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Edição 81 Jul/Ago2006 - INDA

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Rede precisa estar atenta<br />

aos fatores econômicos<br />

de longo prazo<br />

Nos trabalhos de análise econômica desenvolvidos<br />

pelo <strong>INDA</strong> e regularmente apresentados<br />

aos nossos associados, delineia-se claramente<br />

a necessidade da rede de distribuição de estar<br />

bem informada e atenta para os fatores de longo<br />

prazo que afetam o desenvolvimento econômico<br />

e, conseqüentemente, seus negócios.<br />

A análise setorial realizada por Mônica Carvalho<br />

e João Luiz Mascolo, apresentada no último<br />

Café da Manhã com associados, aponta<br />

uma defasagem de reação dos distribuidores de<br />

aço em relação ao desempenho da produção<br />

industrial brasileira (PIB industrial). As curvas de<br />

estoque e produção industrial, plotadas desde<br />

2004, mostram que, num primeiro momento,<br />

os estoques acompanham a subida da produção<br />

industrial; mas, logo em seguida, acontece<br />

o descompasso entre as tendências: a produção<br />

cai, mas os estoques continuam subindo.<br />

Os dados sugerem que a rede, ao colocar seu<br />

pedido nas usinas com antecedência média de<br />

60 dias, baseia suas compras na tendência passada<br />

da produção industrial, não levando em consideração<br />

as previsões para o PIB nos próximos<br />

meses. Esse fenômeno é confirmado também<br />

pelo cruzamento da Pesquisa de Sentimento trimestral,<br />

realizada pelo <strong>INDA</strong>, com os números de<br />

desempenho setorial dos segmentos consumidores<br />

de aço no trimestre correspondente.<br />

O Instituto tem feito frente ao problema<br />

e orientado seus associados pelos estudos estatísticos<br />

de longo prazo, como pode ser visto<br />

nesta e nas edições passadas da Revista Brasileira<br />

do Aço, assim como nos outros informes e<br />

eventos realizados.<br />

Índice<br />

Acontece<br />

Estatísticas<br />

Análises<br />

página<br />

02<br />

página<br />

03<br />

página<br />

04-05<br />

Entrevista<br />

Sindisider<br />

Expediente<br />

página<br />

06<br />

página<br />

07<br />

página<br />

08<br />

Revista brasileira do aço - Ano 15 nº<strong>81</strong> - 15 jul/15 ago - 2006<br />

Ligação das cadeias produtivas do<br />

aço e do cimento contribui para o<br />

desenvolvimento sustentável<br />

A escória de alto forno é um subproduto do processo siderúrgico,<br />

considerada resíduo classe 2 pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente<br />

– CONAMA, ou seja, substância quimicamente ativa, cuja estocagem<br />

inadequada, em grande escala e por muito tempo, pode provocar impactos<br />

ambientais. Por isso, a Licença de Operação de uma usina siderúrgica<br />

é concedida apenas se houver uma solução para a escória gerada.<br />

Para se ter idéia da dimensão do problema, de cada tonelada de ferro-gusa<br />

produzido, gera-se 30% de escória de alto-forno. Anualmente, é produzido sete<br />

milhões de toneladas de escória nas usinas siderúrgicas concentradas no Sudeste.<br />

Felizmente, a indústria cimenteira é a destinação natural para esse tipo de<br />

produto, pois ele entra como insumo básico na fabricação de cimento. Com<br />

isso, reduz-se a demanda por calcário, um dos componentes para a produção<br />

de cimento. O resultado é a preservação das jazidas desse material, reduzindo<br />

o impacto ambiental; e a diminuição da emissão de gás carbônico<br />

para o meio ambiente, gás do efeito estufa (em média, cada tonelada de cimento<br />

produzido lança para a atmosfera 0,8 toneladas de gás carbônico).<br />

A escória de alto-forno caracteriza-se, portanto, como produto de co-processamento,<br />

