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o construtivismo no contexto da educacao infantil - Unama

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE<br />

CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />

Patrícia de Paula Rêgo<br />

Tânia Elídia Monteiro Camorim<br />

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO<br />

INFANTIL: A VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS<br />

Belém<br />

2001<br />

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE<br />

CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />

Patrícia de Paula Rêgo<br />

Tânia Elídia Monteiro Camorim<br />

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A<br />

VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao<br />

Centro de Ciências Humanas e Educação <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Amazônia, como requisito à<br />

obtenção do Grau de Licenciatura Plena em<br />

Magistério e Administração Escolar, sob a<br />

orientação do Prof. Fernando Costa.<br />

Belém<br />

2001<br />

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE<br />

CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />

Patrícia de Paula Rêgo<br />

Tânia Elídia Monteiro Camorim<br />

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A<br />

VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS<br />

Aprovado em : _____ / _____ / _____<br />

Média: _____ / _____ / _____<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao<br />

Centro de Ciências Humanas e Educação <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Amazônia, como requisito à<br />

obtenção do Grau de Licenciatura Plena em<br />

Magistério e Administração Escolar, sob a<br />

orientação do Prof. Fernando Costa.<br />

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10<br />

A Deus, pela vi<strong>da</strong>.<br />

Aos <strong>no</strong>ssos pais,<br />

que <strong>no</strong>s ensinaram a amar e respeitar o próximo.<br />

Aos <strong>no</strong>ssos esposos,<br />

pelos incentivos que <strong>no</strong>s deram durante a graduação.<br />

Aos <strong>no</strong>ssos filhos, pela ausência.


AGRADECIMENTOS<br />

Ao professor Fernando Costa, pela orientação<br />

competente, conhecimento transmitido, conselhos,<br />

críticas, enfim, pela sua presença marcante.<br />

As escolas, que <strong>no</strong>s receberam com atenção e<br />

Interesse, as professoras, pela colaboração e<br />

participação.<br />

Em especial,<br />

A professora Maria do Socorro Costa e Silva,<br />

Diretora Pe<strong>da</strong>gógica: Escola Nuremberg Borja<br />

Filho – Fun<strong>da</strong>ção Aquarela.<br />

A professora Natália Moura de Lucena Nunes,<br />

Diretora: SESC.<br />

A professora Elza Ezil<strong>da</strong> Valente Dantas, Psicóloga:<br />

Espaço de Construção e Aprendizagem Girassol.<br />

A professora Nadir de Oliveira Moura,<br />

Psicope<strong>da</strong>goga: Escola Padre Guido Del Toro.<br />

11


RESUMO<br />

Este trabalho visa conhecer e compreender o posicionamento de<br />

educadores belenenses, sua formação profissional e sua prática docente, <strong>no</strong> trabalhado <strong>da</strong><br />

Educação Infantil com base construtivista. Está pautado em material teórico e científico de<br />

autores e segmentos, que alicerçam a Teoria Construtivista, <strong>no</strong>s referenciais e legislação<br />

brasileira que regem a Educação Infantil, amparando e respal<strong>da</strong>ndo a fun<strong>da</strong>mentação do<br />

mesmo, com uma explanação crítica e realista <strong>da</strong> situação estrutural e funcional <strong>da</strong> préescola.<br />

Dispusemo-<strong>no</strong>s a registrar resultados obtidos com a aplicação de questionários aos<br />

profissionais dessas instituições de Educação Infantil, que efetivamente abor<strong>da</strong>m o<br />

<strong>construtivismo</strong> na práxis de seu dia-a-dia. Propiciando, uma analise crítica e reflexiva,<br />

sobre a postura e a formação de educadores envolvidos <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem<br />

voltado à faixa etária de zero a seis a<strong>no</strong>s de i<strong>da</strong>de, que requer consciência e<br />

comprometimento por parte dos envolvidos, em busca <strong>da</strong> aplicação de uma educação<br />

continua<strong>da</strong> de quali<strong>da</strong>de.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Construtivismo, Educação Infantil, Brincar<br />

12


APRESENTAÇÃO<br />

Preocupa<strong>da</strong>s e intriga<strong>da</strong>s, com a árdua tarefa dos profissionais belenenses<br />

em executar de forma comprometi<strong>da</strong> e dedica<strong>da</strong>, uma <strong>no</strong>va maneira de ver e interagir a<br />

Educação com base <strong>no</strong> Construtivismo. Fomos motiva<strong>da</strong>s a pensar, sistematizar e executar<br />

este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como um requisito essencial para obtenção do<br />

grau de Licenciatura Plena em Pe<strong>da</strong>gogia – Habilitação Administração Escolar. Sentindo<br />

necessi<strong>da</strong>de de conhecer e estu<strong>da</strong>r autores Construtivistas e regimentos <strong>da</strong> Educação<br />

Infantil, que <strong>no</strong>s dessem embasamento teórico para podermos <strong>no</strong>s posicionar e registrar<br />

questões que fazem parte deste <strong>contexto</strong>.<br />

Por acreditarmos, na concepção desta Teoria e na importância <strong>da</strong><br />

Educação Infantil, que abre as “portas” do saber às <strong>no</strong>ssas crianças, priorizando o indivíduo<br />

<strong>no</strong> centro do processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem e na troca entre os sujeitos (professores e<br />

alu<strong>no</strong>s), que avaliam e são avaliados, <strong>no</strong>s voltamos a verificar e conhecer o trabalho<br />

desenvolvido em <strong>no</strong>ssa ci<strong>da</strong>de, ouvindo e registrando opiniões dos profissionais engajados<br />

nesta proposta.<br />

Sendo assim, o <strong>no</strong>sso trabalho propicia a reflexão e a critici<strong>da</strong>de, na<br />

análise investigativa de todos os interessados na Educação Infantil construtivista. Expondo<br />

idéias e opiniões de profissionais habilitados e inseridos <strong>no</strong> <strong>contexto</strong>, abrimos entendimento<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de aplica<strong>da</strong> e trabalha<strong>da</strong> nas escolas, com isso buscamos difundir e aguçar o<br />

interesse de educadores na prática educativa construtivista.<br />

Contudo, não queremos parecer sonhadoras e utópicas. Deixando claro,<br />

que a Educação Infantil ain<strong>da</strong> hoje se apresenta como um desafio, devido a graves<br />

problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos. Com uma educação pública<br />

de modo geral de baixa quali<strong>da</strong>de, com um quadro de educadores pouco qualificados e mal<br />

remunerados, estruturas físicas impróprias, mães e pais geralmente oprimidos e pouco<br />

participativos na dinâmica <strong>da</strong>s instituições, reconhecendo neste ambiente de ensi<strong>no</strong> um<br />

favor <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e não um dever e um direito do ci<strong>da</strong>dão.<br />

13


O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) e a<br />

própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases <strong>da</strong> Educação Nacional), são muito vagos em<br />

algumas definições e conceitos relacionados aos direitos e deveres do Educador na<br />

<strong>educacao</strong> <strong>infantil</strong> e <strong>da</strong> própria criança, ao espaço físico e o meio que faz parte do <strong>contexto</strong><br />

ensi<strong>no</strong>-aprendizagem.<br />

Para tanto, pauta<strong>da</strong>s em documentos que regem as leis atuais, fazemos<br />

uma leve crítica, na tentativa de chamar a atenção dos indivíduos envolvidos, levando-os a<br />

uma reflexão analítica consciente na busca de melhorias e mu<strong>da</strong>nças significativas para a<br />

Educação Infantil brasileira, que representa a base para o “futuro” <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa Nação.<br />

Sem deixar que este discurso interfira <strong>no</strong> tema de <strong>no</strong>ssa real proposta de<br />

pesquisa sobre as opiniões dos profissionais <strong>da</strong> Educação Infantil num espaço<br />

construtivista, apenas, lançamos mão desta problemática, como forma de alicerçar e<br />

aproximar os resultados <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de que a mesma vive <strong>no</strong>s dias de hoje.<br />

Sala de Aula<br />

14


1- INTRODUZINDO O PROBLEMA<br />

O Construtivismo, consolidou-se através dos estudos de Jean Piaget sobre<br />

questões cognitivas e <strong>da</strong>s relações pauta<strong>da</strong>s na troca de experiências e <strong>no</strong> interagir com o<br />

meio. Outros teóricos, como, Vygotsky, Freinet, Wallon forneceram a sustentação<br />

científica necessária à sua viabilização.<br />

O Construtivismo defende a construção progressiva de estruturas<br />

cognitivas que acontece <strong>no</strong> interior de ca<strong>da</strong> indivíduo, sendo este conhecimento fruto <strong>da</strong><br />

interação entre o sujeito e o meio, resultado <strong>da</strong> ação que o sujeito realiza sobre o objeto que<br />

deseja conhecer.<br />

Sendo assim, idealiza-se a escola como espaço prazeroso, aberto às<br />

descobertas, interessante aos olhos <strong>da</strong> criança, um lugar de extensão e manipulação e<br />

experimentação do conhecimento, com material didático apropriado à criança pequena,<br />

onde ação do professor acontece de forma investigativa (vínculo entre ensi<strong>no</strong> e pesquisa),<br />

dialógica com formação e socialização de experiências diversas inerentes a uma prática<br />

reflexiva que transforma e se reconstrói pela análise crítica. Os resultados do investimento<br />

profissional do educador não lhe pertencem à finali<strong>da</strong>de de sua ação não é propriamente<br />

sua, mas do outro.<br />

A criança aprende por si, em um espaço propício ao teste de hipóteses em<br />

um processo contínuo de fazer e refazer, onde o indivíduo é o centro do seu próprio<br />

percurso. Chamando a atenção para importância do brinquedo e do ato de brincar, como<br />

forma de comunicação e materialização de idéias e descobertas que, valorizam, estimulam e<br />

facilitam a construção do conhecimento.<br />

Nós, enquanto educadoras, acreditamos que o papel principal <strong>da</strong><br />

Educação Infantil é o de favorecer o acesso <strong>da</strong>s crianças a um universo cultural, amplo e<br />

diversificado, centrado <strong>no</strong> sujeito do conhecimento e suas interações com o <strong>contexto</strong> social.<br />

A criança, ou o ser criança não pode mais ser encarado como um “adulto em miniatura”,<br />

pois a mesma tem uma maneira particular de vivenciar o estar <strong>no</strong> mundo e com o mundo,<br />

usando o brinquedo para se manifestar, em relação ao entendimento e seus sentimentos.<br />

15


Este trabalho visa conhecer as educadoras engaja<strong>da</strong>s <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>aprendizagem,<br />

sua atuação, seu pensamento, e em que autores estão amparados na sua<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica, na Educação Infantil Construtivista <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém. Através de<br />

pesquisa de campo coletamos opiniões, fun<strong>da</strong>mentações e experiências dessas Educadoras<br />

atuantes em instituições belenenses que adotam o Construtivismo em seus Projetos<br />

Político-Pe<strong>da</strong>gógicos, que proporcionam uma visão ampla <strong>da</strong>s idéias, a prática e formação<br />

acadêmica dos profissionais <strong>da</strong> Educação Infantil construtivista em <strong>no</strong>ssa ci<strong>da</strong>de.<br />

Vale ressaltar que fora do papel e na vi<strong>da</strong> real, existem dois tipos de<br />

Educação Infantil: uma volta<strong>da</strong> à criança de classe média e alta, e outra à criança de baixa<br />

ren<strong>da</strong> (classe baixa). No primeiro tipo conseguimos encontrar todos ou quase todos os<br />

requisitos necessários para o atendimento de quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança, como: espaço físico<br />

apropriado, prática pe<strong>da</strong>gógica direciona<strong>da</strong>, profissionais capacitado e remunerado,<br />

condições de acesso e estímulos capazes de favorecer a construção do conhecimento. Já <strong>no</strong><br />

segundo tipo de educação, os itens citados são precários ou quase nulos.<br />

Com o intuito de trazer a tona à problemática <strong>da</strong> Educação Infantil seus<br />

limites e expectativas, buscamos meios de obter parâmetros de relevância em <strong>no</strong>ssa<br />

pesquisa, fazendo uma análise crítica do RCNEI, <strong>da</strong> LDB, e <strong>da</strong>s propostas e posturas<br />

sociais, citamos a avaliação como forma de consciência e apontando alguns pontos<br />

importantes <strong>no</strong> que tange a formação <strong>da</strong> criança de zero a seis a<strong>no</strong>s, mostrando brechas de<br />

uma má formulação e um desconhecimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de precária em que vivem as<br />

instituições infantis e dos profissionais diretamente envolvidos com as crianças oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

população de baixa ren<strong>da</strong>.<br />

16


2- OBJETIVOS:<br />

2.1- GERAL<br />

# Oportunizar uma reflexão critica <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> Teoria Construtivista <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> <strong>da</strong><br />

Educação Infantil, seus resultados, benefícios e contribuições <strong>no</strong> campo educacional<br />

belenense.<br />

2.2- ESPECÍFICOS<br />

# Proporcionar uma visão <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de belenense na Educação Infantil a partir <strong>da</strong>s<br />

referências <strong>da</strong> Teoria Construtivista;<br />

# Evidenciar a prática de educadores <strong>da</strong> educação <strong>infantil</strong>;<br />

# Identificar avanços, limites e dificul<strong>da</strong>des <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> <strong>da</strong> Educação Infantil de base<br />

Construtivista.<br />

17


3- CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

A concepção Construtivista é um conjunto articulado de princípios em<br />

que se faz possível diag<strong>no</strong>sticar, julgar e tomar decisões fun<strong>da</strong>mentais sobre o ensi<strong>no</strong>. É um<br />

referencial excludente, mas aberto, na medi<strong>da</strong>, em que ain<strong>da</strong> deve aprofun<strong>da</strong>r muito em<br />

seus próprios postulados e na medi<strong>da</strong> em que precisa enriquecer-se, em geral e para ca<strong>da</strong><br />

situação educativa concreta, partindo <strong>da</strong>quilo que se possui e ir progredindo à medi<strong>da</strong> que<br />

as condições o permitam.<br />

O Construtivismo é filho do movimento iluminista, fiel defensor <strong>da</strong><br />

capaci<strong>da</strong>de humana de guiar-se pela razão, e através dela criar e recriar o mundo. Afirma<br />

que o desenvolvimento intelectual é determinado pela relação do sujeito com o meio. A<br />

