automação de projetos de treliças metálicas planas - FEC - Unicamp
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AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE TRELIÇAS METÁLICAS<br />
1. Introdução<br />
PLANAS<br />
Nilto Calixto Silva<br />
Aluno <strong>de</strong> Graduação<br />
ncalixto@fec.unicamp.br<br />
http://www.fec.unicamp.br/~ncalixto<br />
João Alberto Venegas Requena<br />
Professor Assistente Doutor<br />
requena@fec.unicamp.br<br />
http://www.fec.unicamp.br/~requena<br />
Aloisio Ernesto Assan<br />
Professor Livre Docente<br />
assan@fec.unicamp.br<br />
http://www.fec.unicamp.br/~assan<br />
Departamento <strong>de</strong> Estruturas<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Civil da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas<br />
Caixa Postal 6021 – CEP 13083-970 – Campinas/SP, Brasil<br />
Este artigo tem como objetivo apresentar um programa <strong>de</strong> computador que auxilia a elaboração <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>treliças</strong> <strong>metálicas</strong> <strong>planas</strong>. Este programa foi <strong>de</strong>senvolvido, a princípio, para melhorar as ferramentas pedagógicas da<br />
ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Estruturas Metálicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Civil da UNICAMP. Sua elaboração seguiu as rotinas<br />
utilizadas nos <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> estruturas <strong>metálicas</strong> para coberturas, enfatizando pórticos constituídos <strong>de</strong> pilares<br />
suportando <strong>treliças</strong> <strong>planas</strong>, normalmente empregados nas edificações brasileiras. Esta ferramenta certamente<br />
auxiliará e facilitará o trabalho <strong>de</strong> alunos e engenheiros que projetam coberturas em estruturas <strong>metálicas</strong>.<br />
O programa foi <strong>de</strong>senvolvido em linguagem Pascal, usando como ferramentas o software Delphi 4 e o Método<br />
dos Elementos Finitos. Para sua utilização é necessário um computador equipado com processador Pentium, ou<br />
equivalente, e sistema operacional Windows95, ou superior. O Delphi 4 foi utilizado <strong>de</strong>vido a algumas<br />
características. A primeira <strong>de</strong>las é a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação quando comparado com outras linguagens<br />
visuais. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “comunicação” com outros programas compatíveis com o sistema Windows é outra<br />
gran<strong>de</strong> vantagem do Delphi 4. Como será visto adiante, o programa permite “importar” arquivos do AutoCAD<br />
(v. R14) e também “exportar” arquivos <strong>de</strong> respostas compatíveis com o Excel.<br />
1
2. O Programa<br />
O programa, batizado com o nome <strong>de</strong> AutoMETAL, efetua quatro etapas <strong>de</strong> um projeto. A primeira <strong>de</strong>stas<br />
etapas é a <strong>de</strong>finição da geometria da treliça. A segunda etapa compreen<strong>de</strong> o lançamento automático dos<br />
carregamentos, <strong>de</strong> acordo com a posição das terças. Finalmente, após a <strong>de</strong>finição da geometria e dos<br />
carregamentos, o programa efetua o cálculo dos esforços e, em seguida, o dimensionamento das barras, <strong>de</strong> acordo<br />
com a NBR8800/86, para perfis laminados. São disponíveis perfis em dupla cantoneira – opostas e frontais – e<br />
também perfis “U”, “I” e tubulares circulares. Para o cálculo, o programa permite a adoção <strong>de</strong> pilares, bastando<br />
indicar suas características físicas – dos materiais – e geométricas. Os pilares, com seções pré-<strong>de</strong>terminadas,<br />
normalmente projetados em concreto armado, não são dimensionados, mas são assumidos como parâmetros <strong>de</strong><br />
cálculo que compõem o pórtico.<br />
A Figura 1 apresenta a janela principal do programa, on<strong>de</strong> ficam dispostos todos os dados relativos à geometria<br />
da estrutura. Os nós numerados em azul indicam o posicionamento das terças.<br />
Figura 1 : Janela Principal do Programa<br />
2
3. As Etapas <strong>de</strong> Projeto<br />