ou seja, como material inservível para seu gerador, mas que é utilizado<br />

em um outro processo, agregando valor como matéria-prima ou energia.<br />

Empresa<br />

Produção de<br />

escória granulada<br />

básica (‘000 t)<br />

ACESITA 180<br />

AÇOMINAS 775<br />

BELGO MINEIRA 315<br />

COSIPA 730<br />

CSN 1 560<br />

CST 1 200<br />

USIMINAS 1 240<br />

Produção de escória<br />

ácida (‘000 t)<br />

V&M, GERDAU 110<br />

GUSEIROS INDEP. (MG) 875<br />

TOTAL 6 000 985


Acontece<br />

no setor<br />

página<br />

02<br />

Troféu do Prêmio ABCEM<br />

será escultura criada por<br />

Roberto Lerner<br />

Todo o trabalho do engenheiro e artista plástico<br />

Roberto Lerner é executado em aço. Daí veio a<br />

idéia e o convite para o artista criar um troféu fora<br />

do convencional, uma escultura em aço, que será<br />

entregue aos vencedores do Prêmio ABCEM 2006<br />

- As Melhores Obras em Aço. O concurso pretende<br />

destacar obras com predominância de elementos<br />

em aço, realizadas e concluídas no período 2004-<br />

2005. A cerimônia de premiação acontecerá na<br />

abertura do CONSTRUMETAL 2006 – FEIRA E CON-<br />

GRESSO LATINO-AMERICANO DA CONSTRUÇÃO<br />

METÁLICA, que acontece de 12 a 14 de setembro,<br />

no Frei Caneca & Convention Center, em São Paulo.<br />

Organizado pela ABCEM, com o apoio do CBCA,<br />

Centro Brasileiro da Construção em Aço, do ILAFA,<br />

Instituto Latinoamericano del Fierro y el Acero, e do<br />

AISC , American Institute of Steel Construction, o<br />

CONSTRUMETAL 2006 terá um amplo programa de<br />

palestras técnicas, reunindo conferencistas internacionais<br />

e nacionais, e uma exposição que acontece<br />

em paralelo para demonstrar novas tecnologias,<br />

produtos e serviços ligados à construção metálica.<br />

União de siderúrgicas criará<br />

segunda maior produtora<br />

da China<br />

A futura união das duas principais produtoras de<br />

aço e ferro do leste chinês criará a segunda maior siderúrgica<br />

do país, atrás apenas da gigante Baosteel.<br />

As duas empresas, a Jinan Iron and Steel Group e<br />

a Laiwu Steel Group, são atualmente a sexta e sétima<br />

produtora de aço do país, respectivamente.<br />

Em 2005, a produção conjunta das duas empresas<br />

chegou a 20,7 milhões de toneladas, duas toneladas a<br />

menosdoqueaBaosteel,agigantecomsedeemXangai.<br />

Segundo autoridades chineses, a reestruturação das<br />

siderúrgicas já foi aprovado pelas governos provinciais<br />

e estará finalizada em outubro.<br />

Os especialistas indicam que a reforma destas<br />

duas companhias estatais, cujos produtos são complementares,<br />

ajudará a reforçar a competitividade da<br />

China no setor do aço.<br />

Siderúrgicas têm planos<br />

de expansão da<br />

capacidade instalada<br />

O setor siderúrgico brasileiro tem planos para investir<br />

US$ 11 bilhões de 2006 a 2010 na capacidade<br />

instalada, elevando a produção de aço dos atuais 36<br />

milhões para 43,9 milhões de toneladas/ano. Os dados<br />

são do Instituto Brasileiro de Siderurgia – IBS.<br />

A estimativa é que o mercado interno de produtos<br />

siderúrgicos cresça mais de um milhão de toneladas<br />

por ano. Os setores de aços planos e longos<br />

serão responsáveis pelo maior montante do investimento:<br />

US$ 9, 55 bilhões. Já o segmento de aços<br />

