2 componentes)<br />

Cp07 (proteína <strong>de</strong> membrana)<br />

Cp08 (leucil tRNA sintetase)<br />

Cp09 (subunida<strong>de</strong> fimbrial)<br />

Cp13 (proteína ligante do sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> ferro)<br />

Cp28 (proteína sem homologia no banco <strong>de</strong> dados)<br />

Os resultados obtidos após os ensaios <strong>de</strong> imunização permitiram selecionar o<br />

mutante Cp13 como o candidato mais promissor para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma<br />

vacina no combate à linfa<strong>de</strong>nite caseosa (Figura 1).<br />

102


% <strong>de</strong> sobrevivência<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Gráfico <strong>de</strong> proteção<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

* Média <strong>de</strong> 3 experimentos<br />

Dias após <strong>de</strong>safio<br />

Cp03<br />

Cp04<br />

Cp05<br />

Cp07<br />

Cp08<br />

Cp09<br />

Cp13<br />

Cp28<br />

PBS<br />

Glanvac<br />

Wild Type<br />

Figura 1. Representação gráfica dos ensaios <strong>de</strong> imunização, utilizando as linhagens<br />

anteriormente mencionadas. Em <strong>de</strong>staque, a média dos últimos três resultados alcançados<br />

pela linhagem Cp13 (80%, 80% e 83,3% <strong>de</strong> proteção).<br />

O mutante Cp13 conferiu 81% (média <strong>de</strong> três resultados) <strong>de</strong> proteção contra a<br />

infecção pela bactéria selvagem em camundongos. Analisando-se o gene<br />

interrompido pela inserção do transposon nesse mutante, tem-se que a proteína<br />

truncada é uma proteína secretada ligadora do sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> ferro,<br />

similar àquela encontrada em C. diphtheriae NCTC 13129. Essa proteína é similar à<br />

FecB <strong>de</strong> Escherichia coli, a qual pertence à família <strong>de</strong> proteínas ligadoras <strong>de</strong> soluto<br />

bacterianas e está envolvida no transporte <strong>de</strong> ferro a partir <strong>de</strong> citrato férrico. Em<br />

geral, proteínas relacionadas ao transporte <strong>de</strong> ferro são bastante utilizadas por<br />

bactérias patogênicas para “perceber” condições limitantes <strong>de</strong> ferro do hospe<strong>de</strong>iro,<br />

constituindo um sinal ambiental para induzir a expressão <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> virulência.<br />

Além disso, o ferro modula a a<strong>de</strong>são bacteriana às células do hospe<strong>de</strong>iro e aumenta<br />

a capacida<strong>de</strong> da bactéria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma infecção persistente. Estamos em<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> patente <strong>de</strong>sse mutante.<br />

103


Tivemos trabalhos com vacinas <strong>de</strong> DNA e <strong>de</strong> subunida<strong>de</strong> protéicas usando o<br />

gene hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae. Nenhuma <strong>de</strong>ssas vacinas induziu níveis <strong>de</strong><br />

proteção. Estamos estudando, por meio <strong>de</strong> vacinologia reversa, o genoma <strong>de</strong><br />

Corynebacterium para i<strong>de</strong>ntificarmos novos alvos, Recentemente, fizemos uma<br />

revisão dos que já foram <strong>de</strong>scritos.<br />

D‘AFONSECA, V.; MORAIS, P.M.; DORELLA, F.A.; PACHECO, L.G.C.; MEYER, R.;<br />

PORTELA, R.W.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. A <strong>de</strong>scription of genes<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis useful in diagnostics and vaccine applications.<br />

Genetics and Molecular Research, v. 7, p. 252, 2008.<br />

O nosso laboratório tem testado várias tecnologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

vacinas e fomos um dos grupos pioneiros no Brasil com vacinas <strong>de</strong> DNA.<br />

Inicialmente, vários aspectos técnico-científicos relacionados a essa tecnologia<br />

foram padronizados, dados esses ainda não disponíveis na literatura científica. Em<br />

se tratando <strong>de</strong> um trabalho conceitual relevante, no qual <strong>de</strong>monstramos que a<br />

imunização genética via administração intramuscular induz uma resposta imune do<br />

tipo Th1 (IFN-γ), enquanto a imunização gênica epi<strong>de</strong>rmal com o gene gun induz<br />

uma resposta imune do tipo Th0 (IL-4, IFN-γ), um perfil misto entre Th1 e Th2,<br />

<strong>de</strong>terminamos o perfil da resposta imune induzida por diferentes rotas <strong>de</strong> imunização<br />

gênica em camundongos. Quando se questiona qual é o tipo <strong>de</strong> resposta imune<br />

necessária para induzir proteção contra um <strong>de</strong>terminado patógeno, faz-se <strong>de</strong> suma<br />

importância a informação gerada acima <strong>de</strong>scrita. O perfil Th1 gerado pela injeção<br />

intramuscular <strong>de</strong> DNA está relacionado à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plasmídio utilizado, a qual é<br />

cem vezes maior do que a utilizada na biobalística, e é, conseqüentemente, o maior<br />

número <strong>de</strong> motivos CpG presente no DNA plasmidiano que estimula policlonalmente<br />

a produção <strong>de</strong> IL-12, IL-18, <strong>de</strong>ntre outras citocinas que induzem um perfil <strong>de</strong><br />

resposta imune do tipo Th1.<br />

AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S.C. (1998) Vacinas <strong>de</strong> DNA: O Paradigma das Vacinas<br />

Gênicas. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, n. 5, p. 40-43.<br />

104


AZEVEDO, V.; LEVITUS, G.; MIYOSHI, A.; CÂNDIDO, A.L.; GOES, A.M.;<br />

OLIVEIRA, S.C. Main features of DNA-based immunization vectors. Brazilian Journal<br />

of Medical and Biological Research, Ribeirão Preto, v. 32, p. 147-153, 1999.<br />

OLIVEIRA, S.C.; ROSINHA, G.M.S.; DE-BRITO, C.F.A.; FONSECA, C.T.; AFONSO,<br />

R.R.; COSTA, M.C.M.S.; GOES, A.M.; RECH, E.L.; AZEVEDO, V. Immunological<br />

properties of gene vaccines <strong>de</strong>livered by different routes. Brazilian Journal of Medical<br />

and Biological Research, Ribeirão Preto-SP, v. 32, n. 2, p. 207-214, 1999.<br />

IV. 4.2.2 Brucella<br />

Recentemente, fui procurado pelo Dr. Owais da Índia que me solicitou suporte<br />

acerca <strong>de</strong>ssa metodologia para pesquisas com vacinas <strong>de</strong> DNA contra a Brucelose.<br />

Realizamos um trabalho árduo <strong>de</strong> clonagens e enviamos a ele os genes clonados, e<br />

expressando as proteínas solicitadas nos vetores <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA.<br />

SINGHA, H; MALLICK, A; JANA, C; ISORE, D; GOSWAMI, T; SRIVASTAVA, S;<br />

AZEVEDO, V; CHAUDHURI, P; OWAIS, M. Escheriosomes entrapped DNA vaccine<br />

co-expressing Cu Zn superoxi<strong>de</strong> dismutase and IL-18 confers protection against<br />

Brucella abortus. Microbes and Infection, p. 1, 2008.<br />

Como médico veterinário e associado ao Prof. Sérgio Oliveira, especialista em<br />

Brucelose, começamos também a testar as vacinas <strong>de</strong> DNA com antígenos <strong>de</strong><br />

Brucella abortus. A brucelose é uma zoonose causada por bactérias do gênero<br />

Brucella, constituindo uma enfermida<strong>de</strong> adquirida, principalmente por meio do<br />

contato com animais infectados ou, freqüentemente, por consumo <strong>de</strong> leite e seus<br />

<strong>de</strong>rivados e <strong>de</strong> produtos animais contaminados. Estima-se que, anualmente, a<br />

brucelose animal causa um prejuízo aproximado <strong>de</strong> US$ 30 milhões <strong>de</strong> dólares para<br />

a economia brasileira. No homem, a brucelose po<strong>de</strong> causar febre ondulante,<br />

endocardite, artrite, osteomielite e complicações neurológicas, enquanto, nos<br />

animais domésticos, os órgãos reprodutivos são principalmente afetados, causando<br />

aborto e infertilida<strong>de</strong> temporária. Outra questão que se levanta em contextos <strong>de</strong><br />

105


produção <strong>de</strong> vacinas, sendo aqui, vacinas <strong>de</strong> DNA, é a biossegurança, motivo <strong>de</strong><br />

intensos <strong>de</strong>bates entre a comunida<strong>de</strong> científica e órgãos reguladores. Não só pelo<br />

fato <strong>de</strong> ser Membro Titular da Comissão Nacional <strong>de</strong> Biossegurança (CTNBio-MCT),<br />

mas preocupados com essa questão, nosso grupo redigiu uma extensa revisão<br />

crítica acerca dos problemas potenciais <strong>de</strong> biossegurança das vacinas <strong>de</strong> DNA,<br />

avaliando a possibilida<strong>de</strong> da geração <strong>de</strong> diferenciação celular através da ativação <strong>de</strong><br />

genes indutores <strong>de</strong> tumor ou da inibição <strong>de</strong> genes supressores <strong>de</strong> tumor. De acordo<br />

com relatos na literatura, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mutação induzida em um dado gene<br />

pela integração do plasmídio vacinal no genoma da célula do hospe<strong>de</strong>iro é 1.000<br />

vezes menor do que a freqüência <strong>de</strong> mutação espontânea que ocorre no genoma<br />

das células dos mamíferos.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver uma vacina <strong>de</strong> DNA contra a brucelose, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o gene GroEL da B. abortus ser usado como vacina <strong>de</strong> DNA foi<br />

avaliada. Os resultados obtidos confirmaram que a via intramuscular induz uma<br />

resposta do tipo Th1, e o gene gun uma resposta do tipo Th0, com base na <strong>de</strong>tecção<br />

das citocinas IFN-γ e IL-4 no sobrenadante <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> esplenócitos, e pela<br />

produção <strong>de</strong> IgG1 e IgG2a nos animais imunizados. Não obstante, a proteção<br />

contra infecção em nenhuma das duas rotas <strong>de</strong> imunização foi obtida. Tais<br />

resultados sugerem que, apesar <strong>de</strong> o gene GroEL, o qual codifica uma proteína <strong>de</strong><br />

choque-térmico, ter sido utilizado com sucesso como vacina <strong>de</strong> DNA em outros<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> infecção bacteriana, tal como o da tuberculose, o mesmo não foi capaz<br />

<strong>de</strong> induzir imunida<strong>de</strong> protetora contra a brucelose experimental, o que po<strong>de</strong> ser<br />

explicado pela sua própria característica ou, até mesmo, pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

adicionar um adjuvante na vacina <strong>de</strong> DNA para incrementar a sua eficiência.<br />

Um outro gene testado foi aquele que codifica a enzima gliceral<strong>de</strong>ído-3fosfato-<strong>de</strong>sidrogenase<br />

(GAPDH) da B. abortus, pela primeira vez i<strong>de</strong>ntificado e<br />

<strong>de</strong>scrito pelo nosso grupo. Quando utilizada como antígeno, a proteína GAPDH<br />

nativa ativava fortemente linfócitos T <strong>de</strong> animais imunes. Além disso, camundongos<br />

vacinados com a GAPDH recombinante ou com a cepa vacinal <strong>de</strong> B. abortus<br />

apresentavam um perfil <strong>de</strong> resposta imune do tipo Th1. Consi<strong>de</strong>rando-se que, em<br />

Streptococcus, Schistosoma, Trypanosoma e Candida spp, a GAPDH é um<br />

importante antígeno ligado à patogênese, <strong>de</strong>cidimos testar o gene GAPDH sozinho<br />

ou associado com o gene da IL-12 murina como vacina <strong>de</strong> DNA contra a brucelose<br />

experimental. Apenas no segundo caso, quando o gene que codifica a enzima<br />

106


GAPDH foi associado ao gene que codifica a IL-12 murina, observamos proteção<br />

parcial contra a infecção.<br />

AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S.C. Vacinas <strong>de</strong> DNA e Biosegurança. Biotecnologia<br />

Ciência & Desenvolvimento, Uberlândia-MG, v. 18, p. 46-48, 2001.<br />

ROSINHA, G.M.S.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V; SPLITTER, G.A.; OLIVEIRA, S. C.<br />

Molecular and immunological characterisation of recombinant Brucella abortus<br />

glyceral<strong>de</strong>hy<strong>de</strong>-3-phosphate-<strong>de</strong>hydrogenase, a T-and B-cell reactive protein that<br />

induces partial protection when co-administered with an interleukin-12-expressing<br />

plasmid in a DNA vaccine formulation. Journal of Medical Microbiology, UK, v. 51, n.<br />

8, p. 661-671, 2002.<br />

LECLERQ, S.; HARMS, J. S.; ROSINHA, G. M.; AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S. C.<br />

Induction of a Th1-type of immune response but not protective immunity by<br />

intramuscular DNA immunisation with Brucella abortus GroEL heat-shock gene..<br />

Journal of Medical Microbiology, Inglaterra, v. 51, n. 1, p. 20-26, 2002.<br />

Outros trabalhos envolvendo vacinas vivas atenuadas por <strong>de</strong>leção gênica<br />

foram realizados, uma vez que constituem possíveis formas <strong>de</strong> vacinas a serem<br />

estudadas. Tal estratégia vem sendo amplamente utilizada para o controle <strong>de</strong><br />

infecções causadas por bactérias patogênicas, por meio <strong>de</strong> linhagens vivas<br />

atenuadas, pela <strong>de</strong>leção ou inativação <strong>de</strong> genes, supostamente, envolvidos em<br />

virulência. A vantagem da vacina viva atenuada, quando comparada a outras formas<br />

<strong>de</strong> vacinas, é o fato <strong>de</strong> a mesma induzir um forte estímulo para a produção das<br />

citocinas, as quais são importantes para o controle da infecção bacteriana<br />

intracelular, como, por exemplo, a IL-12 e o IFN-γ. O uso da recombinação homóloga<br />

dupla como recurso genético para obtenção <strong>de</strong>sses mutantes é uma das técnicas<br />

utilizadas para tal fim. Como parte do trabalho <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> mestrado da minha<br />

aluna Daniela Freitas, o gene exsA da Brucella abortus, homólogo a um<br />

transportador <strong>de</strong> ATP presente na bactéria Rhizobium meliloti, envolvido no<br />

transporte e arquitetura do exopolissacarí<strong>de</strong>o <strong>de</strong>sse patógeno, foi isolado e<br />

caracterizado. Em seguida, construímos um vetor suicida contendo o gene <strong>de</strong><br />

resistência à canamicina <strong>de</strong>ntro do gene exsA e produzimos uma cepa mutante do<br />

107


transportador <strong>de</strong> ATP por recombinação homóloga dupla, <strong>de</strong>nominanda ΔexsA,<br />

sendo testada em camundongos BALB/c pela aluna <strong>de</strong> doutorado do Prof. Sérgio<br />

Oliveira, Gracia Maria Rosinha. Além <strong>de</strong> ter apresentado virulência reduzida<br />

comparada à cepa selvagem 2308, a cepa mutante ΔexsA foi avaliada como vacina<br />

viva e induziu proteção em animais experimentais. Para realização <strong>de</strong>sses trabalhos,<br />

contamos com a colaboração do grupo do Dr. Osvaldo Rossetti do INTA-Argentina,<br />

por meio do Prof. Sérgio. Posteriormente, isolamos e i<strong>de</strong>ntificamos outros genes da<br />

B. abortus com potencial fator <strong>de</strong> virulência, escolhemos o gene vacB (virulenceassociated<br />

gene) que codifica uma Ribonuclease, tema <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> mestrado<br />

do meu ex-aluno Prof. An<strong>de</strong>rson Miyoshi. Linhagens mutantes da bactéria B. abortus<br />

foram geradas para esse gene citado acima, sendo esses mutantes avaliados em<br />

camundongos BALB/c e knockout para o gene IRF-1 (Interferon regulatory factor-1),<br />

no que concerne à persistência in vivo e proteção. O grupo <strong>de</strong> pesquisa do Prof.<br />

Splitter, orientador <strong>de</strong> doutorado do Prof. Sérgio Oliveira, caracterizou o uso <strong>de</strong><br />

camundongos IRF-1 knockout como um mo<strong>de</strong>lo para se selecionarem cepas<br />

bacterianas mutantes com virulência reduzida, já que os animais não resistem após<br />

a infecção com a linhagem virulenta e apenas sobrevivem após a inoculação com<br />

linhagens que são menos virulentas. Apesar <strong>de</strong> o gene vacB ser um importante<br />

fator <strong>de</strong> virulência em bactérias como a Salmonella typhimurium e a Escherichia coli<br />

enteropatogênica, em B. abortus, esse mutante <strong>de</strong>monstrou o mesmo nível <strong>de</strong><br />

virulência quando comparado à cepa parental.<br />

O nosso grupo teceu uma revisão, recentemente, sobre o LPS <strong>de</strong> Brucella,<br />

um dos antígenos principais <strong>de</strong> superfície que está envolvido na virulência e<br />

patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste mircorganismo, explorando-se sua biossíntese e interação<br />

com o hospe<strong>de</strong>iro, em uma discussão sobre estudos <strong>de</strong> genoma comparativo entre<br />

os seqüenciados.<br />

ROSINHA, G.M.S; FREITAS, D.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V; CAMPOS, E.;<br />

CRAVERO, S.; ROSSETTI, O.; SPLITTER, G.; OLIVEIRA, S.C. (2002) I<strong>de</strong>ntification<br />

and characterization of a Brucella abortus ATP-binding cassette transporter homolog<br />

to Rhizobium meliloti exsA and its role in virulence and protection in mice. Infection<br />

and Immunity, v. 70, n. 9, p. 5036-5044.<br />

108


MIYOSHI, A.; ROSINHA, G.M.S.; CAMARGO, I.L.; Cyntia M.C.T.; Fernada C.C.;<br />

AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S. C. The role of the vacB gene in the pathogenesis of<br />

Brucella abortus. Microbes and Infection, v. 9, p. 375-381, 2007.<br />

CARDOSO, P.G.; MACEDO, G.C.; AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S.C. Brucella spp<br />

noncanonical LPS: structure, biosynthesis, and interaction with host immune system.<br />

Microbial Cell Factories, Barcelona, v. 5, n. 13, p. 1-11, 2006.<br />

IV.4.3 Novas utilizações biotecnológicas e terapêuticas das bactérias lácticas<br />

“Só a imaginação escapa sempre da sacieda<strong>de</strong>.”<br />

Sthendal<br />

Tenho um gran<strong>de</strong> orgulho <strong>de</strong> ser pioneiro na manipulação genética <strong>de</strong><br />

bactérias lácticas no Brasil. Tal linha <strong>de</strong> pesquisa começou, efetivamente, no final <strong>de</strong><br />

1999 e, em 2004, ao obter meu título <strong>de</strong> livre-docente, publicamos mais <strong>de</strong> 25<br />

artigos e 4 capítulos <strong>de</strong> livro acerca das investigações realizadas sobre o assunto,<br />

renovando, assim, minha bolsa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> pelo CNPq. Nessa época, o<br />

Professor An<strong>de</strong>rson ingressou no <strong>de</strong>partamento e na minha equipe, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo um<br />

projeto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta linha.<br />

Abaixo, segue uma abordagem mais aprofundada sobre as bactéiras lácticas<br />

e, em seguida, comentarei sobre nossa produção acadêmico-científica.<br />

IV.4.3.1 As Bactérias Lácticas<br />

As bactérias lácticas (BL) constituem um grupo bastante heterogêneo <strong>de</strong><br />

microrganismos ubíquos ocupando nichos ecológicos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície<br />

das plantas até o trato gastrointestinal dos animais. Embora diversos, os integrantes<br />

<strong>de</strong>ste grupo compartilham características comuns, quais sejam: (i) são Grampositivos;<br />

(ii) anaeróbios facultativos; (iii) não produtores <strong>de</strong> catalase; (iv) não<br />

formadores <strong>de</strong> esporos; (v) imóveis e; (vi) principalmente, convertem açúcares em<br />

ácido láctico, característica esta que ren<strong>de</strong>u ao grupo o nome <strong>de</strong> “Bactérias<br />

109


Lácticas” (BL). Atualmente, cinco gêneros bacterianos, entre cocos e bastonetes que<br />

possuem uma porcentagem G+C no genoma inferior à 54%, compõem o grupo das<br />

BL: Lactococcus, Leuconostoc, Pediococcus, Streptococcus e Lactobacillus .<br />

IV.4.3.2 Utilização e importância industrial das bactérias lácticas<br />

As bactérias lácticas (BL), com poucas exceções, obtêm sua energia por meio<br />

da conversão <strong>de</strong> açúcares, principalmente, glicose, em ácido láctico (via<br />

homofermentativa ou homoláctica) e/ou ácido láctico e outros produtos (via<br />

heterofermentativa ou mista). Dessa forma, as BL são, <strong>de</strong> um modo geral,<br />

associadas ao preparo <strong>de</strong> alimentos fermentados como iogurtes, queijos, leites<br />

acidófilos, pães, manteiga, vinhos, carnes, embutidos, picles e silagem. Tal<br />

processo, conhecido como “fermentação láctica <strong>de</strong> alimentos”, remonta há cerca <strong>de</strong><br />

8000 anos A.C. e constitui uma das mais antigas formas <strong>de</strong> conservação dos<br />

alimentos e utilização das BL pelo homem. A conservação dos alimentos não só se<br />

<strong>de</strong>ve à acidificação do meio (pH 4.5 a 3.5), mas também à produção <strong>de</strong> numerosos<br />

agentes antibacterianos como bacteriocinas e compostos orgânicos. Esses dois<br />

fatores inibem o crescimento <strong>de</strong> uma microbiota in<strong>de</strong>sejável e/ou conferem<br />

proprieda<strong>de</strong>s organolépticas como textura, aroma e sabor ao produto final. No<br />

mundo, os produtos lácteos fermentados representam cerca <strong>de</strong> 20% do valor<br />

econômico total gerado pela comercialização dos alimentos lácteos. Os Estados<br />

Unidos figuram como os maiores produtores mundiais <strong>de</strong> produtos lácteos, seguidos<br />

pela França e Holanda. No Brasil, o mercado <strong>de</strong> leite e <strong>de</strong>rivados movimentou, em<br />

2007, cerca <strong>de</strong> R$ 60 bilhões <strong>de</strong> reais, sendo as Regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste as principais<br />

responsáveis pela produção e consumo.<br />

IV.4.3.3 Utilização das bactérias lácticas na saú<strong>de</strong> e nutrição<br />

Embora poucas espécies do grupo das BL, como Streptococcus pneumoniae<br />

(agente causador da pneumonia), sejam patogênicas, a maioria das espécies são<br />

consi<strong>de</strong>radas seguras ou “GRAS” (Generally Recognized As Safe).<br />

Das diversas proprieda<strong>de</strong>s atribuídas às BL, talvez a mais antiga e<br />

controversa seja a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover um efeito benéfico, ou “probiótico” à<br />

110


saú<strong>de</strong> humana e animal. Uma bactéria é dita “probiótica” quando sua ingestão<br />

promove o equilíbrio da microbiota intestinal com uma conseqüente melhora no<br />

estado geral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do hospe<strong>de</strong>iro.<br />

Dentre as várias espécies <strong>de</strong> BL conhecidas como probióticas, as espécies<br />

Lactobacillus casei, Lactobacillus <strong>de</strong>lbrueckii, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus<br />

plantarum, Lactobacillus fermentum, Lactobacillus reuteri e Lactobacillus bulgaricus<br />

se <strong>de</strong>stacam pelas suas aplicações terapêuticas no tratamento e prevenção <strong>de</strong><br />

diversos distúrbios (O’Sullivan, 1992; Fuller & Gibson, 1997; Marteau & Rambaud,<br />

1993).<br />

A primeira aplicação está relacionada à digestibilida<strong>de</strong> da lactose. Esse<br />

açúcar, presente em abundância nos produtos lácteos, po<strong>de</strong> induzir fenômenos <strong>de</strong><br />

intolerância nos consumidores com <strong>de</strong>ficiência congênita <strong>de</strong> lactase. O quadro<br />

clínico po<strong>de</strong> ser traduzido por diarréias, cólicas abdominais e flatulência.<br />

Curiosamente, tais sintomas aparecem com a ingestão do leite, mas são,<br />

praticamente, ausentes com a ingestão do iogurte nas mesmas proporções. Existem<br />

duas explicações para o fenômeno: (i) as bactérias vivas presentes no iogurte<br />

(Streptococcus thermophilus e L. bulgaricus) suplementariam a <strong>de</strong>ficiência do<br />

hospe<strong>de</strong>iro em lactase e/ou (ii) estimulariam a produção endógena <strong>de</strong>ssa enzima<br />

pela mucosa intestinal do hospe<strong>de</strong>iro.<br />

Uma segunda aplicação das BL probióticas seria a <strong>de</strong> proteção contra<br />

patógenos microbianos. Nesse caso, as BL funcionariam como uma barreira,<br />

impedindo a colonização do trato gastrointestinal por bactérias patogênicas. Os<br />

resultados mais significativos foram obtidos com certos tipos <strong>de</strong> lactobacilos e<br />

bifidobactérias que se mostraram, particularmente, eficazes no tratamento <strong>de</strong><br />

diarréias em neonatos.<br />

Outra aplicação bem estabelecida é a estimulação do sistema imune do<br />

hospe<strong>de</strong>iro. Entre os lactobacilos, a espécie L. casei mostrou-se capaz <strong>de</strong> estimular<br />

a resposta imunitária <strong>de</strong> crianças vacinadas por via oral contra o rotavírus, vírus<br />

responsável pela diarréia aguda infantil nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Enfim, uma série <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s probióticas como a redução da diarréia<br />

induzida por antibióticos, prevenção <strong>de</strong> infecções urogenitais, prevenção <strong>de</strong> diversos<br />

tipos <strong>de</strong> câncer (cólon, bexiga e fígado), prevenção da osteoporose e da<br />

hipercolesterolemia foram atribuídas às BL.<br />

111


Ainda que algumas <strong>de</strong>ssas aplicações terapêuticas sejam contestadas, a<br />

crescente preocupação com a saú<strong>de</strong> e o bem-estar da população, associada ao uso<br />

<strong>de</strong> substâncias naturais, fez com que os produtos probióticos ganhassem<br />

consi<strong>de</strong>rável atenção nos últimos anos pelas indústrias <strong>de</strong> laticínios. Atualmente,<br />

uma série <strong>de</strong> produtos lácteos contendo probióticos estão disponíveis no mercado,<br />

sendo os leites fermentados os produtos mais difundidos.<br />

De forma conclusiva, existem evidências <strong>de</strong> que as BL ingeridas vivas são<br />

capazes <strong>de</strong> exercer efeitos probióticos no hospe<strong>de</strong>iro. No entanto, seu envolvimento<br />

e uso potencial no tratamento e prevenção <strong>de</strong> doenças requerem mais estudos<br />

sobre o modo e mecanismos <strong>de</strong> ação.<br />

IV.4.3.4 Novas e futuras utilizações das bactérias lácticas<br />

Pelo menos três tipos <strong>de</strong> utilização “extra-alimentares” (não tradicionais) são<br />

vislumbrados para as BL: (i) a produção, em fermentadores, <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong><br />

interesse econômico, (ii) a produção, diretamente <strong>de</strong>ntro dos alimentos, <strong>de</strong> proteínas<br />

<strong>de</strong> interesse biotecnológico e (iii) a construção <strong>de</strong> vacinas vivas.<br />

IV.4.3.4.1 Produção <strong>de</strong> proteínas em fermentadores<br />

Uma aplicação clássica consistirá na utilização das BL para a produção, em<br />

fermentadores, <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong> interesse econômico. Nesse sentido, a secreção<br />

<strong>de</strong>ssas moléculas apresentaria certas vantagens em relação à produção intracelular<br />

como: (i) a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> purificação do produto final, (ii) uma cultura celular contínua<br />

e (iii) prevenção da formação <strong>de</strong> agregados protéicos intracelulares.<br />

112


IV.4.3.4.2 Produção <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong>ntro dos alimentos<br />

Uma outra aplicação das BL seria na produção <strong>de</strong>, por exemplo, enzimas<br />

<strong>de</strong>ntro dos alimentos a fim <strong>de</strong>: (i) modificar as proprieda<strong>de</strong>s organolépticas dos<br />

produtos, (ii) prevenir o aparecimento <strong>de</strong> espécies bacterianas in<strong>de</strong>sejáveis, (iii)<br />

acelerar a maturação <strong>de</strong> queijos, (iv) otimizar o processo <strong>de</strong> ensilagem e, (v) suprir<br />

<strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> enzimas digestivas do indivíduo como, por exemplo, lipases. Neste<br />

último caso, a suplementação da dieta com lipases bacterianas po<strong>de</strong>ria ser uma<br />

alternativa promissora. A eficácia <strong>de</strong>ssas enzimas já foi <strong>de</strong>monstrada no tratamento<br />

<strong>de</strong> cães e suínos com esteatorréia experimental, sendo que, em suínos, linhagens<br />

recombinantes <strong>de</strong> L. lactis expressando o gene lip (lipase) <strong>de</strong> Staphylococcus hyicus<br />

foram administradas em animais com insuficiência pancreática e os mesmos<br />

<strong>de</strong>monstraram um aumento <strong>de</strong> 15% na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção dos lípi<strong>de</strong>s<br />

presentes na dieta quando comparados aos animais controle.<br />

IV.4.3.4.3 Construção <strong>de</strong> vacinas vivas<br />

O uso <strong>de</strong> microrganismos vivos como veículos celulares para a produção e a<br />

apresentação <strong>de</strong> antígenos tem contribuído, significativamente, para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas.<br />

Atualmente, a maioria dos veículos vacinais utilizados são <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

microrganismos patogênicos, dos quais linhagens atenuadas foram construídas ou<br />

isoladas, como: Salmonella sp., Yersinia enterocolitica, Vibrio cholerae,<br />

Mycobacterium bovis BCG, Shigella sonnei, Listeria monocytogenes e Bacillus<br />

anthracis. Contudo, tais linhagens apresentam um certo risco <strong>de</strong> reversão. Esse<br />

problema po<strong>de</strong>ria ser superado por meio da utilização <strong>de</strong> bactérias não patogênicas<br />

como as BL. Além <strong>de</strong> serem consi<strong>de</strong>radas seguras (“GRAS”), certas BL possuem a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colonizar o trato gastrointestinal ou a mucosa genital <strong>de</strong> certos<br />

animais e do homem, tornando-as excelentes candidatas a vacinas orais. As vacinas<br />

orais apresentam, <strong>de</strong>ntre outras vantagens, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> induzir uma imunida<strong>de</strong><br />

por meio da superfície <strong>de</strong> mucosas, as quais constituem uma das principais vias <strong>de</strong><br />

entrada e a primeira linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do organismo contra o ataque <strong>de</strong> agentes<br />

113


patogênicos. Até o momento, alguns trabalhos que utilizaram L. lactis, Streptococcus<br />

gordonii e Lactobacillus sp. em vacinas vivas foram realizados. Nesses trabalhos, as<br />

BL funcionaram como vetores para a expressão e apresentação <strong>de</strong> antígenos<br />

mo<strong>de</strong>los na superfície das mucosas. Em todos os casos, as três espécies <strong>de</strong> BL<br />

foram capazes <strong>de</strong> estimular, em camundongos imunizados intranasal e oralmente,<br />

uma resposta imune <strong>de</strong> mucosa antígeno-específica.<br />

Outros experimentos, os quais visam à utilização das BL não só como<br />

apresentadoras <strong>de</strong> antígeno, mas também como adjuvantes <strong>de</strong> mucosa, fizeram uso<br />

<strong>de</strong> linhagens recombinantes <strong>de</strong> L. lactis produtoras tanto <strong>de</strong> antígenos mo<strong>de</strong>los<br />

quanto <strong>de</strong> interleucina 2 e 6 (IL2 e IL6), sendo capazes <strong>de</strong> potencializar em cerca <strong>de</strong><br />

10 a 15 vezes a resposta imune sistêmica antígeno-específica. Enfim, para que<br />

essas “novas utilizações” das BL se tornem uma realida<strong>de</strong>, vários estudos vêm<br />

sendo realizados, utilizando L. lactis como microrganismo mo<strong>de</strong>lo.<br />

