21.08.2013 Views

comprimento efetivo de colunas de aço em pórticos deslocáveis

comprimento efetivo de colunas de aço em pórticos deslocáveis

comprimento efetivo de colunas de aço em pórticos deslocáveis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMPRIMENTO EFETIVO DE COLUNAS<br />

DE AÇO EM PÓRTICOS DESLOCÁVEIS<br />

Maurício Carmo Antunes<br />

Dissertação apresentada à Escola <strong>de</strong><br />

Engenharia <strong>de</strong> São Carlos da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo, como parte dos requisitos<br />

para obtenção do título <strong>de</strong> Mestre <strong>em</strong><br />

Engenharia <strong>de</strong> Estruturas<br />

ORIENTADOR: Prof. Dr. José Jairo <strong>de</strong> Sáles<br />

São Carlos<br />

2001


Antunes, Maurício Carmo<br />

A636c Comprimento <strong>efetivo</strong> <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> <strong>de</strong> <strong>aço</strong> <strong>em</strong> <strong>pórticos</strong><br />

<strong>de</strong>slocáveis / Maurício Carmo Antunes. –- São Carlos,<br />

2001.<br />

Dissertação (Dissertação) –- Escola <strong>de</strong> Engenharia<br />

<strong>de</strong> São Carlos-Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 2001.<br />

Área: Engenharia <strong>de</strong> Estruturas.<br />

Orientador: Prof. Dr. José Jairo <strong>de</strong> Sáles.<br />

1. Comprimento <strong>efetivo</strong> <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>. 2.<br />

Instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturas. 3. Efeitos <strong>de</strong> segunda<br />

or<strong>de</strong>m. Título.


AGRADECIMENTOS<br />

Ao professor José Jairo <strong>de</strong> Sáles, pela orientação e paciência.<br />

Aos meus pais, pelo apoio.<br />

À Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior, CAPES, pela<br />

bolsa <strong>de</strong> estudos concedida.<br />

A todos os professores e funcionários do Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Estruturas<br />

da EESC/USP, especialmente aos funcionários Rosi Jordão Rodrigues, Nadir Minatel,<br />

Francisco Carlos Brito, Antonio Valdair Carneiro e Masaki Kawabata Neto.<br />

Aos colegas da MSC-Brasil, <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> que trabalho, pela compreensão.


SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................i<br />

LISTA DE TABELAS...........................................................................................................iii<br />

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..........................................................................iv<br />

LISTA DE SÍMBOLOS .........................................................................................................v<br />

RESUMO ..............................................................................................................................vii<br />

ABSTRACT...........................................................................................................................viii<br />

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1<br />

1.1 Apresentação...................................................................................................................1<br />

1.2 Objetivo ..........................................................................................................................2<br />

1.3 Justificativa .....................................................................................................................3<br />

1.4 Aspectos teóricos iniciais................................................................................................4<br />

1.4.1 Carga <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>..............................................................................................4<br />

1.4.2 Definição "intuitiva" do valor <strong>de</strong> K.......................................................................6<br />

1.4.3 Definição do valor <strong>de</strong> K na análise da flambag<strong>em</strong> global <strong>de</strong> um pórtico..............8<br />

1.4.4 Definição do valor <strong>de</strong> K segundo a rigi<strong>de</strong>z disponível..........................................9<br />

1.5 Contribuição do trabalho...............................................................................................10<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................11<br />

2.1 Ábaco da Norma Brasileira...........................................................................................11<br />

2.2 Inclusão <strong>de</strong> ligações s<strong>em</strong>i-rígidas no cálculo indicado na Norma Brasileira................15<br />

2.3 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> barra <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m........................................................................21<br />

2.4 Coeficientes <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> ........................................................................................28<br />

2.5 Contradições sobre o cálculo <strong>de</strong> K................................................................................30<br />

2.6 O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> conjunto........................................................................35<br />

2.7 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> coluna isolada .............................................................................................40<br />

2.8 Resistência ao <strong>de</strong>slocamento horizontal do andar.........................................................43<br />

2.9 Consi<strong>de</strong>rações adicionais..............................................................................................44


3 EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM EM PÓRTICOS PLANOS..................................45<br />

3.1 Apresentação.................................................................................................................45<br />

3.1.1 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos..........................................................................46<br />

3.1.2 Coor<strong>de</strong>nadas globais ...........................................................................................47<br />

3.1.3 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z global ......................................................................................47<br />

3.1.4 Solução do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações .........................................................................48<br />

3.1 5 Obtenção dos resultados nos el<strong>em</strong>entos ..............................................................48<br />

3.1.6 Convergência dos resultados...............................................................................49<br />

3.2 Ex<strong>em</strong>plo 1 - Validação do programa ............................................................................49<br />

3.2.1 Entrada <strong>de</strong> dados .................................................................................................50<br />

3.2.2 Deslocamentos horizontais..................................................................................52<br />

3.2.3 Determinação do andar crítico ............................................................................52<br />

3.2.4 Contraventamento ...............................................................................................53<br />

3.2.5 Deslocamentos horizontais incluído o contraventamento ...................................55<br />

3.2.6 Momentos e cortantes nas <strong>colunas</strong> e vigas..........................................................55<br />

3.3 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>...............................................................................58<br />

3.4 Valida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los...................................................................................................58<br />

3.4.1 Ex<strong>em</strong>plo 2 - Pórtico com nós rígidos..................................................................59<br />

3.4.2 Ex<strong>em</strong>plo 3 - Pórtico com ligações rígidas modificado........................................61<br />

3.4.3 Ex<strong>em</strong>plo 4 - Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas..................................................65<br />

3.4.4 Ex<strong>em</strong>plo 5 - Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> rotulado.....................................67<br />

3.4.5 Ex<strong>em</strong>plo 6 - Pórtico contraventado.....................................................................70<br />

3.5 Análise simplificada do <strong>de</strong>slocamento lateral dos andares...........................................72<br />

3.6 Ábacos para cálculo isolado das <strong>colunas</strong>......................................................................77<br />

3.7 Obtenção dos coeficientes.............................................................................................89<br />

3.8 Aplicação à Norma Brasileira.......................................................................................90<br />

3.9 Ex<strong>em</strong>plo 7 - Comparação <strong>de</strong> resultados........................................................................92<br />

4 CONCLUSÕES..................................................................................................................97<br />

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................99<br />

APÊNDICE


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1.1 – Coluna Biarticulada. 04<br />

Figura 1.2 – Instabilida<strong>de</strong> do Equilíbrio 06<br />

Figura 1.3 – Flambag<strong>em</strong> <strong>em</strong> Colunas Diversas 07<br />

Figura 1.4 – Coluna com dois Modos <strong>de</strong> Flambag<strong>em</strong> 08<br />

Figura 1.5 – Rigi<strong>de</strong>z Disponível 09<br />

Figura 2.1 – Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> para Pórtico Deslocável 11<br />

Figura 2.2 – Viga com Molas nas Extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s 15<br />

Figura 2.3 – Coluna Comprimida 16<br />

Figura 2.4 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Pórtico Plano 18<br />

Figura 2.5 – Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> Proposta 18<br />

Figura 2.6 – Variação <strong>de</strong> P com Rk<br />

Figura 2.7 – Coor<strong>de</strong>nadas Locais Utilizadas por CHEN 22<br />

Figura 2.8 – Ex<strong>em</strong>plo 1 <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY 30<br />

Figura 2.9 – Ex<strong>em</strong>plo 2 <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY 32<br />

Figura 2.10 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA 35<br />

Figura 2.11 – Contraventamentos 37<br />

Figura 2.12 – Ex<strong>em</strong>plo 1 <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA 38<br />

Figura 2.13 – Diagrama <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY 40<br />

Figura 2.14 – Coluna com Vínculos elásticos 41<br />

Figura 3.1 – Coor<strong>de</strong>nadas Locais 46<br />

Figura 3.2 – Coor<strong>de</strong>nadas Globais por Andar 47<br />

Figura 3.3 – Pórtico do Ex<strong>em</strong>plo 1 50<br />

Figura 3.4 – Deslocamento Horizontal do Último Andar 52<br />

Figura 3.5 – Razão <strong>de</strong> Acréscimo por Andar 53<br />

Figura 3.6 – Escolha <strong>de</strong> Contraventamento 54<br />

Figura 3.7 – Cálculo <strong>de</strong> Contraventamento 54<br />

Figura 3.8 – Razão <strong>de</strong> Acréscimo com Contraventamento 55<br />

Figura 3.9 – Momentos Fletores <strong>em</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m 56<br />

Figura 3.10 – Momentos Fletores <strong>em</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m 56<br />

Figura 3.11 – Esforços Cortantes <strong>em</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m 57<br />

20


Figura 3.12 – Esforços Cortantes <strong>em</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m 57<br />

Figura 3.13 – Representação das Hipóteses 58<br />

Figura 3.14 – Ex<strong>em</strong>plo 2 - Pórtico com Nós Rígidos 59<br />

Figura 3.15 - Deslocamento Horizontal Relativo 60<br />

Figura 3.16 – Compressão nos Pilares e Fator K 61<br />

Figura 3.17 – Ex<strong>em</strong>plo 3 - Pórtico com Ligações Rígidas Modificado 61<br />

Figura 3.18 – Deslocamento Horizontal Relativo 64<br />

Figura 3.19 – Compressão nos Pilares e Fator K 64<br />

Figura 3.20 – Ex<strong>em</strong>plo 4 - Pórtico com Ligações S<strong>em</strong>i- Rígidas 65<br />

Figura 3.21 – Deslocamento Horizontal Relativo 65<br />

Figura 3.22 – Compressão nos Pilares e Fator K 66<br />

Figura 3.23 – Ex<strong>em</strong>plo 5 - Pórtico com Ligações Rígidas e Coluna Articulada 67<br />

Figura 3.24 – Deslocamento Horizontal Relativo 68<br />

Figura 3.25 – Compressão nos Pilares e Fator K 68<br />

Figura 3.26 – Ex<strong>em</strong>plo 6 - Pórtico com Contraventamento 70<br />

Figura 3.27 – Escolha <strong>de</strong> Contraventamento 70<br />

Figura 3.28 – Deslocamento Horizontal Relativo 71<br />

Figura 3.29 – Compressão nos Pilares e Fator K 71<br />

Figura 3.30 – Efeitos P-Δ e P-δ 72<br />

Figura 3.31 – Equilíbrio <strong>de</strong> uma Barra 73<br />

Figura 3.32 – Coor<strong>de</strong>nadas Locais <strong>de</strong> VISSER 74<br />

Figura 3.33 – Valores <strong>de</strong> CL para Diferentes Combinações <strong>de</strong> R1 e R2<br />

Figura 3.34 – Curvas Teóricas <strong>de</strong> λ x N 90<br />

Figura 3.35 – Curvas Simplificadas Finais <strong>de</strong> λ x N 91<br />

Figura 3.36 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Cálculo 91<br />

Figura 3.37 – Ex<strong>em</strong>plo 7 - Pórtico <strong>de</strong> 9 andares com nós Rígidos 92<br />

Figura 3.38 – Deslocamentos Horizontais <strong>em</strong> Função <strong>de</strong> F 93<br />

Figura 3.39 – Deslocamentos Relativos - 1 o Andar 94<br />

Figura 3.40 – Deslocamentos Relativos - 2 o Andar 94<br />

Figura 3.41 – Deslocamentos Relativos - 3 o Andar 95<br />

Figura 3.42 – Deslocamentos Relativos - 5 o Andar 95<br />

Figura 3.43 – Deslocamentos Relativos - 6 o Andar 96<br />

75


Figura 3.44 – Deslocamentos Relativos - 7 o Andar 96<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 2.1 – Ábaco para Pórticos Deslocáveis 13<br />

Tabela 2.2 – Ábaco para Pórticos In<strong>de</strong>slocáveis 14<br />

Tabela 2.3 – Valores do parâmetro αuf<br />

Tabela 2.4 – Valores <strong>de</strong> αuf<br />

Tabela 2.5 – Parâmetros para n = 5 e m = 2 21<br />

Tabela 2.6 – Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (1) 31<br />

Tabela 2.7 – Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (2) 32<br />

Tabela 2.8 – Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (3) 33<br />

Tabela 2.9 – Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (4) 34<br />

Tabela 2.10 – Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (5) 39<br />

Tabela 3.1 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações rígidas<br />

modificado<br />

Tabela 3.2 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações rígidas<br />

modificado<br />

Tabela 3.3 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas 66<br />

Tabela 3.4 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas 67<br />

Tabela 3.5 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong><br />

rotulado<br />

Tabela 3.6 – Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong><br />

rotulado<br />

Tabela 3.7 – Ábaco para valores <strong>de</strong> CL<br />

Tabela 3.8 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 7,0 78<br />

Tabela 3.9 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 5,0 79<br />

16<br />

19<br />

62<br />

63<br />

69<br />

69<br />

76


Tabela 3.10 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 3,0 80<br />

Tabela 3.11 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 1,0 81<br />

Tabela 3.12 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 0,5 82<br />

Tabela 3.13 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 0,0 83<br />

Tabela 3.14 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -0,5 84<br />

Tabela 3.15 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -1,0 85<br />

Tabela 3.16 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -3,0 86<br />

Tabela 3.17 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -5,0 87<br />

Tabela 3.18 – Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -7,0 88<br />

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

EESC: Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos<br />

USP: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo


Romanos<br />

A : área da seção transversal<br />

LISTA DE SÍMBOLOS<br />

C : contribuição da coluna à perda <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> lateral do pórtico<br />

CL : coeficiente <strong>de</strong> clarificação<br />

E : módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> transversal<br />

F : parâmetro <strong>de</strong> carregamento<br />

GA, GB, Gi, A B G , G ′ ′ : relações entre soma <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>zes <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> e <strong>de</strong> vigas<br />

K : fator que <strong>de</strong>fine o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong><br />

[K] : matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

L : <strong>comprimento</strong> <strong>de</strong> barra<br />

M, MA, MB : momentos fletores<br />

[M] : matriz dos coeficientes <strong>de</strong> mola<br />

Ms : momento fletor <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m<br />

P : carga axial<br />

Pcr : carga crítica<br />

Pu : carga última<br />

Rc1 : rigi<strong>de</strong>z lateral do andar <strong>em</strong> primeira or<strong>de</strong>m<br />

Rc2 : rigi<strong>de</strong>z lateral do andar <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m<br />

RKA, RKB, R1, R2 : rigi<strong>de</strong>z à rotação das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s das barras<br />

[R] : matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

[Rm] : matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z para barras com molas<br />

s, c, m : funções <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong><br />

S : rigi<strong>de</strong>z lateral do pórtico<br />

Sf : rigi<strong>de</strong>z lateral requisitada<br />

Si : rigi<strong>de</strong>z lateral <strong>em</strong> primeira or<strong>de</strong>m<br />

u, v, w : <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> um ponto<br />

V : esforço cortante total <strong>em</strong> um andar


Gregos<br />

α : correção para rigi<strong>de</strong>z das vigas pela Norma Brasileira<br />

αuf : correção para a rigi<strong>de</strong>z das vigas segundo CHEN<br />

αi : relação entre cargas axiais<br />

β : relação entre parâmetros <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

γi : relação entre alturas <strong>de</strong> andares<br />

φ1, φ2 : coeficientes <strong>em</strong> série <strong>de</strong> Fourier<br />

ϕ = (π /K) 2<br />

ρ : rigi<strong>de</strong>z adimensional variando <strong>de</strong> 0 a 1<br />

θA, θB : rotações <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> barra


RESUMO<br />

ANTUNES, M. C. (2001). Comprimento Efetivo <strong>de</strong> Colunas <strong>de</strong> Aço <strong>em</strong> Pórticos<br />

Deslocáveis. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São<br />

Carlos, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Dentro da prática <strong>de</strong> verificação e projeto <strong>de</strong> estruturas metálicas, o cálculo <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> exerce papel importante, já que o <strong>aço</strong>, por sua elevada resistência, incentiva o<br />

uso <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> significativamente esbeltas. É comum na verificação da instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>pórticos</strong> metálicos <strong>de</strong> andares múltiplos a utilização do conhecido fator K, que <strong>de</strong>fine, para a<br />

coluna, um <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>. Tal fator é usualmente obtido <strong>em</strong> ábacos construídos a<br />

partir <strong>de</strong> duas hipóteses distintas para o mecanismo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>: a <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> por<br />

<strong>de</strong>slocamento lateral do andar e a <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> com esse <strong>de</strong>slocamento impedido. Essa<br />

divisão, e os mo<strong>de</strong>los usualmente utilizados para tratá-la, se mostram incompletos para o<br />

caso <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> que se distanci<strong>em</strong> das hipóteses simplificadoras adotadas, e po<strong>de</strong>m induzir a<br />

confusões e mal-entendido no uso do fator K.<br />

Neste trabalho, serão mostrados mo<strong>de</strong>los alternativos para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>sse<br />

fator, buscando-se maior generalida<strong>de</strong>, assim como tentativas <strong>de</strong> esclarecer algumas<br />

possíveis ambigüida<strong>de</strong>s no seu uso; além disso, esses mo<strong>de</strong>los serão aplicados a alguns<br />

ex<strong>em</strong>plos particulares. Como compl<strong>em</strong>ento ao trabalho, foi criado um programa <strong>de</strong><br />

computador para <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong>slocamentos e esforços <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m para esse tipo <strong>de</strong><br />

edificação, assim como ábacos alternativos. Os resultados obtidos nos ex<strong>em</strong>plos serão<br />

contrastados com os fornecidos pelo programa e pelos ábacos.<br />

Palavras – chave: 1. Comprimento <strong>efetivo</strong> <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>. 2. Instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estruturas. 3. Efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m.


ABSTRACT<br />

ANTUNES, M. C. (2001). Effective length for steel columns of plane un-braced<br />

frames. Dissertação ( Mestrado ) - Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos,<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

In the practice of analysis and <strong>de</strong>sign of steel structures, instability<br />

calculations is a very important feature, since steel, for its high strength, motivates<br />

the use of significantly slen<strong>de</strong>r columns. It is usual in the analysis of multi-storey<br />

steel plane frames, the use of the K factor, that <strong>de</strong>fines, for a column, an effective<br />

length. Such factor is usually obtained from nomograms, based on two different<br />

hypothesis for the instability mo<strong>de</strong>: one with a si<strong>de</strong>-way mo<strong>de</strong> and the other with no<br />

lateral displac<strong>em</strong>ents. That division, and the mo<strong>de</strong>ls usually used to <strong>de</strong>al with, are<br />

incomplete to treat frames for which behaviour go away from the adopted hypothesis<br />

and simplifications, and they can induce to confusions and misun<strong>de</strong>rstanding in the<br />

use of the K factor.<br />

In this work, alternative mo<strong>de</strong>ls will be shown for the <strong>de</strong>termination of the K<br />

factor, looking for a larger generality, as well as att<strong>em</strong>pting to clear ambiguities in its<br />

use; a series of examples will be then presented as applications of the mo<strong>de</strong>ls. As a<br />

compl<strong>em</strong>ent, a computer program was created to <strong>de</strong>termine first and second or<strong>de</strong>r<br />

nodal displac<strong>em</strong>ents and m<strong>em</strong>ber forces, as well alternative nomograms; the results<br />

obtained from the mo<strong>de</strong>ls will be contrasted with those obtained from the program<br />

and the nomograms.<br />

Keywords: : 1. Effective length. 2. Structural instability. 3. Second or<strong>de</strong>r<br />

analysis.


1 INTRODUÇÃO<br />

1.1 Apresentação<br />

Vários métodos relativamente simples se apresentam hoje disponíveis ao engenheiro<br />

que pretenda projetar um pórtico metálico. Cada um <strong>de</strong>les se diferencia pelo grau <strong>de</strong><br />

refinamento <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar os vários fatores que <strong>de</strong>terminam o comportamento e o modo <strong>de</strong><br />

falha do pórtico. Po<strong>de</strong>-se citar, segundo CHEN et al., (1996):<br />

•Análise elástica <strong>de</strong> 1ª or<strong>de</strong>m;<br />

•Análise elástica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> (autovalor);<br />

•Análise elástica <strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m;<br />

•Análise rígido-plástica <strong>de</strong> 1ª or<strong>de</strong>m;<br />

•Análise elasto-plástica <strong>de</strong> 1ª or<strong>de</strong>m (com rótulas plásticas);<br />

•Análise elasto-plástica <strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m (com rótulas plásticas);<br />

Além disso, é possível, hoje, sofisticar muito o processo <strong>de</strong> análise num projeto<br />

usando discretizações <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos finitos das seções das barras metálicas, prevendo os<br />

mais diversos tipos <strong>de</strong> fenômenos inerentes ao material, à estrutura e à sua utilização. Com<br />

isso, é possível verificar com a precisão que se fizer necessária o comportamento dos<br />

diversos el<strong>em</strong>entos no que diz respeito aos efeitos <strong>de</strong> plastificação, instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trechos<br />

localizados ou comportamento pós flambag<strong>em</strong>. Essa possibilida<strong>de</strong>, entretanto, se <strong>de</strong>stina<br />

mais a verificações teóricas, dada a dificulda<strong>de</strong> que oferece para o mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong><br />

estruturas complexas; a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>sses efeitos localizados é feita <strong>de</strong> maneira mais ou<br />

menos aproximada <strong>em</strong> cada um dos métodos citados.<br />

É possível utilizar os métodos mais avançados, <strong>em</strong> especial, a análise elasto-plástica<br />

<strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m para simular com razoável precisão o comportamento <strong>de</strong> um pórtico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

1


os <strong>de</strong>vidos cuidados sejam tomados ao levar <strong>em</strong> conta a plastificação distribuída nas barras, a<br />

rigi<strong>de</strong>z das ligações e os diversos fenômenos associados à plastificação <strong>em</strong> função do tipo <strong>de</strong><br />

solicitação.<br />

No Brasil ainda é prática corrente, prevista na Norma Brasileira, basear todo o<br />

projeto <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> no cálculo elástico <strong>de</strong> 1ª or<strong>de</strong>m. Como esse cálculo t<strong>em</strong> valida<strong>de</strong> restrita,<br />

são necessárias várias adaptações para permitir uma relativa confiabilida<strong>de</strong> com relação aos<br />

resultados obtidos. Dentre os diversos procedimentos adotados po<strong>de</strong>-se citar a amplificação<br />

dos momentos, o uso <strong>de</strong> fatores que correlacion<strong>em</strong> mecanismos locais <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> com a<br />

resistências das barras e o uso do chamado <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> para tentar prevenir o<br />

fenômeno da flambag<strong>em</strong> tanto dos el<strong>em</strong>entos quanto do pórtico como um todo.<br />

A presente dissertação se <strong>de</strong>dica à <strong>de</strong>terminação do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> no cálculo<br />

<strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> vários andares com <strong>de</strong>slocamento horizontal não impedido; para<br />

essas estruturas a metodologia sugerida pela norma po<strong>de</strong> <strong>em</strong> vários casos não ser a<strong>de</strong>quada,<br />

faltando recomendações apropriadas.<br />

1.2 Objetivo<br />

O <strong>em</strong>prego do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> no cálculo <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> metálicas é permitido e<br />

recomendado pela Norma brasileira, NBR8800 (1986) da ABNT, entretanto, o método <strong>de</strong><br />

cálculo do fator K recomendado pela Norma (vi<strong>de</strong> it<strong>em</strong> 2.1), utilizado no cálculo do<br />

<strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>, é bastante limitado no tocante aos edifícios <strong>de</strong> andares múltiplos<br />

quando esses apresentam <strong>de</strong>slocabilida<strong>de</strong> lateral. A maior limitação talvez seja a<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar uma divisão <strong>de</strong>sigual <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z e carregamento entre as várias<br />

<strong>colunas</strong> <strong>de</strong> um mesmo andar.<br />

Essa dissertação preten<strong>de</strong> se iniciar pela análise do material bibliográfico disponível<br />

sobre a utilização e cálculo do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> na verificação <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong>slocáveis <strong>de</strong><br />

andares múltiplos. Não se t<strong>em</strong> a pretensão <strong>de</strong> utilizar o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> <strong>em</strong> cálculos<br />

mais sofisticados, que envolvam uma simulação <strong>de</strong>talhada do comportamento elástico ou<br />

inelástico das <strong>colunas</strong> e suas ligações; nessa área a utilização <strong>de</strong> métodos mais complexos,<br />

envolvendo um cálculo mais <strong>de</strong>talhado <strong>em</strong> computador, teria que ser feito após uma análise<br />

prévia da relação custo-benefício e <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>rações quanto à correta interpretação dos<br />

resultados pelo meio técnico brasileiro.<br />

A intenção final é fornecer àqueles engenheiros que hoje utilizam a Norma<br />

Brasileira uma alternativa mais sólida que a prevista nos ábacos atuais, que ofereça maior<br />

2


segurança e que permita ao engenheiro enten<strong>de</strong>r melhor o fenômeno <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

edifício; não se preten<strong>de</strong>, entretanto, abrir mão da simplicida<strong>de</strong> necessária para que o cálculo<br />

do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> possa ser feito manualmente ou com o auxílio <strong>de</strong> uma calculadora<br />

<strong>de</strong> bolso.<br />

1.3 Justificativa<br />

O material sobre a análise <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> metálicos é s<strong>em</strong> dúvida bastante vasto. Vários<br />

casos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações teóricas já foram profundamente testados <strong>em</strong> laboratório e na prática<br />

da engenharia e, hoje, é perfeitamente possível fazer uma análise <strong>de</strong>talhada do<br />

comportamento <strong>de</strong> um pórtico, incluindo efeitos <strong>de</strong> plastificação <strong>de</strong> vigas e <strong>colunas</strong>,<br />

alteração <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z nas ligações e instabilida<strong>de</strong> global e local. Os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> simples<br />

análise <strong>de</strong> estruturas po<strong>de</strong>m ser hoje consi<strong>de</strong>rados resolvidos com precisão maior que a da<br />

natural variabilida<strong>de</strong> das ações que as solicitam.<br />

N<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre uma maior sofisticação no cálculo se traduz numa melhoria efetiva no<br />

projeto; a própria pesquisa estrutural, hoje, se volta muito mais à previsão estatística das<br />

solicitações e à procura <strong>de</strong> procedimentos mat<strong>em</strong>áticos <strong>de</strong> síntese do que à mera sofisticação<br />

