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Instalação do Capítulo da Catedral Santo Antônio sede da Diocese ...

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02 • MENSAGEIRO DIOCESANO<br />

Evangelho de Jesus Cristo<br />

segun<strong>do</strong> Marcos (II)<br />

A reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des de Marcos de líderes estava assumin<strong>do</strong> a coordenação.<br />

Len<strong>do</strong> com atenção o Evangelho segun<strong>do</strong> Isso causava tensões, ciúmes e brigas (Mc<br />

Marcos, podemos perceber a reali<strong>da</strong>de vivi<strong>da</strong> pe- 9,34-37; 10,41-45). Ain<strong>da</strong> não estava claro colas<br />

comuni<strong>da</strong>des na época em que foi escrito o mo se devia fazer para coordenar uma comunitexto,<br />

ou seja, quarenta anos depois <strong>da</strong> ressurrei- <strong>da</strong>de cristã.<br />

ção de Jesus. Muitos cristãos deviam estar pas- Certamente, a recor<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s fragili<strong>da</strong>san<strong>do</strong><br />

por situações difíceis de perseguições, des humanas <strong>do</strong>s grandes líderes, como Pedro<br />

conflitos, crises, dúvi<strong>da</strong>s. Deviam ter também (Mc 8,33; 14,37.50.66-72), aju<strong>da</strong>vam a criar um<br />

opiniões diferentes sobre Jesus, o que, certa- clima de maior compreensão entre os membros<br />

mente, gerava confusão e desentendimentos. Co- <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Ao mesmo tempo, convi<strong>da</strong>vam<br />

mo consequência disso, não devia estar bem cla- a assumir o serviço de liderança com humil<strong>da</strong>de,<br />

ro o que significava ser discípulo de Jesus. coragem e confiança.<br />

Muitas mulheres estavam assumin<strong>do</strong> ser-<br />

1. Pequenas comuni<strong>da</strong>des espalha<strong>da</strong>s viços importantes nas comuni<strong>da</strong>des (cf. Rm<br />

pela ci<strong>da</strong>de de Roma e re<strong>do</strong>ndezas. 16,1-16). Essa novi<strong>da</strong>de causava certa tensão,<br />

Judeus cristãos haviam leva<strong>do</strong> a Boa Notí- pois, segun<strong>do</strong> a mentali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> época, elas devicia<br />

de Jesus até Roma, entre eles o casal Áquila e am ficar em casa cui<strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>s filhos e <strong>do</strong> mari-<br />

Priscila (At 18,1-4). Aos poucos, o número de ante desse clima de perseguição muitos tinham <strong>do</strong>. Não eram ouvi<strong>da</strong>s na hora <strong>da</strong>s grandes decicristãos<br />

foi crescen<strong>do</strong>, os quais vinham <strong>do</strong> ju<strong>da</strong>- nega<strong>do</strong> a fé, traí<strong>do</strong>, perdi<strong>do</strong> o primeiro fervor e de- sões e também não podiam ser testemunhas.<br />

ísmo e de outras religiões. Reuniam-se nas ca- sanima<strong>do</strong>. Não foi fácil romper com os preconceitos e as vesas,<br />

forman<strong>do</strong> assim, pequenas comuni<strong>da</strong>des Em agosto <strong>do</strong> ano 70, os romanos destru- lhas estruturas (cf. Mc 2,21-22) para que novas<br />

(Rm 16,3-5.10-11.14-15). íram o Templo de Jerusalém e arrasaram a ci<strong>da</strong>- relações igualitárias pudessem desabrochar e<br />

As comuni<strong>da</strong>des eram forma<strong>da</strong>s por po- de. Centenas foram mortos e outros tantos, ven- crescer no seio <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des, conforme o<br />

bres, escravos, pessoas com melhores condi- di<strong>do</strong>s como escravos. Cerca de setecentos jo- Evangelho de Jesus Cristo.<br />

ções de vi<strong>da</strong> como pequenos comerciantes, arte- vens foram leva<strong>do</strong>s a Roma para participar, cosãos<br />

e até sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> exército romano. Roma já mo venci<strong>do</strong>s, no desfile em honra de Tito, o gene- 5. Como entender o escân<strong>da</strong>lo <strong>da</strong> Cruz?<br />

contava com, aproxima<strong>da</strong>mente, um milhão de ral vitorioso. Depois <strong>do</strong> desfile, foram mortos ou Os judeus não-cristãos diziam que Jesus<br />

habitantes. Quase metade <strong>da</strong> população era de vendi<strong>do</strong>s como escravos. To<strong>do</strong>s esses aconteci- não podia ser o Messias, pois o Deuteronômio enescravos.<br />

Os judeus eram numerosos: cerca de mentos abalaram profun<strong>da</strong>mente as comuni<strong>da</strong>- sinava que um condena<strong>do</strong> à morte na cruz devia<br />