Teoria baseia-se em que o ser huma<strong>no</strong> não nasce inteligente, e também não é totalmente<br />

mol<strong>da</strong>do pela força do meio, pelo contrário, interage com o meio respondendo aos<br />

estímulos exter<strong>no</strong>s e de acordo com seu desenvolvimento orgânico, analisando,<br />

organizando e construindo seu conhecimento.<br />

Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e epistemólogo, estudou o<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> inteligência, do nascimento à maturi<strong>da</strong>de do ser huma<strong>no</strong>, analisando a<br />

evolução do raciocínio. É tido como o pai do Construtivismo, a linha pe<strong>da</strong>gógica mais<br />

difundi<strong>da</strong> entre professores que defendem a “Escola Ativa” em contraposição à “Escola<br />

Tradicional”. Piaget tem seus estudos respal<strong>da</strong>dos cientificamente e registrados em diversas<br />

obras publica<strong>da</strong>s, que dão base consistente a Teoria Construtivista. Também outros<br />

estudiosos, obtiveram resultados relevantes,<strong>no</strong> estudo do desenvolvimento huma<strong>no</strong>, que<br />

reforçam a construção do conhecimento e a essência <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem construtivista.<br />

" Na teoria de Piaget, a auto<strong>no</strong>mia do sujeito é afirma<strong>da</strong> em alto e bom<br />

tom! É certamente por esse motivo, alias, que vários apaixonados pelo<br />

humanismo, ou seja, aqueles para os quais o ser huma<strong>no</strong> goza de grande<br />

estima, sentem-se atraídos pela teoria construtivista. Diga-se de<br />

passagem que ca<strong>da</strong> um de nós cientistas huma<strong>no</strong>s, via de regra,<br />

escolhemos seguir uma teoria tanto pela ética que ela traduz quanto pelos<br />

<strong>da</strong>dos empíricos e coerência conceitual que contém" (Yves,1992, p.112).<br />

18


Nesta linha e com objetivo de fun<strong>da</strong>mentar a Teoria Construtivista,<br />

lembramos alguns cientistas humanistas, dentre eles: Henry Wallon (1879-1962), filósofo<br />

e médico, estudou o desenvolvimento <strong>da</strong> inteligência humana, acreditando na construção<br />

mútua, sujeito e objeto, afetivi<strong>da</strong>de e inteligência, onde tudo está ligado a tudo, além de<br />

estar em permanente devir. Acredita na ação pe<strong>da</strong>gógica que preserve tanto quanto<br />

discipline, uma vez que depende <strong>da</strong> preservação <strong>da</strong>s idéias originais a possibili<strong>da</strong>de do<br />

pensamento criador, passando com segurança à construção do conhecimento.<br />

Com o mesmo objetivo de fun<strong>da</strong>mentar a Teoria Construtivista, buscamos<br />

outro humanista: Lev S. Vygotsky (1896-1934), formado em literatura e direito, estudou<br />

medicina e os fatores biológicos e sociais do desenvolvimento psicológico huma<strong>no</strong>. Para<br />

ele a aprendizagem é fun<strong>da</strong>mental para o desenvolvimento desde o nascimento <strong>da</strong> criança;<br />

A aprendizagem desperta processos inter<strong>no</strong>s de desenvolvimento que só podem ocorrer<br />

quando o indivíduo interage com as outras pessoas; O processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem que<br />

ocorre na escola, propicia o acesso dos membros imaturos <strong>da</strong> cultura letra<strong>da</strong> ao<br />

conhecimento construído e acumulado pela ciência.<br />

Contudo, não podemos deixar de ressaltar que os teóricos humanistas<br />

acima citados, fazem parte de linhas, correntes e segmentos que se contrapõem e se<br />

confrontam em suas polêmicas abor<strong>da</strong>gens, diferenciando e separando radicalmente seus<br />

seguidores, que são chamados distintamente de Piagetia<strong>no</strong>s, Wallonia<strong>no</strong>s e Vygotskia<strong>no</strong>s.<br />

A princípio, pareceu-<strong>no</strong>s incoerente mencioná-los em uma mesma<br />

abor<strong>da</strong>gem. Porém, constatamos que tais teóricos humanistas influenciam e contribuem<br />

com a base <strong>da</strong> Teoria Construtivista e a formação de Educadores atuantes. Logo, a<br />

instauração de uma ligação entre eles reforça a sustentação <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa pesquisa. Sem <strong>no</strong>s<br />

aprofun<strong>da</strong>rmos em seus estudos, para não fugirmos do <strong>no</strong>sso tema principal, evidenciamos<br />

algumas interpretações sintetiza<strong>da</strong>s que respal<strong>da</strong>m, amparam e colaboram na<br />

fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong> teoria em questão.<br />

A Teoria Construtivista, traz consigo a amplitude do <strong>no</strong>vo em detrimento<br />

do tradicional, na ver<strong>da</strong>de é uma ruptura com o tradicional, na vontade de edificar a<br />

aprendizagem consistente como um desafio na arte de ensinar, em uma ação pe<strong>da</strong>gógica<br />

que envolve dois pólos: o ensi<strong>no</strong> e a aprendizagem, representados, respectivamente pelo<br />

professor e pelo alu<strong>no</strong>.<br />

19


Os teóricos construtivistas não têm, em princípio, como preocupação<br />

científica o estudo do “ensi<strong>no</strong>" e sim "aprendizagem". De modo mais preciso, não estão<br />

voltados à questão do "como ensinar, mas ao como o indivíduo aprende". “O como<br />

ensinar" é tarefa a que devem se dedicar os especialistas em educação, aproveitando os<br />

avanços teóricos conquistados por esses pesquisadores.<br />

" Os teóricos do <strong>construtivismo</strong> constatam que o alu<strong>no</strong> é sujeito de sua<br />

própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo<br />

inteligente em busca <strong>da</strong> compreensão do mundo que o rodeia,<br />

automaticamente estão <strong>da</strong>ndo uma grande "dica" aos educadores, e<br />

lançando também um grande desafio. É como se dissessem: "sejam o<br />

centro do processo de ensi<strong>no</strong>; criem, junto com os alu<strong>no</strong>s, os seus<br />

próprios caminhos; descubram alternativas pe<strong>da</strong>gógicas em sala de aula"<br />

(Rosa, 1997, p.41).<br />

Nesse sentido, Rosa (1997) <strong>no</strong>s mostra com clareza o papel do professor<br />

mediador, que a ca<strong>da</strong> momento, em ca<strong>da</strong> experiência, toma decisões pe<strong>da</strong>gógicas<br />

conscientes: nunca está limitado a corrigir, pois além de informar, ele pode problematizar,<br />

questionar, aju<strong>da</strong>r a construir, descobrindo alternativas pe<strong>da</strong>gógicas em sala de aula<br />

baseado em sua experiência. Não existem “fórmulas" nem "receitas" na ação do professor,<br />

apenas, o dia-a-adia e o trabalho mostrará o caminho certo, onde o indivíduo é o centro do<br />

seu próprio percurso em direção ao conhecimento.<br />

Ao abor<strong>da</strong>r a Teoria Construtivista, como referencial útil para a análise,<br />

reflexão e atuação na Educação Infantil, não estamos propondo um referencial igualmente<br />

útil para todos os âmbitos em que o professor deve mover-se, nem estamos apontando uma<br />

fórmula suficiente para obter um ensi<strong>no</strong> de quali<strong>da</strong>de. Quisemos precisamente esboçar o<br />

que ele representa, bem como aquilo que consideramos que deveria caracterizar uma<br />

"teoria" útil para os professores, para que tanto as virtuali<strong>da</strong>des quanto às limitações<br />

possam ficar evidentes <strong>no</strong> processo de aprendizagem <strong>infantil</strong>. Desta forma, evidenciamos o<br />

posicionamento de Vygotsky, com relação à instituição escolar <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>aprendizagem,<br />

participante direto do desenvolvimento <strong>da</strong> criança.<br />

20


"... a particular importância <strong>da</strong> instituição escola nas socie<strong>da</strong>des<br />

letra<strong>da</strong>s: os procedimentos de instrução delibera<strong>da</strong> que nela ocorrem (e<br />

aqui destaca-se a transmissão de conceitos inseridos em sistema de<br />

conhecimento articulado pelas diversas disciplinas cientificas) são<br />

fun<strong>da</strong>mentais na construção dos processos psicológicos dos indivíduos<br />

dessas socie<strong>da</strong>des" ( Kohl, 1992, p.32).<br />

Com esta afirmação, podemos verificar que a obtenção do êxito <strong>no</strong><br />

processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem é fun<strong>da</strong>mental na construção dos processos psicológicos dos<br />

indivíduos, assim, aparecem algumas inquietações; questioná-se a quali<strong>da</strong>de de uma “boa<br />

escola", uma “educação eficiente", e o desafio de como uma escola pode aproximar-se de<br />

ca<strong>da</strong> um e aju<strong>da</strong>r ca<strong>da</strong> um a progredir.<br />

Portanto, para desven<strong>da</strong>rmos estas inquietações não devemos <strong>no</strong>s deter<br />

apenas <strong>no</strong> desempenho do professor, mas também, <strong>no</strong> bem estar que a escola oferece e ao<br />

desenvolvimento geral <strong>da</strong> criança.<br />

Como explica Piaget, o desenvolvimento do indivíduo consiste em um<br />

processo de equilibração progressiva de suas dimensões sociais, de equilíbrio pessoal e<br />

cognitivo. A criança gra<strong>da</strong>tivamente vai elaborando <strong>no</strong>vos conhecimentos, pautados na<br />

experiência e na interação com o meio físico social. Observa-se, a relação entre o<br />

desenvolvimento e a aprendizagem.<br />

Para Vygotsky, a aprendizagem <strong>da</strong> criança se dá desde o seu nascimento e<br />

se efetiva mais rapi<strong>da</strong>mente com a aquisição <strong>da</strong> linguagem a ca<strong>da</strong> aprendizagem efetiva<strong>da</strong>,<br />

chama-se desenvolvimento real sério o primeiro nível, enquanto o segundo nível, Vygotsky<br />

chamou de desenvolvimento potencial, este concretizado com o auxílio do adulto, mais<br />

gra<strong>da</strong>tivamente a criança (re) elabora outros a partir do auxílio/aju<strong>da</strong> de outrem. Neste<br />

<strong>contexto</strong>, observa-se a importância do adulto/outrem, que se manifesta <strong>no</strong> papel <strong>da</strong> escola e<br />

<strong>no</strong> educador.<br />

" ...A intervenção pe<strong>da</strong>gógica provoca avanços que não ocorreriam<br />

espontaneamente. A importância <strong>da</strong> intervenção delibera<strong>da</strong> de um<br />

indivíduo sobre outros como forma de promover desenvolvimento<br />

articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é<br />

fun<strong>da</strong>mental para o desenvolvimento desde o nascimento <strong>da</strong> criança. A<br />

aprendizagem desperta processos inter<strong>no</strong>s de desenvolvimento que só<br />

podem ocorrer quando o indivíduo interage com as outras<br />

pessoas..."(Kohl,1992, p.33).<br />

21


Observamos, a importância do ambiente educacional <strong>infantil</strong> direcionado<br />

ao desenvolvimento e bem estar <strong>da</strong> criança interagindo e intervindo <strong>no</strong> auxílio do processo<br />

ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, na construção de seus mecanismos sensório-motor, afetivo e<br />

cognitivo, utilizando-se dos conceitos espontâneos adquiridos através dos fatores orgânicos<br />

inerentes do ser huma<strong>no</strong> <strong>da</strong> interação com o mundo ao encontro <strong>da</strong> cultura letra<strong>da</strong> e do<br />

conhecimento.<br />

" A concepção construtivista <strong>da</strong> aprendizagem e do ensi<strong>no</strong> parte do fato<br />

óbvio de que a escola torna acessível aos seus alu<strong>no</strong>s, aspectos <strong>da</strong> cultura<br />

que são fun<strong>da</strong>mentais para seu desenvolvimento pessoal, e não só <strong>no</strong><br />

âmbito cognitivo; a educação é motor para o desenvolvimento,<br />

considerando globalmente, e isso também supõe incluir as capaci<strong>da</strong>des<br />

de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e<br />

motora." (Coll e Solé, 1998, p.19).<br />

Dentro desta perspectiva, vem o reforço de que o ambiente escolar se faz<br />

muito importante na aprendizagem, pois, a intensa ativi<strong>da</strong>de mental, que se prática na<br />

mesma, adquire algumas características peculiares. Embora, muitas vezes as crianças<br />

apren<strong>da</strong>m na escola coisas que não estavam previstas e programa<strong>da</strong>s, devido às<br />

necessi<strong>da</strong>des e interesses que vão surgindo. Contudo, é indispensável uma programação<br />

prévia do currículo, <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des e conteúdos, por parte do corpo docente, que são<br />

determinados e direcionados pelos órgãos competentes às diversas faixas etárias e níveis de<br />

ensi<strong>no</strong>, com base nas leis <strong>da</strong> Educação Nacional.<br />

Os conteúdos escolares constituem um reflexo e uma seleção <strong>da</strong>queles<br />

aspectos <strong>da</strong> cultura, cuja aprendizagem considera-se que contribuirá para o<br />

desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s e sua socialização, na medi<strong>da</strong> que os aproximam <strong>da</strong> cultura do<br />

seu meio social. Apesar disso, não devemos esquecer que a criança constrói gra<strong>da</strong>tivamente<br />

seu próprio conhecimento tendo sua raiz na experiência – experimentação, aonde ca<strong>da</strong><br />

experiência vai se construindo, associando, re-elaborando em outros conhecimentos.<br />