A idéia <strong>de</strong> se implantar essa linha <strong>de</strong> pesquisa em nosso laboratório surgiu<br />

durante o primeiro curso sobre Genética <strong>de</strong> Bactérias Lácticas no Brasil, <strong>de</strong> 14 a 18<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1998, ministrado pelo colega e amigo francês Dr. Philippe Langella,<br />

do qual fui organizador. Este pesquisador permaneceu por cerca <strong>de</strong> um mês em<br />

nosso laboratório treinando alunos no uso do sistema <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong>senvolvido<br />

pelo seu grupo, o qual <strong>de</strong>senvolveu um sistema muito eficaz <strong>de</strong> produção e<br />

exportação <strong>de</strong> proteínas heterólogas em bactérias lácticas. As proteínas <strong>de</strong><br />

interesse biotecnológico, terapêutico ou para uso profilático po<strong>de</strong>m ser produzidas<br />

em Lactococcus lactis sob a forma citoplasmática, secretada ou ancorada na pare<strong>de</strong><br />

celular.<br />

Resolvemos, então, <strong>de</strong>senhar um projeto para ser apresentado à CAPES -<br />

COFECUB. Nosso projeto foi escolhido entre 125 projetos submetidos e foi<br />

consi<strong>de</strong>rado, na avaliação da CAPES, um dos mais bem administrados e produtivos.<br />

A idéia inicial do projeto era usar bactérias lácticas como vetores vacinais contra a<br />

brucelose bovina. Para testar esse sistema, escolhemos buscar uma vacina contra a<br />

brucelose, com a qual já estávamos trabalhando. Vários antígenos <strong>de</strong> Brucella já<br />

foram <strong>de</strong>scritos e caracterizados, mas somente dois foram capazes <strong>de</strong> induzir<br />

imunida<strong>de</strong> protetora na época: a proteína ribosomal L7/L12 e alguns epitopos do<br />

gene Cu/Zn superóxido dismutase.<br />

O Dr. Sérgio Costa Oliveira, colaborador <strong>de</strong>sse projeto, foi o primeiro a<br />

trabalhar com o antígeno L7/L12 da B. abortus, e possui as construções genéticas<br />

114


para produzir proteína recombinante e vacina <strong>de</strong> DNA. Em 1997, Robinson e<br />

colaboradores conseguiram induzir resposta imune, em camundongos, protetora<br />

contra o tétano após a ingestão oral e intranasal com linhagens <strong>de</strong> Lactococcus<br />

lactis. Nesse trabalho pioneiro, a toxina tetânica foi produzida no citoplasma, e foi o<br />

que nos motivou a <strong>de</strong>senvolver este tipo <strong>de</strong> projeto, ressaltando que a produção do<br />

antígeno L7/L12 foi testada em três localizações celulares diferentes: no citoplasma,<br />

ancorado na pare<strong>de</strong> e secretado. Simultaneamente à aprovação pelo COFECUB, o<br />

projeto foi também aprovado pelo Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia da<br />

França, que nos conce<strong>de</strong>u duas bolsas <strong>de</strong> pesquisa. Uma <strong>de</strong> pesquisador <strong>de</strong> alto<br />

nível e outra para pesquisador em início <strong>de</strong> carreira. Fui para a França, em<br />

novembro <strong>de</strong> 1999, acompanhado pela recém-doutora Luciana <strong>de</strong> A. Ribeiro e<br />

começamos as clonagens <strong>de</strong> L7/L12 nos vetores <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> L. lactis.<br />

Esse trabalho inicial resultou, até o momento, em quatro publicações, as<br />

quais <strong>de</strong>screvem as construções, a expressão em diferentes localizações, a<br />

colocação <strong>de</strong>ssa proteína sob o controle <strong>de</strong> promotores indutíveis ou constitutivos e<br />

fusões com a proteína repórter NUC. Foi a primeira vez que uma proteína<br />

ribossomal <strong>de</strong> B. abortus foi clonada e expressa em L. lactis e em diferentes<br />

localizações celulares, foi publicado na revista Applied and Environmental<br />

Microbiology e consi<strong>de</strong>rado pela ASM (American Society for Microbiology) como um<br />

dos melhores artigos do mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2002, entre todas as revistas da ASM.<br />

Apresentamos o referido trabalho em vários congressos na Europa e fomos<br />

indicados para apresentação oral no colóquio sobre bactérias lácticas realizado em<br />

Bor<strong>de</strong>aux, na França, em novembro <strong>de</strong> 2001, realizada pela Dra. Luciana. A<br />

apresentação foi um sucesso e fomos selecionados para publicar nossos resultados<br />

na revista Science <strong>de</strong>s Aliments.<br />

Na revista Biotecnologia, Ciência & Desenvolvimento, in<strong>de</strong>xada para o AGRIS<br />

(International Information System for the Agricultural Sciences and Technology) da<br />

FAO e para a AGROBASE (Base <strong>de</strong> Dados da Agricultura Brasileira), publicamos os<br />

primeiros resultados da imunização feita em nosso laboratório pela então aluna <strong>de</strong><br />

mestrado Daniela Santos Pontes. Os resultados são animadores: conseguimos<br />

proteção significativa nos experimentos com a expressão <strong>de</strong> L7/L12 na forma<br />

citoplasmática. Este trabalho foi publicado ao final do mês <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004, no<br />

periódico Journal of Drug Targeting. Não conseguimos proteção com as construções<br />

que secretam ou apresentam esse antígeno ancorado na pare<strong>de</strong> celular,<br />

115


administradas oralmente. Acredito que, pela via nasal, po<strong>de</strong>remos induzir proteção<br />

com essas linhagens e estamos trabalhando em colaboração com o pesquisador<br />

indiano Dr. Owais.<br />

RIBEIRO, L. ; PONTES, D. S. ; DORELLA, F. A. ; LANGELLA, P. ; LE LOIR, Y. ;<br />

OLIVEIRA, S. C. ; AZEVEDO, V. Bacterias Lácticas produtoras <strong>de</strong> antígenos.<br />

Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, v. 22, p. 36-40, 2001.<br />

RIBEIRO, L. ; AZEVEDO, V. ; LE LOIR, Y. ; OLIVEIRA, S. C. ; DYEYE, Y. ; PIARD,<br />

J. C. ; GRUSS, A. ; LANGELLA, P. Production and targeting of Brucella abortus<br />

immunodominant antigen L7/L12 in Lactococcus lactis: a first step towards foodgra<strong>de</strong><br />

live vaccines against brucellosis. Applied and Environmental Microbiology,<br />

USA, v. 68, n. 2, p. 910-916, 2002.<br />

RIBEIRO, L. ; AZEVEDO, V. ; LE LOIR, Y. ; PONTES, D. S. ; OLIVEIRA, S. C. ;<br />

DIEYE, Y. ; PIARD, J. C. ; GRUSS, A. ; LANGELLA, P. Production et secretion <strong>de</strong><br />

L7/L12, un antigene <strong>de</strong> Brucella abortus, chez Lactococcus lactis: vers <strong>de</strong> nouveaux<br />

vaccins oraux anti-brucellose?. Sciences <strong>de</strong>s Aliments, França, v. 22, p. 199-208,<br />

2002<br />

PONTES, D. S. ; DORELLA, F. A. ; RIBEIRO, L. A. ; MIYOSHI, A. ; LE LOIR, Y. ;<br />

GRUSS, A. ; OLIVEIRA, S. C. ; LANGELLA, P. ; Azevedo, V. Induction of Partial<br />

Protection in Mice after Oral Administration of Lactococcus lactis Producing Brucella<br />

abortus L7/L12 Antigen. Journal of Drug Targeting, v. 11, p. 489-493, 2004.<br />

Outros trabalhos na área <strong>de</strong> vacinas com BL foram realizados também.<br />

Clonamos e expressamos o GroEL <strong>de</strong> Brucella abortus, mas não obtivemos<br />

proteção. Um trabalho interessante foi aquele no qual conseguimos uma proteção<br />

significativa contra cistite causada por Proteus mirabilis e estamos melhorando o<br />

sistema para aumentar ainda mais essa proteção. E, usando uma nova âncora,<br />

conseguimos expressar E7 do vírus do papiloma humano na superfície <strong>de</strong> L. lactis e<br />

estes estão sendo usados em novos ensaios vacinais.<br />

MIYOSHI, A. ; BERMÚDEZ-HUMARAN, L. G. ; RIBEIRO, L. A. ; LE LOIR, Y. ;<br />

OLIVEIRA, S. C. ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. Heterologous expression of<br />

116


Brucella abortus GroEL heat-shock protein in Lactococcus lactis. Microbial Cell<br />

Factories, Barcelona, v. 5, n. 1, p. 1-8, 2006<br />

SCAVONE, P. ; MIYOSHI, A. ; RIAL, A. ; CHABALGOITY, A. ; LANGELLA, P. ;<br />

AZEVEDO, V. ; ZUNINO, P. Intranasal immunisation with recombinant Lactococcus<br />

Lactis displaying either anchored or secreted forms of Proteus mirabilis MrpA fimbrial<br />

protein confers specific immune response and induces a significant reduction of<br />

kidney bacterial colonisation in mice. Microbes and Infection, v. 9, p. 821-828, 2007.<br />

CORTES-PEREZ, N. G. ; AZEVEDO, V. ; ALCOCER-GONZÁLES, J. M. ;<br />

RODRIGUEZ-PADILLA, C ; TAMEZ-GUERRA, R S; CORTHIER, G ; GRUSS, A ;<br />

LANGELLA, P. ; BERMÚDEZ-HUMARAN, L. G. Cell-surface display of E7 antigen<br />

from human papillomavirus type-16 in Lactococcus lactis and in Lactobacillus<br />

plantarum using a new cell-wall anchor from lactobacilli. Journal Of Drug Targeting,<br />

Grã Bretanha, v. 13, n. 2, p. 89-98, 2005.<br />

MIYOSHI, A. ; BERMUDEZ-HUMARAN, L. G. ; RIBEIRO, L. A. ; LE LOIR, Y. ;<br />

OLIVEIRA, S. C. ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. Heterologous expression of<br />

Brucella abortus GroEL heat-shock protein in Lactococcus lactis. Microbial Cell<br />

Factories, Barcelona, v. 5, n. 1, p. 1-8, 2006<br />

Nesse contexto, acreditei que esse era o momento <strong>de</strong> enviar alunos e<br />

doutores para a França. Resolvi enviar o meu melhor aluno, hoje o Prof. An<strong>de</strong>rson<br />

Miyoshi, que estava trabalhando na construção <strong>de</strong> linhagens atenuadas candidatas<br />

a vacinas vivas contra a brucelose, com o objetivo <strong>de</strong> realizar seu primeiro ano <strong>de</strong><br />

doutorado naquele país. Em conseqüência, passei a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>sta linha para<br />

sua responsabilida<strong>de</strong> no LGCM.<br />

Trabalhador incansável, An<strong>de</strong>rson é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver diferentes projetos<br />

simultaneamente e se entusiasmou com o assunto. Na França, começou<br />

construindo novos instrumentos genéticos para melhorar a expressão <strong>de</strong> genes em<br />

L. lactis. Embora já existam hoje muitas ferramentas moleculares eficazes para tal<br />

fim, ainda assim, as mesmas apresentam problemas, como a instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

proteínas heterólogas e o fato <strong>de</strong> serem baseadas em compostos dispendiosos e<br />

nocivos como indutores e marcadores <strong>de</strong> resistência antimicrobiana, limitando o uso<br />

117


das BL nos âmbitos laboratorial e industrial. Construiu uma linhagem bacteriana<br />

mutante <strong>de</strong> L. lactis, no qual o gene HtrA foi inativado, capaz <strong>de</strong> evitar que proteínas<br />

heterólogas fossem <strong>de</strong>gradadas. Este artigo foi publicado na revista da ASM Applied<br />

and Environmental Microbiology.<br />

MIYOSHI, A. ; POQUET, I ; AZEVEDO, V. ; COMMISAIRE, J. ; BERMÚDEZ-<br />

HUMARAN, L ; DOMAKOVA, E. ; LE LOIR, Y. ; OLIVEIRA, S. C. ; GRUSS, A. ;<br />

LANGELLA, P.. Controlled production of stable heterologous proteins in Lactococcus<br />

lactis. Applied and Environmental Microbiology, USA, v. 68, n. 6, p. 3141-3146, 2002.<br />

CORTES-PEREZ, N. G. ; POQUET, I. ; OLIVEIRA, M. ; GRATADOUX, J. J. ;<br />

MADSEN, S. M. ; MIYOSHI, A. ; CORTHIER, G. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. ;<br />

BERMUDEZ-HUMARAN, L. G. Construction and characterization of a Lactococcus<br />

lactis strain <strong>de</strong>ficient in intracellular ClpP and extracellular HtrA proteases.<br />

Microbiology (New York), Inglaterra, v. 152, p. 2611-2618, 2006<br />

A receptora estava pronta, agora precisaríamos <strong>de</strong>senvolver o doador para<br />

termos um novo sistema <strong>de</strong> expressão. A idéia subjacente era usar um novo<br />

promotor ativado na presença <strong>de</strong> xilose em nossos vetores <strong>de</strong> expressão. Uma boa<br />

razão para construirmos esses vetores é gerar um produto que possa ser usado em<br />

aplicações comerciais e sobre o qual não necessitemos pagar royalties, ou, pelo<br />

contrário, possamos recebê-los. Nosso promotor tem a mesma eficácia e a mesma<br />

força do PnisA, o melhor e mais usado nos dias atuais. O artigo que <strong>de</strong>monstra o<br />

uso <strong>de</strong>sse novo instrumento, o qual <strong>de</strong>nominamos XIES (xylose-inducible expression<br />

system), foi publicado na revista “FEMS”. Publicamos também alguns trabalhos<br />

sobre sistemas <strong>de</strong> expressão em Bactérias lácticas que nos <strong>de</strong>ram embasamento<br />

para a construção do nosso sistema.<br />

NOUAILLE, S ; RIBEIRO, L. A. ; MIYOSHI, A. ; PONTES, D. S. ; LE LOIR, Y. ;<br />

OLIVEIRA, S. C. ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. . Heterologous protein production<br />

and <strong>de</strong>livery systems for Lactococcus lactis.. Genetics and Molecular Research, v. 2,<br />

n. 1, p. 102-111, 2003.<br />

118


DORELLA, F. A. ; MIYOSHI, A. ; PONTES, D. S. ; AZEVEDO, V. . Expressão e<br />

En<strong>de</strong>reçamento <strong>de</strong> proteínas heterólogas em Lactococcus lactis.. Revista <strong>de</strong><br />

<strong>Ciências</strong> Médicas e Biológicas, Salvador - BA, v. 2, n. 1, p. 123-132, 2003.<br />

Estamos começando uma nova fase, a <strong>de</strong> transformar nosso sistema XIES<br />

em sistema seguro para a alimentação, ou seja, “food-gra<strong>de</strong>”, substituindo o<br />

cloranfenicol pelos genes xylRAB responsáveis pelo transporte e metabolismo da<br />

xilose, para ser usado em linhagens industriais <strong>de</strong> L. lactis incapazes <strong>de</strong> metabolizar<br />

esse açúcar. Dessa forma, a presença do açúcar no meio <strong>de</strong> cultivo bacteriano<br />

favoreceria apenas o crescimento <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> BL, que contivessem o sistema<br />

XIES. Para melhor qualida<strong>de</strong> do produto final, uma linhagem htrA mutante <strong>de</strong> L.<br />

lactis <strong>de</strong>verá ser construída por meio <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> recombinação homóloga dupla,<br />

integrando, assim, os dois instrumentos genéticos <strong>de</strong>scritos. Pensamos também em<br />

adaptar o nosso sistema para ser usado em linhagens <strong>de</strong> Lactobacillus que<br />

possuam ativida<strong>de</strong>s probióticas. A linha <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> novos vetores será um<br />

dos “carros-chefes” do laboratório.<br />

Na tentativa <strong>de</strong> diminuir o estresse oxidativo que sofrem as BL durante os<br />

processos industriais, <strong>de</strong>cidimos construir uma linhagem <strong>de</strong> L. lactis, anaeróbia<br />

facultativa, que suportasse melhor os efeitos do oxigênio sobre seu crescimento e<br />

sobrevida. Essa característica abre também portas para novas utilizações<br />

terapêuticas <strong>de</strong>ssas bactérias e, neste caso, po<strong>de</strong>riam ser utilizadas como veículos<br />

carreadores <strong>de</strong> nutracêuticos anti-oxidantes para <strong>de</strong>struir os radicais livres<br />

produzidos em radioterapias. O projeto <strong>de</strong> clonar uma catalase em L. lactis foi<br />

inspirado pelo meu colega <strong>de</strong> doutorado, Patrick Duwat, infelizmente falecido em<br />

1999 <strong>de</strong> câncer, e nossa equipe tem se <strong>de</strong>dicado aos estudos <strong>de</strong>ssa sua idéia<br />

inicial. A proteção da mucosa intestinal por bactérias probióticas, criadas,<br />

artificialmente, para melhorar o <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong> pacientes tratados com radio ou<br />

quimioterapia, e a custo reduzido, seria um avanço terapêutico importante.<br />

Acreditamos que o efeito protetor <strong>de</strong>ssas bactérias será diretamente nas mucosas e<br />

na microflora intestinal, evitando distúrbios no trânsito intestinal, reduzindo o risco <strong>de</strong><br />

infecção e, conseqüentemente, o uso <strong>de</strong> antibióticos.<br />

Para entrarmos neste mundo complexo, que constitui o estresse oxidativo das<br />

BL, estudamos e publicamos uma revisão a cerca do estresse oxidativo em L. lactis<br />

na revista Genetics and Molecular Research. Em seguida, clonamos e expressamos<br />

119


uma catalase heteróloga em L. Lactis, conferindo alta resistência ao estresse<br />

oxidativo. A próxima etapa <strong>de</strong>sse projeto foi a <strong>de</strong> testarmos in vivo, usando<br />

camundongos que sofreram tratamento químico, a indução <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> intestino.<br />

Após ingerirem as nossas linhagens, ou seja, as nossas bactérias probióticas,<br />

tiveram menor extensão <strong>de</strong> lesões e inflamações, po<strong>de</strong>ndo ser usadas para prevenir<br />

o surgimento <strong>de</strong> tumores. Estamos concentrando gran<strong>de</strong>s esforços em estudos <strong>de</strong><br />

transferência das nossas construções para bactérias lácticas colonizadoras do<br />

intestino com proprieda<strong>de</strong>s probióticas intrínsecas antiinflamatórias. Este trabalho<br />

teve uma excelente repercussão, sabendo-se que as IBD (Doenças Inflamatórias do<br />

Intestino) estão crescendo em países industrializados e, por esse motivo, fomos<br />

convidados para redigir um trabalho <strong>de</strong> síntese da nossa re<strong>de</strong> franco-argentina-<br />

brasileira.<br />

MIYOSHI, A. ; ROCHAT, T. ; GRATADOUX, J. J. ; LE LOIR, Y. ; OLIVEIRA, S. C. ;<br />

LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. . Oxidative stress in Lactococcus lactis. Genetics And<br />

Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 2, n. 4, p. 348-359, 2003.<br />

ROCHAT, T. ; MIYOSHI, A. ; GRATADOUX, J. J. ; DUWAT, P. ; SOURICE, S. ;<br />

GRUSS, A. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. . High-level resistance to oxidative<br />

stress in Lactococcus lactis confered by Bacillus subtilis catalase KatE.. Microbiology<br />

(New York), Inglaterra, v. 151, n. 9, p. 3011-3018, 2005.<br />

DE MORENO DE LEBLANC, A. ; LEBLANC JG. ; PERDIGÓN G. ; MIYOSHI, A. ;<br />

LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. ; SESMA, F. . Oral administration of a catalaseproducing<br />

Lactococcus lactis can prevent a chemically induced colon cancer in mice.<br />

Journal of Medical Microbiology, v. 57, p. 100-105, 2008.<br />

LEBLANC, J. G. ; DE MORENO DE LEBLANC, A. ; PERDIGON, G. ; MIYOSHI, A. ;<br />

ROCHAT, T ; BERMUDEZ-HUMARAN, L. ; LANGELLA, P. ; SESMA, F. ;<br />

AZEVEDO, V. . Anti-inflammatory Properties of Lactic Acid Bacteria: Current<br />

Knowledge, Applications and Prospects. Anti-Infective Agents in Medicinal<br />

Chemistry, v. 7, p. 148-154, 2008.<br />

120


Tivemos alguns insights sobre a idéia <strong>de</strong> clonar e expressar genes inibidores<br />

<strong>de</strong> fungos e bactérias patogênicas em L. lactis. Nossa linha <strong>de</strong> raciocínio se apóia na<br />

construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> BL, bactérias estas que são inócuas, “Food-gra<strong>de</strong>”, que<br />

produzam agentes inibidores, antimicrobianos. Assim, queijos e iogurtes po<strong>de</strong>riam,<br />

por si, aumentar seu tempo <strong>de</strong> vida útil para consumo; po<strong>de</strong>riam ser administrados<br />

como medicamentos, por exemplo, em casos <strong>de</strong> diarréias agudas ou protraídas;<br />

po<strong>de</strong>riam inibir o crescimento <strong>de</strong> bactérias patogênicas, fungos e leveduras, enfim,<br />

possibilida<strong>de</strong>s infinitas e fascinantes se <strong>de</strong>scortinam com novo conceito das BL que<br />

<strong>de</strong>sejamos implantar. Essa linha ainda está em “fase embrionária” e, do primeiro<br />

trabalho, ainda não obtivemos resultados.<br />

FREITAS, D. A ; LECLERQ, S ; MIYOSHI, A. ; OLIVEIRA, S. C. ; SOMMER, P ; A,<br />

CORREA JR., ; RODRIGUES, L ; GAUTIER, M ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. ; LE<br />

LOIR, Y. . Secretion of Streptomyces tendae antifungal protein 1 in Lactococcus<br />

lactis.. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Ribeirão Preto, v. 38, n.<br />

11, p. 1585-1592, 2005<br />

A outra doutora, que se <strong>de</strong>dica ao projeto CAPES-COFECUB, é Valéria D.<br />

Guimarães, e tem como objetivo construir linhagens <strong>de</strong> L. lactis capazes <strong>de</strong> invadir<br />

células do epitélio do intestino dos seus hospe<strong>de</strong>iros, constituindo novos vetores <strong>de</strong><br />

apresentação <strong>de</strong> proteínas heterólogas ou vacinas <strong>de</strong> DNA Vale salientar, aqui,<br />

alimentos-medicamentos ou alimentos-vacinas. A idéia surgiu durante a<br />

apresentação do Dr. Sérgio Arruda, em 1995, <strong>de</strong> seu trabalho realizado no<br />

laboratório do Dr. Lee Riley da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> da Califórnia, Estados Unidos, on<strong>de</strong> a<br />

clonagem do gene mce1 da Mycobacterium tuberculosis em E. coli possibilitou<br />

estudos <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> células <strong>de</strong> mamíferos. Os resultados <strong>de</strong>sse trabalho foram<br />

publicados na revista Science e o Dr. Sérgio Arruda ganhou o prêmio <strong>de</strong> jovem<br />

pesquisador da SBBq. Muito entusiasmado por esse trabalho, clonei esse gene em<br />

meu laboratório, pensando expressá-lo em B. subtilis e usá-lo como vetor vacinal,<br />

em princípio. Pensei em cloná-lo em fusão transcricional com genes que formam o<br />

envoltório do esporo. Usaríamos o esporo como veículo vacinal e, como havia<br />

começado a trabalhar com L. lactis, resolvemos, então, clonar nesse organismo.<br />

Tentamos durante mais <strong>de</strong> seis meses clonar e expressar, sem êxito. Em um dos<br />

congressos brasileiros <strong>de</strong> Microbiologia, em conversa com o Dr. Lee sobre sua<br />

121


experiência com aquele gene, informou-me da dificulda<strong>de</strong> para expressá-lo, só<br />

conseguindo após várias modificações estruturais.<br />

Já tínhamos alternativas, entretanto não <strong>de</strong>veríamos concentrar todos os<br />

nossos esforços em um só gene e resolvemos clonar também o gene inlA <strong>de</strong> Listeria<br />

monocytogenes, que codifica uma internalina, proteína <strong>de</strong> superfície, e a sua<br />

interação com as células epiteliais do hospe<strong>de</strong>iro permite a invasão daquele<br />

patógeno. Neste projeto, o nosso grupo estabeleceu colaboração com o grupo <strong>de</strong><br />

pesquisa da Dra. Pascale Cossart do Institut Pasteur. Foi a Dra. Cossart quem isolou<br />

o gene inlA e tem todos os testes estabelecidos para avaliar a capacida<strong>de</strong> invasiva<br />

<strong>de</strong> bactérias in vitro e in vivo. Conseguimos construir uma L. lactis invasiva, capaz <strong>de</strong><br />

levar proteínas ao citoplasma ou vetores <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA para o núcleo das<br />

células, que já foram capazes <strong>de</strong> expressar proteínas repórter in vitro e in vivo.<br />

Este trabalho iria alimentar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas nessa linha.<br />

Preten<strong>de</strong>mos integrar inlA da listeria no cromossomo da L. lactis para que se adquira<br />

maior estabilida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>nominei esta nova linhagem que iremos construir <strong>de</strong> universal.<br />

Também construímos um novo vetor <strong>de</strong> vacina <strong>de</strong> DNA e <strong>de</strong>monstramos que L.<br />

lactis é capaz <strong>de</strong> apresentá-lo a células epiteliais.<br />

GUIMARÃES, V. D. ; GABRIEL, J. E. ; LEFÉVRE, F. ; CABANES, D. ; GRUSS, A. ;<br />

COSSART, P. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. . Internalin-expressing Lactococcus<br />

lactis is able to inva<strong>de</strong> small intestine of guinea pigs and <strong>de</strong>liver DNA into<br />

mammalian epithelial cells. Microbes and Infection, França ., v. 7, n. 5-6, p. 836-844,<br />

2005.<br />

GABRIEL, J. E. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. . Lactococcus lactis strains<br />

ectopically express the internalin-A protein from Listeria monocytogenes un<strong>de</strong>r the<br />

bacterial septum region. Estudos <strong>de</strong> Biologia, v. 28, p. 111-113, 2006.<br />

GUIMARÃES, V. D. ; INNOCENTIN, S. ; LEFEVRE, F. ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO,<br />

V. ; MIYOSHI, A.. A new plasmid vector for DNA vaccine <strong>de</strong>livery using lactococci..<br />

Plasmid, 2008.<br />

122


GUIMARÃES, V. D. ; INNOCENTIN, S ; LEFREVE, F. ; AZEVEDO, V. ; WAL, J.m. ;<br />

LANGELLA, P. ; CHATEL, J.m. . Use of native lactococci as vehicles for <strong>de</strong>livery of<br />

DNA into mammalian epithelial cells. Applied and Environmental Microbiology,<br />

Washington, v. 72, n. 10, p. 7091-7097, 2006.<br />

INNOCENTIN, S. ; GUIMARÃES, V. D. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. ; CHATEL,<br />

J. ; LEFEVRE, F. . Use of recombinant lactococci expressing Staphylococcus aureus<br />

Fibronectin-Binding Protein A as plasmid <strong>de</strong>livery vectors in mammalian epithelial<br />

cells. Applied and Environmental Microbiology, 2008.<br />

Em nossa colaboração, também expressamos um dos alergênicos mais<br />

importantes do leite para crianças, beta-lactoglobulina (Blg), e que constitui um<br />

excelente mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudos das alergias humanas. Construímos diferentes L.<br />

Lactis que expressam esses alergenos em diferentes localizações celulares, as<br />

quais estão em fase <strong>de</strong> teste em camundongos para verificar se existe uma indução<br />

<strong>de</strong> tolerância. Expressamos, recentemente, também IL-10 murina que está sendo<br />

usada em mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> modulação da asma pelo Prof. Sérgio Costa Oliveira.<br />

NOUAILLE, S; BERMÚDEZ-HUMARÁN, L.g. ; ADEL-PATIENT, K. ; COMMISSAIRE,<br />

J. ; GRUSS, A. ; WAL, J.m. ; AZEVEDO, V. ; LANGELLA, P. ; CHATEL, J.m. .<br />

Improvement of bovine ss-lactoglobulin production and secretion by Lactococcus<br />

lactis.. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Ribeirão Preto, v. 38, n.<br />

3, p. 353-359, 2005.<br />

HAZEBROUCK, S.; POTHELUNE, L.; AZEVEDO, V.; CORTHIER, G.; WAL, J. M.;<br />

LANGELLA, P..Efficient production and secretion of bovine beta-lactoglobulin by<br />

Lactobacillus casei. Microb Cell Factories, 6:6-12, 2007.<br />

O último trabalho <strong>de</strong> nossa linha, sobre o qual quero comentar, foi aquele que<br />

<strong>de</strong>senvolvemos com o Dr. Yves Le Loir, colega <strong>de</strong> doutorado e um dos gran<strong>de</strong>s<br />

colaboradores. Este foi um estudo <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> genoma, para o qual<br />

realizamos investigações in silico e na bancada <strong>de</strong> quatro genomas <strong>de</strong> BL. Neste<br />

momento, estamos usando essa tecnologia para a estudarmos em C.<br />

pseudotuberculosis e C. Dipheteriae, em nosso laboratório.<br />

123


BEN-ZAKOUR, N. ; GRIMALDI, C. ; GAUTIER, M. ; LANGELLA, P. ; AZEVEDO, V. ;<br />

MAGUIN, E. ; LE LOIR, Y. . Testing whole genome PCR scanning approach of<br />

genomic variability in lactic acid bacteria, while handling genomes of four different<br />

species.. Research in Microbiology (Paris), França, v. 156, n. 8, p. 20-25, 2005.<br />

Termino este capítulo comentando sobre um artigo <strong>de</strong> revisão que chamo <strong>de</strong><br />

“comemorativo”. Todos os projetos <strong>de</strong>senvolvidos e os resultados das clonagens e<br />

expressão <strong>de</strong> proteínas heterólogas em L. lactis, entre 1999 e 2005, são produtos da<br />

colaboração dos dois projetos CAPES/COFECUB.<br />

LE LOIR, Y. ; AZEVEDO, V. ; OLIVEIRA, S. C. ; FREITAS, D. A. ; MIYOSHI, A. ;<br />

BERMUDEZ-HUMARAN, L. G. ; NOUAILLE, S. ; RIBEIRO, L. A. ; LECLERCQ, S. ;<br />

GABRIEL, J. E. ; GUIMARÃES, V. D. ; OLIVEIRA, M. N. ; CHARLIER, C ; GAUTIER,<br />

M. ; LANGELLA, P. Protein secretion in Lactococcus lactis: an efficient way to<br />

increase the overall heterologous protein production. Microbial Cell Factories,<br />

Inglaterra, v. 04, n. 4, p. 1-13, 2005.<br />

124


IV. 5 Colaborações Científicas<br />

IV. 5.1 Colaborações científicas nacionais<br />

“Sem amigos ninguém escolheria viver, mesmo que possuísse todos os <strong>de</strong>mais<br />

bens; consi<strong>de</strong>ra-se que até os homens ricos e aqueles que ocupam altos cargos e<br />

posições <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> precisam <strong>de</strong> amigos, ainda mais que todos, pois qual é<br />

autilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal prosperida<strong>de</strong> sem a oportunida<strong>de</strong> da beneficiência, exercida<br />

principalmente, e do modo mais louvável, em relação aos amigos?? [...] Porém a<br />

amiza<strong>de</strong> não é apenas útil, ela também é nobre; pois elogiamos aqueles que amam<br />

seus amigos e ter amigos é consi<strong>de</strong>rado algo valioso; pensamos que são as<br />

mesmas pessoas que são homens bons e são amigos”.<br />

Aristóteles<br />

A minha carreira acadêmica é marcada por profícuas e duradouras<br />

colaborações. Tenho convicção que as colaborações <strong>de</strong>vem ser marcadas pela<br />

ética, tem que ser verda<strong>de</strong>ira e todas as informações <strong>de</strong>vem ser compartilhadas.<br />

Antes do meu ingresso na UFMG tenho muito a agra<strong>de</strong>cer aos meus orientadores<br />

Stanislav Dusko Ehrlich, Pascale Serror e a todo os pesquisadores do Laboratório<br />

<strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, colaboro até hoje com vários <strong>de</strong>les e os citarei mais<br />

adiante.<br />

Durante todos estes anos <strong>de</strong> UFMG muitos colaboradores foram marcantes<br />

durante a minha trajetória científica. No ICB expresso a minha gratidão aos primeiros<br />

que colaboraram comigo que foram os Professores Sérgio Danilo Junho Pena,<br />

Carlos Alberto Pereira Tavares, Alfredo Miranda <strong>de</strong> Goes e Alan <strong>de</strong> Melo. Tenho a<br />

intenção <strong>de</strong> listar todos os meus colaboradores atuais, entretanto se faltar algum é<br />

por excesso <strong>de</strong> trabalho que me levou a esta falha, mais meus agra<strong>de</strong>cimentos a<br />

eles são reais. Citarei somente uma vez mesmo que estejamos interagindo nas duas<br />

linhas principais que estamos <strong>de</strong>senvolvendo no nosso laboratório.<br />