<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> análise.<br />

A pesquisa, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> análise, é farta mas os resultados <strong>de</strong>la <strong>de</strong>moram a chegar à<br />

prática cotidiana da engenharia, seja pela dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> encontrar uma impl<strong>em</strong>entação<br />

confiável <strong>em</strong> computador, seja pelo receio <strong>de</strong> aceitar métodos novos, seja pela confiança nos<br />

métodos já experimentados ou seja ainda pela pouca difusão das peculiarida<strong>de</strong>s inerentes ao<br />

projeto <strong>de</strong> estruturas metálicas, cujo ensino e aplicação no Brasil só recent<strong>em</strong>ente vêm se<br />

tornando rotineiros. Assim, o cálculo <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> metálicos ainda é freqüent<strong>em</strong>ente feito<br />

através <strong>de</strong> análises elástico-lineares, associadas à utilização do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> para<br />

cobrir, pelo menos, efeitos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>. Além disso, po<strong>de</strong>-se somar à importância do<br />

<strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> o fato <strong>de</strong> que, segundo LIEW et al. (1991), seu uso permite boa<br />

correlação com dados experimentais e com cálculos mais sofisticados, obtidos com maior<br />

refinamento numérico e tabelados, por ex<strong>em</strong>plo, na Norma Brasileira, através <strong>de</strong> diagramas<br />

indiretamente relacionados ao <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>.<br />

Dito isso, faz-se necessário obter métodos que permitam <strong>de</strong>terminar, s<strong>em</strong> falhas ou<br />

confusões conceituais, o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> <strong>em</strong> <strong>pórticos</strong> usuais. Em especial, o<br />

método <strong>de</strong> cálculo freqüent<strong>em</strong>ente utilizado para o cálculo <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> andares múltiplos<br />

<strong>de</strong>slocáveis, baseado nos ábacos usuais, não parece ser suficiente para <strong>de</strong>terminar com<br />

3


precisão o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> <strong>em</strong> edifícios que não atendam exatamente às<br />

especificações para as quais os ábacos foram gerados. Assim, a presente dissertação preten<strong>de</strong><br />

contribuir para uma melhor compreensão <strong>de</strong>sse tipo particular <strong>de</strong> pórtico.<br />

1.4 Aspectos teóricos iniciais<br />

1.4.1 Carga <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong><br />

A primeira <strong>de</strong>dução, procurando explicar o fenômeno <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma coluna<br />

perfeitamente reta sob solicitação axial <strong>de</strong> compressão, foi feita por Euler. Para a coluna<br />

biarticulada da Figura 1.1(a), Euler mostrou que, aumentando P, existiria um valor crítico<br />

para essa carga, para o qual haveria uma alternativa para o equilíbrio com a barra fora da<br />

posição reta original.<br />

( a )<br />

P P<br />

L<br />

x<br />

y<br />

M<br />

y<br />

x<br />

( b ) ( c )<br />

Figura 1.1 - Coluna Biarticulada<br />

Seja, conforme Figura 1.1(b), a barra fora da posição original, o que daria orig<strong>em</strong><br />

conforme Figura 1.1(c) a um momento M dado por<br />

M = Py<br />

(1.1)<br />

Da relação do momento fletor com a curvatura t<strong>em</strong>-se, com boa aproximação<br />

2<br />

d y M<br />

= −<br />

(1.2)<br />

2<br />

dx EI<br />

P<br />

P<br />

y<br />

4


don<strong>de</strong> se teria uma equação diferencial para a elástica dada por<br />

2<br />

d y<br />

2<br />

dx<br />

P<br />

+ y = 0<br />

(1.3)<br />

EI<br />

que é uma equação diferencial linear homogênea <strong>de</strong> 1 a or<strong>de</strong>m.<br />

Fazendo:<br />

P<br />

k<br />

EI<br />

2 = (1.4)<br />

t<strong>em</strong>-se:<br />

2<br />

d y 2<br />

+ k y = 0<br />

(1.5)<br />

2<br />

dx<br />

A solução geral é a solução da equação homogênea, po<strong>de</strong>ndo ser colocada como:<br />

y = Acoskx + Bsenkx<br />

(1.6)<br />

Impondo a condição <strong>de</strong> contorno<br />

y (0) = 0<br />

(1.7)<br />

obtém-se:<br />

A = 0<br />

e (1.8)<br />

y = Bsenkx<br />

Com a outra condição<br />

y(L)=0 (1.9)<br />

5


obtém-se<br />

0 = BsenkL<br />

(1.10)<br />

Essa equação t<strong>em</strong> como solução ou B=0 , o que implica na solução trivial, nula, para<br />

y, ou então senkl=0 que implica <strong>em</strong> B in<strong>de</strong>terminado; se b é in<strong>de</strong>terminado a linha elástica y<br />

é qualquer, senoidal. Para qualquer valor <strong>de</strong> B seria satisfeito o equilíbrio e a coluna po<strong>de</strong>ria<br />

flambar, sair bruscamente da posição original.<br />

Para que senkl seja nulo t<strong>em</strong>-se que kl=nπ para n= 1, 2, 3, .....; o menor valor <strong>de</strong> P<br />

para que seja satisfeita essa condição é o correspon<strong>de</strong>nte a kl=π, com n=1, don<strong>de</strong> sai o valor<br />

P chamado <strong>de</strong> Pcrítico ou carga <strong>de</strong> Euler.<br />

2<br />

ð EI<br />

P c r = (1.11)<br />

2<br />

L<br />

Essa carga é chamada também <strong>de</strong> carga crítica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>, já que o equilíbrio na<br />

posição reta inicial é, a partir <strong>de</strong>la, instável conforme mostra a Figura 1.2; com ela se pensou<br />

<strong>em</strong> lançar, por ex<strong>em</strong>plo, o <strong>de</strong>slocamento y <strong>de</strong> um ponto qualquer contra P.<br />

equilíbrio<br />

instável<br />

equilíbrio<br />

estável<br />

1.4.2 Definição "intuitiva" do valor <strong>de</strong> K<br />

P<br />

y<br />

equilíbrio<br />

indiferente<br />

2<br />

EI<br />

P<br />

cr<br />

= 2<br />

L<br />

Figura 1.2 - Instabilida<strong>de</strong> do Equilíbrio<br />

A <strong>de</strong>finição mais intuitiva do fator K, e que <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong> a seu uso, é <strong>de</strong> um fator que<br />

6


corrige o <strong>comprimento</strong> da coluna <strong>em</strong> função <strong>de</strong> sua linha elástica <strong>em</strong> uma dada condição <strong>de</strong><br />

vinculação. Vários casos i<strong>de</strong>alizados po<strong>de</strong>m servir para ilustrar essa idéia. Alguns casos<br />

clássicos são freqüent<strong>em</strong>ente apresentados <strong>em</strong> normas e textos didáticos e po<strong>de</strong>riam também<br />

ser obtidos <strong>de</strong> equações diferenciais com as respectivas condições <strong>de</strong> contorno. Assim, sejam<br />

os três casos da Figura 1.3.<br />

L<br />

( a )<br />

P P<br />

2<br />

( b )<br />

L<br />

Figura 1.3 - Flambag<strong>em</strong> <strong>em</strong> Colunas Diversas<br />

Em cada um dos casos, po<strong>de</strong>-se notar que um trecho da coluna é idêntico <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>formação, e portanto <strong>em</strong> cargas, a uma coluna biarticulada, po<strong>de</strong>ndo-se, portanto, dizer<br />

que a carga crítica <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las possa ser tomada como a carga <strong>de</strong> uma<br />

coluna fictícia, <strong>de</strong> <strong>comprimento</strong> KL. Para as <strong>colunas</strong> (a), (b), (c), ter-se-ia:<br />

K a<br />

b<br />

c<br />

= 2 K = 1 K = 0,<br />

7<br />

(1.12)<br />

A utilização do chamado fator K correspon<strong>de</strong> a essa idéia <strong>de</strong> que, quando uma<br />

coluna <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a estrutural t<strong>em</strong> uma carga crítica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se<br />

encontrar para ela um <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> KL tal que a carga crítica possa ser obtida pela<br />

equação <strong>de</strong> Euler modificada.<br />

2<br />

ð EI<br />

P = (1.13)<br />

cr<br />

( ) 2<br />

KL<br />

P<br />

( c )<br />

0 , 7 L<br />

7


1.4.3 Definição do valor <strong>de</strong> K na análise da flambag<strong>em</strong> global <strong>de</strong> um pórtico<br />

A concepção do valor <strong>de</strong> K mostrada no it<strong>em</strong> anterior é intuitiva, porém não po<strong>de</strong> ser<br />

utilizada se se <strong>de</strong>seja usar o K como um fator representativo da instabilida<strong>de</strong> global <strong>de</strong> um<br />

sist<strong>em</strong>a. Um bom ex<strong>em</strong>plo disso, mostrado por WOOD (1974) po<strong>de</strong> ser dado pela coluna da<br />

Figura 1.4.<br />

L<br />

d<br />

P<br />

S rigi<strong>de</strong>z da mola<br />

Figura 1.4 - Coluna com dois Modos <strong>de</strong> Flambag<strong>em</strong><br />

Nesse ex<strong>em</strong>plo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong>termina que:<br />

Pd = SdL<br />

(1.14)<br />

Um possível modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> lateral seria com:<br />

P = SL<br />

(1.15)<br />

A coluna mostrada po<strong>de</strong>ria ter então dois modos <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>: um modo <strong>de</strong><br />

flambag<strong>em</strong> lateral, que, nesse caso, não t<strong>em</strong> sequer relação com as proprieda<strong>de</strong>s da coluna, e<br />

um modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhante ao <strong>de</strong> Euler, caso o valor <strong>de</strong> S seja suficient<strong>em</strong>ente<br />

gran<strong>de</strong>. T<strong>em</strong>-se então:<br />

K<br />

K<br />

1<br />

2<br />

=<br />

= 1<br />

2<br />

ð EI<br />

3<br />

SL<br />

(1.16)<br />

8


Uma nova <strong>de</strong>finição para K seria a <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong> correção para a equação <strong>de</strong> Euler<br />

<strong>de</strong> forma que no cálculo do carregamento máximo da coluna fosse incorporada também a<br />

instabilida<strong>de</strong> global da estrutura. Desta maneira, para se calcular o valor <strong>de</strong> K para uma dada<br />

coluna, <strong>de</strong>termina-se sua carga crítica para um modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> pré-<strong>de</strong>finido. O valor <strong>de</strong><br />

K é aquele que, aplicado à equação <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Euler (equação 1.13), forneça essa<br />

carga crítica.<br />

Um probl<strong>em</strong>a oriundo <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>finição é que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre fica claro para o<br />

engenheiro que usa o fator K calculado qual é a orig<strong>em</strong> <strong>de</strong> seu valor. Uma situação típica que<br />

po<strong>de</strong> causar confusão é a <strong>de</strong>sse ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> WOOD (1974), <strong>em</strong> que uma mesma coluna<br />

possui na verda<strong>de</strong> dois valores <strong>de</strong> K, para dois modos <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> diferentes.<br />

1.4.4 Definição do valor <strong>de</strong> K segundo a rigi<strong>de</strong>z disponível<br />

Um modo alternativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir K foi sugerido por CHEONG-SIAT-MOY (1999).<br />

Segundo esse autor, K po<strong>de</strong>ria ser pensado como uma medida da "rigi<strong>de</strong>z disponível" com<br />

que uma coluna po<strong>de</strong> contar para resistir aos efeitos <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>. Veja-se o ex<strong>em</strong>plo<br />

mostrado na Figura 1.5.<br />

P P<br />

P<br />

E I<br />

E I<br />

P P P<br />

E I<br />

E I<br />

E I E I<br />

E I 1,3 E I E I<br />

1,3 E I<br />

( a ) ( b )<br />

Figura 1.5 - Rigi<strong>de</strong>z Disponível<br />

Para o pórtico (a), uma análise mostra que o valor <strong>de</strong> K para todas as <strong>colunas</strong> é 1,19.<br />

Entretanto, para o pórtico (b), uma nova análise mostra que o valor <strong>de</strong> K para as <strong>colunas</strong><br />

laterais, engastadas, continua como 1,19, mas a coluna central, rotulada, t<strong>em</strong> K igual a 1,04.<br />

Uma maneira <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r essa variação é, segundo CHEONG-SIAT-MOY (1999),<br />

pensar que, no momento da flambag<strong>em</strong>, cada coluna aproveita sua rigi<strong>de</strong>z para resistir aos<br />

efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m, mas, como o pórtico se torna instável como um todo, aquelas<br />

9


<strong>colunas</strong> <strong>de</strong> maior rigi<strong>de</strong>z "<strong>em</strong>prestam" sua rigi<strong>de</strong>z às outras <strong>colunas</strong>. Dessa maneira, no<br />

ex<strong>em</strong>plo <strong>em</strong> questão, po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r mais intuitivamente a razão da diminuição do<br />

<strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> da coluna rotulada.<br />

A conclusão <strong>de</strong>sse ex<strong>em</strong>plo po<strong>de</strong> ser estendido para ex<strong>em</strong>plos mais complexos,<br />

imaginando-se que, ao invés <strong>de</strong> se tomar como meta o cálculo da carga crítica <strong>de</strong> uma<br />

estrutura e, <strong>em</strong> função <strong>de</strong>sse valor, <strong>de</strong>terminar os valores <strong>de</strong> K, <strong>de</strong>ve-se ter como meta<br />

<strong>de</strong>scobrir qual seria, no momento da flambag<strong>em</strong>, a distribuição <strong>de</strong> "rigi<strong>de</strong>z" disponível entre<br />

as <strong>colunas</strong>, e a partir <strong>de</strong>sses valores tentar <strong>de</strong>terminar o valor <strong>de</strong> K.<br />

1.5 Contribuição do trabalho<br />

Neste trabalho serão analisados alguns métodos constantes da bibliografia e<br />

referentes ao cálculo simplificado da instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> planos metálicos com<br />

distribuição regular <strong>de</strong> pilares e vigas. Em particular, o objetivo maior seria propor um<br />

procedimento <strong>de</strong> cálculo que compl<strong>em</strong>entasse as recomendações da Norma Brasileira no que<br />

diz respeito à análise <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong>slocáveis.<br />

Para comparar métodos aproximados é fundamental dispor <strong>de</strong> ferramentas<br />

computacionais a<strong>de</strong>quadas para o cálculo repetitivo das soluções propostas. Isso implicou<br />

<strong>em</strong> se gerar diversos sub-programas, além evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> um programa básico, para<br />

cálculo <strong>de</strong> estruturas <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m com os requintes exigidos para os tipos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

analisadas.<br />

10


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 Ábaco da Norma Brasileira<br />

O método utilizado pela Norma Brasileira po<strong>de</strong> ser encontrado no anexo I da<br />

NBR8800 (1986). O mo<strong>de</strong>lo utilizado faz uma série <strong>de</strong> suposições que permit<strong>em</strong> estudar o<br />

comportamento <strong>de</strong> cada coluna e andar isolados dos <strong>de</strong>mais, conforme mostrado na Figura<br />

2.1. As principais hipóteses são <strong>de</strong> que as rotações nas duas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada viga são<br />

iguais (θA e θB para as vigas superior e inferior); todas as <strong>colunas</strong> do pórtico per<strong>de</strong>m a<br />

instabilida<strong>de</strong> simultaneamente; a conexão entre as vigas e as <strong>colunas</strong> é rígida.<br />

θ B<br />

θA<br />

b3<br />

P<br />

c 1<br />

P<br />

θ B<br />

b1 θA<br />

b2<br />

θ B<br />

θA<br />

c 3<br />

θA<br />

c2<br />

b4<br />

Figura 2.1 - Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> para Pórtico Deslocável<br />

θ B<br />

θ B<br />

θ A<br />

11


O equacionamento do mo<strong>de</strong>lo da Figura 2.1 relacionando momentos e giros,<br />

incluindo equações associadas às clássicas funções <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, resulta na expressão 2.1,<br />

também apresentada na Norma Brasileira. Essa expressão po<strong>de</strong> ser também indiretamente<br />

obtida através <strong>de</strong> várias equações apresentadas ao longo <strong>de</strong>ste texto, ajustando<br />

convenient<strong>em</strong>ente os parâmetros; com ela se obtém valores para o fator K.<br />

G<br />

A<br />

G<br />

6<br />

B<br />

⎛ ð ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ K ⎠<br />

( G + G )<br />

A<br />

2<br />

− 36<br />

=<br />

B<br />

tan<br />

ð<br />

K<br />

π<br />

K<br />

(2.1)<br />

Nessa expressão Gi é a razão entre a soma dos valores EI/L (módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><br />

multiplicado pelo momento <strong>de</strong> inércia dividido pelo <strong>comprimento</strong>) das <strong>colunas</strong> ligadas ao nó<br />

i e a soma dos valores EI/L das vigas ligadas ao nó i multiplicada por um coeficiente α que,<br />

no caso <strong>de</strong> vigas engastadas no lado oposto ao da coluna <strong>em</strong> questão, será tomado como 0,67<br />

ou seja:<br />

⎛ EI ⎞<br />

∑⎜<br />

⎟<br />

i ⎝ L ⎠c<br />

G i =<br />

(2.2)<br />

⎛ EI ⎞<br />

∑α⎜<br />

⎟<br />

⎝ L ⎠<br />

i v<br />

Os valores que satisfaz<strong>em</strong> essa equação resultam no ábaco para <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong>slocáveis<br />

mostrado na Tabela 2.1. A título <strong>de</strong> compl<strong>em</strong>entação apresenta-se na Tabela 2.2 o ábaco para<br />

<strong>pórticos</strong> in<strong>de</strong>slocáveis, também constante da Norma Brasileira.<br />

12


Tabela 2.1 - Ábaco para Pórticos Deslocáveis<br />

G A<br />

100,00<br />

50,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,00<br />

K<br />

20,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

G B<br />

100,00<br />

50,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,00<br />

13


Tabela 2.2 - Ábaco para Pórticos In<strong>de</strong>slocáveis<br />

G A<br />

50,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

K<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

G B<br />

50,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

14


2.2 Inclusão <strong>de</strong> ligações s<strong>em</strong>i-rígidas no cálculo indicado na Norma Brasileira<br />

KISHI et al. (1995), assim como CHEN et al. (1996) propõ<strong>em</strong> a adaptação do<br />

mo<strong>de</strong>lo, usado na <strong>de</strong>dução que levou aos ábacos da Norma Brasileira, para incorporar<br />

ligações s<strong>em</strong>i-rígidas entre as vigas e as <strong>colunas</strong>. A mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> proposta é a mesma da<br />

Figura 2.1, incluindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os nós não ter<strong>em</strong> a mesma rotação.<br />

A relação entre os momentos nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma viga e as rotações elásticas,<br />

tanto da própria viga quanto das ligações s<strong>em</strong>i-rígidas previstas com a introdução <strong>de</strong> molas<br />

com rigi<strong>de</strong>z RkA e RkB , é mostrada na Figura 2.2.<br />

MA<br />

θ A<br />

θ<br />

A<br />

M A<br />

R kA<br />

M<br />

R<br />

A<br />

kA<br />

θB<br />

M B<br />

R<br />

M B<br />

R kB<br />

Figura 2.2 - Viga com Molas nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s<br />

Simplificando o mo<strong>de</strong>lo acima, introduzindo a hipótese <strong>de</strong> que as rotações nas duas<br />

extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s são iguais, chega-se à expressão 2.3.<br />

b<br />

MA αuf<br />

θA<br />

Lb<br />

kB<br />

θB<br />

MB<br />

6EI<br />

= (2.3)<br />

na qual α uf <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições <strong>de</strong> engastamento das duas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s, conforme<br />

mostrado na Tabela2.3.<br />

O valor <strong>de</strong> R * na Tabela 2.3 é dado por:<br />

2<br />

* 4EI B 4EI b EI b<br />

R 1 1<br />

⎟ ⎛ ⎞⎛<br />

⎞ ⎛ ⎞<br />

⎜ + ⎟⎜<br />

+ ⎟ −⎜<br />

4<br />

= ⎜ L bR<br />

⎟⎜<br />

kA L bR<br />

⎟ ⎜<br />

(2.4)<br />

⎝ ⎠⎝<br />

kB ⎠ ⎝ L b ⎠ R kAR<br />

kB<br />

15


Tabela 2.3 - Valores do parâmetro αuf<br />

Extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> A Extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> B Parâmetro αuf<br />

engaste engaste 1<br />

engaste rótula<br />

engaste ligação s<strong>em</strong>i-rígida<br />

ligação s<strong>em</strong>i-rígida engaste<br />

ligação s<strong>em</strong>i-rígida rótula<br />

ligação s<strong>em</strong>i-rígida ligação s<strong>em</strong>i-rígida<br />

1<br />

2<br />

⎛ ⎞ ⎛<br />

⎜<br />

2EIb<br />

⎟<br />

⎜<br />

4EI<br />

1 + 1+<br />

⎝ LbRkB<br />

⎠ ⎝ LbR<br />

1<br />

⎛ 4EI<br />

⎜<br />

⎜1+<br />

⎝ LbR<br />

b<br />

kA<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

( ) ⎟ 1<br />

⎛ 3EI<br />

⎞ b ⎜1+<br />

2<br />

⎜<br />

⎝<br />

L R<br />

b<br />

kA<br />

⎛ 2EI<br />

⎞ b<br />

⎜<br />

⎜1<br />

+ ⎟ R<br />

⎝ LbRkB<br />

⎠<br />

A relação entre momentos <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> e rotações elásticas na extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma coluna é obtida, <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m, com o mo<strong>de</strong>lo da Figura 2.3.<br />

M B<br />

P<br />

θ B<br />

P<br />

M A<br />

θA<br />

L C<br />

Figura 2.3 - Coluna Comprimida<br />

Com esse mo<strong>de</strong>lo chega-se às expressões 2.5 e 2.6 mostradas a seguir.<br />

∗<br />

⎠<br />

b<br />

kB<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

16


⎤<br />

( sii<br />

+ sij<br />

) ⎥<br />

Lc<br />

⎦<br />

EI ⎡ c<br />

Δ<br />

M A = ⎢siiθA<br />

+ sijθB<br />

−<br />

(2.5)<br />

Lc<br />

⎣<br />

⎤<br />

( s ji + s jj)<br />

⎥<br />

Lc<br />

⎦<br />

EI ⎡ c<br />

Δ<br />

M B = ⎢sijθA<br />

+ s jjθB<br />

−<br />

(2.6)<br />

Lc<br />

⎣<br />

nas quais os skl são funções <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> dadas por:<br />

s<br />

s<br />

( kL )<br />

2<br />

kLc<br />

sen kLc<br />

− c cos kLc<br />

ii = s jj =<br />

(2.7)<br />

2 − 2cos<br />

kLc<br />

− kLc<br />

sen kLc<br />

( kL )<br />

2<br />

c − kLc<br />

sen kLc<br />

ij = s ji =<br />

(2.8)<br />

2 − 2cos<br />

kLc<br />

− kLc<br />

sen kLc<br />

com<br />

P<br />

k = (2.9)<br />

EI<br />

c<br />

Observe-se que o fator K para as <strong>colunas</strong> é obtido por:<br />

K<br />

kL<br />

π<br />

= (2.10)<br />

c<br />

Construindo um sist<strong>em</strong>a com as equações apresentadas e igualando o <strong>de</strong>terminante<br />

da matriz que relaciona os momentos às rotações elásticas a zero t<strong>em</strong>-se condições <strong>de</strong> chegar<br />

ao valor <strong>de</strong> K para as mais diversas condições <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>. Em particular, se as <strong>colunas</strong><br />

c1 e c3, mostradas na Figura 2.1, são rigidamente ligadas às subsequentes t<strong>em</strong>-se:<br />

⎛ ð ⎞<br />

G′<br />

′ AG<br />

B⎜<br />

⎟<br />

⎝ K ⎠<br />

6<br />

<strong>em</strong> que<br />

( G′<br />

+ G′<br />

)<br />

A<br />

2<br />

− 36<br />

ð<br />

=<br />

K<br />

⎛ π ⎞<br />

tan⎜<br />

⎟<br />

⎝ K ⎠<br />

B<br />

(2.11)<br />

17


⎛ EI ⎞ c ∑ ⎜<br />

⎟<br />

i ⎝ Lc<br />

⎠i<br />

G ′ i =<br />

(2.12)<br />

⎛ EI ⎞ b ∑α<br />

⎜<br />

⎟<br />

uf<br />

⎝ Lb<br />

⎠<br />

i i<br />

Como se vê, a equação <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> obtida é idêntica à utilizada na construção do<br />

ábaco da Norma Brasileira, alterando-se apenas o cálculo dos valores <strong>de</strong> G, aqui<br />

<strong>de</strong>nominados G'. Dessa forma, po<strong>de</strong>-se utilizar aqueles mesmos ábacos também com<br />

ligações s<strong>em</strong>i-rígidas.<br />

A partir <strong>de</strong>ssas consi<strong>de</strong>rações apresenta-se neste trabalho um pórtico regular como o<br />

mostrado na Figura 2.4, no qual se preten<strong>de</strong> analisar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong><br />

flambag<strong>em</strong> associado a um certo andar, visando uma coluna <strong>em</strong> particular.<br />

{<br />

coluna analisada<br />

Figura 2.4 - Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Pórtico Plano<br />

{<br />

andar analisado<br />

Para a análise <strong>de</strong>sse andar a mo<strong>de</strong>lação prevista é a mostrada na Figura 2.5.<br />