especiais investirá US$ 1,64 bilhão.<br />

Produção de aço cai no Brasil<br />

e sobe no mundo<br />

A produção brasileira de aço bruto foi de 2,4<br />

milhões de toneladas em junho, 4,4% menor em<br />

relação a junho de 2005. No acumulado do ano, a<br />

produção atingiu 14,5 milhões de toneladas, 9,1%<br />

inferior ante 2005.<br />

Segundo o IBS, a produção de laminados subiu<br />

10,9% em junho (1,93 milhão de toneladas),<br />

acumulando 0,4% de crescimento (11,6 milhões de<br />

toneladas). As vendas internas de laminados cresceram<br />

14,6% em junho e somaram 1,46 milhão de<br />

toneladas; já as exportações recuaram 26,6% em<br />

volume, totalizando 920,5 mil toneladas.<br />

Para os 62 países associados ao Instituto Internacional<br />

de Ferro e Aço, a produção de aço alcançou<br />

103,8 milhões de toneladas em junho, aumento de<br />

12,7% em relação a junho de 2005. No primeiro semestre,<br />

a produção mundial atingiu 595,7 milhões<br />

de toneladas, 7,9% superior ao mesmo período do<br />

ano passado.<br />

O crescimento foi puxado pela China que, de<br />

janeiro a junho, fabricou 199,5 milhões de toneladas,<br />

crescimento de 18,3% em relação ao semestre<br />

de 2005.<br />

Divulgação


Como podemos observar nos quadros de desempenho<br />

dos associados <strong>INDA</strong> a seguir, as vendas<br />

em junho tiveram uma queda de 1,9% quando<br />

comparadas ao mês anterior, porém quando comparadas<br />

a junho de 2005, registra-se um aumento<br />

Produção Mundial<br />

MAIO unid: 1.000ton<br />

2006 2005 Var. %<br />

104.131 92.348 12,8%<br />

ESTOQUE<br />

2006 2005 Var. %<br />

453,2 721,9 -37,2%<br />

ESTOQUE<br />

2006 2005 Var. %<br />

487,4 712,9 -31,6%<br />

Comentários: Vendas estáveis<br />

Acompanhamento da Produção de Aço<br />

Produção na América Latina<br />

MAIO unid: 1.000ton<br />

2006 2005 Var. %<br />

5.039,7 5.498,7 -8,3%<br />

Desempenho dos Associados <strong>INDA</strong> em MAIO<br />

COMPRAS<br />

2006 2005 Var. %<br />

223,8 194,0 15,4%<br />

COMPRAS<br />

2006 2005 Var. %<br />

236,2 182,9 29,1%<br />

Produção no Brasil<br />

JUNHO unid: 1.000ton<br />

2006 2005 Var. %<br />

2.380,4 2.742,7 -13,2%<br />

VENDAS<br />

2006 2005 Var. %<br />

205,9 1<strong>81</strong>,5 13,4%<br />

Desempenho dos Associados <strong>INDA</strong> em JUNHO Unid: 1.000 ton<br />

DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DAS VENDAS DE PRODUTOS PLANOS<br />

ASSOCIADOS <strong>INDA</strong> - Período: Janeiro a Junho<br />

de 5,3%, indicando ainda a manutenção do aquecimento<br />

nas vendas deste ano em relação a 2005.<br />

Veja no quadro da distribuição setorial, os setores<br />

que mais colaboraram para a manutenção do<br />

crescimento.<br />

VENDAS<br />

Unid: 1.000 ton<br />

2006 2005 Var. %<br />

202,0 191,9 5,3%<br />

Unidade: toneladas<br />

SETORES 2005 2006 VAR. %<br />

1 - AUTOMOBILíSTICO 21.180 66.682 62,0%<br />

2 - AUTO-PEÇAS (INCLUSIVE CARROCERIAS) 177.121 196.741 11,1%<br />

3 - FERROVIÁRIO 6.4<strong>81</strong> 5.119 -21,0%<br />

4 - NAVAL 5.059 5.556 9,8%<br />

5 - BICICLETAS E MOTOCICLETAS 20.676 15.906 -23,1%<br />

6 - AGRíCOLA/RODOVIÁRIO 94.357 101.408 7,5%<br />

7 - MÁQ. EQUIP. ELETRO-ELETRôNICOS E DE MEDIDAS DE CONTROLE 31.358 22.797 -27,7%<br />

8 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS 190.542 198.461 4,2%<br />

