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Autora: Lucélia Aparecida Pereira

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são historicamente locais masculinos. Quando a narrativa aparece é<br />

principalmente nos arquivos privados (correspondências e diários), já que<br />

os arquivos públicos, organizados por homens, acabam realizando uma<br />

seleção que exclui o feminino. Quando as mulheres ultrapassam o espaço<br />

privado são para aparecem pelo sucesso de suas profissões, casamento<br />

ou pelo caminho da prostituição, criminalidade ou loucura. Loucura esta<br />

entendida na visão masculina quando a mulher ultrapassa o espaço<br />

doméstico, quando ela rompe com as normas sociais estabelecidas<br />

(CUNHA, 2000: 147).<br />

Atividade 8:<br />

Em duplas analise e discuta o documento abaixo:<br />

“As guerrilheiras do Regime Militar”.<br />

A luta armada contra a ditadura vigorou no país entre 1968 e 1974. Muitas mulheres<br />

foram presas, torturadas, mortas, exiladas ou estão até hoje desaparecidas. Mas não se<br />

pode dizer que tenham sido derrotadas. Com ações radicais, como o seqüestro de aviões<br />

e de diplomadas, elas ajudaram a dar uma nova cara ao Brasil. Em seguida, as<br />

históricas dramáticas de três dessas personagens:<br />

IARA IAVELBERG: Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, Iara não<br />

pegou em armas, mas dava apoio e infra-estrutura às ações dos companheiros.<br />

Psicóloga e professora de Filosofia em um cursinho para vestibular, foi companheira do<br />

capitão Carlos Lamarca, formado pela Escola Militar das Agulhas Negras (RJ), que<br />

comandou a organização Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e depois ingressou<br />

no MR-8. As versões sobre a morte de Iara são controversas. Uma delas diz que,<br />

perseguida por policiais, suicidou-se com um tiro na cabeça em 6 de agosto de 1971,<br />

segundo o Ministério da Aeronáutica. A outra interpretação, baseada em testemunhos<br />

de populares, afirma que Iara teria sido presa e levada ao Departamento da Ordem<br />

Política e Social (Dops), onde foi torturada e morta. Tinha 27 anos.<br />

ÁUREA PEREIRA VALADÃO: Mineira de Areado, militou no movimento estudantil<br />

entre 1967 e 1970 e neste mesmo ano se casou com Arildo Valadão. Quando ambos<br />

decidiram mudar para o Araguaia, Áurea passou a dar aulas e entrou para as Forças<br />

Guerrilheiras. Patrocinada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), a guerrilha do<br />

Araguaia foi um dos mais sólidos movimentos da esquerda na zona rural. Para detê-la,<br />

as Forças Armadas tiveram de fazer três incursões à região, entre 1972 e 1975,<br />

enviando 3.260 homens e doze aviões para combater 69 guerrilheiros. Áurea foi presa<br />

em Marabá e, no ano seguinte, vista no 23º Batalhão de Infantaria da Selva. Um dos<br />

presos declarou ter ouvido um policial dizer a ela que arrumasse suas coisas, porque<br />

iria viajar. No jargão militar, “viajar” significa ser executado. Áurea tinha 24 anos.<br />

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