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Título do Trabalho: Calibração de instrumentos utilizados na ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA<br />

CENTRO TECNOLÓGICO<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL<br />

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA<br />

PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

TÍTULO DO PROJETO:<br />

CONSTRUÇÃO, CONFORTO AMBIENTAL E USO RACIONAL<br />

DE ENERGIA E ÁGUA<br />

-<br />

<strong>Título</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>:<br />

<strong>Calibração</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> utiliza<strong>do</strong>s <strong>na</strong> montagem <strong>de</strong> um<br />

calorímetro solar para teste <strong>de</strong> vidros e janelas<br />

BOLSISTA:<br />

Guilherme Lopes, graduan<strong>do</strong> em engenharia <strong>de</strong> materiais<br />

PROFESSOR ORIENTADOR:<br />

Roberto Lamberts<br />

CO-ORIENTADOR:<br />

Deivis Luis Marinoski<br />

Florianópolis, Agosto <strong>de</strong> 2008.


CONSTRUÇÃO, CONFORTO AMBIENTAL E USO RACIONAL<br />

DE ENERGIA E ÁGUA<br />

-<br />

<strong>Calibração</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> utiliza<strong>do</strong>s <strong>na</strong> montagem <strong>de</strong> um calorímetro solar<br />

para teste <strong>de</strong> vidros e janelas<br />

___________________________________<br />

Guilherme Lopes<br />

Bolsista<br />

___________________________________<br />

Roberto Lamberts<br />

Professor Orienta<strong>do</strong>r


RESUMO<br />

Na construção civil, os vidros e as janelas completas são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s elementos<br />

importantes e interessantes no aprimoramento da estética da edificação. São<br />

também relevantes <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às funções <strong>de</strong> isolamento térmico, ilumi<strong>na</strong>ção,<br />

ventilação, segurança e privacida<strong>de</strong>. Mas <strong>na</strong>s últimas décadas a corrida em busca<br />

<strong>de</strong> novas fontes energéticas e uso racio<strong>na</strong>l das já existentes, passaram a<br />

<strong>de</strong>stacar mais uma atribuição <strong>de</strong>stes elementos: o controle da passagem <strong>de</strong><br />

energia solar através da sua superfície. Esta energia que penetra através <strong>de</strong><br />

janelas influencia diretamente <strong>na</strong> variação da temperatura no interior <strong>do</strong>s<br />

ambientes da edificação. Isso por sua vez tem influência no consumo <strong>de</strong> energia<br />

<strong>de</strong> equipamentos que promovem o condicio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> ar no ambiente<br />

(resfriamento ou aquecimento), e que têm por fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> tor<strong>na</strong>r o espaço mais<br />

agradável. Este pesquisa faz parte <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> calibração e montagem <strong>de</strong> um<br />

calorímetro utiliza<strong>do</strong> para medição <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> calor solar e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

fator solar <strong>de</strong> vidros e janelas. O fator solar é a fração <strong>de</strong> radiação inci<strong>de</strong>nte que<br />

entra através <strong>de</strong> uma janela, e inclui a porção transmitida, mais a porção<br />

absorvida e re-emitida. Esta fração varia entre 0 e 1, e quanto menor o seu valor,<br />

menor a transmissão <strong>de</strong> calor pelo vidro ou janela. O calorímetro está sen<strong>do</strong><br />

construí<strong>do</strong> <strong>na</strong> UFSC através <strong>de</strong> uma cooperação <strong>do</strong> LabEEE (Laboratório <strong>de</strong><br />

Eficiência e Energética em Edificações - Departamento <strong>de</strong> Eng. Civil) e <strong>do</strong> LMPT<br />

(Laboratório <strong>de</strong> Meios Porosos e Proprieda<strong>de</strong>s Termo-físicas - Departamento <strong>de</strong><br />

Eng. Mecânica). Para o funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong>ste equipamento diversos <strong>instrumentos</strong><br />

<strong>de</strong> monitoramento das variáveis ambientais e outras são necessários, <strong>de</strong>ntre<br />

estes se <strong>de</strong>staca: termopares, piranômetros, fluxímetros, anemômetros e<br />

termistores. Este trabalho apresenta a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>stes<br />

<strong>instrumentos</strong>, bem como os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nestas calibrações. Também foi<br />

realizada uma análise estatística para a verificação das incertezas nos resulta<strong>do</strong>s<br />

das calibrações. Por fim, um teste prelimi<strong>na</strong>r <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> inteiro conjunto<br />

<strong>do</strong>s sistemas <strong>do</strong> calorímetro foi realiza<strong>do</strong>.<br />

Palavras-chave: instumentação; vidros e janelas; fator solar; calorímetro solar.


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________ 6<br />

1.1 Justificativa __________________________________________________________ 6<br />

1.2 Objetivos _____________________________________________________________ 6<br />

1.2.1 Objetivos Gerais ____________________________________________________________ 6<br />

1.2.2 Objetivos Específicos ________________________________________________________ 7<br />

1.3 Estrutura <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> _________________________________________________ 7<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO ___________________________________________ 8<br />

2.1 Medição <strong>do</strong> ganho <strong>de</strong> calor solar em janelas ________________________________ 8<br />

2.2 Definições teóricas <strong>do</strong>s sensores __________________________________________ 8<br />

2.1.1 Termpores ________________________________________________________________ 8<br />

2.1.2 Fluxímetros ______________________________________________________________ 11<br />

2.1.3 Anemômetros _____________________________________________________________ 12<br />

2.1.4 Piranômetros _____________________________________________________________ 13<br />

2.1.5 Termistores ______________________________________________________________ 15<br />

3 METODOLOGIA ___________________________________________________ 16<br />

3.1 Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong>s sensores __________________________________ 16<br />

3.1.1 Termopares ______________________________________________________________ 16<br />

3.1.2 Fluxímetros ______________________________________________________________ 17<br />

3.1.3 Anemômetros _____________________________________________________________ 18<br />

3.1.4 Piranômetros _____________________________________________________________ 19<br />

3.1.5 Termistor ________________________________________________________________ 20<br />

3.2 Análise da incerteza <strong>de</strong> medição <strong>do</strong>s sensores ______________________________ 20<br />

3.3 Teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro _________________________________ 20<br />

4 RESULTADOS _____________________________________________________ 22<br />

4.1 Resulta<strong>do</strong> da calibração <strong>do</strong>s sensores e análise <strong>de</strong> incerteza __________________ 22<br />

4.1.1 Termopares ______________________________________________________________ 22<br />

4.1.2 Fluxímetros ______________________________________________________________ 24<br />

4.1.3 Anemômetro _____________________________________________________________ 25<br />

4.1.4 Piranômetro ______________________________________________________________ 27<br />

4.1.5 Termistor ________________________________________________________________ 27<br />

4.2 Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro ______________________ 28<br />

5 CONCLUSÕES _____________________________________________________ 30<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________________________ 31<br />

5


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

1.1 Justificativa<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> material transparente utiliza<strong>do</strong> em uma janela vai além da<br />

questão estética, <strong>de</strong>ve visar um balanço entre o conforto térmico no interior <strong>do</strong><br />

ambiente, atributos visuais e o consumo <strong>de</strong> energia.<br />

Embora a aparência e conforto térmico sejam importantes, o tradicio<strong>na</strong>l propósito<br />

das janelas era prover luz, vista e ar fresco para os seus ocupantes. Porém o<br />

consumo <strong>de</strong> energia atingiu níveis extremamente significantes e a escolha <strong>do</strong><br />

material transparente a ser utiliza<strong>do</strong> em aberturas <strong>de</strong>ve correlacio<strong>na</strong>r os fatores<br />

externos, relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s às características próprias <strong>do</strong> local, refletin<strong>do</strong> seu clima,<br />

com as proprieda<strong>de</strong>s óticas e térmicas <strong>de</strong>stes materiais. Esses fatores agem<br />

diretamente no <strong>de</strong>sempenho da edificação on<strong>de</strong> ocorrem fenômenos como a<br />

incidência <strong>de</strong> radiação solar através das aberturas, estan<strong>do</strong> ligada a proprieda<strong>de</strong>s<br />

termo-físicas <strong>de</strong> cada material.<br />

O vidro é um componente da fachada que apresenta um comportamento muito<br />

especial e é <strong>de</strong> extrema importância <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões para se obter eficiência<br />

energética, pois são transparentes à radiação <strong>de</strong> onda curta (luz e calor emiti<strong>do</strong>s<br />

pelo sol) e opaca à radiação <strong>de</strong> onda longa (calor emiti<strong>do</strong> por fontes <strong>de</strong> baixa<br />

temperatura). Devi<strong>do</strong> a esta proprieda<strong>de</strong>, ele po<strong>de</strong> gerar o fenômeno <strong>do</strong> efeito<br />

estufa. (Signor, 1999).<br />

Dentro <strong>de</strong>ssa idéia, o <strong>de</strong>safio <strong>do</strong>s fabricantes é a obtenção <strong>de</strong> produtos que<br />

possuam uma gran<strong>de</strong> transparência a luz visível, mas que permitam o mínimo<br />

possível a entrada <strong>do</strong> calor em climas quentes e a saída em climas frios,<br />

reduzin<strong>do</strong> o consumo <strong>de</strong> energia para ilumi<strong>na</strong>ção e climatização artificial.<br />