Como dito, o programa é uma ferramenta <strong>de</strong><br />
auxílio para a elaboração <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>treliças</strong><br />
<strong>metálicas</strong> <strong>planas</strong>. Treliças po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas como<br />
estruturas formadas por barras ligadas umas às outras<br />
em suas extremida<strong>de</strong>s através <strong>de</strong> rótulas<br />
perfeitamente articuladas e com os carregamentos<br />
externos atuando sempre nestes pontos <strong>de</strong> ligação –<br />
<strong>de</strong>nominados nós. Com isto, garante-se que todas as<br />
barras sejam solicitadas apenas axialmente, ou seja,<br />
apenas trabalharão à tração ou compressão.<br />
A seguir, são apresentadas as quatro etapas<br />
realizadas pelo programa.<br />
3.1. A Geometria<br />
A concepção da estrutura é a etapa inicial do<br />
projeto. Trabalhando com concepções a<strong>de</strong>quadas<br />
po<strong>de</strong>-se obter geometrias que apresentam<br />
distribuições mais a<strong>de</strong>quadas dos esforços nos<br />
elementos (banzos, diagonais e montantes),<br />
aumentando a eficiência <strong>de</strong> toda a estrutura, logo,<br />
diminuindo seu peso (e custo) total. O programa<br />
sugere geometrias para coberturas em duas águas e<br />
em arco.<br />
As coberturas em duas águas são compostas por<br />
banzos (superior e inferior), diagonais e montantes.<br />
Para disposições em ‘N’ das diagonais o programa<br />
lança coberturas com diferentes inclinações para os<br />
banzos., ou seja, po<strong>de</strong>-se inclinar,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, os banzos superior e inferior.<br />
Para duas águas com diagonais dispostas em ‘V’ são<br />
lançadas coberturas com banzos paralelos,<br />
exclusivamente.<br />
3<br />
Os arcos po<strong>de</strong>m ser circulares, <strong>de</strong> banzos<br />
paralelos ou não (inércia variável), e também<br />
parabólicos <strong>de</strong> banzos paralelos.<br />
Os procedimentos <strong>de</strong> criação das geometrias têm<br />
em comum os parâmetros <strong>de</strong> cálculo, a saber,<br />
distância máxima entre terças e ângulos máximo e<br />
mínimo <strong>de</strong> inclinação das diagonais, sempre em<br />
relação ao banzo inferior. Para os arcos circulares <strong>de</strong><br />
inércia variável os ângulos das barras diagonais não<br />
são consi<strong>de</strong>rados.<br />
A máxima distância entre as terças po<strong>de</strong> ser<br />
fornecida <strong>de</strong> três maneiras distintas. A primeira <strong>de</strong>las<br />
é dar diretamente essa distância. Po<strong>de</strong>-se também<br />
indicar qual o número total <strong>de</strong> divisões, isto é, indicar<br />
qual a quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> diagonais. Finalmente,<br />
po<strong>de</strong>-se entrar com a máxima distância <strong>de</strong> acordo<br />
com a telha especificada. O programa dispõe <strong>de</strong><br />
curvas para telhas em aço galvanizado com seções<br />
onduladas e trapezoidais e espessuras variando entre<br />
0,43 e 0,80mm.<br />
A Figura 2 apresenta a janela <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados<br />
para uma estrutura em arco circular, com <strong>de</strong>staque<br />
para a entrada da máxima distância entre terças.<br />
A Figura 3 apresenta a janela <strong>de</strong> especificação<br />
das telhas. Primeiro, <strong>de</strong>termina-se qual a carga <strong>de</strong><br />
cálculo para o vento e, então, qual o tipo <strong>de</strong> telha<br />
empregada – ondulada ou trapezoidal –, qual a onda<br />
ou a altura do trapézio e, finalmente, qual a espessura<br />
da telha. Caso se faça pela escolha automática da<br />
espessura o programa se encarregará <strong>de</strong> propor qual a<br />
melhor espessura <strong>de</strong> telha escolhida <strong>de</strong> acordo com o<br />
chamado coeficiente <strong>de</strong> utilização. Este coeficiente é<br />
obtido pela razão entre a distância entre terças<br />
adotada pelo programa e a máxima suportada pela<br />
telha. Quanto mais próximo <strong>de</strong> 1,0 (100%) maior a<br />
eficiência.
