01.08.2013 Views

ProLógica– Ambiente de Apoio ao Ensino de Lógica Proposicional

ProLógica– Ambiente de Apoio ao Ensino de Lógica Proposicional

ProLógica– Ambiente de Apoio ao Ensino de Lógica Proposicional

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Pro<strong>Lógica</strong>–</strong> <strong>Ambiente</strong> <strong>de</strong> <strong>Apoio</strong> <strong>ao</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Lógica</strong><br />

<strong>Proposicional</strong><br />

Simone Cristine Men<strong>de</strong>s Paiva 1 , Isabel Cristina Siqueira da Silva 1<br />

1 Centro Universitário Ritter dos Reis – (UniRitter)<br />

Porto Alegre – RS – Brasil<br />

{smen<strong>de</strong>s, isabel}@ritterdosreis.br<br />

Abstra ct. This article <strong>de</strong>picts the ´Pro<strong>Lógica</strong>´ software, <strong>de</strong>signed to support teaching of Logics in<br />

Computer Sciences graduation courses. The system allows the stu<strong>de</strong>nt to perform logical<br />

<strong>de</strong>monstrations using Natural Deduction basic laws - hypothetical and non-hypothetical. The main<br />

purpose is the stu<strong>de</strong>nt to employ his theoretical knowledge to <strong>de</strong>velop logic reasoning with the<br />

software, which doesn’t require previous knowledge of any specific language to be used.<br />

Resumo. Este artigo apresenta o ambiente Pro<strong>Lógica</strong> que tem por finalida<strong>de</strong><br />

apoiar o ensino <strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> para Computação. O ambiente permite que o usuário<br />

realize <strong>de</strong>monstrações utilizando regras básicas – hipotéticas e não hipotéticas -<br />

<strong>de</strong> Dedução Natural. Preten<strong>de</strong>-se que o aluno utilize seus conhecimentos teóricos<br />

sobre o assunto para <strong>de</strong>senvolver o raciocínio lógico através da utilização do<br />

ambiente, consi<strong>de</strong>rando que este não exige conhecimento prévio <strong>de</strong> uma<br />

linguagem específica para ser utilizado.<br />

1. Introdução<br />

O constante <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia tem <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado novos <strong>de</strong>safios no<br />

ensino em geral. Sua utilização tem sido vista como um forte elemento para apoio da<br />

construção do conhecimento, permitindo assim que o professor assuma um novo papel,<br />

agora, também, como mediador e facilitador da aprendizagem do aluno.<br />

Algumas disciplinas da área matemática encontram dificulda<strong>de</strong>s em utilizar<br />

ferramentas computacionais no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus conceitos.<br />

Deseja-se trabalhar uma metodologia alternativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da disciplina<br />

<strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> para Computação oferecida a cursos da área <strong>de</strong> computação, explorando a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas ferramentas <strong>de</strong> ensino. Dessa forma, busca-se incentivar e<br />

propiciar um ambiente no qual o aluno possa <strong>de</strong>senvolver e trabalhar o raciocínio lógico <strong>de</strong><br />

forma a contribuir na aplicação criativa e construtiva <strong>de</strong> seus conhecimentos.<br />

2. Pro<strong>Lógica</strong><br />

A disciplina <strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> – ou seu conteúdo – está presente no currículo <strong>de</strong> todos os<br />

cursos da área <strong>de</strong> Computação e Informática, <strong>de</strong> acordo com as Diretrizes Curriculares<br />

([MEC 04]) para esta área, e ocorre geralmente no início do curso.


