sergipe: desempenho, perspectivas economicas e ... - Fapese
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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
EQUIPE TÉCNICA<br />
Aldemir do Vale Souza (coord.)<br />
Jorge Jatobá<br />
Leonardo Guimarães Neto<br />
Paulo Ferraz<br />
Tania Bacelar de Araújo<br />
Valdeci Monteiro<br />
Assistentes de Pesquisa<br />
Jurema Regueira<br />
João Salles<br />
Consultores<br />
Cláudia Pereira<br />
Heródoto Moreira<br />
Osmil Galindo<br />
Ricardo Lacerda<br />
Estagiário<br />
Mateus Souza<br />
2
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
SUMÁRIO<br />
APRESENTAÇÃO 5<br />
1 ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA DE SERGIPE (1970-2002) 7<br />
1.1 Evolução no Contexto Nacional e Regional 7<br />
1.2 Crescimento e Desenvolvimento de Sergipe 11<br />
1.3 O Desempenho da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços 16<br />
1.3.1 O Setor Agropecuário Sergipano 23<br />
1.3.2 O Setor Secundário Sergipano 37<br />
1.3.3 O Setor Terciário 50<br />
1.4 Visão Sub-regional do Crescimento 62<br />
1.4.1 O Produto Interno Bruto 64<br />
1.4.2 A Distribuição das Unidades Produtivas Formais 69<br />
1.4.3 Valor da Produção das Principais Culturas Agrícolas 72<br />
1.4.4 Pecuária: Efetivos e Principais Produtos 77<br />
1.4.5 Distribuição Setorial e Espacial da Ocupação 79<br />
1.5 O Comércio Internacional e Interestadual 83<br />
1.5.1 A Balança Comercial com o Exterior 84<br />
1.5.2 A Pauta de Exportações de Sergipe 88<br />
1.5.3 As Importações de Sergipe 90<br />
1.5.4 Principais Empresas Exportadoras e Importadoras 92<br />
1.5.5 O Comércio Interestadual 94<br />
2 O DESEMPENHO RECENTE DA ECONOMIA SERGIPANA (2003-2004) 98<br />
2.1 Contexto Internacional 98<br />
2.2 O Desempenho da Economia Brasileira nos anos de 2003 e 2004 99<br />
2.3 O Desempenho da Economia Sergipana nos anos de 2003 e 2004 103<br />
2.3.1 Aspectos Gerais 103<br />
2.3.2 Agropecuária 107<br />
2.3.3 Indústria 110<br />
2.3.4 Serviços 117<br />
3 EVOLUÇÃO DO QUADRO FINANCEIRO PÚBLICO ESTADUAL (2000-2004) 120<br />
3.1 Receita Total 120<br />
3.2 Despesas Totais 124<br />
3.3 Balanço Nominal, Corrente e de Capital 128<br />
3.4 Dívida Pública 128<br />
3.5 Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) 129<br />
3.6 Sumário da Gestão Fiscal 132<br />
3.7 O Programa de Ajuste Fiscal 135<br />
4 MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E ALGUNS INDICADORES SOCIAIS (1992-2003) 137<br />
4.1 Características do Mercado de Trabalho e dos Rendimentos da População Ocupada 137<br />
4.1.1 A Demografia da Força de Trabalho Sergipana: Evolução da PIA, da PEA e da POC 137<br />
4.1.2 Evolução da Desocupação 143<br />
4.1.3 Evolução da Taxa de Participação no Mercado de Trabalho (TPFT) 145<br />
4.1.4 Evolução da Taxa de Desocupação 147<br />
4.1.5 Estrutura Ocupacional 149<br />
4.1.6 A Evolução do Emprego Formal segundo a RAIS 152<br />
4.1.7 A Evolução e a Estrutura do Emprego Formal conforme a PNAD 155<br />
4.1.8 Evolução da Ocupação Informal 156<br />
4.1.9 Distribuição dos Rendimentos da População Ocupada 158<br />
4.2 Evolução de alguns Indicadores Sociais 159<br />
4.2.1 Distribuição dos Rendimentos 159<br />
4.2.2 Acesso a Serviços: Infra-Estrutura e Saneamento Básico 162<br />
4.2.3 Saúde e Esperança de Vida 166<br />
3
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.2.4 Educação e Escolaridade 167<br />
4.2.5 O IDH-M 169<br />
4.3 Indicadores Sociais sob a Ótica das Sub-Regiões 170<br />
5 PERSPECTIVAS DA ECONOMIA DE SERGIPE 174<br />
5.1 Condicionantes do Contexto Mundial e Nacional 174<br />
5.1.1 Condicionantes Mundiais 174<br />
5.1.2 Condicionantes Nacionais 177<br />
5.2 Investimentos Previstos para a Economia de Sergipe 179<br />
5.2.1 Investimentos Estruturados 180<br />
5.2.2 Os Investimentos Industriais do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI 188<br />
5.3 Tendências e Sinais de Mudança 191<br />
5.3.1 Tendências da Base Produtiva da Economia de Sergipe 191<br />
5.3.2 Tendências de Dinamismo Espacial 193<br />
5.3.3 Tendências da Presença do Setor Público 194<br />
5.4 Trajetória mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015) 195<br />
5.4.1 Hipóteses 195<br />
5.4.2 Descrição da Trajetória mais Provável 197<br />
5.4.3 Desdobramentos na Estrutura Produtiva da Trajetória mais Provável 198<br />
6 UM RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES 200<br />
BIBLIOGRAFIA 210<br />
ANEXO 1 - Relação de Entrevistados 212<br />
ANEXO 2 - Anexo Estatístico 213<br />
4
Apresentação<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Este trabalho é um estudo sobre a economia do Estado de Sergipe. Com o<br />
escopo que tem, trata-se de uma tentativa de análise de diversos aspectos<br />
econômicos e sociais da realidade estadual, destacando-se:<br />
(i) a trajetória de sua economia nas três últimas décadas numa<br />
abordagem setorial e regional do crescimento;<br />
(ii) um exame da economia no curto prazo, com base numa estimativa do<br />
nível de atividade para os anos 2003-2004;<br />
(iii) uma análise sobre a situação das finanças estaduais, com destaque<br />
para a capacidade de investimento;<br />
(iv) um estudo sobre as condições do mercado de trabalho, com ênfase<br />
na inserção da força de trabalho por gênero, na questão do<br />
desemprego e numa visão preliminar de alguns indicadores sociais; e,<br />
(v) a partir da análise precedente, uma discussão das <strong>perspectivas</strong> da<br />
economia sergipana.<br />
Afora esta breve introdução, o trabalho está organizado em cinco capítulos cujo<br />
conteúdo coincide com os tópicos apontados acima e um capítulo final que contém um<br />
resumo de conclusão. Embora a perspectiva abrangente e os diferentes aspectos<br />
abordados possam sugerir que se trata de um esforço pioneiro, no trabalho pretende-<br />
se, ao contrário, apenas atualizar o conhecimento sobre a realidade econômica e<br />
social do Estado com base em informações disponíveis recentes, complementadas por<br />
outros trabalhos sobre a economia e a sociedade estadual que, de maneira distinta,<br />
adotaram métodos e <strong>perspectivas</strong> de interesses diversos. 1<br />
As análises dos vários aspectos referidos foram feitas a partir de um<br />
levantamento, na medida do possível, exaustivo das informações, normalmente<br />
disponíveis nas fontes tradicionais e conhecidas. Além disso, foram coletados dados<br />
sobre programas e projetos em órgãos governamentais do Estado e, para alimentar a<br />
discussão de um cenário provável da economia de Sergipe, foram realizadas<br />
entrevistas com representantes do primeiro escalão do governo estadual; técnicos de<br />
diversas instituições, a exemplo de secretarias e institutos estaduais; e, pesquisadores<br />
1 Ibarê Dantas: História de Sergipe: república (1889-2000). – Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004;<br />
Cenários de desenvolvimento local: estudos exploratórios, vol. 1 e vol. II (org. Maria Lúcia O. Falcon,<br />
Dean Lee Hansen, Edison Rodrigues B. Junior). Aracaju: Secretaria Municipal de Planejamento, 2003;<br />
Ana Eliza Vasconcelos, Leonardo Guimarães Neto et alii: A indústria incentivada de Sergipe no contexto<br />
regional. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1993; Governo do Estado de Sergipe: Cenários da<br />
Economia Sergipana: 1988: 1992. Aracaju: Governo de Sergipe, 1988.<br />
5
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
e professores da Universidade Federal de Sergipe. Foram também feitas entrevistas<br />
com vários representantes locais da iniciativa privada, com destaque para a<br />
Federação das Indústrias de Sergipe, o Clube de Diretores Lojistas, e entrevistas com<br />
diretores e gerentes de empresas privadas, inclusive a Petrobrás. 2<br />
Ainda como parte do método adotado para a elaboração do trabalho, foi<br />
realizado um seminário com representantes do primeiro escalão e técnicos de vários<br />
órgãos governamentais para uma apresentação, feita no mês de setembro de 2005,<br />
dos principais resultados do estudo. Essa etapa teve como objetivo submeter os<br />
resultados à crítica e colher informações adicionais a partir da discussão dos<br />
resultados da pesquisa feita.<br />
2 A relação das pessoas entrevistadas consta do Anexo.<br />
Outubro de 2005<br />
CEPLAN – Consultoria Econômica e Planejamento<br />
6
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1 - ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA DE SERGIPE (1970 – 2002)<br />
1.1 - Evolução no Contexto Nacional e Regional<br />
Em princípio, podem-se ressaltar dois aspectos interdependentes para<br />
caracterizar o contexto do passado recente da economia do Estado de Sergipe. O<br />
primeiro associado às transformações da economia brasileira, sob influência das<br />
mudanças na economia internacional, nas três últimas décadas, e o efeito que teve e<br />
tem a condução da política de curto prazo nas economias locais. E o segundo,<br />
relacionado à importância que tiveram, até meados dos anos oitenta, os investimentos<br />
das empresas estatais para induzirem direta e indiretamente o crescimento, a renda e<br />
o emprego no Nordeste e, em particular, nas economias estaduais mais vulneráveis<br />
como a de Sergipe.<br />
Quanto ao primeiro aspecto, dois pontos merecem destaque. Primeiro o de que<br />
a forte proteção ao mercado da economia brasileira e o fácil acesso à poupança<br />
externa, até o final dos anos setenta, favoreceram as condições para um crescimento<br />
sustentado do PIB, configurando uma dinâmica endógena que reforçou um processo<br />
de integração regional já em curso desde os anos trinta do século passado. Segundo,<br />
e não menos importante, a elevação do preço do petróleo e o processo inflacionário<br />
desencadeado nas principais economias mundiais abriram espaço, nos anos setenta,<br />
para o início, nessas economias, de políticas de reestruturação industrial, alteração de<br />
suas políticas comerciais e uma forte onda protecionista.<br />
A adoção de políticas corretivas pelas principais economias mundiais, dentre<br />
elas o forte aumento dos juros básicos da economia norte-americana, repercutiu nas<br />
economias latino-americanas e, em particular, na economia brasileira que,<br />
incapacitadas de servir suas dívidas, mergulharam, na primeira metade da década de<br />
oitenta, num processo de crise cambial e financeira, interrompendo uma trajetória de<br />
crescimento sustentado que se verificara até final dos anos setenta.<br />
Progressivamente, essas economias adaptaram-se à crise da dívida, a partir do<br />
início dos anos noventa, adotando medidas sob a forma de redução das barreiras de<br />
proteção a seus mercados, de desregulamentação de seu mercado de capitais, da<br />
implementação de programas de privatização de empresas públicas, e de medidas<br />
ambiciosas de controle dos gastos públicos e de combate de seus crônicos processos<br />
inflacionários.<br />
Os efeitos nas economias regionais das mudanças ocorridas na economia<br />
brasileira foram significativos. Exerceram influência como fatores de destaque, por um<br />
7
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
lado, a crise cambial e a fragilidade fiscal e financeira do setor público nos anos<br />
oitenta; a abertura da economia, nos anos noventa, e suas implicações na<br />
reestruturação industrial; e a necessidade de conter o processo inflacionário, com a<br />
reiteração, até o advento do Plano Real, em 1994, de experiências sucessivas de<br />
planos de estabilização malogrados.<br />
O traço mais notável desse período é a persistência de uma fase de lento<br />
crescimento econômico, iniciado na década de oitenta, permeado por graves<br />
problemas na economia brasileira, com repercussões importantes nas economias<br />
estaduais. Na raiz dos problemas da economia brasileira, a crise cambial de início dos<br />
anos oitenta, e a interrupção dos fluxos de financiamento com base em poupança<br />
externa, foi uma das fontes mais importantes de desequilíbrio macroeconômico que<br />
afetaram a economia. Outro não menos importante foi a aceleração do processo<br />
inflacionário. 3<br />
O oscilante <strong>desempenho</strong> da economia brasileira, nos anos oitenta, encerra, por<br />
assim dizer, o resumo da ocorrência de diversos fenômenos interdependentes: queda<br />
do PIB, em 1981 (- 4,2%) e 1983 (- 3,0%), aceleração inflacionária e mudanças no<br />
quadro político-institucional que propiciaram a primeira tentativa heterodoxa de<br />
estabilização da economia, com o Plano Cruzado, a partir de 1986, sucedido por<br />
iniciativas igualmente frustradas de planos heterodoxos de estabilidade monetária<br />
caracterizados por congelamento de preços e salários.<br />
Entre 1984-85, houve um breve ciclo de recuperação, sustentado no<br />
crescimento das exportações que se configurou num ambiente de recessão com<br />
grande capacidade ociosa na indústria e redução dos salários reais. As medidas de<br />
congelamento de preço e salários do Plano Cruzado, em 1986, associados a uma<br />
política monetária acomodatícia e ao crescimento real dos salários, naquele ano,<br />
provocaram uma elevação inusitada da demanda e causaram um forte crescimento do<br />
PIB: 6,4%, no ano.<br />
A frustração decorrente dos repetidos insucessos das tentativas de estabilizar a<br />
economia tornou o processo inflacionário mais agudo dando início a um período de<br />
instabilidade na economia que entrou numa fase de estagnação com seus efeitos de<br />
redução do ritmo de crescimento do PIB até o final da década de oitenta. Esse<br />
ambiente de incerteza serviu de desestímulo ao investimento, acentuando uma<br />
situação de persistente instabilidade e lento crescimento econômico.<br />
3 Em 1983, a inflação mudou do patamar de 100% para 200% ao ano.<br />
8
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
No Nordeste, observou-se então uma tendência de redução do investimento,<br />
caindo seu ritmo de crescimento para 1,6% ao ano naquela década 4 , reduzindo-se<br />
ainda mais, entre 1990-93, em termos absolutos em 4,4% ao ano. O investimento<br />
público contribuiu para essa queda com – 9,9% ao ano. 5<br />
No Gráfico 1, que contém o crescimento do PIB em médias móveis<br />
qüinqüenais, observa-se a tendência das economias brasileira, nordestina e sergipana<br />
ao longo das três últimas décadas, podendo-se destacar, sob a forma de resumo, os<br />
seguintes comentários:<br />
a) até quase o final da década de setenta, as taxas de crescimento –<br />
indicadas pelas médias qüinqüenais – ainda refletiam a tendência<br />
histórica de expansão acelerada da economia brasileira, em que pese<br />
o início da fase de transição para uma forte desaceleração do seu<br />
ritmo de crescimento, graças aos problemas apontados;<br />
b) nos anos oitenta, a chamada “década perdida”, configurou-se de<br />
maneira mais inequívoca o crescimento claudicante e a “estratégia”<br />
stop-and-go das diversas e reiteradas tentativas frustradas de<br />
estabilização monetária, com a ocorrência das experiências, sem<br />
precedente em quarenta anos, de crescimento negativo, em 1981-83;<br />
c) nos anos noventa, com o advento do Plano Real, em 1993-94,<br />
esboça-se uma retomada do crescimento, em um curto ciclo, como<br />
resultado da estabilidade monetária, sem que se retorne às taxas<br />
históricas, sobretudo devido à grande incerteza quanto ao<br />
investimento de médio e longo prazo, tanto que os anos iniciais do<br />
novo século (2000 - 2002) registram crescimento medíocre (2,3% a.a.,<br />
na média)<br />
d) a tendência observada ao longo de todo o período, até a primeira<br />
metade da década de noventa, revela o traço empírico já observado<br />
da aderência do crescimento das economias regional e estadual à<br />
economia nacional.<br />
4 Na década anterior, a FBKF tinha crescido a um ritmo de 10,2% a.a., cf. Sudene. Boletim Conjuntural –<br />
Nordeste do Brasil, n. 1, 1993 (Tabela 71, p. 390).<br />
5 Idem, ibdem.<br />
9
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Gráfico 1<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Evolução das Taxas de Crescimento do PIB 1970 - 2002<br />
14,0<br />
12,0<br />
10,0<br />
8,0<br />
(%) 6,0<br />
4,0<br />
2,0<br />
0,0<br />
-2,0<br />
(Médias móveis qüinqüenais)<br />
1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000<br />
Fonte: Sudene (1973-1984), IBGE (1985-2002)<br />
Essa última observação chama a atenção para a constatação, com freqüência<br />
assinalada, de que a economia nordestina sempre cresce a taxas maiores do que a<br />
brasileira, quando esta entra numa fase cíclica de recuperação, enquanto ocorre o<br />
oposto, quando se esboça uma trajetória de queda das taxas de crescimento de PIB<br />
da economia brasileira. Contrariando esse fato observado até um passado recente,<br />
esse padrão é interrompido entre 1992 e 1996, sem sinais de que voltará a se repetir<br />
no futuro. Ver Gráfico 1.<br />
De fato, é o que se pode notar da comparação feita a partir do ano de 1992,<br />
quando a economia brasileira passa a crescer a taxas maiores. Uma hipótese para<br />
essa mudança pode estar numa provável reconcentração da atividade econômica nas<br />
regiões mais desenvolvidas, que se beneficiaram de uma maior integração ao<br />
comércio internacional, ou na tendência, a partir dos anos noventa, de expansão da<br />
área do agro-negócio, sobretudo na região do Centro Oeste.<br />
No contexto nordestino e nas economias estaduais o que se observa, de<br />
acordo com a tendência do crescimento, notadamente quanto à aparente correlação<br />
entre os ritmos de crescimento da economia nacional versus à regional e estadual, é<br />
SE<br />
NE<br />
BR<br />
10
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
uma capacidade de resposta diversa, segundo a situação particular de cada economia<br />
local.<br />
De fato, a intensidade dos efeitos das mudanças apontadas nas economias<br />
estaduais teve, como contrapartida, uma maior ou menor capacidade de resposta e<br />
adaptação em função das condições da disponibilidade dos recursos naturais, da infra-<br />
estrutura e logística existente, da dimensão dos mercados, e da qualificação da mão-<br />
de-obra de suas economias. E, é evidente, parte não menos importante dessa<br />
adaptabilidade das economias estaduais se deu graças à capacidade local da<br />
iniciativa privada e do papel dos governos, até onde foi possível se acomodar às<br />
condições adversas gerais.<br />
Nesse limitado espaço de manobra, embora secundariamente, tiveram<br />
importante papel as potencialidades de cada economia estadual e as condições<br />
financeiras dos governos estaduais para atrair investimentos privados ao longo dos<br />
últimos quase vinte anos, a partir de programas de incentivos com base em sua<br />
receita própria. 6 Nesse particular, as economias estaduais mais robustas, com<br />
capacidade para esboçar reação conseqüente foram, e ainda são, as dos estados da<br />
Bahia, Ceará e Pernambuco, as três maiores economias da região Nordeste.<br />
Um outro fator determinante diz respeito à importância que tiverem, e a ainda<br />
têm, as empresas estatais federais na economia regional. Pode-se afirmar que seus<br />
investimentos tiveram, e ainda exercem, um papel importante como elemento de<br />
atração dos investimentos do setor privado, tendo atuado, nesse sentido, como um<br />
ponderável reforço à política de desenvolvimento industrial conduzida pela extinta<br />
Sudene.<br />
O caso da economia de Sergipe é emblemático sob esse aspecto porque, até<br />
meados dos anos oitenta, os investimentos da Petrobrás, pelo peso que tiveram na<br />
formação do PIB industrial e do Estado, influíram significativamente na trajetória do<br />
crescimento de sua economia, com impactos diretos e indiretos importantes nas<br />
demais atividades. Paradoxalmente, essa presença, ao implicar uma concentração de<br />
investimentos importante na indústria, tornou a economia do Estado vulnerável às<br />
mudanças das estratégias da empresa.<br />
1.2 - Crescimento e Desenvolvimento de Sergipe<br />
A evolução do Produto Interno Bruto sergipano é, como a dos demais estados,<br />
em geral, fortemente correlacionada ao <strong>desempenho</strong> da economia brasileira como um<br />
6 As estratégias locais, verdadeiras apostas de sucesso duvidoso, cobraram caro, e ainda cobram, dos<br />
estados o sacrifício incorrido em termos de renúncia fiscal.<br />
11
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
todo. Embora possa parecer um truísmo, essa afirmação subentende a influência de<br />
fatores exógenos; da gestão da política de curto prazo; e dos choques que – ao<br />
afetarem a economia brasileira – acabam, por sua vez, repercutindo nas economias<br />
locais.<br />
Assim é que, numa retrospectiva de longo prazo, identificam-se dois pontos de<br />
inflexão que, sob a influência de alterações na economia brasileira, representam<br />
mudanças de trajetória da economia sergipana. O primeiro, nos anos 70 e primeira<br />
metade dos anos 80, quando um conjunto de investimentos industriais de empresas<br />
públicas e privadas puxou o seu crescimento e revolucionou as atividades urbanas.<br />
Nesse período alterou-se significativamente a feição, até então, essencialmente,<br />
tradicional da economia do Estado. O segundo ponto de inflexão se verificou a partir<br />
de meados dos anos 80, quando atividades do setor terciário tornaram-se mais<br />
dinâmicas, acompanhando a perda de pujança da economia nacional e o abandono<br />
das políticas regionais inauguradas nos anos 60. Essa segunda mudança se<br />
configurou, não por coincidência, a partir dos anos 80, no marco do esgotamento de<br />
um longo período de quase três décadas de forte crescimento da economia brasileira.<br />
Como um marco da inflexão mencionada, cabe registrar a importância que<br />
tiveram, e deixaram de ter, os investimentos do setor público na indústria na economia<br />
de Sergipe, cuja principal fonte de crescimento dependia, no início dos anos oitenta,<br />
da indústria extrativa mineral e a de transformação. Em 1985, ambas representavam<br />
58,7% do PIB, sendo que a primeira contava com cerca de 22%. 7 Essa concentração<br />
da atividade econômica na indústria extrativa mineral, na exploração de petróleo, e em<br />
menor medida gás natural, sob controle da Petrobrás, uma empresa estatal, tornou a<br />
economia do Estado particularmente vulnerável às mudanças de orientação dos<br />
investimentos no setor industrial.<br />
É evidente a tendência de redução dos investimentos dessa empresa a partir<br />
de 1985. De fato, conforme se observa, no Gráfico 2, a Formação Bruta de Capital<br />
Fixo (FBKF) na indústria extrativa mineral, que correspondia a 11% do PIB da<br />
economia sergipana, naquele ano, reduziu-se para 3% em 1989, caindo para cerca de<br />
2% no final do período, no ano de 1995. Esses investimentos, que representavam 63%<br />
de toda a FBKF pública realizada em 1985, caíram para 18%, no último ano. Desde a<br />
segunda metade dos anos oitenta, houve um declínio persistente do investimento<br />
público, exaurindo-se uma das fontes de crescimento mais importantes da economia<br />
7 Em 1995, essa participação tinha se reduzido para cerca de 8%, conforme os dados das Contas<br />
Regionais, produzidos pela SUPES e o IBGE.<br />
12
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
sergipana – senão a mais importante. No mesmo período, a extração de petróleo teve<br />
uma redução de 27,3%. 8<br />
16,0<br />
14,0<br />
12,0<br />
10,0<br />
8,0<br />
6,0<br />
4,0<br />
2,0<br />
0,0<br />
Gráfico 2<br />
Sergipe: Participação relativa da FBKF setorial do setor público<br />
(indústria) no PIB total: 1985 – 1995<br />
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995<br />
Industria extrativa Industria de transformação<br />
Energia elétrica e abastecimento de água Construção<br />
Total<br />
Fonte: SUDENE - Contas Regionais<br />
Há outros aspectos que ilustram esses resultados em termos dos investimentos<br />
públicos. Por um lado, se houve uma redução nos investimentos na indústria extrativa<br />
mineral, estes se elevaram na atividade de energia elétrica e de abastecimento<br />
d´água. O que se pode inferir desse comportamento do investimento é a reiteração da<br />
dependência da economia do Estado de uma fonte de crescimento concentrada em<br />
outra empresa estatal. Com efeito, a maior participação do investimento nessa<br />
atividade, a partir de 1989, decorre das obras na barragem de Xingó realizadas pela<br />
CHESF, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco.<br />
Contrariando a tendência de um ritmo maior de crescimento de sua economia<br />
até meados dos anos oitenta, em anos mais recentes, notadamente depois do final da<br />
década de noventa, Sergipe enveredou numa trajetória de menor dinamismo<br />
comparativamente ao Nordeste e ao Brasil, um fenômeno que pode ser atribuído à sua<br />
dificuldade de explorar novas oportunidades de investimentos relacionadas ao<br />
crescimento das exportações nacionais.<br />
8 Ver Ricardo Lacerda: “Perspectivas de geração de renda e emprego na economia de Sergipe”. s.l.,<br />
23/08/1999 (xerox)<br />
13
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O início dos anos 90 foram os mais duros para a produção nacional dos últimos<br />
15 anos, em razão da combinação perversa da acelerada abertura comercial com a<br />
recessão das atividades no mercado interno, o que fez com que a economia brasileira<br />
se defrontasse com intensa entrada de produtos estrangeiros em um mercado<br />
estagnado.<br />
A partir da implantação do Plano Real, a situação torna-se um pouco menos<br />
adversa, dado que a expansão dos mercados de consumo propiciada pelo retorno do<br />
crédito e, em sua esteira, a retomada de investimentos diretos externos levaram ao<br />
crescimento da demanda agregada, o que implicou a possibilidade de certa absorção<br />
interna do incremento de produção, mesmo com a intensificação do crescimento das<br />
importações e da falta de competitividade da produção brasileira nos mercados<br />
externos. Desse modo a expansão da demanda agregada repercutiu em todas as<br />
regiões.<br />
Tabela 1<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe<br />
Taxas anuais de crescimento do Produto Interno Bruto- PIB<br />
(%) aa<br />
Anos/períodos Brasil Nordeste Sergipe<br />
1970-1973 12,4 13,9 17,2<br />
1974-1980 7,0 6,6 7,4<br />
1981-1984 -0,3 3,5 4,4<br />
1985-1989 4,4 4,2 5,7<br />
1990-1993 0 1,1 1,7<br />
1994-1998 3,2 3,0 3,1<br />
1999 0,8 2,2 1,3<br />
2000 4,4 4,2 3,3<br />
2001 1,3 1,0 0,3<br />
2002 1,9 2,2 3,2<br />
1999-2002 2,1 2,4 2,0<br />
Fonte: SUDENE (1970-84), IBGE-Contas Regionais (1985-2002)<br />
Essa trajetória da economia nacional, mais do que qualquer outro<br />
determinante, explicou o <strong>desempenho</strong> um pouco superior do PIB da economia<br />
sergipana na segunda metade dos anos 90, comparativamente ao da primeira. A partir<br />
de 1999, as exportações brasileiras ganharam novo impulso com importantes efeitos<br />
sobre a demanda agregada, abrindo mini-ciclos na economia brasileira como o<br />
iniciado com a desvalorização do real entre o segundo semestre de 2002 e no primeiro<br />
de 2003.<br />
No período mais crítico da evolução da economia brasileira, a contar da<br />
abertura comercial do início dos anos 90, referente ao período 1990-1993, o PIB<br />
14
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
sergipano cresceu apenas 1,7% ao ano, contra 1,1% da economia nordestina e<br />
crescimento zero da economia brasileira. Ver Tabela 1.<br />
Nos anos de 1994 e 1998, verificou-se certa recuperação da economia<br />
nacional, estimulada pelo impacto da estabilização dos preços promovida pelo Plano<br />
Real. Ainda assim, a taxa de crescimento do PIB brasileiro no período foi modesta e<br />
decrescente, diante da perda de competitividade da economia em razão da contínua<br />
valorização cambial e das crises financeiras que atingiram, um a um, os países<br />
emergentes endividados. A trajetória é de redução das taxas de crescimento do PIB<br />
brasileiro que, depois de atingir 5,9% em 1994, cai para 4,2% em 1995, 2,7% em<br />
1996, 3,3% em 1997 e 0,1% em plena crise financeira e cambial de 1998. Ver Tabela<br />
1.<br />
O ano de 1999 foi de assimilação dos impactos da crise, com forte elevação<br />
das taxas internas de juro, com o retorno do crescimento do PIB nacional no ano de<br />
2000 e taxas reduzidas de crescimento em 2001 e 2002. No período 1999-2002, o<br />
crescimento médio anual foi de 2,1%. Em 2003 o PIB ficou praticamente estagnado,<br />
0,6% de aumento. A forte desvalorização cambial que se verificou no período<br />
combinada com a evolução favorável da economia mundial, todavia, possibilitou uma<br />
retomada de certo fôlego da economia brasileira, em 2004, 4,9% de crescimento.<br />
A estagnação da economia nacional no início dos anos 90 atingiu intensamente<br />
a economia sergipana fazendo com que a taxa média de crescimento do PIB estadual<br />
situada em 5,7%, nos anos de 1985 a 1989, fosse rebaixada para 1,7% nos anos de<br />
1990 a 1993.<br />
Com o empuxe da demanda do Plano Real, a economia sergipana elevou a<br />
taxa de crescimento, comparativamente aos primeiros anos da década de 1990.<br />
Entretanto a média anual de 3,1%, no período 1994-1998, é significativamente menor<br />
do que os 5,7% anuais entre 1984 e 1989, e ainda menos expressiva quando<br />
comparada com as taxas dos anos 70 do século passado.<br />
Nos anos mais recentes, a economia de Sergipe tem apresentado, em média,<br />
taxas de crescimento um pouco inferior às obtidas pelas economias do Nordeste do<br />
Brasil, com exceção de 2002. Ver Tabela 1. Tal indicador é preocupante, pois sugere<br />
que a economia do Estado vem se beneficiando pouco das oportunidades que a<br />
mudança do regime cambial, desde 1999, tem propiciado à economia brasileira.<br />
Assim, enquanto em todos os sub-períodos apresentados na tabela anterior, a<br />
economia sergipana registrou taxas de crescimento superiores às da economia<br />
15
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
brasileira e nordestina, após 1999 a sua trajetória tem se situado abaixo da média<br />
nacional, mesmo diante da relativa baixa dinamicidade da economia brasileira. 9<br />
Como será analisado em seção específica, o coeficiente de exportação de<br />
Sergipe é significativamente inferior ao do Nordeste e do Brasil. Isso significa que,<br />
ainda que as exportações sergipanas cresçam acima das taxas médias da região e do<br />
país, o seu impacto sobre o PIB estadual é pouco significativo, diante do reduzido<br />
peso delas na composição da demanda agregada estadual.<br />
De maneira esquemática, pode-se resumir alguns aspectos que caracterizaram<br />
a trajetória da economia de Sergipe no período razoavelmente longo que serviu de<br />
referência para a análise acima.<br />
i) O primeiro mostra o atrelamento do sentido e do ritmo de crescimento que<br />
essa economia compartilha com a economia brasileira e a nordestina, com a<br />
qualificação de que a intensidade do ritmo foi maior para a economia<br />
estadual desde o início dos anos 1970 até o começo dos anos noventa;<br />
ii) O segundo é a importância que até a primeira metade da década de oitenta,<br />
tiveram os investimentos de empresas estatais na indústria extrativa<br />
mineral, em particular na exploração de petróleo para impulsionar o<br />
dinamismo da economia estadual;<br />
iii) E o terceiro dá ênfase à mudança associada à maior participação do setor<br />
terciário na economia do Estado a partir dos anos oitenta ainda que esta<br />
mantenha – em comparação às economias dos demais estados – um peso<br />
importante da indústria na formação de seu PIB.<br />
Parte importante da explicação da tendência recente da economia do Estado<br />
está na sua capacidade de influir na trajetória de crescimento sob a influência do<br />
comportamento dos diferentes setores de sua economia. É esse aspecto que se<br />
aborda em seguida.<br />
1.3 - O Desempenho da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços<br />
Nos anos 70 e na primeira metade dos anos 80, a economia sergipana<br />
estimulada pelos investimentos das empresas estatais e pelos investimentos privados<br />
incentivados pela SUDENE apresentou elevadas taxas de crescimento. A partir de<br />
9 A análise no capítulo 2 que contempla a estimativa do PIB para os anos de 2003 e 2004 sugere que a<br />
economia do Estado está recuperando sua capacidade de crescimento acima do que os números<br />
preliminares apontam para a economia brasileira.<br />
16
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
meados dos anos 80, Sergipe perdeu dinamicidade, acompanhando o movimento<br />
geral da economia brasileira.<br />
Como reflexo dessas transformações, o setor industrial que chegou a<br />
representar 68% do PIB estadual, em 1985, declinou acentuadamente a sua<br />
participação, até atingir 33%, em 1993 10 . É importante destacar que percentual tão<br />
elevado de participação do setor industrial no PIB estadual, notadamente nos anos 80,<br />
acima das médias brasileira e nordestina, decorreu essencialmente do peso da<br />
atividade de petróleo na economia sergipana. A queda expressiva dessa participação,<br />
também mais acentuada do que as reduções verificadas no Nordeste e no Brasil a<br />
partir de meados dos anos 80, deveu-se em grande parte à evolução desfavorável do<br />
quantitativo de produção e do valor da produção do petróleo sergipano. Assim, na<br />
perda de participação do setor industrial enquanto aumentava a do setor serviços na<br />
economia sergipana, é necessário considerar dois conjuntos de fatores. Um primeiro<br />
associado à própria perda de dinâmica da indústria de transformação brasileira que<br />
atingiu quase todos os estados da federação a partir de 1985 e, um segundo,<br />
associado à perda de peso da atividade do petróleo na economia estadual.<br />
A recuperação da participação do setor industrial no período 1997-1999 pode<br />
estar associada à instalação de novos empreendimentos incentivados pelo Programa<br />
Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) que, apesar de ter demorado a<br />
deslanchar, comparativamente a estados como Ceará e Rio Grande do Norte, de fato,<br />
ganhou certo impulso a partir de 1996. O forte incremento de participação a partir de<br />
2000 deveu-se, em menor parte, à continuidade dos investimentos com apoio do PSDI<br />
e, e em maior medida, à entrada em operação da Usina Hidroelétrica de Xingó e à<br />
recuperação do valor de produção da atividade extrativa mineral.<br />
10 O setor industrial (ou setor secundário) é constituído pela indústria extrativa mineral, indústria de<br />
transformação e os serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, gás e abastecimento d’água).<br />
17
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 2<br />
Participação dos Setores Econômicos no Produto Interno Bruto a Preços Básicos,<br />
segundo os Estados da Região Nordeste e Brasil – 2000<br />
Estados<br />
(%)<br />
Participação (%) Setorial - 2000<br />
Agropecuária Indústria Serviços Total<br />
Maranhão 16,8 23,6 59,7 100<br />
Piauí 10,4 26,0 63,6 100<br />
Ceará 6,1 38,1 55,9 100<br />
Rio G. do Norte 2,6 41,1 56,3 100<br />
Paraíba 12,7 30,2 57,1 100<br />
Pernambuco 8,5 31,2 60,3 100<br />
Alagoas 10,3 29,0 60,7 100<br />
Sergipe 7,6 37,3 55,1 100<br />
Bahia 10,7 41,1 48,2 100<br />
Nordeste 9,4 35,6 55,0 100<br />
Brasil 7,5 40,3 52,3 100<br />
Fontes: IBGE, DPE/DECNA; MI; PNUD/SIG- Sistema de Informações Gerenciais. Extraído de MI-SUDENE, (2003) Região Nordeste do Brasil em<br />
Números. Edição Eletrônica.<br />
A outra face desse peso superlativo do setor secundário no PIB sergipano é a<br />
participação excepcionalmente baixa do setor agropecuário na produção da riqueza<br />
estadual, significativamente inferior a da maioria dos estados nordestinos, com<br />
exceção do Rio Grande do Norte, estado também produtor de petróleo, e do Ceará.<br />
Ver Tabela 2.<br />
De outra forma, são as grandes oscilações da participação do setor secundário<br />
no PIB sergipano, caindo entre 1985 e 1996 e subindo, daí em diante, que explicam<br />
em grande parte o ligeiro crescimento da importância do setor agropecuário no<br />
primeiro período, passando de 8% para 11%, e a sua queda para 6% e 7% em 2001 e<br />
2002. Frente ao setor agropecuário, o setor terciário mostrou-se mais sensível para<br />
cima do que para baixo a essas oscilações de participação do setor secundário,<br />
aumentando de 24% para 56% entre 1985 e 1996, caindo para 42% em 2002. Ver<br />
Tabela 3 e Gráfico 3.<br />
18
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 3<br />
Sergipe: Evolução da Participação dos setores no PIB Estadual<br />
1985-2002<br />
(%)<br />
ANO Agropecuária Indústria Serviços Total geral<br />
1985 8,2 67,8 24,0 100,0<br />
1986 8,7 64,9 26,4 100,0<br />
1987 9,0 56,4 34,6 100,0<br />
1988 10,4 53,5 36,1 100,0<br />
1989 10,1 47,4 42,5 100,0<br />
1990 10,7 44,4 44,9 100,0<br />
1991 8,6 41,3 50,1 100,0<br />
1992 9,2 42,1 48,7 100,0<br />
1993 10,2 44,5 45,4 100,0<br />
1994 12,5 41,3 46,3 100,0<br />
1995 11,3 34,5 54,2 100,0<br />
1996 10,8 33,2 56,0 100,0<br />
1997 8,6 37,6 53,8 100,0<br />
1998 9,2 36,0 54,8 100,0<br />
1999 8,8 37,7 53,5 100,0<br />
2000 7,6 37,3 55,1 100,0<br />
2001 6,0 52,3 41,7 100,0<br />
2002 6,6 51,5 41,9 100,0<br />
2002* 7,8 42,9 49,3 100,0<br />
Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)<br />
OBS: * Participação corrigida mantendo-se o peso do setor de serviços industriais de utilidade púbica, em 2002, idêntica à do ano 2000.<br />
80,0<br />
70,0<br />
60,0<br />
50,0<br />
40,0<br />
30,0<br />
20,0<br />
10,0<br />
0,0<br />
Gráfico 3<br />
Sergipe Evolução da Participação dos setores no PIB Estadual 1985-2002 (%)<br />
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<br />
Fonte: IBGE - Contas Regionais<br />
Agropecuária Indústria Serviços<br />
19
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Entre 1985 e 1990, a agropecuária registrou o melhor <strong>desempenho</strong> entre os<br />
grandes setores da economia sergipana, com taxas anuais de 4,4%, seguida pela<br />
indústria, com 3,4% e serviço com 2,9%. Ver Tabela 4. Na primeira metade dos anos<br />
90, a taxa de crescimento do PIB sergipano desacelerou consideravelmente, tendo<br />
caído de 3,5% aa no período anterior para 1,7% ao ano. É o período de crise mais<br />
aguda do setor industrial, enquanto o setor serviços passou a apresentar as maiores<br />
taxas de crescimento, seguido do setor agropecuário. Entre 1995 e 2000, o setor<br />
agropecuário sofreu com os efeitos da seca e com a crise do setor citrícola estadual.<br />
Tabela 4<br />
Sergipe: Taxa anual de crescimento do PIB dos Setores Produtivos (%)<br />
Período<br />
Total<br />
Taxa de crescimento anual no período<br />
Agropecuária Indústria Serviços<br />
1985-1990 3,5 4,4 3,4 2,9<br />
1990-1995 1,7 2,1 0,2 2,9<br />
1995-2000 3,4 -0,1 5,6 2,4<br />
2001 0,3 0,0 -1,0 -3,0<br />
2002 3,2 0,0 5,0 4,0<br />
Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)<br />
Em 2002, o setor agropecuário respondia por 6,6% do valor adicionado da<br />
economia sergipana, o setor secundário por 51,5% e o setor serviços, no sentido lato,<br />
por 41,9%. Ver Tabela 3. No setor industrial, a indústria extrativa mineral representava<br />
a maior parcela do PIB, 17,1%, a indústria de transformação por 14,1%, os serviços<br />
industriais de utilidade pública por 16,2% e a construção civil por 4,2%. 11 Ver Tabela<br />
5.<br />
11 Caso se faça um ajuste para não ponderar o aumento do peso do setor industrial relacionado à<br />
computação da Usina de Xingó, os pesos dos grandes setores no PIB sergipano seriam respectivamente<br />
7,8%, 42,9% e 49,3%.<br />
20
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 5<br />
Sergipe: Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto (%)<br />
Anos selecionados<br />
Setores 1985 1990 1995 2000 2002 2002*<br />
Agropecuária 8,2 10,7 11,3 7,6 6,6 7,8<br />
Indústria extrativa mineral 21,9 9,0 7,7 10,5 17,1 20,1<br />
Indústria de transformação 36,8 23,8 17,2 18,7 14,1 16,6<br />
Eletricidade, gás e água 0,7 1,4 1,8 1,3 16,2 1,3<br />
Construção 8,3 10,3 7,8 6,8 4,2 4,9<br />
Comércio e reparação de veículos e de objetos<br />
pessoais e de uso doméstico<br />
5,7 9,1 8,5 7,3 5,4 6,4<br />
Alojamento e alimentação 1,3 2,5 2,3 1,1 0,7 0,8<br />
Transportes e armazenagem 2,5 3,5 2,4 2,5 1,3 1,6<br />
Comunicações 0,3 0,6 1,0 2,1 2,2 2,6<br />
Intermediação financeira 1,9 3,1 2,1 3,8 4,6 5,4<br />
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços<br />
prestados às empresas<br />
2,5 3,8 6,2 8,4 5,1 6,0<br />
Administração pública, defesa e seguridade social 8,4 19,1 27,3 25,6 19,5 22,9<br />
Saúde e educação mercantis 1,0 2,1 2,8 3,0 2,0 2,4<br />
Outros serviços coletivos,sociais e pessoais 0,3 1,0 1,2 1,1 0,8 0,9<br />
Serviços domésticos 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,3<br />
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)<br />
2002* Representa 2002 com o peso de Eletricidade, gás e água ajustado pela taxa de crescimento médio dos demais setores .<br />
No setor terciário, os segmentos de maior peso eram a administração pública,<br />
com 19,5% do total da renda gerada na economia sergipana, seguida, com desnível<br />
considerável, pelo segmento de comércio, com 5,4%, e pelas atividades imobiliárias,<br />
aluguéis e serviços prestados às empresas, com 5,1%. Considerando todos os setores<br />
produtivos, os segmentos com maior capacidade de gerar renda no estado eram, em<br />
2002, a administração pública, a indústria extrativa mineral, a indústria de<br />
transformação, os serviços industriais de utilidade pública, o setor de comércio, um<br />
amplo segmento que envolve as atividades imobiliárias e os serviços prestados às<br />
empresas, e a construção civil. 12 Chama atenção, também, o crescimento da indústria<br />
extrativa mineral depois de 2000, certamente relacionado à valorização do preço do<br />
petróleo.<br />
Ao longo do período 1985-2002, algumas transformações de vulto se<br />
verificaram na economia sergipana. Há um forte encolhimento da participação do setor<br />
industrial, em parte mascarado pelo crescimento do segmento dos serviços industriais<br />
12 A capacidade de geração de riqueza pela administração pública precisa ser qualificada. De fato, ela<br />
não detém – ao contrário do setor privado – essa capacidade. Com efeito, ela financia suas atividades<br />
com base em parte da riqueza que apropria via tributação.<br />
21
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
de utilidade pública. A indústria de transformação perdeu 22,7 pontos percentuais de<br />
participação no PIB estadual (18,1 pp, entre 1985 e 2000, quando o efeito anterior não<br />
está presente), a indústria extrativa mineral, perdeu 4,8 pp (11,6 pp no período 1985-<br />
2000), e a construção civil 4,1 pp (ou 1,5 pp comparativamente a 2000).Ver Tabela 6.<br />
Além dos serviços industriais de utilidade pública, tiveram aumentos<br />
significativos de participação diversos segmentos do setor serviços com destaque para<br />
a administração pública, incluindo a previdência social, com tudo que ela significa em<br />
termos de transferência de renda, os serviços de intermediação financeira (incluindo<br />
atividades bancárias, seguros, crediários etc), o segmento de atividades imobiliárias e<br />
de serviços prestados às empresas, esse último com crescimento em grande parte<br />
associado ao processo de terceirização das atividades no setor secundário e terciário,<br />
o segmento de comunicações e os serviços da área social sob encargo do setor<br />
privado, como educação e saúde.<br />
Analisando os dados por subperíodo, verificamos que a queda de participação<br />
da indústria extrativa mineral e da indústria de transformação fez com que todos os<br />
demais segmentos aumentassem seus pesos no produto sergipano, entre 1985 e<br />
1990. Os crescimentos mais expressivos foram os da administração pública, inclusive<br />
previdência social, do setor de comércio, a agropecuária e a construção civil. Já nesse<br />
momento, ainda que com participações diminutas no PIB estadual, certos segmentos<br />
do setor de serviços, como as atividades imobiliárias e os serviços prestados às<br />
empresas, a intermediação financeira, os setores vinculados ao turismo, como<br />
alojamento e alimentação, além da expansão de um segmento que vai se<br />
diferenciando na economia sergipana, as atividades de saúde e educação, de outros<br />
serviços sociais e coletivos e de serviços pessoais.<br />
Na década de 90 do século passado, a indústria de transformação manteve<br />
sua trajetória de queda na participação do PIB sergipano, acompanhada pela crise na<br />
construção civil. Nos dois casos as perdas foram maiores na primeira metade da<br />
década, comparativamente à segunda, mas, de fato a perda de participação manteve-<br />
se em ambos subperíodos. Ao longo da década, ganharam participação a<br />
administração pública, incluindo a previdência, os serviços prestados às empresas e<br />
atividades imobiliárias, o setor de comunicação, já considerando o fenômeno da<br />
Internet e a telefonia celular. A indústria extrativa registrou uma ligeira mas insuficiente<br />
recuperação na segunda metade da década. Os setores mercantis de saúde e<br />
educação e o financeiro aceleraram suas trajetórias ascendentes.<br />
22
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 6<br />
Sergipe: Variação na Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto<br />
Dados<br />
Anos selecionados - Pontos Percentuais<br />
2002-<br />
1985<br />
2000-<br />
1985<br />
1990-<br />
1985<br />
1995-<br />
1990<br />
2000-<br />
1995<br />
2002-<br />
1995<br />
2000-<br />
1990<br />
2002*-<br />
1995<br />
2002*-<br />
1990<br />
Agropecuária -1,6 -0,6 2,5 0,6 -3,8 -4,7 -3,1 -3,5 -2,9<br />
Indústria extrativa mineral -4,8 -11,4 -12,9 -1,3 2,8 9,4 1,5 12,4 11,1<br />
Indústria de transformação -22,7 -18,1 -13,0 -6,6 1,6 -3,1 -5,0 -0,6 -7,2<br />
Eletricidade, gás e água 15,5 0,6 0,7 0,4 -0,6 14,3 -0,1 -0,5 -0,1<br />
Construção -4,1 -1,5 2,0 -2,5 -1,0 -3,6 -3,5 -2,9 -5,4<br />
Comércio -0,3 1,6 3,4 -0,6 -1,3 -3,1 -1,8 -2,1 -2,7<br />
Alojamento e alimentação -0,6 -0,2 1,2 -0,2 -1,2 -1,6 -1,4 -1,5 -1,7<br />
Transportes e armaz. -1,2 0,0 1,0 -1,1 0,1 -1,0 -1,0 -0,8 -1,9<br />
Comunicações 1,9 1,8 0,3 0,4 1,1 1,2 1,5 1,6 2,0<br />
Intermediação financeira 2,7 1,9 1,2 -1,0 1,6 2,5 0,7 3,3 2,3<br />
Atividades imobiliárias,<br />
aluguéis e serviços prestados<br />
às empresas<br />
Administração pública, defesa<br />
e seguridade social<br />
2,6 5,9 1,3 2,4 2,2 -1,1 4,7 -0,2 2,2<br />
11,1 17,2 10,7 8,2 -1,7 -7,8 6,5 -4,4 3,8<br />
Saúde e educação mercantis 1,0 2,0 1,1 0,7 0,2 -0,8 0,9 -0,4 0,3<br />
Outros serviços<br />
coletivos,sociais e pessoais<br />
0,5 0,8 0,7 0,2 -0,1 -0,4 0,1 -0,3 -0,1<br />
Serviços domésticos 0,1 0,1 0,0 0,2 -0,1 -0,1 0,1 -0,1 0,1<br />
Fonte: IBGE - Contas Regionais (1985-2002)<br />
No período mais recente, já no atual século, os crescimentos de participação<br />
dos serviços industriais de utilidade pública e da extrativa mineral preponderam de tal<br />
ordem que embaçam as mudanças de participação. Além desses segmentos, devem-<br />
se destacar o crescimento de participação do segmento de atividade financeira, o<br />
setor de comunicações (com a massificação da telefonia) e os serviços domésticos.<br />
1.3.1 - O Setor Agropecuário Sergipano<br />
a) Utilização das terras<br />
O censo agropecuário sergipano de 1995-1996 registrou a ocupação de<br />
1.702,6 mil hectares de terras nas atividades agropecuárias no Estado. Considerando<br />
o território, como um todo, é evidente o predomínio das áreas de pastagens que, em<br />
1995/1996, representavam 2/3 das áreas utilizadas. As áreas dedicadas às lavouras<br />
respondiam por 19% do total, sendo 10% de lavouras temporárias, 7% de lavouras<br />
23
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
permanentes e 2% de lavoura em descanso, enquanto as matas naturais ocupavam<br />
9% das terras. Ver Tabela 7.<br />
Ao longo do período 1970-1995, verificaram-se mudanças significativas no uso<br />
da terra que refletem a expansão da atividade agropecuária sergipana e a ocupação<br />
da fronteira agrícola. Assim, enquanto as áreas de pastagens e de lavoura se<br />
expandiram, as matas e as áreas produtivas não utilizadas recuaram.<br />
Dois fenômenos se apresentam como os mais representativos da expansão da<br />
agropecuária do período 1970-1995. O processo de pecuarização de vastas áreas,<br />
com crescimento das áreas de pastagens em 13%, mais 136.564 hectares, e a<br />
ampliação das lavouras permanentes, em 70%, incorporando 46.387 hectares. A outra<br />
face desse processo é que as áreas não utilizadas, que chegaram a representar 15%<br />
do total em 1970, em 1995 limitavam-se 49 mil hectares, correspondente a 3% do<br />
total, 203,8 mil hectares a menos. As matas naturais tiveram também uma redução<br />
significativa passando de 12% para 9% da área total produtiva. A observação das<br />
características da utilização da terra, num período de mais de duas décadas, sugere a<br />
hipótese de que a expansão futura da atividade agropecuária no Estado dependerá do<br />
incremento da produtividade e da ocupação da fronteira interna das propriedades já<br />
ocupadas. Ver Tabelas 7 e 8.<br />
Utilização das terras<br />
Tabela 7<br />
Sergipe: Utilização das Terras Anos selecionados<br />
1970-1975-1980-1985-1995<br />
1970 1975 1980 1985 1995-1996<br />
Há % Ha % Ha % Há % Ha %<br />
Área total (ha) 1.743.200 100 1.809.540 100 1.897.773 100 1.918.510 100 1.702.628 100<br />
Lavoura permanente 66.340 4 82.808 5 95.748 5 109.767 6 112.727 7<br />
Lavoura temporária 136.042 8 156.334 9 156.795 8 204.014 11 166.130 10<br />
Lavoura em descanso - - 6.184 0 36.515 2 41.031 2 26.669 2<br />
Pastagem natural 508.361 29 559.285 31 395.141 21 587.987 31 624.514 37<br />
Pastagens plantadas 508.939 29 609.278 34 815.111 43 686.825 36 529.350 31<br />
Matas naturais 210.933 12 201.146 11 247.786 13 158.031 8 155.543 9<br />
Matas plantadas 2.488 0 287 0 1.210 0 2.854 0 2.915 0<br />
Produtivas não utiliz. 252.823 15 147.022 8 96.619 5 83.954 4 49.004 3<br />
Fonte IBGE – Censos Agropecuário<br />
Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização<br />
das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.<br />
A evolução desse processo pode ser resumida em algumas etapas. Nos anos<br />
70, o processo de pecuarização foi muito intenso, com as áreas de pastagem<br />
passando de 58%, em 1970, para 64% da área total, em 1980, com avanço acelerado<br />
das áreas de pastagens plantadas e expansão concomitante das áreas de lavoura.<br />
24
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Na primeira metade dos anos 80, o processo de pecuarização prossegue<br />
porém mais arrefecido, com a incorporação de 64,5 mil hectares de pastagem,<br />
enquanto outros 61,2 mil hectares eram ocupados por lavouras. A partir de 1985, os<br />
dados censitários informam redução considerável da área total, de 1.918,5 mil<br />
hectares naquele ano, para 1.702,6 em 1995-1996. As principais modificações na<br />
utilização das terras nesse período dizem respeito à continuidade da expansão das<br />
lavouras permanentes, possivelmente já associada à expansão da fruticultura nos<br />
perímetros irrigados, e a intensa queda das pastagens plantadas.<br />
Tabela 8<br />
Sergipe: Índice de Crescimento na Utilização das Terras<br />
Anos selecionados<br />
Discriminação 1970 1975 1980 1985 1995-1996<br />
Área total (ha) 100 104 109 110 98<br />
Lavoura permanente 100 125 144 165 170<br />
Lavoura temporária 100 115 115 150 122<br />
Lavoura em descanso - 100 590 664 431<br />
Pastagem natural 100 110 78 116 123<br />
Pastagem plantada 100 120 160 135 104<br />
Matas naturais 100 95 117 75 74<br />
Matas plantadas 100 12 49 115 117<br />
Produtivas não utilizadas 100 58 38 33 19<br />
Fonte IBGE – Censo Agropecuário<br />
Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização<br />
das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.<br />
O Censo de 1995-1996 informa a existência de 99.774 estabelecimentos<br />
agropecuários, dentre os quais 35,5 mil dedicados prioritariamente a culturas<br />
temporárias, com destaque para as culturas de subsistência como a do milho, do feijão<br />
e da mandioca, 26,2 mil estabelecimentos voltados para culturas permanentes, com<br />
destaque para laranja, côco-da-baía e banana, 25,0 mil estabelecimentos<br />
predominantemente de pecuária (bovinos, aves, suínos e ovinos principalmente), além<br />
de 11, 6 mil voltados para outras atividades (extrativas, carvão, pesca e silvicultura).<br />
Ver Tabela 9.<br />
25
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 9<br />
Sergipe: Distribuição da Utilização de Terras segundo a<br />
Principal Atividade dos Estabelecimentos e Área Ocupada<br />
Atividade econômica<br />
1995-1996<br />
Estabelecimentos Área (ha)<br />
Nº % Nº %<br />
Temporárias 35.522 35,6 197.736,5 11,6<br />
Permanente 26.217 26,3 227.518,7 13,4<br />
Pecuária 25.047 25,1 1.004.608,6 58,9<br />
Produção Mista 11.589 11,6 249.638,2 14,7<br />
Outras Atividades 1.399 1,4 23.125,7 1,4<br />
Total Sergipe 99.774 100,0 1.702.627,8 100,0<br />
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário<br />
Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização<br />
das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.<br />
Os estabelecimentos predominantemente pecuários representavam 58,9% das<br />
áreas ocupadas, além de 14,7% daqueles de produção mista, indicando que 36,7%<br />
dos estabelecimentos, correspondendo a cerca de ¾ da área agrícola de Sergipe,<br />
dedicavam-se parcial ou integralmente à pecuária.<br />
De acordo com as informações censitárias, dentre as culturas temporárias a<br />
mandioca era a mais disseminada, constituindo-se na principal atividade de 14,4 mil<br />
estabelecimentos, 40,4% do total estadual. A segunda atividade em termos do número<br />
de estabelecimentos era a cultura de feijão, com 8.181 unidades, ou 23% do total dos<br />
estabelecimentos. O milho vinha em terceiro lugar, com 5.321, 15% dos<br />
estabelecimentos. Deve ser observado que a monocultura da cana-de-açúcar, embora<br />
explorada apenas por 0,5% dos estabelecimentos, ocupava 16,% da área cultivada,<br />
enquanto 22,5% da área era explorada por estabelecimentos dedicados a outros tipos<br />
de culturas temporárias, sugerindo uma predominância de produção familiar. Ver<br />
Tabela 10<br />
Entre as culturas permanentes, a laranja é a mais importante, constituindo-se a<br />
principal atividade de 11,6 mil estabelecimentos, em 1995-1996, seguida pelo côco-da-<br />
baía que, com 6,3 mil estabelecimentos, se apresentava em primeiro lugar em termos<br />
de área ocupada dentre as culturas permanentes. A banana, a manga, a horticultura,<br />
o maracujá e o caju são outras culturas permanentes expressivas no estado. Ver<br />
Tabela 10.<br />
26
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 10<br />
Sergipe: Estabelecimentos e Área Ocupada das Principais Culturas<br />
Tipo de cultura<br />
1995- 1996<br />
Estabelecimentos Área (ha)<br />
Nº % ha %<br />
Culturas temporárias<br />
Mandioca 14.355 40,4 35.637,2 18,0<br />
Feijão 8.181 23,0 41.116,2 20,8<br />
Milho 5.321 15,0 34.769,3 17,6<br />
Fumo 874 2,5 1.678,3 0,8<br />
Arroz 649 1,8 2.750,0 1,4<br />
Amendoim 384 1,1 809,5 0,4<br />
Tomate 327 0,9 1.491,9 0,8<br />
Cana-de-açúcar 177 0,5 32.701,8 16,5<br />
Abacaxi 162 0,5 1.033,8 0,5<br />
Algodão 154 0,4 537,2 0,3<br />
Batata inglêsa 47 0,1 88,7 0,0<br />
Outras Culturas temporárias 4.867 13,7 44.563,5 22,5<br />
Total Temporárias 35.522 100 197.736,5 100<br />
Culturas permanentes<br />
Laranja 11.570 44,1 82.839,9 36,4<br />
Côco-da-baía 6.271 23,9 98.097,8 43,1<br />
Banana 2.085 8,0 13.563,3 6,0<br />
Manga 1.327 5,1 8.023,7 3,5<br />
Horticultura 1.320 5,0 4.718,3 2,1<br />
Maracujá 719 2,7 3.191,0 1,4<br />
Outros cítricos 490 1,9 1.803,0 0,8<br />
Caju 441 1,7 3.639,0 1,6<br />
Mamão 145 0,6 1.427,3 0,6<br />
Outros permanentes 1.833 7,0 10.131,5 4,5<br />
Total Permanente 26.217 100 227.518,7 100<br />
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 1995-1996.<br />
b) Condição do produtor<br />
No censo agropecuário de 1995-1996, foram registrados 99.774<br />
estabelecimentos agrícolas em Sergipe. Em 79.585 dos quais, representando 80% do<br />
total, os responsáveis pela produção eram os proprietários, em 14.817 (15%)<br />
ocupantes, em 4.366 arrendatários (4%) e em 1.006 (1%) parceiros. Entre 1970 e<br />
1995-1996, os estabelecimentos com proprietários e ocupantes aumentaram<br />
significativamente, enquanto os arrendatários apresentaram um recuo expressivo.13<br />
Ver Tabela 11.<br />
13 Esse fenômeno pode expressar o crescimento dos segmentos do topo e da base pirâmide social do<br />
campo.<br />
27
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 11<br />
Sergipe: Estabelecimentos segundo a condição do produtor<br />
Anos selecionados 1970- 1996<br />
Condição do 1970 1975 1980 1985 1995-1996<br />
produtor Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %<br />
Total 95.276 100 101.234 100 95.892 100 115.671 100 99.774 100<br />
Proprietário 71.086 75 76.230 75 77.354 81 88.840 77 79.585 80<br />
Arrendatário 11.922 13 8.389 8 5.230 5 9.227 8 4.366 4<br />
Parceiro 415 0 739 1 1.483 2 2.045 2 1.006 1<br />
Ocupante 11.853 12 15.876 16 11.825 12 15.559 13 14.817 15<br />
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário<br />
1.3.1.1. Produção Agrícola: Área Colhida, Quantidade Produzida e Valor<br />
da Produção<br />
a) Culturas Temporárias<br />
i) Área colhida<br />
As culturas temporárias representavam, segundo os dados censitários do<br />
censo agropecuário de 1995-96, 10% das áreas agricultáveis de Sergipe, frente a 7%<br />
das culturas permanentes e 68% das pastagens. As principais culturas temporárias em<br />
termos de área cultivada eram os cultivos mais tradicionais, relacionados com a<br />
atividade de subsistência direta das famílias, como o milho, feijão e mandioca. As<br />
culturas mais comerciais e voltadas para a transformação industrial vêm em seguida,<br />
com destaque para a cana-de-açúcar e o arroz.<br />
Segundo as estatísticas da Produção Agrícola Municipal, na média bienal de<br />
2002 e 2003, a área total colhida de lavouras temporárias em Sergipe foi de 178,2 mil<br />
hectares, apenas 3% superior a da média trienal 1990-1992. Ver Tabela 12.<br />
Ao longo da década de 1990, cabe destacar a redução nas áreas colhidas da<br />
cana-de-açúcar e do fumo e a expansão do milho, da batata-doce e do arroz. O recuo<br />
da área colhida da cana-de-açúcar, que passou de 35,0 mil hectares para 20,1 mil<br />
hectares, reflete o grau de dificuldade dessa atividade que, no estado de Sergipe, não<br />
tem a mesma expressão dos três estados mais ao norte, Alagoas, Pernambuco e<br />
Paraíba. Sob certo sentido, a microrregião de Aracaju delimita o final da grande área<br />
de plantio da cana-de-açúcar que domina a paisagem da zona da mata nordestina<br />
desde o Rio Grande do Norte, em direção ao sul.<br />
28
Lavoura<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 12<br />
Sergipe: Área Colhida das Principais Culturas Temporárias<br />
Médias Trienal e Bienal<br />
1990-1992 1994-1996 1999-2001 2001-2003<br />
Média bienal<br />
2002-2003<br />
Média 2002-<br />
2003/<br />
1990-1992<br />
ha % ha % Há % ha % ha %<br />
Total 173.531 100 243.912 100 191.734 100 174.552 100 178.246 100 1,03<br />
Milho (em grão) 39.343 23 79.226 33 70.828 37 63.829 37 68.687 39 1,75<br />
Feijão (em grão) 44.658 26 75.546 31 50.377 26 42.550 24 42.379 24 0,95<br />
Mandioca 33.694 19 40.964 17 30.766 16 31.028 18 30.527 17 0,91<br />
Cana-de-açúcar 35.019 20 23.106 10 20.924 11 20.266 12 20.136 11 0,57<br />
Arroz (em casca) 6.366 4 4.829 2 8.620 5 8.465 5 8.276 5 1,30<br />
Batata – doce 1.944 1 3.225 1 2.909 2 3.110 2 3.166 2 1,63<br />
Fumo (em folha) 1.835 1 3.708 2 3.006 2 1.427 1 1.308 1 0,71<br />
Amendoim (em<br />
casca)<br />
1.202 1 1.316 1 1.124 1 1.113 1 1.114 1 0,93<br />
Fava (em grão) 5.865 3 5.159 2 1.688 1 1.329 1 1.189 1 0,20<br />
Melancia 129 0 306 0 762 0 764 0 756 0 5,86<br />
Abacaxi 398 0 384 0 380 0 363 0 404 0 1,02<br />
Tomate 273 0 404<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)<br />
0 286 0 305 0 307 0 1,13<br />
Culturas temporárias menos tradicionais, como melancia, abacaxi e tomate<br />
ainda representam uma parcela muito reduzida da área colhida, ainda que a cultura da<br />
melancia tenha registrado um crescimento expressivo no período.<br />
ii) Quantidade produzida<br />
Considerando-se as médias trienais de anos selecionados e a média bienal de<br />
2002-2003, observa-se que a evolução da quantidade produzida das principais<br />
culturas temporárias não foi muito intensa. Pelo contrário. Algumas das principais<br />
culturas temporárias enfrentaram queda significativa na quantidade produzida, como<br />
foi o caso da cana-de-açúcar que não logrou restabelecer o patamar de 1,9 milhões de<br />
toneladas registrado na média trienal 1990-1992, posicionando-se em um patamar<br />
consideravelmente inferior nos demais triênios, em torno de 1,3 milhões de toneladas,<br />
uma redução de um terço em comparação ao triênio inicial da série. Ver Tabela 13.<br />
Embora se tenham mantido acima do nível de produção do início da série, a<br />
evolução das quantidades de culturas importantes como milho, feijão e mandioca têm<br />
apresentado um padrão errático ao longo dos anos. Melhores resultados têm sido<br />
obtidos pelas culturas do arroz e do abacaxi, sendo a primeira uma cultura tradicional<br />
no Baixo São Francisco que vêm se recuperando depois de crises agudas, e a última<br />
uma cultura nova que está se disseminando no Estado.<br />
29
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 13<br />
Sergipe: Produção das Principais Culturas Temporárias<br />
Médias Trienal e Bienal - Quantidade e Índice de Crescimento<br />
Quantidade produzida<br />
1990-1992 1994-1996 2001-2003<br />
2002-<br />
2003<br />
1990-<br />
1992<br />
1994-<br />
1996<br />
2001-<br />
2003<br />
2002-<br />
2003<br />
Quantidade Índice<br />
Mandioca (Tonelada) 499.977 615.621 450.211 442.473 100 123 90 88<br />
Cana-de-açúcar (Tonelada) 1.939.717 1.314.600 1.314.261 1.307.347 100 68 68 67<br />
Milho (em grão) (Tonelada) 26.782 85.510 57.234 62.488 100 319 214 233<br />
Feijão (em grão) (Tonelada) 18.526 45.987 19.104 19.989 100 248 103 108<br />
Arroz (em casca) (Tonelada) 21.200 16.957 35.881 36.127 100 80 169 170<br />
Batata – doce (Tonelada) 17.500 41.062 33.588 34.625 100 235 192 198<br />
Fumo (em folha) (Tonelada) 2.047 5.548 1.802 1.707 100 271 88 83<br />
Abacaxi (Mil frutos) 7.352 7.359 8.265 9.417 100 100 112 128<br />
Melancia* 350 937 12.217 12.307<br />
Tomate (Tonelada) 4.255 6.616 5.317 5.368 100 156 125 126<br />
Amendoim (em casca) (Tonelada) 1.346 1.578 1.333 1.337 100 117 99 99<br />
Fava (em grão) (Tonelada) 1.417 1.238 434 415 100 87 31 29<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)<br />
Nota- A partir do ano de 2001 o rendimento médio dos produtos melancia e melão passa a ser expresso em Kg/ha. Nos anos anteriores era<br />
expresso em mil frutos/ha.<br />
iii) Valor da produção<br />
O valor da produção total das culturas temporárias atingiu 271,8 milhões de<br />
reais em 2003, aumento considerável frente aos anos imediatamente anteriores,<br />
devendo-se, essencialmente, aos valores obtidos pela mandioca, dado que a<br />
quantidade colhida desse bem não teve incremento proporcional. Ver Tabela 14.<br />
Nesse sentido, é razoável considerar o ano de 2003 como atípico, e focalizar a análise<br />
nos anos de 2000 e 2002. Nesse último, a cultura da mandioca representava 29% do<br />
valor total obtido pelas culturas temporárias, seguidas pela cana-de-açúcar, com 23%,<br />
o feijão com 14%, o milho 10% e o arroz, 9%.<br />
Deve ser notado que a atipicidade do ano de 2003 se aplica em particular à<br />
cultura da mandioca, se compararmos a evolução do valor da produção, em termos<br />
reais, com o ano anterior que, na prática explica o grande crescimento de 125% desse<br />
valor em todo o período (Ver Tabela 14). Enquanto isso, as culturas do milho e do<br />
arroz apresentam em todo o período um comportamento de crescimento sustentado<br />
do valor da produção, em termos reais, revelando com isso uma situação mais<br />
favorável em termos de mercado ao longo do tempo. 14<br />
14 Ver o valor da produção a preços correntes na Tabela 1 , no Anexo Estatístico.<br />
30
Cultura<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 14<br />
Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Temporárias<br />
Anos Selecionados 1995-2003<br />
Valores em R$ mil de 2003<br />
1995 2000 2002 2003<br />
Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %<br />
Cresc. no<br />
período<br />
(1995=100)<br />
Total Temporária 231.066 100 167.055 100 195.137 100 271.809 100 118<br />
Mandioca 57.744 25,0 34.973 20,9 56.023 29,0 129.648 47,7 225<br />
Cana-de-açúcar 52.118 22,6 45.581 27,3 45.836 23,0 42.869 15,8 82<br />
Milho (em grão) 22.902 9,9 24.608 14,7 19.700 10,0 29.393 10,8 128<br />
Feijão (em grão) 40.316 17,4 20.646 12,4 27.255 14,0 20.014 7,4 50<br />
Arroz (em casca) 5.959 2,6 11.615 7,0 17.118 9,0 19.396 7,1 325<br />
Batata – doce 23.577 10,2 6.902 4,1 11.108 6,0 10.293 3,8 44<br />
Fumo (em folha) 12.377 5,4 7.539 4,5 3.701 2,0 6.300 2,3 51<br />
Abacaxi (Mil frutos) 6.663 2,9 6.030 3,6 4.873 2,0 6.200 2,3 93<br />
Melancia 1.250 0,5 4.084 2,4 3.613 2,0 2.939 1,1 235<br />
Tomate 4.649 2,0 3.350 2,0 4.049 2,0 2.916 1,1 63<br />
Amendoim (em casca) 1.262 0,5 1.149 0,7 1.291 1,0 1.293 0,5 102<br />
Fava (em grão) 920 0,4 394 0,2 571 0,0 548 0,2 60<br />
Fonte: IBGE - PAM (Produção Agrícola Municipal), vários anos.<br />
Nota: deflacionado pelo IGP-DI<br />
O valor da produção das culturas temporárias é muito sensível aos fenômenos<br />
climáticos e as oscilações de preços, o que explicaria as fortes flutuações nas<br />
participações de culturas mais tradicionais como a mandioca. Apesar disso, são as<br />
cinco principais culturas temporárias (milho, feijão, mandioca, cana-de-açúcar e arroz)<br />
que se destacam em termos de contribuição ao valor de produção e à geração de<br />
renda na agricultura sergipana, ao lado da pecuária e de algumas culturas<br />
permanentes como a de cítricos (laranja e maracujá), banana e côco-da-baía.<br />
b) Culturas Permanentes<br />
i) Área colhida<br />
As lavouras permanentes conheceram período de grande expansão nos anos<br />
70 e primeira metade dos anos 80, tendo atingido uma área total de 109,7 mil hectares<br />
em 1985, frente a 66,3 mil em 1970. Esse período corresponde à fase da grande<br />
expansão da citricultura na região centro-sul do estado que levou a laranja a se tornar<br />
a principal atividade agrícola de Sergipe, superando a cana-de-açúcar. Ao lado da<br />
laranja, surgiram outras importantes fruticulturas, como as do maracujá, manga,<br />
tangerina e limão.<br />
31
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A área colhida das culturas permanentes atingiu 103,4 mil hectares na média<br />
do biênio 2003-2003, 10,3% maior do registrado na média do triênio 1990-1992, mas<br />
1% menor do que a média trienal de 1999-2001. A laranja, com 50,7 mil hectares de<br />
área colhida na média bienal 2002-2003 é a cultura permanente do estado que ocupa<br />
maior área, seguida pelo côco-da-baía, em um patamar consideravelmente mais<br />
baixo, pela cultura da banana, maracujá, manga e limão. As culturas de cítricos e<br />
côco-da-baía representavam, na média 2002-2003, 94% da área colhida de culturas<br />
permanentes.<br />
A área colhida da cultura da laranja vem se mantendo em torno de 50 mil<br />
hectares, apesar da violenta queda na produção total provocada pelas doenças e pelo<br />
envelhecimento dos pomares A área colhida do côco-da-baía apresentou uma<br />
tendência contínua de queda, tendo passado de 48,5 mil hectares no triênio 1990-<br />
1992, para 45,4 mil há no triênio 1999-2001 e 41,1 mil há no biênio 2002-2003, sem<br />
que tenha, todavia, sido registrada queda na produção. Ao longo da década de 90,<br />
verificou-se a expansão significativa das áreas colhidas de novas fruticulturas como<br />
manga, limão, tangerina, mamão e goiaba, que nesse período apresentaram<br />
crescimento expressivo na quantidade produzida, revertida, em seguida, pela crise<br />
agrícola da região centro-sul do Estado, a partir de 2001(Tabela 15).<br />
Tabela 15<br />
Sergipe: Área Colhida das Principais Culturas Permanentes<br />
Médias Trienal e Bienal<br />
Lavouras 1990-1992 1994-1996 1999-2001 2001-2003 2002-2003<br />
permanentes Ha % Ha % Ha % Há % Ha %<br />
Total 94.105 100,0 99.547 100,0 107.085 100,0 104.637 100,0 103.792 100,0<br />
Laranja 35.636 37,9 42.246 42,4 50.837 47,5 50.402 48,2 50.740 48,9<br />
Côco-da-baía 48.518 51,6 46.915 47,1 45.446 42,4 42.517 40,6 41.124 39,6<br />
Banana 3.019 3,2 3.484 3,5 3.810 3,6 4.215 4,0 4.337 4,2<br />
Maracujá 5.200 5,5 4.790 4,8 4.033 3,8 4.098 3,9 4.117 4,0<br />
Manga 813 0,9 1.111 1,1 1.182 1,1 1.247 1,2 1.254 1,2<br />
