20.09.2013 Views

Uso do ATPDraw como Ferramenta para Análise do ...

Uso do ATPDraw como Ferramenta para Análise do ...

Uso do ATPDraw como Ferramenta para Análise do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Uso</strong> <strong>do</strong> <strong>ATPDraw</strong> <strong>como</strong> <strong>Ferramenta</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>Análise</strong> <strong>do</strong> Comportamento Dinâmico <strong>do</strong><br />

Sistema Elétrico quan<strong>do</strong> da Inserção de Usinas<br />

Eólicas<br />

E. L. R. Pinheiro, S. R. Silva, Member, IEEE , R. G. Oliveira, F. A. Neves, Member, IEEE<br />

A. S. Neto, J. J. P. Franco, J. A. S. Brito<br />

Abstract--In this work is developed the study of dynamic and<br />

steady-state behavior of variable-speed wind turbines that uses<br />

permanent magnet synchronous machine. The component<br />

modeling of wind energy conversion system, at <strong>ATPDraw</strong><br />

program that is used by electric power industry, aims to<br />

contribute for studies of wind power integration at the electric<br />

grid. The work presents significant contributions to the state of<br />

art on different aspects of the subject such as, control system,<br />

protection systems, power quality and technologies of wind power<br />

generation.<br />

Index Terms—Wind power generation, utility programs,<br />

synchronous generators, power quality, control systems.<br />

I. NOMENCLATURA<br />

PCC Ponto de conexão ao circuito<br />

CC Corrente contínua<br />

λ Relação de Velocidade<br />

β Ângulo de passo<br />

Cp Coeficiente de potência<br />

R Raio da turbina<br />

V Velocidade de vento<br />

p pares de pólos<br />

J Momento de inércia<br />

ωr Velocidade rotacional<br />

θr Posição angular<br />

ψF, Φ Fluxo magnético<br />

ψsd, ψsq Fluxo estatórico em eixo direto e quadratura<br />

isd, isq Corrente de estator em eixo direto e quadratura<br />

usd, usq Tensão de estator em eixo direto e quadratura<br />

Lsd, Lsq Indutância em eixo direto e quadratura<br />

Te Conjuga<strong>do</strong> eletromagnético<br />

Tm Conjuga<strong>do</strong> mecânico<br />

A<br />

II. INTRODUÇÃO<br />

utilização de usinas eólicas <strong>como</strong> forma de geração de<br />

energia elétrica tem contribuí<strong>do</strong> de forma intensiva na<br />

alteração da matriz energética mundial, sobretu<strong>do</strong>, nos países<br />

europeus. Pelo referi<strong>do</strong> motivo, tais usinas deixaram de<br />

serem consideradas apenas <strong>como</strong> cargas negativas pontuais<br />

<strong>para</strong> o sistema e passaram a receber devida atenção no que se<br />

refere às normas e procedimentos <strong>para</strong> sua devida inserção à<br />

rede elétrica, de forma a garantir aos consumi<strong>do</strong>res qualidade<br />

da energia fornecida.<br />

No Brasil, a criação <strong>do</strong> PROINFA (Programa de Incentivo às<br />

Fontes Alternativas de Energia) pelo Governo Federal aparece<br />

<strong>como</strong> uma tentativa de reverter o atraso científico-tecnológico<br />

<strong>para</strong> com as fontes alternativas de energia, visan<strong>do</strong> imprimir<br />

uma diversificação energética da matriz energética nacional e<br />

a busca por soluções de cunho regional com a utilização destas<br />

fontes. Graças aos incentivos concedi<strong>do</strong>s por este programa,<br />

no que tange a energia eólica, uma grande quantidade de<br />

projetos encontra-se hoje em adianta<strong>do</strong> estágio de estu<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />

contemplação <strong>do</strong>s 1100 MW a esta fonte destina<strong>do</strong>s. A<br />

realização destes estu<strong>do</strong>s, tanto por parte <strong>do</strong>s produtores<br />

independentes <strong>como</strong> das concessionárias gestoras da rede de<br />

conexão, faz-se importante não somente <strong>para</strong> análise <strong>do</strong><br />

comportamento dinâmico de tais inserções mas, também, <strong>para</strong><br />

realização de estu<strong>do</strong>s que sirvam de base <strong>para</strong> estabelecimento<br />

das normas e <strong>do</strong>s limites técnicos aos quais devam se reportar<br />

