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Utilização do Cinema na Sala de Aula: Aplicação da Química dos ...

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166<br />

pu<strong>de</strong>ssem pensar sobre questões<br />

éticas e sociais apresenta<strong>da</strong>s. To<strong>do</strong>s<br />

concor<strong>da</strong>ram que atitu<strong>de</strong>s que<br />

provocam exclusão, as mínimas<br />

que sejam, po<strong>de</strong>m ser refletivas em<br />

comportamentos futuros. Os alunos<br />

acrescentaram ao <strong>de</strong>bate questio<strong>na</strong>mentos<br />

sobre exclusão, violência e o<br />

papel <strong>da</strong> mulher <strong>na</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A próxima ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

consistiu em<br />

uma aula expositivodialógica,<br />

<strong>na</strong> qual os<br />

alunos foram apresenta<strong>do</strong>s<br />

à química<br />

<strong>do</strong>s perfumes, apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

sua estrutura,<br />

formação e produção<br />

<strong>de</strong> perfumes, interação<br />

e extração <strong>de</strong> essências<br />

e compostos<br />

presentes nos óleos<br />

essenciais. Nesse<br />

momento, os alunos<br />

pu<strong>de</strong>ram fazer associações<br />

entre os conhecimentos<br />

prévios<br />

que traziam e aqueles<br />

a que estavam<br />

sen<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assistiram ao filme. Novamente,<br />

a priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> processo<br />

<strong>de</strong> aprendizagem foi a construção<br />

<strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s, contextualizan<strong>do</strong><br />

a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> funções com as<br />

moléculas presentes nos perfumes<br />

e inserin<strong>do</strong> algum significa<strong>do</strong> ao<br />

procedimento <strong>de</strong> diferenciar se uma<br />

molécula é um áci<strong>do</strong> ou uma ceto<strong>na</strong>,<br />

como nos instrui Vygotsky (1988).<br />

Para os alunos, foi importante não<br />

só i<strong>de</strong>ntificar as funções orgânicas<br />

por meio <strong>da</strong> memorização <strong>de</strong>las, mas<br />

compreen<strong>de</strong>r que as diferenciar é a<br />

forma mais aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong> caracterizálas<br />

em essências, aromas e perfumes.<br />

Após a exposição dialoga<strong>da</strong>,<br />

os alunos receberam as questões<br />

<strong>do</strong> tipo situação-problema e to<strong>da</strong>s as<br />

equipes conseguiram i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong><br />

forma correta as funções solicita<strong>da</strong>s<br />

nos exercícios, além <strong>de</strong> diferenciar<br />

o processo <strong>de</strong> extração, utilizan<strong>do</strong><br />

conceitos <strong>de</strong> polari<strong>da</strong><strong>de</strong> e volatili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s moléculas, o que não foi visto<br />

quan<strong>do</strong> o primeiro questionário foi<br />

respondi<strong>do</strong>.<br />

O filme utiliza<strong>do</strong> atuou,<br />

segun<strong>do</strong> Marcelino-Jr. e<br />

cols. (2004), como um<br />

elemento configura<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> uma diferente relação<br />

entre professor, estu<strong>da</strong>ntes<br />

e conteú<strong>do</strong>s, não sen<strong>do</strong><br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

como uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

extra <strong>de</strong>sconecta<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s a serem<br />

abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s no ano letivo.<br />

[...] Além <strong>de</strong> se mostrar<br />

como uma ferramenta<br />

que aju<strong>da</strong> a resgatar<br />

conhecimentos prévios e<br />

a relacio<strong>na</strong>r a ciência com<br />

a arte e questões sociais,<br />

é ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para a<br />

socialização sem me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

conhecimentos <strong>do</strong>s alunos.<br />

Semelhante ao que foi apresenta<strong>do</strong><br />

no CAp/UFPE, para avaliar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

propostas, a terceira pergunta<br />

<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> questionário solicitava<br />

que os alunos <strong>de</strong>screvessem sobre<br />

a experiência <strong>de</strong> assistir a um filme<br />

sem qualquer relação aparente com<br />

<strong>Química</strong>. Os alunos avaliaram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

como diverti<strong>da</strong><br />

e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>,<br />

merecen<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>staque os trechos<br />