LC<br />

nEI<br />

nEI<br />

mLC<br />

EI<br />

nEI<br />

nEI<br />

mLC<br />

k<br />

R<br />

R k<br />

Figura 2.5 - Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> Proposta<br />

18


Preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar a carga suportada por esse pórtico para diversos valores da<br />

rigi<strong>de</strong>z das ligações, Rk (expressa <strong>em</strong> momento por rotação), supondo <strong>de</strong>slocabilida<strong>de</strong><br />

horizontal e cargas igualmente distribuídas entre as <strong>colunas</strong>. Para facilitar a compreensão dos<br />

resultados, os valores <strong>de</strong> Rk serão substituídos por um parâmetro adimensional R k função <strong>de</strong><br />

m e n, dado por<br />

R<br />

R =<br />

R<br />

k<br />

k<br />

k = (2.13)<br />

EI b L b nEI mLc<br />

A Tabela 2.4 fornece a variação <strong>de</strong> αuf <strong>em</strong> função <strong>de</strong>sse parâmetro Rk .<br />

Tabela 2.4 - Valores <strong>de</strong> αuf<br />

R k<br />

*<br />

R uf α<br />

2,000 8,000 0,250<br />

4,000 3,750 0,400<br />

6,000 2,667 0,500<br />

8,000 2,188 0,571<br />

10,000 1,920 0,625<br />

12,000 1,750 0,667<br />

14,000 1,633 0,700<br />

16,000 1,547 0,727<br />

18,000 1,481 0,750<br />

20,000 1,430 0,769<br />

30,000 1,280 0,833<br />

40,000 1,208 0,870<br />

Como se vê pela Tabela 2.4, o valor <strong>de</strong> α=0,67 utilizado pela Norma Brasileira para<br />

Rk<br />

ligações rígidas po<strong>de</strong> ser alcançado com uma relação = 12 .<br />

EI L<br />

Os coeficientes necessários para a solução <strong>de</strong> um pórtico regular po<strong>de</strong>m ser<br />

simplificados para:<br />

b<br />

b<br />

19


α<br />

R<br />

e<br />

G'<br />

uf<br />

*<br />

G'<br />

=<br />

2<br />

=<br />

1+<br />

= 1+<br />

m<br />

n<br />

αuf<br />

R<br />

2<br />

R<br />

k<br />

*<br />

8<br />

R<br />

2<br />

k<br />

12<br />

+<br />

R<br />

2<br />

k<br />

⎛ π ⎞<br />

36<br />

π<br />

⎜ ⎟ −<br />

⎝ K ⎠<br />

−<br />

K<br />

= 0<br />

12G'<br />

⎛ π ⎞<br />

tan⎜<br />

⎟<br />

⎝ K ⎠<br />

(2.14)<br />

(2.15)<br />

Para valores <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong> m e n, por ex<strong>em</strong>plo, n=5 e m=2 po<strong>de</strong>-se construir uma<br />

tabela similar à Tabela 2.5 que mostra os parâmetros relevantes da análise.<br />

Valores <strong>de</strong> P<br />

O gráfico da Figura 2.6 mostra a variação <strong>de</strong> P com Rk .<br />

1,2<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0,0<br />

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0<br />

Figura 2.6 - Variação <strong>de</strong> P com Rk<br />

Valores <strong>de</strong> R<br />

20


Tabela 2.5 - Parâmetros para n=5 e m=2<br />

Rk auf G' K P<br />

2.0 0.250 40.000 5.807 0.293<br />

4.0 0.400 25.000 4.625 0.461<br />

6.0 0.500 20.000 4.157 0.571<br />

8.0 0.571 17.500 3.902 0.648<br />

10.0 0.625 16.000 3.741 0.705<br />

12.0 0.667 15.000 3.639 0.745<br />

14.0 0.700 14.286 3.549 0.784<br />

16.0 0.727 13.750 3.479 0.815<br />

18.0 0.750 13.333 3.431 0.838<br />

20.0 0.769 13.000 3.395 0.856<br />

22.0 0.786 12.727 3.362 0.873<br />

24.0 0.800 12.500 3.334 0.888<br />

26.0 0.813 12.308 3.309 0.901<br />

28.0 0.824 12.143 3.284 0.915<br />

30.0 0.833 12.000 3.272 0.922<br />

32.0 0.842 11.875 3.257 0.930<br />

34.0 0.850 11.765 3.243 0.938<br />

36.0 0.857 11.667 3.229 0.947<br />

38.0 0.864 11.579 3.221 0.951<br />

40.0 0.870 11.500 3.208 0.959<br />

1000000.0 1.000 10.000 3.010 1.090<br />

Note-se que, nesse ex<strong>em</strong>plo, utilizando-se o valor <strong>de</strong> α uf previsto na Norma<br />

Brasileira, o carregamento máximo <strong>de</strong> cada coluna alcança 0,<br />

745<br />

= 68%<br />

do valor possível<br />

1,<br />

09<br />

usando-se uma ligação teórica completamente rígida, com Rk =1000000.0 isto é, Rk ⇒ ∞ .<br />

2.3 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> barra <strong>em</strong> 2ª or<strong>de</strong>m<br />

Como os mo<strong>de</strong>los e equações tratados nesse texto utilizam hipóteses com gran<strong>de</strong><br />

grau <strong>de</strong> simplificação, é importante contrastá-los com alguma forma <strong>de</strong> cálculo mais precisa<br />

21


para verificar a correção e valida<strong>de</strong> dos resultados. Uma forma que se mostra a<strong>de</strong>quada é<br />

simular numericamente o comportamento dos <strong>pórticos</strong> através <strong>de</strong> uma formulação matricial<br />

que leve <strong>em</strong> conta os efeitos <strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m. Assim, será utilizado um mo<strong>de</strong>lo elástico para<br />

barras incluindo efeitos <strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m apresentado por CHEN et al. (1996), adaptado apenas<br />

para excluir carregamentos distribuídos. Embora esse mo<strong>de</strong>lo não tenha a intenção <strong>de</strong><br />

representar um pórtico <strong>em</strong> uma situação <strong>de</strong> carregamento extr<strong>em</strong>o, com gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>formações, ele é suficiente para mostrar o comportamento da estrutura <strong>em</strong> 2ª or<strong>de</strong>m e<br />

estimar o carregamento crítico para a instabilida<strong>de</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas e carregamentos apresentado na Figura 2.7,<br />

conforme adotado por CHEN, só que neste trabalho particularizado para py=0.<br />

y<br />

1<br />

u 01<br />

M 1<br />

S 1<br />

v 01<br />

N 1<br />

L<br />

Figura 2.7 - Coor<strong>de</strong>nadas Locais Utilizadas por CHEN<br />

Tome-se inicialmente o tensor <strong>de</strong> Green:<br />

2<br />

2<br />

∂u<br />

1 ⎛ ∂u<br />

⎞ 1 ⎛ ∂v<br />

⎞<br />

e xx + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟<br />

∂x<br />

2 ∂x<br />

2 ⎝ ∂x<br />

⎠<br />

que:<br />

= (2.16)<br />

⎝ ⎠<br />

Como é usual, introduz<strong>em</strong>-se as condições <strong>de</strong> pequenas <strong>de</strong>formações, assumindo<br />

e xx


v 2<br />

⎛ ∂ ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ ∂x<br />

⎠<br />


δ = δu'<br />

−yδv'<br />

' + v'<br />

δv'<br />

(2.24)<br />

e xx<br />

ä ∏<br />

−<br />

∫<br />

0<br />

L<br />

N =<br />

M =<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Integrando a equação do trabalho virtual por parte, obtém-se:<br />

= [ ( N − n x N i ) δu<br />

0i + ( Nv'0<br />

+ M'−n<br />

xSi<br />

) δv0i<br />

− ( M + n xM<br />

i ) δv'0<br />

]<br />

[ N'δu<br />

+ ( Nv' + M')<br />

' δv<br />

] dx<br />

∫<br />

∫<br />

ó<br />

A xx<br />

ó<br />

A xx<br />

0<br />

dA<br />

ydA<br />

0<br />

0<br />

subenten<strong>de</strong>-se que ( )' se refere à diferenciação segundo o eixo x.<br />

N'=<br />

0<br />

( Nv' + M')<br />

0<br />

0<br />

N = n<br />

x<br />

M = −n<br />

As equações <strong>de</strong> equilíbrio e contorno ficam:<br />

N<br />

Nv' + M'=<br />

n S<br />

x<br />

i<br />

M<br />

'=<br />

0<br />

i<br />

x<br />

i<br />

2<br />

1<br />

(2.25)<br />

(2.26)<br />

Por fim, entrando com as equações constitutivas referentes ao caso elástico linear, e<br />

tomando o eixo x como o eixo do centrói<strong>de</strong>, são obtidas as relações resultante/<strong>de</strong>slocamento.<br />

⎡<br />

N = EA<br />

⎢<br />

u'0<br />

+<br />

⎣<br />

M = −EIv''<br />

0<br />

1<br />

2<br />

v'<br />

2<br />

0<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

(2.27)<br />

As equações apresentadas <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> por completo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>sejado. Segundo<br />

gráficos <strong>de</strong> tensão/<strong>de</strong>formação mostrados por CHEN (1996), os resultados fornecidos por<br />

essas equações se aproximam bastante das soluções que dispensam quaisquer simplificações<br />

exceto as <strong>de</strong> Bernoulli-Euler, para valores não muito altos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos envolvidos.<br />

É possível apresentar soluções analíticas para as equações acima, <strong>de</strong>finidas por<br />

coeficientes trigonométricos (no caso <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> compressão) e hiperbólicos (no caso <strong>de</strong><br />

forças <strong>de</strong> tração). Como esses coeficientes apresentam instabilida<strong>de</strong> numérica quando se<br />

aproximam <strong>de</strong> zero, CHEN (1996) consi<strong>de</strong>ra conveniente apresentar uma solução baseada<br />

24


<strong>em</strong> expansões <strong>em</strong> séries <strong>de</strong> potência. Tom<strong>em</strong>-se as expansões seguintes:<br />

⎧sen<br />

( γL<br />

) ⎫<br />

⎨ ⎬ = ã L + ã L<br />

⎩senh<br />

( γL<br />

) ⎭<br />

⎧cos(<br />

γL)<br />

⎫<br />

⎨ ⎬ = 1+<br />

⎩cosh<br />

( γL)<br />

⎭<br />

N<br />

P<br />

ã<br />

~<br />

e<br />

1<br />

N1L<br />

=<br />

EI<br />

2<br />

ð EI<br />

= 2<br />

L<br />

=<br />

N<br />

1<br />

EI<br />

2<br />

2<br />

ð N<br />

=<br />

P<br />

e<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

1<br />

∞<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

1<br />

2n<br />

( )<br />

1<br />

2n<br />

( + 1)<br />

~ ⎛ ⎞<br />

⎜−<br />

N1<br />

⎟<br />

! ⎝ ⎠<br />

~ ⎛ ⎞<br />

⎜−<br />

N1<br />

⎟<br />

! ⎝ ⎠<br />

n<br />

A solução para as equações propostas usando essas expansões fornece:<br />

6<br />

6 6<br />

{ F } K ij ( N1<br />

) d j + K ijk ( N1<br />

)<br />

i<br />

= ∑ ∑∑<br />

j=<br />

1<br />

t<br />

{ Fi<br />

} = ( N1,<br />

S1,<br />

M1,<br />

N 2 , S2<br />

, M 2 )<br />

t<br />

{ d i } = ( u1,<br />

v1,<br />

á u 2, v 2, á )<br />

N<br />

S<br />

â<br />

M<br />

â<br />

â<br />

=<br />

N<br />

β<br />

EI<br />

SβL<br />

=<br />

EI<br />

L<br />

2<br />

2<br />

MβL<br />

=<br />

EI<br />

1,<br />

j=<br />

1 k=<br />

1<br />

2<br />

d jdk<br />

n<br />

(2.28)<br />

(2.29)<br />

(2.30)<br />

25


26<br />

2<br />

,<br />

1<br />

L<br />

v<br />

v<br />

L<br />

u<br />

u<br />

0<br />

â<br />

0<br />

â<br />

=<br />

β<br />

=<br />

=<br />

β<br />

β<br />

(2.31)<br />

[ ]<br />

( )<br />

( ) ( )<br />

{ } ( )<br />

0<br />

,<br />

0<br />

,<br />

0<br />

,<br />

1<br />

,<br />

0<br />

,<br />

0<br />

A<br />

0<br />

K<br />

K<br />

K<br />

K<br />

2<br />

K<br />

K<br />

K<br />

K<br />

f<br />

2<br />

K<br />

A<br />

K<br />

A<br />

f<br />

2<br />

K<br />

A<br />

K<br />

A<br />

f<br />

K<br />

K<br />

f<br />

K<br />

K<br />

f<br />

A<br />

A<br />

f<br />

K<br />

K<br />

4<br />

6<br />

12<br />

simétrica<br />

0<br />

0<br />

I<br />

AL<br />

2<br />

6<br />

0<br />

4<br />

6<br />

12<br />

0<br />

6<br />

12<br />

0<br />

0<br />

I<br />

AL<br />

0<br />

0<br />

I<br />

AL<br />

K<br />

t<br />

i<br />

6jk<br />

5jk<br />

3jk<br />

2jk<br />

2k<br />

3j<br />

3k<br />

2j<br />

6<br />

3j<br />

k<br />

3k<br />

j<br />

5<br />

2j<br />

k<br />

2k<br />

j<br />

4<br />

3k<br />

3j<br />

3<br />

2k<br />

2j<br />

2<br />

k<br />

j<br />

1<br />

1jk<br />

1jk<br />

3<br />

2<br />

1<br />

2<br />

4<br />

2<br />

3<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

ij<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

=<br />

−<br />

=<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎦<br />

⎤<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎣<br />

⎡<br />

φ<br />

φ<br />

−<br />

φ<br />

φ<br />

φ<br />

−<br />

φ<br />

φ<br />

−<br />

φ<br />

−<br />

φ<br />

φ<br />

−<br />

=<br />

(2.32)<br />

i<br />

φ e i<br />

f são coeficientes <strong>em</strong> série dados por:<br />

( ) ( )<br />

( ) ( )<br />

φ<br />

−<br />

+<br />

+<br />

=<br />

φ<br />

φ<br />

−<br />

+<br />

+<br />

=<br />

φ<br />

∑<br />

∑<br />

∞<br />

=<br />

∞<br />

=<br />

6<br />

N<br />

!<br />

2<br />

2n<br />

1<br />

2<br />

1<br />

12<br />

N<br />

!<br />

1<br />

2n<br />

1<br />

1<br />

1<br />

n<br />

n<br />

1<br />

2<br />

1<br />

n<br />

n<br />

1<br />

1<br />

(2.33 a)


φ<br />

φ<br />

3<br />

4<br />

φ =<br />

f<br />

f<br />

f<br />

f<br />

f<br />

f<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

1<br />

3<br />

1<br />

6<br />

1<br />

12<br />

+<br />

+<br />

+<br />

1<br />

= 1+<br />

8<br />

=<br />

1<br />

20<br />

1<br />

3<br />

+<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

+ 2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

− 2<br />

3<br />

+<br />

2(<br />

n + 1)<br />

( 2n + 3)<br />

4φ<br />

1<br />

2n<br />

2φ<br />

!<br />

( + 3)<br />

2(<br />

n + 1)<br />

( 2n + 4)<br />

∑<br />

∞<br />

∞<br />

n=<br />

1<br />

∑<br />

4<br />

n=<br />

1<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

1<br />

= −1−<br />

2<br />

1<br />

= −<br />

4<br />

∑<br />

n+<br />

1<br />

!<br />

!<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 1)<br />

4<br />

4<br />

n+<br />

1<br />

( − N1<br />

)<br />

( − N1<br />

)<br />

( − N1<br />

)<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 5)<br />

n+<br />

1<br />

!<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 3)<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 3)<br />

∑<br />

∞<br />

∞<br />

n=<br />

1<br />

n=<br />

1<br />

2<br />

4<br />

n+<br />

1<br />

n<br />

n<br />

!<br />

!<br />

n<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 2)<br />

( − N1<br />

)<br />

+<br />

!<br />

n<br />

( 2n<br />

+ 4)<br />

n<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

!<br />

n<br />

− 2<br />

!<br />

n<br />

n<br />

n<br />

− 2<br />

4<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

n+<br />

1<br />

∞<br />

∑<br />

n=<br />

1<br />

( − N1<br />

)<br />

n<br />

( 2n<br />

+ 5)<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 3)<br />

4<br />

n+<br />

1<br />

!<br />

n<br />

( − N1<br />

)<br />

( 2n<br />

+ 4)<br />

!<br />

n<br />

!<br />

(2.33 b)<br />

(2.34 a)<br />

(2.34 b)<br />

Como numericamente significativos serão consi<strong>de</strong>rados os quinze primeiros valores<br />

das séries. As equações e coeficientes mostrados são suficientes para relacionar<br />

<strong>de</strong>slocamentos e esforços. Essas relações foram utilizadas para construir um programa para<br />

cálculo <strong>de</strong> <strong>pórticos</strong> <strong>em</strong> 2ª or<strong>de</strong>m, que será apresentado no capítulo 3 e mostrado no<br />

Apêndice.<br />

27


2.4 Coeficientes <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong><br />

Com o objetivo <strong>de</strong> resolver estruturas tridimensionais, ANTUNES (1978)<br />

consi<strong>de</strong>rando as condições <strong>de</strong> equilíbrio referidas ao centro <strong>de</strong> torção para uma coluna<br />

solicitada axialmente na linha dos centrói<strong>de</strong>s, <strong>em</strong> função dos <strong>de</strong>slocamentos v, w e da<br />

rotação φ, segundo os eixos y, z e x, com x longitudinal e, relacionando os momentos<br />

fletores às curvaturas, chega ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações diferenciais:<br />

EIz v'''' + P v" + P z0 φ" =0<br />

EIy w'''' + P w" - P y0 φ" =0 (2.35)<br />

EIω φ'''' - ( GJ-P r0 2 ) φ" + P z0 v" - P y0 w" =0<br />

Nesse sist<strong>em</strong>a y0 e z0 são as coor<strong>de</strong>nadas do centro <strong>de</strong> torção <strong>em</strong> relação ao centro <strong>de</strong><br />

gravida<strong>de</strong> da seção transversal, φ a rotação <strong>em</strong> torno do eixo x e ( GJ-P r0 2 ) contém<br />

parâmetros associados à torção do el<strong>em</strong>ento estrutural.<br />

Utilizando essas equações apenas no que po<strong>de</strong>ria ser útil a este trabalho, procurou-se<br />

restringir a análise ao caso plano; se a estrutura, por ex<strong>em</strong>plo, estiver contida no plano xz,<br />

t<strong>em</strong>-se y0 =0 e a segunda das equações é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das <strong>de</strong>mais.<br />

A solução <strong>de</strong>ssa equação é dada para o caso <strong>de</strong> carga axial <strong>de</strong> compressão, por;<br />

2ì 2ì<br />

w = C1<br />

+ C2<br />

+ C3cos<br />

x + C4sen<br />

x<br />

L L<br />

com (2.36)<br />

L<br />

μ = k<br />

e<br />

2<br />

k =<br />

Relacionando as condições <strong>de</strong> contorno <strong>de</strong>finidas pelos <strong>de</strong>slocamentos e rotações das<br />

extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s A e B da barra chega-se a:<br />

C<br />

1<br />

4μ<br />

⎧⎡<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

⎤<br />

⎨⎢s<br />

( 1+<br />

c)<br />

− ⎥ w<br />

⎩⎣<br />

m ⎦<br />

+ s(<br />

1+<br />

c)<br />

w<br />

P<br />

EI<br />

−sLθ<br />

−scLθ<br />

1 = 2<br />

zA<br />

zB yA<br />

yB<br />

1 ⎡2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

⎤<br />

C<br />

2 = ⎢ w zA − w zB + s(<br />

1+<br />

c)<br />

θ yA + s(<br />

1+<br />

c)<br />

θ<br />

2<br />

yB<br />

4μ<br />

⎥<br />

⎣ mL mL<br />

⎦<br />

⎫<br />

⎬<br />

⎭<br />

(2.37 a)<br />

28


[ s ( 1+<br />

c)<br />

w −s<br />

( 1+<br />

c)<br />

w + sLθ<br />

+ scL ]<br />

1<br />

C3 = 2<br />

4μ<br />

zA<br />

zB yA θ yB<br />

1<br />

C4<br />

= 2<br />

4μ<br />

(2.37 b)<br />

⎧ 2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

⎡ 2sL(<br />

1+<br />

c)<br />

⎤<br />

⎫<br />

⎨ − w zA + w zB + ⎢sL(<br />

1+<br />

c)<br />

− ⎥ θ yA −sL(<br />

1+<br />

c)<br />

θ yB ⎬<br />

⎩ m<br />

m ⎣<br />

m ⎦<br />

⎭<br />

sendo que s, c, m são as funções <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> dadas por:<br />

1−<br />

2μ<br />

cot 2μ<br />

s = μ<br />

tgμ<br />

− μ<br />

2μ<br />

−sen<br />

2μ<br />

c =<br />

(2.38)<br />

sen 2μ<br />

− 2μ<br />

cos 2μ<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

m =<br />

2<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

− 4μ<br />

Atribuindo-se aos parâmetros w AB , w BA , θ AB , θBA<br />

valores a<strong>de</strong>quados chega-se à<br />

matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m, dada por:<br />

[ K]<br />

⎡<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

= ⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

EA<br />

L<br />

0<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

EI 3<br />

mL<br />

simétrica<br />

0<br />

s(<br />

1+<br />

c)<br />

EI 2<br />

L<br />

s<br />

EI<br />

L<br />

EA<br />

−<br />

L<br />

0<br />

0<br />

EA<br />

L<br />

0<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

-EI<br />

3<br />

mL<br />

s(<br />

1+<br />

c)<br />

−EI<br />

2<br />

L<br />

0<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

EI 3<br />

mL<br />

⎤<br />

0 ⎥<br />

⎥<br />

s(<br />

1+<br />

c)<br />

EI ⎥<br />

2<br />

L ⎥<br />

sc ⎥<br />

EI ⎥<br />

L ⎥<br />

⎥<br />

0 ⎥<br />

⎥<br />

s(<br />

1+<br />

c)<br />

−EI<br />

⎥<br />

2<br />

L ⎥<br />

s<br />

⎥<br />

EI ⎥<br />

L ⎥⎦<br />

29<br />

(2.39)<br />

Para o caso <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> tração a matriz se mantém a mesma com a substituição<br />

das funções trigonométricas pelas correspon<strong>de</strong>ntes hiperbólicas. Esta solução para a matriz<br />

<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z foi apresentada <strong>em</strong> função <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações que serão feitas no capítulo seguinte<br />

<strong>em</strong> termos <strong>de</strong> sugestão <strong>de</strong> soluções aproximadas.