<strong>para</strong> análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e deferência <strong>do</strong>s projetos.<br />

A utilização <strong>do</strong> <strong>ATPDraw</strong> <strong>como</strong> ferramenta de simulação<br />

dinâmica <strong>para</strong> tal finalidade apresenta grande receptividade<br />

por parte das empresas e concessionárias <strong>do</strong> setor elétrico<br />

nacional no momento em que, ten<strong>do</strong> o mesmo grande<br />

empregabilidade dentro das mesmas. Da<strong>do</strong> ao atraso <strong>do</strong>s<br />

programas usuais na contemplação de modelos específicos<br />

<strong>para</strong> usinas eólicas, o <strong>ATPDraw</strong> apresenta-se <strong>como</strong> a<br />

alternativa mais promissora, diante <strong>do</strong> caráter emergencial<br />

<strong>para</strong> andamento <strong>do</strong>s processos de aprovação <strong>do</strong>s projetos. O<br />

presente trabalho apresenta a viabilidade da utilização <strong>do</strong><br />

referi<strong>do</strong> programa mediante estu<strong>do</strong>s específicos de usinas<br />

eólicas a velocidade variável que utilizam gera<strong>do</strong>res síncronos<br />

a ímãs permanentes <strong>como</strong> elemento conversor de energia. A<br />

1


obtenção de resulta<strong>do</strong>s coerentes e confiáveis <strong>para</strong> este estu<strong>do</strong><br />

habilitaria sua utilização na simulação das demais tecnologias<br />

presentes no merca<strong>do</strong>.<br />

III. ASPECTOS GERAIS<br />

A utilização de usinas eólicas de funcionamento a<br />

velocidade variável apresenta sobre as demais usinas a<br />

vantagem da otimização e controlabilidade sobre a potência<br />

gerada, independente da tecnologia de gera<strong>do</strong>r empregada.<br />

Assim, pelo uso intensivo de eletrônica de potência, o fluxo de<br />

potências ativa e reativa <strong>para</strong> o sistema tornam-se passíveis de<br />

controle, bem <strong>como</strong> a operação em ponto ótimo de extração da<br />

potência instantânea provida pelo vento, conforme Fig. 1.<br />

Fig 1. Curvas de rendimento da turbina eólica<br />

Conforme apresenta<strong>do</strong> na figura anterior, a velocidade <strong>do</strong><br />

gera<strong>do</strong>r é controlada <strong>para</strong> que se trabalhe em cima <strong>do</strong> ponto<br />

ótimo de rendimento <strong>para</strong> uma dada velocidade de vento,<br />

caracterizan<strong>do</strong> uma relação ótima de velocidade dada por (1).<br />

ω * R<br />

λ =<br />

r<br />

(1)<br />

o V<br />

A utilização de gera<strong>do</strong>res síncronos a ímãs permanentes<br />

vem ganhan<strong>do</strong> grande viabilidade em tais aplicações,<br />

sobretu<strong>do</strong> pelas recentes descobertas e aperfeiçoamento de<br />

novos materiais magnéticos, quan<strong>do</strong> a construção de gera<strong>do</strong>res<br />

com grande quantidade de pólos magnéticos torna-se viável. A<br />

utilização de tais gera<strong>do</strong>res apresenta principal contribuição<br />

pela possibilidade de eliminação da caixa de transmissão<br />

mecânica necessária <strong>para</strong> ajuste de velocidade rotacional <strong>do</strong><br />

gera<strong>do</strong>r à velocidade da turbina. Tal eliminação incorre em<br />

redução de estresses mecânicos e de ruí<strong>do</strong>s, contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

redução da necessidade de <strong>para</strong>das <strong>para</strong> manutenção da<br />

unidade gera<strong>do</strong>ra, aumento da vida útil e <strong>para</strong> aprovação de<br />

projetos em áreas habitadas, respectivamente.<br />

IV. MODELAGEM<br />

O <strong>ATPDraw</strong> é uma ferramenta <strong>para</strong> simulação dinâmica de<br />

