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LUIS ADRIEL PEREIRA.pdf - Universidade de Passo Fundo

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO<br />

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA<br />

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL<br />

Luis Adriel Pereira<br />

REGIONALIZAÇÃO DE VAZÕES DE<br />

PERMANÊNCIA APLICADA NA REGIÃO<br />

HIDROGRÁFICA DO URUGUAI UTILIZANDO O<br />

PROGRAMA SisCoRV<br />

<strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, 2012.<br />

1


Luis Adriel Pereira<br />

Regionalização <strong>de</strong> Vazões <strong>de</strong> Permanência Aplicada na<br />

Região Hidrográfica do Uruguai Utilizando o<br />

Programa SisCoRV<br />

<strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, 2012.<br />

Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso<br />

apresentado ao curso <strong>de</strong> Engenharia<br />

Ambiental, como parte dos requisitos<br />

exigidos para obtenção do título <strong>de</strong><br />

Engenheiro Ambiental. Orientadora:<br />

Prof. Simone Fiori, Ma.<br />

2


Luis Adriel Pereira<br />

Regionalização <strong>de</strong> Vazões <strong>de</strong> Permanência Aplicada na<br />

Região Hidrográfica do Uruguai Utilizando o Programa<br />

SisCoRV<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso como requisito parcial para a obtenção do título <strong>de</strong><br />

Engenheiro Ambiental – Curso <strong>de</strong> Engenharia Ambiental da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia e<br />

Arquitetura da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>. Aprovado pela banca examinadora:<br />

Orientadora:_________________________<br />

Simone Fiori, Engenheira Civil, Mestre<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia e Arquitetura, UPF<br />

___________________________________<br />

E<strong>de</strong>r Nonnemacher, Engenheiro Civil, Mestre<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia e Arquitetura, UPF<br />

___________________________________<br />

Aline Ferrão Custódio Passini, Engenheira <strong>de</strong> Alimentos, Doutora<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia e Arquitetura, UPF<br />

<strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, 2012.<br />

3


“O impossível existe até<br />

quando alguém duvi<strong>de</strong> <strong>de</strong>le<br />

e prove o contrário”.<br />

Albert Einstein<br />

4


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Agra<strong>de</strong>ço a Deus, pai <strong>de</strong> todos, que nos conce<strong>de</strong> esta nova oportunida<strong>de</strong><br />

chamada “vida”.<br />

Aos meus amigos “especiais”, que sempre que po<strong>de</strong>m estão juntos comigo me<br />

orientando e me auxiliando a me tornar um ser humano melhor.<br />

Ao meu gran<strong>de</strong> amor, Paola, minha noiva, namorada, companheira, cúmplice,<br />

amiga... este ser especial que tive a sorte <strong>de</strong> encontrar em minha jornada e que faz toda a<br />

diferença na minha vida. Obrigado por estar sempre ao meu lado nos momentos que<br />

precisei e que, mesmo não estando, sempre esteve!<br />

À minha mãe, Maísa, pelo amor, carinho, <strong>de</strong>dicação e por todos os esforços<br />

<strong>de</strong>smedidos que sempre fez.<br />

Aos meus irmãos, Marcio, Joseane e Andressa pela amiza<strong>de</strong> e por tudo que já<br />

passamos juntos.<br />

Aos meus sogros Hélio e Tânia, por serem sempre tão presentes e preocupados<br />

não só com a felicida<strong>de</strong> dos filhos legítimos, mas também dos “postiços”...<br />

À professora Simone, por aceitar me orientar neste trabalho e por acreditar na<br />

minha capacida<strong>de</strong>.<br />

Aos professores Marcelo Heinkemeyer e Luciana Lon<strong>de</strong>ro Brandli, não só pelo<br />

conhecimento transmitido, mas principalmente pelo convívio que tivemos nesse período<br />

e pela amiza<strong>de</strong> que sempre <strong>de</strong>monstraram ter comigo.<br />

Aos meus amigos e Engenheiros Ambientais Jaerton e Itapuca, pelo convívio e<br />

amiza<strong>de</strong> que ficará para toda a vida.<br />

Ao Engenheiro Ambiental Heberton, pelo gran<strong>de</strong> amigo e exemplo <strong>de</strong> cidadão<br />

que és. Esse é o cara! E, além disso, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar co-orientador <strong>de</strong>ste trabalho. rs*<br />

Aos meus gran<strong>de</strong>s amigos e colegas Éverton, Chico, Boni e Guilherme (Vesgo),<br />

por termos convivido esses cinco anos, sempre trabalhando juntos, <strong>de</strong>sfrutando <strong>de</strong><br />

vários momentos que levarei sempre comigo.<br />

Enfim, a todos que <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra estiveram presentes durante essa<br />

minha caminhada. Fica o meu muito Obrigado!<br />

5


RESUMO<br />

A escassez <strong>de</strong> informações fluviométricas, associada à inconsistência temporal e<br />

espacial das séries históricas disponíveis, tem resultado em gran<strong>de</strong> limitação para se<br />

representar o comportamento dos recursos hídricos em estudos <strong>de</strong> bacias hidrográficas,<br />

principalmente das vazões mínimas. Uma alternativa muito utilizada em estudos<br />

hidrológicos consiste na regionalização das vazões que representam o comportamento<br />

hídrico na maior parte do tempo, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> vazões <strong>de</strong> permanência. A<br />

regionalização permite ajustar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão entre os dados <strong>de</strong> vazão obtidos<br />

nas estações fluviométricas e as características físicas e climáticas da bacia, sendo o<br />

mo<strong>de</strong>lo gerado utilizado para prever a vazão em locais sem dados hidrológicos. Neste<br />

sentido, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi regionalizar as vazões com 90% <strong>de</strong> permanência no<br />

tempo (Q90) nas bacias da Região Hidrográfica do Uruguai, utilizando o programa<br />

SisCoRV. Para tanto, foram utilizadas as estações fluviométricas disponíveis sistema<br />

Hidroweb pela Agência Nacional <strong>de</strong> Águas (ANA), consi<strong>de</strong>rando apenas aquelas que<br />

apresentaram mais <strong>de</strong> cinco anos com dados completos. A metodologia aplicada<br />

utilizou os dados <strong>de</strong> forma não homogênea e consi<strong>de</strong>rou o método da série toda <strong>de</strong><br />

dados disponíveis, obtendo-se uma única Q90 para cada estação, consi<strong>de</strong>rando um<br />

período <strong>de</strong> dados não homogêneo. Foram utilizados mo<strong>de</strong>los matemáticos para<br />

regionalizar as vazões Q90 com diferentes variáveis explicativas, <strong>de</strong> modo a i<strong>de</strong>ntificar<br />

regiões com comportamento hidrológico homogêneo através do ajuste <strong>de</strong> estatísticas<br />

objetivas, como o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação ajustado (R²a), o erro padrão fatorial<br />

(σF) e o erro percentual da estimativa (ER%). Como resultados, foram obtidas cinco<br />

regiões hidrologicamente homogêneas, on<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando a variável<br />

Área <strong>de</strong> drenagem foi o que melhor representou a variação das vazões Q90. Verificou-se<br />

que os maiores erros porcentuais foram obtidos nas estações com áreas menores.<br />

Conclui-se que o método utilizando os dados <strong>de</strong> forma não homogênea apresentou<br />

resultados satisfatórios e, portanto, possíveis <strong>de</strong> aplicação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>radas as<br />

peculiarida<strong>de</strong>s apresentadas neste trabalho.<br />

Palavras-chaves: Regionalização; vazão <strong>de</strong> permanência; SisCoRV.<br />

6


ABSTRACT<br />

The scarcity of information fluviometric associated with temporal and spatial<br />

inconsistency of available historical series, has resulted in major limitation to represent<br />

the behavior of water resources in river basins studies, mainly of minimum flows. An<br />

alternative wi<strong>de</strong>ly used in hydrological studies is the regionalization of the flows that<br />

represent the behavior of water in most of the time, called streamflow permanence.<br />

Regionalization allows you to adjust a regression mo<strong>de</strong>l between the data obtained in<br />

flow gauged stations and the physical and climatic basin, with the mo<strong>de</strong>l used to predict<br />

the generated flow in places without hydrological data. In this sense, the objective of<br />

this study was to regionalize the flow with 90% retention time (Q90) of the Regional<br />

Hydrographic basins of Uruguay, using the program SisCoRV. For this, we used the<br />

system Hidroweb gauged stations available by the National Water Agency (ANA),<br />

consi<strong>de</strong>ring only those who had more than five years with complete data. The<br />

methodology utilized data not homogeneous and consi<strong>de</strong>red the method of any number<br />

of data available, yielding a single Q90 for each station, consi<strong>de</strong>ring a period of<br />

nonhomogeneous data. We used mathematical mo<strong>de</strong>ls to regionalize the flows Q90 with<br />

different explanatory variables in or<strong>de</strong>r to i<strong>de</strong>ntify regions with hydrology<br />

homogeneous by adjusting objective statistics, as adjusted coefficient of <strong>de</strong>termination<br />

(R²), the standard error factor (σF) and the percentage error the estimate (ER%). As a<br />

result, we obtained five hydrologically homogeneous regions where the potential mo<strong>de</strong>l<br />

using the variable Drainage area was best represented the variation in Q90 flows. It was<br />

found that the highest percentages were obtained in errors stations with smaller areas. It<br />

is conclu<strong>de</strong>d that the method using data not homogeneous satisfactory results, and<br />

therefore possible implementation, since the peculiarities consi<strong>de</strong>red reported here.<br />

Key-word: Regionalization; flow permanence; SisCoRV.<br />

7


LISTA DE ILUSTRAÇÕES<br />

Figura 1: Regime <strong>de</strong> um corpo hídrico representado pela curva <strong>de</strong> permanência .......... 28<br />

Figura 2: Fluxograma com as etapas do trabalho. .......................................................... 36<br />

Figura 3: Bacias hidrográficas que integram a Região Hidrográfica do Uruguai no RS 39<br />

Figura 4: Mapa geológico da região hidrográfica do Uruguai. ...................................... 40<br />

Figura 5: Mapa <strong>de</strong> relevo da Região Hidrográfica do Uruguai. ..................................... 42<br />

Figura 6: Mapa <strong>de</strong> Solos da RHU. .................................................................................. 44<br />

Figura 7: Mapa do Clima da RHU. ................................................................................ 45<br />

Figura 8: Mapa da Vegetação da RHU. .......................................................................... 48<br />

Figura 9: Unida<strong>de</strong>s Hidrogeológicas da região hidrográfica do Uruguai. ...................... 50<br />

Figura 10: Mapa com a localização das estações fluviométricas utilizadas no estudo .. 54<br />

Figura 11: Interface <strong>de</strong> obtenção da curva <strong>de</strong> permanência no SisCAH 1.0. ................. 59<br />

Figura 12: Interface do programa SisCoRV 1.0 ............................................................. 61<br />

Figura 13: Tela com resultados <strong>de</strong> uma simulação......................................................... 62<br />

Figura 14: Mapa com as RHH <strong>de</strong>finidas neste estudo.................................................... 75<br />

Figura 15: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável Ad...................... 81<br />

Figura 16: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável L ......................... 82<br />

Figura 17: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando as variáveis Ad e L .............. 84<br />

Figura 18: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável Ad ....................... 85<br />

Figura 19: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável L ......................... 86<br />

Figura 20: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando as variáveis Ad e L .............. 88<br />

Figura 21: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad ....................... 90<br />

Figura 22: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável L ......................... 91<br />

Figura 23: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando as variáveis Ad e L .............. 93<br />

Figura 24: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável Ad ....................... 94<br />

Figura 25: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável L ......................... 96<br />

Figura 26: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando as variáveis Ad e L .............. 97<br />

Figura 27: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad ....................... 99<br />

Figura 28: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável L ....................... 100<br />

Figura 29: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad e L ............... 102<br />

8


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1: Vazões <strong>de</strong> permanência para cada estação fluviométrica obtidas no programa<br />

SisCAH. .......................................................................................................................... 68<br />

Tabela 2: Matriz <strong>de</strong> correlação entre as vazões e as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. .............. 70<br />

Tabela 3: Mo<strong>de</strong>los matemáticos que apresentaram os melhores ajustes estatísticos. .... 77<br />

Tabela 4: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 80<br />

Tabela 5: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Exponencial .................................................................................................................... 82<br />

Tabela 6: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 83<br />

Tabela 7: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

........................................................................................................................................ 85<br />

Tabela 8: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Potencial ......................................................................................................................... 86<br />

Tabela 9: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 87<br />

Tabela 10: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 89<br />

Tabela 11: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

........................................................................................................................................ 91<br />

Tabela 12: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear. ............................................................................................................................. 92<br />

Tabela 13: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 94<br />

Tabela 14: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

........................................................................................................................................ 95<br />

Tabela 15: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear. ............................................................................................................................. 96<br />

Tabela 16: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear .............................................................................................................................. 98<br />

9


Tabela 17: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

........................................................................................................................................ 99<br />

Tabela 18: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear. ........................................................................................................................... 101<br />

Tabela 19: Equações escolhidas para a RHH-R1. ........................................................ 103<br />

Tabela 20: Equações escolhidas para a RHH-R2. ........................................................ 104<br />

Tabela 21: Equações escolhidas para a RHH-R3. ........................................................ 104<br />

Tabela 22: Equações escolhidas para a RHH-R4. ........................................................ 105<br />

Tabela 23: Equações escolhidas para a RHH-R5. ........................................................ 105<br />

10


LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1: Estações fluviométricas selecionadas no estudo ........................................... 52<br />

Quadro 2: Variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes utilizados no estudo. .............................................. 56<br />

Quadro 3: Resultado do ajuste das Regiões Homogêneas para as vazões com 90% <strong>de</strong><br />

permanência (Q90)........................................................................................................... 72<br />

11


LISTA DE EQUAÇÕES<br />

Equação 1 ....................................................................................................................... 27<br />

Equação 2 ....................................................................................................................... 33<br />

Equação 3 ....................................................................................................................... 64<br />

Equação 4 ....................................................................................................................... 64<br />

Equação 5 ....................................................................................................................... 64<br />

Equação 6 ....................................................................................................................... 64<br />

Equação 7 ....................................................................................................................... 64<br />

Equação 8 ....................................................................................................................... 65<br />

Equação 9 ....................................................................................................................... 65<br />

Equação 10 ..................................................................................................................... 65<br />

Equação 11 ..................................................................................................................... 66<br />

12


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15<br />

1.1 Problema <strong>de</strong> Pesquisa ....................................................................................... 15<br />

1.2 Justificativa ....................................................................................................... 16<br />

1.3 Objetivos ........................................................................................................... 18<br />

1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 18<br />

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 18<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 19<br />

2.1 Importância do Conhecimento das Vazões <strong>de</strong> Permanência ............................ 19<br />

2.2 Regionalização Hidrológica .............................................................................. 21<br />

2.2.1 Regiões Hidrologicamente Homogêneas................................................... 23<br />

2.2.2 Métodos <strong>de</strong> Regionalização ....................................................................... 26<br />

2.2.3 Regionalização <strong>de</strong> Curvas <strong>de</strong> Permanência ............................................... 28<br />

2.2.4 Características físicas utilizadas em estudos <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões31<br />

2.3 Correlação e Regressão Matemática ................................................................. 32<br />

2.4 Sistema Computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões – SisCoRV .............. 34<br />

2.5 METODOLOGIA ............................................................................................. 36<br />

2.6 Fluxograma <strong>de</strong> Trabalho ................................................................................... 36<br />

2.7 Caracterização Geral da Área <strong>de</strong> Estudo .......................................................... 37<br />

2.7.1 Bacias Hidrográficas.................................................................................. 37<br />

2.7.2 Características Físicas da Região .............................................................. 39<br />

2.8 Seleção e Análise dos Dados Utilizados no Estudo .......................................... 50<br />

2.9 Obtenção das Variáveis In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes Testadas ............................................. 55<br />

2.10 Processamento dos Dados Hidrológicos ........................................................... 57<br />

2.11 Método <strong>de</strong> Regionalização Hidrológica Aplicada ............................................ 60<br />

2.11.1 I<strong>de</strong>ntificação das Regiões Hidrologicamente Homogêneas e obtenção das<br />

Equações Regionais .................................................................................................. 63<br />

2.11.2 Comparação entre as vazões Q90 observadas e Q90 estimadas .................. 66<br />

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 68<br />

3.1.1 Obtenção das Vazões <strong>de</strong> Permanência Q90 ................................................ 68<br />

3.1.2 I<strong>de</strong>ntificação das Regiões Hidrologicamente Homogêneas ...................... 70<br />

3.1.3 Equações Regionais e Parâmetros Ajustados ............................................ 76<br />

13


3.1.4 Comparação entre as Vazões Observadas e Estimadas ............................. 79<br />

3.1.5 Definição das Equações Regionais .......................................................... 103<br />

4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 109<br />

4.1 Recomendações para Trabalhos Futuros ........................................................ 110<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 111<br />

ANEXOS ....................................................................................................................... 115<br />

14


1 INTRODUÇÃO<br />

1.1 Problema <strong>de</strong> Pesquisa<br />

A crescente <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água, tanto para usos consultivos como irrigação<br />

agrícola, abastecimento público e industrial, quanto usos não consultivos como os<br />

aproveitamentos hidrelétricos, tem ocasionado a ocorrência <strong>de</strong> conflitos pelo direito <strong>de</strong><br />

uso das águas, tornando necessário o conhecimento da disponibilida<strong>de</strong> hídrica no<br />

âmbito da bacia hidrográfica. Isso tem se constituído como parte fundamental para o<br />

planejamento dos usos múltiplos das águas e ao mesmo tempo, um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para<br />

os gestores dos recursos hídricos.<br />

No entanto, a escassez <strong>de</strong> informações fluviométricas, associada à inconsistência<br />

temporal e espacial das séries históricas disponíveis, tem resultado em gran<strong>de</strong> limitação<br />

para se representar o comportamento hídrico. Segundo dados do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Informações sobre Recursos Hídricos (ANA, 2012), o Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

(RS) possui atualmente uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 202 estações fluviométricas monitoradas pela<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Águas (ANA), 117 <strong>de</strong>stas, com dados consistidos disponíveis para<br />

consulta. Deste total <strong>de</strong> estações no Estado, a Região Hidrográfica do Uruguai conta<br />

com 65, o que representa cerca <strong>de</strong> 55% das estações monitoradas no RS. Porém, assim<br />

como nos <strong>de</strong>mais regiões do Estado, a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> dados fluviométricos na Região<br />

Hidrográfica do Uruguai, tanto em relação ao número <strong>de</strong> estações quanto as falhas nos<br />

registros históricos, tem comprometido a gestão e o gerenciamento do uso <strong>de</strong> água,<br />

proporcionando muitas incertezas na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, principalmente no que se refere<br />

aos estudos realizados para enquadramento e outorga dos recursos hídricos.<br />

Baseado nestas consi<strong>de</strong>rações, busca-se com a realização <strong>de</strong>ste trabalho<br />

respon<strong>de</strong>r a seguinte questão: É possível regionalizar satisfatoriamente as vazões <strong>de</strong><br />

permanência para bacias hidrográficas da Região Hidrográfica do Uruguai,<br />

utilizando dados das estações fluviométricas com períodos <strong>de</strong> observação não<br />

homogêneos?<br />

15


1.2 Justificativa<br />

O estabelecimento <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> hidrológica consistente, bem como a sua<br />

manutenção ininterrupta, são consi<strong>de</strong>radas fundamentais para a obtenção <strong>de</strong> dados<br />

primários confiáveis, possíveis <strong>de</strong> serem aplicados em estudos hidrológicos voltados<br />

para a gestão e gerenciamento dos recursos hídricos (OLIVEIRA, 2008).<br />

Entretanto, a implantação e operação <strong>de</strong> postos hidrológicos em uma bacia<br />

hidrográfica representa um alto custo, principalmente em áreas <strong>de</strong> extensa superfície<br />

territorial como é o caso do Brasil. Além disso, são necessários vários anos <strong>de</strong> registros<br />

para que os dados históricos tenham boa representativida<strong>de</strong> estatística (FERREIRA,<br />

2010).<br />

Mesmo que haja uma alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estações, uma re<strong>de</strong> hidrológica não é<br />

capaz <strong>de</strong> cobrir todos os locais <strong>de</strong> interesse necessários ao gerenciamento dos recursos<br />

hídricos <strong>de</strong> uma região, <strong>de</strong> forma que sempre existirão lacunas temporais e espaciais.<br />

Tais lacunas po<strong>de</strong>m ser preenchidas com metodologias <strong>de</strong> estimativa dos dados <strong>de</strong><br />

vazão em seções que não possuem medições (TUCCI, 2002).<br />

Neste contexto, a regionalização hidrológica po<strong>de</strong> servir como ferramenta<br />

imprescindível para planejamento e gestão <strong>de</strong> recursos hídricos, uma vez que tem por<br />

finalida<strong>de</strong> suprir a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> dados hidrológicos através da otimização dos dados<br />

fluviométricos disponíveis. Uma das principais aplicações da regionalização <strong>de</strong> vazões<br />

em estudos voltados a gestão <strong>de</strong> recursos hídricos se refere a estimativa das vazões<br />

mínimas que possam ser utilizadas como “vazões <strong>de</strong> referência”. A vazão <strong>de</strong> referência<br />

é um valor que representa o limite superior <strong>de</strong> utilização da água em um curso d’água e<br />

tem por razão buscar a minimização dos conflitos pelo uso da água entre os diversos<br />

usuários.<br />

De acordo com Sousa (2009), a vazão <strong>de</strong> referência é baseada usualmente na<br />

vazão mínima com 7 dias <strong>de</strong> duração e 10 anos <strong>de</strong> período <strong>de</strong> retorno (Q7,10) ou na<br />

vazão mínima com 90% ou 95% <strong>de</strong> permanência no tempo (Q90 e Q95, respectivamente),<br />

a qual po<strong>de</strong> ser obtida a partir da curva <strong>de</strong> permanência das vazões naturais observadas<br />

em uma estação fluviométrica. A curva <strong>de</strong> permanência, também <strong>de</strong>nominada curva <strong>de</strong><br />

duração, é atualmente a ferramenta mais empregada para se <strong>de</strong>terminar as<br />

16


disponibilida<strong>de</strong>s hídricas em uma bacia, basicamente em função da sua<br />

representativida<strong>de</strong> dos períodos <strong>de</strong> estiagens (CRUZ, 2001).<br />

Com base nas consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>scritas acima e, mais especificamente, na<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> estudos a nível <strong>de</strong> bacia hidrográfica ainda não realizados<br />

na Região do Uruguai, este estudo visa fornecer subsídios técnicos aos gestores <strong>de</strong><br />

recursos hídricos, bem como contribuir para o aprimoramento dos estudos hidrológicos<br />

no RS.<br />

Sendo assim, a regionalização das informações hidrológicas utilizadas no estudo<br />

tem por finalida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as Regiões Hidrologicamente Homogêneas que<br />

constituem a Região Hidrográfica do Uruguai (RHU). A partir disso, po<strong>de</strong>r-se-á <strong>de</strong>finir<br />

as equações regionais possíveis <strong>de</strong> serem aplicadas na estimativa das vazões com<br />

permanência <strong>de</strong> 90% do tempo nas bacias hidrográficas da Região, consi<strong>de</strong>rando<br />

diferentes variáveis explicativas e tendo como função a ser regionalizada, a curva <strong>de</strong><br />

permanência da série hidrológica disponível.<br />

A escolha da variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte Q90 foi baseada na utilização do método <strong>de</strong><br />

obtenção da curva <strong>de</strong> permanência consi<strong>de</strong>rando toda a série <strong>de</strong> dados hidrológicos<br />

disponível, o qual se apresenta como mais conservador e, portanto, utilizou-se uma<br />

vazão com caráter menos restritivo do que em relação a Q95, porém, possível <strong>de</strong> ser<br />

adotada como referência em estudos hidrológicos futuros.<br />

Para o processamento dos dados hidrológicos optou-se pela utilização <strong>de</strong> dois<br />

programas, o SisCAH – Sistema Computacional para Análises Hidrológicas – e o<br />

SisCoRV – Sistema Computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões. No estudo, estes<br />

programas foram consi<strong>de</strong>rados como um programa único, haja vista que o SisCAH<br />

apresenta-se incluso como um módulo <strong>de</strong>ntro da interface do SisCoRV. A escolha do<br />

programa teve como premissa básica a praticida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z com que os resultados<br />

po<strong>de</strong>m ser obtidos e também o fato <strong>de</strong> que estudos hidrológicos recentes já fizeram uso<br />

<strong>de</strong>ste mesmo programa, obtendo-se resultados consi<strong>de</strong>rados condizentes com os<br />

objetivos <strong>de</strong>finidos.<br />

17


1.3 Objetivos<br />

1.3.1 Objetivo Geral<br />

Regionalizar as vazões com 90% <strong>de</strong> permanência no tempo (Q90) das estações<br />

fluviométricas monitoradas pela ANA na Região Hidrológica do Uruguai, no RS,<br />

utilizando o programa SisCoRV.<br />

1.3.2 Objetivos Específicos<br />

Obter as vazões <strong>de</strong> permanência Q90 <strong>de</strong> cada estação fluviométrica utilizando o<br />

programa SisCAH;<br />

Regionalizar a vazão <strong>de</strong> permanência Q90 <strong>de</strong> cada estação, a partir da aplicação do<br />

Método Tradicional, utilizando o programa SisCoRV;<br />

I<strong>de</strong>ntificar as Regiões Hidrologicamente Homogêneas (RHH) para a área em estudo,<br />

consi<strong>de</strong>rando as combinações possíveis entre diferentes variáveis explicativas;<br />

Regionalizar a vazão <strong>de</strong> permanência Q90 nas Regiões Hidrologicamente<br />

Homogêneas;<br />

Analisar os erros <strong>de</strong> estimativa entre a Q90 obtida a partir dos dados observados e a<br />

Q90 regionalizada e;<br />

Definir as melhores equações regionais possíveis <strong>de</strong> aplicação;<br />

18


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 Importância do Conhecimento das Vazões <strong>de</strong> Permanência<br />

A Política Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos (PNRH), instituída pela lei 9.433/1997<br />

estabelece como seus instrumentos os Planos <strong>de</strong> Recursos Hídricos: o enquadramento<br />

dos corpos <strong>de</strong> água em classes, segundo os usos prepon<strong>de</strong>rantes da água; a outorga dos<br />

direitos <strong>de</strong> uso das águas; a cobrança pelo uso das águas; a compensação a municípios<br />

e; Sistema <strong>de</strong> Informações sobre Recursos Hídricos (BRASIL, 1997). Dentre estes, o<br />

Enquadramento e a Outorga constituem-se como os principais instrumentos, no que se<br />

refere à compatibilida<strong>de</strong> entre oferta e <strong>de</strong>manda e ao controle quali-quantitativo dos<br />

usos dos recursos hídricos, garantindo ao usuário o direito e a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso da<br />

água.<br />

Um dos principais critérios do enquadramento e da outorga consiste na chamada<br />

vazão <strong>de</strong> referência. A vazão <strong>de</strong> referência é o estabelecimento <strong>de</strong> um valor <strong>de</strong> vazão<br />

que passa a representar o limite superior <strong>de</strong> utilização da água em um curso d’água e é,<br />

também, um dos principais entraves à implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> outorga<br />