2.5 Contradições sobre o cálculo <strong>de</strong> K<br />

CHEONG-SIAT-MOY(1986) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a utilização <strong>de</strong> equações <strong>de</strong> verificação e<br />

análise que dispens<strong>em</strong> a utilização do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>. Como justificativa, apresenta<br />

ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> contradições que, segundo ele, po<strong>de</strong>m induzir a erros e a mal-entendidos.<br />

Um primeiro ex<strong>em</strong>plo adaptado do ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY (1986) po<strong>de</strong><br />

ser visto na Figura 2.8.<br />

H


Consi<strong>de</strong>rando G infinito para rótulas e G=0 para engastes (os índices a e b se<br />

refer<strong>em</strong>, respectivamente, às extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s superior e inferior <strong>de</strong> cada barra) t<strong>em</strong>-se na<br />

Tabela 2.6 os valores para os diversos parâmetros.<br />

Tabela 2.6 - Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (1)<br />

( 0)<br />

9(<br />

0)<br />

f ( φ )<br />

1⎛<br />

3 +<br />

⎜<br />

⎜1−<br />

1⎝<br />

AB CD EF<br />

α 1 1 1<br />

β 1 1 1<br />

γ 1 1 1<br />

Ga ∞<br />

EI ∞<br />

= 0.<br />

1<br />

2 × 10EI<br />

× 0.<br />

5<br />

Gb ∞ 0 ∞<br />

ρa 0<br />

2<br />

=<br />

2 + 1<br />

10<br />

0.<br />

9524<br />

ρb 0 1 0<br />

Colocando esses valores na equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA t<strong>em</strong>-se:<br />

AB<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎞ 1⎜<br />

⎟ + ⎜1−<br />

⎠ 1<br />

⎜<br />

⎜ 2<br />

φ<br />

CD ⎜<br />

⎝<br />

( 0.<br />

9524 + 1−<br />

2×<br />

0.<br />

9524)<br />

3<br />

( 1−<br />

0.<br />

9524)(<br />

1−<br />

1)<br />

+ 3(<br />

0.<br />

9524 + 1−<br />

2×<br />

0.<br />

9524)<br />

φ<br />

⎞<br />

CD tan<br />

⎟<br />

+ 9×<br />

0.<br />

9524 2<br />

⎟<br />

φAB<br />

⎟<br />

2<br />

⎟ 1⎛<br />

3 +<br />

⎟ + ⎜<br />

⎜1−<br />

⎛ φCD<br />

⎞<br />

⎜ ⎟ ⎟<br />

1<br />

tan<br />

⎝<br />

⎛ φ ⎞<br />

⎜1−<br />

CD ⎟ + 9×<br />

0.<br />

9524⎜<br />

2 −1⎟<br />

⎟<br />

⎝ tanφCD<br />

⎠<br />

⎟<br />

⎜ φCD<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎝ 2 ⎠ ⎠<br />

0<br />

( ) ( )<br />

( ) ⎟⎟<br />

0 9 0 ⎞<br />

f φ<br />

EF<br />

(2.40)<br />

2<br />

3,<br />

5880<br />

A equação fornece φ CD = 3,<br />

5880 e K CD = K AB = K EF = = 1,<br />

66<br />

π<br />

O resultado é perfeitamente válido na verificação <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> do pórtico ou na<br />

estimativa do fator <strong>de</strong> ampliação. Entretanto, utilizando corretamente sua intuição, nenhum<br />

engenheiro utilizaria K diferente <strong>de</strong> 1,0 para dimensionar as <strong>colunas</strong> AB e EF; caso<br />

contrário, a coluna certamente ficaria super- dimensionada.<br />

Po<strong>de</strong>-se ainda modificar esse ex<strong>em</strong>plo, adotando para as <strong>colunas</strong> AB e EF, da Figura<br />

2.8 um valor proporcional a um quarto <strong>de</strong> sua rigi<strong>de</strong>z real (0,25EI). Com essa modificação,<br />

seriam obtidos novos parâmetros mostrados na Tabela 2.7<br />

⎠<br />

=0<br />

31


Tabela 2.7 - Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (2)<br />

AB CD EF<br />

α 1 1 1<br />

β 0.25 1 0.25<br />

γ 1 1 1<br />

Ga ∞<br />

EI<br />

=<br />

2 × 10EI<br />

× 0.<br />

5<br />

Gb ∞ 0 ∞<br />

ρa 0<br />

2<br />

=<br />

2 + 1<br />

10<br />

0.<br />

1<br />

0.<br />

9524<br />

ρb 0 1 0<br />

Utilizando a mesma equação, obtém-se agora = K = 0,<br />

83.<br />

Novamente, esse<br />

K AB EF<br />

valor jamais po<strong>de</strong>ria ser utilizado na verificação <strong>de</strong>ssas <strong>colunas</strong>, caso contrário, o resultado<br />

certamente seria contra a segurança.<br />

Um segundo ex<strong>em</strong>plo po<strong>de</strong> ser uma variação sobre o primeiro; suponha-se que a<br />

ligação entre a viga e as <strong>colunas</strong> externas (pontos B e F) seja mais a<strong>de</strong>quadamente calculada<br />

se for consi<strong>de</strong>rada como uma ligação s<strong>em</strong>i-rígida, e não como uma rótula. Incerto <strong>de</strong> como<br />

obter valores corretos para o cálculo envolvendo ligações s<strong>em</strong>i-rígidas, o projetista po<strong>de</strong>ria<br />

tentar estimar seu cálculo através <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo com ligações rígidas, como na Figura 2.9.<br />

H


Os novos valores para os parâmetros seriam os dados na Tabela2.8.<br />

Tabela 2.8 - Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (3)<br />

AB CD EF<br />

α 1 1 1<br />

β 1 1 1<br />

γ 1 1 1<br />

Ga<br />

EI<br />

=<br />

10EI<br />

× 0.<br />

67<br />

0.<br />

1493<br />

EI<br />

=<br />

2×<br />

10EI<br />

× 0.<br />

67<br />

0.<br />

0746<br />

EI<br />

=<br />

10EI<br />

× 0.<br />

67<br />

Gb ∞ 0 ∞<br />

ρa<br />

2<br />

=<br />

2 + 0.<br />

1493<br />

0.<br />

9305<br />

2<br />

=<br />

2 + 0.<br />

0746<br />

0.<br />

9640<br />

2<br />

=<br />

2 + 0.<br />

1493<br />

ρb 0 1 0<br />

0.<br />

1493<br />

0.<br />

9305<br />

Colocando esses valores na equação utilizada, obtém-se = K = K = 1,<br />

44 .<br />

K CD AB EF<br />

Sabendo por intuição que o valor a<strong>de</strong>quado para o dimensionamento das <strong>colunas</strong> é 1,0, o<br />

projetista po<strong>de</strong>ria supor que um K a<strong>de</strong>quado, dadas as ligações s<strong>em</strong>i-rígidas, seria um valor<br />

intermediário entre 1,0 e 1,44, por ex<strong>em</strong>plo, 1,2. Nada mais incorreto, o que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>monstrado refazendo-se a análise do pórtico, simulando a ligação s<strong>em</strong>i-rígida com um<br />

valor médio para ρa nas <strong>colunas</strong> AB e EF entre 0 (caso das rótulas) e 0,9305 (caso<br />

engastado), por ex<strong>em</strong>plo, ρa=0,3. Colocando esses valores na equação, obtém-se agora<br />

K CD AB EF<br />

= K = K = 1,<br />

55 , um valor mais alto (indicando menor resistência) do que a<br />

estimativa anterior.<br />

Com base nessas contradições, CHEONG-SIAT-MOY (1986) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a utilização<br />

da seguinte equação para a verificação <strong>de</strong> <strong>colunas</strong>:<br />

φ<br />

P<br />

c<br />

u<br />

P<br />

n1<br />

βB1M<br />

+<br />

φ M<br />

b<br />

m<br />

s<br />

< 1,<br />

0<br />

(2.41)<br />

com Ms sendo o momento calculado incluindo os efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m, obtidos por<br />

análise direta ou por amplificação dos momentos <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m, e β é um coeficiente<br />

proporcional à razão <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m dos <strong>de</strong>slocamentos horizontais. Nessa<br />

equação, Pn1 é s<strong>em</strong>pre calculado com K=1,0.<br />

O mérito da alternativa não será objeto <strong>de</strong>ssa dissertação. Merec<strong>em</strong> comentários,<br />

33


entretanto, os probl<strong>em</strong>as apontados. Os ex<strong>em</strong>plos não são situações raras, feitas apenas para<br />

<strong>de</strong>monstrar possibilida<strong>de</strong>s teóricas, e sim representativos <strong>de</strong> situações práticas, especialmente<br />

<strong>pórticos</strong> envolvendo barras bi-rotuladas. Entretanto, nenhum <strong>de</strong>les representa uma falha do<br />

método do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>, mas sim <strong>de</strong> sua má utilização.<br />

O primeiro mal-entendido consiste <strong>em</strong> acreditar que o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> seja<br />

função apenas da coluna e <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> engastamento. No primeiro ex<strong>em</strong>plo, <strong>de</strong>ve-<br />

se ver que isso é incorreto, pois uma barra bi-rotulada possui um fator K diferente <strong>de</strong> 1,0. A<br />

razão disso é que esse fator se origina do mecanismo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> do pórtico como um<br />

todo. Assim, ao se <strong>de</strong>parar com um valor <strong>de</strong> K igual a 1,66, o projetista po<strong>de</strong>ria “corrigir”<br />

esse probl<strong>em</strong>a "redimensionando" a geometria do pórtico. Como ex<strong>em</strong>plo, seja o caso <strong>de</strong><br />

alterar a rigi<strong>de</strong>z proporcional à flexão das vigas AB, CD e EF para 1:3:1. Com isso, os novos<br />

fatores seriam os da Tabela 2.9.<br />

Tabela 2.9 - Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (4)<br />

AB CD EF<br />

α 1 1 1<br />

β 1 3 1<br />

γ 1 1 1<br />

Ga ∞<br />

3EI<br />

∞<br />

= 0.<br />

3<br />

2 × 10EI<br />

× 0.<br />

5<br />

Gb ∞ 0 ∞<br />

ρa 0<br />

2<br />

2<br />

+ 0.<br />

3<br />

= 08696<br />

ρb 0 1 0<br />

Usando esses novos valores, a equação <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> fornece = K = 1,<br />

0 e<br />

0<br />

K AB EF<br />

K CD = 1,<br />

72 . Igualando o K das <strong>colunas</strong> bi-rotuladas a 1,0, o mesmo correspon<strong>de</strong>nte à<br />

instabilida<strong>de</strong> s<strong>em</strong> <strong>de</strong>slocamento horizontal impedido, po<strong>de</strong>-se dizer que t<strong>em</strong>-se um projeto<br />

mais "balanceado".<br />

Um segundo mal-entendido é <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar que o modo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> seja levado<br />

<strong>em</strong> conta no cálculo do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>. A fonte do mal-entendido no segundo ex<strong>em</strong>plo<br />

v<strong>em</strong> <strong>de</strong> confundir um K relativo à instabilida<strong>de</strong> isolada da coluna com outro relativo ao<br />

modo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> com <strong>de</strong>slocamento horizontal do pórtico. Nesse caso, se o engenheiro<br />

tomar como um limite inferior para K o valor obtido no primeiro cálculo, com as ligações B<br />

34


e F rotuladas (K=1,66), e como limite superior o valor calculado com essas mesmas ligações<br />

engastadas (K=1,44), po<strong>de</strong>ria ter obtida uma boa estimativa para os valores corretos<br />

consi<strong>de</strong>rando as ligações s<strong>em</strong>i-rígidas.<br />

Como se vê, a utilização do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> nesses casos é perfeitamente<br />

a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o engenheiro esteja consciente do significado dos números utilizados.<br />

2.6 O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> conjunto<br />

ARISTIZABAL-OCHOA (1997b), procurando superar as limitações do mo<strong>de</strong>lo<br />

utilizado nos ábacos usuais, propõe a utilização do mo<strong>de</strong>lo mostrado na Figura 2.10 para<br />

analisar a instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong>slocáveis.<br />

S<br />

P P P P P<br />

1 ...<br />

i i+1 n-1 n<br />

kai kai+1<br />

Ei<br />

I i<br />

h i<br />

kbi<br />

E i+1<br />

I i+1<br />

h i+1<br />

kbi+1<br />

Figura 2.10 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA<br />

Nesse mo<strong>de</strong>lo, o modo <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rado é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento lateral<br />

in<strong>de</strong>terminado do andar como um todo. Note-se que, entretanto, ao contrário do mo<strong>de</strong>lo<br />

usado na construção dos ábacos da Norma Brasileira, são levadas <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração todas as<br />

diferentes proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada uma das <strong>colunas</strong> do andar, e não <strong>de</strong> apenas uma coluna<br />

representativa, o que é feito através da montag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma equação que consi<strong>de</strong>ra<br />

simultaneamente a flambag<strong>em</strong> do conjunto <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> <strong>de</strong> todo um andar, e não <strong>de</strong> apenas um<br />

trecho isolado. Como o conjunto das <strong>colunas</strong> é analisado simultaneamente, elimina-se<br />

também a hipótese <strong>de</strong> que os ângulos <strong>de</strong> rotação dos nós sejam iguais.<br />

Admite-se também, e leva-se <strong>em</strong> conta no cálculo, uma distribuição não igualitária<br />

<strong>de</strong> carregamentos entre as <strong>colunas</strong>. Consi<strong>de</strong>ra-se, com isso, que uma coluna com maior<br />

35


igi<strong>de</strong>z "disponível" possa ajudar a estabilizar uma outra coluna mais solicitada.<br />

Deve-se ressaltar que os coeficientes ai bi k k , não se refer<strong>em</strong> a ligações s<strong>em</strong>i-rígidas,<br />

mas a toda a rigi<strong>de</strong>z à rotação fornecida pelo sist<strong>em</strong>a às <strong>colunas</strong>, incluindo a das vigas. Os<br />

parâmetros adimensionais <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z R , utilizados no it<strong>em</strong> 2.2, isto é:<br />

R<br />

a<br />

k a<br />

k b<br />

= e R b =<br />

(2.42)<br />

EI L<br />

EI L<br />

po<strong>de</strong>m ser substituídos, seguindo o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> WANG (1983)por parâmetros ρ também<br />

adimensionais, dados por:<br />

ñ<br />

ai<br />

1<br />

1<br />

= e ñ bi =<br />

(2.43)<br />

3<br />

3<br />

1 +<br />

1 +<br />

R<br />

R<br />

ai<br />

bi<br />

A vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ρ sobre k e R é que k e R po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 0 a ∞, enquanto ρ<br />

varia <strong>de</strong> 0 a 1, facilitando a visualização e compreensão dos valores.<br />

equação.<br />

Com os coeficientes mostrados, a equação <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> que rege esse mo<strong>de</strong>lo é a<br />

[ 3(<br />

ñ + ñ − 2ñ ñ ) + 9ñ ñ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

]<br />

ai bi ai bi ai bi i i<br />

( 1 −ñ<br />

)( 1 −ñ<br />

) + 3(<br />

ñ + ñ − 2ñ ñ )( 1 −ö<br />

tanö ) + 9ñ ñ [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

− ]<br />

n á ⎛<br />

⎞<br />

i ⎜<br />

∑ ⎜1<br />

−<br />

i = 1ã<br />

i ⎜<br />

1<br />

⎝ i ai bi ai bi ai bi i i ai bi i i ⎠<br />

na qual<br />

á<br />

ö<br />

i<br />

2<br />

i<br />

Pi<br />

=<br />

P<br />

⎛<br />

= ⎜<br />

⎝<br />

j<br />

ð<br />

K<br />

=<br />

{ ö<br />

2<br />

} ⎟ ö<br />

2<br />

E I h<br />

3<br />

⎟⎟<br />

i<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

ö<br />

=<br />

2<br />

j<br />

â<br />

á<br />

â<br />

i<br />

i<br />

i<br />

=<br />

ã<br />

2<br />

i<br />

( EI)<br />

i<br />

( EI)<br />

j<br />

ã<br />

i<br />

h<br />

=<br />

h<br />

i<br />

j<br />

j<br />

(2.44)<br />

(2.45)<br />

Para utilizar a equação 2.44, é necessário escolher uma coluna como referência<br />

(indicada pelo índice j ). Será então <strong>de</strong>terminado, a partir da equação, o valor <strong>de</strong><br />

partir <strong>de</strong>sse valor serão calculados os valores do fator K para todas as outras <strong>colunas</strong>.<br />

S<br />

Ä<br />

j j<br />

36<br />

2<br />

φ j , e ,a


Para um pórtico que não tenha qualquer impedimento lateral, representado por<br />

contraventamento ou <strong>colunas</strong> externas ao sist<strong>em</strong>a adotado, po<strong>de</strong>-se tomar S = 0 e a<br />

equação simplifica-se para a equação<br />

á ⎛ i<br />

1<br />

ã ⎜ −<br />

i ⎝<br />

[ 3(<br />

ñ ai + ñ bi − 2ñ aiñ<br />

bi ) + 9ñ aiñ<br />

bi tan(<br />

ö i 2)<br />

( ö i 2)<br />

]<br />

( 1 −ñ<br />

)( 1−<br />

ñ ) + 3(<br />

ñ + ñ − 2ñ ñ )( 1−<br />

ö tanö ) + 9ñ ñ [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

−1]<br />

n<br />

∑<br />

i= 1<br />

i ai bi ai bi ai bi i i ai bi i i<br />

2 { ö<br />

}<br />

⎞<br />

⎟ = 0<br />

⎠<br />

Δ<br />

(2.46)<br />

Pela natureza do mo<strong>de</strong>lo adotado, não há sentido prático <strong>em</strong> criar ábacos ou<br />

diagramas para facilitar a obtenção dos resultados. Entretanto, é fácil programar, mesmo <strong>em</strong><br />

uma calculadora, a solução <strong>de</strong>ssa equação. Durante a elaboração <strong>de</strong>sta dissertação foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido um programa, mostrado no Apêndice, que po<strong>de</strong> ser facilmente adaptado para<br />

uso <strong>em</strong> calculadoras.<br />

Um probl<strong>em</strong>a que se põe para a boa utilização <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo é uma <strong>de</strong>terminação<br />

a<strong>de</strong>quada dos parâmetros. Além da distribuição das cargas Pi, que po<strong>de</strong>m ou não ser<br />

<strong>de</strong>terminadas já que <strong>de</strong>ve haver uma redistribuição no momento <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>ve-se<br />

calcular Δ S e ρ . O valor <strong>de</strong> S Δ po<strong>de</strong> vir <strong>de</strong> várias fontes, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>de</strong> uma coluna<br />

externa ao sist<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado ou <strong>de</strong> contraventamentos, conforme Figura 2.11, (a) e (b),<br />

respectivamente.<br />

P P P P P<br />

(a)<br />

Figura 2.11 - Contraventamentos<br />

Na Figura 2.11(a) a coluna da direita fornece ao sist<strong>em</strong>a uma rigi<strong>de</strong>z S Δ igual à sua<br />

rigi<strong>de</strong>z ao <strong>de</strong>slocamento lateral. Na Figura 2.11(b), cada diagonal <strong>de</strong> contraventamento, com<br />

módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> E e área A, atua com uma força F <strong>em</strong> função do <strong>de</strong>slocamento lateral<br />

Δ <strong>de</strong>terminada facilmente e posta por SALMON&JOHNSON (1996) na forma:<br />

L<br />

(b)<br />

L<br />

h<br />

37


2<br />

AEL<br />

F =<br />

(2.47)<br />

S<br />

Ä<br />

( ) Δ<br />

2 2 3<br />

h + L<br />

Logo, cada diagonal contribui para o seu andar com uma rigi<strong>de</strong>z S Δ dada por:<br />

2<br />

F AEL<br />

= =<br />

(2.48)<br />

Ä<br />

( ) 3 2 2<br />

h + L<br />

ARISTIZABAL-OCHOA (1994a) afirma que, para edifícios simétricos com<br />

flambag<strong>em</strong> lateral, o valor <strong>de</strong> ρ po<strong>de</strong> ser dado por<br />

2<br />

=<br />

2 + G<br />

ρ (2.49)<br />

Como ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> cálculo, tome-se o pórtico mostrado na Figura 2.12. Será<br />

analisada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> lateral no segundo andar.<br />

500<br />

500<br />

500<br />

50<br />

50<br />

50<br />

1500 1500 1500 1500<br />

I = 15000<br />

A = 150<br />

I = 40000<br />

B D A = 220 F H<br />

I = 20000 I = 20000<br />

A = 190 A = 190<br />

A C E G<br />

I = 40000<br />

A = 220<br />

500 500 500<br />

I = 15000<br />

A = 150<br />

Figura 2.12 - Ex<strong>em</strong>plo 1 <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA<br />

Os parâmetros necessários constam da Tabela 2.10.<br />

cm, k N<br />

38


Tabela 2.10 - Parâmetros para a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (5)<br />

AB CD EF GH<br />

EI 307,5x10 6 410x10 6 410x10 6<br />

39<br />

307,5x10 6<br />

L 500 500 500 500<br />

Ga (G superior)<br />

2×<br />

15000 500<br />

=<br />

40000 / 500<br />

0,<br />

75<br />

2×<br />

20000 500<br />

0,5 0,75<br />

= 0,<br />

5<br />

2×<br />

40000 500<br />

Gb (G inferior) 0,75 0,5 0,5 0,75<br />

α (carga<br />

proporcional)<br />

β (rigi<strong>de</strong>z<br />

proporcional)<br />

γ (altura<br />

proporcional)<br />

ρ a<br />

2<br />

=<br />

2 + 0,<br />

75<br />

0,5 1 1 0,5<br />

0,75 1 1 0,75<br />

1 1 1 1<br />

0,<br />

7273<br />

2<br />

2<br />

+ 0,<br />

5<br />

=<br />

0,<br />

8<br />

0,8 0,7273<br />

ρ 0,7273 0,8 0,8 0,7273<br />

b<br />

Consi<strong>de</strong>rando S = 0 , já que não há el<strong>em</strong>entos adicionais que contribuam com a<br />

estabilização, obtém-se:<br />

0.<br />

5 ⎛<br />

1<br />

1 ⎜ −<br />

⎝<br />

1⎛<br />

1<br />

1 ⎜ −<br />

⎝<br />

1⎛<br />

1<br />

1 ⎜ −<br />

⎝<br />

0.5 ⎛<br />

1<br />

1 ⎜ −<br />

⎝<br />

K<br />

K<br />

AB<br />

EF<br />

Δ<br />

2<br />

2<br />

[ 3(<br />

0.7273 + 0.7273 − 20.7273 ) + 9 × 0.7273 tan(<br />

ö 1 2)<br />

( ö 1 2)<br />

]<br />

2<br />

2<br />

2<br />

{ ö ( 1−<br />

0.7273)(<br />

1−<br />

0.7273)<br />

+ 3(<br />

0.7273 + 0.7273 − 2 × 0.7273 )( 1−<br />

ö tanö<br />

) + 9 × 0.7273 [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

−1]<br />

}<br />

2<br />

2<br />

[ 3(<br />

0.8 + 0.8 − 2 × 0.8 ) + 9×<br />

0.8 tan(<br />

ö 2 2)<br />

( ö 2 2)<br />

]<br />

2<br />

2<br />

2<br />

{ ö ( 1−<br />

0.8)(<br />

1−<br />

0.8)<br />

+ 3(<br />

0.8 + 0.8 − 2×<br />

0.8 )( 1−<br />

ö tanö<br />

) + 9 × 0.8 [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

−1]<br />

}<br />

2<br />

2<br />

2<br />

[ 3(<br />

0.8 + 0.8 − 2×<br />

0.8 ) + 9 × 0.8 tan(<br />

ö 3 2)<br />

( ö 3 2)<br />

]<br />

2<br />

2<br />

2<br />

{ ö ( 1−<br />

0.8)(<br />

1 − 0.8)<br />

+ 3(<br />

0.8 + 0.8 − 2 × 0.8 )( 1 −ö<br />

tanö<br />

) + 9 × 0.8 [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

−1]<br />

}<br />

3<br />

1<br />

2<br />

2<br />

[ 3(<br />

0.7273 + 0.7273 − 20.7273 ) + 9 × 0.7273 tan(<br />

ö 4 2)<br />

( ö 4 2)<br />

]<br />

2<br />

2<br />

2<br />

{ ö ( 1−<br />

0.7273)(<br />

1−<br />

0.7273)<br />

+ 3(<br />

0.7273 + 0.7273 − 2 × 0.7273 )( 1−<br />

ö tanö<br />

) + 9 × 0.7273 [ tan(<br />

ö 2)<br />

( ö 2)<br />

−1]<br />

}<br />

4<br />

A solução <strong>de</strong>ssa equação, l<strong>em</strong>brando que φi = ( π/Ki ) 2 , fornece:<br />

= 1,36<br />

= 1,11<br />

K<br />

K<br />

CD<br />

GH<br />

2<br />

3<br />

= 1,11<br />

= 1,36<br />

2<br />

3<br />

1<br />

4<br />

2<br />

3<br />

1<br />

4<br />

2<br />

3<br />

⎞<br />

⎟ +<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎟ +<br />

⎠<br />

1<br />

4<br />

1<br />

4<br />

(2.50)<br />

(2.51)<br />

⎞<br />

⎟ +<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎟ = 0<br />


2.7 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> coluna isolada<br />

Ao contrário do mostrado no it<strong>em</strong> anterior, on<strong>de</strong> para tornar a análise mais<br />

consistente consi<strong>de</strong>rou-se um andar do pórtico como um todo, CHEONG-SIAT-MOY<br />

(1999) retoma a idéia <strong>de</strong> fazer a análise <strong>de</strong> cada coluna isoladamente, mas utilizando um<br />

mo<strong>de</strong>lo mais completo, que permita levar <strong>em</strong> conta sua integração com as <strong>colunas</strong> vizinhas.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se o diagrama mostrado na Figura 2.13.<br />

F<br />

I<br />

F<br />

α 1<br />

I<br />

α 2<br />

Figura 2.13 - Diagrama <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY<br />

Quando se verifica a resistência da coluna da esquerda à força F, algumas situações<br />

são possíveis. Consi<strong>de</strong>re-se inicialmente α 0 . Se α 0 , a coluna não conta com<br />

1 =<br />

qualquer apoio para resistir à flambag<strong>em</strong>, assumindo portanto a forma <strong>de</strong> uma coluna<br />

engastada na base e livre no topo, com K=2. Caso α 2 ⇒ ∞ , a coluna fica engastada na base<br />

e apoiada no topo, possuindo K=0,7. Para quaisquer valores intermediários <strong>de</strong> α 2 , haverão<br />

valores intermediários <strong>de</strong> K. Consi<strong>de</strong>re-se agora 2 0 > α . Assim como a coluna da esquerda<br />

buscava apoio na da direita, agora a coluna da direita também buscará apoio na da esquerda<br />

para resistir à sua carga. Caso o valor <strong>de</strong> α 1 seja pequeno, algum apoio ainda fica disponível<br />

para a coluna da esquerda, mantendo seu K abaixo <strong>de</strong> 2. Caso, entretanto, o valor <strong>de</strong> α 1 seja<br />

muito gran<strong>de</strong>, é possível que a coluna da direita precise se apoiar na da esquerda,<br />

aumentando aquele valor <strong>de</strong> K para mais do que 2.<br />

Para tratar esse comportamento, CHEONG-SIAT-MOY (1999) propõe o mo<strong>de</strong>lo<br />

mostrado na Figura 2. 14.<br />

2 =<br />

40


S<br />

X<br />

θ1<br />

P<br />

A Y<br />

P<br />

B<br />

θ 2<br />

S<br />

M = R<br />

1 Aθ1<br />

M = R θ 2 B 2<br />

Figura 2.14 - Coluna com Vínculos Elásticos<br />

O valor <strong>de</strong> S é a rigi<strong>de</strong>z externa com que a coluna po<strong>de</strong> contar para resistir ao<br />

<strong>de</strong>slocamento lateral. Note-se que o valor <strong>de</strong> S po<strong>de</strong> ser negativo, indicando que a coluna<br />

"<strong>em</strong>presta" rigi<strong>de</strong>z a outros el<strong>em</strong>entos. Os valores <strong>de</strong> R1 e R2 são iguais aos utilizados no<br />

it<strong>em</strong> 2.6.<br />

A equação diferencial para a análise é facilmente obtida:<br />

2<br />

d y<br />

+ Py − M −SΔx<br />

= 0<br />

(2.52)<br />

2<br />

dx<br />

EIc 1<br />

2 P<br />

e t<strong>em</strong> como solução geral, com μ = :<br />

EI<br />

c<br />

M1<br />

SΔx<br />

y = Asen<br />

μx<br />

+ Bcosμx<br />

+ +<br />

(2.53)<br />

P P<br />

Com as quatro condições <strong>de</strong> contorno:<br />

x=0 ⇒ y=0<br />

x=h ⇒ y=Δ<br />

⎛ dy ⎞<br />

x=0 ⇒ M1 = R A ⎜ ⎟ 0<br />

(2.54)<br />

⎝ dx ⎠<br />

⎛ dy ⎞<br />

x=h ⇒ M 2 =<br />

R A ⎜ ⎟ n<br />

⎝ dx ⎠<br />

41


obtém-se M1 , M2 ,B, A e Δ.<br />

Substituindo-se os valores assim obtidos, na equação <strong>de</strong> equilíbrio da coluna:<br />