9 - CONSTRUÇÃO CIVIL 105.267 124.932 18,7%<br />

10 - UTILIDADES DOméSTICAS E COmERCIAIS 87.259 92.873 6,4%<br />

10.1 - ELETRODOMéSTICOS 28.131 37.857 34,6%<br />

10.2 - OUTROS 59.128 55.018 -7,0%<br />

11 - EmBALAGENS E RECIPIENTES 13.132 21.749 65,6%<br />

11.1 - BOTIJÕES E CILINDROS PARA GASES 410 6.<strong>81</strong>5 1564,1%<br />

11.2 - OUTROS 12.732 14.934 17,4%<br />

12 - CUTELARIA 1.691 1.343 -20,6%<br />

13 - PARAFUSOS E REBITES (EXCLUSIVE P/ IND. AUTOMOBILíSTICA) 0 12 -<br />

14 - DERIVADOS DE ARAMES 0 233 -<br />

15 - RELAMINAÇÃO, RECORTE E FITAS (P/ USINAS) 2.892 3.340 15,5%<br />

16 - RELAMINAÇÃO, RECORTE E FITAS (P/ FORA DO PARQUE) 5.294 9.119 72,3%<br />

17 - TREFILARIA DE BARRAS 0 0 -<br />

18 - TREFILARIA DE ARAMES 0 108 -<br />

19 - FORJARIA MATRIZ FECHADA 0 0 -<br />

20 - FORJARIAS (OUTRAS) 782 1.616 106,5%<br />

21 - PERFIS CONFORMADOS A FRIO 30.697 31.133 1,4%<br />

22 - PERFIS SOLDADOS 11.097 11.<strong>81</strong>8 6,5%<br />

23 - TUBOS COM COSTURA DE PEQUENO DIÂMETRO (07”) 10.827 5.103 -52,9%<br />

25 - DISTRIBUIDORES E REVENDEDORES 152.208 205.661 35,1%<br />

26 - OUTROS SETORES 106.<strong>81</strong>0 82.860 -22,4<br />

26.1 - PETROLíFERO 128 0 -<br />

26.2 - OUTROS 106.682 82.860 -22,3%<br />

TOTAL 1.137.675 1.248.871 9,8%<br />

Estatística<br />

03<br />

página


Análises<br />

página<br />

04<br />

Setor naval retoma construção de petroleiros<br />

A construção de 26 navios petroleiros, já anunanunciada pelo Transpetro, braço logístico da Petrobrás,<br />

demandará 310 mil toneladas de aço. O custo total<br />

da encomenda será de US$ 2,483 bilhões, apenas 1%<br />

superior à média de preços no exterior.<br />

A disputa pelo fornecimento de chapas grossas<br />

para a Transpetro ocorre principalmente entre a Usiminas<br />

e a Arcelor Brasil. Esta entrou neste segmento<br />

a partir de março deste ano, com a produção de bobinas<br />

a quente com especificações para a aplicação<br />

naval na Companhia Siderúrgica de Tubarão, transformadas<br />

posteriormente em chapas grossas pela Belgo<br />

Mineira. A Usiminas, por seu turno, até recentemente<br />

única a produzir chapas grossas para cascos de navios,<br />

compensava a desaquecida demanda interna<br />

com exportações para a Coréia do Sul. Nenhum petroleiro<br />

é construído no Brasil há mais de dez anos.<br />

Na primeira encomenda de 16 petroleiros, a<br />

Transpetro obteve desconto de 16,24% de três estaleiros<br />

nacionais em relação à proposta inicial, fazendo<br />

o valor do contrato cair para US$ 1,275 bilhão. Já,<br />

na segunda encomenda, a queda no valor do contrato<br />

foi de 15%, pelo acordo das usinas siderúrgicas<br />

em baixarem o preço do aço para encomenda dos<br />

petroleiros em 20%, segundo o presidente da Transpetro,<br />

Sérgio Machado.<br />

O consórcio Atlântico Sul, formado pelas empresas<br />

Camargo Correia, Andrade Gutierrez, Queiroz<br />

Galvão, Aker Promar e Samsung, que arrematou os<br />

10 petroleiros Suezmax, vai erguer um estaleiro em<br />

Pernambuco, no Porto de Suape, onde investirá US$<br />

220 milhões. Já, o consórcio Rio Naval, vencedor da<br />

concorrência de nove petroleiros, investirá US$ 20<br />

milhões no estaleiro Sermetal, no Rio de Janeiro.<br />

Fabricantes de tubos de aço apostam no<br />

crescimento do setor sucroalcooleiro<br />

A Transpetro, braço logístico da Petrobrás, prepretende lançar já a partir do ano que vem um processo<br />

licitatório para a aquisição de dutos, um montante de<br />

180 mil toneladas em tubos de aço carbono. O plano<br />

faz parte do projeto da estatal de investir, até 2010,<br />

R$ 550 milhões na construção de um sistema de alcoodutos<br />

e de centros coletores, com capacidade de<br />

escoamento de 8 milhões de metros cúbicos/ano.<br />

O objetivo é aumentar a produtividade e a competitividade<br />

do setor sucroalcooleiro, num contexto<br />

de demanda crescente por álcool no mercado interno<br />

e externo, por conta do aumento sustentado do<br />

preço do petróleo e seus derivados, da adição de álcool<br />

à gasolina no combustível dos países estrangeiros<br />

e do aumento da frota brasileira de carros bicombustíveis<br />

(35% das vendas de automóveis leves).<br />

Atualmente, o setor sucroalcooleiro brasileiro<br />

tem o menor custo de produção do mundo, mas<br />

o transporte do produto por meio de caminhõestanque<br />

onera em 50% os ganhos em produtividade,<br />

segundo a União da Agroindústria Canavieira de São<br />

Paulo – Única.<br />

O sistema de alcoodutos centralizará as remessas<br />

dos ramais no município de Paulínia (SP), onde está a<br />

Replan, maior refinaria da Petrobrás; as ramificações<br />

passarão pelos municípios de Senador Canedo (GO),<br />

Uberaba e Uberlândia (MG), Ribeirão Preto, Sertãozinho<br />

e Piracicaba (SP). De Paulínia, o etanol seguirá até<br />

Gararema, onde se dividirá para os terminais marítimos<br />

de São Sebastião (SP) e Ilha D’Água (RJ).<br />

Por conta da relevância desse setor na política<br />

energética do governo e das incertezas quanto ao<br />

futuro do mercado automobilístico, a Associação<br />

Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal<br />

– Abitam prevê que ele será um dos mais importantes<br />

para as empresas fabricantes de tubos nos<br />

próximos anos. Nos dias de hoje, os setores automobilístico<br />

e petrolífero são os principais consumidores<br />

dos fabricantes de tubos; o sucroalcooleiro ocupa o<br />

sexto lugar.