Os ângulos mínimo e máximo, em graus, são<br />
indicados nos campos localizados no inferior da<br />
Figura 3 : Janela para Escolha <strong>de</strong> Telhas<br />
4<br />
janela <strong>de</strong> geração automática. Estes ângulos po<strong>de</strong>m<br />
variar entre 5º e 85 º.<br />
Figura 2 : Janela <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados para Geração Automática<br />
3.1.1. Duas Águas – Diagonais em ‘N’<br />
Além dos parâmetros já discutidos – ângulos<br />
máximo e mínimo e máxima distância entre terças –,<br />
são necessários, para a geração automática <strong>de</strong> uma<br />
cobertura em duas águas, os seguintes dados:<br />
• Vão;<br />
• Inclinação do Banzo Superior (is);<br />
• Inclinação do Banzo Inferior (ii);<br />
• Ângulo <strong>de</strong> Arranque;<br />
• Altura Projetada do 1 º Montante (Hm) e;<br />
• Número <strong>de</strong> Diagonais Invertidas (NInv).<br />
O ângulo <strong>de</strong> arranque é o ângulo do primeiro<br />
montante, medido a partir da horizontal no sentido
anti-horário. A altura projetada do primeiro<br />
montante é o comprimento do segmento vertical que<br />
parte da origem do banzo inferior até o ponto <strong>de</strong><br />
encontro com o prolongamento do banzo superior.<br />
Assim, se o ângulo <strong>de</strong> arranque for igual a 90º a<br />
altura projetada do primeiro montante será igual ao<br />
comprimento do montante <strong>de</strong> apoio.<br />
As diagonais lançadas pelo programa são<br />
sempre <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, isto é, tomando-se da esquerda<br />
para a direita partem sempre do banzo superior até o<br />
inferior. Esta orientação po<strong>de</strong> ser invertida indicando<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagonais que se <strong>de</strong>seja inverter. A<br />
contagem começa a partir do meio-vão e leva em<br />
conta a simetria.<br />
O exemplo, da Figura 4, foi gerado com os<br />
ângulos das diagonais entre 35º e 60º e distância<br />
máxima entre terças <strong>de</strong> 1,80m. Os <strong>de</strong>mais dados<br />
seguem abaixo:<br />
Tabela 1 : Dados do Exemplo da Figura 4<br />
Vão (m) : 25,00 Arranque : 70º<br />
iS (%) : 15 Hp (m) : 0,80<br />
iI (%) : 5 NInv : 1<br />
Figura 4 : Exemplo <strong>de</strong> Cobertura duas águas<br />
Observa-se que o programa cria nós<br />
intermediários entre os nós <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> terças <strong>de</strong> duas<br />
formas distintas. Quando o ângulo entre a diagonal e<br />
o banzo inferior ficar abaixo do ângulo mínimo<br />
5<br />
especificado, o programa cria nós intermediários nos<br />
banzos, lançando um montante e duas diagonais.<br />
Caso o ângulo formado entre a diagonal e o banzo<br />
inferior seja superior ao máximo, o procedimento é<br />
distinto. Nestes casos o programa cria também um nó<br />
intermediário com um montante e, ao invés <strong>de</strong> duas<br />
diagonais simples, lança uma diagonal dupla e uma<br />
segunda diagonal intermediária, como representado<br />
na Figura 4.<br />
3.1.2. Duas Águas – Diagonais em ‘V’<br />
O programa gera coberturas em duas águas com<br />
diagonais dispostas em ‘V’ apenas para banzos<br />
paralelos. Assim, ao invés das inclinações dos banzos<br />
superior e inferior, é necessário apenas uma<br />
inclinação (i) – igual para ambos – e a distância entre<br />
banzos (d). Todos os <strong>de</strong>mais dados são idênticos ao<br />
<strong>de</strong> duas águas com diagonais em ‘N’.<br />
A geometria representada na Figura 5 foi obtida<br />