22


" Para Piaget a aprendizagem tem mais chance de ser efetiva<strong>da</strong> quando<br />

pauta<strong>da</strong> sobre as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> criança.<br />

Primeiro, porque o interesse parte <strong>da</strong> própria criança, revelando que o<br />

seu nível de organização mental está apto a realizar tal aquisição, já que<br />

a necessi<strong>da</strong>de traz implícitas as formas ou estruturas cognitivas <strong>da</strong>s quais<br />

a criança dispõe. Segundo, porque a aprendizagem passa a ser o meio<br />

através do qual a necessi<strong>da</strong>de pode ser satisfeita, a aprendizagem passa a<br />

ser necessária." (Palangana,1994, p.73)<br />

Assim, consideramos que na aprendizagem interferem os aspectos sociais,<br />

culturais, políticos do <strong>contexto</strong> e os aspectos afetivos relacionais e, em geral, tudo o que<br />

costuma ser incluído nas capaci<strong>da</strong>des de equilíbrio pessoal, pois quando aprendemos, <strong>no</strong>s<br />

envolvemos globalmente na aprendizagem, e o processo e seu resultado também<br />

repercutem em nós de maneira global.<br />

Por isso, o que se cria <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, é algo mais que<br />

a possibili<strong>da</strong>de de construir significados sobre conteúdos concretos. É a possibili<strong>da</strong>de de<br />

construir o dever, a moral, a justiça pessoal nas relações sociais, aspectos essenciais na<br />

convivência humana e na interação <strong>da</strong> criança com o mundo.<br />

Wallon, ressalta que a construção do eu é um processo combinado ao<br />

inacabado, pois pressentirá sempre dentro de ca<strong>da</strong> um, que conceitua como “fantasma do<br />

outro”. É <strong>no</strong>tório que sempre nós estamos refazendo atitudes, posturas e opiniões, diante de<br />

determina<strong>da</strong>s situações <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e ou de concepções construí<strong>da</strong>s diante do meio, o que<br />

pensamos ontem nunca será a concepção que temos hoje.<br />

A educação, é o mecanismo pelo qual a criança será trabalha<strong>da</strong> em seus<br />

aspectos físico-psíco-emocional, proporcionando uma reconstrução do eu individual e<br />

social através <strong>da</strong> cooperação e nunca <strong>da</strong> coação imposta <strong>no</strong> passado e <strong>da</strong> falta de<br />

consciência, pelo tradicionalismo. O ato de “educar”, deve ser vivido com plenitude, se<br />

imortalizando na troca <strong>da</strong>s relações com “o outro”.<br />

" Para Piaget, as relações de coação são contraditórias com o<br />

desenvolvimento intelectual <strong>da</strong>s pessoas a elas submeti<strong>da</strong>s. No caso<br />

especifico <strong>da</strong>s crianças, ela reforça o egocentrismo, que, entre outras<br />

coisas, representa justamente a dificul<strong>da</strong>de de se colocar <strong>no</strong> ponto de<br />

vista do outro e assim estabelecer, com ele, relações de reciproci<strong>da</strong>de.<br />

Numa relação de coação, a criança está condena<strong>da</strong> a muito crer e a na<strong>da</strong><br />

saber, como escrevia Rousseau. No que tange à moral, na coação, há<br />

somente respeito unilateral (pelas leis impostas ou pelas autori<strong>da</strong>des que<br />

se revelaram ou se impuseram), além de uma assimilação deformante <strong>da</strong>s<br />

23


azoes de ser <strong>da</strong>s diversas regras (realismo moral). Em uma palavra, <strong>da</strong><br />

coação deriva-se a hetero<strong>no</strong>mia moral.<br />

As relações de cooperação (co-operação, como às vezes escreveu Piaget<br />

para sublinhar a etimologia do termo) são simétricas; portanto regi<strong>da</strong>s<br />

pela reciproci<strong>da</strong>de. São relações constituintes, que pedem, pois, mútuos<br />

acordos entre os participantes, uma vez que as regras não são <strong>da</strong><strong>da</strong>s de<br />

antemão. Somente com a cooperação, o desenvolvimento intelectual e<br />

moral pode ocorrer, pois ele exige que os sujeitos se descentram para<br />

poder compreender o ponto de vista alheio. No que tange à moral, <strong>da</strong><br />

cooperação derivam o respeito mútuo e a auto<strong>no</strong>mia." (Yves,1992, p.59).<br />

Com esta citação, dissertar sobre a coação, seria <strong>no</strong> mínimo redun<strong>da</strong>nte, e<br />

reforçar os resultados desastrosos que todos nós educadores conhecemos e vivenciamos<br />

com Escola Tradicional. Em contra-parti<strong>da</strong>, percebe-se, a importância <strong>da</strong>s relações<br />

escolares, vivi<strong>da</strong>s com respeito ao outro e cooperação entre todos. Neste espaço é<br />

importante ressaltar que o professor precisará sempre aprender em relação ao seu alu<strong>no</strong> e<br />

em relação a si mesmo.<br />

Ninguém sabe tudo, é preciso não se esquecer disso. Tanto o professor<br />

quanto o alu<strong>no</strong> possuem um modelo de aprendizagem e é preciso conhecê-lo. Logo, o<br />

movimento de conhecer e produzir precisam ser um desafio para melhor conhecer-se e<br />

aju<strong>da</strong>r ao outro, sem culpa ou onipotência, mas com a responsabili<strong>da</strong>de do espírito de<br />

cooperação e troca.<br />

" ... a concepção construtivista assume todo um conjunto de postulados<br />

em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong> consideração do ensi<strong>no</strong> como um processo conjunto,<br />

compartilhado, <strong>no</strong> qual o alu<strong>no</strong>, graças à aju<strong>da</strong> que recebe do professor,<br />

pode mostrar-se progressivamente competente e autô<strong>no</strong>mo na resolução<br />

de tarefas, na utilização de conceitos, na prática de determina<strong>da</strong>s atitudes<br />

e em numerosas questões.<br />

É uma aju<strong>da</strong> porque é o alu<strong>no</strong> que realiza a construção; mas é<br />

imprescindível, porque essa aju<strong>da</strong>, que varia em quali<strong>da</strong>de e quanti<strong>da</strong>de,<br />

que é continua<strong>da</strong> e transitória e que se traduz em coisas muito diversas..."<br />

(Solé e Cool, 1998, p.22/23).<br />

Neste <strong>contexto</strong>, na busca de uma “Escola” melhor, é importante levar os alu<strong>no</strong>s a<br />

compreender o significado do que estu<strong>da</strong>m, relacionando seu conteúdo com conhecimentos<br />

prévios, com as experiências pessoais, a avaliar o que vai sendo realizado e a perseverar até<br />

conseguir um grau elevado de compreensão. Naturalmente, se um alu<strong>no</strong> não conhece o<br />

propósito <strong>da</strong>s tarefas escolares e não pode relacionar esse propósito à compreensão <strong>da</strong>quilo<br />

24


que implica a tarefa e as suas próprias necessi<strong>da</strong>des, muito dificilmente poderá realizar<br />

aquilo que o estudo envolve em profundi<strong>da</strong>de.<br />

" O espaço <strong>da</strong> escola é o território privilegiado à transmissão do<br />

conhecimento, definindo-se através <strong>da</strong>s funções que necessariamente são<br />

fixas e incorpora<strong>da</strong>s pelos atores - professores e alu<strong>no</strong>s. Lembramos,<br />

contudo, que, dependendo do papel cumprido pelo professor, redefinir-seá<br />

ou não o lugar que ca<strong>da</strong> um deve ou deverá ocupar <strong>no</strong> laço social com<br />

o saber." (Keil e Monteiro, 1992, p.183).<br />

Partindo <strong>da</strong> constatação de Keil e Monteiro (1992) sobre o ambiente<br />

escolar, chama-se atenção para a criança de zero a seis a<strong>no</strong>s, pois o adulto de amanhã será<br />

formado hoje, principalmente na escola que se refere à educação <strong>infantil</strong>. (O Referencial<br />

Curricular Nacional de Educação Infantil, v.1, 1998, p.21) explícita que devemos<br />

considerar que:<br />

" A criança como todo ser huma<strong>no</strong> é um sujeito social e histórico e faz<br />

parte de uma organização familiar que está inseri<strong>da</strong> em uma socie<strong>da</strong>de,<br />

com uma determina<strong>da</strong> cultura, em um determinado momento histórico.<br />

As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como<br />

seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio."<br />

Percebe-se que o RCNEI atentou para a importância <strong>da</strong> criança <strong>no</strong><br />

<strong>contexto</strong> social e cultural e sua maneira particular de vivenciar o estar <strong>no</strong> mundo e com o<br />

mundo. Portanto faz-se de grande importância o espaço educacional direcionado à<br />

educação <strong>infantil</strong>, e todos os envolvidos <strong>no</strong> processo pe<strong>da</strong>gógico, onde:<br />

" Educar significa, portanto, propiciar situações de cui<strong>da</strong>dos,<br />

brincadeiras e aprendizagens orienta<strong>da</strong>s de forma integra<strong>da</strong> e que<br />

possam contribuir para o desenvolvimento <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des infantis de<br />

relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica<br />

de aceitação, respeito e confiança e o acesso pelas crianças, aos<br />

conhecimentos mais amplos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de social e cultural." (RCNEI,<br />

1998, p.23).<br />

Nesse sentido, o referencial curricular <strong>infantil</strong>, apresenta um conceito<br />

claro em defesa à Teoria Construtivista e na construção do conhecimento, utilizando-se de<br />

to<strong>da</strong> a bagagem social, cultural e cognitiva <strong>da</strong> criança em função <strong>da</strong> aprendizagem, usando<br />

mecanismo que a mesma, está acostuma<strong>da</strong> a vivenciar e utiliza <strong>no</strong> seu dia-a-dia,<br />

25


espeitando e valorizando sentimentos. O sentido <strong>da</strong> educação <strong>infantil</strong> é oportunizar<br />

condições à criança de ter uma aprendizagem significativa que possibilite seu ingresso <strong>no</strong><br />

universo social de forma crítica e participativa.<br />

Na concepção construtivista, aprendemos quando somos capazes de<br />

elaborar uma representação pessoal sobre um objeto <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de ou conteúdo que<br />

pretendemos aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo<br />

com a finali<strong>da</strong>de de apreendê-lo ; não se trata de uma aproximação vazia, a partir do na<strong>da</strong>,<br />

mas a partir <strong>da</strong>s experiências, interesses e conhecimentos prévios que, presumi<strong>da</strong>mente<br />

possam <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> <strong>no</strong>vi<strong>da</strong>de.<br />

Assim, para que <strong>no</strong> ambiente escolar ocorra uma aprendizagem com<br />

sucesso, é preciso que o professor considere na organização do trabalho educativo, o perfil<br />

social, físico, cognitivo e emocional de seus alu<strong>no</strong>s, objetivando uma relação de troca e<br />

confiança, onde se realizará um trabalho sério e comprometido com a liber<strong>da</strong>de de<br />

expressão.<br />

" Para que as aprendizagens infantis ocorram, é preciso que o professor<br />

considere, na organização do trabalho educativo:<br />

- A interação com crianças <strong>da</strong> mesma i<strong>da</strong>de e de i<strong>da</strong>des diferentes em<br />

situações diversas como fator de promoção <strong>da</strong> aprendizagem e do<br />

desenvolvimento e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de relacionar-se;<br />

- Os conhecimentos prévios de qualquer natureza, que as crianças já<br />

possuem sobre o assunto, já que elas aprendem por meio de uma<br />

construção interna ao relacionar suas idéias com as <strong>no</strong>vas informações<br />

de que dispõem e com as interações que estabelece;<br />

- A individuali<strong>da</strong>de e a diversi<strong>da</strong>de;<br />

- O grau de desafio que as ativi<strong>da</strong>des apresentam e o fato de que devem ser<br />

significativas de maneira integra<strong>da</strong> para as crianças e o mais próximas<br />

possíveis <strong>da</strong>s práticas sociais reais;<br />

- A resolução de problemas como forma de aprendizagem." (RCNEI, 1998,<br />

v.1, p.30).<br />

Como define, o Referencial Curricular de Educação Infantil, para que <strong>no</strong><br />

ambiente escolar ocorra aprendizagem com sucesso é preciso que o professor considere na<br />

organização do trabalho educativo o conhecimento <strong>da</strong> criança que irá trabalhar, mediante<br />

um prévio-son<strong>da</strong>gem, diante de ca<strong>da</strong> criança que compõe sua turma para que o mesmo<br />

possa fazer um perfil sócio-físico cognitivo e emocional de seus alu<strong>no</strong>s e a partir <strong>da</strong>s<br />

26


informações colhi<strong>da</strong>s poderá realizar um trabalho educativo sério e comprometi<strong>da</strong>s com a<br />

liber<strong>da</strong>de de expressão.<br />

Logo, educar na Educação Infantil, é <strong>da</strong>r a criança condições de ter uma<br />

aprendizagem significativa que possibilite seu ingresso <strong>no</strong> universo social de forma crítica e<br />

participativa. Respeitando o indivíduo e seus limites, que vive em constante processo de<br />

nascimento, um “ser” singular, na busca de um desenvolvimento harmonioso. Construindo,<br />

inventando, sempre dentro <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des e do campo de possibili<strong>da</strong>des.<br />

" ... os critérios proporcionados pela concepção construtivista podem e<br />

devem orientar também o apoio que as autori<strong>da</strong>des educativas dão à<br />

escola, apoio na organização, na formação, na assessoria... Só<br />

abor<strong>da</strong>ndo de forma integra<strong>da</strong> a ação educativa ela poderá responder às<br />

múltiplas expectativas que nela se depositam." (Solé e Cool, 1998, p.27).<br />

É ver<strong>da</strong>de que a concepção construtivista não pode atender a tudo que diz<br />

respeito à escola e o trabalho de seus colaboradores. Estando sua função e utili<strong>da</strong>de,<br />

diretamente relaciona<strong>da</strong> a questões questionadoras <strong>da</strong> educação e porque se faz explicar,<br />

servindo de base teórica para conduta e postura do professor.<br />

Assim, devemos usar como base à concepção construtivista e outras que<br />

facilitem e favoreçam a tarefa educativa. Temos consciência que a educação <strong>infantil</strong> é<br />

muito complexa. Contudo, cabe a nós educadores atuarmos com comprometimento, falando<br />