PΔ - M1 - M2 - SΔh = 0 (2.55)<br />

e fazendo :<br />

h<br />

K<br />

π<br />

μ =<br />

P<br />

⎛ π ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ K ⎠<br />

⎛ EI<br />

⎜<br />

⎝ h<br />

2 c<br />

= 2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

chega-se à expressão 2.57 que permite calcular o valor <strong>de</strong> K.<br />

Sh<br />

EI<br />

3<br />

J = R<br />

F = R<br />

D = R<br />

C =<br />

=<br />

1<br />

1<br />

( ð K)<br />

+ R<br />

cos<br />

1<br />

(C − D)<br />

(JC + FD)<br />

2<br />

4<br />

+<br />

2 ( ð K)<br />

+ [ R R ( ð K)<br />

] sen(<br />

ð K)<br />

( ð K)<br />

− R − ( ð K)<br />

( ð K)<br />

+ R ( ð K)<br />

cos(<br />

ð K)<br />

+ R R sen(<br />

ð K)<br />

2<br />

1<br />

2 ( π K)<br />

sen(<br />

π K)<br />

− R ( π K)<br />

cos(<br />

π K)<br />

+ R ( π K)<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

(2.56)<br />

(2.57)<br />

Com um programa <strong>de</strong>senvolvido, mostrado no Apêndice, po<strong>de</strong>-se obter valores para<br />

essas equações. Como ex<strong>em</strong>plo, sejam as <strong>colunas</strong> da Figura 2.13, com α 1 = 0 , α 0,<br />

75 ,<br />

EI=1, h=1. Como a coluna é engastada na base e rotulada no topo, R1=200 (número<br />

suficient<strong>em</strong>ente alto para simular um engaste) e R2=0. Das fórmulas usuais para barras, t<strong>em</strong>-<br />

V 3EI<br />

3×<br />

0,<br />

75<br />

= =<br />

Δ h 1<br />

se 3<br />

3<br />

obtém-se K = 1,52.<br />

2 =<br />

e, portanto, S=2,25. Colocando esses valores na equação acima,<br />

42


2.8 Resistência ao <strong>de</strong>slocamento horizontal do andar<br />

<strong>de</strong> um andar.<br />

= R<br />

VISSER (1995) propõe a equação 2.58 como a<strong>de</strong>quada para analisar a estabilida<strong>de</strong><br />

−<br />

∑<br />

P<br />

C<br />

h<br />

Rc2 c1<br />

(2.58)<br />

Nessa equação, R c1<br />

é a rigi<strong>de</strong>z do pórtico ao <strong>de</strong>slocamento lateral <strong>em</strong> 1ª or<strong>de</strong>m, R c2<br />

P<br />

a rigi<strong>de</strong>z do pórtico ao <strong>de</strong>slocamento lateral consi<strong>de</strong>rando efeitos <strong>de</strong> 2ª or<strong>de</strong>m, é o<br />

h<br />

carregamento <strong>em</strong> cada coluna dividido por sua altura, e C é uma constante calculada para<br />

cada coluna. Por rigi<strong>de</strong>z ao <strong>de</strong>slocamento lateral entenda-se simplesmente a proporção entre<br />

a força cortante total aplicada ao andar e seu <strong>de</strong>slocamento lateral. A idéia por trás <strong>de</strong>ssa<br />

equação é que o pórtico possui uma resistência inicial, que vai sendo diminuída pelos efeitos<br />

PΔ e Pδ <strong>em</strong> cada coluna. Caso a coluna seja bi-rotulada, o efeito Pδ é nulo, e C=1. Caso a<br />

coluna seja engastada, esse efeito é mais importante e C po<strong>de</strong> alcançar um máximo<br />

ligeiramente maior que 1,2.<br />

Um modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a carga última <strong>de</strong> um andar por instabilida<strong>de</strong> lateral,<br />

dispensando o uso do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong>, seria igualar o valor <strong>de</strong> R c2<br />

a zero, ou seja, a<br />

carga última seria aquela que <strong>de</strong>ixa in<strong>de</strong>terminado o <strong>de</strong>slocamento lateral do pórtico.<br />

Nas fórmulas <strong>de</strong> VISSER (1995), C é dado por:<br />

2<br />

C = 1+<br />

β γ<br />

(2.59)<br />

com<br />

1<br />

β =<br />

(2.60)<br />

α α 1<br />

+ −<br />

2 R 6<br />

<strong>em</strong> que<br />

2<br />

43


1<br />

( 2 + R )<br />

R<br />

2<br />

α =<br />

1<br />

(2.61)<br />

2 R1<br />

+ R 2 + R1R<br />

2<br />

e<br />

μ α α 1 μ<br />

γ = − − + + +<br />

2 24 6R<br />

2 6β<br />

R 2<br />

com<br />

α α<br />

+<br />

6 2R<br />

1<br />

− −<br />

2β<br />

1<br />

1+<br />

R<br />

1<br />

+<br />

R<br />

1<br />

2<br />

1<br />

24<br />

1<br />

120<br />

(2.62)<br />

2<br />

μ =<br />

(2.63)<br />

Para a maioria dos casos práticos, é possível fazer um cálculo aproximado tomando<br />

C como 1,2 para <strong>colunas</strong> engastadas e 1,0 para <strong>colunas</strong> bi-rotuladas.<br />

2.9 Consi<strong>de</strong>rações adicionais<br />

Como resultado da pesquisa bibliográfica o que se apresenta neste trabalho é uma<br />

análise das simplificações usuais utilizadas por alguns autores, comparação <strong>de</strong> resultados e<br />

proposta <strong>de</strong> verificações compl<strong>em</strong>entares àquelas previstas na Norma Brasileira.<br />

Para verificar as diversas alternativas o primeiro passo foi construir um programa<br />

para cálculo <strong>em</strong> primeira e segunda or<strong>de</strong>ns, com diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar ligações e vinculações elásticas. Com isso será possível analisar cada um dos<br />

processos simplificados, verificando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor alguns <strong>de</strong>les ou uma<br />

combinação <strong>de</strong>les para uso prático.<br />

44


3 EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM EM<br />

PÓRTICOS PLANOS<br />

3.1 Apresentação do programa<br />

Embora os métodos analisados neste trabalho não tenham, por princípio, necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intensos processamentos numéricos, julgou-se a<strong>de</strong>quado escrever rotinas <strong>de</strong> computador<br />

como compl<strong>em</strong>ento ao trabalho. Essas rotinas t<strong>em</strong> três objetivos:<br />

•o primeiro, que requer apenas cálculos lineares <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m, é fornecer valores<br />

para a utilização dos métodos que não possam prescindir <strong>de</strong> uma estimativa dos esforços no<br />

pórtico;<br />

•o segundo, calcular <strong>de</strong> modo sist<strong>em</strong>atizado coeficientes e parâmetros, agilizando<br />

assim a repetição <strong>de</strong> testes;<br />

•o terceiro, que requer cálculos <strong>de</strong> 2 a or<strong>de</strong>m, é fornecer valores <strong>de</strong> esforços que<br />

possam ser comparados aos resultados obtidos com as formulações tratadas por diversos<br />

autores, referidos no capítulo 2.<br />

O método <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> esforços utilizado é o usual nos programas <strong>de</strong> cálculo<br />

matricial: <strong>de</strong>termina-se, inicialmente, uma matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z para cada um dos el<strong>em</strong>entos<br />

(<strong>colunas</strong> e vigas), relacionando esforços a <strong>de</strong>slocamentos. Constrói-se a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

global do pórtico, os carregamentos nodais e <strong>de</strong> barra, levando-se <strong>em</strong> conta as vinculações<br />

rígidas e elásticas nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s das barras (nesse caso, tomadas como molas aplicadas ).<br />

Resolvendo-se o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações, obtém-se o vetor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos globais do pórtico.<br />

A partir <strong>de</strong>sse vetor, obtém-se, por correspondência entre coor<strong>de</strong>nadas, os <strong>de</strong>slocamentos dos<br />

el<strong>em</strong>entos e, a partir <strong>de</strong>sses, seus esforços. Para o cálculo <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m, repete-se esse<br />

45


procedimento até que se obtenha convergência dos resultados, tomando-se o cuidado <strong>de</strong><br />

atualizar a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos com os efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m <strong>em</strong> função da<br />

última aproximação disponível para seus esforços.<br />

Será apresentado um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> pórtico para mostrar que tipo <strong>de</strong><br />

resultados o programa fornece e obter uma indicação da consistência e confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus<br />

resultados.<br />

3.1.1 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos<br />

A matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos (<strong>colunas</strong> e vigas), para as coor<strong>de</strong>nadas locais<br />

indicadas na Figura 3.1 foi mostrada no it<strong>em</strong> 2.2, ou seja, a matriz <strong>de</strong> CHEN (1996) para<br />

barras <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m. Deve-se l<strong>em</strong>brar que seus valores <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser corrigidos <strong>em</strong><br />

função dos esforços locais. Além disso, será necessário corrigir a matriz para incluir duas<br />

molas <strong>de</strong>finidas por valores adimensionais 1<br />

1<br />

3<br />

2<br />

R<br />

1<br />

R e 2<br />

EI<br />

R [M/rotação/(EI/L)].<br />

Figura 3.1 - Coor<strong>de</strong>nadas Locais<br />

Tendo-se para a barra s<strong>em</strong> mola {P} = [R] {u}, t<strong>em</strong>-se para a barra com mola:<br />

{ } [ R ]{ u } com { u } = { u } + [ M]{<br />

P}<br />

P m m<br />

m<br />

= (3.1)<br />

A matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z [ Rm ], com molas, po<strong>de</strong> ser obtida a partir da matriz [R]<br />

observando-se que:<br />

{ } [ R ]{ u } = [ R ]{ { u } + [ M ][ R ]{ u } } = [ R ] [ [ I ] + [ M ][ R ] ]{ u }<br />

P m<br />

m<br />

don<strong>de</strong>:<br />

= (3.2)<br />

[ ] [ ] [ [ ] [ ][ ] ] 1 −<br />

R R I + M R<br />

m<br />

= (3.3)<br />

R 2<br />

6<br />

5<br />

4<br />

46


A matriz [ M ] é uma matriz diagonal que para as coor<strong>de</strong>nadas da Figura 3.1 vale:<br />

⎡0<br />

⎤<br />

⎢<br />

[ ] ⎥<br />

⎢<br />

0 0<br />

⎥<br />

⎢ 1<br />

⎥<br />

⎢ R<br />

⎥<br />

1<br />

[ M ] = ⎢<br />

⎥<br />

(3.4)<br />

⎢ 0 ⎥<br />

⎢ [ 0]<br />

0 ⎥<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎢<br />

1<br />

⎥<br />

⎢⎣<br />

R 2 ⎥⎦<br />

3.1.2 Coor<strong>de</strong>nadas globais<br />

Para cada patamar do pórtico (incluindo o solo) haverão 2 coor<strong>de</strong>nadas para cada<br />

coluna (<strong>de</strong>slocamento vertical e rotação) e uma coor<strong>de</strong>nada adicional (<strong>de</strong>slocamento<br />

horizontal). Dessa maneira, t<strong>em</strong>-se coor<strong>de</strong>nadas, por patamar, <strong>em</strong> número igual a duas vezes<br />

o número <strong>de</strong> <strong>colunas</strong> mais um, para um total <strong>de</strong> patamares igual ao número <strong>de</strong> andares mais<br />

um. A numeração das coor<strong>de</strong>nadas e suas orientações são mostradas na Figura 3.2.<br />

andar j<br />

3.1.3 Matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z global<br />

j (2nc+1)<br />

j (2nc+1) + 1 j (2nc+1) + 3<br />

j (2nc+1) + 2 (j+1) (2nc+1) - 3<br />

col. 1 col. 2 col. nc<br />

Figura 3.2 - Coor<strong>de</strong>nadas Globais por Andar<br />

A montag<strong>em</strong> da matriz é feita seguindo a seqüência:<br />

•calcula-se as matrizes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada um dos el<strong>em</strong>entos;<br />

(j+1) (2nc+1) - 2<br />

(j+1) (2nc+1) - 1<br />

47


•estabelece-se a correspondência entre as coor<strong>de</strong>nadas dos el<strong>em</strong>entos e as<br />

coor<strong>de</strong>nadas globais;<br />

•adicionam-se os valores da matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos aos valores da matriz<br />

<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z nas coor<strong>de</strong>nadas correspon<strong>de</strong>ntes;<br />

•adicionam-se as molas internas entre andares (simulação <strong>de</strong> contraventamento). As<br />

matrizes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z das molas são b<strong>em</strong> simples, como segue:<br />

⎡ k<br />

⎢<br />

⎣−<br />

k<br />

− k⎤<br />

k<br />

⎥<br />

⎦<br />

(3.5)<br />

•adicionam-se os apoios. Aqui, os apoios são mo<strong>de</strong>lados como molas que impe<strong>de</strong>m<br />

o <strong>de</strong>slocamento horizontal do andar, <strong>de</strong>slocamento vertical e rotação <strong>de</strong> cada nó da base. A<br />

rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas molas é dada por um valor adimensional, função das<br />

características da coluna sobre ele. Os valores resultantes são adicionados à diagonal da<br />

matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, nas coor<strong>de</strong>nadas relativas ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> cada uma.<br />

3.1.4 Solução do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações<br />

A solução do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações é obtida pelo método <strong>de</strong> Gauss, com<br />

pivoteamento nas linhas e <strong>colunas</strong>.<br />

3.1.5 Obtenção dos resultados nos el<strong>em</strong>entos<br />

Obtém-se novamente a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do el<strong>em</strong>ento e também os seus<br />

<strong>de</strong>slocamentos; para isso, verifica-se novamente a correspondência entre as coor<strong>de</strong>nadas<br />

globais do pórtico e as coor<strong>de</strong>nadas dos el<strong>em</strong>entos. Os <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> um el<strong>em</strong>ento <strong>em</strong><br />

uma dada coor<strong>de</strong>nada será o mesmo que o <strong>de</strong>slocamento do pórtico na coor<strong>de</strong>nada<br />

correspon<strong>de</strong>nte, tomando-se o <strong>de</strong>vido cuidado com o ajuste <strong>de</strong> sinais.<br />

Obtidos os <strong>de</strong>slocamentos, os esforços nos el<strong>em</strong>entos são calculados multiplicando-<br />

se a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do el<strong>em</strong>ento pelo vetor constituído pelos <strong>de</strong>slocamentos. Ao final,<br />

toma-se o cuidado <strong>de</strong> subtrair dos giros nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s o giro advindo da rotação das<br />

molas, obtendo-se, assim, o giro na extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> da barra s<strong>em</strong> mola.<br />

48


3.1.6 Convergência dos resultados<br />

Para obter os esforços no pórtico <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m, é necessário repetir o processo <strong>de</strong><br />

cálculo sucessivas vezes, já que a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do cálculo dos<br />

esforços. A cada passo, os esforços calculados converg<strong>em</strong> para os valores corretos e,<br />

portanto, mais precisa é a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z. A partir da obtenção <strong>de</strong> uma aproximação inicial<br />

para a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z global, utilizando análise <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m, o processo segue a<br />

seqüência:<br />

•resolver o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> equações resultante;<br />

•recalcular os <strong>de</strong>slocamentos e esforços nos el<strong>em</strong>entos a partir do vetor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamentos global e, a partir <strong>de</strong>les, r<strong>em</strong>ontar as matrizes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos e a<br />

matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z global;<br />

•multiplicar a nova matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z pelo vetor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos, obtendo uma<br />

aproximação do vetor <strong>de</strong> carregamentos;<br />

•verificar se a diferença entre essa aproximação e o vetor <strong>de</strong> carregamentos está<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma dada marg<strong>em</strong> <strong>de</strong> erro. Enquanto não estiver, repetir todos os passos.<br />

3.2 Ex<strong>em</strong>plo 1 - Validação do programa<br />

Será calculado o pórtico mostrado na Figura 3.3, com carga crítica calculada por<br />

MCMINN (1962) e ANTUNES (1972). Foram utilizadas unida<strong>de</strong>s inglesas para permitir<br />

comparação; os números anotados junto às barras correspon<strong>de</strong>m aos momentos <strong>de</strong> inércia<br />

<strong>em</strong> in 4 .<br />

Em relação ao pórtico tratado pelos outros autores, preferiu-se trabalhar com cargas<br />

equivalentes aplicadas aos nós e adicionar uma carga lateral <strong>de</strong> 50 tons no último pavimento<br />

para ampliar os <strong>de</strong>slocamentos na análise <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m. Os resultados obtidos foram<br />

coerentes, como se verá na análise a seguir.<br />

49


3.2.1 Entrada <strong>de</strong> dados<br />

1 8 3<br />

1 8 9<br />

1 7 7<br />

1 7 7<br />

1 8 0<br />

3 23 22 2 272 101 18 5<br />

F<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

1226<br />

F F F<br />

492 492<br />

1226<br />

1226<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

1226<br />

1226<br />

1226<br />

2F<br />

2F<br />

2F<br />

2F 2F 2F 2F<br />

1226<br />

6 04 326 270 128 1<br />

5<br />

1226<br />

279 " 279 "<br />

3 23 22 2 272 101 18 5<br />

Figura 3.3 - Pórtico do Ex<strong>em</strong>plo 1<br />

A entrada <strong>de</strong> dados é feita incr<strong>em</strong>entando o código fonte conforme necessário. No<br />

caso do pórtico da Figura 3.3, foram criadas as seguintes classes:<br />

class predio : public prop_predio {<br />

public:<br />

virtual double getA(int,int) const {return 1000;};<br />

virtual double getEcol(int,int) const {return 13500;};<br />

virtual double getIcol(int i,int j) const {<br />

};<br />

if (i==0) if (j==1) return 602; else return 322;<br />

if (i==1) if (j==1) return 460; else return 322;<br />

if (i==2) if (j==1) return 378; else return 271;<br />

if (i==3) if (j==1) return 221; else return 208;<br />

return 115;<br />

virtual double getLcol(int i) const {<br />

if (i==0) return 180;<br />

if (i==1) return 177;<br />

50<br />

50


};<br />

};<br />

if (i==2) return 177;<br />

if (i==3) return 189;<br />

return 183;<br />

virtual double getR1col(int i,int j) const {return 100000;};<br />

virtual double getR2col(int i,int j) const {return 100000;};<br />

virtual double getEbeam(int,int) const {return 13500;};<br />

virtual double getIbeam(int i,int) const {<br />

};<br />

if (i==4) return 492;<br />

return 1226;<br />

virtual double getLbeam(int) const {return 279;};<br />

virtual double getR1beam(int,int) const {return 100000;};<br />

virtual double getR2beam(int,int) const {return 100000;};<br />

virtual double getmolah() const {return 100000;};<br />

virtual double getmolav() const {return 100000;};<br />

virtual double getmolag() const {return 100000;};<br />

virtual double getmolainterna (int) const {return 0;};<br />

class load : public load_predio {<br />

public:<br />

double val;<br />

void setval (double val_) {val = val_;};<br />

virtual double getLoadH (int i) const {return ((i==4)?50:0);};<br />

virtual double getLoadV (int i,int j) const {<br />

};<br />

};<br />

double ret = -2*val;<br />

if (j==1) ret *= 2;<br />

if (i==4) ret /= 2;<br />

return ret;<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>H () const {return 0.1;};<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>V () const {return 0.1;};<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>G () const {return 0.1;};<br />

51


3.2.2 Deslocamentos horizontais<br />

Utilizando os dados mostrados na Figura 3.3 foram adicionadas instruções para que<br />

o programa tabelasse os <strong>de</strong>slocamentos horizontais do topo do pórtico <strong>em</strong> função do valor<br />

do parâmetro F que <strong>de</strong>fine o carregamento. O resultado está mostrado no gráfico da Figura<br />

3.4.<br />

Deslocamento horizontal do último andar<br />

(in)<br />

300<br />

200<br />

100<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

2a or<strong>de</strong>m<br />

McMinn 112,8<br />

Antunes 114,0<br />

0<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Figura 3.4 - Deslocamento Horizontal do Último Andar<br />

Valores <strong>de</strong> F (ton)<br />

Os valores FM = 112,8 e FA = 114,0 como carregamentos críticos foram calculados<br />

respectivamente por McMINN(1962) e ANTUNES(1972) utilizando métodos diferentes e<br />

consi<strong>de</strong>rando, ainda, carregamento distribuído ao invés <strong>de</strong> nodal e ausência <strong>de</strong> carregamento<br />

horizontal.<br />

3.2.3 Determinação do andar crítico<br />

No it<strong>em</strong> anterior, foi mostrado o <strong>de</strong>slocamento horizontal do pórtico como um todo.<br />

Entretanto, é interessante saber qual dos andares do pórtico é responsável pela instabilida<strong>de</strong>,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> evitar probl<strong>em</strong>as localizados <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>. Para isso, o programa foi<br />

instruído a gerar uma tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos separada para cada um dos andares,<br />

mostrando agora, por simplicida<strong>de</strong>, não os <strong>de</strong>slocamentos horizontais mas a proporção entre<br />

52


os <strong>de</strong>slocamentos horizontais <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m e 1 a or<strong>de</strong>m, conforme mostrado no gráfico da<br />

Figura 3.5.<br />

<strong>de</strong>slocamentos 2 a or<strong>de</strong>m/ 1 a or<strong>de</strong>m<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

4o andar<br />

5o andar<br />

0<br />

0 20 40 60 80 100 120<br />

Figura 3.5 - Razão <strong>de</strong> Acréscimo por Andar<br />

Valores <strong>de</strong> F (ton)<br />

Note-se que o 1° e o 2° andares têm um aumento significativo no <strong>de</strong>slocamento<br />

relativo, antes dos outros.<br />

3.2.4 Contraventamento<br />

No it<strong>em</strong> anterior, foi mostrado que os dois primeiros andares são responsáveis pela<br />

instabilida<strong>de</strong> do pórtico. Para evitar <strong>de</strong>sperdício no dimensionamento, é a<strong>de</strong>quado garantir<br />

que todos os andares percam a estabilida<strong>de</strong> mais ou menos ao mesmo t<strong>em</strong>po. Uma maneira<br />

<strong>de</strong> garantir isso é contraventar os dois primeiros andares; aqui, o contraventamento será<br />

simulado como uma mola que restringe o <strong>de</strong>slocamento relativo entre andares consecutivos.<br />

O programa foi instruído a gerar novamente uma tabela <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />

relativo, mas, agora, com uma carga fixa correspon<strong>de</strong>nte a F=70 ton, e variando a rigi<strong>de</strong>z do<br />

contraventamento nos 1° e 2° andares, <strong>de</strong> 0 a 29 ton/in. Os resultados obtidos estão<br />

mostrados no gráfico da Figura 3.6.<br />

53


Deslocamentos 2 a or<strong>de</strong>m/ 1 a or<strong>de</strong>m<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

4o andar<br />

5o andar<br />

0,00<br />

0 10 20 30<br />

Escolha <strong>de</strong> contraventamento (ton/in) para F=70 ton<br />

Figura 3.6 - Escolha <strong>de</strong> Contraventamento<br />

Note-se que para valores <strong>de</strong> contraventamento <strong>de</strong> aproximadamente 10 ton/in<br />

alcança-se um certo equilíbrio entre os vários andares. Segundo SALMON & JOHNSON<br />

(1996) a área <strong>de</strong> contraventamento po<strong>de</strong> ser relacionada facilmente à rigi<strong>de</strong>z relativa dos<br />

andares. Assim, um andar <strong>de</strong> altura h on<strong>de</strong> se pretenda contraventar um dos vãos <strong>de</strong> largura<br />

L com barras inclinadas, conforme mostrado na Figura 3.7.<br />

h<br />

α<br />

F<br />

L<br />

EA<br />

Figura 3.7 - Cálculo <strong>de</strong> Contraventamento<br />

A força axial po<strong>de</strong> ser relacionada ao <strong>de</strong>slocamento:<br />

EA<br />

N = Δ cosα<br />

l<br />

don<strong>de</strong>:<br />

EA L L EAL<br />

F=<br />

N cosα<br />

= Δ = 3<br />

l l l l<br />

2<br />

Δ<br />

l<br />

(3.6)<br />

(3.7)<br />

54


e portanto a rigi<strong>de</strong>z relativa fornecida pelo contraventamento é dada por:<br />

2<br />

EAL<br />

R = (3.8)<br />

( ) 3 2 2<br />

h + L<br />

3.2.5 Deslocamentos horizontais incluído o contraventamento<br />

O gráfico da Figura 3.8 mostra a mesma relação entre acréscimos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos<br />

só que agora incluindo o contraventamento <strong>de</strong>terminado no it<strong>em</strong> anterior. Note-se que, o<br />

pórtico ganhou resistência e teve melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho.<br />

Deslocamentos 2 a or<strong>de</strong>m/ 1 a or<strong>de</strong>m<br />

30<br />

20<br />

10<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

4o andar<br />

5o andar<br />

0<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Valores <strong>de</strong> F (ton)<br />

Figura 3.8 - Razão <strong>de</strong> Acréscimo com Contraventamento<br />

3.2.6 Momentos e cortantes nas <strong>colunas</strong> e vigas<br />

Conforme possibilida<strong>de</strong> anteriormente comentada, foram calculados alguns esforços<br />

internos no pórtico para um valor, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>de</strong> F=80. Os momentos fletores <strong>em</strong> primeira<br />

or<strong>de</strong>m estão mostrados na Figura 3.9 e os <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m na Figura 3.10; os esforços<br />

cortantes <strong>em</strong> primeira or<strong>de</strong>m estão na Figura 3.11 e os correspon<strong>de</strong>ntes <strong>em</strong> segunda or<strong>de</strong>m<br />

na Figura3.12. Convém observar que aqui o contraventamento continua incluído.<br />