Porém, nota-se no Brasil que a maioria as edificações não estão tiran<strong>do</strong> proveito<br />

<strong>do</strong>s elementos transparentes em relação ao clima local. O clima é<br />

pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntemente quente e não há uma seletivida<strong>de</strong> luz-calor <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

parâmetros que a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> consumo racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> energia.<br />

Frente à importância das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> construção e da seleção <strong>de</strong> materiais como<br />

um <strong>do</strong>s fatores <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> energia elétrica e conforto térmico<br />

<strong>de</strong> uma edificação, apresenta-se o estu<strong>do</strong> que avalia o ganho <strong>de</strong> calor solar em<br />

janelas através <strong>de</strong> medições com um calorímetro solar.<br />

1.2 Objetivos<br />

1.2.1 Objetivos Gerais<br />

Montagem e auxilio no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um calorímetro solar, <strong>do</strong>s sistemas e<br />

mecanismos <strong>de</strong> medição e calibração <strong>do</strong>s sensores utiliza<strong>do</strong>s<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

1.2.2 Objetivos Específicos<br />

Os objetivos específicos <strong>de</strong>ste trabalho são:<br />

• Montagem e calibração <strong>do</strong>s <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> medição das variáveis<br />

ambientais (termopares, fluxímetros, anemômetros, piranômetros e<br />

termistor)<br />

• Teste <strong>do</strong> calorímetro para obter resulta<strong>do</strong>s iniciais <strong>de</strong> fator solar através <strong>de</strong><br />

um vidro plano 3mm.<br />

1.3 Estrutura <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

O trabalho está estrutura<strong>do</strong> em Introdução, Referencial teórico, Meto<strong>do</strong>logia,<br />

Resulta<strong>do</strong>s, Conclusões e Referências bibliográficas.<br />

A introdução apresenta um conteú<strong>do</strong> geral a cerca <strong>do</strong>s materiais transparentes<br />

utiliza<strong>do</strong>s em janelas e a inflluência da sua seleção apropriada para a<br />

manutenção <strong>do</strong> conforto térmico e visual.<br />

O capítulo <strong>do</strong>is, referencial teórico, trata <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e experimentais volta<strong>do</strong>s para<br />

a medição <strong>do</strong> ganho <strong>de</strong> calor solar através <strong>de</strong> janelas, também da <strong>de</strong>finição <strong>do</strong><br />

indice chama<strong>do</strong> fator solar, e <strong>do</strong>s dispositvos utiliza<strong>do</strong>s para medição das<br />

variáveis ambientais.<br />

Já no capítulo três, a Meto<strong>do</strong>logia concentra as técnicas e <strong>instrumentos</strong> utiliza<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong> montagem e calibração <strong>do</strong>s dispositivos <strong>de</strong> medição das variáveis ambientais,<br />

da análise <strong>de</strong> incerteza, e <strong>do</strong> teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro completo.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s são expostos no quarto capitulo, on<strong>de</strong> sec apresenta os da<strong>do</strong>s<br />

coleta<strong>do</strong>s referentes a calibração <strong>do</strong>s sensores, como as constantes e as<br />

equações empregadas <strong>na</strong> leitura e interpretação <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s da medição<br />

(temperatura, velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, radiação solar e fluxo <strong>de</strong> calor), e os valores <strong>de</strong><br />

Fator Solar obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro.<br />

Por fim, no capítulo cinco são apresentadas as consi<strong>de</strong>rações fi<strong>na</strong>is sobre o<br />

estu<strong>do</strong>.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1 Medição <strong>do</strong> ganho <strong>de</strong> calor solar em janelas<br />

Os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por pesquisa<strong>do</strong>res brasileiros relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s diretamente<br />

com medição <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> calor solar através <strong>de</strong> janelas foram inicia<strong>do</strong>s por<br />

Pereira e Sharples (1991), e Pereira (1993), que <strong>de</strong>senvolveram um dispositivo<br />

para medir o ganho <strong>de</strong> calor solar e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r coeficientes <strong>de</strong> sombreamento <strong>de</strong><br />

sistema <strong>de</strong> abertura em escala reduzida. O dispositivo permite quantificar a<br />

radiação solar transmitida diretamente pelo elemento transparente somada a<br />

radiação absorvida e retransmitida, utilizan<strong>do</strong> sensores <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> calor. O<br />

aparato foi <strong>na</strong> época chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> radiômetro <strong>de</strong> abertura (ou fenestration<br />

radiometer).<br />

Dan<strong>do</strong> seqüência a esta linha <strong>de</strong> pesquisa, Mace<strong>do</strong> et al. (2003) construíram um<br />

novo protótipo <strong>do</strong> radiômetro, que foi utiliza<strong>do</strong> para verificação térmica e luminosa<br />

<strong>de</strong> seis sistemas <strong>de</strong> abertura também em escala reduzida.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, Marinoski et al. (2007) realizaram calibrações e testes com os<br />

sensores utiliza<strong>do</strong>s no mesmo equipamento. Neste estu<strong>do</strong>, foram realiza<strong>do</strong>s<br />

testes com o sistema <strong>de</strong> refrigeração à ar e também com um banho térmico,<br />

através da circulação <strong>de</strong> água refrigerada. A refrigeração é indispensável, pois o<br />

fluxo <strong>de</strong> calor através <strong>do</strong>s sensores causa aumento da temperatura no suporte<br />

metálico <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> condução. Este aumento <strong>de</strong> temperatura po<strong>de</strong><br />

ocasio<strong>na</strong>r erros <strong>de</strong> medição no ganho <strong>de</strong> calor solar. É então necessário manter a<br />

temperatura <strong>do</strong> suporte próxima à <strong>do</strong> ambiente, para que o fluxo <strong>de</strong> calor causa<strong>do</strong><br />

pela diferença <strong>de</strong> temperatura entre suporte e ambiente seja próxima <strong>de</strong> zero.<br />

Neste mesmo trabalho, após experimentação com os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

refrigeração, constatou-se que o mo<strong>de</strong>lo usan<strong>do</strong> o banho térmico é mais eficiente<br />

para a montagem <strong>do</strong> calorímetro. A diferença <strong>de</strong> temperatura entre o suporte e o<br />

ar foi menor <strong>do</strong> que 1°C, geran<strong>do</strong> um erro médio <strong>na</strong> m edida <strong>do</strong> Fator Solar <strong>de</strong><br />

ape<strong>na</strong>s 0.94%.<br />

O Fator solar (FS) é a fração <strong>de</strong> radiação inci<strong>de</strong>nte que entra através <strong>de</strong> uma<br />

janela, e inclui a porção transmitida, absorvida e re-emitida. Correspon<strong>de</strong> a Eq. 1,<br />

on<strong>de</strong> τ e α são proprieda<strong>de</strong>s óticas <strong>do</strong> vidro, transmissão e absorção, e N é<br />

inward flowing fraction. As proprieda<strong>de</strong>s óticas são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> ângulo e <strong>do</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> onda. O fator solar está entre 0 e 1 e quanto menor, menor a<br />

transmissão <strong>de</strong> calor pelo vidro, e melhor é o coeficiente <strong>de</strong> sombreamento.<br />