<strong>da</strong>s equipes abaixo.<br />

Ver o filme <strong>na</strong><br />

aula <strong>de</strong> <strong>Química</strong><br />

foi importante<br />

pra gente compreen<strong>de</strong>r<br />

que a<br />

<strong>Química</strong> faz parte<br />

<strong>da</strong>s nossas vi<strong>da</strong>s.<br />

Nunca antes<br />

assistimos a<br />

um filme conversan<strong>do</strong><br />

sobre ele<br />

durante as ce<strong>na</strong>s<br />

e também com<br />

<strong>de</strong>bate <strong>de</strong>pois.<br />

Normalmente os<br />

professores não<br />

dão significa<strong>do</strong><br />

após o filme. Apren<strong>de</strong>r <strong>Química</strong><br />

<strong>de</strong>ssa forma foi bastante<br />

produtivo. (Trecho <strong>da</strong> produção<br />

<strong>da</strong> equipe A)<br />

Já que é possível usar filmes<br />

em aulas <strong>de</strong> <strong>Química</strong> aqui no<br />

colégio, porque só agora nós<br />

tivemos essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>? Faltam<br />

professores prepara<strong>do</strong>s<br />

e antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isso, força <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong>. (Trecho <strong>da</strong> produção<br />

<strong>da</strong> equipe E)<br />

Figura 1<br />

Apren<strong>de</strong>mos, nos divertimos<br />

e ain<strong>da</strong> vimos que <strong>Química</strong> não<br />

é um bicho como muita gente<br />

pensa. (Trecho <strong>da</strong> produção<br />

<strong>da</strong> equipe F)<br />

Por fim, partiu <strong>do</strong>s próprios alunos<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> materiais que<br />

servissem como avaliação fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proposta. Após um intenso<br />

<strong>de</strong>bate entre as equipes, a turma escolheu<br />

produzir histórias em quadrinhos<br />

cujos roteiros estivessem centra<strong>do</strong>s<br />

nos conceitos discuti<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s últimas<br />

aulas. O uso <strong>de</strong> quadrinhos <strong>na</strong>s aulas<br />

<strong>de</strong> ciências já foi relata<strong>do</strong> em alguns<br />

estu<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> um importante<br />

meio <strong>de</strong> divulgação científica, além <strong>de</strong><br />

servir como exercício <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

textos e roteiros, exercício <strong>do</strong> humor,<br />

sensibilização com relação à arte e<br />

trabalho em equipe (Ferreira e cols.,<br />

2009; Santos, 2003). Os alunos utilizaram<br />

o site Strip Generator 2 que permite<br />

a criação <strong>de</strong> tirinhas ou histórias em<br />

quadrinhos online e a Figura 1 exemplifica<br />

uma <strong>da</strong>s criações <strong>da</strong>s equipes.<br />

Durante essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fi<strong>na</strong>l, os<br />

alunos foram <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>s a criar<br />

histórias curtas <strong>na</strong>s quais pu<strong>de</strong>ram<br />

apresentar os conceitos aprendi<strong>do</strong>s<br />

por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>duções e diálogos<br />

criativos. O uso <strong>de</strong> histórias em<br />

quadrinhos em aulas <strong>de</strong> ciências e<br />

<strong>de</strong> <strong>Química</strong> especificamente vem<br />

sen<strong>do</strong> reporta<strong>do</strong> como mais um tipo<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que proporcio<strong>na</strong> uma<br />

maior compreensão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<br />

pelos alunos a partir <strong>do</strong> momento<br />

que pensam e produzem as histórias.<br />

Além disso, os estu<strong>da</strong>ntes exercitam<br />

a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> síntese, a leitura, a<br />

produção <strong>de</strong> textos e a i<strong>de</strong>ntificação e<br />

utilização <strong>da</strong> linguagem visual durante<br />

a construção <strong>da</strong>s tirinhas.<br />

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA <strong>Utilização</strong> <strong>do</strong> <strong>Cinema</strong> <strong>na</strong> <strong>Sala</strong> <strong>de</strong> <strong>Aula</strong><br />

Vol. 33, N° 3, AGOSTO 2011

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