125


IV. 5.1.1 Brucella abortus<br />

Meu colega e amigo há 27 anos, o Dr. Sergio Costa Oliveira, Professor Titular<br />

do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia do ICB/UFMG, temos uma<br />

colaboração intensa nos últimos doze anos.<br />

O Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi, professor Adjunto II do Departamento <strong>de</strong> Biologia<br />

Geral do ICB/UFMG e vice-chefe do LGCM. O Prof. An<strong>de</strong>rson trabalha comigo há 11<br />

anos e esta envolvido em todos os projetos.<br />

O Dr. Mohammad Owais da “Interdisciplinary Biotechnology Unit, Aligarh<br />

Muslim University”, Índia.<br />

Estamos trabalhando juntos há dois anos e já começamos as primeiras<br />

publicações. O nosso interesse nesta linha com este patógeno é <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

trabalhos <strong>de</strong> imunobiologia e patogênese da infecção causada por esta bactéria<br />

intracelular.<br />

IV. 5.1.2 Schistosoma mansoni<br />

Nesta linha da pesquisa, trabalhamos com Prof. Alfredo Goes do<br />

Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologiado do ICB/UFMG, Prof. Alan <strong>de</strong> Melo do<br />

Departamento <strong>de</strong> Parasitologia do ICB/UFMG, Dr. Paulo Marcos Zech Coelho,<br />

Pesquisador Titular do Centro <strong>de</strong> Pesquisa Renné Rachou (FIOCRUZ) e membros<br />

da Re<strong>de</strong> Genoma <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> que os citarei mais adiante. O nosso interesse<br />

são estudos genômicos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas. Saliento que<br />

estamos terminando os trabalhos com este organismo.<br />

IV. 5.1.3 Corynebacterium pseudotuberculosis<br />

Fazemos uso da genômica estrutural, funcional e comparativa e<br />

epi<strong>de</strong>miologia molecular para tentar buscar respostas que possam contribuir para<br />

erradicar esta doença. Neste contexto, trabalhamos com as seguintes instituições e<br />

pesquisadores mencionados a seguir.<br />

126


IV. 5.1.3.1 UFMG<br />

Dra. Gloria Regina Franco (ICB/UFMG)<br />

Dr. Adriano Monteiro <strong>de</strong> Castro Pimenta (ICB/UFMG)<br />

Dra. Aurora Maria Guimarães Gouveia (GEPOC/ EMV/UFMG)<br />

Dr. Andrey Lage (GEPOC/ EMV/UFMG)<br />

Dr. Marcos Bryan (GEPOC/ EMV/UFMG)<br />

IV. 5.1.3.2 UFBA<br />

Dr. Roberto Meyer Nascimento (ICS/UFBA), A equipe do Dr. Roberto Meyer é<br />

a mais importante do Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> a Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa tem gran<strong>de</strong> importância<br />

sócio-econômica.<br />

Dr. Ricardo Wagner Dias Portela (ICS/UFBA), foi aluno <strong>de</strong> doutorado da Pósgraduação<br />

<strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia e por indicação nossa foi fazer concurso na<br />

Bahia e hoje é professor adjunto.<br />

IV. 5.1.4.Outras corinebactérias<br />

IV. 5.1.4.1 UERJ<br />

Dra. Ana Luiza <strong>de</strong> Mattos Guaraldi<br />

Dr. Raphael Hirata Junior<br />

Começamos a nossa colaboração em 2007. O grupo <strong>de</strong>stes pesquisadores<br />

tem gran<strong>de</strong> experiência em trabalhos com bacterioses. Já publicamos o nosso<br />

primeiro trabalho que caracterizou a linhagemd e Corynebacterium ulcerans que<br />

iremos começar a sequenciar ainda este ano.<br />

127


IV. 5.1.5 Re<strong>de</strong> Genoma <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (RGMG)<br />

Fizemos o transcriptoma <strong>de</strong> S. mansoni e atualmente estamos sequenciando<br />

o genoma e o transcriptoma da C. pseudotuberculosis e aprovamos um projeto para<br />

sequenciarmos C. ulcerans.<br />

Os coor<strong>de</strong>nadores dos grupos que participantes <strong>de</strong>stes projetos estão<br />

listados na Tabela 1.<br />

Coor<strong>de</strong>nador do grupo<br />

Guilherme Oliveira<br />

Glória Regina Franco<br />

Ieso Castro<br />

Vasco Azevedo<br />

Luiz Goulart<br />

Fabrício Santos<br />

Luciano Paiva<br />

José Miguel Ortega<br />

Sergio Brommonschenkel <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Viçosa<br />

Santuza Teixeira<br />

Instituição <strong>de</strong> Origem<br />

Centro <strong>de</strong> Pesquisas René Rachou FIOCRUZ<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Uberlândia<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Lavras<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

Tabela 1. Coor<strong>de</strong>nadores participantes da RGMG e respectivas instituições <strong>de</strong> origem.<br />

IV. 5.1.6 Re<strong>de</strong> Paraense <strong>de</strong> Genoma e Proteômica (RPGP)<br />

Prof. Dr. Artur Silva (coor<strong>de</strong>nador)<br />

Aprovamos um PROCAD entre as nossas pós-graduações e conseguimos<br />

estabelecer uma colaboração entre as duas re<strong>de</strong>s.<br />

128


IV. 5.1.7 Bactérias lácticas<br />

No Brasil temos colaboração com os seguintes pesquisadores:<br />

• Professor Célio Lopes Silva da USP <strong>de</strong> Ribeirão Preto. Ele esta com uma<br />

aluna <strong>de</strong> mestrado nossa a Marcela Santiago Pacheco <strong>de</strong> Azevedo, que esta<br />

fazendo imunizações com linhagens <strong>de</strong> Lactococcus que expressam HSP65<br />

<strong>de</strong> Mycobacterium leprae.<br />

• Professor Wan<strong>de</strong>rley Dias da Silveira da UNICAMP, temos um trabalho em<br />

colaboração para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina contra a Shiguelose. A<br />

parte <strong>de</strong> clonagem e expressão do gene ipaC está sendo realizado no nosso<br />

laboratório pela sua aluna <strong>de</strong> doutorado Cristiane Mobilon.<br />

Assim, o LGCM-ICB/UFMG tem histórico no <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

implementação <strong>de</strong> novas utilizações das BL, com amplo conhecimento e experiência<br />

no âmbito <strong>de</strong> clonagem e expressão <strong>de</strong> proteínas heterólogas. Atualmente, nosso<br />

laboratório vem estabelecendo diversas colaborações com grupos nacionais e<br />

estrangeiros os quais tem interesse em testar o sistema XIES.<br />

IV. 5.2 Colaborações internacionais<br />

IV. 5.2.1 Austrália<br />

Robert Moore, CSIRO Livestock Industries, Australian Animal Health<br />

Laboratory (AAHL), Private Bag 24, Geelong, Victoria 3220, Australia.<br />

Temos estabelecido uma colaboração que nos permite a troca <strong>de</strong> material<br />

biológico e escrevemos um projeto que permitirá a troca <strong>de</strong> estudantes e que<br />

começara no ano <strong>de</strong> 2009.<br />

129


IV. 5.2.2 Israel<br />

Nahum Y Shpigel The Koret School of Veterinary Medicine, Faculty of<br />

Agriculture, The Hebrew University of Jerusalem, POB 12, Rehovot 76100, Israel;<br />

and Molecular Genetics and Biotechnology, Faculty of Medicine, The Hebrew<br />

University of Jerusalem, POB 12272 Jerusalem 91120, Israel.<br />

Estamos fazendo um estudo <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miologia molecular entre em linhagens<br />

isoladas em Israel e no Brasil. A C. pseudotuberculosis em Israel atinge mais os<br />

bovinos e causa mastite e no Brasil atinge mais caprinos e ovinos e causa a<br />

linfa<strong>de</strong>nite caseosa. Estamos estudando as diferenças moleculares entre estas<br />

linhagens com o objetivo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> fenômeno.<br />

IV. 5.2.3 Inglaterra<br />

Christopher G Dowson,. Department of Biological Sciences, Warwick<br />

University, Coventry, CV4 7AL, UK.<br />

Estamos trabalhando com epi<strong>de</strong>miologia molecular com o método <strong>de</strong> MLST (Multi<br />

Locus Sequencing Type), este trabalho será pioneiro na área. O meu aluno <strong>de</strong><br />

doutorado Luis Pacheco esta indo fazer um doutorado “sandwich” em agosto no seu<br />

grupo.<br />

IV. 5.2.4 Alemanha<br />

Andreas Tauch. Institute for Genome Research and Systems BiologyCenter<br />

for Biotechnology (CeBiTec), Bielefeld University Universitaetsstrasse 25, D-33615<br />

Bielefeld, Germany.<br />

Enviei no ano passado o aluno <strong>de</strong> doutorado Francisco Lobo que co-oriento<br />

para o seu <strong>Instituto</strong>. Recentemente fui convidado pelo Dr. Tauch para ser membro<br />

do corpo <strong>de</strong> assessores internacionais <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> projeto. Pela importância do<br />

convite, que eu fiquei extremamente lisonjeado, transcrevo a carta convite na sua<br />

integra abaixo.<br />

130


“Dear Vasco,<br />

This e-mail is to invite you to participate in a multi-genome project that I would like to<br />

initiate in near future: The Corynebacterium Genome Initiative (CGI). This project will<br />

be carried out at the Center for Biotechnology of Bielefeld University. The aim of this<br />

initiative is to sequence the type strains of all (approx. 70) validly published species<br />

from the genus Corynebacterium by means of the GS FLX technology from Roche<br />

Applied Science. We intend to sequence the genomes up to 25X, so that finishing will<br />

be possible later if the genome is of further interest. This comprehensive data set<br />

should in principle provi<strong>de</strong> a profound basis for both comparative and functional<br />

genomics within the genus Corynebacterium. This is an ambitious work and we do<br />

not have the respective funding yet, but we have support to start with sequencing of<br />

four more species (C. amycolatum, C. atypicum, C. coyleae, and C. resistens) to<br />

optimize the sequencing pipeline and the automated annotation, and to <strong>de</strong>velop<br />

databases for storage and comparative data analysis. It is very likely that we can<br />

sequence more genomes (20-30) as soon as the next GS FLX generation will<br />

become available in 2009. Currently, I am <strong>de</strong>veloping some kind of administrative<br />

infrastructure for this initiative with the aim to establish an International Advisory<br />

Board, in addition to the Local Scientific Committee (3 people from CeBiTec). I would<br />

like to invite you to become a member of this International Advisory Board that<br />

should consist of three leading specialists in corynebacterial microbiology, genetics<br />

and genomics. Marcus Droege from Roche Applied Science has agreed already to<br />

participate, and your expertise would greatly fit into our initiative. At the moment the<br />

role of this board is not clearly <strong>de</strong>fined, but it will be limited most likely to supervision<br />

of the project progress and data evaluation by proof-reading related publications and<br />

papers. I hope very much that you can participate in this project. Looking forward to<br />

hearing from you. Best wishes,<br />

Andréas<br />

PD Dr. Andreas Tauch Institute for Genome Research and Systems Biology<br />

Center for Biotechnology (CeBiTec), Bielefeld University Universitaetsstrasse 25, D-<br />

33615 Bielefeld, Germany Tel+49521106-5605 Fax +49 521 106-5626”<br />

131


IV. 5.2.5 França<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação internacional tiveram início em 1998 através <strong>de</strong><br />

estreita colaboração internacional com pesquisadores franceses, tendo todos<br />

comprovada experiência internacional em genética aplicada às Bactéria Lácticas.<br />

Des<strong>de</strong> então a colaboração vem sendo um sucesso com a publicação <strong>de</strong> artigos em<br />

revistas internacionais in<strong>de</strong>xadas, o que acarretou no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

projeto CAPES/COFECUB durante os anos <strong>de</strong> 2000 a 2004, intitulado<br />

“Desenvolvimento <strong>de</strong> vacinas orais vivas contra a brucelose utilizando linhagens <strong>de</strong><br />

bactérias lácticas recombinantes produtoras <strong>de</strong> antígenos da Brucella abortus”,<br />

número 319-00/II (CAPES). Atualmente, a colaboração entre nosso laboratório<br />

(LGCM) e a equipe francesa foi prorrogada após a aprovação do segundo projeto<br />

CAPES/COFECUB com duração <strong>de</strong> 2006 a 2010, intitulado “Bactérias lácticas para<br />

lutar contra patógenos: do controle <strong>de</strong> ecossistemas complexos às vacinas vivas”,<br />

número 539/06 (CAPES). As colaborações estão citadas a seguir.<br />

Os pesquisadores franceses que trabalhamos estão em dois centros do INRA<br />

(similar a nossa EMBRAPA).<br />

• Centro INRA <strong>de</strong> Jouy-en-Josas (on<strong>de</strong> fiz meu mestrado e doutorado)<br />

Laboratório <strong>de</strong> Ecologia Microbiana e Fisiologia do tubo digestivo.<br />

• Dr. Philippe Langella e os membros da sua equipe Jean-Marc Chatel e Luis<br />

Bermu<strong>de</strong>z.<br />

• Laboratório <strong>de</strong> Genética Microbiena<br />

Dra. Emanuelle Maguin e Dr. Maarten Van <strong>de</strong> Guchte<br />

• Centro INRA-Rennes<br />

• Dr. Yves Le Loir<br />

132


IV. 5.2.6 Argentina<br />

Outra colaboração internacional é aquele que está sendo <strong>de</strong>senvolvido em<br />

colaboração com a Argentina, cooperação entre o nosso Laboratório (LGCM), o<br />

Centro Brasil-Argentino <strong>de</strong> Biotecnologia (CBAB) e o Centro <strong>de</strong> Referência para<br />

Lactobacilos (CERELA) no projeto “Construção <strong>de</strong> um sistema food-gra<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão gênica e en<strong>de</strong>reçamento protéico para Lactococcus lactis e outras<br />

bactéria lácticas” (CNPq - número do processo 400697/2004-1). Aprovamos um<br />

segundo projeto “Ativida<strong>de</strong> anti-inflamatória <strong>de</strong> bactérias lácticas produtoras <strong>de</strong><br />

enzimas antioxidantes em mo<strong>de</strong>lo animal para a prevenção <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo e<br />

enfermida<strong>de</strong>s inflamatórias do intestino” (490309/2007-0) Os seguintes doutores Dr.<br />

Fernando Sesma, Jean-Guy Leblanc e a Dra. Gabriela Perdignon do CERELA<br />

trabalham conosco.<br />

Na Argentina também ganhamos um CAPES_SECyt em colaboração com a<br />

Dra. Liliana Semorile, Axel Hollmann e Lucrecia Delferico da Universidad National <strong>de</strong><br />

Quilmes.<br />

IV. 5.2.7 Uruguai<br />

No Uruguai temos uma colaboração com o Dr. Pablo Zunino do Laboratório<br />

<strong>de</strong> Microbiologia (LM), <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Investigaciones Biológicas Clemente Estable,<br />

(Uruguai). Recentemente publicamos um artigo on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvemos uma vacian<br />

contra a cistite por Proteus mirabilis com a sua aluna <strong>de</strong> doutorado Paola Scavone<br />

que fez toda a clonagem e expressão dos antígenos no nosso laboratório.<br />

133


IV. 6. Avaliação das Publicações Geradas<br />

“A ciência é a tentativa <strong>de</strong> fazer com que a diversida<strong>de</strong> caótica da nossa<br />

experiência sensível corresponda a um sistema lógico uniforme <strong>de</strong> pensamento.”<br />

Einstein<br />

Para avaliar publicações <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada área, é preciso levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração aspectos relacionados a volume, regularida<strong>de</strong> dos trabalhos<br />

publicados em <strong>de</strong>terminado período, grau <strong>de</strong> impacto e a repercussão do periódico,<br />

ou seja, se ele é publicado local, nacional ou internacionalmente. Consi<strong>de</strong>rando meu<br />

ingresso no mestrado no ano <strong>de</strong> 1998 até os dias atuais, foram transcorridos 20<br />

anos da minha vida acadêmica. Até o momento, publiquei 86 artigos, o que<br />

representa em média 4,3 artigos/ano. Como na maioria das agências <strong>de</strong> fomento<br />

somos avaliados por triênio. Faço uma avaliação entre 2006 e 2008, ou seja, nos<br />

últimos 2 anos e meio, publiquei 29 artigos, o que resulta em uma média <strong>de</strong> 11,6<br />

artigos/ano. Nesse período, publiquei 12 artigos como autor principal; no comitê em<br />

que sou bolsista do CNPq, para me tornar pesquisador 1A, são necessários 10<br />

artigos em 5 anos. As razões do aumento da minha produção estão vinculadas às<br />

minhas colaborações, ao aumento do meu grupo, aos recursos regulares que venho<br />

recebendo nos últimos anos e à minha maturida<strong>de</strong> científica.<br />

IV. 6.1 Artigos científicos<br />

Para fazer uma avaliação qualitativa dos 86 artigos que publiquei durante a<br />

minha carreira científica, inicialmente, utilizarei o fator <strong>de</strong> impacto (Tabela 2). O fator<br />

<strong>de</strong> impacto é o índice <strong>de</strong>terminado pela Science Citation In<strong>de</strong>x (SCI), que vem sendo<br />

usado como principal parâmetro para <strong>de</strong>terminar a qualida<strong>de</strong> da produção científica<br />

pela CAPES, CNPq e <strong>de</strong>mais agências <strong>de</strong> fomento ligadas à pesquisa científica. O<br />

fator <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado periódico é calculado pela divisão do número <strong>de</strong><br />

citações em outros periódicos dos seus artigos publicados, no período <strong>de</strong> dois anos,<br />

pelo número <strong>de</strong> seus artigos publicados nesse período.<br />

134


Na área <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, Journal of Bacteriology é<br />

consi<strong>de</strong>rada a melhor revista da área, com fator <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> 4,0. Na última<br />

reunião <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> Pós-graduação na área <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas I, que<br />

aconteceu nos dias 23 e 24 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>ste ano, da qual eu participei como<br />

Coor<strong>de</strong>nador do Programa <strong>de</strong> Genética da UFMG, ainda não tinha sido calculado o<br />

fator <strong>de</strong> impacto da mediana da área Genética, mas foi dito que ficaria entre 1,5 e 2.<br />

Des<strong>de</strong> o meu primeiro artigo em 1993 até os dias <strong>de</strong> hoje (Figura 2) publiquei<br />

62% em revistas com fator <strong>de</strong> impacto igual ou superior a 2, dos quais 18% foram<br />

em revistas com fator <strong>de</strong> impacto igual ou superior a 4. Fiz uma avaliação dos<br />

últimos dois anos e meio, ou seja <strong>de</strong> 2006 até julho <strong>de</strong> 2008 (Figura 3), período que<br />

assumi várias ativida<strong>de</strong>s administrativas e não houve gran<strong>de</strong>s mudanças. Houve<br />

uma ascensão <strong>de</strong> 0,5% (62,5%) em revistas com fator <strong>de</strong> impacto igual ou superior a<br />

2 e superior a 4, uma ligeira queda <strong>de</strong> 1,3% (16,7%).<br />

Outra análise realizada foi a comparação entre o número <strong>de</strong> publicações em<br />

periódicos nacionais e em periódicos internacionais, apresentado na Figura 4. Dos<br />

86 artigos, 30 (35%) foram publicados em periódicos <strong>de</strong> abrangência nacional,<br />

enquanto 56 (65%) artigos foram publicados em periódicos <strong>de</strong> circulação<br />

internacional. Esses números <strong>de</strong>monstram a nossa preocupação em publicar os<br />

dados resultantes da pesquisa científica <strong>de</strong>senvolvida em nosso laboratório em<br />

periódicos <strong>de</strong> relevância internacional. Não obstante, não se <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar<br />

os periódicos nacionais, os quais iriam <strong>de</strong>saparecer se os próprios cientistas do país<br />

não publicassem nelas. Como editor <strong>de</strong> três <strong>de</strong>las tenho a responsabilida<strong>de</strong> também<br />

<strong>de</strong> publicar nestas revistas.<br />

Convicto <strong>de</strong> que a pesquisa não só é, mas <strong>de</strong>ve ser multidisciplinar, a qual<br />

<strong>de</strong>ve proporcionar intercâmbio informacional e <strong>de</strong> conhecimento entre instituições e<br />

seus pesquisadores, sabe-se que um pesquisador e seus resultados só po<strong>de</strong>m ser<br />

conhecidos e reconhecidos por seus pares por meio <strong>de</strong> suas publicações, que<br />

constituem seu produto final.<br />

135


Tabela 2: Fator <strong>de</strong> impacto das publicações<br />

Periódico / Volume / Ano<br />

Fator <strong>de</strong> impacto<br />

(JCR 2007)<br />

1. Ciência Veterinária nos Trópicos, v.11, p.126-129, 2008 Não avaliado<br />

2. Anti-Infective agents in Medicinal Chemistry, v.7, p.148-154,<br />

2008<br />

4,944<br />

3. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, v.103, p.396-400,<br />

2008<br />

1,225<br />

4. Pharmaceutical Research, no prelo, publicado online (DOI: 3,441<br />

10.1007/s11095-008-9631-2), 2008<br />

5. Microbes and Infection, v. 1, p. 1-8, 2008 2,523<br />

6. Journal of Medical Microbiology, v. 57, p. 100-105, 2008. 2,091<br />

7. Journal of Veterinary Science, v. 9, p. 75-83, 2008. Não avaliado<br />

8. Genetics and Molecular Research, v. 7, p. 252, 2008. 1,400*<br />

9. Parasitology International, no prelo, 2008. 1,776<br />

10. Recent Patents on DNA & Gene Sequences, v. 2, p. 111- Não avaliado<br />

132, 2008.<br />

11. Journal of Medical Microbiology, v. 56, p. 480-486, 2007. 2,091<br />

12. Microbial Cell Factories, v. 6, p. 1-8, 2007. 3,45**<br />

13. Microbes and Infection, v. 9, p. 375-381, 2007. 2,523<br />

14. Microbes and Infection, v. 9, p. 821-828, 2007. 2,523<br />

15. Genetics and Molecular Research, v. 6, p. 331-337, 2007. 1,400*<br />

16. Neotropical Biology and Conservation, v.02, p.80-83, 2007. Não avaliado<br />

17. Genetics and Molecular Biology, v. 30, n.1, p. 256-263<br />

0,485<br />

2007.<br />

18. Microbial Cell Factories, v. 5, n. 13, p. 1-11, 2006. 3,45**<br />

19. Veterinary Research, v. 37, n. 2, p. 01-18, 2006. 4,125<br />

20. Veterinary Microbiology, v. 114, p. 298-303, 2006. 2,010<br />

21. Applied and Environmental Microbiology, v. 72, p. 7368-<br />

7372, 2006.<br />

4,004<br />

22. Estudos <strong>de</strong> Biologia, v. 28, p. 111-113, 2006 Não avaliado<br />

23. Genetics and Molecular Biology, v. 29, n. 2, p. 363-366,<br />

2006.<br />

0,485<br />

24. Clinical And Vaccine Immunology, v. 13, p. 930-935, 2006. 1,995<br />

25. Microbiology, v. 152, p. 2611-2618, 2006. 3,110<br />

26. Applied and Environmental Microbiology, v. 72, n. 10, p. 4,004<br />

7091-7097, 2006.<br />

27. Genetics and Molecular Research, v. 5, p. 653-663, 2006. 1,400*<br />

28. Genetics and Molecular Research, v. 05, p. 609-618, 2006. 1,400*<br />

29. Microbial Cell Factories, v. 5, n. 1, p. 1-8, 2006. 3,45**<br />

30. Microbial Cell Factories, v. 04, n. 4, p. 1-13, 2005. 3,45**<br />

31. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 38,<br />

n. 3, p. 353-359, 2005.<br />

1,150<br />

32. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, v. 100, n. 1, p. 19-23, 1,225<br />

2005.<br />

33. Journal Of Drug Targeting, v. 13, n. 2, p. 89-98, 2005. 2,030<br />

34. Microbes and Infection, v. 7, n. 5-6, p. 836-844, 2005. 2,523<br />

35. Microbiology, v. 151, n. 9, p. 3011-3018, 2005. 3,110<br />

136


36. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 38,<br />

n. 11, p. 1585-1592, 2005.<br />

1,150<br />

37. Acta Tropica, v. 95, n. 2, p. 132-142, 2005. 2,000<br />

38. Journal of Bacteriology, v. 187, n. 16, p. 5568-5577, 2005. 4,013<br />

39. Research in Microbiology, v. 156, n. 8, p. 20-25, 2005. 2,219<br />

40. Revista CFMV, v. 35, p. 18-19, 2005. Não avaliado<br />

41. Protein Expression And Purification, v. 34, n. 3, p. 311-316,<br />

2004.<br />

1,940<br />

42. Genetics And Molecular Research, v. 3, n. 1, p. 148-161,<br />

2004.<br />

1,400*<br />

43. Immunology Letters, v. 95, n. 2, p. 01-08, 2004. 2,628<br />

44. Journal Of Drug Targeting, v. 20, n. 8-10, p. 1-5, 2004. 2,030<br />

45. FEMS Microbiology Letters, v. 239, n. 2, p. 205-212, 2004. 2,274<br />

46. Genetics And Molecular Research, v. 3, p. 421-431, 2004. 1,400*<br />

47. Journal Of Medical And Biological Sciences, v. 3, n. 1, p.<br />

44-52, 2004.<br />

Não avaliado<br />

48. Journal Of Medical And Biological Sciences, v. 3, n. 1, p.<br />

115-123, 2004.<br />

Não avaliado<br />

49. Genetics And Molecular Research, v. 2, n. 1, p. 102-111,<br />

2003.<br />

1,400*<br />

50. Veterinary Immunology and Immunopathology, v. 96, n. 3-<br />

4, p. 129-139, 2003.<br />

1,957<br />

51. PNAS-Proceedings Of The National Aca<strong>de</strong>my Of Sciences<br />

Of The United States Of America, v. 100, n. 20, p. 11660-<br />

11665, 2003.<br />

9,643<br />

52. Genetics And Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 2, n.<br />

4, p. 348-359, 2003.<br />

1,400*<br />

53. Journal Of Medical And Biological Sciences, v. 2, n. 1, p.<br />

123-132, 2003.<br />

Não avaliado<br />

54. Applied and Environmental Microbiology, v. 68, n. 6, p.<br />

3141-3146, 2002.<br />

4,004<br />

55. Journal of Medical Microbiology, v. 51, n. 1, p. 20-26, 2002. 2,091<br />

56. Science Des Aliments, v. 22, p. 199-208, 2002. 0,197<br />

57. Applied and Environmental Microbiology, v. 68, n. 2, p.<br />

910-916, 2002.<br />

4,004<br />

58. Journal of Medical Microbiology, v. 51, n. 8, p. 661-671,<br />

2002.<br />

2,091<br />

59. Infection and Immunity, v. 70, n. 9, p. 5036-5044, 2002. 3,996<br />

60. Revista Brasileira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Produção Animal, v. 3, n. 1,<br />

p. 1-9, 2002.<br />

Não avaliado<br />

61. Vaccine, v. 19, n. 9-10, p. 1218-1224, 2001. 3,377<br />

62. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, v. 18, p. 46-48,<br />

2001.<br />

Não avaliado<br />

63. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, v. 22, p. 36-40,<br />

2001.<br />

Não avaliado<br />

64. International Journal for Parasitology, v. 30, p. 453-463,<br />

2000.<br />

3,392<br />

65. Parasite Immunology, v. 22, p. 41-48, 2000. 2,231<br />

66. The Science Of The Total Environment, v. 261, p. 109-113, 2,182<br />

137


2000.<br />

67. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento (Online), v. 11,<br />

p. 22-25, 2000.<br />

Não avaliado<br />

68. Molecular and Biochemical Parasitology, v. 103, n. 103, p.<br />

79-97, 1999.<br />

2,896<br />

69. Parasitology, n. 118, p. 19-38, 1999 2,081<br />

70. Medical Mycology, v. 37, n. 6, p. 405-409, 1999. 1,670<br />

71. Canadian Journal of Microbiology, v. 45, n. 5, p. 408-412,<br />

1999.<br />

1,286<br />

72. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 32,<br />

p. 147-153, 1999.<br />

1,150<br />

73. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 32,<br />

n. 2, p. 207-214, 1999.<br />

1,150<br />

74. Mycoses, v. 42, p. 609-614, 1999. 1,327<br />

75. Journal of Parasitology, v. 84, n. 6, p. 1307-1310, 1998. 1,129<br />

76. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, v. 5, p. 40-43,<br />

1998.<br />

Não avaliado<br />

77. DNA Research, v. 4, p. 231-240, 1997. 3,525<br />

78. Memórias do <strong>Instituto</strong> Oswaldo Cruz, v. 92, n. 5, p. 625- 1,225<br />

629, 1997.<br />

79. Nature, v. 390, n. 390, p. 249-256, 1997. 28,751<br />

80. Molecular Miocrobiology, v. 22, p. 605-618, 1996. 5,462<br />

81. Microbiology, v. 142, p. 2005-2016, 1996. 3,110<br />

82. Microbiology, v. 141, p. 311-319, 1995. 3,110<br />

83. PNAS. Proceedings of the National Aca<strong>de</strong>my of Sciences 9,643<br />

of the United States of America, v. 90, p. 6047-6051, 1993.<br />

84. Molecular Microbiology, v. 10, n. 2, p. 397-405, 1993. 5,462<br />

85. Journal of Bacteriology, v. 175, p. 4290-4297, 1993. 4,013<br />

86. Molecular Microbiology, v. 10, n. 2, p. 385-395, 1993. 5,462<br />

Obs.: Os fatores <strong>de</strong> impacto marcados com (*) referem-se ao fator <strong>de</strong> impacto previsto para o<br />

periódico no ano <strong>de</strong> 2008, mas não é um valor oficial. Estes dados nos foram comunicados pelo Prof.<br />

David <strong>de</strong> Jong (Editor técnico da GMR). Com relação aos fatores <strong>de</strong> impacto marcados com (**), o<br />

editor-chefe da revista científica Microbial Cell Factories comunicou a seus editores associados que<br />

houve um erro <strong>de</strong> listagem e o índice <strong>de</strong> impacto está incorreto. Abaixo transcrevo literalmente o email<br />

recebido.<br />

138


Dear Professor DeJong,<br />

I want to give you a status report on our effort to inclu<strong>de</strong> of the 2006 issues of Genetics and<br />

Molecular Research in Web of Science. I am very pleased to say that in<strong>de</strong>xing of all of the<br />

2006 issues has been completed, and all four issues are available on Web of Science. In<br />

fact, all of 2006, 2007, and 2008 through issue 2 have been completed and are searchable.<br />

Thank you for your patience while we investigated and corrected the problem. Please let me<br />

know if I can be of any further assistance.<br />

With kin<strong>de</strong>st regards,<br />

Patricia<br />

Dear Editors,<br />

as you might now Thomson Reuters (ISI), has just released the impact factor list for 2007.<br />

The IF for Microb Cell Fact is over 3, but a technical internal error has caused that in the ISI<br />

list it appears as much lower. The ISI officers are already working to recalculate the IF and to<br />

solve this problem as soon as possible. Being this situation not infrequent, it is<br />

very unfortunate for a new journal. I will let you know when everything is already in place.<br />

The publisher and myself are working to minimize the negative effects that this wrong display<br />

might have in the authors and rea<strong>de</strong>rs of the journal. Please check the BMC blog for more<br />

<strong>de</strong>tails (http://blogs.openaccesscentral.com/blogs/bmcblog/entry/official_2007_impact_factors_show).<br />

Thank you for you patiente and continuous support<br />

Best regards,<br />

A. Villaver<strong>de</strong><br />

45%<br />

40%<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

38%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto menor<br />

ou igual a 2<br />

44%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto entre 2<br />

e 4<br />

18%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto maior<br />

ou igual a 4<br />

Figura 2. Distribuição dos fatores <strong>de</strong> impacto dos periódicos <strong>de</strong> 1993 a 2008.<br />

139


50,0%<br />

45,0%<br />

40,0%<br />

35,0%<br />

30,0%<br />

25,0%<br />

20,0%<br />

15,0%<br />

10,0%<br />

5,0%<br />

0,0%<br />

DISTRIBUIÇÃO DOS FATORES DE IMPACTO DOS<br />

PERIÓDICOS DE 2006 A 2008<br />

37,5%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto<br />

menor ou igual a 2<br />

45,8%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto<br />

entre 2 e 4<br />

16,7%<br />

Fator <strong>de</strong> impacto<br />

maior ou igual a 4<br />

Figura 3. Distribuição dos fatores <strong>de</strong> impacto dos periódicos <strong>de</strong> 2006 a 2008.<br />