FS ( θ, λ)<br />

= τ ( θ,<br />

λ)<br />

+ Nα(<br />

θ,<br />

λ)<br />

[Eq.1]<br />

2.2 Definições teóricas <strong>do</strong>s sensores<br />

2.1.1 Termpores<br />

Nos metais e semicondutores ocorrem processos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga (corrente<br />

elétrica) e <strong>de</strong> energia, fenômenos intimamente relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s e que se <strong>de</strong>vem ao<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> corrente elétrica, chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> elétrons <strong>de</strong><br />

condução. São elétrons das camadas exter<strong>na</strong>s (menos energéticas) da<br />

eletrosfera e se encontram fracamente liga<strong>do</strong>s ao respectivo núcleo atômico<br />

constituinte <strong>de</strong> um material, e então quan<strong>do</strong> recebem energia <strong>de</strong> um meio externo<br />

po<strong>de</strong>m tor<strong>na</strong>r-se livres <strong>de</strong> seus núcleos e movimentarem-se or<strong>de</strong><strong>na</strong>damente por<br />

um condutor, (Güths e Nicolau, 1998).<br />

À temperatura constante, energia e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> elétrons livres em materiais<br />

diferentes não são necessariamente as mesmas. Então quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is materiais<br />

diferentes em equilíbrio térmico entre si são coloca<strong>do</strong>s em contato, existirá a<br />

tendência <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong> elétrons através da interface, (Figura 1).<br />

Figura 1. Movimentação eletrônica <strong>na</strong> interface <strong>do</strong>s materiais A e B (Güths e Nicolau, 1998).<br />

O potencial elétrico <strong>do</strong> material receptor po<strong>de</strong>rá tor<strong>na</strong>r-se mais negativo <strong>na</strong><br />

interface, enquanto que o material emissor <strong>de</strong> elétrons po<strong>de</strong>rá tor<strong>na</strong>r-se mais<br />

positivo. Quan<strong>do</strong> a diferença no potencial através da interface balancear a força<br />

termoelétrica (difusão), o equilíbrio em relação à transferência <strong>de</strong> elétrons po<strong>de</strong>rá<br />

ser estabeleci<strong>do</strong> (Figura 2).<br />

Figura 2. Ilustração <strong>do</strong> potencial elétrico em oposição ao processo <strong>de</strong> difusão<br />

(Güths e Nicolau, 1998).<br />

Se <strong>do</strong>is materiais diferentes estão forman<strong>do</strong> um circuito fecha<strong>do</strong> e ambas as<br />

junções se encontram a mesma temperatura, os campos elétricos resultantes<br />

serão opostos e não existirá fluxo <strong>de</strong> elétrons, (Figura 3).<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Figura 3. Ilustração <strong>do</strong> circuito fecha<strong>do</strong> e junções sob mesma temperatura<br />

(Güths e Nicolau, 1998).<br />

Porém, quan<strong>do</strong> as duas junções são expostas a temperaturas diferentes, um fluxo<br />

líqui<strong>do</strong> eletrônico po<strong>de</strong>rá ser induzi<strong>do</strong>, (Figura 4). Se o circuito for interrompi<strong>do</strong> em<br />

um ponto qualquer, po<strong>de</strong>rá ser feita a medição da diferença <strong>de</strong> potencial através<br />

<strong>de</strong> um voltímetro.<br />

Figura 4. Ilustração <strong>do</strong> circuito fecha<strong>do</strong> em temperaturas diferentes (Güths e Nicolau, 1998).<br />

Esta diferença <strong>de</strong> potencial é função da diferença <strong>de</strong> temperatura das duas<br />

junções e <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> material <strong>do</strong>s fios (Eq. 2).<br />

( ) T T<br />

V = α ab −<br />

[Eq. 2]<br />

2<br />

1<br />

On<strong>de</strong> αab é a diferença <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r termoelétrico <strong>do</strong>s materiais da junção.<br />

Os termopares não me<strong>de</strong>m diretamente a temperatura, e sim a diferença <strong>de</strong><br />

temperatura entre <strong>do</strong>is corpos. É necessário, portanto conhecer uma das<br />

temperaturas, chamada junção <strong>de</strong> referência (ou junta fria).<br />

O experimento em questão (calorímetro solar) possui uma junta <strong>de</strong> referência que<br />

consiste <strong>de</strong> um bloco retangular <strong>de</strong> alumínio oco, instala<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> trailler,<br />

(Figura 5). Dentro <strong>de</strong>ste bloco serão colocadas as junções frias <strong>do</strong>s termopares. A<br />

temperatura inter<strong>na</strong> <strong>do</strong> bloco é mantida igual à temperatura <strong>do</strong> ambiente e será<br />

medida através <strong>de</strong> um termistor.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

2.1.2 Fluxímetros<br />

Figura 5. Junção <strong>de</strong> referência <strong>do</strong>s termopares.<br />

A medição <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> calor é baseada <strong>na</strong> Lei <strong>de</strong> Fourier, relacio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> a<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> calor (q) que atravessa um corpo (pare<strong>de</strong> auxiliar) com a<br />

diferença <strong>de</strong> temperatura ( ΔT ) entre as faces conforme Figura 6 e Eq. 3.<br />

q<br />

KΔT<br />

L<br />

Figura 6. Princípio <strong>de</strong> medição <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> calor (Güths e Nicolau, 1998).<br />

= [Eq.3]<br />

On<strong>de</strong> K é a condutivida<strong>de</strong> térmica e L é a espessura da pare<strong>de</strong> auxiliar.<br />

Po<strong>de</strong>-se distinguir <strong>do</strong>is tipos distintos <strong>de</strong> transutores quanto a forma e a medição<br />

da diferença <strong>de</strong> temperatura: transdutores a gradiente transversal e a gradiente<br />

tangencial. O calorímetro possui o <strong>do</strong> tipo tangencial. Seu princípio <strong>de</strong><br />

funcio<strong>na</strong>mento consiste em <strong>de</strong>sviar as linhas <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a gerar<br />

uma diferença <strong>de</strong> temperatura num plano tangencial ao plano <strong>de</strong> medição (Güths,<br />

1994). O <strong>de</strong>svio das linhas <strong>de</strong> fluxo é causa<strong>do</strong> pelo contato pontual entre a<br />

superfície isotérmica superior e a pare<strong>de</strong> auxiliar (Figura 7 e Figura 8).<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Figura 7. Corte transversal <strong>de</strong> um transdutor <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> calor a gradiente tangencial<br />

(Güths e Nicolau, 1998).<br />

Figura 8. Vista aberta <strong>do</strong> transdutor <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> calor a gradiente tangencial<br />

(Güths e Nicolau, 1998).<br />

As diferenças <strong>de</strong> temperaturas são medidas por termopares pla<strong>na</strong>res a eletro<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s liga<strong>do</strong>s em série. Cada um <strong>do</strong>s termopares converte a diferença <strong>de</strong><br />

temperatura em diferença <strong>de</strong> potencial. Esta ddp produzida é diretamente<br />

proporcio<strong>na</strong>l ao número <strong>de</strong> termoelementos distribuí<strong>do</strong>s sobre a superfície útil <strong>do</strong><br />

sensor. Esta técnica permite a realização <strong>de</strong> termopares <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> solda,<br />

facilitan<strong>do</strong> a fabricação <strong>de</strong> transdutores com gran<strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> medida, alta<br />

sensibilida<strong>de</strong> e espessura reduzida.<br />

2.1.3 Anemômetros<br />

São <strong>instrumentos</strong> responsáveis pela medição da velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar. Para este<br />

experimento tratamos <strong>de</strong> um termoanemômetro, composto por duas junções<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes feitas com termistores <strong>de</strong> 30KΩ.<br />

Cada anemômetro possui duas junções, ambas formadas <strong>de</strong> um termistor. Um<br />

termistor envolto por um fio <strong>de</strong> constantan forma a junção quente. Este fio <strong>de</strong><br />

constantan recebe uma tensão e esquenta o termistor e fornece um si<strong>na</strong>l elétrico.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

O outro termistor fornece um si<strong>na</strong>l proporcio<strong>na</strong>l a temperatura ambiente. O vento<br />

inci<strong>de</strong>nte no constantan altera o si<strong>na</strong>l recebi<strong>do</strong> da junção quente e após uma<br />

calibração po<strong>de</strong>-se obter o valor da velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vento pela diferença <strong>de</strong><br />

temperatura entre as junções.<br />

Um anemômetro foi monta<strong>do</strong> em uma caixa <strong>de</strong> plástico e as duas junções são<br />

protegidas por um canu<strong>do</strong> metálico com furos para permitir a entrada <strong>de</strong> ar. O<br />

outro anemômetro foi fabrica<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s um canu<strong>do</strong> similar conten<strong>do</strong> o<br />

termistor da junção fria e uma estrutura <strong>de</strong> borracha conten<strong>do</strong> a junção quente.<br />

Serão responsáveis pela medição da velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar exter<strong>na</strong> próxima <strong>do</strong><br />

calorímetro e <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência <strong>do</strong> calorímetro, respectivamente.<br />