Limão 547 0,6 593 0,6 988 0,9 1.112 1,1 1.119 1,1<br />
Tangerina 98 0,1 113 0,1 320 0,3 489 0,5 536 0,5<br />
Mamão 159 0,2 231 0,2 295 0,3 361 0,3 382 0,4<br />
Goiaba 1 0,0 38 0,0 170 0,2 194 0,2 185 0,2<br />
Abacate 8 0,0 8 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)<br />
ii) Quantidade produzida<br />
A dimensão da crise da citricultura no sul do estado pode ser avaliada pelo<br />
colapso da produção da laranja e do maracujá, cujas produções, em 2000, eram 22%<br />
e 23%, respectivamente menor que a média da produção de 1990-1991. A expansão<br />
da produção da tangerina, limão, goiaba , mamão e manga são os aspectos positivos<br />
32
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
que podem ser destacados entre as culturas temporárias no período analisado. A<br />
trajetória da produção do côco também não tem sido satisfatória. Ver Tabela 16.<br />
Tabela 16<br />
Sergipe: Produção das Principais Culturas Permanentes<br />
Anos selecionados 1991-2003<br />
Lavoura<br />
permanente<br />
1990 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2003<br />
Laranja * 3.674.756 3.389.915 3.723.832 4.354.938 3.802.932 2.997.953 3.181.059 690.597<br />
Côco-da-baía (Mil<br />
frutos)<br />
99.053 96.057 92.113 97.106 88.903 91.708 91.985 119.166<br />
Banana * 3.271 3.662 3.171 3.687 3.311 3.610 3.785 63.823<br />
Maracujá * 404.406 387.551 375.616 328.851 289.478 289.965 279.862 38.637<br />
Manga * 43.829 53.749 59.131 68.481 67.942 61.954 67.919 26.121<br />
Mamão * 4.783 5.480 8.754 10.004 8.099 6.984 8.697 12.719<br />
Limão * 62.409 75.261 68.066 68.410 73.844 97.154 119.537 11.224<br />
Tangerina * 13.091 13.479 13.788 18.218 18.608 19.673 33.574 8.613<br />
Goiaba * 30 90 5.437 4.942 4.829 4.172 7.196 536<br />
Índice de crescimento. Ano Base= Média 1990-1991<br />
Laranja 100 84 92 107 94 74 78<br />
Côco-da-baía (Mil<br />
frutos)<br />
100 95 92 96 88 91 91<br />
Banana * 100 113 98 114 102 111 117<br />
Maracujá * 100 106 103 90 79 79 77<br />
Manga * 100 111 122 142 140 128 140<br />
Mamão * 100 104 166 190 154 132 165<br />
Limão * 100 111 100 101 109 143 176<br />
Tangerina * 100 103 105 139 142 150 256<br />
Goiaba * 100 300 18.123 16.473 16.097 13.907 23.987<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal).<br />
Nota. A partir do ano de 2001 a produção de abacate, banana, goiaba, laranja, limão, mamão, manga, maracujá e tangerina passa a ser<br />
expresso em tonelada. Nos anos anteriores era expresso em mil frutos, com exceção do da banana, que era expresso em cachos.<br />
O rendimento médio da cultura da laranja, que havia atingido 106,9 mil frutas<br />
por hectare, em 1990, e 124,9 mil frutas por hectare, em 1991, em 1995, registrava 84,<br />
1 mil frutas/ha e 61,5 mil frutas/ha, em 2000.<br />
iii) Valor da produção<br />
Em termos de valor da produção, a cultura da laranja, apesar da gravidade da<br />
crise, permanece como a mais importante cultura permanente, seguida pelo côco-da-<br />
baía, banana e maracujá. Essas quatro culturas, as mais importantes das lavouras<br />
permanentes, tiveram um <strong>desempenho</strong> insatisfatório, quando se observa a evolução<br />
do seu valor da produção em termos reais. De fato, são elas que explicam a queda de<br />
23% do valor da produção das culturas permanentes como um todo. Enquanto isso,<br />
deve ser notado que não apenas elevou-se a participação no valor da produção de<br />
33
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
novas culturas como a manga e o mamão como os produtores dessas culturas<br />
auferiram ganhos reais, quando se compara a evolução do valor real da produção.<br />
Essa situação favorável pode ser um possível reflexo da produção dos perímetros<br />
irrigados. Ver Tabela 17. 15<br />
Tabela 17<br />
Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Permanentes<br />
Anos Selecionados 1995-2003<br />
Valores em R$ mil de 2003<br />
1995 2000 2002 2003<br />
Cultura Mil<br />
reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %<br />
Cresc. no<br />
período<br />
(1995=100)<br />
Total 331.297 100 177.362 100 252.001 100 240.970 100 73<br />
Laranja 171.745 52 77.609 44 127.334 51 131.769 55 77<br />
Côco-da-baía 39.738 12 28.639 16 45.837 18 34.253 14 86<br />
Banana 28.378 9 14.024 8 30.789 12 24.649 10 87<br />
Maracujá 74.098 22 42.210 24 25.253 10 19.307 8 26<br />
Manga 8.837 3 8.216 5 9.875 4 19.274 8 218<br />
Mamão 4.520 1 1.741 1 4.309 2 4.741 2 105<br />
Limão 3.108 1 2.546 1 4.752 2 3.558 1 114<br />
Tangerina 597 0 1.812 1 3.469 1 3.091 1 518<br />
Goiaba 10 0 500 0 382 0 328 0 3380<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal), Vários anos.<br />
Nota: deflacionado pelo IGP-DI<br />
A recuperação da citricultura no sul do estado encontra-se ainda em<br />
andamento. As pesquisas Produção Agrícola Municipal do IBGE ainda não registraram<br />
elevação mais significativa na quantidade produzida e no rendimento médio da laranja.<br />
Do lado da demanda, o aumento significativo do valor da produção, em 2002 e 2003,<br />
sem correspondência na área colhida ou na produção, indica a melhoria nos preços<br />
obtidos, decorrente, em parte, da solução encontrada para a crise das empresas de<br />
esmagamento de fruta, com a mudança do controle empresarial e das negociações de<br />
preço mais favoráveis do que as anteriores, para os citricultores.<br />
Do ponto de vista da oferta, citricultores e governo de estado têm buscado a<br />
elevação da produtividade por meio de controle sanitário e da renovação dos pomares.<br />
Questões como dívidas acumuladas junto às instituições financeiras têm dificultado a<br />
retomada dos investimentos em ritmo mais acelerado, limitando a recuperação da<br />
atividade.<br />
1.3.1.2. A Pecuária<br />
A pecuária, como indicado anteriormente, respondia, em 1995-1996, por cerca<br />
de 2/3 das áreas agrícolas de Sergipe. Os estabelecimentos dedicados<br />
15 Ver a Tabela 2 com os valores nominais no Anexo Estatístico.<br />
34
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
prioritariamente à pecuária e à produção mista respondiam, em 1995, por 73,6% das<br />
áreas ocupadas. A pecuária bovina é a mais disseminada e a de maior valor<br />
econômico, no Estado. São ainda significativas para o estado a avicultura de corte e a<br />
criação de ovinos e suínos.<br />
No censo agropecuário de 1995-1996, foram registrados 36,6 mil<br />
estabelecimentos cuja atividade principal eram a pecuária e a produção mista,<br />
pecuária e agrícola. Desse total, 19,9 estabelecimentos tinha na pecuária sua<br />
atividade principal. A bovinocultura representava 76,8% da área dos estabelecimentos.<br />
Incluindo-se a área dedicada à produção mista, a porcentagem atinge 96,7%. O<br />
segundo tipo de criação, a avicultura, atividade principal em 3,4 mil estabelecimentos,<br />
respondia por 1,7% da área desse mesmo agregado. Ver Tabela 18.<br />
Tabela 18<br />
Sergipe: Pecuária- Estabelecimentos e Área Ocupada,<br />
segundo a atividade econômica principal. 1995-1996<br />
Pecuária<br />
Estabelecimentos<br />
Nº %<br />
Área (ha)<br />
Nº %<br />
Bovinos 19.857 54,2 963.202,2 76,8<br />
Produção mista – Agropecuária 11.589 31,6 249.638,2 19,9<br />
Avicultura 3.390 9,3 21.027,2 1,7<br />
Outros animais de grande porte 464 1,3 8.102,2 0,6<br />
Ovinos 302 0,8 6.615,4 0,5<br />
Suínos 991 2,7 4.165,3 0,3<br />
Caprinos 26 0,1 1.361,0 0,1<br />
Ranicultura 2 0,0 63,8 0,0<br />
Apicultura 13 0,0 63,7 0,0<br />
Outros animais 2 0,0 7,6 0,0<br />
Total<br />
Fonte: Censo Agropecuário 1995-1996<br />
36.636 100 1.254.246,8 100<br />
Em termos de efetivos, foram registrados, em 2003, 895,9 mil bovinos, 3,0<br />
milhões entre galos, frangas, frangos e pintos, 126,1 mil ovinos, 95,8 mil eqüinos, 15,9<br />
mil muares e 13,9 mil caprinos. Ver Tabela 19.<br />
A evolução do efetivo bovino tem sido problemática. Depois de atingir 1 milhão<br />
de cabeças, em 1990, o plantel caiu para 796,9 mil cabeças, em 1995, apresentando<br />
um certo crescimento a partir de então, mas não voltando ao patamar do ano inicial da<br />
série.<br />
Assim, o efetivo, em 2003, apesar de ser significativamente superior aos de<br />
1995 e 2000, era 17% inferior ao de 1990. Evolução mais favorável tem apresentado a<br />
criação da avicultura, notadamente a de corte. O efetivo de galos, frangas, frangos e<br />
pintos passou de 1,9 milhão, em 1990, para 3 milhões, já citados,em 2003. A criação<br />
de galinhas, ainda que de forma mais modesta, também tem se expandido. As demais<br />
criações não apresentaram crescimento digno de destaque. Ver Tabela 19.<br />
35
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 19<br />
Sergipe - Efetivo dos rebanhos (Cabeças)<br />
Tipo de rebanho<br />
1990<br />
Efetivo<br />
1995 2000 2003<br />
Índice de crescimento<br />
1990 1995 2000 2003<br />
Total 4.419.467 4.248.768 4.883.876 5.479.082 100 96 111 124<br />
Bovino 1.030.453 796.870 879.730 895.938 100 77 85 87<br />
Galos, Frangos e Pintos 1.881.945 2.188.508 2.797.900 3.016.992 100 116 149 160<br />
Galinhas 1.043.359 852.658 869.044 1.224.595 100 82 83 117<br />
Ovino 201.601 154.857 96.422 126.122 100 77 48 63<br />
Suino 96.447 98.657 91.370 95.843 100 102 95 99<br />
Eqüino 82.646 87.133 66.385 67.448 100 105 80 82<br />
Muar 38.199 36.950 15.604 15.905 100 97 41 42<br />
Caprino 31.189 20.612 11.735 13.883 100 66 38 45<br />
Codornas* - 1.270 45.384 12.225 100 100 100<br />
Asinino 12.289 10.957 9.765 9.632 100 89 79 78<br />
Bubalino 475 296 231 324 100 62 49 68<br />
Coelhos 864 - 306 175 100 35 20<br />
Fonte: IBGE – PPM (Produção da Pecuária Municipal)<br />
Os dados dos efetivos bovinos são preocupantes, quando se tem em mente as<br />
<strong>perspectivas</strong> da pecuária. Respondendo por uma ampla extensão das terras<br />
sergipanas, e disseminada nas três meso-regiões sergipanas, essa atividade não tem<br />
logrado uma evolução minimamente satisfatória. 16<br />
Para fazer um resumo dos principais pontos analisados, destacam-se os<br />
seguintes aspectos dos processos e mudanças observados na agropecuária<br />
sergipana.<br />
i) Primeiro, dos 1.702,6 mil hectares de terras destinadas à atividade<br />
econômica, quase três quartos (73,6%) eram ocupadas, em 1995-96, por<br />
estabelecimentos de pecuária e produção mista, enquanto um quarto se destinava à<br />
atividade de lavouras temporária (11,6%) e permanente (13,4%). Essa ocupação<br />
resultou particularmente de um intenso processo de pecuarização, sobretudo nos anos<br />
setenta;<br />
ii) Segundo, em período mais recente, dos anos noventa até início da presente<br />
década, observou-se um processo de estagnação da área colhida de culturas<br />
temporárias tradicionais como mandioca e feijão e redução no caso de culturas<br />
temporárias voltadas para o mercado como a cana-de-açúcar e o fumo.<br />
iii) Terceiro, a citricultura mantém-se como a atividade agrícola mais<br />
importante, embora seu principal produto, a laranja, venha enfrentando uma crise de<br />
produção desde início dos anos noventa devido ao envelhecimento dos pomares e a<br />
incidência de pragas. O destaque dessa cultura está no importante vínculo que<br />
16 Em 2003, a participação da pecuária no PIB da agropecuária correspondia a 45,5% (estimativa a partir<br />
das contas regionais do IBGE e da SUPES)<br />
36
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
estabeleceu com os mercados externos, por meio das exportações de suco. O coco-<br />
da-baía é a segunda mais importante cultura permanente da economia agrícola<br />
sergipana.<br />
iv) Quarto, a pecuária de Sergipe cujos estabelecimentos, dedicados em sua<br />
maioria (54% em 1995-96) à bovinocultura, ocupa quase três quartos da área agrícola<br />
do Estado; está disseminada nas três meso-regiões, não apresentando sinais de<br />
dinamismo, exceto na atividade da avicultura que apresentou uma trajetória de<br />
crescimento desde 1990, de acordo com as informações da Pesquisa Pecuária Mensal<br />
do IBGE.<br />
v) Por último, as características da agropecuária de Sergipe, com extensa<br />
ocupação de áreas por atividades pouco dinâmicas, como a cana-de-açúcar e a<br />
pecuária, e as limitadas margem de expansão da fronteira, a não ser no interior das<br />
propriedades existentes, evidenciam o grande desafio de elevação da produtividade<br />
de suas principais atividades para lograr uma trajetória de recuperação no futuro.<br />
1.3.2. O Setor Secundário Sergipano<br />
Sergipe tem uma característica muito peculiar dentre os estados nordestinos: o<br />
elevado peso do setor industrial no Produto Interno Bruto de sua economia. As<br />
informações das contas regionais do IBGE indicam que o setor secundário sergipano,<br />
em 2002, era responsável por mais da metade (51,5%) da riqueza gerada em Sergipe.<br />
O peso da indústria no Produto Interno Bruto sergipano naquele ano era o maior<br />
dentre os estados nordestinos e situava-se acima da média brasileira. Parte<br />
significativa dessa diferença decorreu do peso da atividade de petróleo na matriz<br />
industrial local. 17 Mais recentemente, a contabilização regionalizada da energia da<br />
Usina Hidroelétrica de Xingó tem concorrido, também, para destacar o peso do setor<br />
secundário na economia sergipana.<br />
A participação elevada da atividade de petróleo e, mais recentemente, do setor<br />
de serviços industriais de utilidade pública no PIB sergipano são indicadores do<br />
grande significado do setor estatal na economia sergipana que também se reflete na<br />
importância da indústria química.<br />
No período demarcado pelo início dos anos 60 até meados da década de 80,<br />
as unidades produtivas do Sistema Petrobrás, incluindo a extração de petróleo, a<br />
unidade de gás natural, a fábrica de fertilizantes e o projeto Taquari-Vassouras de<br />
17 Na verdade o preço internacional do barril de petróleo interfere significativamente nessa estatística.<br />
Todavia, mesmo em anos “ruins” para o setor de petróleo, o peso do setor industrial na economia<br />
sergipana é significativamente maior do que nas estruturas produtivas brasileira e nordestina.<br />
37
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
extração de potássio, hoje licenciada para a Companhia Vale do Rio Doce,<br />
constituíram-se nos elementos mais dinâmicos da economia sergipana. Apesar de<br />
terem entrado em relativa estagnação a partir de meados dos anos 80, as atividades<br />
mínero-químicas mantiveram peso significativo na geração da riqueza estadual ao<br />
longo dos anos 90 e na primeira década do presente século. Deve-se destacar ainda,<br />
o efeito germinativo desse pólo mínero-químico, tanto em termos da massa salarial<br />
internalizada quanto por meio dos elos com a rede de fornecedores de bens e serviços<br />
estabelecida localmente.<br />
Com a desaceleração dos investimentos estatais, desde meados dos anos 80,<br />
o setor industrial sergipano vem perdendo dinamicidade, passando a apresentar taxas<br />
de crescimento significativamente inferiores às que conheceu nos anos 70 e na<br />
primeira metade dos anos 80. O <strong>desempenho</strong> frágil do setor industrial, dado o seu<br />
peso no PIB, repercutiu na economia sergipana como um todo, que também passou a<br />
registrar menores taxas de crescimento. A redução dos investimentos das estatais que<br />
afetou o conjunto da economia brasileira, desde o início dos anos 90, foi<br />
particularmente prejudicial a Sergipe, em razão do peso relativamente maior dessas<br />
empresas na economia sergipana, notadamente, nos segmentos da cadeia gás-<br />
petróleo, fertilizantes e extração de sais de potássio.<br />
Dos quatros segmentos do setor secundário, em dois, serviços industriais de<br />
utilidade pública (eletricidade, gás e água) e indústria extrativa mineral, a participação<br />
no total do PIB sergipano é significativamente maior do que a observada, para essas<br />
indústrias, na média da economia brasileira. Situação oposta se apresenta para a<br />
construção civil e a indústria de transformação que, em Sergipe, têm uma participação<br />
menor no PIB comparado à estrutura do PIB do setor secundário na economia<br />
brasileira. Assim, o peso do setor extrativo mineral era, em 2002, 4,38 vezes maior<br />
para Sergipe do que para o Brasil e 5,53 maior para Sergipe do que para o Nordeste.<br />
Ver Tabela 20.<br />
38
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 20<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Participação do Valor Adicionado Bruto dos setores<br />
secundários no PIB e no Valor Adicionado Bruto do setor - 2000 e 2002<br />
Brasil Nordeste Sergipe Sergipe/Brasil Sergipe/Nordeste<br />
Setores<br />
2000 2002 2000 2002 2000 2002 2000 2002 2000 2002<br />
Participação no PIB Total Índice de Especialização*<br />
Ind. extrativa mineral 3,0 3,9 2,1 3,1 10,5 17,1 3,51 4,38 5,05 5,53<br />
Ind. de transformação 25,2 25,4 10,5 20,5 18,7 14,1 0,74 0,55 0,97 0,69<br />
Eletricidade, gás e água 3,3 3,4 18,7 4,0 1,3 16,2 0,39 4,75 0,48 4,03<br />
Construção 8,7 7,3 1,3 9,2 6,8 4,2 0,78 0,57 0,59 0,46<br />
Setor Secundário 40,2 40,0 32,6 36,8 37,3 51,6<br />
Participação no PIB Industrial<br />
Ind. extrativa mineral 7,5 9,8 5,9 8,4 28,2 33,1<br />
Ind. de transformação 62,7 63,5 54,1 55,7 50,1 27,3<br />
Eletricidade, gás e água 8,2 8,5 7,7 10,9 3,5 31,4<br />
Construção 21,6 18,3 32,4 24,9 18,2 8,1<br />
Setor Secundário 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
Fonte: IBGE - Contas Regionais<br />
OBS: * O índice de especialização é dado pela relação entre a participação do setor no PIB total de Sergipe sobre a participação do mesmo<br />
setor nos PIBs totais do Brasil e Nordeste<br />
A participação do setor de eletricidade gás e água no PIB sergipano, até 2000,<br />
era inferior às médias brasileiras e nordestinas, enquanto em 2002, o peso no PIB<br />
sergipano dessas atividades é significativamente maior. Conforme já se assinalou,<br />
esse aumento se deu graças à inclusão da subestação de Xingó na computação do<br />
PIB industrial a partir de 2001.<br />
As características dessa atividade quanto à localização, ao padrão tecnológico<br />
e ao mercado sugerem que o efeito desse aumento na economia local não deve ter<br />
sido integralmente apropriado pela economia local. É provável, entretanto, que uma<br />
parcela dessa elevação do valor adicionado tenha se constituído em renda apropriada<br />
localmente, por meio do pagamento de royalties, salários e alguma prestação de<br />
serviço local.<br />
1.3.2.1 Indústria Extrativa Mineral e de Transformação<br />
É evidente a importância que detêm essas indústrias na economia sergipana.<br />
Em meados dos anos oitenta, como foi assinalado na seção de introdução a este<br />
capítulo, juntas as duas contribuíam com quase três quintos do PIB do Estado. No<br />
caso da primeira, o grande impulso para seu crescimento então foram os<br />
investimentos da Petrobrás, enquanto no caso da indústria de transformação<br />
certamente influíram os investimentos incentivados pela Sudene.<br />
Em anos recentes, na ausência de qualquer programa de desenvolvimento<br />
regional, essas indústrias – e em particular os diversos gêneros da indústria de<br />
39
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
transformação – passaram por mudanças importantes, na maioria dos casos sob a<br />
influência de iniciativas dos estados para atrair investimentos privados adotando<br />
políticas autônomas de apoio com base em sua receita própria. Nesta subseção,<br />
examinam-se as mudanças recentes nessas indústrias a partir dos anos noventa,<br />
assinalando-se o comportamento da produção mineral, do valor da transformação<br />
industrial e do emprego, como indicadores da trajetória dos últimos anos.<br />
a) Petróleo e Gás<br />
Os segmentos de petróleo, gás natural e sais de potássio são as principais<br />
atividades mineradoras da economia sergipana fazendo da extração mineral a mais<br />
importante atividade industrial em termos de geração de riqueza no Estado, superando<br />
qualquer gênero da indústria de transformação e, em alguns anos, chegando a<br />
representar a maior parcela do que o conjunto da atividade de transformação industrial<br />
na formação do seu PIB industrial.<br />
Em 2002, o setor secundário respondia por 51,6% do PIB sergipano, por 40%<br />
do PIB brasileiro e 36,8% da soma do PIB dos estados nordestinos. Nesse ano, a<br />
indústria extrativa mineral participava com 17,1% do PIB e 33,1% do PIB do setor<br />
secundário de Sergipe, contra 3,9% e 9,8% na economia brasileira e 3,1% e 8,4% na<br />
economia nordestina. Ver Tabela 20.<br />
Tabela 21<br />
Sergipe: Produção de Petróleo 18<br />
1978 - 2003 (em 1.000 m 3 )<br />
Ano Produção Índice<br />
1978 2.734 100<br />
1981 2.599 95<br />
1984 2.946 108<br />
1987 2.850 104<br />
1990 2.603 95<br />
1996 2.042 75<br />
1997 1.921 70<br />
1998 2.042 75<br />
1999 2.197 80<br />
2000 2.141 78<br />
2001 2.078 76<br />
2002 2.056 75<br />
2003 2.145 78<br />
Fonte: SUDENE/DPO/Contas: Petrobrás/SERPLAN e ANP/SDP<br />
18 As informações da produção de petróleo foram extraídas das Contas Regionais para os anos de 1978 a<br />
1990, dados da Petrobrás/SERPLAN, para os anos de 1996, 1997 e 1998 e da ANP/SDP, a partir de<br />
1999.<br />
40
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Contudo, desde meados dos anos oitenta, a extração de petróleo, a mais<br />
significativa dentre as atividades mineradoras do Estado, não tem apresentado<br />
crescimento sustentado. Em 1978, a produção de petróleo alcançou 2 milhões e 734<br />
mil metros cúbicos (m 3 ). Em 1984 atingiu seu ponto máximo, 2 milhões e 946 mil<br />
metros cúbicos. Daí em diante, iniciou um movimento descendente. Em 1996, a<br />
produção de petróleo foi 2 milhões e 42 mil m 3 , registrando índice de produção física<br />
nunca superior a 80, quando comparado ano de 1978. Ver Tabela 21.<br />
Apesar da evolução problemática da produção de petróleo no Estado de<br />
Sergipe, a Petrobrás tem se mostrado otimista com as prospecções mais recentes que<br />
apontariam para um aumento significativo na produção de petróleo do Estado, com a<br />
exploração do campo de Piranema, em águas profundas, com estimativa de elevar em<br />
40% a produção estadual de petróleo, nos próximos anos, o que traria efeitos de<br />
grande monta sobre a evolução do PIB sergipano.<br />
Tabela 22<br />
Sergipe: Produção de Gás Natural<br />
1994 - 2003 (em 1.000 m3)<br />
Ano<br />
Terra<br />
Localização<br />
Mar<br />
Produção de gás<br />
Total<br />
1994 66,7 652,0 718,7<br />
1995 63,9 628,5 692,4<br />
1996 63,9 666,2 730,1<br />
1997 70,0 670,8 740,8<br />
1998 64,7 742,4 807,1<br />
1999 59,7 806,4 866,1<br />
2000 58,6 815,0 873,6<br />
2001 59,3 752,5 811,8<br />
2002 59,6 741,9 801,5<br />
2003 66,3<br />
Índice da evolução da produção<br />
666,3 732,6<br />
1994 100 100 100<br />
1995 96 96 96<br />
1996 96 102 102<br />
1997 105 103 103<br />
1998 97 114 112<br />
1999 90 124 121<br />
2000 88 125 122<br />
2001 89 115 113<br />
2002 89 114 112<br />
2003 99 102 102<br />
Fonte: ANP/SDP, conforme decreto nº2.705/98, a partir de 1999; Petrobás/SERPLAN para os anos anteriores<br />
A produção de gás, para a qual está disponível uma série anual mais curta,<br />
tampouco vem registrando aumento significativo. Apesar da oscilação do volume de<br />
produção de um ano para outro, é possível verificar o seu <strong>desempenho</strong> modesto,<br />
atingindo o maior quantitativo em 2000, apenas 21,6% acima do registrado em 1994.<br />
41
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Nos últimos anos, quedas sucessivas fizeram com que a produção sergipana de gás<br />
retornasse aos patamares de 1994, de modo que a produção de 2003 é apenas 1%<br />
superior à daquele ano. Ver Tabela 22.<br />
b) Valor da transformação industrial, emprego e número de<br />
estabelecimentos<br />
Para uma impressão geral do comportamento recente das indústrias extrativa<br />
mineral e de transformação são utilizadas as informações da Pesquisa Industrial Anual<br />
do IBGE. Observa-se, para o período em foco, uma trajetória de crescimento para o<br />
conjunto de variáveis discriminadas na Tabela 23. A partir de uma fase menos<br />
dinâmica, no início da série até 1998, detecta-se um período de maior dinamismo a<br />
partir do ano seguinte, quando todos os indicadores, inclusive o emprego, apresentam<br />
uma aceleração do ritmo de expansão. 19<br />
Em termos reais, isto é, descontado o efeito da variação dos preços, nota-se<br />
que houve, em todo o período, um crescimento real do valor da transformação<br />
industrial de 152% (ver última coluna da Tabela 23).<br />
Pode-se atribuir essa evolução mais favorável nos anos recentes ao papel ativo<br />
desempenhado pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PDSI) na<br />
atração de novas unidades fabris e, indiretamente, à recuperação da economia<br />
brasileira, depois da mudança do regime cambial em 1999. O número de<br />
estabelecimentos industriais registrados em 1996 era de 475, contra 686 em 2003,<br />
enquanto o pessoal ocupado passou de 19 mil para 27 mil, no mesmo período. Trata-<br />
se de uma expansão expressiva, com o número de unidades crescendo 44% e o do<br />
pessoal ocupado 43%, com evidentes reflexos na renda, e por sua vez, no poder de<br />
compra local.<br />
19 Ver tabela 3 com valores correntes no Anexo Estatístico<br />
42
Ano<br />
Número<br />
de<br />
unidades<br />
locais<br />
Pessoal<br />
ocupado<br />
em 31.12<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 23<br />
Sergipe: Dados gerais das unidades locais industriais<br />
1996 – 2003 (Em R$ mil a preços de 2003)<br />
Salários,<br />
retiradas e<br />
outras<br />
remunerações<br />
Receita<br />
líquida de<br />
vendas<br />
Valor bruto<br />
da<br />
produção<br />
industrial<br />
R$ 1 000<br />
Custos<br />
das<br />
operações<br />
industriais<br />
Valor da<br />
transformação<br />
industrial<br />
Índice VTI<br />
(1996 = 100)<br />
1996 475 18 969 292 538 1 462 535 1 770 760 959 749 811 011 100<br />
1997 490 19 104 277 264 1 588 977 1 760 541 981 877 778 663 96<br />
1998 544 19 082 272 524 1 956 781 1 976 802 958 716 1 018 086 126<br />
1999 538 20 845 268 110 2 188 698 2 492 333 1 140 194 1 352 139 167<br />
2000 615 24 178 293 060 2 422 596 2 843 501 1 263 969 1 579 531 195<br />
2001 633 24 840 313 593 2 586 722 3 154 997 1 336 902 1 818 093 224<br />
2002 661 26 997 327 517 2 619 672 3 119 332 1 269 915 1 849 417 228<br />
2003 686 27 078 391 565 2 592 519 3 206 197 1 161 607 2 044 591 252<br />
Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003<br />
Nota: O item salários e outras remuneração foi deflacionado pelo IPCA do IBGE<br />
Os outros itens em valores nominais (R$) foram deflacionado pelo IGP-DI da FGV<br />
i) O valor da transformação industrial<br />
No conjunto da indústria geral que inclui a indústria de transformação e a<br />
extrativa mineral, essa última respondia, em 2003, por 35,5% do valor da<br />
transformação industrial contra 64,5% da indústria de transformação. Destaque-se<br />
que a extração de petróleo e serviços conexos representavam, naquele ano, 35,4<br />
pontos percentuais dos 35,5% da indústria extrativa mineral do Estado. Ver Tabela 24.<br />
A participação da indústria extrativa mineral era de 24,1%, em 1996. Como não houve<br />
aumento da produção física no período, esse acréscimo deveu-se à variação do preço<br />
do petróleo. 20<br />
Na indústria de transformação, os gêneros de maior peso no valor da<br />
transformação industrial, em 2003, eram a indústria de produtos alimentícios e<br />
bebidas, os minerais não metálicos (com destaque para a fabricação de cimento), a<br />
indústria química, a têxtil, os produtos metalúrgicos e, mais recentemente, a indústria<br />
mecânica (fabricação de máquinas e equipamentos). A indústria de minerais não<br />
metálicos, a química e a metalúrgica foram as indústrias que tiveram o melhor<br />
<strong>desempenho</strong> e aumentaram suas participações no VTI da indústria de transformação,<br />
no período em foco.<br />
20 Ver tabela 4 com valores correntes no Anexo Estaístico<br />
43
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 24<br />
Sergipe: Valor da Transformação Industrial segundo gêneros de atividade<br />
1996 – 2003 (em R$ 1.000 a preços constante de 2003)<br />
Setor de Atividade<br />
1996<br />
N° %<br />
1998<br />
N° %<br />
2000<br />
N° %<br />
2003<br />
N° %<br />
Total 811.011 100,0 1.018.086 100,0 1.579.531 100,0 2.044.591 100,0<br />
Indústria Extrativa Mineral 195.449 24,1 255.287 25,1 592.337 37,5 726.027 35,5<br />
Extração de petróleo 190.225 23,5 250.870 24,6 589.720 37,3 724.589 35,4<br />
Extração de minerais não-metálicos 5.224 0,6 4.415 0,4 2.617 0,2 1.438 0,1<br />
Indústrias de transformação 615.562 75,9 762.799 74,9 1.614.141 102,2 1.318.563 64,5<br />
Gêneros Dinâmicos 158.699 19,6 300.874 29,6 897.603 56,8 729.769 35,7<br />
Prod. de minerais não-metálicos 92.707 11,4 138.006 13,6 430.393 27,2 351.642 17,2<br />
Metalurgia 4.921 0,6 5.652 0,6 133.619 8,5 82.821 4,1<br />
Mecânica 1.645 0,2 0 0,0 32.969 2,1 33.935 1,7<br />
Material elétrico e de comunicação 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1.571 0,1<br />
Material de transporte 1.782 0,2 2.846 0,3 3.292 0,2 4.602 0,2<br />
Químico 48.411 6,0 146.505 14,4 279.255 17,7 244.973 12,0<br />
Borracha 9.234 1,1 7.865 0,8 18.076 1,1 10.225 0,5<br />
Gêneros Tradicionais 456.864 56,3 461.926 45,4 716.541 45,4 588.792 28,8<br />
Madeira 1.203 0,1 1.849 0,2 2.164 0,1 1.793 0,1<br />
Mobiliário 5.969 0,7 16.785 1,6 10.754 0,7 5.358 0,3<br />
Papel, celulose e papelão 293 0,0 1.938 0,2 6.314 0,4 12.585 0,6<br />
Couros, peles e fabric. de artefatos 64.059 7,9 27.586 2,7 16.933 1,1 27.099 1,3<br />
Vestuário, calçados e art. de confecção 14.340 1,8 7.062 0,7 25.822 1,6 17.106 0,8<br />
Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 159.024 19,6 167.259 16,4 439.318 27,8 358.146 17,5<br />
Fabric. de prod. do fumo 6.567 0,8 13.339 1,3 2.858 0,2 2.125 0,1<br />
Fabric. de prod. têxteis. 178.571 22,0 174.853 17,2 177.082 11,2 134.493 6,6<br />
Edição, impressão e reprod. de<br />
17.013<br />
19.378<br />
18.237<br />
16.393<br />
gravações<br />
2,1<br />
Outras 9.824 1,2 31.876 3,1 17.059 1,1 13.694 0,7<br />
Fonte: IBGE-PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003<br />
Valores nominais (R$) deflacionado pelo IGP-DI da FGV<br />
Em termos do valor da transformação industrial, o gênero da indústria de<br />
transformação mais importante era, em 2003, a indústria de alimentos e bebidas que<br />
registrou o montante de R$ 358,0 milhões. Ver Tabela 24. Em patamar um pouco<br />
inferior está a fabricação de produtos de minerais não metálicos, com R$ 351,6<br />
milhões, em segundo lugar. Na indústria de alimentos e bebidas destacam-se<br />
unidades de grande porte de processamento de suco de frutas, uma usina de açúcar,<br />
a fabricação de derivados de coco, torrefação de café, fábricas de biscoito e massas,<br />
cervejaria, além de outras unidades de menor expressão. A fabricação de cimento é a<br />
atividade de maior destaque da indústria de minerais não metálicos.<br />
A indústria química e a fabricação de produtos têxteis são os outros dois<br />
gêneros de maior expressão na indústria de transformação de Sergipe. Os quatro<br />
principais gêneros industriais representavam 82,7% do VTI da indústria de<br />
1,9<br />
1,2<br />
0,8<br />
44
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
transformação do Estado, em 2003, comparados aos 77,7% em 1996. 21 Ver Tabela<br />
24.<br />
Ao longo do período 1996-2003, a fabricação de minerais não metálicos e a<br />
indústria química foram os gêneros que mais cresceram em termos do valor da<br />
transformação industrial, enquanto o primeiro se expandiu quase quatro vezes o VTI<br />
do segundo quintuplicou. Em menor grau, mais ainda expressivo, cabe destacar o<br />
crescimento do VTI dos gêneros de metalúrgica e mecânica.<br />
De outra parte, a indústria têxtil e a fabricação de couros, peles e artefatos de<br />
couro registraram as maiores perdas, com redução no VTI de um quarto e metade no<br />
período considerado. Esses indicadores parecem refletir uma tendência recente de<br />
reforço da especialização da produção sergipana nos quatro principais gêneros de sua<br />
estrutura industrial, possivelmente ao longo de uma trajetória futura de consolidação<br />
de uma cadeia produtiva agroindustrial (envolvendo a citricultura e o gênero de<br />
bebidas) e outra mínero-metalúrgica (incluindo segmentos do petróleo, a química com<br />
os fertilizantes e segmentos metalmecânicos), predominantemente voltados para o<br />
mercado externo.<br />
ii) o emprego na indústria<br />
Entre 1996 e 2003, o nível do pessoal ocupado na indústria de Sergipe,<br />
refletindo o efeito no emprego das mudanças da indústria, teve um incremento de 8,1<br />
mil pessoas. Essa expansão concentrou-se no período pós 1998. Desse modo, o<br />
emprego na indústria extrativa mineral e na de transformação alcançou o patamar de<br />
24,2 mil pessoas ocupadas comparado ao nível de 19,1 mil em 1998. Nos primeiros<br />
anos da década atual, o pessoal ocupado nessas indústrias manteve um ritmo mais<br />
lento de crescimento, mas ainda com um acréscimo de 2,9 mil novos empregos, entre<br />
2000 e 2003. Ver Tabela 25.<br />
A indústria extrativa mineral, com maior peso do emprego no segmento de<br />
petróleo e serviços conexos, contabilizou uma redução significativa no pessoal<br />
ocupado entre 1996 e 2000, recuperando-se depois. A tendência geral nesse<br />
segmento, entretanto, é a perda de participação no emprego industrial de Sergipe, em<br />
parte graças ao processo de terceirização de serviços nas atividades consideradas<br />
não nucleares para as empresas. Ver Tabela 25.<br />
Na indústria de transformação sergipana, que respondia em 2003 por 91,4% do<br />
pessoal ocupado da indústria geral (indústrias extrativa mineral e de transformação), a<br />
fabricação de produtos alimentícios e bebidas, a indústria têxtil, os minerais não<br />
21 Participações obtidas igualando-se o VTI da indústria de transformação a 100%.<br />
45
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
metálicos e a confecção de artigos de vestuário são os gêneros industriais que<br />
respondem pelo maior número do pessoal ocupado. O gênero de alimentos e bebidas<br />
realizou, entre 1996 e 2003, importantes investimentos nos segmentos de café,<br />
biscoitos e bebidas que, somados a atividades tradicionais como a agroindústria do<br />
açúcar e a de polpa de frutas, integram uma das cadeias mais importantes da indústria<br />
do Estado. Ver Tabela 25.<br />
A indústria têxtil é a mais tradicional de Sergipe, com algumas unidades tendo<br />
sido instaladas ainda no século XIX. O impacto da abertura comercial no setor foi<br />
considerável, com o fechamento de unidades e a destruição de postos de trabalho. No<br />
período de 1996 a 2000, o número de empregados diminuiu de 4,5 mil para 3,4 mil<br />
pessoas ocupadas, uma queda de 1,1 empregos. 22 Depois de 2000, essa indústria<br />
retomou novas contratações, sem, entretanto, recuperar o nível de emprego de 1996.<br />
22 A relação Anual de Informações Sociais - RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego indica uma<br />
redução de 4,1 mil empregos no setor têxtil sergipano, entre 1990 e 2003.<br />
46
Tabela 25<br />
Sergipe: Pessoal Ocupado no Setor Industrial segundo ramo de atividade<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1996 - 2003<br />
Setor de Atividade<br />
1996<br />
N° %<br />
1998<br />
N° %<br />
2000<br />
N° %<br />
2003<br />
N° %<br />
2003-2000<br />
N°<br />
2003-1996<br />
N°<br />
Total. 18.969 100 19.082 100 24.178 100 27.078 100 2.900 8.109<br />
Indústrias Extrativas 2.656 14 2.221 11,6 2.087 11,6 2.877 8,6 790 221<br />
Extração de petróleo e serviços correlatos . 2.480 13 2.022 10,6 1.859 10,6 2.730 7,7 871 250<br />
Extração de minerais não-metálicos 176 1 199 1 228 1 147 0,9 -81 -29<br />
Indústrias de transformação 16.313 86 16.861 88,4 22.091 88,4 24.201 91,4 2.110 7.888<br />
Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 3.713 20 3.867 20,3 5.198 20,3 8.395 21,5 3.197 4.682<br />
Fabric. de prod. do fumo 237 1 255 1,3 238 1,3 280 1 42 43<br />
Fabric. de prod. têxteis . 4.512 24 4.001 21 3.402 21 3.730 14,1 328 -782<br />
Confecção de artigos do vestuário e acessórios 1.622 9 1.019 5,3 2.068 5,3 2.409 8,6 341 787<br />
Preparação de couros e Fabric. de artefatos de couro 876 5 498 2,6 842 2,6 682 3,5 -160 -194<br />
Fabric. de prod. de madeira . 309 2 362 1,9 749 1,9 307 3,1 -442 -2<br />
Fabric. de celulose, papel e prod. de papelão 99 1 144 0,8 158 0,8 202 0,7 44 103<br />
Edição, impressão e reprodução de gravações 543 3 537 2,8 602 2,8 707 2,5 105 164<br />
Fabric. de prod. químicos 644 3 611 3,2 973 3,2 817 4 -156 173<br />
Fabric. de artigos de borracha e plástico 370 2 455 2,4 679 2,4 731 2,8 52 361<br />
Fabric. de prod. de minerais não-metálicos 1.675 9 2.608 13,7 2.815 13,7 2.813 11,6 -2 1.138<br />
Fabric. de prod. de metal - exclusive máq. e aparelhos 339 2 412 2,2 636 2,2 779 2,6 143 440<br />
Fabric. de máq. e equipamentos 27 0 - 0 1.033 0 498 4,3 -535 471<br />
Fabric. de máq., aparelhos e materiais 41 0 - 0 - 0 67 0 67 26<br />
Fabric. de equipamentos de instrumentação - 0 - 0 67 0 59 0,3 -8 59<br />
Fabric. e montagem de veículos automotores 240 1 188 1 230 1 250 1 20 10<br />
Fabric. de outros equipamentos de transporte - 0 - 0 92 0 80 0,4 -12 80<br />
Fabric. de móveis e indústrias diversas 608 3 804 4,2 763 4,2 644 3,2 -119 36<br />
Outras<br />
Fonte: IBGE- PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003<br />
458 2 1.100 5,8 1.545 5,8 751 6,4 -794 293<br />
47
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A indústria de minerais não metálicos vem reforçando sua participação no<br />
emprego industrial do Estado, passando de 1,6 mil pessoas ocupadas para 2,8 mil, no<br />
período, em grande medida por conta da expansão do Pólo Cimenteiro sergipano. A<br />
criação de pólos industriais no interior, no segmento de confecções, tem propiciado a<br />
criação de empregos, com um incremento entre 1996 e 2003 de 787 novos postos de<br />
trabalho.<br />
iii) Estabelecimentos<br />
O número de estabelecimentos industriais em Sergipe teve uma expansão<br />
considerável a partir do ano de 1998. A Pesquisa Industrial Anual do IBGE registrou<br />
naquele ano 544 estabelecimentos contra 475, em 1996. Em 2003, foram<br />
contabilizadas 688 unidades, um número 44,4% maior do que em 1996, o que significa<br />
um crescimento expressivo em um curto espaço de tempo. A indústria de<br />
transformação contava, em 2003, com 672 estabelecimentos, enquanto a indústria<br />
extrativa mineral se restringia a 14 unidades, embora detivesse o maior peso valor da<br />
transformação industrial graças à importância da Petrobrás. Ver Tabela 26.<br />
Os gêneros da indústria de transformação com maior número de unidades, em<br />
2003, eram a fabricação de alimentos e bebidas, com 288 estabelecimentos, em<br />
segundo lugar, a indústria de minerais não metálicos que, além do segmento de<br />
cimento, inclui cerâmicas, olarias e pedreiras, com 94 unidades. Em terceiro lugar, e<br />
sucessivamente, a fabricação de móveis e indústrias diversas, 67 estabelecimentos;<br />
confecções e artigos de vestuário, com 52 unidades; em quarto o gênero de edição,<br />
impressão e reprodução de gravações; em quinto a metalúrgica; em sexto a fabricação<br />
de produtos químicos; em sétimo artigos de borracha e plásticos; em oitavo a<br />
fabricação de produtos de madeira e, em décimo, a indústria têxtil.<br />
Como existem diferenças inter- e intra-industriais de tamanho entre os<br />
empreendimentos, algumas indústrias com maior número de unidades não são<br />
necessariamente aquelas com maior participação no valor da transformação industrial<br />
e no emprego, como é o caso do gênero industrial de móveis e de edição, impressão e<br />
reprodução de gravações. Em contraposição, as indústrias têxtil e química têm<br />
participação mais expressiva no VTI e no pessoal ocupado do que no número de<br />
estabelecimentos.<br />
48
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 26<br />
Sergipe: Número de Estabelecimentos no Setor Industrial, segundo gêneros de atividade<br />
1996 – 2003 (%)<br />
Gêneros de Atividade<br />
1996<br />
N° %<br />
1998<br />
N° %<br />
2000<br />
N° %<br />
2003<br />
N° %<br />
Cresc. Absol.<br />
2003-00 2003-96<br />
Total Industrial 475 100 544 100 615 100 686 100 71 211<br />
Indústrias Extrativas 16 3,4 15 2,8 14 2,3 14 2 0 -2<br />
Extração de petróleo e serv. correlatos 3 0,6 3 0,6 4 0,7 6 0,9 2 3<br />
Extração de minerais não-metálicos 13 2,7 12 2,2 11 1,8 8 1,2 -3 -5<br />
Indústrias de transformação 459 96,6 529 97,2 601 97,7 672 98 71 213<br />
Fab. de prod. alimentícios e bebidas 158 33,3 185 34 194 31,5 228 33,2 34 70<br />
Fab. de produtos do fumo 3 0,6 3 0,6 3 0,5 3 0,4 0 0<br />
Fab. de produtos têxteis . 18 3,8 22 4 21 3,4 20 2,9 -1 2<br />
Confecção de art. do vestuário e acess. 40 8,4 42 7,7 48 7,8 52 7,6 4 12<br />
Preparação de couros e seus artefatos 6 1,3 8 1,5 7 1,1 8 1,2 1 2<br />
Fab. de produtos de madeira 21 4,4 21 3,9 34 5,5 23 3,4 -11 2<br />
Fab. de celulose, papel e prod. de papelão 4 0,8 7 1,3 6 1 7 1 1 3<br />
Edição, impressão e reprodução de gravações 33 6,9 36 6,6 45 7,3 41 6 -4 8<br />
Fab. de coque e refino de petróleo 1 0,2 1 0,2 1 0,2 1 0,1 0 0<br />
Fab. de produtos químicos 16 3,4 20 3,7 29 4,7 26 3,8 -3 10<br />
Fab. de artigos de borracha e plástico 12 2,5 12 2,2 21 3,4 25 3,6 4 13<br />
Fab. de prod. de minerais não-metálicos 52 10,9 70 12,9 77 12,5 94 13,7 17 42<br />
Metalurgia básica<br />
Fab. de prod. de metal - exclusive máq e<br />
0 0 2 0,4 1 0,2 2 0,3 1 2<br />
equipamentos 33 6,9 30 5,5 38 6,2 39 5,7 1 6<br />
Fab. de máquinas e equipamentos 6 1,3 2 0,4 7 1,1 9 1,3 2 3<br />
Fab. de máq. e equip para escritório 1 0,2 1 0,2 1 0,2 1 0,1 0 0<br />
Fab. de máq., aparelhos e materiais 4 0,8 2 0,4 1 0,2 3 0,4 2 -1<br />
Fab. de mat. e eletrônico e de aparelhos 1 0,2 0 0 2 0,3 0 0 -2 -1<br />
Fab. de equip. de instrumentação 2 0,4 1 0,2 3 0,5 4 0,6 1 2<br />
Fab. e montagem de veículos automotores, 10 2,1 11 2 13 2,1 14 2 1 4<br />
Fab. de outros equip. de transporte 2 0,4 1 0,2 3 0,5 4 0,6 1 2<br />
Fab. de móveis e ind. diversas . 38 8 51 9,4 45 7,3 67 9,8 22 29<br />
Reciclagem . 0 0 0 0 1 0,2 1 0,1 0 1<br />
Outras<br />
Fonte: IBGE - PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003<br />
7 1,5 11 2 8 1,3 5 0,7 -3 -2<br />
Para fazer um breve resumo de alguns aspectos que caracterizam a evolução<br />
recente do setor secundário de Sergipe, devem ser destacados alguns pontos:<br />
i) um primeiro ponto a ser reiterado ressalta a situação sui-generis de Sergipe<br />
em comparação aos demais estados nordestinos quanto à maior<br />
participação do setor secundário na geração da renda de sua economia;<br />
ii) nesse particular, assume papel importante a indústria extrativa mineral,<br />
com a presença da Petrobrás, uma indústria que contribui para a geração<br />
de parcela do valor da transformação industrial superior a qualquer dos<br />
gêneros da indústria de transformação;<br />
49
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
iii) na indústria de transformação, em que pese a presença ainda significativa<br />
de indústrias tradicionais como a têxtil, confecções, alimentos e bebidas,<br />
configura-se uma trajetória recente de crescente importância de indústrias<br />
dinâmicas tais como a química, metalúrgica, minerais não metálicos e<br />
mecânica;<br />
iv) quanto ao papel da indústria no emprego, evidencia-se uma trajetória de<br />
manutenção do emprego nas indústrias de alimentos e bebidas, confecções<br />
e minerais não metálicos, enquanto cresce em importância as indústrias de<br />
móveis, a mecânica e de borracha e de matérias plásticas;<br />
v) é provável que a tendência de diversificação da pauta de exportações, com<br />
a presença de produtos da indústria, esteja influenciando o aumento da<br />
participação de indústrias mais modernas no emprego e no VTI;<br />
vi) o expressivo crescimento do número de estabelecimentos em gêneros<br />
novos, em um curto espaço de tempo, na indústria de transformação pode<br />
estar associado à uma presença mais agressiva do estado por meio dos<br />
incentivos fiscais.<br />
1.3.3. O Setor Terciário<br />
Melo et alli destacam que o setor terciário representa cerca de 2/3 emprego<br />
urbano metropolitano e mais da metade do PIB nacional, sem que isso<br />
necessariamente signifique que o país tenha se tornado uma economia de serviços<br />
moderna, pois, em parte significativa, esse setor está composto por atividades<br />
tradicionais, de baixa produtividade e se constitui em refugio para mão-de-obra de<br />
baixa qualificação, implicando em subemprego e exclusão social. 23 Nesse sentido, a<br />
perda de dinamicidade da economia brasileira concorreu para que a força de trabalho<br />
buscasse alternativa de renda e ocupação no setor terciário. Deve-se, todavia,<br />
considerar a heterogeneidade do setor terciário que engloba desde segmentos<br />
sofisticados como serviços financeiros, engenharia, auditoria, consultoria, informática a<br />
segmentos tradicionais como transporte e comércio.<br />
Fazem parte desse amplo setor os serviços públicos, incluindo a administração<br />
pública, defesa, saúde, educação e previdência, e os serviços privados de educação,<br />
saúde, serviços pessoais, entre outros.<br />
23 Melo, H. et alli (1998) O Setor Serviços No Brasil: Uma Visão Global — 1985/95. Texto Para<br />
Discussão. Nº 549. IPEA<br />
50
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Com a reestruturação produtiva da economia mundial e da economia brasileira<br />
nos anos 80 e 90, do século passado, surgiram novos serviços vinculados à revolução<br />
da microeletrônica e que não foram internalizados nas grandes empresas industriais.<br />
Esse fenômeno deu origem a atividades altamente flexíveis de serviços prestados a<br />
empresas, cuja expansão foi reforçada pela terceirização empreendida tanto no setor<br />
industrial, quanto no próprio segmento de serviços, de parcelas das atividades antes<br />
desenvolvidas no interior das grandes empresas, como forma de redução de custo e<br />
ganho de flexibilidade.<br />
Na economia sergipana, com o arrefecimento dos investimentos industriais<br />
estimulados pelas políticas de caráter regional e/ ou nacional, desde meados dos anos<br />
80, o setor secundário perdeu dinamicidade, o que fez com que o setor terciário<br />
ampliasse a sua participação no PIB e na ocupação da força de trabalho. Assim, o<br />
setor terciário que respondia por 24% do PIB sergipano, em 1985, representava 44,9%<br />
em 1990, 54,2% em 1995 e 55,1% em 2000. Nos anos mais recentes o setor serviço<br />
registrou uma perda de participação, por conta, sobretudo, do incremento do valor da<br />
produção da indústria extrativa mineral e dos serviços industriais de utilidade pública,<br />
caindo para 41,9% do PIB sergipano de 2002.<br />
Em certo sentido, o crescimento da participação do setor terciário refletiu, de<br />
um lado, a perda de dinamismo da economia sergipana, a exemplo do que ocorreu<br />
com outras unidades da federação brasileira, além de refletir, por outro lado, as novas<br />
tendências de terceirização de atividades produtivas.<br />
As contas regionais apontavam, em 2002, a administração pública (incluindo as<br />
atividades de defesa e previdência), o comércio, os serviços prestados às empresas e<br />
o segmento de intermediação financeira, como as atividades terciárias mais<br />
significativas para a economia sergipana.<br />
Acompanhando a mudança nos serviços na economia brasileira nos últimos 20<br />
anos, a economia de Sergipe também passou por alterações na sua estrutura com a<br />
crescente participação do terciário no seu PIB. Como foi visto anteriormente, entre<br />
1985 e 2002, a participação do setor terciário no PIB sergipano passou de 24%, para<br />
42%.<br />
No setor terciário, a atividade de maior peso no Produto Interno é a<br />
administração pública, incluindo a defesa e a seguridade social, que já alcançara 50%<br />
em 1995 e respondia, em 2002, por 46,5% do total. O comércio de mercadorias, uma<br />
ampla classe de serviços incluindo atividades imobiliárias, aluguéis e serviços<br />
prestados às empresas, a classe de intermediação financeira, ainda que em<br />
51
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
patamares muito inferiores à administração pública, são atividades de destaque no<br />
setor terciário (Ver Tabela 27).<br />
Comparando-se os anos de 1985 e 2000 24 , todas as classes do setor terciário,<br />
com exceção de transporte e armazenagem e a de alojamento e alimentação<br />
aumentaram suas participações no PIB sergipano. Nesse período, os serviços<br />
referentes à administração pública, atividades imobiliárias e serviços prestados às<br />
empresas, saúde e educação sob encargo da iniciativa privada, intermediação<br />
financeira e comunicações foram os que mais avançaram na participação no PIB<br />
sergipano.<br />
As participações internas ao setor terciário também tiveram importantes<br />
variações, com a redução do peso do comércio, transporte e armazenagem e de<br />
alojamento e alimentação. Os demais segmentos aumentaram suas participações,<br />
com destaque para a administração pública, comunicações, intermediações<br />
financeiras, atividades imobiliárias e serviços prestados às empresas, indicando o<br />
aumento da importância do gasto público (inclusive previdenciário), das novas formas<br />
de comunicação (telefonia móvel, televisão a cabo, Internet, entre outras), dos bancos<br />
e financeiras, e de serviços prestados às empresas, incluindo a terceirização, na<br />
economia sergipana. Ver Tabela 27.<br />
Tabela 27<br />
Sergipe: Participação das Classes de Atividades no Valor Adicionado Bruto do Setor<br />
Terciário<br />
1985-1990-1995-2000-2002 (%)<br />
Classes 1985 1990 1995 2000 2002<br />
Comércio 23,7 20,2 15,7 13,2 12,9<br />
Alojamento e alimentação 5,4 5,6 4,2 2,0 1,7<br />
Transportes e armazenagem 10,4 7,8 4,4 4,5 3,1<br />
Comunicações 1,2 1,3 1,8 3,8 5,3<br />
Intermediação financeira 7,9 6,9 3,9 6,9 11,0<br />
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços<br />
prestados às empresas<br />
10,4 8,4 11,4 15,2 12,2<br />
Administração pública, defesa e seg. social 34,9 42,4 50,4 46,4 46,5<br />
Saúde e educação mercantis 4,1 4,7 5,2 5,4 4,8<br />
Outros serviços coletivos, soc. e pessoais 1,2 2,2 2,2 2,0 1,9<br />
Serviços domésticos 0,8 0,4 0,7 0,5 0,7<br />
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
Fonte: IBGE - Contas Regionais (1985-2002)<br />
24 Optou-se pela comparação com o ano de 2000 por conta da grande variação do setor de serviços<br />
industriais de utilidade pública, a partir de 2001, que dificulta a percepção das mudanças nos demais<br />
segmentos. Ver a Tabela 5.<br />
52
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
As mudanças tecnológicas e organizacionais, relacionadas à reestruturação<br />
produtiva, e a reorganização do estado brasileiro, desde os anos 90, concorreram para<br />
a expansão de certos segmentos do setor terciário, como os serviços prestados às<br />
empresas, o setor de comunicação, impulsionado pela Internet e pela telefonia celular,<br />
o setor financeiro e as atividades privadas de saúde e educação 25 . A perda de<br />
dinamicidade da economia e a conseqüente falta de oportunidade de trabalho fizeram<br />
que mantivessem peso, também, os serviços domésticos.<br />
1.3.3.1. Comércio<br />
A evolução recente do comércio sergipano tem sido marcada por importantes<br />
mudanças no perfil dos estabelecimentos nos três grupos em que as atividades<br />
comerciais são classificadas: comércio de veículos e combustíveis, comércio varejista<br />
e comércio atacadista.<br />
O comércio de veículos e de combustível tem ampliado sua participação no<br />
número de estabelecimentos, ocupação de força de trabalho e valor da receita líquida<br />
comercial no Estado. No comércio atacadista, a principal mudança refere-se à<br />
diminuição dos estabelecimentos voltados para a venda de produtos alimentícios e o<br />
crescimento das unidades especializadas na comercialização de artigos de uso<br />
pessoal, incluindo tecidos, calçados e produtos farmacêuticos e de bens<br />
intermediários, como combustíveis madeira e material de construção. No comércio<br />
varejista, a principal mudança diz respeito à perda de participação do comércio não-<br />
especializado, incluindo supermercados e lojas de departamento, e a maior presença<br />
do comércio especializado, abrangendo produtos farmacêuticos, móveis e<br />
eletrodomésticos, material de construção e papelarias e materiais de informática.<br />
a) Valor das vendas<br />
De acordo com as informações da Pesquisas Anual do Comércio do IBGE, em<br />
2002, a receita líquida do comércio sergipano atingiu a cifra de 2,8 bilhões de reais,<br />
dos quais 55,4% eram originários do comércio varejista, 23,7% do comércio de<br />
veículos e varejo de combustíveis e 20,9% do comércio atacadista, respectivamente.<br />
26 Ver Tabela 28.<br />
A classe de atividade comercial de maior peso em termos de receita líquida era<br />
o comércio dito não especializado, que inclui supermercados, hipermercados e lojas<br />
25 Na intermediação financeira cumpre importante papel o Banco do Estado de Sergipe S.A. (BANESE),<br />
sendo Sergipe um dos poucos estados que não privatizaram seu banco.<br />
26 Ver os valores a preços correntes na Tabela 5 no Anexo Estatístico<br />
53
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
de departamento que representava 24,8% do total, seguida pelo comércio<br />
especializado, exceto alimentos e vestuário, com 17,1%, o comércio de veículo e<br />
peças, com 13,4%, o comércio de produtos intermediários, inclusive materiais de<br />
construção, com 12,1 %, o comércio de combustíveis, 10,3% e o de vestuário e<br />
tecidos, com 10,1%.<br />
Durante o período 1996-2002, as classes pertencentes ao grupo de veículos e<br />
combustíveis tiveram incremento significativo de participação, passando de 17% para<br />
23,7%. O crescimento ocorreu, sobretudo na segunda metade dos anos 90, associado<br />
ao impacto da estabilização do Plano Real sobre o financiamento de automóveis, e<br />
aos ganhos de preço relativo do grupo. A ampliação da participação do grupo de<br />
veículos e combustíveis teve como contrapartida redução significativa do peso do<br />
comércio varejista, mais especificamente do comércio não especializado<br />
(supermercados, hipermercados, lojas de departamento e outros), a única classe do<br />
grupo a perder participação no período.<br />
A classe de atacado de alimentos também sofreu uma queda expressiva na<br />
sua participação na receita líquida do setor de comércio sergipano, com o<br />
desaparecimento de diversas empresas. Além das classes de veículos e peças e de<br />
combustíveis, o comércio varejista de tecidos e vestuário, o comércio de produtos<br />
alimentícios, bebidas e fumo, e o atacado de produtos intermediários, inclusive<br />
materiais de construção, aumentaram a participação.<br />
54
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 28<br />
Sergipe: Receita Líquida de Revenda no Setor de Comércio,<br />
segundo grupos e classes de atividade<br />
(1996 –2002) – Em R$1.000 a preços constante de 2002<br />
1996 1998 2000 2002<br />
Grupos e classes selecionadas Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %<br />
Sergipe 2.976.074 100,0 3.164.307 100,0 2.904.075 100,0 2.843.530 100,0<br />
Comércio de veículos, motos e<br />
combustíveis 506.519 17,0 934.126 29,5 707.499 24,4 674.804 23,7<br />
Veículos autom., motos, peças e<br />
acessórios 324.544 10,9 544.794 17,2 399.729 13,8 381.816 13,4<br />
Combustíveis 181.975 6,1 389.331 12,3 307.770 10,6 292.988 10,3<br />
Comércio por atacado 645.424 21,7 527.497 16,7 595.005 20,5 593.268 20,9<br />
Produtos alimentícios, bebidas e<br />
fumo 277.237 9,3 235.452 7,4 154.486 5,3 121.456 4,3<br />
Artigos de uso pessoal e doméstico<br />
(fios têxteis, tecidos, calçados, produtos<br />
farmacêuticos, etc.) 82.213 2,8 74.945 2,4 125.276 4,3 76.832 2,7<br />
Produtos intermediários, resíduos e<br />
sucatas (combustíveis, madeira, material<br />
de constr., etc.) 254.822 8,6 180.113 5,7 269.016 9,3 345.184 12,1<br />
Máquinas, aparelhos e<br />
equipamentos de uso agropecuário,<br />
comercial, industrial e para fins<br />
profissionais 7.979 0,3 12.086 0,4 4.510 0,2 11.106 0,4<br />
Outros (prod. Agropec. in natura e<br />
mercadorias em geral) 23.176 0,8 24.901 0,8 41.719 1,4 38.690 1,4<br />
Comércio varejista 1.824.129 61,3 1.702.685 53,8 1.601.571 55,1 1.575.458 55,4<br />
Comércio não-especializado<br />
(hiper/supermecados, lojas de departam.,<br />
etc.) 1.103.542 37,1 898.044 28,4 759.346 26,1 705.506 24,8<br />
Produtos alimentícios, bebidas e<br />
fumo 35.658 1,2 44.548 1,4 38.158 1,3 80.010 2,8<br />
Tecidos, artigos de armarinho,<br />
vestuário e calçados 175.337 5,9 199.268 6,3 300.481 10,3 287.495 10,1<br />
Comércio de prod em lojas especializ<br />
(farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos,<br />
mat de construção, papelaria, etc.) 509.331 17,1 560.806 17,7 503.565 17,3 502.433 17,7<br />
Artigos usados 261 0 19 0 21 0 14 0<br />
Fonte: IBGE - PAC (Pesquisa Anual do Comércio) 1996 - 2002<br />
Nota: Valores em R$ deflacionados pelo IGP-DI da FGV<br />
b) Ocupação<br />
No período em tela, o comércio sergipano aumentou a ocupação em 30%,<br />
passando de 31,9 mil, em 1996, para 41,3 mil do pessoal ocupado, em 2002. A maior<br />
parcela desse aumento se verificou após 1998. A distribuição da ocupação entre os<br />
grupos não teve mudou muito, registrando-se ligeira perda do comércio varejista e<br />
pequenos aumentos do comércio de veículos e combustíveis e do comércio<br />
atacadista. A redução de participação do comércio varejista deveu-se quase<br />
integralmente ao <strong>desempenho</strong> negativo da ocupação no comércio não-especializado,<br />
55
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
com a redução de 2.860 postos de trabalho. É necessário investigar se essa trajetória<br />
decorreu do processo de concentração do setor, da reestruturação organizacional que<br />
fez com que empresas dessa classe constituíssem firmas especializadas dentro da<br />
própria unidade, do avanço da automação ou da redução do poder de compra da<br />
população. Ver Tabela 29.<br />
Grupos e classes selecionadas<br />
Tabela 29<br />
Sergipe: Pessoal Ocupado no Setor de Comércio,<br />
segundo grupos e classes de atividade<br />
(1996 –2002)<br />
1996 1998 2000 2002<br />
Nº % Nº % Nº % Nº %<br />
Sergipe 31.892 100,0 33.843 100,0 38.399 100,0 41.320 100,0<br />
Comércio de veículos e motocicletas<br />
e comércio a varejo de combustíveis<br />
4.008 12,6 6.371 18,8 5.062 13,2 5.305 12,8<br />
Veículos automotores,<br />
motocicletas, peças e acessórios<br />
2.820 8,8 4.466 13,2 3.533 9,2 3.495 8,5<br />
Combustíveis 1.188 3,7 1.905 5,6 1.529 4,0 1.810 4,4<br />
Comércio por atacado 2.562 8,0 2.752 8,1 4.285 11,2 3.437 8,3<br />
Produtos alimentícios, bebidas e<br />
fumo<br />
Artigos de uso pessoal e<br />
1.460 4,6 1.435 4,2 2.631 6,9 1.160 2,8<br />
doméstico (fios têxteis, tecidos,<br />
calçados, produtos farmacêuticos,<br />
etc.)<br />
Produtos intermediários, resíduos<br />
500 1,6 711 2,1 828 2,2 845 2,0<br />
e sucatas (combustíveis, madeira,<br />
material de construção, etc.)<br />
Máquinas, aparelhos e<br />
264 0,8 300 0,9 364 0,9 811 2,0<br />
equipamentos de uso agropecuário,<br />
comercial, industrial e para fins<br />
profissionais<br />
76 0,2 106 0,3 109 0,3 146 0,4<br />
Outros (produtos agropecuários in<br />
natura e mercadorias em geral)<br />
262 0,8 200 0,6 353 0,9 475 1,1<br />
Comércio varejista<br />
Comércio não-especializado<br />
25.322 79,4 24.720 73,0 29.052 75,7 32.578 78,8<br />
(hiper/supermecados, lojas de<br />
departam., etc.)<br />
10.503 32,9 9.144 27,0 8.145 21,2 7.643 18,5<br />
Produtos alimentícios, bebidas e<br />
fumo<br />
1.724 5,4 1.414 4,2 2.208 5,8 2.058 5,0<br />
Tecidos, artigos de armarinho,<br />
vestuário e calçados<br />
Comércio de outros produtos em<br />
lojas especializadas (produtos<br />
4.786 15,0 5.122 15,1 8.441 22,0 9.257 22,4<br />
farmacêuticos, móveis,<br />
eletrodomésticos, material de<br />
construção, livraria, papelaria, etc.)<br />
8.301 26,0 9.035 26,7 10.252 26,7 13.617 33,0<br />
Artigos usados<br />
Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2002<br />
8 0,0 5 0,0 6 0,0 3 0,0<br />
Mesmo perdendo participação, o maior volume de novas ocupações se<br />
verificou no comércio varejista que absorveu 7.500 pessoas adicionais no período,<br />
apesar da redução da ocupação entre 1996 e 1998. As classes de comércio de tecidos<br />
56
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
e vestuário e a de produtos especializados foram as que registraram maior aumento<br />
na ocupação, além do comércio atacadista e os de combustíveis e veículos e peças.<br />
c) Estabelecimentos<br />
A pesquisa anual do comércio registrou 7.410 estabelecimentos comerciais em<br />
Sergipe, em 2002, dos quais 6.253, correspondentes a 84,4%, eram dedicados ao<br />
comércio varejista, 750 ao comércio de veículos e combustíveis e 407 ao comércio<br />
atacadista.<br />
Ao longo do período 1996-2002 verificaram-se algumas mudanças de<br />
magnitude na distribuição dos estabelecimentos comerciais, com a expansão do<br />
comércio especializado, que incorporou mais 1.006 unidades e a redução do comércio<br />
não especializado, incluindo supermercados, hipermercados e lojas de departamentos.<br />
Ver Tabela 30.<br />
Esses dados, ao lado dos novos perfis de distribuição do valor da receita e da<br />
ocupação, indicam alterações estruturais no comércio de Sergipe, em que o comércio<br />
dito não-especializado registrou uma redução acentuada como modalidade de<br />
abastecimento varejista, sendo substituído pelo comércio especializado. Esse<br />
movimento pode ter decorrido do processo de concentração do setor de auto-serviço,<br />
com a expulsão dos pequenos estabelecimentos. Parcela dos empresários desses<br />
estabelecimentos se defrontou com a necessidade de buscar um novo tipo de inserção<br />
no mercado, com a abertura de lojas especializadas em segmentos diversos ou<br />
simplesmente encerrou as atividades, dando lugar ao surgimento de novos<br />
empreendimentos.<br />
Cabe também destacar o surgimento de novos estabelecimentos de comércio<br />
de produtos alimentícios e no grupo de veículos e no varejo de combustíveis.<br />
No comércio atacadista, houve uma retração acentuada no número de<br />
estabelecimentos de venda de produtos alimentícios e uma expansão de unidades<br />
voltadas para a comercialização de artigos de uso pessoal e doméstico e de produtos<br />
intermediários.<br />
57
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 30<br />
Sergipe: Número de Estabelecimentos no Setor de Comércio,<br />
Grupos e classes selecionadas<br />
segundo grupos e classes de atividade<br />
(1996 –2002)<br />
1996 1998 2000 2002<br />
Nº % Nº % Nº % Nº %<br />
Sergipe 6.307 100,0 6.817 100,0 7.067 100,0 7.410 100,0<br />
Comércio de veículos e motocicletas e<br />
comércio a varejo de combustíveis<br />
509 8,1 856 12,6 668 9,5 750 10,1<br />
Veículos automotores, motocicletas,<br />
peças e acessórios<br />
413 6,5 696 10,2 534 7,6 574 7,7<br />
Combustíveis 96 1,5 160 2,3 134 1,9 176 2,4<br />
Comércio por atacado 275 4,4 377 5,5 510 7,2 407 5,5<br />
Produtos alimentícios, bebidas e fumo<br />
Artigos de uso pessoal e doméstico<br />
128 2,0 147 2,2 259 3,7 96 1,3<br />
(fios têxteis, tecidos, calçados, produtos<br />
farmacêuticos, etc.)<br />
Produtos intermediários, resíduos e<br />
64 1,0 133 2,0 116 1,6 121 1,6<br />
sucatas (combustíveis, madeira, material<br />
de construção, etc.)<br />
Máquinas, aparelhos e equipamentos<br />
38 0,6 60 0,9 66 0,9 85 1,1<br />
de uso agropecuário, comercial, industrial<br />
e para fins profissionais<br />
9 0,1 16 0,2 13 0,2 22 0,3<br />
Outros (produtos agropecuários in<br />
natura e mercadorias em geral)<br />
36 0,6 21 0,3 56 0,8 83 1,1<br />
Comércio varejista<br />
Comércio não-especializado<br />
5.523 87,6 5.584 81,9 5.889 83,3 6.253 84,4<br />
(hiper/superme cados, lojas de<br />
departamentos, etc.)<br />
1.448 23,0 979 14,4 976 13,8 1.000 13,5<br />
Produtos alimentícios, bebidas e fumo 362 5,7 477 7,0 467 6,6 527 7,1<br />
Tecidos, artigos de armarinho,<br />
vestuário e calçados<br />
Comércio de outros produtos em lojas<br />
1.571 24,9 1.421 20,8 1.491 21,1 1.581 21,3<br />
especializadas (produtos farmacêuticos,<br />
móveis, eletrodomésticos, material de<br />
construção, livraria, papelaria, etc.)<br />
2.136 33,9 2.705 39,7 2.952 41,8 3.142 42,4<br />
Artigos usados<br />
Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003<br />
6 0,1 2 0,0 3 0,0 3 0,0<br />
1.3.3.2. Serviços<br />
a) Receita Bruta<br />
A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE registrou a receita bruta de R$<br />
1,16 bilhões nas atividades de serviços em Sergipe, distribuídas em sete grupos. As<br />
atividades de correio e telecomunicações e a de transporte e serviços auxiliares<br />
respondiam pelas maiores participações, 34,7% e 24,6%, respectivamente, seguidas<br />
pelos grupos de serviços prestados às empresas, 14,8%, outras atividades de<br />
58
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
serviços, 11,7% e serviços de alojamento e alimentação 27 . As atividades de<br />
informática, quando consideradas sem os serviços de telecomunicações, e as<br />
atividades imobiliárias registravam as mais baixas participações. Ver Tabela 31.<br />
A série anual é relativamente curta para identificar tendências de longo prazo,<br />
mas é possível destacar o <strong>desempenho</strong> de dois grupos entre 1998 e 2002: os serviços<br />
prestados às empresas e o de correio e telecomunicações.<br />
Tabela 31<br />
Sergipe: Dados de Receita Bruta de Serviços<br />
1998 – 2002 (em R$ 1 mil - preços constante de 2002)<br />
Grupo de Atividade Econômica<br />
1998<br />
Mil reais %<br />
2000<br />
Mil reais %<br />
2002<br />
Mil reais %<br />
Serviços de alojamento e alimentação 102.854 10,6 73.466 7,6 101.425 8,8<br />
Transportes e serv. aux. dos transportes 256.844 26,6 263.387 27,4 284.296 24,6<br />
Correio e telecomunicações 305.366 31,6 321.101 33,4 401.348 34,7<br />
Atividades de Informática 52.557 5,4 24.096 2,5 37.684 3,3<br />
Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 17.321 1,8 13.757 1,4 25.874 2,2<br />
Serviços prestados as empresas 108.239 11,2 158.324 16,5 170.498 14,8<br />
Outras atividades de serviços 123.228 12,8 108.118 11,2 134.752 11,7<br />
Total<br />
Fonte: IBGE - PAS (Pesquisa Anual dos Serviços) 1998 - 2002<br />
966.410 100 962.250 100 1.155.877 100<br />
Nota: Valores em R$ deflacionados pelo IGP-DI<br />
b) Ocupação<br />
Em termos de ocupação, em 2002, a PAS registrou 38,7 mil pessoas nas<br />
atividades de serviços, das quais 12,9 mil no grupo de serviços prestados às<br />
empresas, 8,1 mil nos serviços de alojamentos e alimentação, 7,8 mil em transporte e<br />
6,3 mil em outras atividades de serviços, indicando divergência considerável entre os<br />
grupos com maior peso na receita bruta e os de maior participação na ocupação,<br />
como reflexo, mesmo, da heterogeneidade tecnológica do setor. Assim o segmento de<br />
telecomunicação e correio que respondia, em 2002, por 34,7% da receita bruta dos<br />
serviços, ocupava tão somente 3,1% da força de trabalho do setor. Ver Tabela 32.<br />
Entre 1998 e 2002, a pesquisa indicou o incremento de 9,4 mil empregos no<br />
setor de serviços, dos quais mais da metade, 5,4 mil, ocorreram na classe de serviços<br />
prestados às empresas, o que permite dimensionar o significado do processo de<br />
terceirização e de flexibilização do trabalho. Em 1998, foram registradas 7,5 mil<br />
pessoas ocupadas na atividade de serviços prestados às empresas que, em 2002, já<br />
ocupava 12,9 mil, um incremento de 73%, quando o aumento médio do setor serviços<br />
foi de 32%, no período.<br />
27 Para os valores correntes a preços correntes, ver a tabela 6 no Anexo Estatístico<br />
59
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Uma hipótese plausível para explicar esse <strong>desempenho</strong>, em termos de<br />
emprego, pode estar na tendência de terceirização que vem se consolidando como<br />
uma das manifestações da reestruturação na indústria. Além disso, a significativa<br />
presença do trabalho feminino na economia de Sergipe pode estar também associada<br />
a esse fenômeno e à crescente importância dos serviços de telecomunicação, e dos<br />
serviços sociais e de educação 28 .<br />
No período mais recente, entre 2000 e 2002, foram registradas 6,8 mil<br />
empregos adicionais, dos quais 2.291 foram incorporados à classe de serviços de<br />
alojamento e alimentação, 1,7 mil, em outras atividades de serviços, 1,5 mil em<br />
transporte e serviços auxiliares de transporte e 749 em atividades de informática.<br />
Cabe destacar que a pesquisa do IBGE indicou para a classe de informática<br />
acentuada redução de pessoal ocupado, entre 1998 e 2000, e forte recuperação entre<br />
esse último ano e 2002.<br />
