28.06.2013 Views

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

43<br />

veiras, d'alguns castanheiros e <strong>de</strong> boas searas. Á bocca da noite entravamos<br />

em Carviçaes.<br />

Esta povoação, situada em terreno elevado e ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> mimosos prados,<br />

é composta <strong>de</strong> très ou quatro longas fileiras <strong>de</strong> casas, dispostas parallelamente<br />

umas ás outras; os seus numerosos habitantes, quasi todos lavradores,<br />

vivem numa certa mediania, porque são muito económicos. Alguns<br />

ainda se empregam no mister <strong>de</strong> serralheiros com o ferro extrahido nas<br />

vertentes da serra <strong>de</strong> Reboredo.<br />

A fonte publica é <strong>de</strong> granito lavrado e fornece muito boa agua.<br />

Nas encostas revestidas do carvalho negral vi o Halimium utnbellatum<br />

Spach. γ. verticillatum Wk. e o Melandryum macrocarpum Wk. ; nas baixas<br />

por entre o frondoso arvoredo constituido pelas amoreiras, freixos, negrilhos,<br />

etc. vi a Moehringia trinervia Clair., o Cerastium brachypetalum<br />

Desf., o Nardus stricla L., o Phleum BoehmeriWib., espécie nova para a<br />

nossa flora, e outras plantas.<br />

De Carviçaes dirigimo­nos para Moz, villa antiga e agora pobre al<strong>de</strong>ia,<br />

que fica a meia légua <strong>de</strong> distancia para sudoeste.<br />

Moz foi donatária dos con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Villa Flor; teve foraes dados por<br />

D. Sancho II e D. Manuel; foi cercada <strong>de</strong> muralhas e possuiu um castello<br />

com fossos, <strong>de</strong>fendido por cavalleiros <strong>de</strong> esporas douradas. Tudo isto revela<br />

que este burgo, hoje tão humil<strong>de</strong>, foi terra muito nobre nas passadas dynasties<br />

da nossa monarchia. Ε os seus habitantes parece conservarem ainda<br />

uma tal ou qual jactância d'essa nobreza <strong>de</strong>cahida. Actualmente quasi<br />

nada se vê d'essas muralhas e d'outros padrões gloriosos <strong>de</strong> antigas eras.<br />

Das plantas que colhi n'esta localida<strong>de</strong> cito o Urospermum picroi<strong>de</strong>s<br />

Desf., o Senecio Kvidus L., a Vulpia longiseta Hack, e o Allium Neapolitanum<br />

Cyr.<br />

No dia seguinte fomos para Souto da Velha, pittoresca al<strong>de</strong>ia situada<br />

a noroeste <strong>de</strong> Moz e que toma o seu nome d'uma extensa matta que lhe<br />

fica ao lado. Essa matta, constituida <strong>de</strong> varias espécies <strong>de</strong> Quercus, do<br />

castanheiro, do medronheiro, do pilriteiro, do sanguinho (Cornus sanguinea<br />

L.), etc., abriga uma vasta republica <strong>de</strong> plantas herbáceas, entre<br />

as quaes menciono as seguintes : a Valerianella olitoria Poli., o Geum urbanum<br />

L., a Genista falcata Brot., a Viola silvatica Fr., o Rumex Acetosa<br />

L., o Ranunculus Aleae Wk., o R. Hollianus Bchb., e a Aquilegia<br />

dichroa Freyn. Ao fundo da encosta, revestida por tão exuberante vegetação,<br />

corre um ribeiro que põe em movimento varias azenhas e rega<br />

mimosas hortas, junto das quaes vi o Cirsium palustre Scop. elevando­se<br />

acima d'um <strong>de</strong>nso tapete <strong>de</strong> fetos, on<strong>de</strong> se notavam beilas fron<strong>de</strong>s do Po^<br />

lystichum Filix­mas Bth,<br />

Continuámos <strong>de</strong>pois o nosso roteiro dirigindo­nos para Felgar, al<strong>de</strong>ia<br />

que assenta nas vertentes da serra <strong>de</strong> Reboredo porrenqO­lhe ao norte Q

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!