(CRUZ, 2001; CAMARA, 2003).<br />

A aplicação do critério <strong>de</strong> vazão <strong>de</strong> referência, segundo Harris et al. (2000),<br />

apud Silva et al. (2006) constitui-se em procedimento a<strong>de</strong>quado para a proteção dos<br />

rios, pois as alocações para <strong>de</strong>rivações são feitas, geralmente, a partir <strong>de</strong> uma vazão <strong>de</strong><br />

base <strong>de</strong> pequeno risco.<br />

Na prática, a vazão <strong>de</strong> referência correspon<strong>de</strong> às chamadas vazões mínimas <strong>de</strong><br />

estiagem (Q7,10) ou ainda as vazões <strong>de</strong> permanência (por exemplo, Q90, Q95)<br />

(FERREIRA, 2010). De acordo com Men<strong>de</strong>s (2007), tem-se verificado na literatura a<br />

frequente utilização como vazão <strong>de</strong> referência a Q7,10, que correspon<strong>de</strong> a vazão mínima<br />

<strong>de</strong> 7 dias <strong>de</strong> duração e 10 anos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> recorrência (com um risco <strong>de</strong> 10% ocorrer<br />

valores menores ou iguais a este em qualquer ano).<br />

No entanto, <strong>de</strong> acordo com Tucci (2002), consi<strong>de</strong>rando que, no caso <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> enquadramento dos recursos hídricos, por exemplo, a Classe <strong>de</strong> um rio<br />

representa uma meta e <strong>de</strong>seja-se que esta meta seja atendida o maior tempo possível da<br />

19


série, é recomendável utilizar-se uma vazão relacionada com sua duração no tempo,<br />

neste caso, a vazão <strong>de</strong> permanência. Para o autor supracitado, as vazões mínimas ficam<br />

melhor representadas por índices <strong>de</strong> vazões que são referências para previsão, ou para a<br />

estimativa das mesmas em períodos <strong>de</strong> estiagem.<br />

As vazões <strong>de</strong> permanência são obtidas a partir da chamada Curva <strong>de</strong><br />

Permanência e po<strong>de</strong>m ser compreendidas como a relação entre a magnitu<strong>de</strong> e a<br />

frequência com que as vazões observadas em um trecho <strong>de</strong> um curso d’água são<br />

igualadas ou superadas, quando analisada a série histórica com dados disponíveis. Essa<br />

curva proporciona uma visão gráfica do comportamento hidrológico em uma bacia,<br />

fornecendo <strong>de</strong> forma simples e concisa a variabilida<strong>de</strong> das vazões ao longo do tempo,<br />

sendo que o principal interesse na sua utilização se concentra no ramo inferior da curva<br />

(PINTO, 2006).<br />

O ramo inferior da curva <strong>de</strong> permanência representa o regime <strong>de</strong> vazões em que<br />

um curso d’água é extremamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do escoamento <strong>de</strong> base, ou seja,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da contribuição da recarga dos aquíferos, sendo que a quantida<strong>de</strong> e a<br />

duração do escoamento <strong>de</strong> base são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação e das<br />

características físicas da região (RODRIGUES, 2008).<br />

Vazões obtidas a partir das curvas <strong>de</strong> permanência têm sido utilizadas pela maior<br />

parte dos estados da Fe<strong>de</strong>ração que já estabeleceram critérios <strong>de</strong> outorga (os estados <strong>de</strong><br />

Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte adotam como vazão máxima outorgável<br />

90% da vazão Q90, Bahia e Distrito Fe<strong>de</strong>ral 80% do Q90 e Sergipe 30% da Q90,<br />

conforme observam Castro et al. (2004) apud Reis et al. (2006)<br />

No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, a lei 10.350 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1994 estabelece que a<br />

outorga <strong>de</strong> uso dos recursos hídricos está condicionada às priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso<br />

estabelecidas no Plano Estadual <strong>de</strong> Recursos Hídricos e nos Planos <strong>de</strong> Bacia<br />

Hidrográfica (RIO GRANDE DO SUL, 1996). Isto significa que a vazão <strong>de</strong> referência<br />

po<strong>de</strong>rá variar <strong>de</strong> uma bacia para outra, respeitando as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada local.<br />

Isto se verifica em alguns Planos <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica já elaborados no RS,<br />

on<strong>de</strong> tem sido comum <strong>de</strong>finir como vazão <strong>de</strong> referência as vazões com 90% (Q90) ou<br />

95% (Q95) <strong>de</strong> permanência no tempo, consi<strong>de</strong>rando a série histórica disponível (SEMA,<br />

2007). Estas vazões po<strong>de</strong>m ser compreendidas como os menores valores <strong>de</strong> vazão que<br />

ocorrem em 90% ou 95% do tempo, respectivamente. Em termos <strong>de</strong> enquadramento,<br />

esses percentis po<strong>de</strong>m ser compreendidos como a frequência (% <strong>de</strong> tempo) em que o rio<br />

20


tem condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a uma <strong>de</strong>terminada Classe <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Para a outorga,<br />

atribuem-se valores porcentuais <strong>de</strong>sta vazão <strong>de</strong> referência, ou seja, outorgando-se<br />

apenas parte <strong>de</strong>sses valores. (FERREIRA, 2010).<br />

Para que se possam obter essas vazões mínimas, vários anos com registros <strong>de</strong><br />

vazões são necessários. No entanto, a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> vazões observadas tem<br />

comprometido a gestão do uso da água (LEMOS, 2006). Consi<strong>de</strong>rando-se os altos<br />

custos associados à implantação e operação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> hidrométrica mais <strong>de</strong>nsa,<br />

torna-se importante a otimização dos dados disponíveis na região em estudo. Para tanto,<br />

existem algumas alternativas já consolidadas para esta finalida<strong>de</strong>, entre elas, “a técnica<br />

<strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões tem sido bastante utilizada na espacialização <strong>de</strong>ssas<br />

informações” (RIBEIRO et al., 2005).<br />

2.2 Regionalização Hidrológica<br />

Para o estabelecimento da vazão <strong>de</strong> referência são necessários vários anos <strong>de</strong><br />

registros para que os dados históricos tenham boa representativida<strong>de</strong> estatística. Além<br />

disso, o <strong>de</strong>senvolvimento das políticas <strong>de</strong> recursos hídricos passa pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implantação e operação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos hidrológicos em uma bacia<br />

hidrográfica, o que se apresenta atualmente como uma alternativa <strong>de</strong> alto custo para um<br />

país como o Brasil que possui uma extensa superfície territorial (TUCCI, 2009,<br />

FERREIRA, 2010). Com isso, a carência <strong>de</strong> informações dificulta a implementação<br />

<strong>de</strong>ssas políticas, o que exige a busca por alternativas que supram esta insuficiência <strong>de</strong><br />

dados.<br />

Ainda que haja uma alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estações, uma re<strong>de</strong> hidrológica não é<br />

capaz <strong>de</strong> cobrir todos os locais <strong>de</strong> interesse necessários ao gerenciamento dos recursos<br />

hídricos <strong>de</strong> uma região, <strong>de</strong> forma que sempre existem lacunas temporais e espaciais que<br />

necessitam ser preenchidas com base em metodologias que busquem uma melhor<br />

estimativa dos dados <strong>de</strong> vazão em seções que não possuem medições (TUCCI, 2002). A<br />

regionalização hidrológica é uma técnica que tem apresentado resultados satisfatórios,<br />

visando suprir a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> dados hidrológicos em cursos <strong>de</strong> água.<br />

21


Segundo Tucci (2009), a Regionalização Hidrológica se apresenta como uma<br />

alternativa que busca disponibilizar informações hidrológicas baseando-se nas<br />

similarida<strong>de</strong>s espaciais <strong>de</strong> algumas funções, variáveis e parâmetros que permitem a<br />

transferência <strong>de</strong> informações entre regiões. O processo <strong>de</strong> regionalização consiste num<br />

conjunto <strong>de</strong> ferramentas que exploram ao máximo as informações existentes, com<br />

intuito <strong>de</strong> estimar as variáveis hidrológicas em locais sem dados ou com informações<br />

consi<strong>de</strong>radas insuficientes.<br />

Para Cruz (2001), “a regionalização hidrológica po<strong>de</strong> contemplar diversas<br />

variáveis ou funções, por exemplo, vazões máximas, médias e mínimas, como funções<br />

do período <strong>de</strong> retorno e curvas <strong>de</strong> permanência e regularização <strong>de</strong> vazões” (p.28), sendo<br />

que a precisão da regionalização hidrológica é dada pelos limites quantitativos das<br />

informações utilizadas. Por exemplo, não se recomenda o uso <strong>de</strong> regionalizações para<br />

bacias com áreas muito inferiores às menores áreas das bacias instrumentadas que<br />

forneceram dados para a regionalização.<br />

Conforme explica Oliveira (2008):<br />

A regionalização permite ajustar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão entre os dados <strong>de</strong><br />

vazão obtidos nas estações fluviométricas e as características físicas e<br />

climáticas da bacia, sendo o mo<strong>de</strong>lo gerado utilizado para prever a vazão em<br />

locais sem dados hidrológicos. A seleção <strong>de</strong> um número representativo <strong>de</strong><br />

estações fluviométricas e <strong>de</strong> séries históricas não muito curtas e com poucas<br />

falhas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a obtenção <strong>de</strong> resultados mais fi<strong>de</strong>dignos<br />

(p.10).<br />

Smakhtin (2001) apud Ferreira (2010), afirma que a regionalização hidrológica<br />

geralmente é baseada na premissa <strong>de</strong> bacias com clima, geologia, conformações<br />

geomorfológicas, tipologias <strong>de</strong> solos e vegetação semelhantes apresentam respostas<br />

parecidas em termos <strong>de</strong> escoamento, distribuição <strong>de</strong> vazão média mensal, magnitu<strong>de</strong>,<br />

duração e frequência <strong>de</strong> eventos extremos nas bacias.<br />

Silva Junior (2003) analisou o comportamento dos processos hidrológicos em<br />

diferentes escalas, <strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar os erros potenciais das estimativas das<br />

variáveis hidrológicas <strong>de</strong> pequenas bacias através da regionalização <strong>de</strong>ssas variáveis<br />

com base em dados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bacias. O estudo utilizou os dados da Bacia do Potiribu,<br />

22


egião noroeste do Estado do RS. Os resultados mostraram que o erro é limitado na<br />

extrapolação para bacias maiores que as usadas na regionalização, enquanto que, para<br />

bacias menores, os resultados se mostraram aceitáveis até 20 km².<br />

Os trabalhos <strong>de</strong> Eucly<strong>de</strong>s et al. (2001, 2003) mostram que através da técnica da<br />

regionalização hidrológica é possível estimar as variáveis hidrológicas: vazão média <strong>de</strong><br />

longo período, vazão máxima, vazão mínima, curvas <strong>de</strong> permanência e curvas <strong>de</strong><br />

regularização visando a estimativa das potencialida<strong>de</strong>s e disponibilida<strong>de</strong>s dos recursos<br />

hídricos em qualquer curso d’água da Bacia do Rio das Velhas em Minas Gerais, da<br />

Bacia do Alto São Francisco a montante da Barragem <strong>de</strong> Três Marias em Minas Gerais<br />

e da Bacia do Rio Paranaíba em Minas Gerais.<br />

No Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, um estudo pioneiro foi contratado pela<br />

Companhia Estadual <strong>de</strong> energia Elétrica – CEEE junto à <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul/Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Hidráulicas – IPH. Este estudo procurou extrair o<br />

máximo <strong>de</strong> informações dos dados hidrológicos visando servir <strong>de</strong> base ao planejamento<br />

dos aproveitamentos dos recursos hídricos do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Ao concluir<br />

o trabalho foi recomendado que o mesmo fosse atualizado em períodos <strong>de</strong> pelo menos<br />

cinco anos, <strong>de</strong> forma a incorporar novos dados coletados no período e tornando as<br />

funções regionais mais representativas pelo aumento da amostra disponível (TUCCI,<br />

1991).<br />

O convênio ANEEL/UFRGS/IPH <strong>de</strong>senvolveu a regionalização das Sub-bacias<br />

70 A 79, integrantes da bacia 7 – Rio Uruguai. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi <strong>de</strong> realizar<br />

os estudos <strong>de</strong> regionalização hidrológica das vazões características <strong>de</strong> longo termo da<br />

bacia do Uruguai (bacia 7), integrando os dados consistidos das estações fluviométricas<br />

localizados nas sub-bacias 70 a 77 (IPH/UFRGS/ANEEL, 2001).<br />

2.2.1 Regiões Hidrologicamente Homogêneas<br />

Segundo Cruz (2001) e Tucci (2002), para que os dados <strong>de</strong> uma série temporal<br />

sejam consi<strong>de</strong>rados homogêneos ao longo do tempo, é preciso aceitar o princípio da<br />

estacionarieda<strong>de</strong>. A estacionarieda<strong>de</strong> da série temporal da variável se baseia em que as<br />

23


frequências <strong>de</strong> ocorrência do passado serão válidas para <strong>de</strong>screver as probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ocorrência no futuro.<br />

Isso significa que, as proprieda<strong>de</strong>s estatísticas não se alteram com o passar do<br />

tempo, embora as séries possam ser diferentes entre si. Se os sistemas e as proprieda<strong>de</strong>s<br />

estatísticas das variáveis mudam ano a ano, não se po<strong>de</strong> aceitar a hipótese <strong>de</strong><br />

estacionarieda<strong>de</strong> das séries temporais hidrológicas (CRUZ, 2001). As causas mais<br />

frequentes <strong>de</strong> não-estacionarieda<strong>de</strong> das vazões po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> origem natural ou<br />

antrópica e estão comumente relacionada a mudanças climáticas, uso e ocupação do<br />

solo, construção <strong>de</strong> reservatórios <strong>de</strong>ntre outros fatores, conferindo também certa<br />

ten<strong>de</strong>nciosida<strong>de</strong> nas séries hidrológicas.<br />

Por isso, nos estudos <strong>de</strong> regionalização, a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> regiões que possuam<br />

séries observadas com comportamento hidrológico ou estatístico semelhante, consiste<br />

em uma etapa essencial para a obtenção <strong>de</strong> resultados satisfatórios (PINTO,2006).<br />

Nestas regiões ditas homogêneas, as informações a serem regionalizadas possuem<br />

tendências similares e que, segundo Tucci (2002) e Sousa (2009), não se esten<strong>de</strong>m por<br />

áreas muito extensas, <strong>de</strong>vido às variabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> características como clima, geologia,<br />

geomorfologia, pedologia e uso e ocupação do solo.<br />

Para Tucci (2009), na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regiões com comportamento hidrológico<br />

semelhante, os postos fluviométricos “<strong>de</strong>vem pertencer a uma região geográfica e<br />

hidrológica compatível” (p. 591).<br />

De acordo com White (1975) e Wiltshire (1985) apud Sousa (2009), as primeiras<br />

tentativas para classificar e <strong>de</strong>limitar regiões homogêneas foram baseadas na<br />

coincidência dos limites das regiões com os contornos da divisão política,<br />

administrativa e fisiográfica, e também em critérios baseados no agrupamento <strong>de</strong><br />

estações fluviométricas, consi<strong>de</strong>rando a distribuição <strong>de</strong> frequência da vazão média anual<br />

e o coeficiente <strong>de</strong> variação, similarida<strong>de</strong>s das características físicas das bacias e na<br />

variância das vazões máximas.<br />

Na prática, segundo Lemos (2006), a chamada “homogeneida<strong>de</strong>” na<br />

regionalização se traduz por um elevado Coeficiente <strong>de</strong> Determinação (R²), obtido com<br />

a aplicação <strong>de</strong> regressão múltipla das vazões com as características físicas e/ou<br />

climáticas da região <strong>de</strong> interesse. Conforme explica o autor, a i<strong>de</strong>ntificação das regiões<br />

hidrologicamente homogêneas po<strong>de</strong> ser realizada em duas etapas, na qual a primeira<br />

24


consiste em <strong>de</strong>limitar as regiões com base apenas nas características locais e, a segunda,<br />

consistindo em testes estatísticos que verificam os resultados preliminares obtidos.<br />

Neste tipo <strong>de</strong> análise estatística, é comum a utilização <strong>de</strong> dois critérios,<br />

conforme <strong>de</strong>screve Eucly<strong>de</strong>s et. al. (2001), a saber:<br />

Análise <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> frequências das vazões adimensionalizadas <strong>de</strong> cada<br />

estação, o qual se baseia no fato <strong>de</strong> que as distribuições <strong>de</strong> frequências das<br />

vazões mínimas das estações em uma região hidrologicamente homogênea<br />

seguem uma mesma tendência, sendo as diferenças proporcionais à média das<br />

séries <strong>de</strong> vazões consi<strong>de</strong>radas. Essa característica permite que, ao se obterem<br />

séries transformadas <strong>de</strong> vazões, por meio da divisão dos seus valores pelas<br />

respectivas médias, as distribuições <strong>de</strong> frequências <strong>de</strong>ssas séries transformadas<br />

sejam idênticas.<br />

Critério baseado na análise do ajuste do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão múltipla, o qual,<br />

para a <strong>de</strong>finição das regiões hidrologicamente homogêneas, são analisados os<br />

coeficientes da regressão ou <strong>de</strong>terminação (R²) e o erro percentual entre os<br />

valores das vazões observadas e as estimadas pelo mo<strong>de</strong>lo. A combinação <strong>de</strong><br />

estações que apresentar o melhor ajustamento, provavelmente, <strong>de</strong>verá estar em<br />

uma região hidrologicamente homogênea.<br />

As regressões múltiplas, conforme mencionadas anteriormente, são estabelecidas<br />

entre as séries <strong>de</strong> vazões e características físicas e climáticas como área <strong>de</strong> drenagem,<br />

comprimento do rio principal, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média do rio<br />

principal e precipitação média da bacia (TUCCI, 2002; PINTO, 2006; LEMOS, 2006).<br />

Caso estes critérios apresentem bons resultados estatísticos, a região é <strong>de</strong>finida<br />

como hidrologicamente homogênea para as vazões estudadas, se não, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

subdividir a região e reiniciar o processo novamente (EUCLYDES et. al., 2003;<br />

FERREIRA, 2010).<br />

25


2.2.2 Métodos <strong>de</strong> Regionalização<br />

Diversos métodos <strong>de</strong> regionalização têm sido <strong>de</strong>senvolvidos com o intuito <strong>de</strong><br />

superar as limitações das bases <strong>de</strong> dados existentes na maioria das bacias hidrográficas<br />

brasileiras, sendo que os mais empregados são aqueles que utilizam a transferência <strong>de</strong><br />

equações e parâmetros relacionados com as estatísticas (ELETROBRAS, 1985a).<br />

Dentre esses, <strong>de</strong>stacam-se o método proposto por Chaves et. al. (2002), o qual<br />

utiliza técnicas <strong>de</strong> interpolação e extrapolação automáticas em ambiente <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />

informações geográficas; O método <strong>de</strong> interpolação linear, alternativa proposta pela<br />

Eletrobrás (1985b), on<strong>de</strong> se obtém as vazões relativas à seção <strong>de</strong> interesse utilizando as<br />

vazões correspon<strong>de</strong>ntes às estações fluviométricas mais próximas e; O método<br />

tradicional, <strong>de</strong>senvolvido pelo National Research Center da Inglaterra na década <strong>de</strong> 70 a<br />

partir <strong>de</strong> uma ampla revisão sobre métodos estatísticos aplicados a hidrologia (NERC,<br />

1975 apud ELETROBRAS, 1985).<br />

De acordo com Lemos (2006), Sousa (2009) e Ferreira (2010), o método<br />

tradicional é um dos mais utilizados em estudos <strong>de</strong> regionalização e o que tem<br />

apresentado sistematicamente os resultados mais satisfatórios, apresentando menores<br />

erros <strong>de</strong> estimativas quando em comparação com outras metodologias.<br />

Oliveira (2008) afirma que o método tradicional é um dos mais empregados em<br />

estudos <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões no Brasil. No entanto, uma das <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong>ste<br />

método é a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazões encontrada na transição <strong>de</strong> uma região<br />

homogênea para outra, on<strong>de</strong> ocorre uma mudança <strong>de</strong> equações ao longo do curso <strong>de</strong><br />

água e, até mesmo, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma região, quando a equação ajustada não for<br />

linear.<br />

Para Sousa (2009), o método tradicional po<strong>de</strong> ser aplicado nos estudos <strong>de</strong><br />

regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas, máximas, médias, bem como as curvas <strong>de</strong><br />

regularização e <strong>de</strong> permanência.<br />

Segundo Lemos (2006), o método tradicional é um dos mais utilizados em<br />

estudos <strong>de</strong> regionalização e o que tem apresentado sistematicamente os resultados mais<br />

satisfatórios, apresentando menores erros relativos médios quando em comparação com<br />

outras metodologias.<br />

26


O método tradicional é um dos mais difundidos e emprega a análise <strong>de</strong> regressão<br />

múltipla para investigar como as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes afetam a variação da função<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (vazão). A função matemática que relaciona as variáveis é da forma<br />

(TUCCI, 2009):<br />

Q = F(X , X , X ,... Xn) Equação 1<br />

Em que Q é a vazão estimada; X, variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte; e n, número <strong>de</strong> variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

O método tradicional baseia-se na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> regiões homogêneas e no<br />

ajuste <strong>de</strong> equações <strong>de</strong> regressão múltipla, consi<strong>de</strong>rando as diferentes variáveis (por<br />

exemplo, a curva <strong>de</strong> permanência) a serem regionalizadas e as características físicas<br />

e/ou climáticas das estações fluviométricas consi<strong>de</strong>radas para cada região<br />

hidrologicamente homogênea, buscando investigar como estas características<br />

explicativas afetam as vazões (ELETROBRAS, 1985a; TUCCI, 2002; RODRIGUES,<br />

2008; SOUSA, 2009; FERREIRA, 2010).<br />

Ribeiro et al. (2005) adotaram o método tradicional para regionalizar as vazões<br />

mínimas <strong>de</strong> referência (Q7,10, Q90 e Q95) da bacia do Rio Doce. Baena (2002) também<br />

utilizou o método tradicional, regionalizando as vazões máxima, mínima e média <strong>de</strong><br />

longo período para a bacia do Rio Paraíba do Sul, a montante da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Volta<br />

Redonda.<br />

Silva Junior et al. (2003) aplicaram o método tradicional para regionalizar<br />

vazões máximas, mínimas, médias e da curva <strong>de</strong> permanência na bacia do rio Gran<strong>de</strong>,<br />

evi<strong>de</strong>nciando que a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que melhor explicou o comportamento das<br />

vazões foi a área <strong>de</strong> drenagem.<br />

No entanto, a aplicação do método tradicional apresenta algumas limitações <strong>de</strong><br />

uso. Segundo ELETROBRAS (1985a), Tucci (2002) e Rodrigues (2008), para sua<br />

aplicação é necessário um número mínimo <strong>de</strong> estações para a utilização dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

regressão, e ainda, não se <strong>de</strong>ve utilizar estações influenciadas por reservatórios à<br />

montante.<br />

Clarke e Dias (2003) ressaltam ainda que as técnicas <strong>de</strong> regionalização<br />

fundamentadas em regressões múltiplas contêm duas limitações: a) suposição <strong>de</strong> que as<br />

séries <strong>de</strong> vazão são estacionárias; b) e o fato <strong>de</strong> que não se utiliza as informações sobre<br />

a configuração espacial das estações cujos dados são utilizados na obtenção da<br />

27


egressão, ou seja, geralmente não se consi<strong>de</strong>ra o efeito da distância das estações em<br />

relação ao local <strong>de</strong> interesse.<br />

2.2.3 Regionalização <strong>de</strong> Curvas <strong>de</strong> Permanência<br />

A curva <strong>de</strong> permanência, também <strong>de</strong>nominada curva <strong>de</strong> duração, é atualmente a<br />

ferramenta mais empregada para se <strong>de</strong>terminar as disponibilida<strong>de</strong>s hídricas em uma<br />

bacia, basicamente em função da sua representativida<strong>de</strong> dos períodos <strong>de</strong> estiagens<br />

(CRUZ, 2001). Ela po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como uma curva cumulativa <strong>de</strong> frequência da série<br />

temporal continua das vazões observadas que possibilita i<strong>de</strong>ntificar não só a<br />

potencialida<strong>de</strong> natural das vazões mínimas da hidrografia em estudo, como também o<br />

grau <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> qualquer valor <strong>de</strong> vazão. A partir disso, po<strong>de</strong>-se avaliar a<br />

disponibilida<strong>de</strong> das vazões frente às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> um curso d’água (CRUZ e TUCCI,<br />

2008). A Figura 1 apresenta a representação esquemática da curva <strong>de</strong> permanência.<br />

Figura 1: Regime <strong>de</strong> um corpo hídrico representado pela curva <strong>de</strong> permanência<br />

Fonte: Cruz, 2001.<br />

Para a estimativa das vazões mínimas a partir da curva <strong>de</strong> permanência, diversas<br />

metodologias têm sido <strong>de</strong>senvolvidas. Dentre as alternativas disponíveis, a<br />

regionalização <strong>de</strong> vazões vem sendo amplamente utilizada. Segundo Tucci (2009) e<br />

Sousa (2009), o método <strong>de</strong> “regionalizar” vazões consiste em um conjunto <strong>de</strong><br />

ferramentas que exploram ao máximo as informações existentes, visando obter variáveis<br />

28


hidrológicas que possibilitem estimar as vazões em locais on<strong>de</strong> os dados fluviométricos<br />

sejam <strong>de</strong>ficientes ou até mesmo inexistentes. Para tanto, a regionalização utiliza a<br />

transferência espacial <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> um local com dados disponíveis a outro on<strong>de</strong><br />

as características físicas e climáticas sejam semelhantes.<br />

De acordo com Cruz e Tucci, 2008, entre varias regionalizações usuais, a<br />

regionalização da curva <strong>de</strong> permanência é apenas um entre vários estudos possíveis. Na<br />

regionalização da curva <strong>de</strong> permanência po<strong>de</strong>m ser adotados dois procedimentos<br />

baseados:<br />

Na interpolação, gráfica ou analítica, <strong>de</strong> uma curva, passando por vazões com<br />

permanência pré-<strong>de</strong>finidas e estimadas a partir das referidas características da<br />

bacia.<br />

Na parametrização da curva, pressupõe o ajuste <strong>de</strong> uma função matemática à<br />

totalida<strong>de</strong> da curva <strong>de</strong> permanência. Este mo<strong>de</strong>lo permite uma sintetização<br />

maior das informações, facilitando a regionalização, que é feita pela regressão<br />

entre os parâmetros da função matemática e as características fisiográficas da<br />

bacia;<br />

Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regionalização que <strong>de</strong>finem a curva <strong>de</strong> permanência na forma<br />

parametrizada po<strong>de</strong>m provocar erros nas estimativas do ramo inferior da curva, on<strong>de</strong> os<br />

escoamentos são menores, embora possa apresentar um bom ajuste global. O uso <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los tipo interpolativos minimiza este erro pela estimativa ponto a ponto da curva<br />

no trecho <strong>de</strong> interesse.<br />

Diversos são os estudos <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência que tem<br />

sido realizados nos últimos anos, <strong>de</strong>notando a importância no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> dados históricos hidrológicos e sua aplicabilida<strong>de</strong> no<br />

planejamento e gestão dos recursos hídricos (FERREIRA, 2010).<br />

Tucci (1991) apresentou um estudo da curva <strong>de</strong> permanência para o estado do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, dividido em seis regiões, pelo método interpolativo. Foram<br />

utilizados dados <strong>de</strong> vazões médias diárias <strong>de</strong> 105 postos com áreas <strong>de</strong> contribuição entre<br />

41 e 189.300 km 2 (mediana <strong>de</strong> 2058 km 2 e média <strong>de</strong> 8292 km 2 ). Foi feita uma<br />

comparação entre as alternativas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a curva <strong>de</strong> permanência na sua forma<br />

empírica ou representada por uma função lognormal com parâmetros ajustados pelo<br />