PROPORÇÃO DE ARTIGOS PUBLICADOS EM<br />

PERÍÓDICOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

35%<br />

Periódicos<br />

Nacionais<br />

65%<br />

Periódicos<br />

Internacionais<br />

Figura 4. Proporção <strong>de</strong> artigos publicados em períódicos nacionais e internacionais<br />

Citação é o processo <strong>de</strong> referendar o autor, o ano e o local da publicação.<br />

Como já mencionado anteriormente, as análises das citações estão vinculadas ao<br />

fator <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> um periódico, mas também po<strong>de</strong>m ser usadas para avaliar o<br />

autor. Po<strong>de</strong>mos efetuar tal análise pelo total das citações do autor ou<br />

individualmente em cada artigo. As citações estão correlacionadas também à<br />

qualida<strong>de</strong> científica do artigo e po<strong>de</strong>m ser aumentadas por autocitação; entretanto,<br />

já existe modo <strong>de</strong> eliminar tal distorção e a inserção <strong>de</strong> artigos em revistas que<br />

tenham excelentes visibilida<strong>de</strong>s como, por exemplo, que estejam no PubMed ou que<br />

sejam <strong>de</strong> acesso livre ou, ainda, os híbridos que, após seis meses, disponibilizam os<br />

artigos para a comunida<strong>de</strong> científica. Recentemente foi introduzido o índice H (hin<strong>de</strong>x),<br />

que serve como alternativa ao fator <strong>de</strong> impacto das revistas científicas. Jorge<br />

Hirsch, em 2005, propôs este índice para quantificar a produtivida<strong>de</strong> e o impacto <strong>de</strong><br />

140


cientistas, baseando-se em seus artigos, ou seja, na produção individual, e significa<br />

que um pesquisador com índice-h n tem o número n <strong>de</strong> publicações com pelo menos<br />

n citações <strong>de</strong> cada. Exemplificando: um índice-h igual a 16 indica que o pesquisador<br />

tem 16 artigos com pelo menos 16 citações cada um. Este índice leva em<br />

consi<strong>de</strong>ração a produtivida<strong>de</strong> do pesquisador e o impacto <strong>de</strong> seus trabalhos sobre a<br />

ciência ao longo <strong>de</strong> sua carreira. É importante salientar que o índice-h contempla<br />

apenas as publicações mais relevantes e não é afetado por publicações com alto<br />

número <strong>de</strong> citações, difícil <strong>de</strong> ser inflacionado. É, entretanto, sensível à gran<strong>de</strong> área<br />

do conhecimento e po<strong>de</strong> ser usado também para avaliar pesquisadores <strong>de</strong> uma<br />

mesma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa. Hirsch é físico e sugeriu que este índice po<strong>de</strong> ser usado<br />

para avaliar a qualida<strong>de</strong> e maturida<strong>de</strong> dos físicos. Por exemplo, um físico que possui<br />

o índice H entre 10 e 12 tem a capacida<strong>de</strong> para elaborar diretivas a serem tomadas<br />

pelos ocupantes das altas esferas das <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s sobre o caminho que as<br />

pesquisas <strong>de</strong>vem seguir. Para Professor titular, um índice H <strong>de</strong> 18 é necessário e<br />

um <strong>de</strong> 45, para ser membro da Aca<strong>de</strong>mia Americana <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>.<br />

Fizemos também uma análise do meu número <strong>de</strong> citações global e do índice<br />

H, utilizando as bases Web of Science e SCOPUS. Não fizemos a análise individual<br />

porque o índice H corrige, como explicamos acima.<br />

No Web of Science, foram consi<strong>de</strong>rados 59 artigos e o total das minhas<br />

citações foram <strong>de</strong> 2.616, com o índice H <strong>de</strong> 16 (Figura 5). No SCOPUS, foram<br />

analisados 67 artigos, sendo o total <strong>de</strong> citações <strong>de</strong> 2.765 e o índice H <strong>de</strong> 16 (Figura<br />

6). De 1997 até 2007, tenho em média 237,2 citações/ano no Web of Science e na<br />

SCOPUS 252,5/ano (Figura 7).<br />

Analisando, globalmente, e utilizando-se as formas acima mencionadas <strong>de</strong><br />

avaliar, as quais são usadas pela comunida<strong>de</strong> científica, acredito que, ao longo da<br />

minha carreira, venho publicando em quantida<strong>de</strong> acima da média exigida pelas<br />

agências <strong>de</strong> fomento brasileiras, publicações estas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, já que publico em<br />

revistas relevantes da minha área <strong>de</strong> conhecimento e atuação.<br />

Tenho convicção <strong>de</strong> que não existe nenhuma medida perfeita para aferir os<br />

trabalhos científicos. Por exemplo, uma pequena comunida<strong>de</strong> científica, que trabalha<br />

com uma doença negligenciada, que só acontece em países em <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

terá suas citações inferiores às <strong>de</strong> uma doença que atinge os países industrializados<br />

e, muitas vezes, eles não po<strong>de</strong>rão publicar em revistas <strong>de</strong> alto impacto, porque o<br />

assunto será consi<strong>de</strong>rado regional.<br />

141


142


Figura 6. Fator h no período 1996-2008 segundo a base Scopus.<br />

Figura 7. Número <strong>de</strong> citações no período 1996-2008, segundo a base Scopus.<br />

143


IV. 6.2 Capítulos <strong>de</strong> Livros<br />

“Por meio das palavras e dos conceitos nós somos continuamente tentados a pensar<br />

nas coisas como sendo mais simples do que são, como separadas umas das outras,<br />

como indivisíveis, cada uma existindo por e para si mesma. Existe uma mitologia<br />

filosófica escondida na linguagem, que a todo momento irrompe novamente, por<br />

mais cautelosos que sejamos”<br />

Nietzsche<br />

Apesar <strong>de</strong> uma política que consi<strong>de</strong>ro equivocada do CNPq e da CAPES <strong>de</strong><br />

não valorizar <strong>de</strong>vidamente a publicação <strong>de</strong> capítulos <strong>de</strong> livros, venho com meus<br />

alunos <strong>de</strong> mestrado e doutorado publicando. Os seguintes capítulos <strong>de</strong> livros foram<br />

publicados durante os doze anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento:<br />

1- AZEVEDO, V.; RIBEIRO, L. A. Animais Modificados Geneticamente<br />

(Transgênicos) e a Legislação Brasileira. In: MEYER, R.; FREIRE, S. M. (Org.).<br />

Manual <strong>de</strong> Biossegurança para as áreas das ciências da saú<strong>de</strong> e biológicas.<br />

Salvador, 2002, p. 1-502.<br />

2- PONTES, D S; MIYOSHI, A.; F.A., Dorella; AZEVEDO, V. Bactérias do ácido<br />

láctico na produção <strong>de</strong> vacinas vivas <strong>de</strong> mucosas. In: FERREIRA, Célia L.l. F. (Org.).<br />

Prebióticos e probióticos: atualização e prospecção. Viçosa, 2003, v. 1, p. 1-206.<br />

3- AZEVEDO, V.; OLIVEIRA, S. C. Vacinas <strong>de</strong> DNA. In: BORÉM, A.; SANTOS, F.<br />

R.; ALMEIDA, M. R. (Org.). Biotecnologia <strong>de</strong> A a z. Viçosa, 2003, v. 1, p. 1-229.<br />

4- MYOSHI, A.; FREITAS, D. B.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G.; GUIMARÃES,<br />

V. D.; LANGELLA, P.; AZEVEDO, V. Bactérias Lacticas. In: ALMEIDA, M. R.;<br />

BORÉM, A.; FRANCO, G. R. (Org.). Biotecnologia e saú<strong>de</strong>. Viçosa', 2004, p. 201-<br />

232.<br />

5- AZEVEDO, V.; MIYOSHI, A. Novas Utilizações Biotecnológicas e Terapêuticas<br />

das bactérias do ácido láctico. In: MIR, Luís. (Org.). Genômica: <strong>Ciências</strong> da Vida.<br />

São Paulo, 2004, v. 1, p. 1-1114.<br />

144


6- Pena, R. R; Miyoshi, A; AZEVEDO, V. Emprego <strong>de</strong> bactérias lácticas<br />

geneticamente modificadas na indústria <strong>de</strong> laticínios. In: Oliveira, M. N. (Org.).<br />

Tecnologia <strong>de</strong> Produtos Lácteos Funcionais. São Paulo, 2005, v. 1, p. 1-320.<br />

7- Dorella, F. A.; PACHECO, L. G; GUIMARÃES, V. D; MIYOSHI, A.; FREITAS, D.<br />

B.; AZEVEDO, V. Vacinas <strong>de</strong> DNA: novas vias <strong>de</strong> administração. In: COSTA, N. M.<br />

B.; BORÉM, A.; ROSA, C. O. B. (Org.). Alimentos Transgênicos. Saú<strong>de</strong> e segurança.<br />

Viçosa, 2005, p. 1-250.<br />

No ano <strong>de</strong> 2008 escrevemos dois capítulos que <strong>de</strong>vem ser publicado no<br />

ano <strong>de</strong> 2009<br />

1- Lactic Acid Beriacta as live vectors: Heterologous protein production and <strong>de</strong>livery<br />

systems. MIYOSHI, A.; BERMÚDEZ-HUMARÁN L. G., AZEVEDO, M. S. P.;<br />

LANGELLA P., AZEVEDO, V.<br />

Os organizadores <strong>de</strong>ste livro exigido que não entrasse estudantes no nosso<br />

capítulo, entretanto escolhemos a melhor estudante da linha e solicitamos que ela<br />

fosse incluída. Este livro esta sendo editado pelo grupo do CERELA (Centro <strong>de</strong><br />

Referências em Lactobacillus). O CERELA é o principal centro da América Latina em<br />

trabalhos com as bactérias lácticas.<br />

1- MOORE, R.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G. C.; CASTRO, T. L. P.; ALMEIDA,<br />

S.; D AFONSECA, V.; SEYFFERT, N.; PINTO, A. C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis, 2008.<br />

O Dr. Robert Moore do CSIRO na Austrália, nosso colaborador, me convidou<br />

para escrever um capítulo com ele. Perguntei se po<strong>de</strong>ria colocar a minha equipe que<br />

trabalha com C. pseudotuberculosis para escrever e ele aceitou.<br />

145


IV. 6.3 Resumos apresentados em Congressos<br />

“Somos aquilo que fazemos repetidamente”.<br />

Aristóteles<br />

Após o meu ingresso no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Biologia Geral, mais <strong>de</strong> cento e<br />

vinte resumos <strong>de</strong> trabalhos científicos foram apresentados em congressos nacionais<br />

e internacionais. Em geral, tentamos apresentar o mesmo trabalho no máximo três<br />

vezes, o que é recomendado internacionalmente. Apesar <strong>de</strong> não ser levado em<br />

consi<strong>de</strong>ração pelas agências <strong>de</strong> fomento, como educador estimulo aos meus alunos<br />

<strong>de</strong> todos os níveis a fazerem resumos e apresentarem nos congressos da área. A<br />

razão é que consi<strong>de</strong>ro uma excelente oportunida<strong>de</strong> para se fazer um trabalho <strong>de</strong><br />

síntese, o que ajuda a manter o foco da pesquisa e ao mesmo tempo que divulga os<br />

nossos trabalhos, a apresentação nos congressos ajudam aos alunos a treinarem<br />

apresentar seus dados e também recolher as críticas construtivas que ajudarão no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos seus projetos <strong>de</strong> pesquisa. Abaixo listo os resumos dos três<br />

últimos anos:<br />

1- D AFONSECA, V.; MORAES, P.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G. C.;<br />

ALMEIDA, S.S.; PINTO, A.C.; SANTOS, A.R. ; CERQUEIRA, P.G. ; SEYFFERT, N.;<br />

CASTRO, T.L.P ; SOARES S. C. ; PROSDOCIMI, F. ; PENA, I. ; ORTEGA, J. M. ;<br />

OLIVEIRA, S. C. ; OLIVEIRA, G.C. ; COSER, E.M. ; OLIVEIRA, L.M. ; MEYER, R.;<br />

MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Caracterização do conteúdo gênico e organização<br />

genômica <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis. In: 54º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Genética, 2008, Salvador. Anais da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética, 2008.<br />

2- CERQUEIRA, P.G.; PINTO, A.C.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G. C. ;<br />

SOARES S. C. ; CASTRO, T. L. P. ; D AFONSECA, V. ; Núbia Seyffert ; MEYER,<br />

Roberto ; MYOSHI, An<strong>de</strong>rson ; AZEVEDO, V. . Construção <strong>de</strong> uma biblioteca<br />

genômica <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

promotores através da expressão <strong>de</strong> GFP. In: 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

146


GENÉTICA, 2008, Salvador. ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

GENÉTICA, 2008.<br />

3- SARAIVA, T.D.L.; AZEVEDO, M.P. ; MORENO, I. ; LARAYER, ALS ; MARASCA,<br />

ETGM ; AZEVEDO, V.; MIYOSHI, ANDERSON . Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong><br />

Lactococcus lactis produtora <strong>de</strong> quimosina bovina. In: 54º CONGRESSO<br />

BRASILEIRO DE GENÉTICA, 2008. ANAIS 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

GENÉTICA, 2008.<br />

4- VIGUETTI, S. C. Z. ; ROCHA, C. S. ; ALMEIDA M. O. ; AZEVEDO, M.P. ;<br />

SARAIVA, T.D.L. ; BUENO, B.T. ; COSTA, K.M. ; VERANO-BRAGA, T. ; PIMENTA,<br />

A. M. ; SANTOS, R. A. S. ; AZEVEDO, V. ; MIYOSHI, ANDERSON . Um novo<br />

sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um peptí<strong>de</strong>o hipotensor: Lactococcus lactis expressando<br />

TsHpt-I isolado do veneno do escorpião Tityus. In: 54º CONGRESSO BRASILEIRO<br />

DE GENÉTICA, 2008, Salvador. ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

GENÉTICA, 2008.<br />

5- MCCULLOCH, J. A. ; ALVES, P. D. ; EVEN, S. ; LE MARÉCHAL, C. ; AZEVEDO,<br />

V. ; ROSA, C. ; Y, LE LOIR, . Molecular characterization of Staphylococcus aureus<br />

strains isolated from small and large ruminants reveals a host rather than tissue<br />

specificity. In: 13th International Symposium on Staphylococci & Staphylococcal<br />

Infections, 2008, Cairns, Australia. Anais do 13th International Symposium on<br />

Staphylococci & Staphylococcal Infections, 2008.<br />

6- DORELLA, F. A.; CERQUEIRA, P.G.; PACHECO, L.G.C.; SEYFFERT, N.;<br />

PINTO, A.C.; D AFONSECA, V.; CASTRO, T.L.P ; SOARES S. C. ; OLIVEIRA,<br />

SÉRGIO COSTA ; MEYER, R. ; MIYOSHI, ANDERSON ; AZEVEDO, V. Analysis of<br />

the vaccine potential of Corynebacterium pseudotuberculosis mutants obtained<br />

through random mutagenesis. In: 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA,<br />

2008, Salvador. ANAIS 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA, 2008.<br />

7- SOARES S. C.; PINTO, A.C.; DORELLA, F.; CERQUEIRA, P.G. ; PACHECO, L.<br />

G. C.; SEYFFERT, N.; D AFONSECA, V. ; CASTRO, T. L. P. ; HIRATA, R. ;<br />

AZEVEDO, V. ; MIYOSHI, A. Plasticida<strong>de</strong> Genômica <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

147


diphtheriae: implicações na virulência. In: 54º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Genética,<br />

2008, Salvador. Anais do 54º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Genética, 2008.<br />

8. ASENSI, G. F., LEITE, K. M. C., MIYOSHI, ANDERSON, SILVA, J. T., LOIR,<br />

YVES LE, AZEVEDO, V. Staphylococcal enterotoxins secretion in Lactococcus<br />

lactis: A potential strategy for the <strong>de</strong>velopment of live mucosal vaccine. In: XXXVII<br />

Annual Meeting of the Brazilian Biochemistry and Molecular Biology Society (SBBq)<br />

and XI Congress of the Pan-American Association for Biochemistry and Molecular<br />

Biology (PABMB). Águas <strong>de</strong> Lindóia, 2008.<br />

9- COELHO, K. S.; PACHECO, Luiz G. C.; FONSECA, C. T.; MEYER, R.;<br />

OLIVEIRA, S. C.; MYOSHI, A.; AZEVEDO, V. The immunogenicity of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis Hsp60-based preotein and DNA vaccines. In:<br />

Congresso International <strong>de</strong> Imunologia, 2007. The immunogenicity of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis Hsp60-based protein and DNA vaccines.<br />

10- VIGUETTI, S. C.; AZEVEDO, V.; MIYOSHI, A.; SANTOS, R.; PIMENTA, A.;<br />

VERANO-BRAGA T. Construção <strong>de</strong> linhagens recombinantes <strong>de</strong> Lactococcus lactis<br />

produtoras <strong>de</strong> um peptí<strong>de</strong>o hipotensor. In: 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Microbiologia, 2007, Brasilia. Anais do 24 Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia,<br />

2007. v. 1. p. 1-160.<br />

11- ALMEIDA M. O.; GRAEL, E.; LERAYER, A. L. S.; AZEVEDO, V.; MIYOSHI, A.<br />

Construção <strong>de</strong> um sistema "food-gra<strong>de</strong>" <strong>de</strong> expressão gênica e en<strong>de</strong>reçamento<br />

protéico para Lactococcus lactis e outras bactérias lácticas. In: 24º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasília. Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Microbiologia, 2007. v. 1. p. 104.<br />

12- SILVA V. D.; MORAIS, P. M.; PACHECO, L. G. C.; DORELLA, F. A.;<br />

CAPANEMA, E. R.; PROSDOCIMI, F.; ORTEGA, J. M.; OLIVEIRA, G. C.; MIYOSHI,<br />

A.; AZEVEDO, V. Partial-genome sequence through GSS analyses and comparative<br />

genomics of Corynebacterium pseudotuberculosis, the ethiological agent of caseus<br />

lympha<strong>de</strong>nitis disease. In: 24 Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasília.<br />

Anais do 24 Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007. v. 1. p. 1-160.<br />

148


13- CASTRO, T. L. P. ; Eustachio, R. R. ; PACHECO, L. G. C.; MIYOSHI, A.;<br />

AZEVEDO, V. Desenvolvimento <strong>de</strong> um ensaio multiplex para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

isolados <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis. In: XVI Semana <strong>de</strong> Iniciação<br />

Científica da UFMG, 2007, Belo Horizonte. Anais da XVI Semana <strong>de</strong> Iniciação<br />

Científica da UFMG, 2007.<br />

14- EUSTACHIO, R. R.; CASTRO, T. L. P.; PACHECO, L. G. C.; MIYOSHI, A. ;<br />

AZEVEDO, V. Desenvolvimento <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> multiplex para rápida <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

Corynebacterium pseudotuberculosis em amostras clínicas <strong>de</strong> ovinos e caprinos<br />

infectados. In: XVI Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, 2007, Belo Horizonte.<br />

Anais da XVI Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, 2007.<br />

15- CASTRO, T.L.P ; PACHECO, L. G. C.; AZEVEDO, V. Desenvolvimento <strong>de</strong> um<br />

ensaio <strong>de</strong> PCR-multiplex para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis e rápida <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>ssa bactéria em amostras clínicas <strong>de</strong><br />

ovinos e caprinos infectados. In: XV Jornadas <strong>de</strong> Jóvenes Investigadores <strong>de</strong> la<br />

asociación <strong>de</strong> <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Grupo MOntevi<strong>de</strong>o, 2007, Assunção. Anais das XV<br />

Jornadas <strong>de</strong> Jóvenes Investigadores <strong>de</strong> la Asociación <strong>de</strong> <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Grupo<br />

Montevi<strong>de</strong>o, 2007.<br />

16- ORTEGA, J. M.; AZEVEDO, V.; FLEURY, C.; MIYOSHI, A. Molecular mo<strong>de</strong>ling<br />

of Corynebacterium pseudotuberculosis groel-like tupe i chaperonin. In: Annual<br />

Meeting of the Brazilian Society for Biochemistry and Molecular (SBBq) and 10Th<br />

IUBMB Conference "Infeccious Diseases:Bi, 2007, Salvador - Brasil. Resumos da<br />

XXXVI Anual da SBBq, 2007. p. 40.<br />

17- LUCENA, B. T. L.; MOREIRA, J. L. S.; SANTOS, B. M.; LIRA, K. M.; NUNES, A.<br />

C.; AZEVEDO, V.; MORAIS Jr., M. A. M. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> contaminantes<br />

bacterianos em processos <strong>de</strong> fermentação alcoólica através <strong>de</strong> ardra-pcr. In: 24º<br />

Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007. p. 49.<br />

149


18- SOARES S. C.; SILVA V. D.; DORELLA, F. A.; CAPANEMA, E. R.; AZEVEDO,<br />

V.; MIYOSHI, A. Análise da plasticida<strong>de</strong> genômica <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong><br />

Corynebacterium diphtheriae através <strong>de</strong> pcr (plasticity of chromosome revealed by<br />

long range? polymerase reaction). In: 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia,<br />

2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007. p. 101.<br />

19- DORELLA, F. A.; Cerqueira, P. G.; PACHECO, L.G. C.; MIYOSHI, A.;<br />

AZEVEDO, V. Vaccine potencial of Corynebacterium pseudotuberculosis mutants<br />

obtained through random mutagenesis. In: 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Microbiologia, 2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia,<br />

2007. p. 128.<br />

20- COELHO, K. D. S.; SEYFFERT, N.; PACHECO, L.G. C.; FONSECA, C T;<br />

MEYER, R.; OLIVEIRA, S. C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Avaliação do potencial<br />

imunogênico do antígeno hsp60 <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas contra a linfa<strong>de</strong>nite caseosa. In: 24º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Microbiologia, 2007. p. 128.<br />

21- PACHECO, L. G. C.; CASTRO, T. L. P.; DORELLA, F. A.; OLIVEIRA, S. C.;<br />

MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Avaliação do papel dos fatores sigma edf<br />

da Corynebacterium pseudotuberculosis na resistência ao estresse ambiental. In:<br />

24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007. p. 79.<br />

22- CASTRO, T. L. P.; PACHECO, L. G. C.; VALADARES, M.; SEYFFERT, N.;<br />

CAMPOS, A.; NUNES, M.; PIMENTA, A.; FRANCO, G. R. ; MEYER, R. ; MIYOSHI,<br />

A.; AZEVEDO, V. Caracterização inicial do secretoma da bactéria Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis. In: 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007, Brasilia.<br />

Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2007. p. 59.<br />

23- ROCHA, C. S.; VIGUETTI, S. C.; AZEVEDO, V.; ELECTO, N.; LAGE, A. P.;<br />

LIMA, K. M.; RODRIGUES JR; MIYOSHI, A. Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong><br />

Lactococcus lactis produtora do antígeno hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae:<br />

150


<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico doprocesso <strong>de</strong> obtenção da proteína recombinante<br />

livre <strong>de</strong> lps e suas implicações científicas. In: 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Microbiológico, 2007, Brasilia. Anais do 24º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia,<br />

2007. p. 105.<br />

24- PENA, R. R; CASTRO, T.L.P; GRAEL, E.; LERAYER, A. L. S.; AZEVEDO, V.;<br />

MIYOSHI, A. Construção <strong>de</strong> um sistema "food_gra<strong>de</strong>" <strong>de</strong> expressão gênica e<br />

en<strong>de</strong>reçamento protéico para Lactococcus lactis e outras bactérias lácticas. In: XV<br />

Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, 2006, Belo Horizonte. Anais da XV<br />

Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica da UFMG, 2006.<br />

25- GUIMARÃES, V D; LEFREVE, F; AZEVEDO, V.; LANGELLA, P.; WAL, J.M.;<br />

CHATEL, J.M. Use of Lactococcus lactis as DNA <strong>de</strong>livery vehicle into mammalian<br />

epithelial cells. In: Réunion du Club <strong>de</strong>s Bactéries Lactiques, 2006, Paris. Anais da<br />

Réunion du Club <strong>de</strong>s Bactéries Lactiques, 2006.<br />

26- GUIMARÃES, V. D.; LANGELLA, P.; LEFEVRE, F.; AZEVEDO, V.; WAL, J.M.;<br />

CHATEL, J.M. Use of Lactococcus lactis as DNA <strong>de</strong>livery vehicle into mammalian<br />

epithelial cells. In: 25ª Reuniao <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, 2006, São<br />

Pedro/SP. Resumos da 25ª Reuniao <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos. Piracicaba,<br />

2006. p. 207.<br />

27- SOUZA, M. A. A.; MELO, A. L.; RIBAS, R.; PACHECO, L. G. C.; BARBOSA, F.<br />

S.; PINTO, H. A.; AZEVEDO, V. Caracterização Morfológica e Molecular da Larva<br />

Echinostoma Oriunda <strong>de</strong> Iguatama, <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, Brasil. In: XIV Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Parasitologia Veterinária e II Simpósio Latino-Americano <strong>de</strong><br />

Rickettsioses., 2006, Ribeirão Preto - SP. Anais XIV Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Parasitologia Veterinária e II Simpósio Latino-Americano <strong>de</strong> Rickettsioses., 2006.<br />

151


IV. 6.3 Patentes<br />

"O dinheiro não é tudo. Não se esqueça também do ouro, os diamantes, da platina e<br />

das proprieda<strong>de</strong>s."<br />

Tom Jobim<br />

A preocupação em proteger suas invenções <strong>de</strong>u um salto nas universida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras nos últimos anos, mas ainda está longe do i<strong>de</strong>al. NA UFMG foi criada a<br />

Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), para atuar na<br />

gestão do conhecimento científico e tecnológico, exercendo, entre outras, ativida<strong>de</strong>s<br />

concernentes à disseminação da cultura <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual, ao sigilo das<br />

informações sensíveis, à proteção do conhecimento e à comercialização das<br />

inovações geradas na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (UFMG).<br />

Hoje esta coor<strong>de</strong>nadoria é consi<strong>de</strong>rada a melhor do Brasil e a UFMG tem:<br />

247 Pedidos <strong>de</strong> Patentes <strong>de</strong>positados no Brasil, sendo 6 concedidas; 47 Pedidos <strong>de</strong><br />

Patentes <strong>de</strong>positados no Exterior, sendo 12 concedidas; 10 Software; 32 Marcas; 17<br />

contratos assinados <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Tecnologia.<br />

Este esforço feito pela UFMG vem encorajando os pesquisadores, que antes<br />

tinham que fazer todos os passos para os <strong>de</strong>pósitos das suas patentes a<br />

<strong>de</strong>positarem as suas patentes vendo com a alegria a possibilida<strong>de</strong> da<br />

comercialização dos seus produtos.<br />

IV. 6.3.1 Depositadas<br />

1- PI 0207239-4, “Polinucleotí<strong>de</strong>os codificadores <strong>de</strong> genes do cromossomo da<br />

bactéria Chromobacterium violaceum, expressão e ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

polinucleotí<strong>de</strong>os e suas aplicações”. Esta patente foi gerada a partir do trabalho <strong>de</strong><br />

sequenciamento do genoma da Chromabacterium violaceum, pela Re<strong>de</strong> Genoma<br />

Nacional.<br />

2- PI 0703456-3, "INICIADORES E KIT PARA DIAGNÓSTICO" Inventores: Vasco<br />

Azevedo, Luis Gustavo Carvalho Pacheco, Thiago Luiz <strong>de</strong> Paula Castro, An<strong>de</strong>rson<br />

Miyoshi, Roberto José Meyer Nascimento.<br />

152


Data do Depósito: 25/09/2007. Esta Patente foi gerada a partir do trabalho <strong>de</strong><br />

mestrado <strong>de</strong> Luis Pacheco e <strong>de</strong> iniciação cientifica <strong>de</strong> Thiago <strong>de</strong> Paula.<br />

IV. 6.3.2 Patentes a serem <strong>de</strong>positadas<br />

Pedido <strong>de</strong> Patente ainda em fase <strong>de</strong> formulação, este título é provisório e é<br />

sujeito a alteração. “UTILIZAÇÃO DA LINHAGEM ATENUADA CP13 DE<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis COMO VACINA CONTRA A LINFADENITE<br />

CASEOSA". Autores: Fernanda Alves Dorella, An<strong>de</strong>rson Miyoshi, Sérgio Costa<br />

Oliveira, Vasco Azevedo.<br />

Esta patente foi o resultado do trabalho <strong>de</strong> tese da doutoranda Fernanda<br />

Dorella e a Empresa <strong>de</strong> vacinas Vallée, que sou consultor, tem interesse na sua<br />

trasferência e na utilização comovacina contra Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa.<br />

153


IV.7 Captação <strong>de</strong> recursos e Projetos <strong>de</strong> Pesquisa<br />

"Nenhum trabalho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser feito sem concentração e auto-sacrifício,<br />

esforço e dúvida."<br />

Max Beerbohm<br />

Des<strong>de</strong> o meu ingresso no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Biologia Geral, concentrei boa<br />

parte dos meus esforços na captação <strong>de</strong> recursos que pu<strong>de</strong>ssem financiar as<br />

minhas linhas <strong>de</strong> pesquisa. Como coor<strong>de</strong>nador e colaborador, os recursos alcançam<br />

aproximadamente, até o momento, R$ 1.313.903,70 e R$ 10.068.632,70. Esses<br />

montantes foram utilizados para a criação, em fevereiro <strong>de</strong> 1997, do Laboratório <strong>de</strong><br />

Genética Celular e Molecular e para a manutenção das linhas <strong>de</strong> pesquisas<br />

<strong>de</strong>senvolvidas em nosso laboratório. Des<strong>de</strong> a conclusão do meu doutorado, venho<br />

trabalhando em Re<strong>de</strong>s e a participação do meu laboratório nesses grupos foi<br />

importante para o estabelecimento <strong>de</strong> infra-estrutura comum <strong>de</strong> pesquisa no nosso<br />

<strong>Instituto</strong> e em outras Instituições. Adiciona-se a isso a estreita colaboração entre os<br />

grupos, nos temas dos projetos aprovados, bem como nos <strong>de</strong>sdobramentos <strong>de</strong>stes<br />

e em novos empreendimentos pela empatia gerada. As Re<strong>de</strong>s, das quais o nosso<br />

laboratório participa, são a Re<strong>de</strong> Genoma Nacional (CNPq), a Re<strong>de</strong> Genoma do<br />

Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (FAPEMIG/CNPq), e os projetos PRONEX<br />

(FAPEMIG/CNPq).<br />

Saliento, ainda, que fazemos prestação <strong>de</strong> serviços para empresas <strong>de</strong><br />

vacinas veterinárias como a Vallée e Vencofarma, que nos forneceu fundos para<br />

reformas, compra <strong>de</strong> material e equipamentos em troca da prestação <strong>de</strong> nossos<br />

serviços. Recentemente, recebemos da Vencofarma a soma <strong>de</strong> R$ 10.000,00 para<br />

fornecer um laudo, certificando que uma linhagem que será usada como vacina para<br />

o Ministério da Agricultura é da bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis.<br />

Com o Laboratório <strong>de</strong> Imunologia e Biologia Molecular da Bahia do <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Saú<strong>de</strong> da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, chefiado pelo Dr. Roberto Meyer, o qual faz<br />

prestação <strong>de</strong> serviços para o SUS, prestamos serviços e recebemos em torno <strong>de</strong> R$<br />

24.000,00 reais por ano em materiais <strong>de</strong> consumo.<br />

154


IV. 7.1 Atuação em projetos como Coor<strong>de</strong>nador<br />

1 Duração: 2008 – Atual<br />

Título: Ativida<strong>de</strong> antiinflamatória <strong>de</strong> bactérias lácticas produtoras <strong>de</strong> enzimas<br />

antioxidantes em mo<strong>de</strong>lo animal para a prevenção <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo e enfermida<strong>de</strong>s<br />

inflamatórias <strong>de</strong> intestino<br />

Valor: R$ 24.000,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

2 Duração: 2008 – Atual<br />

Título: Caracterização <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis para o<br />

uso <strong>de</strong> diagnóstico sub-clínico<br />

Valor: R$ 142.800,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

3 Duração: 2007 – Atual<br />

Título: Desenvolvimento <strong>de</strong> uma vacina contra a linfa<strong>de</strong>nite caseosa em caprinos e<br />

ovinos<br />

Valor: sem financiamento<br />

Financiador(es): Sem financiamento.<br />

4 Duração: 2007 - 2009<br />

Título: Utilização <strong>de</strong> Lactococcus lactis como veículo <strong>de</strong> liberação da 15-<br />

Lipoxigenase-1 no tratamento <strong>de</strong> doenças inflamatórias intestinais<br />

