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Desenvolvimento de um novo tipo de fantoma baseado em ...

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<strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>novo</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong><br />

<strong>baseado</strong> <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> 3D<br />

Clayton Eduardo dos Santos 1 , Annie France Frère 2<br />

1 Departamento <strong>de</strong> Engenharia Elétrica – Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos (USP)<br />

Av. Trabalhador Sancarlense, 400 – São Carlos – SP – Brazil<br />

2 Núcleo <strong>de</strong> Pesquisas Tecnológicas – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogi das Cruzes (UMC)<br />

Av. Dr. Cândido Xavier <strong>de</strong> Almeida e Souza, 200 - Centro Cívico<br />

Mogi das Cruzes, SP – Brazil<br />

clayton@sel.eesc.usp.br, annie@<strong>um</strong>c.br<br />

Abstract. Phantoms utilization in researches involving dosimetry and quality<br />

control is a common practice with r<strong>em</strong>arkable importance. However, calibration<br />

phantoms processing cost and the complexity of <strong>de</strong>aling with construction,<br />

manipulation and utilization of voxel-phantoms have been becoming an obstacle<br />

for large-scale utilization of this resource in different areas. In this work, we<br />

present a new kind of <strong>fantoma</strong>, based on 3D mo<strong>de</strong>ling, composed by a complete<br />

skeleton and an external representation of a h<strong>um</strong>an body. The methodology applied<br />

here allows the representations of the morphometric differences between<br />

individuals, through different mo<strong>de</strong>ls.<br />

Res<strong>um</strong>o. A utilização <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong>s <strong>em</strong> pesquisas envolvendo dosimetria e controle<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> é <strong>um</strong>a prática com<strong>um</strong> e <strong>de</strong> fundamental importância. No entanto,<br />

o custo dos <strong>fantoma</strong>s <strong>de</strong> calibração e a complexida<strong>de</strong> envolvida nos processos<br />

<strong>de</strong> construção, manipulação e utilização <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong>s virtuais <strong>baseado</strong>s<br />

<strong>em</strong> voxels t<strong>em</strong> se tornado <strong>um</strong> obstáculo para a utilização <strong>de</strong>sse <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> recurso<br />

<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> escala e <strong>em</strong> diferentes áreas <strong>de</strong> atuação. Nesse trabalho, apresentamos<br />

<strong>um</strong> <strong>novo</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong>, <strong>baseado</strong> <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> 3D, composto por <strong>um</strong><br />

esqueleto completo e pela representação externa do corpo h<strong>um</strong>ano. A metodologia<br />

utilizada nos permite também representar as diferenças morfométricas<br />

existentes entre os indivíduos, através da criação <strong>de</strong> diferentes mo<strong>de</strong>los.<br />

1. Introdução<br />

VII Workshop <strong>de</strong> Informática Médica - WIM 2007<br />

Os <strong>fantoma</strong>s <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham <strong>um</strong> papel fundamental <strong>em</strong> pesquisas envolvendo dosimetria e<br />

controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. No entanto, <strong>em</strong> função do custo dos <strong>fantoma</strong>s <strong>de</strong> calibração tradicionais,<br />

a utilização <strong>de</strong>sse <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> recurso torna-se inviável <strong>em</strong> alguns casos. Com o advento<br />

da informática, surgiram os <strong>fantoma</strong>s computacionais <strong>baseado</strong>s <strong>em</strong> voxels, também chamados<br />

<strong>de</strong> voxel-phantoms [1]. Esse <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong> po<strong>de</strong> ser utilizado <strong>em</strong> simulações<br />

computacionais s<strong>em</strong> a preocupação do fator custo, no entanto, para que possam ser construídos,<br />

são necessárias diversas imagens tomográficas da região do corpo que se <strong>de</strong>seja<br />

representar [2]. A construção <strong>de</strong> <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo completo implica na utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a quantida<strong>de</strong><br />

ainda maior <strong>de</strong> imagens tomográficas <strong>de</strong> referência, o que, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte dos<br />

casos, exige a utilização <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> vários pacientes diferentes para a construção <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> único <strong>fantoma</strong> [3]. Em função da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> imagens tomográficas <strong>de</strong> referência,<br />