29


método dos momentos. Esta última, que caracterizaria um mo<strong>de</strong>lo paramétrico, foi<br />

<strong>de</strong>scartada pelos seus resultados julgados imprecisos<br />

Córdova e Pinheiro (2001) utilizaram 27 estações fluviométricas para o estudo<br />

<strong>de</strong> Regionalização <strong>de</strong> vazões da bacia do Rio Itajaí, obtendo um coeficiente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação (R²) <strong>de</strong> 0,8833 para vazões com 80% <strong>de</strong> permanência.<br />

No estudo realizado para o Rio Paraíba do Sul, Baena (2002) regionalizou as<br />

vazões associadas a 50, 75, 80, 90 e 95% <strong>de</strong> permanência no tempo, estabelecendo<br />

equações <strong>de</strong> regressão para cada uma <strong>de</strong>ssas vazões. Como resultado obteve quatro<br />

regiões hidrologicamente homogêneas, sendo que a área <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

drenagem apresentaram-se como as variáveis mais representativas no estudo.<br />

No trabalho <strong>de</strong>senvolvido por Lemos (2006), três metodologias <strong>de</strong><br />

regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas <strong>de</strong> referência (Q7, 10, para períodos trimestrais e<br />

anual, Q90 e Q95) para a bacia do Rio São Francisco, a montante do Reservatório <strong>de</strong> Três<br />

Marias, foram avaliadas, sendo que a área <strong>de</strong> drenagem foi a variável mais expressiva<br />

para a representação da Q90 e Q95 na regionalização pelo método tradicional.<br />

Ferreira (2010) realizou o estudo <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> vazões mínimas<br />

<strong>de</strong> sete dias consecutivos com período <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos (Q7,10) e <strong>de</strong> vazões<br />

mínimas associadas à permanência <strong>de</strong> 90% no tempo (Q90), por meio <strong>de</strong> diferentes<br />

métodos <strong>de</strong> regionalização hidrológica, consi<strong>de</strong>rando diferentes características físicas.<br />

Com os resultados obtidos, concluiu que Área <strong>de</strong> drenagem, comprimento do rio<br />

principal e <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média da bacia foram as variáveis presentes nas equações <strong>de</strong><br />

melhor ajuste, tanto para as vazões Q7,10 como para as vazões Q90, obtidas com o<br />

Método Tradicional.<br />

Pessoa et al. (2011) realizaram estudo <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> curva <strong>de</strong><br />

permanência para os rios da região hidrográfica da Calha Norte no Estado do Pará, a<br />

partir da utilização <strong>de</strong> cinco mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong> regressão. O mo<strong>de</strong>lo cúbico foi o<br />

que se ajustou melhor às curvas <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> vazões das nove estações usadas na<br />

calibração.<br />

30


2.2.4 Características físicas utilizadas em estudos <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões<br />

Para a <strong>de</strong>finição do comportamento hidrológico em uma bacia hidrográfica, o<br />

conhecimento das características físicas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>, uma vez que ao se<br />

estabelecer relações entre elas e os dados hidrológicos, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar<br />

indiretamente variáveis hidrológicas em seções ou locais <strong>de</strong> interesse on<strong>de</strong> há ausência<br />

<strong>de</strong> dados (FERREIRA, 2010).<br />

Inicialmente não são conhecidas as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que melhor<br />

explicam a função <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Portanto, é necessário avaliar estas variáveis<br />

individualmente e também procurar a melhor combinação entre elas, <strong>de</strong> modo que<br />

represente a distribuição dos valores da função (VENDRUSCOLO, 2005).<br />

Cruz (2001) reforça a importância em se consi<strong>de</strong>rar as características físicas para<br />

a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> regiões hidrologicamente homogêneas ao afirmar que, em qualquer<br />

caso, as condições fisiográficas são essenciais para a formação dos elementos do<br />

balanço hídrico. Além disso, po<strong>de</strong>m ser extraídas <strong>de</strong> mapeamentos, <strong>de</strong> forma a adicionar<br />

confiança à extrapolação dos pontos <strong>de</strong> observação para outros pontos localizados<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma região.<br />

Rodrigues (2008) comenta que, normalmente são usadas em regionalização<br />

como características fisiográficas a área da bacia, o comprimento do curso <strong>de</strong> água<br />

principal e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem. Vale ressaltar que outras características po<strong>de</strong>m ser<br />

correlacionadas com as funções hidrológicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam representativas dos<br />

fenômenos que se <strong>de</strong>seja simular, além <strong>de</strong> serem <strong>de</strong> fácil medição, a fim <strong>de</strong> facilitar o<br />

uso futuro dos resultados da regionalização.<br />

As características físicas em estudos <strong>de</strong> regionalização hidrológica po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>terminadas para a área <strong>de</strong> drenagem a montante <strong>de</strong> cada estação fluviométrica. A área<br />

<strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> cada estação, a qual correspon<strong>de</strong> a uma bacia hidrográfica, po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>limitadas facilmente <strong>de</strong> forma manual ou automatizada, com o uso <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />

Informações Geográficas (BAENA, 2002).<br />

Segundo Rodrigues (2008), as características físicas mais utilizadas nos estudos<br />

<strong>de</strong> regionalização pelo método tradicional são a área <strong>de</strong> drenagem, o comprimento do<br />

rio principal, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média do rio principal. A esse<br />

respeito, Catalunha (2004) salienta que a área <strong>de</strong> drenagem é a variável que tem sido<br />

31


mais utilizada, sendo que geralmente apresenta boa correlação com as <strong>de</strong>mais<br />

características da bacia.<br />

Para Tucci (2002), a área <strong>de</strong> drenagem usualmente embute as informações<br />

referentes ao comprimento do rio. Conforme Ferreira (2010) apud Garcez e Alvarez<br />

(1988), a área da bacia constitui uma das principais variáveis explicativas na quase<br />

totalida<strong>de</strong> dos estudos <strong>de</strong> regionalização, <strong>de</strong>vido à sua influência na potencialida<strong>de</strong><br />

hídrica da bacia hidrográfica. O comprimento do rio principal é <strong>de</strong>finido como sendo o<br />

comprimento daquele que drena a maior região no interior da área <strong>de</strong> drenagem.<br />

Para Oliveira (2008) Outras características físicas das bacias também po<strong>de</strong>m ser<br />

utilizadas para serem correlacionadas com as variáveis hidrológicas. Deve-se consi<strong>de</strong>rar<br />

a representativida<strong>de</strong> das características dos processos que se <strong>de</strong>seja estudar, bem como o<br />

fato da característica ser <strong>de</strong> fácil medição a partir dos mapas, já que em caso contrário<br />

dificultará o uso futuro dos resultados da regionalização.<br />

Baena (2002) afirma que a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média da bacia é outra variável<br />

explicativa importante para os estudos <strong>de</strong> regionalização, pois controla, em parte, a<br />

velocida<strong>de</strong> do escoamento superficial, afetando assim o tempo que leva a água da chuva<br />

para concentrar-se nos leitos fluviais da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem da bacia. De acordo com o<br />

autor, com o auxílio do geoprocessamento po<strong>de</strong>-se automatizar o processo <strong>de</strong> obtenção<br />

da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média quando se possui um mo<strong>de</strong>lo digital <strong>de</strong> elevação do terreno, no<br />

qual se tem para cada célula um <strong>de</strong>terminado valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>.<br />

Com o auxílio do geoprocessamento po<strong>de</strong>-se obter rapidamente o comprimento<br />

e a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada sub-trecho necessários para o cálculo da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> do curso <strong>de</strong><br />

água principal <strong>de</strong> uma bacia (FERREIRA, 2010).<br />

2.3 Correlação e Regressão Matemática<br />

Conceitualmente, correlação po<strong>de</strong> ser e compreendida como A medida da<br />

variação conjunta das variáveis ou co-variação observada em um diagrama <strong>de</strong> dispersão,<br />

que po<strong>de</strong> ser realizada numericamente por meio dos coeficientes <strong>de</strong> correlação que<br />

representam o grau <strong>de</strong> associação entre duas variáveis continuas (NAGHETTINI e<br />

PINTO, 2007).<br />

32


As medidas genéricas <strong>de</strong> correlação, frequentemente são <strong>de</strong>signadas por ρ, são<br />

adimensionais e variam entre -1 e +1. No caso <strong>de</strong> ρ = 0, não existe correlação entre as<br />

duas variáveis. Quando ρ > 0, a correlação é positiva e uma variável aumenta quando a<br />

outra cresce. A correlação é negativa, ρ < 0, quando as variáveis variam em direções<br />

opostas.<br />

A correlação representa simplesmente a tendência que as variáveis apresentam<br />

quanto à sua variação conjunta. Assim, a medida da correlação não indica<br />

necessariamente que há evidências <strong>de</strong> relações causais entre duas variáveis. As<br />

evidências <strong>de</strong> relações causais <strong>de</strong>vem ser obtidas a partir do conhecimento dos<br />

processos envolvidos (TUCCI, 2002; NAGHETTINI e PINTO, 2007).<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão são mo<strong>de</strong>los matemáticos que relacionam o<br />

comportamento <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (vazões máximas, médias, mínimas, <strong>de</strong><br />

permanência) com uma ou mais variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou explicativas, pois tentam<br />

explicar como ocorre a variação <strong>de</strong>sta função (TUCCI, 2009). Quando a função<br />

matemática “f”, que relaciona duas variáveis é do tipo y = f(x) = a + bx, tem-se um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão simples. O mo<strong>de</strong>lo Quando o comportamento <strong>de</strong> y é explicado por<br />

mais <strong>de</strong> uma variável explicativa (x1, x2, ...,xn), tem-se então um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão<br />

multivariado. Os mo<strong>de</strong>los acima (simples ou multivariados) simulam relacionamentos<br />

entre as variáveis do tipo linear (equação da reta ou do plano) ou não-linear (equação<br />

exponencial, geométrica ou <strong>de</strong> potência, logarítmica, etc...) (TUCCI, 2002). A equação<br />

<strong>de</strong> regressão fica:<br />

Equação 2<br />

On<strong>de</strong>, Ad representa a Área <strong>de</strong> drenagem, P a precipitação média anual, S a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média<br />

do rio principal, L o comprimento do rio principal e DD a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, por exemplo.<br />

Segundo Tucci (2002), quando a função matemática é não linear procura-se, por<br />

um artifício, transformar essa equação numa expressão linear, através <strong>de</strong> transformação<br />

logarítmica, fazendo-se uso <strong>de</strong> diferentes mo<strong>de</strong>los. O mo<strong>de</strong>lo mais eficiente será aquele<br />

que permitir a estimativa dos valores da função estudada com menores erros e incluir o<br />

menor número <strong>de</strong> variáveis explicativas, reduzindo o custo e o tempo <strong>de</strong> obtenção<br />

<strong>de</strong>sses valores no processo <strong>de</strong> predição.<br />

33


De acordo com Vendruscolo (2005), quando se busca <strong>de</strong>terminar a relação entre<br />

duas variáveis, tem-se por finalida<strong>de</strong> projetar estimativas sobre algum fenômeno real.<br />

Neste caso, ocorre a extrapolação das relações <strong>de</strong> causa e efeito observadas.<br />

Segundo Tucci (2009), a a<strong>de</strong>quação do ajuste da função matemática aos dados<br />

po<strong>de</strong> ser verificada por uma série <strong>de</strong> avaliações objetivas. Entre essas avaliações, as<br />

mais adotadas são o coeficiente linear <strong>de</strong> correlação ou coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação<br />

(R²), o <strong>de</strong>svio padrão dos erros <strong>de</strong> ajustamento, também chamado <strong>de</strong> erro padrão <strong>de</strong><br />

estimativa, erro padrão fatorial (σF) e o erro percentual (ER%).<br />

O coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação representa a proporção com que o mo<strong>de</strong>lo<br />

consegue explicar a variabilida<strong>de</strong> da função estudada. Quanto mais próximo <strong>de</strong> 1 estiver<br />

o R², maior é a parcela explicada pelo mo<strong>de</strong>lo. O erro padrão <strong>de</strong> estimativa quantifica a<br />

dispersão dos valores observados da variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em torno da função ajustada.<br />

Um valor baixo do erro padrão significa um bom ajuste (PINTO, 2006).<br />

2.4 Sistema Computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões – SisCoRV<br />

O Sistema Computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões – SisCoRV 1 – em sua<br />

versão 1.0, é um programa <strong>de</strong>senvolvido pelo Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Recursos Hídricos<br />

(GPRH) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa (UFV), com o qual po<strong>de</strong>-se regionalizar das<br />

diferentes variáveis hidrológicas referente às vazões observadas em estações<br />

fluviométricas monitoradas. O programa possui um módulo integrado, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong><br />

SisCAH (Sistema Computacional para Análises Hidrológicas), o qual processa os dados<br />

das séries históricas obtidas nas estações fluviométricas, possibilitando a exportação<br />

direta da variável <strong>de</strong> interesse para ser regionalizada no SisCoRV.<br />

O programa apresenta interface gráfica e requisitos como rapi<strong>de</strong>z, segurança e<br />

confiabilida<strong>de</strong> na manipulação dos dados. Na interação com o usuário permite a<br />

obtenção fácil e eficiente dos dados necessários à regionalização, como os parâmetros e<br />

equações utilizadas. Inclui a importação direta <strong>de</strong> séries <strong>de</strong> dados históricos <strong>de</strong> vazão<br />

disponíveis no sistema Hidroweb da ANA, bem como a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar dados<br />

1 En<strong>de</strong>reço para download do software: http://www.gprh.ufv.br/?area=softwares<br />

34


oriundos <strong>de</strong> outras fontes e que po<strong>de</strong>m ser inseridos diretamente ou importados <strong>de</strong><br />

planilhas eletrônicas (SOUSA, 2009).<br />

Sousa (2009), utilizou o SisCoRV para a regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas na<br />

bacia do Rio Paracatu consi<strong>de</strong>rando-se diferentes métodos <strong>de</strong> regionalização. Para o<br />

método tradicional, o mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando a variável área <strong>de</strong> drenagem foi o que<br />

apresentou os resultados mais representativos.<br />

Oliveira (2008) utilizou o programa para regionalizar vazões <strong>de</strong> permanência<br />

para a bacia do Rio Gran<strong>de</strong>, a qual se localiza na bacia do Paraná e está dividida entre<br />

os Estados <strong>de</strong> São Paulo e Minas Gerais. Aplicou o método tradicional a partir dos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão Linear, Potencial Exponencial e Logarítmico, constatando que o<br />

uso da variável área <strong>de</strong> drenagem com o mo<strong>de</strong>lo Potencial produziu resultados mais<br />

consistentes.<br />

Oliveira et al. (2011) regionalizou curvas <strong>de</strong> permanência utilizando o software<br />

SisCoRV, verificando que o mo<strong>de</strong>lo que apresentou os melhores resultados foi o<br />

Potencial, utilizando como variável a área <strong>de</strong> drenagem.<br />

35


2.5 METODOLOGIA<br />

2.6 Fluxograma <strong>de</strong> Trabalho<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s realizadas neste trabalho, organizou-se a<br />

sequência <strong>de</strong> etapas a serem executadas, as quais po<strong>de</strong>m ser melhor visualizadas e<br />

compreendidas no fluxograma apresentado na Figura 2.<br />

Figura 2: Fluxograma com as etapas do trabalho.<br />

36


2.7 Caracterização Geral da Área <strong>de</strong> Estudo<br />

Neste item é apresentada uma caracterização dos principais componentes físicos<br />

da Região Hidrográfica do Uruguai, a qual está baseada na classificação do IBGE, <strong>de</strong><br />

acordo com o projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1986) e nos estudos disponibilizados pela<br />

Secretaria Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente do RS – SEMA (2007).<br />

2.7.1 Bacias Hidrográficas<br />

No RS, as bacias hidrográficas se agrupam em três regiões hidrográficas, a<br />

região do rio Uruguai que coinci<strong>de</strong> com a bacia nacional do Uruguai, a região do<br />

Guaíba e a região do Litoral, que coinci<strong>de</strong>m com a bacia nacional do Atlântico Su<strong>de</strong>ste<br />

(SEMA, 2007).<br />

A Região Hidrográfica do Uruguai, objeto <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>ste trabalho, tem gran<strong>de</strong><br />

importância para o país em função das ativida<strong>de</strong>s agroindustriais <strong>de</strong>senvolvidas e pelo<br />

seu potencial hidrelétrico. O rio Uruguai possui 2.200 quilômetros <strong>de</strong> extensão e se<br />

origina da confluência dos rios Pelotas e Canoas. Nesse trecho, o rio assume a direção<br />

Leste‐Oeste, dividindo os estados do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e Santa Catarina. A bacia<br />

hidrográfica possui, em território brasileiro, 174.612 km² <strong>de</strong> área, o equivalente a 2,0%<br />

do território nacional.<br />

Contando as parcelas em territórios uruguaios e argentinos, o rio Uruguai tem<br />

uma bacia total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 385 mil km², portanto os 177 mil km² no Brasil<br />

correspon<strong>de</strong>m a 46%. Na sua totalida<strong>de</strong>, a bacia do Uruguai constitui‐se no segundo<br />

sistema fluvial da bacia do Rio da Prata em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância.<br />

Em território brasileiro, é a que drena a região norte do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e o<br />

oeste <strong>de</strong> Santa Catarina, em uma extensão <strong>de</strong> 177 mil km². O rio Uruguai é assim, um<br />

dos principais rios do Rio do Gran<strong>de</strong> do Sul e Santa Catarina (limítrofe entre estes dois<br />

estados). Os principais formadores do rio Uruguai estão no Brasil e são os rios Pelotas e<br />

Canoas que têm suas nascentes nas Serra Geral e do Mar, com altitu<strong>de</strong>s que chegam a<br />

quase 2.000 m. Des<strong>de</strong> a junção dos rios Pelotas e Canoas o rio Uruguai percorre uma<br />

37


extensão <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.800 km até sua foz, junto à cida<strong>de</strong> uruguaia <strong>de</strong> Nueva Palmira.<br />

Em São Borja, Itaqui, e Uruguaiana, o rio Uruguai drena respectivamente 123, 130 e<br />

189 mil km², percorrendo cerca <strong>de</strong> 1.200 km até Uruguaiana. Neste trajeto, recebe a<br />

contribuição <strong>de</strong> afluentes <strong>de</strong> porte como os rios Ijuí e Ibicuí. O Rio Gran<strong>de</strong> do Sul tem a<br />

maior parcela brasileira da bacia do Uruguai, cerca <strong>de</strong> 74% ou 131 mil km², (SEMA,<br />

2007).<br />

Em função das suas características hidrológicas e dos principais rios formadores,<br />

a área foi dividida em 13 unida<strong>de</strong>s hidrográficas, sendo que quatro ficam no estado <strong>de</strong><br />

Santa Catarina e nove no estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

A RHU é constituída pelas Sub‐bacias dos rios Apuaê e Inhandava (U010), do<br />

rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong> (U020), do rio Turvo – Santa Rosa – Santo Cristo (U030), do rio<br />

Piratinim (U040), do rio Ibicuí (U050), do rio Quaraí (U060), do rio Santa Maria<br />

(U070), do rio Negro (U080), do rio Ijuí (U090), do rio da Várzea (U100) e dos rios<br />

Butui‐Icamaquã (U110). No Anexo A está apresentado as bacias hidrográficas e a<br />

relação <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> cada uma na RHU. A Figura 3 apresenta as bacias que<br />

integram a Região Hidrográfica do Uruguai no RS.<br />

38


Figura 3: Bacias hidrográficas que integram a Região Hidrográfica do Uruguai no RS<br />

Fonte: Autor<br />

2.7.2 Características Físicas da Região<br />

Geologia<br />

As sub‐bacias U010, U020, U030, U040, U090 e U100 são constituídas<br />

geologicamente pela formação Serra Geral. A formação Serra geral abrange<br />

parcialmente as sub‐bacias U110, U050 e U080.<br />

39


As sub‐bacias U110, U060 e U050 também são constituídas das formações Grupo São<br />

Bento e coberturas sedimentares. As sub‐bacias U070 e U080 são constituídas pelas<br />

formações geológicas pelo Grupo Rosário do Sul e Coberturas Sedimentares. A sub‐<br />

bacia U070 também contém as formações Guaritas e Grupo Bom Jardim. Figura 4<br />

mostra a distribuição das formações geológicas na RHU.<br />

Fonte: Autor<br />

Geomorfologia<br />

Figura 4: Mapa geológico da região hidrográfica do Uruguai.<br />

A RHU tem como relevo característico nas sub‐bacias U010, U020, U100,<br />

U030, U090 e parte das sub‐bacias U040, U110 e U050 o planalto <strong>de</strong> Araucárias. O<br />

40


Planalto da Campanha Gaúcha abrange toda a sub‐bacia U060 e parte das sub‐bacias<br />

U040, U110 e U050. Na sub‐bacia U050 o relevo é constituído <strong>de</strong> Planícies Aluviais,<br />

esta formação também abrange a sub‐bacia U070.<br />

A Depressão Central Gaúcha constitui parte do relevo das sub‐bacias U050,<br />

U070 e U080. Nas sub‐bacias U080 e U070 o relevo predominante é o Planalto Sul‐rio‐<br />

gran<strong>de</strong>nse. A bacia do Uruguai situa‐se basicamente na província geomorfológica do<br />

Planalto como as bacias hidrográficas do Apuaê Inhandava, do <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, do rio<br />

Piratinim e a bacia hidrográfica Turvo‐Santa Rosa‐Santo Cristo, do rio Piratinim. Uma<br />

menor parcela, abrangendo parte da sub‐bacia do Ibicuí, correspon<strong>de</strong> à Depressão<br />

Central como a bacia do rio Negro. A Bacia Hidrográfica Santa Maria abrange as<br />

Províncias Geomorfológicas Planalto Meridional e Depressão Central.<br />

O Planalto, na margem esquerda do rio Uruguai, está no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e, na<br />

margem direita, está em Santa Catarina. É um planalto arenítico‐basáltico, caracterizado<br />

por rochas vulcânicas basálticas e ácidas, Nas Missões, basicamente as bacias U030 e<br />

U090 (RS), o relevo predominante é entre suavemente ondulado (<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 a<br />

8%) e ondulado (<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a 16%), com elevações arredondadas (coxilhas) e<br />

vertentes <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> metros. No Planalto Médio, porção norte, bacias U100, o<br />

relevo é ondulado a forte‐ondulado (<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a 16% e 16 a 32 %,<br />

respectivamente), com elevações <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas a centenas <strong>de</strong> metros. Na porção sul, na<br />

bacia do Ibicuí (U050), on<strong>de</strong> ocorre o arenito, o relevo é ondulado (8 a 16% <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, com elevações arredondadas, formando, entre si, <strong>de</strong>pressões on<strong>de</strong> a<br />

drenagem é dificultada.<br />

Nas bacias U010, U020, U100 e parte da U030, <strong>de</strong>senvolvem‐se as sub‐regiões<br />

do Alto Uruguai e Campos <strong>de</strong> Cima da Serra. No Alto Uruguai, o relevo é forte‐<br />

ondulado a montanhoso (<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16 a 32% e mais), apresentando muitos vales<br />

em forma <strong>de</strong> “V”. Nos Campos <strong>de</strong> Cima da Serra, o relevo caracteriza‐se por apresentar<br />

coxilhas alongadas, com <strong>de</strong>clives suaves na região <strong>de</strong> Vacaria e fortes no município <strong>de</strong><br />

Bom Jesus.<br />

O perfil escalonado do rio Uruguai afeta a formação <strong>de</strong> enchentes. Um dos seus<br />

formadores, o rio Pelotas, <strong>de</strong>sce cerca <strong>de</strong> 840 m em 450 km. Após a confluência com o<br />

rio Canoas, o Rio Uruguai apresenta uma <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 0,9 m/km até Itá,<br />

baixando para 0,3 m/km no trecho subsequente até Porto Xavier, e, posteriormente para<br />

0,1 m/km até Uruguaiana. Esta diminuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s favorece o abatimento dos<br />

41


picos na propagação das cheias até São Borja, Itaqui e Uruguaiana, mas prolonga o<br />

tempo <strong>de</strong> permanência em cotas altas no caso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s inundações. A Figura 5<br />

apresenta a geomorfologia característica da RHU.<br />

Fonte: Autor<br />

Pedologia<br />

Figura 5: Mapa <strong>de</strong> relevo da Região Hidrográfica do Uruguai.<br />

A RHU possui basicamente nas sub‐bacias U010, U020, U100, U030 e U040 as<br />

classe <strong>de</strong> solo: Planossolo Eutrófilco, Latossolo Roxo Distrófico e solos Podzólicos<br />

42


Distróficos. Na sub-bacia U040 ainda encontra‐se o solo Terra Roxa Estruturada<br />

Distrófica e Eutrófica.<br />

A sub‐bacia U060 possui duas classes <strong>de</strong> solo: Brunizem e litólicos Eutrófico. A<br />

sub‐bacia U050 também possui estas duas classes <strong>de</strong> solo e também os solos Terra Roxa<br />

Estruturada Eutrófica, Latossolo Vermelho Escuro Distrófico, Podzólico Bruno<br />

Aci<strong>de</strong>ntado Eutrófico, Solo Litólico Eutrófico e o Solo Terra Roxa Estruturada<br />

Distrófica.<br />

Os solos profundos sem pedregosida<strong>de</strong> ou rochosida<strong>de</strong> integram solos com<br />

relevo ondulado e bem drenados. Nesta categoria agrupam‐se os solos Latosol Bruno,<br />

Latosol Húmico, Latosol Roxo, Latosolo Vermelho‐Escuro, Latosolo Vermelho‐<br />

Amarelo, Podzólico Vermelho‐Amarelo, principalmente. Na bacia do Uruguai, é a<br />

categoria predominante.<br />

Os solos hidromórficos reúnem os solos das bacias sedimentares, com uma<br />

topografia plana ou suavemente ondulada, e apresentam, normalmente, problemas <strong>de</strong><br />

drenagem, sem ocorrência <strong>de</strong> pedregosida<strong>de</strong>. A Figura 6 apresenta o mapa <strong>de</strong> solos da<br />

RHU.<br />

43


Fonte: Autor<br />

Clima<br />

Figura 6: Mapa <strong>de</strong> Solos da RHU.<br />

Segundo o sistema <strong>de</strong> Köppen, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul se enquadra na zona<br />

fundamental temperada ou "C" e no tipo fundamental 'Cf" ou temperado úmido. No<br />

Estado este tipo "Cf" se subdivi<strong>de</strong> em duas varieda<strong>de</strong>s específicas, ou seja, "Cfa" e<br />

"Cfb" (MORENO, 1961).<br />

A varieda<strong>de</strong> "Cfa" se caracteriza por apresentar chuvas durante todos os meses do ano e<br />

possuir a temperatura do mês mais quente superior a 22°C, e a do mês mais frio superior<br />

a 3°C. A varieda<strong>de</strong> "Cfb" também apresenta chuvas durante todos os meses do ano,<br />

44


tendo a temperatura do mês mais quente inferior a 22°C e a do mês mais frio superior a<br />

3°C. O clima CfaII1a tem isoterma anual superior a 18 ºC e caracteriza regiões com<br />

altitu<strong>de</strong>s entre 400 e 600m. O clima CfaII2a, tem a mesma isoterma, mas caracteriza<br />

regiões com altitu<strong>de</strong>s inferiores a 400 m. As sub‐bacias U030, U040, U050, U060,<br />

U090, U100 e U110 estão localizadas na região <strong>de</strong> clima subtropical Cfa. A sub‐bacia<br />