Valor: R$ 49.296,00<br />

Financiadores: FAPEMIG<br />

5 Duração: 2006 - Atual<br />

Título: O uso <strong>de</strong> bactérias lácticas contra patógenos: do controle <strong>de</strong> ecossistemas<br />

complexos às vacinas<br />

Valor: R$ 18.792,24<br />

Financiador(es): CNPq<br />

155


6 Duração: 2006 – 2009<br />

Título: Construção <strong>de</strong> um sistema food-gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão gênica e<br />

en<strong>de</strong>reçamento protéico para Lactococcus lactis<br />

Valor: R$ 47.852,00<br />

Financiador(es): Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> São Paulo-<br />

FAPESP, Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq<br />

7 Duração: 2006 – 2008<br />

Título: Construção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> expressão gênica e en<strong>de</strong>reçamento para<br />

Lactococcus lactis e outras bactérias lácticas<br />

Valor: R$ 33.500,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

8 Duração: 2005 - 2007<br />

Título: Núcleo <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Marcadores Moleculares<br />

Valor: R$ 296.135,59<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

9 Duração: 2002 - 2003<br />

Título: Programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta gênica: caracterização molecular das três<br />

bibliotecas genômicas da Corynebacterium pseudotuberculosis por meio da geração<br />

e análises das Genome Survey Sequences<br />

Valor: R$ 77.716,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

10 Duração: 2001 - 2001<br />

Título: Diagnóstico, avaliação epi<strong>de</strong>miológica e molecular da resistência aos<br />

quimiotérapicos e perfíl imunológico <strong>de</strong> pacientes com tuberculose<br />

Valor: R$ 44.000,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

11 Duração: 2000 - Atual<br />

Título: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> bactérias lácticas produtoras <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong><br />

Mycobacterium leprae: utilização no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas orais<br />

156


antituberculose<br />

Valor:<br />

Financiador(es):<br />

12 Duração: 2000 – 2003 e 2006-2009<br />

Título: Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> bactérias lácticas produtoras <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong><br />

Brucella abortus: utilização no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas orais anti-brucelose<br />

Valor: Em torno <strong>de</strong> R$ 20.000,00 (por ano <strong>de</strong> projeto).<br />

Financiador(es): CAPES/COFECUB. Este tipo <strong>de</strong> projeto financia duas bolsas para<br />

a França, <strong>de</strong> pós-doutorado ou doutorado sanduíche, além <strong>de</strong> financiar missões <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

13 Duração: 2000 – 2001<br />

Título: Schistosoma mansoni: Desenvolvimento <strong>de</strong> uma vacina antiesquistossomótica<br />

por meio <strong>de</strong> ácidos nucléicos<br />

Valor: R$ 12.000,00<br />

Financiador(es): CNPq<br />

14 Duração: 1999 – 2003<br />

Título: Construção <strong>de</strong> uma cepa mutante atenuada <strong>de</strong> Brucella abortus para o<br />

controle da brucelose experimental<br />

Valor: R$ 67.567,50<br />

Financiador(es): FAPEMIG, FUNDEP<br />

15 Duração: 1998 – 2000<br />

Título: Desenvolvimento <strong>de</strong> vacinas com ácidos nucléicos utilizando cDNA do<br />

Schistosoma mansoni para o controle da esquistossomose.<br />

Valor: R$ 90.000,00<br />

Financiador(es): Pró Reitoria <strong>de</strong> Pós-Graduação/UFMG<br />

16 Duração: 1998 – 2000<br />

Título: Caracterização Molecular e Funcional do gene rho-GTP <strong>de</strong> Schistosoma<br />

mansoni<br />

Valor: R$ 13.500,00<br />

157


Financiador(es): CNPq, FUNDEP<br />

17 Duração: 1997 – 1999<br />

Título: Avaliação da imunoproteção e do perfil <strong>de</strong> citocinas induzidas em<br />

camundongos após a imunização com a fração protéica pIII do verme adulto <strong>de</strong><br />

Schistosoma mansoni.<br />

Valor: R$ 48.541,45<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

18 Duração: 1996 – 1998<br />

Título: Utilização <strong>de</strong> imunização com DNA para estudos sobre vacinação e<br />

patogenia.<br />

Valor: 42.000,00<br />

Financiador(es): Conselho Binacional/ Centro Brasileiro-Argentino <strong>de</strong> Pesquisa<br />

19 Duração: 1996 – 1998<br />

Título: Aplicações técnicas <strong>de</strong> hibridização no projeto <strong>de</strong> seqüenciamento do<br />

genoma <strong>de</strong> Schistossoma mansoni<br />

Valor: R$ 21.894,68<br />

Financiador(es): FAPEMIG; FUNDEP<br />

IV. 7.2 Atuação em projetos como Colaborador<br />

1 Duração: 2008 – 2009<br />

Titulo: Avalição da eficácia <strong>de</strong> vacinas atenuadas contra a linfa<strong>de</strong>nite caseosa em<br />

mo<strong>de</strong>lo murino<br />

Valor: 47.300,00<br />

Financiador(es): Vallée<br />

2 Duração: 2006 – 2008<br />

Título: Seqüenciamento do genoma da bactéria Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genes diferencialmente expressos nas raízes<br />

<strong>de</strong> linhagens contrastantes <strong>de</strong> milho em resposta ao déficit hídrico<br />

Valor: R$ 1.950.000,00<br />

158


Financiador(es): FAPEMIG; CNPq<br />

3 Duração: 2005 – Atual<br />

Título: Expressão da proteína capa S (SlpA) <strong>de</strong> Lactobacillus brevis ATCC 8287 em<br />

Lactococcus lactis<br />

Valor: R$20.000,00<br />

Financiador(es): CAPES/SECYT<br />

4 Duração: 2004 – 2006<br />

Titulo: Desenvolvimento <strong>de</strong> uma vacina contra a linfa<strong>de</strong>nite caseosa dos caprinos e<br />

ovinos<br />

Valor: 150.000,00<br />

Financiador(es): FINEP<br />

5 Duração: 2004 – 2004<br />

Título: Kits <strong>de</strong> Diagnóstico <strong>de</strong> doenças infecciosas em bovinos<br />

Valor: R$ 8.580,00<br />

Financiador(es): SEBRAE/MG<br />

6 Duração: 2002 – 2002<br />

Título: Projeto Re<strong>de</strong> Regional <strong>de</strong> Genomas. Projeto transcriptoma do Schistosoma<br />

mansoni.<br />

Valor: R$ 1.200.000,00<br />

Financiador(es): CNPq/FAPEMIG<br />

7 Duração: 2001 – 2003<br />

Título: Desenvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas <strong>de</strong> interesse veterinário utilizando a<br />

técnica da imunização gênica<br />

Valor: R$ 40.000,00<br />

Financiador(es): CNPq/CBAB<br />

159


8 Duração: 2001 – 2003<br />

Título: Re<strong>de</strong> Genoma do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, utilizando o genoma expresso do<br />

Schistosoma mansoni como mo<strong>de</strong>lo.<br />

Valor: R$ 3.800.000,00<br />

Financiador(es): FAPEMIG/CNPq/MCT<br />

9 Duração: 2000 – 2002<br />

Título: Estudos <strong>de</strong> imunização gênica em camundongos utilizando os genes GroEL,<br />

L7/L12 e sod da Brucella abortus associados a citocinas<br />

Valor: R$ 38.775,00<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

10 Duração: 2000 - 2002<br />

Título: Produção <strong>de</strong> uma cepa vacinal mutante para o controle da brucelose animal<br />

Valor: R$ 67.567,50<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

11 Duração: 1998 - 2000<br />

Título: Polimorfismo <strong>de</strong> DNA ribossômico <strong>de</strong> fungos <strong>de</strong>matiáceos<br />

Valor: R$ 22.697,50<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

12 Duração: 1998 – 2000<br />

Título: Estudos <strong>de</strong> vacinação com ácidos nucléicos utilizando DNA do Schistosoma<br />

mansoni para o controle da esquistossomose experimental.<br />

Valor: R$ 49.241,00<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

13 Duração: 1997 – 1999<br />

Título: Avaliação do nível <strong>de</strong> imunoproteção conferido pela vacinação com DNA ou<br />

proteína recombinante da Brucella abortus no controle da brucelose experimental<br />

Valor: R$39.195,00<br />

Financiador(es): FAPEMIG<br />

160


14 Duração: 1996 – 1998<br />

Título: I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> Brucella abortus que ativam linfócitos T in vitro e<br />

avaliação do nível <strong>de</strong> imunoproteção conferido por esses produtos gênicos no<br />

controle da brucelose experimental.<br />

Valor: R$ 50.000,00<br />

Financiador(es): FUNDEP/UFMG<br />

15 Duração: 1996 – 1997<br />

Título: Physical mapping of Schistosoma mansoni chromossomes.<br />

Valor: 90.000,00<br />

Financiador(es): OMS<br />

161


IV. 8 Extensão<br />

"Para alcançar conhecimento, adicione coisas todo dia. Para alcançar sabedoria,<br />

elimine coisas todo dia."<br />

Lao-Tsé<br />

O professor em regime <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>de</strong>ve realizar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ensino, pesquisa e extensão, e tenho sempre em mente estes três pilares na<br />

carreira universitária. A extensão universitária é uma forma <strong>de</strong> interação da<br />

universida<strong>de</strong> com a socieda<strong>de</strong>. É uma espécie <strong>de</strong> ponte permanente entre a<br />

universida<strong>de</strong> e os diversos setores da socieda<strong>de</strong>. Escrevi, recentemente, um ensaio<br />

intitulado: “O Professor Universitário e o menino da bolha”. Nele, comparo o<br />

Professor Universitário que se sente seguro no seu campus, sua bolha, ao menino<br />

que tem falhas no seu sistema imune e é obrigado a viver na bolha. Se sair da<br />

bolha, o menino morre e, se o professor vive somente na redoma dourada dos seus<br />

campi, não cumpre a sua função plena com a socieda<strong>de</strong> que o paga.<br />

Ensino, pesquisa e extensão são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O ensino precisa da<br />

pesquisa para oxigená-lo, aprimorá-lo e inová-lo, pois, do contrário, corre o risco da<br />

estagnação. O ensino necessita da extensão para levar seus conhecimentos à<br />

comunida<strong>de</strong> e complementá-los com aplicações práticas. A extensão precisa dos<br />

conteúdos, educandos e professores do ensino para ser efetivada. A extensão<br />

necessita da pesquisa para diagnosticar e oferecer soluções para problemas<br />

diversos com os quais irá <strong>de</strong>parar-se, bem como para que constantemente se<br />

atualize. Por sua vez, a pesquisa prescin<strong>de</strong> dos conhecimentos <strong>de</strong>tidos pelo ensino,<br />

como base <strong>de</strong> partida para novas <strong>de</strong>scobertas. Além disso, a pesquisa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

ensino e da extensão para difundir e aplicar sua produção, e assim, indicar-lhe os<br />

novos rumos a seguir.<br />

Portanto, ensino, pesquisa e extensão são ativida<strong>de</strong>s inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

complementares e precisam ter valorações equivalentes no sistema universitário. A<br />

qualida<strong>de</strong> e o sucesso dos profissionais formados pelas universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m,<br />

diretamente, do nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, equilíbrio e harmonia entre essas três<br />

áreas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. É difícil conceber universitários bem formados sem a<br />

influência <strong>de</strong>ssa formação sistêmica inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e complementar que <strong>de</strong>ve ser<br />

propiciada pelo ensino, pesquisa e extensão. Existem vários tipos <strong>de</strong> ações que são<br />

162


consi<strong>de</strong>radas extensionistas, como diferentes tipos <strong>de</strong> cursos, palestras, viagens <strong>de</strong><br />

estudo e campanhas orientativas. Como já abor<strong>de</strong>i todas minhas ativida<strong>de</strong>s nesse<br />

memorial, irei tecer algumas consi<strong>de</strong>rações acerca das campanhas orientativas, das<br />

quais participei e ainda participo, dos congressos e eventos realizados.<br />

163


IV. 9 Campanhas orientativas<br />

"Fale, e eu esquecerei; ensine-me, e eu po<strong>de</strong>rei lembrar; envolva-me, e eu<br />

apren<strong>de</strong>rei."<br />

Benjamin Franklin<br />

Durante os oito anos que fiquei na Comissão Técnica Nacional <strong>de</strong><br />

Biossegurança (CTNBio), e nos últimos <strong>de</strong>z anos até os dias atuais, atuando na<br />

Associação Nacional <strong>de</strong> Biossegurança (ANBio), fui praticamente do Oiapoque ao<br />

Chuí fazendo campanhas para que a cultura da Biossegurança se instalasse na<br />

mentalida<strong>de</strong> dos professores e pesquisadores das <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s e Centro <strong>de</strong><br />

Pesquisas. Foram <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> visitas aos centros <strong>de</strong> pesquisa, explicando a lei <strong>de</strong><br />

biossegurança e orientando os <strong>Instituto</strong>s nos parâmetrosnos quais <strong>de</strong>veriam se<br />

enquadrar e como os laboratórios <strong>de</strong>veriam se reestruturar para trabalhar com<br />

Organismos Geneticamente Modificados; escrevi, também, vários artigos nos jornais<br />

da mídia convencional e da ANBio. Des<strong>de</strong> 1998, minha atuação e postura visam<br />

sempre a incentivar a consciência e responsabilida<strong>de</strong> no trabalho com Organismos<br />

Geneticamente Modificados. Fomos ao Senado <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> para participar <strong>de</strong> audiência<br />

pública e elaboramos um documento que pu<strong>de</strong>sse dar subsídios aos parlamentares,<br />

ministrei cursos para profissionais da área <strong>de</strong> direito e da mídia e treinei fiscais da<br />

vigilância sanitária que trabalham nos portos brasileiros. Tais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação<br />

constituem importante trabalho <strong>de</strong> extensão essencial à excelência global das<br />

Instituições Públicas.<br />

Des<strong>de</strong> o começo <strong>de</strong> 2002, faço parte do Conselho <strong>de</strong> Informações sobre<br />

Biotecnologia (CIB), uma organização não governamental. Esse Conselho tem como<br />

objetivo divulgar informações técnico-científicas sobre a biotecnologia e seus<br />

benefícios, incrementando a familiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os setores da socieda<strong>de</strong> com o<br />

tema. Os conselheiros são profissionais <strong>de</strong> diferentes áreas que têm como função<br />

no CIB produzir informações para serem disponibilizadas no sítio eletrOnico do CIB<br />

e divulgadas em veículos <strong>de</strong> imprensa, bem como dirimir dúvidas da socieda<strong>de</strong><br />

sobre o tema. Além <strong>de</strong> realizar estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os conselheiros, o CIB me<br />

requisitou para criar uma equipe com a missão <strong>de</strong> buscar artigos sobre biotecnologia<br />

nos portais, nas revistas científicas e criar notas para um público leigo para a sessão<br />

“em dia com a ciência” no portal do CIB (www.cib.org.br). A equipe é coor<strong>de</strong>nada por<br />

164


mim e composta pelas alunas <strong>de</strong> mestrado Tessália Diniz Luerce Saraiva, Brenda <strong>de</strong><br />

Toledo Bueno e Dayana Ribeiro, todas as três recebem uma bolsa do CIB com o<br />

valor inferior a bolsa <strong>de</strong> mestrado para minerar as notícias na re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />

computadores. Após a mineração, selecionamos os assuntos, as sínteses são<br />

corrigidas por mim e enviadas para o CIB. A segunda ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sempenho é<br />

respon<strong>de</strong>r às perguntas da seção, “Fale Conosco”, por meio da qual esclareço<br />

dúvidas <strong>de</strong> adolescentes e adultos sobre Biotecnologia. Elas são <strong>de</strong> uma amplitu<strong>de</strong><br />

enorme, por exemplo um menino <strong>de</strong> 12 anos me perguntou o que tinha haver a teia<br />

do Homem-Aranha com Biotecnologia, respondi que há uma ligação sim e <strong>de</strong>i o<br />

exemplo da cabra transgênica que expressa uma proteína da teia <strong>de</strong> aranha em seu<br />

leite e que po<strong>de</strong> ser transformada em colete à prova <strong>de</strong> balas e linha <strong>de</strong> suturas para<br />

cirurgias e reparos <strong>de</strong> tendões. Abaixo, transcrevo uma pergunta típica e a minha<br />

resposta:<br />

Pergunta da Andressa Ribeiro – 17 anos (30/06/2008)<br />

Oi,<br />

Sou estudante e curso o 3º ano do Ensino Médio.<br />

Gostaria muito <strong>de</strong> saber sobre a Biotecnologia, tenho inúmeras dúvidas em relação<br />

a esta e outras profissões, como: Engenharia Ambiental, Biomedicina e Bioquímica<br />

além da Biotecnologia, porém não consigo me <strong>de</strong>cidir. Gosto das áreas <strong>de</strong> meio<br />

ambiente e tenho verda<strong>de</strong>iro fascínio por genética!<br />

Por isso penso em fazer biotecnologia, mas penso... como é a área <strong>de</strong> trabalho?<br />

Saturado ou em ascensão? Melhor trabalhar aqui no Brasil ou no exterior? Qual o<br />

salário médio? Até quanto (salário) eu posso ganhar? Quais <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Públicas<br />

oferecem o curso?<br />

É mais interessante eu fazer este curso ou escolher entre os que apresentei como<br />

dúvida e fazer uma pós em biotecnologia? Em seu trabalho, faz o que<br />

especificamente, atua em laboratórios ou em campo? Ou nos dois?<br />

Por favor me respondam, já faz tempo que procuro essas respostas.<br />

Até breve.<br />

Andressa Ribeiro.<br />

165


Resposta<br />

Cara Andressa,<br />

A biotecnologia é uma ciência com um objetivo específico: transformar o<br />

conhecimento gerado pelas <strong>Ciências</strong> Biológicas em algum tipo <strong>de</strong> serviço ou produto<br />

em benefício da socieda<strong>de</strong>. Em geral, biólogos, farmacêuticos, médicos, médicos<br />

veterinários, engenheiros agrônomos e praticamente profissionais <strong>de</strong> todas as áreas<br />

<strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong>m se tornar especialistas em Biotecnologia. Cursos <strong>de</strong><br />

graduação em Biotecnologia no Brasil são recentes. Por favor, visite a nossa home<br />

page (http://www.cib.org.br/curso.php). Estes cursos procuram capacitar<br />

profissionais para atuar em incubadoras <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> biotecnologia,<br />

universida<strong>de</strong>s, centro <strong>de</strong> pesquisas e laboratórios <strong>de</strong> análises clínicas. Além <strong>de</strong><br />

possibilitar ao indivíduo montar sua própria empresa no ramo da biotecnologia. O<br />

biotecnólogo po<strong>de</strong> trabalhar em empresas <strong>de</strong> vacinas, laboratórios <strong>de</strong> testes <strong>de</strong><br />

DNA, perícias forenses, ser professor <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>, pesquisador <strong>de</strong> <strong>Instituto</strong>s <strong>de</strong><br />

pesquisa, etc.<br />

O Biotecnólogo tem que ter conhecimentos sólidos <strong>de</strong> Genética, Bioquímica,<br />

Microbiologia e <strong>de</strong> outras áreas.<br />

O mercado não está saturado, é um mercado em ascensão. O Brasil vai precisar <strong>de</strong><br />

muitos biotecnólogos no futuro. Agora você precisa fazer o curso <strong>de</strong> 4 anos, <strong>de</strong>pois<br />

fazer mestrado (2 anos) e doutorado (4 anos). São <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> estudos. No exterior<br />

ou no Brasil, você precisa fazer este caminho <strong>de</strong> no mínimo 10 anos. A remuneração<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do seu preparo e do que você po<strong>de</strong> gerar para a empresa. Por exemplo, se<br />

você <strong>de</strong>senvolve um novo medicamento, você po<strong>de</strong> receber, além do salário, uma<br />

gran<strong>de</strong> soma. Bom, o salário no Brasil está entre R$ 5.000,00 e R$10.000,00. As<br />

universida<strong>de</strong>s públicas ainda são as melhores e, como falei antriormente, você po<strong>de</strong><br />

fazer Biotecnologia e Pós-graduação em seguida ou <strong>Ciências</strong> Biológicas e Pósgraduação.<br />

A or<strong>de</strong>m, nesse caso, não altera o produto. O trabalho po<strong>de</strong> ser em<br />

laboratórios ou em campo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você irá trabalhar.<br />

Para fazer esse tipo <strong>de</strong> trabalho, tenho que ler bastante e tentar respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

uma maneira clara e adaptada para cada faixa etária. Essa é uma das ativida<strong>de</strong>s<br />

que mais me proporciona prazer, <strong>de</strong>ntre as extensionistas.<br />

166


Nas discussões com a, então, candidata a Reitora, a Professora Emérita Dra.<br />

Ana Lúcia Gazzola em 2002, sempre enfatizei que a UFMG tem pouca presença na<br />

mídia e que precisávamos divulgar os tantos trabalhos relevantes <strong>de</strong> pesquisa,<br />

ensino e extensão que nossa <strong>Universida<strong>de</strong></strong> produz e oferece à população <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>. Houve um esforço em sua administração e, na atual, no entanto, precisamos<br />

promover divulgação para a socieda<strong>de</strong> para que a mesma saiba que o seu<br />

investimento tem um gran<strong>de</strong> retorno da nossa Instituição. Venho, há mais <strong>de</strong> oito<br />

anos, sendo o porta-voz informal da UFMG, quando se trata <strong>de</strong> Biotecnologia e<br />

Biossegurança. A gran<strong>de</strong> maioria das <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> rádio, televisão e imprensa<br />

escrita que chegam sobre tais temas no Centro Audiovisual-CAV, órgão responsável<br />

pela comunicação com as mídias da UFMG, são encaminhadas para mim. Fiz até<br />

um curso patrocinado pelo Conselho <strong>de</strong> Informação em Biotecnologia (CIB) para<br />

apren<strong>de</strong>r a falar com a mídia <strong>de</strong> forma apropriada.<br />

IV.10 Congressos e Eventos realizados<br />

"Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever,<br />

mas aqueles que se recusam a apren<strong>de</strong>r, reapren<strong>de</strong>r e voltar a apren<strong>de</strong>r."<br />

Alvin Toffler<br />

Organizei todos os anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meu ingresso no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Biologia<br />

Geral, congressos e eventos científicos nacionais e internacionais. Descreverei<br />

alguns eventos que consi<strong>de</strong>ro <strong>de</strong> relevância para o Estado e o País on<strong>de</strong> exerço as<br />

minhas ativida<strong>de</strong>s profissionais, e outros que realizei nessa instituição, apesar <strong>de</strong><br />

achar que todos foram marcantes para minha trajetória científica.<br />

Começo falando dos eventos BioBrasil. Quero expressar a minha profunda<br />

gratidão ao Professor Roberto Machado, gran<strong>de</strong> responsável pela minha<br />

participação na organização <strong>de</strong>sses eventos, quem, praticamente, me adotou, e é<br />

um dos meus “pais científicos”. A primeira edição do BioBrasil ocorreu em 2002.<br />

Com periodicida<strong>de</strong> bienal, chega a reunir cerca <strong>de</strong> 600 participantes nas suas<br />

edições e tem alto índice <strong>de</strong> aprovação entre os empresários, técnicos do setor,<br />

pesquisadores e especialistas do Brasil e do mundo. O objetivo <strong>de</strong>sses eventos foi<br />

167


proporcionar oportunida<strong>de</strong>s para realizar parcerias entre empresas, universida<strong>de</strong>s e<br />

investidores, como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações comerciais, cooperação empresarial,<br />

entre outras. O BioBrasil contou, nessas edições, com o patrocínio da Petrobrás e<br />

da Fapemig. A promoção é da FIEMG, Fundação Biominas, Sebrae, Sindicato das<br />

Indústrias <strong>de</strong> Produtos Farmacêuticos e Químicos para fins Industriais no Estado <strong>de</strong><br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (Sindusfarq) e da Associação Brasileira das Empresas <strong>de</strong><br />

Biotecnologia (ABRABI).<br />

A proposta sempre foi direcionada para a discussão <strong>de</strong> temas relacionados<br />

ao agronegócio, à saú<strong>de</strong> humana, animal e vegetal, e ao meio ambiente. Nas<br />

programações, sempre previmos palestras sobre doenças emergentes, tal como a<br />

gripe aviária, discutimos sobre temas atuais como biocombustíveis e a, então, nova<br />

Lei <strong>de</strong> Biossegurança, que foi publicada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004. Paralelamente aos<br />

eventos, normalmente ocorrem amostras <strong>de</strong> produtos e serviços <strong>de</strong> biotecnologia.<br />

Nesses eventos, sempre recebemos participantes estrangeiros, principalmente <strong>de</strong><br />

países tais como Argentina, Chile, Uruguai, Panamá, Alemanha, Espanha, Reino<br />

Unido, Holanda e França. No ano <strong>de</strong> 2008, não irá ocorrer o que seria o quarto<br />

evento, por motivos que fogem à nossa vonta<strong>de</strong>, mas a FIEMG confirmou a<br />

realização <strong>de</strong> mais um BioBrasil para maio <strong>de</strong> 2009, no qual me empenharei para a<br />

realização <strong>de</strong>ste com o Prof. Roberto Machado.<br />

Fui membro do comitê científico <strong>de</strong> todos os congressos realizados pela<br />

ANBIo (Associação Nacional <strong>de</strong> Biosegurança), nos seus <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> existência,<br />

dos quais também participei na organização. A cada ano, o número <strong>de</strong> participantes<br />

vem aumentando; no último, em Ouro Preto, foram 900 pessoas. O Congresso tem<br />

como missão maior a formação <strong>de</strong> pessoal para trabalhar com a maior<br />

biossegurança possível, além das palestras e cursos teóricos-práticos direcionados<br />

a fiscais da receita fe<strong>de</strong>ral e técnicos da ANVISA para o conhecimento das leis.<br />

Nos congressos organizados pela Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Microbiologia,<br />

participo como membro da comissão científica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999. Des<strong>de</strong> então, foram<br />

também cinco congressos e já estou organizando o congresso que ocorrerá em<br />

2009. Nas reuniões <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, participo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a minha volta<br />

ao Brasil, em 1994, como membro das comissões científicas. No congresso que<br />

ocorrerá em setembro <strong>de</strong> 2008, antes do Congresso da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Genética, ocupo a posição <strong>de</strong> membro da comissão científica e estou trazendo um<br />

pesquisador da França e outro dos Estados Unidos. Venho também participando<br />

168


ativamente, dos Congressos organizados pela Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética<br />

como organizador e membro das comissões organizadoras e científica <strong>de</strong>sses<br />

eventos.<br />

Em 2003 escrevi uma carta para a câmara <strong>de</strong>partamental, solicitando que<br />

indicassem o Professor Edmar Chartone para ser agraciado com o título <strong>de</strong><br />

Professor Emérito, o qual foi aceito. Somente três anos <strong>de</strong>pois, o Prof. Edmar<br />

Chartone recebeu, no dia 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, o título <strong>de</strong> professor emérito da<br />

UFMG, por indicação da congregação do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas (ICB). Para<br />

comemorar realizamos o I Simpósio Edmar Chartone <strong>de</strong> Souza (Figura 8), para o<br />

qual convidamos para ser conferencistas os Professores João Lúcio Azevedo,<br />

orientador do Prof. Chartone, Elisabeth José Vicente, Andréa Amaral, sua eterna<br />

aluna e professora do nosso <strong>de</strong>partamento além dos professores do nosso<br />

<strong>de</strong>partamento que são geneticistas <strong>de</strong> microrganismos: Mônica Buchiarelli<br />

Rodriguez, Adlane Vilas Boas Ferreira, Álvaro Cantini e o An<strong>de</strong>rson Miyoshi. Esse<br />

evento foi realizado no dia 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, teve mais <strong>de</strong> 50 participantes e foi<br />

patrocinado pela diretoria regional da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética.<br />

169


I SIMPÓSIO<br />

EDMAR CHARTONE<br />

DE SOUZA<br />

Do Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em GENÉTICA<br />

DO ICB/UFMG<br />

APOIO: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biol ógicas, Departamento <strong>de</strong><br />

Biologia Geral e <strong>de</strong> P ós-Graduação em Genética do ICB –<br />

UFMG.<br />

Coor<strong>de</strong>nação: Prof. Vasco Azevedo.<br />

Informações: Secret ária da Pós-Graduação em Genética do<br />

ICB-UFMG. E-mail: pg-gen@icb.ufmg.br<br />

Tel: XX31 3499 2570<br />

Figura 8. Cartaz do Evento do I Simpósio Edmar Chartone <strong>de</strong> Souza.<br />

170


Como sou professor colaborador no curso <strong>de</strong> Pós-graduação em Genética e<br />

Biologia Molecular da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Pará, organizamos, em conjunto com<br />

os Professores Paula Schnei<strong>de</strong>r e Artur Silva, um Simpósio <strong>de</strong>nominado Introdução<br />

à Biotecnologia Microbiana, em 2007, em Belém. Neste simpósio, levamos os<br />

Professores Adriano Pimenta, Andrea Amaral e Glória Franco. Temas como<br />

genoma, metagenoma, transcriptoma, proteômica e outros relativos à Biotecnologia<br />

foram tratados e direcionados a um público que incluía graduandos, pós-graduandos<br />

e profissionais <strong>de</strong> Belém. A audiência foi superior a cem pessoas. Nesse evento, foi<br />

estabelecido que seria induzido através <strong>de</strong> um edital <strong>de</strong> seleção uma turma <strong>de</strong><br />

mestrandos do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação do Pará que se especializariam em<br />

Bioinformática, e que os professores do Programa <strong>de</strong> Bioinfomática da UFMG iriam<br />

ministrar aulas e orientar esses alunos; as inscrições terminam no dia primeiro <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2008. Também fizemos o contato inicial para que a Re<strong>de</strong> Genoma do<br />

Pará se unisse com a Re<strong>de</strong> Genoma <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Foi assinado, entre os<br />

diretores científicos da FAPESPA e da FAPEMIG, o convênio <strong>de</strong> cooperação<br />

científica no mês <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008.<br />

Tenho certeza <strong>de</strong> que sou um dos membros do meu <strong>de</strong>partamento que mais<br />

organizou eventos na nossa Instituição. Po<strong>de</strong> ser, nos anos anteriores ao meu<br />

ingresso, tenha havido mais organizadores <strong>de</strong> eventos. Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ingressei na<br />

UFMG, em dozes anos, organizei, pelo menos, um evento a cada ano. Como<br />

síntese <strong>de</strong> todos os eventos que realizei e sempre com a ênfase <strong>de</strong> unir os<br />

Programas <strong>de</strong> Pós-graduação do nosso <strong>Instituto</strong>, quebrar barreiras <strong>de</strong>partamentais e<br />

pensar sempre no <strong>Instituto</strong> como uma única célula, tecerei comentários sobre o I<br />

Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia da UFMG e o “I Encontro <strong>de</strong> alunos e exalunos<br />

do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação da Genética Cleusa Graça da Fonseca” que<br />

foi realizado entre os dias 1º a 4 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>sse ano, em comemoração aos <strong>de</strong>z anos<br />

<strong>de</strong>ste programa, pelo qual tenho gran<strong>de</strong> afeição e que, atualmente, coor<strong>de</strong>no. Nesse<br />

evento tivemos vários convidados <strong>de</strong> fora do estado, como a Profa. Mara Hutz, vicepresi<strong>de</strong>nte<br />

da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética (SBG), que ministrou a palestra<br />

magna; o Prof. Evonildo Costa da UFPA, Yuri Leite da UFES, Dr. Edilson Paiva vicepresi<strong>de</strong>nte<br />

da CTNBio e os Professores David <strong>de</strong> Jong e Francisco Moura Duarte da<br />

USP <strong>de</strong> Ribeirão Preto. Os professores internos do Programa e outros do <strong>Instituto</strong><br />

também participaram <strong>de</strong> palestras, mesas-redondas e minicursos. No encontro dos<br />

ex-alunos, foram convidados egressos <strong>de</strong> várias turmas e foi muito gratificante revê-<br />

171


los, muitos <strong>de</strong>les inseridos no mercado <strong>de</strong> trabalho. Abaixo seguem alguns gráficos<br />

com os números <strong>de</strong>sse evento.<br />

Figura 9. Inscrições no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia por instituições <strong>de</strong> ensino<br />

(375 inscritos).<br />

Figura 10. Inscrições no Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia <strong>de</strong> participantes provenientes<br />

do interior <strong>de</strong> MG.<br />

172


Figura 11. Inscrições no Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia <strong>de</strong> participantes<br />

provenientes <strong>de</strong> outros estados do Brasil.<br />

173


Figura 12. Outras instituições <strong>de</strong> ensino participantes do I Simpósio <strong>de</strong> Genética e<br />

Biotecnologia<br />

174


Figura 13. Categoria das instituições participantes do I Simpósio <strong>de</strong> Genética e<br />

Biotecnologia.<br />

Figura 14. Inscrições por centros <strong>de</strong> pesquisa no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia.<br />