com intervalo dos ângulos entre 40º e 70º e distância<br />
máxima entre terças <strong>de</strong> 1,50m. Os <strong>de</strong>mais dados<br />
seguem na Tabela 2.<br />
Tabela 2 : Dados do Exemplo da Figura 5.<br />
Vão (m) : 20,00 Arranque : 90º<br />
i (%) : 17 d (m) : 0,75<br />
Figura 5 : Exemplo <strong>de</strong> Cobertura Banzos Paralelos
3.1.3. Arcos Circulares <strong>de</strong> Banzos Paralelos<br />
O procedimento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> um arco circular<br />
<strong>de</strong> banzos paralelos requer poucos dados, a saber:<br />
• Vão;<br />
• Relação Flecha-Vão;<br />
• Ângulo <strong>de</strong> Arranque e;<br />
• Distância entre Banzos (d).<br />
A relação flecha-vão <strong>de</strong>ve ser fornecida sempre<br />
em relação ao banzo inferior do arco.<br />
Quanto ao ângulo <strong>de</strong> arranque, o procedimento,<br />
para os arcos circulares concêntricos (banzos<br />
paralelos), traz algumas possibilida<strong>de</strong>s em relação<br />
aos <strong>de</strong>mais. Além do lançamento direto do ângulo da<br />
primeira diagonal, po<strong>de</strong>-se também optar pela<br />
orientação da diagonal seguindo o ângulo <strong>de</strong> abertura<br />
do arco, ou então optar por um ângulo que <strong>de</strong>ixe os<br />
comprimentos <strong>de</strong> todas as barras do banzo inferior<br />
iguais. Para a primeira opção basta <strong>de</strong>ixar o campo<br />
para o ângulo <strong>de</strong> arranque em branco, enquanto para<br />
a segunda basta entrar com ângulo igual a zero.<br />
As geometrias apresentadas nas Figuras 6 e 7<br />
foram obtidas com os mesmos dados (Tabela 3),<br />
sendo que na primeira o ângulo <strong>de</strong> arranque segue o<br />
ângulo <strong>de</strong> abertura do arco e na segunda o ângulo é<br />
aquele que garante comprimentos iguais para as<br />
barras do banzo inferior. É importante lembrar que o<br />
ângulo <strong>de</strong> arranque po<strong>de</strong> também ser dado<br />
diretamente, como no caso das coberturas em duas<br />
águas.<br />
O intervalo dos ângulos para as diagonais é entre<br />
35º e 60º e a máxima distância entre terças igual a<br />
1,40m.<br />
Tabela 3 : Dados dos Exemplos da Figura 6 e 7.<br />
Vão (m) : 35,00 Arranque : 82º e 123º<br />
Flecha-Vão : 0,15 d (m) : 0,80<br />
6<br />
Figura 6 : Arco Circular <strong>de</strong> Banzos Paralelos<br />
Figura 7 : Arco Circular <strong>de</strong> Banzos Paralelos<br />
3.1.4. Arcos Circulares <strong>de</strong> Inércia Variável<br />
Este tipo <strong>de</strong> estrutura consiste, basicamente, <strong>de</strong><br />
um arco circular on<strong>de</strong> a distância entre os banzos<br />
inferior e superior não é constante, como o anterior.<br />
Ou seja, o centro da circunferência que <strong>de</strong>screve o<br />
banzo inferior não coinci<strong>de</strong> com o centro da<br />
circunferência do banzo superior.<br />
Assim, ao invés <strong>de</strong> fornecer uma única distância<br />
entre banzos <strong>de</strong>ve-se fornecer duas, a primeira válida<br />
para a origem e a segunda para o meio-vão do arco,<br />
respectivamente, d0 e d1.<br />
Para os arcos <strong>de</strong> inércia variável o ângulo <strong>de</strong><br />
arranque apenas po<strong>de</strong> seguir o ângulo <strong>de</strong> abertura do<br />
arco do banzo inferior. Além disso, o critério <strong>de</strong><br />
geração leva em conta apenas a distância máxima<br />
entre terças, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando o intervalo <strong>de</strong> ângulos<br />
para as diagonais.