O anemômetro <strong>de</strong> medição inter<strong>na</strong> (Figura 9) estará protegi<strong>do</strong> da radiação solar<br />

direta, instalan<strong>do</strong>-o próximo a superfície superior inter<strong>na</strong> da cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

referência. Esta posição será sombreada pela esquadria constantemente.<br />

2.1.4 Piranômetros<br />

(a) (b)<br />

Figura 9. Anemômetros <strong>de</strong> medição inter<strong>na</strong> (a) e exter<strong>na</strong> (b).<br />

Piranômetros são sensores <strong>de</strong> temperatura que utilizam como informação a<br />

radiação eletromagnética emitida pelo corpo a medir.<br />

To<strong>do</strong> corpo que possui temperatura acima <strong>de</strong> 0K emite radiação eletromagnética<br />

cuja intensida<strong>de</strong> é proporcio<strong>na</strong>l à temperatura <strong>do</strong> corpo e também é função <strong>do</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> onda inci<strong>de</strong>nte. A teoria vigente trata a radiação como a<br />

propagação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>das fótons, provenientes <strong>de</strong><br />

transições eletrônicas, <strong>de</strong> saltos <strong>de</strong> elétrons <strong>de</strong> camadas eletrônicas mais<br />

energéticas para menos energéticas, ou seja, o fóton emiti<strong>do</strong> possui energia<br />

característica e igual à diferença <strong>de</strong> energia entre as camadas envolvidas. Mas<br />

para este experimento atribuiremos à radiação eletromagnética proprieda<strong>de</strong>s<br />

típicas <strong>de</strong> uma onda.<br />

Os piranômetros monta<strong>do</strong>s (Figura 10) operam em uma ampla faixa <strong>de</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> onda, entre 0,1 e 100 micrometros e respon<strong>de</strong>m a energia <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong> o espectro solar, sen<strong>do</strong> assim, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> onda<br />

inci<strong>de</strong>nte. Foram projeta<strong>do</strong>s para absorverem (junção quente) e emitirem (junção<br />

fria) o máximo <strong>de</strong> energia em to<strong>do</strong>s os comprimentos <strong>de</strong> onda, que causará<br />

aumento <strong>de</strong> temperatura das chapas até obtenção <strong>de</strong> equilíbrio térmico com a<br />

vizinhança.<br />

13


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Este intervalo <strong>de</strong> radiação eletromagnética é também chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> radiação<br />

térmica, on<strong>de</strong> se encontra também a luz visível, 0,3 a 0,72 micrometros e raios<br />

I.V, 0,72 a 100 micrometros.<br />

Utilizaram-se chapas fi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> alumínio para a montagem das junções quentes e<br />

frias (pretas e brancas, respectivamente). Foram montadas duas <strong>de</strong> cada em<br />

série para amplificar o si<strong>na</strong>l obti<strong>do</strong> (ddp). As chapas foram lixadas e limpas antes<br />

da pintura com spray preto fosco e spray branco. Estes pigmentos em substrato<br />

metálico garantem cerca <strong>de</strong> 0,9% <strong>de</strong> absortivida<strong>de</strong> e refletivida<strong>de</strong> para as<br />

junções, ou seja, espera-se bom resulta<strong>do</strong>. Por <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> cada junção existe<br />

outra junção que forma um termopar <strong>de</strong> liga cobre-constantan, cola<strong>do</strong> à chapa<br />

com cola epóxi <strong>de</strong> boa condutância térmica.<br />

Figura 10. Piranômetros fixa<strong>do</strong>s no suporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

A diferença <strong>de</strong> temperatura entre as junções quente e fria será a referência para<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da radiação solar.<br />

É necessária a instalação <strong>de</strong> um piranômetro no mesmo plano da abertura da<br />

cavida<strong>de</strong> principal <strong>do</strong> calorímetro e um no plano horizontal, para medir a radiação<br />

global horizontal (direta mais difusa), (Figura 16).<br />

Figura 11. Componentes da radiação solar (Güths e Nicolau, 1998).<br />

Os piranômetros são instala<strong>do</strong>s com 30 min. <strong>de</strong> antecedência antes <strong>de</strong> iniciar a<br />

medição, para efeito <strong>de</strong> minimizar efeito <strong>de</strong> gradiente <strong>de</strong> temperatura <strong>na</strong>s chapas<br />

e conseqüentes erros grosseiros <strong>de</strong> medição.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

2.1.5 Termistores<br />

Termistores são termoresistências, ou termômetros <strong>de</strong> resistência, nomes<br />

genéricos para sensores que variam sua resistência elétrica coma temperatura.<br />

Eles são construí<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> semicondutores e a diferença básica entre uma<br />

termoresistor construí<strong>do</strong> <strong>de</strong> material condutor está <strong>na</strong> curva<br />

temperatura/resistência, que nos semicondutores varia <strong>de</strong> maneira não-linear <strong>de</strong><br />

forma positiva (PTC) ou negativa (NTC) (Figura 12). E nos construí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metal a<br />

resistência aumenta quase que linearmente com a temperatura.<br />

Figura 12. Dependência exponencial da resistência com a temperatura<br />

(Güths e Nicolau, 1998).<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

3 METODOLOGIA<br />

3.1 Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong>s sensores<br />

A meto<strong>do</strong>logia consiste <strong>na</strong> apresentação <strong>do</strong> procedimento <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong>s<br />

sensores foram calibra<strong>do</strong>s bem como da análise da incerteza aplicada<br />

3.1.1 Termopares<br />

Foi calibrada uma amostra <strong>do</strong> mesmo lote <strong>de</strong> termopar utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> montagem <strong>do</strong><br />

sistema <strong>de</strong> monitoramento <strong>do</strong> calorímetro. Este termopar é composto pela liga<br />

cobre-constantan, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> tipo T.<br />

Em uma garrafa térmica com gelo tritura<strong>do</strong>, mergulhou-se a junção <strong>de</strong> referência,<br />

que mantém a sua temperatura próxima <strong>de</strong> 0ºC. Buscou-se minimizar as trocas<br />

térmicas entre o gelo e o meio externo com o uso da garrafa térmica, visan<strong>do</strong><br />

manter o valor da diferença <strong>de</strong> temperatura entre as junções a mais constante<br />

possível. Foi realizada uma medição <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>ntro da garrafa com gelo,<br />

através <strong>de</strong> um termômetro <strong>de</strong> mercúrio e confirmou-se a temperatura teórica <strong>de</strong><br />

0ºC.<br />

A outra junção foi colocada em um banho térmico, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m fazer ajustes<br />

<strong>de</strong> temperaturas, e, portanto, calibrar o termopar sob as condições <strong>de</strong> diferença<br />

<strong>de</strong> temperatura entre as junções.<br />

O banho térmico possui um controle digital <strong>de</strong> temperatura e um medi<strong>do</strong>r próprio,<br />

mas para certificar o valor <strong>de</strong> temperatura forneci<strong>do</strong>, utilizou-se um termômetro <strong>de</strong><br />

mercúrio com precisão <strong>de</strong> ±0,1C (Figura 13).<br />

Figura 13. Imagem <strong>do</strong> banho térmico e acima o multímetro utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> calibração.<br />

A diferença <strong>de</strong> temperatura entra as junções foi monitorada com um multímetro<br />

digital (HP, mo<strong>de</strong>lo 34401A, resolução 0,1µV).<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

3.1.2 Fluxímetros<br />

Os fluxímetros são inicialmente cola<strong>do</strong>s sobre a chapa <strong>de</strong> cobre (Figura 14).<br />

Sobre esta chapa é espalhada homogeneamente uma cola epóxi comum, e logo<br />

após fixam-se os fluxímetros. A colagem é feita <strong>de</strong> maneira cuida<strong>do</strong>sa, a fim <strong>de</strong><br />

evitar bolhas <strong>de</strong> ar entre a interface chapa/fluxímetro.<br />

Figura 14. Chapa <strong>de</strong> cobre e on<strong>de</strong> são cola<strong>do</strong>s os fluxímetros.<br />

Para o processo <strong>de</strong> calibração foi emprega<strong>do</strong> um méto<strong>do</strong> on<strong>de</strong> uma resistência<br />

aquece<strong>do</strong>ra é sobreposta sobre o fluxímetro a ser calibra<strong>do</strong> (Figura 15a).<br />