175


Figura 15. Participação dos alunos do programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética no I<br />

Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia.<br />

Figura 16. Inscrições no I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia.<br />

176


Desses gráficos, po<strong>de</strong>mos fazer várias observações que <strong>de</strong>monstram que a<br />

UFMG precisa continuar o seu papel <strong>de</strong> difusor <strong>de</strong> conhecimento no cenário mineiro<br />

e nacional. Tivemos que limitar o evento a 375 inscritos (Figura 9) pela falta <strong>de</strong><br />

estrutura física para receber mais participantes. Acreditamos que, pela procura,<br />

po<strong>de</strong>ríamos atingir tranqüilamente 600 participantes. Todos os cursos tiveram suas<br />

vagas esgotadas e tivemos que abrir duas turmas para os cursos “Introdução a<br />

Bioinformática”, ministrado pelo Prof. José Miguel Ortega e “Trabalhando Com<br />

Células Competentes”, ministrado pela nossa aluna <strong>de</strong> doutorado Susanne Facchin.<br />

Como temos 11 programas <strong>de</strong> pós-graduação no prédio, são 800 alunos fazendo<br />

pós-graduação; <strong>de</strong>ssa forma, meta<strong>de</strong> das inscrições foram para aten<strong>de</strong>r a nossa<br />

<strong>de</strong>manda interna. Tivemos inscrições <strong>de</strong> outros estados (Figura 11) que não<br />

esperavámos e 115 <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (Figura 10), sendo que a<br />

maioria <strong>de</strong> Universitários. A UFMG atrai muitos alunos para os seus programas <strong>de</strong><br />

pós-graduação; <strong>de</strong> Viçosa e da PUC <strong>de</strong> Belo Horizonte (Figura 12), praticamente,<br />

foram 40% das vagas para essas instituições. Os Centros <strong>de</strong> Pesquisa FUNED e<br />

EMBRAPA mantêm estreita colaboração com o nosso Programa <strong>de</strong> Pós-graduação,<br />

o que talvez explique a presença em massa <strong>de</strong> inscritos <strong>de</strong>stas Instituições (Figura<br />

14). A Fundação Hermes Pardini, HEMOMINAS e a Polícia Civil são atendidos na<br />

formação <strong>de</strong> seu pessoal pelo nosso programa (Figura 13). A participação dos<br />

nossos alunos foi massiva (Figura 15). A proporção <strong>de</strong> 27% não correspon<strong>de</strong> à<br />

realida<strong>de</strong>. Muitos não participaram porque não pu<strong>de</strong>ram, por estarem fora do Páis<br />

em doutorado sanduíche, em experimentos fora <strong>de</strong> Belo Horizonte e porque estão<br />

focados na escrita das suas dissertações e teses.<br />

Gostaria <strong>de</strong> ressaltar que esse evento foi realizado por ocasião das<br />

comemorações dos 80 anos da UFMG, dos 40 do ICB e do <strong>de</strong>z do nosso programa,<br />

para o qual tivemos efetivo apoio <strong>de</strong> todas as esferas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> (Figura 16).<br />

Tenho a convicção <strong>de</strong> que este foi um dos eventos <strong>de</strong> maior importância ocorrido<br />

nos últimos anos no nosso <strong>Instituto</strong>.<br />

177


IV. 11 Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Mesas-redondas<br />

"Um pouco <strong>de</strong> ciência nos afasta <strong>de</strong> Deus. Muito, nos aproxima."<br />

Louis Pasteur<br />

Fui coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> diversas mesas-redondas em eventos nacionais e<br />

internacionais. Acredito que este fenômeno ocorre <strong>de</strong>vido à qualida<strong>de</strong> do nosso<br />

trabalho científico e também graças à nossa atuação nas Socieda<strong>de</strong>s Científicas.<br />

Abaixo, listo apenas algumas das mesas que coor<strong>de</strong>nei:<br />

Evento: I Simpósio <strong>de</strong> Genética e Biotecnologia da UFMG e no I Encontro <strong>de</strong> alunos<br />

e ex-alunos do PG Genética, 2008<br />

Mesa-redonda: Biossegurança e organismos geneticamente modificados (OGMs)<br />

Evento: Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Biossegurança, V Simpósio Latino-americano <strong>de</strong><br />

Produtos Transgênicos e Simpósio <strong>de</strong> Bioenergias das Nações Unidas, 2007<br />

Mesa-redonda: Biossegurança com Animais<br />

Evento: XXIII Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2005<br />

Mesa-redonda: Bactérias Lácticas: Novas Tendências<br />

Evento: Sinaferm. Simpósio Nacional <strong>de</strong> Bioprocessos, 2005<br />

Mesa-redonda: Bioprocessos na indústria <strong>de</strong> fármacos<br />

Evento: Comemoração dos 30 anos <strong>de</strong> Pós-Graduação em Biologia Molecular do<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Celular da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Brasília<br />

Mesa-redonda: Desafios e perspectivas na Utilização <strong>de</strong> alimentos transgênicos no<br />

Brasil<br />

Evento: XXII Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Microbiologia, 2003<br />

Mesa Redonda: Aspectos tecnológicos das bactérias lácticas<br />

Evento: XXIII Reunião <strong>de</strong> Genética <strong>de</strong> Microrganismos, 2002<br />

Mes- redonda: Genética das bactérias lácticas e suas aplicações biotecnológicas<br />

178


IV. 12 Experiência Administrativa<br />

“Sem trabalho a vida se per<strong>de</strong>.”<br />

Albert Camus<br />

Em uma carreira acadêmica, é tão inevitável e quanto <strong>de</strong>sejável que<br />

assumamos funções administrativas. É um exercício complexo exercer ativida<strong>de</strong>s<br />

administrativas em um contexto on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda das nossas necessida<strong>de</strong>s é maior<br />

do que a que recebemos do governo, on<strong>de</strong> há problemas graves <strong>de</strong> infra-estruturas<br />

sem manutenção dos recorrentes <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso, a falta <strong>de</strong> pessoal do corpo<br />

técnico, a falta <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>stes e ainda o amparo pelo “Regime Jurídico<br />

Único”, o qual permite que todos os abusos possam ser cometidos sem que seus<br />

postos sejam ameaçados.<br />

As ativida<strong>de</strong>s administrativas, no contexto atual, são custosas e, há pouco<br />

tempo, estão sendo reconhecidas pelas diferentes esferas. Entretanto, elas<br />

constituem <strong>de</strong>ver do docente e lhe servem <strong>de</strong> instrumento para ampliar sua visão,<br />

<strong>de</strong>finem seu posicionamento para participar, efetivamente, do funcionamento da<br />

instituição a que está vinculado.<br />

Existe uma gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> choque <strong>de</strong> gestão nas universida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras para que elas possam atingir as suas metas no novo milênio, mas, para<br />

que isto ocorra, temos que criar condições propícias. As mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s<br />

sinalizam por on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vemos começar a trabalhar, usando o senso crítico e tendo<br />

uma visão global, po<strong>de</strong>mos avançar sem per<strong>de</strong>r os valores consolidados<br />

arduamente. Medidas <strong>de</strong>vem ser tomadas para se integrarem corpo docente, o<br />

corpo técnico-administrativo e corpo discente <strong>de</strong> uma maneira harmoniosa, com um<br />

único pensamento que sabe que a razão da sua existência é o <strong>de</strong> gerar<br />

conhecimentos e riquezas para a socieda<strong>de</strong>. Para tanto, é necessário que a<br />

máquina administrativa funcione <strong>de</strong>ntro dos padrões <strong>de</strong> excelência.<br />

Em geral, só se comenta sobre as administrações quando existe problemas.<br />

Não existe a possibilida<strong>de</strong>, atualmente, das boas administrações nas <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s<br />

passarem <strong>de</strong>spercebidas, já que medidas administrativas precisam ser tomadas,<br />

suas marcas <strong>de</strong>vem ser cravadas, consolidadas e que tenham uma continuida<strong>de</strong>.<br />

179


Nenhum trabalho <strong>de</strong>ve ser um fim em si mesmo, mas, sim, somar no sentido <strong>de</strong><br />

consolidar-se. Tenho convicção <strong>de</strong> que a comunida<strong>de</strong> universitária tem a percepção<br />

das necessida<strong>de</strong>s das medidas que precisam ser tomadas e, intimamente, clama<br />

por elas.<br />

Ter todas as condições para administrar não nos permite saber se o<br />

administrador é bom ou ruim. Acredito que o bom administrador <strong>de</strong>ve trabalhar com<br />

a sua coletivida<strong>de</strong> e com todas as <strong>de</strong>ficiências existentes e consegui transformá-las<br />

<strong>de</strong> forma positiva. Nos anos <strong>de</strong> convivência que tenho na UFMG, percebo<br />

sentimentos <strong>de</strong> amor e <strong>de</strong> honra <strong>de</strong> pertencer à essa Instituição. Tais sentimentos<br />

possibilitam a gestores, que trabalham na UFMG, conseguir alcançar os objetivos <strong>de</strong><br />

alçar a UFMG no rol das melhores universida<strong>de</strong>s do planeta.<br />

IV.12.1 Membro da Comissão Interna <strong>de</strong> Biossegurança do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas da UFMG<br />

Chegando ao <strong>Instituto</strong> em 1996, o diretor, à época, me convocou para ser<br />

membro titular da comissão <strong>de</strong> Biossegurança. A lei <strong>de</strong> Biossegurança tivera<br />

aprovação e todos os programas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)<br />

exigiam o Certificado <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> em Biossegurança (CQB). O Presi<strong>de</strong>nte da<br />

CTNBio acumulava também o cargo <strong>de</strong> direção do PADCT. Em nossa gestão,<br />

conseguimos que o ICB recebesse este certificado e cadastramos todos os<br />

laboratórios e profissionais que trabalhavam com Organismos Geneticamente<br />

IV.12.2 Membro do colegiado do curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética do<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do ICB/UFMG<br />

Fui membro do primeiro colegiado do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética,<br />

o que muito me honra (Figura 17). Elaboramos normas e pon<strong>de</strong>rações das provas<br />

<strong>de</strong> ingresso, conseguimos modificar a estrutura do curso, concentrando a carga<br />

didática no primeiro semestre do primeiro ano, <strong>de</strong> forma que os alunos <strong>de</strong>dicassem<br />

mais tempo aos seus trabalhos laboratoriais e conseqüentemente diminuíssem o<br />

tempo <strong>de</strong> titulação. Minhas atuações foram sempre na tentativa que o nosso<br />

mestrado seguisse as correntes mo<strong>de</strong>rnas nacionais e internacionais, as quais<br />

exigem produtivida<strong>de</strong> científica, transformando-a em programa <strong>de</strong> excelência. Fiquei<br />

180


como suplente até novembro <strong>de</strong> 2000 e voltei como titular em maio <strong>de</strong> 2003, e me<br />

tornei coor<strong>de</strong>nador em outubro <strong>de</strong> 2006. São oito anos <strong>de</strong> colegiado <strong>de</strong> pós-<br />

graduação dos onze existentes. Fui o último dos criadores do Programa a me tornar<br />

coor<strong>de</strong>nador e acredito que estes oito anos me ajudaram a exercer as minhas<br />

funções.<br />

Figura 17. Ata da primeira reunião da Pós-graduação em Genética do Departamento <strong>de</strong><br />

Biologia Geral do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

181


IV.12.3 Ativida<strong>de</strong>s na regional mineira da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética<br />

Em 1998, estando somente há quatro anos no estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, tive<br />

meu trabalho reconhecido pelos os meus pares, os quais me elegeram Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Regional Mineira da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética.<br />

Os Presi<strong>de</strong>ntes das regionais fazem parte do Conselho Executivo da<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética que é composto pelo Presi<strong>de</strong>nte da SBG e a sua<br />

diretória. O Conselho tem como missão várias funções administrativas como emitir<br />

pareceres técnicos, aprovar indicações, submetidas pelo Presi<strong>de</strong>nte, por editores da<br />

Revista e por editores das <strong>de</strong>mais publicações da SBG, bem como atuar em<br />

processos <strong>de</strong> prorrogação ou interrupção <strong>de</strong> suas funções; aprovar a aquisição, a<br />

oneração ou a alienação <strong>de</strong> bens imóveis pela SBG, propostas pelo Presi<strong>de</strong>nte, em<br />

comum acordo com a Diretoria.<br />

Procurei promover geneticistas mineiros, indicando-os para comissões que a<br />

Nacional solicitava, bem como nas organizações do nosso congresso anual. Insisti,<br />

junto à fundação <strong>de</strong> fomento à pesquisa do estado, a FAPEMIG, para que voltasse a<br />

financiar projetos, e procuramos apoiar todos os eventos que os geneticistas<br />

mineiros promoviam. Em minha gestão, criamos uma Home Page para facilitar a<br />

comunicação e as trocas <strong>de</strong> informação entre os associados.<br />

Em 2004 o Prof. Fabrício me convidou para ser membro da chapa que ele ia<br />

presidir e fomos eleitos: eu, como tesoureiro, e Dra. Cláudia Guimarães como<br />

secretária, para o biênio 2004-2006. Realizamos o “I Simpósio Edmar Chartone <strong>de</strong><br />

Souza”, o qual já mencionei, além <strong>de</strong> mais dois eventos, quais sejam:<br />

IX CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE ANTROPOLOGIA<br />

BIOLÓGICA E I CONGRESSO BRASILEIRO DE ANTROPOLOGIA-BIOLÓGICA<br />

Nome dos conferencistas: Rolando José Gonzales, Sérgio Danilo Pena, Merrit<br />

Ruhlen, Spencer Wells, Hector Pucciarelli, André Prous, Ricardo Fujita, Ruth Shady<br />

Solis, Francisco R. Carnese, Francisco Rothammer, Francisco M. Salzano, Marlene<br />

Fossi, José Vicente Rodríguez, Darío Olmo, Maryorit Pacheco, Mônica Sans,<br />

Genoveva Keyeux, Ricardo V. Santos, A<strong>de</strong>laida Struck, Theodore Schurr, Alfonso<br />

Rosales López , Andréa K. R. Santos e Cláudia Rodrigues<br />

Período e local do evento: 11 a 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2006 – Hotel Estalagem das<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> – Ouro Preto, MG<br />

182


Público-alvo: Professores, pesquisadores e estudantes da América Latina<br />

Nº <strong>de</strong> participantes: 400<br />

Patrocinadores: Fundação Wenner Gren e auxílios da National Geographic Society,<br />

CNPq, FINEP e FAPEMIG.<br />

Valor do repasse da SBG: R$0,00<br />

Custo total do evento/ativida<strong>de</strong>: US$60.000,00<br />

1ª ESCOLA DE INVERNO DO ICB/UFMG<br />

Nome do organizador: Profa. Maria Raquel Carvalho/CENEX-UFMG<br />

Apoio: Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética – regional MG<br />

Nome do(s) conferencista(s) ou participante(s): Prof. Dr. Carlos Renato<br />

Machado, Profa. Dra. Ana Lúcia Brunialt Godard, Prof. Dr. Gregory Thomaz Kitten,<br />

Prof. Dr. Almir <strong>de</strong> Sousa Martins, Profa. Dra. Maria Raquel Carvalho, Prof. Dr. Vasco<br />

Ariston <strong>de</strong> Carvalho Azevedo, Prof. Dr. Romeu Cardoso Guimarães, Profa. Dra.<br />

Cleusa Graça da Fonseca, Profa. Dra. Andréa <strong>de</strong> Castro Perez, Prof. Dr. Marcos<br />

Horácio Pereira, Prof. Dr. Francisco Rodrigues Barbosa, Profa. Dra. Cláudia Jacobi,<br />

Profa. Dra. Paulina Maia Barbosa, Prof. Dr. Fabrício Rodrigues dos Santos, Prof. Dr.<br />

Evangue<strong>de</strong>s Kalapothakis, Prof. Dr. José Miguel Ortega, Profa. Dra. Glória Regina<br />

Franco e Profa. Dra. Santuza Maria Teixeira.<br />

Período e local do evento: 03 a 08 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2006 – ICB - UFMG<br />

Público-alvo: estudantes <strong>de</strong> graduação e pós-graduação e profissionais das áreas<br />

biológicas.<br />

Nº <strong>de</strong> participantes: 315<br />

Discriminação das receitas: Inscrições – R$75,00 (estudantes), R$100,00<br />

(profissionais).<br />

Valor do repasse da SBG: R$0,00 (somente apoio na divulgação e na organização)<br />

Fui convocado para compor uma nova chapa para o biênio 2008-2010 pela<br />

inexistência <strong>de</strong> uma chapa candidata, a ausência acarretaria o <strong>de</strong>saparecimento da<br />

nossa regional. Aceitei e serei o próximo Presi<strong>de</strong>nte, tendo ao meu lado os<br />

professores Dr. Evangue<strong>de</strong>s Kalapothakis como secretário e o Dr. An<strong>de</strong>rson Miyoshi<br />

como tesoureiro. Iremos lutar pelo espaço e representativida<strong>de</strong> dos geneticistas<br />

mineiros na SBG.<br />

183


IV.12.4 Membro assessor do programa piloto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

da região amazônica PPG7. Ministério da Ciência e Tecnologia. 1999-2002<br />

Em 1999 iniciei minha participação no Comitê Assessor (CA) do Programa <strong>de</strong><br />

Proteção das Florestas Tropicais - o PPG7 - do Ministério da Ciência e Tecnologia.<br />

Tal fato foi <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na complementação <strong>de</strong> minha maturida<strong>de</strong><br />

científica, lidando com a parte administrativa da aplicação propriamente dita, em<br />

larga escala, do trabalho no laboratório; aprovei projetos vultosos e tive o prazer <strong>de</strong><br />

acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes, <strong>de</strong> sua implantação até seu término.<br />

Participar <strong>de</strong>sse comitê levou-me a estreitar laços com os Professores Paula<br />

Schnei<strong>de</strong>r e Artur Silva e, com isso, hoje, sou Professor do Programa <strong>de</strong> Genética e<br />

Biologia Molecular da UFPA.<br />

IV.12.5 Membro assessor do Centro Brasileiro Argentino <strong>de</strong> Biotecnologia,<br />

CBAB . Ministério da Ciência e Tecnologia<br />

O convite para minha participação, em 2000, no Comitê Assessor (CA) do<br />

Centro Brasil-Argentina <strong>de</strong> Biotecnologia foi conseqüência do sucesso <strong>de</strong> nossos<br />

cursos sob seu patrocínio. Julgamos projetos binacionais e aprovamos cursos. As<br />

reuniões aconteciam um ano em Buenos Aires e outro, no Rio ou Brasília. Foi muito<br />

interessante conviver com os argentinos e tentar equacionar as diferenças. Participei<br />

durante três anos, mais precisamente, até o final <strong>de</strong> 2002.<br />

IV.12.6 Membro da Comissão Técnica Nacional <strong>de</strong> Biossegurança-CTNBio.<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia<br />

A CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é instância<br />

colegiada multidisciplinar <strong>de</strong> caráter consultivo e <strong>de</strong>liberativo, para prestar apoio<br />

técnico e <strong>de</strong> assessoramento ao Governo <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> na formulação, atualização e<br />

implementação da Política Nacional <strong>de</strong> Biossegurança (PNB) <strong>de</strong> OGM (Organismos<br />

Geneticamente Modificados)e seus <strong>de</strong>rivados, bem como no estabelecimento <strong>de</strong><br />

184


normas técnicas <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong> pareceres técnicos referentes à autorização <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s que envolvam pesquisa e uso comercial <strong>de</strong> OGM e seus <strong>de</strong>rivados, com<br />

base na avaliação <strong>de</strong> seu risco zoofitossanitário à saú<strong>de</strong> humana e ao meio<br />

ambiente. Segundo a lei a CTNBio <strong>de</strong>verá acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento e o<br />

progresso técnico e científico nas áreas <strong>de</strong> biossegurança, biotecnologia, bioética e<br />

afins, com o objetivo <strong>de</strong> aumentar sua capacitação para a proteção da saú<strong>de</strong><br />

humana, dos animais, das plantas e do meio ambiente. A CTNBio atual é composta<br />

<strong>de</strong> membros titulares e suplentes, <strong>de</strong>signados pelo Ministro <strong>de</strong> Estado da Ciência e<br />

Tecnologia, sendo constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros <strong>de</strong><br />

reconhecida competência técnica, <strong>de</strong> notória atuação e saber científicos, com grau<br />

acadêmico <strong>de</strong> doutor e com <strong>de</strong>stacada ativida<strong>de</strong> profissional nas áreas <strong>de</strong><br />

biossegurança, biotecnologia, biologia, saú<strong>de</strong> humana e animal ou meio ambiente.<br />

Em 1998, fui indicado pelo Presi<strong>de</strong>nte da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética,<br />

Professor João Lúcio <strong>de</strong> Azevedo, para ser membro da Comissão Técnica Nacional<br />

<strong>de</strong> Biossegurança (CTNBio) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Quarenta<br />

candidatos foram indicados e encabecei uma lista tríplice apresentada ao Ministro<br />

que, acatando a indicação, me nomeou. Comecei como suplente, mas saliento que<br />

os suplentes têm as mesmas prerrogativas que os titulares em função da gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

Estu<strong>de</strong>i muito para votar na aprovação da liberação do plantio comercial da<br />

soja transgênica. Foi um momento importante para a nação e sofremos todos os<br />

tipos <strong>de</strong> pressão. Trabalhamos bastante na elaboração e revisões <strong>de</strong> todas as<br />

instruções normativas (INs), viajamos em visitas técnicas e ministramos palestras no<br />

Brasil inteiro sobre a Política Nacional <strong>de</strong> Biossegurança. Estes oito anos <strong>de</strong><br />

militância, como suplente e titular nessa comissão, me capacitaram como um dos<br />

especialistas da área no Brasil.<br />

Como sou médico veterinário, trabalhei muito na confecção das seguintes<br />

(INs):<br />

- Instrução Normativa nº 12, que trata <strong>de</strong> normas para o trabalho em<br />

contenção com animais geneticamente modificados.<br />

185


- Instrução Normativa nº 15, que trata <strong>de</strong> normas para o trabalho em<br />

contenção com animais não geneticamente modificados nos quais<br />

organismos geneticamente modificados são manipulados.<br />

- Instrução Normativa, ainda sob apreciação, que regulamenta o uso <strong>de</strong><br />

vacinas <strong>de</strong> DNA em animais e no homem.<br />

Durante os dois últimos anos, eu presidia a Setorial Animal da CTNBio;<br />

nossas reuniões eram em conjunto com a Setorial Humana. Pelas minhas atitu<strong>de</strong>s<br />

corajosas e nacionalistas em prol da Biotecnologia, sofri várias perseguições <strong>de</strong><br />

ONGs (Figura 18) que induziram senadores e <strong>de</strong>putados do partido dos<br />

trabalhadores (PT) e do Partido Ver<strong>de</strong> (PV) a motivar o Ministério Público para a<br />

abertura <strong>de</strong> processos contra a minha pessoa; como não havia fundamentos, eles<br />

não conseguiram. Fui convidado para ficar por mais dois anos, mas cansado das<br />

perseguições, resolvi não aceitar o convite e me retirei da comissão. Aprendi muito<br />

nesta comissão e expresso a minha gratidão a todos os seus membros que são<br />

consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> notório saber e que lutaram para que a pesquisa com OGMs não<br />

parasse, o que causaria um gran<strong>de</strong> prejuízo para a ciência do País.<br />

186


Figura 18. Cartaz dos membros da CTNBio.<br />

IV.12.7 Comitê Temático (CT) <strong>de</strong> Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em<br />

Biologia (IB) do CNPq<br />

Fiz parte como membro titular do então recém-criado Comitê Temático (CT)<br />

IB que começou em novembro <strong>de</strong> 2003 – Este CT foi aprovado pelo conselho<br />

<strong>de</strong>liberativo, e iria se tornar Comitê Assessor (CA). Nas primeiras reuniões, criamos<br />

os critérios <strong>de</strong> julgamento para ser bolsista <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em pesquisa <strong>de</strong>ste<br />

comitê e <strong>de</strong> 70 solicitações, conce<strong>de</strong>ndo 12 bolsas no primeiro ano para os<br />

pesquisadores que tiveram a maior pontuação em critérios que julgamos relevantes.<br />

Também analisamos, os, neste comitê, projetos <strong>de</strong> várias naturezas, solicitação<br />

<strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> apoio técnico e outros tipos <strong>de</strong> fomento. Infelizmente, este comitê foi<br />

<strong>de</strong>sativado esse ano e existe a possibilida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong>nominado<br />

Biotecnologia, para substituí-lo.<br />

187


IV.12.8. Membro do Comitê <strong>de</strong> Internacionalização da UFMG<br />

O comité <strong>de</strong> Internacionalização está vinculado à Direção <strong>de</strong> Relações<br />

Internacionais (DRI) da UFMG. A DRI tem como missão contribuir para a inserção da<br />

UFMG no cenário internacional e assegurar o cosmopolitismos das ativida<strong>de</strong>s<br />

acadêmicas. Nos últimos anos, houve um acréscimo no número <strong>de</strong> alunos da<br />

UFMG, os quais expan<strong>de</strong>m o conhecimento acadêmico por meio do intercâmbio<br />

internacional. A Diretoria <strong>de</strong> Relações Internacionais da UFMG (DRI) manteve, até o<br />

ano passado, 179 convênios com cerca <strong>de</strong> 40 países em todo o mundo para<br />

intercâmbio. O comitê <strong>de</strong> Internacionalização tem como missão assessorar a DRI e<br />

tem autonomia para gerir dotação orçamentária do Fundo Fun<strong>de</strong>p para a<br />

internacionalização, criando resoluções para o aluno intercambista. Além disso, faz<br />

as convocatórias anuais <strong>de</strong> intercâmbios internacionais, julga o mérito dos projetos<br />

apresentados e produz documentos com diretrizes sobre a política <strong>de</strong><br />

internacionalização da UFMG.<br />

Participo <strong>de</strong>sse comitê <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007 e acredito que a minha indicação foi<br />

motivada pelos convênios com a França e a América do Sul, os quais coor<strong>de</strong>no.<br />

Recebemos visitantes estrangeiros, fazemos reuniões e tentamos equacionar os<br />

problemas <strong>de</strong> incompatibilida<strong>de</strong> entre currículos e diferentes exigências.<br />

IV.12.9 Membro do Colegiado da pós-graduação em Bioinformática<br />

Des<strong>de</strong> a criação do curso <strong>de</strong> Bioinformática no ano <strong>de</strong> 2003, entrei para o<br />

corpo <strong>de</strong> professores orientadores do curso, e estou no colegiado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005.<br />

Fiquei como membro titular do colegiado até 2007, e, como me tornei coor<strong>de</strong>nador<br />

da Pós-Graduação em Genética, solicitaram-me que ficasse como suplente e tenho<br />

mandato até 2009.<br />

A minha participação neste colegiado é bem interessante por que como ele é<br />

composto <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Computação, do Departamento <strong>de</strong><br />

Bioquímica e Imunologia, po<strong>de</strong>mos comparar as <strong>de</strong>cisões e também compartilhar as<br />

nossas experiências administrativas.<br />

188


IV.12.10 Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e <strong>de</strong> Biossegurança do<br />

Consellho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Medicina Veterinária, COBio-CFM<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Medicina Veterinária – CFMV, no uso das<br />

atribuições que lhe foram conferidas, nomeou, através da PORTARIA Nº 48, DE 28<br />

DE MAIO DE 2007, a Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança que será<br />

composta pelos Médicos Veterinários: Vasco Ariston <strong>de</strong> Carvalho Azevedo – CRMV-<br />

BA Nº 1144, José Ricardo <strong>de</strong> Figueiredo – CRMV-CE Nº 1375, Ricardo Junqueira<br />

Del Carlo – CRMV-MG Nº 1759, José Antônio Visintin – CRMV-SP Nº 2053 e Carlos<br />

Alberto Muller – CRMV-RJ Nº 1044, ficando a presidência com o primeiro nominado.<br />

As atribuições da comissão são:<br />

I - assessorar o CFMV na instituição <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> biossegurança,<br />

pesquisa, produção <strong>de</strong> fármacos, entre outros;<br />

II - produzir material técnico-científico que sirva <strong>de</strong> subsídio na implementação<br />

<strong>de</strong> políticas do CFMV nas áreas <strong>de</strong> biotecnologia e biossegurança;<br />

III - analisar documentos relativos às matérias <strong>de</strong> que trata esta Portaria,<br />

subsidiando o Presi<strong>de</strong>nte do CFMV na resposta dos mesmos;<br />

IV - representar o CFMV, quando <strong>de</strong>signado, em eventos que tratem <strong>de</strong><br />

biotecnologia ou biossegurança.<br />

A Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança do Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária foi instituída por portaria do Presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária, datada <strong>de</strong> 04/10/05 e se reuniu, formalmente, pela primeira<br />

vez, em 07/05/07. Des<strong>de</strong> esta época, aconteceram seis reuniões, sendo cinco em<br />

Brasília e uma em Ouro Preto, <strong>de</strong> forma extraordinária, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um evento<br />

científico.<br />

Neste primeiro ano, foram <strong>de</strong>finidas as diretrizes e estabelecidos os<br />

procedimentos <strong>de</strong> atuação da comissão. E, na ausência <strong>de</strong> regulamentações<br />

189


internas, a comissão tem chamado para si a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> forma a<br />

aproximar diversas instâncias governamentais, o CFMV e os médicos veterinários<br />

que atuam nas mais diversas ativida<strong>de</strong>s que envolvam biotecnologia e<br />

biossegurança.<br />

No ano <strong>de</strong> 2008, organizamos o “I Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Bioética e Bem-<br />

Estar Animal e o I Simpósio Nacional <strong>de</strong> Biossegurança e Biotecnologia” entre os<br />

dias 16 e 18 <strong>de</strong> abril, realizados no Campus da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Rural <strong>de</strong><br />

Pernambuco - UFRPE, Recife-PE. Neste evento, produzimos um número especial<br />

com artigos dos palestrantes, publicando-os na revista Ciência Veterinária nos<br />

Trópicos, que inclui um artigo <strong>de</strong> minha autoria, Biotecnologia na Produção <strong>de</strong><br />

Vacinas e Kits <strong>de</strong> Diagnóstico (http://www.veterinaria-nos-<br />

tropicos.org.br/suplemento11/126-129.pdf). Esse evento reuniu 575 congressistas.<br />

IV.12.11 Coor<strong>de</strong>nador do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética da UFMG<br />

Os coor<strong>de</strong>nadores do curso <strong>de</strong> pós-graduação participam das reuniões da<br />

câmara <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento e da congregação, que são instâncias <strong>de</strong>cisórias<br />

importantes na vida do <strong>Instituto</strong>. A nossa participação, apesar <strong>de</strong> ser firme, tem<br />

sempre um caráter <strong>de</strong> promover a tranqüilida<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> promover a<br />

coletivida<strong>de</strong> com harmonia e <strong>de</strong> maneira mais cooperativa possível para realizar<br />

todas as ativida<strong>de</strong>s que a Instituição <strong>de</strong>manda.<br />

Eu asumi o Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em genética em 2006. Estava na<br />

França e recebi uma proposta irrecusável <strong>de</strong> receber uma bolsa <strong>de</strong> pesquisador <strong>de</strong><br />

alto nível no valor <strong>de</strong> EU$ 4.000,00, e minha candidatura foi lançada. Voltei ao Brasil<br />

e disse que só aceitaria se tivesse como o meu vice-coor<strong>de</strong>nador o Prof.<br />

Evangue<strong>de</strong>s Kalapothakis. Só iria concorrer se houvesse chapa única, e foi o<br />

ocorrido. Em nosso programa, todos os professores votam, e também mencionei<br />

que só assumiria se tivesse mais <strong>de</strong> 50% dos votos. Tivemos 82% e, no colegiado,<br />

houve aprovação por unanimida<strong>de</strong>. Então, não fui para mais um pós-doutorado e<br />

assumimos a função para fazer um choque <strong>de</strong> gestão, que era necessário, e para<br />

consolidarmos a nossa pós-graduação.<br />

A primeira medida foi a <strong>de</strong> recuperar toda a memória do curso. Compramos<br />

uma servidora com um programa gestor que nos permite comunicar com todos os<br />

190


membros do programa, emitir todos os documentos, fazer matrícula digital,<br />

selecionar e atualizar informações em tempo real. Hoje, temos todas as 71<br />

dissertações <strong>de</strong> mestrado e as 13 teses <strong>de</strong> doutorado disponíveis em formato digital<br />