Tabela 32<br />
Sergipe: Pessoal Ocupado nas Atividades de Serviços<br />
(1998 – 2002)<br />
1998 2000 2002<br />
Grupo de Atividade Econômica<br />
Nº % Nº % Nº %<br />
Serviços de alojamento e alimentação 7.698 26,3 5.857 18,4 8.148 21,0<br />
Transportes e serv. aux. dos transportes 6.267 21,4 6.246 19,6 7.828 20,2<br />
Correio e telecomunicações 1.221 4,2 1.102 3,5 1.207 3,1<br />
Atividades de Informática 1.214 4,1 662 2,1 1.411 3,6<br />
Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 954 3,3 709 2,2 875 2,3<br />
Serviços prestados as empresas 7.499 25,6 12.764 40,0 12.955 33,4<br />
Outras atividades de serviços 4.431 15,1 4.563 14,3 6.319 16,3<br />
Total 29.284 100,0 31.903 100,0 38.743 100,0<br />
Fonte: PAS - Pesquisa Anual dos Serviços – IBGE<br />
c) Estabelecimentos<br />
Em 2002, as classes de serviços que contavam com número mais expressivo<br />
de estabelecimentos eram a de outras atividades de serviços, 1.298 unidades,<br />
serviços de alojamento e alimentação, 971 unidades e serviços prestados às<br />
empresas, 707 unidades.<br />
A evolução do número de estabelecimentos se deu pari passu com as<br />
variações da ocupação, com destaque para a classe de serviços prestados às<br />
empresas que contava com apenas 119 unidades, em 1998, e, em 2002, já atingia o<br />
montante de 707 estabelecimentos, sendo incorporados mais 588 estabelecimentos<br />
nessa atividade. No período foram registrados, também, mais 289 estabelecimentos<br />
28 No capítulo sobre o mercado de trabalho essa questão será retomada.<br />
60
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
na classe de outras atividades de serviço, 171, de informática, 65, de alojamento e<br />
alimentação e 57, de transporte e serviços auxiliares de transporte. No período entre<br />
2000 e 2002, os incrementos mais expressivos no número de estabelecimentos se<br />
verificaram nas classes de outras atividades de serviços e nos serviços de alojamento<br />
e alimentação. Ver Tabela 33.<br />
Tabela 33<br />
Sergipe: Número de Estabelecimentos nas Atividades de Serviços<br />
Grupo de Atividade Econômica<br />
(1998 – 2002)<br />
1998 2000 2002<br />
Nº % Nº % Nº %<br />
Serviços de alojamento e alimentação 906 37,5 659 22,7 971 27,1<br />
Transportes e serv. aux. dos transportes 189 7,8 253 8,7 246 6,9<br />
Correio e telecomunicações 30 1,2 36 1,2 30 0,8<br />
Atividades de Informática 7 0,3 117 4,0 178 5,0<br />
Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 156 6,5 215 7,4 155 4,3<br />
Serviços prestados as empresas 119 4,9 655 22,6 707 19,7<br />
Outras atividades de serviços 1.009 41,8 966 33,3 1.298 36,2<br />
Total 2.416 100,0 2.901 100,0 3.585 100,0<br />
Fonte: PAS - Pesquisa Anual dos Serviços – IBGE<br />
Num resumo sobre o setor serviços devem ser assinaladas algumas<br />
considerações sobre as tendências recentes e as <strong>perspectivas</strong> futuras, cabe destacar:<br />
i) A crescente importância dos serviços na economia sergipana, refletindo a<br />
tendência mais geral na economia brasileira que no estado acompanha o<br />
processo de reestruturação do setor secundário (com perda de<br />
dinamismo de algumas indústrias) e o avanço do processo de<br />
terceirização;<br />
ii) O aumento do peso de todos os segmentos dos serviços no PIB do<br />
Estado, exceto os serviços de transporte e armazenagem e de<br />
alojamento e alimentação;<br />
iii) Mudança na composição do comércio varejista que registra tendência de<br />
redução de importância do comércio não especializado (super e<br />
hipermercados, lojas de departamento, etc.), enquanto cresce a<br />
participação do comércio especializado.<br />
iv) No comércio atacadista, a redução de estabelecimentos de venda de<br />
produtos alimentícios, ao mesmo tempo que aumenta a participação de<br />
unidades especializadas no comércio de artigos de uso pessoal, tecidos,<br />
calçados e produtos farmacêuticos.<br />
61
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1.4. Visão Sub-regional do Crescimento<br />
Sergipe apresentava em 2002 uma população 1.868.430 pessoas. Cerca de<br />
2/3 dessa população (66,5%) residia na mesorregião do Leste Sergipano, onde se<br />
destacava a microrregião de Aracaju, com 717,4 mil pessoas, 38,4% do total do<br />
Estado. O poder de atração da capital fez com que essa mesorregião apresentasse<br />
uma densidade populacional bastante superior ao Agreste e ao Sertão sergipanos,<br />
142,3 pessoas por km 2 , frente a 71 pessoas/km 2 no Agreste e 27,9 pessoas/km 2 no<br />
Sertão.<br />
Em termos de concentração da população, cabe destacar, no Leste Sergipano,<br />
as microrregiões do Sul do Estado como a de Boquim, com 149 mil pessoas,<br />
representando 8,0% do total de Sergipe, e a de Estância, com 114,7 mil,<br />
representando 6,0%. Ainda na mesorregião Leste, mas ao norte do estado, os maiores<br />
contingentes populacionais encontravam-se nas microrregiões de Propriá e do Baixo<br />
Cotinguiba.<br />
O Leste sergipano é, também, a mesorregião de maior extensão territorial,<br />
representando 39,6% da área total de Sergipe. Em termos de densidade populacional,<br />
a microrregião do Baixo Contiguiba, com 108,4 pessoas/km 2 , aparecia em segundo<br />
lugar no Leste Sergipano, abaixo apenas de Aracaju. Ver Tabela 34.<br />
A mesorregião do Agreste Sergipano tinha, em 2002, uma população de<br />
420,5 mil pessoas, correspondendo a 22,5% do total do Estado, ocupando 26,9% do<br />
seu território. A mais populosa das microrregiões do agreste e a segunda do Estado,<br />
era a de Itabaiana, com 150,8 mil pessoas, seguida pelas microrregiões de Lagarto e<br />
de Tobias Barreto, que apresentavam contingentes populacionais, respectivamente,<br />
de 106,4 mil e 103,6 mil. A microrregião de Nossa Senhora das Dores registrava a<br />
menor das populações do agreste sergipano, 59,8 mil pessoas.<br />
A mesorregião do Sertão Sergipano, com 33,6% do território estadual,<br />
abrangia, em 2002, apenas 10,9% da população. Diante da fragilidade de sua base<br />
econômica e ecológica, a densidade populacional da mesorregião é significativamente<br />
inferior as do Leste e Agreste sergipanos. A mesorregião sergipana conta com apenas<br />
duas microrregiões, a Sergipana do Sertão do São Francisco e a de Carira. A primeira<br />
é mais extensa do Estado, com 5,4 mil Km 2 e uma população, em 2002, de 141,4 mil<br />
pessoas, enquanto a microrregião de Carira possui um território 1,9 mil Km 2 e<br />
população de apenas 63,2 mil pessoas.<br />
62
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 34<br />
Sergipe: População, extensão territorial e<br />
densidade populacional por mesorregiões e microrregiões<br />
Mesorregiões/<br />
microrregiões<br />
1996<br />
1996-2002<br />
População<br />
2002<br />
Extensão<br />
territorial<br />
Densidade<br />
populacional<br />
1996 2002<br />
N° % N° % N° % Pessoas/Km 2<br />
Sergipe 1.624.175 100 1.868.430 100 22.050 100 73,7 84,7<br />
Mesorregião do Agreste<br />
Sergipano<br />
374.733 23,1 420.522 22,5 5.926 26,9 63,2 71,0<br />
Agreste de Itabaiana 135.644 8,4 150.822 8,1 1.105 5,0 122,8 136,5<br />
Agreste de Lagarto 93.136 5,7 106.381 5,7 1.490 6,8 62,5 71,4<br />
Tobias Barreto 53.894 3,3 103.550 5,5 1.268 5,8 42,5 81,7<br />
Nossa Senhora das Dores 92.059 5,7 59.769 3,2 2.060 9,3 44,7 29,0<br />
Mesorregião do Leste<br />
Sergipano<br />
1.070.368 65,9 1.243.350 66,5 8.738 39,6 122,5 142,3<br />
Aracaju 607.626 37,4 717.407 38,4 859 3,9 707,4 835,2<br />
Baixo Cotinguiba 70.454 4,3 79.888 4,3 737 3,3 95,6 108,4<br />
Boquim 134.193 8,3 148.950 8,0 1.896 8,6 70,8 78,6<br />
Cotinguiba 38.721 2,4 41.120 2,2 758 3,4 51,1 54,2<br />
Estância 99.739 6,1 114.702 6,1 2.054 9,3 48,6 55,8<br />
Japaratuba 43.710 2,7 50.846 2,7 1.464 6,6 29,9 34,7<br />
Própria 75.925 4,7 90.437 4,8 968 4,4 78,4 93,4<br />
Mesorregião do Sertão<br />
Sergipano<br />
173.344 10,7 204.558 10,9 7.339 33,3 23,6 27,9<br />
Carira 57.417 3,5 63.185 3,4 1.883 8,5 30,5 33,6<br />
Sergipana do Sertão do<br />
São Francisco<br />
115.927 7,1 141.373 7,6 5.456 24,7 21,2 25,9<br />
Fonte: IBGE, Contagem Populacional de 1996 e PIB Municipal de 2002.<br />
A Mesorregião do Leste Sergipano ampliou sua participação na população total<br />
do Estado, entre 1996 e 2002, em razão do crescimento da Grande Aracaju acima da<br />
média sergipana. A Mesorregião do Sertão Sergipano também conheceu, no período,<br />
crescimento populacional acima da média estadual, certamente motivado pela<br />
construção da Usina Hidroelétrica de Xingó e pela implantação de assentamentos<br />
rurais.<br />
63
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Figura 1<br />
Microrregiões sergipanas<br />
1.4.1. O Produto Interno Bruto<br />
O produto interno sergipano, em 2002, estava fortemente concentrado na<br />
mesorregião Leste onde se situavam as duas microrregiões com maior participação na<br />
geração da riqueza estadual e também as mais industrializadas. A capital, Aracaju,<br />
com 40% de todo o PIB estadual, em 2002, é seguida, de longe, pelas microrregiões<br />
do Baixo Cotinguiba e Estância, ambas com cerca de 8%-9%. 29<br />
Na mesorregião do agreste, a microrregião de Itabaiana apresentava, em 2002,<br />
a maior participação no produto interno estadual, superando por pequena margem a<br />
microrregião de Lagarto. Comparativamente ao ano de 2000, verificou-se uma<br />
inversão de posição entre essas duas microrregiões.<br />
29 Reitere-se que Aracaju detinha, em 2000, metade do PIB, tendo sido sua participação afetada pelo<br />
efeito estatístico da inclusão, a partir de 2001, da substação de Xingó na computação do PIB regional,<br />
inclusive no municipal.<br />
64
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
No sertão sergipano, a microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco<br />
destacava-se não apenas por registrar o maior produto interno mas, também, pelo<br />
salto assinalado entre 2000 e 2002, em razão da contabilização da produção da<br />
energia de Xingó, a partir de 2001. A microrregião passou de 4,1% para 16,6% do PIB<br />
sergipano, em decorrência da mudança contábil. Ver Tabela 35.<br />
Tabela 35<br />
Sergipe: Produto Interno Bruto a preço de mercado,<br />
segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas<br />
2000 e 2002 (em R$ 1.000)<br />
Meso e Microrregião<br />
PIB<br />
2000<br />
% PIB<br />
2002<br />
%<br />
Mesorregião do Agreste Sergipano 782.005 13,2 971.730 10,2<br />
Agreste de Itabaiana 255.751 4,3 350.662 3,7<br />
Agreste de Lagarto 272.997 4,6 287.760 3,0<br />
Tobias Barreto 158.665 2,7 203.775 2,1<br />
Nossa Senhora das Dores 94.592 1,6 129.533 1,4<br />
Mesorregião do Leste Sergipano 4.782.765 80,8 6.789.932 71,5<br />
Aracaju 2.988.326 50,5 3.808.703 40,1<br />
Baixo Cotinguiba 536.146 9,1 849.674 8,9<br />
Estância 526.980 8,9 775.054 8,2<br />
Japaratuba 215.643 3,6 610.600 6,4<br />
Boquim 224.780 3,8 294.361 3,1<br />
Própria 179.542 3,0 259.578 2,7<br />
Cotinguiba 111.348 1,9 191.962 2,0<br />
Mesorregião do Sertão Sergipano 355.955 6,0 1.734.525 18,3<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco 242.426 4,1 1.589.215 16,7<br />
Carira 113.529 1,9 145.310 1,5<br />
Sergipe 5.920.725 100 9.496.187 100<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.<br />
Nota: Dados sujeitos à revisão.<br />
OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro da produção de energia elétrica de<br />
Xingó, a partir de 2001.<br />
Um exame do PIB per capita regional, para 2000, tomando como referência a<br />
capital (Aracaju=100) revela que apenas na mesorregião do leste observam-se níveis<br />
acima do PIB per capita do Estado. 30 As microrregiões do Leste Sergipano são<br />
aquelas que contam com forte presença das empresas estatais ou ex-estatais ou que<br />
sediavam importantes pólos industriais, como Baixo Cotinguiba e Japaratuba, no<br />
primeiro caso, e Estância e Aracaju, no segundo. 31 Ver Tabela 36.<br />
30<br />
A escolha do ano de 2000 é óbvia: excluir o “efeito Xingo” que apareceria se fosse usado o ano de<br />
2002.<br />
31<br />
Deve-se considerar que o indicador do PIB per capita municipal ou para as microrregiões é insuficiente<br />
para representar o grau de desenvolvimento ou de bem-estar, notadamente em uma economia como a<br />
sergipana em que a produção de petróleo e de energia elétrica inflaciona a riqueza medida, sem que haja<br />
igual absorção local em termos de renda internalizada. Na seção específica desse relatório em que são<br />
analisados os indicadores sociais, é possível inferir que os melhores índices de desenvolvimento humano<br />
não estão necessariamente associados aos maiores PIB per capita.<br />
65
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 36<br />
Sergipe: Produto Interno Bruto per capita a preço de mercado,<br />
segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas<br />
2000<br />
Meso/ Microrregião 2000<br />
Sergipe 100<br />
Mesorregião do Agreste Sergipano 58<br />
Agreste de Itabaiana 53<br />
Agreste de Lagarto 80<br />
Nossa Senhora das Dores 49<br />
Tobias Barreto 48<br />
Mesorregião do Leste Sergipano 122<br />
Japaratuba 133<br />
Baixo Cotinguiba 211<br />
Estância 144<br />
Aracaju 133<br />
Cotinguiba 84<br />
Própria 62<br />
Boquim 47<br />
Mesorregião do Sertão Sergipano 55<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco 54<br />
Carira 56<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.<br />
Nota: Dados sujeitos à revisão.<br />
OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro feito a partir de 2001 da sub-estação<br />
de Xingó nas Contas Regionais.<br />
No que tange à participação regional no produto interno setorial sergipano, a<br />
mesorregião Leste, com 40% do território estadual, respondia, em 2002, por cerca de<br />
2/3 do produto industrial, ¾ do setor de serviços e metade do produto agropecuário.<br />
Nos setores de serviço e industrial, a microrregião de Aracaju representava 55,3% e<br />
29,1%, respectivamente. Ver Tabela 36.<br />
No setor agropecuário, as microrregiões com maior peso no valor adicionado,<br />
em 2002, eram a Sergipana do Sertão do São Francisco, com 12,2%, o Agreste de<br />
Itabaiana, com 10,8%, o Agreste de Lagarto e a microrregião de Boquim, ambas com<br />
10,4%, e a microrregião de Própria, com 9%.<br />
A produção do setor industrial, em 2002, encontrava-se mais concentrada<br />
espacialmente do que a agropecuária, com as microrregiões de Aracaju e a Sergipana<br />
do Sertão de São Francisco respondendo por quase 60% do total. As microrregiões do<br />
Baixo Cotinguiba, 12,4%, Japaratuba, 10,1% e de Estância, 9,6%, também<br />
apresentavam peso significativo no produto industrial sergipano. No Agreste, as<br />
66
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
microrregiões de Lagarto e de Itabaiana apresentavam os maiores produtos<br />
industriais, representando, cada uma, 1,6% do PIB setorial. 32<br />
No setor de Serviços, fortemente concentrado na Grande Aracaju,<br />
despontavam ainda, em 2002, alguns pólos regionais representados pelas<br />
microrregiões de Itabaiana, Estância, Boquim, Sergipana do Sertão do São Francisco,<br />
Baixo Cotinguiba e Agreste de Lagarto.<br />
Tabela 37<br />
Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas no Valor Adicionado<br />
da Agropecuária, da indústria e dos Serviços Sergipanos<br />
2002<br />
Meso/ microrregião Agropecuário Industrial Serviços<br />
Valor<br />
Adicionado<br />
Total<br />
Mesorregião do Leste<br />
Sergipano<br />
49,6 66,2 77,5 69,8<br />
Aracaju 7,5 29,1 55,3 38,6<br />
Baixo Cotinguiba 3,8 12,4 4,6 8,6<br />
Estância 7,0 9,6 5,1 7,5<br />
Japaratuba 8,3 10,1 2,4 6,8<br />
Boquim 10,4 0,9 5,0 3,3<br />
Própria 9,0 1,7 3,4 2,9<br />
Cotinguiba 3,8 2,4 1,6 2,1<br />
Mesorregião do Agreste<br />
Sergipano<br />
32,6 4,4 15,4 10,9<br />
Agreste de Itabaiana 10,8 1,6 5,6 3,9<br />
Agreste de Lagarto 10,4 1,6 4,1 3,2<br />
Tobias Barreto 6,3 0,7 3,6 2,3<br />
Nossa Senhora das Dores 5,1 0,5 2,1 1,5<br />
Mesorregião do Sertão<br />
Sergipano<br />
17,8 29,4 7,1 19,3<br />
Sergipana do Sertão do São<br />
Francisco<br />
12,2 28,9 4,8 17,7<br />
Carira 5,6 0,6 2,3 1,6<br />
Sergipe 100 100 100 100<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.<br />
Nota: Dados sujeitos à revisão.<br />
Na composição setorial do Produto Interno Bruto das mesorregiões e<br />
microrregiões sergipanas, em 2002, é possível constatar que, em sua grande maioria,<br />
o setor terciário (incluindo a administração pública e os gastos previdenciários)<br />
respondia pela maior parcela, sugerindo o elevado peso do setor público, incluindo as<br />
transferências governamentais na formação da renda. Nas microrregiões do Sertão<br />
Sergipano do São Francisco, do Baixo Cotinguiba, Japaratuba e Estância o setor<br />
industrial era o que possuía o maior peso no produto interno, pelos fatores já<br />
registrados acima. O setor industrial registrava peso expressivo, também, na formação<br />
da riqueza nas microrregiões de Aracaju, 38,8%,e de Própria, 30,1%, no Leste<br />
sergipano, e Lagarto, 25,5%, e Itabaiana, 21,7%, no Agreste. Ver Tabela 38.<br />
32 Os valores do PIB per capita constam da Tabela 7 no Anexo Estatístico<br />
67
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 38<br />
Sergipe: Participação da Agropecuária, Indústria e Serviços no Valor Adicionado Total a<br />
preço de mercado por Mesorregiões e Microrregiões Sergipana<br />
Meso/ Microrregião<br />
2002 (em R$ 1.000)<br />
Agropecuário Industrial Serviços Total<br />
VA % VA % VA % VA %<br />
Sergipe 596.297 6,6 4.637.939 51,5 3.771.445 41,9 9.005.681 100<br />
Mesorregião do<br />
Agreste Sergipano<br />
194.444 19,8 204.272 20,9 580.897 59,3 262.154 100<br />
Agreste de tabaiana 64.477 18,4 76.164 21,7 210.517 59,9 192.025 100<br />
Agreste de Lagarto 61.877 21,3 73.955 25,5 154.544 53,2 1.738.908 100<br />
Tobias Barreto 37.565 18,1 33.267 16,0 136.642 65,9 1.592.533 100<br />
Nossa Senhora das<br />
Dores<br />
Mesorregião do Leste<br />
Sergipano<br />
30.524 23,4 20.886 16,0 79.195 60,6 146.375 100<br />
295.866 4,7 3.068.355 48,8 2.922.939 46,5 979.613 100<br />
Aracaju 44.621 1,3 1.348.341 38,8 2.086.227 60,0 351.157 100<br />
Baixo Cotinguiba 22.375 2,9 574.443 74,5 174.115 22,6 290.377 100<br />
Estância 41.876 6,2 444.711 65,6 191.271 28,2 207.474 100<br />
Japaratuba 49.217 8,1 469.094 76,9 92.043 15,1 130.606 100<br />
Boquim 61.731 21,0 42.667 14,5 190.249 64,6 6.287.160 100<br />
Propriá 53.637 20,5 79.011 30,1 129.505 49,4 3.479.189 100<br />
Cotinguiba 22.409 11,7 110.087 57,3 59.529 31,0 770.934 100<br />
Mesorregião do Sertão<br />
Sergipano<br />
105.987 6,1 1.365.312 78,5 267.609 15,4 677.858 100<br />
Sergipana do Sertão do<br />
São Francisco<br />
72.482 4,6 1.338.212 84,0 181.839 11,4 610.354 100<br />
Carira 33.505 22,9 27.100 18,5 85.770 58,6 294.647 100<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.<br />
Nota: Dados sujeitos à revisão.<br />
Em nenhuma microrregião, o setor primário respondia pela maior porcentagem<br />
dentre os setores. Todavia, a atividade agropecuária registrava participação acima de<br />
20% nas microrregiões de Carira, Nossa Senhora das Dores, Lagarto, Boquim e<br />
Própria. 33<br />
A análise do nível do PIB per capita e de sua distribuição relativa em<br />
comparação ao PIB per capita médio do Estado permite concluir alguns pontos sobre<br />
33 A participação diminuta do setor agropecuário no PIB mesmo em regiões em que grande parcela da<br />
população dedica-se ao setor primário decorre do peso elevado do setor governo e das transferências<br />
governamentais, para todas as regiões, e a existência de algumas unidades industriais, no setor de<br />
energia, mineração ou da indústria de transformação, em alguns casos. Esses fatores fazem com que o<br />
peso relativo do terciário, no primeiro caso, e do setor industrial, no segundo, sejam expressivos, e o do<br />
setor agropecuário resulte menor. Em microrregiões como Baixo Cotinguiba, Japaratuba, Estância,<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco a presença de grandes empreendimentos industriais, explicam o<br />
elevado peso desse segmento, ainda que parcelas muito expressivas da população dediquem-se ao<br />
setor agropecuário, como veremos no item referente à composição setorial da ocupação. De outra parte,<br />
algumas microrregiões contam com contingente elevado de população dedicada ao setor industrial,<br />
apesar do peso relativamente baixo desse setor no produto interno, como é o caso de Tobias Barreto.<br />
68
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
a situação da economia e sua influência nas condições sociais das diferentes regiões<br />
do Estado.<br />
i) O primeiro destaca um nível mais elevado de PIB per capita concentrado em<br />
apenas quatro das microrregiões da Mesorregião do Leste Sergipano: Baixo<br />
Continguiba, Estância, Japaratuba e Aracaju, microrregiões constituídas por<br />
municípios com forte presença de empresas do setor industrial e dos serviços, com<br />
destaque para o peso da administração pública no caso da última;<br />
ii) Segundo, a comparação dos diferenciais de PIB per capita sugere a hipótese<br />
de existência de uma relação entre baixo nível relativo de PIB per capita e presença<br />
da agropecuária, a exemplo das microrregiões de Boquim, Tobias Barreto e Nossa<br />
Senhora das Dores.<br />
iii) Terceiro, deve ser lembrado que, em 2002, embora Sergipe detenha o PIB<br />
per capita mais elevado do Nordeste, este ainda representa cerca de dois terços do<br />
PIB per capita nacional.<br />
1.4.2. A Distribuição das Unidades Produtivas Formais<br />
As informações do Cadastro de Empresas do IBGE são úteis para<br />
complementar a análise feita a partir dos dados do PIB, uma vez que possibilitam uma<br />
visão da distribuição regional dos estabelecimentos, do emprego e da massa salarial<br />
das atividades formais<br />
Com base nesses dados, constata-se que, em 2002, existiam em Sergipe, 25,7<br />
mil estabelecimentos formais que ocupavam 267,9 mil pessoas, das quais 232,2 mil<br />
eram assalariadas. A Mesorregião Leste do estado contava com 19,8 mil<br />
estabelecimentos produtivos formais que ocupavam 228,7 mil pessoas, dentre as<br />
quais cerca de 200 mil assalariadas. A microrregião de Aracaju detinha 15,1 mil<br />
desses estabelecimentos, 185,2 mil do pessoal ocupado e 161,6 mil dos assalariados.<br />
Ver Tabela 39.<br />
Em termos de unidades locais 34 , outras microrregiões apresentavam uma<br />
densidade significativa de empreendimentos, como o Agreste de Itabaiana, com 1.856<br />
34 O Cadastro Central de Empresas do IBGE utiliza duas fontes básicas para sua alimentação: as<br />
pesquisas anuais do IBGE nas áreas de Indústria, Construção, Comércio e Serviços, e a RAIS. Os dados<br />
oriundos das pesquisas do IBGE prevalecem sobre os da RAIS, no caso de informantes comuns às duas<br />
fontes. São unidades locais as Empresas ou outras organizações informantes de pesquisa do IBGE ou<br />
declarantes da RAIS.<br />
69
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
unidades, Estância, com 1.308 unidades, Boquim, com 1.154, Tobias Barreto, 1.063,<br />
Agreste de Lagarto, 1.049, Sergipana do sertão do São Francisco, 987 e Propriá, 871.<br />
Tabela 39<br />
Sergipe: Unidades locais, pessoal ocupado em 31.12 e salários e outras remunerações,<br />
segundo Mesorregiões e Microrregiões<br />
Mesoregião/<br />
Microrregião<br />
Número de<br />
unidades<br />
locais<br />
2002<br />
Pessoal total Assalariado<br />
Salários e<br />
outras<br />
remunerações<br />
(1 000 R$)<br />
N° % N° % N° % N° %<br />
Sergipe 25.735 100 267.935 100 232.166 100 1.882.284 100<br />
Agreste Sergipano 4.452 17,3 28.028 10,5 22.579 9,7 94.331 5,0<br />
Agreste de Itabaiana 1.856 7,2 10.665 4,0 8.270 3,6 33.622 1,8<br />
Agreste de Lagarto 1.049 4,1 8.438 3,1 7.085 3,1 31.280 1,7<br />
Nossa Senhora das<br />
484 1,9 3.720 1,4 3.151 1,4 11.066 0,6<br />
Dores<br />
Tobias Barreto 1.063 4,1 5.205 1,9 4.073 1,8 18.363 1,0<br />
Leste Sergipano 19.765 76,8 228.657 85,3 199.853 86,1 1.741.840 92,5<br />
Aracaju 15.074 58,6 185.224 69,1 161.600 69,6 1.491.587 79,2<br />
Baixo Cotinguiba 696 2,7 11.536 4,3 10.799 4,7 83.402 4,4<br />
Boquim 1.154 4,5 7.772 2,9 6.468 2,8 26.908 1,4<br />
Cotinguiba 342 1,3 2.728 1,0 2.338 1,0 9.523 0,5<br />
Estância 1.308 5,1 10.324 3,9 8.706 3,7 54.700 2,9<br />
Japaratuba 320 1,2 4.894 1,8 4.650 2,0 55.235 2,9<br />
Própria 871 3,4 6.179 2,3 5.292 2,3 20.485 1,1<br />
Sertão Sergipano 1.518 5,9 11.250 4,2 9.734 4,2 46.113 2,4<br />
Carira 531 2,1 4.147 1,5 3.630 1,6 12.720 0,7<br />
Sergipana do Sertão<br />
do São Francisco<br />
Fonte : IBGE –Cempre<br />
987 3,8 7.103 2,7 6.104 2,6 33.393 1,8<br />
Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação por microrregião.<br />
A distribuição do pessoal ocupado entre as microrregiões apresentava, em<br />
2002, algumas diferenças em relação ao ranking das unidades locais, como é o caso<br />
do Baixo Cotinguiba, com 11.533 pessoas ocupadas, quantidade inferior apenas a<br />
existente em Aracaju. Itabaiana, com 10.665 pessoas ocupadas, Estância, com<br />
10.324, Agreste de Lagarto, 8.438, Boquim, com 7.772, e Sergipana do Sertão do São<br />
Francisco, com 7.103, compõem, também, o rol de microrregiões com maiores<br />
contingentes de pessoas ocupadas nas unidades locais.<br />
A Microrregião de Aracaju concentrava quase 80% dos salários e<br />
remunerações pagos nessas unidades. A região do baixo Cotinguiba, sede dos pólos<br />
cimenteiro e minero-químico, respondia por 4,4%, Japaratuba e Estância, por 2,9%,<br />
todas elas na mesorregião do Leste sergipano. Nas mesorregiões do Agreste e do<br />
Sertão, a ocupação formal é mais rarefeita, destacando-se, entretanto, os agrestes de<br />
Itabaiana e Lagarto e a Sergipana do Sertão de São Francisco, como aquelas<br />
microrregiões que detinham maiores somas de rendimentos do trabalho formal. Ver<br />
Tabela 39.<br />
70
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Discriminando as informações do Cadastro por grande setor, observa-se que,<br />
em 2002, as unidades produtivas formais do setor agropecuário estavam distribuídas<br />
em maior número nas microrregiões de Aracaju, Própria, Estância e Itabaiana. No<br />
setor industrial, a microrregião de Aracaju participava com 1.650 do total de 2.882<br />
unidades locais, representando 57,3%. Outros pólos industriais importantes, em<br />
termos de número de unidades locais, estavam presentes nas microrregiões do<br />
Agreste de Itabaiana, 251 unidades locais, de Estância, 163 unidades locais, Agreste<br />
de Lagarto, 154, Boquim, 125, Sergipana do Sertão do São Francisco, 96, Propriá, 91,<br />
e Tobias Barreto, 89. Ver Tabela 40.<br />
No setor terciário, a microrregião de Aracaju detinha 13.364 unidades locais<br />
das 22.670 existentes em Sergipe, em 2002, representando 59% do total. Itabaiana,<br />
1.594, Estância, 1.126, e Boquim, 1.015 eram as microrregiões interioranas com<br />
maiores números de unidades. Em seguida, despontavam as microrregiões de Tobias<br />
Barreto, 968, por conta do seu pólo de confecções, Lagarto, 891, Sergipana do Sertão<br />
do São Francisco, incluindo o próspero comércio de Nossa Senhora da Glória, 887, e<br />
Própria, 766.<br />
Tabela 40<br />
Sergipe: Unidades locais por grande setor,<br />
segundo Mesorregiões e Microrregiões<br />
Microrregião<br />
2002<br />
Agropecuária<br />
Indústria<br />
geral<br />
Serviços Total<br />
Sergipe 183 2.882 22.670 25.735<br />
Agreste Sergipano 24 529 3.899 4.452<br />
Agreste de Itabaiana 11 251 1.594 1.856<br />
Agreste de Lagarto 4 154 891 1.049<br />
Nossa Senhora das Dores 3 35 446 484<br />
Tobias Barreto 6 89 968 1.063<br />
Leste Sergipano 152 2.212 17.401 19.765<br />
Aracaju 60 1.650 13.364 15.074<br />
Baixo Cotinguiba 6 106 584 696<br />
Boquim 14 125 1.015 1.154<br />
Cotinguiba 3 38 278 319<br />
Estância 19 163 1.126 1.308<br />
Japaratuba 13 39 268 320<br />
Própria 37 91 766 894<br />
Sertão Sergipano 7 141 1.370 1.518<br />
Carira 3 45 483 531<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco<br />
Fonte : IBGE –Cempre<br />
4 96 887 987<br />
Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação<br />
por Microrregião.<br />
71
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1.4.3. Valor da Produção das Principais Culturas Agrícolas<br />
As vocações agrícolas das mesorregiões Sergipanas são muito diferenciadas.<br />
No Leste sergipano, em 2003, as culturas permanentes eram predominantes,<br />
respondendo por quase 2/3 do valor da produção. No Agreste Sergipano, as culturas<br />
temporárias representaram, em 2003, ¾ do valor da produção, mas foi um resultado<br />
atípico, diante do fato de que nos três anos imediatamente anteriores há um equilíbrio<br />
entre as culturas temporárias e permanentes.<br />
No sertão sergipano, as culturas temporárias participavam com 97% do valor<br />
da produção. Na comparação de 1990 com 2003, cabe registrar o avanço das culturas<br />
permanentes no Leste sergipano, enquanto no agreste houve um avanço das culturas<br />
temporárias, nesse caso, em grande parte por conta do recuo da citricultura e do<br />
avanço da cultura da mandioca. Ver Tabela 41.<br />
No Leste Sergipano, as culturas mais importantes em termos de contribuição<br />
no valor da produção, em 2003, eram a Laranja, concentrada, na sua região sul, e a<br />
cana-de-açúcar, predominante na região norte. Outras culturas significativas eram o<br />
coco-da-baía, a mandioca, o arroz e a fruticultura da banana e da manga. Entre 1990<br />
e 2003, as culturas da laranja, da mandioca, do coco, da manga e do arroz tiveram<br />
aumento expressivo de participação, enquanto a cana-de-açúcar teve um grande<br />
recuo de participação. Ver Tabela 41.<br />
O Agreste sergipano combina a produção de frutas como laranja e maracujá,<br />
mais ao sul, e culturas de subsistência, como mandioca, milho, batata-doce e feijão,<br />
no centro e no norte. No Agreste sergipano, a cultura da mandioca representava, em<br />
2003, quase metade do valor da produção. Participação, tão elevada, todavia,<br />
expressa mais a elevação do valor da produção, em 2003, dado que a quantidade<br />
produzida, em 2003, foi mesmo inferior a de 2000. A laranja era a segunda cultura<br />
mais importante na mesorregião, em 2003, seguida pelo milho, feijão, maracujá,<br />
batata-doce e a banana. O fumo, a manga, o abacaxi e o tomate são culturas,<br />
também, de significado econômico na região. Na comparação com 1990, além da<br />
mandioca, tiveram crescimento importante na participação do valor da produção,<br />
algumas novas frutíferas, como a banana e a manga. Recuaram intensamente, a<br />
laranja, o maracujá, o feijão e o fumo.<br />
No sertão, as culturas mais importantes, em 2003, eram as tradicionais de<br />
subsistência: milho, mandioca e feijão que respondiam por 93,7% do valor da<br />
produção. Em um patamar significativamente inferior, aparecem culturas novas como<br />
abacaxi, tomate e melancia. Comparativamente a 1990, a mandioca teve um avanço<br />
72
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
significativo, enquanto o feijão recuou. A cultura do milho, todavia, manteve-se como a<br />
principal atividade agrícola. Ver Tabela 41.<br />
Os resultados no agregado das mesorregiões mascaram algumas<br />
características importantes que se revelam quando analisamos as produções agrícolas<br />
das microrregiões. Na microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco, além das<br />
culturas tradicionais que são as predominantemente, surgem novas culturas como a<br />
melancia e o abacaxi que já representavam, em 2003, 3,0% e 1,3% do valor da<br />
produção. Ver Tabela 42 e 43.<br />
Tabela 41<br />
Sergipe: Participação das Principais Culturas no Valor de Produção das Mesorregiões<br />
1990-2000-2003<br />
Tipo Lavouras<br />
Leste Sergipano<br />
1990 2000 2003<br />
Agreste Sergipano<br />
1990 2000 2003<br />
Sertão Sergipano<br />
1990 2000 2003<br />
Total Total Geral 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
T Total Temporária 47,0 41,8 34,9 53,6 50,1 74,9 99,7 97,2 97,0<br />
P Total Permanente 53,0 58,2 65,1 46,4 49,9 25,1 0,3 2,8 3,0<br />
P Laranja 32,3 30,1 36,5 25,7 15,9 12,6 0,1 0,1 0,2<br />
T Cana-de-Açúcar 34,3 23,4 13,4 5,5 1,6 1,7 0,0 0,0 0,0<br />
T Mandioca 3,1 5,0 10,9 15,9 17,4 47,1 6,9 7,8 27,6<br />
P Maracujá 3,9 1,8 2,9 15,1 28,2 5,7 0,0 0,0 0,0<br />
T Feijão (Em Grão) 1,3 0,9 0,8 10,5 9,2 6,5 47,6 30,0 19,9<br />
P Coco-da-Baía 9,5 15,1 11,4 0,1 0,4 0,3 0,0 0,0 0,1<br />
P Banana 4,5 5,1 5,4 4,0 3,0 4,2 0,1 2,2 2,4<br />
T Milho (Em Grão) 0,9 1,2 0,8 2,2 7,6 7,9 32,9 55,9 46,2<br />
T Batata – Doce 0,7 0,2 0,1 7,0 4,6 5,1 0,1 0,2 0,5<br />
T Arroz (Em Casca) 3,7 6,2 6,6 0,0 0,0 0,0 1,0 0,3 0,0<br />
T Fumo (Em Folha) 0,5 0,4 0,3 6,2 4,9 2,9 0,0 0,1 0,1<br />
T Abacaxi 1,8 2,5 1,1 1,5 0,7 1,5 0,0 1,5 0,5<br />
P Manga 1,6 2,8 5,5 0,9 2,1 1,6 0,1 0,4 0,3<br />
T Tomate 0,0 0,0 0,0 2,2 2,4 1,4 1,7 0,2 0,7<br />
T Fava (Em Grão) 0,1 0,1 0,1 0,6 0,1 0,2 7,0 0,3 0,2<br />
T Amendoim (Em<br />
Casca)<br />
0,4 0,2 0,1 0,9 0,6 0,4 0,2 0,1 0,1<br />
P Mamão 0,3 0,7 1,1 0,5 0,3 0,7 0,0 0,0 0,0<br />
P Limão 0,5 1,3 1,2 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Algodão Herbáceo<br />
(Em Caroço)<br />
0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 2,3 0,0 0,0<br />
T Melancia 0,0 1,5 0,7 0,5 0,9 0,3 0,0 0,7 1,2<br />
P Abacate 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Batata – Inglesa 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Tangerina 0,1 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Pimenta-Do-Reino 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Cebola 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Goiaba 0,0 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Melão 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
Fonte: IBGE- Pesquisa Pecuária Municipal<br />
Nota: Tipo T – Temporária; Tipo P- Permanente<br />
Na microrregião de Nossa Senhora das Dores, além das culturas tradicionais,<br />
despontavam, em 2003, o abacaxi, com 14,2% do valor da produção agrícola, e a<br />
banana com 4,4%. No Agreste de Itabaiana, são também expressivas as participações<br />
73
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
da batata-doce, banana e tomate. No Agreste de Lagarto, o maracujá, o abacaxi, a<br />
banana e o mamão apresentavam participações significativas.<br />
A fruticultura expandiu-se e diversificou-se nas microrregiões ao norte da<br />
mesorregião Leste Sergipano. Na microrregião de Propriá, refletindo os investimentos<br />
dos perímetros irrigados, novas culturas se afirmam como o coco, a manga e a<br />
melancia que se somam ao tradicional arroz. A manga já respondia, em 2003, por 15%<br />
do valor da produção agrícola da região, quando em 1990, representava menos de um<br />
porcento.<br />
Na microrregião do Cotinguiba, a banana representava, em 2003, 19,7% do<br />
valor da produção agrícola, quando respondia por 4,5%, em 1990. Na microrregião de<br />
Japaratuba, onde a cana representava 74% do valor da produção, em 1990, em 2003,<br />
pesava 36%, por conta da expansão de culturas como o coco, a manga, o maracujá e<br />
o mamão. No Baixo Cotinguiba, também amplamente dominado pela cana-de-açúcar,<br />
ampliaram-se os espaços do coco. Na microrregião de Aracaju verificou-se um avanço<br />
do coco, da banana e da manga. A região sul manteve-se marcada pela cultura da<br />
laranja. Ver Tabela 42 e 43.<br />
.<br />
74
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 42<br />
Sergipe: Participação das Principais Culturas No Valor de Produção das Microrregiões<br />
1990 (%)<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13<br />
Tipo Lavour as / Microrregiões<br />
Sertã o Ag re st e Lest e<br />
To tal To tal geral 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0<br />
T To tal temporári a 99,4 99,8 88,8 85,5 88,8 30,5 87,8 94,4 85,7 80,8 41,0 7,7 23,1 52,1<br />
P To tal permanen te 0,6 0,2 11,2 14,5 11,2 69,5 12,2 5,6 14,3 19,2 59,0 92,3 76,9 47,9<br />
P Lar anj a 0,0 0,2 0,8 0,8 4,6 42,5 1,1 0,6 0,0 0,1 1,2 75,4 27,3 28,4<br />
T Can a- de -açúcar 0,0 0,0 31,3 12,1 0,0 0,0 47,6 87,7 73,8 78,6 35,3 0,0 0,0 23,6<br />
T Ma ndi oca 7,8 6,3 25,4 19,0 17,6 13,2 3,3 3,6 2,3 1,3 4,0 2,7 7,4 7,2<br />
P Ma racuj á 0,0 0,0 0,1 0,8 2,8 24,8 0,1 0,0 0,4 0,0 1,5 7,9 6,3 7,1<br />
T Feijão (em grã o) 51,1 45,4 12,3 15,4 56,7 1,3 3,7 0,8 1,2 0,1 0,3 1,0 2,4 6,8<br />
P Coco-da -b a ía 0,0 0,0 0,1 0,3 0,0 0,1 7,9 0,1 12,7 15,4 50,3 0,3 19,9 6,1<br />
P Banan a 0,2 0,0 9,4 9,2 3,5 1,2 2,2 4,5 1,1 2,5 5,2 4,8 13,1 4,1<br />
T Mil ho (em grão ) 31,0 34,0 9,4 3,8 1,4 0,7 2,0 1,8 1,0 0,2 0,4 0,7 1,4 3,2<br />
T Batata - doce 0,3 0,0 1,5 19,8 10,7 2,0 0,3 0,0 0,2 0,1 0,5 1,2 1,5 2,6<br />
T Arro z (em casca) 2,7 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 30,1 0,0 2,5 0,0 0,1 0,0 0,0 2,5<br />
T Fum o (em folha) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 10,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 0,4 2,2<br />
T Abacaxi 0,0 0,0 5,2 0,0 0,0 1,9 0,4 0,0 4,1 0,0 0,0 0,4 9,0 1,6<br />
P Ma ng a 0,3 0,0 0,8 3,4 0,0 0,0 0,9 0,4 0,0 1,0 0,6 1,0 9,1 1,3<br />
T Tom ate 3,7 0,5 1,3 8,5 0,2 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8<br />
T Fava (em grã o) 0,4 11,0 2,0 1,4 0,5 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,6<br />
T Am endoim (em casc a) 0,4 0,0 0,1 1,3 0,0 0,9 0,0 0,1 0,5 0,1 0,2 0,6 0,9 0,5<br />
P Mam ão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,8 0,0 0,4<br />
P Lim ão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 0,1 0,3<br />
T Algod ão her báceo (em car oço) 2,0 2,5 0,3 0,2 0,6 0,0 0,0 0,4 0,0 0,4 0,2 0,0 0,0 0,2<br />
P Abacate 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,2 0,2<br />
T Mel ancia 0,0 0,0 0,0 2,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2<br />
T Batata - ingl esa 0,0 0,0 0,0 1,8 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2<br />
P Tang eri na 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,1<br />
P Pim enta-do -r eino 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Ceb ola 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Uruc um (s em ente) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Castan ha de caju 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Goiaba 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
Fonte : IBGE- Produção Agropecuária Municipal<br />
Nota: T- Lavoura Temporária; P- Lavoura Permanente<br />
Legenda<br />
1 Sergipana do Sertão do São Francisco - SE 6 Agreste de Lagarto - SE 10 Baixo Cotinguiba - SE<br />
2 Carira - SE 7 Propriá – SE 11 Aracaju - SE<br />
3 Nossa Senhora das Dores - SE 8 Cotinguiba – SE 12 Boquim – SE<br />
4 Agreste de Itabaiana - SE 9 Japaratuba – SE 13 Estância - SE<br />
5 Tobias Barreto - SE 14 Sergipe<br />
75<br />
14
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 43<br />
Sergipe; Participação das Principais Culturas No Valor de Produção das Microrregiões<br />
2003 (%)<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13<br />
Tipo Lavour as / Microrregiões<br />
Sertã o Ag re st e Lest e<br />
To tal To tal 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0 100, 0<br />
T To tal Tempor ária 92,6 99,5 82,4 85,6 92,9 61,9 45,0 75,9 48,0 74,3 34,8 13,3 28,7 53,0<br />
P To tal Perman ente 7,4 0,5 17,6 14,4 7,1 38,1 55,0 24,1 52,0 25,7 65,2 86,7 71,3 47,0<br />
P Lar anj a 0,0 0,2 0,5 3,4 2,2 23,2 3,5 3,4 1,0 0,0 0,5 79,4 44,7 25,7<br />
T Ma ndi oca 23,1 30,2 33,5 49,2 35,2 52,7 2,5 30,2 4,0 7,6 11,5 10,7 24,1 25,3<br />
T Can a- de -açúcar 0,0 0,0 5,3 4,7 0,0 0,0 0,7 39,4 36,0 65,3 22,6 0,0 0,0 8,4<br />
P Coco-da -b a ía 0,3 0,0 0,2 0,6 0,0 0,3 13,5 0,6 20,2 21,7 57,5 0,8 16,9 6,7<br />
T Mil ho (em grão ) 39,7 49,9 15,9 2,4 32,4 0,9 1,1 4,0 0,5 0,7 0,5 0,5 0,4 5,7<br />
P Banan a 6,6 0,1 4,4 8,3 3,4 2,3 12,5 19,1 4,4 2,8 4,5 2,0 3,9 4,8<br />
T Feijão (em grã o) 24,2 17,5 12,4 3,0 24,1 1,2 1,8 1,7 0,8 0,5 0,2 0,4 0,4 3,9<br />
T Arro z (em casca) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 35,4 0,0 3,3 0,0 0,0 0,0 0,0 3,8<br />
P Ma racuj á 0,0 0,0 0,0 0,6 1,0 11,0 5,5 0,2 5,8 0,2 0,0 1,6 1,8 3,8<br />
P Ma ng a 0,5 0,2 12,5 1,6 0,0 0,0 15,3 0,9 12,8 1,0 2,6 0,2 2,2 3,8<br />
T Batata – doce 0,1 0,7 0,3 19,1 0,6 0,4 0,0 0,0 0,1 0,2 0,0 0,2 0,2 2,0<br />
T Fum o (em folha) 0,1 0,0 0,0 0,0 0,2 5,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,1 1,2<br />
T Abacaxi 1,3 ,0 14,2 0,0 0,0 0,2 0,6 0,4 1,9 0,0 0,0 0,5 3,0 1,2<br />
P Mam ão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 1,4 0,4 0,0 3,0 0,0 0,0 0,8 1,5 0,9<br />
P Lim ão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,7 0,0 1,7 0,0 0,0 1,5 0,3 0,7<br />
P Tang eri na 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,4 0,0 2,4 0,0 0,0 0,5 0,1 0,6<br />
T Mel ancia 3,3 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 2,9 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6<br />
T Tom ate 0,4 0,9 0,3 5,0 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6<br />
T Am endoim (em casc a) 0,0 0,1 0,2 1,1 0,0 0,3 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,3 0,3<br />
T Fava (em grã o) 0,3 0,2 0,3 0,0 0,4 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1<br />
P Goiaba 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1<br />
T Mel ão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
P Pim enta-do -r eino 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
T Batata – ingles a 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />
Fonte : IBGE- Produção Agropecuária Municipal<br />
Nota: T- Lavoura Temporária; P- Lavoura Permanente<br />
Legenda<br />
1 Sergipana do Sertão do São Francisco – SE 6 Agreste de Lagarto - SE 10 Baixo Cotinguiba – SE<br />
2 Carira – SE 7 Propriá – SE 11 Aracaju – SE<br />
3 Nossa Senhora das Dores – SE 8 Cotinguiba - SE 12 Boquim – SE<br />
4 Agreste de Itabaiana – SE 9 Japaratuba - SE 13 Estância – SE<br />
5 Tobias Barreto – SE 14 Sergipe<br />
76<br />
14
Tipo de<br />
rebanho<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1.4.4. Pecuária: Efetivos e Principais Produtos<br />
O gado bovino, o mais importante na pecuária sergipana, tem uma distribuição<br />
relativamente equilibrada entre as três mesorregiões que compõem o estado. Em<br />
2003, o agreste respondia por 34% do efetivo bovino sergipano, o Leste, por 38%, e o<br />
sertão por 28%. No período de 1990 a 2003, observou-se um ligeiro aumento de<br />
participação da mesorregião Leste e decréscimo de participação do agreste e do<br />
sertão. Ver Tabela 44. Na comparação entre 2000 e 2003, verificou-se certa expansão<br />
do gado bovino, concentrada no leste e agreste sergipanos.<br />
A avicultura é uma atividade mais concentrada nas mesorregiões Leste e<br />
Agreste, com o sertão participando, apenas com 18% do efetivo, em 2003. Como a<br />
criação de aves tem se expandido significativamente em Sergipe, todas as suas<br />
mesorregiões elevaram seus efetivos. O efetivo de ovinos também registrou ampliação<br />
apenas no Sertão Sergipano se consideramos o período 2000 a 2003. Ainda que o<br />
agreste representasse a maior parcela desse efetivo, nos três anos selecionados,<br />
percebe-se uma migração da criação em direção à região sertaneja. Processo<br />
análogo, ainda que menos intenso, ocorreu com a criação de suínos. Ver Tabela 44.<br />
Tabela 44<br />
Sergipe: Principais Efetivos dos rebanhos por tipo de rebanho, segundo as<br />
mesorregiões geográficas<br />
1990-2000-2003<br />
Sergipe Agreste Sergipano Leste Sergipano Sertão Sergipano<br />
1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003<br />
Nº Nº Nº Participação das Mesorregiões no total de cada efetivo (%)<br />
Bovino 1.030.453 879.730 895.938 36,0 33,0 34,0 36,0 35,0 38,0 29,0 32,0 28,0<br />
Galos e<br />
Pintos 1.881.945 2.797.900 3.016.992 36,0 29,0 31,0 48,0 55,0 51,0 16,0 16,0 18,0<br />
Galinhas 1.043.359 869.044 1.224.595 38,0 40,0 42,0 51,0 43,0 45,0 12,0 18,0 13,0<br />
Ovino 201.601 96.422 126.122 69,0 46,0 40,0 14,0 22,0 21,0 17,0 32,0 39,0<br />
Suíno 96.447 91.370 95.843 52,0 30,0 31,0 30,0 33,0 31,0 18,0 37,0 38,0<br />
Eqüino 82.646 66.385 67.448 55,0 37,0 38,0 33,0 39,0 37,0 12,0 24,0 25,0<br />
Muar 38.199 15.604 15.905 65,0 43,0 46,0 28,0 44,0 42,0 7,0 13,0 12,0<br />
Caprino 31.189 11.735 13.883 55,0 30,0 28,0 17,0 17,0 17,0 28,0 54,0 54,0<br />
Codornas - 45.384 12.225 - 6,0 - - 94,0 100,0 - - -<br />
Asinino 12.289 9.765 9.632 61,0 43,0 47,0 18,0 21,0 20,0 21,0 36,0 32,0<br />
Bubalino 475 231 324 - - - 100,0 100,0 100,0 - - -<br />
Nota: Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.<br />
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal<br />
A evolução dos principais produtos de origem animal tem sido expressiva. A<br />
produção de leite passou de 99,9 milhões de litro, em 1990, para 139 milhões de litro,<br />
em 2003. Entre 2000 e 2003, a evolução da produção de leite também foi positiva. Ver<br />
Tabela 45.<br />
77
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A produção de ovos de galinha passou de 10,3 milhões de dúzias, 1990, para<br />
17,1 milhões de dúzias, em 2003, e a produção de mel, apesar de ainda muito<br />
diminuta, cresceu de 8,2 mil kg para 50,3 mil kg.<br />
Região<br />
Tabela 45<br />
Sergipe: Produtos de origem animal por tipo de produto,<br />
segundo Mesorregiões e Microrregiões.<br />
1990-2000-2003<br />
Leite (Mil litros)<br />
Ovos de Galinha<br />
(Mil dúzias)<br />
Mel de Abelha<br />
(Quilograma)<br />
1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003<br />
Nordeste 2.045.268 2.159.230 2.507.793 362.943 391.413 427.358 1.782.081 3.748.108 7.967.658<br />
Sergipe 99.862 115.142 139.003 10.324 7.578 17.066 8.207 17.806 50.343<br />
Agreste Sergipano 18.130 28.933 34.496 2.995 3.195 7.949 1.980 6.467 8.071<br />
Agreste de Itabaiana 4.325 6.686 7.058 1.060 2.149 6.791 120 400 -<br />
Agreste de Lagarto 3.300 7.081 7.468 838 341 372 525 5.057 5.370<br />
Nossa Senhora das<br />
Dores<br />
6.678 6.402 10.652 308 184 229 - - 1.750<br />
Tobias Barreto 3.826 8.765 9.317 786 521 557 1.335 1.010 951<br />
Leste Sergipano 28.126 25.692 32.850 6.363 2.985 8.035 5.377 5.459 18.072<br />
Aracaju 1.223 1.579 1.403 3.709 663 4.072 450 - 10.280<br />
Baixo Cotinguiba 3.084 2.509 2.647 194 46 43 - - 3.250<br />
Boquim 7.423 5.990 6.392 515 915 1.944 3.901 2.446 2.076<br />
Cotinguiba 3.602 4.862 5.937 90 60 46 - - -<br />
Estância 5.897 3.027 3.003 1.553 1.068 1.628 1.026 3.013 2.466<br />
Japaratuba 3.403 2.104 5.229 31 122 157 - - -<br />
Propriá 3.491 5.621 8.238 270 110 143 - - -<br />
Sertão Sergipano 53.604 60.516 71.658 965 1.398 1.083 850 5.880 24.200<br />
Sergipana do Sertão do<br />
São Francisco<br />
41.600 48.368 58.437 767 968 609 - - 24.200<br />
Carira 12.004 12.149 13.221 198 431 473 850 5.880 -<br />
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal<br />
A produção de leite sergipano representava, em 2003, 5,5% do total produzido<br />
no na região Nordeste, a de ovos de galinha, 4%, e a de mel, apenas 0,6%. Ver<br />
Tabela 46. O sertão participava, em 2003, com mais da metade da produção do leite<br />
do estado, fortemente concentrada na região Sergipana do Sertão do São Francisco,<br />
notadamente no município de Nossa Senhora da Glória. A microrregião de Carira tem<br />
também, uma produção significativa. No Agreste, as maiores zonas produtoras<br />
naquele ano eram as microrregiões de Nossa senhora das Dores e Tobias Barreto.<br />
Ver Tabela 45. No leste sergipano, as microrregiões de maiores produções são<br />
Propriá, Japaratuba e Boquim.<br />
A produção de ovos de galinha é mais desenvolvida nas mesorregiões Leste e<br />
Agreste, não se constituindo atividade de maior importância no sertão. A microrregião<br />
de Itabaiana é a grande produtora de ovos do Estado, com 40% da produção total,<br />
78
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
tendo inclusive mais do que dobrado a quantidade produzida, entre 2000 e 2003.<br />
Aracaju, Boquim e Estância eram também importantes microrregiões produtoras, com<br />
destaque para o município de Itaporanga, na primeira microrregião. Ver Tabela 46.<br />
A produção de mel, ainda que incipiente, vem se expandindo rapidamente no<br />
estado, notadamente na microrregião sergipana do sertão do São Francisco, que<br />
respondia, em 2003, por 48,1% da produção total. Aracaju e lagarto são as outras<br />
duas microrregiões que respondiam por grandes parcelas da produção de mel no<br />
estado.<br />
Tabela 46<br />
Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões no Total de<br />
Produção Produtos de origem animal por tipo de produto<br />
1990-2000-2003 (%)<br />
Região<br />
Leite (Mil litros)<br />
Ovos de Galinha<br />
(Mil dúzias)<br />
Mel de Abelha<br />
(Quilograma)<br />
1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003<br />
Sergipe/Nordeste 4,9 5,3 5,5 2,8 1,9 4,0 0,5 0,5 0,6<br />
Agreste Sergipano 18,2 25,1 24,8 29 42,2 46,6 24,1 36,3 16<br />
Agreste de Itabaiana 4,3 5,8 5,1 10,3 28,4 39,8 1,5 2,2 -<br />
Agreste de Lagarto 3,3 6,1 5,4 8,1 4,5 2,2 6,4 28,4 10,7<br />
Nossa Senhora das Dores 6,7 5,6 7,7 3 2,4 1,3 - - 3,5<br />
Tobias Barreto 3,8 7,6 6,7 7,6 6,9 3,3 16,3 5,7 1,9<br />
Leste Sergipano 28,2 22,3 23,6 61,6 39,4 47,1 65,5 30,7 35,9<br />
Aracaju 1,2 1,4 1 35,9 8,7 23,9 5,5 - 20,4<br />
Baixo Cotinguiba 3,1 2,2 1,9 1,9 0,6 0,3 - - 6,5<br />
Boquim 7,4 5,2 4,6 5 12,1 11,4 47,5 13,7 4,1<br />
Cotinguiba 3,6 4,2 4,3 0,9 0,8 0,3 - - -<br />
Estância 5,9 2,6 2,2 15 14,1 9,5 12,5 16,9 4,9<br />
Japaratuba 3,4 1,8 3,8 0,3 1,6 0,9 - - -<br />
Propriá 3,5 4,9 5,9 2,6 1,5 0,8 - - -<br />
Sertão Sergipano 53,7 52,6 51,6 9,3 18,4 6,3 10,4 33 48,1<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco 41,7 42 42 7,4 12,8 3,6 - - 48,1<br />
Carira 12 10,6 9,5 1,9 5,7 2,8 10,4 33 -<br />
Sergipe 100 100 100 100 100 100 100 100 100<br />
Nota: Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.<br />
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal<br />
1.4.5. Distribuição Setorial e Espacial da Ocupação 35<br />
As atividades tipicamente urbanas, como indústria e serviços, ocupam cerca de<br />
80% da população sergipana, ressaltando a predominância que a economia urbana<br />
35 A análise da distribuição setorial da ocupação possibilita a identificação das atividades mais<br />
importantes nas microrregiões e mesorregiões sergipanas no que tange à geração de postos de trabalho<br />
nos quais as famílias buscam auferir rendas para sobrevivência e não, propriamente, a composição<br />
setorial da riqueza existente, focalizada nos itens anteriores.<br />
79
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
também tem no que se refere à de geração de ocupação. Em 2000, Sergipe contava<br />
com uma população ocupada de 10 anos ou mais de idade de 614,5 mil pessoas, das<br />
quais 166,2 mil, equivalentes a 27%, desenvolviam atividades no setor agropecuário,<br />
96,8 mil, 15,8%, no setor secundário, 345,3 mil, 56,2%, no setor terciário, além de 6,2<br />
mil em atividades mal especificadas. Ver Tabela 47.<br />
A mesorregião Leste Sergipano respondia, em 2000, por 63,8% da ocupação<br />
total, 39,9% da ocupação na agropecuária, 70,4% no setor industrial e 73,4% da<br />
ocupação terciária. A microrregião de Aracaju concentrava, em 2000, mais da metade<br />
das pessoas ocupadas no setor de serviços sergipano e 42,9% do contingente do<br />
setor industrial. Ver Tabela 47<br />
Nas atividades da agropecuária, a microrregião Sergipana do Sertão do São<br />
Francisco apresentava, em 2000, a maior participação, 14,2%, seguida pela<br />
microrregião de Boquim, 13,9%, Agreste de Itabaiana, 13,0%, Agreste de Lagarto,<br />
10%, Tobias Barreto, 9,6%, Carira, 7,7%, Estância, 7,6% e Nossa Senhora das Dores,<br />
5,7%.<br />
No setor industrial, além da microrregião de Aracaju, apresentavam<br />
expressivos contingentes de pessoas ocupadas as microrregiões do Agreste de<br />
Itabaiana, 8%, Boquim, 8%, Tobias Barreto, 6,3%, Estância, 5,9%, Lagarto, 5,8%,<br />
Baixo Cotinguiba, 4,9%, Propriá, 4,7% e Sergipana do Sertão do São Francisco, 4%.<br />
No setor de serviços, no qual a Grande Aracaju representava mais da metade das<br />
ocupações, devem ser destacadas as microrregiões de Itabaiana, Boquim, Estância,<br />
Tobias Barreto, Lagarto e Sergipana do Sertão do São Francisco. Ver Tabela 47<br />
80
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabelas 47<br />
Sergipe: Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por<br />
setor de atividade do trabalho principal segundo mesorregiões e microrregiões.<br />
M esoregião /<br />
M i crorregião<br />
2000 (%)<br />
To tal Ag ropecuária I ndústri a Serviço s<br />
At i vidades<br />
m al<br />
especificadas<br />
N° % N° % N° % N° % N° %<br />
Sergipe 614. 548 100 166. 234 27,0 96.830 15,8 345. 258 56,2 6.22 6 1,0<br />
M esorregião<br />
Ag re st e Sergipano 155. 268 100 63.605 41,0 22.510 14,5 67.661 43,6 1.49 3 1,0<br />
A greste de Itab aiana 57.536 100 21.590 37,5 7.72 4 13,4 27.500 47,8 723 1,3<br />
A greste do La ga rto 37.845 100 16.692 44,1 5.61 1 14,8 15.298 40,4 244 0,6<br />
Nossa Sen ho ra das<br />
Dor es 21.291 100 9.40 7 44,2 3.06 4 14,4 8.62 7 40,5 193 0,9<br />
Tobias Barr eto 38.596 100 15.916 41,2 6.11 1 15,8 16.236 42,1 333 0,9<br />
M esorregião do<br />
Lest e Sergipano 392. 301 100 66.274 16,9 68.141 17,4 253. 407 64,6 4.49 0 1,1<br />
A racaju 231. 555 100 6.38 3 2,8 41.568 18,0 180. 269 77,9 3.33 5 1,4<br />
Boquim 50.852 100 23.050 45,3 7.72 0 15,2 19.703 38,7 384 0,8<br />
Bai xo do<br />
Conting uiba 20.240 100 3.45 2 17,1 4.75 1 23,5 11.826 58,4 209 1,0<br />
Conting uiba 11.596 100 4.57 8 39,5 1.78 5 15,4 5.19 6 44,8 38 0,3<br />
Estância 35.896 100 12.619 35,2 5.75 7 16,0 17.309 48,2 210 0,6<br />
J apar atuba 15.639 100 7.50 6 48,0 1.96 3 12,6 6.06 3 38,8 112 0,7<br />
Próp ria 26.523 100 8.68 6 32,7 4.59 7 17,3 13.041 49,2 202 0,8<br />
M esorregião do<br />
Sertã o Sergipano 66.979 100 36.362 54,3 6.18 4 9,2 24.200 36,1 238 0,4<br />
Car ira 24.193 100 12.739 52,7 2.32 7 9,6 9.04 0 37,4 84 0,3<br />
Sertão do São<br />
Francisco 42.786 100 23.623 55,2 3.85 7 9,0 15.160 35,4 154 0,4<br />
Fonte: IBGE – Censo Demográfico<br />
Nota: Os dados são dos Primeiros resultados da amostra.<br />
No que tange a composição espacial das ocupações, cabe destacar que nas<br />
microrregiões do agreste e sertão, com exceção de Lagarto, a agropecuária era, em<br />
2000, a atividade que mais ocupava. Nas microrregiões do agreste, novamente com<br />
exceção do Agreste de Lagarto, o setor agropecuário representava mais de 40% da<br />
ocupação e no sertão, por mais de 50%, caracterizando-as áreas como sendo zonas<br />
ainda fortemente marcadas pelas atividades desse setor. Ver Tabela 47.<br />
No Leste sergipano, com exceção das microrregiões de Aracaju e do Baixo<br />
Cotinguiba, as demais contavam com mais de 1/3 de ocupação agropecuária,<br />
chegando a mais de 40% nas microrregiões de Boquim e Japaratuba. 36<br />
A ocupação no setor industrial de diversas microrregiões se situava, em 2000,<br />
em torno da média de estadual de 16%. Cabe destacar o Baixo Cotinguiba, com<br />
23,5% da população ocupada de 10 anos ou mais nas atividades industriais e as<br />
36 Para 1991, ver Tabela 8 no Anexo Estatístico.<br />
81
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
microrregiões sertanejas, nas quais o setor industrial respondia, naquele ano, por<br />
menos de 10% da ocupação. Ver Tabela 48<br />
Tabela 48<br />
Sergipe: Participação das mesorregiões e microrregiões no total de<br />
pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência,<br />
Mesorregião /<br />
Microrregião<br />
por setor de atividade do trabalho principal<br />
2000 (%)<br />
Total Agropecuária Indústria Serviços<br />
Atividades<br />
mal<br />
especificadas<br />
Mesorregião Agreste<br />
Sergipano<br />
25,3 38,3 23,2 19,6 24,0<br />
Agreste de Itabaiana 9,4 13,0 8,0 8,0 11,6<br />
Agreste do Lagarto 6,2 10,0 5,8 4,4 3,9<br />
Nossa Senhora das<br />
Dores<br />
3,5 5,7 3,2 2,5 3,1<br />
Tobias Barreto 6,3 9,6 6,3 4,7 5,3<br />
Mesorregião do Leste<br />
Sergipano<br />
63,8 39,9 70,4 73,4 72,1<br />
Aracaju 37,7 3,8 42,9 52,2 53,6<br />
Boquim 8,3 13,9 8,0 5,7 6,2<br />
Baixo do Continguiba 3,3 2,1 4,9 3,4 3,4<br />
Continguiba 1,9 2,8 1,8 1,5 0,6<br />
Estância 5,8 7,6 5,9 5,0 3,4<br />
Japaratuba 2,5 4,5 2,0 1,8 1,8<br />
Própria 4,3 5,2 4,7 3,8 3,2<br />
Mesorregião do<br />
Sertão Sergipano<br />
10,9 21,9 6,4 7,0 3,8<br />
Carira 3,9 7,7 2,4 2,6 1,3<br />
Sertão do São<br />
Francisco<br />
7,0 14,2 4,0 4,4 2,5<br />
Sergipe<br />
Fonte: IBGE Censo Demográfico<br />
100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
Nota: dados da amostra<br />
O setor de serviços, o de maior participação na ocupação total de Sergipe, é<br />
particularmente importante para a microrregião de Aracaju, onde representava, em<br />
2000, 77,9% da ocupação total e no Baixo Cotinguiba, 58%. Apenas nas microrregiões<br />
sertanejas e na de Japaratuba essa participação era inferior a 40%.<br />
Para uma visão sumária sobre o papel das diferentes regiões do Estado no<br />
desenvolvimento recente da economia estadual, alguns pontos importantes merecem<br />
destaque:<br />
i) em primeiro lugar, a constatação esperada de uma forte concentração dos<br />
recursos, da atividade econômica e do dinamismo da economia estadual na<br />
mesorregião do Leste Sergipano. Com efeito, em 2002, essa mesorregião, que<br />
ocupava quase 40% do território, concentrava dois terços da população, detinha a<br />
maior densidade populacional (142,3% de pessoas/Km 2 ) do Estado;<br />
82
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
ii) em segundo lugar, a concentração da atividade econômica se expressa<br />
numa forte gravitação do PIB também na mesorregião do Leste Sergipano. De fato,<br />
em 2002, quase 72% da renda estadual era gerada pelas atividades localizadas nessa<br />
mesorregião, enquanto quatro de suas microrregiões (Baixo Continguiba, Estância,<br />
Japaratuba e Aracaju) eram as únicas, no Estado, com nível de renda per capita<br />
superior à média do Estado. Para ilustrar, chama a atenção que o PIB per capital da<br />
microrregião do Baixo Continguiba, a mais alta do Estado em 2000, era mais de duas<br />
vezes superior à média do Estado, enquanto, no outro extremo, a da microrregião de<br />
Boquim não alcançava sequer a metade daquele nível;<br />
iii) em terceiro lugar, classificando-se o PIB por setor, para captar sua<br />
distribuição regional, percebe-se que a mesorregião do Leste Sergipano detinha, em<br />
2002, cerca de dois terços do produto industrial, três quartos do produto do setor de<br />
serviços e cerca de metade do produto agropecuário;<br />
iv) em quarto lugar, cabe assinalar que, quanto à vocação agrícola regional, na<br />
mesorregional do Leste Sergipano predominavam, em 2003, as culturas permanentes<br />
com quase dois terços; no Agreste Sergipano, as culturas temporárias respondiam por<br />
cerca de três quartos do valor da produção das culturas em conjunto; e no Sertão<br />
Sergipano as culturas temporárias equivaliam a 97% do total;<br />
v) em quinto lugar, em termos da distribuição regional dos efetivos, a pecuária<br />
bovina, pela importância da dimensão das terras agricultáveis que ocupa, encontrava-<br />
se disseminada de forma relativamente equilibrada entre as mesorregiões, em 2003,<br />
contando o Leste Sergipano com 38%, o Agreste com 34% e o Sertão com 28%. A<br />
avicultura, por sua vez, mais concentrada no Leste (51%) e no Agreste (31%) e no<br />
Sertão, com apenas 18%.<br />
1.5 - O Comércio Internacional e Interestadual 37<br />
Em princípio, dois fatores se prestam para explicar a situação da economia de<br />
Sergipe no contexto de suas relações comerciais com as demais economias. Seja no<br />
seu comércio com o exterior, seja no comércio com as economias estaduais no seu<br />
entorno, esses fatores afloram. O primeiro, que afeta todas as economias regionais,<br />
está associado às mudanças, a partir de fins da década de oitenta, nas políticas<br />
comerciais adotadas pela economia brasileira.<br />
37 A fonte das informações do comércio externo e interestadual são os dados da Secretaria de Comércio<br />
Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo e o Conselho Nacional<br />
de Política Fazendária.<br />
83
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
E o segundo que envolve dois aspectos. De um lado, o reduzido porte de sua<br />
economia, tanto em termos territoriais, como o do seu mercado que, por aproximação,<br />
pode ser medido pelo tamanho de sua população ou do seu PIB. 38 E, por outro lado, a<br />
situação geográfica sui-generis da economia de um estado que se situa entre as duas<br />
maiores economias da região Nordeste; ao sul, a economia baiana, com o maior<br />
parque industrial da região, e ao norte, a economia de Pernambuco que conta, além<br />
de um parque industrial diversificado, com sua antiga e tradicional vocação comercial<br />
e uma reconhecida competência no setor de serviços que atraem uma significativa<br />
demanda de toda a região Nordeste.<br />
Não está implícita nessa constatação uma avaliação das vantagens ou<br />
eventuais desvantagens da situação descrita, ela serve apenas como referência para<br />
analisar os dados do comércio da economia sergipana. Com efeito, os dois fatores<br />
assinalados têm implicações, o primeiro, em particular com a situação passada e atual<br />
da economia sergipana no que se refere ao comércio internacional e o segundo<br />
quanto à posição relativa de sua economia em relação ao comércio interestadual vis-<br />
à-vis às demais economias estaduais.<br />
1.5.1 - A Balança Comercial com o Exterior<br />
De 1980 a 2004, as exportações da economia de Sergipe cresceram, em<br />
termos nominais, a um ritmo de 6% a.a., enquanto as importações se ampliavam a<br />
7,6% a.a. O <strong>desempenho</strong> das exportações foi favorável, num período ininterrupto de<br />
doze anos até 1992, quando se expandiram acima das importações, alcançando em<br />
1992, um valor de U$ 45,3 milhões. Então seu crescimento se deu a uma expressiva<br />
taxa média anual de 11,5%, enquanto o das importações recuava a - 0,9% ao ano. Em<br />
decorrência desse <strong>desempenho</strong> favorável, acumulou-se até 1992 um superávit de US$<br />
470 milhões de dólares. Entre 1993 e 2000, o comércio com o exterior inverteu-se,<br />
crescendo as exportações a 1,9% ao ano e as importações a 13,5%, iniciando-se um<br />
período de sucessivos déficits na balança comercial de Sergipe com o Exterior (Ver<br />
Tabela 49). 39<br />
38<br />
Enquanto seu território representa 1,4% do Nordeste, seu PIB corresponde a 0,5% do PIB regional e<br />
sua população a 3,7%.<br />
39<br />
Essa inflexão se deu, mesmo tendo as exportações atingido o valor de US$ 55,9 milhões de dólares,<br />
em 1996.<br />
84
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 49<br />
Sergipe: balança comercial<br />
1980 – 2004 (Em US$ 1.000 FOB)<br />
Anos Exportação Importação Saldo<br />
1980 11.068 16.310 (5.242)<br />
1981 142.711 7.850 134.861<br />
1982 167.998 2.838 165.160<br />
1983 24.323 1.908 22.415<br />
1984 35.758 9.966 25.792<br />
1985 30.478 8.152 22.326<br />
1986 17.187 16.216 971<br />
1987 25.928 12.112 13.816<br />
1988 34.787 14.905 19.882<br />
1989 28.005 12.496 15.509<br />
1990 38.203 23.670 14.533<br />
1991 26.434 16.778 9.656<br />
1992 45.331 14.563 30.768<br />
1993 25.671 34.665 (8.994)<br />
1994 33.957 69.162 (35.205)<br />
1995 22.460 76.260 (53.800)<br />
1996 55.944 138.724 (82.780)<br />
1997 39.628 124.716 (85.088)<br />
1998 31.210 109.451 (78.241)<br />
1999 21.958 97.111 (75.153)<br />
2000 29.761 94.382 (64.621)<br />
2001 20.771 101.891 (81.120)<br />
2002 37.604 101.886 (64.282)<br />
2003 38.813 97.152 (58.339)<br />
2004 47.673 101.051 (53.378)<br />
Fonte: Secex/MDIC<br />
A partir de 2001, as exportações recuperaram o nível alcançado em 1992,<br />
quando atingiram US$ 47,8 milhões, em 2004. Graças à mudança de patamar das<br />
importações, que quase dobraram seu valor a partir de 1996, essa recuperação não foi<br />
suficiente para reverter a tendência deficitária da economia sergipana. Em parte, o<br />
crescimento de 13,5% a.a. das importações e de 1,9% a.a.das exportações, de 1993 a<br />
2000, foi uma decorrência das mudanças feitas nos instrumentos da política de<br />
comércio externo, medidas que foram reforçadas no curso de adoção do Plano Real a<br />
partir de 1994.<br />
Essa inflexão no comércio internacional de Sergipe, a partir de 1992, se deve<br />
em parte a dois fatores. Em primeiro lugar, o processo de liberalização comercial<br />
iniciado com a eliminação das principais barreiras não tarifárias e a adoção de forte<br />
redução tarifária desde o ano de 1988 que estimularam o aumento das importações.<br />
Em segundo, a apreciação da moeda nacional, processo que se configurou a partir de<br />
1992, acentuando-se com a política cambial do Plano Real e que atuou como<br />
85
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
desestímulo às exportações. 40 Esses dois processos estão por trás dos números<br />
representados, em síntese, no Gráfico 4 que revela a mudança de sentido nos fluxos<br />
do comércio externo a partir de 1993, quando a economia sergipana passou da<br />
condição de superavitária a deficitária em sua balança comercial.<br />
(US$1000 FOB)<br />
180.000<br />
160.000<br />
140.000<br />
120.000<br />
100.000<br />
80.000<br />
60.000<br />
40.000<br />
20.000<br />
0<br />
Gráfico 4<br />
Sergipe: Evolução do valor das Exportações e Importações<br />
(1980 – 2004) Em US$ 1.000 FOB<br />
1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004<br />
Fonte: Secex/MDIC (elaboração Ceplan)<br />
Exportação<br />
Importação<br />
Para comparar a situação da economia sergipana com a de outros estados<br />
nordestinos, faz-se um cotejo da situação de cada um em termos da situação de sua<br />
balança comercial. Um exame do Gráfico 5 evidencia a diversidade de situações face<br />
aos efeitos das mudanças na política comercial tanto quanto às medidas, que<br />
propiciaram a abertura da economia, a partir do início da década de noventa, como no<br />
que diz respeito à influência da desvalorização cambial, a partir de 1999.<br />
Essa diversidade pode ser inferida ao se observar as diferenças em termos de<br />
média anual, nos dois períodos, do saldo comercial de cada economia estadual.<br />
Merece destaque a constatação de que todas elas, guardadas as diferenças de porte,<br />
40 A tarifa média, de 38,5%, em 1998, caiu para 19,2% em janeiro de 1992, reduzindo-se, em ritmo mais<br />
lento, a 14%, no final de 1995. Ver Márcio de Oliveria Júnior: “A liberalização comercial brasileira e os<br />
coeficientes de importação – 1990/95”. IPEA/Rio de Janeiro, 2000 (texto para discussão 703)<br />
86
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
diversificação econômica e presença no mercado internacional, apresentavam uma<br />
situação superavitária em sua balança comercial entre 1980 e 1992.<br />
No período seguinte, quatro economias estaduais, à frente a do estado de<br />
Pernambuco seguida por Ceará, Sergipe e Paraíba absorvem a maior parte do<br />
impacto da abertura comercial, ao apresentarem um déficit que, em conjunto, equivale<br />
a 1,7 vezes o superávit comercial da região Nordeste. Mais de dois terços (64%) do<br />
déficit cabe à economia de Pernambuco.<br />
De outra perspectiva, isso significa que as demais economias que, ao contrário,<br />
mantiveram uma situação superavitária, em que pese a redução do saldo médio em<br />
quase metade da economia baiana, foram capazes de se adaptarem às mudanças na<br />
política comercial, na maioria dos casos, expandindo suas exportações – a exemplo<br />
do Maranhão, Alagoas e Rio Grande do Norte. Essas economias não apenas têm<br />
vantagens competitivas em alguns produtos no comércio internacional, como se<br />
beneficiaram da desvalorização cambial de janeiro de 1999.<br />
Gráfico 5<br />
Nordeste: média do saldo comercial dos Estados em períodos selecionados<br />
Bahia<br />
Sergipe<br />
Alagoas<br />
Pernambuco<br />
Paraíba<br />
Rio Grande do Norte<br />
Ceará<br />
Piauí<br />
Maranhão<br />
Fonte: Secex/MDIC (Elaboração Ceplan)<br />
1983 – 1992 e 1993 – 2004 (Em US$ 1.000 FOB)<br />
-500.000 -300.000 -100.000 100.000 300.000 500.000 700.000 900.000<br />
(US$1.000 FOB)<br />
1980-1992<br />
1993-2004<br />
Nos casos do Maranhão e da Bahia, o setor externo cumpre um papel<br />
estratégico para o crescimento de suas economias. Com efeito, enquanto no ano de<br />
87
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
2002 as exportações representam 11,3% do PIB baiano, elas equivaliam a 21,7% do<br />
PIB maranhense. No extremo oposto dessa escala estão Sergipe (1,2%), Pernambuco<br />
(2,6%) e Paraíba (3%). Ver Tabela 50.<br />
Tabela 50<br />
Nordeste e estados: Participação relativa das exportações e importações no PIB total<br />
Regiões<br />
1990 – 2002 (em %)<br />
1990 1996 2002<br />
Exportação Importação Exportação Importação Exportação Importação<br />
Nordeste 5,1 2,5 3,8 4,1 7,5 7,5<br />
Maranhão 12,0 2,7 10,0 5,9 16,7 21,7<br />
Piauí 1,6 0,3 1,6 1,3 2,3 0,6<br />
Ceará 3,1 1,5 2,4 5,3 6,6 7,6<br />
Rio Grande do<br />
Norte<br />
2,7 0,7 1,6 1,7 5,6 2,9<br />
Paraíba 1,3 0,9 1,6 2,8 3,0 2,0<br />
Pernambuco 3,3 1,8 1,6 3,8 2,6 6,8<br />
Alagoas 8,9 1,8 5,7 3,7 10,0 4,1<br />
Sergipe 1,4 0,9 1,3 3,3 1,2 3,1<br />
Bahia 7,0 4,3 5,6 4,5 11,3 8,9<br />
Fonte: IBGE-Contas Regionais e MDIC-SECEX (elaboração Ceplan)<br />
1.5.2 - A Pauta de Exportações de Sergipe<br />