U020 apresenta os climas CfaII2a e CfaII1a com temperatura média do mês mais quente<br />

superior a 22º C. A Figura 7 mostra, segundo a classificação <strong>de</strong> Köppen que a bacia do<br />

Uruguai tem um clima predominante temperado subtropical Cfa, com o restante estando<br />

sob um clima Cfb. Mais especificamente aquelas com clima Cfb, teriam a variante Ia,<br />

pois as altitu<strong>de</strong>s predominantes estão acima dos 600m.<br />

Fonte: Autor<br />

Figura 7: Mapa do Clima da RHU.<br />

45


Vegetação<br />

Segundo mapa esquemático do IBGE a vegetação do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (RS), e<br />

do vale do Uruguai catarinense, foi classificada em oito categorias: Estepe; Floresta<br />

Estacional Decidual; Floresta Ombrófila Mista; Floresta Ombrófila Densa; Floresta<br />

Estacional Semi‐Decidual; Restinga; Savana Estépica; Savana (Cerrado).<br />

A região da Floresta Estacional Decidual é caracterizada por duas estações<br />

climáticas bem <strong>de</strong>marcadas. No RS, embora o clima seja ombrófilo, possui uma curta<br />

época muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalida<strong>de</strong> fisiológica da<br />

floresta.<br />

De modo geral, as espécies integrantes da Floresta Estacional da região do rio<br />

Uruguai são as mesmas da encosta sul do planalto, mas apesar disso, ocorre certo<br />

número <strong>de</strong> espécies próprias. A canafístula (Peltophorum dubium) e o timbó (Ateleia<br />

glazioviana), por exemplo, são espécies características da Floresta do Alto Uruguai.<br />

Este tipo <strong>de</strong> formação fitogeográfica ocorre em uma gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> terras<br />

integrantes das Bacias do Guaíba e Uruguai, distribuindo‐se por várias sub‐bacias, entre<br />

elas po<strong>de</strong>mos citar: U030, U100 e U020.<br />

A vegetação <strong>de</strong> Estepe <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma dupla estacionalida<strong>de</strong>: uma fisiológica,<br />

provocada pelo frio das frentes polares e outra seca, mais curta, com déficit hídrico,<br />

com homologia fitofisionômica. A bacia do Ibicuí é caracterizada por uma vegetação<br />

essencialmente campestre, po<strong>de</strong>ndo estar separada em três subgrupos <strong>de</strong> formação:<br />

arborizada (rarefeita), parque (campo sujo) e gramíneo‐lenhosa (campo limpo).<br />

De acordo com Veloso & Góes Filho (1982), no extremo meridional do Rio<br />

gran<strong>de</strong> do Sul (ao sul dos eixos aproximados Bagé‐Rosário do Sul, Alegrete‐São Borja)<br />

esten<strong>de</strong>m‐se amplas superfícies conservadas do Planalto da Campanha e da Depressão<br />

do Rio Ibicuí‐Rio Negro, com relevo aplainado a ondulado e dominância <strong>de</strong> solos<br />

<strong>de</strong>rivados dos <strong>de</strong>rrames basálticos e <strong>de</strong> diversas formações litológicas sedimentares.<br />

Revestindo estas feições geomorfológicas <strong>de</strong>senvolvem‐se formações campestres<br />

classificadas pelo Projeto RADAMBRASIL como Estepe.<br />

Os chamados Campos da Campanha, localizados em altitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 300 m,<br />

apresentam uma gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formações vegetais, constituídas pelas famílias<br />

das gramíneas, compostas e leguminosas. Este tipo <strong>de</strong> formação fitogeográfica ocorre,<br />

46


em sua maioria, na região hidrográfica do Uruguai, nas sub‐bacias U110, U050, U060,<br />

U070 e U080.<br />

A Floresta Estacional Decidual, ou Tropical Caducifólia, está adaptada ao<br />

contraste climático invernoverão, apresentando estrato arbóreo predominantemente<br />

caducifólio, com boa parte das árvores <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> folhagem na época <strong>de</strong>sfavorável.<br />

Acompanha a vertente, do fundo <strong>de</strong> vale às encostas, em quatro formações: aluvial,<br />

terras baixas, submontana e montana. Na bacia do Uruguai, localiza‐se basicamente na<br />

sub‐bacia U020, U030 e U100.<br />

A Floresta Ombrófila Mista é a Floresta <strong>de</strong> Araucária ou Mata <strong>de</strong> Pinheiros, que<br />

ocorre em regiões do Planalto Meridional Brasileiro com temperatura média <strong>de</strong> 18oC,<br />

mas com alguns meses bastante frios, ou seja, três a seis meses com temperatura média<br />

abaixo dos 15 °C. As formações são: aluvial, submontana, montana e alto ‐ montana. Na<br />

bacia do Uruguai a maior concentração é nas sub‐bacias do su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Santa Catarina e<br />

U010 no estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, mas está presente também nas subbacias U020 e<br />

U100.<br />

Na Figura 8 po<strong>de</strong>‐se ver a distribuição <strong>de</strong>stas categorias na bacia do Uruguai.<br />

Estão fora as categorias <strong>de</strong> Floresta Estacional Semi‐Decidual, Restinga e Floresta<br />

Ombrófila Densa. Estão presentes, portanto, as categorias <strong>de</strong> Estepe, Floresta Estacional<br />

Decidual, Floresta Ombrófila Mista, Savana Estépica e Savana (Cerrado). A bacia<br />

apresentava, originalmente, nas nascentes do rio Uruguai, os Campos e a Mata com<br />

Araucária e, na direção sudoeste a Mata do Alto Uruguai, Mata Atlântica.<br />

47


Fonte: Autor<br />

Figura 8: Mapa da Vegetação da RHU.<br />

A Savana Estépica <strong>de</strong>signa uma vegetação <strong>de</strong> características tropicais e<br />

estépicas. Possui cobertura arbórea composta <strong>de</strong> elementos fanerofíticos, camefíticos<br />

espinhosos e várias cactáceas, cobrindo um strato graminoso. Na bacia do Uruguai<br />

concentra‐se na bacia do Ibirapuitã (sub‐bacia U050) e nas bacias contribuintes ao rio<br />

Uruguai entre São Borja e Itaqui (sub‐bacia U090).<br />

48


Hidrogeologia<br />

A bacia do Uruguai é consistida quase na totalida<strong>de</strong> do sistema aqüífero Serra<br />

Geral. O sistema dividi‐se em Sistema Aqüífero Serra Geral 1 e Serra Geral 2, em<br />

algumas regiões constitui‐se do Sistema Aqüífero Botucatu Guará e do Sistema<br />

Aqüífero Sanga do Cabral Pirambóia. A sub‐bacia U110 constitui‐se <strong>de</strong> uma pequena<br />

faixa sistema aqüífero Botucatu/Serra Geral 3.<br />

A formação litológica do Sistema Aqüífero Serra Geral 1 é formada<br />

principalmente <strong>de</strong> rochas basálticas, amigdalói<strong>de</strong>s e fraturas, capeadas por espesso solo<br />

avermelhado. O Sistema Aqüífero Serra Geral 1 abrange na RHU aproximadamente a<br />

totalida<strong>de</strong> das sub‐bacias U020, U030, U040 e U090 U100 e parte da oeste da sub‐bacia<br />

U010.<br />

O sistema Aqüífero Serra Geral 2 tem como litológicas predominantes riolitos,<br />

riodacitos e menor proporção, basaltos fraturados. O sistema abrange o leste da sub‐<br />

bacia U010, o oeste da sub‐bacia U050 e quase a totalida<strong>de</strong> das sub‐bacias U060 e<br />

U110. A sub‐bacia U050 é constituída ainda pelo Sistema Aqüífero Botucatu Guará 1 e<br />

pelo Sistema aquífero Sanga do Cabral Pirambóia. O sistema aquífero Botucatu Guará 1<br />

tem sua formação litológica composta por arenitos médios a finos, quartzosos, róseos a<br />

avermelhados, apresentando intercalações pelíticas e cimento argiloso na unida<strong>de</strong><br />

Guará.<br />

O sistema aqüífero Sanga do Cabral que constitui também a sub‐bacia U050 tem<br />

a formação litológica predominante composta <strong>de</strong> camadas síltico ‐ arenosas<br />

avermelhadas com matriz argilosa e arenitos finos a muito finos, avermelhados, com<br />

cimento calcífero.<br />

No sistema Botucatu/Serra Geral 3 as litologias po<strong>de</strong>m ser localmente ácidas<br />

(riolitos e riodacitos) ou básicas (basaltos). Os fraturamentos mesmo quando intensos<br />

são <strong>de</strong>scontínuos <strong>de</strong>vido à dissecação. Não é recomendável a perfuração <strong>de</strong> poços<br />

tubulares nessas regiões isoladas e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. As águas das fontes são <strong>de</strong> baixa<br />

salinida<strong>de</strong>. A Figura 9 apresenta a distribuição das sub‐bacias do Uruguai e a<br />

abrangência <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> hidrogeológica nas sub‐bacias.<br />

49


Figura 9: Unida<strong>de</strong>s Hidrogeológicas da região hidrográfica do Uruguai.<br />

Fonte: Autor<br />

2.8 Seleção e Análise dos Dados Utilizados no Estudo<br />

Para a realização do estudo foram utilizados dados fluviométricos e<br />

pluviométricos pertencentes à re<strong>de</strong> hidrometeorológica da ANA. Inicialmente, foram<br />

coletados e sistematizados os dados fluviométricos disponíveis para as bacias<br />

hidrográficas da Região Hidrográfica do Uruguai no Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

obtidos a partir do banco <strong>de</strong> dados Hidroweb da ANA. Este levantamento preliminar<br />

i<strong>de</strong>ntificou 65 estações com dados disponíveis.<br />

50


Após a obtenção dos dados, elaborou-se uma matriz <strong>de</strong> dados das estações<br />

fluviométricas (Anexo B), objetivando a caracterização dos períodos <strong>de</strong> dados<br />

disponíveis em todas as estações. A partir disto, a <strong>de</strong>finição das estações fluviométricas<br />

efetivamente utilizadas no estudo baseou-se na amplitu<strong>de</strong> das suas séries históricas,<br />

on<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rou para o estudo, as estações com pelo menos cinco anos <strong>de</strong> registros<br />

completos, ainda que algumas apresentassem muitas falhas e/ou diferentes períodos <strong>de</strong><br />

observação, buscando-se com isso, abranger a maior extensão territorial possível para a<br />

região analisada. De acordo com Eletrobrás (1985a), o número mínimo <strong>de</strong> anos <strong>de</strong>ve ser<br />

3 a 4 vezes maior do que o número <strong>de</strong> variáveis utilizadas no estudo, <strong>de</strong> modo que um<br />

período maior acaba por influenciar nos resultados da regressão (ELETROBRAS,<br />

1985a).<br />

Com base nestas <strong>de</strong>finições, foram selecionadas 56 estações fluviométricas da<br />

ANA com dados consistidos, localizadas na Região Hidrográfica do Uruguai. As<br />

principais informações <strong>de</strong>scritivas <strong>de</strong>stas estações bem como sua localização estão<br />

apresentadas no Quadro 1 e Figura 10 a seguir.<br />

51


Quadro 1: Estações fluviométricas selecionadas no estudo<br />

Estação Latitu<strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong> Nome da estação Curso d'Água UF Município<br />

N° <strong>de</strong> anos<br />

com dados<br />

completos<br />

70200000 -28,4475486 -50,29418844 INVERNADA VELHA Rio Pelotas RS Bom Jesus 36<br />

70700000 -28,21085301 -50,75868487 PASSO SOCORRO Rio Pelotas RS Vacaria 59<br />

72300000 -27,50219664 -51,71081561 PASSO DO VIRGILIO Rio Pelotas RS Machadinho 17<br />

72400000 -27,93366296 -51,73282265 PASSO SÃO GERALDO Rio Forquilha ou Inhandava RS Sananduva 20<br />

72430000 -27,87676239 -51,75119019 PASSO DO GRANZOTTO Rio Forquilha ou Inhandava RS Sananduva 47<br />

72530000 -28,06559456 -51,91466966 PASSO DO LIGEIRO Rio Apue ou Ligeiro RS Ibiaçá 37<br />

72580000 -27,92696141 -52,0898541 PONTE DO RIO TAPEJARA Rio Tapejara RS Getúlio Vargas 32<br />

72630000 -27,70533142 -51,88483722 PASSO SANTA TEREZA Rio Apue ou Ligeiro RS Paim Filho 45<br />

72680000 -27,55977738 -51,8578457 PASSO COLOMBELLI Rio Apue ou Ligeiro RS Marcelino Ramos 63<br />

73480000 -27,38625854 -52,71998189 PONTE DO RIO PASSO FUNDO Rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong> RS Faxinalzinho 30<br />

74100000 -27,18583736 -53,26695258 IRAÍ Rio Uruguai RS Iraí 43<br />

74205000 -27,81269799 -53,02601712 LINHA CESCON Arroio Caturete RS Sarandi 45<br />

74210000 -27,79742433 -53,0497393 POTREIRO BONITO Rio da Várzea RS Constantina 13<br />

74270000 -27,27487946 -53,31641388 PASSO RIO DA VÁRZEA Rio da Várzea RS Fre<strong>de</strong>rico Westphalen 63<br />

74370000 -27,33288964 -53,64035343 PALMITINHO Rio Guarita RS Palmitinho 42<br />

74450000 -27,66481559 -53,77940814 ENGENHO Rio Turvo RS Santo Augusto 19<br />

74470000 -27,39148993 -53,88028728 TRÊS PASSOS Rio Turvo RS Três <strong>Passo</strong>s 39<br />

74600000 -27,52380888 -54,2298467 CASCATA BURICA Rio Burica RS Horizontina 55<br />

74700000 -27,67231257 -54,46101324 TUCUNDUVA Rio Santa Rosa RS Tucunduva 60<br />

74750000 -27,84460704 -54,5538047 LINHA CASCATA Rio Santo Cristo RS Santa Rosa 39<br />

74800000 -27,85029491 -55,02551910 PORTO LUCENA Rio Uruguai RS Porto Lucena 16<br />

74880000 -28,06341629 -54,75392093 PASSO SÃO JOÃO Rio Comandai RS Cerro Largo 54<br />

74900000 -27,93106647 -54,93747823 LINHA UNIÃO Rio Comandai RS Porto Lucena 34<br />

75155000 -28,28414499 -53,77907936 PASSO FAXINAL Rio Ijuí RS Ijuí 58<br />

75185000 -28,37695660 -53,87200251 PONTE NOVA DO POTIRIBU Rio Potiribu RS Ijuí 29<br />

75200000 -28,45508028 -53,97065051 CONCEIÇÃO Rio Conceição RS Ijuí 55<br />

75205000 -28,38342830 -54,03139916 PONTE NOVA DO CONCEIÇÃO Rio Conceição RS Coronel Barros 27<br />

75230000 -28,35337381 -54,26872648 SANTO ANGELO Rio Ijuí RS Entre-Ijuis 59<br />

75295000 -28,38893819 -54,33088332 COLÔNIA MOUSQUER Rio Ijuizinho RS Santo Ângelo 29<br />

52


Estação Latitu<strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong> Nome da estação Curso d'Água UF Município<br />

N° <strong>de</strong> anos<br />

com dados<br />

completos<br />

75300000 -28,21656196 -54,59895344 PASSO VIOLA Rio Ijuí RS Caibaté 28<br />

75320000 -28,17751064 -54,74143084 PONTE MÍSTICA Rio Ijuí RS São Luiz Gonzaga 41<br />

75270000 -28,78177438 -53,98458611 PONTE QUEIMADA Rio Ijuizinho RS Santo Ângelo 9<br />

75400000 -28,64758414 -54,46741036 PASSO DO DIAS Rio Piratinim RS Santo Ângelo 51<br />

75430000 -28,73450661 -54,63974380 PASSO MAJOR ZEFERINO Arroio Inhacapetum RS Santo Ângelo 36<br />

75550000 -28,18248585 -55,64333805 GARRUCHOS Rio Uruguai RS São Borja 22<br />

75600000 -28,83337648 -54,85362613 PASSO DAS TURMAS Rio Icamaqua RS Santiago 26<br />

75700000 -28,67957687 -55,58034897 PASSO DO NOVO Rio Icamaqua RS São Borja 19<br />

75830000 -29,01409091 -55,68111961 PASSO DO BUTUI Rio Butui RS Itaqui 5<br />

75450000 -29,56652798 -54,91001864 PASSO SANTA MARIA Rio Piratinim RS Bossoroca 41<br />

76077000 -29,38139552 -54,01495361 USINA QUEBRA DENTE Rio Ibiquí-Mirim RS Julio <strong>de</strong> Castilhos 7<br />

76085000 -29,42806617 -54,05397045 CACHOEIRA 5 VEADOS Rio Toropi RS Santa Maria 25<br />

76100000 -29,55665957 -54,34393693 VILA CLARA Rio Toropi RS São Pedro Do Sul 60<br />

76120000 -29,65454018 -54,46667617 PONTE TOROPI Rio Toropi RS São Vicente Do Sul 19<br />

76300000 -30,27941894 -54,90488438 PONTE IBICUI DA ARMADA Rio Ibicui Da Armada RS Rosário Do Sul 28<br />

76310000 -30,24231286 -54,91383363 ROSÁRIO DO SUL Rio Santa Maria RS Rosário Do Sul 36<br />

76360001 -30,1072199 -54,63350596 AZEVEDO SODRÉ Rio Cacequi RS São Gabriel 7<br />

76380000 -29,90261117 -54,83735792 CACEQUI Rio Cacequi RS Cacequi 30<br />

76440000 -29,4988917 -54,68830208 JAGUARI Rio Jaguarí RS Jaguari 53<br />

76490000 -29,68379573 -54,94923263 PASSO DO LORETO Rio Jaquarizinho RS Jaguari 15<br />

76600000 -29,44724274 -55,74314499 PASSO DO ITAUM Rio Ibiqui RS São Francisco <strong>de</strong> Assis 12<br />

76700000 -29,97308162 -55,74786009 PASSO DOS BRITOS Rio Ibirapuitã RS Alegrete 6<br />

76750000 -29,76675384 -55,78952598 ALEGRETE Rio Ibirapuitã RS Alegrete 55<br />

76800000 -29,30833333 -56,05326462 PASSO MARIANO PINTO Rio Ibicuí RS Itaqui 43<br />

77150000 -29,74167222 -57,09467810 URUGUAIANA Rio Uruguai RS Uruguaiana 28<br />

79400000 -31,53396129 -54,29483280 ESTÂNCIA DO ESPANTOSO Rio Negro RS Bagé 8<br />

53


Fonte: Autor.<br />

Figura 10: Mapa com a localização das estações fluviométricas utilizadas no estudo<br />

54


2.9 Obtenção das Variáveis In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes Testadas<br />

As variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou explicativas representam as gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

física no âmbito da bacia hidrográfica e têm sido utilizadas para explicar o<br />

comportamento das vazões, sendo que muitos estudos apontam a área <strong>de</strong> drenagem da<br />

bacia como o parâmetro físico <strong>de</strong> maior importância para quantificar a produção hídrica<br />

e a escala das vazões características (LEMOS, 2006; OLIVEIRA, 2008; FERREIRA,<br />

2010).<br />

Neste estudo, optou-se por utilizar as variáveis Área <strong>de</strong> drenagem (Ad), o<br />

Comprimento do rio principal (L) e a Declivida<strong>de</strong> média do rio principal (S), as quais<br />

foram obtidas conforme a <strong>de</strong>scrição a seguir:<br />

Área <strong>de</strong> drenagem (Ad)<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação das sub-bacias hidrográficas (no estudo <strong>de</strong><br />

regionalização, enten<strong>de</strong>-se por sub-bacia hidrográfica a área <strong>de</strong> drenagem<br />

correspon<strong>de</strong>nte a cada uma das estações fluviométricas) fez uso da ferramenta<br />

ArcHydro, do ArcGIS, que necessitou da base <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> “direção <strong>de</strong> fluxo” e “fluxo<br />

acumulado”, obtidas durante a etapa <strong>de</strong> processamento do Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> Elevação<br />

(MDE), e da localização <strong>de</strong> cada uma das estações fluviométricas da região em análise.<br />

Esta Ad obtida com o geoprocessamento dos dados foi comparada com aquela<br />

disponível para cada estação fluviométrica disponibilizada no Hidroweb. Não foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas variações significativas entre as duas estimativas <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> drenagem,<br />

optando-se pela utilização das áreas <strong>de</strong> drenagem geoprocessadas no estudo.<br />

Comprimento do rio principal (L)<br />

A partir dos dados <strong>de</strong> “direção <strong>de</strong> fluxo” e “fluxo acumulado” buscou-se<br />

<strong>de</strong>terminar visualmente os rios que drenavam a maior área da bacia, efetuando, <strong>de</strong><br />

forma manual, a seleção dos trechos a serem analisados. Com o auxílio da ferramenta<br />

XTools Pro, em ambiente ArcGIS, foram obtidos os valores dos comprimentos dos rios,<br />

correspon<strong>de</strong>ntes ao somatório dos valores dos trechos, para cada área <strong>de</strong> drenagem.<br />

55


Declivida<strong>de</strong> média do rio principal (S)<br />

Com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção dos valores <strong>de</strong> cotas dos pontos extremos dos cursos<br />

<strong>de</strong> água, foram utilizados os rios principais selecionados para cada área <strong>de</strong> drenagem e o<br />

MDE da área correspon<strong>de</strong>nte, com as <strong>de</strong>pressões <strong>de</strong>vidamente preenchidas. Em<br />

ambiente ArcGIS, estes dados <strong>de</strong> entrada sofreram um processo <strong>de</strong> interpolação a partir<br />

da opção Interpolate Shape, item da ferramenta 3D Analyst. Com o produto <strong>de</strong>ste<br />

processo, realizou-se um procedimento para obtenção <strong>de</strong> dois pontos, um no início e<br />

outro no final, na linha correspon<strong>de</strong>nte a cada rio. Estes pontos representaram as cotas<br />

iniciais e finais. As diferenças entre estes valores, divididas pelos respectivos<br />

comprimentos, forneceram as <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s entre a nascente e a foz.<br />

O Quadro 2 a seguir apresenta os valores <strong>de</strong> Ad, L e S.<br />

Quadro 2: Variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes utilizados no estudo.<br />

Estação Nome da estação Ad (km²) L (km) S (m/km)<br />

70200000 INVERNADA VELHA 2841 196 3,3<br />

70700000 PASSO SOCORRO 8400 271 2,8<br />

72300000 PASSO DO VIRGILIO 29114 453 1,6<br />

72400000 PASSO SÃO GERALDO 1499 70 2,9<br />

72430000 PASSO DO GRANZOTTO 1604 93 2,3<br />

72530000 PASSO DO LIGEIRO 456 45 5,2<br />

72580000 PONTE DO RIO TAPEJARA 1076 91 3,2<br />

72630000 PASSO SANTA TEREZA 2775 190 1,6<br />

72680000 PASSO COLOMBELLI 3678 225 1,6<br />

73480000 PONTE DO RIO PASSO FUNDO 3709 188 1.9<br />

74100000 IRAÍ 62199 798 0,9<br />

74205000 LINHA CESCON 454 38 5,6<br />

74210000 POTREIRO BONITO 3012 196 1,1<br />

74270000 PASSO RIO DA VÁRZEA 5356 346 0,9<br />

74370000 PALMITINHO 2057 170 2,1<br />

74450000 ENGENHO 892 95 1,2<br />

74470000 TRÊS PASSOS 1538 175 1,7<br />

74600000 CASCATA BURICA 2265 138 1,3<br />

74700000 TUCUNDUVA 1139 125 1,6<br />

74750000 LINHA CASCATA 337 33 4,3<br />

74800000 PORTO LUCENA 85809 1174 0,7<br />

74880000 PASSO SÃO JOÃO 816 100 1,9<br />

74900000 LINHA UNIÃO 1248 165 1,1<br />

75155000 PASSO FAXINAL 2003 100 2<br />

75185000 PONTE NOVA DO POTIRIBU 629 60 1,8<br />

56


Estação Nome da estação Ad (km²) L (km) S (m/km)<br />

75200000 CONCEIÇÃO 805 68 2,1<br />

75205000 PONTE NOVA DA CONCEIÇÃO 966 93 1,5<br />

75230000 SANTO ANGELO 5414 236 1,1<br />

75270000 PONTE QUEIMADA 939 53 1,3<br />

75295000 COLÔNIA MOUSQUER 2131 180 1<br />

75300000 PASSO VIOLA 8883 327 0,8<br />

75320000 PONTE MÍSTICA 9426 364 0,8<br />

75400000 PASSO DO DIAS 936 70 2<br />

75430000 PASSO MAJOR ZEFERINO 890 73 1,6<br />

75600000 PASSO DAS TURMAS 388 43 3<br />

75700000 PASSO DO NOVO 3700 165 1,4<br />

75830000 PASSO DO BUTUI 207 18 2,4<br />

76077000 USINA QUEBRA DENTE 891 58 4,1<br />

76085000 CACHOEIRA 5 VEADOS 1527 73 3,2<br />

76100000 VILA CLARA 2765 116 2,9<br />

76120000 PONTE TOROPI 3380 153 2,2<br />

76300000 PONTE IBICUI DA ARMADA 6015 166 0,4<br />

76310000 ROSÁRIO DO SUL 12164 225 0,3<br />

76360001 AZEVEDO SODRÉ 1220 33 2,2<br />

76380000 CACEQUI 1843 75 1,3<br />

76440000 JAGUARI 2317 165 1,9<br />

76490000 PASSO DO LORETO 4636 210 1,7<br />

76600000 PASSO DO ITAUM 31099 495 0,2<br />

76700000 PASSO DOS BRITOS 3166 155 0,7<br />

76742000 PASSO DO OSÓRIO 1168 78 1,5<br />

76750000 ALEGRETE 5993 200 0,7<br />

76800000 PASSO MARIANO PINTO 42589 540 0,2<br />

75450000 PASSO SANTA MARIA 3277 175 1,3<br />

77150000 URUGUAIANA 163547 1561 0,5<br />

77500000 QUARAÍ 4570 202 0,5<br />

79400000 ESTÂNCIA DO ESPANTOSO 1172 30 0,9<br />

Fonte: Autor.<br />

2.10 Processamento dos Dados Hidrológicos<br />

Para o processamento das séries <strong>de</strong> dados disponíveis foi utilizado o programa<br />

SisCAH 1.0 (Sistema Computacional para Análises Hidrológicas), <strong>de</strong>senvolvido e<br />

disponibilizado pelo Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Recursos Hídricos (GPRH), vinculado ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia Agrícola (DEA) da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa<br />

57


(UFV). Com o uso do SisCAH 1.0 2 foi possível importar dados diretamente do banco <strong>de</strong><br />

dados Hidroweb, e a partir <strong>de</strong>stes, obter as curvas <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> cada estação.<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> séries históricas em estudos <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões, duas<br />

abordagens po<strong>de</strong>m ser adotadas. A primeira se refere ao uso <strong>de</strong> séries homogêneas<br />

(coinci<strong>de</strong>ntes), na qual todas as estações utilizadas <strong>de</strong>vem ter registros observados ou<br />

preenchidos para um período base comum. No entanto há uma <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> se fazer<br />

uso <strong>de</strong>ste período homogêneo, consi<strong>de</strong>rando-se que todas as observações que se<br />

encontrarem fora do período base <strong>de</strong>finido serão <strong>de</strong>scartadas (ELETROBRAS, 1985;<br />