sistemas elétricos de potência largamente usada por empresas<br />

e concessionárias <strong>do</strong> setor. Entretanto, <strong>para</strong> simulação de<br />

usinas eólicas faz-se necessário a inserção de diversos modelos<br />

de elementos componentes das usinas. Por meio da ferramenta<br />

<strong>do</strong> programa denominada TACS (Transients Analysis of<br />

Control Systems), os modelos da turbina, <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r, <strong>do</strong>s<br />

conversores estáticos e <strong>do</strong>s diversos sistemas de controle<br />

foram desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>para</strong> simulação da estrutura apresentada<br />

em (2).<br />

Fig. 2. Estrutura básica da usina<br />

Para modelagem da turbina eólica propriamente dita foi<br />

utiliza<strong>do</strong> um modelo genérico largamente utiliza<strong>do</strong> na<br />

literatura, <strong>para</strong> representação da característica <strong>do</strong> coeficiente<br />

de potência (Cp) em função da relação de velocidades (λ) e <strong>do</strong><br />

ângulo de passo (β) [1, 2, 4], conforme (2) e (3).<br />

C<br />

P<br />

−12<br />

. 5<br />

λ i<br />

⎛ 116<br />

⎞<br />

( λ , β ) = 0.<br />

22<br />

⎜ − 0.<br />

4 β − 5 e<br />

λ<br />

⎟ (2)<br />

⎝ i<br />

⎠<br />

1 1 0.<br />

035<br />

=<br />

− 3 λ i λ + 0.<br />

08 β β + 1<br />

Na modelagem <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r síncrono a ímãs permanentes<br />

(convenção motor) utilizou-se a teoria de vetores espaciais [3]<br />

com referência na velocidade <strong>do</strong> rotor. As equações de tensão<br />

ficam assim escritas conforme (4) e (5) [5].<br />

⎧<br />

⎪<br />

⎪u<br />

⎨<br />

⎪u<br />

⎪⎩<br />

Sd<br />

Sq<br />

= R i<br />

S<br />

= R i<br />

r<br />

⎪⎧<br />

ψ<br />

⎨ r<br />

⎪⎩ ψ<br />

Sd<br />

Sq<br />

S<br />

Sd<br />

Sq<br />

= L<br />

= L<br />

dψ<br />

+<br />

dt<br />

dψ<br />

+<br />

dt<br />

Sd<br />

i<br />

i<br />

Sd<br />

Sq Sq<br />

Sd<br />

Sq<br />

+ ψ<br />

+ ω ψ<br />

−ω<br />

ψ<br />

Onde ψF é o fluxo rotórico produzi<strong>do</strong> pelos ímãs. As<br />

equações de conjuga<strong>do</strong> eletromagnético e mecânica são dadas<br />

por (6) e (7).<br />

F<br />

r<br />

r<br />

Sq<br />

Sd<br />

( i + ( L L ) i i )<br />

3<br />

Te = p ψ F Sq Sd −<br />

2<br />

Sq<br />

Sd Sq<br />

2<br />

(3)<br />

(4)<br />

(5)<br />

(6)


⎧ dω<br />

r<br />

⎪J<br />

= Te − Tm<br />

dt<br />

⎨<br />

⎪dθ<br />

r<br />

= ω<br />

⎪<br />

r<br />

⎩ dt<br />

Os conversores de freqüência foram modela<strong>do</strong>s por chaves<br />

ideais controladas e foi implementa<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> de modulação<br />

por largura de pulsos senoidais.<br />

V. SISTEMAS DE CONTROLE<br />

Dois sistemas de controle distintos compõem o sistema em<br />

analise. O sistema de controle <strong>do</strong> conversor <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r<br />

tem por objetivo controlar a velocidade <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r de forma a<br />

se otimizar a extração da potência provida pelo vento,<br />

conforme apresenta<strong>do</strong> anteriormente. O conversor <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da<br />

rede tem por objetivo controlar o fluxo de potência com a rede<br />

elétrica, pelo controle da tensão <strong>do</strong> barramento CC. Através<br />

desta estrutura pode-se projetar o sistema de controle de forma<br />

a se operar a usina com fator de potência deseja<strong>do</strong>, fornecen<strong>do</strong><br />

ou consumin<strong>do</strong> potência reativa <strong>do</strong> sistema elétrico, limita<strong>do</strong><br />

pela utilização da ociosidade <strong>do</strong>s conversores. O presente<br />

trabalho trabalha com operação da usina em fator de potência<br />

unitário, transferin<strong>do</strong> toda a potência gerada na forma de<br />

potência ativa <strong>para</strong> o sistema.<br />

Os sistemas de controle <strong>do</strong>s conversores <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r<br />

e da rede são apresenta<strong>do</strong>s esquematicamente pelas fig. 3 e fig.<br />