A constatação de um <strong>desempenho</strong> favorável das exportações, por um período<br />
ininterrupto de mais de uma década, não deve ser tomado como um sinal de que a<br />
economia sergipana depende de maneira crítica do comércio internacional. Fica<br />
evidente, por seu reduzido coeficiente de exportação, que esse componente da<br />
demanda agregada não é determinante para o dinamismo de sua economia. Isso não<br />
significa desconsiderar as vantagens que detém nas exportações de suco de frutas,<br />
com especial destaque para o suco de laranja 41 , além da trajetória de diversificação de<br />
sua pauta de exportações de alguns produtos industriais.<br />
Para melhor compreender a natureza da inserção da economia de Sergipe no<br />
comércio internacional, convém examinar mais de perto sua pauta de exportações ao<br />
longo dos últimos quinze anos. Algumas inferências podem ser extraídas de um<br />
exame da Tabela 51 que discrimina o conjunto dos principais produtos exportados<br />
para alguns anos selecionados.<br />
41 Denotando a importância desse produto na pauta de exportações do Estado, em 2003, elas<br />
representavam 94% das exportações regionais de suco de laranja.<br />
88
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 51<br />
Sergipe: Valor e estrutura das exportações para anos selecionados<br />
segundo os principais produtos<br />
Anos selecionados (1990 – 2004)<br />
Descrição<br />
1990<br />
Absol. %<br />
1995<br />
Absol. %<br />
2000<br />
Absol. %<br />
2004<br />
Absol. %<br />
Suco de laranja 34.948 91,5 9.727 43,3 14.760 49,6 28.240 59,2<br />
Tecidos, fios e outros 96 0,3 9.997 44,5 1.503 5,1 4.344 9,1<br />
Vestuário (artefatos confeccionados) 2.022 5,3 914 4,1 4.627 15,5 1.198 2,5<br />
Calçados diversos --- --- 6 0,0 163 0,5 1.677 3,5<br />
Adubos e fertilizantes (uréia) --- --- 1.187 5,3 2.408 8,1 2.333 4,9<br />
Peixes, camarões e lagostas 295 0,8 --- --- --- --- --- ---<br />
Plástico e borracha e suas obras 279 0,7 3,0 0,0 --- --- 0 0,0<br />
Equipamentos elétrico-eletrônicos --- --- --- --- 35 0,1 371 0,8<br />
Minerais não-metálicos (cimento) 16 0,0 --- --- --- --- 6.776 14,2<br />
Produtos de minerais metálicos<br />
(embalagens)<br />
--- --- --- --- 4.377 14,7 409 0,9<br />
Produtos Químicos (art. de perfumaria) 291 0,8 529 2,4 333 1,1 1.476 3,1<br />
Produtos Alimentícios 253 0,7 70 0,3 65 0,2 84 0,2<br />
Couros e peles --- --- --- --- 1.344 4,5 573 1,2<br />
Demais produtos 3,0 0,0 21 0,1 146 0,5 192 0,4<br />
TOTAL<br />
Fonte: MDIC - SECEX (elaboração CEPLAN)<br />
38.203 100,0 22.453 100,0 29.761 100,0 47.673 100,0<br />
Notas:valores nominais a preços correntes em US$ 1.000 FOB<br />
O primeiro aspecto a destacar refere-se à concentração na pauta de<br />
exportações de Sergipe em um conjunto limitado de produtos. Trata-se de um grande<br />
produtor e exportador de suco de laranja, tradição que é refletida na importância desse<br />
item na sua pauta de exportação, já em 1990, com 91,5% do total. Nesse ano, quase<br />
todas as exportações se concentravam em apenas dois grupos de produtos, se<br />
incluirmos também o grupo tecidos e vestuário (5,6%).<br />
O segundo aspecto refere-se à ainda incipiente, mas persistente trajetória de<br />
diversificação da pauta de exportações. Algo que é revelado, cinco anos depois, com a<br />
introdução de novos produtos. Em 1995, cerca de 48,6% do total exportado era<br />
constituído de produtos da industria têxtil, como tecidos, fios diversos e vestuário.<br />
Além desses, iniciam-se as exportações de uréia, classificada no grupo de adubos e<br />
fertilizantes (5,3% da pauta) e de alguns produtos da indústria química mais<br />
especificamente óleo essência de laranja.<br />
A diversificação da pauta de exportações se acentua, a partir de 2000, para<br />
além dos produtos já citados anteriormente, passando a economia sergipana a<br />
exportar produtos com base em minerais metálicos, a exemplo de embalagem e<br />
tampas de metal comum como o alumínio e o ferro (14,7% do total exportado ou US$<br />
89
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4,3 milhões). Além desses, destacam-se artigos de couro e peles com 4,5% das<br />
exportações.<br />
Os grupos de suco de laranja, produtos têxteis (tecido e vestuário) e adubos e<br />
fertilizantes mantêm a média do volume exportado entre os anos de 2000 e 2004. Os<br />
grandes destaques nesse período são as exportações de cimentos do tipo “portland”<br />
que chegaram a representar 14,2% e calçados diversos representando 3,5% do total<br />
exportado no ano de 2004.<br />
1.5.3 - As Importações de Sergipe<br />
Se a pauta de exportações da economia sergipana concentra-se em poucos<br />
produtos, as importações distribuem-se por um espectro mais variado de produtos que<br />
incluem preponderantemente insumos industriais, bens intermediários e de capital,<br />
utilizados por sua indústria. A absorção desses tipos de produtos é um sinal de que,<br />
em que pese o crescente déficit comercial, eles se destinam à realização de<br />
investimentos na economia local.<br />
Para uma caracterização desse aspecto, estão discriminados na Tabela 52 os<br />
diversos produtos importados pela economia de Sergipe, destacando-se alguns anos<br />
ou médias de anos em que houve mudança do patamar do valor importado. No início<br />
dos anos noventa, as importações de Sergipe (90% delas) concentravam-se em dois<br />
tipos de produtos: máquinas, aparelhos e equipamentos eletro-eletrônicos e suas<br />
partes, com 74%, equivalente a um valor importado de US$ 17,5 milhões (FOB) e o<br />
grupo de algodão, restrito a algodão cru ainda para debulhar (16%). No primeiro grupo<br />
incluíam-se teares de vários tipos e suas peças, máquinas de cortar carvão e rochas e<br />
suas partes, máquinas para aglomerar combustíveis minerais, entre diversas peças e<br />
partes de outras máquinas e equipamentos.<br />
90
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 52<br />
Sergipe: valor e estrutura das importações para anos selecionados segundo os<br />
principais produtos<br />
Anos selecionados (1990 - 2004)<br />
Descrição<br />
1990<br />
Média<br />
1996 -1998<br />
1999<br />
Média<br />
2001 - 2004<br />
Absol. % Absol. % Absol. % Absol. %<br />
Cereais (trigo, arroz, malte) 330 1,4 21.376 17,2 21.780 22,4 15.711 15,6<br />
Algodão<br />
Tecido, fios (de lã, algodão, poliester, seda)<br />
3.791 16,0 24.271 19,5 26.037 26,8 14.644 14,6<br />
e aviamento 146 0,6 628 0,5 1.187 1,2 3.851 3,8<br />
Vestuário, calçados e acessórios --- --- 18 0,0 --- --- --- ---<br />
Prod. Químicos<br />
Combustível mineral (derivados do<br />
895 3,8 678 0,5 443 0,5 9.931 9,9<br />
petróleo)<br />
Máquinas e aparelhos elétricos eletrônicos<br />
14 0,1 95 0,1 1.499 1,5 4.296 4,3<br />
e suas partes 17.466 74,0 57.482 46,2 9.399 9,7 31.264 31,1<br />
Veículos, embarcações e aeronaves<br />
Prod. Metálicos (chapas de alumínio, ferro,<br />
--- --- 994 0,8 7.704 7,9 714 0,7<br />
tubos de aço) 125 0,3 9.520 7,7 15.199 15,6 11.613 11,6<br />
Minerais não metálicos<br />
Prod. de plásticos ou borracha (tubulações<br />
7 0,0 115 0,1 509 0,5 185 0,2<br />
e peças de máquinas) 202 0,9 2.330 1,9 1.268 1,3 5.126 5,1<br />
Peixes, crustáceos e frutos do mar --- --- 2.098 1,7 1.801 1,9 1.212 1,2<br />
Adubos e fertilizantes 115 0,5 1.998 1,6 703 0,7 --- ---<br />
Prod. Alimentícios 481 2,0 2.154 1,7 8.997 9,3 820 0,8<br />
Demais produtos 99 0,4 543 0,4 603 0,6 557 0,6<br />
TOTAL<br />
Fonte: MDIC - SECEX (elaboração CEPLAN)<br />
23.671 100,0 124.297 100,0 97.129 100,0 100.495 100,0<br />
Notas:valores nominais a preços correntes em US$ 1.000 FOB<br />
Em comparação a 1990, as importações mais do que quintuplicaram seu valor,<br />
na média de 1996-98, elevando-o para US$ 124,3 milhões. Mantêm-se as importações<br />
dos principais grupos de produtos máquinas, aparelhos e equipamentos eletro-<br />
eletrônico e suas partes (46,2%), algodão (19,5%) e cereais (17,2%). No primeiro<br />
grupo, destacam-se turbinas hidráulicas de alta potência e suas partes e veículos e<br />
equipamentos de elevação e perfuração e suas partes, provavelmente destinados à<br />
realização de investimentos na barragem de Xingó, além de máquinas de cortar<br />
carvão e rocha e aparelhos de tomografia computadorizada, ecógrafos, equipamentos<br />
de medir e controlar tensão e análise de circuitos digitais e suas partes.<br />
Além dos três principais grupos, novos produtos ampliaram sua participação:<br />
produtos metálicos (chapas de alumínio, ferro e tubos de aço) com 7,7% valor total<br />
importado; um conjunto de outros grupos também passou a ter importância, adubos e<br />
fertilizantes (cloreto de potássio); peixes e crustáceo e frutos do mar (bacalhau,<br />
sardinha, cavala e merluza); tecidos (de algodão, seda, tecidos sintéticos, poliéster,<br />
91
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
veludo, etc) que juntos representavam, em média dos três anos, quase 7% do valor<br />
das importações.<br />
Em 1999, quando se observa uma redução do valor importado, foram três os<br />
produtos de maior valor: algodão com cerca de US$ 26,8% do valor total; cereais com<br />
22,4%, produtos metálicos e suas obras (em forma bruta, em chapas, em barras e<br />
ligas), com 15,6%. Os três representavam quase 65% do valor total importado. Além<br />
desses produtos, chama atenção, no grupo veículos, embarcações e aeronaves (7,9%<br />
do total) a importação de uma aeronave no valor de US$ 7,4 milhões e, no grupo<br />
produtos alimentícios, quase sete toneladas de alho (fresco ou congelado), no valor de<br />
US$ 4,8 milhões, e US$ 4,4 milhões de dólares de importações de produtos da<br />
indústria de moagem (malte).<br />
Nos últimos quatro anos da série a partir de 2001, o valor das importações<br />
retomou, em média dos quatro anos, o patamar de cerca de US$ 100 milhões. Nesse<br />
período, o grupo de maior destaque foi o de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos<br />
com um valor médio de US$ 31,3 milhões, ou 31,1% do valor total. Nesse grupo, o<br />
item de reatores, caldeiras, máquinas e suas partes absorveu sozinho mais de US$<br />
18,8 milhões em valores nominais, em 176 sub-itens e 77 mil unidades entre peças de<br />
máquinas, bombas, válvulas, engrenagens, motores a vapor e a derivados do petróleo,<br />
máquinas de tear e tingir e suas peças. Mantiveram também ponderável peso, os<br />
produtos tradicionalmente importados tais como cereais (15,6%) e algodão (14,6%).<br />
Deve ser notado também o grupo produtos químicos (orgânicos e inorgânicos) que<br />
inclui produtos tais como: aminoácidos, lactonas, derivados do álcool, cloridratos,<br />
derivados da indústria farmacêutica, amoxicilina, ceflacor e cefalexina, medicamentos<br />
e similares; esse grupo alcançou quase 10% do valor das importações nos últimos<br />
anos analisados. 42<br />
1.5.4. - Principais Empresas Exportadoras e Importadoras<br />
O exame das exportações da economia de Sergipe, segundo seus principais<br />
produtos, revela que essas se originam predominantemente da atividade industrial,<br />
restringindo-se a um pequeno conjunto de empresas e produtos, mas apresenta uma<br />
trajetória de diversificação da pauta, sobretudo nos últimos anos. A base de dados da<br />
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), além de classificar as exportações e<br />
importações por produtos, as discrimina por empresas, para os anos recentes,<br />
distribuindo-as por estratos de valor exportado e importado. Esse conjunto de<br />
42 Para ver a distribuição das importações por tipo de uso, Tabela 15 do Anexo Estatístico.<br />
92
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
informações e o conhecimento da localização das empresas permitem fazer algumas<br />
inferências (ver Tabela 53).<br />
Tabela 53<br />
Sergipe: principais empresas por extrato de valor das exportações e importações<br />
(2001 – 2004)<br />
Em US$ milhões FOB<br />
Discriminação<br />
2001 2002 2003 2004<br />
1
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Santista Têxtil fez exportações nesse estrato, no ano de 2001, reduzindo o valor<br />
exportado para a faixa de um a dez milhões de dólares nos demais anos.<br />
Nesse último estrato, os destaques são para as empresas Sergipe Industrial,<br />
Santista Textil e Petrobrás (Fábrica de Fertilizantes do Nordeste-Fafen), as duas<br />
primeiras no município de Aracaju. As empresas Calçados Azeléia e Cimesa surgem<br />
no mercado nos dois últimos anos, com exportações de calçados e cimento,<br />
respectivamente.<br />
No estrato de dez a cinqüenta milhões de dólares, as principais empresas<br />
importadoras são Petrobrás, Moinho Sergipe e, nos dois últimos anos, a EMS Indústria<br />
Farmacêutica. A única empresa importadora de comércio é a G. Barbosa. Todas<br />
demais são empresas industriais. 44<br />
1.5.5. - O Comércio Interestadual<br />
Um exame do comércio interestadual de Sergipe traz à tona o aspecto já<br />
mencionado da influência da proximidade de sua localização geográfica às duas<br />
principais economias da Região, a baiana e a pernambucana. Esta última com um<br />
papel reconhecido desde longa data como entreposto comercial para todo o mercado<br />
da região nordestina.<br />
A única fonte atual conhecida de dados do comércio interestadual são as<br />
estatísticas de entradas (compras) e saídas (vendas) informadas pelos contribuintes e<br />
não contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte<br />
e Comunicações (ICMS) de cada unidade da federação. Trata-se de uma base de<br />
informações administrativas fornecidas periodicamente pelas secretarias da fazenda<br />
estadual ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e divulgadas na sua<br />
página eletrônica. Como se trata de uma informação declarada e não coletada com a<br />
finalidade de servir como dados para pesquisas, inferências e conclusões sobre o<br />
comércio entre os estados devem ser encaradas com a devida cautela. Para um<br />
exame do comércio interestadual da economia sergipana, resumiram-se os dados de<br />
comércio na Tabela 54, classificados por região de origem e destino para os anos<br />
1997 e 1999, as informações disponíveis mais recentes.<br />
44 Ver relação das empresas exportadoras e importadoras na tabela 16 do Anexo Estatístico.<br />
94
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 54<br />
Sergipe: exportações e importações interestaduais e saldo comercial por grandes<br />
regiões<br />
(1997 e 1999)<br />
Anos/fluxos Norte Nordeste Sudeste Sul<br />
Centrooeste<br />
Total<br />
valores absolutos (R$ milhões)<br />
Importação<br />
1997 30,3 1202,3 886,7 461,0 47,5 2627,9<br />
1999 57,8 1379,1 886,4 203,7 50,8 2577,7<br />
Exportação<br />
1997 33,8 734,5 500,3 56,0 37,1 1361,8<br />
1999 58,4 895,4 541,6 95,0 47,2 1637,5<br />
Saldo<br />
1997 3,5 -467,7 -386,4 -405,0 -10,4 -1266,1<br />
1999 0,6 -483,7 -344,8 -108,7 -3,5 -940,2<br />
valores relativos<br />
Importação<br />
1997 1,2 45,8 33,7 17,5 1,8 100,0<br />
1999 2,2 53,5 34,4 7,9 2,0 100,0<br />
Exportação<br />
1997 2,5 53,9 36,7 4,1 2,7 100,0<br />
1999 3,6 54,7 33,1 5,8 2,9 100,0<br />
Fonte: Confaz/Cotepe (elaboração Ceplan)<br />
Pela ordem de grandeza dos valores envolvidos, a primeira constatação trivial<br />
a fazer é a de que, comparado ao comércio internacional, predomina o comércio<br />
interestadual como elemento dinâmico da demanda agregada da economia sergipana,<br />
sendo comparativamente insignificante, como se viu, o comércio internacional. 45<br />
Em segundo lugar, é evidente a predominância do comércio com a região<br />
Nordeste, muito provavelmente ressaltando o papel das duas economias estaduais<br />
mais importantes em seu comércio com Sergipe. 46 Com efeito, as exportações da<br />
economia estadual para aquela região representavam quase 55% do valor total.<br />
Terceiro, cabe chamar a atenção para a importância, na segunda posição, da<br />
região Sudeste, para a qual a economia sergipana exporta o equivalente a um terço de<br />
suas exportações.<br />
Quarto, a mesma constatação se aplica às importações, i.e. elas se<br />
originam predominantemente das regiões Nordeste e Sudeste.<br />
45 Em 1999, último ano para se dispõe das informações de comércio interestadual, a relação exportações<br />
para o exterior/PIB era igual a 0,7%, enquanto o valor exportado para os demais estados equivalia a<br />
30,1%.<br />
46 Em 1999, Sergipe comprava da Bahia o equivalente a 59,2% e de Pernambuco cerca de 20% do valor<br />
total de suas importações do Nordeste. Ver Tabela 17 no anexo estatístico.<br />
95
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Por último, o fato de que é justamente com as economias dessas duas<br />
regiões, os nordestinos à frente, que se configura a situação deficitária no comércio<br />
interestadual de Sergipe. Em menor importância, deve ser notado que a economia<br />
sergipana também apresenta déficit com as regiões Sul e Centro-Oeste, sendo<br />
superavitária apenas com a região Norte. Para uma impressão gráfica da dimensão de<br />
seu déficit, apresenta-se no Gráfico 6 os resultados, para o ano de 1999, extraídos<br />
dos dados da Tabela 54.<br />
Gráfico 6<br />
Sergipe: exportação, importação e saldo comercial interestadual<br />
com as grandes regiões do Brasil<br />
Centro-oeste<br />
Sul<br />
Sudeste<br />
Nordeste<br />
Norte<br />
1999<br />
Saldo<br />
Importações<br />
Exportações<br />
-1000,0 -500,0 0,0 500,0 1000,0 1500,0<br />
(R$ Milhões)<br />
Uma síntese do exame das informações do comércio internacional e<br />
interestadual da economia de Sergipe permite assinalar alguns pontos importantes.<br />
Quanto à primeira modalidade de comércio, merece destacar os seguintes aspectos:<br />
i) as exportações sergipanas para o exterior, pelo peso inexpressivo no PIB do<br />
Estado, não podem ser consideradas uma fonte de dinamismo importante de sua<br />
economia, embora se possa afirmar que está em curso um processo ainda incipiente<br />
de diversificação de sua pauta;<br />
ii) numa perspectiva setorial, percebe-se que as exportações sergipanas se<br />
circunscrevem a um pequeno número de empresas nos segmentos de bebidas,<br />
fertilizantes, têxtil e vestuário, calçados, produtos metálicos, minerais não metálicos, e<br />
química. Os produtos exportados incluem sucos de frutas (com destaque para suco de<br />
96
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
laranja), alimentos, embalagens metálicas, cimento, tecidos e fios, vestuário, calçados<br />
diversos, couros e peles, artigos de perfumaria, entres outros;<br />
iii) mesmo considerando-se a inflexão do comércio internacional, com o<br />
crescente déficit comercial observado depois de 1992, há evidências de que a<br />
economia sergipana tem conseguido extrair vantagens da situação deficitária, ao<br />
concentrar suas importações predominantemente em bens de capital, bens<br />
intermediários e insumos necessários à sua indústria, o que revela um esforço de<br />
ampliação, senão manutenção, dos seus investimentos.<br />
Quanto ao comércio interestadual, pode-se afirmar que, em contraposição ao<br />
comércio internacional, os fluxos desse comércio devem exercer uma forte influência<br />
na dinâmica econômica do Estado. Pode-se inferir que influem em particular nas<br />
atividades do terciário, com destaque para o comércio varejista e o atacado, e o<br />
segmento dos transportes de carga. Além disso, essa modalidade de comércio<br />
representa uma das mais importantes fontes de receita tributária para os cofres<br />
estaduais.<br />
97
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
2 – O DESEMPENHO RECENTE DA ECONOMIA SERGIPANA (2003-2004)<br />
Introdução<br />
A análise feita no capítulo anterior encerra uma preocupação de<br />
examinar, sob uma perspectiva geral, um período de três décadas, a partir de 1970, na<br />
formação da economia de Sergipe. O foco privilegiado ali é o longo prazo com<br />
destaque para a estrutura econômica do Estado, o crescimento de sua economia, e<br />
dos efeitos setoriais desse crescimento e sua influência na distribuição pessoal da<br />
renda e de indicadores que caracterizam as condições sociais. ????<br />
Neste capítulo, o objetivo é analisar o curto prazo a partir da estimativa<br />
do comportamento recente da economia, em 2003 e 2004, numa tentativa de atualizar<br />
os indicadores mais gerais da economia por meio do cálculo do PIB total e setorial<br />
para os dois anos considerados.<br />
Nesse tipo de abordagem, é comum caracterizar os aspectos mais<br />
gerais da economia internacional e o panorama da economia nacional que, no caso,<br />
formam o contexto de sustentação da análise do curto prazo, tendo em vista que as<br />
mudanças de comportamento nesse domínio mais geral influem direta e indiretamente<br />
nas variáveis relevantes do comportamento das economias locais.<br />
2.1. Contexto Internacional<br />
No panorama da economia internacional, as previsões indicam um crescimento<br />
da atividade econômica para os anos de 2005 e 2006, embora a uma taxa de<br />
crescimento menor do que a registrada em 2004. As projeções apontam na direção de<br />
uma expansão de 4,0% em 2005 e de 4,4 % em 2006. Essas estimativas têm como<br />
determinantes a manutenção das taxas de crescimento da economia norte-americana<br />
neste e no próximo ano, o crescimento da economia chinesa, ainda que em patamar<br />
mais baixo do que o registrado em 2004, além de uma gradual recuperação das<br />
economias dos países da Europa e da retomada econômica do Japão (Tabela 1).<br />
No caso da América Latina, a CEPAL prevê uma continuidade do crescimento,<br />
principalmente em relação às taxas moderadas observadas em 2003. Como destaque<br />
aparece a consolidação da recuperação da economia da Argentina, além do<br />
crescimento do México, Venezuela, Chile e Uruguai. As exportações se mantêm como<br />
o componente mais dinâmico da demanda, principalmente pelas elevadas cotações<br />
dos preços das commodities e a continuidade da expansão mundial.<br />
98
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Regiões e Países<br />
Tabela 1<br />
Economia Mundial: Crescimento Ocorrido e previsto<br />
(2004-2006)<br />
2004<br />
Anos<br />
2005 (1) 2006 (1)<br />
Economia Mundial 4,6 4,0 4,4<br />
Países Desenvolvidos 3,4 2,6 3,0<br />
Estados Unidos 4,4 3,6 3,6<br />
Zona do Euro 2,0 1,6 2,3<br />
Japão 2,6 0,8 1,9<br />
União Europeía 2,5 2,1 2,5<br />
Países em Desenvolvimento 7,2 6,3 6,0<br />
Ásia e Pacífico 8,2 7,4 7,1<br />
China 9,5 8,5 8,0<br />
India 7,3 6,7 6,4<br />
América Latina 4,6 4,3 4,4<br />
México 4,4 3,3 3,6<br />
Argentina 9,0 6,0 3,6<br />
Fontes: FMI; BNDES (Sinopse Internacional, agosto de 2005)<br />
(1) Crescimento Previsto<br />
Obs: As projeções para América Latina são da CEPAL<br />
Uma das maiores dúvidas entre os analistas recai sobre as expectativas quanto<br />
à solidez do crescimento latino-americano, ou seja, a capacidade de se manter caso<br />
se alterem as atuais condições favoráveis do mercado internacional. Um outro ponto<br />
preocupante é a possibilidade de aumento significativo da taxa de juros na economia<br />
norte-americana, o que pode acarretar, a depender da intensidade desse ajuste, uma<br />
redução na liquidez atual da economia mundial. Esse quadro inquietante está<br />
associado ainda aos desequilíbrios na balança comercial norte-americana que se pode<br />
traduzir numa desvalorização brusca do dólar com impactos negativos sobre toda<br />
economia mundial, notadamente nos países da área do Euro e no Japão, grandes<br />
clientes dos países menos industrializados.<br />
2.2. O Desempenho da Economia Brasileira nos anos de 2003 e 2004<br />
Quanto à economia brasileira, depois do decréscimo, acumulado ao longo do<br />
ano, de 0,3% no terceiro trimestre, motivado principalmente pelo forte ajuste fiscal e a<br />
rígida política monetária, o nível de atividade econômica iniciou uma recuperação no<br />
quarto trimestre de 2003, proporcionando o crescimento do Produto Interno Bruto<br />
(PIB) da ordem de 0,5%, taxa esta bastante inferior à verificada no ano de 2002<br />
(1,9%).<br />
99
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Com o resultado econômico do ano, o PIB per capita real decresceu 0,9%,<br />
contra a variação de 0,4% alcançada em 2002, registrando assim uma taxa média<br />
anual de 0,5% entre os anos de 2000 e 2003. Segundo dados do IBGE, o crescimento<br />
médio real anual do PIB nos últimos dez anos (1994-2003) foi de 2,1%. Por outro lado,<br />
o incremento médio real anual do PIB per capita, para o mesmo período, atingiu 0,6%.<br />
Tabela 2<br />
Brasil: variação percentual dos componentes do PIB pela ótica da demanda<br />
Componentes do PIB<br />
2002/2003 e 2003/2004<br />
Variação Real Anual ( %)<br />
2002/2003 2003/2004<br />
PIB 0,5 4,9<br />
Consumo das Famílias -1,5 4,1<br />
Consumo do Governo 1,3 0,1<br />
Formação Bruta de Capital Fixo -5,1 10,9<br />
Exportações 9,0 18,0<br />
Importações -1,7 14,3<br />
Fontes: IBGE; SEPLANTEC/SUPES<br />
Nota: 2004, previsão elaborada pela CEPLAN<br />
O magro resultado da economia brasileira em 2003 foi conseqüência da forte<br />
retração na demanda interna, provocada pela redução no consumo das famílias de -<br />
1,5% e na formação bruta de capital fixo de -5,1%, quando comparados com o ano de<br />
2002. Por outro lado, o comportamento de setor externo, com o registro de 9,0% no<br />
fluxo de exportação e -1,7% nas importações, mais uma vez sustentou o nível de<br />
atividade econômica do País (Tabela 2).<br />
Dentre os grandes setores, a agropecuária registrou a maior taxa de<br />
crescimento no ano (4,5%), impulsionada pela forte expansão das exportações e<br />
considerável incremento de produtividade da agricultura e pecuária. O setor industrial,<br />
com o pequeno acréscimo de 0,07%, foi fortemente influenciado pela queda de 5,2%<br />
na atividade da construção civil, em razão da redução dos investimentos, contração da<br />
renda das famílias e condições desfavoráveis de crédito para habitação. Influiu<br />
também o fraco <strong>desempenho</strong> da indústria extrativa mineral (2,9%), da indústria de<br />
transformação (1,1%) e dos serviços industriais de utilidade pública (2,7%).<br />
O Setor de Serviços, com participação de 50,4% no PIB a preços básicos no<br />
ano de 2002, cresceu 0,6% em 2003, com destaque para o <strong>desempenho</strong> das quatro<br />
principais atividades desse segmento, que juntas participam com cerca de 40,2% do<br />
PIB global: Comércio (-1,9%), intermediários financeiros (0,6%), aluguéis (1,3%) e<br />
administração pública (1,0%).<br />
A intensidade do ajuste fiscal em 2003, objetivando o aumento da receita<br />
tributária e do superávit primário, aliado à política monetária excessivamente restritiva<br />
100
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
que elevou a taxa SELIC de 22,0% em dezembro de 2002 para 25,0% em janeiro de<br />
2003, dando continuidade ao acréscimo de juro até a SELIC atingir 26,5% em meados<br />
de junho, acarretou significativos decréscimos nas variações do consumo final (-0,8%)<br />
e do investimento fixo (-5,1%). Em conseqüência, o coeficiente de investimento caiu<br />
de 18,3% do PIB em 2002 para 17,8%, o pior resultado alcançado nos últimos cinco<br />
anos.<br />
Vale ressaltar que, apesar do frustrante <strong>desempenho</strong> em 2003 a taxa do PIB,<br />
no último trimestre, se expandiu em 1,8%, em relação ao trimestre anterior. Esse<br />
resultado foi indício de um maior dinamismo da economia nessa fase, conforme<br />
ratificado pelo comportamento das variáveis setoriais e dos componentes da<br />
demanda. Os três grandes setores apresentaram crescimento nesse período e os<br />
segmentos da demanda agregada mostraram importante aquecimento: consumo das<br />
famílias (1,6%), consumo do governo (0,1%), formação bruta de capital fixo (4,0%),<br />
exportação (5,5%) e importação (8,3%).<br />
No início do ano de 2004 a expectativa de expansão do PIB girava em torno de<br />
3,5%, a julgar pelos indicadores de produção setoriais disponíveis - principalmente<br />
para o segmento da agropecuária - e pela perspectiva de continuidade de recuperação<br />
da demanda interna. Além disso, a condução da política monetária já dava fortes<br />
sinais de abrandamento da taxa de juros, que vinha caindo a partir de julho de 2003,<br />
de 26,5% para 26,0%, atingindo a 16,50% em janeiro de 2004.<br />
O ciclo de expansão do nível de atividade econômica, esboçado a partir do<br />
terceiro trimestre de 2003, manteve-se durante 2004, proporcionando, no fechamento<br />
do ano, a taxa de crescimento do PIB da ordem de 4,9%, constituindo-se no segundo<br />
melhor resultado da economia brasileira desde o ano de 1990. Entre os anos de 1991<br />
e 2004 as maiores variações de volume do PIB aconteceram em 1993 e 2004 (4,9%) e<br />
1994 (5,9%), esta última sob influência da conjuntura favorável criada pela<br />
implantação do plano de estabilização econômica, ou Plano Real, em julho daquele<br />
ano.<br />
Com a evolução do Produto Interno Bruto, verificada no ano, o PIB per capita<br />
real, a preços de 2004, atingiu a cifra de R$ 9.728,84, registrando crescimento de<br />
3,4% em relação a 2003. O incremento médio real anual do PIB nos últimos dez anos<br />
(1995-2004) foi de 2,2%. Por outro lado, a variação média real anual do PIB per capita,<br />
para o mesmo período, apresentou crescimento de 0,7%.<br />
O resultado obtido pela economia brasileira em 2004 se deveu principalmente à<br />
recuperação da demanda interna, em conseqüência da evolução favorável de<br />
101
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
fundamentos econômicos, que estimulou os investimentos fixos, bem como da<br />
melhoria de crédito, da ampliação da renda e da continuidade do <strong>desempenho</strong> do<br />
comércio exterior.<br />
O comportamento da economia foi capitaneado pela produção industrial e<br />
agropecuária, com variações reais de 6,2% e 5,3% respectivamente, em relação ao<br />
ano de 2003. O setor primário foi impulsionado fundamentalmente pelas exportações,<br />
ao passo que o industrial favoreceu-se, praticamente, do <strong>desempenho</strong> de todos os<br />
subsetores, a exceção da produção extrativa mineral. A indústria de transformação,<br />
influenciada pela evolução do crédito, que alavancou a produção de bens de consumo<br />
duráveis voltada para o mercado interno e também pela continuidade do crescimento<br />
das exportações, registrou a excelente variação de 7,7%.<br />
A indústria da construção civil, em razão da retomada dos gastos com<br />
investimentos, registrou o significativo incremento real de 5,7% e a atividade de<br />
serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, gás e água) registrou a taxa<br />
de 4,6%, refletindo assim a recuperação da economia durante o ano de 2004. No setor<br />
secundário, apenas a atividade da indústria extrativa mineral apresentou queda de<br />
produção em relação a 2003, da ordem de 0,7% em conseqüência do recuo de 0,9%<br />
na produção de petróleo.<br />
O setor de serviços, com participação de 53,1% do PIB a preço básico<br />
brasileiro em 2004, registrou crescimento real de 3,3%, com variações positivas em<br />
quase todas as suas atividades: Comércio (7,9%); Transporte (4,9%); Comunicações<br />
(-1,4%); Instituições Financeiras (4,2%); Outros Serviços (5,6%); Aluguéis (1,8%) e<br />
Administração Pública (0,9%).<br />
Ao contrário do ocorrido no ano de 2003, o significativo resultado registrado<br />
pela economia brasileira em 2004 foi decorrente em grande parte da expansão da<br />
demanda interna, impulsionada pelo incremento no consumo das famílias de 4,1%,<br />
que participou, em 2004, com 55,2% do PIB, e na formação bruta de capital fixo de<br />
10,9%. Por sua vez, o <strong>desempenho</strong> do setor externo, com o crescimento real de<br />
18,0% no fluxo de exportação, constituiu-se, mais uma vez, em um dos principais<br />
indutores do nível de atividade econômica do País (Tabela 2).<br />
Embora tenha ocorrido certa flexibilidade na política monetária, com redução<br />
gradual da Taxa SELIC de 16,5% em janeiro para 16,0% em setembro, retomando a<br />
partir deste mês o viés de alta e fechando o ano em 17,75%, a política fiscal não<br />
abrandou sua rigidez, na mesma proporção, durante o ano de 2004. Em virtude dessa<br />
decisão governamental, o consumo do governo registrou crescimento de 0,1% em<br />
102
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
2004 contra a variação de 1,3% no ano anterior, fazendo com que sua participação,<br />
em relação ao PIB, caísse de 19,9% para 18,8% no ano de 2004. Por outro lado, a<br />
formação bruta de capital fixo registrou o significativo incremento de 10,9%,<br />
alavancada pelos investimentos no setor privado e provocando como conseqüência<br />
elevação no coeficiente de investimento de 17,8% em 2003 para 19,6% do PIB no ano<br />
de 2004.<br />
O resultado de 0,4% alcançado pelo PIB no quarto trimestre de 2004, em<br />
relação ao trimestre imediatamente anterior, demonstrou diminuição no ritmo de<br />
crescimento da economia, o que já vinha sendo sinalizado por indicadores setoriais.<br />
Nessa mesma base de comparação, o PIB havia apresentado variações de 1,8%,<br />
1,1% e 1,3% nos três primeiros trimestres de 2004, respectivamente.<br />
Os três grandes setores apresentaram crescimento no quarto trimestre, em<br />
relação ao terceiro, estimulando expectativas favoráveis de previsão de crescimento<br />
para 2005. A estimativa esboçada para o ano pressupõe a continuidade de expansão<br />
da demanda interna, baseada na recuperação da renda das famílias, e na elevação do<br />
crédito, associada ao crescimento dos gastos em investimentos fixos, principalmente<br />
os voltados para a ampliação e melhoria da infra-estrutura básica.<br />
2.3. O Desempenho da Economia Sergipana nos anos de 2003 e 2004<br />
2.3.1. Aspectos Gerais<br />
A economia de Sergipe teve um crescimento real de 2,6% no ano de 2003,<br />
impulsionado pela maior expansão do setor agropecuário secundado pela indústria e<br />
os serviços. A agropecuária, com participação de 7,3% no Produto Interno Bruto (PIB)<br />
total, registrou a expressiva variação real de 10,7%. O setor industrial, composto pelas<br />
indústrias extrativa mineral e de transformação e os serviços industriais de utilidade<br />
pública (energia elétrica, água e gás) e a construção civil, apresentou incremento de<br />
2,0% e representava 55,0% do PIB em 2003. Já o setor terciário, constituído pelo<br />
comércio e pelos serviços - que participava com cerca de 37,7% do PIB -, registrou, no<br />
ano em referência, uma expansão de 2,1% (Tabela 3).<br />
A taxa de crescimento do PIB sergipano em 2003 (2,6%), apresentou-se pouco<br />
inferior à registrada no ano anterior (3,2%), em razão, fundamentalmente, do melhor<br />
<strong>desempenho</strong>, em 2002, do setor industrial (3,9%) influenciado pelas atividades de<br />
serviços industriais de utilidade pública (10,9%) e construção civil (4,5%). 47 Em 2003,<br />
as indústria extrativa mineral e de transformação tiveram melhor <strong>desempenho</strong> com<br />
47 Para o ano de 2002, ver tabelas 20 e 21 no Anexo Estatístico.<br />
103
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
crescimento real de 1,3% e 3,7%, respectivamente, ver Tabela 5. Com esse resultado,<br />
o PIB per capitã real de Sergipe cresceu 0,7%, contra o decréscimo de 0,9%<br />
registrado para o País em 2003.<br />
PIB - Segundo os Setores<br />
Tabela 3<br />
Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real a Preço<br />
Básico, segundo os Grandes Setores<br />
2002/2003;2003/2004 (1)<br />
Taxa de Crescimento do PIB (%)<br />
2002/2003 2003/2004<br />
PIB TOTAL 2,6 4,7<br />
Agropecuária 10,7 8,3<br />
Indústria 2,0 5,4<br />
Serviços 2,1 2,8<br />
Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES;CEPLAN<br />
(1) Estimativa preliminar da CEPLAN<br />
Mesmo tendo sido significativamente superior ao observado para a economia<br />
brasileira (0,7%), o crescimento da economia de Sergipe de 2,6%, em 2003 repete o<br />
<strong>desempenho</strong> da década de noventa (1991-2000) ao longo da qual a economia cresceu<br />
à mesma taxa, em média anual. Considerando-se, além disso, que a taxa de 2002 foi<br />
de 3,2%, constatam-se indícios de uma inflexão, a partir desse ano, para uma<br />
trajetória de crescimento acima da economia brasileira. A se confirmar essa hipótese,<br />
Sergipe estaria retomando uma tendência que se observava nas três décadas<br />
anteriores, como se constatou no capítulo anterior.<br />
Ressalta-se que a evolução da economia sergipana passou a apresentar maior<br />
dinamismo do que a nacional, a partir de 2002, impulsionada principalmente pelos<br />
bons resultados registrados pelos setores agropecuário e industrial. O Gráfico 1<br />
revela que após obter a insignificante taxa de crescimento do PIB real de 0,3% em<br />
2001, o Estado mostrou substancial recuperação nos três últimos anos.<br />
Estimativas preliminares indicam que o nível de atividade econômica de<br />
Sergipe registrou o significativo crescimento real de 4,7% em 2004, um pouco superior<br />
ao obtido pelo Produto Interno Bruto a preço básico do País (4,6%) no mesmo ano.<br />
Em conseqüência desse <strong>desempenho</strong>, o PIB per capita real do Estado apresentou<br />
incremento real de 2,9%, bastante superior ao verificado em 2003 (0,7%).<br />
O importante resultado do crescimento da economia de Sergipe em 2004, além<br />
de se sobrepor ao bom resultado do ano anterior, se constitui na maior taxa nos<br />
últimos sete anos desde 1977, quando o PIB havia alcançado 7,2%. (Gráfico 1).<br />
A expressiva taxa de crescimento obtida pela economia em 2004 deve ser<br />
creditada, da mesma forma que a do País, fundamentalmente, à recuperação da<br />
104
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
demanda interna, em virtude da avaliação favorável de fundamentos econômicos, que<br />
incentivou os investimentos fixos, bem como da melhoria do crédito, da ampliação da<br />
renda e da continuidade do bom comportamento do comércio exterior.<br />
O crescimento do PIB de Sergipe em 2004 (4,7%) foi alavancado de forma<br />
significativa pela expansão do setor industrial e em seguida pela agropecuária e<br />
serviços. O segmento da indústria, com participação de 55,0% no Produto Interno<br />
Bruto total e composto pelas atividades da extrativa mineral, indústria de<br />
transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil, apresentou<br />
incremento de 5,4%. A agropecuária registrou a expressiva variação de 8,3% e<br />
representava 7,3% do PIB em 2004. O setor terciário, constituído pelo comércio e<br />
demais serviços, que participava com cerca de 37,7% do PIB, apresentou em 2004,<br />
comparando-se com o ano anterior, a variação real de 2,8%, como mostra a Tabela 3.<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
7,2<br />
Gráfico 1<br />
Taxas de Crescimento Real do PIB do Estado de Sergipe<br />
0,9<br />
1,3<br />
1997/2004<br />
3,3 3,2<br />
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004<br />
Fontes: IBGE;SEPLANTEC/SUPES<br />
Nota: 2004 estimativa preliminar da CEPLAN<br />
O setor secundário, principal responsável pela excelente performance<br />
apresentada pela economia do Estado, em 2004, registrou taxa de crescimento muito<br />
superior à obtida no ano anterior (5,4%, contra 2,0%), influenciado pelo <strong>desempenho</strong><br />
da indústria de transformação (10,1%) e serviços industriais de utilidade pública<br />
(7,2%), seguidos pela construção civil (4,6%), como mostra a Tabela 5.<br />
0,3<br />
2,6<br />
4,7<br />
105
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Como parte desse grupo, a indústria extrativa mineral, com participação em<br />
torno de 33,0% do setor secundário, mostrou crescimento real de apenas 0,8%,<br />
constituindo-se,por outro lado, no segundo resultado positivo consecutivo desde 2001<br />
(Tabela 5).<br />
Gráfico 2<br />
Sergipe e Brasil: Evolução % das Taxas de Crescimento do PIB a Preço Básico<br />
5<br />
4,5<br />
4<br />
3,5<br />
3<br />
2,5<br />
2<br />
1,5<br />
1<br />
0,5<br />
0<br />
0,3<br />
1,9<br />
3,2<br />
2001-2004 (1)<br />
2,3<br />
2001 2002 2003 2004<br />
Fontes: IBGE;SEPLANTEC/SUPES<br />
2004 estimativa preliminar CEPLAN<br />
2,6<br />
0,7<br />
4,7 4,6<br />
SE BR<br />
Convém ressaltar, que a evolução do nível de atividade econômica de Sergipe,<br />
passou a registrar maior dinamismo, a partir do ano de 2002, estimulada pelos bons<br />
resultados apresentados pelos setores agropecuário e industrial. O Gráfico 2, revela<br />
que depois de um tímido crescimento em 2001 (0,3%), a economia sergipana mostrou<br />
expressiva recuperação nos três últimos anos, superando as taxas alcançadas pelo<br />
País, no mesmo período.<br />
Em conseqüência do bom <strong>desempenho</strong> da economia de Sergipe em 2004, o<br />
estado alcançou a segunda maior taxa de crescimento no nível de emprego formal<br />
(6,4%), dentre os estados do Nordeste, superando a verificada para a Região (5,4%).<br />
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, foram criados no Estado,<br />
durante o ano de 2004, 9.891 postos de trabalho, correspondendo a 4,0% do estoque<br />
de pessoas ocupadas na economia formal.<br />
106
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A análise mais detalhada dos setores produtivos, que será efetuada a seguir,<br />
mostrará que a taxa real de crescimento do PIB Sergipano, de 4,7% em 2004, pode<br />
ser creditada, em parte, ao <strong>desempenho</strong> da indústria de transformação e de algumas<br />
atividades do setor agropecuário, que possuem vinculação mais estreita com o<br />
comércio externo. Na verdade, embora Sergipe tenha um reduzido coeficiente de<br />
abertura, foi expressivo o efeito do comércio externo em algumas atividades. Com<br />
efeito, as exportações do Estado cresceram 22,8% em relação a 2003. Contribuíram<br />
para esse resultado as exportações de sucos de laranja (54,9%); cimentos “portland”<br />
(22,5%); tecidos de algodão (27,4%); outros sucos de laranja não fermentado<br />
(235,8%); outros calçados de matéria têxtil (933,0%) e rolhas e outras tampas para<br />
embalagem (99,9%).<br />
2.3.2. Agropecuária<br />
Participando com cerca de 7,3% do PIB total do Estado, o setor agropecuário<br />
registrou em 2003, a excelente taxa de crescimento de 10,7%, em relação ao ano<br />
anterior, representando o melhor resultado em volume de produção desde o ano de<br />
1985.<br />
A maior contribuição para o expressivo <strong>desempenho</strong> do setor primário, deveu-<br />
se ao significativo resultado alcançado pela atividade agrícola, com a variação real de<br />
14,0%, em comparação com a produção obtida em 2002 (ver Tabela 4). Com a<br />
participação de 41,4% do valor bruto de produção da agropecuária, a agricultura<br />
sergipana vem dando sinais de vitalidade. Em parte, o <strong>desempenho</strong> observado<br />
decorreu de expansão das áreas plantadas, entretanto a sustentabilidade depende no<br />
médio e longo prazo do crescimento da produtividade das principais culturas. Entre os<br />
anos de 2003 e 2002, a área plantada aumentou 11,7% e o rendimento médio das<br />
principais culturas cresceu substancialmente. 48<br />
Dentre as doze principais culturas pesquisadas pelo “Levantamento<br />
Sistemático da Produção Agrícola” (LSPA) do IBGE, no Estado, oito registraram<br />
variação positiva de produção física, em relação ao ano de 2002, segundo ordem<br />
decrescente: milho em grão (125,6%); abacaxi (41,0%); cana-de-açúcar (24,4%);<br />
côco-da-baia (21,2%); tomate (7,9%); banana (7,0%); amendoim (1,1%) e laranja<br />
(0,8%), como mostra a Tabela 4.<br />
O valor bruto de produção da atividade agrícola poderia ter registrado taxa de<br />
crescimento maior do que a de 14,0%, não fossem as variações negativas obtidas, em<br />
48 Ver Anexo Estatístico Tabela 22.<br />
107
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
relação a 2002 pelas culturas: arroz (-8,6%); feijão (-10,8%); fumo (-5,1%) e mandioca<br />
(-3,0%).<br />
Os dados produzidos pelo IBGE, para o ano de 2003, mostram que a área<br />
plantada das principais culturas foi superior em 11,7% à verificada em 2002, em razão<br />
principalmente, do aumento do plantio das lavouras: milho em grão (30,5%);cana-de-<br />
açúcar (29,0%); abacaxi (26,6%); banana (11,1%); tomate (8,8%); feijão (5,2%) e<br />
laranja (1,3%) 49 .<br />
Tabela 4<br />
Sergipe : Produção Física , Variação % , Participação % das Culturas<br />
Culturas<br />
e Valor Bruto de Produção da Agricultura<br />
Jan.- Dez.: 2002/ 2003/2004 - Produção ( toneladas )<br />
Produção física (t) Variação % Part. % no<br />
2002 2003 2004 2002/2003 2003/2004 Agricultura - 2004<br />
Abacaxi (1) 7.814 11.020 11.189 41,0 1,5 1,5<br />
Amendoim (em casca) 1.330 1.344 1.343 1,1 -0,1 0,3<br />
Arroz 37.757 34.496 38.226 -8,6 10,8 4,2<br />
Banana 59.655 63.823 64.936 7,0 1,7 5,6<br />
Cana-de-açúcar 1.165.378 1.449.316 1.696.508 24,4 17,1 14,0<br />
Côco-da-baia (1) 98.298 119.165 122.547 21,2 2,8 15,0<br />
Feijão 21.130 18.848 26.434 -10,8 40,2 4,9<br />
Fumo 1.752 1.663 2.009 -5,1 20,8 1,2<br />
Laranja 685.326 690.597 737.256 0,8 6,8 16,0<br />
Mandioca 449.301 435.645 470.516 -3,0 8,0 13,9<br />
Milho (em grão) 38.380 86.595 136.317 125,6 57,4 8,6<br />
Tomate 5163 5.573 4.773 7,9 -14,4 0,6<br />
Outras culturas 14,2<br />
Valor Bruto de Produção 14,0 13,6 100,0<br />
Fontes:IBGE - PAM; LSPA; SEPLANTEC/SUPES ; CEPLAN<br />
(1) Em mil frutos<br />
De 2000 a 2003, o setor agropecuário sergipano mostrou-se mais dinâmico do<br />
que os demais segmentos econômicos, tendo registrado, no período, taxa média anual<br />
de crescimento de 4,7% contra a de 1,1% do setor industrial e a de 2,2% do setor de<br />
serviços. Esse <strong>desempenho</strong> vem ocorrendo motivado não só pelos bons resultados da<br />
atividade agrícola. Participando com 45,3% do valor bruto de produção do segmento<br />
primário em 2003, a pecuária e os derivados da produção animal também vêm<br />
mostrando crescimento nos últimos anos.<br />
Dando continuidade ao expressivo <strong>desempenho</strong> que vem registrando a partir<br />
do ano de 2002, o setor agropecuário sergipano apresentou em 2004, comparando-se<br />
com o ano anterior, a significativa taxa de crescimento de 8,3% (ver Tabela 3),<br />
alcançando, por conseqüência, nesse ano, o maior índice real de volume da produção<br />
das duas últimas décadas.<br />
49 Ver anexo estatístico Tabela 23.<br />
108
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Da mesma forma que no ano de 2003, quando havia mostrado variação real do<br />
Valor Adicionado da ordem de 10,7%, o setor primário do estado teve o seu<br />
comportamento, em 2004, alavancado principalmente, pelo excelente resultado<br />
alcançado pela atividade agrícola que apresentou incremento de produção de 13,6%<br />
(Tabela 4).<br />
As informações estatísticas produzidas pelo “Levantamento Sistemático da<br />
Produção Agrícola” do IBGE, demonstram que das doze culturas pesquisadas no<br />
Estado, em 2004, apenas o amendoim (-0,1%) e o tomate (-14,4%) apresentaram<br />
queda de produção. A maioria dos demais produtos mostrou relevantes aumentos nas<br />
quantidades produzidas, como pode ser observado na Tabela 4: abacaxi (1,5%); arroz<br />
(10,8%); banana (1,7%); cana-de-açúcar (17,1%); côco-da-baía (2,8%); feijão (40,2%);<br />
fumo (20,8%); laranja (6,8%); mandioca (8,0%) e milho (57,4%).<br />
Os dados do IBGE ressaltam que a área plantada no Estado aumentou 4,0%<br />
em 2004. À exceção da banana (-5,1%), do côco-da-baía (-0,3%) e do tomate (-<br />
13,4%), a maior parte das culturas registrou incremento de área no ano passado, com<br />
destaque para: fumo (23,9%), cana-de-açúcar (11,1%), laranja (7,6%), feijão (7,0%),<br />
mandioca (6,5%) e arroz (5,6%). 50<br />
Em relação à evolução do rendimento médio, observa-se na que apenas três<br />
culturas apresentaram variação negativa: fumo (-2,5%), laranja (-0,8%) e tomate (-<br />
1,1%). Por outro lado, merecem menção pela magnitude de suas variações reais, em<br />
comparação com 2003, os produtos: milho (35,0%), feijão (13,6%), banana (7,2%) e<br />
cana-de-açúcar (5,4%). 51<br />
Convém observar que o setor agropecuário sergipano vem se apresentando<br />
como o mais dinâmico, dentre os demais, nos últimos cinco anos. Entre os anos de<br />
2000 e 2004 esse segmento registrou a taxa média real anual de crescimento de<br />
5,6%, contra às de 2,1% do setor industrial e 2,3% do segmento terciário, no mesmo<br />
período.<br />
No que se refere à evolução do emprego, segundo os dados do RAIS do<br />
Ministério do Trabalho e Emprego, o setor primário de Sergipe criou 1.283 postos de<br />
trabalho formais, em 2004, constituindo-se na atividade econômica com a maior<br />
variação (14,8%) na geração de emprego, em relação ao ano de 2003.<br />
50 Ver Anexo Estatístico Tabela 23.<br />
51 Ver Tabela 22 do Anexo Estatístico.<br />
109
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
2.3.3. Indústria<br />
Estimativas elaboradas pelo IBGE, em conjunto com a Equipe de Contas<br />
Regionais da SEPLANTEC/SUPES, apontam para o crescimento do setor industrial de<br />
Sergipe em torno de 2,0 %, em 2003.<br />
O <strong>desempenho</strong> do segmento secundário, que detinha, a participação de 55,0%<br />
do PIB do Estado em 2003,c mostrou-se bastante superior ao obtido pelo País,<br />
aproximadamente 0,1%, influenciado principalmente pelo comportamento da indústria<br />
de transformação que registrou incremento real de 3,7%, mais a contribuição da<br />
indústria extrativa mineral (1,3%), que apresentou crescimento acima do obtido no ano<br />
de 2002. As atividades de serviços industriais de utilidade pública e construção civil<br />
mostraram variações reais de 1,4% e 1,5%, respectivamente (Tabela 5).<br />
O crescimento do setor industrial sergipano no ano de 2004, foi estimado em<br />
torno de 5,4%, em relação ao ano de 2003. Esse resultado, embora inferior ao<br />
registrado, em nível nacional (6,2%), foi muito superior aos observados nos anos de<br />
2001 (-2,6%), 2002 (4,0%) e 2003 (2,0%).<br />
Contribuíram, de forma significativa, para o bom <strong>desempenho</strong> do segmento<br />
industrial do Estado, em 2004, comparando-se com o ano de 2003, as importantes<br />
taxas de crescimento real apresentadas pela Indústria de Transformação (10,1%) e<br />
Serviços Industriais de Utilidade Pública (7,2%). A Indústria Extrativa Mineral e a<br />
Construção Civil registraram variações reais de 0,8% e 4,6% ao mesmo tempo<br />
(Tabela 5).<br />
Tabela 5<br />
Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Industrial<br />
a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas<br />
Atividades econômicas<br />
2002/2003;2003/2004 (1)<br />
Taxa de Crescimento do PIB (%)<br />
2002/2003 2003/2004<br />
Indústria 2,0 5,4<br />
Indústria Extrativa Mineral 1,3 0,8<br />
Indústria de Transformação 3,7 10,1<br />
SIUP 1,4 7,2<br />
Construção 1,5 4,6<br />
Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES<br />
(1) Estimativa preliminar da CEPLAN<br />
O crescimento do setor industrial sergipano no ano de 2004 foi estimado em<br />
torno de 5,4%, em relação ao ano de 2003. Esse resultado, embora inferior ao<br />
110
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
registrado, em nível nacional (6,2%), foi muito superior aos observados nos anos de<br />
2001 (-2,6%), 2002 (4,0%) e 2003 (2,0%).<br />
Contribuíram, de forma significativa, para o bom <strong>desempenho</strong> do segmento<br />
industrial do Estado, em 2004, comparando-se com o ano de 2003, as importantes<br />
taxas de crescimento real apresentadas pela Indústria de Transformação (10,1%) e<br />
Serviços Industriais de Utilidade Pública (7,2%). A Indústria Extrativa Mineral e a<br />
Construção Civil registraram variações reais de 0,8% e 4,6% ao mesmo tempo<br />
(Tabela 5).<br />
a) Indústria Extrativa Mineral<br />
A Indústria Extrativa Mineral constitui-se na principal atividade econômica de<br />
Sergipe, tendo participado, no ano de 2003 com 20,6% da renda interna gerada no<br />
Estado. Após registrar dois anos consecutivos de desaceleração do valor adicionado,<br />
com taxas de -7,3%, entre 2001 e 2002 e de -1,0%, entre 2002 e 2001, essa indústria<br />
passou a ingressar em uma fase de recuperação, apresentando variações reais de<br />
produção de 1,3% e 0,8%, nos anos de 2003 e 2004 respectivamente (Tabela 5).<br />
Esse <strong>desempenho</strong> favorável deve ser atribuído, entretanto mais ao efeito de elevação<br />
do preço do que a aumento da produção.<br />
Com efeito, a produção de petróleo bruto, em terra, que havia atingido 2.056,0<br />
mil metros cúbicos em 2002, passou para 2.144,7 mil em 2003 e 2.219,8 mil m 3 no ano<br />
de 2004. 52<br />
A atividade de extração do petróleo grande importância para o Estado, uma vez<br />
que participa diretamente com cerca de 35,4% do valor da transformação industrial<br />
(VTI) da indústria geral sergipana, composta pelos segmentos manufatureiro e<br />
extrativa mineral e com 99,8% do VTI das indústrias extrativas, seguida pela extração<br />
de minerais não-metálicos com apenas 0,2%.<br />
b) Indústria de Transformação<br />
De acordo com estimativas elaboradas pelo IBGE e Superintendência de<br />
Estudos e Pesquisas (SUPES) do Governo do Estado, a indústria de transformação<br />
sergipana fechou o ano de 2003 com um crescimento da produção física de 3,7%, em<br />
comparação com o ano de 2002.<br />
52 Ver Anexo Estatístico Tabela 24.<br />
111
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O <strong>desempenho</strong> da indústria de transformação sergipana, tanto durante o ano<br />
de 2003 como em 2004, foi em parte influenciado pelo comportamento das<br />
exportações do Estado. As vendas para o exterior mostraram crescimento do valor<br />
exportado de determinados produtos, que provocaram fortes rebatimentos em alguns<br />
gêneros da indústria manufatureira. Dentre esses produtos comercializados com o<br />
resto do mundo, destacaram-se segundo as variações em relação ao ano de 2002 :<br />
tecidos de algodão (588,8%); roupas de toucador (916,5%); sucos de outras frutas<br />
(41,9%); outros calçados de borracha (17,21%) e outros aparelhos eletrotérmicos<br />
(88,28%).<br />
Em 2004, forma importante por sua expressão e variação anual: sucos de<br />
laranja (54,9%); cimento “portland” (22,5%); tecidos de algodão (27,4%); óleos de<br />
laranja (7,1%); outros sucos de laranja (235,8%); calçados de matéria têxtil (933,1%) e<br />
rolhas e tampas de metal (99,9%).<br />
Como foi visto no capítulo anterior, as exportações não representam uma fonte<br />
de dinamismo importante na economia de Sergipe, tendo em vista o reduzido<br />
coeficiente de exportação medido pela relação exportação/PIB. Há, porém, no caso<br />
das exportações da indústria uma tendência de diversificação da pauta nos últimos 10<br />
anos.<br />
Participando, em torno de 15,0%, do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a<br />
Indústria de Transformação sergipana registrou o excelente crescimento de 10,1% no<br />
ano de 2004, comparando-se com 2003, resultado esse muito superior ao alcançado<br />
no ano anterior (3,7%) e superior ao apresentado pelo País, no mesmo ano, de 7,7%.<br />
(Tabela 5)<br />
112
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 6<br />
Sergipe - Participação das Atividades das Indústrias Extrativas e de Transformação<br />
no Valor da Transformação Industrial (VTI), da Indústria Geral<br />
Atividades<br />
1996/2003<br />
Participação % no VTI<br />
1996 (%) 2003 (%)<br />
Diferença de<br />
participação<br />
(%) - 1996/2003<br />
Indústria Geral 100,0 100,0 -<br />
Indústria Extrativas 24,1 35,5 11,4<br />
Extração de Petróleo e serviços relacionados 23,5 35,4 12,0<br />
Indústrias de Transformação 75,9 64,5 -11,4<br />
Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 19,6 17,5 -2,1<br />
Fabricação de Produtos Têxteis 22,0 6,6 -15,4<br />
Confecção de artigos do vestuário e acessórios 1,8 0,8 -0,9<br />
Preparação de couros e fabricação de artefatos<br />
de couro, artigos de viagem e calçados 7,9 1,3 -6,6<br />
Edição, impressão e reprodução de gravações 2,1 0,8 -1,3<br />
Fabricação de produtos químicos 6,0 12,0 6,0<br />
Fabricação de artigos de borracha e plástico 1,1 0,5 -0,6<br />
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 11,4 17,2 5,8<br />
Fabricação de prods. de metal - exceto máq. e equip. 0,6 4,1 3,4<br />
Fabricação de máquinas e equipamentos 0,2 1,6 1,4<br />
Outros 3,2 2,1 -1,1<br />
Fontes: IBGE - PIA 1996/2003 ;SEPLANTEC/SUPES<br />
Nota: Elaboração e estimativa CEPLAM<br />
Uma hipótese para explicar a mudança na pauta de exportação está na<br />
mudança recente observada na estrutura da indústria de Sergipe. Informações<br />
relativas ao valor da transformação industrial (VTI), produzidas pela Pesquisa<br />
Industrial Anual (PIA) do IBGE, para os anos de 1996 e 2003, permitem observar que<br />
grande parte das atividades tradicionais perderam participação para gêneros mais<br />
modernos. Por outro lado, embora tenham diminuído seu peso em relação ao total,<br />
esses gêneros continuam importantes para a economia do Estado.<br />
A Tabela 6 mostra as atividades de tradição com maiores perdas de<br />
participação: produtos alimentícios e bebidas (-2,1%); produtos têxteis (-15,4%);<br />
confecção de artigos do vestuário (-0,9%); preparação de couros, artigos de viagem e<br />
calçados (-6,6%) e fabricação de artigos de borracha e plásticos (-0,6%). Os gêneros<br />
modernos com maiores ganhos de participação no período foram: produtos químicos<br />
(6,0%); minerais não metálicos (5,8%); fabricação de produtos de metal (3,4%) e<br />
fabricação de máquinas e equipamentos (1,4%).<br />
A observação da atividade manufatureira pelo ângulo do mercado de trabalho,<br />
mostra que a variação anual do número de pessoas ocupadas no setor formal, em<br />
113
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
2003, foi de 2,2% em relação ao ano anterior . Já em 2004 foram criados 2.257 postos<br />
de trabalho, acarretando uma variação de 9,2% no emprego, em relação ao ano de<br />
2003. 53 Salienta-se que os doze gêneros pesquisados pelo Ministério do Trabalho e<br />
Emprego (MTE) no Estado apresentaram variações positivas no emprego, no ano de<br />
2004 em relação ao de 2003, com destaque para as atividades de produtos minerais<br />
não metálicos (11,0%); metalúrgica (19,2%); mecânica (204,1%); material elétrico e de<br />
comunicações (14,1%); material de transporte (28,6%) e borracha, fumo e couros<br />
(14,8%).<br />
c) Serviços Industriais de Utilidade Pública<br />
A atividade de serviços industriais de utilidade pública (SIUP), composta dos<br />
segmentos de energia elétrica e abastecimento de água, registrou crescimento real de<br />
1,4% em 2003, comparando-se com o ano de 2002, apresentando-se com o segundo<br />
menor <strong>desempenho</strong>, dentre as atividades do setor secundário sergipano, superando<br />
apenas a indústria extrativa mineral ( Tabela 5).<br />
Observa-se que do valor adicionado total gerado pelos SIUP em Sergipe, cerca<br />
de 91,5% pertencem a energia elétrica, razão pela qual está atividade é a principal<br />
foco de atenção.<br />
Tabela 7<br />
Sergipe - Consumo Total, Residencial, Industrial,<br />
Comercial, Rural e Outros de Energia Elétrica<br />
Jan-Dez.:2002/2003; 2003/2004 - Em (MWh)<br />
Consumo em (MWh) (*) Variação %<br />
Tipos de Consumo Jan.-Dez. Jan.-Dez. Jan.-Dez. Jan.-Dez.<br />
2003 2004 2002/2003 2003/2004<br />
Total 2.223.869 2.342.908 5,7 5,4<br />
Residencial 494.972 522.855 10,1 5,6<br />
Industrial 1.049.087 1.121.527 1,4 6,9<br />
Comercial 281.142 293.027 7,3 4,2<br />
Rural 78.254 76.736 47,9 -1,9<br />
Outros 320.414 328.763 4,3 2,6<br />
Fontes:ENERGIGE;SULGIPE;FAFEN; SEPLANTEC/SUPES<br />
(*) Consumo faturado. Inclui o consumo Industrial de 230KV<br />
Estimativa e elaboração CEPLAN<br />
O desmembramento do consumo total de energia elétrica em cinco classes,<br />
permite a observação das variações no <strong>desempenho</strong> dessa indústria, no ano de 2003<br />
em relação a 2002. Dentre os tipos de consumo, a maior parte registrou significativas<br />
53 Ver Tabela 25 no Anexo Estatístico.<br />
114
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
variações, com destaque para o rural (47,9%), residencial (10,1%) e o comercial<br />
(7,3%). Com menores taxas ficaram os outros (4,3%) e o industrial (1,4%). O consumo<br />
total apresentou crescimento de 5,7% como mostra a Tabela 7.<br />
Chama-se à atenção para o fato de que a variação ocorrida no consumo de<br />
energia elétrica, em 2003, no Estado, apresenta-se influenciada pela comparação<br />
estabelecida com uma base bastante deprimida, caracterizada por baixo consumo<br />
verificado entre janeiro e março de 2002, em decorrência da crise energética sofrida<br />
pelo País, no período de junho de 2001 a março de 2002 54 .<br />
Um ponto importante que merece ser ressaltado é que o IBGE reformulou a<br />
metodologia utilizada no cálculo do valor adicionado da atividade de energia elétrica a<br />
partir do ano de 2001, agregando a este parte da cifra correspondente à produção de<br />
energia da usina hidro-elétrica de Xingó, localizada na fronteira entre os estados de<br />
Sergipe e Alagoas. Em razão dessa alteração metodológica a participação dos SIUP<br />
no PIB de Sergipe passou de 1,3% em 2000, para 16,0% em 2001, fechando o ano de<br />
2003 em 16,0%.<br />
Os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) registraram crescimento do<br />
Valor Adicionado real da ordem de 7,2% no ano de 2004, em relação ao ano de 2003.<br />
A dimensão desse <strong>desempenho</strong>, bastante superior ao verificado para o País (4,6%) no<br />
mesmo período, é devido principalmente, à comparação com uma base bastante<br />
deprimida no ano anterior, quando registrou a insignificante taxa real de 1,4%.<br />
Dentre as cinco classes que compõem o consumo total de Energia Elétrica,<br />
apenas a rural apresentou variação negativa (-1,9%) no ano de 2004, comparando-se<br />
com o ano anterior. A tabela 7 mostra que o consumo total, com variação real de 5,4%<br />
foi influenciado pelos resultados positivos do consumo residencial (5,6%); industrial<br />
(6,9%); comercial (4,2%) e outros (2,6%). A queda de -1,9% no consumo rural, é<br />
explicada pela comparação com uma base bastante elevada do ano de 2003, quando<br />
havia apresentado taxa de crescimento de 47,9% em relação a 2002.<br />
d) Construção Civil<br />
As estatísticas das Contas Nacionais do País, elaboradas pelo IBGE, fecharam<br />
o ano de 2003 revelando que o setor industrial brasileiro registrou pequeno acréscimo<br />
real de produção da ordem de 0,1%, influenciado principalmente pelo <strong>desempenho</strong><br />
negativo da indústria da construção civil (-5,2%). Pressionada fortemente por esse<br />
54 Ver Anexo Estatístico Tabela 26.<br />
115
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
resultado, a formação bruta de capital fixo mostrou desaquecimento, em relação a<br />
2002, de -5,1%.<br />
Enfrentando problemas idênticos aos ocorridos em nível nacional, a construção<br />
civil de Sergipe registrou crescimento real de produção de 1,5% em 2003 (Tabela 5).<br />
Esse <strong>desempenho</strong> foi provocado por forte contenção dos gastos do setor público que<br />
não só impediu a realização de novas obras de infra-estrutura, como também<br />
paralisou a execução de obras em andamento.<br />
Dados estatísticos do consumo e da produção de cimento, considerados como<br />
um dos principais insumos da indústria da construção civil, referentes ao ano de 2003,<br />
comparados com 2002, mostram que foram consumidos em Sergipe, de janeiro a<br />
dezembro de 2003, 245,3 mil toneladas de cimento, contra 267,4 mil no ano de 2002,<br />
o que resultou em um decréscimo de -8,3%. Com relação à produção, as quantidades<br />
em toneladas, no período em estudo, foram de 1.770,8 mil e 1.729,3 mil, acarretando<br />
um crescimento de 2,4%.<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-1<br />
-2<br />
-3<br />
-4<br />
-5<br />
Gráfico 3<br />
Sergipe -Taxas de Crescimento da Indústria<br />
3,1<br />
-4,6<br />
da Construção Civil<br />
2000-2004<br />
4,5<br />
1,5<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
Fontes: SNIC; SEPLANTEC/SUPES<br />
2003 e 2004 estimativa CEPLAN<br />
4,6<br />
Taxas de Crescimento<br />
Os resultados registrados pela indústria da construção civil - tanto em nível<br />
nacional (-5,2%), como especificamente no estado de Sergipe (1,5%), durante o ano<br />
de 2003 podendo ser considerados uma conseqüência da manutenção das políticas<br />
116
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
monetária e fiscal, cujo principal efeito tem sido o de reduzir os investimentos públicos<br />
e privados.<br />
Da mesma forma que ocorreu à escala nacional, quando se registrou uma taxa<br />
de incremento real de 5,7%, a indústria da construção civil de Sergipe apresentou<br />
crescimento real de 4,6% no ano de 2004 em relação a 2003. Esse resultado,<br />
constitui-se no mais elevado dos últimos cinco anos, (Gráfico 3) superando em muito<br />
a taxa média anual de evolução do período 2000-2004 (1,4%).<br />
O nível de atividade do setor da construção civil foi estimulado durante o ano<br />
de 2004, por certa flexibilidade na política monetária, proporcionando expansão da<br />
demanda interna e facilidade de crédito para as famílias e empresas, o que<br />
impulsionou o incremento dos investimentos fixos do País de 10,9%.<br />
2.3.4. Serviços<br />
O setor de serviços, que participava com 37,7% do Produto Interno Bruto (PIB)<br />
de Sergipe, no ano de 2003, registrou crescimento de 2,1% em relação a 2002<br />
(Tabela 8). Esse resultado foi influenciado negativamente pelos baixos <strong>desempenho</strong>s<br />
das atividades de intermediação financeira (2,4%) e administração pública (1,8%) que<br />
representavam juntas, em 2003, 21,4% do PIB do Estado.<br />
Os outros segmentos do setor terciário sergipano, apresentaram-se bastante<br />
divergentes, em termos de comportamento, merecendo destaque as atividades de<br />
comércio (3,3%) e bens imóveis (4,6%) (Tabela 8).<br />
Tabela 8<br />
Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Serviços<br />
a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas<br />
2002/2003;2003/2004 (1)<br />
Taxa de Crescimento do PIB (%)<br />
Atividades econômicas<br />
2002/2003 2003/2004<br />
Serviços 2,1 2,8<br />
Comércio 3,3 4,6<br />
Intermediação Financeira 2,4 1,8<br />
Atividade Imobiliária 4,6 3,7<br />
Administração Pública 1,8 2,5<br />
Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES<br />
(1) Estimativa preliminar elaborada pela CEPLAN<br />
Em relação aos indicadores do transporte aéreo, registraram-se quedas de -<br />
9,2% e de -8,4% no número de passageiros e carga e mala postal, embarcados e<br />
desembarcados em vôo doméstico e internacional, respectivamente 55 .<br />
55 Ver Anexo Estatístico Tabelas 27 e 28.<br />
117
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
As atividades comerciais de Sergipe tiveram crescimento de 3,3% em 2003,<br />
associado, em grande parte, ao aumento da remuneração média das pessoas<br />
ocupadas (2,1%) e às formas de financiamento oferecidas pelo comércio nas vendas à<br />
prazo, em particular às condições de prazos e aos juros.<br />
No que diz respeito ao comércio varejista, que tem considerável peso no total<br />
dessa atividade, as informações da “Pesquisa Mensal do Comércio”, efetuada pelo<br />
IBGE, para Sergipe mostram, para todo o ano de 2003, um declínio significativo de -<br />
4,6%.<br />
O setor de Serviços tiveram crescimento real do valor adicionado de 2,8%, em<br />
2004, superior à taxa apresentada no ano anterior (3,1%), como pode ser observada<br />
na Tabela 8.<br />
A taxa de incremento real do segmento terciário (2,8%) verificada em 2004,<br />
superou a variação média anual de crescimento desse setor no período 2000-2004<br />
(2,3%), tendo se apresentado pouco menor do que a calculada para o ano de 2000<br />
(3,0%) como mostra o Gráfico 4.<br />
3,0<br />
2,5<br />
2,0<br />
1,5<br />
1,0<br />
0,5<br />
0,0<br />
Gráfico 4<br />
Sergipe - Taxas de Crescimento Real do<br />
Setor Serviços 2000-2004<br />
3,0<br />
2,5<br />
2,0<br />
2,1<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
Fontes:IBGE;SEPLANTEC/SUPES;CEPLAN<br />
Taxas<br />
Dentre as atividades econômicas de maior participação no Valor Adicionado<br />
dos Serviços, duas contribuíram, significativamente, de forma positiva na formação da<br />
taxa obtida em 2004: comércio, com a variação de 4,6% e aluguéis e bens imóveis<br />
com 3,7%. Em seguida vieram administração pública (2,5%) e intermediação<br />
financeira (1,8%) (Tabela 8).<br />
2,8<br />
118
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Com a participação de cerca de 14,3% no PIB do segmento de serviços, em<br />
2004, a atividade comercial apresentou a maior taxa de crescimento (4,6%) dentre as<br />
demais, impulsionado pelo <strong>desempenho</strong> do comércio varejista, com variação no<br />
volume de vendas, acumulada até dezembro de 6,2%, segundo a Pesquisa Mensal do<br />
Comércio (PMC) do IBGE.<br />