CRUZ, 2001).<br />

Outra abordagem utilizada consiste no uso <strong>de</strong> dados sem que nenhum período<br />

base seja <strong>de</strong>finido. Esta forma <strong>de</strong> trabalhar com os dados fluviométricos permite utilizar<br />

todas as estações com registros observados, consi<strong>de</strong>rando um período mínimo com<br />

dados observados por estação, sem que haja perda <strong>de</strong> informações.<br />

Para a <strong>de</strong>finição do período histórico e obtenção das curvas <strong>de</strong> permanência, o<br />

presente estudo consi<strong>de</strong>rou todos os anos com dados completos disponíveis, sem que<br />

um período base comum a todas as estações fosse <strong>de</strong>finido, <strong>de</strong>scartando-se os anos com<br />

registros incompletos ou inexistentes. Essa forma <strong>de</strong> calcular a curva, conforme <strong>de</strong>scrito<br />

por Cruz (2001), é i<strong>de</strong>ntificada como método toda série e possibilita a obtenção <strong>de</strong> uma<br />

única curva <strong>de</strong> permanência, <strong>de</strong>nominada curva <strong>de</strong> permanência empírica total, com<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência das vazões em relação ao período da amostra.<br />

Neste estudo, a partir da importação da série <strong>de</strong> dados das vazões <strong>de</strong> cada<br />

estação fluviométrica, estas séries foram manipuladas no programa SisCAH, on<strong>de</strong> os<br />

resultados possibilitaram i<strong>de</strong>ntificar o período <strong>de</strong> dados observados disponíveis e obter a<br />

variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte curva <strong>de</strong> permanência e, consequentemente, a Q90 <strong>de</strong> cada estação<br />

selecionada. A Figura 11 apresenta a interface do programa SisCAH.<br />

2 En<strong>de</strong>reço para download do software: http://www.gprh.ufv.br/?area=softwares<br />

58


Fonte: Autor.<br />

Figura 11: Interface <strong>de</strong> obtenção da curva <strong>de</strong> permanência no SisCAH 1.0.<br />

Após obter a Q90, o SisCAH permitiu exportá-la automaticamente para o<br />

SisCoRV utilizado no estudo, <strong>de</strong> modo que pu<strong>de</strong>sse regionalizá-la consi<strong>de</strong>rando as<br />

diferentes variáveis explicativas.<br />

59


2.11 Método <strong>de</strong> Regionalização Hidrológica Aplicada<br />

Para a regionalização dos dados utilizou-se o programa SisCoRV 1.0 (Sistema<br />

Computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões), o qual permite regionalizar diferentes<br />

variáveis hidrológicas referente às vazões observadas em estações fluviométricas<br />

monitoradas a partir da utilização <strong>de</strong> diferentes métodos (SOUZA, 2009). Na Figura 12<br />

é possível visualizar a plataforma inicial do programa SisCoRV 1.0 e na Figura 13 a tela<br />

com resultados <strong>de</strong> uma simulação.<br />

60


Fonte: Autor.<br />

Figura 12: Interface do programa SisCoRV 1.0<br />

61


Fonte: Autor.<br />

Figura 13: Tela com resultados <strong>de</strong> uma simulação.<br />

Na avaliação realizada neste estudo, empregou-se a análise <strong>de</strong> regressão através<br />

da aplicação do Método Tradicional e, portanto, não se realizou a <strong>de</strong>scrição dos <strong>de</strong>mais<br />

métodos, sendo que tal <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> ser verificada em Sousa (2009). O método<br />

tradicional, proposto pela Eletrobrás (1985a), é um dos mais utilizados em estudos <strong>de</strong><br />

62


egionalização e o que tem apresentado sistematicamente os resultados mais<br />

satisfatórios em diversos estudos. Este método apresenta como característica principal a<br />

utilização <strong>de</strong> equações <strong>de</strong> regressão múltipla aplicadas a regiões com comportamento<br />

hidrológico semelhante, <strong>de</strong> modo a obter as vazões em qualquer posição da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

drenagem da região em estudo consi<strong>de</strong>rando diferentes variáveis explicativas. Este<br />

método po<strong>de</strong> ser aplicado às vazões mínimas, máximas, curva <strong>de</strong> regularização e curva<br />

<strong>de</strong> permanência.<br />

O estudo <strong>de</strong> regionalização realizado foi baseado na hipótese <strong>de</strong> que a curva <strong>de</strong><br />

permanência representa o risco ou probabilida<strong>de</strong> no período da amostra. Nesta hipótese,<br />

tradicionalmente utilizado em hidrologia, a frequência <strong>de</strong> excedência foi calculada pelo<br />

processamento conjunto <strong>de</strong> toda série histórica <strong>de</strong> vazões disponíveis para as estações com<br />

no mínimo 5 anos <strong>de</strong> registros completos, obtendo-se uma única vazão <strong>de</strong> permanência Q90<br />

para cada estação. Inicialmente o estudo também consi<strong>de</strong>rou a vazão Q95, entretanto, como<br />

os resultados foram muito semelhantes aos da Q90, e <strong>de</strong>vido a isso, não foram consi<strong>de</strong>rados<br />

neste trabalho.<br />

2.11.1 I<strong>de</strong>ntificação das Regiões Hidrologicamente Homogêneas e obtenção das<br />

Equações Regionais<br />

A <strong>de</strong>finição das regiões com comportamento hidrológico semelhante buscou,<br />

inicialmente, i<strong>de</strong>ntificar as similarida<strong>de</strong>s das características referentes à distribuição<br />

espacial das estações, climatologia, geologia, geomorfologia, hidrologia e pedologia da<br />

região em estudo, utilizando-se para tanto, mapas das características físicas da Região<br />

Hidrológica do Uruguai e da espacialização das estações selecionadas.<br />

A metodologia <strong>de</strong> regionalização empregada para <strong>de</strong>finição das RHH consistiu<br />

em utilizar diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão, consi<strong>de</strong>rando a correlação entre as<br />

variáveis explicativas <strong>de</strong>finidas neste estudo (área <strong>de</strong> drenagem, comprimento do rio<br />

principal e <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> média do rio principal) e a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (Q90). Os<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão disponibilizados pelo programa SisCoRV e utilizados no estudo<br />

são apresentados a seguir, da Equação 3 a Equação 7:<br />

63


Mo<strong>de</strong>lo linear<br />

Q = ßo + ß1X1 + ß2 X2 + ... ßn Xm Equação 3<br />

Mo<strong>de</strong>lo potencial<br />

Q = ßo X1 ß1 X2 ß2 +... Xm ßn<br />

Mo<strong>de</strong>lo exponencial<br />

(ß0 + ß1 X1 + ß2 X2 +... ßn Xm)<br />

Q = e<br />

Mo<strong>de</strong>lo logarítmico<br />

Q = ßo+ß1lnX1+ß2lnX2 +... ßnlnXm<br />

Mo<strong>de</strong>lo recíproco<br />

Q = (ßo + ß1 X1 + ß2 X2 +... ßn Xm) -1<br />

Equação 4<br />

Equação 5<br />

Equação 6<br />

Equação 7<br />

On<strong>de</strong>, Q representa a vazão estimada pelo mo<strong>de</strong>lo, ßo correspon<strong>de</strong> ao valor da constante do<br />

mo<strong>de</strong>lo, ß1, ß2, ß3 e ßn correspon<strong>de</strong>m aos coeficientes das variáveis explicativas e X1, X2, X3e Xn<br />

correspon<strong>de</strong>m às variáveis explicativas.<br />

Para a escolha das variáveis explicativas que efetivamente seriam utilizadas,<br />

testes <strong>de</strong> correlação linear foram realizados <strong>de</strong> modo a i<strong>de</strong>ntificar a contribuição que as<br />

variáveis Área <strong>de</strong> drenagem, Comprimento do rio principal e Declivida<strong>de</strong> média do rio<br />

principal proporcionariam ao estudo <strong>de</strong> regionalização ora apresentado.<br />

Posteriormente, a i<strong>de</strong>ntificação das regiões hidrologicamente homogêneas foi<br />

baseada na análise do ajuste das equações <strong>de</strong> regressão múltipla das vazões para a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90%, obtidas utilizando as características físicas das sub-bacias<br />

selecionadas. Para verificar a a<strong>de</strong>quação do ajuste da função matemática aos dados<br />

observados, existe uma série <strong>de</strong> avaliações objetivas que po<strong>de</strong>m ser utilizadas. Dentre<br />

estas avaliações, as mais utilizadas são o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (R 2 ), o erro padrão<br />

fatorial (σF) e o erro percentual entre valores observados e estimados ou erro relativo<br />

(ER%).<br />

O coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (R 2 ) me<strong>de</strong> a percentagem da explicação da<br />

variação da função <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (neste caso a vazão) pela variação das variáveis<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou explicativas (características físicas, por exemplo). Sua faixa <strong>de</strong><br />

64


variância é adimensional e encontra-se entre -1 e +1, sendo que uma função linear é<br />

mais a<strong>de</strong>quada, quanto mais próximo <strong>de</strong> 1 (em módulo) for o R 2 . No caso <strong>de</strong> R² = 0,<br />

significa que não existe correlação entre as duas variáveis. O coeficiente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação não-ten<strong>de</strong>ncioso é dado pela Equação 8.<br />

On<strong>de</strong> s correspon<strong>de</strong> ao erro padrão dos logaritmos <strong>de</strong> y.<br />

Equação 8<br />

Para R 2 , no entanto, tem-se um aumento <strong>de</strong>ste coeficiente na medida em que se<br />

acrescentam mais variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O maior valor para R 2 é obtido através da<br />

inserção <strong>de</strong> todas as variáveis na equação, mas o melhor mo<strong>de</strong>lo não se utiliza<br />

necessariamente <strong>de</strong> todas as variáveis. Em função <strong>de</strong>ssa falha, utiliza-se o coeficiente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação ajustado R 2 , dado pela Equação 9 (CASTRO e RUHOFF, 2006; TUCCI,<br />

2009).<br />

[ ]<br />

Equação 9<br />

On<strong>de</strong> n correspon<strong>de</strong> ao tamanho amostral e k correspon<strong>de</strong> ao número <strong>de</strong> variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Concomitante a análise do R²a obtido, para a <strong>de</strong>finição das RHH foram analisados<br />

ainda os ajustes obtidos com as diferentes combinações <strong>de</strong> variáveis explicativas, os<br />

quais consi<strong>de</strong>raram também os valores <strong>de</strong> erro padrão fatorial (σF). O σF po<strong>de</strong> ser<br />

compreendido como o erro padrão calculado para a expressão linearizada referente aos<br />

logarítmicos da vazão. Com isso, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer uma expressão para<br />

o intervalo <strong>de</strong> variação da estimativa das vazões e não para seu logarítmico. Para tanto,<br />

faz-se o uso do σF, que é obtido através da Equação 10 a seguir.<br />

Equação 10<br />

On<strong>de</strong>, σF correspon<strong>de</strong> ao erro padrão fatorial; S ao <strong>de</strong>svio padrão e; e = base do logaritmo<br />

neperiano. O R²a e σF foram obtidos diretamente no programa SisCoRV 1.0.<br />

65


Com base no exposto acima, para o R²a os valores foram consi<strong>de</strong>rados<br />

representativos quando iguais ou superiores a 0,90, consistindo em uma análise mais<br />

conservadora. Para os valores do σF, consi<strong>de</strong>rou-se a<strong>de</strong>quados quando os valores<br />

apresentaram-se inferiores a 1,5, conforme <strong>de</strong>screve Eletrobrás (1985a).<br />

Quando estas duas avaliações estatísticas objetivas aten<strong>de</strong>ram aos valores<br />

<strong>de</strong>finidos no estudo, então a região foi confirmada como hidrologicamente homogênea e<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão utilizado foi consi<strong>de</strong>rado satisfatório e, teoricamente, os seus<br />

parâmetros estimados são possíveis <strong>de</strong> serem aplicados na estimativa <strong>de</strong> vazões com<br />

90% <strong>de</strong> permanência.<br />

2.11.2 Comparação entre as vazões Q90 observadas e Q90 estimadas<br />

Mesmo apresentando resultados estatísticos satisfatórios, tais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

regressão po<strong>de</strong>m ter pouca representativida<strong>de</strong> física, com vazões estimadas<br />

apresentando anomalias como vazões negativas, ou ainda superestimativas maiores que<br />

o dobro das vazões observadas e subestimativas inferiores a sua meta<strong>de</strong>.<br />

Sendo assim, faz-se necessário a comparação das diferenças entre os valores <strong>de</strong><br />

vazões estimadas e observadas para cada estação, sendo que neste estudo utilizou-se o<br />

erro percentual (ER%) ou erro relativo entre os valores das vazões observadas e<br />

estimadas pelos mo<strong>de</strong>los, conforme Equação 11 a seguir.<br />

(<br />

) Equação 11<br />

Em que, ER% = Erro percentual ou relativo (%); Qo = Vazão observada (m³/s) e; Qe = Vazão<br />

estimada pelo mo<strong>de</strong>lo (m³/s).<br />

O ER% foi calculado diretamente no SisCoRV e obtido para cada uma das<br />

estações fluviométricas. Conforme mencionado por Eletrobrás (1985a) apud Ferreira<br />

(2010), consi<strong>de</strong>ra-se aceitável erros menores que 30%. Valores negativos (-)<br />

representam superestimativa das vazões enquanto que valores positivos (+) representam<br />

vazões subestimadas pelos mo<strong>de</strong>los.<br />

66


Baseado nesses resultados, po<strong>de</strong>-se inferir quais os conjuntos <strong>de</strong> parâmetros e,<br />

consequentemente, as equações mais indicados <strong>de</strong> serem utilizados nas estimativas <strong>de</strong><br />

vazões em locais sem dados <strong>de</strong>ntro da RHH, consi<strong>de</strong>rando as suas limitações <strong>de</strong><br />

aplicação.<br />

67


3 RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

3.1.1 Obtenção das Vazões <strong>de</strong> Permanência Q90<br />

Para o processamento dos dados hidrológicos e obtenção das vazões <strong>de</strong><br />

permanência consi<strong>de</strong>radas, foi utilizado o programa SisCAH, o qual possibilitou a<br />

manipulação rápida e eficaz dos dados <strong>de</strong> vazões importados diretamente do website do<br />

Hidroweb.<br />

Com análise das séries históricas <strong>de</strong> vazões observadas nas estações, o programa<br />

permitiu a obtenção da curva <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> cada estação, <strong>de</strong> modo a extrair a vazão<br />

com 90% <strong>de</strong> permanência no tempo (Q90). As vazões Q90 obtidas nas 54 estações<br />

selecionadas no estudo estão apresentadas na Tabela 1.<br />

Tabela 1: Vazões <strong>de</strong> permanência para cada estação fluviométrica obtidas no programa<br />

SisCAH.<br />

Estação Nome da estação Vazão <strong>de</strong> Permanência Q90 (m³/s)<br />

70200000 INVERNADA VELHA 13,55<br />

70700000 PASSO SOCORRO 27,90<br />

72300000 PASSO DO VIRGILIO 192,24<br />

72400000 PASSO SÃO GERALDO 3,47<br />

72430000 PASSO DO GRANZOTTO 6,11<br />

72530000 PASSO DO LIGEIRO 2,10<br />

72580000 PONTE DO RIO TAPEJARA 6,25<br />

72630000 PASSO SANTA TEREZA 12,59<br />

72680000 PASSO COLOMBELLI 15,68<br />

73480000 PONTE DO RIO PASSO FUNDO 24,97<br />

74100000 IRAÍ 285,47<br />

74205000 LINHA CESCON 0,52<br />

74210000 POTREIRO BONITO 16,86<br />

74270000 PASSO RIO DA VÁRZEA 22,47<br />

74370000 PALMITINHO 16,37<br />

74450000 ENGENHO 4,90<br />

74470000 TRÊS PASSOS 9,59<br />

74600000 CASCATA BURICA 7,92<br />

74700000 TUCUNDUVA 5,42<br />

74750000 LINHA CASCATA 1,77<br />

74800000 PORTO LUCENA 316,00<br />

74880000 PASSO SÃO JOÃO 3,72<br />

68


Estação Nome da estação Vazão <strong>de</strong> Permanência Q90 (m³/s)<br />

74900000 LINHA UNIÃO 4,61<br />

75155000 PASSO FAXINAL 12,10<br />

75185000 PONTE NOVA DO POTIRIBU 4,83<br />

75200000 CONCEIÇÃO 4,82<br />

75205000 PONTE NOVA DO CONCEIÇÃO 6,83<br />

75230000 SANTO ANGELO 30,52<br />

75295000 COLÔNIA MOUSQUER 12,10<br />

75300000 PASSO VIOLA 38,05<br />

75320000 PONTE MÍSTICA 49,79<br />

75270000 PONTE QUEIMADA 3,51<br />

75400000 PASSO DO DIAS 3,22<br />

75430000 PASSO MAJOR ZEFERINO 2,73<br />

75550000 GARRUCHOS 348,58<br />

75600000 PASSO DAS TURMAS 0,61<br />

75700000 PASSO DO NOVO 3,89<br />

75830000 PASSO DO BUTUI 0,48<br />

75450000 PASSO SANTA MARIA 11,23<br />

76077000 USINA QUEBRA DENTE 1,02<br />

76085000 CACHOEIRA 5 VEADOS 1,19<br />

76100000 VILA CLARA 3,17<br />

76120000 PONTE TOROPI 4,77<br />

76300000 PONTE IBICUI DA ARMADA 8,00<br />

76310000 ROSÁRIO DO SUL 13,88<br />

76360001 AZEVEDO SODRÉ 1,01<br />

76380000 CACEQUI 1,25<br />

76440000 JAGUARI 3,61<br />

76490000 PASSO DO LORETO 8,96<br />

76600000 PASSO DO ITAUM 88,68<br />

76700000 PASSO DOS BRITOS 3,92<br />

76750000 ALEGRETE 6,39<br />

76800000 PASSO MARIANO PINTO 110,21<br />

77150000 URUGUAIANA 920,26<br />

77500000 QUARAI 1,62<br />

79400000 ESTÂNCIA DO ESPANTOSO 0,42<br />

69


3.1.2 I<strong>de</strong>ntificação das Regiões Hidrologicamente Homogêneas<br />

Os agrupamentos espaciais das estações foram realizados inicialmente<br />

consi<strong>de</strong>rando as distâncias entre as mesmas e características fisiográficas como<br />

geologia, geomorfologia, hidrografia e pedologia.<br />

Posteriormente, para analisar os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão a serem utilizados, foram<br />

realizados testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência entre a Q90 observada e as variáveis explicativas<br />

através <strong>de</strong> correlação linear, conforme apresentado na Tabela a seguir.<br />

Tabela 2: Matriz <strong>de</strong> correlação entre as vazões e as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Região Q90 Ad L S<br />

Q90<br />

1<br />

RHH-R1<br />

Ad<br />

L<br />

0,98<br />

0,746<br />

1<br />

0,818 1<br />

S 0,168 0,187 0,36 1<br />

Q90<br />

1<br />

RHH-R2<br />

Ad<br />

L<br />

0,99<br />

0,892<br />

1<br />

0,89 1<br />

S 0,095 0,09 0,25 1<br />

Q90<br />

1<br />

RHH-R3<br />

Ad<br />

L<br />

0,99<br />

0,97<br />

1<br />

0,95 1<br />

S 0,26 0,24 0,41 1<br />

Q90<br />

1<br />

RHH-R4<br />

Ad<br />

L<br />

0,99<br />

0,99<br />

1<br />

0,99 1<br />

S 0,39 0,39 0,43 1<br />

Q90<br />

1<br />

RHH-R5<br />

Ad<br />

L<br />

0,97<br />

0,93<br />

1<br />

0,98 1<br />

S 0,08 0,39 0,2 1<br />

Q90 = Vazão com 90% <strong>de</strong> permanência no tempo; Ad = Área <strong>de</strong> drenagem; L = Comprimento do rio<br />

Principal; S = Declivida<strong>de</strong> média do rio principal.<br />

Observa-se que as variáveis Ad e L apresentaram valores consi<strong>de</strong>rados elevados<br />

<strong>de</strong> correlação com a vazão Q90 em todas as RHH previamente estabelecidas. A variável<br />

S apresentou um baixo grau <strong>de</strong> correlação com a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte Q90 (valores<br />

<strong>de</strong>stacados em vermelho na Tabela 2), sendo, portanto, <strong>de</strong>scartada das análises<br />

realizadas na sequência.<br />

70


Os significados físicos <strong>de</strong>stes resultados <strong>de</strong>notam a proporcionalida<strong>de</strong> entre a<br />

variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com as in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (explicativas). No caso da Q90 estudada, tem-<br />

se que, <strong>de</strong> acordo com os coeficientes <strong>de</strong> correlação, a vazão teórica é tanto maior<br />

quanto maior for a Ad e o L. Com isso, as variáveis explicativas foram utilizadas nos<br />

mo<strong>de</strong>los da seguinte forma:<br />

Regressão consi<strong>de</strong>rando a combinação entre Ad e L;<br />

Regressão consi<strong>de</strong>rando apenas a Ad;<br />

Regressão consi<strong>de</strong>rando apenas a L;<br />

Levando-se em consi<strong>de</strong>ração estas <strong>de</strong>finições, os agrupamentos realizados para<br />

esta análise inicial foram avaliados consi<strong>de</strong>rando simultaneamente os melhores<br />

indicadores <strong>de</strong> ajustamento das equações <strong>de</strong> regressão. As análises <strong>de</strong> regressão<br />

permitiram relacionar as vazões <strong>de</strong> permanência Q90 <strong>de</strong> cada estação com as variáveis<br />

explicativas <strong>de</strong>finidas para serem utilizadas na regionalização, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma<br />

RHH.<br />

Assim, as RHH foram estabelecidas a partir da combinação das estações<br />

fluviométricas que conduziram aos maiores Coeficientes <strong>de</strong> Determinação Ajustados<br />

(R²a), que representa a proporção com que o mo<strong>de</strong>lo explica a variância da vazão<br />

observada.<br />

De modo complementar, a análise da a<strong>de</strong>quação da subdivisão realizada para as<br />

RHH, verificou, além dos R²a, os valores <strong>de</strong> σF obtidos com os mo<strong>de</strong>los matemáticos<br />

utilizados, sendo consi<strong>de</strong>rados resultados satisfatórios valores inferiores a 1,5.<br />

Com isso, inicialmente todas as estações foram relacionadas em uma única<br />

região hidrológica, composta pelas 55 estações selecionadas no estudo, on<strong>de</strong> os<br />

resultados do R²a não atingiram o coeficiente <strong>de</strong> 0,90, sendo que ainda a maioria dos<br />

mo<strong>de</strong>los testados com as diferentes combinações <strong>de</strong> variáveis explicativas apresentaram<br />

comportamentos anômalos, como vazões negativas, estimativas superiores ao dobro da<br />

vazão observada ou inferiores à meta<strong>de</strong> do valor observado em mais <strong>de</strong> 80% das<br />

estações fluviométricas.<br />

Com o objetivo buscar resultados com melhores ajustes estatísticos, proce<strong>de</strong>u-se<br />

com a subdivisão das estações em diferentes regiões. Quando foram i<strong>de</strong>ntificados bons<br />

resultados, então a região foi consi<strong>de</strong>rada como hidrologicamente homogênea. Nos<br />

casos em que este ajuste não resultou em melhores resultados, tornou-se necessário<br />

realizar novas subdivisões entre as estações, retirando ou incluindo estações a essas<br />

71


egiões, <strong>de</strong> modo que cada uma apresentasse um número mínimo <strong>de</strong> seis estações<br />

fluviométricas, evitando causar um falso ajuste provocado por oscilações que po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer nas variáveis explicativas e que são <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>tecção, principalmente em séries<br />

menores (NAGHETTINI e PINTO, 2007).<br />

Este tipo <strong>de</strong> análise iterativa proporcionou melhores ajustes em relação à<br />

tentativa realizada inicialmente, on<strong>de</strong> as subdivisões realizadas resultaram na<br />

proposição <strong>de</strong> cinco regiões com melhores indicadores <strong>de</strong> ajustamento para as equações<br />

<strong>de</strong> regressão.<br />

Na análise do Quadro 3 a seguir são apresentadas as cinco Regiões<br />

Hidrologicamente Homogêneas propostas para regionalizar as vazões <strong>de</strong> permanência<br />

Q90, com base nos resultados dos ajustes estatísticos obtidos com os mo<strong>de</strong>los<br />

matemáticos em relação às variáveis explicativas utilizadas no estudo.<br />

Quadro 3: Resultado do ajuste das Regiões Homogêneas para as vazões com 90% <strong>de</strong><br />

permanência (Q90).<br />

Variável<br />

explicativa<br />

Área <strong>de</strong> drenagem<br />

(Ad)<br />

Comprimento do<br />

rio principal<br />

(L)<br />

Área <strong>de</strong> drenagem<br />

e Comprimento<br />

do rio principal<br />

(Ad e L)<br />

Mo<strong>de</strong>lo<br />

Regiões Hidrologicamente Homogêneas<br />

RHH-R1 RHH-R2 RHH-R3 RHH-R4 RHH-R5<br />

R²a σF R²a σF R²a σF R²a σF R²a σF<br />

Linear 0,97 8,93 0,99 2,98 0,99 4,80 0,99 3,45 0,97 36,23<br />

Potencial 0,94 0,32 0,89 0,54 0,97 0,21 0,94 0,52 0,96 0,38<br />

Exponencial 0,78 0,61 0,54 1,13 0,63 0,83 0,82 0,91 0,67 1,09<br />

Logarítmico 0,61 38,18 0,71 47,28 0,70 49,80 0,78 61,01 0,51 158,92<br />

Recíproco 0,15 0,14 -0,06 0,60 0,16 0,09 -0,01 0,82 0,08 0,34<br />

Linear 0,71 32,84 0,88 30,40 0,96 16,61 0,98 13,42 0,93 59,86<br />

Potencial 0,89 0,44 0,90 0,50 0,86 0,51 0,90 0,67 0,93 0,48<br />

Exponencial 0,97 0,20 0,78 0,77 0,78 0,64 0,86 0,81 0,78 0,89<br />

Logarítmico 0,59 48,35 0,42 66,63 0,63 55,39 0,72 69,52 0,47 166,17<br />

Recíproco 0,88 0,10 0,06 0,56 0,30 0,08 0,34 0,80 0,18 0,33<br />

Linear 0,98 8,02 0,99 3,18 0,99 3,58 0,99 1,89 0,98 31,25<br />

Potencial 0,94 0,32 0,93 0,48 0,98 0,16 0,93 0,55 0,97 0,32<br />

Exponencial 0,97 0,22 0,81 0,69 0,86 0,51 0,87 0,77 0,93 0,49<br />

Logarítmico 0,66 35,54 0,73 31,92 0,67 52,60 0,77 62,62 0,48 164,86<br />

Recíproco 0,71 0,08 0,15 0,51 0,51 0,07 0,30 0,68 0,77 0,17<br />

RHH-R1, RHH-R2, RHH-R3, RHH-R4 e RHH-R5 representam as Regiões Hidrologicamente Homogêneas<br />

<strong>de</strong>finidas no estudo. Os valores <strong>de</strong>stacados em vermelhos foram aqueles que apresentaram R²a >0,90.<br />

72


Conforme se po<strong>de</strong> observar no Quadro 3, os elevados valores dos R²a obtidos<br />

remetem a uma subdivisão consi<strong>de</strong>rada a<strong>de</strong>quada para a <strong>de</strong>finição das regiões com<br />

comportamento hidrológico semelhante.<br />

Na análise do ajuste das Equações <strong>de</strong> Regressão utilizadas na regionalização da<br />