A resistência é alimentada por uma fonte <strong>de</strong> corrente contínua, que permite a<br />

regulagem <strong>de</strong> potência aplicada à resistência através <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> tensão e<br />

corrente <strong>na</strong> fonte.<br />

Sob a resistência é coloca<strong>do</strong> um isolante térmico (isopor neste caso) para diminuir<br />

fugas <strong>de</strong> calor, e um “peso” para melhorar a fixação com da resistência sobre o<br />

fluxímetro (Figura 15b). Então a potência dissipada <strong>na</strong> resistência é medida pelo<br />

fluxímetro, que apresenta uma tensão correspon<strong>de</strong>nte à potência, verificada<br />

através <strong>de</strong> um multímetro (HP, mo<strong>de</strong>lo 34401A, resolução 0,1µV).<br />

(a) (b)<br />

Figura 15. Resistência aquece<strong>do</strong>ra sobre um <strong>do</strong>s fluxímetros e <strong>de</strong>talhe das camadas <strong>de</strong> peso isolante,<br />

sobre a resistência aquece<strong>do</strong>ra<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Os fluxímetros utiliza<strong>do</strong>s no experimento possuem uma área <strong>de</strong> 0.0625 m². Então<br />

para encontrar uma potência aplicada à resistência referente a uma radiação<br />

solar, basta multiplicar a área <strong>do</strong> fluxímetro pelo valor da radiação, sen<strong>do</strong> o<br />

procedimento váli<strong>do</strong> para qualquer nível <strong>de</strong> radiação.<br />

A Tabela 1 apresenta os valores <strong>de</strong> radiação para suas correspon<strong>de</strong>ntes<br />

potências aplicada à resistência aquece<strong>do</strong>ra:<br />

Tabela 1. Valores <strong>de</strong> radiação e potência referente.<br />

Radiação Solar (W/m²) Potência (W)<br />

250 15,6<br />

500 31,3<br />

750 46,9<br />

813 50,8*<br />

(*) Máxima potência da fonte.<br />

Foi realizada a medição <strong>do</strong> valor ôhmico da resistência, que é igual a 9,7Ω. A<br />

partir <strong>de</strong>ste valor é possível calcular a tensão a ser aplicada à resistência para<br />

fornecer as potências acima, através da seguinte relação (Eq. 4):<br />

2<br />

P = U / R<br />

[Eq. 4]<br />

On<strong>de</strong> P é a potência dissipada (W), R é a resistência elétrica (Ohms) e U é a<br />

tensão (V).<br />

Então aplicadas as tensões <strong>na</strong> resistência aquece<strong>do</strong>ra, já sobreposta ao<br />

fluxímetro, monitorou-se os valores <strong>de</strong> resposta <strong>do</strong> fluxímetro até um valor <strong>de</strong><br />

estabilização <strong>do</strong> si<strong>na</strong>l, para todas as potências aplicadas <strong>na</strong> resistência.<br />

Para cada fluxímetro foram realizadas quatro séries <strong>de</strong> medições, ou seja,<br />

aplicaram-se os mesmos valores <strong>de</strong> potência a resistência quatro vezes,<br />

resulta<strong>do</strong> num no total 16 medidas.<br />

A média obtida da série <strong>de</strong> medições realizadas em cada fluxímetro será a<strong>do</strong>tada<br />

como sen<strong>do</strong> a constante <strong>de</strong> calibração, e cada fluxímetro recebe uma constante<br />

específica, pois respon<strong>de</strong>m diferente <strong>na</strong>s potências aplicadas. O valor da<br />

constante <strong>de</strong> calibração é da<strong>do</strong> pela seguinte relação (Eq. 5):<br />

P K /<br />

= [Eq. 5]<br />

dissipada resposta S<br />

On<strong>de</strong> K é a constante <strong>de</strong> calibração (W/mV), P é a potência dissipada (W) e S<br />

é o si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta <strong>do</strong> fluxímetro (mV).<br />

3.1.3 Anemômetros<br />

Este instrumento foi calibra<strong>do</strong> em um túnel <strong>de</strong> vento, equipamento instala<strong>do</strong> no<br />

Labtermo da UFSC/EMC (Figura 16).<br />

18


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Figura 16. Túnel <strong>de</strong> vento utiliza<strong>do</strong> para calibração <strong>do</strong>s anemômetros<br />

Um anemômetro previamente calibra<strong>do</strong> (Air Flow TA5), foi coloca<strong>do</strong> em uma<br />

abertura <strong>do</strong> túnel, medin<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vento <strong>na</strong> saída <strong>de</strong> ar <strong>do</strong> túnel. O<br />

anemômetro já calibra<strong>do</strong> (Referência) faz a leitura da velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vento lança<strong>do</strong><br />

pelo equipamento, que atinge também os anemômetros em calibração.<br />

Os anemômetros em calibração fornecem uma diferença <strong>de</strong> potencial<br />

característica, para cada velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar.<br />

Então se obtém uma curva <strong>de</strong> calibração, através da plotagem <strong>de</strong>stes pontos <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar fornecidas pela referência com a diferença <strong>de</strong> potencial fornecida<br />

pelos anemômetros em calibração, lidas no multímetro.<br />

3.1.4 Piranômetros<br />

A calibração <strong>de</strong>ste instrumento se consistiu <strong>na</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s experimentais em<br />

um dia ensolara<strong>do</strong> <strong>de</strong> céu claro e limpo, e posterior comparação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> radiação <strong>de</strong> um piranômetro previamente calibra<strong>do</strong>,<br />

forneci<strong>do</strong>s pelo LabSolar (UFSC/EMC).<br />

A coleta ocorreu <strong>de</strong> maneira simplificada, ape<strong>na</strong>s anotan<strong>do</strong> os valores <strong>de</strong><br />

resposta <strong>do</strong> instrumento, em mV, li<strong>do</strong>s em um multímetro (HP, mo<strong>de</strong>lo 34401A,<br />

resolução 0,1µV), e forneci<strong>do</strong>s em intervalos <strong>de</strong> um em um minuto, das 14:00h<br />

até as 14:39h. A calibração foi efetuada segun<strong>do</strong> a ilustração a seguir (Figura 17):<br />

Figura 17. Aparato experimental da calibração <strong>do</strong>s piranômetros.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

O cálculo da constante <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> instrumento seguiu a seguinte relação<br />

(Eq. 6):<br />

K = R / S<br />

[Eq. 6]<br />

On<strong>de</strong> K é a constante <strong>de</strong> calibração (W/m² / mV), R é a radiação solar (W/m²) e<br />

S é o si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta <strong>do</strong> piranômetro em mV.<br />

A constante K para cada piranômetro foi calculada para cada ponto <strong>de</strong> radiação<br />

(fornecida pelo piranômetro <strong>do</strong> LabSolar) e si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta li<strong>do</strong> no multímetro,<br />

<strong>do</strong> piranômetro em calibração. Então se a<strong>do</strong>tou como sen<strong>do</strong> a constante <strong>de</strong><br />

calibração, a média <strong>do</strong>s valores calcula<strong>do</strong>s no conjunto <strong>de</strong> medições realizadas.<br />

3.1.5 Termistor<br />

O termistor é o dispositivo responsável pela medição da temperatura <strong>na</strong> junção <strong>de</strong><br />

referência <strong>do</strong>s termopares e para a sua calibração foi monta<strong>do</strong> um circuito em<br />

série com um termistor <strong>de</strong> 32.8 KOhm e um resistor <strong>de</strong> 29.8 KOhm. O termistor<br />

era mergulha<strong>do</strong> em água em um banho térmico, e ajustavam-se as temperaturas<br />

requisitadas para a calibração.<br />

A este circuito foi aplicada um tensão contínua <strong>de</strong> 5 Volts e nos termi<strong>na</strong>is <strong>do</strong><br />

resistor. Media-se a queda <strong>de</strong> tensão em função da temperatura em que o<br />

termistor estava submeti<strong>do</strong> no banho térmico. A aquisição da d.d.p no resistor foi<br />

realizada numa taxa <strong>de</strong> 5ºC, com uma temperatura inicial e fi<strong>na</strong>l, respectivamente,<br />

<strong>de</strong> 15ºC e 45ºC. A temperatura no banho térmico foi medida com um termômetro<br />

<strong>de</strong> precisão (Incoterm, 0,1ºC).<br />

3.2 Análise da incerteza <strong>de</strong> medição <strong>do</strong>s sensores<br />

Para se obter uma faixa <strong>de</strong> dispersão em que o erro aleatório esteja situa<strong>do</strong>, com<br />

uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 95%, é aplica<strong>do</strong> o coeficiente t <strong>de</strong> “Stu<strong>de</strong>nt”, que é função<br />

<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> confiança e <strong>do</strong> tamanho da amostra (GONÇALVES, 2002). Através da<br />

multiplicação direta <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> t pelo valor <strong>do</strong> <strong>de</strong>svio padrão, é encontrada a faixa<br />