Outros indicadores do setor, mostram para o transporte aéreo, que o número<br />
de passageiros embarcados no Estado registrou crescimento de 0,6% e o de<br />
desembarcados -1,9%. Em relação ao volume de carga e mala postal embarcado e<br />
desembarcado, em vôo doméstico e internacional, a variação foi de 7,4% em<br />
comparação com o ano de 2003 56 .<br />
Quanto ao comportamento do emprego, o setor de serviços registrou<br />
crescimento do segmento formal de 2,4%, em conseqüência de um volume de<br />
admissões de 29.260 pessoas e desligamento de 27.471, resultando um saldo positivo<br />
de 1.789 empregados no ano de 2003. Em termos de desmembramento, por<br />
atividades do segmento terciário, destaca-se os resultados positivos do comércio<br />
(1,3%) e de outros serviços (2,5%), totalizando 1.910 postos de trabalho criados e a<br />
redução de 121 empregos na administração pública. Já no que se relaciona ao ano de<br />
2004, o setor terciário, inclusive comércio, criou 4.523 postos de trabalho,<br />
correspondendo ao crescimento de 4,8%, comparando-se com o ano de 2003.<br />
56 Ver Anexo Estatístico Tabela 27 e 28.<br />
119
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
3 - EVOLUÇÃO DO QUADRO FINANCEIRO PÚBLICO ESTADUAL (2000 – 2004)<br />
Após um período de elevados déficits orçamentários e financeiros, o Governo<br />
de Sergipe começou a implementar, a partir de 2000, um programa de ajuste nas suas<br />
contas públicas. Esse programa gerou até 2003 superávits primários e até 2004<br />
cumpriu, essencialmente, com todos os limites definidos na Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal (LRF). Todavia, há dificuldades e problemas no processo de ajuste. Isso será<br />
descrito em seguida a partir de uma análise da evolução da receita e da despesa; da<br />
divida consolidada; dos balanços nominal, corrente e de capital; da estrutura dos<br />
gastos referenciados a Receita Corrente Líquida; da aderência de Sergipe aos limites<br />
da LRF e as metas do Programa de Ajuste Fiscal acertado com o Tesouro Nacional<br />
dentro do Programa de Reestruturação e Refinanciamento da Divida Publica dos<br />
Estados realizado sob a égide da Lei 9.496/97.<br />
3.1. - Receita Total<br />
A receita total cresceu de R$ 2.364,8 para R$ 2.532,1 milhões, uma variação<br />
real de 1,7% no período de 2000 a 2004 ao ano (Tabela 1). A variação nominal foi da<br />
ordem de 80% (Tabela 29 do Anexo Estatístico). O crescimento da receita total em<br />
2001 (1,7%) foi afetado pela crise energética, mas houve uma forte recuperação, em<br />
termos reais, em 2002 (14,2%).O pior <strong>desempenho</strong> do período foi em 2003 em função<br />
do ano recessivo. Em 2004 houve uma recuperação com relação ao ano anterior<br />
(10,2%), mas que não foi suficiente para retomar o nível de receita real observado em<br />
2002, o melhor do período (Tabela 1). As variações na receita total são praticamente<br />
determinadas pelas variações nas receitas correntes, cujo peso variou entre 91% e<br />
98,8% do total ao longo do período.<br />
i) Receita Corrente<br />
As receitas correntes apresentaram variações significativas, em termos reais,<br />
durante o período 2000-2004 (Tabela 1). Destaque-se o crescimento de 14,6%, em<br />
2002, e a brusca queda de 12,4%, em 2003. Este último ano, o primeiro do Governo<br />
Lula, foi marcado por uma forte queda no nível de atividade econômica em<br />
decorrência da rígida política monetária, caracterizada por altos juros nominais e reais,<br />
e do ajuste fiscal. Em termos nominais, todavia, as receitas correntes cresceram ao<br />
longo de todo o período. De fato, a variação nominal das receitas correntes foi da<br />
ordem de 86,6% entre 2000 e 2004 (Tabela 29 do Anexo Estatístico). O crescimento<br />
real das receitas correntes, da ordem de 14,6% em 2002, indica uma recuperação<br />
120
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
acentuada com relação ao crescimento de 5,3% em 2001, ano em que a atividade<br />
econômica foi prejudicada pela crise energética.<br />
Observe-se que, em 2003, o declínio da receita corrente não foi puxado tanto<br />
pelo decréscimo na arrecadação do ICMS (-8,0%), mas, sobretudo pela acentuada<br />
queda nas transferências correntes (-18,6%) onde se destaca a variação negativa nas<br />
transferências da União, especialmente da cota do Fundo de Participação dos Estados<br />
(FPE) que caiu, em termos reais, cerca 15% (Tabela 1). De fato, o FPE declinou de<br />
R$ 1.165,2 para R$ 987,2 milhões, em termos reais, entre 2002 e 2003. Em termos<br />
nominais, as transferências correntes cresceram ao longo do período, à exceção de<br />
2003, quando praticamente estagnaram como reflexo do declínio nas transferências<br />
da União, especialmente do FPE.<br />
Ademais, as transferências originadas de convênios caíram acentuadamente,<br />
em termos nominais e reais, não só em 2003, mas também nos dois anos anteriores,<br />
para iniciar uma recuperação mais substantiva em 2004 (Tabelas 1 e Tabela 29 do<br />
Anexo Estatístico).<br />
As outras receitas correntes também apresentaram acentuado declínio, em<br />
termos reais, em 2003 (-53,0%) e mesmo em 2004 (Tabela 1). Em termos nominais,<br />
essas receitas crescem até 2002 e depois caem de forma acentuada nos dois anos<br />
seguintes.<br />
Em 2004, a economia brasileira voltou a crescer, impulsionada pela favorável<br />
situação internacional (muita liquidez e preços das commodities em alta) e pelo<br />
afrouxamento da política monetária na medida em que, temporariamente, os juros<br />
nominais e reais declinaram. Em conseqüência, a receita corrente voltou a crescer<br />
puxada especialmente pela expansão da arrecadação tributária (6,8%) e pela receita<br />
de contribuições (16,0%). O crescimento da receita corrente não foi maior por causa<br />
do tímido crescimento das transferências da União (2,4%), especialmente do FPE<br />
(0,8%). As transferências de convênios que vinham apresentando uma queda<br />
persistente desde 2001, apresentaram, em 2004, uma recuperação que em termos<br />
relativos foi significativa, mas que agrega pouco em função de sua pequena gravitação<br />
nas receitas correntes (1,3%).<br />
As variações na receita corrente em Sergipe são fundamentalmente<br />
determinadas pelas oscilações nas transferências da União, especialmente, mas não<br />
exclusivamente do FPE. As transferências correntes respondem, em média, por cerca<br />
de 55% das receitas correntes, sendo muito mais importante do que a receita tributária<br />
como fonte de receita. O FPE, por sua vez, responde, por cerca de 80%, em média, do<br />
121
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
volume de transferências correntes. Portanto, a base tributária do Estado, reflexo da<br />
sua base econômica, não é suficiente para tornar Sergipe independente das<br />
vicissitudes macroeconômicas e da disposição política da União que afetam,<br />
sobremodo, as transferências para o Estado. Essa dependência das finanças públicas<br />
de Sergipe às transferências compulsórias e voluntárias do Governo Federal, introduz<br />
uma componente exógena de instabilidade que é indesejável do ponto de vista do<br />
planejamento. Isso fragiliza o Estado porque o expõe às variações na situação fiscal e<br />
ao humor político da União, elemento que varia segundo a afinidade partidária, política<br />
e ideológica entre os detentores do poder estadual e os do poder federal.<br />
Ademais, o Governo Federal tem aumentado a participação dos tributos e<br />
contribuições federais não compartilhados (PIS, COFINS, CSSL, etc) com os demais<br />
entes da União no total da arrecadação em um movimento claro de reconcentração da<br />
carga tributária, ao mesmo tempo em que concede benefícios fiscais com base nos<br />
tributos que constituem a base das transferências compulsórias (Imposto de Renda e<br />
IPI) para os estados e para os municípios.<br />
122
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 1 - Sergipe: Evolução da Receita 2000 - 2004<br />
Em R$ milhões<br />
RECEITAS<br />
2000<br />
EXERCÍCIOS<br />
2001 2002 2003 2004<br />
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA<br />
2000 2001 2002 2003 2004 2000-01<br />
VARIAÇAÕ ANUAL (EM %)<br />
2001-02 2002-03 2003-04 2000-04<br />
RECEITAS CORRENTES 2.147,6 2.260,5 2.589,5 2.268,8 2.382,1 100 100 100 100 100 5,3 14,6 (12,4) 5,0 2,6<br />
RECEITA TRIBUTÁRIA 914,7 962,9 973,1 919,5 982,4 42,6 42,6 37,6 40,5 41,2 5,3 1,1 (5,5) 6,8 1,8<br />
Impostos 910,5 953,3 969,8 915,7 977,6 42,4 42,2 37,5 40,4 41,0 4,7 1,7 (5,6) 6,8 1,8<br />
ICMS 820,1 859,2 892,4 821,1 860,7 38,2 38,0 34,5 36,2 36,1 4,8 3,9 (8,0) 4,8 1,2<br />
IPVA 22,4 23,0 23,3 22,0 28,8 1,0 1,0 0,9 1,0 1,2 2,7 1,2 (5,8) 31,1 6,4<br />
Outros 68,0 71,1 54,1 72,6 88,1 3,2 3,1 2,1 3,2 3,7 4,6 (23,9) 34,2 21,3 6,7<br />
Taxas 4,1 9,6 3,3 3,8 4,8 0,2 0,4 0,1 0,2 0,2 133,7 (66,1) 17,2 26,3 4,1<br />
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 193,9 191,0 225,1 186,0 215,6 9,0 8,4 8,7 8,2 9,1 (1,5) 17,8 (17,4) 16,0 2,7<br />
RECEITA PATRIMONIAL 22,7 25,5 28,2 39,2 44,6 1,1 1,1 1,1 1,7 1,9 12,3 10,5 39,1 13,7 18,4<br />
RECEITA AGROPECUÁRIA 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0<br />
RECEITA INDUSTRIAL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0<br />
RECEITA DE SERVIÇOS 33,4 37,9 30,5 82,6 79,4 1,6 1,7 1,2 3,6 3,3 13,7 (19,7) 171,0 (3,9) 24,2<br />
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 1.183,5 1.249,0 1.531,0 1.245,9 1.277,0 55,1 55,3 59,1 54,9 53,6 5,5 22,6 (18,6) 2,5 1,9<br />
Transferências da União 1.104,6 1.202,5 1.325,6 1.083,9 1.110,2 51,4 53,2 51,2 47,8 46,6 8,9 10,2 (18,2) 2,4 0,1<br />
Cota FPE 1.002,2 1.068,7 1.165,2 987,2 994,6 46,7 47,3 45,0 43,5 41,8 6,6 9,0 (15,3) 0,8 (0,2)<br />
Cota IPI-EXPORTAÇÂO 2,4 2,1 1,7 1,0 1,3 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 (12,7) (18,1) (41,7) 27,6 (14,6)<br />
LC 87/96 8,6 10,3 10,0 6,6 6,4 0,4 0,5 0,4 0,3 0,3 19,3 (2,8) (33,6) (3,6) (7,2)<br />
Transf. Ext. de Petróleo 48,5 48,5 53,5 60,7 63,7 2,3 2,1 2,1 2,7 2,7 0,2 10,2 13,6 4,8 7,1<br />
Outras transferências<br />
Transferências<br />
42,9 72,9 95,2 28,4 44,3 2,0 3,2 3,7 1,3 1,9 69,9 30,6 (70,2) 56,1 0,8<br />
Multigovernamentais 0,0 0,0 169,2 137,4 135,5 0,0 0,0 6,5 6,1 5,7 - - (18,8) (1,4) 0,0<br />
Transferências de Convênios 78,9 46,5 36,2 24,6 31,3 3,7 2,1 1,4 1,1 1,3 (41,1) (22,1) (32,2) 27,4 (20,6)<br />
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 44,9 55,5 82,3 38,7 31,5 2,1 2,5 3,2 1,7 1,3 23,4 48,5 (53,0) (18,4) (8,5)<br />
DEDUÇÕES DA RECEITA 245,5 261,4 280,8 243,1 248,5 11,4 11,6 10,8 10,7 10,4 6,5 7,4 (13,4) 2,2 0,3<br />
RECEITA DE CAPITAL 217,2 145,1 157,7 28,2 149,9 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 (33,2) 8,7 (82,1) 432,5 (8,9)<br />
Op. de Crédito 49,6 27,1 35,3 15,3 109,6 22,8 18,7 22,4 54,4 73,1 (45,4) 30,3 (56,6) 615,4 21,9<br />
Op. de Crédito Internas 25,5 20,7 24,5 1,8 75,3 11,8 14,2 15,5 6,3 50,2 (19,1) 18,6 (92,8) 4.175,0 31,0<br />
Op. de Crédito Externas 24,1 6,4 10,8 13,6 34,4 11,1 4,4 6,9 48,2 22,9 (73,3) 67,7 25,6 153,5 9,3<br />
Alienação de Bens 61,9 0,7 1,8 0,0 0,1 28,5 0,5 1,1 0,1 0,1 (98,9) 158,0 (99,2) 610,2 (79,9)<br />
Amortização de Empréstimos 1,4 0,5 0,5 0,0 0,0 0,7 0,3 0,3 0,0 0,0 (66,6) 5,4 - - (100,0)<br />
Transferências de Capital 102,6 115,8 119,7 12,5 39,8 47,2 79,8 75,9 44,5 26,6 12,9 3,4 (89,5) 217,6 (21,1)<br />
Outras Receitas de Capital 1,6 1,0 0,3 0,3 0,4 0,8 0,7 0,2 1,0 0,2 (39,8) (66,3) (17,9) 31,6 (31,6)<br />
TOTAL DAS RECEITAS 2.364,8 2.405,5 2.747,1 2.296,9 2.532,1 100 100 100 100 100 1,7 14,2 (16,4) 10,2 1,7<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe - Nota: os valores estão deflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004<br />
123
ii) Receita de Capital<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
As receitas de capital, em 2003, declinaram (-82,1%) arrastadas pela brusca<br />
variação nas transferências de capital (89,5%) quase toda originada de convênios com<br />
a União. A recuperação na receita de capital, em 2004, deve-se, especialmente às<br />
operações de crédito, sobremodo as internas, e a elevação das transferências de<br />
capital. Tanto em termos nominais quanto reais, fica claro que, ao longo do período<br />
como um todo, as variações nas receitas de capital são determinadas pelas operações<br />
de crédito e pelas transferências de capital da União. Uma vez que receitas de capital<br />
são vinculadas às despesas de capital, especialmente investimentos, o poder de<br />
investir do Estado depende, de um lado, da União e, de outro, dos organismos<br />
nacionais e internacionais de financiamento. A capacidade do Estado de Sergipe de<br />
financiar as despesas de capital com poupança corrente será avaliada mais adiante.<br />
As receitas de capital, em geral, oscilam freqüentemente porque dependem<br />
não somente das transferências da União, mas da capacidade do Estado de obter<br />
recursos via operações de credito e/ou alienação de ativos. Ambas não têm caráter<br />
contínuo porque dependem de negociações, regulações e do mercado.<br />
3.2. - Despesas Totais<br />
As despesas, correntes e de capital, cresceram no seu conjunto de R$ 2.468,7<br />
para R$ 2.532,0 milhões, uma variação real de apenas 2,56% no período 2000-2004<br />
(Tabela 2). A despeito da crise energética de 2001, as despesas totais cresceram<br />
5,7% para depois desacelerar essa expansão para 2,4% em 2002.Acompanhando o<br />
movimento da receita, as despesas totais caíram em 2003 cerca de 13%, em termos<br />
reais, para se recuperar parcialmente, em 2004, com um crescimento de 8,9%. As<br />
despesas correntes respondem por mais de quatro quintos das despesas totais,<br />
variando essa participação de um mínimo de 80,6%, em 2000, para um máximo de<br />
88,7%, em 2003.<br />
i) Despesas Correntes<br />
As despesas correntes apresentaram variações significativas, em termos reais,<br />
durante o período 2000-2004, acompanhando a evolução da receita (Tabela 2). O<br />
crescimento variou de 14% positivo em 2001, ano da crise energética, para 9,2%<br />
negativo, em 2003, ano recessivo. O crescimento entre os extremos da série, todavia,<br />
foi de 10,6% em termos reais, valor significativo quando medido a preços constantes<br />
de 2004. A preços históricos, entretanto, as despesas correntes cresceram<br />
substancialmente (86%) entre 2000 e 2004 (Tabela 30 do Anexo Estatístico).<br />
124
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O principal componente das despesas correntes é o gasto com pessoal e<br />
encargos que responde por cerca da metade das despesas totais e por quase 57%,<br />
em média, das despesas correntes. O gasto com este item apresentou, inclusive, um<br />
crescimento significativo durante o período, à exceção de 2003, quando recuou 9,2%<br />
em termos reais. Do ponto de vista macroeconômico, entretanto, os gastos com<br />
pessoal, medido em termos reais, aferem somente o poder aquisitivo dos salários. O<br />
valor nominal, do ponto das finanças públicas, é o que importa. Pode-se observar na<br />
Tabela 2 do Anexo que as despesas nominais com pessoal e encargos, de fato,<br />
cresceram ao longo de todo o período, inclusive entre 2003 e 2002. Os gastos com<br />
pensões e aposentadorias respondem, em média, por cerca de 26% dos gastos com<br />
pessoal, valor não desprezível dependendo do seu ritmo de crescimento e do perfil<br />
etário dos funcionários do Estado, determinante do passivo atuarial.<br />
Os juros e encargos da divida cresceram em 2001 e 2002 e caíram nos dois<br />
últimos anos. Na verdade, Sergipe pagou menos juros, em termos reais, em 2004, do<br />
que em qualquer outro ano da série. Todavia, em termos nominais os juros e encargos<br />
da dívida cresceram ao longo do período (Tabela 30 do Anexo Estatístico). Esse<br />
componente participa com cerca de 4,3%, em média, nas despesas correntes.<br />
O custeio governamental, líquido da cota-parte dos municípios, manifesta-se no<br />
item “outras despesas correntes” que participa com 26,4%, em média, no total das<br />
despesas correntes. Esse item apresentou variações, em termos reais, importantes<br />
durante o período como pode observar-se na Tabela 2. Todavia, cresceu quase 10%,<br />
em termos reais, entre 2000 e 2004 a despeito de terem declinado em 2001 e 2002.<br />
Esse componente, entretanto, apresentou variações nominais positivas durante todo o<br />
período. De fato, entre os extremos da série o crescimento foi de quase 85% a preços<br />
correntes.<br />
Observa-se, por conseguinte, um crescimento nominal significativo dos gastos<br />
correntes, especialmente aqueles realizados com pessoal e com o custeio do setor<br />
público estadual.<br />
ii) Despesas de Capital<br />
As despesas de capital sofreram variações bruscas a preços constantes<br />
(Tabela 2) e também quando medida a preços correntes (Tabela 30 do Anexo<br />
Estatístico). Os investimentos, em primeiro lugar, e as inversões financeiras<br />
secundariamente respondem por quase toda a variação. A amortização da divida,<br />
refletindo os dispositivos contratuais, apresenta variações mais suaves que<br />
acompanha as variações da receita.<br />
125
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Os investimentos declinaram ao longo do período, sendo, em 2004, inferior em<br />
60,7%, em termos reais, ao valor de 2000. Essa queda é menos acentuada a preços<br />
correntes, mas, ainda, significativa (34,0%). O fato é que Sergipe perdeu ao longo do<br />
período capacidade de investimento que respondia, em 2000, por 62% das despesas<br />
de capital, e declinou, em 2004, para 35,5%. Como proporção das despesas totais, os<br />
investimentos caíram quase um terço entre 2000 e 2004.<br />
É preciso avaliar se as despesas de capital foram também financiadas com<br />
poupança corrente, o que ver-se-á a seguir.<br />
126
DESPESAS<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 2 - Sergipe: Evolução das Despesas (2000-2004)<br />
EXERCÍCIOs<br />
Em R$ milhões<br />
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA VARIAÇAÕ ANUAL (EM %)<br />
2000- 2001- 2002- 2003-<br />
2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004 01 02 03 04<br />
DESPESAS CORRENTES 1.988,7 2.266,3 2.269,3 2.061,3 2.200,7 80,6 86,8 84,9 88,7 86,9 14,0 0,1 (9,2) 6,8 2,6<br />
PESSOAS E ENGARGOS SOCIAIS 1.118,1 1.236,2 1.292,3 1.198,8 1.264,3 45,3 47,4 48,4 51,6 49,9 10,6 4,5 (7,2) 5,5 3,1<br />
Pessoal/Ativo 703,1 781,8 810,5 746,9 791,8 28,5 30,0 30,3 32,1 31,3 11,2 3,7 (7,8) 6,0 3,0<br />
Aposentados/Pensionistas 313,3 314,0 330,8 303,4 315,7 12,7 12,0 12,4 13,1 12,5 0,2 5,4 (8,3) 4,1 0,2<br />
Contrib. p/ Entidades Fech. de Previd. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0<br />
Salário Família 1,9 1,8 1,6 1,4 1,3 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 (6,1) (14,2) (7,6) (8,0) (9,0)<br />
Obrigações Patronais 82,0 79,8 95,8 85,9 101,2 3,3 3,1 3,6 3,7 4,0 (2,7) 20,1 (10,4) 17,8 5,4<br />
Outras 17,7 58,8 53,6 61,3 54,8 0,7 2,3 2,0 2,6 2,2 232,4 (8,9) 14,3 (10,5) 32,7<br />
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 93,0 99,1 103,2 90,4 82,9 3,8 3,8 3,9 3,9 3,3 6,6 4,1 (12,4) (8,3) (2,8)<br />
OUTRAS DESPESAS CORRENTES 777,5 930,9 873,8 772,1 853,5 31,5 35,7 32,7 33,2 33,7 19,7 (6,1) (11,6) 10,5 2,4<br />
Serv. de Terc. - Pessoa Jurídica 172,8 220,7 238,8 212,2 207,5 7,0 8,5 8,9 9,1 8,2 27,7 8,2 (11,1) (2,2) 4,7<br />
Material de Consumo 72,1 86,6 88,8 87,2 100,1 2,9 3,3 3,3 3,7 4,0 20,1 2,6 (1,9) 14,9 8,5<br />
Despesas de Exercício Anteriores 46,5 62,6 34,4 23,9 35,5 1,9 2,4 1,3 1,0 1,4 34,6 (45,2) (30,6) 48,8 (6,5)<br />
Cota-Parte dos Municípios 229,4 337,4 256,4 234,2 253,1 9,3 12,9 9,6 10,1 10,0 47,0 (24,0) (8,6) 8,1 2,5<br />
Outras Despesas Correntes 256,6 223,6 255,5 214,7 260,3 10,4 8,6 9,6 9,2 10,3 (12,8) 14,2 (16,0) 21,3 0,4<br />
DESPESAS DE CAPITAL 480,0 343,2 402,5 263,0 331,3 19,4 13,2 15,1 11,3 13,1 (28,5) 17,3 (34,7) 26,0 (8,9)<br />
INVESTIMENTOS 299,9 222,3 217,1 93,2 117,6 12,1 8,5 8,1 4,0 4,6 (25,9) (2,4) (57,1) 26,1 (20,9)<br />
INVERSÕES FINANCEIRAS 119,2 46,1 99,3 93,7 136,4 4,8 1,8 3,7 4,0 5,4 (61,3) 115,5 (5,6) 45,6 3,4<br />
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 60,9 74,7 86,1 76,1 77,3 2,5 2,9 3,2 3,3 3,1 22,7 15,2 (11,6) 1,6 6,1<br />
TOTAL DAS DESPESAS 2.468,7 2.609,4 2.671,8 2.324,3 2.532,0 100 100 100 100 100 5,7 2,4 (13,0) 8,9 0,6<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota: os valores em R$ estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004<br />
127<br />
2000-<br />
04
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
3.3. - Balanço Nominal, Corrente e de Capital<br />
O balanço corrente, diferença entre receitas e despesas correntes, consta da<br />
Tabela 3. Observe-se que, à exceção do ano de 2001, gerou-se poupança corrente<br />
em todos os anos da série. O déficit corrente de 2001, ano em que a crise na oferta de<br />
energia gerou estrangulamentos no setor produtivo e na arrecadação do ICMS, não se<br />
reproduziu em 2003, outro ano de crise agora motivada pelo ajuste fiscal e pela<br />
política monetária restritiva do primeiro ano do novo governo. Não deve passar<br />
desapercebido que o déficit de 2001 foi relativamente pequeno em termos nominais e<br />
que, no ano seguinte, observou-se o maior superávit corrente do período.<br />
O balanço de capital foi deficitário em todos os anos, especialmente em 2003<br />
quando escassearam as transferências de capital da União. O déficit nos demais anos<br />
foi, em parte, financiado, pela poupança corrente. Mesmo assim, só em 2002 é que a<br />
poupança corrente foi suficiente para financiar o déficit de capital. Em 2004, os dois<br />
saldos, correntes e de capital, foram praticamente iguais, zerando o balanço nominal<br />
(receitas menos despesas totais). Por essa razão, como pode se observar na Tabela<br />
3, o balanço nominal só foi positivo em 2002. Em 2004, ele foi praticamente nulo.<br />
Tabela 3<br />
Sergipe: Evolução do Balanço Nominal Corrente e de Capital<br />
Balanço<br />
(2000-2004)<br />
E X E R C Í C I O<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
Receita Corrente - Despesas Correntes 94.417 (3.814) 238.309 189.621 181.407<br />
Receita de Capital - Despesas de Capital (156.187) (129.909) (182.231) (214.667) (181.382)<br />
Receita Total - Despesa Total (61.770) (133.723) 56.078 (25.046) 25<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota: os valores em R$ mil estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004<br />
3.4. - Divida Pública<br />
Os dados da Tabela 4 evidenciam a estrutura e a evolução da divida pública<br />
contabilizada em 31 de dezembro de cada ano. Observe-se que, em torno de dois<br />
terços da divida pública é interna e de caráter contratual. A divida externa respondeu,<br />
em média, por quase 7,0% da divida total. O Governo de Sergipe tem recorrido mais<br />
ao crédito doméstico ou encontrado mais facilidades para contratar financiamentos<br />
internos do que negociado operações externas de crédito. A divida flutuante, por sua<br />
vez, é pouco representativa (Tabela 4) e as provisões para garantias montam a quase<br />
um quinto do estoque da divida;<br />
128
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Em termos reais, a divida consolidada bruta caiu ano a ano entre 2000 e 2004<br />
apresentando variações que, no acumulado, significaram um decréscimo no seu<br />
estoque da ordem de 27,5%. Essa queda ocorreu tanto no que diz respeito a divida<br />
interna quanto externa. Descontados os ativos financeiros, a divida consolidada, em<br />
termos líquidos, caiu de forma ainda mais acentuada (-31,5%) durante o período 2000-<br />
2004. Em termos correntes, a divida cresceu lentamente conforme os números<br />
constantes da Tabela 31 do Anexo Estatístico. De fato, o estoque da divida, a preços<br />
correntes, calculada em 31 de dezembro cresceu de R$ 1.420,6 para R$ 1.637,7<br />
milhões entre 2000 e 2004, uma variação de apenas 15,2% em cinco anos.<br />
Sergipe, por conseguinte, não é um Estado que esteja fortemente endividado.<br />
O estoque da sua divida não é elevado face ao seu nível de receita que tem evoluído<br />
favoravelmente em termos reais. Todavia, a situação financeira do Estado é mais bem<br />
avaliada ao se analisar o estoque da divida em relação à receita corrente liquida bem<br />
como outros parâmetros fiscais que estão estabelecidos na legislação brasileira.<br />
3.5. - Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)<br />
Os dados da Tabela 5 mostram os limites da LRF e de como Sergipe vem se<br />
ajustando aos parâmetros definidos na legislação. No que diz respeito aos limites de<br />
despesa com pessoal, o Estado, no seu conjunto, tem se situado abaixo do limite<br />
máximo de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL). De fato, ao longo do período sob<br />
análise, o comprometimento da RCL em gastos com pessoal tem oscilado sempre um<br />
pouco abaixo do limite superior, mas, nos anos extremos, evidencia uma queda de<br />
1,62 pontos percentuais.<br />
O Executivo, em todo o período, tem permanecido abaixo do seu limite de 49%.<br />
Todavia, em 2001 e 2003, o Executivo sergipano se situou um pouco acima do limite<br />
prudencial de 46,55% (95% de 49%). Entre os demais Poderes, apenas o Legislativo<br />
tem se mantido sistematicamente acima do seu limite máximo de 3% da RCL. Em<br />
2004, os gastos do Legislativo sergipano com pessoal comprometeram 5,49% da RCL,<br />
quase o dobro do permitido pela LRF. O Judiciário, cujo limite é 6,0%, tem respeitado<br />
o teto ditado pela LRF em todos os anos. No caso do Ministério Público, apenas em<br />
2004 é que o valor dos gastos com pessoal daquele poder superou o limite de 2,0% da<br />
RCL.<br />
Em geral, Sergipe tem demonstrado capacidade para manter os seus gastos<br />
com pessoal dentro dos limites da legislação. Entre os Poderes, apenas o Legislativo<br />
vem descumprindo sistematicamente a legislação e o Ministério Público apenas o<br />
descumpriu no último ano da série sob análise.<br />
129
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A Divida Consolidada líquida vem se mostrando sistematicamente abaixo do<br />
dobro da RCL, limite definido pela LRF. Na verdade, a partir de 2002, o estoque da<br />
divida tem sido inferior a RCL do exercício. Em 2004, a divida sergipana consolidada e<br />
em termos líquidos representava apenas 80% da RCL. Como afirmado anteriormente<br />
Sergipe tem uma divida relativamente pequena em comparação com a sua receita.<br />
A LRF determina que as garantias não podem exceder 22% da RCL. Sergipe<br />
só obedeceu a este limite a partir de 2002 porque a RCL cresceu e não porque o<br />
valor nominal das garantias tenha diminuído substancialmente (Tabela 5).<br />
130
Dividas<br />
Variáveis<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 4 - <strong>sergipe</strong>: Evolução da Dívida pública (2000-2004)<br />
Em R$ milhões<br />
EXERCICIO DISTRIBUIÇÃO RELATIVA VARIAÇÃO ANUAL (EM %)<br />
2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004<br />
Interna 1.733,1 1.646,9 1.642,5 1.364,4 1.330,3 67,5 69,1 72,0 71,6 71,5 (5,0) (0,3) (16,9) (2,5) (6,4)<br />
Tesouro Nacional 606,3 538,4 474,4 371,2 313,2 23,6 22,6 20,8 19,5 16,8 (11,2) (11,9) (21,8) (15,6) (15,2)<br />
Lei 9.496/97 STN/COAFI 758,5 746,7 786,4 691,3 695,4 29,6 31,3 34,5 36,3 37,4 (1,6) 5,3 (12,1) 0,6 (2,1)<br />
Lei 9.496/97 CONTA GRÁFICA - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Bancos - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Caixa Econômica Federal 68,6 69,9 77,5 55,4 120,7 2,7 2,9 3,4 2,9 6,5 1,9 10,9 (28,5) 118,0 15,2<br />
Banco do Brasil 82,6 87,8 67,5 47,1 35,9 3,2 3,7 3,0 2,5 1,9 6,4 (23,1) (30,2) (23,8) (18,8)<br />
BNDES 25,6 18,4 23,9 15,3 9,4 1,0 0,8 1,0 0,8 0,5 (28,3) 30,1 (35,8) (39,0) (22,3)<br />
BNB 94,1 106,8 138,6 86,8 69,3 3,7 4,5 6,1 4,6 3,7 13,6 29,7 (37,4) (20,2) (7,4)<br />
FINEP - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Outras Dívidas 97,5 78,9 74,1 97,2 86,4 3,8 3,3 3,2 5,1 4,6 (19,0) (6,0) 31,1 (11,1) (3,0)<br />
Externa 150,4 154,5 193,8 127,2 125,9 5,9 6,5 8,5 6,7 6,8 2,8 25,4 (34,4) (1,0) (4,3)<br />
Pro-Sertão FIDA 33,5 38,8 50,7 29,9 21,7 1,3 1,6 2,2 1,6 1,2 15,8 30,6 (41,1) (27,4) (10,3)<br />
Pobreza Rural BIRD 116,9 115,7 143,1 97,3 104,2 4,6 4,9 6,3 5,1 5,6 (1,0) 23,7 (32,0) 7,1 (2,8)<br />
Dívida Flutuante 83,1 48,8 10,0 60,1 92,0 3,2 2,0 0,4 3,2 4,9 (41,3) (79,5) 499,8 53,0 2,5<br />
Garantias 599,5 534,6 435,7 352,7 313,1 23,4 22,4 19,1 18,5 16,8 (10,8) (18,5) (19,0) (11,3) (15,0)<br />
Dívida Consolidada Bruta 2.566,1 2.384,8 2.282,0 1.904,4 1.861,2 100 100 100 100 100 (7,1) (4,3) (16,5) (2,3) (7,7)<br />
Ativo Financeiro 175,4 193,0 213,4 198,9 223,5 7,3 8,8 10,3 11,7 13,6 10,0 10,6 (6,8) 12,4 6,2<br />
Dívida Consolidada Líquida 2.390,7 2.191,8 2.068,6 1.705,6 1.637,8 (8,3) (5,6) (17,5) (4,0) (9,0)<br />
Fonte: Secretaria do Estado de Sergipe<br />
Nota: os valores em R$ milhões estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004<br />
2001-<br />
2000<br />
131<br />
2002-<br />
2001<br />
2003-<br />
2002<br />
2004-<br />
2003<br />
2000-<br />
04
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O baixo endividamento de Sergipe também se revela na proporção da RCL que<br />
é gasta com os serviços da divida, entendido neste conceito não apenas o pagamento<br />
de juros e demais encargos, mas também a amortização do principal. O limite para os<br />
serviços da divida é de 11,5% da RCL. Em todos os anos este comprometimento<br />
situou-se entre 7,5% e 8,5% da RCL. Outro parâmetro que revela o baixo<br />
endividamento de Sergipe é o percentual das receitas de operação de crédito em<br />
cada exercício como uma percentagem da RCL no mesmo exercício. O limite da LRF<br />
é 16% da RCL: ao longo do período este percentual variou entre um mínimo de 0,8%,<br />
em 2003, a um máximo de 5,37% em 2004, em decorrência de uma nova operação de<br />
crédito contratada junto a CEF.<br />
Portanto, o Governo de Sergipe cumpriu essencialmente os principais limites<br />
definidos pela LRF e legislação complementar. Reitera-se, entretanto, que o Poder<br />
Judiciário tem se situado fora dos seus limites de gasto com pessoal. Esse<br />
descumprimento, todavia, não tem prejudicado o Estado no que diz respeito ao limite<br />
global de gastos com pessoal.<br />
3.6. - Sumário da Gestão Fiscal<br />
Os dados constantes da Tabela 6 mostram os principais itens de gasto do<br />
Governo como uma proporção da RCL. Observe-se que em todos os anos da série, a<br />
soma dos principais gastos excede a RCL. Esse excesso situou-se na ordem de 4,25<br />
a 4,6% nos anos de 2000 e 2001. Nos dois anos seguintes, esse excedente reduziu-se<br />
para 3% e 1%.Todavia, voltou a se elevar em 2004 quando alcançou quase 5,0% da<br />
RCL. Destaque-se que todos os gastos tomados como uma proporção da RCL,<br />
subiram durante o período 2000-2005 exceto investimentos. De fato, tendo como<br />
referência os anos extremos da série, os gastos com pessoal elevaram-se de 54,90%<br />
para 61,9% 57 ; os relativos ao serviço da divida elevaram-se discretamente de 7,6%<br />
para 7,8%, embora nos anos intermediários tenha atingido até 8,4%; e o custeio do<br />
governo aumentou de 26,9% para 29,4%. Os investimentos como uma proporção da<br />
RCL, todavia, caíram substancialmente entre 2000 e 2004. De fato, essa proporção<br />
caiu de 14,7%, em 2000, para apenas 5,8%, em 2004, tendo sido ainda menor no ano<br />
anterior.<br />
Por conseguinte, observa-se um aumento nos gastos do governo com pessoal<br />
e custeio, uma certa estabilidade nas despesas com os serviços da divida e uma<br />
57 Os critérios para contabilizar os gastos com pessoal para efeito do cômputo dos limites da LRF são<br />
diferentes daqueles utilizados para a gestão orçamentária e financeira. Por conseguinte, os valores<br />
referentes a gastos com pessoal constantes das Tabelas 5 e 6 são diferentes embora sejam<br />
relativamente próximos.<br />
132
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
queda significativa dos investimentos. Isso significa que o Governo de Sergipe está<br />
reduzindo os seus investimentos tanto em termos absolutos quanto em proporção da<br />
RCL, a despeito de ter sido capaz de gerar poupança corrente em quatro dos cinco<br />
anos da série. Adicione-se que mesmo tendo comprometido investimentos com<br />
aumentos do gasto corrente, o Governo do Estado tem se endividado relativamente<br />
pouco.<br />
133
RUBRICAS<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 5 - Sergipe: Limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (2000-2004)<br />
LIMITE<br />
LEGAL<br />
Em R$ milhões<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
%RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL<br />
Despesa com Pessoal ≤ 60 692,4 57,3 813,1 58,3 945,1 56,4 1.069,1 59,2 1.136,5 55,6<br />
Executivo ≤ 49 552,5 45,7 661,5 47,4 771,5 46,1 857,7 47,5 877,5 43,0<br />
Legislativo ≤ 3 55,7 4,6 61,4 4,4 72,3 4,3 88,6 4,9 112,1 5,5<br />
Judiciário ≤ 6 63,2 5,2 66,9 4,8 75,6 4,5 89,0 4,9 102,5 5,0<br />
Ministério Público ≤ 2 21,1 1,7 23,3 1,7 25,8 1,5 33,8 1,9 44,4 2,2<br />
Dívida Consolidada Líquida ≤ 200 1.420,6 117,5 1.437,4 103,0 1.539,8 91,9 1.559,0 86,4 1.637,8 80,2<br />
Total de Garantias ≤ 22 356,3 29,5 350,6 25,1 324,3 19,4 322,4 17,9 313,1 15,3<br />
Receita de Operações de Crédito ≤ 16 29,5 2,4 17,8 1,3 26,3 1,6 14,0 0,8 109,6 5,4<br />
Serviços da Dívida ≤ 11,50 91,5 7,6 114,0 8,2 141,0 8,4 152,2 8,4 160,2 7,8<br />
RCL no Exercício Fiscal (Montante) 1.209,4 - 1.395,9 - 1.674,7 - 1.805,5 - 2.043,1 -<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota valores em R$ milhões a preços correntes<br />
Tabela 6 - Sergipe: Sumário da Gestão Fiscal 2000-2004<br />
Descrição<br />
2000<br />
Absol. %<br />
2001<br />
Absol. %<br />
2002<br />
Absol. %<br />
2003<br />
Absol. %<br />
2004<br />
Absol. %<br />
1. Pessoal e encargos sociais 664,4 54,9 810,7 58,1 961,9 57,4 1.095,8 60,7 1.264,7 61,9<br />
2. Serviços da Dívida (juros + encargos + amortizações) 91,5 7,6 114,0 8,2 140,8 8,4 152,1 8,4 160,2 7,8<br />
3. Outras despesas correntes (exceto cota parte dos municípios) 325,7 26,9 389,3 27,9 459,6 27,4 491,6 27,2 600,4 29,4<br />
4. Investimentos 178,2 14,7 145,8 10,4 161,6 9,6 85,2 4,7 117,6 5,8<br />
5. Receita Corrente Líquida 1.209,4 104,2 1.395,9 104,6 1.674,7 102,9 1.805,5 101,1 2.043,1 104,9<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota: os valores em R$ milhões estão a preços correntes<br />
134
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
3.7. - O Programa de Ajuste Fiscal<br />
Sergipe está implementando um Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal<br />
em contrapartida ao refinanciamento de sua divida nos termos Lei 9.496/97. Neste<br />
sentido, o Estado tem metas no que diz respeito a: i) a relação Divida Financeira<br />
/Receita Líquida Real; ii) resultado primário; iii) despesa com o funcionalismo público;<br />
iv) arrecadação própria; v) a relação Investimentos / Receita Líquida Real, e: v) a<br />
realização da Reforma do Estado, Ajuste Patrimonial e Alienação de Ativos. Essa<br />
última meta é qualitativa, referindo-se ao alcance de compromissos assumidos pelo<br />
Governo de Sergipe junto ao Tesouro Nacional para modernizar o setor público<br />
estadual. Só existem informações que avaliem o Programa de Ajuste Fiscal (PAF) de<br />
Sergipe para o ano de 2004.<br />
A partir de 2000, o Governo do Estado procurou reverter os resultados<br />
deficitários de anos anteriores. Em 2001, o Estado gerou um resultado primário de R$<br />
131 milhões e uma suficiência financeira de R$ 38 milhões, ou seja, após pagar juros<br />
e amortizações e agregar o valor de operações de crédito, o Estado dispunha deste<br />
último valor. Em 2002, o resultado primário (R$ 163 milhões) e a suficiência financeira<br />
(R$ 54 milhões) foram ainda melhores. Em 2003, todavia, houve uma inversão de<br />
tendência. Neste ano, o resultado primário caiu para R$ 84 milhões e o Estado<br />
apresentou uma deficiência financeira de R$ 25 milhões. A queda no valor do<br />
resultado primário, a subida das amortizações e uma receita menor de operações de<br />
crédito foram determinantes destes números. Em 2004, o Estado apresentou um<br />
superávit primário da ordem de R$ 30,6 milhões 58 , abaixo do previsto no PAF e<br />
continuando a sua trajetória de queda iniciada em 2003.<br />
No que diz respeito ao PAF de 2004, Relatório do Governo do Estado de<br />
Sergipe indica que foram cumpridas as metas: i) Relação Dívida/RLR (com meta de<br />
menor ou igual a unidade e realizado de 0,6846) ; ii) Despesas com funcionalismo<br />
público (meta de menor ou igual a 60% e realizado de 55,62%), e; iii) Receita de<br />
arrecadação própria (com meta de R$ 1.218 milhões e realizado de R$ 1.269,o<br />
milhões). Não foram cumpridas as metas relativas a: i) Resultado primário (com meta<br />
de valor igual ou superior a R$ 60,0 milhões e realizado de R$ 30,6 milhões), e; ii)<br />
Despesas com Investimento e Inversões/ RLR (meta de menor ou igual a 11,09% e<br />
realizado de R$ 12,39%).<br />
58 Embora não apresente números o Relatório do Governo do Estado afirma que a despeito do resultado<br />
primário ter sido abaixo do previsto o Estado não gerou atraso/deficiência financeira.<br />
135
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Observe-se que há uma piora nas contas pública a partir de 2003: o resultado<br />
primário cai a partir de 2003 enquanto a suficiência transforma-se em deficiência<br />
financeira em 2003. Contribuiu para a queda do resultado primário, o crescimento das<br />
despesas não financeiras, a queda nas transferências da União e, no caso do<br />
atraso/deficiência de 2003, o aumento nos serviços e na amortização da divida que<br />
não foram compensados quer por alienação de ativos ou por receitas derivadas de<br />
operações de crédito.<br />
O aumento nos gastos correntes e na folha de pessoal ocorreu às custas de<br />
declínio no investimento público estadual, componente importante da formação bruta<br />
de capital fixo de Sergipe e um dos determinantes do crescimento de sua economia.<br />
136
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4 - MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E ALGUNS INDICADORES SOCIAIS<br />
(1992 – 2003)<br />
Nesta secção examinar-se-ão aspectos estruturais do mercado de trabalho de<br />
Sergipe durante o período 1992-2003, especialmente o comportamento do emprego 59 .<br />
A evolução de alguns indicadores sociais, representativos da evolução das condições<br />
de vida dos sergipanos também será objeto de análise nesta seção. Na medida em<br />
que a base de dados o permitir, algumas dessas informações serão regionalizadas.<br />
4.1 - Características do mercado de trabalho e dos rendimentos da<br />
população ocupada.<br />
O objeto da análise é a evolução da população em idade de trabalhar (PIA), da<br />
população economicamente ativa (PEA) e da população ocupada (PO). Com base nas<br />
informações brutas serão calculadas e interpretadas as taxas de participação na força<br />
de trabalho (TPFT) e as taxas de desemprego (TD) por gênero e idade. Será também<br />
investigada a estrutura e a composição da população ocupada bem como a evolução<br />
dos rendimentos dessa população.<br />
i) Evolução da PIA<br />
4.1.1 - A Demografia da Força de Trabalho Sergipana: evolução da<br />
PIA, da PEA e da POC<br />
A PIA conceituada como a população com 10 ou mais anos de idade<br />
representava em 1992 um contingente de quase 1,2 milhões de pessoas, a maioria<br />
feminina (52,0%) 60 . Em 2003 esse grupo elevou-se para 1,5 milhões (Vide Tabela 32<br />
do Anexo Estatístico), aumentando discretamente a participação das mulheres na PIA<br />
(52,6%). De fato, entre 1992 e 2003, a PIA cresceu em média 2,3% ao ano, com as<br />
mulheres (2,4% a.a) apresentando um crescimento ligeiramente superior ao dos<br />
homens (2,2% a.a.). As taxas de crescimento da PIA para o Brasil e Nordeste foram,<br />
respectivamente, de 2,2% e 1,9% a.a. durante o período 1992-2003. Portanto, a PIA<br />
sergipana cresceu um pouco mais do que a do país e da região (Tabela 1). Além<br />
disso, o crescimento da PIA feminina de Sergipe durante o período 1992-2003 foi<br />
próxima da média brasileira (2,3%) e bem acima da taxa média do Nordeste (1,8%).<br />
59 As fontes de dados serão a PNAD e a RAIS.<br />
60 A legislação brasileira não permite que menores abaixo de 14 anos trabalhem. Aqueles com 14 anos<br />
ou mais só podem trabalhar como aprendizes ou estagiários. Entre o “”de jure” e o “de facto” há, todavia,<br />
uma diferença. Apesar de condenável o trabalho infanto-juvenil é relativamente freqüente no Brasil e<br />
Sergipe (este na cultura da laranja) a despeito de ter se reduzido em anos recentes por causa de políticas<br />
públicas, especialmente o programa de erradicação do trabalho infantil (PETI). O conceito de PIA é que a<br />
população com 10 anos ou mais de idade é potencialmente mobilizável para o trabalho, embora apenas<br />
uma fração dela se engaje na PEA, quer como ocupada, quer buscando trabalho.<br />
137
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 1<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %)<br />
da População em Idade Ativa - PIA por gênero<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
(1992 - 2003)<br />
População em Idade Ativa - PIA (%)<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 - 1999 1,9 1,9 2,0<br />
1999 - 2003 2,7 2,6 2,7<br />
1992 - 2003<br />
Nordeste<br />
2,2 2,2 2,3<br />
1992 - 1999 1,8 1,9 1,7<br />
1999 - 2003 2,2 2,2 2,1<br />
1992 - 2003<br />
Sergipe<br />
1,9 2,0 1,8<br />
1992-1999 1,9 2,0 1,8<br />
1999-2003 3,0 2,5 3,4<br />
1992-2003 2,3 2,2 2,4<br />
Fontes: IBGE - PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1992, 1999, 2001, 2002 e<br />
2003.<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Decomposto por sub-período os resultados são bem distintos (Tabela 1). Entre<br />
1992 e 1999, a PIA sergipana cresceu apenas 1,9% a.a. enquanto no sub-período<br />
1999-2003 esse crescimento elevou-se substancialmente para 3,0% a.a. Essas<br />
diferenças surgem também quando se analisa a evolução da PIA por gênero nos<br />
mesmos sub-períodos; as mulheres em idade de trabalhar cresceram quase o dobro<br />
no segundo sub-período (3,4% a.a.) em comparação com o primeiro (1,8% a.a.)<br />
enquanto os homens apresentaram taxas menos díspares, embora tenham crescido<br />
também mais no segundo sub-período (2,5% a.a.) do que no primeiro (2,0% a.a.).<br />
Tanto no Brasil quanto no Nordeste as taxas por gênero foram maiores no segundo do<br />
que no primeiro período. A PIA feminina brasileira em ambos os sub-períodos cresceu<br />
um pouco acima da PIA masculina. O contrário ocorreu para a região Nordeste como<br />
um todo. Por conseguinte, Sergipe apresenta um padrão de crescimento da PIA por<br />
gênero, nos dois períodos, distinto daquele apresentado para a região Nordeste e na<br />
mesma direção, mas com maior intensidade na comparação com o país.<br />
A composição da população em idade de trabalhar por sexo não mudou<br />
significativamente entre 1992 e 2003, situando-se a contribuição feminina entre 52% e<br />
53% da PIA, valores, em média, acima dos apresentados para o país e para o<br />
Nordeste nos mesmos anos (Tabela 2).<br />
138
ii) Evolução da PEA<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 2<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da<br />
População em Idade Ativa – PIA por gênero<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
População em Idade Ativa – PIA (%)<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 100 48,6 51,4<br />
1999 100 48,4 51,6<br />
2001 100 48,2 51,8<br />
2002 100 48,2 51,8<br />
2003 100 48,3 51,7<br />
Nordeste<br />
1992 100 48,0 52,0<br />
1999 100 48,5 51,5<br />
2001 100 48,3 51,7<br />
2002 100 48,5 51,5<br />
2003 100 48,6 51,4<br />
Sergipe<br />
1992 100 47,9 52,1<br />
1999 100 48,2 51,8<br />
2001 100 47,1 52,9<br />
2002 100 47,2 52,8<br />
2003 100 47,3 52,7<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
A PEA tem crescido, em média, mais do que a PIA, expressando que a taxa de<br />
participação na força de trabalho, ou seja, a fração da PIA que está ocupada ou<br />
procurando emprego, está se elevando. De fato, entre 1992 e 2003, a PEA sergipana<br />
cresceu ao ritmo anual de 2,8%. O contingente de sergipanos na força de trabalho era<br />
de 694 mil naquele ano, evoluindo para 940 mil no último ano do período (Tabela 33<br />
do Anexo Estatístico). Esse crescimento foi bem mais significativo para as mulheres<br />
(4,1%) do que para os homens (1,8%), Portanto, de forma semelhante ao que tem<br />
ocorrido para o país como um todo, as mulheres vêm aumentando sua participação no<br />
mercado de trabalho (Tabela 3). De fato, para o país como um todo, o crescimento da<br />
PEA feminina durante o período 1992-2003 foi bem superior (2,9%) ao da masculina<br />
(1,7%) e, em ambos os casos, acima do crescimento das respectivas populações em<br />
idade de trabalhar. Esse aumento decorre de vários fatores, sendo a educação um dos<br />
mais expressivos. 61<br />
61 Outros fatores associados são a menor taxa de fecundidade, aumento da produtividade das atividades<br />
domésticas, mudanças na atitude do homem com relação ao trabalho feminino, alta elasticidade da oferta<br />
de trabalhadores domésticos remunerados, segmentação do trabalho feminino em ocupações especificas,<br />
139
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 3<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da<br />
População Economicamente Ativa - PEA por gênero<br />
Regiões<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
População Economicamente Ativa - PEA<br />
Total Homens Mulheres<br />
Brasil (1)<br />
1992 - 1999 1,8 1,3 2,5<br />
1999 - 2003 2,9 2,3 3,6<br />
1992 - 2003<br />
Nordeste<br />
2,2 1,7 2,9<br />
1992 - 1999 1,7 1,3 2,3<br />
1999 - 2003 1,8 1,8 1,7<br />
1992 - 2003<br />
Sergipe<br />
1,7 1,5 2,1<br />
1992 - 1999 2,6 1,8 3,7<br />
1999 - 2003 3,2 1,9 4,8<br />
1992 - 2003<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
2,8 1,8 4,1<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
De forma semelhante ao que ocorreu na evolução da PIA, as taxas de variação<br />
são bem distintas ao se desagregar o período 1992-2003 em dois sub-períodos: 1992-<br />
1999 e 1999-2003 (Tabela 3). Todavia, em ambos os períodos, o crescimento da PEA<br />
feminina foi bem superior ao da masculina. Além disso, tanto para o conjunto da PEA<br />
quanto para os contingentes masculino e feminino, a evolução foi mais rápida no<br />
segundo do que no primeiro período.<br />
Para o Brasil como um todo, o crescimento da PEA por gênero foi maior no<br />
segundo do que no primeiro período. No caso do Nordeste, todavia, isso só ocorreu<br />
para a PEA masculina. No país, a PEA feminina expandiu-se a um ritmo superior ao<br />
da masculina nos dois sub-períodos. Já para o Nordeste, isso só ocorreu no período<br />
1992-1999. No segundo período, as duas taxas foram praticamente iguais para a<br />
região como um todo. Assim como ocorreu com a PIA, no caso de Sergipe, a PEA<br />
feminina cresceu bem acima da força de trabalho masculina nos dois sub-períodos e a<br />
um ritmo mais intenso do que a população em idade ativa, quando comparada,<br />
especialmente, com o país. Nesse sentido, o padrão de Sergipe assemelha-se mais<br />
ao brasileiro do que ao nordestino; crescimento da PEA bem maior no segundo do que<br />
no primeiro período, expansão mais rápida da força de trabalho feminina em<br />
comparação com a masculina e um maior crescimento da PEA com relação a PIA,<br />
denotando aumentos significativos na taxa de participação da força de trabalho. O<br />
aumento da participação feminina parece estar vinculado não somente a aspectos<br />
maior habilidade do trabalho feminino para o manuseio de produtos e para lidar com o atendimento ao<br />
público e maior idade ao casar.<br />
140
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
pelo lado da oferta, mas também a determinantes pelo lado da demanda. Isso será<br />
examinado mais adiante.<br />
Outra faceta desse comportamento diferenciado é a composição da PEA por<br />
gênero (Tabela 4). Em 1992, 39,1% da PEA era formada por mulheres. Em 2003,<br />
esse percentual elevou-se para 45%, uma participação mais expressiva do que a<br />
observada para o país como um todo (42,7%) e para a região Nordeste (41,2%).<br />
iii) Evolução da POC<br />
Tabela 4<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da<br />
População Economicamente Ativa - PEA por gênero<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
População Economicamente Ativa - PEA<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 100 60,6 39,4<br />
1999 100 58,6 41,4<br />
2001 100 58,1 41,9<br />
2002 100 57,5 42,5<br />
2003 100 57,3 42,7<br />
Nordeste<br />
1992 100 60,3 39,7<br />
1999 100 58,8 41,2<br />
2001 100 59,1 40,9<br />
2002 100 58,9 41,1<br />
2003 100 58,8 41,2<br />
Sergipe<br />
1992 100 60,9 39,1<br />
1999 100 57,8 42,2<br />
2001 100 57,6 42,4<br />
2002 100 56,4 43,6<br />
2003 100 55,0 45,0<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
A população ocupada cresceu a um ritmo, em geral, intermediário entre o<br />
crescimento da PIA e da PEA (Tabela 5). De fato, a ocupação expandiu-se à taxa de<br />
2,6% a.a. durante o período 1992-2003, sendo esse crescimento mais intenso no<br />
contingente feminino (3,7%) do que no masculino (1,8%). A economia sergipana<br />
absorvia em 1992 cerca de 645,9 mil pessoas. Esse contingente elevou-se em 2003<br />
para 855,3 mil trabalhadores, engajados em atividades formais ou informais (Tabela<br />
34 do Anexo Estatístico). Esse ritmo de expansão foi superior ao apresentado pela<br />
economia brasileira (1,9%) e nordestina (1,5%) durante o mesmo período. Ademais, a<br />
ocupação feminina também cresceu a taxas superiores à masculina tanto no país<br />
(2,5%) quanto na região (1,9%), mas em ritmo inferior ao observado para Sergipe<br />
(3,7%).<br />
141
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 5<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da<br />
População Ocupada - POC por gênero<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
População Ocupada - POC<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 – 1999 1,3 1,0 1,9<br />
1999 – 2003 2,8 2,3 3,6<br />
1992 – 2003<br />
Nordeste<br />
1,9 1,5 2,5<br />
1992 – 1999 1,4 1,1 1,9<br />
1999 – 2003 1,6 1,7 1,4<br />
1992 – 2003<br />
Sergipe<br />
1,5 1,3 1,7<br />
1992 – 1999 2,3 1,6 3,3<br />
1999 – 2003 3,1 2,1 4,5<br />
1992 – 2003 2,6 1,8 3,7<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Na decomposição por sub-período, observa-se que a ocupação em Sergipe<br />
cresceu mais no segundo do que no primeiro período e que, em ambos os períodos, a<br />
ocupação feminina expandiu-se a uma taxa superior a masculina (Tabela 5). Esse<br />
comportamento repete-se para o Brasil nos dois sub-períodos e para o Nordeste<br />
apenas no primeiro período. No segundo período, a ocupação masculina no Nordeste<br />
cresce a um ritmo superior a feminina. Sergipe, por conseguinte, foge ao padrão<br />
nordestino observado nesse período, conformando-se mais àquele observado para o<br />
país como um todo; as taxas de crescimento da população ocupada em Sergipe<br />
foram, para homens e mulheres nos dois sub-períodos, bem acima das observadas<br />
para o país e a região.<br />
A composição por sexo da ocupação evidencia o crescimento do contingente<br />
feminino que, em 1992, participava com apenas 38,6% - percentual inferior a média<br />
brasileira e regional naquele ano - na ocupação e, em 2003, elevou sua<br />
representatividade para 43,6%, percentual superior ao observado, naquele ano, para o<br />
Brasil e para o Nordeste (Tabela 6).<br />
142
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 6<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da<br />
População Ocupada - POC por gênero<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
População Ocupada - POC<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 100 61,2 38,8<br />
1999 100 59,7 40,3<br />
2001 100 59,3 40,7<br />
2002 100 58,7 41,3<br />
2003 100 58,5 41,5<br />
Nordeste<br />
1992 100 60,9 39,1<br />
1999 100 59,6 40,4<br />
2001 100 60,2 39,8<br />
2002 100 60,0 40,0<br />
2003 100 60,0 40,0<br />
Sergipe<br />
1992 100 61,4 38,6<br />
1999 100 58,7 41,3<br />
2001 100 59,7 40,3<br />
2002 100 58,1 41,9<br />
2003 100 56,4 43,6<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
4.1.2 - Evolução da Desocupação<br />
A desocupação cresceu 5,3% ao ano entre 1992 e 2003, sendo que neste caso<br />
o crescimento foi maior no primeiro (6,3%) do que no segundo sub-período (3,4%). Em<br />
1992, o número de desocupados, entendido como aquele contingente que estava<br />
ativamente procurando trabalho, foi da ordem de 48,1 mil pessoas. Em 1999, o<br />
número de desocupados elevou-se para 74 mil e, em 2003, alcançou cerca de 84,6 mil<br />
pessoas (Tabela 35, do Anexo Estatístico). No corte por gênero, observa-se que a<br />
desocupação feminina expandiu-se nos dois sub-períodos a uma taxa bem superior ao<br />
da desocupação masculina (Tabela 7).<br />
De fato, entre 1999 e 2003, o desemprego masculino chegou a cair enquanto o<br />
feminino crescia a uma taxa de 7,1% ao ano. O fato de a desocupação feminina<br />
expandir-se rapidamente significa que contingentes crescentes de mulheres vêm<br />
procurando emprego, estimuladas provavelmente por ganhos de escolaridade e por<br />
outros fatores que estimulariam a oferta de e a demanda por trabalho feminino,<br />
conforme mencionou-se anteriormente. Para o Brasil e Nordeste, o crescimento da<br />
desocupação foi também maior no primeiro do que no segundo período e, também,<br />
maior para as mulheres do que para os homens.<br />
143
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 7<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da<br />
População Desocupada por gênero<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
Total<br />
População Desocupada<br />
Homens Mulheres<br />
1992 - 1999 7,6 6,5 8,7<br />
1999 - 2003 3,1 2,0 4,1<br />
1992 - 2003<br />
Nordeste<br />
6,0 4,9 7,0<br />
1992 - 1999 5,6 4,9 6,3<br />
1999 - 2003 3,9 2,7 5,1<br />
1992 - 2003<br />
Sergipe<br />
5,0 4,1 5,8<br />
1992 - 1999 6,3 4,6 8,3<br />
1999 - 2003 3,4 (1,0) 7,1<br />
1992 - 2003 5,3 2,5 7,8<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Esses resultados aparentemente contrastam com o <strong>desempenho</strong> da economia<br />
sergipana que cresceu menos no segundo período (2,3%) do que no primeiro (3,1%).<br />
A conciliação entre as taxas de crescimento da desocupação e do PIB estadual<br />
ocorreria ao se admitir que, em períodos de maior dinamismo econômico, aumentaria<br />
a desocupação porque se elevaria a busca por emprego, cuja probabilidade de<br />
sucesso é maior quando a economia está apresentando crescimento mais vigoroso.<br />
A busca por trabalho é mais representativa no contingente feminino. É<br />
emblemático que a participação das mulheres entre os desocupados eleve-se de<br />
45,3%, em 1992, para 59,1%, em 2003 (Tabela 8). Essa participação foi inferior a<br />
observada, em 2003, para o Brasil (54,0%) e para o Nordeste (53,6%). No inicio do<br />
período (1992) a participação das mulheres sergipanas entre os desocupados (45,3%)<br />
era inferior a do país (48,5%) e a da região (48,9%). Por conseguinte, as mulheres<br />
avançaram em termos de participação no total da PEA e em termos de participação no<br />
total do contingente feminino em idade de trabalhar, mas apresentam uma dificuldade<br />
bem acima da média da população e dos homens, em particular, de obterem uma<br />
ocupação.<br />
144
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 8<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da<br />
População Desocupada por gênero<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
Total<br />
População Desocupada<br />
Homens Mulheres<br />
1992 100 51,5 48,5<br />
1999 100 48,0 52,0<br />
2001 100 46,8 53,2<br />
2002 100 46,3 53,7<br />
2003 100 46,0 54,0<br />
Nordeste<br />
1992 100 51,1 48,9<br />
1999 100 48,8 51,2<br />
2001 100 46,8 53,2<br />
2002 100 47,5 52,5<br />
2003 100 46,4 53,6<br />
Sergipe<br />
1992 100 54,7 45,3<br />
1999 100 48,7 51,3<br />
2001 100 41,2 58,8<br />
2002 100 41,8 58,2<br />
2003 100 40,9 59,1<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
4.1.3 - Evolução da Taxa de Participação no Mercado de Trabalho<br />
(TPFT)<br />
A TPFT elevou-se de 58,5 para 61,7 entre 1992 e 2003 com um movimento de<br />
recuo para a taxa masculina e de subida para a feminina (Tabela 9). De fato, durante<br />
esse período a TPFT masculina caiu de 74,3 para 71,7 (com um inexplicável 73,4 em<br />
2002) enquanto a TPFT feminina elevou-se de 43,8 em 1992 para 50,0 em 1999,<br />
oscilando discretamente em 2001 e 2002 e estabilizando-se em 52,7 (2003). Isso<br />
significa que, naquele ano, quase 53% da população feminina de 10 anos ou mais<br />
estava engajada no mercado de trabalho, quer ocupada, quer em busca de uma<br />
ocupação.<br />
As causas do aumento da TPFT feminina já foram mencionadas anteriormente.<br />
O que não está claro é o fundamento para a queda na TPFT masculina. Ao se calcular<br />
a TPFT por faixa etária, observa-se o que é padrão, ou seja, que a TPFT eleva-se com<br />
a idade, tendendo a alcançar seu pico na faixa dos 30 aos 39 anos, cair discretamente<br />
na faixa dos 40-49 anos por conta do sistema brasileiro de previdência social que<br />
145
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
estimulava, especialmente no serviço público, aposentadorias precoces, para depois<br />
declinar de forma mais acentuada (Tabela 10).<br />
Tabela 9<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: TPFT - Taxa de Participação na Força de Trabalho (em %)<br />
1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Anos<br />
Brasil (1)<br />
Total<br />
TPFT (em %)<br />
Homens Mulheres<br />
1992 61,5 76,6 47,2<br />
1999 61,0 73,8 49,0<br />
2001 60,5 72,8 48,9<br />
2002 61,3 73,2 50,3<br />
2003 61,4 72,8 50,7<br />
Nordeste<br />
1992 61,3 77,0 46,8<br />
1999 61,1 74,1 48,8<br />
2001 58,9 72,1 46,7<br />
2002 59,8 72,8 47,7<br />
2003 60,1 72,7 48,2<br />
Sergipe<br />
1992 58,5 74,3 43,8<br />
1999 61,3 73,5 50,0<br />
2001 58,5 71,5 47,0<br />
2002 61,4 73,4 50,7<br />
2003 61,7 71,7 52,7<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
A TPFT, em Sergipe, para o grupo de jovens (crianças e adolescentes) caiu,<br />
entre 1992 e 2003, de 34,2 para 30,6 o que contribuiu provavelmente para a queda na<br />
TPFT masculina. No entanto, essa queda também é observável e, com maior<br />
intensidade, tanto para o Brasil quanto para o Nordeste e, nesses casos, não se<br />
observa um declínio da TPFT masculina. Todavia, a TPFT especifica para o grupo dos<br />
10 aos 19 anos ainda é muito elevada para essa faixa etária uma vez que, na média,<br />
cerca de um terço do grupo que tinha entre 10 e 19 anos estava, durante aquele<br />
período, participando ativamente do mercado de trabalho, quando deveria estar<br />
dedicando-se exclusivamente, a não ser como estagiário (a partir dos 14 anos) ou<br />
aprendiz, a freqüentar a escola.<br />
146
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 10<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: TPFT - Taxa de Participação na<br />
Força de Trabalho por faixa etária<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Faixa etária (em anos)<br />
Região De 10 - 19 De 20 - 29 De 30 - 39 De 40 - 49 De 50 - 59 Mais de 60<br />
Brasil (1)<br />
1992 39,7 76,6 79,2 76,8 63,7 35,7<br />
1999 34,5 77,8 81,6 78,2 65,1 32,3<br />
2001 31,7 77,3 81,3 78,0 64,5 31,0<br />
2002 31,9 78,2 82,3 79,2 65,3 31,2<br />
2003 30,9 78,8 82,6 79,3 65,6 31,3<br />
Nordeste<br />
1992 42,3 74,0 79,7 78,8 69,0 40,4<br />
1999 37,9 75,5 81,4 80,3 70,1 38,0<br />
2001 33,2 73,3 79,5 78,0 68,4 35,9<br />
2002 33,9 74,6 80,3 78,2 68,5 36,1<br />
2003 32,6 74,9 80,6 79,5 69,2 36,6<br />
Sergipe<br />
1992 34,2 74,7 78,4 76,5 62,9 35,8<br />
1999 35,6 75,1 80,8 81,9 73,5 34,3<br />
2000 28,5 74,3 79,3 75,7 68,7 34,4<br />
2001 33,6 74,8 83,9 81,0 68,6 32,4<br />
2003 30,6 74,7 83,1 82,8 72,2 32,8<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
TPFT = ((PEA/PIA)*100)<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
A TPFT de Sergipe em 1992 era inferior a do Brasil (61,5) e a do Nordeste<br />
(61,3).Em 2003, a TPFT sergipana já tinha superado as taxas para o país e para a<br />
região puxados pelo crescimento da TPFT feminina que, partindo, em 1992, de 43,8,<br />
já alcançava , em 2003, um valor (52,7) superior ao do Brasil (50,7) e ao da região<br />
Nordeste (48,2).Portanto, o ingresso das mulheres no mercado de trabalho é o que<br />
explica o dinamismo da PEA.<br />
4.1.4 - Evolução da Taxa de Desocupação<br />
A taxa de desocupação em Sergipe no ano de 1992 foi de 6,9%, ou seja, quase<br />
7% da PEA estava desempregada naquele ano. Em 2003, essa taxa elevou-se para<br />
9,0%, sendo que a taxa de desemprego entre os homens cresceu apenas de 6,2%<br />
para 6,7% enquanto a feminina elevou-se de 8 % para 11,8%, uma variação bem<br />
superior a apresentada para a taxa de desemprego masculina (Tabela 11). No ano<br />
base (1992), a taxa de desocupação em Sergipe era superior a do Brasil e a do<br />
Nordeste, mas com diferenças da ordem de décimos. Em 2003, a taxa de<br />
147
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
desocupação sergipana situou-se um pouco acima da do Nordeste e sete décimos<br />
abaixo da brasileira.<br />
Tabela 11<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de Desocupação por gênero<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
Total<br />
Taxa de desocupação (em %)<br />
Homens Mulheres<br />
1992 6,5 5,6 8,0<br />
1999 9,6 7,9 12,1<br />
2001 9,4 7,5 11,9<br />
2002 9,2 7,4 11,6<br />
2003<br />
Nordeste<br />
9,7 7,8 12,3<br />
1992 6,2 5,2 7,6<br />
1999 8,0 6,6 9,9<br />
2001 8,7 6,9 11,3<br />
2002 8,3 6,7 10,6<br />
2003<br />
Sergipe<br />
8,7 6,9 11,3<br />
1992 6,9 6,2 8,0<br />
1999 8,9 7,5 10,8<br />
2001 11,6 8,3 16,1<br />
2002 10,2 7,6 13,6<br />
2003 9,0 6,7 11,8<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
Taxa de desocupção = (Pop. Desocupada / PEA * 100)<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
É padrão que a taxa de desemprego feminina seja maior do que a masculina<br />
por razões que vão da pura discriminação às reais dificuldades de inserção no<br />
mercado de trabalho (casamento, filhos, etc). Isso se aplica também ao caso<br />
sergipano. De fato, sistematicamente em todos os anos da série em estudo, as taxas<br />
de desemprego femininas foram superiores as masculinas, sendo, todavia, de notar<br />
que os diferenciais em pontos percentuais aumentou consideravelmente durante o<br />
período. Ou seja, a probabilidade de uma mulher ficar desempregada não só<br />
aumentou, mas também se ampliou com relação à mesma probabilidade para os<br />
homens.<br />
Os diferenciais entre as taxas femininas e masculinas também são observáveis<br />
para o Brasil e para o Nordeste, mas os diferenciais entre as taxas masculina e<br />
feminina para esses dois universos, em pontos percentuais, no ano de 2003, não<br />
foram tão amplas como em Sergipe. Em 1992, todavia, esse diferencial tinha sido mais<br />
favorável ao Estado. Portanto, ao longo do período 1992-2003 ampliaram-se as<br />
dificuldades para as mulheres conseguirem uma ocupação.<br />
148
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
As taxas de desocupação por idade são maiores para os grupos de jovens (10-<br />
19 anos) e de jovens adultos (20-29 anos), mas mostram-se mais elevadas, em média,<br />
para o primeiro grupo em Sergipe em comparação com a região (Tabela 12). O padrão<br />
sergipano, neste caso, assemelha-se mais ao brasileiro do que ao nordestino.<br />
Tabela 12<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de Desocupação da população por faixa etária<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Faixa etária (em anos)<br />
Região De 10 - 19 De 20 - 29 De 30 - 39 De 40 - 49 De 50 - 59 Mais de 60<br />
Brasil<br />
1992 12,0 8,6 5,0 3,2 2,4 1,1<br />
1999 19,4 12,7 7,4 5,5 4,4 2,5<br />
2001 19,3 12,7 7,1 5,3 4,5 2,6<br />
2002 20,0 12,5 6,7 5,2 4,1 2,6<br />
2003 20,8 13,5 7,4 5,7 4,5 2,7<br />
Nordeste<br />
1992 8,9 9,6 4,9 2,9 1,9 0,8<br />
1999 11,9 12,4 6,9 4,1 2,7 1,0<br />
2001 13,7 13,4 7,3 4,9 2,9 1,4<br />
2002 13,8 12,4 6,4 4,7 3,3 1,3<br />
2003 13,4 13,4 7,3 5,2 3,3 1,4<br />
Sergipe<br />
1992 10,4 10,5 3,8 3,8 4,2 0,0<br />
1999 14,2 13,7 7,1 4,7 2,7 0,7<br />
2000 19,6 19,0 8,4 6,1 2,7 0,7<br />
2001 24,4 13,5 6,3 4,0 4,1 1,4<br />
2003 18,6 13,4 7,3 3,4 3,7 1,4<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
Taxa de desocupção = (Pop. Desocupada / PEA * 100)<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
4.1.5 – Estrutura ocupacional<br />
Entre 1992 e 2003 houve alterações na estrutura ocupacional de Sergipe no<br />
sentido de: i) redução na importância relativa dos empregados; ii) aumento na<br />
participação dos autônomos; iii) queda na participação dos empregadores; iv) declínio<br />
no percentual dos não remunerados e; v) aumentos na participação dos trabalhadores<br />
na produção para consumo próprio (Tabela 36 do Anexo Estatístico). As principais<br />
modificações estão explicitadas na Tabela 13.<br />
Essas mudanças no perfil do status ocupacional da população engajada em<br />
atividades produtivas indicam uma alta informalização da ocupação. Caso essa<br />
realocação da população ocupada tenha ocorrido deslocando trabalhadores de<br />
setores de mais alta para mais baixa produtividade, a economia sergipana teria<br />
perdido eficiência durante esse período. Essa questão será retomada mais adiante.<br />
149
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
No Nordeste e no país, a fração dos empregados na ocupação total aumentou<br />
discretamente, mas não declinou como no caso sergipano. Isso ocorreu porque o<br />
crescimento dos empregados em Sergipe foi inferior ao ritmo de expansão da<br />
ocupação total. Por outro lado, no Brasil e no Nordeste ocorreu o contrário, ou seja, os<br />
empregados cresceram a um ritmo superior ao da ocupação total. Uma maior<br />
importância dos empregados na ocupação total, pode indicar uma modernização da<br />
estrutura ocupacional dependendo da composição desse contingente, isto é, da sua<br />
repartição entre empregados com e sem carteira assinada.<br />
Os trabalhadores por conta própria cresceram no Nordeste e no Brasil,<br />
respectivamente às taxas de 1,4% e 2,1% enquanto, no caso de Sergipe, essa<br />
expansão foi mais rápida (4,1%). A maioria dos trabalhadores por conta própria é de<br />
baixa renda, operando em mercados competitivos onde a detenção de capital humano<br />
e físico é o principal determinante da produtividade e dos rendimentos.<br />
A queda, embora discreta, da importância relativa dos não remunerados é<br />
indicativo de uma maior monetização das relações de trabalho. Por outro lado, a<br />
elevação do percentual de trabalhadores engajados na produção para autoconsumo<br />
indica um movimento no sentido contrário ao indicado pela queda da importância<br />
relativa dos não remunerados. Ambos os fenômenos são típicos da atividade agrícola.<br />
150
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 13<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Participação relativa da População Ocupada por posição na<br />
ocupação<br />
Regiões TOTAL Empregados<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Trab.<br />
Domésticos<br />
Trab.<br />
por<br />
conta<br />
prórpia<br />
Empregadores<br />
Trab. não<br />
remunerados<br />
Trab. na<br />
produção<br />
para<br />
consumo<br />
prório<br />
Trab. na<br />
construção<br />
para<br />
consumo<br />
prório<br />
Brasil (1)<br />
1992 100 52,3 6,7 21,7 3,7 10,5 4,9 0,2<br />
1999 100 51,4 7,4 23,2 4,1 9,3 4,5 0,2<br />
2001 100 54,3 7,8 22,3 4,2 7,4 3,8 0,2<br />
2002 100 54,3 7,7 22,3 4,2 7,4 4,0 0,2<br />
2003 100 54,4 7,7 22,3 4,2 7,1 4,2 0,1<br />
Nordeste<br />
1992 100 41,0 5,3 28,0 2,4 16,8 6,1 0,2<br />
1999 100 39,4 5,6 29,1 2,7 16,9 6,2 0,1<br />
2001 100 43,5 6,5 28,1 2,7 12,8 6,2 0,1<br />
2002 100 43,7 6,3 27,6 3,0 13,4 5,9 0,2<br />
2003 100 43,4 6,0 27,9 2,8 13,2 6,5 0,1<br />
Sergipe<br />
1992 100 52,5 5,9 23,3 3,6 11,1 3,6 0,0<br />
1999 100 45,8 5,2 26,6 3,2 13,2 6,0 0,0<br />
2001 100 51,3 5,8 26,8 2,7 8,9 4,5 0,0<br />
2002 100 52,0 6,0 26,5 2,5 8,6 4,5 0,0<br />
2003 100 49,7 5,6 27,4 2,7 9,5 5,0 0,0<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, (2001, 2002, 2003 são retabulados)<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Um melhor conhecimento da estrutura ocupacional exige uma investigação<br />
sobre a sua qualidade. Essa qualidade depende de como a ocupação está repartida<br />
entre o segmento formal ou organizado do mercado de trabalho e aquele que se situa<br />
fora da rede de proteção social. Faz parte dessa rede, o acesso aos benefícios da<br />
Previdência Social, que depende da contribuição dos trabalhadores e dos<br />
empregadores ao sistema. A seguir far-se-á uma análise da evolução do emprego<br />
formal. Ou seja, do emprego assalariado e do emprego estatutário cujos ocupantes<br />
estão sob a rede de proteção social. Inicialmente essa análise será feita com base nos<br />
dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Posteriormente, será<br />
agregada análise com base na PNAD que permitirá segregar a ocupação em formal e<br />
informal com base em alguns critérios, entre os quais destaca-se o de contribuição à<br />
Previdência Social.<br />
151
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.1.6 - A Evolução do Emprego Formal segundo a RAIS<br />
O emprego formal, segundo a RAIS, apresentou uma forte evolução durante o<br />
período 1992-2003. O contingente de trabalhadores formais em Sergipe elevou-se de<br />
169,5 mil, em 1992, para 245,1 mil pessoas em 2003, um crescimento médio de 3,4%<br />
(Tabela 37 do Anexo Estatístico). 62 Entre 1992 e 1999, o crescimento, provavelmente<br />
superestimado pelo aumento da cobertura, foi da ordem de 2,1%. Entre 1999 e 2003,<br />
sanados os problemas de cobertura e de classificação, o ritmo médio de crescimento<br />
foi de 5,8%. O emprego formal no Brasil e no Nordeste, durante o mesmo período,<br />
cresceu 4,3% e 5,1%, respectivamente. Portanto, a expansão do emprego formal foi<br />
mais em linha com a região do que com o país (Tabelas 38 e 39 do Anexo).<br />
O crescimento do emprego setorial no primeiro período fica prejudicado,<br />
sobretudo pelos problemas de classificação. Todavia, no segundo período é possível<br />
identificar os setores que apresentaram maior crescimento do emprego formal. A<br />
Tabela 14 aponta para Sergipe um crescimento expressivo do emprego formal privado<br />
na industria (7,4%), no comércio (4,7%) e nos serviços, (4,2%) Para o Nordeste, o<br />
emprego formal na agropecuária cresceu 9,3%%, o comercio 7,2% e os serviços<br />
privados (5,2%) (Tabela 15).<br />
No país como um todo, os segmentos que apresentaram os maiores<br />
crescimentos do emprego formal foram o comércio e a agropecuária (Tabela 16). Para<br />
o Brasil (3,1%) e para o Nordeste (3,8%), o emprego da indústria cresceu menos do<br />
que em Sergipe (7,4%), sendo puxados, no país e na região, pelo crescimento da<br />
extrativa mineral e da indústria de transformação. Em Sergipe todos os sub-segmentos<br />
da indústria tiveram crescimento expressivo (Tabela 14).<br />
62 Durante a década dos 90, a RAIS vinha aumentando a sua cobertura e aperfeiçoando o sistema de<br />
classificação setorial do emprego. Isso traz duas dificuldades nas comparações temporais: a primeira é<br />
uma superestimação do crescimento uma vez que não é possível separar ganhos reais de aumento de<br />
cobertura. A outra é uma sub-estimação do crescimento setorial uma vez que, até, 1998, havia um<br />
resíduo não desprezível que não era classificado setorialmente. Mais recentemente a cobertura<br />
estabilizou-se e o resíduo desapareceu.<br />
152
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 14<br />
Sergipe: distribuição relativa e taxa anual de crescimento<br />
do emprego formal segundo os grupos de atividade econômica<br />
(1992 - 2003)<br />
Grandes setores<br />
1992<br />
períodos<br />
1999 2003<br />
Taxa anual de crescimento<br />
1992-1999 1999-2003 1992-2003<br />
Agropecuária 1,1 3,5 3,2 20,9 3,2 14,2<br />
Indústria 23,0 17,2 18,2 -2,1 7,4 1,3<br />
Extrativa mineral 0,5 0,4 0,7 -2,0 22,4 6,2<br />
Ind. De transformação 13,4 10,0 10,6 -2,1 7,3 1,2<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,9 1,5 1,7 -2,0 9,8 2,1<br />
Construção Civil 7,1 5,3 5,3 -2,1 5,8 0,7<br />
Comércio 10,4 14,2 13,6 6,7 4,7 5,9<br />
Serviços (exceto adm. pública) 22,4 26,0 24,4 4,2 4,2 4,2<br />
Adm. Pública 36,8 39,2 40,6 3,0 6,7 4,3<br />
Outros ou ignorados 6,4 0,0 0,0 -67,7 - -<br />
Total<br />
Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)<br />
100 100 100 2,1 5,8 3,4<br />
No entanto, a Tabela 14 evidencia que o emprego formal mais importante em<br />
Sergipe reside na administração pública, seguida dos serviços, indústria e comercio.<br />
Observe-se que a estrutura setorial do emprego formal não se alterou<br />
substancialmente entre 1999 e 2003. A importância do emprego público na ocupação<br />
formal (cerca de 40%), indica que a economia sergipana depende fortemente dos<br />
gastos dos três níveis de governo com pessoal. Além disso, os demais gastos<br />
correntes e o investimento público devem aumentar a dependência do nível de<br />
atividade da economia sergipana aos gastos públicos. Isso sem levar em conta os<br />
efeitos indiretos desses gastos sobre o nível geral de emprego.<br />
Tabela 15<br />
Nordeste: distribuição relativa e taxa anual de crescimento do<br />
emprego formal segundo os grupos de atividade econômica (1992 - 2003)<br />
Grandes setores<br />
1992<br />
Períodos<br />
1999 2003<br />
Taxa anual de crescimento<br />
1992-1999 1999-2003 1992-2003<br />
Agropecuária 1,7 3,7 4,3 14,5 9,3 12,6<br />
Indústria 21,8 19,4 18,4 1,0 3,8 2,0<br />
Extrativa mineral 0,5 0,4 0,4 2,3 4,2 3,0<br />
Ind. de transformação 15,2 12,8 12,9 0,3 5,3 2,1<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,7 1,4 1,2 -0,2 2,1 0,6<br />
Construção Civil 4,4 4,7 3,8 3,5 -0,2 2,2<br />
Comércio 10,5 13,7 14,8 6,6 7,2 6,8<br />
Serviços (exceto adm. pública) 24,7 26,7 26,9 3,9 5,2 4,4<br />
Adm. Pública 32,4 36,5 35,5 4,5 4,4 4,4<br />
Outros ou ignorados 8,9 0,0 0,0 -64,2 - -<br />
TOTAL<br />
Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)<br />
100 100 100 2,7 5,1 3,6<br />
Portanto, o nível de emprego e de renda na economia sergipana depende<br />
fortemente da política fiscal dos três níveis de governo. Um programa de ajuste fiscal<br />
tem, por conseguinte, maior impacto sobre a economia local do que teria em outra<br />
153
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
economia onde o setor privado respondesse majoritariamente e de forma mais<br />
homogênea pela geração de emprego formal. A sensibilidade do nível de atividade da<br />
economia local ás variações na política macroeconômica nacional e aos programas de<br />
ajuste fiscal do Estado e dos seus principais Municípios, indica uma fragilidade que só<br />
poderia ser superada pela ampliação das atividades privadas na economia estadual.<br />
Tabela 16<br />
Brasil: distribuição relativa e taxa anual de crescimento do emprego formal segundo os<br />
grupos de atividade econômica (1992 - 2003)<br />
Grandes setores<br />
1992<br />
Períodos<br />
1999 2003<br />
Taxa anual de crescimento<br />
1992-1999 1999-2003 1992-2003<br />
Agropecuária 2,1 4,1 4,1 11,9 3,9 8,9<br />
Indústria 27,2 24,3 23,2 0,0 3,1 1,1<br />
Extrativa mineral 0,5 0,4 0,4 -2,0 5,1 0,6<br />
Ind. de transformação 21,2 18,4 18,1 -0,3 3,9 1,2<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,4 1,2 1,1 -0,3 0,7 0,0<br />
Construção Civil 4,1 4,2 3,5 2,1 0,0 1,4<br />
Comércio 11,9 15,8 17,3 5,9 6,8 6,2<br />
Serviços (exceto adm. pública) 27,6 32,0 31,7 3,8 4,1 3,9<br />
Adm. Pública 20,6 23,9 23,7 3,8 4,0 3,9<br />
Outros ou ignorados 10,6 0,0 0,0 -63,5 -17,2 -50,9<br />
TOTAL<br />
Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)<br />
100 100 100 1,7 4,3 2,6<br />
O contra-ponto são os dados para o Brasil como um todo (Tabela 16). A<br />
administração pública só participava, em 2003, com 23,6%. Os setores que mais<br />
absorveram emprego formal em 2003 foram, serviços (31,7%), indústria (23,2%) e um<br />
pouco mais atrás o comércio (17,3%%). Na indústria, o peso maior é o da indústria de<br />
transformação que responde por 18,1 pontos percentuais (pp) dos 23,2 pp da<br />
indústria.<br />
No entanto, Sergipe, como era de se esperar, tem o perfil ocupacional no que<br />
diz respeito ao emprego público assemelhado ao da região Nordeste. De fato, em<br />
2003, a administração pública absorvia 35,5% do emprego formal regional, seguida<br />
pelos serviços (26,9%) e pela indústria (18,4%), onde se destaca a indústria de<br />
transformação (12,9%), e o comércio (14,8%).<br />
Por outro lado, a administração pública demanda muito o trabalho feminino,<br />
especialmente em educação, saúde e serviços sociais bem como no atendimento ao<br />
público. Portanto, pelo lado da demanda há um forte atrativo para o trabalho feminino<br />
o que, associado aos fatores que aumenta a sua oferta, explicariam as altas taxas de<br />
crescimento e de participação da mulher no mercado de trabalho sergipano.<br />
Em seguida analisar-se-á o crescimento do emprego formal com base nos<br />
dados da PNAD.<br />
154
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.1.7 – A Evolução e a Estrutura do Emprego Formal conforme a<br />
PNAD<br />
Em 1992, o contingente de trabalhadores formais segundo a PNAD foi de 229,8<br />
mil pessoas. Em 2003 esse contingente elevou-se para 311,0 mil trabalhadores; um<br />
crescimento médio de 2,6% (Tabela 40 do Anexo). Como pode ser visto com o auxilio<br />
da Tabela 17, entre 1992 e 2003, o emprego formal caiu no setor agrícola e na<br />
industria. Os setores que puxaram o crescimento do emprego formal foram comércio e<br />
reparação; educação, saúde e serviços sociais. Estes dois últimos junto com<br />
administração pública e outras atividades são os setores que apresentaram maior<br />
participação no conjunto do emprego formal tanto em 1992 quanto em 2003. De fato,<br />
esses quatro setores respondiam, em 2003, por quatro quintos do emprego formal de<br />
Sergipe, cabendo destacar a participação de empregos públicos que se concentram<br />
também em setores como o de educação, saúde e serviço social (Tabela 40 do<br />
Anexo) Nesse particular, os dados da PNAD são consistentes com as informações<br />
obtidas da RAIS. Ambas as fontes evidenciam uma forte participação do emprego<br />
público no conjunto do emprego formal de Sergipe o que torna a economia do Estado<br />
muito vulnerável as vicissitudes do setor público nos três níveis de governo.<br />
Ademais, esses dados indicam como mais representativos aqueles setores que<br />
são mais demandantes do trabalho feminino como já foi apontado anteriormente ao se<br />
analisar a evolução e a estrutura do emprego formal com base na RAIS.<br />
Tabela 17<br />
Sergipe: Taxa de crescimento anual do emprego formal e informal<br />
nos principais ramos de atividades (1992-2003)<br />
Taxas anuais<br />
Atividade<br />
Formal Informal Total<br />
Agropecuária -10,2 -0,4 -0,8<br />
Industria -1,3 7,1 3,5<br />
Ind. de Transformação -0,4 10,5 5,5<br />
Construção -1,2 3,7 2,0<br />
Outras Ativ. Industriais -5,2 1,6 -2,7<br />
Comércio e Reparação 5,9 8,4 7,4<br />
Serviços (exceto adm. pública) 3,7 1,4 2,6<br />
Transporte, Armazenagem e Comum. 2,4 7,5 5,3<br />
Educação, Saúde e Serviços Sociais 5,0 3,2 4,7<br />
Outras Atividades 2,6 0,0 0,9<br />
Administração Pública 3,9 - 3,9<br />
Total 2,6 2,3 2,4<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003<br />
155
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.1.8 - Evolução da ocupação informal<br />
A ocupação informal elevou-se de 415,4 mil para 532 mil pessoas entre 1992 e<br />
2003, representando um crescimento médio de 2,3% a.a. no período (Tabela 17 e 40<br />
do Anexo Estatístico). A ocupação informal 63 respondeu, em 1992, por 64,4% da<br />
ocupação total (Tabela 18) Esse percentual, em 2003, estava praticamente inalterado<br />
(63,1%). O resultado global está fortemente influenciado pela classificação como<br />
informal de 94,5% da ocupação agrícola 64 . No entanto, a informalidade está também<br />
muito presente em outros setores da economia sergipana. De fato, os setores de:<br />
industria de transformação; construção; comércio e reparação; transporte,<br />
armazenagem e comunicação; e outras atividades, apresentaram elevada participação<br />
da ocupação informal no conjunto da ocupação, tanto em 1992 quanto em 2003<br />
(Tabela 18).<br />
Tabela 18<br />
Sergipe: distribuição relativa do emprego formal e informal (1992 e 2003)<br />
1992 2003<br />
Atividade<br />
Total Formal Informal Total Formal Informal<br />
Agropecuária 100,0 5,5 94,5 100,0 1,8 98,2<br />
Industria 100,0 53,0 47,0 100,0 31,4 68,4<br />
Ind. de Transformação 100,0 58,3 41,7 100,0 30,7 68,9<br />
Construção 100,0 40,2 59,8 100,0 28,4 71,6<br />
Outras Atv. Industriais 100,0 71,4 28,6 100,0 53,8 46,2<br />
Comércio e Reparação 100,0 42,9 57,1 100,0 36,9 63,1<br />
Serviços (exceto adm. pública) 100,0 47,0 53,0 100,0 53,0 47,0<br />
Transporte, Armazenagem e Comum. 100,0 48,0 52,0 100,0 35,1 64,9<br />
Educação, Saúde e Serv. Sociais 100,0 80,5 19,5 100,0 83,3 16,7<br />
Outras Atividades 100,0 33,0 67,0 100,0 39,7 60,3<br />
Administração Pública 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 0,0<br />
Total 100,0 35,6 64,4 100,0 36,9 63,1<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003<br />
A estrutura ocupacional do setor informal, com ou sem a presença da atividade<br />
agrícola, mostra que os segmentos que mais absorvem a informalidade são: outras<br />
atividades - neste, especialmente, outros serviços, coletivos, sociais e pessoais e<br />
serviços domésticos - e comercio e reparação. A despeito de pequenas variações, a<br />
63 O conceito operacional de setor informal utilizado para aferir o seu tamanho foi o seguinte: assalariados<br />
sem carteira não contribuintes para a Previdência Social, autônomos, empregadores e demais posições<br />
do status ocupacional que não contribuam para a Previdência Social. Com base neste critério, os<br />
trabalhadores não remunerados e os que produzem para consumo próprio foram considerados informais.<br />
Esse critério enumerou como informais a grande maioria dos trabalhadores agrícolas embora o conceito<br />
tenha historicamente se aplicado ao setor urbano.<br />
64 Excluindo-se a atividade agrícola, o setor informal eleva-se de 47,6 % para 51,3% da ocupação urbana<br />
entre 1992 e 2003, percentuais mais próximos ao observado, na média, para a região Nordeste.<br />
156
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
estrutura da ocupação informal não se modificou substancialmente entre 1992 e<br />
2003. 65<br />
Portanto, a informalidade é uma marcante característica do mercado de<br />
trabalho de Sergipe. A contribuição deste setor à geração do produto é muito inferior a<br />
sua participação na ocupação total, refletindo a sua baixa produtividade 66 . Todavia, é<br />
fonte de renda para milhares de sergipanos que encontram nas atividades informais a<br />
sua sobrevivência. Todavia, esse contingente encontra-se fora da rede de proteção<br />
social, sendo, portanto, muito vulnerável às oscilações do mercado. A precariedade do<br />
posto de trabalho bem como a sua baixa produtividade e nível de rendimento tornam a<br />
qualidade de vida do trabalhador informal inferior a de um trabalhador inserido na rede<br />
de proteção social. Além disso, a vulnerabilidade social dessa força de trabalho torna-<br />
a mais próxima da pobreza e da exclusão social.<br />
Tabela 19<br />
Sergipe: distribuição relativa do emprego formal e informal<br />
nos principais ramos de atividades (1992 e 2003)<br />
1992 2003<br />
Atividade<br />
Formal Informal Total Formal Informal Total<br />
Agropecuária 6,59 52,43 37,92 1,52 39,04 26,90<br />
Industria 25,2 10,3 15,0 16,5 17,1 17,0<br />
Ind. de Transformação 13,68 4,54 7,43 9,89 10,59 10,40<br />
Construção 7,26 5,01 5,72 4,82 5,81 5,49<br />
Outras Atv. Industriais 4,22 0,78 1,87 1,77 0,73 1,06<br />
Comércio e Reparação 16,22 10,02 11,98 23,19 18,95 20,31<br />
Serviços (exceto adm. pública) 52,0 27,2 35,1 58,8 24,9 35,8<br />
Transporte, Armazenagem e Comum. 6,08 3,05 4,01 5,96 5,27 5,49<br />
Educação, Saúde e Serv. Sociais 22,97 2,58 9,04 29,78 2,85 11,55<br />
Outras Atividades 22,97 21,60 22,03 23,07 16,77 18,80<br />
Administração Pública 19,42 0,00 6,15 22,43 0,00 7,25<br />
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003<br />
As informações sobre os rendimentos e sua distribuição analisadas a seguir<br />
evidenciam que o perfil ocupacional da força de trabalho sergipana reflete-se no perfil<br />
distributivo dos rendimentos.<br />
65 Esses são desagregações do setor ”outras atividades” da PNAD que não são mostradas nem nas<br />
tabulações constantes do texto nem no anexo (Vide PNAD, 1999 e 2003).<br />
66 Não há estimativas da contribuição do PIB “informal” para o PIB total. Todavia, é fato estilizado que nas<br />
economias em desenvolvimento essa contribuição é muito pequena em termos relativos e<br />
desproporcional a contribuição da ocupação informal para a ocupação como um todo.<br />
157
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.1.9 - Distribuição dos Rendimentos da População Ocupada<br />
A relação entre os rendimentos dos 10% mais ricos e os dos 40% mais pobres<br />
da população ocupada, mostra para Sergipe, uma evolução significativa na medida em<br />
que declina de 19,35 em 1992 para 15,3 em 2003 (Tabela 20).<br />
Observe-se que, em 1992, o rendimento médio dos 40% mais pobres da<br />
população ocupada foi de R$ 60,21 enquanto o dos 10% mais ricos foi de R$<br />
1.164,98. Estes rendimentos para 2003 foram, respectivamente, de R$137,43 e R$<br />
2.105,24. Uma vez que aquele rendimento mais do que duplicou (2,3) enquanto este<br />
cresceu menos (1,8), a diferença entre os dois grupos diminuiu durante o período<br />
1992-2003. No Nordeste, essa relação declinou de 24,04, em 1992, para 18,2, em<br />
2003. No país caiu de 19,0 para 16,9. Em Sergipe, portanto, esse movimento de<br />
desconcentração foi menos acentuado (-21%) do que na região (-24,3%) e quase duas<br />
vezes mais rápido do que no país (-11,0%).<br />
Tabela 20<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos da<br />
população ocupada, seus respectivos rendimentos médios mensais em reais (R$) e a<br />
relação entre rendimentos médios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Região e UF<br />
40% mais pobres da<br />
população ocupada<br />
Total<br />
(A)<br />
Rendimento<br />
médio<br />
mensal<br />
em reais<br />
10% mais ricos da<br />
população ocupada<br />
Total<br />
(B)<br />
Rendimento<br />
médio<br />
mensal<br />
em reais<br />
Relação entre<br />
rendimentos<br />
médios (B/A)<br />
Brasil (1)<br />
1992 21.624.208 95,38 5.406.104 1.812,35 19,00<br />
1999 24.372.596 127,27 6.093.180 2.397,07 18,83<br />
2001 26.391.770 149,85 6.597.963 2.744,30 18,31<br />
2002 27.376.902 162,69 6.844.248 2.929,03 18,00<br />
2003 27.788.534 185,27 6.947.137 3.130,61 16,90<br />
Nordeste<br />
1992 5.415.548 47,58 1.354.000 1.143,81 24,04<br />
1999 6.177.813 79,28 1.544.545 1.563,16 19,72<br />
2001 6.525.844 90,80 1.631.462 1.721,77 18,96<br />
2002 6.772.932 97,62 1.693.414 1.837,54 18,82<br />
2003 6.854.933 106,48 1.713.772 1.933,76 18,16<br />
Sergipe<br />
1992 214.507 60,21 53.682 1.164,98 19,35<br />
1999 232.608 84,38 58.193 1.680,15 19,91<br />
2001 252.081 110,60 63.050 1.652,25 14,94<br />
2002 278.714 123,09 69.685 1.804,17 14,66<br />
2003 286.028 137,43 71.512 2.105,24 15,32<br />
Notas: 1. Rendimento mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas de 10 anos e mais de idade com rendimento.<br />
2. Em 1992, valores inflacionados pelo INPC com base em setembro de 1999 e expressos em salários mínimos de 1999.<br />
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
158
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.2 - Evolução de alguns indicadores sociais<br />
Nesta seção far-se-á uma análise de alguns indicadores sociais para Sergipe.<br />
A ênfase repousará em indicadores: i) do nível e da distribuição dos rendimentos; ii) de<br />
acesso à infra-estrutura básica e saneamento; iii) do nível de saúde e de educação. O<br />
objetivo é dimensionar os avanços na qualidade de vida e de como Sergipe se situa<br />
nas dimensões escolhidas face ao país e a região. Essa análise fornece elementos<br />
relevantes para se avaliar o nível de bem estar dos sergipanos e sua evolução<br />
temporal.<br />
4.2.1 - Distribuição dos Rendimentos<br />
Os dados sobre rendimento médio mensal familiar per capita mostram não<br />
apenas que os rendimentos médios são baixos, mas que também são mal distribuídos.<br />
Em 1992, o rendimento médio mensal familiar per capita dos 10% mais pobres era de<br />
apenas R$ 15,4. Em 2003 esse rendimento evoluiu para R$ 27,8 menos do que<br />
duplicando (1,8) em 11 anos. O rendimento dos 10% mais ricos, por sua vez, duplicou<br />
de R$ 687,3 para R$ 1.380,0.<br />
A relação entre os rendimentos médios dos 10% mais ricos e dos 10% mais<br />
pobres cresceu de 44,76, em 1992, para 49,73, em 2003 (Tabela 21). Essa relação<br />
para o Brasil e para o Nordeste era, respectivamente, de 57,18 e de 59,7, em 1992.<br />
Em 2003, caiu para 51,95, no país, e para 54,27 no Nordeste. Comparado com o<br />
Brasil e o Nordeste, a relação para Sergipe é menor nos dois anos, mas cresceu<br />
enquanto no país e na região essa distancia tinha diminuído.<br />
159
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 21<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe; Rendimento médio mensal familiar per capita, em reais (R$),<br />
dos 10% mais ricos e dos 10% e 40% mais pobres e relação entre rendimentos médios.<br />
Regiões<br />
(1992, 1999 e 2003)<br />
Rendimento médio mensal familiar per capita<br />
Em reais (R$)<br />
10% mais<br />
pobres (A)<br />
40% mais<br />
pobres (B)<br />
10% mais<br />
ricos (C)<br />
Relação entre<br />
rendimentos médios<br />
C/A C/B<br />
Brasil (1)<br />
1992 18,42 50,54 1.053,09 57,18 20,84<br />
1999 28,26 68,32 1.511,67 53,48 22,13<br />
2003 39,99 101,22 2.077,48 51,95 20,52<br />
Nordeste<br />
1992 10,11 27,47 605,55 59,87 22,05<br />
1999 17,48 39,45 900,36 51,51 22,82<br />
2003 22,04 56,8 1.196,03 54,27 21,06<br />
Sergipe<br />
1992 15,4 33,4 687,33 44,76 20,6<br />
1999 18,1 43,0 1.057,79 58,30 24,61<br />
2003 27,8 70,1 1.379,97 49,73 19,69<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2003<br />
Notas: 1. Renda média das famílias com rendimento.<br />
2. Em 1992, valores inflacionados pelo INPC com base em setembro de 1999 e expressos em salários mínimos de 1999.<br />
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
A relação entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres em Sergipe com base<br />
no rendimento médio familiar per capita caiu discretamente entre 1992 e 2003, depois<br />
de ter se elevado substancialmente em 1999 (Tabela 21). Os dados para o Brasil<br />
evidenciam uma relativa estabilidade nessa razão entre os dois anos extremos da<br />
série sob análise; No caso do Nordeste, houve uma discreta desconcentração no<br />
período. A conclusão, todavia, é que a desigualdade por esse parâmetro-o mais<br />
relevante para se dimensionar pobreza e desigualdade - é relativamente estável,<br />
ocorrendo pequenas variações que, na margem, são insignificantes perante a enorme<br />
disparidade observada.<br />
O coeficiente de Gini mostra que Sergipe tinha, em 1992 e 2003, renda menos<br />
concentrada do que o Brasil e o Nordeste 67 (Tabela 22). Houve desconcentração em<br />
Sergipe, Brasil e Nordeste, mas a queda foi mais acentuada para Sergipe (-4,9%) do<br />
que para o Brasil (-2,8%) e um pouco menor do que para o Nordeste (-5,52%).<br />
67 O Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade que varia entre 0 (perfeita igualdade) e a unidade<br />
(perfeita desigualdade).<br />
160
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 22 - Brasil, Nordeste e Sergipe - Índice de Gini da distribuição do rendimento<br />
mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas com<br />
rendimento de trabalho<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Região e UF 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil 0,571 0,567 0,566 0,563 0,555<br />
Nordeste 0,597 0,587 0,576 0,574 0,564<br />
Sergipe 0,569 0,589 0,539 0,538 0,541<br />
Fonte: IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PNAD (1992, 1999, 2001, 2002, 2003)<br />
A pobreza da força de trabalho sergipana pode ser visualizada com base na<br />
distribuição relativa da PEA com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento<br />
médio mensal. Em 1992, 42% da PEA ganhava menos de um salário mínimo. Em<br />
2003, esse percentual elevou-se para 45,2%. Acumulando-se a freqüência com os que<br />
ganham mais de 1 a 2 salários mínimos, observa-se que entre 1992 e 2003, o<br />
percentual da PEA que ganhava até dois salários mínimos evoluiu de 63,1% para<br />
66,1% (Tabela 23 e Tabela 41 do Anexo Estatístico).<br />
Os dados relativos à população ocupada não são muito diferentes (Tabela 24 e<br />
Tabela 42 do Anexo Estatístico). Em 1992, 66,7% dos ocupados ganhavam até dois<br />
salários mínimos. Já em 2003, esse percentual tinha caído para 64,6%. No caso da<br />
PEA, tinha aumentado o contingente que ganhava até dois salários mínimos por que<br />
este continha os desempregados com renda zero e pelo de fato de a desocupação ter<br />
se elevado no período 68 .<br />
Tabela 23<br />
Sergipe: Distribuição relativa da População Economicamente Ativa com 10 anos ou mais<br />
de idade por faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)<br />
Faixa de rendimento 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Total.................................................. 100 100 100 100 100<br />
Até 1/2 salário mínimo.............................. 24,2 9,9 14,5 17,7 24,3<br />
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo.................. 23,8 31,3 26,2 37,3 33,0<br />
Mais de 1 a 2 salários mínimos................. 27,1 21,0 31,5 23,3 23,2<br />
Mais de 2 a 3 salários mínimos................. 7,5 9,1 8,5 8,4 10,6<br />
Mais de 3 a 5 salários mínimos................. 5,5 6,1 8,0 6,7 7,5<br />
Mais de 5 a 10 salários mínimos............... 4,7 6,0 4,5 4,9 4,2<br />
Mais de 10 a 20 salários mínimos............. 1,5 2,8 2,3 2,0 2,1<br />
Mais de 20 salários mínimos..................... 0,7 1,6 0,6 0,7 0,7<br />
Sem rendimento (2).................................. 74,2 71,8 73,2 61,3 55,9<br />
Sem declaração....................................... 1,8 3,5 1,4 0,5 0,6<br />
Fonte: IBGE – PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)<br />
Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.<br />
(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.<br />
68 Os desempregados poderiam ter recebido ou estarem recebendo o seguro-desemprego, Todavia, a<br />
renda derivada do trabalho era nula.<br />
161
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 24<br />
Sergipe: Distribuição relativa da População Ocupada com 10 anos ou mais de idade por<br />
faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)<br />
Faixa de rendimento 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Total.................................................. 100 100 100 100 100<br />
Até 1/2 salário mínimo.............................. 23,2 10,0 12,5 15,2 18,0<br />
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo.................. 22,0 24,8 23,4 30,8 26,7<br />
Mais de 1 a 2 salários mínimos................. 22,6 20,9 29,3 23,7 23,0<br />
Mais de 2 a 3 salários mínimos................. 7,0 9,1 8,8 8,6 10,4<br />
Mais de 3 a 5 salários mínimos................. 5,2 5,8 8,1 6,6 6,7<br />
Mais de 5 a 10 salários mínimos............... 4,2 5,4 4,0 4,6 3,6<br />
Mais de 10 a 20 salários mínimos............. 1,3 2,4 2,3 1,8 1,8<br />
Mais de 20 salários mínimos..................... 0,5 1,6 0,6 0,5 0,7<br />
Sem rendimento (2).................................. 19,6 26,1 22,5 19,0 18,3<br />
Sem declaração....................................... 1,9 3,7 1,6 0,5 0,6<br />
Fonte: IBGE – PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)<br />
Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.<br />
(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.<br />
4.2.2 – Acesso a serviços: infra-estrutura e saneamento básico<br />
Os domicílios particulares permanentes, urbanos e rurais, no que diz respeito<br />
ao acesso a alguns serviços apresentaram a evolução descrita na Tabela 25.<br />
A cobertura no abastecimento de água pela rede geral aumentou de 60,9%, em<br />
1992, para 82,2% em 2003. O país como um todo aumentou a cobertura de 68,3%<br />
para 79,7% e o Nordeste de 47,4% para 65,3%, no mesmo período. Portanto, em<br />
Sergipe o acesso a este serviço foi menor do que o apresentado pelo país em 1992,<br />
mas superou a marca brasileira em 2003. Durante todo o período Sergipe teve uma<br />
cobertura sempre superior à média nordestina (Tabela 25).<br />
O percentual de domicílios com energia elétrica já era elevado em 1992<br />
(84,0%). Em 2003, a iluminação elétrica alcançou 94,9% dos domicílios, não estando<br />
muito distante da universalização. O percentual de domicílios atendidos por energia<br />
elétrica em Sergipe foi superior a média nordestina, mas inferior a marca brasileira<br />
tanto em 1992 quanto em 2003. (Tabela 25).<br />
162
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 25 - Brasil Nordeste e Sergipe: Percentual dos domicílios particulares<br />
permanentes (em %) que tem acesso à infra-estrutura (1992, 1999, 2001, 2002, 2003)<br />
Regiões<br />
Total<br />
1992 1999 2001 2002 2003<br />
Abastecimento de água pela rede geral (1)<br />
Brasil 68,3 76,1 77,8 79,1 79,7<br />
Nordeste 47,4 58,7 62,0 64,0 65,3<br />
Sergipe 60,9 74,3 81,3 82,9 82,2<br />
Esgotamento sanitário pela rede coletora<br />
Brasil 38,9 43,6 45,4 46,4 48,0<br />
Nordeste 13 19,4 22,0 24,2 25,7<br />
Sergipe 19,5 15,6 32,3 31,4 38,5<br />
Lixo coletado diretamente<br />
Brasil 61,9 72,1 75,6 76,5 78,1<br />
Nordeste 37,3 48,7 56,2 57,0 59,0<br />
Sergipe 51,2 65,4 70,7 72,2 73,5<br />
Energia elétrica<br />
Brasil 88,8 94,8 96,0 96,7 97,0<br />
Nordeste 73,2 85,5 89,4 90,9 91,7<br />
Sergipe 84,0 95,8 94,7 95,2 94,9<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Notas: 1- Abastecimento de água pela rede geral com canalização interna<br />
O esgotamento sanitário, segundo os vários tipos, alcançava 76,9% dos<br />
domicílios em 1992, tendo se elevado para 93,7% em 2003 69 . Todavia, o esgotamento<br />
sanitário pela rede coletora beneficiava apenas 19,5% dos domicílios sergipanos em<br />
1992, tendo se elevado para 38,5% em 2003. Sergipe, neste particular, tem um<br />
indicador, durante todo o período exceto em 1999, que se situa entre o nordestino e o<br />
brasileiro (Tabela 25).<br />
A coleta do lixo aumentou significativamente a sua cobertura com crescimento<br />
médio anual de 7,0% 70 . De fato, em 1992, 51,2% dos domicílios sergipanos eram<br />
servidos pela coleta direta do lixo. Esse percentual melhorou expressivamente durante<br />
todo o período, alcançando 73,5% em 2003. Mais uma vez, Sergipe tem apresentado<br />
uma cobertura superior a nordestina e inferior a média brasileira durante todo o<br />
período analisado (Tabela 25).<br />
Todavia, a despeito da evolução satisfatória de alguns indicadores de acesso à<br />
infra-estrutura e saneamento básico, as disparidades entre domicílios urbanos e rurais<br />
é acentuada, especialmente no que diz respeito ao esgotamento sanitário e coleta do<br />
lixo. Isso fica aparente ao se analisar informações para os domicílios urbanos e rurais<br />
(Tabela 26).<br />
A menor disparidade situa-se no acesso a energia elétrica. De fato, em 1992, já<br />
era alto o percentual de domicílios urbanos de Sergipe atendidos por energia elétrica<br />
69 Informação derivada da PNAD e não constante das tabelas do texto.<br />
70 Taxa calculada com base nos valores absolutos não apresentados na Tabela<br />
163
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
(96,8%).Em 2003, quase 99% dos domicílios urbanos estavam cobertos. Já no caso<br />
dos domicílios rurais, a cobertura aumentou de 54,6%, em 1992, para 77,0% em 2003,<br />
percentuais sempre superiores, mas convergentes com as médias apresentadas pela<br />
região durante o período, mas ainda inferiores à marca brasileira (Tabela 26).<br />
As disparidades são maiores no que diz respeito ao abastecimento de água.<br />
De fato, em 1992, 80,5% dos domicílios particulares permanentes urbanos em Sergipe<br />
possuíam abastecimento de água com canalização interna através da rede geral. Esse<br />
percentual era superior a média nordestina (70,6%) e inferior a brasileira (83,3%). Em<br />
2003, Sergipe já apresentava um percentual de domicílios com abastecimento de água<br />
através de canalização interna ligada a rede geral um pouco superior às médias<br />
brasileira (89,6%) e nordestina (83,3%) (Tabela 26). O abastecimento de água pela<br />
rede geral, entretanto, melhorou substancialmente entre os domicílios rurais. De fato,<br />
esse percentual aumentou de apenas 10,6% em 1992 para 43,1% em 2003, sendo<br />
muito superior, em todo o período, às médias nordestina e brasileira.<br />
Os dados para esgotamento sanitário são mais precários mesmo para os<br />
domicílios urbanos quando se foca no acesso ao percentual de domicílios ligados à<br />
rede coletora. Em 1992, 27,9% dos domicílios urbanos sergipanos estavam vinculados<br />
à rede geral de coleta. Essa cobertura era melhor do que a nordestina (19,3%), mas<br />
muito inferior à média brasileira (48,0%). Em 2003, houve avanços (46,6%), mas as<br />
posições relativas ao Brasil (55,3%) e ao Nordeste (34,7%) não se alteraram, mas a<br />
distância com relação ao pais como um todo reduziu-se de 20.1 pontos percentuais<br />
(p.p) em 1992 para apenas 8,7 p.p, em 2003 (Tabela 26). Só a partir de 2002 é que<br />
alguns poucos domicílios rurais passaram a ter abastecimento de água através da<br />
rede geral, o que não está fora do padrão nordestino e mesmo do brasileiro.<br />
Em 1992, Sergipe tinha 70,9% dos domicílios particulares permanentes<br />
urbanos com coleta direta de lixo. Essa cobertura era melhor do que a nordestina<br />
(56,2%), mas inferior à brasileira (76,0%). Em 2003, Sergipe ainda se apresenta<br />
melhor (87,2%) do que o Nordeste (77,4%), mas inferior ao Brasil (88,6%) (Tabela 26).<br />
Entre os domicílios rurais, a coleta direta é escassa com Sergipe se situando entre as<br />
médias do país e da região. De fato, só 5,9% dos domicílios rurais em 1992 tinham lixo<br />
coletado diretamente. Em 2003, essa cobertura chegou a 10,6. O problema maior,<br />
entretanto, não é a coleta do lixo, mas a sua destinação. É muito comum o depósito de<br />
resíduos sólidos em “lixões” que contaminam o meio ambiente e são danosos à saúde<br />
pública.<br />
164
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 26<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Percentual dos domicílios particulares permanentes (em %) que tem acesso à infra-estrutura<br />
Regiões e indicadores<br />
Abastecimento de água pela rede geral (1)<br />
(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Urbana Rural<br />
1992 1999 2001 2002 2003 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil 83,3 89,2 88,5 89,3 89,6 9,0 19,1 16,3 18,4 20,1<br />
Nordeste 70,6 80,9 80,8 82,5 83,3 8,4 16,4 13,2 14,5 17,2<br />
Sergipe 80,5 94,4 90,4 93,3 90,7 10,6 24,6 42,6 38,4 43,1<br />
Esgotamento sanitário pela rede coletora<br />
Brasil 47,9 52,5 52,8 53,6 55,3 2,9 4,5 3,3 3,8 4,0<br />
Nordeste 19,3 28,1 29,9 32,8 34,7 2,4 2,8 1,4 1,5 1,7<br />
Sergipe 27,9 21,9 39,8 37,2 46,6 - - - 6,7 1,4<br />
Lixo coletado diretamente<br />
Brasil 76,0 85,0 86,6 87,1 88,6 6,2 15,8 11,9 13,6 15,6<br />
Energia elétrica<br />
Nordeste 56,2 69,1 75,1 75,3 77,4 5,6 9,9 6,9 8,2 9,6<br />
Sergipe 70,9 85,8 84,8 86,8 87,2 5,9 15,1 10,4 9,5 10,6<br />
Brasil 97,5 99,2 99,2 99,4 99,5 54,3 75,4 77,6 80,2 82,0<br />
Nordeste 94,6 97,9 98,2 98,7 98,8 37,2 62,9 66,5 70,1 72,5<br />
Sergipe 96,8 99,2 99,0 99,8 98,8 54,6 85,6 76,3 75,4 77,0<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Notas: 1- Abastecimento de água pela rede geral com canalização interna<br />
165
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
4.2.3. –Saúde e Esperança de Vida<br />
Entre 1992 e 2003, a taxa de mortalidade infantil, entendida como número de óbitos<br />
de crianças até um ano de idade por 1.000 nascidos vivos, tinha declinado de 62,8 para<br />
43,6. Em 1992, essa taxa era inferior a média nordestina (68,4) mas em 2003 situou-se<br />
acima (43,6) da taxa observada para a região (41,7) 71 . (Tabela 27) A taxa de mortalidade<br />
infantil para o Brasil como um todo, por sua vez, declinou de 44,3, em 1992, para 27,5 em<br />
2003. Em 1992, a taxa de mortalidade infantil de Sergipe era 40% acima da brasileira. Em<br />
2003, esse percentual elevou-se para quase 60%, indicando uma deterioração quando se<br />
toma a média brasileira como parâmetro.<br />
Tabela 27<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de mortalidade infantil<br />
(1.000 nascidos vivos/até um ano de idade)<br />
1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Região 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil 44,3 31,7 29,2 28,4 27,5<br />
Nordeste 68,4 53,0 42,98 41,4 41,7<br />
Sergipe 62,8 45,5 41,91 40,6 43,6<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Estatísticas do Registro Civil.<br />
A redução, todavia, foi de 30,6% entre 1992 e 2003, embora a taxa para o último ano<br />
da série ainda seja considerada muito alta pelos padrões internacionais. Devem ter<br />
contribuído para a redução a melhoria no atendimento pré e pós-natal, a melhoria no nível<br />
educacional das mães bem como a maior cobertura do saneamento básico.<br />
Paralelo à queda na taxa de mortalidade infantil observa-se um aumento na<br />
esperança de vida ao nascer que, em Sergipe, elevou-se de 61,7 e de 67,5 anos em 1992<br />
para 65,1 e 71,1 anos, em 2003, respectivamente para homens e mulheres (Tabela 28).<br />
A queda na taxa de mortalidade infantil e na taxa bruta de mortalidade contribuiu<br />
para elevar a esperança de vida. De fato, a taxa bruta de mortalidade declinou de 8,3 para<br />
6,5 por 1000. A diminuição nessa taxa não afetou mais o crescimento populacional por<br />
causa da queda da taxa bruta de natalidade (de 27,4 para 25,2 entre 1992 e 2003) que<br />
acompanhou o declínio da taxa de fecundidade total 72 de 3,3 para 2,6 filhos (Tabela 28).<br />
71<br />
Essas taxas se situam muito acima da faixa (menos de 10,0) internacionalmente aceitável para a mortalidade<br />
infantil.<br />
72<br />
A taxa de fecundidade mede o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva.<br />
166
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 28<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe - Taxa de fecundidade total, taxa bruta de natalidade, taxa bruta de<br />
mortalidade e esperança de vida ao nascer, por gênero<br />
Regiões<br />
Taxa de<br />
fecundidade<br />
total<br />
(1992, 1999, 2001, 2002, 2003)<br />
Taxa bruta de<br />
natalidade<br />
(%o)<br />
Taxa bruta de<br />
mortalidade<br />
Esperança de vida ao nascer<br />
(%o) Total Homens Mulheres<br />
1992<br />
Brasil 2,7 23,0<br />
7,5<br />
66,3 62,8 70,1<br />
Nordeste 3,2 26,3 9,1 63,1 60,2 66,1<br />
Sergipe<br />
1999<br />
3,3 27,4 8,3 64,6 61,7 67,5<br />
Brasil 2,3 21,2 6,9 68,4 64,6 72,3<br />
Nordeste 2,6 24,3 7,7 65,5 62,4 68,5<br />
Sergipe<br />
2001<br />
2,8 25,8 6,9 66,9 64,0 69,9<br />
Brasil 2,4 20,9 6,9 68,9 65,0 72,8<br />
Nordeste 2,7 23,9 7,5 66,1 63,0 69,2<br />
Sergipe<br />
2002<br />
2,8 25,6 6,6 67,5 64,6 70,6<br />
Brasil 2,4 21,0 6,3 71,0 67,3 74,9<br />
Nordeste 2,4 23,7 7,4 66,4 63,3 69,5<br />
Sergipe<br />
2003<br />
2,7 25,4 6,5 67,8 64,9 70,9<br />
Brasil 2,3 20,9 6,3 71,3 67,6 75,2<br />
Nordeste 2,4 23,4 7,3 66,7 63,6 69,8<br />
Sergipe 2,6 25,2 6,5 68,1 65,1 71,1<br />
Fonte: Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/98/PO8), Sistema Integrado de Projeções e Estimativas Populacionais e Indicadores Sociodemográficos.<br />
4.2.4.- Educação e Escolaridade<br />
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais apresentada na Tabela 29<br />
mostra uma evolução pouca satisfatória durante o período 1992-2003. De fato, em 1992,<br />
cerca de 27% da população com 15 anos ou mais era analfabeta. A despeito de o<br />
percentual cair para 19,2%, em 2003, ainda é muito elevado. Brasil e Nordeste<br />
apresentaram quedas nas taxas de analfabetismo, mas Sergipe não alterou, em 2003, a<br />
posição relativa observada em 1992 com relação ao país e a região. A queda na taxa<br />
nordestina, entre 1992 e 2003, em pontos percentuais (9,5 p.p) foi, inclusive, superior a<br />
observada para o Estado (8,2 p.p.) Todavia, em função dos avanços educacionais nos<br />
grupos mais jovens, a taxa de analfabetismo tende a cair segundo a idade, ou seja, o<br />
analfabetismo é cada vez mais uma deficiência que atinge as gerações mais velhas.<br />
167
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 29<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de analfabetismo (%) das pessoas de 15 anos ou mais de<br />
idade.<br />
(1992 – 2003)<br />
Região (1) 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil 17,2 13,3 12,4 11,8 11,6<br />
Nordeste 32,7 26,6 24,3 23,4 23,2<br />
Sergipe 27,4 23,9 21,4 20,2 19,2<br />
Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Entretanto, a despeito dos avanços na matrícula tanto no ensino fundamental quanto<br />
médio, a média de anos de estudo da população de 15 a 17 anos é ainda baixa. Nesta faixa<br />
etária a média deveria se situar em torno dos 10 anos de estudo. Todavia, os dados da<br />
Tabela 30 mostram que, em 2003, Sergipe apresentava apenas 6 anos de estudo para essa<br />
faixa etária, embora ela tivesse sido só 4,1 em 1992. O Nordeste apresenta uma média<br />
inferior a Sergipe e este abaixo da média brasileira tanto em 1992 quanto em 2002.<br />
Tabela 30<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Média de anos de estudo da população de 15 a 17 anos.<br />
(1992 – 2003)<br />
Região (1) 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil 5,0 6,2 6,5 6,7 7,0<br />
Nordeste 3,8 4,8 5,2 5,5 5,8<br />
Sergipe 4,1 4,9 5,1 5,5 6,0<br />
Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Uma vez que a escolaridade tende a cair conforme a idade, efeito semelhante ao do<br />
perfil temporal da taxa de analfabetismo, a média de anos de estudo da população de 25<br />
anos ou mais é inferior, em 2003, aquela apresentada para a população de 15 a 17 anos 73 .<br />
De fato, a média de anos de estudo daquele grupo aumentou lentamente não apenas para<br />
Sergipe, mas também para o país e para a região como pode ser observado na Tabela 31.<br />
Durante o período 1992-2003, a média de anos de estudo elevou-se em 1,3, 1,2 e 1,6<br />
anos, respectivamente para Brasil, Nordeste e Sergipe, sendo o maior ganho para o Estado.<br />
A população ocupada com 10 anos ou mais, por sua vez, avançou apenas 1,8 anos entre<br />
1992 e 2003, passando de 4,3 para 6,1 anos de estudo 74 . Sergipe, portanto, não foge, a<br />
despeito das pequenas variações com relação ao país e a região, da regra geral de deter<br />
73 Informação derivada de tabulação da PNAD não mostrada no texto<br />
74 Idem<br />
168
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
uma baixa escolaridade da população como um todo e, particularmente, da população<br />
ocupada. Isso significa que a produtividade da força de trabalho é baixa o que se espelha<br />
também no perfil de rendimentos. Embora a média de anos de estudo seja baixa, as<br />
desigualdades educacionais que se refletem na distribuição relativa das pessoas por anos<br />
de estudo e no nível de rendimentos segundo os anos de estudo, acentuam a desigualdade<br />
de renda, sendo um dos fatores determinantes da desigualdade na sociedade brasileira e,<br />
em particular, em Sergipe.<br />
Tabela 31<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Média de anos de estudo da população de 25 anos ou mais<br />
(1992 – 2003)<br />
Região 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Brasil (1) 5,0 5,7 6,0 6,1 6,3<br />
Nordeste 3,5 4,2 4,4 4,6 4,7<br />
Sergipe 4,0 4,7 5,0 5,2 5,6<br />
Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
4.2.5 – O IDH-M<br />
Sintetizando a análise dos indicadores sociais, apresenta-se o Índice de<br />
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) para Sergipe. O IDH-M é baseado nos dados<br />
do Censo Demográfico de 1991 e 2000, podendo ser desdobrado nas seguintes<br />
componentes: educação, longevidade e renda (Tabela 32) 75 .<br />
O IDH-M para Sergipe evoluiu de 0,597, em 1991, para 0,682 em 2000; um<br />
crescimento médio de 1,5% a.a., inferior somente ao do Nordeste que passou de 0,585 para<br />
0,681 durante o mesmo período. Observe que o IDH sergipano era maior do que o<br />
nordestino em 1991, mas em 2000 praticamente igualou-se ao da região. O IDH-M Brasil<br />
cresceu a uma taxa de 1,1% entre 1991 e 2000, mas em ambos foi bem superior aos<br />
apresentados tanto por Sergipe quanto pelo Nordeste. Todavia, como cresceu menos do<br />
que o IDH-M de Sergipe e do Nordeste, as distâncias foram discretamente reduzidas<br />
durante o período.<br />
O IDH-M educação cresceu a 2,6% a.a. no Nordeste e a 2,3% a.a. em Sergipe<br />
durante o período em análise. Esses ganhos foram inferiores ao do país como um todo cujo<br />
índice cresceu menos. Todavia, o índice brasileiro em ambos os anos está acima do de<br />
Sergipe que, por sua vez, foi superior ao nordestino.<br />
75 A fonte das informações é o Atlas de Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD em cooperação com o<br />
IPEA<br />
169
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 32<br />
Brasil, Nordeste e Sergipe: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal<br />
e seus sub-índices (1991 e 2000)<br />
IDH-M Brasil Nordeste Sergipe<br />
IDH-M, 1991 0,691 0,585 0,597<br />
IDH-M, 2000 0,762 0,681 0,682<br />
Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,1 1,7 1,5<br />
IDH-M-Educação, 1991 0,742 0,606 0,630<br />
IDH-M-Educação, 2000 0,847 0,762 0,771<br />
Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,5 2,585 2,3<br />
IDH-M-Longevidade, 1991 0,668 0,587 0,580<br />
IDH-M-Longevidade, 2000 0,731 0,669 0,651<br />
Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,0 1,5 1,3<br />
IDH-M-Renda, 1991 0,663 0,562 0,582<br />
IDH-M-Renda, 2000 0,708 0,613 0,624<br />
Taxa de crescimento anual 1991/2000 0,7 1,0 0,8<br />
Fonte: PNUD - Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil<br />
Nota: Estes indicadores foram construídos pela média ponderada dos Estados em relação a sua respectiva<br />
população<br />
O IDH-M longevidade cresceu mais no Nordeste (1,5% a.a.) e menos no país (1,0%<br />
a.a.) em comparação com Sergipe (1,3% a.a.), mas o indicador para o Estado está abaixo<br />
do da região e do país em ambos os anos.<br />
Finalmente, o IDH-M renda foi o que apresentou o menor crescimento em todos os<br />
cortes: país, região e Estado. Contudo, foi no Nordeste que apresentou sua melhor<br />
evolução (1,0% a.a.). O índice para Sergipe, em ambos os anos, foi superior ao nordestino<br />
e inferior ao brasileiro.<br />
Portanto, houve avanços no IDH-M global em todos os seus componentes com uma<br />
discreta e lenta tendência a uma maior convergência.<br />
4.3. Indicadores sociais sob a ótica das sub-regiões<br />
O Estado de Sergipe está dividido em 13 microrregiões. A microrregião de Aracaju<br />
aumentou a sua participação na população sergipana de 35,5% para 37,9% entre 1991 e<br />
2000. As outras microrregiões mais importantes sob o ponto de vista demográfico,são:<br />
Agreste de Itabaiana, Boquim, Estância e Sertão do São Francisco que não alteraram<br />
significativamente sua posição relativa entre os anos censitários no que diz respeito a sua<br />
gravitação populacional (Tabela 33).<br />
170
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O IDH-M por microrregião consta da Tabela 34. O IDH-M mais alto é o relativo o<br />
Aracaju e o mais baixo o do Sertão do São Francisco tanto em 1991 quanto em 2000.<br />
Durante o período houve avanços em todas as microrregiões. Em 1991, o IDH de Aracaju<br />
foi superior ao do Estado. Já em 2000 houve convergência entre o índice da microrregião<br />
que abriga a capital e o do Estado com um todo (em torno de 0,762). As variações relativas<br />
entre os anos censitários também constam da Tabela 34. Observe-se que os maiores<br />
avanços em termos de IDH foram observados para as seguintes microrregiões: Sertão do<br />
São Francisco, Estância e Boquim. Ou seja, os maiores ganhos ocorreram naquelas regiões<br />
que apresentaram os piores IDH-M em 1991. A microrregião de Aracaju, por sua vez, foi a<br />
que apresentou a menor variação entre os anos censitários. Isso significa que os índices<br />
estão convergindo uma vez que os indicadores das regiões mais pobres avançam mais<br />
rapidamente do que o das microrregiões com melhores índices.<br />
Tabela 33<br />
Sergipe e Microrregiões: População total e distribuição relativa (1991 e 2000)<br />
Município<br />
1991<br />
Absol. %<br />
2000<br />
Absol. %<br />
Variação<br />
%<br />
Sergipe 1.491.878 100 1.784.475 100 19,6<br />
Aracaju 530.200 35,5 675.667 37,9 27,4<br />
Agreste de Itabaiana 120.734 8,1 144.113 8,1 19,4<br />
Agreste de Lagarto 89.136 6,0 102.536 5,7 15,0<br />
Baixo do Cotinguiba 66.371 4,4 76.875 4,3 15,8<br />
Boquim 125.203 8,4 142.531 8,0 13,8<br />
Carira 54.886 3,7 61.335 3,4 11,7<br />
Continguiba 37.410 2,5 40.293 2,3 7,7<br />
Estância 95.674 6,4 111.584 6,3 16,6<br />
Japaratuba 42.114 2,8 48.899 2,7 16,1<br />
Nossa Senhora das Dores 51.497 3,5 57.941 3,2 12,5<br />
Própria 78.064 5,2 87.682 4,9 12,3<br />
Sertão do São Francisco 113.150 7,6 135.061 7,6 19,4<br />
Tobias Barreto 87.439 5,9 99.958 5,6 14,3<br />
Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano<br />
A Tabela 34 decompõe o IDH em três dimensões: educação, longevidade e renda,<br />
apresentando-os por microrregião. A microrregião de Aracaju apresenta o índice mais<br />
elevado para educação tanto em 1991 quanto em 2000. Em 1991 e em 2000, a microrregião<br />
de Boquim ocupa o último lugar no ranking do IDH-Educação. Nas demais dimensões, o<br />
maior índice é o de Aracaju e o menor o de Boquim tanto em 1991 quanto em 2000.<br />
171
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 34<br />
Sergipe e Microrregiões: IDH-M (1991 e 2000)<br />
Município<br />
IDH-M,<br />
1991<br />
IDH-M,<br />
2000<br />
Variação<br />
%<br />
Sergipe 0,691 0,762 10,3<br />
Aracaju 0,708 0,763 7,8<br />
Agreste de Itabaiana 0,571 0,660 15,6<br />
Agreste de Lagarto 0,527 0,603 14,4<br />
Baixo do Cotinguiba 0,569 0,659 15,9<br />
Boquim 0,497 0,601 21,0<br />
Carira 0,520 0,614 18,2<br />
Continguiba 0,544 0,625 14,8<br />
Estancia 0,520 0,640 23,1<br />
Japaratuba 0,526 0,622 18,3<br />
Nossa Senhora das Dores 0,523 0,620 18,6<br />
Propriá 0,544 0,618 13,5<br />
Sertão do São Francisco 0,465 0,579 24,6<br />
Tobias Barreto 0,504 0,594 17,9<br />
Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano<br />
O IDH-M Educação avançou em todas as microrregiões. Todavia, os ganhos foram<br />
mais significativos nas seguintes áreas de Sergipe: Sertão do São Francisco, Boquim,<br />
Carira e Nossa Senhora das Dores. Boquim a despeito do considerável avanço (47,9%),<br />
não conseguiu sair da última posição em 2000 (0,600).<br />
O crescimento do IDH-Longevidade por microrregião está presente na mesma<br />
Tabela 35 onde se observa que os maiores ganhos foram obtidos pelas microrregiões de<br />
Estância, Japaratuba, Sertão do São Francisco e Baixo do Cotinguiba. O menor ganho,<br />
nesta dimensão, foi o da microrregião de Boquim que ficou em último lugar em ambos os<br />
anos.<br />
Tabela 35<br />
Sergipe e Microrregiões: sub-índices do IDH-M (1991 e 2000)<br />
IDH-M-Educação IDH-M-Longevidade IDH-M-Renda<br />
Microrregiões<br />
1991 2000 Variação<br />
%<br />
1991 2000<br />
Variação<br />
%<br />
1991 2000 Variação<br />
%<br />
Sergipe 0,742 0,847 14,2 0,668 0,731 9,6 0,663 0,708 6,9<br />
Aracaju 0,804 0,878 9,2 0,660 0,717 8,6 0,658 0,694 5,5<br />
Agreste de Itabaiana 0,544 0,714 31,1 0,631 0,705 11,8 0,538 0,562 4,5<br />
Agreste de Lagarto 0,520 0,690 32,7 0,544 0,580 6,7 0,519 0,540 4,2<br />
Baixo do Cotinguiba 0,643 0,791 23,0 0,571 0,654 14,4 0,491 0,531 8,1<br />
Boquim 0,405 0,600 47,9 0,476 0,513 7,8 0,426 0,446 4,6<br />
Carira 0,480 0,672 40,0 0,577 0,630 9,3 0,502 0,539 7,4<br />
Continguiba 0,580 0,730 25,9 0,566 0,640 13,2 0,487 0,504 3,6<br />
Estância 0,549 0,744 35,5 0,524 0,643 22,6 0,488 0,535 9,6<br />
Japaratuba 0,561 0,716 27,5 0,552 0,646 17,0 0,464 0,503 8,6<br />
Nossa Senhora das Dores 0,510 0,713 39,7 0,572 0,628 9,9 0,486 0,519 6,9<br />
Própria 0,613 0,727 18,6 0,525 0,594 13,3 0,495 0,532 7,5<br />
Sertão do São Francisco 0,445 0,668 50,2 0,500 0,582 16,3 0,450 0,487 8,3<br />
Tobias Barreto 0,521 0,683 31,2 0,504 0,573 13,7 0,487 0,527 8,2<br />
Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano<br />
172
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Finalmente, no que diz respeito à dimensão renda que, usualmente, apresenta o<br />
menor IDH, as variações inter-censitárias evidenciam que os maiores avanços foram obtidos<br />
pelas microrregiões de Estância, exportadora de laranja,, Japaratuba, Sertão do São<br />
Francisco, onde se localiza a usina hidroelétrica de Xingo, e Baixo do Cotinguiba. A<br />
microrregião de Boquim foi a que menos cresceu no período. Isso a manteve no ultimo lugar<br />
do ranking do IDH-Renda.<br />
Portanto, os dados apontam que os piores IDH situam-se nas microrregiões de<br />
Boquim e do Sertão do São Francisco. A primeira apresenta-se sistematicamente com o pior<br />
indicador para cada uma das dimensões avaliadas enquanto a última microrregião ocupa o<br />
último lugar no ranking global do IDH-M tanto em 1991 quanto em 2000.<br />
173
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
5 - PERSPECTIVAS DA ECONOMIA DE SERGIPE<br />
Neste capítulo é feita uma análise geral e sucinta das <strong>perspectivas</strong> da economia de<br />
Sergipe. A primeira seção procura identificar um conjunto de condicionantes do contexto<br />
mundial, e em especial do contexto nacional, que podem influenciar positiva ou<br />
negativamente, o <strong>desempenho</strong> das principais variáveis econômicas do Estado. As duas<br />
outras seções objetivam examinar aspectos relacionados à dinâmica interna da economia<br />
sergipana: uma abordando as previsões dos principais investimentos produtivos públicos e<br />
privados para os próximos anos; e a outra identificando processos e mudanças em curso<br />
que podem representar impactos significativos para o futuro da economia estadual. A última<br />
seção é realizada, com base na definição de algumas hipóteses e numa breve descrição de<br />
uma trajetória mais provável de comportamento da economia de Sergipe, no horizonte dos<br />
próximos dez anos.<br />
5.1. Condicionantes do Contexto Mundial e Nacional<br />
A compreensão da perspectiva futura da economia de Sergipe se inicia com uma<br />
análise das tendências mais relevantes da economia mundial e nacional.<br />
5.1.1. Condicionantes Mundiais<br />
Entre as tendências que com diferentes ritmos e intensidades devem dominar o<br />
contexto econômico mundial nos próximos anos e que, mesmo resultando em reflexos muito<br />
mais indiretos e tênues, devem em alguma medida repercutir sobre a base econômica<br />
sergipana, destacam-se:<br />
a) O avanço nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC)<br />
e a redução de tarifas e de subsídios - Apesar de haver ainda grande<br />
resistência dos países centrais, os entendimentos feitos no âmbito das<br />
negociações são promissores para a redução, no médio e longo prazo, das<br />
barreiras e subsídios, sobretudo no que se refere aos produtos agrícolas e<br />
agroindustriais. As possibilidades de ganhos recíprocos para países<br />
desenvolvidos e países pobres, que dependem crucialmente da agricultura<br />
para gerar renda e emprego, são grandes se efetivamente avançarem os<br />
entendimentos nessa área. Essa perspectiva, no caso de Sergipe, deve<br />
174
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
facilitar a exportação de produtos de origem agrícola, como o de concentrado<br />
de suco de laranja e de produtos originários de perímetros irrigados 76 ;<br />
b) A disseminação das inovações tecnológicas e a ampliação do<br />
conhecimento científico – Esses fatores deverão, cada vez mais, propiciar<br />
mudanças significativas nos determinantes das vantagens competitivas das<br />
nações e das regiões, com o diferencial de competitividade se deslocando<br />
para o domínio do conhecimento e da tecnologia, a flexibilidade produtiva e o<br />
grau de qualificação dos recursos humanos. Por outro lado, avanços<br />
importantes na área de energia podem contribuir para mudanças na matriz<br />
energética: destaque para a expansão do gás natural e a entrada em cena de<br />
novos combustíveis como o biocombustível. Para Sergipe é importante estar<br />
atento às necessidades de modernização de segmentos como os de Petróleo<br />
e Gás; assim como às vantagens competitivas que o Estado pode ganhar<br />
desde que avance em áreas com alto conteúdo tecnológico, caso das<br />
empresas voltadas para a Tecnologia da Informação;<br />
c) A instabilidade dos preços do petróleo - Prevê-se ainda para os próximos<br />
anos a flutuação dos preços do barril de petróleo em patamares elevados,<br />
não obstante se vislumbrar a possibilidade de incorporação de importantes<br />
inovações tecnológicas que compensariam a tendência de alta, pela<br />
substituição por outras fontes energéticas (biomassa e hidrogênio);<br />
d) O crescimento do movimento turístico - O movimento turístico mundial<br />
tende a se expandir mais, com destaque para o turismo cultural, ecológico e o<br />
focado na terceira idade, estimulado pelo envelhecimento da população<br />
mundial com renda elevada. Essa tendência gera uma grande oportunidade<br />
para países com patrimônio cultural e natural significativo (caso do Brasil e,<br />
em particular dos Estados do Nordeste);<br />
e) A acentuação das desigualdades e heterogeneidade da economia<br />
mundial – A reorganização da economia mundial no processo de<br />
globalização está acentuando a concentração da economia mundial e<br />
ampliando a heterogeneidade dos países em desenvolvimento, destacam-se<br />
com grande potencial de desenvolvimento, países com uma base industrial<br />
madura e um amplo mercado interno, a exemplo da China, Índia e Brasil.<br />
76 Os ganhos advindos da remoção de barreiras e da redução de subsídios, sobretudo pelos países ricos, de<br />
acordo com o Banco Mundial, afetariam positivamente o comércio mundial, com a vantagem de reduzir o número<br />
de pobres em 8% até 2015, beneficiando cerca de 140 milhões de pessoas que vivem no meio rural com renda<br />
abaixo de US$ 2 dólares por dia . Ver World Bank (2004).<br />
175
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
A partir da análise da evolução das tendências gerais apresentadas, podem ser<br />
destacadas duas grandes incertezas futuras77 da economia mundial (relativamente<br />
interdependentes entre si) no horizonte 2005/2015, conforme Quadro 1.<br />
I) Integração econômica e comercial, com a tendência mundial de<br />
integração comercial convivendo com movimentos contrários que<br />
reforçam o protecionismo, como por exemplo, a postura recente de reforço<br />
das barreiras alfandegárias tanto tarifárias quanto não tarifárias impostas pelos<br />
EUA. Afora os entendimentos da rodada de Doha na OMC, parte do processo<br />
de integração econômica e comercial ocorre com a negociação em torno da<br />
formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), muito incerta e de<br />
grande impacto na economia brasileira. Dessa incerteza pode-se formular dois<br />
conjuntos de hipóteses bem distintas de comportamento futuro:<br />
I.1) Redução lenta e gradual das barreiras alfandegárias, coexistindo<br />
com as restrições não tarifárias e com pequenos avanços na<br />
redução dos subsídios aos produtos agrícolas, resultado de<br />
progressos nas negociações na OMC e de acordos e iniciativas bilaterais<br />
dos EUA e da União Européia, ao mesmo tempo em que ocorreria<br />
avanço na formação da ALCA com a possibilidade de ampliação do<br />
mercado norte-americano de produtos agrícolas e bens intermediários, e<br />
I.2) Predomínio da liberalização econômica com limitada regulação e<br />
controle do comércio mundial e enfraquecimento da OMC,<br />
estimulando iniciativas isoladas de protecionismo, manutenção de<br />
barreiras tarifárias e criação de mecanismos de proteção não tarifária,<br />
persistindo nessa hipótese, dificuldades de negociação impedindo a<br />
implantação da ALCA.<br />
II) Reacomodação nos Desequilíbrios estruturais e no movimento<br />
internacional de capital, com perspectiva de expansão da liquidez<br />
internacional e dos movimentos de capital, viabilizando o financiamento tanto<br />
do déficit comercial dos EUA quanto dos investimentos nos países emergentes,<br />
em especial China. Os chamados déficits gêmeos dos Estados Unidos (o fiscal<br />
77 Eventos e processos mais relevantes e determinantes do sistema sobre cujo <strong>desempenho</strong> futuro não existe o<br />
menor grau de segurança. Fazem a diferença na definição de alternativas de futuro<br />
176
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
e o da conta corrente do balanço de pagamento) são o ponto central da<br />
instabilidade mundial, cuja solução está na dependência de alterações<br />
estruturais na economia norte-americana e nas relações comerciais e<br />
financeiras mundiais. Quanto a essa incerteza podem ser identificadas duas<br />
hipóteses alternativas de comportamento futuro:<br />
II.1) Equacionamento dos estrangulamentos financeiros e cambiais das<br />
grandes nações desenvolvidas, especialmente dos EUA (déficit<br />
externo e endividamento interno), com processo lento e controlado da<br />
desvalorização do dólar (valorização das moedas chinesas e japonesas)<br />
e reacomodação das economias da China, EUA, União Européia, Japão e<br />
Rússia; e<br />
II.2) Persistência dos estrangulamentos devido ao agravamento do déficit<br />
externo dos EUA e do endividamento interno e persistência da<br />
desconfiança dos investidores em relação ao dólar e à capacidade de<br />
expansão da economia mundial, levando à continuidade da retração das<br />
economias da Europa e Japão;<br />
Quadro 1<br />
ALTERNATIVAS DE FUTURO DA ECONOMIA MUNDIAL<br />
INCERTEZAS HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2<br />
Integração econômica<br />
e organização do<br />
comércio<br />
Desequilíbrios<br />
estruturais e<br />
movimento de capital<br />
RESULTADOS<br />
Redução lenta das barreiras e<br />
avanço da ALCA<br />
Equacionamento dos<br />
estrangulamentos e recuperação<br />
da confiança dos investidores<br />
Liberalização desigual e<br />
persistência dos subsídios<br />
agrícolas com atraso da ALCA<br />
Persistência dos estrangulamentos<br />
e da desconfiança dos investidores<br />
Dinamismo econômico Alto crescimento (4,5%) Baixo crescimento (2%)<br />
Instituições mundiais<br />
Distribuição econômica<br />
mundial<br />
Recuperação das instituições<br />
multilaterais<br />
Leve desconcentração com<br />
crescimento dos emergentes<br />
5.1.2. Condicionantes Nacionais<br />
Permanência da fragilidade das<br />
instituições multilaterais<br />
Persistência da concentração da<br />
economia mundial<br />
Além da influência de mudanças no cenário mundial que, em maior ou menor grau,<br />
afetará a economia sergipana, esta deverá também ser influenciada por alguns importantes<br />
177
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
desdobramentos na economia brasileira, ou seja, por processos que com certa margem de<br />
probabilidade podem repercutir, no horizonte de 2005 a 2015, na dinâmica da economia<br />
nacional e, por conseguinte, na trajetória mais provável da economia de Sergipe. Como<br />
destaques podem ser citadas as seguintes tendências:<br />
a) Manutenção da austeridade da política macroeconômica – apesar das<br />
pressões crescentes para a revisão da política macroeconômica, tudo indica que<br />
os princípios da austeridade e da responsabilidade fiscal deverão continuar nos<br />
próximos anos. A se confirmar essa tendência às possibilidades de crescimento<br />
futuro da economia brasileira ficarão bastante restringidas no curto e médio<br />
prazo, configurando-se, ao mesmo tempo, uma lenta, mas persistente redução<br />
da relação dívida/PIB;<br />
b) Persistência dos estrangulamentos na infra-estrutura econômica –<br />
considerando que a capacidade de investimento público ainda permanecerá<br />
baixa, em meio inclusive a continuidade da política de ajuste fiscal, os<br />
estrangulamentos na infra-estrutura econômica brasileira em áreas como os<br />
sistemas rodoviário, portuário e elétrico, podem se acentuar no curto e médio<br />
prazo, sendo tanto maior quanto mais intenso for o ritmo de recuperação da<br />
economia;<br />
c) Ampliação da integração econômica externa - combinando relações bilaterais<br />
e atuação combativa na OMC, o Brasil deve manter a abertura externa da<br />
economia e negociar a sua integração comercial; isso inclui a continuação de<br />
uma atenção especial para o Mercosul e para a ALCA;<br />
d) Melhoria do ambiente microeconômico e na regulação institucional – o<br />
Governo Federal vem tentando implementar iniciativas que visam criar um<br />
ambiente microeconômico positivo, em áreas como o marco regulatório dos<br />
setores oligopolizados, as regras das Parcerias Público-Privadas - PPPs, a<br />
legislação trabalhista e o sistema tributário; todavia os resultados são muito<br />
limitados. Além destes elementos deve ganhar destaque a negociação recente<br />
em torno de uma reforma política e administrativa; ambas procurando criar uma<br />
maior proteção contra a corrupção na política brasileira. Este conjunto de<br />
iniciativas apontam para um ambiente microeconômico mais positivo;<br />
e) Limitação da Guerra Fiscal como instrumento de atração de investimentos<br />
– a falta de uma política de desenvolvimento regional no Brasil, ao longo das<br />
últimas décadas, associada à competência e autonomia dos estados para alterar<br />
as normas da legislação tributária, estimulou a criação de um ambiente<br />
178
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
predatório de disputa na atração de investimentos privados pelos estados e<br />
municípios. Esse contexto de acirramento na disputa por recursos tende a ser<br />
minorado, na medida em que, a própria lógica do mercado pressupõe outros<br />
diferenciais de atração, em especial aqueles associados a vantagens de cunho<br />
mais competitivo e, de outro, seja aprovada uma reforma tributária que impeça o<br />
uso isolado de instrumentos de concessão de benefícios fiscais. Mesmo assim,<br />
ainda deverão persistir iniciativas e disputas isoladas dos estados, inclusive dos<br />
nordestinos, na busca de investimentos e financiamentos, recorrendo-se muitas<br />
vezes a pressões políticas junto ao Governo Federal.<br />
O cenário futuro da economia brasileira, que certamente influirá nos rumos da<br />
economia de Sergipe, irá depender de fatores associados às incertezas sugeridas – tanto as<br />
internas quanto as externas, que decorrem, como visto anteriormente, do ambiente mundial<br />
– gerando diferentes alternativas econômicas para o país.<br />
Assim, com base na análise das tendências que estão amadurecendo na realidade<br />
brasileira e sob a influência das <strong>perspectivas</strong> delineadas para o ambiente econômico<br />
mundial, foram definidas quatro incertezas críticas para o horizonte de 2005-2015 na<br />
economia brasileira. Estas estão apresentadas abaixo, no Quadro 2, na forma de<br />
incertezas-síntese, cujo <strong>desempenho</strong> futuro expressam duas alternativas de futuro.<br />
QUADRO 2<br />
ALTERNATIVAS DE FUTURO DA ECONOMIA BRASILEIRA<br />
INCERTEZAS HIPÓTESES 1 HIPÓTESES 2<br />
Grau de Integração à<br />
Economia mundial<br />
Governabilidade e<br />
eficiência da gestão<br />
pública<br />
Ambiente Micro-<br />
Econômico<br />
Política Regional<br />
Crescimento econômico com<br />
avanços nas negociações da<br />
OMC e início da formação da<br />
ALCA e lenta recuperação do<br />
Mercosul.<br />
Formação de condições de<br />
governabilidade e melhora da<br />
capacidade gerencial.<br />
Avançam as reformas tributária,<br />
trabalhista, e judiciária, e se<br />
consolida o marco regulatório.<br />
Investimentos diferenciados no<br />
território nacional com<br />
regionalização dos gastos<br />
públicos.<br />
5.2. Investimentos Previstos para a Economia de Sergipe<br />
Baixo crescimento, liberalização da<br />
economia e unilateralismo combinado<br />
com atraso para a formação da ALCA<br />
e estagnação do Mercosul.<br />
Instabilidade política, governabilidade<br />
precária, com dificuldades na gestão<br />
pública.<br />
Reformas não avançam e persistem<br />
dificuldades nos marcos regulatórios.<br />
Limitada, com baixos investimentos e<br />
gastos públicos fragmentados.<br />
Aquém dos desdobramentos relacionados aos eventos futuros mais importantes da<br />
economia brasileira, a compreensão dos desdobramentos futuros da economia de Sergipe<br />
passa, em especial, pela análise das condições inerentes à sua própria economia que, a<br />
179
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
partir de uma maior ou menor capacidade de atrair recursos, poderá resultar numa<br />
determinada margem de manobra na construção de seu próprio futuro. É nesse sentido que<br />
se apresentam de forma esquemática as diferentes iniciativas no front dos investimentos<br />
privados e públicos de sua economia no futuro próximo.<br />
Dessa forma, tendo por base a coleta de informações e de entrevistas com<br />
