Eu Quero, eu Preciso Dormir! - Associação Brasileira de Educação ...
Eu Quero, eu Preciso Dormir! - Associação Brasileira de Educação ...
Eu Quero, eu Preciso Dormir! - Associação Brasileira de Educação ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
I Want to Sleep! I Need to Sleep! Daytime Sleepiness among Medical Stu<strong>de</strong>nts<br />
processar os eventos do ambiente. O cérebro permanece<br />
em funcionamento, mas em nível <strong>de</strong> consciência<br />
diferente. O sono é necessário à manutenção da saú<strong>de</strong><br />
física, mental e psicológica. Experimentos com privação<br />
<strong>de</strong> sono <strong>de</strong>monstraram que existe uma progressiva<br />
<strong>de</strong>terioração mental, psicológica e física, que inclui mudanças<br />
<strong>de</strong> humor, diminuição da coor<strong>de</strong>nação motora<br />
e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocínio, problemas <strong>de</strong> memória<br />
e da fala, alucinações, paranoia e danos físicos, como<br />
alterações <strong>de</strong> batimentos cardíacos e temperatura corporal.<br />
O sono participa da homeostase do organismo.<br />
É uma função vital, como comer e beber, necessária à<br />
sobrevivência.<br />
O termo sonolência é usado como propensão a cochilar<br />
ou dormir quando se intenciona permanecer acordado<br />
e <strong>de</strong>ve ser distinguido da sensação <strong>de</strong> cansaço e<br />
fadiga. A sonolência diurna excessiva é consi<strong>de</strong>rada um<br />
problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, pois afeta 12% da população<br />
e está correlacionada com aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito e <strong>de</strong><br />
trabalho, problemas <strong>de</strong> relacionamento e diminuição da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, além <strong>de</strong> problemas cardiovasculares.<br />
As principais causas <strong>de</strong> sonolência excessiva são a obstrução<br />
<strong>de</strong> vias aéreas (apneia obstrutiva), mais comum<br />
na população idosa, e a privação <strong>de</strong> sono, mais comum<br />
em jovens. A sonolência diurna po<strong>de</strong> ser medida com<br />
testes objetivos e subjetivos. O MSLT (multiple sleep latency<br />
test) é atualmente um dos testes mais utilizados,<br />
feito <strong>de</strong> forma objetiva, em laboratório. A Escala <strong>de</strong> Sonolência<br />
Diurna <strong>de</strong> Epworth foi i<strong>de</strong>alizada por Murray<br />
Johns (1991), como uma opção ao MSLT, muito extenso,<br />
caro e <strong>de</strong>morado para um teste <strong>de</strong> rotina (Quadro 1).<br />
Des<strong>de</strong> então, vem sendo usada como ferramenta para<br />
avaliação da sonolência diurna, tendo sido validada e<br />
adaptada para diferentes culturas ou idiomas. Trata-se <strong>de</strong><br />
uma escala simples, autoadministrável, com oito afirmações<br />
sobre a tendência à sonolência diurna em situações<br />
cotidianas. Atribui-se às respostas uma pontuação (0, 1,<br />
2 e 3), cuja soma resulta no escore final, que me<strong>de</strong> o<br />
nível <strong>de</strong> sonolência diurna. A Escala <strong>de</strong> Epworth <strong>de</strong>ve<br />
ser respondida levando-se em conta o modo <strong>de</strong> vida do<br />
entrevistado nas últimas semanas. Consi<strong>de</strong>ram-se normais<br />
escores até 10; patológicos, escores entre 11 e 15;<br />
e muito patológicos, entre 16 e 24. Escores acima <strong>de</strong> 16<br />
indicam alto nível <strong>de</strong> sonolência diurna, encontrados em<br />
pacientes com narcolepsia, obstrução <strong>de</strong> vias aéreas e<br />
hipersonia idiopática.<br />
28 | Ca<strong>de</strong>rnos ABEM • Volume 6 • Outubro 2010<br />
Quadro 1<br />
Escala <strong>de</strong> Sonolência Diurna <strong>de</strong> Epworth, na<br />
versão traduzida e validada em português pelo<br />
Centro <strong>de</strong> Estudo e Investigação em Saú<strong>de</strong> da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra (Ceisuc), Laboratório<br />
<strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Patologia <strong>de</strong> Sono (LEPS) do<br />
Centro Hospitalar <strong>de</strong> Coimbra (2001)<br />
Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> você “cochilar” ou adormecer nas situações<br />
apresentadas a seguir? Procure separar da condição <strong>de</strong> se sentir<br />
simplesmente cansado(a). Responda pensando no s<strong>eu</strong> modo <strong>de</strong> vida nas<br />
últimas semanas. Mesmo que você não tenha passado por alguma <strong>de</strong>ssas<br />
situações recentemente, tente avaliar como se comportaria frente a<br />
elas. Utilize a escala apresentada a seguir para escolher o número mais<br />
apropriado para cada situação.<br />
0 – Nenhuma chance <strong>de</strong> cochilar<br />
1 – Pequena chance <strong>de</strong> cochilar<br />
2 – Mo<strong>de</strong>rada chance <strong>de</strong> cochilar<br />
3 – Alta chance <strong>de</strong> cochilar<br />
Sentado e lendo.<br />
Vendo televisão.<br />
Sentado em lugar público sem ativida<strong>de</strong>s (sala <strong>de</strong> espera, cinema, teatro,<br />
r<strong>eu</strong>nião).<br />
Como passageiro <strong>de</strong> trem, carro ou ônibus, andando uma hora sem parar.<br />
Deitado para <strong>de</strong>scansar á tar<strong>de</strong>, quando as circunstâncias permitem.<br />
Sentado e conversando com alguém.<br />
Sentado calmamente, após o almoço, sem álcool.<br />
No carro parado por alguns minutos durante o trânsito.<br />
A Escala <strong>de</strong> Sonolência Diurna foi <strong>de</strong>nominada escala <strong>de</strong><br />
Epworth por ter sido <strong>de</strong>senvolvida no centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />
do sono do Epworth Hospital, em Melbourne. O primeiro<br />
estudo, com 180 indivíduos, encontrou a média dos escores<br />
<strong>de</strong> 5,9 ± 2,2. Um estudo subsequente avaliou 104 estudantes<br />
<strong>de</strong> Medicina da Monash University Medical School,<br />
tendo encontrado como média <strong>de</strong> escores para esse grupo<br />
<strong>de</strong> 7,6 ± 3,9. A média <strong>de</strong> escores da Escala <strong>de</strong> Epworth <strong>de</strong><br />
616 estudantes do curso <strong>de</strong> Medicina na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo investigados por Alóe 1 foi 10,0 ± 3,7.<br />
Outro estudo, feito na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília em 1997,<br />
avaliou a sonolência diurna <strong>de</strong> 172 estudantes <strong>de</strong> Medicina<br />
do primeiro ao décimo período, no início e no final do<br />
semestre. Utilizando-se a Escala <strong>de</strong> Sonolência Diurna <strong>de</strong><br />
Epworth, observou-se que, no início do semestre, 39,5%<br />
dos estudantes apresentavam sonolência diurna excessiva,