A Figura 8 apresenta um arco <strong>de</strong> inércia variável<br />
obtido a partir dos dados da Tabela 4 e com distância<br />
máxima entre terças <strong>de</strong> 1,20m.<br />
Tabela 4 : Dados do Exemplo da Figura 8.<br />
Vão (m) : 30,00 d0 (m) : 0,30<br />
Flecha-Vão : 0,20 d1 (m) : 1,00<br />
Figura 8 : Exemplo <strong>de</strong> Arco <strong>de</strong> Inércia Variável<br />
3.1.5. Arcos Parabólicos <strong>de</strong> Banzos Paralelos<br />
Os arcos parabólicos são geralmente<br />
empregados quando se <strong>de</strong>seja cobrir com gran<strong>de</strong><br />
altura em relação ao vão, dificultando a adoção <strong>de</strong><br />
arcos circulares.<br />
Para gerar um arco parabólico são necessários os<br />
mesmos dados <strong>de</strong> um circular <strong>de</strong> banzos paralelos. O<br />
ângulo <strong>de</strong> arranque apenas po<strong>de</strong> ser fornecido<br />
diretamente, ou, então, sair normal ao banzo inferior.<br />
O arco parabólico obtido a partir dos dados da<br />
Tabela 5 encontra-se na Figura 9. O intervalo dos<br />
ângulos é entre 40º e 50º, a máxima distância entre<br />
terças é <strong>de</strong> 1,25m e o ângulo <strong>de</strong> arranque é normal ao<br />
banzo inferior.<br />
Tabela 5 : Dados do Exemplo da Figura 9.<br />
Vão (m) : 28,00 Arranque : 148º<br />
Flecha-Vão : 0,40 d (m) : 0,70<br />
7<br />
Figura 9 : Exemplo <strong>de</strong> Arco Parabólico.<br />
3.2. Carregamentos e Combinações<br />
O programa possibilita o lançamento automático<br />
<strong>de</strong> cargas permanentes, sobrecargas e cargas <strong>de</strong><br />
vento, tanto na cobertura quanto nos pilares. A Figura<br />
10 apresenta a janela on<strong>de</strong> os dados sobre os<br />
carregamentos <strong>de</strong>vem ser indicados. A única<br />
condição necessária para o lançamento automático é<br />
<strong>de</strong>finir em quais os nós estão localizadas as terças.<br />
Na Figura 10 os nós com terças são representados<br />
pela numeração azul.<br />
O programa automaticamente realizará o cálculo<br />
das áreas efetivas em cada trecho e então, a partir dos<br />
valores indicados para o peso das telhas, dos<br />
contraventamentos etc., fará o cálculo do valor da<br />
cargas em cada nó. Para o peso da telha é lançada a<br />
área total. Para as <strong>de</strong>mais cargas permanentes e<br />
sobrecargas utiliza a área projetada.<br />
As cargas <strong>de</strong> vento são obtidas a partir da<br />
pressão <strong>de</strong> obstrução e dos coeficientes <strong>de</strong> forma<br />
lançados para cada trecho da cobertura e pilares.<br />
Além <strong>de</strong>stes carregamentos é possível também<br />
lançar cargas manualmente, criando novos<br />
carregamentos ou alterando os já existentes.<br />
As combinações dos carregamentos são obtidas<br />
fornecendo-se os coeficientes <strong>de</strong> majoração ou<br />
minoração, conforme indicado na Figura 11.
Figura 10 : Janela <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados para Carregamentos Automáticos<br />
Figura 11 : Combinação dos Carregamentos<br />
3.3. Cálculo dos Esforços<br />
O cálculo dos esforços para a estrutura é<br />
realizado consi<strong>de</strong>rando todas as barras como<br />
elementos sem rigi<strong>de</strong>z à flexão, i.e., as barras da<br />
treliça apenas transmitem esforços axiais. Apenas os<br />
pilares têm rigi<strong>de</strong>z à flexão.<br />
Os pilares são lançados indicando qual o nó <strong>de</strong><br />
contato com a treliça e quais suas características<br />
8<br />
físicas – módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> – e geométricas –<br />
área, momento <strong>de</strong> inércia e comprimento. O<br />
programa permite também lançar pilares cujo ponto<br />
<strong>de</strong> conexão com a treliça esteja fora do eixo do pilar,<br />
ou seja, pilares com carregamento excêntrico. Todos<br />
os pilares criados são engastados na base e<br />
articulados na extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexão.<br />
3.4. Dimensionamento das Barras<br />
Nesta primeira versão o programa dimensiona as<br />
barras apenas para perfis laminados, <strong>de</strong> acordo com a<br />
NBR8800/86. Os esforços <strong>de</strong> dimensionamento são<br />
os maiores valores calculados para tração e<br />
compressão em cada um das combinações, ou seja,<br />
são os esforços máximos. Caso não exista nenhuma,<br />
combinação os esforços máximos são obtidos a partir<br />
dos carregamentos, individualmente.