<strong>no</strong> momento oportu<strong>no</strong> e calando para poder ouvir, na luta por melhores condições de<br />

trabalho, sem acomo<strong>da</strong>ção e em constante reflexão.<br />

SALA DE AULA<br />

27


4- ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O REFERENCIAL<br />

CURRICULAR NACIONAL E A LEI DA DIRETRIZES E BASES<br />

NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

Percebemos, que a idonei<strong>da</strong>de do <strong>no</strong>sso trabalho depende de uma análise<br />

crítica do Referencial Curricular Nacional e <strong>da</strong> Lei de Diretrizes e Bases Nacional para<br />

Educação Infantil, pois, até aqui só havíamos <strong>no</strong>s referido ao RCNEI, como forma de<br />

reforço às <strong>no</strong>ssas afirmações. Faremos também referências sobre o ECA – Estatuto <strong>da</strong><br />

Criança e do Adolescente, ao<br />

MEC – Ministério <strong>da</strong> Educação e Desporto, com sua Coordenação Geral de Educação<br />

Infantil (Coedi) e as IEI – Instituições de Educação Infantil.<br />

Procuramos uma análise, que situe o leitor <strong>da</strong> real condição nacional <strong>da</strong><br />

Educação Infantil, sem idealizar com distorções de interpretações, nem tampouco,<br />

radicalizar com uma visão fatalista, apenas, apontando os erros e acertos, propiciando<br />

assim, a reflexão e a ação na busca de mu<strong>da</strong>nças e melhorias.<br />

Em 1990, foi aprova<strong>da</strong> a lei 8.069/90 – O ECA, ao regulamentar o art.227<br />

<strong>da</strong> Constituição Federal, insere as crianças <strong>no</strong> mundo dos Direitos Huma<strong>no</strong>s,<br />

reconhecendo-as como pessoas em condições peculiares de desenvolvimento, não as<br />

considerando como adultos e garantindo-lhes seus direitos. Tornando a criança um ci<strong>da</strong>dão,<br />

com direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de<br />

conhecer, direito de sonhar e de opinar.<br />

" Com a Constituição Federal de 1988 e o ECA, o Brasil adere<br />

formalmente à concepção <strong>da</strong> criança como sujeito de direitos, detentor de<br />

potenciali<strong>da</strong>des a serem desenvolvi<strong>da</strong>s, em sintonia com as <strong>no</strong>rmativas<br />

internacionais: Declaração Universal dos Direitos <strong>da</strong> Criança (Unicef,<br />

1959) e Convenção sobre os Direitos <strong>da</strong> Criança." (ONU/Unicef, 1989)<br />

(Leite Filho,2001, p.31).<br />

28


Depois, deste grande passo em relação aos direitos <strong>da</strong> criança, em 1994, o<br />

MEC, através <strong>da</strong> Coedi, assume o compromisso de propor a formulação de uma Política<br />

Nacional de Educação Infantil, com a publicação de uma série de documentos de especial<br />

significação para Educação Infantil. Documentos escritos de forma objetiva e clara, tendo<br />

como leitor o professor de creches e pré-escolas. Assim, registra-se uma grande conquista<br />

para Educação Infantil com uma proposta pe<strong>da</strong>gógica coerente.<br />

" Os conhecidos cader<strong>no</strong>s <strong>da</strong> Coedi – com carinhas de crianças – são:<br />

“Subsídios para a elaboração de diretrizes e <strong>no</strong>rmas para a educação<br />

<strong>infantil</strong>” (1998); “Propostas pe<strong>da</strong>gógicas e currículo para educação<br />

<strong>infantil</strong>: um diag<strong>no</strong>stico e a construção de uma metodologia de analise”<br />

(1996); “Critérios para um atendimento em creches e pré-escolas que<br />

respeitem os direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> criança” (1995); “Educação<br />

Infantil <strong>no</strong> Brasil: situação atual” (1994); “Por uma política de formação<br />

do profissional de educação <strong>infantil</strong>” (1994); “Política de educação<br />

<strong>infantil</strong> (Proposta)” (1993) e “Política Nacional de Educação Infantil”<br />

(1994) (Leite Filho,2001, p.32).<br />

Em 20 de dezembro de 1996 é aprova<strong>da</strong> a Lei de Diretrizes e Bases <strong>da</strong><br />

Educação Nacional (9.394/96), a LDB, e com ela três artigos especiais para a Educação<br />

Infantil. Resultado <strong>da</strong> crescente mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil e dos movimentos em favor<br />

<strong>da</strong> criança (Constituição (1988), ECA (1990) e a Política Nacional de Educação Infantil<br />

(1994)).<br />

Porém, infelizmente, pode-se dizer que a questão legislativa aprova<strong>da</strong> em<br />

1996, é muitas vezes ilustrativa <strong>no</strong> que se refere à Educação Infantil, partindo do ponto<br />

princípio que a Lei deixa claro que a Educação Infantil faz parte <strong>da</strong> Educação Básica,<br />

assim, limita e não esclarece seu real papel <strong>no</strong> sistema educacional.<br />

" Art.29 A educação Infantil, primeira etapa <strong>da</strong> educação básica, tem<br />

como finali<strong>da</strong>de o desenvolvimento integral <strong>da</strong> criança até seis a<strong>no</strong>s de<br />

i<strong>da</strong>de, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,<br />

complementando a ação <strong>da</strong> família e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de." (Carneiro,1998,<br />

p.95).<br />

Outro ponto, que <strong>no</strong>s parece importante salientar <strong>da</strong> Lei, é a afirmação<br />

que a Educação para a criança de zero a seis a<strong>no</strong>s é um dever do Estado que se efetiva<br />

29


mediante atendimento em creches e pré-escolas, não é obrigatória, o que significa que não<br />

há responsabili<strong>da</strong>de do Estado em promover vagas.<br />

Observa-se, o antagonismo existente na escrita <strong>da</strong> Lei, que isenta o<br />

Estado de um direito elementar <strong>da</strong> criança, o que, favorece o descaso e a negligencia <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de para com a Educação Infantil.<br />

Percebemos, uma omissão e uma “eco<strong>no</strong>mia” <strong>da</strong> Lei, que determina o<br />

atendimento estatal gratuito. Porém, e a Emen<strong>da</strong> 14 à Constituição Federal definiu a<br />

responsabili<strong>da</strong>de do município em relação às creches. Logo, os recursos para a Educação<br />

Infantil são significativamente oriundos <strong>da</strong>s contribuições sociais que, como é sabido, são<br />

calcula<strong>da</strong>s com base na folha de pagamento <strong>da</strong>s empresas. Por isso, não mantém o mesmo<br />

patamar. E assim, vê-se mais uma vez o descaso e a falta de amparo que sofre o segmento.<br />

Com relação, a formação do profissional, somente o perfil dos<br />

professores, aparece como alvo de atenção do Ministério – de Educação Infantil, com<br />

formação comum em nível médio ou universitário. Fica claro que está ocorrendo nesse<br />

momento uma contradição entre o que o MEC, acordou em documentos anteriores e o que<br />

está em vias de definição como modelo para a consoli<strong>da</strong>ção de um perfil profissional pelo<br />

viés <strong>da</strong> escolarização.<br />

" Art.62 . A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á<br />

em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em<br />

universi<strong>da</strong>des e institutos superiores de educação, admiti<strong>da</strong> como<br />

formação mínima para o exercício do magistério na educação <strong>infantil</strong> e<br />

nas quatro primeiras series do ensi<strong>no</strong> fun<strong>da</strong>mental, a ofereci<strong>da</strong> em nível<br />

médio na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de <strong>no</strong>rmal." (Leite Filho,2001, p.39).<br />

A Lei diz que o professor após a déca<strong>da</strong> de estudo deverá portar um<br />

diploma universitário. Nota-se que a Lei cita apenas o professor. Contudo, até o momento<br />

não houve nenhuma manifestação do MEC e mesmo <strong>da</strong>s Secretarias de Educação <strong>no</strong><br />

sentido de alocar recursos para a formação de profissionais para o setor.<br />

Com base <strong>no</strong> referencial teórico e <strong>no</strong> RCNEI, percebemos um grande<br />

retrocesso dos avanços já alcançados. Publicado em 1998, pelo MEC- Ministério <strong>da</strong><br />

Educação e Desporto. Composto por três volumes, e 234 páginas em sua primeira versão,<br />

foi revisto e reduzido para 160 páginas, com aju<strong>da</strong> de pareceres de profissionais ligados a<br />

30


Educação Infantil. Também percebi<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças em alguns tópicos e alterações <strong>no</strong>s <strong>no</strong>mes<br />

dos âmbitos de experiências. Em relação aos de<strong>no</strong>minados componentes curriculares,<br />

houve alterações <strong>no</strong> sumário.<br />

O RCNEI, não tem valor legal, constitui-se apenas num conjunto de<br />

sugestões para professores de creches e pré-escolas. Não devendo ser usado como receita e<br />

sim, sugestões que podem servir de subsídios para o trabalho docente em educação <strong>infantil</strong>.<br />

O desafio é tornar o RCNEI real, junto aos profissionais <strong>da</strong> área e a própria produção do<br />

conhecimento.<br />

Contudo, não abordou questões como as condições do ambiente, a razão,<br />

adulto/criança, a adequação do espaço físico, a formação de vínculos do educador e a<br />

rotativi<strong>da</strong>de do profissional <strong>da</strong> creche ocasiona<strong>da</strong> em grande parte por sua baixa<br />

remuneração e a própria formação.<br />

Outro ponto importante, é que o Referencial não contempla a questão <strong>da</strong>s<br />

diversas cama<strong>da</strong>s sociais. Com propostas importantes para as classes altas, porém, não<br />

considera a reali<strong>da</strong>de nas cama<strong>da</strong>s populares. O que cria brechas na aplicação <strong>da</strong> Educação,<br />

com relação aos direitos <strong>da</strong> criança em ser vista de forma, imparcial e sem rótulos e<br />

preconceitos.<br />

A linguagem do Referencial, também apresenta uma falta de clareza em<br />

seu desti<strong>no</strong>, se direciona<strong>da</strong> aos técnicos e especialistas <strong>da</strong> área, é trunca<strong>da</strong> e não faz avançar<br />

a produção do conhecimento. Se destina<strong>da</strong> aos educadores desconhece a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

formação precária encontra<strong>da</strong> em grande parte dos profissionais diretamente envolvidos<br />

com as crianças.<br />

O RCNEI, é cheio de lacunas e cabe a nós pesquisadores e envolvidos<br />

com a educação de crianças de zero a seis a<strong>no</strong>s lutar para que a especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação<br />

<strong>infantil</strong> seja garanti<strong>da</strong>. A ausência de debate acadêmico causa uma proliferação dos<br />

modismos e frases feitas. Portanto, a modificação ocorri<strong>da</strong> <strong>no</strong> Referencial a partir dos<br />

pareceres, ain<strong>da</strong> não se fez em uma versão definitiva, fazendo-se necessário uma discussão<br />

<strong>da</strong> organização curricular para as instituições de educação <strong>da</strong> criança pequena.<br />

O recorte institucional situa-se na sua destinação social entre assistência e<br />

educação. O que diferencia as instituições são o público e a faixa etária atendi<strong>da</strong>. A<br />

31


vinculação de creches e pré-escolas ao <strong>no</strong>sso sistema educacional representa uma<br />

conquista. Contudo, infelizmente boa parte <strong>da</strong> população brasileira não tem acesso.<br />

Isso significa dizer que a criança pequena e suas necessi<strong>da</strong>des devem ser<br />

prioriza<strong>da</strong>s, conhecendo e compreendendo que para ela conhecer o mundo envolve o afeto,<br />

o prazer e o desprazer, a fantasia, o brincar e o movimento, a poesia, as ciências, as artes<br />

plásticas e dramáticas, a linguagem, a música e a matemática. Que para ela, a brincadeira é<br />

uma forma de linguagem, assim como a linguagem é uma forma de brincadeira. E tudo,<br />

independe de sua cama<strong>da</strong> social ou de seu poder aquisitivo.<br />

Em 17 de dezembro de 1998, a conselheira do Conselho Nacional de<br />

Educação (CNE, Câmara de Educação Básica), professora Regina Alcântara de Assis,<br />

relata e aprova o parecer 022/98 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação<br />

Infantil, constituindo-se numa doutrina sobre Princípios, Fun<strong>da</strong>mentos e Procedimentos <strong>da</strong><br />

Educação Básica, definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de<br />

Educação, que orientará as instituições de educação <strong>infantil</strong> – (IEI) dos Sistemas Brasileiros<br />

de Ensi<strong>no</strong>, na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas<br />

pe<strong>da</strong>gógicas (Propostas Pe<strong>da</strong>gógicas <strong>da</strong>s Instituições de Educação Infantil). Representa<br />

uma importante contribuição para o trabalho de educadores <strong>da</strong> Educação Infantil.<br />

Este parecer, infelizmente faz alusão a uma política que ain<strong>da</strong> não está<br />

defini<strong>da</strong>, quando afirma, uma integração do estado e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, participante <strong>da</strong>s<br />

famílias <strong>no</strong> cui<strong>da</strong>do e educação de seus filhos entre zero e seis a<strong>no</strong>s, o mesmo não<br />

representa uma medi<strong>da</strong> “man<strong>da</strong>tória”, ficando a critério <strong>da</strong>s equipes pe<strong>da</strong>gógicas a decisão<br />

de adotar as Propostas Pe<strong>da</strong>gógicas <strong>da</strong>s Instituições de Educação Infantil na íntegra ou<br />

associa-la a outras propostas.<br />

"Como é sabido, existe uma grande defasagem entre o que é postulado na<br />

legislação e o que efetivamente acontece na relações entre os indivíduos<br />

na socie<strong>da</strong>de. Como diz Saviani (2000, p.7) “... o Estado brasileiro não se<br />

revelou, ain<strong>da</strong>, capaz de democratizar o ensi<strong>no</strong>, estando distante <strong>da</strong><br />

organização de uma educação pública democrática de âmbito nacional.”<br />

(Leite Filho, 2001, p.46)<br />

Assim, observa-se que o direito <strong>da</strong> criança em ser um ci<strong>da</strong>dão e ter acesso<br />

a educação <strong>infantil</strong> está garantido. O que não assegura, que a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s crianças<br />

brasileiras tenha mu<strong>da</strong>do, nem mesmo que as creches e pré-escolas tenham modificado sua<br />