55


1356<br />

913<br />

1807<br />

1929<br />

1366<br />

1338 2004 1353<br />

1401<br />

1810<br />

1410<br />

2739<br />

1885 2053<br />

1391<br />

1202<br />

779<br />

2492<br />

1904<br />

1480<br />

1101<br />

703<br />

701<br />

1960<br />

2012<br />

2105<br />

895<br />

1694<br />

1346<br />

1388<br />

1727<br />

1407<br />

1115<br />

1307<br />

1450<br />

1403<br />

1214<br />

788<br />

916 1782 918<br />

2763<br />

2518<br />

1927<br />

1115<br />

713<br />

1493<br />

Figura 3.9 - Momentos Fletores <strong>em</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m<br />

1875<br />

2781<br />

2670<br />

1476<br />

1872<br />

4668<br />

5282<br />

4007<br />

2887<br />

2794<br />

2501<br />

1337<br />

1411<br />

2449<br />

3728<br />

2509<br />

1220<br />

3108<br />

4138<br />

2684<br />

1234<br />

3130<br />

2454<br />

3778<br />

4153<br />

4563<br />

3515<br />

2449<br />

2686<br />

2861<br />

1875<br />

1456<br />

1662 3158 1580<br />

705<br />

1872<br />

2866<br />

4648<br />

2773<br />

5255<br />

2493<br />

3981<br />

1347<br />

1410<br />

Figura 3.10 - Momentos Fletores <strong>em</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m<br />

F = 80<br />

( ton.in )<br />

F = 80<br />

( ton.in )<br />

56


8,98<br />

8,37<br />

13,01 14,44 15,07<br />

- 8,04 - 8,17<br />

19,77<br />

- 16,57 - 16,57<br />

20,98<br />

- 16,14 - 16,39<br />

23,83<br />

- 12,90 - 13,10<br />

14,99<br />

- 10,28 - 10,40<br />

17,95<br />

9,02<br />

8,48<br />

13,16 14,58 15,17<br />

F = 80<br />

( ton )<br />

Figura 3.11 - Esforços Cortantes <strong>em</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m<br />

7,5 6,30 1 7 1 , 9 0 1 , 0 6 3 , 3 6 5<br />

1 0 4,71 , 6 2 1 1 1 , 5 6 1 , 9 7 5 , 0 9 2<br />

- 11,08 - 11,13<br />

- 27,87<br />

- 33,37<br />

- 26,93<br />

- 19,97<br />

- 27,88<br />

- 33,72<br />

- 26,87<br />

- 19,90<br />

3,31 2,09 1 1 1 , 5 3 1 , 2 5 1 , 7 4 2<br />

F = 80<br />

( ton )<br />

Figura 3.12 - Esforços Cortantes <strong>em</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m<br />

57


3.3 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong><br />

Conforme comentado na Introdução, o valor <strong>de</strong> K <strong>de</strong> uma coluna é tomado como<br />

função <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> e <strong>de</strong> hipóteses sobre seu comportamento. Para que esse<br />

valor <strong>de</strong> K seja representativo, é necessário escolher um conjunto <strong>de</strong> hipóteses que se julgue<br />

a<strong>de</strong>quado. Assim sendo, ao longo <strong>de</strong>ste trabalho, todos os métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> K<br />

part<strong>em</strong> <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito principalmente pelas seguintes hipóteses:<br />

•a contribuição do pórtico à estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma coluna é tomada como um conjunto<br />

<strong>de</strong> duas molas <strong>de</strong> resistência à rotação, com rigi<strong>de</strong>z suposta constante e <strong>de</strong> valor <strong>de</strong>terminado<br />

segundo se julgar a<strong>de</strong>quado;<br />

•consi<strong>de</strong>ram-se dois possíveis modos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>: um andar po<strong>de</strong> sofrer<br />

<strong>de</strong>slocamento relativo entre o topo e a base, até um ponto <strong>em</strong> que esse <strong>de</strong>slocamento seja<br />

instável, ou uma coluna po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sestabilizar isoladamente, contando com o apoio das<br />

<strong>colunas</strong> vizinhas.<br />

Uma representação <strong>de</strong>ssas hipóteses po<strong>de</strong> ser vista na Figura 3.13, s<strong>em</strong>elhante aos<br />

mo<strong>de</strong>los já apresentados nos itens 2.6 e 2.7.<br />

3.4 Valida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los<br />

(a)<br />

Figura 3.13 - Representação das Hipóteses<br />

Para verificar a valida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los estudados foram analisados alguns ex<strong>em</strong>plos.<br />

Note-se que todos eles são ilustrativos, não se <strong>de</strong>vendo supor que sejam estruturas reais.<br />

(b)<br />

58


3.4.1 Ex<strong>em</strong>plo 2 - Pórtico com nós rígidos<br />

Seja o pórtico <strong>de</strong> nós rígidos mostrado na Figura 3.14.<br />

250<br />

250<br />

250<br />

F<br />

F<br />

F<br />

0,75 F<br />

1,50 F 1,50 F<br />

F<br />

0,75 F 0,75 F 0,75 F<br />

0,75 F 0,75 F 0,75 F 0,75 F<br />

3500 3500 3500<br />

6 4<br />

vigas = <strong>colunas</strong> = 25.10 mm<br />

2<br />

E = 205 kN / mm<br />

2<br />

A <strong>colunas</strong> = 2500 mm<br />

Figura 3.14 - Ex<strong>em</strong>plo2 - Pórtico com Nós Rígidos<br />

O segundo andar <strong>de</strong>sse prédio será calculado pelos ábacos da Norma Brasileira.<br />

Inicialmente, é preciso obter o valor <strong>de</strong> G ( que será calculado com o coeficiente α , presente<br />

na Norma, igual a 1, já que aqui se <strong>de</strong>seja um valor teórico, s<strong>em</strong> correções <strong>em</strong>píricas ):<br />

•<strong>colunas</strong> externas:<br />

Ga = Gb = (2*25000000/2250) / (25000000/3500) = 3,111<br />

•<strong>colunas</strong> internas:<br />

Ga = Gb = (2*25000000/2250) / (2*25000000/3500) = 1,555<br />

Colocando esses valores no ábaco para <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong>slocáveis, obtém-se:<br />

K para as <strong>colunas</strong> externas, aproximadamente = 1,80<br />

K para as <strong>colunas</strong> internas, aproximadamente = 1,45<br />

F<br />

F<br />

40 kN<br />

40 kN<br />

40 kN<br />

mm<br />

59


Note-se que daqui obtém-se a diferença <strong>de</strong> carregamento entre os pilares centrais e<br />

os laterais, já que o método da Norma, por analisar cada coluna isoladamente, "pe<strong>de</strong>" um<br />

modo <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong>terminado <strong>em</strong> função <strong>de</strong> cada coluna:<br />

P<br />

P<br />

int erno<br />

externo<br />

2<br />

K externo<br />

= = 1,<br />

54<br />

(3.9)<br />

2<br />

K int erno<br />

Para efeito <strong>de</strong> comparação com esses valores, foram calculados os efeitos <strong>de</strong><br />

segunda or<strong>de</strong>m para esse pórtico, conforme programa para computador apresentado no<br />

Apêndice. Na Figura 3.15 está mostrado o gráfico com os <strong>de</strong>slocamentos entre cada um dos<br />

andares, ou seja, para cada andar, a diferença entre o <strong>de</strong>slocamento do topo e o da base.<br />

Deslocamento horizontal relativo<br />

(mm)<br />

100<br />

50<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

F crítico<br />

0<br />

0 500 1000 1500<br />

Figura 3.15 - Deslocamento Horizontal Relativo<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Em seguida, utilizando o mesmo programa, foi obtido o gráfico mostrado na Figura<br />

3.16 com os valores da força normal e o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> correspon<strong>de</strong>nte supondo essa<br />

força normal como carga crítica <strong>em</strong> cada barra do 2 o andar, para uma variação do parâmetro<br />

F s<strong>em</strong>elhante à do gráfico da Figura 3.15 anterior.<br />

60


Força Normal (kN)<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

F crítico<br />

K<br />

0<br />

0 500 1000 1500<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.16 - Compressão nos Pilares e Fator K<br />

1,41<br />

1,45 ( NB )<br />

1,47<br />

1,50<br />

1,55<br />

1,60<br />

1,65<br />

1,70<br />

1,75<br />

1,85<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

7,00<br />

1,80 ( NB )<br />

Note-se que, conforme o pórtico per<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, o valor <strong>de</strong> K calculado pelo<br />

programa vai <strong>em</strong> direção ao fornecido pelo ábaco da Norma (K=1,85 e 1,75 para as <strong>colunas</strong><br />

externas, contra 1,80 fornecido pela Norma, e K=1,47 para as <strong>colunas</strong> internas, contra 1,45<br />

fornecido pela Norma).<br />

3.4.2 Ex<strong>em</strong>plo 3 - Pórtico com ligações rígidas modificado<br />

Consi<strong>de</strong>re-se agora o mesmo pórtico, mas com os carregamentos invertidos (ou seja,<br />

as <strong>colunas</strong> externas receb<strong>em</strong> agora 1,5 vezes o carregamento das centrais) e a viga central<br />

enrijecida com um novo I <strong>de</strong> 450000 cm 4 . Um esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong>sse novo pórtico po<strong>de</strong> ser visto na<br />

Figura 3.17.<br />

1,50 F 1,00 F 1,00 F<br />

1,50 F<br />

1,50 F<br />

0,50 F<br />

0,50 F 0,50 F 0,50 F<br />

1,50 F<br />

1,50 F 0,50F 0,50 F 0,50 F 0,50 F 1,50 F<br />

6 4<br />

viga central = 45.10 mm<br />

Figura 3.17 - Ex<strong>em</strong>plo3 - Pórtico com Ligações Rígidas Modificado<br />

61


Deve-se agora tentar calcular o valor do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> continuando a enfocar<br />

apenas o 2 o andar. O uso do ábaco da Norma nessa situação não parece a<strong>de</strong>quado: o<br />

mecanismo <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong>sse pórtico faz com que as <strong>colunas</strong> internas, pouco<br />

carregadas, contribuam com a resistência das <strong>colunas</strong> externas, e as equações que geraram o<br />

ábaco da Norma não prevê<strong>em</strong> essa possibilida<strong>de</strong>. Assim, inicialmente po<strong>de</strong>r-se-ia recorrer às<br />

equações <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (equação 2.44).<br />

Para o uso <strong>de</strong>ssas equações, entretanto, é necessário calcular a rigi<strong>de</strong>z à rotação das<br />

extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s da barra. ARISTIZABAL-OCHOA (1996) e CHEONG-SIAT-MOY(1999)<br />

suger<strong>em</strong> que esse parâmetro possa ser calculado com suficiente precisão aplicando-se uma<br />

carga horizontal ao pórtico, e tomando-se o valor da rigi<strong>de</strong>z à rotação <strong>em</strong> uma extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong><br />

como sendo a razão entre o momento naquela extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> e a rotação do nó correspon<strong>de</strong>nte<br />

do pórtico. Foi preparado um programa, constante do Apêndice, que calcula apenas <strong>em</strong> 1 a<br />

or<strong>de</strong>m o pórtico <strong>em</strong> questão com o valor <strong>de</strong> F=750 (o carregamento já inclui cargas<br />

horizontais). O valor <strong>de</strong> F é arbitrário, apenas para permitir que o programa calcule<br />

automaticamente a proporção entre as cargas na coluna. Os valores gerados pelo programa<br />

estão na Tabela 3.1.<br />

Tabela 3.1 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações rígidas modificado.<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

a 2233 1495 1507 2265<br />

b 5,125 x 10 9<br />

5,125 x 10 9 5,125 x 10 9 5,125 x 10 9<br />

g 2250 2250 2250 2250<br />

Rotação<br />

Nóinferior<br />

Rotação<br />

Nósuperior<br />

0,003960 0,002367 0,002398 0,003999<br />

0,002597 0,001745 0,001792 0,002644<br />

Minferior 11320 29710 29220 10760<br />

Msuperior 17530 32550 31980 16920<br />

Rinferior 1,2550 5,5120 5,3500 1,1810<br />

Rsuperior 2,9650 8,1860 7,8360 2,8100<br />

r1 0,2950 0,6475 0,6407 0,2825<br />

r2 0,4970 0,7318 0,7232 0,4837<br />

KARISTIZABAL 1,35 1,68 1,67 1,36<br />

62


Adicionalmente, po<strong>de</strong>-se comparar esses valores com os fornecidos pelas equações<br />

<strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY (2.57). Para isso, é necessário estimar o valor <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z lateral<br />

disponível para cada coluna. Tendo essa rigi<strong>de</strong>z S, no it<strong>em</strong> 3.6 será fornecida uma série <strong>de</strong><br />

ábacos que se julgou apropriado ser<strong>em</strong> construídos, dada a s<strong>em</strong>elhança formal com os<br />

ábacos da Norma Brasileira. Para <strong>de</strong>terminar S, aquele autor sugere o seguinte método<br />

<strong>em</strong>pírico: suponha-se que cada coluna possua uma rigi<strong>de</strong>z inicial ao <strong>de</strong>slocamento lateral,<br />

chamada Si, que po<strong>de</strong> ser entendida como a intensida<strong>de</strong> com que a coluna ajuda o andar do<br />

pórtico a resistir ao <strong>de</strong>slocamento horizontal entre o patamar <strong>de</strong> cima e o patamar <strong>de</strong> baixo.<br />

Suponha-se, ainda, que, no instante <strong>em</strong> que o andar per<strong>de</strong> a estabilida<strong>de</strong>, a sua rigi<strong>de</strong>z seja<br />

totalmente redistribuída e cada coluna receba um quinhão Sf da rigi<strong>de</strong>z lateral total do andar<br />

e que seja proporcional à sua necessida<strong>de</strong>. Ao final, a rigi<strong>de</strong>z que a coluna dispõe para<br />

resistir à flambag<strong>em</strong> é <strong>de</strong> S = S f - Si.<br />

A rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> que uma coluna dispõe no momento da instabilida<strong>de</strong> é a total, subtraída<br />

apenas aquela que t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua própria resistência. O valor <strong>de</strong> Si po<strong>de</strong> ser facilmente<br />

estimado como sendo a força cortante na barra <strong>em</strong> relação ao <strong>de</strong>slocamento lateral relativo<br />

do topo do andar, para uma analise <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m. A rigi<strong>de</strong>z total lateral do pórtico po<strong>de</strong> ser<br />

tomada como a força horizontal total aplicada ao andar <strong>em</strong> relação àquele mesmo<br />

<strong>de</strong>slocamento, ou simplesmente como a soma das rigi<strong>de</strong>zes individuais das <strong>colunas</strong>, caso não<br />

haja contraventamento. A "necessida<strong>de</strong>" <strong>de</strong> apoio po<strong>de</strong> ser tomada como a perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

imposta ao andar pela coluna, conforme VISSER (1995), ou seja, CP/h (equação 2.58).<br />

O mesmo programa, apresentado no Apêndice, calculou os valores <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z para a<br />

equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA (2.44), e também <strong>em</strong>ite esses valores. Aqui, o valor <strong>de</strong><br />

C é aproximado para 1,2 para todas as <strong>colunas</strong>. Os números são mostrados na Tabela 3.2.<br />

Tabela 3.2 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações rígidas modificado.<br />

Si<br />

=Resistência<br />

lateral 1 a Or<strong>de</strong>m<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

1,315 2,838 2,789 1,262<br />

P ( 1+ 0,2 ) 2680 1794 1809 2718<br />

Sf<br />

lateral<br />

=Resistência<br />

Requisitada<br />

2,443 1,635 1,649 2,478<br />

S=(Sf-Si)/(EI/L 3 ) 2,506 -2,673 -2,535 2,703<br />

KPROGRAMA 1,36 1,68 1,68 1,36<br />

KÁBACO 1,30 1,70 1,70 1,30<br />

63


Os valores <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY são próximos daqueles <strong>de</strong> ARISTIZABAL-<br />

OCHOA. Note-se ainda que o valor <strong>de</strong> S é positivo para as <strong>colunas</strong> laterais e negativo para<br />

as <strong>colunas</strong> centrais. Isso significa que as <strong>colunas</strong> laterais receb<strong>em</strong> apoio para manter a<br />

estabilida<strong>de</strong>, enquanto as <strong>colunas</strong> centrais per<strong>de</strong>m estabilida<strong>de</strong> por fornecer<strong>em</strong> apoio às<br />

outras. Para verificar esses resultados, po<strong>de</strong>-se novamente examinar o comportamento <strong>em</strong> 2 a<br />

or<strong>de</strong>m do pórtico. Conforme resultados obtidos com o programa para computador, t<strong>em</strong>-se o<br />

gráfico da Figura 3.18, que mostra o <strong>de</strong>slocamento entre o topo e a base do 2 o andar.<br />

100<br />

Deslocamento horizontal<br />

relativo (mm)<br />

50<br />

2o andar<br />

F crítico<br />

0<br />

0 500 1000 1500<br />

Figura 3.18 - Deslocamento Horizontal Relativo<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Novamente, utilizando-se o programa <strong>de</strong>senvolvido, obtém-se o gráfico mostrado na<br />

Figura 3.19 com os valores da força normal e dos <strong>comprimento</strong>s <strong>efetivo</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>em</strong> cada barra do 2 o andar. Po<strong>de</strong>-se verificar que, conforme o andar per<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, os<br />

valores <strong>de</strong> K caminham para os valores anteriormente calculados.<br />

Força Normal (kN)<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

F crítico<br />

K<br />

0<br />

0 500 1000 1500<br />

Figura 3.19 - Compressão nos Pilares e Fator K<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

1,41<br />

1,45<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

7,00<br />

1,432<br />

1,461<br />

1,758<br />

1, 783<br />

64


3.4.3 Ex<strong>em</strong>plo 4 - Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas<br />

Para ilustrar os métodos <strong>de</strong> cálculo estudados, seja agora o caso <strong>de</strong> se analisar o<br />

pórtico apresentado na Figura 3.20, que correspon<strong>de</strong> ao mesmo do Ex<strong>em</strong>plo 3, mas agora<br />

com mola nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada viga, representando uma ligação s<strong>em</strong>i-rígida nos pilares.<br />

Sejam todas as rigi<strong>de</strong>zes iguais ao adimensional 12, rel<strong>em</strong>brando que esse valor é compatível<br />

com o <strong>de</strong> α = 0,67 da Norma Brasileira. Os valores encontrados encontram-se na Figura 3.21<br />

e na Figura 3.22.<br />

Deslocamento horizontal relativo<br />

(mm)<br />

1000<br />

500<br />

Rigi<strong>de</strong>z das ligações R = 12<br />

Figura 3.20 - Ex<strong>em</strong>plo 4 - Pórtico com Ligações S<strong>em</strong>i-Rígidas<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

F crítico<br />

0<br />

0 500 1000<br />

Figura 3.21 - Deslocamento Horizontal Relativo<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

65


Força Normal (kN)<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

F crítico<br />

K<br />

0<br />

0 500 1000<br />

Figura 3.22 - Compressão nos Pilares e Fator K<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Os valores <strong>de</strong> K aten<strong>de</strong>m aos valores anteriores, com perturbação acentuada nas<br />

vizinhanças da carga crítica, F ≈ 1280 kN, com uma redistribuição <strong>de</strong> esforços normais.<br />

Apresenta-se a seguir as Tabelas 3.3 e 3.4 similares àquelas obtidas para o ex<strong>em</strong>plo 3.<br />

Tabela 3.3 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas.<br />

1,41<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

7,00<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

a 2233 1493 1509 2265<br />

b 5,125 x 10 9<br />

5,125 x 10 9 5,125 x 10 9 5,125 x 10 9<br />

g 2250 2250 2250 2250<br />

Rotação Nóinferior 0,005681 0,003834 0,003858 0,005711<br />

Rotação<br />

Nósuperior<br />

0,003620 0,002770 0,002802 0,003652<br />

Minferior 8794 29490 29120 8378<br />

Msuperior 18180 34340 33940 17760<br />

Rinferior 0,6796 3,3770 3,3140 0,6441<br />

Rsuperior 2,2050 5,4430 5,3160 2,1340<br />

r1 0,1847 0,5296 0,5249 0,1767<br />

r2 0,4236 0,6447 0,6393 0,4157<br />

KARISTIZABAL 1,56 1,91 1,90 1,55<br />

66


Tabela 3.4 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com ligações s<strong>em</strong>i-rígidas.<br />

Si<br />

=Resistência<br />

lateral 1 a<br />

Or<strong>de</strong>m<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

0,945 2,237 2,210 0,916<br />

P ( 1+ 0,2 ) 2680 1791 1810 2718<br />

Sf<br />

=Resistência<br />

lateral<br />

Requisitada<br />

S=(Sf-<br />

Si)/(EI/L 3 )<br />

1,878 1,255 1,269 1,905<br />

2,074 -2,181 -2,091 2,199<br />

KPROGRAMA 1,55 1,92 1,90 1,54<br />

KÁBACO 1,63 2,03 2,03 1,63<br />

3.4.4 Ex<strong>em</strong>plo5 - Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> rotulado<br />

Seja o caso do pórtico da Figura 3.23, on<strong>de</strong> estão mostradas apenas as modificações<br />

<strong>em</strong> relação ao ex<strong>em</strong>plo 3. Novamente, na Figura 3.24 e Figura 3.25 estão mostrados os<br />

resultados.<br />

Coluna da Esquerda Rotulada<br />

Figura 3.23 - Ex<strong>em</strong>plo5 - Pórtico com Ligações Rígidas e Coluna Articulada<br />

67


Deslocamento horizontal<br />

relativo (mm)<br />

Força Normal (kN)<br />

ex<strong>em</strong>plo 3.<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

F crítico<br />

0<br />

0 500 1000<br />

Figura 3.24 - Deslocamento Horizontal Relativo<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

F crítico<br />

K<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

0<br />

0 500 1000<br />

Figura 3.25 - Compressão nos Pilares e Fator K<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Apresenta-se a seguir as Tabelas 3.5 e 3.6 ,também similares àquelas obtidas para o<br />

1,56<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

7,00<br />

68


Tabela 3.5 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> rotulado.<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

a 2244 1476 1512 2269<br />

b 5,125 x 10 9<br />

5,125 x 10 9 5,125 x 10 9 5,125 x 10 9<br />

g 2250 2250 2250 2250<br />

Rotação<br />

Nóinferior<br />

Rotação<br />

Nósuperior<br />

0,001726 0,005300 0,004794 0,007180<br />

0,001255 0,003618 0,003425 0,004464<br />

Minferior 982 30460 35960 9488<br />

Msuperior 929 38130 42190 21860<br />

Rinferior 0,2496 2,5230 3,2930 0,5802<br />

Rsuperior 0,3250 4,6270 5,4090 2,1500<br />

r1 0,0768 0,4568 0,5233 0,1621<br />

r2 0,0978 0,6066 0,6432 0,4175<br />

KARISTIZABAL 1,69 2,09 2,06 1,68<br />

Tabela 3.6 - Valores para o cálculo <strong>de</strong> K. Pórtico com pilar <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> rotulado.<br />

Si =Resistência<br />

lateral 1 a<br />

Or<strong>de</strong>m<br />

1 a Coluna 2 a Coluna 3 a Coluna 4 a Coluna<br />

0,0542 1,944 2,215 0,889<br />

P ( 1+ 0,2 ) 2244 1771 1814 2722<br />

Sf =Resistência<br />

lateral<br />

Requisitada<br />

S=(Sf-<br />

Si)/(EI/L 3 )<br />

1,339 1,057 1,082 1,624<br />

2,855 -1,972 -2,518 1,635<br />

KPROGRAMA 1,70 2,08 2,06 1,67<br />

KÁBACO 1,70 2,16 2,09 1,65<br />

69


3.4.5 Ex<strong>em</strong>plo 6 - Pórtico contraventado<br />

Um benefício indireto da equação 2.44 é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r estimar um<br />

contraventamento. Consi<strong>de</strong>re-se o ex<strong>em</strong>plo 5 mas agora com duas barras diagonais por<br />

andar, conforme mostrado na Figura 3.26. A escolha do contraventamento po<strong>de</strong> ser feita com<br />

a ajuda das informações contidas nos gráficos da Figura 3.27, nos quais foram consi<strong>de</strong>rados<br />

os mesmos valores <strong>de</strong> R1 e R2, mas, agora, variando-se valores positivos <strong>de</strong> S.<br />

Valores <strong>de</strong> K<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

Figura 3.26 - Ex<strong>em</strong>plo 6 - Pórtico com Contraventamento<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

0 10 20 30 40<br />

Contraventamento (kN/mm)<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

0 10 20 30 40<br />

Andar 1 Andar 2<br />

Valores <strong>de</strong> K<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

0 10 20 30 40<br />

Contraventamento (kN/mm)<br />

Valores <strong>de</strong> K<br />

Andar 3<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

Figura 3.27 - Escolha <strong>de</strong> Contraventamento<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

Contraventamento (kN/mm)<br />

70


Note-se que, nesses gráficos, para um valor <strong>de</strong> contraventamento <strong>de</strong> 20kN/mm, na<br />

maioria dos andares os valores <strong>de</strong> K ficam <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 1. Como o objetivo do<br />

contraventamento é aproximar a estrutura <strong>de</strong> um pórtico in<strong>de</strong>slocável, e o uso <strong>de</strong> K=1 é<br />

comum nesses casos, esse valor <strong>de</strong> contraventamento parece a<strong>de</strong>quado.<br />

Utilizando a equação 3.8, para R=20 kN/mm, obtém-se uma área A=574 mm 2 . Essa<br />