4.<br />

Fig. 3. Controle <strong>do</strong> barramento CC<br />

(7)<br />

Fig. 4. Controle da velocidade <strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r<br />

Para sintonia das malhas de controle de ambos os<br />

conversores utilizou-se a meto<strong>do</strong>logia de escolha das faixas de<br />

passagem toman<strong>do</strong>-se por referência a freqüência de<br />

chaveamento <strong>do</strong>s conversores. Para que o conversor tenha a<br />

capacidade de imposição de corrente ao sistema, faz-se<br />

necessário que o pólo da malha de corrente seja posiciona<strong>do</strong><br />

em uma freqüência suficientemente inferior àquela. Um<br />

critério de ordem prática sugere um afastamento de<br />

aproximadamente 5 vezes entre as faixas de freqüência [6].<br />

Sob este critério, o posicionamento <strong>do</strong> pólo da malha de<br />

corrente, a malha mais rápida, dá-se em aproximadamente 2<br />

kHz. A malha relativa ao ganho proporcional de tensão,<br />

segunda malha mais rápida, é, pelo mesmo critério, afastada da<br />

malha de corrente ten<strong>do</strong> seu pólo posiciona<strong>do</strong> em 200 Hz. Por<br />

último, <strong>para</strong> a malha mais lenta, a malha relacionada ao ganho<br />

integral de tensão obtém-se seu posicionamento em<br />

aproximadamente 20 Hz. Uma vez determinadas as faixas de<br />

passagem, procede-se o cálculo <strong>do</strong>s ganhos da referidas<br />

malhas.<br />

VI. SIMULAÇÕES<br />

As simulações dinâmicas realizadas neste trabalho têm por<br />

objetivo obter resulta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> três distintas fontes de distúrbios<br />

<strong>para</strong> o sistema, diferenciadas quanto ao local de ocorrência:<br />

• Distúrbios provenientes <strong>do</strong> sistema elétrico<br />

interliga<strong>do</strong>;<br />

• Distúrbios provenientes <strong>do</strong> sistema elétrico<br />

dedica<strong>do</strong> à usina;<br />

• Distúrbios internos à usina.<br />

Através desta meto<strong>do</strong>logia, pode-se analisar as<br />

conseqüências sobre a usina causadas por distúrbios ocorri<strong>do</strong>s<br />

no sistema elétrico e vice-versa.<br />

A simulação <strong>do</strong> sistema <strong>como</strong> um to<strong>do</strong> deu-se <strong>para</strong> uma<br />

usina de 192 MW. passível conexão ao sistema elétrico<br />

nacional. Ainda que em realidade a potência total da usina<br />

equivalha ao somatório das potências de diversas turbinas,<br />

3


neste estu<strong>do</strong> optou-se por simular a usina em bloco único de<br />

potência, utilizan<strong>do</strong> <strong>para</strong> tanto um gera<strong>do</strong>r de dinâmica<br />

mecânica equivalente de 192 MW. Para tanto, os valores em<br />

PU de uma máquina de 1 MW foram utiliza<strong>do</strong>s, toman<strong>do</strong>-se<br />

por potência de base a potência nominal da usina. To<strong>do</strong> o<br />

sistema elétrico dedica<strong>do</strong> à usina foi especificamente<br />

representa<strong>do</strong> e o sistema elétrico à montante <strong>do</strong> ponto de<br />

conexão representa<strong>do</strong> pela impedância de curto circuito <strong>do</strong><br />

barramento, conforme fig. 5.<br />

Fig. 5. Sistema elétrico mais usina eólica<br />

Dentre os diversos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>para</strong> as<br />

contingências anteriormente descritas, um resulta<strong>do</strong> <strong>para</strong> cada<br />