Tendo por objetivos <strong>de</strong>senvolver o raciocínio lógico discreto, é comum i<strong>de</strong>ntificar<br />

<strong>de</strong>sânimo dos discentes em cursá-la, pois tal forma <strong>de</strong> raciocínio não está muito presente<br />

em seu cotidiano – apesar <strong>de</strong>ste ser imprescindível em sua formação na área computacional.<br />

Outros ambientes com mesmo objetivo po<strong>de</strong>m ser encontrados nas comunida<strong>de</strong>s<br />

científicas, tais como Isabelle [4], Haskell [3] e Maple [1]. Todos eles, porém, exigem que,<br />

além do conhecimento da <strong>Lógica</strong> <strong>Proposicional</strong>, o aluno saiba utilizar a linguagem do<br />

ambiente que está utilizando. Assim, é possível que o objetivo da Dedução Natural seja<br />

<strong>de</strong>sviado.<br />

O ambiente Pro<strong>Lógica</strong> exige todo o conhecimento acerca da Dedução Natural, mas<br />

isso é suficiente para utilizá-lo e para atingir o objetivo a que se propõe: <strong>de</strong>senvolver o<br />

raciocínio lógico e simular os conteúdos através do <strong>de</strong>senvolvimento das provas <strong>de</strong> formas<br />

<strong>de</strong> argumento.<br />

O ambiente, que encontra-se em fase final <strong>de</strong> implementação, está sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvido no ambiente <strong>de</strong> programação Delphi.<br />

2. Dedução Natural<br />

O sistema formal, <strong>de</strong> acordo com Nolt [7], que usa as wffs proposicionais é<br />

chamada <strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> <strong>Proposicional</strong>, lógica <strong>de</strong> sentenças ou cálculo proposicional. O sistema<br />

formal que usa wffs predicativas é chamado lógica predicada ou cálculo predicado.<br />

Certas wff's são aceitas como axiomas, os seja, são wff's que não precisam ser<br />

provados. Assim, um axioma <strong>de</strong>ve ser uma wff cuja “verda<strong>de</strong>” seja evi<strong>de</strong>nte. Um axioma,<br />

então, <strong>de</strong>ve ser uma tautologia, ou, se envolve predicados, uma wff válida.<br />

Além dos axiomas, sistemas formais contêm regras <strong>de</strong> inferência, que são uma<br />

convenção que permite a uma nova wff ser inferida, ou <strong>de</strong>duzida, <strong>de</strong> uma ou duas outras<br />

wff's, ou seja, são regras capazes <strong>de</strong> gerar todas as formas <strong>de</strong> argumento válidas e que<br />

po<strong>de</strong>m ser expressas na linguagem do cálculo proposicional.<br />

Seqüência <strong>de</strong> Prova é uma seqüência <strong>de</strong> wff's na qual cada wff seja ou um axioma<br />

ou o resultado da aplicação <strong>de</strong> uma das regras <strong>de</strong> inferência às wff's anteriores. Um teorema<br />

é o último componente <strong>de</strong>sta seqüência. A seqüência é a prova do teorema.<br />

Em uma <strong>de</strong>rivação ou prova, as regras <strong>de</strong> inferência geram as formas <strong>de</strong> argumento<br />

numa série <strong>de</strong> etapas simples e precisas <strong>de</strong> raciocínio, que é a <strong>de</strong>rivação ou prova conhecida<br />

como Dedução Natural. Assim, uma seqüência <strong>de</strong> uma prova po<strong>de</strong> ser obtida como<br />

mostrado abaixo, on<strong>de</strong> wff 6 é a conclusão da forma <strong>de</strong> argumento.<br />

wff 1 (premissa)<br />

wff 2 (premissa)<br />

wff 3 (inferida da wff1 e da wff 2 por uma regra <strong>de</strong> inferência)<br />

wff 4 (axioma ou premissa)<br />

wff 5 (inferida da wff 4 por uma regra <strong>de</strong> inferência)<br />

wff 6 (inferida da wff 3 e wff 5 por uma regra <strong>de</strong> inferência)


