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potencial gemológico da região sul do brasil - Universidade de ...

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2. Ágata e ametista<br />

I Seminário sobre Design e Gemologia <strong>de</strong> Pedras, Gemas e Jóias <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

A ágata e a ametista ocorrem preenchen<strong>do</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> geo<strong>do</strong>s, que tem dimensões varia<strong>da</strong>s,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> alguns centímetros até <strong>do</strong>is a tres metros <strong>de</strong> comprimento. Esses geo<strong>do</strong>s ocorrem nas rochas vulcânicas que<br />

recobrem gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> <strong>região</strong> Sul <strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Formação Serra Geral (Figura 1). Constituem o maior<br />

<strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> lavas <strong>do</strong> planeta, cobrin<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> 1.200.000 km 2 (RS, SC, PR, SP e MS no Brasil, e no Paraguai,<br />

Argentina e Uruguai). Esse vulcanismo ocorreu a 130 milhões <strong>de</strong> anos atrás, como consequência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fraturas<br />

que se abriram na crosta terrestre durante a separação <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul e <strong>do</strong> continente Africano (Wildner, 2004).<br />

Junto com a ágata e ametista po<strong>de</strong>m ocorrer outros minerais como quartzo cristal <strong>de</strong> rocha e quartzo rosa, ônix,<br />

cornalina, opala, jaspe, calcita, apofilita, zeólitas, gipsita e barita (Juchem et al., 2008).<br />

Ágata e minerais associa<strong>do</strong>s<br />

Os principais <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ágata estão localiza<strong>do</strong>s na <strong>região</strong> central <strong>do</strong> RS, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> por Santos et al. (1998)<br />

<strong>de</strong> Distrito Mineiro <strong>de</strong> Salto <strong>do</strong> Jacuí. Geo<strong>do</strong>s arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s a ovói<strong>de</strong>s, em geral <strong>de</strong>cimétricos até métricos e totalmente<br />

preenchi<strong>do</strong>s por ágata, são extraí<strong>do</strong>s <strong>da</strong> rocha vulcânica intemperiza<strong>da</strong> em garimpos a céu aberto. Ágata preta (ônix) e<br />

vermelha a laranja (cornalina) ocorrem nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Salto <strong>do</strong> Jacuí, sen<strong>do</strong> esta última encontra<strong>da</strong> também em<br />

Livramento (RS). No entanto, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> ônix e <strong>da</strong> cornalina comercializa<strong>do</strong>s são na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> ágata tingi<strong>da</strong>, um<br />

procedimento industrial comum, que produz também ágata nas cores ver<strong>de</strong>, azul, lilás e rosa, <strong>de</strong>ntre outras.<br />

Associa<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ágata, po<strong>de</strong> ocorrer opala, nas cores branca, amarelo alaranja<strong>do</strong>, laranja<br />

avermelha<strong>do</strong> (opala <strong>de</strong> fogo), azul, azul acinzenta<strong>do</strong>, castanho, rosa e mais raramente preto. Diversos <strong>de</strong>pósitos são<br />

explora<strong>do</strong>s entre Salto <strong>do</strong> Jacuí e Sole<strong>da</strong><strong>de</strong>, constituin<strong>do</strong> um novo interesse econômico para a<strong>região</strong> (Augustin et al.,<br />

2004). Opalescência e o jogo <strong>de</strong> cores po<strong>de</strong> se observa<strong>da</strong> em algumas amostras, após lapi<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, o<br />

que valoriza ain<strong>da</strong> mais esse material no comércio. Opala <strong>de</strong> cor preta foi <strong>de</strong>scrita recentemente na <strong>região</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong><br />

Paraná (ver figura 1), preenchen<strong>do</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e fraturas no mesmo tipo <strong>de</strong> rocha vulcânica (Juchem et al., 2004).<br />

(linha simples 1,0)<br />

Figura 2 – Ágata e minerais associa<strong>do</strong>s. À esquer<strong>da</strong>, mina <strong>de</strong> ágata a céu aberto em Salto <strong>do</strong> Jacuí (RS) mostran<strong>do</strong> no<br />

<strong>de</strong>talhe a cata <strong>do</strong>s geo<strong>do</strong>s mineraliza<strong>do</strong>s. Ao centro, exposição <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> ágata poli<strong>da</strong>s e jóias confeciona<strong>da</strong>s com<br />

ágata. À direita, opala laranja preenchen<strong>do</strong> um geo<strong>do</strong> e fragmento <strong>de</strong> opala azul.<br />

Ametista e minerais associa<strong>do</strong>s<br />

Os principais <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ametista estão no norte <strong>do</strong> RS, no Distrito Mineiro <strong>de</strong> Ametista <strong>do</strong> Sul (Santos et<br />

al.,1998), on<strong>de</strong> existem mais <strong>de</strong> 300 garimpos ativos ou inativos. Nessa <strong>região</strong> são comuns os geo<strong>do</strong>s tubulares que<br />

frequentemente ultrapassam um metro <strong>de</strong> comprimento, extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> basalto não intemperiza<strong>do</strong>, em túneis subterâneos<br />

ou a céu aberto (Figura 3). Os geo<strong>do</strong>s estão parcialmente preenchi<strong>da</strong>s por uma sequência <strong>de</strong> calcedônia/ágata, segui<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> quartzo incolor a leitoso que gra<strong>da</strong> progressivamente para ametista.<br />

Dentre os minerais associa<strong>do</strong>s nos geo<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssa <strong>região</strong>, a calcita é o mais comum, ocorren<strong>do</strong> em geral como<br />

cristais bem forma<strong>do</strong>s cresci<strong>do</strong>s sobre a ametista. Mais raramente, observam-se cristais euédricos <strong>de</strong> quartzo rosa que<br />

po<strong>de</strong>m ser bitermina<strong>do</strong>s. Em <strong>do</strong>is garimpos localiza<strong>do</strong>s no município <strong>de</strong> Planalto, é extraí<strong>da</strong> comercialmente gipsita<br />

hialina (varie<strong>da</strong><strong>de</strong> selenita), sempre como cristais bem forma<strong>do</strong>s e com dimensões que variam <strong>de</strong> alguns centímetros até<br />

um metro <strong>de</strong> comprimento. A cristalização em geo<strong>do</strong>s, as formas cristalinas perfeitas, a limpi<strong>de</strong>z e as dimensões <strong>do</strong>s<br />

cristais, fazem com que esse seja um <strong>de</strong>pósito único e excepcional <strong>de</strong>sse mineral em to<strong>do</strong> o planeta (Juchem et al.,<br />

2000). Registram-se ain<strong>da</strong> ocorrências esporádicas <strong>de</strong> barita, como cristais sempre bem forma<strong>do</strong>s. O material<br />

comercializa<strong>do</strong> como jaspe, em geral é uma rocha <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> brecha, constituí<strong>da</strong> por fragmentos irregulares <strong>de</strong><br />

ágata, basalto e arenito, cimenta<strong>do</strong>s por quartzo microcristalino. Outros materiais são impropriamente <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s no<br />

comércio <strong>de</strong> jaspe, como o vidro vulcânico, que po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> para a fabricação <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> ornamentação.

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