situação será apresenta<strong>do</strong>.<br />

a. Afundamento trifásico no PCC<br />

(a)<br />

(c)<br />

Fig. 6 (a) tensão no PCC (kV), (b) corrente no PCC (kA), (C) tensão no<br />

barramento CC (V), (d) potencia ativa (MW)<br />

(b)<br />

(d)<br />

b. Desconexão e reconexão da usina<br />

(a)<br />

(c)<br />

Fig. 6 (a) tensão no PCC (kV), (b) corrente no PCC (kA), (C) tensão no<br />

barramento CC (V), (d) potencia ativa (MW)<br />

c. Alteração <strong>do</strong> regime de vento<br />

(a)<br />

(c)<br />

(e)<br />

(b)<br />

(d)<br />

(b)<br />

(d)<br />

(f)<br />

4


(g)<br />

Fig. 8 (a) velocidade de vento (m/s), (b) conjuga<strong>do</strong> da turbina (MNm), (C)<br />

conjuga<strong>do</strong> eletromagnético (MNm), (d) velocidade mecânica (rad/s), (e)<br />

potência ativa (MW), (f) tensão no barramento CC, (g) tensão no PCC (kV)<br />

Dos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, a avaliação de <strong>do</strong>is pontos <strong>do</strong><br />

sistema merecem grande atenção: a tensão <strong>do</strong> PCC, em virtude<br />

da qualidade da energia fornecida ao consumi<strong>do</strong>r e a tensão <strong>do</strong><br />

barramento CC, uma vez que o comportamento <strong>do</strong> mesmo<br />

frente a distúrbios fornece informações relevantes <strong>para</strong> o<br />

sistema de proteção da usina.<br />

As normas [7, 8] estabelecem <strong>como</strong> ±5% os limites de<br />

variação da tensão <strong>do</strong> PCC em regime transitório. Já <strong>para</strong> a<br />

tensão <strong>do</strong> barramento CC, limites técnicos apontam <strong>para</strong> uma<br />

tolerância de ±10% em torno <strong>do</strong> seu valor nominal. Toman<strong>do</strong>se<br />

por referência os limites apresenta<strong>do</strong>s, algumas<br />

considerações sobre os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s merecem<br />

lugar.<br />

Observa-se assim que, um afundamento trifásico típico de<br />

42% <strong>do</strong> valor em regime permanente e duração de 150 ms<br />

provoca transitoriamente uma variação de 5% na tensão <strong>do</strong><br />

barramento CC, não oferecen<strong>do</strong> pois, riscos de danos <strong>para</strong> a<br />

turbina.<br />

Referente à contingência de desconexão e reconexão da<br />

usina, os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na fig. 6 mostram que, caso<br />

nenhuma proteção atue sobre a turbina, no senti<strong>do</strong> de descarga<br />

da potência gerada ou mesmo na desconexão <strong>do</strong>s terminais <strong>do</strong><br />

gera<strong>do</strong>r, a tensão <strong>do</strong> barramento CC ultrapassa os limites de<br />

segurança, pon<strong>do</strong> em risco os componentes da usina,<br />

sobretu<strong>do</strong> os conversores estáticos. A diminuição <strong>do</strong> fluxo de<br />

potência provoca uma redução de aproximadamente 4% na<br />

tensão <strong>do</strong> PCC, estan<strong>do</strong> assim dentro <strong>do</strong>s limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s.<br />

A ocorrência de distúrbios na fonte primária, apresentada<br />

na fig. 8 apresenta resulta<strong>do</strong>s relevantes <strong>para</strong> o sistema de<br />

controle. Para o distúrbio caracteriza<strong>do</strong>, o sistema de controle<br />

impõe ao gera<strong>do</strong>r um conjuga<strong>do</strong> eletromagnético inercial que<br />

subtraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> conjuga<strong>do</strong> acionante permita a desaceleração<br />

imposta pela referência. Dependen<strong>do</strong> da severidade <strong>do</strong><br />

distúrbio, o limite de potência <strong>do</strong> conversor impede a obtenção<br />