32


postura e seus trabalhos pe<strong>da</strong>gógicos, seguindo os regimentos legais e constitucionais que<br />

regem o país.<br />

5- AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

Nos últimos a<strong>no</strong>s, as questões referentes à avaliação passaram a ter um<br />

crescente papel nas análises, reflexões e debates pe<strong>da</strong>gógicos. São muitas as razões e<br />

maneiras que podem explicar esse papel, assim como o caráter apaixonado, o tom<br />

categórico e mesmo até as dificul<strong>da</strong>des que às vezes parecem atingir os debates e propostas<br />

que, sobre os mais variados e diversos aspectos <strong>da</strong> avaliação, são produzidos e formulados<br />

<strong>no</strong>s foros profissionais. Poucas situações ou mesmo tarefas colocam tantas dúvi<strong>da</strong>s e<br />

podem chegar a criar tantas contradições para nós professores, independentemente dos<br />

níveis educacionais em que estejamos atuando, como as relaciona<strong>da</strong>s à avaliação e às<br />

atuações ou decisões associa<strong>da</strong>s a ela.<br />

O discurso pe<strong>da</strong>gógico atualmente <strong>no</strong>s oferece uma série de reflexões e<br />

propostas sobre avaliação. Expressões e conceitos como os de avaliação formativa e<br />

avaliação somatória, passaram a fazer parte de <strong>no</strong>ssa abor<strong>da</strong>gem profissional. Logo,<br />

sabemos que há diferentes tipos de avaliação e de que ela pode e deve desempenhar<br />

funções diferentes. Assumimos que não basta só avaliar <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s e suas<br />

aprendizagens, mas que também é necessário avaliarmos o <strong>no</strong>sso desempenho profissional.<br />

A integração entre o processo de ensi<strong>no</strong> e o de avaliação exige a<br />

utilização de formas de ensi<strong>no</strong> totalmente abertas, nas quais as próprias ativi<strong>da</strong>des, a<br />

organização grupal e as relações entre professor e alu<strong>no</strong> permitam um conhecimento<br />

constante do grau de aproveitamento do trabalho realizado. Assim, o conhecimento <strong>da</strong><br />

forma como se aprende – concretizando, na concepção construtivista <strong>da</strong> aprendizagem,<br />

implica que todo processo de avaliação seja composto por fases diferentes.<br />

Entendemos, que a aprendizagem é o resultado do esforço inteligente de<br />

ver e conhecer o mundo, onde, o indivíduo interage com os outros, levantando hipóteses,<br />

reelaborando e construindo seus próprios conceitos, onde o sujeito passa a ser o autor de<br />

33


sua própria aprendizagem. E o professor assume o papel de mediador ou orientador, de<br />

facilitador <strong>da</strong> aprendizagem.<br />

Nesta linha, a concepção construtivista, busca a construção <strong>da</strong> avaliação,<br />

onde, o desejo do professor e o desejo do alu<strong>no</strong> devem estar em sinergia, criando o mesmo<br />

enredo. Nesta interação, facilita<strong>da</strong> pelo diálogo, que se sustenta <strong>no</strong> respeito e na troca de<br />

idéias, eluci<strong>da</strong>ndo e permitindo ao professor a compreensão sobre o nível de assimilação e<br />

reconstrução do conhecimento que a criança apresenta.<br />

Lançando mão, de todos esses embasamentos construtivistas e a<br />

legislação nacional, que rege a educação <strong>infantil</strong>, encontramos os parâmetros necessários à<br />

execução de uma justa, refleti<strong>da</strong> e consciente avaliação, <strong>no</strong> que tange o processo ensi<strong>no</strong>aprendizagem.<br />

" Art. 30 Na educação <strong>infantil</strong> a avaliação far-se-á mediante<br />

acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de<br />

promoção, mesmo para o acesso ao Ensi<strong>no</strong> Fun<strong>da</strong>mental."<br />

(Carneiro,1998, p.97).<br />

Desta, forma fica claro que a avaliação <strong>da</strong> criança pequena, deve ser feita<br />

através do acompanhamento do desenvolvimento e do processo de observação, com<br />

respectivo registro e não o de promoção de nível escolar. Com base, nesta Lei <strong>da</strong> <strong>no</strong>va<br />

LDB, percebemos que todos os conceitos e referências construtivistas, vêm de encontro,<br />

reforçando os anseios e posturas de educadores comprometidos com uma ação pe<strong>da</strong>gógica,<br />

que: Orienta a criança, deixando-se dirigir por ela; deixa o raciocínio avançar à sua<br />

maneira; dá incentivo à continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> experiência; usa o diálogo como forma de<br />

interrogar e diag<strong>no</strong>sticar; deixa a interação social desenvolver a escala de valores, a<br />

reciproci<strong>da</strong>de de sentimentos e a auto<strong>no</strong>mia <strong>da</strong> consciência.<br />

6 – O BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

À medi<strong>da</strong> que as estruturas cognitivas vão sendo construí<strong>da</strong>s, assumem<br />

mobili<strong>da</strong>de e complexi<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez maiores, os sentimentos interindividuais e a<br />

34


afetivi<strong>da</strong>de interior se desenvolvem e se organizam de maneira ca<strong>da</strong> vez mais estável, a<br />

partir <strong>da</strong>s relações <strong>da</strong> criança com adultos e outras crianças.<br />

“O brinquedo tem um significado próprio, criado pelas crianças.<br />

Crianças e brinquedos possuem uma estreita identi<strong>da</strong>de. O brincar<br />

é possível a partir do poder de construir...”(Scocco, 1997,p. 17)<br />

Assim, torna-se importante que a criança tenha, desde cedo, muitas<br />

oportuni<strong>da</strong>des de agir sobre o seu meio, de experimentar, repetir ações, consoli<strong>da</strong>ndo seus<br />

esquemas recém-construídos, tornando-os mais facilmente aplicáveis e aumentando a<br />

probabili<strong>da</strong>de de êxito <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> educacional.<br />

Os resultados <strong>da</strong>s experiências realiza<strong>da</strong> pela criança sobre seu meio<br />

físico e social, propiciam a construção dos esquemas motores, aju<strong>da</strong>m na obtenção <strong>da</strong><br />

autoconfiança (quando realiza com êxito alguma tarefa), do respeito, <strong>da</strong> socialização e <strong>da</strong><br />

auto-estima, que servem como estímulos na construção do conhecimento.<br />

É importante frisar, que o ambiente se mostra como recurso facilitador na<br />

construção de vínculos entre as pessoas e o tipo de relações estabeleci<strong>da</strong>s entre os pares e<br />

com os adultos, a oportuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> troca, <strong>da</strong> comunhão de idéias de experiências e <strong>da</strong><br />

socialização, preparam o indivíduo para o mundo globalizado e interativo.<br />

Desta forma, resgatamos o brincar prazeroso inerente ao indivíduo, onde,<br />

a alegria se faz presente. Com auxílio do brinquedo, concreto e materializado (carrinho,<br />

bola, boneca, aviãozinho, casinha, etc.), manipulado e transformado pela criança, e através,<br />

<strong>da</strong>s representações do brincar com o brinquedo, a criança se integra ao mundo de maneira<br />

equilibra<strong>da</strong>, crítica, participativa e consciente.<br />

Assim, <strong>no</strong> brincar, o pensar, o compartilhar, o conhecer, o significar, o<br />

saber, o aprender, são ingredientes indispensáveis para construção do conhecimento ple<strong>no</strong>,<br />

onde, as fantasias externas e internas do mundo <strong>infantil</strong> são compartilha<strong>da</strong>s e socializa<strong>da</strong>s<br />

com o “outro” e com o meio. Fazem parte do brincar, to<strong>da</strong>s as formas de expressão, que<br />

deixam a criança livre para se comunicar e interagir com o grupo e com o meio criando e<br />

recriando a vi<strong>da</strong>.<br />

Em sua materialização externa e interna, a criança pequena também faz<br />

uso do desenho, ela necessita deste recurso para representar símbolos que, além, de<br />

35


desenvolver o lado sensório-motor, serve de comunicação com o mundo e com o “outro”. O<br />

desenho para a criança é um tipo de linguagem, que expressa em suas formas, traçados,<br />

cores e linhas, uma história, um sentimento, uma idéia, uma emoção, enfim, uma<br />

identi<strong>da</strong>de capaz de desven<strong>da</strong>r fatores individuais, registrados como meio de expressão do<br />

indivíduo.<br />

“...Numa visão pós-moderna, poderíamos dizer que <strong>da</strong>r condição à<br />

criança de desenhar livremente, contribui para ampliar a sua forma de<br />

raciocinar e criar, pois ela estará exercitando a arte de conjugar<br />

imaginação e lógica, emoção e memória.”(Oliveira,1998, p.22).<br />

Os jogos, representam outra maneira de brincar e socializar, com o<br />

objetivo de transmitir às crianças confiança em si mesmas, e ao mesmo tempo conhecer<br />

suas habili<strong>da</strong>des e limitações. Aju<strong>da</strong>m, a despertar <strong>no</strong> indivíduo, o respeito ao próximo e os<br />

sentimentos de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, a integração com os outros e com o meio. Para o êxito do<br />

mesmo, educador deve conversar sobre o objetivo, as regras, comparar joga<strong>da</strong>s, justificar,<br />

como forma de potencializar os efeitos do jogo de regras <strong>no</strong> desenvolvimento do<br />

pensamento. Ao conhecer e aceitar as regras a criança percebe limites e busca formas de<br />

posicionamento que facilitem seu desempenho.<br />

“... os alu<strong>no</strong>s têm a oportuni<strong>da</strong>de de refletir sobre a experiência e<br />

elaborá-la, num processo simultaneamente pessoal e social. ...através<br />

<strong>da</strong>s regras explicitas e implícitas <strong>da</strong> utilização do material, <strong>da</strong> experimentação,<br />

<strong>da</strong> observação, <strong>da</strong> demonstração, a criança ultrapassa o<br />

nível do desenvolvimento espontâneo de estruturas cognitivas<br />

elementares – ações e percepções -, para desenvolver estruturas mentais<br />

superiores, qual sejam, abstrações, relações, análises e sínteses,<br />

inferências, generalizações, que emergem num processo socialmente<br />

mediado.”(Golbert,1999, p.44).<br />

36


Outras ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s, através dos jogos, são os incentivos manuais,<br />

musicais, adivinhações, exercício de motrici<strong>da</strong>de, dramatizações e outros, que favorecem o<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> criança e a construção do conhecimento em diversas áreas, como a<br />

matemática.<br />

Através, <strong>da</strong>s breves explanações sobre, o brinquedo, o desenho os jogos e<br />

suas diversas representações, foi possível entender a importância dos mesmos para o<br />

desenvolvimento cognitivo, psíquico e motor <strong>da</strong> criança, onde, seu uso e interferência<br />

favorecem a integração do indivíduo com o mundo social. O ato de brincar representa uma<br />

habili<strong>da</strong>de nata, ou seja, uma forma de expressão inerente do ser huma<strong>no</strong>. Logo, fica claro a<br />

importância de sua utilização na educação <strong>infantil</strong> como forma de construção do<br />

conhecimento, objetivando valorizar o indivíduo, respeitar seus limites, fazendo dele o<br />

centro do processo ensi<strong>no</strong>-aprendizado.<br />

A educação <strong>infantil</strong> construtivista, visa através do brinquedo, socializar o<br />

indivíduo e levar à criança a construção do conhecimento e ao controle de seu próprio<br />

corpo, descobrindo suas habili<strong>da</strong>des de maneira distinta e em situações lúdicas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

cotidiana, lançando mão de instrumentos que a mesma conhece e que lhe são familiares,<br />

assim, levando-a a sentir-se à vontade, para se expressar e se comunicar, criar e recriar,<br />

fazer e desfazer .O brincar abre <strong>no</strong>vas possibili<strong>da</strong>des de crescimento individual e social, <strong>no</strong><br />

ingresso ao mundo letrado e seus segmentos.<br />

Onde, o papel do professor é o de intermediar e valorizar essas ações,<br />

criando meios de facilitar e de proporcionar momentos de prazer e alegria, que despertam<br />

na criança a segurança, o respeito e a cumplici<strong>da</strong>de para com o mesmo, facilitando a troca<br />

de experiências, o desenvolvimento dos sentidos e a construção do conhecimento.<br />

37


Sala de Brinquedo<br />

38


7- METODOLOGIA<br />

1- Participantes: 12 profissionais liga<strong>da</strong>s à Educação Infantil, atuantes em escolas<br />

construtivistas, sendo uma particular e 3 (três) públicas, faixa etária, escolari<strong>da</strong>de,<br />

tempo de atuação.<br />

2- Local: A pesquisa desenvolveu-se nas dependências <strong>da</strong>s escolas pesquisa<strong>da</strong>s que<br />

utilizam a Teoria Construtivista na educação <strong>infantil</strong>.<br />

3- Instrumentos / técnicas - Foram utilizados como instrumentos e técnicas:<br />

Questionários com quesitos abertos aplicados às professoras e técnicas.<br />

4- Procedimentos:<br />

1º Passo: As pesquisadoras solicitaram ofícios à Coordenação do Curso de Pe<strong>da</strong>gogia a<br />

serem encaminhados às escolas.<br />

2º Passo: De posse dos ofícios, as pesquisadoras dirigiram-se às escolas onde a<br />

pesquisa foi realiza<strong>da</strong>.<br />

3º Passo: As pesquisadoras apresentaram o Projeto à Direção DAs escolas informandolhes<br />

sobre seus objetivos e solicitando permissão para a realização do trabalho.<br />