O procedimento <strong>de</strong> dimensionamento é feito por<br />
grupos <strong>de</strong> barras, e.g. banzo superior, inferior,<br />
diagonais, montantes, etc., que são <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong><br />
acordo com o indicado na Figura 12.<br />
Figura 12 : Definição dos Grupos <strong>de</strong> Barras<br />
Os contraventamentos po<strong>de</strong>m ser lançados como<br />
indicado na Figura 13. Deve-se apenas marcar com o<br />
mouse quais barras encontram-se sob o mesmo<br />
contraventamento.<br />
9<br />
O comprimento <strong>de</strong> flambagem no plano<br />
perpendicular ao plano da treliça será igual ao<br />
somatório dos comprimentos <strong>de</strong> todas as barras do<br />
segmento, ou seja, entre pontos fixos. Caso uma<br />
barra não pertença a nenhum contraventamento os<br />
comprimentos <strong>de</strong> flambagem em torno dos eixos <strong>de</strong><br />
maior e menor inércia serão iguais ao próprio<br />
comprimento da barra. Portanto, os comprimentos<br />
efetivos <strong>de</strong> flambagem serão <strong>de</strong>finidos para as barras<br />
tanto no plano da treliça quanto no plano<br />
perpendicular a ela.<br />
A Figura 14 reproduz a janela que dá início ao<br />
dimensionamento. Para cada grupo <strong>de</strong> barras é<br />
necessário indicar qual o perfil a ser adotado bem<br />
como o índice <strong>de</strong> esbeltez máximo.<br />
A Figura 15 apresenta a estrutura calculada com<br />
um perfil inicial, <strong>de</strong> acordo com a esbeltez máxima.<br />
As barras vermelhas indicam que o esforço<br />
solicitante é maior que o resistente. As <strong>de</strong>mais cores<br />
indicam qual a razão entre solicitação e resistência <strong>de</strong><br />
acordo a barra <strong>de</strong> cores indicada.<br />
Figura 13 : Janela para entrada dos Contraventamentos.<br />
Após o dimensionamento a estrutura assume a<br />
configuração apresentada na Figura 16. Finalmente, a<br />
Figura 17 traz a listagem dos perfis dimensionados.
Figura 14 : Janela <strong>de</strong> Dimensionamento.<br />
Figura 15 : Estrutura Calculada com Perfis Iniciais.<br />
Figura 16 : Estrutura Calculada com Perfis Dimensionados<br />
10
4. Observações Finais<br />
O programa foi <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> tal forma que<br />
todo o projeto seja criado em tempo <strong>de</strong> execução,<br />
sem entrada <strong>de</strong> dados via arquivo. No entanto, os<br />
dados correntes po<strong>de</strong>m ser salvos, em qualquer<br />
instante, como arquivo <strong>de</strong> texto, compatível com o<br />
software SAP90. Estes dados po<strong>de</strong>m ser novamente<br />
“importados” pelo programa e alterados.<br />
A geometria <strong>de</strong> um problema po<strong>de</strong> também ser<br />
“importada” do AutoCAD R14, através <strong>de</strong> um<br />
arquivo extensão DXF (Drawing Interchange File).<br />
Cada barra <strong>de</strong>ve ser uma linha (line) e cada grupo <strong>de</strong><br />
barras <strong>de</strong>ve pertencer a uma layer diferente. As terças<br />
são indicadas através <strong>de</strong> no<strong>de</strong>-points, também em<br />
uma layer separada. O programa permite também<br />
“exportar” a geometria corrente para um arquivo<br />
extensão DXF.<br />
Finalmente, as cargas nodais, os esforços nas<br />
barras, as combinações <strong>de</strong> carregamentos, os<br />
Figura 17 : Listagem final dos perfis e peso total da estrutura.<br />
11<br />
<strong>de</strong>slocamentos e as reações nos pilares (ou apoios)<br />
po<strong>de</strong>m ser “exportados” arquivos extensão CSV,<br />
compatíveis com o software Excel 97.<br />
A primeira versão do AutoMETAL já está<br />
disponível aos interessados, gratuitamente, nos sites<br />
indicados no início <strong>de</strong>ste artigo.<br />
5. Bibliografia<br />
ABNT, Projeto e Execução <strong>de</strong> Estruturas <strong>de</strong> Aço <strong>de</strong><br />
Edifícios : Método dos Estados Limites (NBR 8800).<br />
ABNT, Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ, 1986.<br />
ABNT, Forças <strong>de</strong>vidas ao vento nas Edificações<br />
(NBR 6123). ABNT, Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ, 1988.<br />
ASSAN, A. E., Método dos Elementos Finitos:<br />
Primeiros Passos – Livro a ser publicado pela Editora<br />
da UNICAMP, Campinas/SP, 1999.<br />
REQUENA, J. A. V., Notas <strong>de</strong> Aula do Curso <strong>de</strong><br />
EC905 – Estruturas Metálicas II, Apostila ,DES-<br />
<strong>FEC</strong>-UNICAMP, Campinas/SP, 1999.