Uma sutil, porém<br />

fundamental diferença<br />

João Luiz Mascolo<br />

Costuma-se chamar de crescimento econômico<br />

a qualquer variação positiva no fluxo de bens e<br />

serviços produzidos no país em um dado período<br />

– o PIB – em relação a este mesmo fluxo produzido<br />

no período anterior, normalmente ano ou trimestre.<br />

Este fenômeno é bastante celebrado, pois esta maior<br />

produção significa, normalmente, mais emprego e<br />

mais renda, com aumento da massa salarial.<br />

é importante observar, no entanto, a qualidade<br />

do processo de expansão do nível de atividade em<br />

questão. A taxa de crescimento verificada neste período<br />

pode ser mantida nos próximos, ou seja, ela é<br />

sustentada? Ou este crescimento se deu devido ao<br />

uso intenso dos fatores de produção que, se mantido,<br />

irá gerar pressões sobre salários e preços? Esta é<br />

a pergunta importante por trás de toda expansão de<br />

produto, isto é, saber se está ocorrendo uma mera flutuação<br />

cíclica - que, a rigor, não deveria nem mesmo<br />

ser chamada de crescimento – ou um processo autosustentado.<br />

A confusão entre as duas situações é bastante comum<br />

e, não raramente, leva a conclusões equivocadas<br />

sobre a real situação da economia de um país. O<br />

que faz com que uma economia capitalista ingresse<br />

num processo auto-sustentado, em última instância,<br />

é o aumento dos Investimentos, ou seja, uma expansão<br />

da oferta.<br />

Cabe então a pergunta: o que motivaria este aumento<br />

dos Investimentos, isto é, o que levaria os empresários<br />

a incrementar seus desejos de participar de<br />

forma mais ativa do futuro desta economia? A resposta<br />

está no valor presente do fluxo de retornos esperados<br />

para seus investimentos, dentro do horizonte de<br />

planejamento.<br />

O papel do Governo deve ser, então, o de garantir<br />

as condições para que esta percepção de um futuro<br />

mais favorável aos negócios se materialize. Dentre<br />

estas condições, destaca-se a trajetória das contas públicas:<br />

o fluxo de caixa do setor público equilibrado<br />

em termos de valor presente. Neste sentido, pouco<br />

importa se, em um determinado ano, existe um déficit<br />

ou mesmo um superávit nestas contas; o que afeta<br />

as expectativas dos agentes é a visão sobre o valor<br />

presente das mesmas: as expectativas<br />

sobre a evolução dos gastos públicos,<br />

da carga tributária e dos juros reais serão<br />

formadas a partir da visão deste fluxo,<br />

afetando o retorno esperado e, portanto,<br />

a decisão de investir.<br />

Política Monetária<br />

Muito importante, também, é a visão sobre a<br />

política monetária. Um Banco Central independente<br />

não emitirá moeda em excesso para financiar eventuais<br />

déficits nas contas públicas, o que reduz o risco de<br />

futuras elevações na inflação e nas taxas nominais de<br />

juros, e afeta a decisão de investimentos. Sem dúvida,<br />

a coordenação entre as políticas fiscal e monetária é<br />

fundamental, pois, mesmo com um Banco Central<br />

comprometido com metas rígidas de inflação, uma<br />

política fiscal frouxa pode gerar expectativas de que<br />

o comportamento da Autoridade Monetária será alterado<br />

no futuro com o objetivo de acomodar a questão<br />

fiscal.<br />

Questões Microeconômicas<br />

Além destes aspectos, merecem destaque também<br />

as questões microeconômicas, pois afetam sobremaneira<br />

o ambiente de negócios. Uma legislação<br />

trabalhista mais flexível, regras cambias mais simples,<br />

um Judiciário mais eficiente, menos burocracia nas<br />

relações com o Governo, são aspectos fundamentais<br />

para gerar expectativas positivas de retorno, estimulando<br />

os investimentos.<br />

Conjuntura econômica<br />

Colocados estes pontos, percebe-se que o Brasil<br />

segue um processo de flutuações cíclicas há trinta<br />

anos, com os investimentos se mantendo ao redor de<br />

20% do PIB. As contas públicas apresentam um saldo<br />

primário que tem sido suficiente apenas para manter<br />

constante a relação Dívida/PIB, não sinalizando uma<br />

trajetória de queda. O Banco Central trouxe a inflação<br />

para a meta de 4,5%, mas os aspectos institucionais<br />

de sua autonomia ainda carecem de regulamentação.<br />

No que diz respeito às questões microeconômicas<br />

– o chamado Custo Brasil, praticamente tudo<br />

está ainda para ser feito. Com este cenário, é bastante<br />

compreensível que a taxa média de crescimento do<br />

PIB nacional de 1979 a 2005 tenha sido de 2,5%, com<br />

períodos de taxas elevadas, como em 2004, quando a<br />

variação foi de 4,9%, ou mesmo neste ano, quando a<br />

cifra esperada está entre 3,5% e 4%.<br />

Este pano de fundo deveria nortear as discussões,<br />

neste ano eleitoral, sobre os programas econômicos<br />

propostos para o próximo Governo, com o objetivo<br />

de colocar o país na ambicionada rota de crescimento<br />

auto-sustentado.<br />

Análises<br />

página<br />

05


Entrevista<br />

página<br />

06<br />

Veja como participar do Prêmio <strong>INDA</strong> de Ação Social 2006<br />

A participação no Prêmio <strong>INDA</strong> de Ação Social<br />

poderá ser feita por meio da inscrição de projetos<br />

sociais mantidos pelas empresas produtoras e distribuidoras<br />

de produtos siderúrgicos durante do ano<br />

de 2006. O questionário detalhado por categoria estará<br />

disponível no site do Instituto (www.inda.org.br)<br />

de 02 a 31 de outubro.<br />

O Prêmio é uma espécie de certificação conferida<br />

às empresas por seu envolvimento em atividades<br />

e projetos de relevância social durante o ano corrente.<br />

Os projetos inscritos são avaliados segundo indicadores<br />

específicos, aos quais são atribuídos pontos<br />

que podem somar 1000. Ganham o Prêmio as em-<br />

Entrevista: Miguel Jorge Locatelli<br />

Sócio-fundador da Lapefer Com. Ind. de Laminados Ltda, sempre atuando como Diretor Comercial,<br />

desde sua fundação em 1965. Em 1996, após a cisão de uma sociedade de 31 anos, assumiu o<br />

comando geral da empresa quadruplicando a tonelagem de vendas até dezembro de 2005.<br />