Q90 na RHH-R1, po<strong>de</strong>-se observar que os resultados dos R²a obtidos foram<br />

consi<strong>de</strong>rados satisfatórios para os mo<strong>de</strong>los Linear e Potencial utilizando a variável<br />

explicativa Ad, os quais apresentaram um coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> 0,97 e 0,96,<br />

respectivamente. Para a variável L, o mo<strong>de</strong>lo Exponencial apresentou resultados<br />

satisfatórios com um coeficiente <strong>de</strong> 0,97. Quando consi<strong>de</strong>rada a combinação das duas<br />

variáveis, não se observou uma melhoria significativa no ajuste obtido.<br />

Na RHH-R2, os melhores ajustes foram obtidos com a variável Ad, e com a<br />

combinação entre Ad e L apresentando um R²a <strong>de</strong> 0,99 para o mo<strong>de</strong>lo Linear. Ainda,<br />

observou-se que a variável L apresentou ajuste satisfatório para o mo<strong>de</strong>lo Potencial,<br />

com R²a <strong>de</strong> 0,90.<br />

A RHH-R3 apresentou os melhores ajustes estatísticos <strong>de</strong> R²a para os mo<strong>de</strong>los<br />

Linear e Potencial tanto para as variáveis utilizadas individualmente, quanto para a<br />

combinação entre ambas. Da mesma forma, na região <strong>de</strong>finida como RHH-R4 os<br />

melhores resultados também foram obtidos para os mo<strong>de</strong>los Linear e Potencial.<br />

Na RHH-R5, como nas <strong>de</strong>mais regiões, os melhores resultados foram obtidos<br />

com a combinação entre as variáveis Ad e L para os mo<strong>de</strong>los Linear e Potencial, com<br />

R²a igual a 0,98 e 0,97, respectivamente. Ainda se observou ajustes satisfatórios para as<br />

variáveis Ad (0,97 e 0,96) e L (0,93), avaliadas individualmente, tanto para o mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear quanto para o Potencial e R²a <strong>de</strong> 0,93 para o mo<strong>de</strong>lo Exponencial utilizando a<br />

combinação entre as variáveis.<br />

A partir dos resultados obtidos, excluiu-se das <strong>de</strong>mais análises os mo<strong>de</strong>los<br />

Logarítmico e Recíproco, os quais apresentaram ajustes consi<strong>de</strong>rados pouco<br />

representativos e não satisfatórios <strong>de</strong> acordo com as <strong>de</strong>finições estabelecidas para este<br />

estudo.<br />

Em relação aos valores <strong>de</strong> Erro Padrão Fatorial (σF), conforme os resultados<br />

apresentados no Quadro 3, o mo<strong>de</strong>lo Linear foi o que apresentou o pior <strong>de</strong>sempenho do<br />

Erro Padrão Fatorial (σF ), com valores superiores a 10 vezes o limite consi<strong>de</strong>rado (1,5),<br />

principalmente para a variável L. Os mo<strong>de</strong>los Potencial e Exponencial foram os que<br />

apresentaram melhor performance, com σF variando entre 0,14 e 0,67, sendo que o<br />

73


Exponencial apresentou resultados satisfatórios utilizando a variável L e para a<br />

combinação entre Ad e L na RHH-R1, e para a combinação entre ambas as variáveis na<br />

RHH-R5.<br />

Ainda em relação aos resultados mostrados neste item, po<strong>de</strong>-se inferir que a<br />

variável L apresentou bons resultados, porém a variável explicativa Área <strong>de</strong> drenagem<br />

<strong>de</strong>monstra ter maior influência na variação das vazões com 90% <strong>de</strong> permanência nas<br />

RHH e, portanto, contribui <strong>de</strong> forma mais expressiva para o estudo. É importante<br />

observar que o incremento da variável Comprimento do rio principal para a maioria dos<br />

casos elevou os valores <strong>de</strong> R²a, porém, tal acréscimo não resultou em melhora relevante<br />

para o ajuste apresentado pelo R²a. Esse acréscimo possivelmente <strong>de</strong>corre da elevada<br />

correlação apresentada entre as variáveis conforme verificado anteriormente.<br />

A realização <strong>de</strong>sta etapa <strong>de</strong> obtenção e análise das estatísticas objetivas permitiu<br />

<strong>de</strong>finir as regiões que possuem comportamento hidrológico semelhante na Região<br />

Hidrográfica do Uruguai. A representação das <strong>de</strong>stas RHH i<strong>de</strong>ntificadas por meio <strong>de</strong>ste<br />

estudo está apresentada na Figura 14.<br />

74


Figura 14: Mapa com as RHH <strong>de</strong>finidas neste estudo.<br />

75


Conforme po<strong>de</strong> ser visualizado na Figura 14, as RHH ficaram assim <strong>de</strong>finidas:<br />

A Região RHH-R1 abrange apenas pela bacia do Rio Apuaê-Inhandava (U010) e<br />

a Região RHH-R2 pelas bacias do Rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong> (U020), Rio da Várzea (U100) e<br />

Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo (U030). A Região RHH-R3 é composta pela bacia do<br />

Rio Ijuí (U090) e parte da bacia U030; A Região RHH-R4, abrange as bacias U040 e<br />

U110, Piratini e Butuí-Icamaquã, respectivamente. A região RHH-R5 foi a que<br />

concentrou o maior número <strong>de</strong> bacias, abrangendo as bacias do Rio Ibicuí (U050) e<br />

Santa Maria (U070).<br />

Como se po<strong>de</strong> observar, as bacias do Rio Negro e Quaraí não estão incluídas em<br />

nenhuma região. Isto porque ambas as bacias apresentam apenas uma estação em suas<br />

respectivas áreas <strong>de</strong> abrangência (77500000 e 79400000) as quais, durante as<br />

verificações realizadas no programa SisCoRV foram inserida inicialmente na RHH-R5,<br />

resultando em uma redução na qualida<strong>de</strong> dos resultados das regressões realizadas nesta<br />

região. Com isso, optou-se por retirá-las do estudo e, consequentemente, as bacias<br />

também não foram consi<strong>de</strong>radas.<br />

3.1.3 Equações Regionais e Parâmetros Ajustados<br />

Com base nos resultados discutidos anteriormente, a Tabela 3 a seguir apresenta<br />

relação <strong>de</strong> Equações Regionais (<strong>de</strong> Regressão) dos mo<strong>de</strong>los que apresentaram melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> R²a para a estimativa das vazões <strong>de</strong> permanência Q90, <strong>de</strong> acordo com as<br />

RHH <strong>de</strong>finidas. O ajuste das equações <strong>de</strong> regressão possibilitou a obtenção dos<br />

parâmetros ß0, ß1 e ß2, baseado na regionalização <strong>de</strong> cada RHH.<br />

76


Tabela 3: Mo<strong>de</strong>los matemáticos que apresentaram os melhores ajustes estatísticos.<br />

Região<br />

N° <strong>de</strong><br />

estações<br />

RHH-R1 9<br />

RHH-R2 11<br />

RHH-R3 11<br />

RHH-R4 6<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Equação <strong>de</strong> Regressão R²a σF<br />

Linear Ad Q90 = - 6,9011 + 0,0066 A 0,9637 8,93<br />

Potencial Ad Q90 = 0,0025 A 1,0651 0,9644 0,32<br />

Exponencial L Q90 = e (1,8266 + 0,01021 L) 0,9763 0,20<br />

Linear Ad e L Q90 = 2,3596 + 0,0077 A - 0,0852 L 0,9827 8,02<br />

Potencial Ad e L Q90 = 0,00211 . A 0,79523 L 0,4668 0,9418 0,32<br />

Exponencial Ad e L Q90 = e (1,8693 + 3,8935E-6 A + 0,0099 L) 0,9726 0,22<br />

Linear Ad Q90 = 0,8760 + 0,0045 A 0,9988 2,98<br />

Potencial L Q90 = 0,0020 L 1,6928 0,9763 0,50<br />

Linear Ad e L Q90 = 0,5255 + 0,0045 A + 0,0028 L 0,9988 3,18<br />

Potencial Ad e L Q90 = 0,0017 A 0,4711 L 0,9955 0,9305 0,48<br />

Linear Ad Q90 = 4,8153 + 0,0036 A 0,9973 4,80<br />

Potencial Ad Q90 = 0,01097 A 0,9077 0,9762 0,21<br />

Linear L Q90 = - 29,59701 + 0,2821 L 0,9671 16,61<br />

Linear Ad e L Q90 = - 1,4945 + 0,0030 A + 0,0497 L 0,9985 3,58<br />

Potencial Ad e L Q90 = 0,0163 A 1,2782 L - 0,6490 0,98 0,16<br />

Linear Ad Qc90 = -1,5121 + 0,0033 A 0,99 3,45<br />

Potencial Ad Q90 = 0,0019 A 1,0320 0,94 0,52<br />

Linear L Q90 = -17,1652 + 0,2848 L 0,98 13,42<br />

Potencial L Q90 = 0,0037 L 1,5428 0,90 0,67<br />

Linear Ad e L Q90 = 3,1653 + 0,0043 A - 0,0832 L 0,99 1,89<br />

77


Região<br />

N° <strong>de</strong><br />

estações<br />

RHH-R5 16<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Equação <strong>de</strong> Regressão R²a σF<br />

Potencial Ad e L Q90 = 0,0015 A 1,5121 L - 0,7367 0,93 0,55<br />

Linear Ad Q90 = - 4,4265 + 0,0055 A 0,97 36,23<br />

Potencial Ad Q90 = 0,0001 A 1,3165 0,96 0,38<br />

Linear L Q90 = - 89,3950 + 0,5949 L 0,93 59,86<br />

Potencial L Q90 = 0,0003 L 1,9724 0,93 0,48<br />

Linear Ad e L Q90 = 18,7873 + 0,0090 A - 0,3852 L 0,98 31,25<br />

Potencial Ad e L Q90 = 0,0001 A 0,8409 L 0,7566 0,97 0,32<br />

Exponencial Ad e L Q90 = e (0,46933 - 0,0001 A + 0,0187 L) 0,93 0,49<br />

Valores <strong>de</strong>stacados em vermelho são > 1,5.<br />

78


Os resultados <strong>de</strong>monstraram que os mo<strong>de</strong>los que apresentaram os melhores<br />

<strong>de</strong>sempenhos são aqueles que utilizaram como variável explicativa a Ad, mas há <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>stacar que os mo<strong>de</strong>los que utilizam a variável L também apresentaram <strong>de</strong>sempenhos<br />

satisfatórios nas cinco RHH.<br />

A análise dos resultados dos ajustes consi<strong>de</strong>rando apenas o R²a obtido para as<br />

equações <strong>de</strong> regressão, utilizando as variáveis <strong>de</strong> modo único ou combinado, permite<br />

inferir que, teoricamente, qualquer uma das regressões apresentadas na Tabela anterior<br />

po<strong>de</strong>riam ser utilizadas sem que isso ocasionasse maiores diferenças nas estimativas das<br />

vazões <strong>de</strong> permanência Q90.<br />

No entanto, como po<strong>de</strong> ser verificado na Tabela anterior, mesmo as equações<br />

apresentando elevados coeficientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação, as equações que utilizam o mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear apresentaram, <strong>de</strong> forma sistêmica, valores <strong>de</strong> erro padrão fatorial muito acima do<br />

valor consi<strong>de</strong>rado como limite neste tipo <strong>de</strong> análise (1,5), o que <strong>de</strong>nota que este mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> regressão não é o mais indicado para representar o comportamento das vazões com<br />

90% <strong>de</strong> permanência na região estudada.<br />

Apenas consi<strong>de</strong>rando os elevados valores obtidos para o coeficiente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação e a redução dos erros padrão fatorial, ainda assim não se po<strong>de</strong> afirmar que<br />

os resultados refletem a realida<strong>de</strong> das regiões analisadas.<br />

O que se busca analisar, portanto, além das estatísticas objetivas, é se as vazões<br />

estimadas pelas equações regionais (Equações <strong>de</strong> Regressão) apresentam parâmetros<br />

capazes <strong>de</strong> explicar aproximadamente o comportamento <strong>de</strong>ssas vazões, sem produzir<br />

estimativas com erros muito superiores ou inferiores aos que a literatura indica como<br />

aceitáveis. A alternativa utilizada para realizar este tipo <strong>de</strong> análise consistiu na<br />

comparação entre as vazões observadas e as vazões regionalizadas a partir das equações<br />

<strong>de</strong> regressão que apresentaram bons ajustes estatísticos, tendo por finalida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

possíveis inconsistências e ten<strong>de</strong>nciosida<strong>de</strong>s.<br />

3.1.4 Comparação entre as Vazões Observadas e Estimadas<br />

De posse dos valores dos ajustes dos mo<strong>de</strong>los que apresentaram melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho estatístico na análise anterior, discute-se neste item a comparação entre as<br />

79


vazões obtidas com o processamento dos dados não homogêneos (Q90obs) e as vazões<br />

regionalizadas a partir dos mo<strong>de</strong>los matemáticos (Q90est). Para tanto, buscou-se<br />

apresentar os resultados divididos por RHH <strong>de</strong>finida, on<strong>de</strong> as Tabelas e os Gráficos<br />

expressam os valores das vazões observadas (Q90obs), estimadas e o erro relativo à<br />

estimativa (ER%). As estações que os mo<strong>de</strong>los matemáticos estimaram vazões<br />

negativas e, portanto, sem fundamento físico, foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>sta avaliação<br />

regional.<br />

No caso dos gráficos plotados, é importante <strong>de</strong>stacar que as estações 72300000,<br />

74100000, 74800000, 75550000, 76800000 e 77150000 foram excluídas <strong>de</strong>sta análise,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se que possuem valores <strong>de</strong> vazão com escala <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za muito superiore<br />

aos valores <strong>de</strong> vazões das <strong>de</strong>mais estações, o que dificultaria a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise<br />

visual. No entanto, ressalta-se que estas estações foram consi<strong>de</strong>radas nos estudos <strong>de</strong><br />

regionalização.<br />

Região Hidrologicamente Homogênea – RHH-R1 (Q90)<br />

Os resultados obtidos com as Equações <strong>de</strong> Regressão selecionadas e<br />

apresentados no item 0 para a RHH-R1 são apresentados a seguir.<br />

Tabela 4: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad<br />

Potencial Ad<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

70200000 13,55 11,99 11,52<br />

70700000 27,90 48,94 -75,41<br />

72300000 192,24 186,65 2,91<br />

72400000 3,47 3,06 11,64<br />

72430000 6,11 3,76 38,43<br />

72530000 2,10 -3,87 284,18<br />

72580000 6,25 0,25 95,96<br />

72630000 12,59 11,55 8,31<br />

72680000 15,68 17,55 -11,96<br />

70200000 13,55 12,18 10,11<br />

70700000 27,90 38,64 -38,49<br />

72300000 192,24 145,23 24,45<br />

80


Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Q (m3/s)<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

-10,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

72400000 3,47 6,16 -77,71<br />

72430000 6,11 6,62 -8,40<br />

72530000 2,10 1,73 17,42<br />

72580000 6,25 4,33 30,70<br />

72630000 12,59 11,88 5,70<br />

72680000 15,68 16,03 -2,28<br />

Figura 15: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável Ad<br />

As vazões estimadas pelos mo<strong>de</strong>los que utilizam apenas a Ad como variável<br />

explicativa apresentaram erros bastante acentuados para algumas estações. No mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear, 44% das estações apresentaram erros superiores a 30%, algumas apresentando<br />

comportamentos anômalos, com vazões estimadas negativas (72530000) e vazões muito<br />

inferior à observada (72580000). Já na analise do mo<strong>de</strong>lo Potencial, observa-se que<br />

22% das estações apresentaram erros superiores a 30%, resultados mais aceitáveis do<br />

que o mo<strong>de</strong>lo anterior. Os piores resultados se referem às estações 70700000 e<br />

7240000, que apresentaram valores superestimados em 38% e 77% do valor observado,<br />

respectivamente. O mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou ER% médio <strong>de</strong> 32% enquanto que o<br />

mo<strong>de</strong>lo Potencial 23,9%.<br />

RHH-R1 Q90 - Ad<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

81


Tabela 5: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Exponencial.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Exponencial L<br />

Q (m3/s)<br />

250,00<br />

200,00<br />

150,00<br />

100,00<br />

50,00<br />

0,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

70200000 13,55 13,52 0,24<br />

70700000 27,90 29,07 -4,18<br />

72300000 192,24 186,44 3,02<br />

72400000 3,47 3,73 -7,64<br />

72430000 6,11 4,72 22,74<br />

72530000 2,10 2,89 -37,66<br />

72580000 6,25 4,63 25,95<br />

72630000 12,59 12,71 -0,94<br />

72680000 15,68 18,17 -15,93<br />

Figura 16: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando a variável L<br />

Como se po<strong>de</strong> observar nos resultados acima, o mo<strong>de</strong>lo Exponencial utilizando a<br />

variável L apresentou erros pequenos e um ajuste entre vazões observadas e estimadas<br />

com a equação <strong>de</strong> regressão consi<strong>de</strong>rado excelente. O ER% médio apresentado pelo<br />

mo<strong>de</strong>lo Exponencial foi <strong>de</strong> 13,1%.<br />

RHH-R1 Q90 - L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Modialelo Exponencial<br />

82


Tabela 6: Erro percentual da Q90 na RHH-R1 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad e L<br />

Potencial Ad e L<br />

Exponencial Ad e L<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

70200000 13,55 7,63 43,66<br />

70700000 27,90 44,24 -58,54<br />

72300000 192,24 188,94 1,72<br />

72400000 3,47 7,99 -130,36<br />

72430000 6,11 6,84 -11,96<br />

72530000 2,10 2,05 2,32<br />

72580000 6,25 2,93 53,13<br />

72630000 12,59 7,63 39,39<br />

72680000 15,68 11,64 25,78<br />

70200000 13,55 13,89 -2,51<br />

70700000 27,90 38,26 -37,11<br />

72300000 192,24 130,67 32,03<br />

72400000 3,47 5,17 -48,94<br />

72430000 6,11 6,22 -1,86<br />

72530000 2,10 1,63 22,36<br />

72580000 6,25 4,49 28,20<br />

72630000 12,59 13,43 -6,67<br />

72680000 15,68 18,19 -16,03<br />

70200000 13,55 13,32 1,70<br />

70700000 27,90 28,73 -2,95<br />

70300000 192,24 190,83 0,74<br />

72400000 3,47 3,78 -8,88<br />

72430000 6,11 4,75 22,26<br />

72530000 2,10 2,93 -39,55<br />

72580000 6,25 4,65 25,61<br />

72630000 12,59 12,54 0,42<br />

72680000 15,68 17,84 -13,77<br />

83


Q (m3/s)<br />

Figura 17: Regionalização da Q90 na RHH-R1 utilizando as variáveis Ad e L<br />

Nos resultados obtidos com os mo<strong>de</strong>los Linear, Potencial e Exponencial<br />

utilizando a combinação das variáveis Ad e L, apresentados acima, observa-se que os<br />

erros percentuais mais elevados são resultantes do mo<strong>de</strong>lo Linear, sendo os mo<strong>de</strong>los<br />

Exponencial e Potencial, respectivamente, os que apresentaram ajustes mais<br />

satisfatórios, com tendência <strong>de</strong> ligeira subestimativa das vazões. O mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

apresentou ER% médio <strong>de</strong> 40,7% enquanto que os mo<strong>de</strong>los Potencial e Exponencial<br />

21,7% e 12,8%, respectivamente.<br />

<br />

250,00<br />

200,00<br />

150,00<br />

100,00<br />

50,00<br />

0,00<br />

Região Hidrologicamente Homogênea – RHH-R2 (Q90)<br />

Os resultados obtidos com as Equações <strong>de</strong> Regressão selecionadas e apresentados<br />

no item 3.1.3 para a RHH-R2 são apresentados a seguir. Cabe lembrar que na análise<br />

gráfica, a estação 75550000 foi retirada <strong>de</strong>vido a sua escala <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za muito superior<br />

as <strong>de</strong>mais em relação aos valores da Q90, fato este que impossibilitaria a visualização<br />

dos ajustes obtidos para as <strong>de</strong>mais estações.<br />

RHH-R1 Q90 - Ad e L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Mo<strong>de</strong>lo Potencial Mo<strong>de</strong>lo Exponencial<br />

84


Tabela 7: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Q (m3/s)<br />

Linear Ad<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

0,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

73480000 24,98 18,52 25,84<br />

74100000 285,47 338,13 -18,44<br />

74205000 0,52 5,43 -937,61<br />

74210000 16,86 6,44 61,78<br />

74270000 22,47 7,54 66,45<br />

74370000 16,37 6,05 63,08<br />

74450000 4,90 5,59 -14,23<br />

74470000 9,59 5,84 39,11<br />

74600000 7,92 6,13 22,58<br />

74700000 5,42 5,69 -4,81<br />

74750000 1,77 5,39 -204,46<br />

RHH-R2 Q90 - Ad<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Figura 18: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável Ad<br />

Como po<strong>de</strong> ser observado na análise realizada, na maioria das estações da<br />

região, o mo<strong>de</strong>lo Linear subestimou as vazões Q90, sendo que os resultados <strong>de</strong> pior<br />

<strong>de</strong>sempenho foram obtidos para as estações 74210000, 74270000 e 74370000, nas quais<br />

a vazão estimada representa menos <strong>de</strong> 50% da vazão Q90 observada. Nas estações<br />

74205000 e 74750000 observou-se o contrário, as vazões observadas foram<br />

85


superestimadas com erros <strong>de</strong> 937% e 204% (em módulo). O mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou<br />

ER% médio <strong>de</strong> 35,1%.<br />

Tabela 8: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Potencial.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Potencial L<br />

Q (m3/s)<br />

45,00<br />

40,00<br />

35,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

0,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

73480000 24,98 15,22 39,06<br />

74100000 285,47 166,62 41,64<br />

74205000 0,52 0,96 -83,86<br />

74210000 16,86 15,47 8,25<br />

74270000 22,47 40,49 -80,20<br />

74370000 16,37 12,16 25,76<br />

74450000 4,90 4,54 7,28<br />

74470000 9,59 12,77 -33,14<br />

74600000 7,92 8,54 -7,86<br />

74700000 5,42 7,22 -33,16<br />

74750000 1,77 0,76 57,18<br />

RHH-R2 Q90 - L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Figura 19: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando a variável L<br />

A Regressão realizada utilizando a variável L apresentou resultados mais<br />

representativos para explicar o comportamento da Q90 do que em relação à Regressão<br />

utilizando a Ad, uma vez que apresentou erros percentuais sistematicamente menores,<br />

86


entretanto, cerca <strong>de</strong> 63% das estações da região apresentaram erros acima <strong>de</strong> 30%. O<br />

mo<strong>de</strong>lo Potencial apesentou ER% médio <strong>de</strong> 23,3%.<br />

Tabela 9: Erro percentual da Q90 na RHH-R2 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad e L<br />

Potencial Ad e L<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

73480000 24,98 18,65 25,34<br />

74100000 285,47 285,25 0,08<br />

74205000 0,52 -1,09 308,18<br />

74210000 16,86 19,14 -13,54<br />

74270000 22,47 19,88 11,53<br />

74370000 16,37 13,77 15,89<br />

74450000 4,90 4,36 11,02<br />

74470000 9,59 12,12 -26,36<br />

74600000 7,92 12,45 -57,22<br />

74700000 5,42 7,29 -34,30<br />

74750000 1,77 -1,87 205,53<br />

73480000 24,98 16,64 33,39<br />

74100000 285,47 262,73 7,97<br />

74205000 0,52 1,07 -104,75<br />

74210000 16,86 16,52 1,99<br />

74270000 22,47 21,57 3,98<br />

74370000 16,37 12,21 25,46<br />

74450000 4,90 4,40 10,09<br />

74470000 9,59 11,62 -21,12<br />

74600000 7,92 9,54 -20,52<br />

74700000 5,42 6,81 -25,46<br />

74750000 1,77 0,81 54,06<br />

87


Q (m3/s)<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

0,00<br />

-5,00<br />

RHH-R2 Q90 - Ad e L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Figura 20: Regionalização da Q90 na RHH-R2 utilizando as variáveis Ad e L<br />

Na avaliação da Regressão realizada utilizando a combinação das variáveis, os<br />

mo<strong>de</strong>los Linear e Potencial apresentaram <strong>de</strong>svios percentuais muito semelhantes, ainda<br />

que os erros resultantes do mo<strong>de</strong>lo Linear tenham sido maiores. Como se po<strong>de</strong> observar<br />

nos resultados acima, o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou vazões negativas para as estações<br />

74205000 e 74750000. O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou erros ligeiramente inferiores em<br />

relação ao mo<strong>de</strong>lo Linear, apresentando excelente ajuste das Q90 para as estações<br />

74100000, 74210000, 74270000 e 74450000, com erros vaiando entre 1,99% e 10,09%.<br />

Há <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar a estação 73480000, localizada no reservatório da barragem do<br />

Rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, a qual regulariza as vazões <strong>de</strong> jusante. Por este fato, a estação<br />

73480000 apresenta vazões consi<strong>de</strong>radas não representativas do processo hidrológico<br />

natural da bacia. Entretanto, mesmo com esta constatação, o estudo consi<strong>de</strong>rou a<br />

utilização da série histórica da estação nas equações <strong>de</strong> regressão realizadas.<br />

Primeiramente a estação havia sido incluída na RHH-R1, regionalizando a sua Q90 com<br />

as <strong>de</strong>mais estações <strong>de</strong>sta região. Porém, <strong>de</strong>vido à redução da qualida<strong>de</strong> da regressão<br />

apresentada e os respectivos erros percentuais, buscou-se incluir a estação na RHH-R2,<br />

on<strong>de</strong> apresentou os melhores resultados. A escolha pela utilização da estação no estudo<br />

se refere também a carência <strong>de</strong> estações fluviométricas apresentada pela Bacia<br />

88


Hidrográfica do Rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong>, haja vista que a estação 73480000 é a única com<br />

dados hidrológicos monitorados e disponibilizados pela ANA.<br />

Na análise do ER% médio, o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou 21,6%<strong>de</strong> erro, enquanto que o<br />

mo<strong>de</strong>lo Potencial 20,4%.<br />

<br />

Região Hidrologicamente Homogênea – RHH-R3 (Q90)<br />

Os resultados obtidos com as Equações <strong>de</strong> Regressão selecionadas e<br />

apresentados no item 0 para a R3 são apresentados a seguir.<br />

Convém fazer um <strong>de</strong>staque a estação 75270000, a qual foi inicialmente locada<br />

na RHH-R3, entretanto, houve uma redução da qualida<strong>de</strong> da regressão obtida pela<br />

região, e por isso, optou-se por retirá-la do estudo, haja vista que a estação também<br />

reduziu a qualida<strong>de</strong> dos ajustes obtidos na RHH-R4.<br />

Tabela 10: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

74800000 316,00 317,46 -0,46<br />

74880000 3,72 7,79 -109,28<br />

74900000 4,61 9,36 -103,10<br />

75155000 12,10 12,11 -0,09<br />

75185000 4,83 7,11 -47,14<br />

75200000 4,82 7,75 -60,91<br />

75205000 6,83 8,33 -22,12<br />

75230000 30,52 24,54 19,60<br />

75295000 12,10 12,58 -3,97<br />

75300000 38,05 37,18 2,29<br />

75320000 49,79 39,16 21,35<br />

89


Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Potencial Ad<br />

Q (m3/s)<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

74800000 316,00 330,10 -4,46<br />

74880000 3,72 4,82 -29,61<br />

74900000 4,61 7,09 -53,88<br />

75155000 12,10 10,90 9,95<br />

75185000 4,83 3,81 21,15<br />

75200000 4,82 4,76 1,06<br />

75205000 6,83 5,62 17,63<br />

75230000 30,52 26,88 11,95<br />

75295000 12,10 11,53 4,71<br />

75300000 38,05 42,13 -10,70<br />

75320000 49,79 44,46 10,71<br />

RHH-R3 Q90 - Ad<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Figura 21: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad<br />