<strong>do</strong> conjuga<strong>do</strong> eletromagnético necessário. Em isto ocorren<strong>do</strong>,<br />

o gera<strong>do</strong>r não consegue acopanhar a velocidade de referência,<br />

não trabalhan<strong>do</strong> o sistema em seu ponto ótimo de potência. O<br />

distúrbio simula<strong>do</strong> não incorre na ultrapassagem <strong>do</strong>s limites de<br />

tensão estabeleci<strong>do</strong>s nem <strong>para</strong> o barramento CC, nem <strong>para</strong> o<br />

PCC.<br />

Diversos outros distúrbios foram realiza<strong>do</strong>s na execução<br />

deste trabalho. To<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s apresentaram coerência<br />

com o espera<strong>do</strong>. Com<strong>para</strong><strong>do</strong>s com resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em<br />

programas mais usuais em tais estu<strong>do</strong>s, os resulta<strong>do</strong>s<br />

mostraram-se também coerentes. Diante <strong>do</strong> acima exposto, e<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, confere-se à modelagem e<br />

simulação em ambiente <strong>ATPDraw</strong> a confiabilidade necessária<br />

<strong>para</strong> estu<strong>do</strong>s de conexão de centrais éolicas com diferentes<br />

tecnologias, à rede elétrica.<br />

A escolha pela simulação de usinas eólicas a velocidade<br />

variável utilizan<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>res síncronos a ímãs permanentes<br />

não apenas serviu de base <strong>para</strong> o teste de empregabilidade <strong>do</strong><br />

referi<strong>do</strong> programa, mas, sobretu<strong>do</strong>, <strong>para</strong> estu<strong>do</strong> de uma<br />

tecnologia que, da<strong>do</strong> o avanço das pesquisas em materiais<br />

magnéticos e da eletrônica de potência, encontra grande<br />

receptividade no merca<strong>do</strong>, em virtude da eliminação da<br />

necessidade de caixa de transmissão e todas os problemas<br />

inerentes ao mesmo.<br />

VII. CONCLUSÃO<br />

Conforme descrito anteriormente, a utilização <strong>do</strong> <strong>ATPDraw</strong><br />

nas referidas simulações mostrou-se uma alternativa viável.<br />

Entretanto, algumas dificuldades com a utilização da<br />

ferramenta TACS foram encontradas, sobretu<strong>do</strong> referente à<br />

necessidade de utilização de reduzi<strong>do</strong> passo de integração <strong>para</strong><br />

adequada simulação <strong>do</strong>s conversores. Ainda, a utilização desta<br />

ferramenta apresenta limitações <strong>para</strong> simulação mais realística<br />

da usina, ou seja, com cada turbina ou grupos de turbinas<br />

sen<strong>do</strong> simuladas individualmente.<br />

VIII. REFERÊNCIAS<br />

[1] Slootweg J.G., Polinder H., Haan S. W. H., Kling W.L., (2003).<br />

“General Model for Representing Variable Speed Wind Turbines in<br />

Power System Dynamics Simulations”. In IEEE Transactions on Power<br />

Systems, vol. 18, no. 1, February 2003E. H. Miller, "A note on reflector<br />

arrays," IEEE Trans. Antennas Propagat., to be published.<br />

[2] Heier S., (1998) “Grid Integration of Wind Energy Conversion”, John<br />

Wiley & Sons Ltd, U.K., 1998, 385 pp.<br />

[3] Kovacs. P. K., (1984). “Transient Phenomena in Electrical Machines”,<br />

Elsevier Science Publishers B. V., Amsterdam, Holanda, 1984.<br />

[4] Akhmatov V.(2003). “Analysis of Dynamic Behaviour of Electric<br />

Power Systems with Large Amount of Wind Power”. In PhD Thesis,<br />

Kgs. Lyngby, Denmark. Technical University of Denmark, 2003.<br />

[5] Peixoto Z. M. A., (1995). “Desenvolvimento de Observa<strong>do</strong>res a Mo<strong>do</strong>s<br />

Deslizantes Aplica<strong>do</strong>s a Estimação de Posição, Velocidade e Forca<br />

Contra Eletromotriz e Máquinas Síncronas a Imas Permanentes”. In<br />

Dissertação de Mestra<strong>do</strong>, PPGEE/UFMG, Belo Horizonte, MG, Julho<br />