1- Como o senhor vê o movimento das consolidações<br />

das siderúrgicas no Brasil e no mundo?<br />

Acho que as siderúrgicas nacionais deveriam<br />

analisar, rapidamente, essa movimentação no mundo<br />

para evitar que as usinas estrangeiras invadam<br />

nosso mercado, afinal estão se consolidando para<br />

baixar os custos.<br />

2- Como será a rede de distribuição brasileira<br />

no futuro? Quais empresas têm chances de sucesso?<br />

Quais tendem a desaparecer?<br />

As empresas que têm chance de sucesso são<br />

aquelas que mantiverem o foco no cliente. Cada vez<br />

mais o cliente sofistica suas necessidades por conseqüência<br />

da evolução da tecnologia. Quem souber<br />

acompanhar esse desenvolvimento está no caminho<br />

do sucesso.<br />

3- Como a empresa avalia a conjuntura econômica<br />

brasileira? Como essa conjuntura tem afetado<br />

o mercado da distribuição de aço?<br />

O país está aquém do crescimento econômico<br />

ideal há muito tempo, o que, obviamente, dificulta<br />

o crescimento do mercado de distribuição de aço.<br />

Quando o governo, enfim, conseguir o tão almejado<br />

crescimento sustentado, baixando as taxas de juros,<br />

aprovando a reforma tributária de forma que desonere<br />

a cadeia produtiva, a indústria crescerá consumindo<br />

mais aço.<br />

4- Quais os planos de investimento da Lapefer<br />

para 2006?<br />

Acabamos de ampliar nossa área de armazenagem<br />

de materiais em mais de 70%, o que nos trará<br />

vantagens de logística e consequente agilidade no<br />

atendimento a nossos clientes. Além da busca constante<br />

por melhorias nas qualificações de pessoal,<br />

equipamentos e tecnologia.<br />

5- Que sugestões o senhor faria ao próximo<br />

Presidente da República para incentivar o<br />

crescimento da rede de distribuição de aço<br />

brasileira?<br />

- Rever a política de importação do aço, que está<br />

atrapalhando a rede distribuição em função do abastecimento<br />

do mercado interno;<br />

- incentivar a indústria de base, com benefícios<br />

fiscais e juros condinzentes com outros países;<br />

- Diminuir a carga tributária.<br />

6- Na sua opinião, qual é a importância do departamento<br />

de marketing numa empresa de<br />

distribuição?<br />

Cresce a importância na medida em que cresce<br />

a exigência do cliente.<br />

7- De que forma as empresas distribuidoras independentes<br />

afirmam sua posição no mercado<br />

relativamente à concorrência das empresas coligadas?<br />

Existe espaço para todas?<br />

Sempre existe, não é fácil conquistá-lo, mas espaço<br />

existe pra todo mundo que souber trabalhar<br />

com seriedade.<br />

presas que atingirem 800 pontos.<br />

As categorias de premiação são: Desenvolvimento<br />

de Projetos Sociais; Apoio a Projetos Sociais;<br />

e Mecenato.<br />

Objetiva-se com a premiação estimular as empresas<br />

do setor siderúrgico e da rede de distribuição<br />

a envolver-se com projetos de natureza social, assim<br />

como gerar práticas que possam servir de referência<br />

para as empresas do setor.<br />

Na última edição do Prêmio, foram inscritos 14 projetos<br />

e cinco foram contemplados. A premiação acontece<br />

durante o jantar de confraternização, oportunidade<br />

onde se reúnem mais de 200 empresas do setor.