Conforme se observa nos resultados apresentados acima, é notável o melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho do mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando a variável Ad, com apenas a estação<br />

74900000 apresentando erro <strong>de</strong> estimativa acima <strong>de</strong> 30%, superestimando as vazões<br />

observadas em 53%. Já o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou 4 estações com erros superiores a<br />

30%, todas superestimando as vazões. O mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou ER% médio <strong>de</strong><br />

35,4% enquanto que o mo<strong>de</strong>lo Potencial 15,9%.<br />

90


Tabela 11: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Q (m3/s)<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear L<br />

80,00<br />

70,00<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

-10,00<br />

-20,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

74800000 316,00 301,65 4,54<br />

74880000 3,72 -1,38 137,12<br />

74900000 4,61 16,96 -267,89<br />

75155000 12,10 -1,38 111,42<br />

75185000 4,83 -12,67 362,27<br />

75200000 4,82 -10,41 316,19<br />

75205000 6,83 -3,36 149,18<br />

75230000 30,52 36,99 -21,19<br />

75295000 12,10 21,19 -75,14<br />

75300000 38,05 62,67 -64,68<br />

75320000 49,79 73,11 -46,84<br />

RHH-R3 Q90 - L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Figura 22: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável L<br />

O mo<strong>de</strong>lo Linear utilizando como variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte o L apresentou erros<br />

superiores a 30% em 9 das 11 estações da região (82%), sendo que a maioria com com<br />

valores estimados negativos e as <strong>de</strong>mais com superstimativas das vazões bastante<br />

elevadas. Com base neste resultado, o uso <strong>de</strong>sta da equação <strong>de</strong> regressão obtida com<br />

esse mo<strong>de</strong>lo não é recomendável para a estimativa <strong>de</strong> vazões, sendo que o mo<strong>de</strong>lo<br />

apresentou ER% médio <strong>de</strong> 80%, valor consi<strong>de</strong>rado muito elevado.<br />

91


Tabela 12: Erro percentual da Q90 na RHH-R3 utilizando a variável Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad e L<br />

Potencial Ad e L<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

74800000 316,00 316,32 -0,10<br />

74880000 3,72 5,95 -59,92<br />

74900000 4,61 10,49 -127,65<br />

75155000 12,10 9,54 21,18<br />

75185000 4,83 3,39 29,73<br />

75200000 4,82 4,32 10,19<br />

75205000 6,83 6,06 11,27<br />

75230000 30,52 26,62 12,78<br />

75295000 12,10 13,91 -14,96<br />

75300000 38,05 41,64 -9,42<br />

75320000 49,79 45,12 9,37<br />

74800000 316,00 336,29 -6,42<br />

74880000 3,72 4,33 -16,40<br />

74900000 4,61 5,39 -16,87<br />

75155000 12,10 13,65 -12,80<br />

75185000 4,83 4,33 10,41<br />

75200000 4,82 5,47 -13,56<br />

75205000 6,83 5,63 17,46<br />

75230000 30,52 27,87 8,70<br />

75295000 12,10 10,09 16,61<br />

75300000 38,05 42,47 -11,59<br />

75320000 49,79 42,73 14,17<br />

92


Q (m3/s)<br />

Figura 23: Regionalização da Q90 na RHH-R3 utilizando as variáveis Ad e L<br />

No mo<strong>de</strong>lo Linear as estações 74880000 e 74900000 apresentaram erros <strong>de</strong><br />

superestimativa muito elevados, acima <strong>de</strong> 60%. O melhor resultado das estimativas da<br />

Q90 na RHH-R3 utilizando a combinação entre as variáveis foi obtido com mo<strong>de</strong>lo<br />

Potencial, o qual apresentou erros percentuais em módulo entre 6,42% e 17,46%. O<br />

mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou ER% médio <strong>de</strong> 21,6% enquanto que o mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

20,4%.<br />

<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

Região Hidrologicamente Homogênea – RHH-R4 (Q90)<br />

A RHH-R4 reúne as estações 75400000, 75430000, 75550000, 75600000,<br />

75700000 e 75830000. Na análise gráfica, estação 75550000 foi retirada <strong>de</strong>vido a sua<br />

escala <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za muito superior as <strong>de</strong>mais em relação aos valores da Q90, fato este<br />

que impossibilitaria a visualização dos ajustes obtidos para as <strong>de</strong>mais estações. Os<br />

resultados obtidos com as Equações <strong>de</strong> Regressão selecionadas e apresentados no item 0<br />

para a R3 são apresentados a seguir.<br />

RHH-R3 Q90 - Ad e L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

93


Tabela 13: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Q (m3/s)<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad<br />

Potencial Ad<br />

12,00<br />

10,00<br />

8,00<br />

6,00<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,00<br />

-2,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75400000 3,22 1,63 49,36<br />

75430000 2,73 1,48 45,93<br />

75550000 348,58 348,38 0,06<br />

75600000 0,61 -0,21 134,19<br />

75700000 3,89 10,92 -180,66<br />

75830000 0,48 -0,82 271,66<br />

75400000 3,22 2,24 30,54<br />

75430000 2,73 2,13 22,22<br />

75550000 348,58 289,71 16,89<br />

75600000 0,61 0,90 -47,65<br />

75700000 3,89 9,25 -137,74<br />

75830000 0,48 0,47 0,88<br />

RHH-R4 Q90 - Ad<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Figura 24: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável Ad<br />

Na análise apresentada para o mo<strong>de</strong>lo Linear, observam-se erros muito elevados<br />

obtidos na estimativa da Q90, variando <strong>de</strong> 45% a 271% (em módulo), com vazões<br />

94


estimadas negativas, superestimativas e subestimativas muito acentuadas em algumas<br />

estações.<br />

O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou resultados ligeiramente melhores, entretanto,<br />

também gerou erros percentuais bastante elevados nas estações 75600000 e 75700000,<br />

com erros <strong>de</strong> superestimativa <strong>de</strong> 47,65% e 137,74%. Em consequência, os ER% médios<br />

apresentados pela RHH foram bastante elevados, on<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou<br />

ER% médio <strong>de</strong> 69%, enquanto que o mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou ER% médio <strong>de</strong><br />

42,6%.<br />

Tabela 14: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear L<br />

Potencial L<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75400000 3,22 2,78 13,83<br />

75430000 2,73 3,63 -32,93<br />

75550000 348,58 345,79 0,80<br />

75600000 0,61 -4,91 904,44<br />

75700000 3,89 29,84 -667,24<br />

75830000 0,48 -12,04 2629,59<br />

75400000 3,22 2,65 17,80<br />

75430000 2,73 2,83 -3,45<br />

75550000 348,58 232,93 33,18<br />

75600000 0,61 1,25 -104,44<br />

75700000 3,89 9,95 -155,71<br />

75830000 0,48 0,33 31,51<br />

95


Q (m3/s)<br />

Figura 25: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando a variável L<br />

Para a vaiável L, não se observaram ajustes <strong>de</strong> estimativas <strong>de</strong> Q90 satisfatórios,<br />

on<strong>de</strong> apenas as estações 75400000 e 75550000 no mo<strong>de</strong>lo Linear e as estações<br />

75400000 e 75430000 apresentaram erros inferiores a 30%. O mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

apresentou ER% médio <strong>de</strong> 178%, enquanto que o mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou ER% <strong>de</strong><br />

56,5%.<br />

35,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

0,00<br />

-5,00<br />

-10,00<br />

-15,00<br />

Tabela 15: Erro percentual da Q90 na RHH-R4 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad e L<br />

Potencial Ad e L<br />

RHH-R4 Q90 - L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75400000 3,22 1,40 56,70<br />

75430000 2,73 0,95 65,36<br />

75550000 348,58 348,55 0,01<br />

75600000 0,61 1,27 -107,51<br />

75700000 3,89 5,47 -40,56<br />

75830000 0,48 2,56 -438,87<br />

75400000 3,22 2,08 35,49<br />

75430000 2,73 1,87 31,63<br />

75550000 348,58 304,84 12,55<br />

75600000 0,61 0,79 -28,67<br />

75700000 3,89 8,83 -127,14<br />

75830000 0,48 0,58 -21,35<br />

96


Q (m3/s)<br />

Figura 26: Regionalização da Q90 na RHH-R4 utilizando as variáveis Ad e L<br />

As vazões estimadas pelos mo<strong>de</strong>los que utilizam a combinação entre as variáveis<br />

Ad e L apresentaram erros bastante acentuados para algumas estações. No mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear, 71% das estações apresentaram erros percentuais <strong>de</strong> estimativa muito elevados,<br />

como no caso das estações 75600000 e 75830000 que apresentaram superstimativas <strong>de</strong><br />

107,5% e 438,8% acima do valor da Q90 observado. O mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou ER%<br />

médio <strong>de</strong> 118,1%.<br />

O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou sistematicamente erros menores em relação ao<br />

Linear, ainda assim, 3 das 7 estações da região apresentaram erros percentuais<br />

superiores a 30%. O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou ER% <strong>de</strong> 42,8%.<br />

<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,00<br />

7,00<br />

6,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,00<br />

RHH-R4 Q90 - Ad e L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Região Hidrologicamente Homogênea – RHH-R5 (Q90)<br />

A RHH-R5 reúne 16 estações, a saber: 75450000, 76077000, 76085000,<br />

76100000, 76120000, 76300000, 76310000, 76360001, 76380000, 76440000,<br />

76490000, 76600000, 76700000, 76750000, 76800000 e 77150000. Na análise gráfica,<br />

estas duas últimas foram retiradas <strong>de</strong>vido a sua escala <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za muito superior as<br />

<strong>de</strong>mais em relação aos valores da Q90. Isto impossibilitaria a visualização dos resultados<br />

97


obtidos para as <strong>de</strong>mais estações. Os resultados obtidos com as Equações <strong>de</strong> Regressão<br />

selecionadas e apresentados no item 0 para a R5 são apresentados a seguir.<br />

Tabela 16: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad<br />

Potencial Ad<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75450000 11,23 -6,73 159,92<br />

76077000 1,02 -19,97 2061,34<br />

76085000 1,19 -16,44 1485,16<br />

76100000 3,17 -9,57 401,46<br />

76120000 4,77 -6,15 228,91<br />

76300000 8,00 8,47 -5,80<br />

76310000 13,88 42,59 -206,78<br />

76360001 1,01 -18,14 1902,76<br />

76380000 1,25 -14,68 1272,75<br />

76440000 3,61 -12,05 434,11<br />

76490000 8,96 0,82 90,90<br />

76600000 88,68 147,67 -66,51<br />

76700000 3,92 -7,34 287,20<br />

76750000 6,39 5,02 21,49<br />

76800000 110,21 211,43 -91,83<br />

77150000 920,26 882,65 4,09<br />

75450000 11,23 4,29 61,75<br />

76077000 1,02 0,77 24,07<br />

76085000 1,19 1,57 -32,39<br />

76100000 3,17 3,43 -8,17<br />

76120000 4,77 4,47 6,33<br />

76300000 8,00 9,55 -19,34<br />

76310000 13,88 24,14 -73,88<br />

76360001 1,01 1,17 -16,18<br />

76380000 1,25 2,01 -60,73<br />

76440000 3,61 2,72 24,60<br />

76490000 8,96 6,78 24,38<br />

76600000 88,68 83,07 6,33<br />

76700000 3,92 4,10 -4,61<br />

76750000 6,39 8,27 -29,48<br />

76800000 110,21 125,67 -14,03<br />

77150000 920,26 738,89 19,71<br />

98


Q (m3/s)<br />

160,00<br />

140,00<br />

120,00<br />

100,00<br />

80,00<br />

60,00<br />

40,00<br />

20,00<br />

0,00<br />

-20,00<br />

-40,00<br />

Figura 27: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad<br />

Na análise realizada acima chama atenção os valores anômalos apresentados<br />

pelo mo<strong>de</strong>lo Linear, com vazões estimadas negativas em 56% das estações, conduzindo<br />

a erros muito elevados em 81% das estações. O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou<br />

estimativas consi<strong>de</strong>radas satisfatórias para 75% das estações fluviométricas, sendo<br />

preferível o seu uso em relação ao mo<strong>de</strong>lo Potencial. Mesmo <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se da<br />

análise os erros das estações que apresentaram vazões estimadas negativas, o ER% do<br />

mo<strong>de</strong>lo Linear foi <strong>de</strong> 67,9%. O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou melhores resultados, com<br />

ER% <strong>de</strong> 26,6%.<br />

Tabela 17: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável L no mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear L<br />

RHH-R5 Q90 - Ad<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75450000 11,23 14,73 -31,17<br />

76077000 1,02 -54,89 5491,56<br />

76085000 1,19 -45,96 3973,17<br />

76100000 3,17 -20,38 742,10<br />

76120000 4,77 1,64 65,73<br />

76300000 8,00 9,37 -17,08<br />

76310000 13,88 44,47 -220,35<br />

76360001 1,01 -69,76 7032,50<br />

76380000 1,25 -44,77 3675,82<br />

99


Q (m3/s)<br />

Potencial L<br />

60,00<br />

40,00<br />

20,00<br />

0,00<br />

-20,00<br />

-40,00<br />

-60,00<br />

-80,00<br />

76440000 3,61 8,78 -143,25<br />

76490000 8,96 35,55 -296,56<br />

76600000 88,68 205,12 -131,29<br />

76700000 3,92 2,83 27,95<br />

76750000 6,39 29,60 -363,27<br />

76800000 110,21 231,89 -110,40<br />

77150000 920,26 839,35 8,79<br />

75450000 11,23 8,20 26,94<br />

76077000 1,02 0,93 8,77<br />

76085000 1,19 1,46 -23,19<br />

76100000 3,17 3,64 -14,84<br />

76120000 4,77 6,29 -31,80<br />

76300000 8,00 7,39 7,67<br />

76310000 13,88 13,46 3,02<br />

76360001 1,01 0,31 69,66<br />

76380000 1,25 1,54 -23,15<br />

76440000 3,61 7,30 -102,42<br />

76490000 8,96 11,75 -31,08<br />

76600000 88,68 63,76 28,10<br />

76700000 3,92 6,46 -64,59<br />

76750000 6,39 10,67 -67,04<br />

76800000 110,21 75,70 31,31<br />

77150000 920,26 614,35 33,24<br />

RHH-R5 Q90 - L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear Mo<strong>de</strong>lo Potencial<br />

Figura 28: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável L<br />

100


Os resultados obtidos utilizando a variável L se mostraram muito semelhantes<br />

aos apresentados nas Regressões que utilizaram apenas a variável Ad, com ER% das<br />

estimativas muito elevado em relação a Q90 observada nas estações, e o mo<strong>de</strong>lo<br />

Potencial apresentando resultados sistematicamente melhores. Para o mo<strong>de</strong>lo Linear,<br />

mesmo <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se da análise média as estações com vazões estimadas<br />

negativas, o ER% médio foi <strong>de</strong> 128,7%. O mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentou ER% <strong>de</strong><br />

31,5%.<br />

Tabela 18: Erro percentual da Q90 na RHH-R5 utilizando as variáveis Ad e L no mo<strong>de</strong>lo<br />

Linear.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Linear Ad e L<br />

Potencial Ad e L<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

75450000 11,23 -19,03 269,53<br />

76077000 1,02 4,49 -341,13<br />

76085000 1,19 4,46 -275,61<br />

76100000 3,17 -0,93 129,16<br />

76120000 4,77 -9,62 301,60<br />

76300000 8,00 9,17 -14,58<br />

76310000 13,88 41,99 -202,46<br />

76360001 1,01 17,09 -1598,79<br />

76380000 1,25 6,54 -422,44<br />

76440000 3,61 -23,85 761,13<br />

76490000 8,96 -20,24 325,77<br />

76600000 88,68 109,02 -22,94<br />

76700000 3,92 -12,33 414,33<br />

76750000 6,39 -9,55 249,43<br />

76800000 110,21 195,49 -77,37<br />

77150000 920,26 894,85 2,76<br />

75450000 11,23 5,43 51,63<br />

76077000 1,02 0,79 22,65<br />

76085000 1,19 1,47 -24,23<br />

76100000 3,17 3,45 -8,65<br />

76120000 4,77 5,03 -5,45<br />

76300000 8,00 8,69 -8,63<br />

76310000 13,88 19,79 -42,52<br />

76360001 1,01 0,67 33,48<br />

76380000 1,25 1,76 -40,77<br />

76440000 3,61 3,88 -7,55<br />

76490000 8,96 8,34 6,92<br />

76600000 88,68 79,12 10,78<br />

76700000 3,92 4,81 -22,68<br />

101


Mo<strong>de</strong>lo Variável Estação<br />

Exponencial Ad e L<br />

Q (m3/s)<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

-10,00<br />

-20,00<br />

-30,00<br />

Q90obs Q90est Erro Relativo<br />

(m³/s) (m³/s) ER%<br />

76750000 6,39 9,13 -42,94<br />

76800000 110,21 110,08 0,12<br />

77150000 920,26 761,96 17,20<br />

75450000 11,23 8,13 27,58<br />

76077000 1,02 1,24 -21,71<br />

76085000 1,19 1,51 -27,27<br />

76100000 3,17 2,88 9,38<br />

76120000 4,77 5,31 -11,23<br />

76300000 8,00 4,80 40,04<br />

76310000 13,88 6,49 53,28<br />

76360001 1,01 0,74 26,19<br />

76380000 1,25 1,50 -20,16<br />

76440000 3,61 7,64 -111,84<br />

76490000 8,96 13,12 -46,31<br />

76600000 88,68 85,91 3,13<br />

76700000 3,92 5,67 -44,55<br />

76750000 6,39 9,85 -54,13<br />

76800000 110,21 44,39 59,72<br />

77150000 920,26 1215,46 -32,08<br />

RHH-R5 Q90 - Ad e L<br />

Estações Fluviométricas<br />

Q90obs Mo<strong>de</strong>lo Linear<br />

Mo<strong>de</strong>lo Potencial Mo<strong>de</strong>lo Exponencial<br />

Figura 29: Regionalização da Q90 na RHH-R5 utilizando a variável Ad e L<br />

102


Observa-se na análise acima que a utilização combinada das variáveis não<br />

conduziu a resultados da Q90 mais satisfatórios do que aqueles obtidos utilizando Ad e L<br />

individualmente. Percebe-se claramente uma tendência apresentada pelos mo<strong>de</strong>los, on<strong>de</strong><br />

a aplicação do mo<strong>de</strong>lo Linear resultou em vazões estimadas negativas, superestimando<br />

ou subestimando as vazões Q90 em valores pouco aceitáveis.<br />

Já o mo<strong>de</strong>lo Potencial, como na maioria dos resultados apresentados nas <strong>de</strong>mais<br />

RHH <strong>de</strong>finidas no estudo, apresentou erros percentuais mais condizentes com o<br />

esperado, on<strong>de</strong> 70% das estações apresentaram erro relativo inferior a 30%.<br />

Ainda nesta região, outro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque foi o Exponencial, o qual<br />

apresentou resultados semelhantes ao mo<strong>de</strong>lo Potencial, ainda que 50% das estações<br />

apresentaram erros superiores a 30%.<br />

Mesmo <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando da análise média da região as estações que apresentam<br />

vazões estimadas negativas, o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentou erros muito elevados em<br />

relação aos apresentados até então, com ER% médio <strong>de</strong> 328,7%. Os mo<strong>de</strong>los Potencial<br />

e Exponencial apresentaram ER% médio <strong>de</strong> 21,6% e 36,7%, respectivamente.<br />

3.1.5 Definição das Equações Regionais<br />

Com base nos resultados apresentados obtidos neste trabalho po<strong>de</strong>-se inferir que<br />

na RHH-R1 o mo<strong>de</strong>lo Exponencial, utilizando a variável L apresentou excelentes<br />

resultados, com erros menores do que em relação aos mo<strong>de</strong>los que utilizaram a variável<br />

Ad. Quando utilizadas as variáveis combinadas, os mo<strong>de</strong>los Potencial e Exponencial<br />

apresentaram resultados satisfatórios (menores erros), portanto possíveis <strong>de</strong> aplicação.<br />

Com isso, recomendam-se as seguintes equações para uso apresentadas na Tabela 19:<br />

Tabela 19: Equações escolhidas para a RHH-R1.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Equação <strong>de</strong> Regressão* R²a σF ER%médio<br />

Potencial Q90 = 0,0025 A 1,0651 0,96 0,32 32<br />

Exponencial Q90 = e (1,8266 + 0,01021 L) 0,97 0,20 23,9<br />

Potencial Q90 = 0,00211 A 0,79523 L 0,4668 0,94 0,32 21,7<br />

Exponencial Q90 = e (1,8693 + 3,8935E-6 A + 0,0099 L) 0,97 0,22 12,8<br />

103


*As equações são válidas para valores <strong>de</strong> Ad entre 456 e 8.400 km² e L entre 45 e 453 km.<br />

Na RHH-R2 os maiores erros também foram observados nas estações que<br />

apresentaram as menores vazões, isto em relação à Ad e L individualmente.<br />

Provavelmente isso possa ter vínculo com o tempo <strong>de</strong> resposta <strong>de</strong>stas bacias com menor<br />

área, on<strong>de</strong> o tempo <strong>de</strong> ocorrência entre a precipitação e seu efeito na seção do rio<br />

principal é muito menor do que em gran<strong>de</strong>s bacias. Nas gran<strong>de</strong>s bacias os picos <strong>de</strong> cheia<br />

são menos frequentes já que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da ocorrência <strong>de</strong> chuvas simultâneas em toda a<br />

bacia. Segundo Cruz (2001), este fato associado ao fator <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> aquíferos,<br />

explica a menor variabilida<strong>de</strong> das vazões nas gran<strong>de</strong>s bacias.<br />

O mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando a variável L e a combinação entre Ad e L<br />

apresentou os melhores resultados, por isso, sendo recomendado a utilização das<br />

Equações apresentadas na Tabela 20:<br />

Tabela 20: Equações escolhidas para a RHH-R2.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Equação <strong>de</strong> Regressão* R²a σF ER%médio<br />

Potencial Q90 = 0,0020 L 1,6928 0,97 0,50 23,3<br />

Potencial Q90 = 0,0017 A 0,4711 L 0,9955 0,93 0,48 20,4<br />

*As equações são válidas para valores <strong>de</strong> Ad entre 337 e 62.199 km² e L entre 33 e 798 km.<br />

Na RHH-R3 o mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando a variável Ad e a combinação entre<br />

Ad e L apresentou os menores erros <strong>de</strong> estimativa. O mo<strong>de</strong>lo Linear utilizando a<br />

variável L apresentou erros muito elevados e vazões negativas. O bom resultado<br />

apresentado com a combinação entre as variáveis provavelmente se refere a um aporte<br />

residual <strong>de</strong>vido a um fator <strong>de</strong> colinearida<strong>de</strong> existente entre Ad e L, dada a elevada<br />

correlação apresentada entre estas variáveis. As equações regionalizadas recomendadas<br />

são apresentadas na Tabela 21:<br />

Tabela 21: Equações escolhidas para a RHH-R3.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Equação <strong>de</strong> Regressão* R²a σF ER%médio<br />

Potencial Q90 = 0,01097 A 0,9077 0,97 0,21 15,9<br />

Potencial Q90 = 0,0163 A 1,2782 L - 0,6490 0,98 0,16 13,1<br />

*As equações são válidas para valores <strong>de</strong> Ad entre 891 e 42.589 km² e L entre 33 e 540 km.<br />

104


A RHH-R4 é a região que apresenta os valores mais homogêneos em relação ao<br />

tamanho das áreas <strong>de</strong> drenagem das bacias. No entanto, tal similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas não<br />

refletiu em ajustes melhores dos que os apresentados nas <strong>de</strong>mais regiões <strong>de</strong>finidas neste<br />

estudo.<br />

As equações resultantes da aplicação do mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando apenas a<br />

variável Ad e a combinação entre as variáveis apresentaram os resultados mais<br />

satisfatórios, embora erros elevados ainda tenham sido observados. Recomenda-se,<br />

portanto, o uso as equações da Tabela 22:<br />

Tabela 22: Equações escolhidas para a RHH-R4.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Equação <strong>de</strong> Regressão* R²a σF ER%médio<br />

Potencial Q90 = 0,0019 A 1,0320 0,94 0,52 42,6<br />

Potencial Q90 = 0,0015 A 1,5121 L - 0,7367 0,93 0,55 42,8<br />

*As equações são válidas para valores <strong>de</strong> Ad entre 207 e 5.281 km² e L entre 18 e 303 km.<br />

Na RHH-R5, as equações que utilizaram o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentaram,<br />

sistematicamente, resultados anormais com vazões negativas e erros percentuais muito<br />

elevados, maiores dos que até então haviam sido obtidos nas <strong>de</strong>mais regiões. As<br />

equações que utilizaram o mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentaram estimativas <strong>de</strong> Q90 com erros<br />

muito mais aceitáveis do que em relação ao mo<strong>de</strong>lo Linear. Ainda, observaram-se bons<br />

resultados com o mo<strong>de</strong>lo Exponencial utilizando a combinação das variáveis. Sendo<br />

assim, este estudo permite a recomendação das seguintes equações apresentadas na<br />

Tabela 23:<br />

Tabela 23: Equações escolhidas para a RHH-R5.<br />

Mo<strong>de</strong>lo Equação <strong>de</strong> Regressão* R²a σF ER%médio<br />

Potencial Q90 = 0,0001 A 1,3165 0,96 0,38 26,6<br />

Potencial Q90 = 0,0001 A 0,8409 L 0,7566 0,97 0,32 21,6<br />

Exponencial Q90 = e (0,46933 - 0,0001 A + 0,0187 L) 0,93 0,49 36,7<br />

*As equações são válidas para valores <strong>de</strong> Ad entre 629 e 85.809 km² e L entre 60 e 1174 km.<br />

Com os resultados obtidos, verificou-se que a área <strong>de</strong> drenagem foi a variável<br />

que melhor explicou o comportamento da vazão Q90 em todas as RHH <strong>de</strong>finidas neste<br />

105


estudo, ainda que a variável L também tenha apresentado um bom <strong>de</strong>sempenho<br />

estatístico na RHH-R2.<br />

Ressalta-se que no caso das regiões RHH-R1, RHH-R2, RHH-R4 e RHH-R5, os<br />

valores das variáveis Ad e L das estações que estão situadas no rio Uruguai e, portanto,<br />

na fronteira do RS, não foram consi<strong>de</strong>radas na amplitu<strong>de</strong> aceitável para os limites <strong>de</strong><br />

aplicação das equações selecionadas. Isto porque tais estações sofrem contribuição da<br />

drenagem <strong>de</strong> outras sub-bacias não consi<strong>de</strong>radas no estudo, como por exemplo, aquelas<br />

situadas no Estado <strong>de</strong> Santa Catarina. Dada as incertezas a este respeito, adota-se com<br />

isso uma postura mais conservadora em relação aos valores possíveis <strong>de</strong> serem<br />

utilizados.<br />

Em uma análise global, mesmo o mo<strong>de</strong>lo Linear apresentando valores <strong>de</strong> R²a<br />

superiores em relação aos <strong>de</strong>mais mo<strong>de</strong>los, tanto na utilização individual quanto<br />

combinada das variáveis, ainda assim o mo<strong>de</strong>lo apresentou erros sistematicamente<br />

maiores. Verifica-se com isso que o mo<strong>de</strong>lo Linear não consegue representar<br />

a<strong>de</strong>quadamente o comportamento físico das vazões com 90% <strong>de</strong> permanência e, por<br />

isso, não é recomendado o uso das equações baseadas neste mo<strong>de</strong>lo.<br />