40.000 pessoas, organiza<strong>da</strong>s em torno de várias des cristãs. ser considera<strong>do</strong> como um maldito de Deus (cf.<br />

sinagogas. Os cristãos, na época <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> Dt 21,22-23). Para os judeus isso era um escân-<br />

Evangelho, eram cerca de 5.000 pessoas. 3. Pobreza, desigual<strong>da</strong>de, escravidão. <strong>da</strong>lo (cf. 1Cor 1,23). A cruz era um impedimento<br />

O poder e a riqueza estavam concentra<strong>do</strong>s para crer em Jesus Cristo. Por isso, pergunta-<br />

2. Comuni<strong>da</strong>des persegui<strong>da</strong>s pelo Impé- nas mãos de poucas famílias. O Império recolhia vam: Quem é Jesus? (cf. Mc 4,41). Será que ele<br />

rio Romano. pesa<strong>do</strong>s impostos <strong>do</strong>s povos <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s, com é mesmo o Messias, o Filho de Deus? (cf. Mc<br />

A proposta de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s cristãos, basea<strong>da</strong> os quais sustentava a administração imperial, o 14,61).<br />

no Evangelho de Jesus Cristo, não era bem vista exército e a construção de luxuosos edifícios pú- Por outro la<strong>do</strong>, alguns cristãos aguar<strong>da</strong>pelo<br />

Império Romano e também por muitas pes- blicos, palácios, praças, jardins... O trabalho era vam com esperança o Reino de Deus para breve,<br />

soas que não eram cristãs. As comuni<strong>da</strong>des vivi- realiza<strong>do</strong> pelos escravos. Em Roma, a pobreza o que significaria o fim de to<strong>do</strong>s os sofrimentos e<br />

am sob ameaças, suspeitas, calúnias, desconfi- era tanta, que cerca de 200.000 pessoas eram ali- angústias. Esperavam a vin<strong>da</strong> triunfante e glorioanças.<br />

Os cristãos eram acusa<strong>do</strong>s de serem gru- menta<strong>da</strong>s diariamente pelo Impera<strong>do</strong>r. Certa- sa <strong>do</strong> Cristo ressuscita<strong>do</strong>. Estavam ain<strong>da</strong> impos<br />

fecha<strong>do</strong>s e clandestinos. Eram acusa<strong>do</strong>s de mente fazia isso para evitar revoltas populares. pregna<strong>do</strong>s pela mentali<strong>da</strong>de triunfalista e naciorealizarem<br />

ritos estranhos, desumanos e perigo- A socie<strong>da</strong>de estava dividi<strong>da</strong> em ricos e po- nalista <strong>do</strong>s judeus. Não queriam saber <strong>do</strong> escânsos<br />

para a segurança <strong>do</strong> Império. bres, em livres e escravos, marca<strong>da</strong> pelo <strong>do</strong>mí- <strong>da</strong>lo <strong>da</strong> cruz.<br />

Em 64, houve um grande incêndio em Ro- nio <strong>do</strong>s homens sobre as mulheres.<br />

ma. Dizem que foi provoca<strong>do</strong> pelo próprio impe- Muitos cristãos traziam para dentro <strong>da</strong>s co- 6. Como ser discípulo, discípula de Jera<strong>do</strong>r<br />

Nero. Os cristãos foram acusa<strong>do</strong>s de tal cri- muni<strong>da</strong>des o mesmo mo<strong>do</strong> de pensar e agir <strong>da</strong> sus Cristo?<br />

me. Nero decretou a primeira grande persegui- socie<strong>da</strong>de romana. Por isso, a vivência <strong>da</strong> frater- Em meio a tantos problemas e preocupação<br />

aos cristãos. Era proibi<strong>do</strong> ser cristão. Decla- ni<strong>da</strong>de era um grande desafio. ções, como ser discípulo ou discípula de Jesus<br />

rar-se cristão, ser discípulo de Jesus Cristo sig- Cristo? Esta pergunta, ain<strong>da</strong> hoje, nos leva a abrir<br />

nificava ser candi<strong>da</strong>to ao martírio. Centenas de 4. Problemas de liderança. o Evangelho de Marcos.<br />

cristãos foram tortura<strong>do</strong>s e mortos. Entre eles, A maioria <strong>do</strong>s apóstolos e <strong>do</strong>s primeiros Mons. José Wilmar Dalla Costa<br />

São Pedro e, em torno <strong>do</strong> ano 67, São Paulo. Di- discípulos já tinha morri<strong>do</strong>. Uma nova geração Chanceler <strong>do</strong> Bispa<strong>do</strong> e Coord. Diocesano de Pastoral<br />

Leia o Mensageiro Diocesano na web - www.diocesefw.com.br

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