4º Passo: Obtido o consentimento, as pesquisadoras agen<strong>da</strong>ram <strong>da</strong>ta, horário e local<br />

para aplicação dos questionários com os profissionais que se dispuseram a participar<br />

espontaneamente <strong>da</strong> pesquisa.<br />

5º passo: No dia, horário e local combinados, as pesquisadoras aplicaram os<br />

questionários garantindo aos informantes o tratamento ético <strong>da</strong>s informações<br />

apresenta<strong>da</strong>s.<br />

6º Passo: Em dia, local e horário combinados as pesquisadoras realizaram os<br />

questionários com a Coordenação Pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong>s escolas pesquisa<strong>da</strong>s.<br />

39


8- RESULTADOS<br />

8.1- EQUIPE TÉCNICA:<br />

Com respeito a i<strong>da</strong>de, as entrevista<strong>da</strong>s variam entre 29 a 54 a<strong>no</strong>s, sendo<br />

que uma pertence à faixa etária dos 20, três dos 30 e uma dos 50. (Ver tabela 01).<br />

TABELA Nº 01: IDADE DOS PARTICIPANTES<br />

IDADE PARTICIPANTES %<br />

29 01 20<br />

35 a 39 03 60<br />

54 01 20<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

tabela nº 02).<br />

Com respeito à formação acadêmica, to<strong>da</strong>s possuem curso superior. (Ver<br />

TABELA Nº 02: REFERENTE À FORMAÇÃO ACADÊMICA<br />

CURSO PARTICIPANTES %<br />

Superior Completo 05 100<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

40


Com respeito ao Curso de Pós-Graduação, verificou que 04 <strong>da</strong>s<br />

entrevista<strong>da</strong>s possuem o Curso.. (Ver tabela 03).<br />

TABELA Nº 03: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />

PÓS-GRADUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

Gestão Escolar 01 25<br />

Psicope<strong>da</strong>gogia 03 75<br />

TOTAL 04 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito ao tempo de atuação na área, observamos que a<br />

maioria exerce a profissão a mais de 10 a<strong>no</strong>s. (Ver tabela nº 04)<br />

TABELA Nº 04: TEMPO DE ATUAÇÃO NA ÁREA<br />

TEMPO DE ATUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

08 01 20<br />

16 a 22 03 60<br />

34 01 20<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

41


Com respeito a área de atuação, observamos que a maioria atua como<br />

Coordenado pe<strong>da</strong>gógica. (Ver tabela nº 05).<br />

TABELA Nº 05: ÁREA DE ATUAÇÃO<br />

ÁREA DE ATUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

Coordenadora Pe<strong>da</strong>gógica 03 60<br />

Psicope<strong>da</strong>goga <strong>da</strong> Ed. Infantil 01 20<br />

Diretora Pe<strong>da</strong>gógica 01 20<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 01: “ Na sua opinião, qual a importância <strong>da</strong><br />

educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena?”. Verificou-se que <strong>da</strong>s 05 pessoas<br />

pesquisa<strong>da</strong>s, to<strong>da</strong>s responderam a questão<br />

As respostas foram organiza<strong>da</strong>s em categorias, de acordo com o critério<br />

de semelhanças de respostas abaixo relaciona<strong>da</strong>s (ver tabela nº 06). Adotou-se o mesmo<br />

critério em to<strong>da</strong>s as questões.<br />

Resposta tipo A: Relaciona a importância <strong>da</strong> educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena<br />

a socialização e ao desenvolvimento intelectual e global. Ex: “No momento que se propõe<br />

para uma criança a vi<strong>da</strong> escolar, observamos uma <strong>da</strong>s primeiras mu<strong>da</strong>nças em sua vi<strong>da</strong>.<br />

Ela terá oportuni<strong>da</strong>des de socializar-se e perceber a presença do outro, além <strong>da</strong> escola<br />

contribuir para seu desenvolvimento cognitivo e motor”.<br />

Resposta tipo B: Resposta vaga, confusa: “A importância depende <strong>da</strong> educação que o<br />

educador trabalhar”.<br />

42


TABELA Nº 06: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA VIDA DA CRIANÇA<br />

PEQUENA.<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 04 80<br />

TIPO B 01 20<br />

TOTAL 05 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 02: “ Como você avalia a Educação Infantil<br />

atualmente na ci<strong>da</strong>de de Belém?” observou-se que to<strong>da</strong>s as pesquisa<strong>da</strong>s responderam a<br />

pergunta. Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões . (Ver tabela nº 7).<br />

Resposta tipo A: A educação vista a nível teórico, está tomando outra dimensão, porém, na<br />

prática há distorções. Ex: “A Educação Infantil, atualmente, na ci<strong>da</strong>de de Belém, está tendo<br />

uma outra dimensão, vista a nível teórico o próprio embasamento legal <strong>da</strong> <strong>no</strong>va LDB<br />

9394/96. Contudo, na prática ocorrem ain<strong>da</strong> as distorções espontaneístas.”<br />

Resposta tipo B: A educação está an<strong>da</strong>ndo em passos lentos. Ex: “São poucas as<br />

iniciativas, os projetos, as propostas educativas que se voltam à criança de 0 a 6 a<strong>no</strong>s.<br />

Algumas instituições particulares têm procurado modificar suas ações didáticas, to<strong>da</strong>via<br />

continuam a atender a parcela privilegia<strong>da</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Falta investimento <strong>no</strong>s recursos<br />

huma<strong>no</strong>s e na capacitação técnica desses profissionais.”<br />

Resposta tipo C: Não tem <strong>da</strong>dos para responder esta pergunta. Ex: “ A avaliação a nível<br />

de Belém não tenho <strong>da</strong>dos para responder esta pergunta.”<br />

43


TABELA Nº 07: AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE BELÉM.<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 01 20<br />

TIPO B 02 40<br />

TIPO C 02 40<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 03: “ Para você o que é Construtivismo e em<br />

quais autores sua escola se fun<strong>da</strong>menta para desenvolver sua proposta pe<strong>da</strong>gógica?<br />

Observamos que 06 <strong>da</strong>s pessoas pesquisa<strong>da</strong>s não conseguiram responder de forma clara a<br />

pergunta.As entrevista<strong>da</strong>s citaram vários autores construtivistas <strong>no</strong>s quais fun<strong>da</strong>mentam sua<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica, porém, verificou-se que os mais citados foram: Jean Piaget; Vigotsky,<br />

Emília Ferreiro, Freinet, Paulo Freire, Esther Grossi, César Coll e Ma<strong>da</strong>lena Freire.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 08).<br />

Resposta tipo A: Define o Construtivismo como uma abor<strong>da</strong>gem teórica <strong>da</strong> educação que<br />

considera o indivíduo ativo em seu próprio processo de construção do conhecimento. Ex:<br />

“ É a linha teórico - prática que oportuniza o educando a construir seu próprio processo<br />

de aprendizagem, respeitando suas individuali<strong>da</strong>des sociais e culturais.”<br />

Resposta tipo B: Define o Construtivismo como um referencial teórico, onde o que<br />

importa é o indivíduo. EX: “ É um referencial teórico, uma reflexão para embasar a ação,<br />

o que importa <strong>no</strong> Construtivismo é a pessoa, uma pessoa, que é contextual (história de vi<strong>da</strong><br />

e pessoal), que sente e pensa.”<br />

Resposta tipo C: Respostas vaga, confusa: Ex: “ Construtivismo é todo esse conhecimento<br />

que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro, etc. nós deixaram para que<br />

possamos respal<strong>da</strong>r a <strong>no</strong>ssa prática como educadores.”<br />

44


TABELA Nº 08: DEFINIÇÃO DE CONSTRUTIVISMO<br />

TIPO DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 03 60<br />

TIPO B 01 20<br />

TIPO C 01 20<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 04: “ Para você, qual a maior contribuição<br />

que o Construtivismo traz para a Educação Infantil? Observamos que <strong>da</strong>s 05 pessoas<br />

pesquisa<strong>da</strong>s, to<strong>da</strong>s responderam à questão, porém, 01 deu resposta evasiva.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 09).<br />

Resposta tipo A: Relaciona a contribuição a um <strong>no</strong>vo olhar sobre criança. Ex: “ O<br />

Construtivismo realizou uma ver<strong>da</strong>deira revolução <strong>no</strong> que se refere ao ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> leitura<br />

e <strong>da</strong> escrita.<br />

Graças aos estudos realizados pelo Construtivismo, o problema <strong>da</strong> alfabetização<br />

deixou de ser estu<strong>da</strong>do apenas do ponto de vista do adulto e passou a ser levado em<br />

consideração ao posicionamento <strong>da</strong> criança.”<br />

Resposta tipo B: Relaciona a contribuição à construção do conhecimento, através <strong>da</strong>s<br />

relações interpessoais. Ex: “ Exatamente a possibili<strong>da</strong>de que a construção, o encontro<br />

com o outro, os espaços interativos grupais é que desencadeiam a aprendizagem<br />

significativa.”<br />

Resposta tipo C: Relaciona a contribuição ao resgate, valorização e respeito por todo o<br />

conhecimento prévio do alu<strong>no</strong>. EX: “ Acredito que o Construtivismo veio contribuir<br />

para o resgate, a valorização e respeito, <strong>da</strong>quilo que o educando traz como “material”<br />

para a construção de si como dinâmica e dialógica.”<br />

45


Resposta tipo D: Resposta evasiva: EX: “ Não existe a maior contribuição, pois, ca<strong>da</strong><br />

teoria contribui para uma parcela de conhecimento para que possamos realizar uma<br />

práxis que aten<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong>des desse período pós-moder<strong>no</strong>.”<br />

TABELA Nº 09: CONTRIBUIÇÃO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO<br />

INFANTIL<br />

TIPO DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 01 20<br />

TIPO B 02 40<br />

TIPO C 01 20<br />

TIPO D 01 20<br />

TOTAL 05 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 05: “ Você acredita que o Construtivismo,<br />

enquanto uma proposta pe<strong>da</strong>gógica atende as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> criança?”. A pergunta<br />

foi realiza<strong>da</strong> com 05 pessoas.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 10).<br />

Resposta tipo A: Atende, desde que os profissionais não façam interpretações errôneas a<br />

respeito do Construtivismo. Ex: “Sim, as crianças têm necessi<strong>da</strong>de de falar, criar, brincar,<br />

ampliar suas informações, ter respostas as suas perguntas e curiosi<strong>da</strong>des. O<br />

Construtivismo dá essa garantia, desde que os profissionais consigam desenvolver essa<br />

teoria.”<br />

Resposta tipo B: Veio contribuir, mas não se deve fechá-la como determinante. Ex: “<br />

Acredito que veio contribuir e fomentar um olhar diferente para as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

criança. Mas, que não se deve e nem pode fechá-la determinante, como a<br />

“transformadora” <strong>da</strong> Educação Infantil.<br />

46


TABELA N º 10: O CONSTRUTIVISMO ATENDE AS NECESSIDADES DA<br />

CRIANÇA.<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 03 60<br />

TIPO B 02 40<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito a questão nº 06 : “ Você acredita que o Construtivismo<br />

representa um avanço para a Educação Infantil?”. Observou-se que <strong>da</strong>s 5 pessoas<br />

pesquisa<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s responderam à questão.<br />

Adotou-se o mesmo critério de em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 11).<br />

Resposta tipo A: Afirma que o Construtivismo representa um avanço para a Educação<br />

Infantil. Ex: “ Sim, a Teoria Construtivista se afirma ca<strong>da</strong> vez mais ao <strong>no</strong>sso ensi<strong>no</strong> pela<br />

consistência e pela eficácia dos seus resultados na aprendizagem.”<br />

TABELA Nº 11: O AVANÇO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO<br />

INFANTIL<br />

TIPO DE RESPOSTA Nº DE RESPOSTA %<br />

TIPO A 05 100<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

47


8.2- PROFESSORAS:<br />

Com respeito à i<strong>da</strong>de, variam entre 25 a 49 a<strong>no</strong>s, sendo que duas<br />

pertence à faixa etária dos 20, três à dos 30 e duas à dos 40. (Ver tabela 01).<br />

TABELA Nº 01: IDADE DOS PARTICIPANTES<br />

IDADE PARTICIPANTES %<br />

25 a 29 02 28,57<br />

30 a 39 03 42,86<br />

40 a 49 02 28,57<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

curso superior. (Ver tabela nº 02).<br />

Com respeito à formação acadêmica, apenas duas professora possuem<br />

TABELA Nº 02: REFERENTE À FORMAÇÃO ACADÊMICA<br />

CURSO PARTICIPANTES %<br />

Magistério Completo 02 28,57<br />

Superior Incompleto 03 42,86<br />

Superior Completo 02 28,57<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

48


Com respeito ao Curso de Pós-Graduação, verificou que DAs sete<br />

entrevista<strong>da</strong>s, apenas uma possui curso de Pós-Graduação. (Ver tabela 03).<br />

TABELA Nº 03: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />

PÓS-GRADUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

Alfabetização Infantil 01 14,28<br />

TOTAL 01 14,28<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito ao tempo de atuação na área, observamos que a<br />

maioria exerce a profissão há mais de 05 a<strong>no</strong>s. (Ver tabela nº 04)<br />

TABELA Nº 04: TEMPO DE ATUAÇÃO NA ÁREA<br />

TEMPO DE ATUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

5 a10 04 57,14<br />

12 a 15 02 28,58<br />

20 a 22 01 14,28<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

49


TABELA Nº 05: ÁREA DE ATUAÇÃO<br />

ÁREA DE ATUAÇÃO PARTICIPANTES %<br />

Profª. de Alfabetização 02 28,57<br />

Profª. Jardim II 03 42,86<br />

Profª. Jardim I 02 28,57<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 01: “ Na sua opinião, qual a importância <strong>da</strong><br />

educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena?”. Verificou-se que <strong>da</strong>s 07 pessoas<br />

pesquisa<strong>da</strong>s, to<strong>da</strong>s responderam a questão<br />

As respostas foram organiza<strong>da</strong>s em categorias, de acordo com o critério<br />

de semelhanças de respostas abaixo relaciona<strong>da</strong>s (ver tabela nº 06).<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões.<br />