Um fator a ser consi<strong>de</strong>rado em relação aos resultados apresentados se refere a<br />

existência <strong>de</strong> uma variável que não é consi<strong>de</strong>rada no estudo, tampouco em outros<br />

estudos, a qual se refere às diferentes <strong>de</strong>mandas e, consequentemente, diferentes<br />

retiradas <strong>de</strong> água que ocorrem nas bacias.<br />

Este fator provavelmente exerce influência direta nas variações das séries<br />

históricas das estações analisadas, po<strong>de</strong>ndo tornar aleatório o comportamento das<br />

vazões em muitas bacias, talvez explicando erros elevados encontrados em algumas<br />

estações utilizadas no estudo.<br />

Segundo Tucci (2007), tal comportamento remete a uma aparente característica<br />

<strong>de</strong> não estacionarieda<strong>de</strong> das vazões, as quais po<strong>de</strong>m ser provocadas por alterações na<br />

bacia hidrográfica relacionadas a, por exemplo, mudanças no uso do solo como o<br />

aumento da urbanização, captações para abastecimento público, indústria, irrigação e<br />

construções <strong>de</strong> reservatórios para regularização <strong>de</strong> vazões. Entretanto, segundo<br />

resultados <strong>de</strong> Oliveira (2008), a simples presença do reservatório na área <strong>de</strong> drenagem<br />

da estação fluviométrica não implica dizer que este esteja exercendo influência<br />

expressiva no regime <strong>de</strong> variação da vazão. Isto po<strong>de</strong> ser verificado neste trabalho, on<strong>de</strong><br />

106


a estação 73480000, situação a jusante da barragem do rio <strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong> apresentou<br />

ER% médio abaixo <strong>de</strong> 30%.<br />

Outro fator a ser consi<strong>de</strong>rado, segundo afirma Cruz (2001), envolve os processos<br />

físicos como infiltração, armazenamento na camada superior do solo e aquífero. Neste<br />

sentido, possíveis interferências geológicas, como fraturas, e até mesmo interligação<br />

subterrânea com outras bacias, po<strong>de</strong>m refletir diretamente no comportamento das<br />

vazões <strong>de</strong> base, justamente as que compõem o ramo inferior da curva <strong>de</strong> permanência.<br />

Tais interferências po<strong>de</strong>m estar gerando processos físicos diferentes nos locais em que<br />

estão localizadas as estações.<br />

Estas consi<strong>de</strong>rações po<strong>de</strong>m explicar os resultados menos significativos<br />

apresentados pelas regiões RHH-R4 e RHH-R5, pois, como se po<strong>de</strong> observar na Figura<br />

4, estas são as regiões que apresentam a maior variabilida<strong>de</strong> geológica, geomorfológica<br />

e pedológica da RHU.<br />

De forma comum a todas as RHH, observou-se que o erro foi maior nas estações<br />

com vazões menores, e consequentemente, menores áreas e comprimento do rio<br />

principal. No entanto, isso <strong>de</strong>ve ser compreendido como algo peculiar a este estudo, não<br />

servindo como via <strong>de</strong> regra, visto que algumas estações com áreas muito superiores<br />

também apresentaram erros elevados.<br />

Mesmo quando foram retiradas dos testes realizados as estações com área e<br />

vazões muito elevadas em comparação com as <strong>de</strong>mais, como o caso das estações<br />

72300000, 74100000, 74800000, 75550000, e 77150000, não se observou aumento ou<br />

redução significativo dos valores <strong>de</strong> R²a das regressões nas RHH nas quais foram<br />

incluídas, sendo, portanto, mantidas no estudo.<br />

Analisando-se a média <strong>de</strong> anos com dados completos das estações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

cada RHH, observou-se que as menores médias foram apresentadas justamente as<br />

regiões em que se obteve os resultados menos significativos, RHH-R4 e RHH-R5, nas<br />

quais a média <strong>de</strong> anos utilizados na regionalização foi <strong>de</strong> 24 e 29 anos <strong>de</strong> média,<br />

respectivamente. Do contrário, nas regiões em que foram verificados os menores erros,<br />

RHH-R1, RHH-R2 e RHH-R3, a média foi <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> dados completos utilizados.<br />

Isto se apresenta como um indicativo <strong>de</strong> que tanto maiores são os erros quanto menor a<br />

amplitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> anos utilizados.<br />

Os resultados obtidos com o mo<strong>de</strong>lo Potencial utilizando o método da toda série,<br />

on<strong>de</strong> se extraiu uma única Q90 para cada estação, consi<strong>de</strong>rando todos os anos com dados<br />

107


completos, apresentaram-se satisfatórios para as <strong>de</strong>finições estabelecidas neste estudo.<br />

Em estudos similares <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas (BAENA et al., 2004;<br />

OLIVEIRA, 2008; LISBOA et al. 2008; FERREIRA, 2010), também foram<br />

encontrados como melhores resultados aqueles obtidos com equações <strong>de</strong> regressão<br />

baseadas no mo<strong>de</strong>lo Potencial. No entanto, ambos consi<strong>de</strong>raram um período base para<br />

as séries históricas, diferentemente da metodologia adotada neste estudo.<br />

Conforme afirma Cruz (2001), a obtenção <strong>de</strong> vazões <strong>de</strong> permanência como a Q90<br />

utilizando o método <strong>de</strong> toda a série apresenta-se como mais conservador, consi<strong>de</strong>rando<br />

as incertezas associadas ao processo <strong>de</strong> regionalização, isso porque no ramo inferior da<br />

curva <strong>de</strong> permanência encontram-se os menores valores <strong>de</strong> toda a série histórica<br />

disponível, agrupando todas as ocorrências <strong>de</strong> estiagens em um mesmo conjunto, o que<br />

resulta na indicação <strong>de</strong> vazões menores.<br />

Caso o objetivo do estudo seja obter vazões remanescentes para fins <strong>de</strong><br />

conservação ambiental, provavelmente esta forma <strong>de</strong> se obter a Q90 seja a mais<br />

a<strong>de</strong>quada. Se a finalida<strong>de</strong> for irrigação, por exemplo, haverá uma menor produção em<br />

relação ao que po<strong>de</strong>ria ser produzido pela água disponível, ou seja, se um agricultor<br />

produzir por 20 anos, em 18 anos a vazão disponível vai ser maior ou no mínimo igual<br />

ao valor da Q90. Neste contexto, essa forma <strong>de</strong> se obter as vazões com 90% <strong>de</strong><br />

permanência talvez não seja a mais indicada, sendo necessária a utilização <strong>de</strong> outro<br />

método.<br />

108


4 CONCLUSÕES<br />

A partir dos resultados obtidos com a regionalização das vazões com 90% <strong>de</strong><br />

permanência no tempo (Q90) das estações fluviométricas monitoradas pela ANA na<br />

Região Hidrológica do Uruguai, utilizando o programa SisCoRV, conclui-se que: :<br />

Baseado nas análises estatísticas foi possível <strong>de</strong>finir cinco regiões com<br />

comportamento hidrológico homogêneo. A RHH-R1 é composta pela bacia<br />

U010; a RHH-R2 é composta pelas bacias U020, U030 e U100; a RHH-R3 é<br />

composta pela bacia U090 e parte da U030; a RHH-R4 abrange as bacias U040 e<br />

U110 e; a RHH-R5 abrange as bacias U050 e U070. As bacias U060 e U080 não<br />

foram consi<strong>de</strong>radas no estudo;<br />

A área <strong>de</strong> drenagem foi a variável mais expressiva na representação das vazões<br />

associadas aos níveis <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong> permanência na regionalização pelo método<br />

tradicional, sendo que o acréscimo da variável L nas equações não representou<br />

uma redução significativa dos erros, tampouco um aumento representativo nos<br />

ajustes do coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação. Com isso, a área <strong>de</strong> drenagem po<strong>de</strong> ser<br />

uma variável mais atrativa <strong>de</strong> utilização, <strong>de</strong>vido à praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua obtenção;<br />

As equações que utilizaram o mo<strong>de</strong>lo Potencial apresentaram os resultados com<br />

menores erros e, portanto, apresentaram-se como as mais indicadas para<br />

representar a distribuição das vazões com 90% <strong>de</strong> permanência nas regiões<br />

analisadas, muito embora o mo<strong>de</strong>lo Exponencial também possa ser utilizado nas<br />

regiões RHH-R1 e RHH-R5, contanto que sejam consi<strong>de</strong>radas as amplitu<strong>de</strong>s das<br />

variáveis utilizadas;<br />

A análise dos valores <strong>de</strong> vazões Q90 observadas e estimados com o uso das<br />

equações regionais permitiu verificar que os maiores erros percentuais foram<br />

obtidos nas estações <strong>de</strong> menor área <strong>de</strong> drenagem, e os menores erros percentuais<br />

com estações <strong>de</strong> maior área <strong>de</strong> drenagem em <strong>de</strong>corrência, provavelmente, da<br />

menor variação dos valores <strong>de</strong> vazões observadas.<br />

109


A metodologia empregada consi<strong>de</strong>rando toda a série disponível <strong>de</strong> dados<br />

apresenta-se como uma forma <strong>de</strong> estimativa mais conservadora da Q90,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se que agrupa todas as ocorrências <strong>de</strong> estiagens em um mesmo<br />

conjunto.<br />

As RHH apresentam aparente <strong>de</strong>pendência da amplitu<strong>de</strong> das séries históricas<br />

utilizadas e da conformação geológica, geomorfológica, pedológica <strong>de</strong> cada<br />

região.<br />

Os resultados obtidos com o método aplicado, on<strong>de</strong> se extraiu uma única Q90 <strong>de</strong><br />

dados não homogêneos, apresentaram-se satisfatórios para as <strong>de</strong>finições estabelecidas<br />

neste estudo e, portanto, possíveis <strong>de</strong> aplicação, contanto que o seu efetivo uso seja<br />

realizado consi<strong>de</strong>rando as peculiarida<strong>de</strong>s apresentadas neste trabalho.<br />

4.1 Recomendações para Trabalhos Futuros<br />

A realização <strong>de</strong>ste trabalho permite as seguintes recomendações :<br />

Regionalizar as vazões <strong>de</strong> permanência utilizando um período base para as séries<br />

históricas <strong>de</strong> vazões, mesmo que seja necessário realizar preenchimento <strong>de</strong><br />

falhas para dados faltantes;<br />

Utilizar outras variáveis explicativas como Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e<br />

Precipitação média anual;<br />

Regionalizar períodos <strong>de</strong> dados sazonais;<br />

Consi<strong>de</strong>rar a inclusão das estações do Estado <strong>de</strong> SC;<br />

Realizar estudo <strong>de</strong> regionalização comparando diferentes métodos <strong>de</strong><br />

regionalização.<br />

110


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permanência como base para o gerenciamento da bacia do Itajaí. XXVII Congresso<br />

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CRUZ, J. C. Disponibilida<strong>de</strong> hídrica paraoutorga: avaliação <strong>de</strong> aspectos técnicos<br />

econceituais.Tese (Doutorado em Engenharia <strong>de</strong> Recursos Hídricos e<br />

SaneamentoAmbiental) - <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong>do Sul. Porto Alegre:<br />

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CRUZ, J. C. TUCCI, C. M. E. Estimativa da disponibilida<strong>de</strong> hídrica através da<br />

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ELETROBRÁS – Centrais HidrelétricasBrasileiras S.A. Metodologia pra<br />

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ELETROBRÁS. Centrais Elétricas Brasileiras S.A.Manual <strong>de</strong> minicentrais<br />

hidrelétricas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1985b.<br />

EUCLYDES, H. P. et. al. Regionalização <strong>de</strong> vazão máxima, mínima e média <strong>de</strong><br />

longo período e da curva <strong>de</strong> permanência para a bacia do Rio Paracatu. In:<br />

Tecnologia para elaboração <strong>de</strong> projetos hidroagrícolas em bacias hidrográficas. Viçosa,<br />

MG: UFV/RURALMINAS, 2001 (Boletim Técnico 5).<br />

EUCLYDES, H. P. ET al. Regionalização Hidrológica na bacia do Rio Paranaíba,<br />

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Curitiba: ABRH, 2003.<br />

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Levantamento <strong>de</strong> Recursos Naturais, Projeto RADAMBRASIL. Vol.33. Brasil, 1986.<br />

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Bacia 7 – Rio Uruguai. Relatório Técnico. Porto Alegre: ANEEL/IPH/UFRGS, 2001.<br />

LEMOS, A. F. Avaliação <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas <strong>de</strong><br />

referência para a bacia do rio São Francisco, à montante do reservatório <strong>de</strong> Três<br />

Marias. 2006. 85 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, Viçosa, 2006.<br />

112


LISBOA, L. et al. Estimativa e regionalização das vazões mínimas e média na bacia<br />

do Rio Paracatu. Engenharia da Agricultura. Vol. 16. n.4, 471-479. Viçosa, 2008.<br />

MORENO, J. A. Clima do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre; Secretaria do Estado do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, 1961. 82 p.<br />

MENDES, L.A. Análise dos critérios <strong>de</strong> outorga <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> usos consuntivos dos<br />

recursos hídricos baseados em vazões mínimas e em vazões <strong>de</strong> permanência. 2007.<br />

187 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo, São<br />

Paulo, 2007.<br />

NAGHETTINI, M; PINTO, E. J. A Hidrologia Estatística. Belo Horizonte: CPRM,<br />

2007.<br />

OLIVEIRA et. al. Integração <strong>de</strong> informações quali-quantitativas Como ferramenta<br />

<strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> Recursos Hídricos. Revista <strong>de</strong> estudos ambientais. v. 13, n.1. p.<br />

18-37. 2011<br />

PESSOA, F. C. L. et al. Regionalização <strong>de</strong> Curvas <strong>de</strong> Permanência <strong>de</strong> Vazões da<br />

Região da Calha Norte no Estado do Pará. Revista Brasileira <strong>de</strong> Recursos Hídricos.<br />

Vol. 16. n.2 65-74, 2011.<br />

PINTO, J. A. O. Avaliação <strong>de</strong> métodos para a Regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong><br />

Permanência <strong>de</strong> vazões para a bacia do Rio das velhas. (Dissertação) – Programa <strong>de</strong><br />

Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos – <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais. 2006.<br />

REIS, J. A. T. et al. Regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> vazão para rios do<br />

Estado do Espírito Santo. Revista Capixaba <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia. n.1. 28-35.<br />

Vitória, 2006.<br />

RIBEIRO et al. Estimativa e regionalização <strong>de</strong> vazões mínimas <strong>de</strong> referência para a<br />

Bacia do rio doce. Revista Engenharia na Agricultura. v.13, n.2, 103-117. Viçosa,<br />

MG. Abr./Jun., 2005<br />

RIO GRANDE DO SUL (1996). Decreto no 37.033, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1996,<br />

regulamenta a outorga do direito <strong>de</strong> uso da água no Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

prevista nos arts. 29, 30 e 31 da Lei n o 10.350, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1994. Diário<br />

Oficial (da República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil), em 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> l996.<br />

113


RODRIGUEZ, R. G. Proposta conceitual para a regionalização <strong>de</strong> vazões. 2008.<br />

Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa. Viçosa:<br />

UFV, 2008.<br />

SEMA – Secretaria Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente. Elaboração do Plano Estadual <strong>de</strong><br />

Recursos Hídricos do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. 2007.<br />

SILVA JÚNIOR, O. B. et al. Extrapolação Espacial na Regionalização da Vazão.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Recursos Hídricos. Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 21-37, jan/mar,<br />

2003.<br />

SILVA, A.M.et al. Vazões mínimas e <strong>de</strong> referência para outorga na região do Alto<br />

Rio Gran<strong>de</strong>, Minas Gerais. Revista Brasileira <strong>de</strong> Engenharia Agrícola e Ambiental,<br />

Campina Gran<strong>de</strong>, v. 10, n. 2, p 374-380, 2006.<br />

SOUSA, H.T. Sistema computacional para Regionalização <strong>de</strong> Vazões – SisCoRV<br />

1.0. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Programa<strong>de</strong> Pós Graduação em<br />

Engenharia Agrícola.Viçosa: UFV, 2009.<br />

TUCCI, C. E. M. Regionalização <strong>de</strong> Vazões no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre:<br />

IPH/UFRGS, 1991.<br />

2002.<br />

. Regionalização <strong>de</strong> vazões. Porto Alegre: Ed. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> UFRGS,<br />

. Mudanças climáticas e impactos sobre os recursos hídricos no<br />

Brasil. Ciência & Ambiente, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria, UFSM, Santa<br />

Maria, 2007.<br />

2009.<br />

. Hidrologia: ciência e aplicação. 4 ed. Porto Alegre: UFRGS/ABRH,<br />

VENDRUSCOLO, J. Regionalização dos parâmetros <strong>de</strong> um Mo<strong>de</strong>lo chuva-vazão<br />

para estimativa <strong>de</strong> Vazões em bacias sem monitoramento Sistemático. (Dissertação<br />

<strong>de</strong> Mestrado) 2005. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Santa Maria. Santa Maria, 2005.<br />

114


ANEXO A<br />

Bacia<br />

Hidrográfica<br />

Apuaê-Inhandava<br />

(U10)<br />

<strong>Passo</strong> <strong>Fundo</strong><br />

(U20)<br />

Turvo - Santa<br />

Rosa - Santo<br />

Cristo<br />

(U30)<br />

Piratinim<br />

(U40)<br />

Ibicuí<br />

(U50)<br />

ANEXOS<br />

Municípios<br />

ÁGUA SANTA, ARATIBA, ÁUREA, BARÃO DE COTEGIPE, BARRA DO RIO AZUL, BARRACÃO, BOM JESUS,<br />

CACIQUE DOBLE, CAPÃO BONITO DO SUL, CARLOS GOMES, CASEIROS, CENTENÁRIO, CHARRUA, CIRÍACO,<br />

COXILHA, EREBANGO, ERECHIM, ESMERALDA, ESTAÇÃO, FLORIANO PEIXOTO, GAURAMA, GENTIL,<br />

GETÚLIO VARGAS, IBIAÇÁ, IBIRAIARAS, ITATIBA DO SUL, LAGOA VERMELHA, MACHADINHO, MARCELINO<br />

RAMOS, MARIANO MORO, MATO CASTELHANO, MAXIMILIANO DE ALMEIDA, MONTE ALEGRE DOS<br />

CAMPOS, MUITOS CAPÕES, MULITERNO, PAIM FILHO, PINHAL DA SERRA, SANANDUVA, SANTA CECÍLIA DO<br />

SUL, SANTO EXPEDITO DO SUL, SÃO JOÃO DA URTIGA, SÃO JOSÉ DO OURO, SÃO JOSÉ DOS AUSENTES,<br />

SERTÃO, SEVERIANO DE ALMEIDA, TAPEJARA, TRÊS ARROIOS, TUPANCI DO SUL, VACARIA, VIADUTOS,<br />

VILA LÂNGARO.<br />

BARÃO DE COTEGIPE, BARRA DO RIO AZUL, BENJAMIN CONSTANT DO SUL, CAMPINAS DO SUL, COXILHA,<br />

CRUZALTENSE, ENTRE RIOS DO SUL, EREBANGO, ERECHIM, ERVAL GRANDE, ESTAÇÃO, FAXINALZINHO,<br />

GRAMADO DOS LOUREIROS, IPIRANGA DO SUL, ITATIBA DO SUL, JACUTINGA, NONOAI, PASSO FUNDO,<br />

PAULO BENTO, PONTÃO, PONTE PRETA, QUATRO IRMÃOS, RIO DOS ÍNDIOS, RONDA ALTA, RONDINHA, SÃO<br />

VALENTIM, SERTÃO, TRÊS PALMEIRAS, TRINDADE DO SUL.<br />

ALECRIM, ALEGRIA, BOA VISTA DO BURICÁ, BOM PROGRESSO, BRAGA, CAMPINA DAS MISSÕES, CAMPO<br />

NOVO, CÂNDIDO GODÓI, CATUÍPE, CERRO LARGO, CHIAPETA, CORONEL BICACO, CRISSIUMAL,<br />

DERRUBADAS, DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO, ESPERANÇA DO SUL, GIRUÁ, GUARANI DAS MISSÕES,<br />

HORIZONTINA, HUMAITÁ, INDEPENDÊNCIA, INHACORÁ, MIRAGUAÍ, NOVA CANDELÁRIA, NOVA RAMADA,<br />

NOVO MACHADO, PALMEIRA DAS MISSÕES, PORTO LUCENA, PORTO MAUÁ, PORTO VERA CRUZ, PORTO<br />

XAVIER, REDENTORA, ROQUE GONZALES, SALVADOR DAS MISSÕES, SANTA ROSA, SANTO ÂNGELO, SANTO<br />

AUGUSTO, SANTO CRISTO, SÃO JOSÉ DO INHACORÁ, SÃO MARTINHO, SÃO PAULO DAS MISSÕES, SÃO<br />

PEDRO DO BUTIÁ, SÃO VALÉRIO DO SUL, SEDE NOVA, SENADOR SALGADO FILHO, SETE DE SETEMBRO,<br />

TENENTE PORTELA, TIRADENTES DO SUL, TRÊS DE MAIO, TRÊS PASSOS, TUCUNDUVA, TUPARENDI,<br />

UBIRETAMA.<br />

BOSSOROCA, CAPÃO DO CIPÓ, DEZESSEIS DE NOVEMBRO, ENTRE-IJUÍS, EUGÊNIO DE CASTRO, GARRUCHOS,<br />

JÓIA, PIRAPÓ, ROLADOR, SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES, SÃO BORJA, SÃO LUIZ GONZAGA, SÃO MIGUEL<br />

DAS MISSÕES, SÃO NICOLAU, TUPANCIRETÃ.<br />

ALEGRETE, BARRA DO QUARAÍ, CACEQUI, CAPÃO DO CIPÓ, DILERMANDO DE AGUIAR, ITAARA, ITAQUI,<br />

JAGUARI, JARI, JÚLIO DE CASTILHOS, MAÇAMBARÁ, MANOEL VIANA, MATA, NOVA ESPERANÇA DO SUL,<br />

QUARAÍ, QUEVEDOS, ROSÁRIO DO SUL, SANTA MARIA, SANTANA DO LIVRAMENTO, SANTIAGO, SÃO<br />

BORJA, SÃO FRANCISCO DE ASSIS, SÃO MARTINHO DA SERRA, SÃO PEDRO DO SUL, SÃO VICENTE DO SUL,<br />

TOROPI, TUPANCIRETÃ, UNISTALDA, URUGUAIANA.<br />

Quarai (U60) BARRA DO QUARAÍ, QUARAÍ, SANTANA DO LIVRAMENTO, URUGUAIANA.<br />

Santa Maria<br />

(U70)<br />

CACEQUI, DOM PEDRITO, LAVRAS DO SUL, ROSÁRIO DO SUL, SANTANA DO LIVRAMENTO, SÃO GABRIEL.<br />

Negro (U80) ACEGUÁ, BAGÉ, HULHA NEGRA.<br />

Ijuí (U90)<br />

AJURICABA, AUGUSTO PESTANA, BOA VISTA DO CADEADO, BOZANO, CAIBATÉ, CATUÍPE, CERRO LARGO,<br />

CHAPADA, CONDOR, CORONEL BARROS, CRUZ ALTA, DEZESSEIS DE NOVEMBRO, ENTRE-IJUÍS, EUGÊNIO DE<br />

CASTRO, GUARANI DAS MISSÕES, IJUÍ, JÓIA, MATO QUEIMADO, NOVA RAMADA, PALMEIRA DAS MISSÕES,<br />

PANAMBI, PEJUÇARA, PIRAPÓ, PORTO XAVIER, ROLADOR, ROQUE GONZALES, SALVADOR DAS MISSÕES,<br />

SANTA BÁRBARA DO SUL, SANTO ÂNGELO, SÃO LUIZ GONZAGA, SÃO MIGUEL DAS MISSÕES, SÃO PAULO<br />

DAS MISSÕES, SÃO PEDRO DO BUTIÁ, SETE DE SETEMBRO, TUPANCIRETÃ, VITÓRIA DAS MISSÕES.<br />

115


Várzea<br />

(U100)<br />

Butuí - Icamaquã<br />

(U110)<br />

Fonte: SEMA, 2007.<br />

ALMIRANTE TAMANDARÉ DO SUL, ALPESTRE, AMETISTA DO SUL, BARRA DO GUARITA, BARRA FUNDA,<br />

BOA VISTA DAS MISSÕES, CAIÇARA, CARAZINHO, CERRO GRANDE, CHAPADA, CONSTANTINA, COQUEIROS<br />

DO SUL, CORONEL BICACO, CRISTAL DO SUL, DERRUBADAS, DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES, ENGENHO<br />

VELHO, ERVAL SECO, FREDERICO WESTPHALEN, GRAMADO DOS LOUREIROS, IRAÍ, JABOTICABA, LAJEADO<br />

DO BUGRE, LIBERATO SALZANO, MIRAGUAÍ, NONOAI, NOVA BOA VISTA, NOVO BARREIRO, NOVO<br />

TIRADENTES, NOVO XINGU, PALMEIRA DAS MISSÕES, PALMITINHO, PASSO FUNDO, PINHAL, PINHEIRINHO<br />

DO VALE, PLANALTO PONTÃO, REDENTORA RIO DOS ÍNDIOS, RODEIO BONITO, RONDA ALTA, RONDINHA,<br />

SAGRADA FAMÍLIA, SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO, SÃO JOSÉ DAS MISSÕES, SÃO PEDRO DAS MISSÕES,<br />

SARANDI, SEBERI, TAQUARUÇU DO SUL, TENENTE PORTELA, TRÊS PALMEIRAS, TRINDADE DO SUL,<br />

VICENTE DUTRA, VISTA ALEGRE, VISTA GAÚCHA.<br />

BOSSOROCA, CAPÃO DO CIPÓ, ITACURUBI, ITAQUI, MAÇAMBARÁ, SANTIAGO, SANTO ANTÔNIO DAS<br />

MISSÕES, SÃO BORJA, UNISTALDA.<br />

116


ANEXO B<br />

117


Estacao<br />

Série histórica (anos)<br />

1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 ### 2001 ### ### ### ### ###<br />

70200000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 57 87 100 99 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 92 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0<br />

70700000 0 89 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 75 0 0 9 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 92 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 50 0<br />

72300000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 68 62 100 100 100 100 100 100 98 88 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 34 0 0 0 0 0<br />

72400000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 59 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

72430000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 63 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 97 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0<br />

72530000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 67 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 88 94 94 100 98 0 0 0 0 0 0<br />

72580000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 64 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

72630000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 21 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 95 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 99 100 100 100 92 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0<br />

72680000 18 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100 79 81 100 100 58<br />

74100000 0 0 50 84 94 60 100 100 85 99 100 100 96 100 100 100 100 100 100 100 100 100 83 100 100 100 100 0 98 100 100 100 100 100 100 100 100 90 100 100 100 100 100 97 90 86 93 100 100 100 92 74 0 68 62 100 100 100 100 100 100 96 100 100 100 100 99 0<br />

74205000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 50 59 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100<br />

74210000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 92 100 100 100 100 100 71 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

74270000 0 65 100 100 66 4 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 97 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100<br />

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73480000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 92 75 100 68 95 100 76 100 100 99 100 100 100 100 100 100 100 0<br />

Percentual <strong>de</strong> dados anuais disponíveis por ano em cada estação fluviométrica:<br />

0% a 80%<br />

81% a 89%<br />

90% a 94%<br />

95% a 99%<br />

100%<br />

118

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