potencial gemológico da região sul do brasil - Universidade de ...
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4. Diamante<br />
I Seminário sobre Design e Gemologia <strong>de</strong> Pedras, Gemas e Jóias <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />
Cristais <strong>de</strong> diamante são extraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVIII <strong>da</strong>s areias e cascalhos <strong>do</strong> rio Tibagi (PR) e <strong>de</strong> seus<br />
principais afluentes, que drenam rochas sedimentares <strong>de</strong> origem marinha e glacial (Juchem et al., 2008). Os cristais são<br />
em geral pequenos (3-4 mm), mas são conheci<strong>do</strong>s no comércio por sua boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> gemológica (Fig. 5). No entanto,<br />
existem relatos <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> cristais muito límpi<strong>do</strong>s com até 5 quilates. Os cristais são em sua maioria incolores,<br />
mas po<strong>de</strong>m ocorrer também nas cores amarela, castanho amarela<strong>do</strong>, avermelha<strong>do</strong>, cinza e até preto. No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong><br />
século passa<strong>do</strong>, essa gema foi extraí<strong>da</strong> por garimpeiros <strong>de</strong> forma intermitente, em diferentes locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s; a partir <strong>do</strong><br />
início <strong>de</strong>ste século, houve um incremento na extração <strong>de</strong> diamante em to<strong>da</strong> a <strong>região</strong> drena<strong>da</strong> pelo rio Tibagi, não<br />
sòmente através <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira, mas também com algumas dragas instala<strong>da</strong>s por empresas <strong>de</strong> mineração.<br />
Estima-se que atualmente existam em torno <strong>de</strong> oitenta pontos <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> diamante na <strong>região</strong>.<br />
Em um estu<strong>do</strong> recente, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nos cascalhos <strong>do</strong> rio Tibagi minerais como safira azul e ver<strong>de</strong>,<br />
ágata (nas cores cinza, vermelha, castanha e preta), jaspe (nas cores vermelha e amarela), quartzo cristal <strong>de</strong> rocha e<br />
turmalina (Liccar<strong>do</strong> et al., 2008). Apesar <strong>de</strong> opacos a translúci<strong>do</strong>s, testes <strong>de</strong> lapi<strong>da</strong>ção efetua<strong>do</strong>s com esses minerais,<br />
produziram gemas bastante interessantes (Fig. 5).<br />
Figura 5 – Diamante no Rio Tibagi (PR). À esquer<strong>da</strong>, extração <strong>de</strong> diamante com draga e por garimpeiros. À direita,<br />
lotes <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> diamante e na parte inferior, um lote <strong>de</strong> gemas lapi<strong>da</strong><strong>da</strong>s que ocorrem associa<strong>da</strong>s ao diamante.<br />
5. Serpentinito<br />
As áreas <strong>de</strong> embasamento cristalino (ver Fig. 1), são constituí<strong>da</strong>s pelas rochas mais antigas <strong>da</strong> <strong>região</strong> Sul. No<br />
RS um tipo particular <strong>de</strong>ssas rochas sofreu um processo <strong>de</strong> alteração hidrotermal (provoca<strong>do</strong> por águas quentes que<br />
circulam nas rochas, carrega<strong>da</strong>s com elementos químicos reagentes), originan<strong>do</strong> uma outra rocha <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
serpentinito, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma gema ornamental rara. É constituí<strong>da</strong> principalmente pelo mineral serpentina, nas<br />
varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s antigorita (maciça) e crisotilo (fibrosa). Nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé (RS), são produzi<strong>do</strong>s objetos ornamentais com<br />
essa rocha, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, em um artesanato <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Fig. 6). O material trabalha<strong>do</strong> é <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong><br />
claro a ver<strong>de</strong> escuro, com tonali<strong>da</strong><strong>de</strong>s amarelas. Ocorrem também manchas, veios ou ban<strong>da</strong>s sem forma <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> nas<br />
cores preto, lilás, branco amarela<strong>do</strong> e castanho, caracterizan<strong>do</strong> a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> serpentinito policroma<strong>do</strong>. Esse material não<br />
é conheci<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> gemas <strong>do</strong> nosso País, porque to<strong>da</strong> a produção é <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à exportação.<br />
Figura 6 – Serpentinito trabalha<strong>do</strong> artesanalmente em Bagé (RS). Fragmentos <strong>da</strong> rocha bruta e vasos com diferentes<br />
formatos, confecciona<strong>do</strong>s em serpentinito com cores e texturas varia<strong>da</strong>s.