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Convivência Democrática: Protagonismo Juvenil - Portal do ...

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Democracia, tradicionalmente, refere-se à “forma de governo”,<br />

ou ao “governo da maioria”. Quan<strong>do</strong> levamos essa discussão para<br />

o âmbito da educação, no entanto, algumas perguntas surgem<br />

de imediato: escola democrática é aquela em que a forma de<br />

organização está pautada no princípio de que deve ser governada<br />

pelos interesses da maioria, que são os alunos e as alunas? Ou<br />

então, será que é democrático a maioria <strong>do</strong>s estudantes decidir, por<br />

exemplo, pela exclusão de um(a) colega de seu convívio?<br />

O autor catalão Josep Puig, em seu livro Democracia e participação<br />

escolar 1 (Moderna, 2000), nos lembra que, embora o termo<br />

democracia seja útil para definir um modelo desejável de relações<br />

políticas na sociedade, em instituições como a família e a escola<br />

existe uma assimetria “natural” nas relações, determinada pela<br />

diferença na responsabilidade <strong>do</strong>s papéis sociais, que nos levam<br />

a compreender a democracia a partir de outros referenciais. Por<br />

exemplo, a relação pai/mãe com seus filhos(as) não é uma relação<br />

horizontal, de simetria, baseada na igualdade, pois os pais, como<br />

adultos, têm responsabilidades que os obrigam, muitas vezes, a<br />

ter de contrariar interesses de seus filhos e filhas. Da mesma<br />

forma, a relação <strong>do</strong>(a) <strong>do</strong>cente com seus alunos e suas alunas não<br />

é horizontal, simétrica, pois esses atores e atrizes sociais têm papéis<br />

e responsabilidades diferentes dentro da sociedade.<br />

Para que o modelo de democracia seja justo e almeje a liberdade<br />

individual e coletiva, é necessário que a igualdade e a eqüidade<br />

(que reconhece o princípio da diferença dentro da igualdade) sejam<br />

compreendidas como complementares. Ao mesmo tempo em que<br />

a igualdade de direitos deve ser objetivada nas instituições sociais,<br />

não se pode perder de vista o direito e o respeito à diversidade, ao<br />

pensamento divergente. Se queremos compreender a democracia<br />

na escola, devemos reconhecer, ao mesmo tempo, a diferença<br />

nos papéis sociais e nos deveres e buscar aqueles aspectos em que<br />

to<strong>do</strong>s os membros da comunidade escolar têm os mesmos direitos.<br />

1<br />

PUIG, Josep e outros. Democracia e participação escolar. São Paulo: Moderna,<br />

2000.<br />

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