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a construção <strong>de</strong> múltiplos <strong>fantoma</strong>s torna-se inviável. A criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>novo</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong><br />

computacional <strong>baseado</strong> <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> 3D permite a representação fiel do corpo<br />

h<strong>um</strong>ano e a alteração das características anatômicas dos mo<strong>de</strong>los a partir da ferramenta<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>. Os mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>m ser utilizados <strong>em</strong> simulações computacionais <strong>de</strong> exames<br />

reais, como por ex<strong>em</strong>plo, o radiológico, através do uso <strong>de</strong> imagens bidimensionais<br />

das estruturas <strong>de</strong> interesse armazenadas <strong>em</strong> <strong>um</strong> banco <strong>de</strong> dados gerado a partir do fatiamento<br />

dos mo<strong>de</strong>los tridimensionais originais. Dessa forma, o mo<strong>de</strong>lo original é fatiado<br />

<strong>em</strong> diversas camadas, <strong>de</strong> modo que cada camada é representada por <strong>um</strong>a imag<strong>em</strong> distinta.<br />

Esse conjunto <strong>de</strong> imagens, quando lido sequencialmente, permite a obtenção do mo<strong>de</strong>lo<br />

completo, que combinado com os parâmetros <strong>de</strong> exposição fornecidos pelo usuário via<br />

interface gráfica e com o algoritmo utilizado na impl<strong>em</strong>entação da simulação computacional,<br />

possibilita a geração da imag<strong>em</strong> radiológica simulada.<br />

2. Metodologia<br />

VII Workshop <strong>de</strong> Informática Médica - WIM 2007<br />

Para que o processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> possa ser iniciado, são necessárias imagens <strong>de</strong> referência<br />

dos objetos que serão mo<strong>de</strong>lados. Em nosso trabalho foram utilizadas imagens<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> esqueleto com medidas certificadas fornecido pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogi das Cruzes.<br />

Também foram utilizadas imagens retiradas <strong>de</strong> <strong>um</strong> atlas anatômico [4] para melhor<br />

<strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> regiões <strong>de</strong> difícil visualização. A Figura 1(a) apresenta a interface <strong>de</strong><br />

trabalho do blen<strong>de</strong>r [5], o software <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> escolhido para a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong><br />

nosso trabalho, com <strong>um</strong>a das imagens <strong>de</strong> referência ao fundo. O processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong><br />

consiste na <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a primitiva básica, <strong>um</strong> cubo, obtida através da aplicação<br />

<strong>de</strong> sucessivas transformações geométricas conforme mostra a Figura 1(b). São aplicadas<br />

também operações <strong>de</strong> suavização <strong>de</strong> superfície afim <strong>de</strong> proporcionar o acabamento<br />

arredondado nas quinas dos mo<strong>de</strong>los.<br />

(a) Interface <strong>de</strong> trabalho do blen<strong>de</strong>r. (b) Deformação da primitiva inicial após<br />

múltiplas operações <strong>de</strong> extrusão.<br />

Figura 1. Processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> utilizando a técnica “box mo<strong>de</strong>ling”.<br />

Essas operações são repetidas várias vezes no <strong>de</strong>correr do processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong><br />

até que a primitiva inicial possua <strong>um</strong> contorno s<strong>em</strong>elhante a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> referência, conforme<br />

mostra a Figura 2(a). Por fim, <strong>um</strong>a textura é aplicada sobre o material que reveste o<br />

mo<strong>de</strong>lo. A textura utilizada po<strong>de</strong> ser extraída a partir <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> imagens ou ainda,<br />

<strong>de</strong> cores geradas a partir <strong>de</strong> combinações RGB, conforme mostra a Figura 2(b).<br />

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(a) Diferentes etapas do processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>. (b) Mo<strong>de</strong>lo concluído com aplicação <strong>de</strong> textura.<br />

3. Resultados<br />

Figura 2. Conclusão da mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>.<br />