representantes do setor público e privado, faz-se um mapeamento dos investimentos<br />
previstos e os que estão sendo realizados no Estado de Sergipe no horizonte temporal de<br />
2004 até 2015. Para tal, tomou-se por base: i) informações coletadas em entrevistas com<br />
técnicos de órgãos do Governo do Estado; ii) entrevistas com lideranças empresariais e<br />
políticas; iii) informações estatísticas da Companhia de Desenvolvimento Industrial de<br />
Sergipe – CODISE; e iv) análise de documentos oficiais, a exemplo, entre outros, do<br />
Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano e do Plano de<br />
Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Pólo Costa dos Coqueirais - PDITS.<br />
É importante ressaltar que durante as entrevistas se procurou enfatizar os eventos que<br />
podem vir a dinamizar a economia do Estado.<br />
Como uma primeira abordagem, o texto remete aos investimentos que podem ser<br />
considerados estruturadores, devendo-se salientar que parcela significativa dos projetos<br />
mencionados corresponde a intenções, podendo ser realizados parcial ou integralmente ou<br />
ainda sequer serem concretizados. Em seguida, o trabalho tece considerações sobre os<br />
investimentos do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI, que tem por<br />
finalidade atrair e fomentar a atividade industrial de Sergipe, mediante a concessão de<br />
benefícios fiscais e financeiros. 78<br />
5.2.1- Investimentos Estruturadores<br />
Em termos de grandes investimentos privados previstos para o horizonte dos<br />
próximos dez anos merecem destaque na estrutura produtiva sergipana as seguintes<br />
iniciativas empresariais sinalizadas até o momento 79 :<br />
a) Da Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (segmento de Petróleo e Gás)<br />
A Petrobras é a empresa que lidera as iniciativas no Estado de Sergipe. Conforme<br />
pode ser observado na Tabela 1, a Unidade Sergipe/Alagoas, deverá investir até 2007, no<br />
78<br />
Foram considerados apenas os projetos para os quais foram editadas pelo Governo do Estado, segundo a<br />
portaria de concessão dos benefícios.<br />
79<br />
Indicações levantadas a partir de informações dos próprios grupos privados.<br />
180
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
estado, recursos da ordem de R$ 1,98 bilhão, que correspondem a cerca de 2/3 do total dos<br />
recursos de US$ 1,28 bilhões (R$ 2,98 bilhões 80 ) previstos para essa Unidade. Tais<br />
recursos deverão ser alocados para as seguintes iniciativas:<br />
i) Investimentos em expansão da rede de gasodutos. São estimados em<br />
R$ 640 milhões até o final de 2006, montante que corresponde a<br />
aproximadamente 60% dos recursos destinados para a Unidade Sergipe-<br />
Alagoas da Petrobras. Esses recursos referem-se às obras de gasoduto<br />
de: a) Catu/Carmópolis, no valor de R$ 579,8 milhões e extensão de<br />
265Km; b) Itaporanga/Atalaia, no valor de R$ 67,3 milhões e extensão de<br />
29Km; e c) Carmopólis/Pilar, no valor de R$ 408,5 milhões e extensão de<br />
175 Km;<br />
ii) Ampliação da Fábrica de Fertilizantes do Nordeste – FAFEN. A<br />
Petrobrás pretende investir, no período de 2005 a 2007, cerca de R$ 193,3<br />
milhões nessa fábrica, em obras de ampliação da unidade de recuperação<br />
de CO 2 , na qualidade de produtos da unidade de granulação, em logística<br />
no armazém de Uréia, na segurança e confiabilidade na re-instrumentação<br />
da planta industrial e em projetos ambientais, e em novos produtos, como<br />
tiosulfato de amônia e fertilizante líquido; e<br />
iii) Outros investimentos da Petrobrás. Para Sergipe, a empresa estima um<br />
volume de investimentos equivalente a R$ 1,15 bilhão, até 2007, em obras<br />
diversas, ressaltando-se a instalação de poço de petróleo em águas<br />
profundas – Campo de Piranema; investimentos em poços de petróleo em<br />
operação; em plataformas marítimas de produção; na unidade de<br />
dessulforização; em estações de coleta e tratamento de óleo; em estações<br />
de compressão de gás; em estações de injeção de água; em estações de<br />
injeção de vapor; em geradores de vapor; em sondas de produção terrestre<br />
(SPT); em sondas de perfuração terrestre (SC); em uma sonda de<br />
produção marítima (SPM); na implantação de dutos de produção; em redes<br />
elétricas e em estradas de acesso.<br />
A importância da Petrobrás para a economia local não se limita à exploração do<br />
petróleo e do gás e à fabricação de fertilizantes. A empresa atua também como importante<br />
80 Dólar comercial de 5/09/2005.<br />
181
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
elemento dinamizador de uma cadeia de serviços por ela demandada e de parte importante<br />
do comércio local, constituindo-se numa significativa fonte de emprego e renda no Estado.<br />
Para se ter idéia, no ano de 2004, dos R$ 294 milhões que a empresa adquiriu em<br />
materiais, R$ 90,28 milhões foram comprados a fornecedores na praça local. Todavia, há<br />
muito que expandir no volume de compras locais.<br />
É importante também salientar a deficiência na oferta de mão-de-obra especializada<br />
do Estado, principalmente em construção, montagem e em manutenção. Apesar desse<br />
problema, a empresa contratou em 2005 um terço do seu pessoal no Estado de Sergipe.<br />
b) Da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD (segmento de extração mineral)<br />
Outro investimento considerado estruturador para a dinamização da economia<br />
sergipana é o da Companhia Vale do Rio Doce. Para o período 2005/2006 a empresa<br />
prevê investimentos da R$ 179,41 milhões (US$ 77 milhões), na ampliação da mina de<br />
potássio da Unidade Operacional Taquari-Vassouras – UOTV, localizada no município de<br />
Rosário do Catete. A produção de cloreto de potássio standard deverá alcançar o patamar<br />
de 850 mil toneladas até o final de 2006 (em 2003 a produção foi de 658 mil toneladas).<br />
Vale salientar que a UOTV é a única fábrica produtora desse componente para o<br />
processamento de fertilizantes do país. A Companhia indicou também que estão sendo<br />
feitos estudos técnicos para a exploração de outros minérios no estado de Sergipe.<br />
c) Do Grupo Votorantim (Indústria de Cimento)<br />
A Votorantim é outro grupo empresarial de porte considerável presente na base<br />
produtiva sergipana que está sinalizando para novos investimentos, com a previsão de<br />
recursos da ordem de R 297 milhões na ampliação da CIMESA S/A, unidade da fábrica de<br />
cimento Poty, no município de Laranjeiras. O horizonte desse investimento é até o ano<br />
2008.<br />
d) Do Grupo João Santos (Indústria Cimento)<br />
Ainda no segmento da indústria cimenteira merece também menção a ampliação da<br />
fábrica de cimento Itaguassu AgroIndustrial S.A., do Grupo João Santos, no município de<br />
Nossa Senhora do Socorro na microrregião de Aracaju, com investimentos projetados de<br />
quase R$ 64,2 milhões, até 2008.<br />
e) Do Grupo Maratá (Indústria de Produtos Alimentares)<br />
182
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
O Grupo Maratá tem a perspectiva de aplicação de investimentos, captados no<br />
âmbito do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI, no valor total de<br />
quase R$ 52,5 milhões, distribuídos por quatro empreendimentos, conforme indicados a<br />
seguir:<br />
i) Maratá Sucos do Nordeste Ltda. Localizada no município de Estância,<br />
com investimentos projetados em R$ 8,4 milhões para consolidação da<br />
produção e vendas no o ano fiscal de 2010.<br />
ii) Maratá Industria de Embalagens Ltda. Localizada no município de<br />
Lagarto, com investimentos de R$ 12,9 milhões e estimativa de<br />
consolidação da produção e vendas de acordo com o projeto para o ano<br />
fiscal de 2010.<br />
iii) Maratá Industria de Aguardente Ltda. Local. Localizada no município de<br />
Lagarto, com investimentos projetados em R$ 11,6 milhões e estimados<br />
para consolidação da produção e vendas para o ano fiscal de 2010.<br />
iv) Industria Alimentícia Maratá Ltda. Localizada no município de Itaporanga<br />
D’Ajuda, com investimentos Projetados em R$ 19,5 milhões e consolidação<br />
da produção e vendas de acordo com o projeto para o ano fiscal de 2012.<br />
f) Do Grupo Azaléia (Indústria de Calçados)<br />
As informações sobre a expansão dos negócios do Grupo Azaléia no estado de<br />
Sergipe referem-se ao Projeto de Calçado Hispania, localizado em Frei Paulo, Carira,<br />
Ribeirópolis e Lagarto, com investimentos projetados em cerca de R$ 19,7 milhões, para o<br />
ano fiscal de 2012, com capacidade para 800 empregos. Esses recursos também estão<br />
sendo contemplados pelo PSDI<br />
g) Do Grupo Dakota (Indústria de Calçados)<br />
Ainda na industria de calçados vislumbra-se a implantação de uma fábrica do Grupo<br />
de Calçados Dakota, situada no município de Simão Dias, com investimentos projetados de<br />
R$ 3,4 milhões, até 2008. É também um pleito junto ao PSDI.<br />
h) Do Grupo Itabaiana Indústria de Fios (Indústria Têxtil)<br />
183
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Instalação de uma unidade a ser instalada no município de Ribeirópolis, com<br />
investimentos previstos da ordem de R$ 54 milhões e consolidação do Projeto para o ano<br />
de 2014.<br />
i) De Grupos do segmento de Turismo<br />
No segmento de turismo está previsto o aporte de uma série de novos investimentos<br />
privados. As estimativas, por exemplo, para os investimentos em novos empreendimentos<br />
nos municípios de Aracaju, São Cristóvão e Pirambu são do valor de R$ 113 milhões, para<br />
os próximos cinco anos. Ressaltam-se como principais iniciativas à expansão dos negócios<br />
nessa área realizadas pelos grupos Espírito Santo (resort), Brasilinvest (hotel), Barra dos<br />
Coqueirais (hotel), EJR (hotel) e CVC (hotel).<br />
Como investimentos estruturadores de responsabilidade do Governo do Estado de<br />
Sergipe destacam-se:<br />
a) Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano –<br />
PDSSAS.<br />
Mais conhecido como Projeto Nova Califórnia, vislumbrando para a região do semi-<br />
árido sergipano potencial de dinamismo, onde se salienta a fruticultura contemplada nos<br />
grandes projetos de irrigação. Esse projeto envolve em especial os municípios de Canindé<br />
do São Francisco, Poço Redondo e Porto da Folha, apresentando uma estimativa de<br />
investimentos até 2012 no valor aproximado de R$ 582,5 milhões (equivalente a US$ 250<br />
milhões), a maior parte com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento -BID<br />
(GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE: 2004). Entre as atividades prioritárias do Projeto<br />
Nova Califórnia destacam-se: i) a implantação do Pólo Agroindustrial do Xingo; ii) a<br />
consolidação do Projeto Jacaré-Curituba e o desenvolvimento de vários projetos agrários;<br />
iii) a promoção ao apoio ao desenvolvimento regional visando atrair investimentos privados<br />
para os agronegócios; iv) o apoio ao desenvolvimento municipal, através do fortalecimento<br />
da gestão municipal e das organizações comunitárias e da infra-estrutura municipal; v) a<br />
realização de estudos de mercado; e vi) o monitoramento e avaliação do Programa;<br />
b) Ações voltadas para o apoio ao desenvolvimento do turismo, ressaltando-se:<br />
i) Projeto Pólo Costa dos Coqueirais, com investimentos até 2007 da ordem<br />
de R$ 245,58 milhões (US$ 105,4 milhões), objetivando integrar a cadeia<br />
produtiva do turismo em nível regional, complementando o modelo<br />
184
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
implementado pelo Prodetur. Essas ações compreendem: i) a<br />
complementação do sistema de acesso à região do Pólo, representada<br />
pelos municípios litorâneos do Estado (Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo<br />
Grande, Estância, Indiaroba, Itaporanga d’ Ajuda, Laranjeiras, Nossa<br />
Senhora do Socorro, Pacatuba, Pirambu, Santa Luzia do Itanhy, Santo<br />
Amaro das Brotas e São Cristóvão); ii) a estruturação de atrativos turísticos;<br />
iii) o fortalecimento de Aracaju como principal centro receptivo do turismo<br />
da região; iv) o fortalecimento da capacidade de gestão; v) a<br />
implementação de gestão participativa e integrada; e vi) a implementação<br />
de ações para garantir a preservação do meio ambiente (GOVERNO DO<br />
ESTADO DE SERGIPE: 2003) e<br />
ii) Prodetur II, especificamente nos pólos turísticos de São Cristóvão, do<br />
Litoral Sul e do Litoral Norte, envolvendo até 2007 investimentos que<br />
totalizam R$ 240 milhões (equivalentes a US$ 103 milhões);<br />
c) Programa de Apoio à Inovação nas Empresas (INOVA-SE).<br />
Trata-se de uma ação para o desenvolvimento da ciência e tecnologia do Estado,<br />
através de parceria entre o Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico – FUNTEC com a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, objetivando a<br />
realização de pesquisas nas áreas de saúde, biotecnologia, agronegócio, energia e nas<br />
cadeias produtivas do turismo, construção civil, cerâmica, mínero-química, têxtil, fruticultura<br />
e aqüicultura, englobando recursos de R$ 1,6 milhão;<br />
d) Programa de Revitalização da Citricultura Sergipana.<br />
Esse programa contempla ações que visam renovar 20 mil hectares de pomares até<br />
2006, em 14 municípios do Centro-Sul de Sergipe, devendo gerar cerca de 50 mil<br />
empregos.<br />
e) Programa de Apoio à Fixação e Atração de Doutores.<br />
Esse programa diz respeito a uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa<br />
do Estado de Sergipe (FAP-SE) com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico (CNPq), e tem investimentos previstos da ordem de R$ 3,14 milhões,<br />
185
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
priorizando projetos em áreas estratégicas do Estado e inseridos nos Arranjos Produtivos<br />
Locais (APL’s).<br />
186
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 1<br />
Sergipe: Investimento em realização e previsto (2004/2014)<br />
Fonte: Petrobrás, UN-SEAL; Companhia Vale do Rio Doce - CVRD; Grupo Votorantim; Grupo Maratá; Grupo Azaléia; Grupo Itabaiana; Secretaria de Estado da Indústria e do Comércio - SEIC; Secretaria de Estado da Agricultura,<br />
do Abastecimento e da Irrigação - SAGRI; Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe –CODISE; Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano (Projeto Nova Califórnia);<br />
Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Pólo Costa dos Coqueirais – PDITS.<br />
Notas: (1) Esse valor levou em conta a participação para o Estado de Sergipe de 60% dos R$ 2,9 bilhões de investimentos previstos para a UM-SEAL; (2) INOVA-SE; Programa Revitalização da Citricultura; Programa de Apoio a<br />
Fixação e Atração de Doutores.<br />
DESCRIÇÃO DO INVESTIMENTO Duração do Investimento R$ milhão<br />
I - INVESTIMENTOS PRIVADOS<br />
PETROBRÁS (UM-SEAL) 1 2005/2007 1.982,40<br />
- Investimentos na FAFEN 2005/2007 193,3<br />
- Investimentos em gasodutos até 2006 1.055,6<br />
Companhia Vale do Rio Doce (produção de cloreto de potássio) 2005/2006 179,41<br />
Grupo Votorantim (cimento portland) Até 2008 297,0<br />
Grupo João Santos (cimento portland) Até 2008 64,2<br />
Grupo Maratá (suco concentrado, café e embalagem). Até 2012 52,5<br />
Grupo Azaléia (calçados) Até 2012 19,5<br />
Grupo Dakota (calçados) Até 2008 3,4<br />
Grupo Itabaiana (indústria de fios) Até 2014 54,0<br />
Grupos Privados da Área de Turismo Até 2010 113,0<br />
II - PROGRAMAS DO GOVERNO DO ESTADO<br />
PDSSS - Projeto Nova Califórnia (fruticultura irrigada) 2004/2012 582,5<br />
Projeto Pólo Costa dos Coqueirais (Implementação de Ações Estratégicas) 2007 245,9<br />
Prodetur II até 2007 240,0<br />
Pólo Turístico de São Cristóvão até 2007 142,1<br />
Pólo Turístico do Litoral Sul até 2007 51,26<br />
Pólo Turístico do Litoral Norte até 2007 46,60<br />
Outros Programas governamentais 2 2005/2007 5,2<br />
187
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
5.2.2- Os Investimentos Industriais do Programa Sergipano de<br />
Desenvolvimento Industrial – PSDI<br />
Instituído através da Lei nº 3.190/91, de 23 de dezembro de 1991, e<br />
reformulada pela Lei nº 4.914 de 25 de agosto de 2003, o Governo de Sergipe conta<br />
com o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que visa conceder<br />
apoio financeiro, creditício, locacional e fiscal com incentivos concedidos com base no<br />
Fundo de Apoio à Industrialização (FDI) para a ampliação de unidades industriais<br />
existentes ou de projetos que venham a se localizar no Estado.<br />
Esses incentivos destinam-se a empreendimentos industriais novos ou já<br />
instalados e em funcionamento, considerados pelo Conselho de Desenvolvimento<br />
Industrial - CDI, como necessários e prioritários para o desenvolvimento do Estado,<br />
sendo assim classificadas as unidades produtivas que contribuam para elevar o nível<br />
de emprego e renda, descentralizar econômica e espacialmente as atividades<br />
produtivas, modernizar tecnologicamente o parque industrial e preservar o meio<br />
ambiente.<br />
O PSDI se destaca devido à importância que tem para atrair novos<br />
investimentos para o Estado de Sergipe, sendo aqui considerados os projetos que já<br />
detêm portaria de concessão de benefícios fiscais com enquadramento nas linhas de<br />
implantação e ampliação para o segmento industrial estabelecidas no referido<br />
Programa, que engloba um universo de 131 unidades produtivas que deram entrada<br />
na solicitação do incentivo do PSDI na CODISE no período de 1995 a 2005, cuja<br />
vigência dos investimentos vão até 2015 (para os projetos incentivados em 2005).<br />
Vale salientar que os projetos, uma vez implantados, deverão gerar cerca de 12,6 mil<br />
novos postos de trabalho e o valor de investimentos previstos totaliza<br />
aproximadamente R$ 1,09 bilhão, em todo o período, como mostram as Tabelas 2 e<br />
3. O valor médio investido por projeto corresponde a R$ 8 milhões e trezentos e<br />
cinqüenta mil, gerando, em média, 96 empregos diretos por projeto.<br />
Uma característica predominante dos investimentos previstos para o segmento<br />
industrial sergipano é a diversidade de ramos produtivos que compõem a sua matriz<br />
industrial, como pode ser visto na Tabela 2. Em termos de investimentos nota-se que<br />
a maior concentração de projetos verifica-se na cadeia química, que agrega os ramos<br />
farmacoquímico, de produtos farmacêutico e químico, responsabilizando-se por 26,6%<br />
dos investimentos do PSDI, seguido pelo segmento de bebidas, com 21,5% e por têxtil<br />
e confecções, com 12,4%. Destacam-se ainda os ramos industriais de Alimentos<br />
(6,5%), Plásticos (5,3%), Agroindústria (4,8%) e Confecções (4,1%).<br />
188
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
No que concerne à geração de empregos, os ramos produtivos de Alimentos,<br />
Têxtil e Confecções e Calçados e Couros devem gerar quase metade dos postos de<br />
trabalho previstos (14,0%, 24,4%, e 10,0%) do total dos empregos previstos pelo<br />
Programa, o que perfaz um total de 48,4%. Na indústria alimentícia prevê-se a criação<br />
de 1.766 postos de trabalho; no ramo de confecções, 1.711 empregos; na indústria<br />
têxtil 1.353 empregos; e no segmento couro-calçadista 1.256 empregos. A indústria<br />
química, maior aglutinadora dos investimentos, participa com a geração de apenas<br />
4,7% das ocupações, empregando 592 pessoas.<br />
No que diz respeito à localização dos projetos incentivados pelo PSDI, a<br />
Tabela 3 revela que a microrregião de Aracaju agrega quase metade dos<br />
estabelecimentos (48,9%), responsabilizando-se por parcela significativa dos novos<br />
postos de trabalho previstos (41,4%) e por mais da metade dos investimentos<br />
pleiteados (51,8%). Na área em questão destaca-se o fato de que o Programa<br />
contemplou 64 do total de 131 projetos considerados “agrupamentos industriais<br />
prioritários” entre aqueles que já possuem portaria de concessão de benefícios.<br />
Nessas indústrias devem ser realizados investimentos da ordem de R$ 567,14 milhões<br />
e criados 5,2 mil empregos entre os 12,6 mil postos de trabalho previstos pelo<br />
Programa, o que perfaz uma média de 81 ocupações por estabelecimento.<br />
Na microrregião de Aracaju, os municípios de Nossa Senhora do Socorro e<br />
Aracaju concentram 46,8% dos investimentos e agregam 36,7% dos empregos<br />
previstos: Aracaju, com 28 projetos, englobando recursos de R$ 87,27 milhões (8,0%<br />
do montante do Estado) e cerca de 2,1 mil postos de trabalho, ou seja, 16,7% dos<br />
empregos previstos pela indústria incentivada pelo PSDI; e Nossa Senhora do<br />
Socorro, com 30 projetos, envolve investimentos da ordem de R$ 424,5 milhões,<br />
correspondentes a 38,8% das inversões incentivadas pelo Programa, devendo gerar<br />
2,5 mil novos empregos, ou seja, a 20,0% do total previsto.<br />
Analisando-se ainda as grandes regiões do Estado, nota-se que a microrregião<br />
de Estância é a segunda área de Sergipe com investimentos do PSDI, com montante<br />
de R$ 322,64 milhões, quase 1/3 das inversões do Programa (29,5%), com uma<br />
previsão de geração de cerca de 2,5 mil postos de trabalho (20,1%) em 14 projetos.<br />
Vale salientar que a região semi-árida sergipana, uma das mais carentes do<br />
Estado, contou com o incentivo de apenas seis projetos, sendo cinco em Nossa<br />
Senhora da Glória e um em Porto da Folha, agregando, no conjunto, 301 postos de<br />
trabalho (2,4% do total previsto para o Estado) e contabilizando investimentos de<br />
cerca de R$ 9 milhões, equivalentes a 0,8% do total previsto para o PSDI.<br />
189
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 2<br />
Sergipe: Investimentos e Empregos Previstos pelo Programa Sergipano de<br />
Desenvolvimento Industrial por Setor Industrial (*) – Horizonte 2015<br />
Projetos Empregos Investimentos<br />
Ramo Industrial<br />
Nº % Nº % R$ milhão %<br />
Química 3 2,3 592 4,7 290.552,14 26,6<br />
Bebidas 12 9,2 1.135 9,0 235.511,00 21,5<br />
Têxtil e Confecções 21 16,1 3.264 24,4 135.702,14 12,4<br />
Metal-Mecânica 11 10,4 864 7,0 81.930,79 7,5<br />
Alimentos 16 12,2 1.766 14,0 71.349,67 6,5<br />
Agroindústria 12 9,2 555 4,4 68.231,11 6,2<br />
Plásticos 7 5,3 759 6,0 58.491,38 5,3<br />
Papel e Celulose 2 1,5 124 1,0 35.389,92 3,2<br />
Calçados e Couros 4 3,1 1.256 10,0 33.462,56 3,1<br />
Perfumaria, Sabão, Velas e Higiene<br />
Pessoal.<br />
4 3,1 161 1,3 15.197,04 1,4<br />
Aqüicultura e Carcinicultura 3 2,3 281 2,2 15.020,93 1,4<br />
Fertilizantes 4 3,1 186 1,5 12.964,00 1,2<br />
Móveis e Outros Artefatos Mobiliários 14 10,7 474 3,8 9.377,32 0,9<br />
Minerais Não-Metálicos 4 3,1 191 1,5 3.081,32 0,3<br />
Outros 14 10,7 1165 9,2 27.996,76 2,7<br />
Total 131 100,0 12.573 100,0 1.094.258,08 100,0<br />
Fonte: Governo de Sergipe, CODISE.<br />
Nota: (*) Foram computados apenas os projetos que possuem Portaria da SEFAZ<br />
Tabela 3<br />
Sergipe: Investimentos e Empregos Previstos pelo Programa Sergipano de<br />
Desenvolvimento Industrial por Localização – Horizonte 2015<br />
Microrregiões e Municípios<br />
Projetos Empregos<br />
Investimentos<br />
(R$1.000,00)<br />
Nº % Nº % Nº %<br />
Aracaju 64 48,9 5.201 41,4 567.137,81 51,8<br />
Aracaju 28 21,4 2098 16,7 87.270,68 8,0<br />
Socorro 30 22,9 2512 20,0 424.497,00 38,8<br />
Estância: 14 10,7 2.522 20,1 322.638,62 29,5<br />
Estância 9 6,9 1.173 9,3 252.099,63 23,0<br />
Itaporanga D'Ajuda 5 3,8 1.349 10,7 70.538,99 6,4<br />
Japaratuba 2 1,5 44 0,3 54.359,06 5,0<br />
Agreste de Lagarto (Lagarto) 10 7,6 608 4,8 32.856,88 3,0<br />
Carira 4 3,1 1.184 9,4 31.459,42 2,9<br />
Baixo Cotinguiba 6 4,6 363 2,9 29.696,82 2,7<br />
Agreste de Itabaiana 6 4,6 455 3,6 19.779,32 1,8<br />
Propriá 7 5,3 414 3,3 13.754,00 1,3<br />
Sergipana do Sertão do São<br />
Francisco<br />
Cotinguiba:<br />
5<br />
2<br />
3,8<br />
1,5<br />
271<br />
94<br />
2,2<br />
0,7<br />
7.578,13<br />
5.911,55<br />
0,7<br />
0,5<br />
Boquim: 7 5,3 1.121 8,9 4.932,84 0,5<br />
Nossa Senhora das Dores 1 0,8 89 0,7 2.392,05 0,2<br />
Tobias Barreto 3 2,3 207 1,6 1.761,58 0,2<br />
Total 131 100,0 12.573 100,0 1.094.258,08 100,0<br />
Fonte: Governo de Sergipe, CODISE.<br />
Nota: (*) Foram computados apenas os projetos que possuem Portaria da SEFAZ.<br />
190
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
5.3. Tendências e Sinais de Mudança<br />
5.3.1. Tendências da base produtiva da Economia de Sergipe<br />
Tomando como referência um conjunto de entrevistas realizadas junto a<br />
especialistas e dirigentes públicos e privados e a análise de diversos estudos e<br />
documentos que tratam sobre a realidade e perspectiva da economia de Sergipe foi<br />
possível traçar algumas tendências básicas e sinais de mudanças latentes ou<br />
potencias na sua base produtiva. As principais são indicadas a seguir:<br />
a) Perspectiva de expansão das atividades de Petróleo e Gás.<br />
Salienta-se como de fundamental importância para o futuro de Sergipe, a<br />
retomada dos investimentos da Petrobrás na exploração de petróleo em águas<br />
profundas e em novas plataformas continentais, além dos investimentos em<br />
gasodutos, transformando o Estado em grande produtor regional de gás, com o<br />
Governo tomando algumas iniciativas visando dotar a área com infra-estrutura básica<br />
para a atração de empreendimentos.<br />
b) Incremento de outros produtos minerais<br />
Além da retomada da atividade de produção de petróleo, deve se expandir a<br />
oferta de outros minerais, como o cloreto de potássio e o cloreto de sódio (explorado<br />
principalmente pela Companhia Vale do Rio Doce), fundamentais para a fabricação de<br />
fertilizantes, que deverá permitir a implementação de um complexo integrado entre os<br />
segmentos de mineração e química.<br />
c) Adensamento de cadeias produtivas já consolidadas na indústria de<br />
transformação.<br />
Uma tendência verificada em Sergipe é o adensamento de cadeias produtivas<br />
já consolidadas, como a de vestuário, calçados, minerais não-metálicos e a química.<br />
Nesse sentido, por exemplo, os segmento de química e bebidas, respondem por mais<br />
de 20% dos recursos indicados pelo PSDI.<br />
d) Expansão de atividades agrícolas e agroindustriais.<br />
191
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Não obstante, como foi verificado anteriormente, o setor agrícola e<br />
agroindustrial sergipano ter demonstrado um baixo dinamismo nos últimos anos, é<br />
possível identificar algumas frentes com potencial de expansão: i) retomada da<br />
citricultura na região centro-sul de Sergipe, a partir do apoio do programa de<br />
revitalização do segmento promovido pelo governo do Estado; ii) a produção de frutas<br />
diversas em perímetros irrigados, com destaque para o Platô de Neópolis, na região<br />
costeira norte, e para o recém implantado projeto Nova Califórnia, como é conhecido o<br />
Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano, no semi-árido 81 ;<br />
e iii) existência de mais de 13 mil hectares propícios para a carcinicultura marinha,<br />
com destaque para os municípios Itaporanga d’Ajuda, Estância e Santo Amaro das<br />
Brotas. Além dessas atividades, também merece ser destacado o potencial da<br />
ovinocaprinocultura, em especial a criação de caprinos; da piscicultura; e da produção<br />
de biodiesel, a partir, sobretudo, do estrato de mamona.<br />
e) Consolidação do turismo como atividade econômica estratégica<br />
As atividades de turismo tendem a se expandir e se consolidar na base<br />
produtiva sergipana, devendo se tornar uma atividade econômica estratégica no médio<br />
prazo, com destaque para Aracaju e para a o Semi-Árido, com Xingo. Há a perspectiva<br />
de expansão decorrente tanto dos investimentos previstos pelo Prodetur II quanto de<br />
projetos da iniciativa privada, na construção de resorts e hotéis, alguns pertencentes a<br />
grupos internacionais.<br />
i) O interesse da iniciativa privada no Turismo pode atuar como fator de<br />
estímulo ao crescimento e a diversificação de uma ampla gama de<br />
pequenos negócios, contribuindo para consolidar uma cadeia<br />
produtiva com forte potencial de criação de emprego e geração de<br />
renda. O núcleo básico desse segmento envolve rede de hotelaria,<br />
restaurantes, artesanato, movelaria e equipamentos para hotelaria,<br />
atividades de entretenimento e lazer, incluindo eventos culturais e<br />
artísticos, e<br />
ii) Apesar do volume reduzido de recursos destinados pelo Prodetur II, o<br />
estímulo oferecido pelo Governo do Estado, basicamente em infra-<br />
estrutura, deverá alavancar o segmento de turismo no Pólo Turístico<br />
do Xingó e, principalmente, nos pólos de São Cristóvão, do Litoral Sul<br />
e do Litoral Norte, onde se concentram as inversões. A meta que se<br />
81 Outros projetos voltados para culturas irrigadas (Projeto Califórnia, Projeto Jacarecica I, Projeto Porção<br />
da Ribeira, Projeto Piauí, Projeto Jabiberim).<br />
192
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
busca é a de eliminar ao máximo os pontos de estrangulamento do<br />
segmento de turismo, através de ações que vão desde intervenções<br />
em infra-estrutura à proteção ambiental, à recuperação do patrimônio<br />
histórico e à capacitação da mão-de-obra.<br />
f) Movimento incipiente de desenvolvimento de segmentos de alto<br />
conteúdo tecnológico<br />
Em que pese a pouca tradição do Estado de Sergipe em atividades que exigem<br />
alto conteúdo tecnológico, já se percebe um movimento, embora pouco intenso, no<br />
sentido de se investir nesse tipo de atividade. Um passo importante foi à<br />
implementação do projeto INOVA-NE e acoplado a esse a criação do Sergipetec, com<br />
ações que visam apoiar as iniciativas de caráter inovador. O fortalecimento em<br />
andamento dos cursos de engenharia da UFSE e o apoio de importantes entidades<br />
como o Sebrae e a Federação das Indústrias de Sergipe, demonstram que começa a<br />
haver perspectiva de surgimento de “atividades de ponta” no Estado em área como a<br />
informática e petróleo e gás.<br />
Todavia, essa tendência ainda está muito incipiente, e condicionada a<br />
necessidade de um esforço muito maior de incentivo, capacitação e investimento<br />
privado do que o que se apresenta atualmente.<br />
5.3.2. Tendências de Dinamismo Espacial<br />
Em termos espaciais, ressalta-se, primeiramente, a significativa<br />
concentração de investimentos na Microrregião de Aracaju, com os investimentos<br />
da Petrobrás, o potencial do turismo, a dinâmica dos serviços modernos e a<br />
construção civil. Ainda na área entorno de Aracajú, registram-se a indústria cimenteira<br />
(no município de Laranjeiras), os distritos industriais de Aracaju, já consolidado e o de<br />
Socorro, no município de Nossa Senhora do Socorro, onde se prevê um dinamismo<br />
considerável com a implantação de novas indústrias, a maior parte incentivada pelo<br />
PSDI, assim como o Projeto Pólo Costa dos Coqueirais, em Barra dos Coqueiros e o<br />
Pólo de São Cristóvão.<br />
Outro espaço com potencial de crescimento é o Semi-Árido, mas<br />
especificamente a microrregião sergipana do sertão do São Francisco 82 ,<br />
principalmente os municípios de Canindé do São Francisco e Nossa Senhora da<br />
Glória, por conta do potencial turístico e pelo pólo agrícola forte, baseado na<br />
82 Essa microrregião constitui-se um dos espaços mais pobres do Estado de Sergipe, e embora aponte<br />
para um potencial de crescimento, está longe de se tornar um dos pólos mais dinâmicos de Sergipe.<br />
193
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
fruticultura e na emergente produção da mamona, impulsionada pelo projeto do<br />
Biodiesel. Também se destacam a microrregião de Propriá, devido ao projeto do<br />
Platô de Neópolis, principalmente em termos de fruticultura; e a região centro-sul,<br />
mais especificamente os municípios de Boquim, Arauá e Estância, por conta da<br />
revitalização da citricultura.<br />
As outras áreas que poderiam ser mencionadas são as que já contam com um<br />
pólo de desenvolvimento, com destaque para grandes cidades como Itabaiana e<br />
Lagarto, no Agreste Sergipano; Própria, localizada à margem da BR-101; Porto da<br />
Folha no norte sergipano, devido aos efeitos do Projeto Nova Califórnia e Itaporanga<br />
d’Ajuda, no centro-sul, onde estão acontecendo alguns investimentos industriais<br />
importantes. Na direção do centro-sul registra-se ainda o setor de cerâmica em<br />
Itabaianinha, município que também é um pólo de confecção. Este pólo se estende<br />
para Itabaiana que é um pólo comercial e Tobias Barreto no oeste.<br />
5.3.3. Tendências da presença do Setor Público<br />
A presença do setor público na economia sergipana é significativa como foi<br />
demonstrado no diagnóstico econômico desse estudo, tanto em termos de geração de<br />
empregos (cerca de 40% do emprego formal do Estado) quanto da riqueza (com, por<br />
exemplo, a administração pública, defesa e seguridade social contribuindo com cerca<br />
de 25% do PIB estadual).<br />
Esse peso deverá ainda permanecer por um bom tempo, todavia, é possível<br />
prever um relativo aumento da participação do emprego e do PIB privado 83 , sobretudo<br />
levando-se em conta a perspectiva dos novos investimentos privados e do maior<br />
adensamento das cadeias produtivas.<br />
O Governo estadual já sinaliza com a prioridade dos investimentos públicos<br />
para programas de cunho mais social, correspondem a cerca de 30% de todo o<br />
volume de investimentos previstos no horizonte temporal até 2015, que representa<br />
algo em torno de R$ 3,3 bilhões. Isto pode ser analisado tomando-se como referência<br />
os quinze programas estruturantes, quais sejam: i) Apoio ao Produtor Rural; ii)<br />
Convívio do Homem com a Seca; iii) Desenvolvimento da Aqüicultura; iv) Fomento à<br />
Produção Agropecuária; v) Revitalização da Fruticultura; vi) Agroassociativismo; vii)<br />
Ações Fundiárias; viii) Água no Campo, ix) Águas de Sergipe, Proágua; x)<br />
Fortalecimento da Agricultura Familiar; xi) Projeto Habitar-Sergipe; xii) Casas de<br />
Família; xiii) Apoio às Pequenas Comunidades; xiv) Desfavelização; e xv)<br />
83 Considerando, inclusive, os investimentos da Petrobrás, empresa estatal de economia mista.<br />
194
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Capacitação. Bem como, em todo o investimento previsto nos segmentos de saúde e<br />
educação.<br />
5.4. Trajetória Mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015)<br />
A trajetória mais provável da economia sergipana no horizonte 2015 foi definida<br />
levando-se em consideração (i) a análise do <strong>desempenho</strong> recente da economia<br />
estadual, exposta anteriormente nos capítulos 1 e 2; e (ii) os parâmetros examinados<br />
previamente neste capítulo referentes às tendências identificadas para o futuro das<br />
economias mundial e nacional, à apresentação dos principais investimentos públicos e<br />
privados e às tendências mais relevantes em curso ou com potencial possibilidade de<br />
ocorrência nos próximos anos que podem impactar no comportamento futuro da<br />
economia sergipana.<br />
5.4.1. Hipóteses<br />
Com base na análise dos condicionantes dos contextos mundial e nacional e<br />
das tendências mais relevantes em curso na economia sergipana, descritos<br />
anteriormente, é possível apontar como hipótese mais geral de comportamento da<br />
trajetória mais provável da economia de Sergipe para o horizonte 2005/2015 que o<br />
Estado deverá apresentar um crescimento continuo ao longo deste intervalo. Isto<br />
ocorrerá como resultado da combinação de uma trajetória mais provável da economia<br />
nacional que deverá evoluir de forma gradual, sinalizando para um novo ciclo<br />
expansivo e refletindo um relativo movimento de desconcentração regional; com a<br />
perspectiva de fatores favoráveis que possibilitarão ao Estado crescer a um bom ritmo<br />
no período.<br />
O <strong>desempenho</strong> positivo previsto para a economia sergipana será baseado,<br />
sobretudo, pela realização de novos investimentos produtivos, com destaque para as<br />
atividades ligadas, em primeiro lugar, à extração de petróleo, complementadas pelas<br />
indústrias cimenteira e de fertilizantes; pelo turismo; e pelos agronegócios<br />
(revitalização da citricultura e perímetros irrigados); bem como pela execução de<br />
investimentos públicos em infra-estrutura, sobretudo aqueles voltados para a<br />
ampliação e modernização da logística rodoviária e para expansão da oferta dos<br />
recursos hídricos. Além disso, as <strong>perspectivas</strong> mais favoráveis para esta melhor<br />
performance deverão ocorrer em meio à previsão de retomada da dinâmica da<br />
economia brasileira e da manutenção das condições macroeconômicas favoráveis, em<br />
que pese à continuidade da austeridade fiscal, no horizonte de 2015.<br />
195
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Neste sentido, podem ser formuladas as seguintes hipóteses sobre a evolução<br />
da economia de Sergipe:<br />
a) O Crescimento esperado deverá seguir uma trajetória de taxas superiores<br />
à média do conjunto da economia brasileira, com discreto aumento da<br />
participação do PIB estadual no PIB brasileiro;<br />
b) O perfil da trajetória futura deverá ser marcado na primeira cena (2005-<br />
2007), por um ritmo ligeiramente superior à média da evolução do PIB<br />
verificada entre os anos de 2000 e 2004; na segunda cena (2008 a 2010),<br />
por uma evolução a taxas ainda mais elevadas que a primeira; e na cena<br />
final (2011 a 2015) apresentar um ritmo de crescimento num patamar mais<br />
baixo que na cena 2;<br />
c) O impulso do setor industrial, em especial da indústria extrativa mineral,<br />
com a retomada dos investimentos da Petrobras, deverá ser o principal<br />
responsável pelo <strong>desempenho</strong> positivo da economia. Também merece<br />
destaque o crescimento de alguns outros segmentos industriais (p.ex.<br />
cimenteira e de fertilizantes); e pela própria construção civil;<br />
d) Expansão do setor de serviços, embora tenha peso expressivo na<br />
economia local, deverá se expandir, principalmente nas cidades de maior<br />
porte, com destaque para os segmentos associados ao chamado “terciário<br />
moderno” – saúde e educação privada; e varejo moderno. Vale também<br />
ressaltar a perspectiva de consolidação da cadeia produtiva do turismo,<br />
alavancado pelas obras de infra-estrutura e por diversos investimentos da<br />
iniciativa privada;<br />
e) Perspectiva de crescimento do setor agropecuário, em especial pelo<br />
dinamismo dos agronegócios ligados à citricultura e aos perímetros de<br />
irrigação (destaque para o Platô de Neópolis e para o potencial do projeto<br />
Nova Califórnia). Em menor medida, o setor primário sergipano também<br />
será beneficiado positivamente pela expansão da carcinicultura e retomada<br />
da pecuária leiteira;<br />
f) Dinamismo do setor exportador, espera-se um aumento moderado das<br />
exportações com trajetória de crescente diversificação da pauta; e<br />
196
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
g) Ritmo de crescimento do conjunto da economia sergipana deverá ser<br />
afetado de forma positiva pela implementação de um conjunto de<br />
investimentos públicos em infra-estrutura ressaltando-se a previsão de<br />
realização de obras de modernização da rede rodoviária (ex. da duplicação<br />
da BR 101); da construção das pontes Aracaju-Barra e da Caueira; e obras<br />
hídricas diversas.<br />
5.4.2. Descrição da Trajetória Mais Provável<br />
A economia sergipana deverá acompanhar a retomada da economia brasileira,<br />
crescendo, entretanto, num ritmo superior ao verificado para o conjunto do país, o que<br />
possibilitará aumentar, neste intervalo, a sua participação relativa no produto nacional<br />
do patamar de 0,7% do período entre 2000 e 2004 84 ; para 0,8%, em 2015.<br />
As especificidades do comportamento da trajetória mais provável da economia<br />
de Sergipe podem ser mais bem compreendidas considerando a explicitação do<br />
caminho que percorrerá esta trajetória, através da evolução de três cenas -<br />
subperíodos qualitativamente distintos, mas intrinsecamente relacionados no horizonte<br />
de 2005 a 2015. Em cada uma destas cenas, descritas a seguir, são analisados o<br />
dinamismo geral da economia no período vis-à-vis a dinâmica nacional e o<br />
comportamento dos principais setores econômicos, procurando se explicitar as<br />
mudanças mais relevantes na base produtiva estadual.<br />
CENA 1 (2005-2007)<br />
Estimulada por um conjunto de novos investimentos a economia manterá o<br />
ritmo de crescimento próximo do verificado em 2004, nos anos de 2005 e 2006,<br />
expandindo-se ligeiramente em 2007. Este dinamismo será puxado pelo setor<br />
industrial, pela maturação dos investimentos previstos pela Petrobrás. Além da<br />
retomada do dinamismo do segmento de extrativa mineral, também deverão<br />
ser responsáveis pelo <strong>desempenho</strong> do período: a melhor performance da<br />
indústria de transformação, inclusive com a expansão gradativa de segmentos<br />
emergentes como a mecânica e a retomada de segmentos tradicionais que<br />
vinham a um bom tempo em crise, como a indústria têxtil e de confecções; a<br />
manutenção do crescimento da construção civil, embora a um ritmo moderado;<br />
84 Os PIBs de Sergipe para os anos 2000 a 2002 foram baseados em dados oficiais do IBGE; o ano de<br />
2003, em estimativa oficial deste mesmo instituto; e o ano de 2004 em previsão de estimativa feita pela<br />
Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento para o presente estudo.<br />
197
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
e o dinamismo do turismo, dos serviços, principalmente os especializados (ex:<br />
educação e saúde privada) e do próprio comércio varejista, embalado pela<br />
melhoria relativa da renda; e os investimentos nos segmentos agrícolas<br />
voltados para as exportações.<br />
CENA 2 (2008-2010)<br />
A economia deverá evoluir a uma taxa maior que na cena 1, como reflexo da<br />
maturação de diversos investimentos privados (destaque para Petrobrás e<br />
CVRD) e da retomada gradativa da economia brasileira. No estado também<br />
deverão repercutir positivamente na dinâmica estadual os efeitos das novas<br />
obras infra-estruturais (novas pontes de Aracaju-Barra e da Caueira e melhoria<br />
nas condições de tráfego de algumas rodovias) e dos novos investimentos<br />
privados no setor hoteleiro; sobre o turismo estadual; também outros<br />
segmentos do setor terciário deverão contribuir para o <strong>desempenho</strong> positivo do<br />
período, como o segmento supermercadista. As indústrias cimenteira e de<br />
fertilizantes; assim como os agronegócios ligados à fruticultura e à<br />
carcinicultura; deverão apresentar também bom dinamismo.<br />
CENA 3 (2011-2015)<br />
Espera-se uma taxa de crescimento a um ritmo ligeiramente inferior a cena 2,<br />
em torno da média verificada nos primeiros anos da cena 1. O segmento<br />
extrativo mineral continua sendo o principal foco de dinamismo da economia<br />
sergipana, mas deverá chamar a atenção à expansão do setor terciário<br />
(destacando-se a consolidação do segmento de turismo) e dos agronegócios<br />
voltados para a exportação (além da fruticultura, deve crescer a exportação da<br />
atividade de carcinicultura).<br />
5.4.3. Desdobramentos na Estrutura Produtiva da Trajetória Mais<br />
Provável<br />
Considerando o comportamento da trajetória mais provável da economia de<br />
Sergipe para o horizonte 2005-2015, descrita anteriormente, é possível supor alguns<br />
desdobramentos para as principais atividades econômicas integrantes da sua base<br />
produtiva.<br />
Essa tentativa de prospecção da tendência futura da dinâmica da base<br />
produtiva estadual é descrita de forma esquemática no Quadro 1. Nesse quadro os<br />
principais segmentos ou complexos produtivos (assim definidos de acordo com o nível<br />
198
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
de integração interna) foram caracterizados como atividades estagnadas (que perdem<br />
dinamismo ou apresentam queda na participação do produto interno ou não indicam<br />
ganhos significativos de produtividade); consolidadas (que mantêm sua importância na<br />
geração de emprego e renda, sem registrar, todavia, crescimento significativo);<br />
emergentes (que se apresentam em expansão, ainda que não respondam, por parcela<br />
expressiva da ocupação e da renda), e; dinâmica (que, dado o crescimento da<br />
produção e da produtividade e o peso no produto e na ocupação, podem se constituir<br />
em forças impulsionadoras do desenvolvimento).<br />
O Quadro 3, a seguir, apresenta o rol dos principais segmentos ou complexos<br />
produtivos, com respectivo descritivo sintético da trajetória do seus “<strong>desempenho</strong>s”,<br />
em conformidade com os parâmetros de evolução da Trajetória Mais Provável da<br />
Economia de Sergipe acima descritos, para o horizonte 2005-2015.<br />
Quadro 3<br />
DINÂMICA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DE SERGIPE E<br />
TRAJETÓRIA MAIS PROVÁVEL (2005-2015)<br />
SEGMENTOS OU COMPLEXOS PRODUTIVOS TRAJETÓRIA<br />
- Turismo. Incluindo rede de hotelaria, restaurantes,<br />
artesanato, móveis e equipamentos para hotelaria.<br />
- Serviços de entretenimento. Atividades de<br />
entretenimento e lazer, incluindo eventos culturais e<br />
artísticos<br />
- Serviços educacionais. Ensino regular nos 03 graus,<br />
ensino de línguas estrangeiras, informática etc.<br />
- Serviços técnicos especializados. Informática,<br />
publicidade, consultorias, artes gráficas etc.<br />
- Serviços de saúde. Hospitais, clínicas e equipamentos<br />
e móveis para a área de saúde.<br />
- Petróleo e gás natural. Atividade extrativa e de<br />
distribuição e fornecedores da cadeia produtiva.<br />
Emergente nas cenas 1 e 2 (2005-2010) e<br />
dinâmico na cena 3 (2011-15).<br />
Emergente<br />
Emergente, podendo se tornar dinâmico a partir<br />
da cena 2<br />
Emergente<br />
Emergente, podendo se tornar dinâmico a partir<br />
da cena 2<br />
Consolidado no caso do petróleo e com<br />
possibilidade de se tornar emergente, no caso<br />
de gás natural.<br />
- Cimento e Cerâmica. Consolidado no caso do cimento e com<br />
possibilidade de se tornar emergente, no caso<br />
da cerâmica<br />
- Construção civil. Infra-estrutura, habitacional,<br />
cimento, cerâmica etc.<br />
Consolidado na cena 1, com possibilidade de<br />
se tornar dinâmico a partir da cena 2<br />
- Têxtil e confecções. Estagnado na cena I, com possibilidade de se<br />
tornar gradativamente dinâmico ao longo da<br />
trajetória.<br />
- Indústria de Móveis. Incluindo madeira, móveis,<br />
máquinas e equipamentos.<br />
Emergente.<br />
- Indústria Química. Consolidado, devendo iniciar dinamismo ao<br />
longo da trajetória, sobretudo no segmento de<br />
fertilizantes.<br />
- Minerais não metálicos. Consolidado, podendo se tornar dinâmico com a<br />
retomada do desenvolvimento.<br />
199
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
- Metal-mecânica. Estagnado, podendo se tornar emergente na<br />
cena 2, caso se confirmem os investimentos<br />
previstos.<br />
- Agroindústria açucareira. Estagnado, com possibilidades de retomar<br />
alguma dinamicidade.<br />
- Fruticultura e processamento de frutas. Incluindo a<br />
indústria de alimentos, fruticultura irrigada etc.<br />
- Pecuária. Incluindo a fabricação de derivados de carne<br />
e de leite.<br />
Consolidado, com boas possibilidades de se<br />
tornar dinâmica a partir da cena 2.<br />
Estagnado, com alguma chance de retomada da<br />
pecuária leiteira cumprir papel importante em<br />
algumas do semi-árido.<br />
- Carcinicultura e Piscicultura. Emergente, com possibilidade de se tornar<br />
dinâmica da carcinicultura e ainda emergente<br />
no caso da piscicultura.<br />
- Ovinocaprinocultura Emergente<br />
- Culturas temporárias tradicionais. Estagnados, com reduzidos níveis de<br />
produtividade e chances remotas de se tornarem<br />
dinâmicas.<br />
6 - UM RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES<br />
Economia de Sergipe<br />
1. A evolução da economia de Sergipe, desde meados dos anos 80, foi<br />
marcada, a exemplo do que aconteceu com o conjunto da economia brasileira, pela<br />
ampliação do setor de serviços e a retração das atividades industriais na participação<br />
do PIB, refletindo a desaceleração dos investimentos industriais e o crescimento acima<br />
da média das atividades terciárias. A emergência de novos serviços e a terceirização<br />
de atividades antes internalizadas nas grandes empresas também contribuíram para<br />
aumentar o peso do setor serviços na geração de riqueza.<br />
2. Merecem destaque dois aspectos cruciais que marcaram o passado recente<br />
da economia do Estado de Sergipe. O primeiro relativo às transformações da<br />
economia brasileira e à restrição da política macroeconômica sobre a condução da<br />
política de desenvolvimento local; o segundo, relacionado à perda de importância,<br />
desde meados dos anos oitenta, dos investimentos das empresas estatais no<br />
crescimento da renda e do emprego no Nordeste e, em particular, em Sergipe.<br />
3. Essas mudanças influíram negativamente no desenvolvimento da economia<br />
sergipana que, a partir meados dos anos 80, passou a apresentar taxas de<br />
crescimento mais baixas do que nos quinze anos anteriores, ficando, a partir da<br />
200
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
segunda metade dos anos 90, abaixo das taxas registradas pelo Brasil e pela região<br />
Nordeste, em diversos anos, apontando para uma evolução problemática no que tange<br />
ao desenvolvimento recente.<br />
4. Se os determinantes locais de investimento e renda são importantes para<br />
explicar os diferenciais das taxas de crescimento do PIB sergipano, comparativamente<br />
às do Brasil e do Nordeste, a taxa propriamente de crescimento econômico está<br />
fortemente correlacionada à evolução da economia brasileira dada a aderência das<br />
dinâmicas de crescimento do PIB sergipano ao nacional.<br />
5. Todavia, os sinais de retomada dos investimentos de empresas no setor<br />
extrativo mineral e químico nos próximos anos, ao lado da implantação de novos<br />
empreendimentos, permitem vislumbrar a possibilidade de reinício de um novo ciclo<br />
expansivo da economia sergipana, puxado pelas atividades industriais.<br />
6. De fato, as taxas de crescimento real do PIB observadas desde 2002 (3,2%),<br />
em comparação ao ano anterior, quando a economia de Sergipe cresceu apenas<br />
0,3%, sugerem o esboço de uma tendência de recuperação. As estimativas<br />
apresentadas neste trabalho são de um crescimento de 2,5%, em 2003, seguido por<br />
uma taxa ainda mais expressiva, de 4,7%, em 2004.<br />
7. No período 1985-2002, verificou-se significativo encolhimento da<br />
participação do setor industrial no PIB sergipano, com a indústria de transformação<br />
perdendo 22,7 pontos percentuais. Aumentou a participação na riqueza estadual dos<br />
serviços industriais de utilidade pública graças à construção da Usina Hidroelétrica de<br />
Xingo. Diversas atividades do setor de serviços, como a administração pública,<br />
incluindo a previdência social; os serviços de intermediação financeira; as atividades<br />
imobiliárias e os serviços prestados às empresas; os serviços de comunicações; e, os<br />
serviços da área social sob encargo do setor privado, como educação e saúde, todos<br />
deram uma contribuição importante para elevar a participação do setor serviços no PIB<br />
do Estado.<br />
Agropecuária<br />
8. Dois fenômenos se apresentam como os mais representativos da expansão<br />
da agropecuária do período 1970-1995. O processo de pecuarização de vastas áreas,<br />
com crescimento das pastagens em 13%, resultando na ampliação em mais 136,6 mil<br />
ha, e o aumento das lavouras permanentes. A outra face desse processo é que as<br />
áreas não utilizadas, que chegaram a representar 15% do total em 1970, em 1995<br />
limitavam-se a 49 mil hectares, correspondente a 3% do total, 203,8 mil hectares a<br />
201
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
menos. As matas naturais tiveram também uma redução significativa passando de<br />
12% para 9% da área total produtiva. Foi muito importante também a ampliação das<br />
lavouras permanentes, em 70%, entre 1970-1995, incorporando mais 46,4 mil<br />
hectares, em sua maior parte explicada pela expansão da citricultura, no sul do<br />
Estado. A expansão das culturas permanentes nos perímetros irrigados também é um<br />
importante indício da modernização agrícola. A partir da discrição sobre a utilização da<br />
terra é plausível sugerir a hipótese de que a ocupação da fronteira agrícola externa de<br />
Sergipe já se encontra próxima do seu limite e de que a expansão futura da atividade<br />
agropecuária dependerá do incremento da produtividade e da ocupação da fronteira<br />
interna das propriedades já ocupadas.<br />
Indústria de transformação<br />
9. Na indústria de transformação o aspecto que merece mais destaque é a<br />
mudança, entre 1996-2003, na estrutura industrial com avanço expressivo na<br />
participação do valor da transformação industrial (VTI) de indústrias como a química,<br />
os minerais não metálicos, a fabricação de metais, e a fabricação de máquinas e<br />
equipamentos. As indústrias de produtos alimentícios e de bebidas mantêm-se como<br />
uma das mais importantes; nos minerais não-metálicos, uma das que aumentaram de<br />
participação, destaca-se a fabricação de cimento, enquanto a produção de fertilizantes<br />
é o segmento mais importante da indústria química. Embora tenha perdido<br />
importância, a produção de têxteis tem vivenciado uma certa expansão nos últimos<br />
anos, sobretudo no segmento de confecções.<br />
Indústria extrativa mineral<br />
10. A indústria extrativa mineral, com destaque para a atividade de petróleo e<br />
serviços correlatos, registrou importante redução entre 1985 e 2000, recuperando-se<br />
após esse último ano. Com efeito, observou-se, entre 1996-2003, um aumento da<br />
indústria extrativa mineral no peso da indústria geral (que inclui a indústria de<br />
transformação) de um quarto para mais de um terço do VTI. É muito provável,<br />
entretanto, que essa recuperação decorra mais do crescimento dos preços<br />
internacionais do petróleo. Deve ser lembrado, porém, que são promissoras as<br />
expectativas de retomada dos investimentos da Petrobrás, em Petróleo e também<br />
Gás, sugerindo a possibilidade de incremento da participação desse segmento na<br />
economia estadual.<br />
Comércio internacional e interestadual<br />
202
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
11. Desde 1993, a economia de Sergipe tem apresentado uma situação<br />
deficitária na sua balança comercial com o exterior, o que é explicado, em parte, pela<br />
política de abertura da economia brasileira e, em parte, pela condução, nos últimos<br />
anos, de uma política cambial de valorização do real que desestimula as exportações<br />
e estimula as importações. Um exame da pauta de importações revela, entretanto, que<br />
a economia de Sergipe está tirando proveito do relativo barateamento das importações<br />
para financiar seus investimentos na indústria.<br />
12. As exportações sergipanas para o exterior têm sido lideradas pelo produto<br />
sucos, sobretudo suco de laranja há mais de uma década. Entretanto, as evidências<br />
são de que está em curso um processo ainda incipiente de diversificação de sua<br />
pauta, com a paulatina introdução de novos produtos. Essa tendência não pode,<br />
entretanto, pelo peso inexpressivo das exportações no PIB do Estado, ser considerada<br />
uma fonte de dinamismo importante de sua economia. As exportações de Sergipe<br />
representavam, em 2002, apenas 1,2% de seu PIB.<br />
13. Numa perspectiva setorial, percebe-se que as exportações sergipanas se<br />
circunscrevem a um pequeno número de empresas nos segmentos de bebidas,<br />
fertilizantes, têxtil e vestuário, calçados, produtos metálicos, minerais não metálicos, e<br />
química. Os produtos exportados incluem sucos de frutas (com destaque para suco de<br />
laranja), alimentos, embalagens metálicas, cimento, tecidos e fios, vestuário, calçados<br />
diversos, couros e peles, artigos de perfumaria, entre outros.<br />
14. Quanto ao comércio interestadual, pode-se afirmar que, em contraposição<br />
ao comércio internacional, os fluxos desse comércio devem exercer uma forte<br />
influência na dinâmica econômica do Estado. A economia de Sergipe é deficitária<br />
nessa modalidade de comércio, nessa ordem de importância, com as regiões<br />
Nordeste e Sudeste do País. No Nordeste, o déficit se concentra nas economias<br />
estaduais da Bahia e Pernambuco. Pode-se inferir que influem em particular nas<br />
atividades do terciário, com destaque para o comércio varejista e o atacado, e o<br />
segmento dos transportes de carga. Além disso, essa modalidade de comércio<br />
representa uma das mais importantes fontes de receita tributária para os cofres<br />
estaduais.<br />
Os serviços<br />
15. Da análise do setor terciário, observou-se que o crescimento da sua<br />
participação refletiu, de um lado, a desaceleração do crescimento e a perda de<br />
dinamismo da economia sergipana. Por outro lado, o processo de urbanização, a<br />
203
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
tendência à terceirização e a disseminação de novas tecnologias apontam para a<br />
expansão dos segmentos de serviços modernos. De uma ótica comparativa dos vários<br />
segmentos dos serviços, percebe-se que no caso do comércio houve uma mudança<br />
importante com a perda de importância do comércio não especializado (que inclui os<br />
hiper e supermercados e as lojas de departamentos), enquanto cresceu em<br />
importância o comércio especializado (que inclui o varejo de várias atividades tais<br />
como produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção,<br />
livraria e papelaria, etc.).<br />
As finanças públicas<br />
16. Na análise das finanças públicas para o período de 2000-2004, notou-se<br />
que a receita corrente de Sergipe tem apresentado excessiva dependência das<br />
transferências compulsórias e voluntárias federais. A receita tributária própria teve, no<br />
mesmo período, um bom <strong>desempenho</strong> embora insuficiente para diminuir essa<br />
dependência. Mesmo diante da crise energética de 2001 e da recessão de 2003 e de<br />
um pequeno crescimento nominal do Fundo de Participação dos Estados (FPE), a<br />
receita corrente cresceu expressivamente em termos nominais entre 2000 e 2004. A<br />
receita de capital, por sua vez, apresentou um forte declínio em função da queda nas<br />
transferências de capital da União.<br />
17. A despesa corrente acompanhou, em termos nominais, o crescimento e a<br />
variação da receita corrente, evidenciando um significativo aumento nos gastos de<br />
pessoal e custeio. Em contraste, as despesas de capital despencaram puxadas pelos<br />
investimentos e pelas inversões financeiras. A poupança corrente não foi suficiente<br />
para financiar as despesas de capital. Isso porque o balanço corrente foi positivo em<br />
todos os anos, exceto em 2001, mas em valores insuficientes para compensar - a não<br />
ser em 2002 - o balanço de capital que foi deficitário em todos os anos da série<br />
analisada.<br />
18. O Estado não recorreu ao endividamento ou à alienação de ativos para<br />
compensar a insuficiência de poupança corrente para financiar o investimento. Sergipe<br />
tem um baixo nível de endividamento, sendo a maior parte de sua divida interna e<br />
contratual. Não apenas o endividamento é baixo, mas tem apresentado um lento<br />
crescimento em termos nominais.<br />
19. No período em análise, o Estado cumpriu com os limites impostos pela Lei<br />
de Responsabilidade Fiscal. A exceção recai, em todos os anos da série, sobre o<br />
Poder Legislativo e, no ano de 2004, no Ministério Público. Ademais, os gastos com<br />
204
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
pessoal, serviços da divida, custeio e investimento não superaram em nenhum ano<br />
mais do que 5% da receita corrente líquida.<br />
20. Quanto ao Programa de Ajuste Fiscal, o Estado apresentou resultados<br />
primários positivos, mas cadentes entre 2000 e 2004. Apresentou também<br />
insuficiência financeira em 2003; isso significa que não dispôs de recursos para<br />
financiar todos os gastos líquidos com juros e amortizações, mesmo aqueles<br />
derivados de operações de crédito e alienação de ativos. O Estado está passando por<br />
um agravamento nas suas finanças ao longo do período, na medida em que apresenta<br />
uma acentuada queda nos seus resultados primários; insuficiência financeira em pelo<br />
menos um ano do período; aumento substantivo nos seus gastos com pessoal e<br />
custeio; e, um declínio acentuado na sua capacidade de investimento que não foi<br />
ampliada por maior endividamento, embora o Estado tenha margem para se endividar.<br />
As informações disponíveis do Relatório de Reestruturação e Ajuste Fiscal para o ano<br />
de 2004 revelam que o Estado cumpriu três das cinco metas quantitativas, sendo que<br />
a principal meta não cumprida foi a do resultado primário.<br />
Mercado de Trabalho<br />
21. A análise do mercado de trabalho sergipano é consistente com as<br />
características estruturais da economia do Estado e com o comportamento do<br />
crescimento entre os anos de 1992 e 2003. Os ciclos econômicos sergipanos<br />
acompanharam de perto as tendências observadas para as economias regional e<br />
nacional. A queda nas taxas de crescimento do PIB foi ampliada pelo declínio do<br />
investimento público, inclusive das estatais, que se seguiu à crise fiscal da União e de<br />
Sergipe e ao desmantelamento do sistema de planejamento regional liderado pela<br />
SUDENE.<br />
22. A demografia da força de trabalho indica que a população economicamente<br />
ativa (PEA) vem crescendo mais do que a população em idade ativa (PIA), num<br />
processo que se manifesta com uma forte participação das mulheres. Dessa forma,<br />
não apenas tem aumentado a taxa participação das mulheres no mercado de trabalho<br />
- expressa pelo crescente percentual da PIA feminina que está ocupada ou buscando<br />
trabalho - mas também pela ampliação do contingente feminino no conjunto da força<br />
de trabalho.<br />
23. Esse aumento da oferta de trabalho feminina está claramente associado à<br />
inflexão observada na economia estadual que, como se observou, deu início – desde a<br />
década de 1990 – a uma etapa mais dinâmica do setor terciário. Desse modo, por trás<br />
205
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
da maior presença do trabalho feminino está uma estrutura ocupacional que se<br />
caracteriza por uma forte participação da administração pública incluindo a<br />
previdência social, e os serviços privados da área social, como educação e saúde que<br />
absorvem muitas mulheres especialmente nas atividades vinculadas ao ensino, à<br />
assistência médica e à assistência social. Esse crescimento em grande parte esteve<br />
também associado ao processo de terceirização das atividades nos setores<br />
secundário e terciário, neste último destacando-se a forte expansão no segmento de<br />
comunicações, nos últimos anos.<br />
24. Pode-se resumir esse fenômeno da crescente importância do trabalho<br />
feminino na seguinte hipótese: quanto maior a demanda por trabalho feminino, maior é<br />
o incentivo para elas entrarem no mercado de trabalho à procura de emprego. Isso<br />
conduz a uma maior taxa de desemprego entre as mulheres a despeito de o<br />
contingente de mulheres ser muito beneficiado, em termos de oportunidades de<br />
trabalho, pelas características estruturais da economia sergipana, que é intensiva no<br />
uso de mão de obra feminina devido à forte presença do setor público. Por outro lado,<br />
a desocupação se agrava pelo fato de Sergipe ter esgotado, já a partir dos anos<br />
noventa, o ciclo de crescimento anterior e ter sido afetado pelo abandono das<br />
políticas regionais inauguradas nos anos sessenta.<br />
25. Outra característica do mercado de trabalho sergipano, em linha com as<br />
características demográficas da força de trabalho brasileira, é a presença de uma<br />
onda jovem, especialmente entre 20 e 29 anos, que se expressa em altas taxas de<br />
participação e em elevadas taxas de desocupação.<br />
26. Do ponto de vista do status ocupacional, observa-se uma forte presença da<br />
informalidade que constitui uma regressão na cobertura da rede de proteção social.<br />
Todavia, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) indicam<br />
uma expansão do componente de emprego formal nos setores de comércio e serviços<br />
(exceto na administração pública) que não tem sido, entretanto, suficiente para reduzir<br />
a informalidade.<br />
Distribuição e indicadores sociais<br />
27. Mesmo diante dos problemas de redução do crescimento e dos seus<br />
efeitos no mercado de trabalho, há evidências de que houve uma discreta melhora na<br />
distribuição dos rendimentos da população ocupada durante o período 1992-2003.<br />
Essa melhoria é confirmada por uma queda no Coeficiente de Gini, indicando uma<br />
pequena redução na desigualdade. Todavia, os indicadores de desigualdade e<br />
206
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
pobreza ainda são precários e mostram agravamento quando se usam informações<br />
relativas à família ou a PEA porque nessas categorias estão incluídos aqueles com<br />
renda nula que estão à procura de emprego.<br />
28. Houve avanços na saúde e na educação, mas alguns desafios persistem.<br />
Observou-se uma queda significativa na mortalidade infantil, mas a taxa ainda é<br />
elevada se comparada por padrões nacionais e internacionais. Em termos<br />
educacionais, os avanços foram lentos na medida em que a taxa de analfabetismo de<br />
adolescentes e adultos evoluiu insatisfatoriamente, a média de anos de estudo da<br />
população com idade de cursar o nível médio permaneceu baixa, e os anos de estudo<br />
da população de 25 anos ou mais apresentou uma evolução discreta.<br />
29. O acesso a serviços de infra-estrutura e saneamento básico melhorou<br />
substancialmente, colocando Sergipe mais em linha com os avanços ocorridos ao<br />
nível do Brasil como um todo. No entanto, persistem fortes desigualdades entre os<br />
domicílios urbanos e rurais no que diz respeito à cobertura de abastecimento de água,<br />
ao acesso à energia elétrica, à coleta de lixo e ao saneamento.<br />
30. O IDH-M, entre 1991 e 2001 melhorou em relação ao Brasil e piorou com<br />
relação ao Nordeste. No que diz respeito ao IDH-M-Educação houve melhoria<br />
expressiva com relação ao país, mas não em relação ao Nordeste. Do ponto de vista<br />
regional, os piores IDH são para as microrregiões de Boquim e do Sertão do São<br />
Francisco.<br />
Previsão de Novos Investimentos para Economia de Sergipe<br />
31. Em termos de grandes investimentos privados estimados para o horizonte<br />
2005-2015 merecem destaque, na estrutura produtiva sergipana, as <strong>perspectivas</strong> de<br />
expansão dos segmentos: i) de petróleo, gás e fertilizante, com a previsão de um novo<br />
ciclo de investimentos da Petrobras no Estado; ii) de extração mineral, sobre a<br />
liderança da Companhia Vale do Rio Doce; iii) de produção de cimento, liderada pela<br />
ampliação das fábricas dos grupos Votorantim e João Santos; iv) de produtos<br />
alimentares, com ampliação de empresas como as do grupo Maratá (café e sucos, em<br />
especial) e Mabel (biscoitos); e v) dos serviços de turismo, com a implementação de<br />
novos empreendimentos hoteleiros dos grupos CVC, EJR, Espírito Santo e<br />
Brasilinvest.<br />
32. Como investimentos estruturadores de responsabilidade do Governo do<br />
Estado ressaltam-se nos próximos anos: i) os investimentos realizados através do<br />
Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano (PDSSAS), em<br />
207
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
especial àqueles inseridos no projeto Nova Califórnia; ii) o Programa de Revitalização<br />
da Citricultura Sergipana; iii) as ações voltadas para o apoio ao desenvolvimento do<br />
turismo, através do Prodetur II; e iv) o suporte para os segmentos de alta tecnologia,<br />
através de iniciativa como os programas de apoio à inovação nas empresas (INOVA-<br />
SE) e o de fixação e atração de doutores. O Governo também tem uma atuação<br />
importante no apoio à expansão industrial do estado através dos incentivos<br />
concedidos no âmbito do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).<br />
Para o período 2005-2015 a estimativa é desses incentivos resultarem em<br />
investimentos da ordem de R$ 1 bilhão e no emprego de 12,5 mil pessoas, distribuídos<br />
em 131 projetos.<br />
Tendências e Sinais de Mudança na Economia de Sergipe<br />
33. Como tendências básicas ou sinais de mudanças latentes ou potenciais na<br />
base produtiva sergipana, chamam a atenção: i) a perspectiva de expansão de<br />
atividades extrativas minerais, em primeiro lugar puxado por um novo ciclo de<br />