3. O <strong>Ambiente</strong><br />

Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>parar-se com o limite da lógica proposicional e ainda estar em fases<br />

iniciais <strong>de</strong> testes, o ambiente atingiu os objetivos inicialmente propostos <strong>de</strong> ser uma<br />

ferramenta simples, porém eficaz, para praticar as regras básicas <strong>de</strong> Dedução Natural e<br />

<strong>de</strong>senvolver o raciocínio lógico pertinente. Atualmente estão implementadas as regras<br />

básicas não-hipotéticas. Preten<strong>de</strong>-se incluir, ainda, as regras hipotéticas (prova do<br />

condicional e redução <strong>ao</strong> absurdo) e, em uma segunda versão, as regras <strong>de</strong>rivadas.<br />

Representação:<br />

Os conectivos unário/binários são representados da seguinte forma no ambiente:<br />

Operador unário:<br />

Negação: ~<br />

Operadores binários:<br />

Conjunção: ^<br />

Disjunção: v<br />

Condicional: →<br />

Bicondicional: ↔<br />

Regras implementadas no ambiente:<br />

Introdução da Conjunção: representada por I∧<br />

Introdução da Disjunção: representada por I∨<br />

Introdução do Bicondicional: representada por I↔<br />

Eliminação da Conjunção : representada por I∧<br />

Eliminação da Disjunção : representada por I∨<br />

Modus Ponens: representada por MP (é a regra <strong>de</strong> eliminação do condicional)<br />

Eliminação do Bicondicional: representada por E↔<br />

Eliminação da Negação: representada por E~<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> um prova<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento da prova ocorre passo a passo. O aluno, inicialmente, adiciona<br />

todas as premissas da forma <strong>de</strong> algumento a ser <strong>de</strong>duzida. A seguir, <strong>de</strong>senvolve a prova<br />

selecionando premissas e regras interativamente até <strong>de</strong>duzir a conclusão <strong>de</strong>sejada. Neste


ponto, ele aciona um comando que finaliza a escrita da forma <strong>de</strong> algumento incluindo a<br />

conclusão. A figura 3.1 ilustra a seqüência <strong>de</strong> passos possíveis para realizar uma prova no<br />

ambiente.<br />

sim<br />

não<br />

Adiciona premissa<br />

Nova premissa?<br />

não<br />

Seleciona premissas<br />

Aplica regra<br />

Regra aplicada corretamente?<br />

sim<br />

Aplicar nova regra?<br />

não<br />

Finaliza prova<br />

Figura 3.1 – Seqüênc ia <strong>de</strong> prova<br />

Todos os erros <strong>de</strong> sintaxe e aplicação das regras são apontados pelo ambiente,<br />

permitindo <strong>ao</strong> aluno i<strong>de</strong>ntificar e realizar correções antes e durante o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

prova. Erros <strong>de</strong> sintaxe dizem respeito à escrita das premissas. O sistema aplica regras <strong>de</strong><br />

validação <strong>de</strong> wff (well formed formula), o que implica no respeito às regras <strong>de</strong><br />

posicionamento <strong>de</strong> conectivos unários e binários em uma premissa. A aplicação <strong>de</strong> regras<br />

utilizando premissas não a<strong>de</strong>quadas também é verificada e anunciada pelo ambiente. É<br />

possível, ainda, que o aluno imprima ou salve sua prova como um arquivo com extensão<br />

TXT ou DOC.<br />

A <strong>de</strong>dução da forma <strong>de</strong> argumento a seguir po<strong>de</strong> ser realizada, <strong>de</strong> forma escrita,<br />

como mostrado:<br />

sim


(A B) fi ( C D), A P, B |-- C R<br />

1. (A ∧ B) → ( C ∧ D) --------- premissa<br />

2. A ∧ P --------------------------- premissa<br />

3. B -------------------------------- premissa<br />

4. A -------------------------- ----- 2 E ∧<br />

5. A ∧ B -------------------------- I ∧<br />

6. C ∧ D -------------------------- 1, 5 MP<br />

7. C -------------------------------- 6 E ∧<br />

8. C ∨ R --------------------------- 7 I∨<br />

A mesma <strong>de</strong>rivação po<strong>de</strong> ser obtida utilizando-se o ambiente. As figuras 3.2 à 3.4<br />