<strong>de</strong> dispersão para um grau confiança <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> (Eq. 7).<br />

u = ± ( t.<br />

s)<br />

[Eq. 7]<br />

Sen<strong>do</strong>, u = incerteza; t = Coeficiente t-Stu<strong>de</strong>nt; s = Desvio padrão.<br />

3.3 Teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro<br />

Após alguns ajustes prelimi<strong>na</strong>res <strong>do</strong> calorímetro, o primeiro teste <strong>de</strong> calibração foi<br />

então realiza<strong>do</strong> no dia 07/05/2008. O teste teve início às 10h00min da manhã,<br />

quanto foram acio<strong>na</strong><strong>do</strong>s os sistemas <strong>de</strong> resfriamento (banho térmico),<br />

bombeamento e aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e controle. A Figura 18 apresenta a visão<br />

exter<strong>na</strong> <strong>do</strong> arranjo <strong>de</strong> medição.<br />

20


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

No entanto, a medição só passou a ser realizada efetivamente a partir das<br />

11h50min, se esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até as 12h30min. Durante, este perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong><br />

entre o acio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s sistemas (10h) e o início da medição (11h50min) foram<br />

realiza<strong>do</strong> os ajustes manuais das vazões <strong>na</strong>s faces, permitin<strong>do</strong> a estabilização da<br />

temperatura das cavida<strong>de</strong>s.<br />

Figura 18. Vista exter<strong>na</strong> <strong>do</strong> calorímetro durante o teste<br />

Em relação às condições ambientais observadas no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> teste, <strong>de</strong>staca-se<br />

que estas se mantiveram estáveis, com céu claro e sem vento. Em especial a<br />

radiação solar inci<strong>de</strong>nte no plano da janela (RAD janela), que está diretamente<br />

associada ao resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Fator Solar, apresentou uma variação muito peque<strong>na</strong><br />

(16W/m² ou 2% em relação a média, que foi <strong>de</strong> 749W). Ainda, durante o perío<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> medição, foram registra<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar externo e radiação<br />

global horizontal, cujos valores médios encontra<strong>do</strong>s são, respectivamente, 0,9m/s<br />

e 574W/m².<br />

21


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

4 RESULTADOS<br />

4.1 Resulta<strong>do</strong> da calibração <strong>do</strong>s sensores e análise <strong>de</strong> incerteza<br />

4.1.1 Termopares<br />

A Tabela 2 apresenta os valores da temperatura da junção <strong>de</strong> referência (que se<br />

manteve constante até o fi<strong>na</strong>l da calibração), a temperatura da junção principal<br />

(banho térmico), e a diferença <strong>de</strong> temperatura entre as junções:<br />

No.<br />

Tabela 2. <strong>Calibração</strong> <strong>do</strong>s termopares, total <strong>de</strong> 11 medições.<br />

Temperatura (°C)<br />

Junção Banho ΔΤ<br />

Tensão (mV)<br />

1 0 14.4 14.4 0.559<br />

2 0 18.4 18.4 0.718<br />

3 0 22.4 22.4 0.879<br />

4 0 26.4 26.4 1.038<br />

5 0 30.3 30.3 1.199<br />

6 0 34.4 34.4 1.364<br />

7 0 38.4 38.4 1.531<br />

8 0 42.3 42.3 1.700<br />

9 0 46.4 46.4 1.868<br />

10 0 50.4 50.4 2.040<br />

11 0 54.4 54.4 2.21<br />

Uma curva característica <strong>de</strong> calibração foi plotada em um gráfico <strong>de</strong> dispersão<br />

<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. Então foi ajustada uma curva polinomial<br />

<strong>do</strong> terceiro grau, da diferença <strong>de</strong> temperatura em função da força eletromotriz,<br />

(Figura 19):<br />

Δ Temperatura (°C)<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

Curva <strong>de</strong> calibração<br />

y = 0.1143x 3 - 1.1320x 2 + 26.6310x - 0.1711<br />

R 2 = 1.0000<br />

10<br />

Termopar Polinômio (Termopar)<br />

0<br />

0.000 0.500 1.000 1.500 2.000 2.500<br />

Diferença <strong>de</strong> potencial (mV)<br />

Figura 19. Curva <strong>de</strong> calibração, ∆T em função <strong>de</strong> mV.<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> as diferenças <strong>de</strong> tensão entre uma leitura e a leitura anterior, e<br />

calculan<strong>do</strong> a razão <strong>de</strong>sta variação com a diferença <strong>de</strong> temperatura das junções,<br />

obteve-se o po<strong>de</strong>r termoelétrico <strong>do</strong> termopar, como sen<strong>do</strong> a média <strong>do</strong>s pontos<br />

calcula<strong>do</strong>s (Tabela 3):<br />

Tabela 3: Valores <strong>de</strong> ∆mV entre leituras, e po<strong>de</strong>r termoelétrico <strong>do</strong> termopar utiliza<strong>do</strong>.<br />

Variação <strong>de</strong><br />

tensão entre<br />

pontos (mV)<br />

Po<strong>de</strong>r<br />

termoelétrico<br />

(mV/°C)<br />

- 0.0388<br />

0.159 0.0390<br />

0.161 0.0392<br />

0.159 0.0393<br />

0.161 0.0396<br />

0.165 0.0397<br />

0.167 0.0399<br />

0.169 0.0402<br />

0.168 0.0403<br />

0.172 0.0405<br />

0.170 0.0406<br />

0.1651* 0.0397*<br />

*Valor médio<br />

Po<strong>de</strong>-se também realizar uma análise <strong>de</strong> erro entre os valores <strong>de</strong> ∆T medi<strong>do</strong>s, e<br />

os valores <strong>de</strong> ∆T calcula<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> polinômio ajusta<strong>do</strong>. A seguinte relação<br />

fornece o erro percentual (Eq. 8):<br />

( ΔT<br />

− ΔT<br />

/ ΔT<br />

) × 100%<br />

E [Eq. 8]<br />

= medi<strong>do</strong> ajustafo ajusta<strong>do</strong><br />

On<strong>de</strong> E é erro percentual, ΔTmedi<strong>do</strong> é a diferença <strong>de</strong> temperatura medida entre as<br />

junções e Δ Tajusta<strong>do</strong><br />

= diferença <strong>de</strong> temperatura ajustada <strong>na</strong> equação, entre as<br />

junções (Tabela 4).<br />

Tabela 4: Valores <strong>de</strong> ∆Tmedi<strong>do</strong>s e ∆Tajusta<strong>do</strong> e erros em escala <strong>de</strong> temperatura e erros<br />

percentuais, calcula<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s valores medi<strong>do</strong>s e ajusta<strong>do</strong>s.<br />

Valores <strong>de</strong> ΔT<br />

MEDIDOS (°C)<br />

Valores <strong>de</strong> ΔT<br />

AJUSTADOS (°C)<br />

ERRO<br />

(°C)<br />

ERRO<br />

(%)<br />

14.40 14.38 0.02 0.13<br />

18.40 18.41 0.01 0.05<br />

22.40 22.44 0.04 0.18<br />

26.40 26.38 0.02 0.08<br />

30.30 30.33 0.03 0.1<br />

34.40 34.34 0.06 0.18<br />

38.40 38.36 0.04 0.11<br />

42.30 42.39 0.09 0.22<br />

46.40 46.37 0.03 0.06<br />

50.40 50.42 0.02 0.03<br />

54.40 54.39 0.01 0.02<br />

Média 0.03 0.10<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Para uma junta <strong>de</strong> referência mantida em 0ºC, existe um polinômio teórico que<br />

expressa a diferença <strong>de</strong> temperatura das junções em função da força eletromotriz,<br />

para termopares <strong>do</strong> tipo T, num intervalo <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> -10ºC até 100ºC, que<br />

é um polinômio <strong>do</strong> terceiro grau (Güths e Nicolau, 1998).<br />

O polinômio teórico cita<strong>do</strong> acima é da<strong>do</strong> da seguinte forma (Eq. 9):<br />

T = −<br />

×<br />

−7<br />

2<br />

−11<br />

3<br />

0, 00843 + 0,<br />

0259 × V − 7,<br />

11663×<br />

10 × V + 2,<br />

85872 × 10 V<br />

On<strong>de</strong> T é a variação <strong>de</strong> temperatura (ºC) e V é a tensão medida (µV).<br />

24<br />

[Eq. 9]<br />

O erro médio encontra<strong>do</strong> entre os valores ∆T calcula<strong>do</strong>s pelo polinômio ajusta<strong>do</strong><br />

e os valores <strong>de</strong> ∆T calcula<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> polinômio teórico, é <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s 0,79%,<br />

aplican<strong>do</strong> uma análise similar a <strong>de</strong>scrita <strong>na</strong> Equação 7.<br />