(on-line) e todas estão no cadastro discente da CAPES. A nossa administração<br />

também prima pela transparência e todas as atas e gastos dos programas estão<br />

acessíveis aos membros do programa na sua área restrita. Outra medida importante<br />

foi a <strong>de</strong> aumentar o número <strong>de</strong> vagas <strong>de</strong> mestrado e promover duas seleções por<br />

ano e, no doutorado aumentamos <strong>de</strong> 6 vagas para 15; a seleção é em fluxo<br />

contínuo. Em nível <strong>de</strong> mestrado, houve uma queda discreta <strong>de</strong> 1998 até 2002,<br />

seguida <strong>de</strong> uma subida também discreta até 2007. EM 2008, já ingressaram 30<br />

novos alunos <strong>de</strong> mestrado e, na segunda seleção, 9 alunos. O doutorado<br />

aapresentava uma situação crítica. Não conseguíamos atrair alunos. Em 2007,<br />

atraímos 8 alunos, igual à <strong>de</strong>manda reprimida que existia no curso, quando<br />

começamos em 2003. Em 2008, na meta<strong>de</strong> do ano, já captamos 8 alunos e temos 4<br />

alunos inscritos para a próxima seleção. O nosso curso tinha em média 32 alunos<br />

por ano e hoje temos 74 alunos, ou seja, houve um crescimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100%.<br />

Hoje, estamos com o mesmo tamanho do corpo discente dos cursos consolidados<br />

do ICB que perfazem aproximadamente 80 alunos. Fizemos uma distribuição dos<br />

alunos e, hoje todos os professores têm praticamente o mesmo número <strong>de</strong> alunos, o<br />

que é recomendado pela CAPES. Criamos um corpo permanente com os melhores<br />

professores do <strong>de</strong>partamento e, os que estão sem produção compatível foram<br />

alocados no corpo <strong>de</strong> colaboradores, para que voltem a produzir e retornem ao<br />

corpo permanente. Usamos este artifício como incubadora para os nossos<br />

professores, bem como com os convidados <strong>de</strong> fora da instituição. Para esses<br />

últimos, se mostrarem comprometimento com o curso, eles passarão para<br />

permanente.<br />

Em nossa gestão, conseguimos também elevar o conceito do curso para o<br />

nível 5 na CAPES e estamos trabalhando para subirmos para 6. Durante a nossa<br />

gestão, já convidamos o Prof. Márcio <strong>de</strong> Castro, coor<strong>de</strong>nador do CB1 (Comitê <strong>de</strong><br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas I da CAPES) nos anos <strong>de</strong> 2007 e 2008 e a Profa. Maria <strong>de</strong><br />

Fátima Grossi Sá, no ano <strong>de</strong> 2008, para reuniões com os Pró-reitores <strong>de</strong> Pósgraduação,<br />

corpo docente e discente. Essas reuniões nos embasaram para muitas<br />

das nossas atitu<strong>de</strong>s e nos <strong>de</strong>ram o respaldo para outras.<br />

191


Pensamos em muitas mudanças ainda, e estas, tenham certeza, serão<br />

sempre baseadas na melhoria do curso, na sua excelência. O resumo do que<br />

apresentei po<strong>de</strong> ser visto na Figura 19. Aprovamos pela primeira vez na História do<br />

curso um PROCAD (Programa Nacional <strong>de</strong> Cooperação Acadêmica) com a<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Pará e a USP, também um Pró-equipamentos, ambos<br />

programas da CAPES. Tenho a certeza, que a nossa administração ficará marcada<br />

como a mais competente que já existiu nestes <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> existência do programa.<br />

A história dirá.<br />

Figura 19. Levantamento do número <strong>de</strong> alunos do curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética no<br />

período <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação.<br />

192


IV.12.12 Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Julgadora do Prêmio Jovem Cientista do<br />

CNPq no ano <strong>de</strong> 2007<br />

No ano <strong>de</strong> 2007, fui o Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Julgadora do Prêmio Jovem<br />

Cientista do CNPq. Julgamos projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> alunos que estavam no<br />

segundo grau, nas graduações e pós-graduações. Foi muita responsabilida<strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nar este tipo <strong>de</strong> Prêmio. Elaboramos os critérios em conjunto e tive que ser o<br />

fiel da balança, dando, várias vezes, o voto <strong>de</strong> minerva.<br />

IV.13 Prêmios e títulos recebidos<br />

“Da sua experiência ou da experiência gravada, os homens apren<strong>de</strong>m somente o<br />

que suas paixões e seus preconceitos metafísicos lhes permitem”.<br />

Aldous Huxley<br />

Neste capítulo, quero <strong>de</strong>stacar dois prêmios recebidos, que trazem,<br />

intrinsecamente, a valorização do nosso trabalho <strong>de</strong> Professor/ e que nos estimula<br />

sempre a busca por excelência.<br />

Livre-docente pelo <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biomédicas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo em setembro <strong>de</strong> 2004. Adiante, no capítulo <strong>de</strong> concursos, tecerei mais<br />

comentários sobre a obtenção do título.<br />

O Prêmio Jabuti pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em 2005.<br />

Escrevemos, eu e o Professor An<strong>de</strong>rson Miyoshi, um capítulo <strong>de</strong>nominado<br />

Novas Utilizações Biotecnológicas e Terapêuticas das bactérias do Ácido<br />

Láctico para o livro Genômica. Este livro, que foi agraciado com o Prêmio,<br />

reuniu os maiores cientistas do Brasil e fico feliz <strong>de</strong> estar entre eles. O livro foi<br />

publicado pela Editora Atheneu financiado e financiado pelo CIB (Conselho <strong>de</strong><br />

Informações em Biotecnologia). Como sou conselheiro do CIB, já distribuí<br />

mais <strong>de</strong> 120 livros <strong>de</strong> prêmios nos eventos que organizei.<br />

193


IV.14 Bolsas recebidas<br />

"Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida."<br />

Sêneca<br />

Tenho que agra<strong>de</strong>cer a todas as agências <strong>de</strong> fomentos as quais me<br />

auxiliaram em todos estes anos. Abaixo, cito estas agências:<br />

1989-93 Bolsa <strong>de</strong> doutorado concedida pela CAPES.<br />

1993-94 Bolsa <strong>de</strong> pós-doutorado concedida pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> da Pensilvânia.<br />

1996-96 Bolsa <strong>de</strong> pesquisador visitante concedida pela FAPEMIG.<br />

1997 Bolsa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em pesquisa pelo CNPq. Há 11 anos sou<br />

bolsista e atualmente estou no nível 1C.<br />

2003 Bolsa “grant”pelo CNPq. Há cinco anos venho recebendo esta bolsa<br />

que ajuda muito no dia-a-dia do laboratório.<br />

2000-01 Bolsa <strong>de</strong> pesquisador <strong>de</strong> alto nível concedida pelo Ministério da<br />

Educação, Ciência e Tecnologia da França.<br />

2000 Bolsa para viagens à França em missão científica patrocinada pelo<br />

convênio CAPES/COFECUB. Durante estes oito anos divindo vinte um<br />

dias por ano nos laboratórios do Prof. Philippe Langella, em Jouy-en-<br />

Josas, e do Prof. Yves Le Loir, em Rennes.<br />

2007 Recebemos a conceituada bolsa Marie Curie da França para a aluna<br />

<strong>de</strong> Doutorado Clarissa Rocha <strong>de</strong>senvolver 21 meses do seu doutorado<br />

na França.<br />

194


IV.15 Consultoria<br />

“Pe<strong>de</strong> conselho àquele que a si próprio sabe corrigir-se.“<br />

Leonardo da Vinci<br />

Venho prestando consultoria Ad hoc às seguintes agências <strong>de</strong> fomento à<br />

pesquisa e ensino:<br />

CNPq<br />

FAPEMIG<br />

FINEP (Financiadora <strong>de</strong> Estudos e Projetos)<br />

MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia)<br />

FAPESP<br />

FAPESB (Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa no Estado da Bahia)<br />

FUNDECT<br />

CAPES<br />

Fui membro do comitê avaliador <strong>de</strong> Projeto com financiamentos internos para<br />

a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Católica <strong>de</strong> Brasília.<br />

Presto consultoria para as empresas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> vacinas:<br />

Laboratórios Vencofarma do Brasil, certifiquei uma linhagem vacinal para<br />

registro no MAPA e venho acompanhando os testes a campo <strong>de</strong> uma vacina<br />

contra a Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa.<br />

Vallée, temos um contrato <strong>de</strong> sigilo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas<br />

aprovado pela UFMG.<br />

195


IV.16 Membro do corpo editorial <strong>de</strong> periódicos científicos e revisor Ad hoc<br />

"São as palavras e as fórmulas, mais do que a razão, que criam a maioria <strong>de</strong> nossos<br />

julgamentos."<br />

Gustave Le Bom<br />

Gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar, neste item o trabalho editorial que venho realizando para<br />

o periódico Genetics and Molecular Research. Sou editor associado <strong>de</strong>sta revista<br />

que publica artigos relacionados à genética, biologia molecular e evolução. Em<br />

2002, foi editado o primeiro número e, nestes sete anos <strong>de</strong> existência, conseguimos<br />

in<strong>de</strong>xá-la em diferentes serviços, como o “PubMed” do “National Center for<br />

Biotechnology Information”, o que permite uma gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>. In<strong>de</strong>xamos no ISI<br />

em 2006 e esperamos que o nosso índice <strong>de</strong> impacto, <strong>de</strong> acordo com as<br />

informações que recebi, terá um índice <strong>de</strong> impacto 1, 4.<br />

Membro do Corpo Editorial:<br />

Genetics and Molecular Research<br />

Microbial Cell Factories (fator <strong>de</strong> impacto 3.45)<br />

Journal of Medical and Biological Science<br />

Jornal da ANBio - Associação Nacional <strong>de</strong> Biossegurança<br />

The Open Veterinary Science Journal<br />

Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento<br />

Participo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua criação, da Revista Biotecnologia, Ciência &<br />

Desenvolvimento e conseguimos in<strong>de</strong>xá-la. A revista, que se preza tanto pela<br />

qualida<strong>de</strong> do conteúdo como pelo capricho da apresentação, hoje está on-line e tem<br />

sido veículo importante na divulgação da biotecnologia no nosso país.<br />

• Brazilian Journal of Microbiology<br />

Vaccine<br />

Arquivo Brasileiro <strong>de</strong> Medicina Veterinária e Zootecnia<br />

Journal of Dairy Research<br />

196


European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics<br />

Microbes and Infection<br />

Amplied and Environmental Microbiology (AEM)<br />

Applied Microbiology and Biotechnology<br />

African Journal of Agricultural Research<br />

Genetics and Molecular Biology<br />

Genetic Vaccines and Therapy<br />

BMC Molecular Biology<br />

197


IV.17 Editoração <strong>de</strong> números especiais<br />

“Se tratamos as pessoas como elas <strong>de</strong>vem ser, nós as ajudamos a se tornarem o<br />

que elas são capazes <strong>de</strong> ser”.<br />

Joham Wolfgang Von Goethe<br />

O processo <strong>de</strong> editoração é cansativo. Exige um contato com os autores, os<br />

revisores que julgam os artigos que em geral atrasam as suas correções e<br />

pareceres e recebemos muitas vezes cartas nada respeitosas quando não<br />

aprovamos um manuscrito, Fizemos 6 edições especiais e estou trabalhando em<br />

mais uma. Encaro esta tarefa como uma missão para ajudar a ciência brasileira.<br />

Sempre tentamos nestas edições especiais criar um corpo editorial <strong>de</strong> convidados<br />

<strong>de</strong> alto nível e todos os artigos passam por três revisores. Fizemos um número<br />

<strong>de</strong>dicado a um simpósio que organizamos no nosso <strong>Instituto</strong> e tínhamos um objetivo<br />

velado o <strong>de</strong> impulsionar alguns professores que não estavam publicando os seus<br />

trabalhos. Dois números <strong>de</strong>dicados a projetos genoma. Estes projetos ainda são<br />

caros, trabalhosos e os artigos muitas vezes não contem todas as informações<br />

relevantes e geram um manuscrito só. Nas duas edições dos dois genomas foram<br />

29 artigos analisados com dados que foram excluídos das revistas do artigo principal<br />

por falta <strong>de</strong> espaço. Como editor <strong>de</strong> números especiais da GMR publicamos até o<br />

momento 4 números <strong>de</strong> artigos sobre bioinfomática, acredito que a revistas foi uma<br />

das molas propulsoras para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta área no Brasil. Temos<br />

somente dois cursos <strong>de</strong> doutorado <strong>de</strong> Bioinformática no Brasil, um na UFMG e outro<br />

na USP que começaram no ano <strong>de</strong> 2003 e os coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong>stes nos agra<strong>de</strong>cem<br />

frequentemente pelo espaço na nossa revista.<br />

1. PROCEEDINGS OF THE INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON MOLECULAR<br />

GENETICS OF MICROORGANISMS<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, Belo<br />

Horizonte, MG, Brazil, September 23-25, 2002.<br />

Papers 2 (1): 48-177<br />

Symposium Editors: Vasco Azevedo e Sérgio Costa Oliveira (DBI-ICB/UFMG)<br />

Organizing Committee: Vasco Azevedo, Sérgio Costa Oliveira e Guilherme<br />

Oliveira (Centro <strong>de</strong> Pesquisa René Rachou – FIOCRUZ).<br />

198


2. GENOME OF Chromobacterium violaceum - SPECIAL SESSION<br />

Guest Editor and Project Coordinator: Ana Tereza Ribeiro <strong>de</strong> Vasconcelos<br />

Associate Editor for Special Session on Chromobacterium violaceum: Vasco<br />

Azevedo<br />

Genet. Mol. Res. 3(1): 18-194 (2004)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2004/vol1-3/in<strong>de</strong>x.htm<br />

3. SECTION FOR THE INTERNATIONAL CONFERENCE ON BIOINFORMATICS<br />

AND COMPUTATIONAL BIOLOGY<br />

Guest Editor for the ICoBiCoBi Section: José Miguel Ortega<br />

Associate Editor from Genetics and Molecular Research: Vasco Azevedo<br />

Genet. Mol. Res. 3 (4): 465-581 (2004)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2004/vol4-3/in<strong>de</strong>x.htm<br />

4. PROCEEDINGS<br />

Third Brazilian Workshop on Bioinformatics - WOB 2004<br />

Brasília, DF, Brazil, October, 20-22, 2004<br />

Organization: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia<br />

Departamento <strong>de</strong> Ciência da Computação, UnB<br />

Promotion: Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Computação - SBC<br />

Guest Editors for the Third Workshop on Bioinformatics: Natália F. Martins<br />

(UnB), Maria Emília M.T. Walter (UnB), Guilherme P. Telles (ICMC-USP), Marcelo M.<br />

Brígido (UnB).<br />

Associate Editor from Genetics and Molecular Research: Vasco Azevedo<br />

Genet. Mol. Res. 4 (3): 506-615 (2005)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2005/vol3-4/in<strong>de</strong>x.htm<br />

5. Paracoccidioi<strong>de</strong>s brasiliensis - SPECIAL SESSION<br />

Guest Editor and Project Coordinator: Maria Sueli Soares Felipe<br />

Associate Editor for the Special Session on Paracoccidioi<strong>de</strong>s brasiliensis: Vasco<br />

Azevedo<br />

Genet. Mol. Res. 4 (2): 203-461 (2005)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2005/vol2-4/in<strong>de</strong>x.htm<br />

199


6. X-MEETING - 1 ST INTERNATIONAL CONFERENCE OF THE AB 3 C<br />

Caxambu, MG, Brazil, October 4-7, 2005<br />

Guest Editor: Sandro José <strong>de</strong> Souza, Ludwig Institute for Cancer Research<br />

Associated Editor from GMR: Vasco Azevedo<br />

Associated Guest Editors:<br />

Beatriz Stransky (UFRJ), Darren Natale (Georgetown University), Glória Franco<br />

(UFMG), Guillherme <strong>de</strong> Oliveira (Fiocruz), Helaine Carrer (USP), Igor Polikarpov<br />

(USP), João Eduardo Ferreira (USP), Nalvo <strong>de</strong> Almeida Jr. (UFMS), Wilson Araújo<br />

da Silva Jr. (USP).<br />

Genet. Mol. Res. 5(1): 93-283 (2006)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2006/vol1-5/in<strong>de</strong>x.htm<br />

7. X-MEETING - INTERNATIONAL CONFERENCE OF THE AB3C<br />

Fortaleza, CE, Brazil, August 10, 2006<br />

Guest Editors: Roberto M. Cesar-Jr. (USP) e Marcelo Santoro, UFMG<br />

Associated Editor from GMR: Vasco Azevedo<br />

Genet. Mol. Res. 6 (4): 730-1011 (2007)<br />

http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2007/vol4-6/in<strong>de</strong>x.htm<br />

200


IV.18 Participação em Socieda<strong>de</strong>s<br />

“Há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. Não vou me resignar nunca”<br />

Darcy Ribeiro<br />

Atualmente, sou membro das socieda<strong>de</strong>s abaixo mencionadas, entretanto<br />

atuo nas três últimas. A minha participação nas duas primeiras socieda<strong>de</strong>s são para<br />

ter acesso aos jornais científicos e as novida<strong>de</strong>s a que, como membros, temos<br />

acesso. Luto pela representativida<strong>de</strong> dos meus colegas mineiros em todas as<br />

ativida<strong>de</strong>s da vida <strong>de</strong>stas socieda<strong>de</strong>s.<br />

1- Société Française <strong>de</strong> Microbiologie-SFM<br />

2- American Society for Microbiology-ASM<br />

3-Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Microbiologia- SBM<br />

4- Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética-SBG<br />

5- Associação Nacional <strong>de</strong> Biossegurança- ANBio<br />

201


IV.19 Participação em bancas <strong>de</strong> dissertações, teses, exames <strong>de</strong> qualificação e<br />

comissões julgadoras<br />

"O julgamento <strong>de</strong>sejável e correto é aquele em que, usando-se variados exames das<br />

circunstâncias, ser e conhece o que é justo."<br />

Amiano Marcelino<br />

Participei da Banca <strong>de</strong> julgamento <strong>de</strong> diversas dissertações <strong>de</strong> mestrado,<br />

teses <strong>de</strong> doutorado, exames <strong>de</strong> qualificação e para ingresso no doutorado.<br />

IV.19.1 Dissertações<br />

1. MIYOSHI, A.; SILVA, A. L. C.; OLIVEIRA, G. C.; AZEVEDO, V. Participação em<br />

banca <strong>de</strong> Vivian D’Afonseca da Silva. Construção <strong>de</strong> uma biblioteca genômica <strong>de</strong><br />

Corynebacterium pseudotuberculosis e sua caracterização através <strong>de</strong> Genomic<br />

Survey Sequence (GSS). 2008. Dissertação (Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

2. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Ana Carolina Santini. Diversida<strong>de</strong><br />

Genética e Caracterização <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> Patogenicida<strong>de</strong> em diferentes isolados <strong>de</strong><br />

Chromobacteruim violaceum. 2007. Dissertação (Mestrado em Genética) -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

3. MIYOSHI, A.; PORTLA, R. W. D.; PONTES, D. S.; AZEVEDO, V. Participação em<br />

banca <strong>de</strong> Clarissa Santos Rocha. Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis<br />

produtoras da forma citoplasmática e secretada do antígeno Hsp65 <strong>de</strong><br />

Mycobacterium leprae: <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do processo <strong>de</strong> obtenção da<br />

proteína recombinante e suas implicações científicas. 2007. Dissertação (Mestrado<br />

em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

4. NASCIMENTO, A. M. A.; NORONHA, F. S. M.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> Luiz Gustavo Carvalho Pacheco. Desenvolvimento <strong>de</strong> um<br />

202


ensaio <strong>de</strong> PCR - Multiplex para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis e rápida <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>ssa bactéria em amostras clínicas. 2006.<br />

Dissertação (Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

5. MIYOSHI, A.; RODRIGUEZ, M. B.; KALAPOTHAKIS, E.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> Fernanda Alves Dorella. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> seqüências <strong>de</strong><br />

DNA codificadoras <strong>de</strong> proteínas exportadas da C. pseudotuberculosis através da<br />

utilização do sistema <strong>de</strong> transposição in vivo baseado no TnFuZ. 2005. Dissertação<br />

(Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

6. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Léticia da Conceição Braga. Ação do<br />

extrato Metanólico <strong>de</strong> Punica granatum sobre o crescimento e na reversão da<br />

resistência a drogas em Staphylococcus aureus. 2003. Dissertação (Mestrado em<br />

Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

7. FRANCO, G. R.; DIAS NETO, E.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong><br />

Francisco Prosdoscimi <strong>de</strong> Castro Santos. Análise dos Genes mais Expressos e do<br />

Status atual do Transcriptoma <strong>de</strong> Schistosoma mansoni utilizando ferramentas <strong>de</strong><br />

Bioinformática. 2003. Dissertação (Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

8. MEYER, R.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Lilia Ferreira <strong>de</strong> Moura<br />

Costa. Desenvolvimento <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> ELISA indireto para o diagnóstico <strong>de</strong><br />

infeceções por Corynebacterium pseudotuberculosis em caprinos. 2002. Dissertação<br />

(Mestrado em Imunologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia.<br />

9. FERNANDES, M. J. B. C.; SOMMER, P. S.; AZEVEDO, V. Participação em banca<br />

<strong>de</strong> Maria José <strong>de</strong> Brito Costa Fernan<strong>de</strong>s. Efeito antibiótico <strong>de</strong> Cepas selvagens <strong>de</strong><br />

Actinomyces isoladas no solo do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte. 2001. Dissertação (Mestrado<br />

em Genética e Biologia Molecular) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />

10. MEDEIROS, R. S.; SOMMER, P. S.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong><br />

Roberto <strong>de</strong> Souza Me<strong>de</strong>iros. Polimorfismo do gene Trefoil factor2 (tff2) na população<br />

203


do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte. 2001. Dissertação (Mestrado em Genética e Biologia<br />

Molecular) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />

11. SILVA, N.; NASCIMENTO, A. M. A.; SOUZA, E. C.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO,<br />

V. Participação em banca <strong>de</strong> Daniela Almeida Freitas. Caracterização molecular dos<br />

genes exsA (ABC transporter protein) e ccpA (catabolite control protein) <strong>de</strong> Brucella<br />

abortus. 2001. Dissertação (Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>.<br />

12. SANTOS, B. S.; PINTO, M. B. M.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong><br />

Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Souza Santos. Estudo <strong>de</strong> 12 sorovares <strong>de</strong> Bacillus thurigiensis: curva<br />

<strong>de</strong> crescimento, <strong>de</strong>terminação da presença <strong>de</strong> genes Cry4A/B utilizando a PCR e<br />

variabilida<strong>de</strong> Genômica observada por AP-PCR. 2000. Dissertação (Mestrado em<br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas (Microbiologia)) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

13. COSTA, S. O. P.; KALAPOTHAKIS, E.; OLIVEIRA, S. C.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> An<strong>de</strong>rson Miyoshi. Isolamento, i<strong>de</strong>ntificação e análise<br />

molecular <strong>de</strong> um clone contendo os genes virulence associated gene (vacB) e<br />

multidrug transporter (yfkF) <strong>de</strong> Brucella abortus. 2000. Dissertação (Mestrado em<br />

Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

14. PINTO, M. E. B. M.; FERREIRA, A. V. B.; FRANCO, G. R.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> Michelyne Sidney Castro Faria. Programa <strong>de</strong> Descoberta<br />

Gênica em Schistosoma mansoni: Geração e análise <strong>de</strong> 1335 orfs <strong>de</strong> Etiquetas <strong>de</strong><br />

sequências transcritas (ESTs) <strong>de</strong> duas bibliotecas <strong>de</strong> cDNA <strong>de</strong> ovo. 2000.<br />

Dissertação (Mestrado em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

15. MACHADO, A. M. V.; FERREIRA, P. C. P.; AZEVEDO, V. Participação em<br />

banca <strong>de</strong> Alexandre <strong>de</strong> Magalhães Vieira Machado. Expressão do gene Mx-A<br />

induzido pelos Buniavirus do grupo C (Apeu, Itaqui, Marituba, Oriboca). 1998.<br />

Dissertação (Mestrado em <strong>Ciências</strong> Biológicas (Microbiologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

204


16. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Daniella Castanheira Bartholomeu.<br />

Bioquímica. 1997. Dissertação (Mestrado em Bioquímica e Imunologia) -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

IV.19.2 Teses <strong>de</strong> doutorado<br />

1. GOULART FILHO, L. R.; VAZ JUNIOR, I. S.; SZABO, M. P. J.; BELETTI, M. E.;<br />

AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Carlos Roberto Prudêncio.<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os recombinantes epítopos específicos do<br />

Rhipicephalus (Boophilus) microplus selecionados por bibliotecas <strong>de</strong> Phage Display.<br />

2008. Tese (Doutorado em Genética e Bioquímica) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

Uberlândia.<br />

2. HO, P. L.; SPIRA, B.; DE CASTRO A. F. P.; DE SOUZA FERREIRA, L. C.;<br />

AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Juliano Domiraci Paccez. Aplicação <strong>de</strong><br />

linhagens geneticamente modificadas <strong>de</strong> Bacillus subtilies no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

vacinas <strong>de</strong> mucosas contra patógenos entéricos. 2007. Tese (Doutorado em<br />

<strong>Ciências</strong> Biológicas (Microbiologia)) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

3. OWAIS, M.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Shaikh Muhammad Atif.<br />

Spermatosomes as potential antigen <strong>de</strong>livery system. 2007. Tese (Doutorado em<br />

Interdisciplinary Biotechnology Unit) - Aligarh Muslim University.<br />

4. SELDIN, L.; SILVA FILHA, M. H. N. L.; BENCHETRIT, L.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> Lydston Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho. Características<br />

biológicas, aspectos moleculares e busca <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s entomotóxicas em linhagens<br />

autócnes <strong>de</strong> Bacillus thuringiensis BERLINER 1915, dos sorovares oswaldocruzi (H-<br />

38) e brasiliensis (H-39). 2005. Tese (Doutorado em Biologia Parasitária) - Fundação<br />

Oswaldo Cruz.<br />

5. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Bruno Jean Adrien Paule. Estudos <strong>de</strong><br />

antígenos <strong>de</strong> Corynebacterium pseudotuberculosis e <strong>de</strong> suas interações com o<br />

205


hospe<strong>de</strong>iro caprino. 2003. Tese (Doutorado em Imunologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong><br />

da Bahia.<br />

6. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Ana Carolina Sampaio. Engenharia<br />

Metabólica <strong>de</strong> Streptococcus thermophilus para produção <strong>de</strong> acetal<strong>de</strong>ído em leites<br />

fermentados. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia <strong>de</strong> Alimentos) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Campinas.<br />

IV.19.3 Qualificações <strong>de</strong> doutorado<br />

1. CERF-BENSUSSAN, N.; CHARTIER, M. C.; BLOTTIERE, H.; LANGELLA, P.;<br />

MAGUIM, E.; GUCHTE, M. V.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Clarissa<br />

Santos Rocha. Construção <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> Lactococcus lactis produtoras da forma<br />

citoplasmática e secretada do antígeno Hsp65 <strong>de</strong> Mycobacterium leprae:<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do processo <strong>de</strong> obtenção da proteína recombinante e<br />

suas implicações científicas. 2008. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutorando em<br />

Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

2. DÉCIO KARAN; J. S. A. CORTEZ; YUMI OKI; FERNANDES, G. W.; AZEVEDO,<br />

V. Participação em banca <strong>de</strong> Juliana Roriz Aarestrup. Análise cromossômica e da<br />

germinação e viabilida<strong>de</strong> biótipos <strong>de</strong> Euphorbia Heterophilla I. (Euphorbiaceae).<br />

2007. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutorando em DOUTORADO ACADÊMICO EM<br />

GENÉTICA) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

3. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Eric Bassetti Soares. Aspectos<br />

fenotípicos celulares da imunida<strong>de</strong> inata e adaptativa em portadores <strong>de</strong> hepatite<br />

crônica. 2006. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutorando em Medicina (Gastroenterologia))<br />

- <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

4. KALAPOTHAKIS, E.; FONSECA, C. G.; GODINHO, H. P.; AZEVEDO, V.<br />

Participação em banca <strong>de</strong> Gabriel <strong>de</strong> Menezes Yaszbeck. Isolamento e<br />

caracterização <strong>de</strong> regiões microssatélites <strong>de</strong> Prochilodus lienatus e sua aplicação<br />

em estudos genético-populacionais do Rio Gran<strong>de</strong> MG. 2006. Exame <strong>de</strong> qualificação<br />

(Doutorando em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

206


5. PAIVA, E.; LOVATO, M. B.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Silvia Neto<br />

Jardim. Mapeamento Comparativo <strong>de</strong> Regiões Genômicas <strong>de</strong> Milho (Zea maysL.)<br />

Associadas com a Tolerância ao Alumínio. 2006. Exame <strong>de</strong> qualificação<br />

(Doutorando em Genética) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

6. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Francisco Prosdoscimi <strong>de</strong> Castro<br />

Santos. Análise e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algoritimos <strong>de</strong> bioinformática para realização<br />

<strong>de</strong> estudos genômicos em organismos eucarióticos. 2005. Exame <strong>de</strong> qualificação<br />

(Doutorando em Bioinformática) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

7. OLIVEIRA, M. N.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Keila Emílio <strong>de</strong><br />

Almeida. Mo<strong>de</strong>lagem da ativida<strong>de</strong> acidificante <strong>de</strong> bactérias probióticas em misturas<br />

leite - soro. 2005. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em Tecnologia Bioquímico-<br />

Farmacêutica) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

8. MEYER, R.; AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Vera Lúcia Costa Vale.<br />

Avaliação <strong>de</strong> aspectos da resposta imune <strong>de</strong> camundongos contra Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis. 2005. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em Imunologia) -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia.<br />

9. NASCIMENTO, A. M. A.; FERREIRA, A. V. B.; AZEVEDO, V. Participação em<br />

banca <strong>de</strong> Érica Maria <strong>de</strong> Queiroz. Estudo <strong>de</strong> domínios reguladores <strong>de</strong> transcrição <strong>de</strong><br />

proteínas Tead e Nanog, co-ativadores e genes controladores com novas<br />

tecnologias genéticas. 2004. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em Genética) -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

10. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Maísa Silva <strong>de</strong> Sousa. Diversida<strong>de</strong><br />

Genômica e Epi<strong>de</strong>miologia Molecular <strong>de</strong> Microbactérias no Estado do Pará. 2001.<br />

Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em <strong>Ciências</strong> Biológicas) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong><br />

do Pará.<br />

11. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Analina Furtado Valadão. Avaliação da<br />

Interação do Fator YB1 <strong>de</strong> Schistosoma mansoni com Proteínas e Ácidos Nucleicos.<br />

207


2001. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em Bioquímica e Imunologia) -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

12. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Theomar <strong>de</strong> Figueiredo e Silva<br />

Barcellos. Produção e Avaliação <strong>de</strong> uma vacina <strong>de</strong> DNA para o Controle da<br />

Lepitospirose Bovina. 2001. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutorando em <strong>Ciências</strong><br />

Biológicas (Microbiologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

13. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Sofie Leclercq. Bioquímica. 1999.<br />

Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutoranda em Bioquímica e Imunologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

14. AZEVEDO, V. Participação em banca <strong>de</strong> Wagner Gouvêa dos Santos.<br />

Transfecção estável <strong>de</strong> genes exógenos e inibição da expressão gênica por<br />

ribozimas em Tripanosoma cruzzi. 1996. Exame <strong>de</strong> qualificação (Doutorando em<br />

Bioquímica e Imunologia) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

IV.19.4 Participação em bancas <strong>de</strong> comissões julgadoras<br />

IV.19.4.1 Concursos públicos<br />

1. CARVALHO, M. R. S.; BONJARDIM, M. B.; AZEVEDO, V.. Seleção <strong>de</strong> Professor<br />

Substituto/Edital nº 255 <strong>de</strong> 30/12/2005, publicado no Diário Oficial da União em<br />

02/01/2006. 2006. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

2. Freitas, T. R. O.; Guerra-Filho M. S.; CARVALHO, M. R. S.; Jorge, W.; Lovato, M.<br />

B.; Oliveira, D. A. A.; AZEVEDO, V.. Professor Adjunto no Departamento <strong>de</strong> Biologia<br />

Geral: Citogenética. 2006. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

3. AZEVEDO, V.. Concurso Público para Professor Livre-Docente. 2005.<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas.<br />

4. AZEVEDO, V.. Concurso Público para Professor Livre-Docente. 2005.<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas.<br />

208


5. CARVALHO, M. R. S.; GODARD, A. L. B.; AZEVEDO, V.. Professor Substituto -<br />

Setor Genética. 2005. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

6. Jorge, W.; NASCIMENTO, A. M. A.; FONSECA, C. G.; AZEVEDO, V.. Seleção <strong>de</strong><br />

Doutorado do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética (ICB-UFMG)/ ata da<br />

reunião <strong>de</strong> 02/07/2003.. 2003. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

