INCONFIDÊNCIA MINEIRA: MEDIAÇÕES DISCURSIVAS
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dos o autor: fatos “Não da história existe coaduna-se mais a história, com essa mas interpretação as histórias. Trata-se da história, da história pois, segundo de tal<br />
fragmento do real e não mais da história do real”.<br />
Também Foucault (1969, p. 35-45) considera o discurso e a história no<br />
contexto fragmento das do rupturas discurso que da história. delimitam Assim, práticas os enunciados discursivas constituem determinantes a instância de um<br />
primordial regularidade do e na discurso especificidade não em de seu seu sentido emprego, lógico desempenhando ou gramatical, assim mas uma na<br />
função enunciativa que se transforma em uma formação discursiva. O discurso é,<br />
então, no interior delimitado das formações não pelo discursivas, seu sentido constrói imediato, o mas sentido. pela Nesse prática aspecto, discursiva verifica- que,<br />
se um deslocamento discursivo que, partindo do âmbito coletivo, centralizou as<br />
denúncias que constituiu na esfera o corpo individual sobre o de qual Tiradentes, incidiu a para repressão quem portuguesa. convergiu o discurso<br />
José da No Silva percurso Xavier, de mártir nossas da análises, independência) veremos que aparece Tiradentes nas construções (o alferes Joaquim<br />
discurso ambíguo que, negando a realidade, como estratégia de evasão, subverteu de um<br />
o necessidade “discurso do da real”, distinção como de forma dois de ângulos enunciação de visão das que, falas embora da liberdade. diferentes, Daí a<br />
História”, exemplificam deixou a atuação o legado política do mito, de uma perenizando sociedade aspirações civil que, históricas no “discurso que na se<br />
desvendaram no “discurso da História”.<br />
O “discurso na História” foi constituído por diversos sentidos que,<br />
contextualizados dominadores e dos em dominados. suas enunciações, Os discursos, configuram embora as instâncias antagônicos, ideológicas provinham dos<br />
de uma única fonte: a fala da colonização, matriz dos sentidos da dominação e da<br />
conspiração, portugueses parafraseiam havendo um os deslocamento enunciados da lingüístico conspiração através e os conspiradores do qual os<br />
multiplicam significações os da sentidos liberdade possíveis e, assim da sendo, fala da paráfrase dominação, e polissemia contrapondo-lhe estão<br />
relacionadas Inconfidência Mineira.<br />
no complexo das representações lingüísticas da história da<br />
Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 3, n. 2, p. 9-26, jan./jun. 2003<br />
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