Observa-se que o ajuste da curva <strong>de</strong> calibração como um polinômio <strong>do</strong> terceiro<br />

grau forneceu um ótimo coeficiente <strong>de</strong> correlação entre as variáveis (<strong>de</strong><br />

aproximadamente 1).<br />

Foi calculada também a incerteza <strong>de</strong>sta calibração, toman<strong>do</strong> como referência a<br />

comparação entre os valores medi<strong>do</strong>s e os valores ajusta<strong>do</strong>s (Tabela 4).<br />

O erro médio observa<strong>do</strong> entre os valores obti<strong>do</strong>s <strong>na</strong> medição e calcula<strong>do</strong>s através<br />

<strong>do</strong> polinômio ajusta<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> 0,03°C. Já a dispersão em torno <strong>do</strong> erro médio para<br />

o conjunto <strong>de</strong> medições composto por 11 amostras com um <strong>de</strong>svio padrão igual a<br />

0,05°C, para um grau <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95% (coeficien te <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt ‘t’ é igual a<br />

2,228), foi <strong>de</strong> 0,11°C. Assim, a incerteza máxima <strong>na</strong> s leituras correspon<strong>de</strong> a<br />

0,14°C.<br />

4.1.2 Fluxímetros<br />

Todas as curvas <strong>de</strong> calibração são lineares e apresentam um coeficiente <strong>de</strong><br />

correlação próximo a 1,0, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Figura 20.<br />

Neste caso para um total <strong>de</strong> 16 medições e probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 95%, t é igual a<br />

2,131. Os resulta<strong>do</strong>s estatísticos são apresenta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Tabela 5.


Radiação (w/m²)<br />

Radiação (w/m²)<br />

Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

1000<br />

750<br />

500<br />

250<br />

1000<br />

Comportamento Si<strong>na</strong>l (mV) X Radiação (W/m²)<br />

Fluxímetro 01<br />

y = 39.524x - 3.322<br />

R 2 = 0.999<br />

0<br />

0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000<br />

750<br />

500<br />

250<br />

0<br />

Si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta (mV)<br />

Comportamento Si<strong>na</strong>l (mV) X Radiação (W/m²)<br />

Fluxímetro 03<br />

y = 24.861x - 16.454<br />

R 2 = 0.998<br />

0.000 10.000 20.000 30.000 40.000<br />

Si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta (mV)<br />

Radiação (w/m²)<br />

Radiação (w/m²)<br />

1000<br />

750<br />

500<br />

250<br />

1000<br />

Comportamento Si<strong>na</strong>l (mV) X Radiação (W/m²)<br />

Fluxímetro 02<br />

y = 15,326x - 15,358<br />

R 2 = 0,998<br />

25<br />

0<br />

0,000 15,000 30,000 45,000 60,000<br />

750<br />

500<br />

250<br />

0<br />

Si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta (mV)<br />

Comportamento Si<strong>na</strong>l (mV) X Radiação (W/m²)<br />

Fluxímetro 04<br />

y = 38.679x - 13.282<br />

R 2 = 0.998<br />

Figura 20. Curvas <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> fluxímetros.<br />

0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000<br />

Si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> resposta (mV)<br />

Tabela 5. Resulta<strong>do</strong>s estatísticos <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong>s fluxímetros.<br />

Fluxímetro 1 Fluxímetro 2<br />

Média 2.455 W/mV Média 0.929 W/mV<br />

Desvio médio 0.028 W/mV Desvio médio 0.017 W/mV<br />

t(16 amostras, 95% <strong>de</strong><br />

confiança)<br />

2.131<br />

t(16 amostras, 95%<br />

<strong>de</strong> confiança)<br />

2.131<br />

Incerteza absoluta +/- 0.059 W/mV Incerteza absoluta +/- 0.036 W/mV<br />

Incerteza relativa 2,4% Incerteza relativa 3,9%<br />

Fluxímetro 3 Fluxímetro 4<br />

Média 1.503 W/mV Média 2.354 W/mV<br />

Desvio médio +/- 0.029 W/mV Desvio médio +/- 0.043 W/mV<br />

t(16 amostras, 95% <strong>de</strong><br />

confiança)<br />

2.131<br />

t(16 amostras, 95%<br />

<strong>de</strong> confiança)<br />

2.131<br />

Incerteza absoluta +/- 0.062 W/mV Incerteza absoluta +/- 0.092 W/mV<br />

Incerteza relativa 4,1% Incerteza relativa 3,9%<br />

4.1.3 Anemômetro<br />

Foram medi<strong>do</strong>s 19 pontos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar em função da diferença <strong>de</strong><br />

potencial. Cada anemômetro recebeu uma curva <strong>de</strong> calibração, com a respectiva<br />

função polinomial, apresentan<strong>do</strong> um bom coeficiente <strong>de</strong> correlação entre as<br />

variáveis (Figura 21).


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

Velocida<strong>de</strong> (m/s)<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

0<br />

Anemômetro interno (01)<br />

y = 2,2745x 5 - 10,092x 4 + 8,4789x 3 + 21,228x 2 - 43,666x +<br />

23,303<br />

R 2 = 0,9998<br />

0 0,5 1 1,5 2<br />

diferença <strong>de</strong> potencial (mV)<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

Anemômetro externo (02)<br />

y = -12,699x 5 + 53x 4 - 92,65x 3 + 89,457x 2 - 50,82x + 14,397<br />

R 2 = 0,9997<br />

0<br />

0 0,5 1 1,5 2<br />

diferença <strong>de</strong> potencial (mV)<br />

Figura 21. curvas <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> anemômetro interno e externo, respectivamente.<br />

Foi calculada também a variação entre as velocida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> ar obtidas a partir <strong>do</strong><br />

valor da diferença <strong>de</strong> potencial medida e da diferença <strong>de</strong> potencial calculada<br />

através da curva ajustada. Com isso foi realizada uma análise da incerteza no<br />

conjunto das 19 amostras para uma confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 95%. A incerteza absoluta é<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da pela multiplicação <strong>do</strong> coeficiente t <strong>de</strong> “Stu<strong>de</strong>nt” (2,101) pelo <strong>de</strong>svio<br />

padrão calcula<strong>do</strong>, 0,007, que é igual para as duas amostras.<br />

O erro máximo observa<strong>do</strong> em ambas as amostras é igual ao erro médio, que é<br />

(0,011m/s), mais a incerteza (0,015 m/s), sen<strong>do</strong> portanto igual a 0,026 m/s. Os<br />

resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Tabela 6:<br />

Tabela 6. Velocida<strong>de</strong>s medidas e ajustadas pela curva <strong>de</strong> calibração, e os erros<br />

experimentais, calcula<strong>do</strong>s pela diferença entre estas velocida<strong>de</strong>s.<br />

Velocida<strong>de</strong>s medidas<br />

com o anemômetro <strong>de</strong><br />

referência (m/s)<br />

Velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das<br />

com a curva ajustada para o<br />

anemômetro 1 (m/s)<br />

Velocida<strong>de</strong> (m/s)<br />

Erro (m/s)<br />

Velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da<br />

com a curva ajustada para o<br />

anemômetro 2 (m/s)<br />

Erro (m/s)<br />

0.000 0.010 0.010 0.014 0.014<br />

0.060 0.071 0.011 0.056 0.004<br />

0.100 0.103 0.003 0.107 0.007<br />

0.170 0.167 0.003 0.162 0.008<br />

0.250 0.246 0.004 0.238 0.012<br />

0.360 0.345 0.015 0.353 0.007<br />

0.460 0.450 0.010 0.465 0.005<br />

0.550 0.560 0.010 0.573 0.023<br />

0.650 0.669 0.019 0.654 0.004<br />

0.750 0.752 0.002 0.733 0.017<br />

0.880 0.889 0.009 0.879 0.001<br />

1.000 0.989 0.011 0.989 0.011<br />

1.210 1.183 0.027 1.204 0.006<br />

1.400 1.391 0.009 1.406 0.006<br />

1.590 1.600 0.010 1.609 0.019<br />

1.800 1.823 0.023 1.819 0.019<br />

2.000 2.008 0.008 1.990 0.010<br />

2.500 2.480 0.020 2.471 0.029<br />

3.000 3.005 0.005 3.014 0.014<br />

Média 0.011 0.011<br />

Desvio padrão 0.007 0.007<br />

T (19;95%) 2.101 2.101<br />

Incerteza absoluta (m/s) 0.015 0.015<br />

Incerteza relativa 1.36 % 1.36 %<br />

26


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

4.1.4 Piranômetro<br />

Po<strong>de</strong>-se observar nos gráficos abaixo os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medição <strong>do</strong>s<br />

piranômetros, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s no LMPT, e o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

piranômetro calibra<strong>do</strong> <strong>do</strong> LabSolar, (Figura 22).<br />