VII Workshop <strong>de</strong> Informática Médica - WIM 2007<br />

A Figura 3(a) mostra <strong>um</strong>a visualização a partir da perspectiva frontal e lateral do mo<strong>de</strong>lo<br />

que representa o esqueleto h<strong>um</strong>ano. Na Figura 3(b) apresentamos o segundo mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong>senvolvido, que representa graficamente a anatomia <strong>de</strong> <strong>um</strong> hom<strong>em</strong> “normal”, ou seja,<br />

com peso e estatura proporcionais. Na Figura 3(c) , apresentamos o terceiro mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong>senvolvido, que representa graficamente a anatomia <strong>de</strong> <strong>um</strong> hom<strong>em</strong> “atlético” com peso<br />

e estatura <strong>de</strong>sproporcionais <strong>em</strong> função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa muscular. Por fim, na Na<br />

Figura 3(d), apresentamos o quarto mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>senvolvido, que representa graficamente<br />

a anatomia <strong>de</strong> <strong>um</strong> hom<strong>em</strong> “obeso” com peso e estatura <strong>de</strong>sproporcionais <strong>em</strong> função da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido adiposo.<br />

(a) Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a ósseo h<strong>um</strong>ano. (b) Mo<strong>de</strong>lo “proporcional”.<br />

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(c) Mo<strong>de</strong>lo “atlético”. (d) Mo<strong>de</strong>lo “obeso”.<br />

4. Conclusões e Trabalhos Futuros<br />

Figura 3. Resultados parciais<br />

A metodologia <strong>em</strong>pregada no <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho possibilita a alteração das<br />

características do <strong>fantoma</strong>, ainda que <strong>de</strong>ntro da ferramenta <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>, através da<br />

aplicação <strong>de</strong> transformações geométricas sobre <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo inicial. Essa característica,<br />

inexistente <strong>em</strong> outros <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> <strong>fantoma</strong>s computacionais, possibilita a investigação da<br />

influência que as diferenças morfométricas existentes entre os indivíduos provocam <strong>em</strong><br />

exames cujo diagnóstico é <strong>baseado</strong> <strong>em</strong> imagens. A complexida<strong>de</strong> envolvida na utilização<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los 3D <strong>em</strong> aplicações futuras po<strong>de</strong> ser facilmente contornada com a criação <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> banco <strong>de</strong> imagens 2D <strong>baseado</strong> no seccionamento dos mo<strong>de</strong>los tridimensionais <strong>de</strong>senvolvidos<br />

no presente trabalho. É importante ressaltar que o seccionamento po<strong>de</strong> ser<br />

realizado a partir <strong>de</strong> qualquer perspectiva e <strong>em</strong> qualquer região, <strong>um</strong>a vez que os mo<strong>de</strong>los<br />

são tridimensionais.<br />

5. Referências<br />

[1] Caon, M., Voxel-based computational mo<strong>de</strong>ls of real h<strong>um</strong>an anatomy: a review, Radiation<br />

and Environmental Biophysics, 42(4), pp. 229-235, 2004.<br />

[2] Xu, X. G., Chao, T. C., Calculations of specific absorbed fractions of the gastrointestinal<br />

tract using a realistic whole body tomographic mo<strong>de</strong>l, Cancer Biotherapy & Radiopharmaceuticals,<br />

Vol<strong>um</strong>e 18, N<strong>um</strong>ber 3, 2003.<br />

[3] Kramer, R., Khoury, H. J., Vieira, J. W. , Loureiro, E. C. M., Lima, V. J. M., Lima,<br />

F. R. A. and Hoff, G. All about FAX: a F<strong>em</strong>ale Adult voXel phantom for Monte Carlo<br />

calculation in radiation protection dosimetry, Physics in Medicine and Biology, 49, 5203-<br />

5216, 2004.<br />

[4] Sobotta, J., Atlas <strong>de</strong> anatomia h<strong>um</strong>ana, 21a edição, Rio <strong>de</strong> Janeiro, G. Koogan, 2000.<br />

[5] Blen<strong>de</strong>r, http://www.blen<strong>de</strong>r3d.org<br />

VII Workshop <strong>de</strong> Informática Médica - WIM 2007<br />

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