Workshop abre com pé direito atividades do Sindisider-BH<br />

O Sindisider-BH abriu suas atividades de qualificação<br />

profissional com grande sucesso. O Workshop<br />

“Vendas de Alto Impacto”, realizado no último dia 22<br />

de julho, foi muito bem aceito pelos participantes,<br />

que lotaram o salão de eventos, localizado na região<br />

Centro-Sul da Capital mineira. O curso foi direcionado<br />

aos funcionários das distribuidoras de aço da<br />

Grande BH e teve como objetivo a reciclagem desses<br />

profissionais.<br />

Os professores Paulo Barreto e Aurelice Brandão,<br />

que conduziram o workshop, apontaram o interesse<br />

dos profissionais de venda de aço mineiros. “A grande<br />

procura e a presença maciça dos inscritos mostraram<br />

que o mercado mineiro se preocupa com a<br />

qualidade do serviço prestado”, afirmaram. Para eles,<br />

o sucesso do workshop se deu em função de haver<br />

uma carência de reciclagem profissional em Minas e<br />

do interesse dos profissionais em agregar valores ao<br />

seu trabalho. “Além das pessoas terem sido pontuais,<br />

ainda participaram das palestras com entusiasmo”,<br />

comentaram.<br />

Nove empresas inscreveram seus funcionários<br />

para o evento, que teve 45 inscritos. Era visível o interesse<br />

de cada um nos temas abordados. A participação<br />

durante a palestra foi o termômetro da aceitação<br />

dos presentes aos conteúdos transmitidos.<br />

Para Regina Oliveira, funcionária da Minas Chapas,<br />

o Workshop ampliou seus horizontes. “Consegui<br />

ter outra visão do empreendedor no curso e vou<br />

poder colocar em prática muitas das informações<br />

que recebi”, destacou. Já Luiz Carlos Delmazo, da<br />

Pires do Rio, frisou que “as palestras acrescentaram<br />

para a gente situações novas de comportamento, e<br />

isso nos dá novas perspectivas para o trabalho”. éder<br />

Fonseca, da Fortaço, afirmou que o workshop e os<br />

cursos do Sindisider-BH vieram preencher uma lacuna<br />

em Minas, onde as oportunidades de reciclagem<br />

ou atualização profissional são escassas.<br />

A aceitação do público pode ser medida em<br />

dois momentos do workshop. No primeiro, quando<br />

90% dos participantes voltaram do almoço. O segundo<br />

foi após o encerramento das palestras, com<br />

a abordagem das pessoas querendo informações<br />

sobre os próximos eventos do Sindisider. Muitos deles<br />

buscaram se informar sobre as inscrições para o<br />

curso de Especialização em Vendas de Aço, com início<br />

previsto para agosto. Todos os participantes que<br />

conversaram com a equipe, após o encerramento do<br />

workshop, estavam ansiosos para voltar ao Sindicato<br />

para novos encontros.<br />

Sindisider-BH disponibiliza Assessoria Jurídica<br />

A Delegacia Regional do Sindisider em Belo Horizonte<br />

já disponibilizou a Assessoria Jurídica para os<br />

distribuidores de aço. O setor está em atividade desde<br />

a inauguração do Sindicato em 3 de julho último<br />

e tem à frente a advogada Thereza Maia, graduada<br />

em Direito pela Universidade Fumec e especializada<br />

em Direito do Trabalho Individual e Coletivo pelo<br />

Centro de Atualização em Direito (CAD) da Universidade<br />

Gama Filho do Rio de Janeiro. Thereza Maia<br />

faz parte do corpo jurídico do Escritório Moisés Freire<br />

Bueno, Carneiro e Cerqueira Advocacia S/C, que é<br />

parceiro do Sindisider BH.<br />

Todos os associados do Sindisider podem contar<br />

com a Assessoria Jurídica para o amparo nas áreas<br />