Resposta tipo A: Relaciona a importância <strong>da</strong> educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena<br />

à socialização e ao desenvolvimento intelectual. Ex: “No momento que se propõe para uma<br />

criança a vi<strong>da</strong> escolar, observamos uma <strong>da</strong>s primeiras mu<strong>da</strong>nças em sua vi<strong>da</strong>. Ela terá<br />

oportuni<strong>da</strong>des de socializar-se e perceber a presença do outro, além <strong>da</strong> escola contribuir<br />

para seu desenvolvimento cognitivo e motor”.<br />

TABELA Nº 06: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA VIDA DA CRIANÇA<br />

PEQUENA.<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 05 100<br />

TOTAL 05 100<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

50


Com respeito à questão nº 02: “Como você definiria a criança?”.<br />

Observou-se que to<strong>da</strong>s responderam à pergunta.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 07).<br />

Resposta tipo A: Define a criança como ser histórico e construtor de seu próprio<br />

conhecimento. Ex: Como um ser histórico na socie<strong>da</strong>de, capaz de transformar e adquirir<br />

conhecimentos, levando em consideração o que já sabem. ”<br />

Resposta tipo B: Define a criança como um ser capaz de pensar e transformar o mundo.<br />

Ex: “ Um ser capaz de pensar e transformar o mundo, construindo seu próprio<br />

conhecimento.”<br />

Resposta tipo C: Define a criança como um ser em construção. Ex: “ É um ser em<br />

construção que precisa ser trabalhado na sua totali<strong>da</strong>de.”<br />

Resposta tipo D: Define a criança como um ser que precisa do social para desenvolver a<br />

inteligência. Ex: “ É um ser que precisa do social, <strong>da</strong> escola para desenvolver as<br />

estruturas necessárias para a inteligência.”<br />

TABELA Nº 07: DEFINIÇÃO DE CRIANÇA<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 02 28,57<br />

TIPO B 02 28,57<br />

TIPO C 02 28,57<br />

TIPO D 01 14,29<br />

TOTAL 07 100,00<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

51


Com respeito à questão nº 03: “ O que é Construtivismo? Em quais<br />

autores construtivistas você fun<strong>da</strong>menta a sua prática? Observamos que 03 <strong>da</strong>s<br />

entrevistas não conseguiram responder de forma clara a pergunta.<br />

Observou-se que, as pessoas pesquisa<strong>da</strong>s citaram vários autores<br />

construtivistas <strong>no</strong>s quais fun<strong>da</strong>mentam sua prática pe<strong>da</strong>gógica, porém, verificou-se que os<br />

mais citados foram: Jean Piaget; Vigotsky, Emília Ferreiro, Freinet, Paulo Freire, Esther<br />

Góes, César Coll e Ma<strong>da</strong>lena Freire.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 08).<br />

Resposta tipo A: Define o Construtivismo como uma abor<strong>da</strong>gem teórica <strong>da</strong> educação que<br />

considera o indivíduo ativo em seu próprio processo de construção do conhecimento. Ex:<br />

“ É a linha teórico - prática que oportuniza o educando a construir seu próprio processo<br />

de aprendizagem, respeitando suas individuali<strong>da</strong>des sociais e culturais.”<br />

Resposta tipo B: Define o Construtivismo como a explicação para o desenvolvimento<br />

huma<strong>no</strong>. Ex: “ É uma teoria que explica como se dá o desenvolvimento do ser huma<strong>no</strong>.”<br />

Resposta tipo C: Respostas evasivas: Ex: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que<br />

os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro, etc. nós deixaram para que possamos<br />

respal<strong>da</strong>r a <strong>no</strong>ssa prática como educadores.”<br />

TABELA Nº 08: DEFINIÇÃO DE CONSTRUTIVISMO<br />

TIPO DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 03 42,86<br />

TIPO B 01 14,28<br />

TIPO C 03 42,86<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

52


Com respeito à questão nº 04: “ De um modo geral, na rotina diária <strong>da</strong><br />

sala de aula que ativi<strong>da</strong>des você desenvolve junto às crianças?<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 09).<br />

Resposta tipo A: As entrevista<strong>da</strong>s descreveram as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s. EX: - “ Ro<strong>da</strong><br />

de conversa (fichas de <strong>no</strong>mes, calendários e contagem dos mesmos;<br />

- Leitura diária de: jornais, revistas, poesias, textos científicos, bilhetes;<br />

- Escrita espontânea – Produção de textos;<br />

- Problemas Matemáticos;<br />

- Jogos Matemáticos;<br />

- Experiências;<br />

- Cantos de trabalhos (Ciências, Matemática, Língua Portuguesa, Artes e Música);<br />

- Histórias”.<br />

Resposta tipo B: São realizados trabalhos com materiais concretos. Ex: “Vários,<br />

trabalhamos muito com material concreto e deixamos o ambiente cheio de escrita e<br />

gravuras.”<br />

TABELA Nº 09: ROTINA DIÁRIA NA SALA DE AULA<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 04 57,14<br />

TIPO B 03 42,86<br />

TOTAL 07 100,00<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 05: “ Como você avalia a contribuição do<br />

Construtivismo para a Educação Infantil? To<strong>da</strong>s responderam à questão.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº10).<br />

Resposta tipo A: Relaciona a contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento <strong>da</strong><br />

criança, através dos conhecimentos do mundo que o cerca. Ex: “ [O Construtivismo]<br />

53


Contribui para que a criança tenha um universo de conhecimento, onde ampliará sua<br />

leitura de mundo oferecendo oportuni<strong>da</strong>des de relacionar-se com o outro e expor suas<br />

próprias idéias.”<br />

Resposta tipo B: Considera a contribuição <strong>da</strong> teoria construtivista para o<br />

melhoramento de sua prática pe<strong>da</strong>gógica. EX: “ Enriquecedora, porque é um rico<br />

conhecimento para o <strong>no</strong>sso trabalho de educador.”<br />

TABELA Nº 10: CONTRIBUIÇÃO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO<br />

INFANTIL<br />

TIPO DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 03 42,86<br />

TIPO B 04 42,86<br />

TOTAL 07 100,0<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 06: “ Como a criança aprende? To<strong>da</strong>s<br />

responderam a pergunta, porém, uma respondeu de forma vaga, confusa.<br />

Adotou-se o mesmo critério em to<strong>da</strong>s as questões. (Ver tabela nº 11).<br />

Resposta tipo A: Considera o aprendizado de forma construtiva, constante e evolutiva. EX:<br />

“ A criança aprende de forma construtiva, constante e evolutiva, não afogando o alu<strong>no</strong><br />

com coisas prontas e acaba<strong>da</strong>s. O caminho a ser trilhado é o <strong>da</strong> descoberta, <strong>da</strong> aventura<br />

do saber.”<br />

Resposta tipo B: Pensa o aprendizado através <strong>da</strong> troca de experiências. EX: “ A criança<br />

aprende na relação com o outro, também, através do trabalho do mediador, desde que esse<br />

enten<strong>da</strong> como ele está pensando, como ele está construindo esse conhecimento.”<br />

Resposta tipo C: Relaciona o aprendizado a ambientes estimuladores e brincando. EX: “ A<br />

criança aprende com um ambiente estimulador, com propostas de trabalho que levem em<br />

54


conta o nível de desenvolvimento cognitivo, com a manipulação de materiais diversificados<br />

e principalmente brincando. Não existe na<strong>da</strong> que a criança precise saber que não possa<br />

ser ensinado brincando.”<br />

Resposta tipo D: Resposta evasiva: EX: “ Colocando os fatos, os conhecimentos em<br />

relação.”<br />

TABELA Nº 11: COMO A CRIANÇA APRENDE<br />

TIPO DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 04 57,16<br />

TIPO B 01 14,28<br />

TIPO C 01 14,28<br />

TIPO D 01 14,28<br />

TOTAL 07 100,00<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

Com respeito à questão nº 07: “ Como você concebe e realiza a<br />

avaliação do desenvolvimento e <strong>da</strong> aprendizagem <strong>da</strong>s crianças dentro <strong>da</strong> perspectiva<br />

construtivista?”. Observamos que as pessoas pesquisa<strong>da</strong>s não conseguiram responder do<br />

que realmente se tratava a referi<strong>da</strong> pergunta.<br />

Adotou-se o mesmo critério de avaliação. (Ver tabela nº 12).<br />

Resposta tipo A: A avaliação se dá através de relatórios. Ex: “ A criança é avalia<strong>da</strong><br />

diariamente, através de relatórios, onde o mesmo relata as etapas de desenvolvimento pelo<br />

qual as crianças passaram e as intervenções que a professora fez para sua evolução.”<br />

Resposta tipo B: A avaliação se dá através do acompanhamento contínuo, onde o erro é<br />

considerado como parte do processo. Ex: “ A avaliação do desenvolvimento e <strong>da</strong><br />

aprendizagem, se dá através do acompanhamento contínuo ao processo de construção do<br />

0conhecimento realizado pela criança. Nessa avaliação e erro é considerado como parte<br />

55


do processo e trabalhado, não para punir mas para o alu<strong>no</strong> entender o que errou e porque<br />

errou, e assim desenvolver o seu conhecimento.”<br />

Resposta tipo C: A avaliação se dá através <strong>da</strong> observação, respeitando seus limites e<br />

estimulando-os para a superação. Ex: “ Com muita observação, conhecendo os educandos,<br />

respeitando seus limites e estimulando a superação de obstáculos. Na medi<strong>da</strong> em que o<br />

cotidia<strong>no</strong> <strong>da</strong> sala de aula é rico em estímulos e que as crianças participam com interesse<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ofereci<strong>da</strong>s, posso perceber e avaliar o desenvolvimento e a aprendizagem<br />

<strong>da</strong>s crianças.”<br />

Resposta tipo D: Concebe a avaliação para a melhoria de sua prática pe<strong>da</strong>gógica. Ex:<br />

“ Eu concebo a avaliação como um meio para contribuir com minha prática, <strong>no</strong> sentido<br />

ao entendimento do erro e do que necessito fazer para propiciar o desenvolvimento do<br />

alu<strong>no</strong>.”<br />

TABELA Nº 12 : COMO VOCÊ CONCEBE E REALIZA A AVALIAÇÃO<br />

TIPOS DE RESPOSTAS Nº DE RESPOSTAS %<br />

TIPO A 03 42,86<br />

TIPO B 02 28,58<br />

TIPO C 01 14,28<br />

TIPO D 01 14,28<br />

TOTAL 07 100,00<br />

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares<br />

56


9- DISCUSSÃO<br />

Através desta discussão, procurou-se identificar como os profissionais na área <strong>da</strong><br />

educação, que utilizam como prática pe<strong>da</strong>gógica a Teoria Construtivista, percebem a<br />

importância <strong>da</strong> mesma, sua atuação, suas concepções e experiências <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> <strong>da</strong><br />

Educação Infantil na ci<strong>da</strong>de de Belém.<br />

A abor<strong>da</strong>gem dos fun<strong>da</strong>mentos teóricos, seus autores, estudos, afirmações<br />

e propostas sobre o desenvolvimento huma<strong>no</strong>, colocando <strong>no</strong> indivíduo e na troca de<br />

experiências com o "outro" e com o meio, fator responsável pela construção do<br />

conhecimento, fazem do Construtivismo uma teoria aberta e apaixonante, capaz de orientar<br />

e direcionar educadores infantis em sua práxis educativa, possibilitando sua ação em<br />

diversas situações.<br />

Foi possível observarmos, que a Educação Infantil encontra-se pouco<br />

respal<strong>da</strong><strong>da</strong> legalmente, fazendo parte <strong>da</strong> primeira etapa <strong>da</strong> educação básica, vê-se<br />

agrupa<strong>da</strong>, quando deveria ser independente e diferencia<strong>da</strong>, pois, representa a primeira fase<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do indivíduo e é um espaço importante fora do âmbito familiar. Os direitos e<br />

deveres de <strong>no</strong>ssas crianças, ain<strong>da</strong> não saíram do papel, que pelo ordenamento legal, têm<br />

assegurado a concepção de criança ci<strong>da</strong>dã e <strong>da</strong> educação <strong>infantil</strong> como um direito do<br />

indivíduo.<br />

Com a elaboração desta pesquisa, deixamos claro o papel do educador<br />

numa visão construtivista, interagindo com a criança, aprendendo com ela, sabendo ouvir,<br />

enfim, trabalhando lado a lado com o alu<strong>no</strong> a sua auto-estima, colaborando na formação de<br />

um ci<strong>da</strong>dão atento aos seus deveres e direitos, conciso de suas responsabili<strong>da</strong>des sociais,<br />

participativos, dinâmicos, críticos e atuantes em seus ideais. Aju<strong>da</strong>ndo a construir<br />

indivíduos conscientes de sua singulari<strong>da</strong>de <strong>no</strong> mundo e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de contribuir com o<br />

mesmo, através de suas potenciali<strong>da</strong>des e <strong>da</strong> reconstrução do conhecimento.<br />

Vale ressaltar que to<strong>da</strong>s essas questões vieram à tona com a proposta <strong>da</strong><br />

<strong>no</strong>ssa pesquisa, ao buscarmos o posicionamento de educadores que vivenciam em sua<br />

prática escolar as bases teóricas do Construtivismo e que respal<strong>da</strong>m sua postura e conduta<br />

em teóricos do mesmo segmento, levando-<strong>no</strong>s a confrontar opiniões, conhecimentos e<br />

experiências educativas em uma Educação Infantil Construtivista, com a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

educação <strong>infantil</strong> nacional <strong>no</strong>s dias de hoje.<br />