área correspon<strong>de</strong> a 23% da área <strong>de</strong> uma coluna.<br />

Para esse ex<strong>em</strong>plo, os <strong>de</strong>slocamentos relativos entre os andares e as forças normais<br />

nos pilares, obtidos do programa para cálculo <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m, encontram-se nas Figuras 3.28 e<br />

3.29.<br />

Força Normal (kN)<br />

30<br />

Deslocamento horizontal relativo<br />

(mm)<br />

20<br />

10<br />

10000<br />

8000<br />

6000<br />

4000<br />

2000<br />

1o andar<br />

2o andar<br />

3o andar<br />

0<br />

0 1000 2000 3000<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.28 - Deslocamento Horizontal Relativo<br />

1a coluna<br />

2a coluna<br />

3a coluna<br />

4a coluna<br />

K<br />

0<br />

0 1000 2000 3000<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.29 - Compressão nos Pilares e Fator K<br />

0,95<br />

1,00<br />

1,10<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

2,00<br />

3,00<br />

4,00<br />

71


Embora a resistência do pórtico tenha aumentado significativamente, o objetivo <strong>de</strong><br />

atingir K≈1, mesmo para as <strong>colunas</strong> críticas, não foi alcançado. Esse fato <strong>de</strong>ve ser esperado<br />

por duas razões: <strong>em</strong> primeiro lugar porque os coeficientes <strong>de</strong> mola utilizados no cálculo do<br />

contraventamento refer<strong>em</strong>-se ao edifício não contraventado, e não são perfeitamente válidos<br />

para o edifício contraventado e, <strong>em</strong> segundo lugar, porque o modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> é outro,<br />

típico <strong>de</strong> pórtico in<strong>de</strong>slocável.<br />

3.5 Análise simplificada do <strong>de</strong>slocamento lateral dos andares<br />

Uma vantag<strong>em</strong> do mo<strong>de</strong>lo adotado é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer um cálculo intuitivo da<br />

influência dos efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m. Será apresentada na seqüência uma formulação que<br />

preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a influência dos efeitos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m na rigi<strong>de</strong>z ao <strong>de</strong>slocamento<br />

<strong>de</strong> um andar.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se inicialmente um andar, cujas <strong>colunas</strong> estejam submetidas a esforços<br />

axiais, e que possuam uma rigi<strong>de</strong>z R1 ao <strong>de</strong>slocamento lateral. Com isso, t<strong>em</strong>-se:<br />

V<br />

d h = (3.10)<br />

R<br />

1<br />

on<strong>de</strong> dh é o <strong>de</strong>slocamento lateral relativo entre o topo e a base do andar e V é o esforço<br />

cortante resultante no andar. Desejando-se conhecer a influência dos efeitos <strong>de</strong> segunda<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma carga axial sobre essa resistência, po<strong>de</strong>-se, segundo sugestão <strong>de</strong> VISSER<br />

(1995), separar os efeitos <strong>de</strong>ssa carga <strong>em</strong> dois: um efeito "P-δ", que diminui a resistência<br />

lateral da coluna, e um efeito "P-Δ", que contribui para <strong>de</strong>sestabilizar o andar, conforme<br />

mostrado na Figura 3.30.<br />

(a)<br />

P<br />

P<br />

δ<br />

(b) (c)<br />

Figura 3.30 - Efeitos P-Δ e P-δ<br />

P l<br />

P<br />

0<br />

P<br />

l<br />

0<br />

72


Para <strong>de</strong>terminar o efeito da carga axial sobre a resistência lateral <strong>de</strong> uma coluna,<br />

<strong>de</strong>ve-se equacionar sua resistência levando <strong>em</strong> conta esses efeitos. O modo mais simples é<br />

adotar uma matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z para barras <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m, aqui tomada como sendo a matriz<br />

mostrada <strong>em</strong> ANTUNES (1978). Para que ela possa ser utilizada, <strong>de</strong>ve-se, entretanto,<br />

recalcular o valor do coeficiente m para a situação mostrada na Figura 3.30.b.<br />

Fazendo essa superposição observa-se que o coeficiente <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> m ten<strong>de</strong> a 1.<br />

Esse coeficiente foi introduzido para a situação mostrada na Figura 3 31.<br />

1<br />

P<br />

V<br />

A<br />

M AB<br />

1 / L<br />

Figura 3.31 - Equilíbrio <strong>de</strong> uma Barra<br />

Da condição <strong>de</strong> ser nulo o momento <strong>em</strong> relação a B t<strong>em</strong>-se:<br />

-MAB - MBA +F.1 + VL = 0 (3.11)<br />

mV<br />

Definiu-se m <strong>de</strong> forma que:<br />

M<br />

+ M<br />

L<br />

2s<br />

( 1+<br />

c)<br />

k<br />

L<br />

AB BA<br />

= =<br />

(3.12)<br />

2<br />

L<br />

Com F ten<strong>de</strong>ndo ter a orientação da reta que contém os apoios, na equação 3.11, <strong>de</strong><br />

equilíbrio, <strong>de</strong>saparece a parcela <strong>em</strong> F com m portanto ten<strong>de</strong>ndo a 1.<br />

M AB M BA<br />

V<br />

L<br />

+<br />

= (3.13)<br />

Devidamente adaptada para as coor<strong>de</strong>nadas mostradas na Figura 3.32, essa matriz<br />

po<strong>de</strong> ser tomada como:<br />

B<br />

V<br />

M BA<br />

P<br />

73


[ ]<br />

P<br />

=<br />

π<br />

E R 2<br />

⎡ s L<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢−s<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

sc<br />

L<br />

⎢⎣<br />

(3.14)<br />

l<strong>em</strong>brando que:<br />

P<br />

E<br />

1<br />

3 2<br />

Figura 3.32 - Coor<strong>de</strong>nadas Locais <strong>de</strong> VISSER<br />

−s<br />

( 1+<br />

c )<br />

( 1+<br />

c)<br />

( ) − s(<br />

1+<br />

c)<br />

2s<br />

1+<br />

c<br />

L<br />

− s<br />

( 1+<br />

c)<br />

s c L<br />

s L<br />

2<br />

π EI<br />

= (3.15)<br />

2<br />

L<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

Utilizando o mesmo procedimento <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> 3.1.1, acrescentam-se as molas à<br />

matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z:<br />

−1<br />

[ R ] ( [ I ] + [ M][<br />

R]<br />

)<br />

m<br />

= (3.16)<br />

Como, por hipótese, as molas pren<strong>de</strong>m a coluna a um engaste, só é possível aplicar<br />

<strong>de</strong>slocamentos horizontais à matriz [ Rm ]. Aplicando esse <strong>de</strong>slocamento, t<strong>em</strong>-se o vetor <strong>de</strong><br />

forças correspon<strong>de</strong>nte na coluna:<br />

{ } = [ R ]<br />

− s ( 1+<br />

c)<br />

R1(<br />

− R2<br />

− s + sc)<br />

( 1 + c)(<br />

− sR + scR − 2R<br />

R − R s + scR )<br />

( ) ( ) ⎪ ⎧0⎫<br />

⎧<br />

⎫<br />

⎪ ⎪<br />

P<br />

⎪<br />

⎪<br />

F =<br />

E<br />

m ⎨1⎬<br />

⎨s<br />

⎬<br />

⎛<br />

⎞<br />

2 2 1 2 1 1 / L (3.17)<br />

⎪ ⎪ π<br />

2<br />

⎜ − − − −<br />

2<br />

+<br />

2 2<br />

⎟ ⎪<br />

⎩0<br />

R<br />

⎭ ⎝<br />

1R2<br />

R1s<br />

sR2<br />

s s c<br />

⎠ ⎪ −s<br />

1+<br />

c R − R − s + sc<br />

⎩<br />

2 1<br />

⎭<br />

( P)<br />

T<strong>em</strong>-se, assim, que a rigi<strong>de</strong>z ao <strong>de</strong>slocamento lateral da barra é:<br />

s<br />

( 1+<br />

c)<br />

P<br />

( ) L / scR s R R R 2 scR sR − + − − +<br />

E<br />

F =<br />

2<br />

2 2 2 2 2 1 2 1<br />

1<br />

π ( − R1R<br />

2 − R1s<br />

− sR 2 − s + s c )<br />

74


(3.18)<br />

Para calcular a perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z CL da coluna <strong>em</strong> função <strong>de</strong> sua carga axial P e seu<br />

<strong>comprimento</strong> L, po<strong>de</strong>-se fazer:<br />

C L<br />

( P)<br />

− F(<br />

0)<br />

F<br />

= (3.19)<br />

P<br />

L<br />

Tabelando-se vários valores <strong>de</strong> CL para diversas condições <strong>de</strong> engastamento R1 e R2,<br />

conforme os gráficos mostrados na Figura 3.33, percebe-se que o valor <strong>de</strong> CL, dadas essas<br />

condições <strong>de</strong> vinculação, é praticamente constante.<br />

Rigi<strong>de</strong>z CL<br />

C<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

L<br />

R1=R2=10<br />

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1<br />

P / PE<br />

Rigi<strong>de</strong>z CL<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1<br />

P / PE<br />

Rigi<strong>de</strong>z CL<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

R1=R2=100<br />

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1<br />

P / PE<br />

R1=15 e R2=50<br />

Figura 3.33 - Valores <strong>de</strong> CL para diferentes combinações <strong>de</strong> R1 e R2<br />

Assim, po<strong>de</strong>-se obter uma boa estimativa do valor <strong>de</strong> CL fazendo:<br />

( P ) − F(<br />

0)<br />

F E<br />

= (3.20)<br />

PE<br />

L<br />

Para P=PE t<strong>em</strong>-se<br />

Simplificando, obtém-se:<br />

1<br />

π<br />

4<br />

2<br />

s = e = 1<br />

c , e para P=0, t<strong>em</strong>-se s = 4 e<br />

75<br />

1<br />

c = .<br />

2


C<br />

L<br />

R + R R + R<br />

R<br />

= 12<br />

− 4R<br />

(3.21)<br />

2<br />

π<br />

2 1 2 1<br />

2<br />

1<br />

2 2<br />

( R R + 4R<br />

+ 4R<br />

+ 12)<br />

( 4R<br />

R + R π + R π )<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

Um ábaco com valores <strong>de</strong> CL <strong>em</strong> função <strong>de</strong> R1 e R2 po<strong>de</strong> ser visto na Tabela 3.7.<br />

Tabela 3.7 - Ábaco para valores <strong>de</strong> CL<br />

R k<br />

200<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

15<br />

10<br />

8<br />

7<br />

6<br />

CL<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

A aplicação da carga axial P exige que o pórtico reaja com uma carga horizontal<br />

d<br />

P<br />

L<br />

h para manter o equilíbrio da coluna. Se o andar, portanto, t<strong>em</strong> uma resistência lateral R,<br />

tal que<br />

d<br />

h<br />

VL<br />

d h '=<br />

LR − P<br />

P<br />

R'<br />

= R −<br />

L<br />

V<br />

dh = , aparece então uma nova resistência R' tal que:<br />

R<br />

d h '<br />

V + P<br />

L V<br />

'=<br />

, R'<br />

=<br />

R d '<br />

h<br />

1<br />

2<br />

R k<br />

1<br />

200<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

15<br />

10<br />

8<br />

7<br />

6<br />

2<br />

(3.22)<br />

76


ou seja, por força do efeito P-Δ, a resistência ao <strong>de</strong>slocamento lateral é diminuída <strong>de</strong> P/L.<br />

Por fim, somando-se todos os efeitos, t<strong>em</strong>-se, para um andar, R2 dado por:<br />

( 1 C )<br />

= R1<br />

− ∑ +<br />

P<br />

L<br />

R2 L<br />

(3.23)<br />

on<strong>de</strong> CL é no máximo, conforme po<strong>de</strong> ser visto na Tabela 3.7 :<br />

12 2<br />

C L,<br />

máx = −1<br />

= 0.<br />

2156<br />

(3.24)<br />

π<br />

Esse resultado po<strong>de</strong> ser comparado ao mostrado por VISSER(1995). Note-se que o<br />

coeficiente CL recebe esse nome pela s<strong>em</strong>elhança com o coeficiente CL utilizado por<br />

LeMESSURIER(1977), por ele chamado <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> "CLarificação".<br />

3.6 Ábacos para cálculo isolado das <strong>colunas</strong><br />

Uma das vantagens da equação recomendada por CHEONG-SIAT-MOY<br />

(equação2.52) é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> checar cada coluna individualmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />

parâmetros tomados para ela <strong>em</strong> função <strong>de</strong> sua participação no andar do pórtico. Por ser<strong>em</strong><br />

poucos esses parâmetros ( impedimento à rotação na base, impedimento à rotação no topo,<br />

impedimento ao <strong>de</strong>slocamento vertical entre a base e o topo ), a criação <strong>de</strong> ábacos<br />

relacionando esses três valores ao <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> po<strong>de</strong> auxiliar o cálculo manual.<br />

A seguir são mostrados ábacos on<strong>de</strong> valores <strong>de</strong> K po<strong>de</strong>m ser tirados a partir <strong>de</strong> R A ,<br />

R B e S. Em princípio, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ábacos que po<strong>de</strong>ria ser tirada é infinita, já que S varia<br />

<strong>de</strong> -∞ a +∞. Entretanto, para casos práticos, po<strong>de</strong>-se obter o valor <strong>de</strong> K buscando valores<br />

intermediários entre os ábacos aqui fornecidos.<br />

A s<strong>em</strong>elhança com os ábacos da Norma Brasileira não é coincidência: po<strong>de</strong>-se<br />

consi<strong>de</strong>rar que os ábacos da referida Norma são casos particulares dos ábacos aqui<br />

fornecidos fazendo S = 0 (<strong>pórticos</strong> <strong>de</strong>slocáveis) e S ⇒ ∞ (<strong>pórticos</strong> in<strong>de</strong>slocáveis); o<br />

equacionamento para esses valores particulares <strong>de</strong> S leva a expressões formalmente idênticas<br />

àquelas que <strong>de</strong>ram orig<strong>em</strong> aos ábacos da Norma, apesar da aparente diferença na<br />

apresentação dos resultados algébricos.<br />

As Tabelas 3.8 a 3.18, fornec<strong>em</strong> ábacos para K com variação significativa da rigi<strong>de</strong>z<br />

adimensional S. Outros resultados po<strong>de</strong>m ser obtidos por interpolação.<br />

77


Tabela 3.8 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 7,0<br />

_<br />

RA<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

K<br />

0,86<br />

0,90<br />

0,95<br />

1,00<br />

1,05<br />

1,10<br />

1,11<br />

1,12<br />

1,13<br />

1,14<br />

1,15<br />

1,16<br />

1,17<br />

1,18<br />

1,19<br />

_<br />

R B<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

78


Tabela 3.9 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 5,0<br />

_<br />

RA<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

K<br />

0,93<br />

0,95<br />

1,00<br />

1,05<br />

1,10<br />

1,15<br />

1,20<br />

1,25<br />

1,30<br />

1,35<br />

1,40<br />

1,405<br />

_<br />

R B<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

79


Tabela 3.10 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 3,0<br />

_<br />

RA<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

K<br />

0,98<br />

1,00<br />

1,10<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,81<br />

_<br />

R B<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

80


Tabela 3.11 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 1,0<br />

_<br />

RA<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

K<br />

1,07<br />

1,10<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,14<br />

_<br />

R B<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

81


Tabela 3.12 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 0,5<br />

_<br />

RA<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

6,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

K<br />

1,07<br />

1,10<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,50<br />

4,00<br />

4,44<br />

_<br />

R B<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

6,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,00<br />

82


Tabela 3.13 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = 0,0<br />

_<br />

RA<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

K<br />

1,10<br />

1,50<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,27<br />

_<br />

R B<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

83


Tabela 3.14 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -0,5<br />

_<br />

RA<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,50<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

K<br />

1,13<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,50<br />

4,00<br />

5,00<br />

10,00<br />

11,76<br />

_<br />

R B<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,50<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

84


Tabela 3.15 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -1,0<br />

_<br />

RA<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,60<br />

K<br />

1,16<br />

1,20<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

6,00<br />

7,00<br />

10,00<br />

10,43<br />

_<br />

R B<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,60<br />

85


Tabela 3.16 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -3,0<br />

_<br />

RA<br />

30,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,00<br />

7,00<br />

6,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,50<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,10<br />

K<br />

1,27<br />

1,30<br />

1,40<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,50<br />

4,00<br />

5,00<br />

6,00<br />

9,49<br />

_<br />

R B<br />

30,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,00<br />

7,00<br />

6,00<br />

5,00<br />

4,00<br />

3,50<br />

3,00<br />

2,50<br />

2,10<br />

86


Tabela 3.17 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -5,0<br />

_<br />

RA<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

14,00<br />

13,00<br />

12,00<br />

11,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,00<br />

7,00<br />

6,00<br />

5,50<br />

5,00<br />

4,40<br />

K<br />

1,42<br />

1,50<br />

1,60<br />

1,70<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

4,00<br />

5,00<br />

6,00<br />

7,00<br />

10,00<br />

11,53<br />

_<br />

R B<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

14,00<br />

13,00<br />

12,00<br />

11,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,00<br />

7,00<br />

6,00<br />

5,50<br />

5,00<br />

4,40<br />

87


Tabela 3.18 - Ábaco para valores <strong>de</strong> K com S = -7,0<br />

_<br />

RA<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

14,00<br />

13,00<br />

12,00<br />

11,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,70<br />

K<br />

1,72<br />

1,75<br />

1,80<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,50<br />

3,00<br />

3,50<br />

4,00<br />

5,00<br />

6,00<br />

7,00<br />

10,00<br />

10,17<br />

_<br />

R B<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

25,00<br />

20,00<br />

15,00<br />

14,00<br />

13,00<br />

12,00<br />

11,00<br />

10,00<br />

9,00<br />

8,70<br />

88


3.7 Obtenção dos coeficientes<br />

Duas características do pórtico <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>terminadas para utilizar os diversos<br />

processos: os valores da rigi<strong>de</strong>z dos engastamento elásticos das <strong>colunas</strong> e, para a utilização<br />

do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> CHEONG-SIAT-MOY e dos ábacos do it<strong>em</strong> 3.6 , a rigi<strong>de</strong>z lateral S fornecida<br />

a uma coluna. Para o caso <strong>de</strong> se assumir rotações iguais <strong>em</strong> ambas as extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s da viga,<br />

oposta à extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> da coluna <strong>em</strong> análise, TIMOSHENKO (1961) sugere:<br />

6<br />

R i = (3.25)<br />

G<br />

i<br />

Outra possibilida<strong>de</strong> é aplicar uma carga horizontal e a partir da relação entre o<br />

momento fletor e a rotação na extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> da coluna, obtida <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m, estimar valores<br />

para R1 e R2. Esse procedimento é sugerido por ARISTIZABAL-OCHOA (1996);<br />

CHEONG-SIAT-MOY (1999) sugere que, para estimar S, seja avaliada a rigi<strong>de</strong>z lateral total<br />

do pórtico <strong>em</strong> um andar, e que essa rigi<strong>de</strong>z seja dividida entre as diversas <strong>colunas</strong> do andar<br />

com o peso (1+CL) conforme tratado no it<strong>em</strong> 3.4.2; ao verificar uma coluna a rigi<strong>de</strong>z S<br />

consi<strong>de</strong>rada é igual à total do andar, subtraindo-se o quinhão da coluna estudada. Ele <strong>de</strong>ixa<br />

<strong>em</strong> aberto obter o resultado, para S, <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m ou <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m no nível <strong>de</strong> carregamento<br />

disponível.<br />

Po<strong>de</strong>-se sugerir uma alternativa que é calcular a rigi<strong>de</strong>z lateral total, conforme<br />

VISSER (it<strong>em</strong> 2.8) como:<br />

R 2aor<strong>de</strong>m<br />

= R c1aor<strong>de</strong>m<br />

−<br />

com<br />

∑<br />

P<br />

C<br />

h<br />

c (3.26)<br />

C = 1+CL (3.27)<br />

Para obter o valor <strong>de</strong> S subtrai-se <strong>de</strong>sse total a rigi<strong>de</strong>z ao <strong>de</strong>slocamento lateral da<br />

coluna subtraída, por sua vez, <strong>de</strong> C P/h.<br />

89


3.8 Aplicação à Norma Brasileira<br />

A resistência <strong>de</strong> cálculo para el<strong>em</strong>entos comprimidos mostrada no it<strong>em</strong> 5.3.4.1 da<br />

Norma Brasileira é calculada como φC Nn , com φC = 0,9 e Nn o valor último <strong>de</strong> carregamento<br />

da coluna obtido pela expressão<br />

Nn = ρQAgfy (3.28)<br />

Nessa equação, ρ é função <strong>de</strong> λ, que é função do <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> KL. Nessa<br />

equação constam parâmetros relativos à forma da seção transversal e a mecanismos <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> local dos componentes da coluna (abas, alma etc.), e verificam-se indiretamente<br />

os valores limites para, entre outros:<br />

•instabilida<strong>de</strong> com equações clássicas <strong>de</strong> Euler;<br />

•instabilida<strong>de</strong> com tensões acima do limite <strong>de</strong> plastificação;<br />

•imperfeições geométricas;<br />

•dados obtidos experimentalmente.<br />

Uma visão <strong>de</strong>ssa checag<strong>em</strong> múltipla po<strong>de</strong> ser vista nas Figuras 3.34 e 3.35<br />

transcritas <strong>de</strong> SÁLES, et al.(1994).<br />

1<br />

ρ = N<br />

NCR<br />

Euler<br />

v = O (SSRC)<br />

o<br />

γ1<br />

γ2 < γ1<br />

Figura 3.34 - Curvas Teóricas <strong>de</strong> λx<br />

ρ<br />

λ<br />

curvas teóricas<br />

90


Figura 3.36.<br />

ρ<br />

1,0<br />

curvas finais<br />

ρ x λ<br />

0,2 1,0<br />

2,5<br />

Figura 3.35 - Curvas Simplificadas Finais <strong>de</strong> λx ρ<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cálculo utilizado nos diversos limites teóricos ou "s<strong>em</strong>i-teóricos" é o da<br />

x<br />

P<br />

y v o<br />

Figura 3.36 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Cálculo<br />

Aqui, observa-se claramente que o <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> é tomado segundo o<br />

conceito apresentado no it<strong>em</strong> 1.4.2, ou seja, <strong>de</strong> que o fator K é um coeficiente <strong>de</strong>terminado<br />

pela linha elástica da coluna, que permite correlacionar seu comportamento ao <strong>de</strong> uma barra<br />

biarticulada. A ambigüida<strong>de</strong> que esse tipo <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração traz já foi analisada no it<strong>em</strong> 2.5.<br />

Os métodos <strong>de</strong> cálculo apresentados nessa Dissertação não part<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse mesmo pressuposto,<br />

não po<strong>de</strong>ndo, portanto, os valores <strong>de</strong> <strong>comprimento</strong> <strong>efetivo</strong> aqui apresentados ser<strong>em</strong><br />

utilizados diretamente na fórmula da Norma.<br />

Uma alternativa, assim, ao uso das curvas <strong>de</strong> resistência da Norma seria dividir o<br />

processo <strong>de</strong> avaliação <strong>em</strong> várias partes, cada uma relativa a um modo <strong>de</strong> falha. Um conjunto<br />

<strong>de</strong> passos, a ser<strong>em</strong> combinados segundo julgamento do projetista, seria:<br />

N<br />

y<br />

λ<br />

91


•estabelecer um carregamento limite para o pórtico limitando-se o <strong>de</strong>slocamento lateral <strong>em</strong><br />

um ponto suficient<strong>em</strong>ente longe <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong>, utilizando a equação 2.58<br />

ou 3.29, apresentada no <strong>de</strong>senvolvimento do ex<strong>em</strong>plo 7.<br />

•checar cada coluna para um modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> como pórtico in<strong>de</strong>slocável;<br />

•checar cada coluna para um modo <strong>de</strong> flambag<strong>em</strong> "intermediário", utilizando os ábacos<br />

fornecidos no it<strong>em</strong> 3.6;<br />

•avaliar separadamente os outros fatores que influenciam no limite <strong>de</strong> carregamento.<br />

3.9 - Ex<strong>em</strong>plo 7 - Comparação <strong>de</strong> resultados<br />

Apresenta-se a seguir o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um pórtico <strong>de</strong> nós rígidos com 9 andares,<br />

mostrado na Figura 3.37, mais esbelto que os anteriores, composto <strong>de</strong> perfis W 460x97 ( I =<br />

44500 cm 4 , A = 123 cm 2 , r = 19 cm ) nos quatro primeiros andares, tanto para as vigas<br />

quanto para as <strong>colunas</strong>; para os andares restantes utilizou-se perfis W 460x52 ( I = 21200<br />

cm 4 , A = 66,4 cm 2 , r = 17,9 cm ). No nível <strong>de</strong> cada andar está aplicada uma carga <strong>de</strong> 12 kN,<br />

correspon<strong>de</strong>nte aproximadamente à aplicação das cargas <strong>de</strong> vento no edifício.<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

12<br />

F F F F<br />

F 2 F<br />

F<br />

2 F 2<br />

F<br />

2<br />

F<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F F F F F F<br />

2 2 2 2<br />

F<br />

F F F F<br />

F<br />

2 2 2 2<br />

4000 4000 4000<br />

3 3 53 53 053 053 0053<br />

0053<br />

0053<br />

005<br />

005<br />

00<br />

00<br />

0 0<br />

PERFIS W 460 x 97 E W 460 x 52<br />

W 4 6 0 W x 4 6 9 0 7 x 5 2<br />

(mm , kN)<br />

Figura 3.37 - Ex<strong>em</strong>plo 7 - Pórtico <strong>de</strong> 9 andares com nós rígidos<br />