trabalhista, tributária, cível e comercial em nível<br />

preventivo. A assessoria presta também subsídios de<br />

análises contratuais, de atos dos órgãos fiscalizadores,<br />

além de oferecer uma linha direta e gratuita com o<br />

advogado para situação de emergência e urgência.<br />

O jurídico do Sindisider-BH em conjunto com o<br />

de São Paulo vem realizando estudos para orientar o<br />

distribuidor de aço quanto às normas vigentes e às<br />

exigências normativas dos Ministérios do Trabalho e<br />

Previdência Social. Está também desenvolvendo projetos<br />

específicos para as necessidades trabalhistas do<br />

distribuidor de aço, como por exemplo, a adequação<br />

da jornada de trabalho.<br />

O distribuidor tem, na Assessoria Jurídica do<br />

Sindisider-BH, o departamento competente para<br />

participar das negociações das convenções coletivas<br />

de trabalho e para orientar nos processos de<br />

acordo coletivo com os sindicatos dos empregados.<br />

Além disso, o jurídico participa efetivamente<br />

da elaboração de termos de ajustes junto à Delegacia<br />

Regional do Trabalho e o Ministério Público do<br />

Trabalho.<br />

página<br />

07


Expediente<br />

página<br />

08<br />

Diretoria executiva<br />

Presidente<br />

André Zinn<br />

Diretor administrativo e finaceiro<br />

Walter Roberto Areias<br />

Diretor para assuntos extraordinários<br />

Heuler de Almeida<br />

Conselho diretor<br />

Alberto Piñera Graña<br />

Newton Roberto Longo<br />

Paulo Musetti<br />

Valdecir Bersaghi<br />

Superintendente<br />

Gilson Santos Bertozzo<br />

Revista brasileira do aço<br />

Fone: 11 3<strong>81</strong>2-6122<br />

revista@inda.org.br<br />

Editor<br />

Fábio Luís Pedroso (Mtb 41728)<br />

contato@inda.org.br<br />

Projeto gráfico, diagramação e editoração<br />

criatura.com.br<br />

Impressão<br />

H Rosa Gráfica Editora<br />

Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da<br />

Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores<br />

Agenda:<br />

Eleições 2006 e a política do próximo governo<br />

Às vésperas das eleições 2006, o <strong>INDA</strong> estará<br />

organizando uma palestra com o comentarista<br />

político Alexandre Garcia, para falar sobre os<br />

bastidores da política nacional e da campanha<br />

eleitoral. O evento vai acontecer no dia 21 de<br />

setembro, no Milenium Centro de Convenções, em<br />

São Paulo.<br />

Quais são os planos dos presidenciáveis para<br />

a economia do país? Existe vontade política para<br />

implementar esses projetos? O que pensam os<br />

candidatos sobre reforma tributária, política de juros<br />

do Banco Central, reforma da Previdência Social,<br />

câmbio valorizado, reforma trabalhista?<br />

São questões que interessam ao setor produtivo<br />

do país e cujo direcionamento afetará os negócios<br />

da rede de distribuição de aço brasileira.<br />

Com vistas a garantir a participação de todas as<br />

empresas associadas, a Diretoria do <strong>INDA</strong> resolveu<br />

estabelecer novas cotas por empresa:<br />

Nº de participantes<br />

Valor do investimento<br />

por empresa<br />

1 R$ 200,00<br />

5 R$ 600,00<br />

10 R$ 1000,00<br />

O valor poderá ser dividido em duas vezes: a<br />

primeira parcela para 10 de agosto e a segunda para<br />

10 de setembro Salienta-se que a cobrança pela<br />

participação no evento destina-se a cobrir os custos<br />

com o palestrante.<br />

Para mais informações:<br />

Gilson Santos Bertozzo<br />

Tel. (11) 3<strong>81</strong>2-6122.

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