7. AZEVEDO, V. Concurso Público para Professor Assistente. 2002. <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia.<br />

8. AZEVEDO, V.. Professor Adjunto no Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do<br />

ICB/UFMG. 1998. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

9. BABÁ, E. H.; AZEVEDO, V.. Professor Substituto - Citologia e Histologia. 1995.<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto.<br />

IV.19.4.2 Avaliação <strong>de</strong> cursos<br />

1. AZEVEDO, V. XXII Prêmio Jovem Ciêntista. 2007. Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico.<br />

2. AZEVEDO, V.. Painéis do III Fórum em Microbiologia. 2007. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

3. AZEVEDO, V.. Programa <strong>de</strong> Capacitação do Banco <strong>de</strong> Avaliadores do SINAES<br />

(BASis). 2007. SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR.<br />

4. AZEVEDO, V.. Avaliador no julgamento das propostas submetidas ao Edital<br />

MS/CNPq/FAPERJ nº 07/2006 - Seleção Pública <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento prioritários para o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - (PPSUS/06). 2006.<br />

Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

209


IV.19.5 Outras participações<br />

“Aqueles que se respeitam e se amam a si mesmos <strong>de</strong>vem estar sempre alerta, a<br />

fim <strong>de</strong> que não o sejam vencidos pelos maus <strong>de</strong>sejos.”<br />

Sakyamuni<br />

1. AZEVEDO, V.. Consultor "Ad hoc" na análise <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa científica e<br />

tecnologia submetidos a Editais da FUNDECT. 2006. Fundação <strong>de</strong> Apoio e<br />

Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia.<br />

2. AZEVEDO, V.. Membro do NAGE/UFMG - Colaborador do Projeto Genoma<br />

Mineiro. 2004. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

3. AZEVEDO, V.. Corpo docente <strong>de</strong> orientadores do Programa <strong>de</strong> Doutorado <strong>de</strong><br />

Bioinformática. 2004. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

4. AZEVEDO, V.. Membro Titular do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Genética<br />

2003/2006. 2003. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

5. AZEVEDO, V.. Membro do Comitê Assessor <strong>de</strong> Biotecnologia do Programa <strong>de</strong><br />

Biotecnologia e Recursos Genéticos - Genoma. 2003. Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico.<br />

6. AZEVEDO, V.. Membro do NAGE/UFMG - Colaborador do Projeto Genoma<br />

Brasileiro. 2002. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

7. AZEVEDO, V.. Professor Visitante do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />

Imunologia. 2002. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

8. AZEVEDO, V.. Membro do Comitê Assessor do Centro Brasileiro Argentino <strong>de</strong><br />

Biotecnologia 2000/2002. 2000. Ministério da Ciência e Tecnologia.<br />

9. AZEVEDO, V.. Membro Titular, especialista em biotecnologia, da área animal, da<br />

CTNBio. 2000. Ministério da Ciência e Tecnologia.<br />

210


10. AZEVEDO, V.. Análise e julgamento das propostas <strong>de</strong> projetos referentes ao<br />

Edital PPD/98 do Subprograma <strong>de</strong> C&T do PPG7. 1999. Ministério da Ciência e<br />

Tecnologia.<br />

11. AZEVEDO, V.. Membro Suplente do Colegiado do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />

Genética. 1999. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

12. AZEVEDO, V.. Professor Visitante dos Cursos <strong>de</strong> Mestrado e Doutorado do<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Imunologia. 1999. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia.<br />

13. NASCIMENTO, A. M. A.; AZEVEDO, V.. Coor<strong>de</strong>nador e Professor da disciplina<br />

Genética <strong>de</strong> microrganismos procariotos do Programa em Génetica do ICB/UFMG.<br />

1998. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

14. AZEVEDO, V.. Sócio Titular e Presi<strong>de</strong>nte da Regional MG da Socieda<strong>de</strong><br />

Brasileira <strong>de</strong> Genética 1998/2000. 1998. Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Genética.<br />

15. AZEVEDO, V.. Membro Suplente, representante da área animal, da CTNBio.<br />

1998. Ministério da Ciência e Tecnologia.<br />

16. FONSECA, C. G.; Lovato, M. B.; Acedo, P.; BONJARDIM, M. B.; Jorge, W.;<br />

AZEVEDO, V.. Membro do Primeiro Colegiado do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />

Genética (nível mestrado). 1997. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

17. AZEVEDO, V.. Professor Adjunto I. 1996. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Ouro Preto.<br />

18. AZEVEDO, V.. Professor Adjunto, nível 4. 1996. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>.<br />

19. AZEVEDO, V.. Professor Adjunto, nível 4. 1996. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>.<br />

211


20. Macedo, A. M. ; Kroon, E. G. ; MuzziM. F. ; AZEVEDO, V.. Membro da<br />

Comissão Interna <strong>de</strong> Biossegurança - CIBio. 1996. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong>.<br />

IV.20 Aprovação em concursos<br />

“As pessoas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> arrogância não possuem integrida<strong>de</strong>, estão vacilando,<br />

mudando <strong>de</strong> opinião conforme a situação”.<br />

Daisaku Ikeda<br />

Apesar <strong>de</strong> estar bem adaptado e <strong>de</strong>, realmente, gostar <strong>de</strong> trabalhar na UFMG,<br />

além <strong>de</strong> ter o meu trabalho reconhecido no Brasil, graças aos treze anos <strong>de</strong> trabalho<br />

nesta instituição, razões sentimentais impuseram para que eu fizesse concursos na<br />

Bahia e na França. A<strong>de</strong>mais, a prestação <strong>de</strong> concurso em instituição<br />

reconhecidamente qualificada mantém o pesquisador a par dos acontecimentos e<br />

inovações em seu meio, renova seu entusiasmo no estudo e serve <strong>de</strong> impulso crítico<br />

<strong>de</strong> peso ao seu trabalho. Em 1999, passei em um concurso para professor titular <strong>de</strong><br />

doenças parasitárias na Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária da UFBA. Entre os<br />

componentes da banca examinadora, estava o vice-reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong><br />

Rural do Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRRJ) que me convidou como Professor Titular para esta<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>. Declinei o convite. Em 2000, fui também aprovado em concurso para<br />

pesquisador associado na França. No ano <strong>de</strong> 2002, prestei dois concursos na<br />

Fundação Gonçalo Moniz (FIOCRUZ), um para titular e outro para pesquisador<br />

associado e passei em ambos. Esses dois últimos, realmente, tiveram um efeito<br />

sobre mim, uma vez que representava a volta à minha terra <strong>de</strong> origem e proximida<strong>de</strong><br />

da minha família. Foi muito difícil não ter ido assumir as minhas funções nesse<br />

renomado <strong>Instituto</strong> na Bahia. Hoje, não penso em sair <strong>de</strong>ssa Instituição e venho<br />

lutando para o crescimento do meu Departamento, da Pós-Graduação em Genética,<br />

da qual fui um dos criadores e, <strong>de</strong> uma forma mais sistêmica, da UFMG como um<br />

todo. Abaixo, cito os concursos nos quais obtive aprovação:<br />

1- Aprovado em primeiro lugar para o cargo <strong>de</strong> Professor adjunto substituto, em<br />

concurso realizado no dia 25.07.1994, da UFOP.<br />

212


2- Aprovado em primeiro lugar para o cargo <strong>de</strong> Professor adjunto, em concurso<br />

realizado no dia 21.12.1994, da UFOP.<br />

3- Aprovado na primeira fase do processo seletivo para a contratação <strong>de</strong> docente no<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica, <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química da USP. 6 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1995.<br />

4- Aprovado em terceiro lugar para o cargo <strong>de</strong> pesquisador adjunto, em concurso<br />

realizado no dia 5.12.1995, da Fundação Gonçalo Moniz-FIOCRUZ.<br />

5- Aprovado em primeiro lugar para o cargo <strong>de</strong> Professor adjunto para o<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas ICB, UFMG, em<br />

concurso realizado no dia 6 <strong>de</strong> março 1996.<br />

6- Aprovado em terceiro lugar para Professor Titular do Departamento <strong>de</strong> Medicina<br />

Veterinária preventiva da Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária (EMV) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Bahia (UFBA). 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999.<br />

7- Aprovado em segundo lugar para concurso <strong>de</strong> pesquisador primeira classe,<br />

bacteriologia médica do Institut National <strong>de</strong> la Recherche Agronomique-INRA. Maio<br />

<strong>de</strong> 2000.<br />

8- Aprovado em terceiro lugar para o cargo <strong>de</strong> pesquisador titular, em concurso<br />

realizado no dia 8.04.2002, da Fundação Gonçalo Moniz-FIOCRUZ.<br />

9- Aprovado em primeiro lugar para o cargo <strong>de</strong> pesquisador associado, em concurso<br />

realizado no dia 12.04.2002, da Fundação Gonçalo Moniz-FIOCRUZ.<br />

10- Aprovado no concurso <strong>de</strong> Livre-Docente do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biomédicas da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo. 03.09.2004.<br />

IV.20.1 Concurso para a obtenção do título <strong>de</strong> Professor Livre-docente da USP<br />

“Não use um machado para abrir um ovo”.<br />

Thomas Fuller<br />

Título: Novas Utilizações Biotecnólogicas e terapêuticas das bactérias do ácido<br />

láctico. Lactococus lactis como mo<strong>de</strong>lo<br />

Ano <strong>de</strong> Obtenção: 2004.<br />

Local: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biomédicas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

213


Gran<strong>de</strong> área: <strong>Ciências</strong> Biológicas / Área: Genética / Subárea: Genética Molecular e<br />

<strong>de</strong> Microorganismos / Especialida<strong>de</strong>: Genética Molecular e <strong>de</strong> Microrganismos.<br />

Banca examinadora: Prof. Dr. Luís Carlos <strong>de</strong> Souza Ferreira (Presi<strong>de</strong>nte), Profa.<br />

Dra. Lúcia Mendonça Previato, Prof. Dr. Walter Colli e Prof. Dr. Mário Julio Ávila<br />

Campos e o Prof. Dr. Tomomasa Yano.<br />

Resolvi <strong>de</strong>stacar o concurso para a obtenção do título <strong>de</strong> Livre-Docente por<br />

ele ter sido sem dúvida o mais difícil e cansativo <strong>de</strong> todos os processos seletivos aos<br />

quais me submeti e por ter, realmente, influenciado bastante a minha carreira. Livredocência<br />

é um título concedido no Brasil por uma instituição <strong>de</strong> ensino superior,<br />

mediante concurso público aberto, apenas para portadores do título <strong>de</strong> Doutor, o<br />

qual atesta uma qualida<strong>de</strong> superior na docência e na pesquisa. Trinta e dois quilos<br />

<strong>de</strong> documentos foram enviados para o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biomédicas da USP;<br />

antes do concurso propriamente dito, o pré-candidato tem o seu perfil avaliado pela<br />

congregação, bem como toda a sua documentação. O concurso <strong>de</strong> livre-docência é<br />

aberto por edital e o candidato inscrito <strong>de</strong>verá, além <strong>de</strong> submeter-se a uma prova<br />

escrita e a uma prova didática, <strong>de</strong>senvolver também uma tese monográfica ou<br />

cumulativa sobre um tema acadêmico e <strong>de</strong>fendê-la perante uma banca<br />

examinadora. Em se tratando da minha área, houve também uma prova prática.<br />

Nas universida<strong>de</strong>s estaduais paulistas, ou seja, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

(USP), a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas (UNICAMP) e a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Estadual<br />

Paulista (UNESP), a livre-docência é requisito para a candidatura a Professor Titular,<br />

sendo que o livre-docente recebe o título <strong>de</strong> professor associado, quando já<br />

pertence ao quadro docente da universida<strong>de</strong>. Porém, o título po<strong>de</strong> ser obtido<br />

também por doutores externos à universida<strong>de</strong>.<br />

Já em universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais, a livre-docência praticamente <strong>de</strong>sapareceu,<br />

dado que o doutor já é professor-adjunto e po<strong>de</strong>, havendo vaga, prestar concurso<br />

para Professor Titular. Como foi criado mais um cargo na carreira acadêmica, em<br />

universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais, o cargo <strong>de</strong> Professor Associado está submetido à<br />

legislação<strong>de</strong> cada <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, as quais possuem critérios diferentes para a<br />

passagem <strong>de</strong> Professor adjunto IV para Associado. Esses critérios são, muitas<br />

vezes, corporativistas. Diante disso, levantei a tese <strong>de</strong> que a Livre-docência <strong>de</strong>ve<br />

voltar a ser praticada nas <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Fe<strong>de</strong>rais, pois existe nos seus estatutos,<br />

214


visto que a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> São Paulo (UNIFESP), a exemplo das suas<br />

congêneres paulistas, mantém os concursos <strong>de</strong> livre-docência. Tenho a certeza <strong>de</strong><br />

que seria um processo unificador e que o mérito iria prevalecer, evitando as queixas<br />

que vêm ocorrendo nos últimos dois anos sobre os processos <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> nível<br />

na nossa instituição.<br />

Sem interromper nenhuma das minhas ativida<strong>de</strong>s, durante seis meses, eu me<br />

preparei para fazer o concurso <strong>de</strong> livre-docência, escrevi uma tese, escrevi 200<br />

páginas e 500 diapositivos sobre os <strong>de</strong>z temas que po<strong>de</strong>riam ser requisitados, e me<br />

preparei, quase para serem apresentados, nesses <strong>de</strong>z temas. O concurso foi<br />

elaborado e ofertado pelo Departamento <strong>de</strong> Microbiologia e a área era a <strong>de</strong> Genética<br />

Bacteriana. Tanto na prova escrita, quanto na prova oral, temas sobre os quais sou<br />

especialista estavam presentes e, ao final do processo, fui aprovado com uma média<br />

<strong>de</strong> 9,5. A banca foi composta por dois membros da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>,<br />

todos membros pesquisadores 1 do CNPq e somente um não era titular ainda, era<br />

professor Doutor. Esta banca concluiu, no seu parecer, que o candidato tinha mérito<br />

para receber o título porque atuava com excelência na pesquisa, no ensino da<br />

graduação e pós-graduação e suas linhas <strong>de</strong> pesquisas eram originais e<br />

consolidadas.<br />

IV.21 Reflexões sobre as Funções <strong>de</strong> um Professor titular<br />

“A história é um profeta com o olhar virado para trás pelo o que foi e contra o que foi,<br />

anuncia o que será.”<br />

Eduardo Galeano<br />

O Conselho <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> (CEPE), no uso <strong>de</strong> suas atribuições estatutárias, <strong>de</strong>finiu o perfil <strong>de</strong><br />

Professor Titular <strong>de</strong>sejado pela UFMG, através da resolução Nº 07/2000, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2000. Abaixo, transcrevo o artigo segundo <strong>de</strong>ssa resolução e teço alguns<br />

comentários sobre as funções <strong>de</strong> um Professor Titular:<br />

215


Art. 2º Estabelecer que o candidato a Professor Titular preencha os seguintes<br />

requisitos na data <strong>de</strong> abertura do processo <strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong> vagas:<br />

I - ter obtido o título <strong>de</strong> doutor há pelo menos 8 (oito) anos;<br />

II - comprovar ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> docência no magistério superior durante pelo menos 8<br />

(oito anos), nos níveis <strong>de</strong> Graduação e <strong>de</strong> Pós-Graduação;<br />

III - comprovar atuação relevante e abrangente na vida acadêmica da UFMG, regular<br />

nos últimos oito anos e compatível com o tempo <strong>de</strong> exercício, revelando<br />

compromisso para com a Instituição, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autonomia, li<strong>de</strong>rança e<br />

criativida<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>nciados na realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>(s) do tipo:<br />

a) participação em projetos <strong>de</strong> inovação pedagógica, criação <strong>de</strong> cursos ou<br />

disciplinas, orientação formal <strong>de</strong> estagiários e bolsistas, participação em programas<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mestres e doutores, incluindo orientação <strong>de</strong> teses e dissertações,<br />

observada a proporção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> conversão das mesmas em publicações<br />

<strong>de</strong>finitivas;<br />

b) produção intelectual relevante na área <strong>de</strong> conhecimento do concurso, mediante a<br />

divulgação regular <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> reconhecida qualida<strong>de</strong> científica,<br />

sob a forma <strong>de</strong> publicações originais <strong>de</strong> livros, capítulos <strong>de</strong> livros, artigos em<br />

periódicos nacionais e internacionais, in<strong>de</strong>xados ou que apresentem comitê editorial<br />

<strong>de</strong> alto nível, trabalhos completos em anais <strong>de</strong> congressos internacionais, produção<br />

científica, tecnológica ou artística <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e reconhecido mérito;<br />

c) coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa, criação e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong><br />

pesquisa, formação <strong>de</strong> pesquisadores e captação <strong>de</strong> recursos em órgãos <strong>de</strong><br />

fomento;<br />

d) atuação relevante em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> extensão, evi<strong>de</strong>nciada por projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, pelo impacto social da ativida<strong>de</strong> exercida, volume <strong>de</strong> recursos<br />

captados, envolvimento do alunado e interface dos projetos com o ensino e a<br />

pesquisa;<br />

IV - exercer na vida acadêmica papel relevante, reconhecido pelos pares,<br />

<strong>de</strong>sempenhando ativida<strong>de</strong>s como:<br />

a) atuação como professor visitante ou convidado em outras instituições;<br />

216


) prestação <strong>de</strong> assessoria e consultoria a órgãos <strong>de</strong> fomento, instituições <strong>de</strong> ensino<br />

e pesquisa;<br />

c) participação em comitês editoriais <strong>de</strong> periódicos especializados e em comitês <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> eventos científicos <strong>de</strong> abrangência nacional e internacional;<br />

d) exercício <strong>de</strong> direção <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s científicas;<br />

e) participação em bancas externas à Instituição em concursos, <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> teses e<br />

dissertações;<br />

f) obtenção <strong>de</strong> premiação por atuação acadêmica relevante;<br />

V - ter experiência no exercício <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> administração universitária, ocupando<br />

cargos tais como: <strong>de</strong> reitor, pró-reitor, diretor <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, chefe <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento,<br />

coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> colegiados <strong>de</strong> graduação e pós-graduação, participação em órgãos<br />

colegiados e outras funções administrativas relevantes.<br />

A reforma universitária, gestada pelo governo militar em 1968, é consi<strong>de</strong>rada<br />

um gran<strong>de</strong> marco na história das universida<strong>de</strong>s brasileiras. A Lei nº. 5.540/68, “Lei<br />

da Reforma Universitária” acaba com a cátedra. O catedrático era um cargo vitalício,<br />

todos os <strong>de</strong>mais professores, auxiliares dos catedráticos, fossem eles “chefes <strong>de</strong><br />

laboratórios”, “assistentes” ou “auxiliares <strong>de</strong> ensino” <strong>de</strong>veriam ser <strong>de</strong> confiança do<br />

respectivo catedrático, por ele escolhido e cuja permanência nos cargos, sempre<br />

<strong>de</strong>pendia da vonta<strong>de</strong> do catedrático. O catedrático eficiente impunha o seu<br />

dinamismo ao seu “feudo” e conseguia criar grupos <strong>de</strong> renome, como por exemplo, o<br />

grupo criado pelo Professor Baeta Viana na Escola <strong>de</strong> Medicina da UFMG que <strong>de</strong>u<br />

origem ao <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Bioquímica e Imunologia. O catedrático ineficiente,<br />

certamente, usava <strong>de</strong> seu autoritarismo para tentar disfarçar a sua inabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />

um lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> expressão. Tal po<strong>de</strong>r foi transferido para os <strong>de</strong>partamentos. O lado<br />

positivo da cátedra é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar um grupo mais perene e focado em<br />

um tema <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Hoje, temos os alunos <strong>de</strong> pós-graduação que ficam por um período curto e,<br />

muitas vezes, quando novos professores ingressam no <strong>de</strong>partamento, eles têm<br />

liberda<strong>de</strong> total para implantar as suas linhas <strong>de</strong> pesquisa. Porém, muitas <strong>de</strong>las não<br />

se solidificam, pois o fortalecimento só acontece se o Professor titular conseguir<br />

atrair, naturalmente, professores para formar um grupo. Cito o exemplo do grupo do<br />

Professor Sérgio Danilo Pena, do nosso <strong>Instituto</strong>, que se compõe <strong>de</strong> três<br />

217


professores associados e também posso citar o meu grupo que é li<strong>de</strong>rado por mim.<br />

Tenho um vice-coor<strong>de</strong>nador, o Prof. An<strong>de</strong>rson Miyoshi, e dois funcionários <strong>de</strong> nível<br />

superior compondo o quadro, uma bióloga e um médico veterinário mestre em<br />

Microbiologia.<br />

Um mo<strong>de</strong>lo alternativo po<strong>de</strong>ria ser pensado para aqueles que, por mérito,<br />

alcançassem o posto <strong>de</strong> Professor Titular, um apoio da Instituição com cargos <strong>de</strong><br />

pesquisadores e técnicos que iriam trabalhar nas linhas <strong>de</strong>stes professores.<br />

Acredito que o Professor Titular <strong>de</strong>ve conquistar a confiança dos colegas para<br />

que ele possa li<strong>de</strong>rar e exercer o seu papel na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> que é <strong>de</strong> suma<br />

importância. No <strong>de</strong>partamento, o Professor Titular participa da composição da<br />

câmara, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eleição. Na câmara, são tomadas todas as <strong>de</strong>cisões<br />

acadêmicas relativas ao ensino, pesquisa e extensão e a influência do Professor<br />

Titular é inegável. Acredito que os Departamentos carecem <strong>de</strong> planejamento, sendo<br />

a ação <strong>de</strong> um Professor Titular fundamental no processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> suas<br />

priorida<strong>de</strong>s, por meio <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação estruturados <strong>de</strong> médio e longo prazo para<br />

que este se torne forte e competitivo. Este plano <strong>de</strong>ve contemplar a melhoria da<br />

infra-estrutura <strong>de</strong> pesquisa, do ensino e da extensão, bem como a motivação dos<br />

professores e técnicos, sempre aplicando a meritocracia que é a mola propulsora do<br />

<strong>de</strong>sempenho acadêmico <strong>de</strong> excelência.<br />

O Professor Titular tem que assumir compromissos administrativos, <strong>de</strong>ntre os<br />

quais, chefias do Departamento, coor<strong>de</strong>nadorias <strong>de</strong> Pós-graduação, diretorias <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong>, Pró-reitorias, e mesmo reitoria, <strong>de</strong>vendo sempre estar preparado para o<br />

exercício das funções administrativas. O Professor Titular <strong>de</strong>ve ter maturida<strong>de</strong> para<br />

congregar os professores, técnicos, alunos e todos os que convivem na Instituição,<br />

<strong>de</strong> forma a propiciar uma convivência pacífica e or<strong>de</strong>ira, fornecendo melhores<br />

condições <strong>de</strong> trabalho.<br />

Em Unida<strong>de</strong>s Acadêmicas da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, o professor Titular também<br />

participa da Congregação que tem uma amplitu<strong>de</strong> maior do que as reuniões das<br />

câmaras <strong>de</strong>partamentais. Ao se pensar na instituição, é importante que haja troca<br />

<strong>de</strong> experiências entre os Departamentos e, para que este mo<strong>de</strong>lo prospere, é<br />

necessário que exista um equilíbrio entre os mesmos, em uma atmosfera <strong>de</strong> respeito<br />

pela história e evoulção <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.<br />

O Professor Titular po<strong>de</strong>rá participar <strong>de</strong> órgãos colegiados superiores como<br />

as Câmaras <strong>de</strong> Graduação, Pós-graduação e Pesquisa, e o Conselho <strong>de</strong> Ensino,<br />

218


Pesquisa e Extensão (CEPE), ou até mesmo no Conselho Universitário, além <strong>de</strong><br />

exercer outras funções administrativas. Estas funções, em uma <strong>Universida<strong>de</strong></strong> da<br />

importância e tamanho da UFMG, requerem competência e profundo conhecimento<br />

da Instituição, sendo seu exercício motivado por sabedoria e mo<strong>de</strong>ração.<br />

Nas agências <strong>de</strong> Fomento dos Estados ou da União vinculadas à Educação,<br />

Ciência e Tecnologia, há um espaço para o exercício da li<strong>de</strong>rança dos Professores<br />

Titulares. Nos últimos anos, os gran<strong>de</strong>s projetos científicos e tecnológicos são<br />

direcionados para o trabalho re<strong>de</strong>s (<strong>Instituto</strong> do Milênio, Pronex, Re<strong>de</strong> Genoma e<br />

Proteoma), e são, obrigatoriamente, coor<strong>de</strong>nados por professores nível 1 do CNPq,<br />

os quais, geralmente, são professores Titulares. Nestes projetos, os coor<strong>de</strong>nadores<br />

são agentes catalizadores e motivadores da interação entre as instituições e os<br />

grupos <strong>de</strong> pesquisa.<br />

O professor Titular <strong>de</strong>ve sempre buscar intercâmbios com instituições no<br />

exterior, com o objetivo <strong>de</strong> incrementar as interações e fortalecer os grupos <strong>de</strong><br />

pesquisa da sua Instituição. A vinda <strong>de</strong> professores e pesquisadores visitantes <strong>de</strong><br />

outras instituições, principalmente do exterior, promove o intercâmbio <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong><br />

pensamento, o que é <strong>de</strong> fundamental importância na formação <strong>de</strong> um pensamento<br />

plural que é mais abrangente e, principalmente, consistente.<br />

Concluo, diante do exposto, que o Professor Titular <strong>de</strong>ve ser um mo<strong>de</strong>lo a ser<br />

seguido e, para isso, <strong>de</strong>ve ser um professor exemplar em sala <strong>de</strong> aula, produzir<br />

ciência e formar recursos humanos em quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> compatíveis com as<br />

melhores <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s do Mundo.<br />

219


IV.22 Avaliação crítica e Perspectivas<br />

"O instante é a continuida<strong>de</strong> do tempo, pois une o tempo passado ao tempo futuro."<br />

Aristóteles<br />

Vinte e sete anos <strong>de</strong> minha vida profissional estão aqui <strong>de</strong>scritos e<br />

comentados, tanto quanto é possível aprisionar o tempo em folhas <strong>de</strong> papel,<br />

encarcerar sentimentos em letras ou explicar escolhas.<br />

Havia que optar por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> apresentação para o memorial, e o fiz<br />

<strong>de</strong>ssa forma, ou seja, seguindo, cronologicamente, e concentrando-me muito nos<br />

fatos e realizações, <strong>de</strong> modo a que cumprisse sua finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar uma visão clara<br />

e objetiva <strong>de</strong> meu percurso acadêmico até a presente data. Certamente, recheiam<br />

essas páginas uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alegrias e tristezas, lutas e lutos, dúvidas, certezas,<br />

perdas e triunfos que levarei comigo por muito além <strong>de</strong>stes vinte e sete anos.<br />

Acompanha o Memorial o resumo atualizado da minha obra e o eco <strong>de</strong> Padre<br />

Antônio Vieira: “palavras sem obras são como canhões que não atiram”.<br />

Fazendo uma análise pessoal, concluo que, nesses quatorze anos <strong>de</strong> retorno<br />

ao Brasil, continuei <strong>de</strong>senvolvendo trabalhos e publicando-os, com a mesma<br />

qualida<strong>de</strong> e freqüência <strong>de</strong> quando estava no exterior. Acrescentei ativida<strong>de</strong>s<br />

administrativas, participo, hoje, <strong>de</strong> grupos que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m caminhos e, seja em nível<br />

interno, como no ICB-UFMG, seja em nível nacional, como na CTNBio, no CNPq e<br />

no CFMV (Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Medicina Veterinaria), busco agir coerente com<br />

meus princípios e meus i<strong>de</strong>ais. Somei ainda as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, nas quais meu<br />

norte é suscitar no aluno o raciocínio científico e a busca pelo novo, pela <strong>de</strong>scoberta,<br />

mais que, simplesmente, apresentar-lhes matéria estática ou sem aplicações<br />

palpáveis.<br />

Esta é, pois, a minha visão da Ciência: o interesse dinâmico no entendimento<br />

da Vida e a busca incessante <strong>de</strong> instrumentos para nela atuar, à luz <strong>de</strong> princípios<br />

ética. Por um lado, a inspeção superficial do meu trabalho, constatando a gran<strong>de</strong><br />

amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses, po<strong>de</strong> gerar sugestões <strong>de</strong> que, concentrando o potencial <strong>de</strong><br />

trabalho em um problema específico e bem <strong>de</strong>finido, inegavelmente geraria uma<br />

220


contribuição “<strong>de</strong> peso” à Ciência. Entretanto, resi<strong>de</strong> aí, acredito, minha melhor<br />

qualida<strong>de</strong>: a versatilida<strong>de</strong>. A vida não se diferencia em áreas distintas, todas se<br />

comunicam e se interagem, e a pesquisa não seria diferente. Sou pesquisador por<br />

amor à ativida<strong>de</strong> e pelo interesse que me <strong>de</strong>sperta cada projeto; por meio <strong>de</strong> novas<br />

idéias, muitas portas se abrem em todas as direções.<br />

A partir da reflexão crítica da minha memória, ressaltando os diversos<br />

aspectos da minha trajetória acadêmica, não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> apontar quais serão<br />

os próximos passos a serem trilhados nessa caminhada pelo mundo acadêmico.<br />

Em relação à pesquisa científica, pretendo dar continuida<strong>de</strong> às linhas <strong>de</strong> pesquisa<br />

que venho <strong>de</strong>senvolvendo no Laboratório <strong>de</strong> Genética Celular e Molecular do<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Geral. Darei uma ênfase maior à linha que coor<strong>de</strong>no,<br />

Estudos <strong>de</strong> Genomas <strong>de</strong> Organismos Patogênicos, e continuarei contribuindo com a<br />

linha, Novas Utilizações Biotecnológicas e Terapêuticas das Bactérias Lácticas, a<br />

qual é, atualmente, coor<strong>de</strong>nada pelo Prof. An<strong>de</strong>rson Miyoshi.<br />

No que se refere à formação <strong>de</strong> pessoal, continuarei investindo, fortemente,<br />

na formação <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> iniciação científica, mestrado, doutorado, e no<br />

treinamento <strong>de</strong> pós-doutores, visto que esta é para mim uma das funções<br />

acadêmicas mais prazerosas. Além do aspecto técnico-científico, auxiliarei os meus<br />

pares na administração e fortalecimento dos cursos <strong>de</strong> pós-graduação nos quais<br />

estou envolvido. Contudo, acredito que a graduação seja um ponto que requer maior<br />

atenção e reflexão. O ensino <strong>de</strong> graduação precisa ser mo<strong>de</strong>rnizado, e a gra<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

disciplinas e o currículo dos cursos <strong>de</strong>vem ser modificados para acompanhar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológico mundial. Os nossos alunos, futuros<br />

profissionais, <strong>de</strong>verão ser capazes <strong>de</strong> enfrentar as necessida<strong>de</strong>s e estar preparados<br />

para concorrer em um mercado <strong>de</strong> trabalho globalizado, como o atual.<br />

Portanto, os passos futuros da minha carreira docente envolvem a<br />

continuação da construção dos pilares acadêmicos que abrangem: ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ensino, formação <strong>de</strong> recursos humanos, execução <strong>de</strong> pesquisa científica que possa<br />

contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento nacional, extensão universitária por meio <strong>de</strong><br />

cursos, projetos <strong>de</strong> interesse da socieda<strong>de</strong>, e também a administração e política<br />

universitárias. Sinto-me preparado para assumir, quando <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> meus<br />

pares, a responsabilida<strong>de</strong> da administração acadêmica, tanto em nível<br />

<strong>de</strong>partamental, do instituto ou da administração central da UFMG.<br />

221


Ao ver “fisicamente” a minha obra, pronta a ser enviada ao processo seletivo<br />

<strong>de</strong>sse concurso, olho-a com olhos <strong>de</strong> pai, sinto-me realizado com tantos trabalhos<br />

relevantes, e os bons profissionais que aju<strong>de</strong>i a formar. Ao mesmo tempo, inquieta e<br />

insatisfeita, eleva-se minha alma, que me incita e sabe que não irei parar por aqui.<br />

Finalizo, portanto, esta seção e o memorial com este texto:<br />

“Ânimo, não é ce<strong>de</strong>ndo ao ócio nem se refestelando sobre plumas que se obtém<br />

êxito. Aquele que à inativida<strong>de</strong> se entrega <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> si sobre a terra memória igual<br />

ao traço que o fumo risca no ar e a espuma traça na onda. Vence a fadiga e o<br />

torpor, recobra o ânimo, que das vitórias sobre os perigos, a primeira é a da vonta<strong>de</strong><br />

sobre o corpo.”<br />

Dante Alighieri - A Divina Comédia<br />

Primeira Parte - O Inferno<br />

Canto XXIV<br />

222

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