Um piranômetro, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Piranômetro 1, fará a medição <strong>de</strong> radiação em um<br />

plano horizontal ao plano da cavida<strong>de</strong> principal, e o Piranômetro 2, em um plano<br />

perpendicular ao da cavida<strong>de</strong> principal.<br />

Si<strong>na</strong>l (mV)<br />

0.9<br />

0.8<br />

0.7<br />

0.6<br />

0.5<br />

0.4<br />

0.3<br />

0.2<br />

0.1<br />

0<br />

13:55<br />

14:02<br />

Piranômetro Horizontal // Vertical<br />

Piranômetro 1 Piranômetro 2<br />

14:09<br />

14:16<br />

14:24<br />

Horário<br />

14:31<br />

14:38<br />

14:45<br />

900<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

13:55<br />

14:02<br />

Piranômetro Labsolar<br />

Radiação <strong>do</strong> dia 25/09/2007<br />

14:09<br />

14:16<br />

14:24<br />

Horário<br />

Figura 22: Resulta<strong>do</strong> da medição <strong>de</strong> radiação solar <strong>do</strong> dia 25/09/2007.<br />

Realizou-se um cálculo estatístico, que seguiu o mesmo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outros<br />

sensores, sen<strong>do</strong> nesta calibração o número <strong>de</strong> amostras igual a 40 e um<br />

coeficiente “t” <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt igual a 2.023. Do cálculo obteve-se a média, o <strong>de</strong>svio<br />

padrão, e o grau <strong>de</strong> dispersão, (Tabela 7).<br />

4.1.5 Termistor<br />

Tabela 7. Valores estatísticos referentes a calibração <strong>do</strong>s piranômetros.<br />

Piranômetro 1 Piranômetro 2<br />

Média 973.03 W/m²/mV 1053.50 W/m²/mV<br />

Desvio médio 47.07 W/m²/mV 30.00 W/m²/mV<br />

t(40 amostras, 95% <strong>de</strong> confiança) 2.023 2.023<br />

Incerteza absoluta 95.21 60.70<br />

Incerteza relativa 10% 6%<br />

A Figura 23 contém os resulta<strong>do</strong>s da calibração <strong>do</strong> termistor. Para este sensor<br />

também foi realizada uma análise da incerteza <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> calibração, através da<br />

relação entre os valores <strong>de</strong> temperatura, experimentais medi<strong>do</strong>s e os valores<br />

obti<strong>do</strong>s da equação ajustada, calcula<strong>do</strong>s através da diferença <strong>de</strong> potencial no<br />

resistor. A Tabela 8 apresenta estes da<strong>do</strong>s e respectivos erros.<br />

Radiação solar (W/m²)<br />

14:31<br />

14:38<br />

14:45<br />

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Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

T emperatu ra (ºC)<br />

60<br />

45<br />

30<br />

15<br />

0<br />

Curva <strong>de</strong> calibração<br />

T (ºC) = 22.786V - 32.14<br />

R 2 = 0.9977<br />

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00<br />

d.d .p (Volts )<br />

Figura 23. Da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e plota<strong>do</strong>s em um gráfico para obter a curva <strong>de</strong> calibração.<br />

Tabela 8. Da<strong>do</strong>s da calibração <strong>do</strong> termistor da junção <strong>de</strong> referência.<br />

Temperatura<br />

medida<br />

Temperatura<br />

ajustada<br />

Diferença Erro<br />

Erro<br />

percentual<br />

15 14.6 0.429 0.029 2.86%<br />

20 19.8 0.188 0.009 0.94%<br />

25 25.3 0.281 0.011 1.12%<br />

30 30.7 0.749 0.025 2.50%<br />

35 35.1 0.079 0.002 0.22%<br />

40 40.3 0.319 0.008 0.80%<br />

45 44.2 0.807 0.018 1.79%<br />

média 30 30.0 30.001 0.015 1.46%<br />

<strong>de</strong>svio 10.8012345 10.7888877 10.789 0.009565 0.96%<br />

t(7,95%)<br />

Incerteza<br />

2.447<br />

absoluta<br />

Incerteza<br />

0.023<br />

relativa 1.60%<br />

4.2 Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste inicial <strong>de</strong> calibração <strong>do</strong> calorímetro<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> FS encontra<strong>do</strong>s neste teste inicial são apresenta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Figura<br />

24, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca o valor teórico espera<strong>do</strong> e o valor médio obti<strong>do</strong> <strong>na</strong> medição.<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s, é possível dizer que a diferença observada (9,1%)<br />

entre o valor médio <strong>do</strong> FS medi<strong>do</strong> (0,75) e o valor teórico (0,83) está em um<br />

patamar aceitável, ten<strong>do</strong> em vista as condições <strong>de</strong> teste. No entanto, o <strong>de</strong>svio<br />

padrão ainda é eleva<strong>do</strong> (±0,26 ou em termos percentuais 33,8% <strong>do</strong> valor médio).<br />

28


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

FS<br />

1,40<br />

1,30<br />

1,20<br />

1,10<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />

Tempo (min)<br />

= 0,83<br />

= 0,75<br />

FScp FS estima<strong>do</strong> teórico FScp_médio<br />

Figura 24. Fator Solar medi<strong>do</strong> no primeiro teste <strong>de</strong> calibração<br />

(ângulo <strong>de</strong> incidência = 45°)<br />

29


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

5 CONCLUSÕES<br />

Este trabalho faz parte <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> UFSC, pelos<br />

<strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Engenharia Civil e Mecânica, visan<strong>do</strong> a construção <strong>de</strong> um<br />

calorímetro solar para teste <strong>de</strong> janelas em escala real. O calorímetro será usa<strong>do</strong><br />

para verificar o valor <strong>do</strong> Fator Solar <strong>de</strong> vidros e janelas.<br />

Foram realizadas com sucesso montagens e calibrações <strong>de</strong> diversos sensores <strong>de</strong><br />

monitoramento (termopares, piranômetros, fluxímetros, anemômetros e<br />

termistores) utiliza<strong>do</strong>s no calorímetro. Também, através <strong>de</strong> uma análise<br />

estatística, foi verificada a incerteza das calibrações para cada um <strong>do</strong>s sensores.<br />

No teste inicial <strong>de</strong> calibração o conjunto completo <strong>do</strong> calorímetro foi acio<strong>na</strong><strong>do</strong>.<br />

Observou-se que existe uma variação significativa <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> fator solar<br />

medi<strong>do</strong> durante o perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> teste. Embora o valor médio encontra<strong>do</strong> (0,75)<br />

apresente uma diferença <strong>de</strong> 9,1% em relação ao valor téorico espera<strong>do</strong> (0,83<br />

para um ângulo <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> 45°), o <strong>de</strong>svio padr ão <strong>do</strong>s valores é eleva<strong>do</strong><br />

(±0,26 ou em termos percentuais 33,8%). Desta forma, mais testes e ajustes<br />

serão necessários <strong>na</strong> continuida<strong>de</strong> da pesquisa, para que um bom funcio<strong>na</strong>mento<br />

<strong>do</strong> dispositivo seja atingi<strong>do</strong>.<br />

Além das questões técnicas, <strong>de</strong>staca-se que esta linha <strong>de</strong> pesquisa tem gran<strong>de</strong><br />

relevância <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> que o consumo <strong>de</strong> energia para manutenção <strong>do</strong><br />

conforto térmico tem se tor<strong>na</strong><strong>do</strong> cada vez maior, isto em partes em função <strong>do</strong> tipo<br />

<strong>de</strong> material transparente aplica<strong>do</strong> <strong>na</strong>s construções. Assim, o conhecimento das<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s componentes utiliza<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s janelas (ex: vidros) é fundamental<br />

para sua correta utilização, contribuin<strong>do</strong> para a sustentabilida<strong>de</strong> e redução <strong>do</strong><br />

consumo <strong>de</strong> energia.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista acadêmico, a participação em ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa contribuiu<br />

positivamente para o embasamento científico e capacitação profissio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> aluno.<br />

30


Relatório <strong>de</strong> Iniciação Científica - PIBIC/CNPq – BIP/UFSC 2007/2008<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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31

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