investimentos da Petrobras nas atividades de petróleo e gás e seus efeitos de<br />
encadeamento para outras atividades; e, em segundo lugar, pelo incremento da<br />
produção da Companhia Vale do Rio Doce em componentes para fabricação de<br />
fertilizantes, ampliando a integração dos segmentos de mineração e química no<br />
Estado; ii) tendência para um maior adensamento de cadeias produtivas industriais já<br />
consolidadas, como a de vestuário e calçados; iii) o <strong>desempenho</strong> do setor<br />
agropecuário ressaltando-se a retomada da citricultura na região centro-sul de<br />
Sergipe, a expansão dos projetos irrigados do Platô de Neópolis e do Projeto Nova<br />
Califórnia, a retomada gradual da pecuária leiteira, e a emergência da carcinicultura;<br />
iv) a consolidação do turismo como atividade econômica estratégica, com destaque<br />
para Aracaju e seu entorno e para o Semi-Árido, com Xingó; e v) o movimento,<br />
embora ainda incipiente, de desenvolvimento de segmentos de alto conteúdo<br />
tecnológico.<br />
34. Como tendências de dinamismo espacial deve ainda predominar uma<br />
significativa concentração de investimentos na Microrregião de Aracaju, todavia com<br />
perspectiva de discreto movimento de desconcentração, com o potencial crescimento<br />
de centros urbanos como Itabaiana e Largatos, Propiá, Estância, Itaporanga D`Ajuda e<br />
Canindé do São Francisco.<br />
35. Outra tendência é a perspectiva de permanecer por um bom tempo o<br />
elevado peso do setor público na economia de Sergipe, tanto na geração de riqueza<br />
quanto de empregos, mas com a tendência a uma pequena elevação da participação<br />
208
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
do setor privado, levando-se em conta os novos investimentos privados e o maior<br />
adensamento das cadeias produtivas.<br />
Trajetória Mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015)<br />
36. A economia de Sergipe deverá crescer uma taxa média ligeiramente<br />
superior à média do conjunto da economia brasileira, com aumento discreto da<br />
participação do PIB estadual no PIB do País. A primeira cena (2005-2007) será<br />
marcada por um ritmo de expansão um pouco superior à média da evolução do PIB<br />
entre os anos 2000 e 2004; na segunda cena (2008-2010), por uma evolução a taxas<br />
também mais elevadas que a primeira; e na cena final (2011-2015) por um ritmo de<br />
crescimento num patamar mais baixo que na cena 2.<br />
37. O dinamismo da trajetória deverá ser puxado em especial pela indústria<br />
extrativa mineral, sobretudo com a retomada dos investimentos em Petróleo e Gás.<br />
Outras atividades que também deverão contribuir para este dinamismo são: o<br />
crescimento das indústrias cimenteira e de fertilizantes; a expansão de agronegócios,<br />
com destaque para a citricultura, a fruticultura dos perímetros irrigados; o incremento<br />
dos serviços de turismo; e, em menor escala, a emergência da carcinicultura e a<br />
retomada da pecuária leiteira e das indústrias de confecções. Ainda se destacam o<br />
aumento moderado do setor exportador, com tendência a crescente diversificação da<br />
pauta, e os efeitos positivos da implementação de alguns investimentos públicos em<br />
infra-estrutura econômica, como modernização e recuperação de algumas rodovias, a<br />
construção das pontes Aracaju-Barra e da Caueira e obras hídricas diversas.<br />
209
BIBLIOGRAFIA<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
BNDES. Sinopse Internacional, agosto de 2005.<br />
DANTAS, Ibarê. História de Sergipe – República (1889 – 2000).. Rio de Janeiro:<br />
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FALCON, Maria Lúcia; HANSEN, Dean Lee; BARRETO Júnior, Edison (org.). Cenários<br />
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Secretaria Municipal de Planejamento, 2003.<br />
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___________. Secretaria de Estado do Planejamento e da Ciência e Tecnologia –<br />
Seplantec. “Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do<br />
Pólo Costa dos Coqueirais – PDITS”. Aracaju: 2003.<br />
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___________. Secretaria de Estado da Indústria e do Comércio - CODISE.<br />
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___________. Secretaria de Estado da Indústria e do Comércio - CODISE. “Cadastro<br />
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___________. Secretaria de Estado do Planejamento e da Ciência e Tecnologia –<br />
Seplantec. Cenários da Economia Sergipana: 1988:1992. Aracaju: 1888.<br />
GOVERNO DO MUNICÍPIO DE ARACAJU. Secretaria de Planejamento. FALCÓN,<br />
Maria Lúcia; HANSEN, Dean; BARRETO Júniro, Edison. “Plano de<br />
Desenvolvimento Local de Aracaju, vol. 1 e 2”. Aracaju: 2003.<br />
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Pesquisa Nacional de Amostra<br />
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____________. “Censos Demográficos 1991 e 2000”. Rio de Janeiro<br />
____________. “Censo Agropecuário 1995/1996”. Rio de Janeiro<br />
____________. “Contas Regionais 2002”. Rio de Janeiro<br />
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____________. “Pesquisa Agrícola Municipal (PAM)”. Vários anos, Rio de Janeiro<br />
____________. “Contagem Populacional 1996”. Rio de Janeiro<br />
____________. “PIB Municipal 1998-2002”. Rio de Janeiro<br />
____________. “Pesquisa Anual dos Serviços (PAS) 1998-2002”. Rio de Janeiro<br />
____________. “Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 1998-2002”. Rio Janeiro.<br />
210
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
____________. “Pesquisa Industrial Anual (PIA) 1998-2002”. Rio Janeiro.<br />
____________. “Levantamento Sistemático de Produtos Agropecuários (LSPA)”. Rio<br />
de Janeiro.<br />
LACERDA, Ricardo: “Perspectivas de geração de renda e emprego na economia de<br />
Sergipe”. s.l., 23/08/1999 (impresso).<br />
MELO, H. et alli (1998) O Setor Serviços No Brasil: Uma Visão Global — 1985/95.<br />
Texto Para Discussão. Nº 549. IPEA<br />
Ministério da Integração Nacional/SUDENE. “Região Nordeste do Brasil em Números”.<br />
Brasília: 2003.<br />
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. “RAIS – Relatório Anual de Informações<br />
Sociais”; Brasília<br />
OLIVEIRA Júnior, Márcio. “A liberalização comercial brasileira e os coeficientes de<br />
importação – 1990/95”. IPEA/Rio de Janeiro, 2000 (texto para discussão 703)<br />
SEBRAE/SE e Fórum Empresarial de Sergipe. “Novos Rumos para a economia<br />
Sergipana: Proposições da Classe Empresarial para o Desenvolvimento<br />
Sustentável de Sergipe”. Aracaju: 2002.<br />
SEBRAE/SE e FIES.”Sondagem Industrial 2004-2005”. Aracaju: 2005<br />
SENAI/SE. Memória Histórica da Indústria Sergipana. Rio de Janeiro: 1986<br />
SUDENE. Boletim Conjuntural 8. Recife: 2000<br />
SUDENE. Boletim Conjuntural – Nordeste do Brasil, n. 1, 1993.<br />
TECHNUM Consultoria Ltda. “Pólo Costa dos Coqueirais”. Aracaju: julho de 2005.<br />
VASCONCELOS, Ana Elisa; GUIMARÃES Neto, Leonardo et alli. A indústria<br />
incentivada de Sergipe no contexto regional. Recife: Fundação Joaquim Nabuco,<br />
1993.<br />
WORLD BANK. Global Economic Prospects 2004 – Realizing the Development Promise<br />
of The Doha Agenda (Overview, p. xiii-xxix).<br />
211
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
ANEXO 1 - Relação de Entrevistados<br />
Entrevistado Empresa / Instituição Função Assunto<br />
Alexandre Moura da Costa<br />
Votorantin / Cimento Poty<br />
(Cimesa)<br />
Depto. de Logística Cimento<br />
André Tavares Andrade BANESE<br />
Carlos Nascimento Secretaria de Turismo<br />
Eduardo Cabral<br />
Epifânio José Fontes de<br />
Goes<br />
Etélio de Carvalho Prado<br />
Eugênio Dezen<br />
DEEHIDRO (Antiga<br />
COHIDRO)<br />
Secretaria de Industria e<br />
Comércio do Estado de<br />
Sergipe<br />
Secretaria de Agricultura, do<br />
Abastecimento e da<br />
Irrigação<br />
Petrobrás - Unidade<br />
Alagoas/Sergipe<br />
Diretor de Invest. e<br />
Desenvolvimento<br />
Coordenador de Programas<br />
e Projetos<br />
Economia de<br />
Sergipe<br />
Turismo<br />
Diretor de Irrigação Recursos Hidricos<br />
Assessor de planejamento Indústria<br />
Secretário Setor Primário<br />
Gerente Geral<br />
Fernando Lopes Cruz Consultor<br />
Petróleo e Gás e<br />
Fertlizantes<br />
Fruticultura /<br />
Agricultura<br />
Francisco Cysne Cia. Vale do Rio Doce Diretor Indústria Extrativa<br />
Gilmar de Melo Mendes<br />
Secretaria da Fazenda do<br />
Estado de Sergipe<br />
Secretário<br />
Finanças e<br />
economia do<br />
Estado<br />
Gilson Figueredo CDL Diretor Comércio<br />
Ibarê Dantas<br />
Jorge Santana<br />
José Roberto Andrade<br />
Josué Modesto dos Passoa<br />
Subrinho<br />
Luis Eduardo Magalhães<br />
Marcos Melo<br />
Marcos Túlio<br />
Paulo Brandão<br />
Sérgio Fontes<br />
Entrevistadores:<br />
Osmil Galindo<br />
Valdeci Monteiro<br />
Instituto Histórico e<br />
Geográfico de SE<br />
Associação Comercial de<br />
Sergipe<br />
Fundação de Amparo à<br />
Pesquisa de Sergipe -<br />
FAPESE e Economia - UFS<br />
Presidente História de Sergipe<br />
Presidente<br />
UFS Reitor<br />
Cerâmica Sergipe S/A -<br />
ESCURIAL<br />
Instituto de Tecnologia e<br />
Pesquisa - ITPS<br />
IEL / Federação das<br />
Indústrias de Sergipe<br />
Secretaria de Planejamento,<br />
Ciência e Tecnologia do<br />
Estado de Sergipe -<br />
SEPLANTEC<br />
Presidente e professor<br />
Empresário e Coordenador<br />
do Fórum Empresarial de<br />
Sergipe<br />
Ex-Secretário de<br />
Planejamento<br />
Comércio e<br />
Serviços<br />
Tecnologia e<br />
Turismo<br />
Economia de<br />
Sergipe<br />
Indústria e<br />
Cerâmica<br />
Economia de<br />
Sergipe<br />
Diretor Recursos Minerais<br />
Superintedente Indústria<br />
Secretário<br />
Economia de<br />
Sergipe<br />
212
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
ANEXO 2 –Anexo Estatístico<br />
Tabela 1<br />
Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Temporárias<br />
Anos Selecionados 1995-2003<br />
Valor em R$ mil a preços correntes<br />
Cultura<br />
1995<br />
Mil reais %<br />
2000<br />
Mil reais %<br />
2002<br />
Mil reais %<br />
2003<br />
Mil reais %<br />
Total Temporária 95.233 100 108.603 100 158.909 100 271.809 100<br />
Mandioca 23.799 25,0 22.736 20,9 45.622 29,0 129.648 47,7<br />
Cana-de-açúcar 21.480 22,6 29.632 27,3 37.326 23,0 42.869 15,8<br />
Milho (em grão) 9.439 9,9 15.998 14,7 16.043 10,0 29.393 10,8<br />
Feijão (em grão) 16.616 17,4 13.422 12,4 22.195 14,0 20.014 7,4<br />
Arroz (em casca) 2.456 2,6 7.551 7 13.940 9,0 19.396 7,1<br />
Batata - doce 9.717 10,2 4.487 4,1 9.046 6,0 10.293 3,8<br />
Fumo (em folha) 5.101 5,4 4.901 4,5 3.014 2,0 6.300 2,3<br />
Abacaxi (Mil frutos) 2.746 2,9 3.920 3,6 3.968 2,0 6.200 2,3<br />
Melancia 515 0,5 2.655 2,4 2.942 2,0 2.939 1,1<br />
Tomate 1.916 2,0 2.178 2 3.297 2,0 2.916 1,1<br />
Amendoim (em casca) 520 0,5 747 0,7 1.051 1,0 1.293 0,5<br />
Fava (em grão) 379 0,4 256 0,2 465 0,0 548 0,2<br />
Fonte: IBGE-PAM (Produção Agrícola Municipal)<br />
Tabela 2<br />
Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Permanentes<br />
Anos Selecionados 1995-2003<br />
Valor em R$ mil a preços correntes<br />
Cultura<br />
1995<br />
Mil reais %<br />
2000<br />
Mil reais %<br />
2002<br />
Mil reais %<br />
2003<br />
Mil reais %<br />
Total 136.606 100 115.303 100 205.216 100 240.970 100<br />
Laranja 70.784 52 50.454 44 103.694 51 131.769 55<br />
Côco-da-baía 16.378 12 18.618 16 37.327 18 34.253 14<br />
Banana 11.696 9 9.117 8 25.073 12 24.649 10<br />
Maracujá 30.539 22 27.441 24 20.565 10 19.307 8<br />
Manga 3.642 3 5.341 5 8.042 4 19.274 8<br />
Mamão 1.863 1 1.132 1 3.509 2 4.741 2<br />
Limão 1.281 1 1.655 1 3.870 2 3.558 1<br />
Tangerina 246 0 1.178 1 2.825 1 3.091 1<br />
Goiaba 4 0 325 0 311 0 328 0<br />
Abacate 64<br />
Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)<br />
0 - 0 - 0 - 0<br />
213
Ano<br />
Número<br />
de<br />
unidades<br />
locais<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 3<br />
Sergipe: Dados gerais das unidades locais industriais: 1996 - 2003<br />
Unidade de investigação: Unidade local industrial<br />
Pessoal<br />
ocupado<br />
em 31.12<br />
Valor em R$ 1.000 a preços correntes<br />
Salários,<br />
retiradas e<br />
outras<br />
remunerações<br />
Receita<br />
líquida de<br />
vendas<br />
Valor bruto<br />
da produção<br />
industrial<br />
R$ 1 000<br />
Custos das<br />
operações<br />
industriais<br />
Valor da<br />
transformação<br />
industrial<br />
1996 475 18 969 177 699 669 657 810 785 439 444 371 341<br />
1997 490 19 104 180 087 785 113 869 883 485 145 384 737<br />
1998 544 19 082 182 664 1 004 426 1 014 703 492 114 522 589<br />
1999 538 20 845 188 436 1 250 643 1 424 143 651 518 772 625<br />
2000 615 24 178 220 481 1 574 933 1 848 564 821 708 1 026 855<br />
2001 633 24 840 252 067 1 855 868 2 263 582 959 173 1 304 408<br />
2002 661 26 997 285 505 2 133 321 2 540 217 1 034 151 1 506 066<br />
2003 686 27 078 391 565 2 592 519 3 206 197 1 161 607 2 044 591<br />
Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003<br />
214
Tabela 4<br />
Sergipe: Valor da Transformação Industrial segundo gêneros de atividade<br />
1996 – 2003 (em R$ 1.000 a preços correntes)<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
1996 1998 2000 2003<br />
Setor de Atividade N° % N° % N° % N° %<br />
Indústrias de transformação 281.850 100 391.549 100 1.049.355 100 1.318.563 100<br />
Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 72.813 25,8 85.855 21,9 285.601 27,2 358.146 27,2<br />
Fabric. de prod. do fumo 3.007 1,1 6.847 1,7 1.858 0,2 2.125 0,2<br />
Fabric. de prod. têxteis. 81.763 29 89.753 22,9 115.121 11 134.493 10,2<br />
Confecção de artigos do vestuário e acessórios 6.566 2,3 3.625 0,9 16.787 1,6 17.106 1,3<br />
Preparação de couros e fabric. de artefatos 29.331 10,4 14.160 3,6 11.008 1 27.099 2,1<br />
Fabric. de prod. de madeira. 551 0,2 949 0,2 1.407 0,1 1.793 0,1<br />
Fabric. de celulose, papel e prod. 134 0 995 0,3 4.105 0,4 12.585 1<br />
Edição, impressão e reprodução de gravações 7.790 2,8 9.947 2,5 11.856 1,1 16.393 1,2<br />
Fabric. de coque, refino de petróleo, - - - -<br />
Fabric. de prod. químicos 22.166 7,9 75.202 19,2 181.544 17,3 244.973 18,6<br />
Fabric. de artigos de borracha e plástico 4.228 1,5 4.037 1 11.751 1,1 10.225 0,8<br />
Fabric. de prod. de minerais não-metálicos 42.448 15,1 70.839 18,1 279.799 26,7 351.642 26,7<br />
Metalurgia básica. - - - -<br />
Fabric. de prod. de metal - exclusive máquinas 2.253 0,8 2.901 0,7 86.866 8,3 82.821 6,3<br />
Fabric. de máquinas e equipamentos. 663 0,2 - 20.638 2 33.165 2,5<br />
Fabric. de máquinas para escritório e equipamentos - - - -<br />
Fabric. de máquinas, aparelhos e materiais 90 0 - 795 0,1 770 0,1<br />
Fabric. de material eletrônico e de aparelhos - - - -<br />
Fabric. de equipamentos de instrumentação - - - 1.571 0,1<br />
Fabric. e montagem de veículos automotores, 816 0,3 1.461 0,4 463 0 2.539 0,2<br />
Fabric. de outros equipamentos de transporte - - 1.677 0,2 2.063 0,2<br />
Fabric. de móveis e indústrias diversas. 2.733 1 8.616 2,2 6.991 0,7 5.358 0,4<br />
Reciclagem . - - - -<br />
Outras 4.498 1,6 16.362 4,2 11.090 1,1 13.694 1<br />
Fonte: IBGE - PIA (Pesquisa Industrial Anual) 1996 - 2003<br />
215
Tabela 5<br />
Sergipe: Receita Líquida de Revenda no Setor de Comércio,<br />
segundo grupos e classes de atividade<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
(1996 –2002) – Em R$1.000 a preços correntes<br />
1996 1998 2000 2002<br />
Grupos e classes selecionadas<br />
Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %<br />
Sergipe 1.673.326 100 1.994.551 100 2.318.354 100 2.843.530 100<br />
Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis 284.795 17 588.806 29,5 564.804 24,4 674.804 23,7<br />
Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios 182.478 10,9 343.399 17,2 319.108 13,8 381.816 13,4<br />
Combustíveis 102.317 6,1 245.406 12,3 245.696 10,6 292.988 10,3<br />
Comércio por atacado 362.896 21,7 332.496 16,7 474.999 20,5 593.268 20,9<br />
Produtos alimentícios, bebidas e fumo 155.879 9,3 148.412 7,4 123.328 5,3 121.456 4,3<br />
Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos<br />
farmacêuticos, etc.) 46.225 2,8 47.240 2,4 100.009 4,3 76.832 2,7<br />
Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de<br />
construção, etc.) 143.276 8,6 113.530 5,7 214.758 9,3 345.184 12,1<br />
Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial<br />
e para fins profissionais 4.486 0,3 7.618 0,4 3.600 0,2 11.106 0,4<br />
Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) 13.031 0,8 15.696 0,8 33.305 1,4 38.690 1,4<br />
Comércio varejista 1.025.634 61,3 1.073.250 53,8 1.278.551 55,1 1.575.458 55,4<br />
Comércio não-especializado (hiper/supermecados, lojas de departam, etc.) 620.477 37,1 566.062 28,4 606.194 26,1 705.506 24,8<br />
Produtos alimentícios, bebidas e fumo 20.049 1,2 28.080 1,4 30.462 1,3 80.010 2,8<br />
Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados 98.585 5,9 125.604 6,3 239.877 10,3 287.495 10,1<br />
Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos,<br />
móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.) 286.376 17,1 353.492 17,7 402.001 17,3 502.433 17,7<br />
Artigos usados 147 0 12 0 17 0 14 0<br />
Fonte: IBGE - PAC (Pesquisa Anual do Comércio) 1996 - 2002<br />
216
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 6<br />
Sergipe: Dados de Receita Bruta de Serviços<br />
1998 – 2002 (em R$ 1 mil - preços correntes)<br />
1998 2000 2002<br />
Grupo de Atividade Econômica<br />
Mil reais % Mil reais % Mil reais %<br />
Serviços de alojamento e alimentação 64.832 10,6 58.649 7,6 101.425 8,8<br />
Transportes e serv. aux. dos transportes 161.896 26,6 210.265 27,4 284.296 24,6<br />
Correio e telecomunicações 192.481 31,6 256.338 33,4 401.348 34,7<br />
Atividades de Informática 33.128 5,4 19.236 2,5 37.684 3,3<br />
Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 10.918 1,8 10.982 1,4 25.874 2,2<br />
Serviços prestados as empresas 68.226 11,2 126.392 16,5 170.498 14,8<br />
Outras atividades de serviços 77.674 12,8 86.312 11,2 134.752 11,7<br />
Total 609.155 100 768.174 100 1.155.877 100<br />
Fonte: IBGE - PAS (Pesquisa Anual dos Serviços)<br />
Tabela 7<br />
Sergipe: Produto Interno Bruto per capita a preço de mercado,<br />
segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas<br />
2000 e 2002<br />
PIB per capita<br />
Meso/ Microrregião 2000 2002<br />
Sergipe 3.283,21 5.082,44<br />
Mesorregião do Agreste Sergipano 1.916,04 2.310,77<br />
Agreste de Itabaiana 1.756,29 2.325,00<br />
Agreste de Lagarto 2.640,23 2.705,00<br />
Nossa Senhora das Dores 1.621,06 2.167,23<br />
Tobias Barreto 1.574,59 1.967,89<br />
Mesorregião do Leste Sergipano 3.995,73 5.461,00<br />
Japaratuba 4.370,90 12.008,80<br />
Baixo Cotinguiba 6.913,28 10.635,83<br />
Estância 4.736,89 6.757,11<br />
Aracaju 4.362,26 5.308,99<br />
Cotinguiba 2.750,75 4.668,33<br />
Própria 2.033,28 2.870,28<br />
Boquim 1.550,12 1.976,24<br />
Mesorregião do Sertão Sergipano 1.795,70 8.479,37<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco 1.776,31 11.241,29<br />
Carira<br />
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.<br />
1.838,54 2.299,74<br />
Nota: Dados sujeitos à revisão.<br />
OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro feito a partir de 2001 da sub-estação<br />
de Xingó nas Contas Regionais.<br />
217
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 8<br />
Sergipe: Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência,<br />
por seção de atividade do trabalho principal - 1991<br />
Total Agropecuária Indústria Serviços<br />
Mesoregião / Microrregião N° % N° % N° % N° %<br />
Sergipe 492.174 100 151.523 30,8 87.328 17,7 253.323 51,5<br />
Mesorregião Agreste Sergipano 118.806 100 54.186 45,6 15.957 13,4 48.663 41<br />
Agreste de Itabaiana 42.261 100 17.949 42,5 5.903 14 18.409 43,6<br />
Agreste do Lagarto 30.004 100 15.375 51,2 4.059 13,5 10.570 35,2<br />
Nossa Senhora das Dores 15.903 100 7.982 50,2 2.112 13,3 5.809 36,5<br />
Tobias Barreto 30.638 100 12.880 42 3.883 12,7 13.875 45,3<br />
Mesorregião do Leste Sergipano 321.392 100 65.637 20,4 65.640 20,4 190.115 59,2<br />
Aracaju 186.384 100 5.794 3,1 40.588 21,8 140.002 75,1<br />
Boquim 17.860 100 3.970 22,2 5.419 30,3 8.471 47,4<br />
Baixo do Continguiba 40.937 100 23.829 58,2 4.788 11,7 12.320 30,1<br />
Continguiba 10.393 100 4.472 43 2.093 20,1 3.828 36,8<br />
Estância 29.004 100 11.156 38,5 6.259 21,6 11.589 40<br />
Japaratuba 12.467 100 6.566 52,7 2.324 18,6 3.577 28,7<br />
Própria 24.347 100 9.850 40,5 4.169 17,1 10.328 42,4<br />
Mesorregião do Sertão Sergipano 51.976 100 31.700 61 5.731 11 14.545 28<br />
Carira 19.269 100 11.047 57,3 2.518 13,1 5.704 29,6<br />
Sertão do São Francisco 32.707 100 20.653 63,1 3.213 9,8 8.841 27<br />
Fonte: IBGE – Censos demográficos<br />
218
Tabela 9<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por setor<br />
de atividade do trabalho principal segundo Microrregiões - 2000<br />
Mesorregiões e<br />
Microrregiões<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17<br />
Sergipe 158.495 7.739 2.318 54.884 3.180 36.448 95.558 26.823 30.879 4.088 24.774 45.728 41.399 15.236 19.385 41.388 6.226<br />
Agreste 63.464 141 285 14.712 352 7.161 23.243 6.139 7.000 476 2.386 6.658 8.145 1.543 4.012 8.059 1.493<br />
Agreste de<br />
Itabaiana<br />
21.509 81 107 4.806 112 2.699 10.242 2.042 3.919 212 869 2.439 2.524 737 1.516 3.000 723<br />
Agreste do<br />
lagarto<br />
16.685 7 105 3.743 71 1.692 4.842 1.570 1.062 94 824 1.337 2.042 323 946 2.258 244<br />
Nossa Senhora<br />
das Dores<br />
9.380 27 39 1.786 68 1.171 2.749 780 640 52 202 1.109 1.627 126 356 986 193<br />
Tobias Barreto 15.890 26 34 4.377 101 1.599 5.410 1.747 1.379 118 491 1.773 1.952 357 1.194 1.815 333<br />
Leste 58.948 7.326 2.005 37.462 2.573 26.101 66.858 18.959 21.145 3.467 21.579 34.459 29.152 12.800 14.008 30.980 4.490<br />
Aracaju 4.158 2.225 1.173 21.303 1.832 17.260 47.872 13.452 14.414 3.109 18.018 23.426 18.323 10.678 10.496 20.481 3.335<br />
Baixo do<br />
Continguiba<br />
2.696 756 359 2.484 90 1.818 2.125 850 999 20 897 2.617 1.633 502 585 1.598 209<br />
Boquim 22.895 155 293 5.376 129 1.922 5.805 1.384 2.199 135 759 1.819 3.035 531 1.103 2.933 384<br />
Continguiba 4.551 27 48 886 85 766 1.283 267 534 21 230 788 928 107 238 800 38<br />
Estância 10.368 2.251 36 3.279 307 2.135 5.020 1.689 1.550 80 875 1.901 2.107 508 759 2.820 210<br />
Japaratuba 6.800 706 47 1.070 30 816 1.301 419 424 19 259 1.335 1.039 68 320 879 112<br />
Própria 7.480 1.206 49 3.064 100 1.384 3.452 898 1.025 83 541 2.573 2.087 406 507 1.469 202<br />
Sertão 36.086 276 29 2.712 256 3.187 5.459 1.726 2.736 144 812 4.608 4.107 896 1.365 2.347 238<br />
Carira 12.691 48 3 920 52 1.352 2.159 625 1.032 75 302 1.581 1.567 270 561 868 84<br />
Sertão do São<br />
Francisco<br />
23.395 228 26 1.792 204 1.835 3.300 1.101 1.704 69 510 3.027 2.540 626 804 1.479 154<br />
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000<br />
LEGENDA<br />
1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação<br />
2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais<br />
3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais<br />
4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos<br />
5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas<br />
6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social<br />
219
Tabela 10<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões no Total de Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por<br />
Setores de Atividade Principal – 2000 (%)<br />
Mesorregiões e Microrregiões 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17<br />
Sergipe 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />
Agreste 40,0 1,8 12,3 26,8 11,1 19,6 24,3 22,9 22,7 11,6 9,6 14,6 19,7 10,1 20,7 19,5 24,0<br />
Agreste de Itabaiana 13,6 1,0 4,6 8,8 3,5 7,4 10,7 7,6 12,7 5,2 3,5 5,3 6,1 4,8 7,8 7,2 11,6<br />
Agreste do lagarto 10,5 0,1 4,5 6,8 2,2 4,6 5,1 5,9 3,4 2,3 3,3 2,9 4,9 2,1 4,9 5,5 3,9<br />
Nossa Senhora das Dores 5,9 0,3 1,7 3,3 2,1 3,2 2,9 2,9 2,1 1,3 0,8 2,4 3,9 0,8 1,8 2,4 3,1<br />
Tobias Barreto 10,0 0,3 1,5 8,0 3,2 4,4 5,7 6,5 4,5 2,9 2,0 3,9 4,7 2,3 6,2 4,4 5,3<br />
Leste 37,2 94,7 86,5 68,3 80,9 71,6 70,0 70,7 68,5 84,8 87,1 75,4 70,4 84,0 72,3 74,9 72,1<br />
Aracaju 2,6 28,8 50,6 38,8 57,6 47,4 50,1 50,2 46,7 76,1 72,7 51,2 44,3 70,1 54,1 49,5 53,6<br />
Baixo do Continguiba 1,7 9,8 15,5 4,5 2,8 5,0 2,2 3,2 3,2 0,5 3,6 5,7 3,9 3,3 3,0 3,9 3,4<br />
Boquim 14,4 2,0 12,6 9,8 4,1 5,3 6,1 5,2 7,1 3,3 3,1 4,0 7,3 3,5 5,7 7,1 6,2<br />
Continguiba 2,9 0,3 2,1 1,6 2,7 2,1 1,3 1,0 1,7 0,5 0,9 1,7 2,2 0,7 1,2 1,9 0,6<br />
Estância 6,5 29,1 1,6 6,0 9,7 5,9 5,3 6,3 5,0 2,0 3,5 4,2 5,1 3,3 3,9 6,8 3,4<br />
Japaratuba 4,3 9,1 2,0 1,9 0,9 2,2 1,4 1,6 1,4 0,5 1,0 2,9 2,5 0,4 1,7 2,1 1,8<br />
Própria 4,7 15,6 2,1 5,6 3,1 3,8 3,6 3,3 3,3 2,0 2,2 5,6 5,0 2,7 2,6 3,5 3,2<br />
Sertão 22,8 3,6 1,3 4,9 8,1 8,7 5,7 6,4 8,9 3,5 3,3 10,1 9,9 5,9 7,0 5,7 3,8<br />
Carira 8,0 0,6 0,1 1,7 1,6 3,7 2,3 2,3 3,3 1,8 1,2 3,5 3,8 1,8 2,9 2,1 1,3<br />
Sertão do São Francisco 14,8 2,9 1,1 3,3 6,4 5,0 3,5 4,1 5,5 1,7 2,1 6,6 6,1 4,1 4,1 3,6 2,5<br />
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000<br />
LEGENDA<br />
1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação<br />
2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais<br />
3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais<br />
4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos<br />
5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas<br />
6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social<br />
220
Tabela 11<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe. Distribuição do Total de Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência nos Setores de Atividade Principal<br />
segundo Mesorregiões e Microrregiões – 2000 (%)<br />
Unidade da Federação e Município Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17<br />
Sergipe 100,0 25,8 1,3 0,4 8,9 0,5 5,9 15,5 4,4 5,0 0,7 4,0 7,4 6,7 2,5 3,2 6,7 1,0<br />
Agreste 100,0 40,9 0,1 0,2 9,5 0,2 4,6 15,0 4,0 4,5 0,3 1,5 4,3 5,2 1,0 2,6 5,2 1,0<br />
Agreste de Itabaiana 100,0 37,4 0,1 0,2 8,4 0,2 4,7 17,8 3,5 6,8 0,4 1,5 4,2 4,4 1,3 2,6 5,2 1,3<br />
Agreste do lagarto 100,0 44,1 0,0 0,3 9,9 0,2 4,5 12,8 4,1 2,8 0,2 2,2 3,5 5,4 0,9 2,5 6,0 0,6<br />
Nossa Senhora das Dores 100,0 44,1 0,1 0,2 8,4 0,3 5,5 12,9 3,7 3,0 0,2 0,9 5,2 7,6 0,6 1,7 4,6 0,9<br />
Tobias Barreto 100,0 41,2 0,1 0,1 11,3 0,3 4,1 14,0 4,5 3,6 0,3 1,3 4,6 5,1 0,9 3,1 4,7 0,9<br />
Leste 100,0 15,0 1,9 0,5 9,5 0,7 6,7 17,0 4,8 5,4 0,9 5,5 8,8 7,4 3,3 3,6 7,9 1,1<br />
Aracaju 100,0 1,8 1,0 0,5 9,2 0,8 7,5 20,7 5,8 6,2 1,3 7,8 10,1 7,9 4,6 4,5 8,8 1,4<br />
Baixo do Continguiba 100,0 13,3 3,7 1,8 12,3 0,4 9,0 10,5 4,2 4,9 0,1 4,4 12,9 8,1 2,5 2,9 7,9 1,0<br />
Boquim 100,0 45,0 0,3 0,6 10,6 0,3 3,8 11,4 2,7 4,3 0,3 1,5 3,6 6,0 1,0 2,2 5,8 0,8<br />
Continguiba 100,0 39,2 0,2 0,4 7,6 0,7 6,6 11,1 2,3 4,6 0,2 2,0 6,8 8,0 0,9 2,1 6,9 0,3<br />
Estância 100,0 28,9 6,3 0,1 9,1 0,9 5,9 14,0 4,7 4,3 0,2 2,4 5,3 5,9 1,4 2,1 7,9 0,6<br />
Japaratuba 100,0 43,5 4,5 0,3 6,8 0,2 5,2 8,3 2,7 2,7 0,1 1,7 8,5 6,6 0,4 2,0 5,6 0,7<br />
Própria 100,0 28,2 4,5 0,2 11,6 0,4 5,2 13,0 3,4 3,9 0,3 2,0 9,7 7,9 1,5 1,9 5,5 0,8<br />
Sertão 100,0 53,9 0,4 0,0 4,0 0,4 4,8 8,2 2,6 4,1 0,2 1,2 6,9 6,1 1,3 2,0 3,5 0,4<br />
Carira 100,0 52,5 0,2 0,0 3,8 0,2 5,6 8,9 2,6 4,3 0,3 1,2 6,5 6,5 1,1 2,3 3,6 0,3<br />
Sertão do São Francisco 100,0 54,7 0,5 0,1 4,2 0,5 4,3 7,7 2,6 4,0 0,2 1,2 7,1 5,9 1,5 1,9 3,5 0,4<br />
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000<br />
LEGENDA<br />
1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação<br />
2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais<br />
3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais<br />
4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos<br />
5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas<br />
6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social<br />
221
Tabela 12<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe- pessoal ocupado em estabelecimento formais, em 31 de dezembro, segundo Mesorregiões e Microrregiões<br />
2002<br />
Nome da Microrregião A B C D E F G H I J K L M N O P<br />
Sergipe 1355 112 1093 27817 1420 13542 51490 7077 9056 3250 23432 62209 11151 9650 9583 0 232237<br />
Agreste 174 0 109 3913 43 354 7783 343 553 206 610 2497 615 594 682 0 18476<br />
Agreste de Itabaiana 139 0 109 1471 0 67 3358 199 187 72 238 1579 293 277 238 0 8227<br />
Agreste de Lagarto 6 0 0 1708 43 193 2196 78 193 71 208 0 201 226 245 0 5368<br />
Nossa Senhora das Dores 4 0 0 87 0 72 724 35 62 19 72 918 6 18 89 0 2106<br />
Tobias Barreto 25 0 0 647 0 22 1505 31 111 44 92 0 115 73 110 0 2775<br />
Leste 1181 112 984 23380 1377 13023 42072 6594 8437 2998 22683 59071 10417 9026 8572 0 209927<br />
Aracaju 416 81 722 12086 1377 12170 35708 6021 7723 2867 21604 56477 9675 8154 7705 0 182786<br />
Baixo Cotinguiba 13 0 237 3584 0 548 535 114 449 4 670 1013 69 0 165 0 7401<br />
Boquim 102 0 0 1421 0 30 1711 79 64 35 57 799 112 69 158 0 4637<br />
Cotinguiba 0 0 0 280 0 13 253 22 23 0 37 0 57 41 45 0 771<br />
Estância 267 22 22 3229 0 123 2362 263 131 57 195 782 254 586 225 0 8518<br />
Japaratuba 86 9 3 2017 0 42 293 11 5 0 44 0 27 0 86 0 2623<br />
Própria 297 0 0 763 0 97 1210 84 42 35 76 0 223 176 188 0 3191<br />
Sertão 0 0 0 524 0 165 1635 140 66 46 139 641 119 30 329 0 3834<br />
Carira 0 0 0 225 0 42 583 9 38 14 76 641 51 10 105 0 1794<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco 0 0 0 299 0 123 1052 131 28 32 63 0 68 20 224 0 2040<br />
Fonte: Cempre IBGE 2002<br />
A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e<br />
domésticos<br />
M Educação<br />
B Pesca H Alojamento e alimentação N Saúde e serviços sociais<br />
C Indústrias extrativas I Transporte, armazenagem e comunicações O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais<br />
D Indústrias de transformação J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços<br />
relacionados<br />
P Serviços domésticos<br />
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água L Administração pública, defesa e seguridade social Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais<br />
F Construção K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas<br />
222<br />
Total
Tabela 13<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe: Unidades locais por grande setor, segundo Mesorregiões e Microrregiões<br />
2002<br />
Agropecuária Indústria geral Serviços<br />
Nome da Microrregião<br />
A B Sub<br />
total<br />
C D E F<br />
Sub<br />
total<br />
G H I J K L M N O<br />
Sub<br />
total<br />
Total<br />
Sergipe 150 33 183 61 1.963 88 770 2.882 12.342 1.081 919 447 2.986 231 901 755 3.008 22.670 25.735<br />
Agreste Sergipano 24 - 24 8 424 21 76 529 2.515 95 157 113 210 43 118 89 559 3.899 4.452<br />
Agreste de Itabaiana 11 - 11 5 205 8 33 251 1.052 44 77 48 76 16 47 30 204 1.594 1.856<br />
Agreste de Lagarto 4 - 4 2 129 4 19 154 585 18 26 51 61 4 20 33 93 891 1.049<br />
Nossa Senhora das Dores 3 - 3 1 16 6 12 35 259 10 20 6 28 18 8 5 92 446 484<br />
Tobias Barreto 6 - 6 - 74 3 12 89 619 23 34 8 45 5 43 21 170 968 1.063<br />
Leste Sergipano 119 33 152 51 1.456 51 654 2.212 9.068 947 706 309 2.727 156 735 647 2.106 17.401 19.765<br />
Aracaju 46 14 60 31 1.092 11 516 1.650 6.861 800 473 225 2.455 78 577 586 1.309 13.364 15.074<br />
Baixo Cotinguiba 6 - 6 5 51 7 43 106 239 30 83 9 78 16 20 7 102 584 696<br />
Boquim 13 1 14 - 95 9 21 125 616 24 36 44 33 18 27 10 207 1.015 1.154<br />
Cotinguiba 3 - 3 - 25 3 10 38 137 8 19 3 24 7 10 6 64 278 319<br />
Estância 15 4 19 8 114 5 36 163 612 55 60 12 68 10 61 22 226 1.126 1.308<br />
Japaratuba 8 5 13 6 16 5 12 39 132 9 10 5 19 9 12 1 71 268 320<br />
Própria 28 9 37 1 63 11 16 91 471 21 25 11 50 18 28 15 127 766 894<br />
Sertão Sergipano 7 - 7 2 83 16 40 141 759 39 56 25 49 32 48 19 343 1.370 1.518<br />
Carira 3 - 3 - 29 6 10 45 243 8 21 10 24 15 27 6 129 483 531<br />
Sergipana do Sertão do São Francisco<br />
Fonte : IBGE –Cempre<br />
4 - 4 2 54 10 30 96 516 31 35 15 25 17 21 13 214 887 987<br />
Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação por Microrregião.<br />
A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração<br />
Legenda<br />
G Comércio; reparação de veículos automotores, M Educação<br />
florestal<br />
objetos pessoais e domésticos<br />
B Pesca H Alojamento e alimentação N Saúde e serviços sociais<br />
C Indústrias extrativas I Transporte, armazenagem e comunicações O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais<br />
D Indústrias de transformação J Intermediação financeira, seguros, previdência<br />
complementar e serviços relacionados<br />
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água L Administração pública, defesa e seguridade social<br />
F Construção K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados<br />
às empresas<br />
223
Tabela 14<br />
Sergipe- Emprego Formal por Setor de Atividade<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Dados<br />
Nº<br />
1990<br />
1990-2000-2003<br />
PART (%) Nº<br />
2000<br />
PART (%) Nº<br />
2003<br />
PART (%)<br />
Adm. Publica 69.086 37,8 79.133 38,4 99.472 40,6<br />
Agricultura 1.734 0,9 7.373 3,6 7.741 3,2<br />
Construção Civil 12.763 7,0 11.031 5,4 12.998 5,3<br />
Alimentação e Bebidas 5.046 2,8 8.474 4,1 9.985 4,1<br />
Indústria Têxtil 9.922 5,4 5.404 2,6 5.819 2,4<br />
Serviços de Utilidade Pública 3.342 1,8 3.024 1,5 4.117 1,7<br />
Minerais não metálicos 2.125 1,2 2.875 1,4 3.281 1,3<br />
Ind Química 802 0,4 1.486 0,7 1.833 0,7<br />
Extrativa Mineral 1.235 0,7 1.287 0,6 1.609 0,7<br />
Papel e Grafica 711 0,4 718 0,3 1.005 0,4<br />
Madeira e Mobiliário 544 0,3 977 0,5 903 0,4<br />
Ind Calçados 406 0,2 765 0,4 852 0,3<br />
Ind Metalúrgica 571 0,3 706 0,3 806 0,3<br />
Borracha, Fumo e Couro 4.107 2,3 437 0,2 507 0,2<br />
Ind Mecânica 111 0,1 88 0,0 470 0,2<br />
Material de Transporte 323 0,2 279 0,1 365 0,1<br />
Material elétrico e de comunicação 89 0,0 114 0,1 162 0,1<br />
Comércio Varejista 17.398 9,5 26.288 12,8 29.798 12,2<br />
Serviços profissionais 7.576 4,2 13.767 6,7 18.647 7,6<br />
Alojamento e Comunicação 19.955 10,9 13.402 6,5 14.724 6,0<br />
Ensino 1.566 0,9 7.376 3,6 8.375 3,4<br />
Transporte e comunicação 6.010 3,3 7.798 3,8 8.062 3,3<br />
Medicina, odontologia e veterinário 2.348 1,3 7.422 3,6 6.982 2,8<br />
Comércio Atacadista 2.158 1,2 2.875 1,4 3.499 1,4<br />
Instituições Financeiras 5.128 2,8 2.955 1,4 3.099 1,3<br />
Outr/Ign 7.476 4,1 - 0,0 - 0,0<br />
Total<br />
Fonte: MTE/RAIS<br />
182.532 100,0 206.054 100,0 245.111 100,0<br />
224
Por tipo do uso<br />
Tabela 15<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe: Importações por tipo de uso dos produtos em US$ 1.000 FOB e distribuição relativa (1999-2004)<br />
1999 2000 2001 2002 2003 2004<br />
Abs % Abs % Abs % Abs % Abs % Abs %<br />
BENS DE CAPITAL 17.388 17,9 16.922 17,9 26.558 26,1 49.304 48,4 24.621 25,3 25.556 25,3<br />
Bens de capital (exc. equip. de transp de uso industrial) 9.751 10,0 16.119 17,1 26.558 26,1 49.104 48,2 23.818 24,5 24.497 24,2<br />
Equipipamento de transp de uso industrial 7.637 7,9 803 0,9 --- --- 199 0,2 803 0,8 1.059 1,1<br />
BENS INTERMEDIARIOS 69.814 71,9 73.383 77,8 72.492 71,2 48.968 48,1 66.664 68,6 68.521 67,8<br />
Alimentos e bebidas destinados à industria 23.432 24,1 25.386 26,9 21.850 21,4 10.982 10,8 15.549 16,0 15.042 14,9<br />
Insumos industriais 46.045 47,4 47.118 49,9 50.117 49,2 36.766 36,1 49.127 50,6 52.483 51,9<br />
Peças e acessórios de equipamentos industriais 336 0,4 879 0,9 525 0,5 1.220 1,2 1.880 1,9 887 0,9<br />
Bens diversos --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,1 --- 0,1<br />
BENS DE CONSUMO 9.203 9,5 4.066 4,3 2.395 2,4 2.440 2,4 3.571 3,7 5.046 5,0<br />
Bens de consumo duráveis 13 0,0 28 0,0 50 0,1 35 0,0 53 0,1 38 0,0<br />
Bens de consumo não-duráveis 9.190 9,5 4.038 4,3 2.345 2,3 2.406 2,4 3.518 3,6 5.008 5,0<br />
COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTES 706 0,7 10 0,0 447 0,4 1.174 1,2 2.297 2,4 1.929 1,9<br />
Total do período 97.111 100 94.382 100 101.891 100 101.886 100 97.152 100 101.051 100<br />
Fonte: MDIC - SECEX<br />
225
Tabela 16<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Sergipe: principais empresas exportadoras e importadoras (em US$ 1.00 FOB) 2003 e 2004<br />
Descrição<br />
US$ 1.000<br />
2003<br />
% US$ 1.000<br />
2004<br />
%<br />
Empresas exportadoras<br />
MARATA SUCOS DO NORDESTE LTDA. 11.927 30,7 17.516 36,7<br />
TROPFRUIT NORDESTE S/A 8.200 21,1 12.191 25,6<br />
CIMENTO SERGIPE S/A - CIMESA 4.974 12,8 6.764 14,2<br />
SANTISTA TEXTIL S.A. 3.001 7,7 3.632 7,6<br />
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 4.661 12,0 2.333 4,9<br />
CALCADOS AZALEIA SA 1.302 3,4 1.637 3,4<br />
SERGIPE INDUSTRIAL SA 1.651 4,3 1.381 2,9<br />
OUTRAS EMPRESAS 3.093 8,0 2.222 4,7<br />
TOTAL 38.809 100 47.675 100<br />
Empresas Importadoras<br />
EMS S/A 12.150 12,5 20.678 20,5<br />
MOINHO DE SERGIPE SA 15.491 16,0 14.872 14,7<br />
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 15.987 16,5 13.731 13,6<br />
SANTISTA TEXTIL S.A. 12.715 13,1 7.431 7,4<br />
CROWN EMBALAGENS S/A 8.341 8,6 6.957 6,9<br />
COMPANHIA VALE DO RIO DOCE 7.998 8,2 6.533 6,5<br />
CIMENTO SERGIPE S/A - CIMESA 3.796 3,9 4.711 4,7<br />
EMATEX DO NORDESTE LTDA 1.863 1,9 2.384 2,4<br />
ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A 2.025 2,1 2.258 2,2<br />
SERGIPE INDUSTRIAL SA 1.060 1,1 2.239 2,2<br />
OUTRAS EMPRESAS 15.706 16,2 19.274 19,1<br />
TOTAL 97.131 100 101.068 100<br />
Fonte: MDIC - SECEX<br />
Nota: Empresas que exportam 80% ou mais da pauta. Empresas que importam 80% ou mais da pauta.<br />
226
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 17<br />
Sergipe: exportações e importações interestaduais e saldo comercial com os estados<br />
Fluxos Alagoas Bahia Ceará<br />
nordestinos<br />
Maranhão Paraíba Pernambuco<br />
valores absolutos (R$ milhões)<br />
Piauí<br />
Rio G. do<br />
Norte<br />
Importação<br />
1997 158,8 648,1 63,5 2,9 29,1 283,2 0,1 16,7 1.202,3<br />
1999 169,7 817,0 51,4 5,9 31,3 277,3 1,7 24,7 1.379,1<br />
Exportação<br />
1997 149,2 365,5 70,3 17,0 13,1 89,7 13,8 16,0 734,5<br />
1999 128,2 514,6 55,7 25,2 22,5 109,4 19,9 19,9 895,4<br />
Saldo<br />
1997 (9,6) (282,6) 6,9 14,1 (16,0) (193,5) 13,7 (0,7) (467,7)<br />
1999 (41,5) (302,4) 4,2 19,2 (8,8) (167,9) 18,2 (4,8) (483,7)<br />
Importação<br />
valores relativos<br />
1997 13,2 53,9 5,3 0,2 2,4 23,6 0,0 1,4 100,0<br />
1999 12,3 59,2 3,7 0,4 2,3 20,1 0,1 1,8 100,0<br />
Exportação<br />
1997 20,3 49,8 9,6 2,3 1,8 12,2 1,9 2,2 100,0<br />
1999 14,3 57,5 6,2 2,8 2,5 12,2 2,2 2,2 100,0<br />
Saldo<br />
1997 2,1 60,4 (1,5) (3,0) 3,4 41,4 (2,9) 0,1 100,0<br />
1999 8,6 62,5 (0,9) (4,0) 1,8 34,7 (3,8) 1,0 100,0<br />
Fonte: Confaz/Cotepe (elaboração Ceplan)<br />
Total<br />
227
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 18<br />
SERGIPE - BALANÇA COMERCIAL INTERESTADUAL AJUSTADA COM A INFORMAÇÃO<br />
PRESTADA PELO PRÓPRIO ESTADO<br />
1997 - EM R$ MIL CORRENTES<br />
VALORES CONTÁBEIS = OPERAÇÕES GLOBAIS<br />
Unidades SAÍDAS ENTRADAS SALDO<br />
Federadas<br />
Para<br />
Contribuinte<br />
Para Não<br />
Contribuinte<br />
ICMS<br />
Cobrado<br />
Por ST<br />
Para<br />
Contribuinte<br />
Para Não<br />
Contribuinte<br />
ICMS<br />
Cobrado<br />
Por ST<br />
G=(A+B-<br />
C)-(D+E-F)<br />
A B C D E F G<br />
ACRE 262 4<br />
52 - - 214<br />
ALAGOAS 135.334 16.241 2.416 141.187 21.401 3.834 (9.596)<br />
AMAPÁ 1.892 217 - 176 - 0 1.933<br />
AMAZONAS 9.783 159 4 17.581 - 68 (7.575)<br />
BAHIA 346.243 23.996 4.745 607.695 56.510 16.067 (282.644)<br />
CEARÁ 69.412 1.038 122 60.306 3.258 99 6.864<br />
DISTRITO FED. 3.739 1.417 49 1.737 - 0 3.370<br />
ESPÍRITO STO 18.581 45 2 53.687 755 4.950 (30.869)<br />
GOIÁS 27.954 674 54 43.696 563 1.988 (13.697)<br />
MARANHÃO 16.332 649 1 2.879 - - 14.101<br />
MATO GROSSO 2.145 37 - 2.246 4 294 226<br />
MATO GR. SUL 1.205 62 0 1.425 149 4 (304)<br />
MINAS GERAIS 83.776 8.358 3 97.548 10.897 758 (15.557)<br />
PARÁ 18.644 206 1 11.526 - 96 7.420<br />
PARAÍBA 10.466 2.640 16 29.397 1.050 1.377 (15.979)<br />
PARANÁ 22.007 678 0 47.734 259.187 229 (284.007)<br />
PERNAMBUCO 64.980 24.847 118 276.558 14.971 8.289 (193.532)<br />
PIAUÍ 13.573 216 2 2.293 - 2.199 13.692<br />
RIO GR. NORTE 15.608 421 26 17.412 - 755 (655)<br />
RIO GR. SUL 14.612 3.259 0 97.664 3.218 1.060 (81.951)<br />
RIO JANEIRO 49.804 3.159 10 94.261 16.361 2.804 (54.865)<br />
RONDÔNIA 748 3 - 436 - 24 340<br />
RORAIMA 136 7 - 13 - 0 130<br />
STA CATARINA 13.979 1.486 11 52.562 2.060 98 (39.069)<br />
SÃO PAULO 224.465 112.215 63 589.235 43.842 11.333 (285.127)<br />
SERGIPE - - - - - - -<br />
TOCANTINS 1.695 38 2 714 - - 1.017<br />
TOTAL ESTADO 1.167.375 202.072 7.646 2.250.022 434.228 56.327 (1.266.121)<br />
Fonte: CONFAZ - COTEPE<br />
AJUSTES:<br />
(1) ajuste nos valores contábeis: inexiste na GI "entradas para não contribuintes", posto que estes não prestam a informação. Deste modo, para<br />
obter o saldo correto das operações interestaduais é necessário "ajustar" as entradas com a inclusão de "entradas para não contribuintes". Estas<br />
foram obtidas a partir do que as 17 UF´s de origem informam que remeteram a título de "saídas para não contribuintes" para as respectivas UF´s<br />
de destino. Observe-se que o cálculo do "saldo" considerando apenas as operações praticadas entre contribuintes não procede, tanto porque<br />
resulta subestimado como porque é necessário deduzir o ICMS cobrado por substituição tributária dos valores contábeis constantes da GI, o qual<br />
não diz respeito à operação interestadual, mas sim à operação interna subsequente da UF de destino, mas que esteve sujeita a tributação<br />
antecipada na origem.<br />
228
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 19<br />
SERGIPE - BALANÇA COMERCIAL INTERESTADUAL AJUSTADA , COM A INFORMAÇÃO PRESTADA PELO<br />
PRÓPRIO ESTADO<br />
Unidades<br />
Federadas<br />
Para<br />
Contribuinte<br />
1999 - EM R$ MIL CORRENTES<br />
VALORES CONTÁBEIS = OPERAÇÕES GLOBAIS<br />
SAÍDAS ENTRADAS SALDO<br />
Para Não<br />
Contribuinte<br />
ICMS<br />
Cobrado<br />
Por ST<br />
Para<br />
Contribuinte<br />
Para Não<br />
Contribuinte<br />
ICMS Cobrado<br />
Por ST<br />
G=(A+B-C)-<br />
(D+E-F)<br />
A B C D E F G<br />
ACRE 257 30 - 2.071 - 2 (1.781)<br />
ALAGOAS 126.754 11.747 10.302 159.639 10.863 775 (41.528)<br />
AMAPÁ 3.344 1 393 405 - 2 2.549<br />
AMAZONAS 16.175 236 56 43.549 461 98 (27.558)<br />
BAHIA 511.451 33.578 30.426 606.259 232.727 22.004 (302.379)<br />
CEARÁ 54.475 1.217 36 47.487 4.124 178 4.223<br />
DISTRITO FED. 4.149 1.745 1 2.755 101 - 3.037<br />
ESPÍRITO STO 10.342 784 29 34.003 1.328 327 (23.907)<br />
GOIÁS 33.613 2.599 4 37.782 908 159 (2.323)<br />
MARANHÃO 25.896 1.296 2.031 5.917 - 0 19.244<br />
MATO GROSSO 3.653 25 - 6.815 28 0 (3.165)<br />
MATO GR. SUL 1.308 162 3 2.409 120 1 (1.061)<br />
MINAS GERAIS 97.824 11.506 14 132.292 11.554 1.265 (33.264)<br />
PARÁ 35.762 876 3.186 9.109 - 49 24.392<br />
PARAÍBA 20.484 2.097 76 32.036 698 1.394 (8.835)<br />
PARANÁ 32.648 2.876 19 51.607 4.038 630 (19.510)<br />
PERNAMBUCO 102.836 7.137 536 275.769 5.952 4.415 (167.868)<br />
PIAUÍ 20.009 1.178 1.327 1.475 220 2 18.167<br />
RIO GR. NORTE 17.221 2.849 131 25.219 - 516 (4.764)<br />
RIO GR. SUL 37.800 754 4 80.873 15.800 7.586 (50.537)<br />
RIO JANEIRO 35.589 10.769 5 84.459 12.415 911 (49.609)<br />
RONDÔNIA 803 135 - 350 3 - 585<br />
RORAIMA 2.572 8 0 70 - 0 2.510<br />
STA CATARINA 20.605 324 7 45.893 13.861 191 (38.642)<br />
SÃO PAULO 348.608 26.326 105 577.480 41.776 6.377 (238.051)<br />
SERGIPE - - - - - - -<br />
TOCANTINS 1.672 146 16 1.875 26 5 (93)<br />
TOTAL ESTADO 1.565.849 120.401 48.705 2.267.600 357.004 46.888 (940.171)<br />
Fonte: CONFAZ - COTEPE<br />
(1) ajuste dos valores contábeis (VC): inexiste na GI "entradas para não contribuintes", posto que estes não informam a GI. Deste modo, para<br />
obter o saldo correto das operações interestaduais é necessário "ajustar" as entradas com a inclusão de "entradas para não contribuintes". Estas<br />
foram obtidas a partir do que as UF´s de origem informaram que remeteram a título de "saídas para não contribuintes" para as respectivas UF´s<br />
de destino. Observe-se que o cálculo do "saldo" considerando apenas as operações praticadas entre contribuintes seria incompleto, tanto porque<br />
resultaria subestimado como porque é necessário também deduzir o ICMS cobrado por substituição tributária dos VC constantes da GI (estes<br />
valores não dizem respeito à operação interestadual, mas sim à operação interna subsequente da UF de destino, sujeita a tributação antecipada<br />
na origem).<br />
229
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 20<br />
Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real a Preço<br />
Básico, segundo os Grandes Setores<br />
2001/2002; 2002/2003<br />
PIB Taxa de Crescimento do PIB (%)<br />
Segundo os Setores 2001/2002 2002/2003<br />
PIB TOTAL 3,22 2,51<br />
Agropecuária 5,11 10,68<br />
Indústria 3,95 1,99<br />
Serviços 2,03 1,85<br />
Fontes:IBGE; Elaboração CEPLAN<br />
Tabela 21<br />
Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Industrial<br />
a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas<br />
2001/2002; 2002/2003<br />
PIB Setor Industrial Taxa de Crescimento do PIB (%)<br />
Segundo as Atividades<br />
Econômicas<br />
2001/2002 2002/2003<br />
Indústria 3,95 1,99<br />
Indústria Extrativa Mineral -1,01 1,28<br />
Indústria de Transformação 2,19 3,68<br />
Serviços Ind. de Utilidade Pública 10,86 1,38<br />
Contrução 4,52 1,54<br />
Fontes: IBGE; Elaboração CEPLAN<br />
230
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 22<br />
Sergipe : Rendimento Médio e Variação % das Culturas Agrícolas<br />
Jan.- Dez.: 2002/2003/2004<br />
Rendimento Médio (ton/há) Variação % Variação %<br />
Culturas<br />
2002 2003 2004<br />
Jan.-dez.<br />
2002/2003<br />
Jan.-dez.<br />
2003/2004<br />
Abacaxi (1) 22.519 23.905 23.959 6,2 0,2<br />
Amendoim ( em casca) 1.194 1.206 1.206 1,0 0,0<br />
Arroz 4.320 4.415 4.414 2,2 0,0<br />
Banana 14.518 13.984 14.990 -3,7 7,2<br />
Cana-de-açúcar 66.274 63.883 67.316 -3,6 5,4<br />
Côco-da-baia 2.326 2.980 3.073 28,1 3,1<br />
Feijão 454 492 559 8,4 13,6<br />
Fumo 1.285 1.327 1.294 3,3 -2,5<br />
Laranja 13.592 13.526 13.414 -0,5 -0,8<br />
Mandioca 14.509 14.479 14.690 -0,2 1,5<br />
Milho ( em grão) 652 1.103 1.489 69,2 35,0<br />
Tomate 17.561 17.416 17.231 -0,8 -1,1<br />
Fontes:IBGE - 2002-2003 PAM - 2004 -LSPA; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN<br />
(1) frutos/hectare<br />
Tabela 23<br />
Sergipe : Área Plantada e Variação % das Culturas Agrícolas<br />
Jan.- Dez.: 2002/2003/2004<br />
Área Plantada (ha) Variação % Variação %<br />
Culturas<br />
2002 2003 2004<br />
Jan.-dez.<br />
2002/2003<br />
Jan.-dez.<br />
2003/2004<br />
Abacaxi 364 461 467 26,6 1,3<br />
Amendoim ( em casca) 1.125 1.114 1.114 -1,0 0,0<br />
Arroz 9.040 8.893 9.389 -1,6 5,6<br />
Banana 4.109 4.564 4.332 11,1 -5,1<br />
Cana-de-açúcar 17.584 22.687 25.202 29,0 11,1<br />
Côco-da-baia 42.254 39.994 39.876 -5,3 -0,3<br />
Feijão 52.960 55.688 59.561 5,2 7,0<br />
Fumo 1.363 1.253 1.552 -8,1 23,9<br />
Laranja 50.422 51.057 54.961 1,3 7,6<br />
Mandioca 30.966 30.087 32.030 -2,8 6,5<br />
Milho ( em grão) 100.432 131.080 132.389 30,5 1,0<br />
Tomate 294 320 277 8,8 -13,4<br />
TOTAL 310.913 347.198 361.150 11,7 4,0<br />
Fontes:IBGE - 2002-2003 PAM - 2004 -LSPA; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN<br />
231
Meses<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 24<br />
Sergipe - Produção de Petróleo Bruto ( terra )<br />
Jan- Dez.: 2002/2003/2004<br />
(m 3 ) Variação % Variação %<br />
2002 2003 2004<br />
Jan.-Dez. Jan.-Dez.<br />
2002/2003 2003/2004<br />
Janeiro 177.585 180.897 179.152 1,9 -1,0<br />
Fevereiro 160.315 166.506 170.578 3,9 2,4<br />
Março 176.161 177.346 186.112 0,7 4,9<br />
Abril 160.926 166.705 178.639 3,6 7,2<br />
Maio 156.957 186.330 188.091 18,7 0,9<br />
Junho 162.819 176.245 189.838 8,2 7,7<br />
Julho 178.108 179.100 193.900 0,6 8,3<br />
Agosto 179.195 187.645 193.060 4,7 2,9<br />
Setembro 176.522 179.945 184.380 1,9 2,5<br />
Outubro 181.196 187.512 189.250 3,5 0,9<br />
Novembro 172.632 175.577 181.449 1,7 3,3<br />
Dezembro 173.598 180.983 185.389 4,3 2,4<br />
Total 2.056.014 2.144.791 2.219.838 4,3 3,5<br />
Fontes: Agência Nacional do Petróleo - ANP; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN<br />
Tabela 25<br />
Estado de Sergipe<br />
Evolução do Emprego na Indústria de Transformação, segundo os Gêneros<br />
Ano:2003/ 2004<br />
2003 2004<br />
Indústria de Transformação Variação do Variação do<br />
Saldo Emprego (%) Saldo Emprego (%)<br />
Industria de Transformação 499 2,21 2.257 9,22<br />
Produtos Minerais não metálicos -78 -2,58 335 11,02<br />
Metalúrgica 109 14,63 190 19,21<br />
Mecânica -28 -18,67 351 204,07<br />
Material Elétrico e de Comunicações 50 53,76 21 14,09<br />
Material de Transporte 2 0,56 95 28,61<br />
Madeira e Mobiliário -156 -17,11 91 7,81<br />
Papel e papelão 41 4,83 66 6,88<br />
Borracha, Fumo e Couros -4 -0,88 71 14,79<br />
Química, Produtos Farmacêuticos<br />
e Veterinários 23 1,4 45 2,45<br />
Têxtil e Vestuário 274 4,94 491 8,41<br />
Calçados -131 -13,13 75 8,7<br />
Produtos Alimentares e Bebidas 397 5,09 426 4,92<br />
Fonte: MTE - SEPLANTEC/SUPES<br />
Nota: Elaboração CEPLAN<br />
232
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 26<br />
Energia Elétrica<br />
Sergipe - Consumo Total (*)<br />
Jan-Dez.: 2002/2003/2004<br />
(MWh) Variação % Variação %<br />
Meses<br />
2002 2003 2004<br />
Jan.-Dez.<br />
2002/2003<br />
Jan.-Dez.<br />
2003/2004<br />
Janeiro 141.339 172.594 180.429 22,1 4,5<br />
Fevereiro 137.269 171.035 163.155 24,6 -4,6<br />
Março 154.873 172.985 176.106 11,7 1,8<br />
Abril 157.617 164.189 182.355 4,2 11,1<br />
Maio 163.947 169.392 182.768 3,3 7,9<br />
Junho 157.935 165.810 178.131 5,0 7,4<br />
Julho 154.239 159.726 173.715 3,6 8,8<br />
Agosto 157.341 161.490 173.874 2,6 7,7<br />
Setembro 160.070 162.471 175.599 1,5 8,1<br />
Outubro 168.465 174.064 183.106 3,3 5,2<br />
Novembro 170.247 170.372 188.981 0,1 10,9<br />
Dezembro 169.854 179.348 192.211 5,6 7,2<br />
Total 1.893.196 2.023.476 2.150.430 6,9 6,3<br />
Consumo 230 Kv 207.863 200.393 192.476<br />
Total Geral 2.101.059 2.223.869 2.342.906 5,8 5,4<br />
Fontes: ; ENERGIPE; SULGIPE; SEPLANTEC/SUPES;<br />
Nota: Elaboração CEPLAN<br />
(*) Consumo faturado.<br />
Tabela 27<br />
Transporte Aéreo<br />
Sergipe - Passageiros embarcados e desembarcados em vôo doméstico e Internacional<br />
Aeroportos<br />
Jan-Dez.: 2002/2003/2004<br />
Passageiros Variação % Variação %<br />
2002 2003 2004<br />
Jan.-Dez. Jan.-Dez.<br />
2002/2003 2003/2004<br />
Embarcados<br />
SBAR - Aracaju 182.806 160.841 161.857 -12,0 0,6<br />
Sub-Total 182.806 160.841 161.857 -12,0 0,6<br />
Desembarcados<br />
SBAR - Aracaju 174.482 163.724 160.634 -6,2 -1,9<br />
Sub-Total 174.482 163.724 160.634 -6,2 -1,9<br />
Total 357.288 324.565 322.491 -9,2 -0,6<br />
Fontes: INFRAERO; SEPLANTEC/SUPES;<br />
Nota: Elaboração CEPLAN<br />
233
Aeroportos<br />
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 28<br />
Transporte Aéreo<br />
Sergipe - Carga e Mala Postal embarcadas e<br />
desembarcadas em vôo doméstico e internacional<br />
Jan-Dez.: 2002/2003/2004<br />
Carga e Mala Postal (kg)<br />
2002 2003 2004<br />
Variação Variação<br />
% %<br />
Jan.-Dez. Jan.-Dez.<br />
2002/2003 2003/2004<br />
Embarcadas<br />
SBAR - Aracaju 494.510 568.403 521.092 14,9 -8,3<br />
Sub-Total 494.510 568.403 521.092 14,9 -8,3<br />
Desembarcadas<br />
SBAR - Aracaju 2.064.825 1.776.761 1.998.701 -14,0 12,5<br />
Sub-Total 2.064.825 1.776.761 1.998.701 -14,0 12,5<br />
Total 2.559.335 2.345.164 2.519.793 -8,4 7,4<br />
Fontes: INFRAERO; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN<br />
234
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 29- Sergipe: Balanço Financeiro - Receitas (2000-2004)<br />
RECEITAS<br />
Em R$ mil<br />
EXERCÍCIOS<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
RECEITAS CORRENTES 1.276.164 1.482.416 1.927.496 2.073.794 2.382.128<br />
RECEITA TRIBUTÁRIA 543.530 631.501 724.335 840.512 982.413<br />
Impostos 541.078 625.176 721.898 837.006 977.569<br />
ICMS 487.337 563.435 664.265 750.558 860.680<br />
IPVA 13.333 15.111 17.363 20.075 28.795<br />
Outros 40.408 46.630 40.270 66.373 88.094<br />
Taxas 2.452 6.325 2.437 3.506 4.844<br />
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 115.204 125.244 167.524 169.991 215.649<br />
RECEITA PATRIMONIAL 13.507 16.745 21.001 35.860 44.617<br />
RECEITA AGROPECUÁRIA 0 0 0 0 0<br />
RECEITA INDUSTRIAL 0 0 0 0 0<br />
RECEITA DE SERVIÇOS 19.837 24.885 22.695 75.537 79.418<br />
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 703.287 819.089 1.139.627 1.138.793 1.276.997<br />
Transferências da União 656.382 788.599 986.734 990.741 1.110.207<br />
Cota FPE 595.550 700.852 867.364 902.321 994.610<br />
Cota IPI-EXPORTAÇÂO 1.411 1.359 1.264 905 1.263<br />
LC 87/96 5.109 6.728 7.426 6.054 6.388<br />
Transf. Extração de Petróleo 28.800 31.834 39.810 55.526 63.659<br />
Outras Transferências 25.512 47.826 70.870 25.935 44.287<br />
Transferências Multigovernamentais 0 0 125.924 125.593 135.487<br />
Transferências de Convênios 46.905 30.490 26.969 22.459 31.312<br />
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 26.706 36.366 61.296 35.349 31.546<br />
DEDUÇÕES DA RECEITA 145.907 171.414 208.982 222.248 248.512<br />
RECEITA DE CAPITAL 129.071 95.130 117.351 25.734 149.927<br />
Operações de Crédito 29.489 17.770 26.279 14.009 109.642<br />
Operações de Crédito Internas 15.171 13.546 18.240 1.609 75.251<br />
Operações de Crédito Externas 14.318 4.224 8.039 12.400 34.391<br />
Alienação de Bens 36.808 450 1.318 13 101<br />
Alienação de Títulos 36.781 0 1.079 0 0<br />
Amortização de Empréstimos 858 316 378 0 0<br />
Transferências de Capital (convênios) 60.940 75.946 89.128 11.462 39.824<br />
Outras Receitas de Capital 976 648 248 250 360<br />
Receitas de Convênio 221 0 0 0 0<br />
Outras Receitas 755 648 248 250 360<br />
TOTAL DAS RECEITAS 1.405.235 1.577.546 2.044.847 2.099.528 2.532.055<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota: valores a preço corrente<br />
235
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 30 - Sergipe: Balanço financeiro - Despesas (2000-2004)<br />
DESPESAS<br />
Em R$ mil<br />
EXERCÍCIO<br />
2000 2001 2002 2003 2004<br />
DESPESAS CORRENTES 1.181.747 1.486.230 1.689.187 1.884.173 2.200.721<br />
PESSOAS E ENGARGOS SOCIAIS 664.431 810.714 961.936 1.095.800 1.264.328<br />
Pessoal/Ativo 417.832 512.699 603.318 682.709 791.843<br />
Aposentados/Pensionistas 186.201 205.940 246.270 277.300 315.715<br />
Contrib. Para Entidades Fechadas de Previdência 0 0 0 0 0<br />
Salário Família 1.143 1.185 1.154 1.309 1.317<br />
Obrigações Patronais 48.738 52.313 71.317 78.489 101.168<br />
Outras 10.517 38.577 39.877 55.993 54.825<br />
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 55.271 65.018 76.791 82.620 82.887<br />
OUTRAS DESPESAS CORRENTES 462.045 610.498 650.460 705.753 853.506<br />
Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 102.699 144.705 177.743 193.959 207.471<br />
Material de Consumo 42.869 56.809 66.127 79.670 100.110<br />
Despesas de Exercício Anteriores 27.661 41.082 25.575 21.810 35.516<br />
Cota-Parte dos Municípios 136.345 221.236 190.853 214.106 253.126<br />
Outras Despesas Correntes 152.471 146.666 190.162 196.208 260.283<br />
DESPESAS DE CAPITAL 285.258 225.039 299.582 240.401 331.309<br />
INVESTIMENTOS 178.217 145.805 161.603 85.215 117.601<br />
INVERSÕES FINANCEIRAS 70.832 30.222 73.919 85.655 136.407<br />
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 36.209 49.012 64.060 69.531 77.301<br />
TOTAL DAS DESPESAS (1) 1.467.005 1.711.269 1.988.769 2.124.574 2.532.030<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe<br />
Nota: valores em R$ mil a preços correntes<br />
236
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 31- Sergipe: Dívida pública (2000-2004)<br />
Em R$ mil<br />
Variáveis 2000 2001 2002 2003 2004<br />
Dívida Consolidada 1.119.216 1.181.388 1.366.891 1.363.891 1.456.211<br />
Interna 1.029.847 1.080.038 1.222.644 1.247.163 1.330.287<br />
Tesouro Nacional 360.291 353.063 353.158 339.334 313.214<br />
Lei 9.496/97 STN/COAFI 450.707 489.683 585.402 631.892 695.373<br />
Lei 9.496/97 CONTA GRÁFICA - - - - -<br />
Bancos - - - - -<br />
Caixa Econômica Federal 40.763 45.839 57.687 50.630 120.748<br />
Banco do Brasil 49.056 57.603 50.264 43.083 35.903<br />
BNDES 15.217 12.034 17.777 14.010 9.357<br />
BNB 55.896 70.070 103.163 79.332 69.290<br />
FINEP - - - - -<br />
Outras Dívidas 57.917 51.746 55.193 88.882 86.402<br />
Externa 89.369 101.350 144.247 116.233 125.924<br />
Pro-Sertão FIDA 19.922 25.461 37.735 27.285 21.683<br />
Pobreza Rural BIRD 69.447 75.889 106.512 88.948 104.241<br />
Dívida Flutuante 49.410 32.005 7.459 54.942 91.958<br />
Garantias 356.260 350.570 324.307 322.435 313.057<br />
Dívida Consolidada 1.524.886 1.563.963 1.698.657 1.740.773 1.861.226<br />
Ativo Financeiro 104.253 126.582 158.873 181.772 223.471<br />
Dívida Consolidada Líquida 1.420.633 1.437.381 1.539.784 1.559.001 1.637.755<br />
Fonte: Secretaria do Estado de Sergipe<br />
Nota os valores em R$ mil estão a preços correntes<br />
Tabela 32 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População em Idade Ativa - PIA por gênero (1992, 1999,<br />
2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas.<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
População em Idade Ativa - PIA<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 113.722,1 55.300,1 58.422,0<br />
1999 130.095,8 63.019,7 67.076,1<br />
2001 138.859,3 66.999,2 71.860,1<br />
2002 141.761,0 68.362,7 73.398,2<br />
2003 144.640,7 69.882,6 74.758,0<br />
Nordeste<br />
1992 32.345,6 15.538,4 16.807,2<br />
1999 36.596,5 17.733,1 18.863,5<br />
2001 38.461,2 18.575,1 19.886,1<br />
2002 39.199,9 18.995,6 20.204,3<br />
2003 39.872,5 19.372,9 20.499,5<br />
Sergipe<br />
1992 1.187,0 568,8 618,2<br />
1999 1.353,9 652,7 701,2<br />
2001 1.444,6 680,6 763,9<br />
2002 1.480,1 698,7 781,3<br />
2003 1.523,1 721,1 802,0<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
237
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 33 - Brasil, Nordeste e Sergipe População Economicamente Ativa - PEA por<br />
gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas.<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
População Economicamente Ativa - PEA<br />
Total Homens Mulheres<br />
1992 69.969,2 42.383,6 27.585,6<br />
1999 79.315,3 46.480,9 32.834,4<br />
2001 83.951,8 48.801,7 35.150,1<br />
2002 86.917,3 50.019,4 36.898,0<br />
2003 88.803,4 50.907,9 37.895,5<br />
Nordeste<br />
1992 19.829,8 11.961,3 7.868,5<br />
1999 22.344,5 13.133,4 9.211,1<br />
2001 22.672,7 13.392,0 9.280,7<br />
2002 23.456,8 13.823,1 9.633,6<br />
2003 23.955,8 14.084,3 9.871,5<br />
Sergipe<br />
1992 694,0 422,9 271,1<br />
1999 830,0 479,6 350,4<br />
2001 845,6 486,7 358,8<br />
2002 909,3 513,0 396,4<br />
2003<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
939,9 517,0 422,9<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
Tabela 34 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Ocupada -<br />
POC por por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000<br />
pessoas<br />
População Ocupada - POC<br />
Regiões<br />
Total Homens Mulheres<br />
Brasil (1)<br />
1992 65.395,5 40.028,4 25.367,1<br />
1999 71.676,2 42.813,0 28.863,2<br />
2001 76.098,3 45.126,8 30.971,6<br />
2002 78.958,9 46.334,2 32.624,6<br />
2003 80.163,5 46.935,1 33.228,4<br />
Nordeste<br />
1992 18.606,5 11.336,3 7.270,3<br />
1999 20.558,4 12.262,2 8.296,2<br />
2001 20.693,3 12.465,7 8.227,6<br />
2002 21.515,0 12.901,3 8.613,7<br />
2003 21.870,9 13.116,3 8.754,6<br />
Sergipe<br />
1992 645,9 396,6 249,3<br />
1999 756,0 443,5 312,5<br />
2001 747,3 446,3 301,0<br />
2002 816,6 474,2 342,4<br />
2003 855,3 482,3 372,9<br />
Fontes: IBGE - PNAD (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
238
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 35 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Desocupada por<br />
por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas<br />
Regiões<br />
Brasil (1)<br />
Total<br />
População Desocupada<br />
Homens Mulheres<br />
1992 4.573,7 2.355,1 2.218,6<br />
1999 7.639,1 3.667,9 3.971,2<br />
2001 7.853,4 3.674,9 4.178,5<br />
2002 7.958,5 3.685,1 4.273,3<br />
2003 8.640,0 3.972,8 4.667,1<br />
Nordeste<br />
1992 1.223,3 625,0 598,2<br />
1999 1.786,1 871,3 914,9<br />
2001 1.979,4 926,2 1.053,1<br />
2002 1.941,8 921,8 1.020,0<br />
2003 2.084,9 968,0 1.116,9<br />
Sergipe<br />
1992 48,1 26,3 21,8<br />
1999 74,0 36,0 37,9<br />
2001 98,3 40,5 57,8<br />
2002 92,7 38,8 54,0<br />
2003 84,6 34,6 50,0<br />
Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.<br />
239
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 36 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Ocupada por posição na ocupação (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)<br />
Regiões TOTAL Empregados<br />
Trab.<br />
Domésticos<br />
Trab. por conta<br />
prórpia<br />
Empregadores<br />
Trab. não<br />
remunerados<br />
Trab. na<br />
produção para<br />
consumo prório<br />
Trab. na<br />
construção para<br />
consumo prório<br />
240<br />
Sem<br />
declaração<br />
Brasil (1)<br />
1992 65.395.491 34.221.206 4.356.000 14.195.583 2.406.741 6.848.893 3.211.416 155.218 434<br />
1999 71.676.219 36.805.740 5.334.533 16.614.739 2.921.594 6.677.356 3.206.474 114.674 1.109<br />
2001 76.098.344 41.290.634 5.942.892 16.972.424 3.211.421 5.625.155 2.903.758 148.613 3.447<br />
2002 78.958.866 42.844.837 6.110.060 17.570.905 3.351.629 5.805.342 3.124.343 149.082 2.668<br />
2003 80.163.481 43.601.293 6.154.621 17.909.563 3.363.202 5.664.891 3.352.368 117.543 0<br />
Nordeste<br />
1992 18.606.509 7.636.406 992.213 5.218.720 448.923 3.129.569 1.134.983 45.261 434<br />
1999 20.558.387 8.096.902 1.153.222 5.989.052 553.326 3.465.509 1.274.387 25.284 705<br />
2001 20.693.269 9.010.875 1.343.701 5.816.832 568.482 2.642.535 1.280.510 29.834 500<br />
2002 21.514.958 9.394.577 1.361.702 5.934.474 645.394 2.879.788 1.262.372 35.752 899<br />
2003 21.870.947 9.483.334 1.320.810 6.102.997 614.973 2.887.119 1.429.359 32.355 0<br />
Sergipe<br />
1992 645.854 339.016 38.352 150.168 23.403 71.513 23.402 - -<br />
1999 756.024 345.963 39.221 200.886 23.912 100.122 45.601 319 -<br />
2001 747.290 383.340 43.191 200.339 20.070 66.337 33.673 340 -<br />
2002 816.612 424.646 48.599 215.995 20.327 70.196 36.532 317 0<br />
2003 855.278 425.203 47.671 234.472 23.511 80.989 43.106 326 0<br />
Fonte: IBGE – PNAD 1992, 1999, (2001, 2002, 2003 são retabulados)<br />
Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.<br />
1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 37 - Sergipe: emprego formal segundo os grupos de atividade econômica (1992 - 2003)<br />
Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Agropecuária 1.803 6.823 8.091 7.448 7.741<br />
Indústria 38.938 33.581 40.333 43.670 44.712<br />
Extrativa mineral 829 718 1.680 1.619 1.609<br />
Ind. de transformação 22.797 19.637 23.182 25.155 25.988<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 3.267 2.837 3.488 3.901 4.117<br />
Construção Civil 12.045 10.389 11.983 12.995 12.998<br />
Comércio 17.637 27.753 24.897 31.431 33.297<br />
Serviços (exceto adm. pública) 37.948 50.764 56.557 59.652 59.889<br />
Adm. Pública 62.340 76.661 88.601 97.104 99.472<br />
Outros ou ignorados 10.830 4 - - -<br />
Total 169.496 195.586 218.479 239.305 245.111<br />
Fonte: MTE-RAIS<br />
Tabela 38 – Nordeste: emprego formal nos principais setores de atividade econômica (1992-<br />
2003)<br />
Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Agropecuária 60.136 155.133 172.356 195.554 221.004<br />
Indústria 755.877 810.713 893.266 942.278 939.746<br />
Extrativa mineral 15.709 18.379 22.073 23.919 21.695<br />
Ind. de transformação 526.673 537.174 602.351 646.507 659.487<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 59.303 58.485 54.862 63.366 63.467<br />
Construção Civil 154.192 196.675 213.980 208.486 195.097<br />
Comércio 365.313 572.912 647.113 712.138 756.623<br />
Serviços (exceto adm. pública) 856.118 1.117.867 1.254.876 1.331.839 1.369.109<br />
Adm. Pública 1.123.405 1.524.895 1.587.408 1.677.588 1.808.908<br />
Outros ou ignorados 307.871 232 - - -<br />
TOTAL 3.468.720 4.181.752 4.555.019 4.859.397 5.095.390<br />
Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)<br />
Tabela 39 – Brasil: emprego formal nos principais setores de atividade econômica (1992-2003)<br />
Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Agropecuária 471.404 1.035.374 1.085.724 1.138.235 1.207.672<br />
Indústria 6.050.163 6.062.258 6.523.887 6.749.291 6.846.284<br />
Extrativa mineral 115.447 100.506 117.659 122.801 122.806<br />
Ind. de transformação 4.713.262 4.603.893 4.976.462 5.209.774 5.356.159<br />
Serviços Ind. de Utilid. Pública 317.659 309.968 296.811 310.366 319.068<br />
Construção Civil 903.795 1.047.891 1.132.955 1.106.350 1.048.251<br />
Comércio 2.644.743 3.937.911 4.487.004 4.826.533 5.119.479<br />
Serviços (exceto adm. pública) 6.143.413 7.986.034 8.773.810 9.182.552 9.378.566<br />
Adm. Pública 4.595.541 5.969.659 6.319.189 6.787.302 6.991.973<br />
Outros ou ignorados 2.367.579 2.029 - - 953<br />
TOTAL 22.272.843 24.993.265 27.189.614 28.683.913 29.544.927<br />
Fonte: MTE – RAIS<br />
241
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
Tabela 40 – Sergipe: Evolução do emprego formal e informal (1992-2003)<br />
1992 2003<br />
Atividade<br />
Formal Informal Total Formal Informal Total<br />
Agropecuária 12.676 217.784 230.460 3.864 207.686 211.550<br />
Industria 48.430 42.903 91.333 41.859 91.123 133.304<br />
Ind. de Transformação 26.327 18.850 45.177 25.115 56.347 81.784<br />
Construção 13.977 20.803 34.780 12.236 30.912 43.148<br />
Outras Ativ. Industriais 8.126 3.250 11.376 4.508 3.864 8.372<br />
Comércio e Reparação 31.207 41.604 72.811 58.926 100.785 159.711<br />
Serviços (exceto adm. pública) 100.111 113.112 213.223 149.404 132.341 281.745<br />
Transporte, Armazenagem e Comum. 11.704 12.677 24.381 15.133 28.014 43.147<br />
Educação, Saúde e Serviços Sociais 44.203 10.725 54.928 75.667 15.134 90.801<br />
Outras Atividades 44.204 89.710 133.914 58.604 89.193 147.797<br />
Administração Pública 37.377 0 37.377 56.991 0 56.991<br />
Total 229.801 415.403 645.204 311.044 531.935 843.301<br />
Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003<br />
Tabela 41 - Sergipe: População Economicamente Ativa com 10 anos ou mais de idade por<br />
faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)<br />
Faixa de rendimento (1) 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Total.......................................... 693.960 830.006 845.588 909.349 939.856<br />
Até 1/2 salário mínimo...................... 149.518 75.257 93.532 124.519 154.150<br />
Mais de ½ a 1 salário mínimo......... 142.039 187.823 175.172 251.220 228.589<br />
Mais de 1 a 2 salários mínimos........ 146.266 157.834 219.065 193.129 196.593<br />
Mais de 2 a 3 salários mínimos........ 45.509 68.558 65.640 70.507 89.151<br />
Mais de 3 a 5 salários mínimos........ 33.480 43.994 60.202 53.689 57.471<br />
Mais de 5 a 10 salários mínimos...... 27.302 40.812 29.927 37.479 31.026<br />
Mais de 10 a 20 salários mínimos.... 8.126 18.487 17.005 14.925 15.676<br />
Mais de 20 salários mínimos............ 2.925 11.800 4.763 4.446 5.876<br />
Sem rendimento (2)......................... 126.770 197.381 168.375 154.988 156.424<br />
Sem declaração............................... 12.025 28.060 11.907 4.447 4.900<br />
Fonte: IBGE - PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)<br />
Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.<br />
(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.<br />
Tabela 42 – Sergipe: População Ocupada com 10 anos ou mais de idade por faixa de<br />
rendimento médio mensal (1992 - 2003)<br />
Faixa de rendimento (1) 1992 1999 2001 2002 2003<br />
Total.......................................... 645.854 756.024 747.290 816.612 855.278<br />
Até 1/2 salário mínimo...................... 152.442 83.864 96.591 118.472 139.778<br />
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo......... 145.939 183.676 180.272 247.085 230.220<br />
Mais de 1 a 2 salários mínimos........ 132.616 148.901 197.979 174.397 183.209<br />
Mais de 2 a 3 salários mínimos........ 40.633 63.452 62.241 66.698 73.801<br />
Mais de 3 a 5 salários mínimos........ 34.130 41.128 54.079 50.194 51.925<br />
Mais de 5 a 10 salários mínimos...... 25.352 36.987 26.185 32.397 27.431<br />
Mais de 10 a 20 salários mínimos.... 5.201 15.621 15.986 12.384 13.717<br />
Mais de 20 salários mínimos............ 2.275 8.292 3.742 3.811 5.223<br />
Sem rendimento (2)......................... 96.216 147.637 98.308 107.045 125.074<br />
Sem declaração............................... 11.050 26.466 11.907 4.129 4.900<br />
Fonte: IBGE - PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)<br />
Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.<br />
(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.<br />
242
SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS<br />
243