92


Na Figura 3.38 estão apresentados os <strong>de</strong>slocamentos horizontais dos andares para<br />

diversos valores <strong>de</strong> F.<br />

Andar<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

F = 3792 kN<br />

F = 3740 kN<br />

F = 3674 kN<br />

F = 3556 kN<br />

F = 3000 kN<br />

F = 1500 kN<br />

0 20 40 60 80<br />

Deslocamento horizontal (cm)<br />

Figura 3.38 - Deslocamentos Horizontais <strong>em</strong> Função <strong>de</strong> F<br />

Para esse ex<strong>em</strong>plo são apresentadas nas Figuras 3.39 a 3.44, os <strong>de</strong>slocamentos<br />

relativos entre os topos das coluna e suas bases, ao nível dos 1 o , 2 o , 3 o , 5 o , 6 o e 7 o andares,<br />

comparando resultados entre os diversos métodos, correspon<strong>de</strong>ntes ao cálculo <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m,<br />

ao cálculo <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m (com programa <strong>de</strong>senvolvido por este autor utilizando a matriz <strong>de</strong><br />

rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> CHEN), ao <strong>de</strong> ARISTIZABAL-OCHOA e à hipótese <strong>de</strong> VISSER utilizando o<br />

valor <strong>de</strong> CL obtido com a equação 3.19. Com a equação <strong>de</strong> VISSER, o <strong>de</strong>slocamento lateral é<br />

calculado como Δ = V/Rc2 . Como a equação <strong>de</strong> ARISTIZABAL só fornece a carga crítica<br />

foi utilizada a equação <strong>de</strong> TIMOSHENKO (1961) para amplificação do <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 1 a<br />

or<strong>de</strong>m mostrada na equação 3.10.<br />

Δ<br />

a<br />

2 or<strong>de</strong>m<br />

δ = =<br />

(3.29)<br />

Δ<br />

<strong>em</strong> que<br />

a<br />

1 or<strong>de</strong>m<br />

( KL)<br />

1<br />

P<br />

1−<br />

P<br />

max<br />

∑ π<br />

2<br />

EI<br />

P max = (3.30)<br />

2<br />

93


Deslocamento relativo (cm)<br />

Deslocamento relativo (cm)<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.39 - Deslocamentos Relativos - 1 o Andar<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.40 - Deslocamentos Relativos - 2 o Andar<br />

94


Deslocamento relativo (cm)<br />

Deslocamento relativo (cm)<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.41 - Deslocamentos Relativos - 3 o Andar<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.42 - Deslocamentos Relativos 5 o Andar<br />

95


Deslocamento relativo (cm)<br />

Deslocamento relativo (cm)<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.43 - Deslocamentos Relativos - 6 o Andar<br />

1a or<strong>de</strong>m<br />

Aristizabal<br />

Visser<br />

Maurício<br />

F crítico<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

Valores <strong>de</strong> F (kN)<br />

Figura 3.44 - Deslocamentos Relativos - 7 o Andar<br />

96


4 CONCLUSÕES<br />

Foram vistos alguns mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> para <strong>pórticos</strong> <strong>de</strong> andares<br />

múltiplos. Os resultados obtidos se mostraram, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limitações, utilizáveis, e suficientes<br />

para compl<strong>em</strong>entar os ábacos da Norma Brasileira. Sugere-se, entretanto, que os valores <strong>de</strong><br />

K obtidos não sejam utilizados diretamente nas fórmulas <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos da<br />

Norma, mas apenas como utensílio para a limitação dos esforços <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m e, como<br />

compl<strong>em</strong>ento, para a verificação da rigi<strong>de</strong>z disponível para cada coluna para evitar efeitos <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> localizados.<br />

Vários pontos particulares requer<strong>em</strong> ainda um estudo mais <strong>de</strong>talhado antes da<br />

utilização efetiva das equações mostradas. Em especial:<br />

•É preciso <strong>de</strong>terminar com mais segurança <strong>em</strong> que situações os valores <strong>de</strong> R1, R2 e S<br />

po<strong>de</strong>m ser calculados com precisão, e qual o limite <strong>de</strong> erro admitido nesse cálculo.<br />

•Verificar se seria possível adaptar os métodos <strong>de</strong> cálculo apresentados, para<br />

fornecer valores <strong>de</strong> K que possam ser utilizados com as equações <strong>de</strong> verificação presentes<br />

<strong>em</strong> várias Normas internacionais, <strong>em</strong> especial a brasileira. Foi citado na introdução que uma<br />

das vantagens do uso do fator K é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar a verificação <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma coluna com vários fatores que <strong>de</strong>termin<strong>em</strong> sua resistência, a partir <strong>de</strong> dados obtidos <strong>de</strong><br />

outras análises, experimentais ou numéricas, o que é feito nessas equações. Uma primeira<br />

aproximação nesse passo seria utilizar arbitrariamente os valores <strong>de</strong> K fornecidos <strong>em</strong><br />

análises feitas com o <strong>de</strong>slocamento lateral impedido, obtendo, assim, valores oriundos da<br />

análise da linha elástica da coluna.<br />

•Estabelecer parâmetros que permitam dizer se o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento lateral<br />

aqui utilizado é válido para representar o modo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> do pórtico. Esse mo<strong>de</strong>lo é<br />

claramente mais ina<strong>de</strong>quado quanto mais esbelto for o pórtico, ten<strong>de</strong>ndo a se comportar<br />

97


como uma coluna fletida; se a <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> for, por outro lado, típica <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação por<br />

esforço cortante <strong>de</strong>ssa coluna, o mo<strong>de</strong>lo ten<strong>de</strong>ria a ser mais apropriado.<br />

Apesar <strong>de</strong>sses pontos <strong>em</strong> aberto, foi apresentado um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cálculo que levanta e<br />

resolve ambigüida<strong>de</strong>s no cálculo usual <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>. A vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo v<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

sua generalida<strong>de</strong>, que, ao mesmo t<strong>em</strong>po que permite levar <strong>em</strong> conta com relativa<br />

simplicida<strong>de</strong> vários modos <strong>de</strong> falha e condições <strong>de</strong> engastamento, incluindo ligações s<strong>em</strong>i-<br />

rígidas, exige cuidado na <strong>de</strong>terminação dos parâmetros que permitam validar seu uso. Po<strong>de</strong>-<br />

se dizer que o objetivo do trabalho foi alcançado, já que se mostrou que a equação (2.44), <strong>de</strong><br />

ARISTIZABAL-OCHOA e, <strong>em</strong> especial a (2.58) <strong>de</strong> VISSER po<strong>de</strong>m ser utilizadas com tanta<br />

simplicida<strong>de</strong> quanto os ábacos atuais, e fornec<strong>em</strong> resultados s<strong>em</strong>elhantes nos casos<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às hipóteses assumidas na construção dos mesmos.<br />

Além disso, essas equações têm maior flexibilida<strong>de</strong>. Com a equação (2.44), po<strong>de</strong>-se<br />

estimar a influência <strong>de</strong> ligações s<strong>em</strong>i-rígidas na estabilida<strong>de</strong> variando-se os parâmetros R1,<br />

R2. Seria possível, ainda, adaptar o cálculo a situações <strong>em</strong> que se atinge a plastificação,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que valores a<strong>de</strong>quados para R1 e R2 foss<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados para essa equação. Por fim,<br />

é possível esten<strong>de</strong>r essas equações para o caso tridimensional, permitindo, com o auxílio <strong>de</strong><br />

um programa, calcular com maior confiabilida<strong>de</strong> a estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um edifício mais<br />

complexo.<br />

98


BIBLIOGRAFIA<br />

ANTUNES, H.M.C.C. (1972). Instabilida<strong>de</strong> elástica <strong>de</strong> estruturas lineares planas usuais.<br />

São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos, Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

ANTUNES, H.M.C.C. (1978). Carregamento crítico <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> geral para estruturas<br />

tridimensionais <strong>de</strong> edifícios altos. São Carlos. Tese (Doutorado) – Escola <strong>de</strong> Engenharia<br />

<strong>de</strong> São Carlos, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1994a). K-factor for columns in any type of construction:<br />

nonparadoxical approach. Journal of Structural Engineering, v.120, n.4, p.1272, April.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1994b). Stability of columns un<strong>de</strong>r uniform axial load with<br />

s<strong>em</strong>irigid connections. Journal of Structural Engineering, v.120, n.11, p.3212,<br />

Nov<strong>em</strong>ber.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1996). Braced, partially braced and unbraced columns:<br />

complete set of classical stability equations. Structural Engineering and Mechanics, v.4,<br />

n.4, p.365.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1997a). Story stability of braced, partially braced and<br />

unbraced frames: classical approach. Journal of Structural Engineering, n.6, p.799,<br />

June.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1997b). Stability probl<strong>em</strong>s of columns and frames. ACI<br />

Structural Journal, v.94, n..4, July-August.<br />

99


ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1997c). Elastic stability fo beam-columns with flexural<br />

100<br />

connections un<strong>de</strong>r various conservative end axial forces. Journal of Structural<br />

Engineering, v.123, n.9, p.1194, Sept<strong>em</strong>ber.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1997d). Amplification factor for three-dimensional RC<br />

framed structures: a nonparadoxical approach. ACI Structural Journal, v.94, n.5, p.538,<br />

Sept<strong>em</strong>ber-October.<br />

ARISTIZABAL-OCHOA, J.D. (1998). Minimum stiffness of bracing for multi-column<br />

framed structures. Structural Engineering and Mechanics, v.6, n.3, p.305-325, April.<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT (1986). NBR 8800 -<br />

Projeto e execução <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>aço</strong> <strong>de</strong> edifícios. Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

BUEN, O. (1992). Column <strong>de</strong>sign in steel frames un<strong>de</strong>r gravity loads. Journal of Structural<br />

Engineering, v.118, n.10, p.2928, October.<br />

CHEN, W.F.; GOTO, Y.; LIEW, J.Y.R. (1996). Stability <strong>de</strong>sign of s<strong>em</strong>i-rigid frames. New<br />

York, John Wiley & Sons.<br />

CHEONG-SIAT-MOY, F. (1977). Consi<strong>de</strong>ration of secondary effects in frame <strong>de</strong>sign.<br />

Journal of Structural Division, v.103, n. ST10, p.2005, October.<br />

CHEONG-SIAT-MOY, F. (1980). New interaction equations for steel beam-columns.<br />

Journal of the Structural Division, v.106, n. ST5, p.1047, May.<br />

CHEONG-SIAT-MOY, F. (1986). K-factor paradox. Journal of Structural Engineering,<br />

v.112, n.8, p.1747, August.<br />

CHEONG-SIAT-MOY, F. (1997). Multiple K-factors of a leaning column. Engineering<br />

Structures, v.19, n..1, p.50.<br />

CHEONG-SIAT-MOY, F. (1999). An improved K-factor formula. Journal of Structural<br />

Engineering, v.125, n.2, p.169-174, February.


DUAN, L.; CHEN, W.F. (1989). Effective length factors for columns in unbraced frames.<br />

Journal of Structural Engineering, v.115 , n..1, p.149-165, January.<br />

GALAMBOS, T.V. (1968). Structural m<strong>em</strong>bers and frames. Englewood Cliff, N.J.,<br />

Prentice-Hall.<br />

GOTO, Y.; SUZUKI, S.; CHEN, W.F. (1993). Stability behaviour of s<strong>em</strong>i-rigid sway<br />

frames. Engineering Structures, v.15, n.3, 209-219, May.<br />

HAJJAR, J.; WHITE, D. (1994). The accuracy of column stability calculations in unbraced<br />

101<br />

frames and the influence of columns with effective length factors less than one. AISC<br />

Engineering Journal, v.31, n.3, p.81.<br />

KAVANAGH, T.C. (1962). Effective length of framed columns. Trans. ASCE, v.127(II),<br />

p.81.<br />

KISHI, N.; CHEN, W.F.; GOTO, Y. (1997). Effective length factor of columns in s<strong>em</strong>irigid<br />

and unbraced frames. Journal of Structural Engineering, v.123, n.3, p.313-320, March.<br />

LeMESSURIER, W.M.J. (1977). A practical method of second or<strong>de</strong>r analysis. AISC<br />

Engineering Journal, p.49, second quarter.<br />

LIEW, J.Y.; WHITE, D.W.; CHEN, W.F. (1991). Beam-column <strong>de</strong>sign in steel frameworks:<br />

insights on current methods and trends. Journal of Constructional Steel Research, v.18,<br />

p.269.<br />

McMINN, S.J. (1962). Matrices for structural analysis. New York, John Wiley.<br />

SÁLES, J.J.; MALITE, M.; GONÇALVES, R.M. ; BONFÁ, J.L. (1994). El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

Estruturas Metálicas. Dimensionamento. 2.ed. Publicação da Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong><br />

São Carlos-USP.<br />

SALMON, C.G.; JOHSON, E.J. (1996). Steel structures <strong>de</strong>sign and behavior. 4.ed. New<br />

York, Harper Collins College Publishers.


TIMOSHENKO, S.P.; GERE, J.M. (1961). Theory of elastic stability. 2.ed. New York,<br />

McGraw-Hill.<br />

VISSER, M. (1995). Steel frame stability <strong>de</strong>sign. Engineering Journal, first quarter.<br />

WANG, C.K. (1983). Intermediate structural analysis. New York, McGraw-Hill.<br />

WHITE, D.W.; CLARKE, M.J. (1997). Design of beam-columns in steel frames. I:<br />

102<br />

Philosophies and procedures. Journal of Structural Engineering, v.123, n.12, p.1556-<br />

1564, Dec<strong>em</strong>ber.<br />

WHITE, D.W.; CLARKE, M.J. (1997b). Design of beam-columns in steel frames. II:<br />

Comparison of standards. Journal of Structural Engineering, v.123, n.12 p.1565-1575,<br />

Dec<strong>em</strong>ber.<br />

WOOD, R.H. (1974). Effective lengths of columns in multi-storey buildings. The Structural<br />

Engineer, v.52, n.7, p.235, July.


Apêndice<br />

Neste apêndice estão apresentadas as listagens dos programas citados durante a<br />

dissertação e que, juntos, constitu<strong>em</strong> o "Programa para cálculo <strong>de</strong> esforços <strong>em</strong> 2 a or<strong>de</strong>m",<br />

<strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong> linguag<strong>em</strong> C++, baseado na conceituação <strong>de</strong>senvolvida no capítulo 3.<br />

Acopláveis a ele exist<strong>em</strong> outros programas, classificados como "programas adicionais",<br />

constituídos <strong>de</strong> funções com finalida<strong>de</strong>s específicas no sentido <strong>de</strong> extrair resultados<br />

selecionados ou então gerar valores para métodos <strong>de</strong> cálculo aproximado para efeito <strong>de</strong><br />

comparação.<br />

O programa é constituído <strong>de</strong> duas partes: um arquivo com utilida<strong>de</strong>s básicas,<br />

chamado base.cc, que <strong>de</strong>fine operações não relacionadas com o probl<strong>em</strong>a estrutural <strong>em</strong> si,<br />

ou seja, <strong>de</strong>fine matrizes, alguns algoritmos e solução <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as lineares; e um arquivo com<br />

a programação diretamente relacionada ao cálculo matricial, chamado portico.cc<br />

A.1 base.cc<br />

Como se disse, esse arquivo <strong>de</strong>fine apenas utilida<strong>de</strong>s, não possuindo funções<br />

relacionadas ao cálculo estrutural, e por isso não será comentado. Segue o conteúdo do<br />

arquivo:<br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

class vet6{<br />

double v[6];<br />

public:<br />

};<br />

double& operator[](int i) {return v[i];};<br />

const double& operator[](int i) const {return v[i];};<br />

operator = (const vet6& o) {for(int i=0;i


vet6 v[6];<br />

public:<br />

};<br />

vet6& operator[](int i) {return v[i];};<br />

const vet6& operator[](int i) const {return v[i];};<br />

operator = (const vet6x6& o) {for(int i=0;i


}<br />

return fat[n];<br />

void multiplicar (const matriz& m, const vector& v1, vector&<br />

v2)<br />

{<br />

int tam = v1.size();<br />

if (m.tamanho()!=make_pair(tam,tam)) throw invalid_argument("Matriz t<strong>em</strong> tamanho<br />

diferente <strong>de</strong> vetor");<br />

}<br />

v2.resize(tam,0);<br />

for (int i=0;i


if (R(pivoi[i],pivoj[i])==0) throw runtime_error ("Acho que a matriz is<br />

singular");<br />

};<br />

for (int i2=0;i2


A.2 portico.cc<br />

Nesse arquivo são <strong>de</strong>finidas as funções <strong>de</strong> cálculo matricial, assim como funções<br />

para <strong>de</strong>terminar valores necessários para a Dissertação. Segue o conteúdo do arquivo:<br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> <br />

#inclu<strong>de</strong> "base.cc"<br />

As classes prop_predio e load_predio serv<strong>em</strong> como base para a <strong>de</strong>finição dos dados do<br />

pórtico e seu carregamento. Cada pórtico será entrado como uma "subclasse" <strong>de</strong>ssas<br />

classes.<br />

class prop_predio {<br />

public:<br />

};<br />

virtual double getA(int,int) const {return 1;};<br />

virtual double getEcol(int,int) const {return 1;};<br />

virtual double getIcol(int,int) const {return 1;};<br />

virtual double getLcol(int) const {return 1;};<br />

virtual double getR1col(int,int) const {return 100;};<br />

virtual double getR2col(int,int) const {return 100;};<br />

virtual double getEbeam(int,int) const {return 1;};<br />

virtual double getIbeam(int,int) const {return 1;};<br />

virtual double getLbeam(int) const {return 1;};<br />

virtual double getR1beam(int,int) const {return 100;};<br />

virtual double getR2beam(int,int) const {return 100;};<br />

virtual double getmolah() const {return 100;};<br />

virtual double getmolav() const {return 100;};<br />

virtual double getmolag() const {return 100;};<br />

virtual double getmolainterna (int) const {return 0;};<br />

class load_predio {<br />

public:<br />

};<br />

virtual double getLoadH (int) const {return 0;};<br />

virtual double getLoadV (int,int) const {return 0;};<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>H () const {return 0;};<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>V () const {return 0;};<br />

virtual double getMarg<strong>em</strong>G () const {return 0;};<br />

5


As funções a seguir calculam os valores para a matriz <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m apresentada<br />

por CHEN, mostrada na Revisão Bibliográfica<br />

void phis_fs (double Nlinha, double p[4], double f[6])<br />

{<br />

double p0 = 1./12.;<br />

p[1-1] = 1; p[2-1] = 1./2; p[3-1] = 1./3; p[4-1] = 1./6;<br />

f[1-1] = 1; f[2-1] = 1./20; f[3-1] = 1./3; f[4-1] = 1./3; f[5-1] = -1; f[6-1] = -<br />

1./4;<br />

}<br />

for (int n=1;n


}<br />

for (int i=1;i


[0][4] = 0;<br />

// r[0][5] = 0;<br />

// r[1][1] = E*I/pow(L,3)*2*s*(1+c)/m;<br />

// r[1][2] = E*I/pow(L,2)*s*(1+c);<br />

// r[1][3] = 0;<br />

// r[1][4] = -E*I/pow(L,3)*2*s*(1+c)/m;<br />

// r[1][5] = E*I/pow(L,2)*s*(1+c);<br />

// r[2][2] = E*I/L*s;<br />

// r[2][3] = 0;<br />

// r[2][4] = -E*I/pow(L,2)*s*(1+c);<br />

// r[2][5] = E*I/L*s*c;<br />

// r[3][3] = E*A/L;<br />

// r[3][4] = 0;<br />

// r[3][5] = 0;<br />

// r[4][4] = E*I/pow(L,3)*2*s*(1+c)/m ;<br />

// r[4][5] = -E*I/pow(L,2)*s*(1+c);<br />

// r[5][5] = E*I/L*s;<br />

// for (int i=1;i


if (d_col.tamanho()!=make_pair(nfloor,ncol)) throw invalid_argument("d_col wrong<br />

size");<br />

if (P_col.tamanho()!=make_pair(nfloor,ncol)) throw invalid_argument("P_col wrong<br />

size");<br />

r_col_geral.newsize(nfloor,ncol);<br />

for (int i=0;i


coord[1] = base + j*2;<br />

coord[2] = base + j*2 + 1;<br />

coord[3] = coord[0];<br />

coord[4] = coord[1] + 2;<br />

coord[5] = coord[2] + 2;<br />

for (int k=0;k


if (u.size()!=(nfloor+1)*coord_per_floor) throw invalid_argument("Vetor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamentos don't bate com tamanho do edificio");<br />

}<br />

d_beam.newsize(nfloor,ncol-1);<br />

P.newsize(nfloor,ncol-1);<br />

for (int i=0;i


}<br />

};<br />

R(coord1,coord2) -= k;<br />

R(coord2,coord1) -= k;<br />

R(coord2,coord2) += k;<br />

Dadas as características do pórtico e do carregamento, a função a seguir chama as<br />

anteriores <strong>de</strong> modo a obter os valores <strong>em</strong> 1 a or<strong>de</strong>m.<br />

void resolver_linear (int nfloor, int ncol, const prop_predio& p, const<br />

vector& F, vector& u,matriz& r_col_geral,matriz&<br />

r_beam_geral,matriz& R,matriz& d_col, matriz& d_beam,<br />

matriz& P_col, matriz& P_beam)<br />

{<br />

}<br />

vet6 vetzero; for (int i=0;i


ool erro;<br />

int niteracoes = 0;<br />

do {<br />

niteracoes++;<br />

Inverter(R,R_1);<br />

multiplicar (R_1,F,u);<br />

get_d_col_P_col (nfloor,ncol, p, u, r_col_geral,d_col,P_col);<br />

get_d_beam_P_beam (nfloor,ncol, p, u, r_beam_geral,d_beam,P_beam);<br />

montar_r_col_geral (nfloor,ncol,p, d_col, P_col, r_col_geral);<br />

montar_r_beam_geral (nfloor,ncol,p, d_beam, r_beam_geral);<br />

montar_R (nfloor,ncol,p,r_col_geral,r_beam_geral,R);<br />

engastar_com_molas (nfloor,ncol,p,R);<br />

vector Faprox;<br />

multiplicar (R,u,Faprox);<br />

// for (int i=0;i


cout


}<br />

};<br />

return acumulador;<br />

void aristizabal (double S,int j,vector a,vector b,vector g,<br />

const vector& pa, const vector& pb,vector& k)<br />

{<br />

int ncol = a.size();<br />

if (b.size()!=ncol || g.size()!=ncol || pa.size()!=ncol || pb.size()!=ncol) throw<br />

invalid_argument("Vetores <strong>de</strong> tamanho errado p'ro Aristizabal");<br />

for (int i=0;i


void main ()<br />

{<br />

int nfloor = 3;<br />

int ncol = 4;<br />

predio p;<br />

load lp;<br />

int coord_per_floor = 2*ncol+1;<br />

vector F;<br />

vector marg<strong>em</strong>;<br />

vector u;<br />

matriz r_col_geral;<br />

matriz r_beam_geral;<br />

matriz R;<br />

matriz d_col;<br />

matriz d_beam;<br />

matriz P_col;<br />

matriz P_beam;<br />

cout


}<br />

return 12*(R1+R2+R1*R2)/(pow(3.1415926,2)*(4*R1+4*R2+R1*R2+12))<br />

void main ()<br />

{<br />

int nfloor = 9;<br />

int ncol = 4;<br />

outropredio p;<br />

load lp;<br />

-4*R1*R2/(4*R1*R2+pow(3.1415926,2)*(R1+R2));<br />

int coord_per_floor = 2*ncol+1;<br />

vector F;<br />

vector marg<strong>em</strong>;<br />

vector u;<br />

matriz r_col_geral;<br />

matriz r_beam_geral;<br />

matriz R;<br />

matriz d_col;<br />

matriz d_beam;<br />

matriz P_col;<br />

matriz P_beam;<br />

for(int andar=0;andar


montar_F_marg<strong>em</strong> (nfloor,ncol,lp,F,marg<strong>em</strong>);<br />

resolver_linear<br />

(nfloor,ncol,p,F,u,r_col_geral,r_beam_geral,R,d_col,d_beam,P_col,P_beam);<br />

for (int i=0;i0.2)?1.2<br />

:1));<br />

};<br />

a.push_back(P_col(1,i)[0]);<br />

double S = p.getmolainterna(1)/(p.getEcol(1,0)*p.getIcol(1,0)/pow(p.getLcol(1),3));<br />

cout


lp.setval(val);<br />

montar_F_marg<strong>em</strong> (nfloor,ncol,lp,F,marg<strong>em</strong>);<br />

resolver_linear<br />

(nfloor,ncol,p,F,u,r_col_geral,r_beam_geral,R,d_col,d_beam,P_col,P_beam);<br />

double Ptotalandar = 0;<br />

for (int i=0;i


long double F = R1*cos(piK)-R1-pow(piK,2);<br />

// cout


}<br />

double K=KfromRs(S,R1,R2);<br />

double Rmedio;<br />

while (Rmedio=(R1+R2)/2,Rmedio!=R1 && Rmedio!=R2)<br />

if (KfromRs(S,Rmedio,Rmedio)>K) R1=Rmedio;<br />

else R2=Rmedio;<br />

return Rmedio;<br />

void preencher (double tab[33],int i1,int i2,double S)<br />

{<br />

}<br />

if (i1-i2-2) return;<br />

double K=KfromRs(S,tab[i1],tab[i2]);<br />

int imedio = (i1+i2)/2;<br />

tab[imedio] = R_medio(S,tab[i1],tab[i2]);<br />

preencher (tab,i1,imedio,S);<br />

preencher (tab,imedio,i2,S);<br />

A próxima função main, que po<strong>de</strong> ser habilitada no lugar da anterior, monta uma<br />

tabela com 33 valores que po<strong>de</strong>m ser utilizados para montar os ábacos.<br />

// void main ()<br />

// {<br />

// double S,R1,R2;<br />

// cin >> S >> R1 >> R2;<br />

// double tabela[33];<br />

// tabela[0] = R1;<br />

// tabela[32] = R2;<br />

// preencher (tabela,0,32,S);<br />

// cout

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!