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OS DISCURSOS DE NOVA ESCOLA CONSTITUINDO DOCENTES ...

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Uma nova personagem é introduzida: a mãe de Thais. Dela não se<br />

sabe muita coisa, apenas que possui uma conta; se esta senhora utiliza ou<br />

não a internet, ou se é alguém experiente no uso do computador, não se<br />

sabe. A foto que acompanha esta parte do texto omite o rosto da professora.<br />

Seu corpo se resume às mãos com o bilhete de instruções; o teclado é como<br />

uma extensão, aquela que faltava para unir a sala ao escritório. Feita a<br />

conexão elétrica para a máquina funcionar, falta outra: uma conexão de<br />

saberes. O resultado é uma mensagem de erro, mas Thaís mostra-se uma<br />

pessoa que possui bastante determinação. Apesar das dificuldades iniciais a<br />

professora continua a perseguir seus objetivos,<br />

16:15 Depois de algumas tentativas frustradas, Thaís acha que não vai dar<br />

certo. Decide consultar alguém mais experiente e liga para a irmã, que já se<br />

conectou algumas vezes.<br />

Na cena montada, a mãe e a irmã possuem conta. A professora é a<br />

menos preparada. A irmã é também um personagem emblemático, pois, não<br />

tem rosto, não tem profissão, não tem corpo. É um sujeito que representa o<br />

conjunto dos usuários, ainda que esporádicos da internet. As pessoas que<br />

estão em volta da professora aparecem como mais preparadas do que ela<br />

no que se refere ao uso das novas tecnologias. E então, focaliza-se o rosto<br />

da professora com ar de frustração. Ela necessita recorrer a alguém mais<br />

experiente, ou seria mais competente?<br />

16:45 Sem querer esperar mais um dia ela vai à casa da irmã. Boa saída. É<br />

comum usar, na primeira vez, a máquina de um amigo, ou parente. Mas<br />

lembre-se você está gastando o telefone dele.<br />

O repórter intervém como se emitisse uma opinião. Concorda com a<br />

ação de Thaís e aconselha, “lembre-se você está gastando o telefone dele”.<br />

Ele aciona o discurso moral, chamando a atenção para o fato de que ao se<br />

usar o objeto alheio há que se cuidar, pois este não lhe pertence. Use, mas<br />

não abuse. A imagem reforça a idéia: Thaís e a irmã se cumprimentando<br />

como se a máquina levasse a estabelecer vários tipos de conexões, algo<br />

que remete a uma fraternidade universal porque, até aqui o repórter<br />

mostrava a professora no espaço privado, ou seja, em sua casa. Agora se<br />

envolve outro espaço familiar à casa da irmã. A máquina une sujeitos<br />

dispersos criando uma espécie de comunidade (virtual?) entre usuários. A<br />

descrição segue:<br />

17:00 como a irmã de Thaís não é usuária freqüente, é preciso fazer<br />

adaptações. Também na casa dela o fio do telefone está longe do<br />

computador. Nada que uma extensão não resolva.<br />

A extensão funciona, até aqui, como uma metáfora. As personagens<br />

são apresentadas como sujeitos desconectados e assoberbados diante da<br />

tecnologia: o telefone está sempre longe do computador. A memória

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