ilustram alguns dos passos realizados para obtê-la.<br />

Figura 3.2 – Inserção das premissas<br />

Figura 3.3 - Aplicação da regra Introdução da disjunção


4. Validação<br />

Preten<strong>de</strong>-se adotar a utilização do ambiente em na disciplina <strong>de</strong> Matemática I do<br />

curso Sistemas <strong>de</strong> Informação do UniRitter – Centro Universitário Ritter dos Reis, e<br />

realizar a validação do ambiente. Serão consi<strong>de</strong>rados, entre outros aspectos, a motivação<br />

dos alunos em utilizá-lo e os resultados finais obtidos na disciplina.<br />

5. Conclusão<br />

Deve-se utilizar toda tecnologia educacional disponível para proporcionar <strong>ao</strong> aluno<br />

um ambiente <strong>de</strong> aprendizado que o distancie das aulas árduas e aparentemente sem<br />

aplicações para seu futuro profissional. Deve-se, enfim, permitir que ele aplique todo seu<br />

potencial e seu entusiasmo nas ativida<strong>de</strong>s que possuem como objetivo principal o<br />

aprendizado do aluno.<br />

A utilização do ambiente Pro<strong>Lógica</strong> é uma alternativa para o ensino dos conteúdos<br />

<strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> <strong>Proposicional</strong>. Permitindo <strong>ao</strong> aluno aplicar e construir <strong>de</strong> forma criativa os<br />

conceitos <strong>de</strong>senvolvidos na disciplina e dispensando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong><br />

uma linguagem específica <strong>de</strong> um ambiente.<br />

6. Referências Bibliográficas<br />

Figura 3.4 – Finalização da prova<br />

[1] Alves, Gleifer V., Dimuro, Graçaliz P., Costa, Antônio Carlos da R. C. Um editor <strong>de</strong><br />

provas para a <strong>Lógica</strong> Prpoposicional. In: Conferencia Latinoamericana <strong>de</strong> Informatica, 27.,<br />

2001, Mérida. Ciudad <strong>de</strong> Mérida: CLEI/ Universidad <strong>de</strong> Los An<strong>de</strong>s, 2001. 12 p.


[2] Gersting, J.L. Fundamentos matemáticos para Ciência da Computação. 3. ed. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, RJ. LTC, 1993.<br />

[3] Haskell in Education. 1998. Disponível por www em http://www.haskell.org/classes<br />

Acesso em 4 out. 2004.<br />

[4] Isabelle. Disponível por www em www.cl.cam.ac.uk/Research/HVG/Isabelle. Acesso<br />

em 20 set. 2004.<br />

[5] Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes Curriculares <strong>de</strong> Cursos da Área <strong>de</strong><br />

Computação e Informática, [1999]. Disponível em<br />

http://www.mec.gov.br/Sesu/diretriz.shtm. Acesso em 2 out. 2004.<br />

[6] Men<strong>de</strong>s, S.C; Diverio, T.A.; Claudio, D.M. Uma metodologia alternativa para o ensino<br />

<strong>de</strong> Matemática Discreta nos cursos <strong>de</strong> Computação utilizando linguagens funcionais. I: VII<br />

World Conference on Computer in Education. Copenhagen, 2001<br />

[7] Nolt, John Eric. <strong>Lógica</strong>. São Paulo: Makron Books, 1991.<br />

[8] Rosa, S.; Cirigliano, G. Ensayo sobre Matemática aplicada a Computación. In: VII<br />

Congresso Iberoamenricano <strong>de</strong> Educación Superior en Computación, 1999, Asuncíon,<br />

Paraguay. Anais... Asunción, 1999. 141p.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!