1995.<br />

[6] Silva S. M., (1999). “Estu<strong>do</strong> e Projeto de um Restaura<strong>do</strong>r Dinâmico de<br />

Tensão”. In Dissertação de Mestra<strong>do</strong>, PPGEE/UFMG, Belo Horizonte,<br />

MG, Agosto 1999.<br />

[7] IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers - Std. 1021-<br />

1988, "Recommended Practice for Utility Interconnection of Small<br />

Wind Energy Conversion Systems", IEEE, Nov/1987<br />

[8] IEC – International Electrotechnical Commission – Std 61400-21,<br />

"Wind turbine generators systems - Part 21: Measurements and<br />

assessment of power quality characteristics of grid connected wind<br />

turbines", IEC, Dec/2001<br />

5


IX. BIOGRAFIAS<br />

Eduar<strong>do</strong> Luiz Reis Pinheiro é aluno de mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> programa de posgraduação<br />

da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo<br />

Horizonte, Brasil. Recebeu o grau de bacharel em Engenharia Elétrica pela<br />

UFMG em 2001. Suas áreas de interesse incluem máquinas elétricas,<br />

acionamentos elétricos, eletrônica de potência, qualidade da energia e fontes<br />

alternativas de energia.<br />

Selênio Rocha Silva é professor titular <strong>do</strong> Departamento de Engenharia<br />

Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Recebeu os graus<br />

de bacharel e mestre em Engenharia Eletrica pela UFMG respectivamente nos<br />

anos de 1980 e 1984, e o título de <strong>do</strong>utor em Engenharia Elétrica pela<br />

Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em 1988. Seu interesses incluem<br />

máquinas elétricas, acionamentos elétricos, qualidade da energia e fontes<br />

alternativas de energia.<br />

Rodrigo Gaiba de Oliveira é aluno de mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> programa de pos-<br />

graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo<br />

Horizonte, Brasil. Recebeu o grau de bacharel em Engenharia Elétrica pela<br />

UNILESTE em 2001. Seu interesse de pesquisa encontra-se em maquinas<br />

elétricas, acionamentos elétricos, eletrônica de potência, qualidade da energia<br />

e fontes alternativas de energia.<br />

Francisco de Assis Neto é professor <strong>do</strong> Departamento de Engenharia<br />

Eletrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Brasil..<br />

Recebeu os graus de bacharel e mestre em Engenharia Eletrica pela UFPE, e o<br />

título de <strong>do</strong>utor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas<br />

Gerais (UFMG) em 1999. Seu interesses incluem máquinas elétricas,<br />

acionamentos elétricos e fontes alternativas de energia.<br />

Antonio Samuel Neto é aluno de mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> programa de pos-graduação da<br />

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Brasil. Recebeu o grau<br />

de bacharel em Engenharia Eletrica pela UFPE em 2002. Seu interesse de<br />

pesquisa encontra-se em sistemas de energia, máquinas elétricas, eletrônica<br />

de potência e fontes alternativas de energia.<br />

José Antônio Silveira Brito foi gradua<strong>do</strong> bacharel em Engenharia Elétrica<br />

pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1982 e o título de<br />

especialista em sistemas de potência pela Universidade Federal de Itajubá<br />

(UNIFEI) em 1990. Atualmente é coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> programa de P&D da<br />

Companhia de Eletricidade da Bahia onde trabalha desde 1980. Seus<br />

principais inetresses incluem sistemas de potência, qualidade da energia,<br />

inteligência artificial e geração distribuída.<br />

Juan José Pra<strong>do</strong> Franco foi gradua<strong>do</strong> bacharel em Engenharia Elétrica pela<br />

Universidade Federal <strong>do</strong> espírito Santo (UFES), Vitória, Brasil, em 1979.<br />

Atualmente é professor <strong>do</strong> Departamento de Tecnologia Elétrico-Eletrônica<br />

<strong>do</strong> Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET - BA), Salva<strong>do</strong>r, Brasil,<br />

desde 1980. No presente está desenvolven<strong>do</strong> sua dissertação de mestra<strong>do</strong> na<br />

Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Itajubá, Brasil. Suas áreas de<br />

interesse incluem sistemas de potência, transitórios, alta tensão, fontes<br />

alternativas de energia e qualidade da energia.<br />

6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!