57


Quando inserimos a Teoria Construtivista na Educação Infantil,<br />

percebemos que apesar de inacaba<strong>da</strong> e passível de ajustes sociais, culturais, econômicos e<br />

históricos, tal abor<strong>da</strong>gem apresenta democracia na seleção e transmissão dos conteúdos,<br />

passando pelas relações interpessoais. Torna a compreensão, certamente mais rica e<br />

completa do ser huma<strong>no</strong> <strong>no</strong> processo de educação. Assim, o sujeito que reconhece e elabora<br />

significados/sentidos sobre o que constrói, tem mais chance de perceber o mundo, ao<br />

vivenciar em situações relevantes e fun<strong>da</strong>mentais para o seu desenvolvimento e equilíbrio<br />

pessoal.<br />

Dessa maneira, visualizasse a importância de sua aplicação (<strong>da</strong> teoria<br />

construtivista) na escola de educação <strong>infantil</strong>, pois, a preocupação com o que a criança<br />

entende, o que ela quer e o que ela precisa, são fatores indispensáveis para a integração <strong>da</strong><br />

mesma, <strong>no</strong> universo educacional.<br />

Os resultados deste estudo serão, a seguir, discutidos com base nas<br />

respostas <strong>da</strong>s profissionais pesquisa<strong>da</strong>s.<br />

8.1- Equipe Técnica:<br />

Baseando-se <strong>no</strong>s resultados deste estudo, constatou-se que a maioria <strong>da</strong>s<br />

entrevista<strong>da</strong>s confirma a importância <strong>da</strong> educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena, pois<br />

proporciona e garante um desenvolvimento intelectual e necessário nessa fase de vi<strong>da</strong>.<br />

Com relação à definição de Construtivismo, a maioria <strong>da</strong>s profissionais<br />

pesquisa<strong>da</strong>s souberam de alguma forma elaborar uma definição. Umas enfatizam o<br />

Construtivismo como uma abor<strong>da</strong>gem teórica <strong>da</strong> educação que considera o indivíduo como<br />

um ser ativo em construção do conhecimento; outras, como a explicação para o<br />

desenvolvimento huma<strong>no</strong>; e outras com respostas vagas, confusas: “ Construtivismo é todo<br />

esse conhecimento que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, etc. <strong>no</strong>s<br />

deixaram para que possamos respal<strong>da</strong>r a <strong>no</strong>ssa prática como educadores.”<br />

Com relação à avaliação do Construtivismo para a Educação Infantil, a<br />

maioria conferiu relevante contribuição do mesmo para o desenvolvimento e aprendizagem<br />

<strong>da</strong> criança. Umas, conferem a contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento <strong>da</strong><br />

criança, através <strong>da</strong>s relações interpessoais; outras, ao resgate, valorização e respeito por<br />

todo o conhecimento prévio do alu<strong>no</strong>; outras conferem a contribuição para o<br />

58


melhoramento de sua prática pe<strong>da</strong>gógica; e outra não conseguiu se posicionar claramente: “<br />

Não existe a maior contribuição, pois, ca<strong>da</strong> teoria contribui para uma parcela de<br />

conhecimento para que possamos realizar uma práxis que aten<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong>des desse<br />

período pós-moder<strong>no</strong>.<br />

A concepção construtivista <strong>da</strong> aprendizagem e do ensi<strong>no</strong> parte do<br />

princípio de que a escola torna acessíveis aos seus alu<strong>no</strong>s aspectos <strong>da</strong> cultura que são<br />

fun<strong>da</strong>mentais para seu desenvolvimento pessoal, e não só <strong>no</strong> âmbito cognitivo; a educação<br />

é motor para o desenvolvimento, considerado globalmente, e isso também supõe incluir as<br />

capaci<strong>da</strong>des de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relações interpessoais e motora.<br />

(COLL e SOLÉ, 1996)<br />

Observou-se que, a maioria <strong>da</strong>s profissionais confirmam que a Educação<br />

Infantil na ci<strong>da</strong>de de Belém está tendo uma outra dimensão, principalmente a nível teórico,<br />

porém, na prática há muitas distorções que precisam ser trabalha<strong>da</strong>s; outras, não conseguem<br />

precisar a avaliação por desconheceram a reali<strong>da</strong>de belenense.<br />

Ao se perguntar se as mesmas acreditam que o Construtivismo, enquanto<br />

proposta pe<strong>da</strong>gógica, atende às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> criança, a maioria entende que sim, desde<br />

que não se faça interpretações errôneas a respeito do assunto; outras, entendem que o<br />

Construtivismo veio contribuir, mas, não se deve pensar como uma teoria determinante.<br />

To<strong>da</strong>s as investiga<strong>da</strong>s conferem que o Construtivismo representa um<br />

avanço para a Educação Infantil: “ Sim, a Teoria Construtivista se firma ca<strong>da</strong> vez mais ao<br />

<strong>no</strong>sso ensi<strong>no</strong> pela consistência e pela eficácia dos seus resultados na aprendizagem.”<br />

8.2- Professoras:<br />

Os resultados deste estudo serão, a seguir, discutidos com base nas<br />

respostas <strong>da</strong>s docentes investiga<strong>da</strong>s.<br />

Baseando-se <strong>no</strong>s resultados deste estudo, constatou-se que a maioria <strong>da</strong>s<br />

investiga<strong>da</strong>s confirma a importância <strong>da</strong> educação escolar na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança pequena, pois<br />

proporciona e garante um desenvolvimento intelectual e necessário nessa fase de vi<strong>da</strong>.<br />

59


Observou-se também, que to<strong>da</strong>s as entrevista<strong>da</strong>s souberam <strong>da</strong>r alguma<br />

definição acerca <strong>da</strong> criança, utilizando-se critérios de análise condizentes com as questões<br />

levanta<strong>da</strong>s <strong>no</strong> referencial teórico. De modo geral, as entrevista<strong>da</strong>s levaram em consideração<br />

que a criança é um ser histórico, social e em construção.<br />

Com relação a definição de Construtivismo, a maioria <strong>da</strong>s entrevista<strong>da</strong>s<br />

souberam de alguma forma enunciar uma definição apropria<strong>da</strong> e condizente com o<br />

Referencial Teórico adotado. Umas enfatizam o Construtivismo como uma abor<strong>da</strong>gem<br />

teórica <strong>da</strong> educação que considera o indivíduo como um ser ativo em construção do<br />

conhecimento; outras, como a explicação para o desenvolvimento huma<strong>no</strong>; e outras com<br />

respostas evasivas: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que os teóricos como:<br />

Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, etc. <strong>no</strong>s deixaram para que possamos respal<strong>da</strong>r a <strong>no</strong>ssa<br />

prática como educadores.”<br />

Com respeito à rotina diária na sala de aula, pôde-se observar que a<br />

maioria <strong>da</strong>s entrevista<strong>da</strong>s soube expressar com clareza sobre as ativi<strong>da</strong>des que desenvolve<br />

junto às crianças; outras, apesar de não detalharem suas ativi<strong>da</strong>des informaram que<br />

trabalham com materiais concretos e deixam o ambiente cheio de escritas e gravuras.<br />

A escola, enquanto instituição é o local onde se permeiam as relações<br />

homem-homem e homem-mundo, devendo cumprir a função de difundir o saber de forma<br />

sistemática, possibilitando à criança o acesso à cultura socialmente significativa, para que a<br />

mesma possa interagir com objetos e elaborar suas representações do conhecimento. Um<br />

ambiente arejado e agradável aos olhos <strong>da</strong> criança pequena, que dê continui<strong>da</strong>de a sua<br />

socialização, contribuindo para a igual<strong>da</strong>de de oportuni<strong>da</strong>des, com apoio adicional à<br />

superação de dificul<strong>da</strong>des possíveis escolares que porventura venha a apresentar.<br />

Os conteúdos escolares constituem um reflexo e uma seleção (cujos<br />

critérios sempre são discutíveis e revisáveis) <strong>da</strong>queles aspectos <strong>da</strong> cultura cuja<br />

aprendizagem considera-se que contribuirá para o desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s em sua<br />

dupla dimensão de socialização - na medi<strong>da</strong> em que os aproximam <strong>da</strong> cultura do seu meio<br />

social - e de individualização, na medi<strong>da</strong> em que o alu<strong>no</strong> construirá com esses aspectos uma<br />

interpretação pessoal, única, na qual sua contribuição é decisiva. (COLL e SOLÉ, 1996)<br />

Com relação à avaliação do Construtivismo para a Educação Infantil, a<br />

maioria considera relevante a contribuição do mesmo para a criança. Umas, avaliam essa<br />

60


contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento <strong>da</strong> criança, através <strong>da</strong>s relações<br />

interpessoais; outras, ao resgate, valorização e respeito de todo o conhecimento prévio do<br />

alu<strong>no</strong>; outras valorizam a contribuição para o melhoramento de sua prática pe<strong>da</strong>gógica; e<br />

uma educadora não conseguiu se posicionar claramente: “ Não existe a maior<br />

contribuição, pois, ca<strong>da</strong> teoria contribui para uma parcela de conhecimento para que<br />

possamos realizar uma práxis que aten<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong>des desse período pós-moder<strong>no</strong>.<br />

A <strong>no</strong>sso ver a concepção construtivista oferece ao professor um<br />

referencial para analisar e fun<strong>da</strong>mentar muitas decisões que toma <strong>no</strong> planejamento e <strong>no</strong><br />

decorrer do ensi<strong>no</strong> - por exemplo, dela são extraí<strong>da</strong>s critérios para comparar materiais<br />

didáticos; para elaborar instrumentos de avaliação coerentes com o que se ensina; para<br />

elaborar uni<strong>da</strong>des didáticas etc. Paralelamente, proporciona critérios para compreender o<br />

que acontece na aula: por que o alu<strong>no</strong> não aprende; por que essa uni<strong>da</strong>de cui<strong>da</strong>dosamente<br />

planeja<strong>da</strong> não funcio<strong>no</strong>u; por que, às vezes, o professor não tem indicadores que lhe<br />

permitam aju<strong>da</strong>r seus alu<strong>no</strong>s.<br />

A respeito de como a criança aprende, pôde-se observar que a maioria conseguiu<br />

responder com clareza sobre como se dá o aprendizado <strong>da</strong> criança: “A criança aprende<br />

de forma construtiva, constante e evolutiva, não afogando a alu<strong>no</strong> com coisas prontas<br />

e acaba<strong>da</strong>s. O caminho a ser trilhado é o <strong>da</strong> descoberta, <strong>da</strong> aventura do saber”;<br />

apenas uma investiga<strong>da</strong> respondeu de forma evasiva: “ Colocando os fatos, os<br />

conhecimentos em relação.”<br />

Na ótica construtivista, a aprendizagem contribui para o desenvolvimento<br />

na medi<strong>da</strong> em que aprender não é copiar ou reproduzir a reali<strong>da</strong>de. Para tal concepção ,<br />

aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de ou conteúdo que se pretende aprender. Essa elaboração implica aproximar-se<br />

de tal objeto ou conteúdo com a finali<strong>da</strong>de de apreendê-lo; não se trata de uma<br />

aproximação vazia, a partir <strong>da</strong>s experiências, interesses e conhecimentos prévios que,<br />

presumivelmente, possam <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> <strong>no</strong>vi<strong>da</strong>de. (COLL e SOLÉ, 1996)<br />

Com relação ao entendimento e realização <strong>da</strong> avaliação para o<br />

desenvolvimento e aprendizagem <strong>da</strong> criança, as investiga<strong>da</strong>s não souberam precisar de que<br />

maneira se entende e se realiza esse processo, ou seja, não descreveram com tanta clareza a<br />

respeito dessas ativi<strong>da</strong>des. Umas, enfatizam a avaliação através de relatórios; outras, que a<br />

avaliação se dá através do acompanhamento contínuo; e outras, concebem a avaliação para<br />

a melhoria de sua prática pe<strong>da</strong>gógica.<br />

61


Constatamos, através desta pesquisa, que o posicionamento <strong>da</strong>s duas<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de participantes, divergem em alguns pontos. Os educadores ao responderem<br />

os questionários respal<strong>da</strong>ram suas respostas na vivência de sua prática pe<strong>da</strong>gógica;<br />

enquanto que a equipe técnica, se baseou <strong>no</strong>s conhecimentos teóricos, uma vez que, não<br />

tem em seu dia-a-dia a prática <strong>da</strong> sala de aula.<br />

Vale ressaltar que os educadores construtivistas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Belém<br />

estão <strong>no</strong> caminho certo; claro que por se tratar do "<strong>no</strong>vo" apresentam algumas falhas na<br />

fun<strong>da</strong>mentação e na formação destes profissionais. Contudo, é com satisfação que<br />

constatamos <strong>no</strong> âmbito <strong>da</strong> Educação Infantil Construtivista na ci<strong>da</strong>de de Belém um grande<br />

avanço, com conquistas de espaço e resultados, que só vem reforçar a direção a ser toma<strong>da</strong><br />

na aplicação <strong>da</strong> Teoria Construtivista na educação <strong>infantil</strong>. Com a obtenção dos resultados,<br />

evidenciou-se, que de um modo geral os educadores belenenses estão comprometidos e<br />

conscientes de seu papel junto às crianças e à socie<strong>da</strong>de em geral.<br />

Finalizamos este trabalho, acreditando que a ação pe<strong>da</strong>gógica na<br />

Educação Infantil, é passível de transformação e requer muitas vezes que o professor reveja<br />

seus valores, crenças, hábitos e formas de se relacionar consigo e com o "outro", enfim, um<br />

ver<strong>da</strong>deiro e legítimo comprometimento profissional. Requer também, uma ação conjunta<br />

<strong>da</strong>s instituições volta<strong>da</strong>s para o atendimento <strong>da</strong> criança pequena, legislação, governantes,<br />

profissionais de educação, família e socie<strong>da</strong>de como um todo, o que implica vivermos em<br />

constante busca, por melhorias, mu<strong>da</strong>nças, respostas e acertos, buscando um mundo<br />

melhor.<br />

62


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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63

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