23.11.2013 Views

TEXTO 1 Vida digital Dentre as muitas coisas intrigantes, poucas há ...

TEXTO 1 Vida digital Dentre as muitas coisas intrigantes, poucas há ...

TEXTO 1 Vida digital Dentre as muitas coisas intrigantes, poucas há ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>TEXTO</strong> 1<br />

<strong>Vida</strong> <strong>digital</strong><br />

<strong>Dentre</strong> <strong>as</strong> muit<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> <strong>intrigantes</strong>, pouc<strong>as</strong> <strong>há</strong> tão<br />

misterios<strong>as</strong> quanto o tempo. A ironia é que mal nos damos<br />

conta disso. Estando desde o n<strong>as</strong>cimento submetidos a uma<br />

mesma noção de tempo, aceita por todos à nossa volta,<br />

tendemos a achar que ela é a única que corresponde à realidade.<br />

Causa um grande choque saber que outr<strong>as</strong> cultur<strong>as</strong> têm<br />

form<strong>as</strong> diferentes de perceber o tempo e de representar o<br />

curso da história. Ainda <strong>as</strong>sim, acreditamos que el<strong>as</strong> estão<br />

errad<strong>as</strong> e nós, certos. Ledo engano.<br />

Historicamente, o tempo foi percebido de form<strong>as</strong><br />

diferentes. Os gregos antigos tinham uma noção cíclica do<br />

tempo. Para eles, o tempo se iniciava com <strong>as</strong> prodigios<strong>as</strong> er<strong>as</strong><br />

de ouro e dos deuses, declinando depois, até chegar à crise<br />

final com a fraqueza e penúria da era dos homens, quando,<br />

então, se reiniciava o ciclo. Para os romanos, o tempo se<br />

enfraquecia na medida em que se af<strong>as</strong>tava do mais sagrado<br />

dos eventos: a fundação de Roma. Na Idade Média, prevalecia<br />

o tempo recursivo, pelo qual os cristãos acreditavam percorrer<br />

uma via penitencial, desde a expulsão do Jardim do Éden até<br />

o retorno ao Paraíso.<br />

Foi só com a consolidação do capitalismo, a partir<br />

do Ren<strong>as</strong>cimento, que p<strong>as</strong>sou a prevalecer uma noção de<br />

tempo quantitativo, dividido em unidades idêntic<strong>as</strong> e vazi<strong>as</strong> de<br />

qualquer conteúdo mítico, cujo símbolo máximo foi o relógio<br />

mecânico, com seu incansável tic-tac. Essa foi também a<br />

época em que a ciência e a técnica se tornaram preponderantes.<br />

Nesse contexto, o maior dos cientist<strong>as</strong> modernos, Sir.<br />

Isaac Newton, formalizou o conceito de tempo como sendo<br />

absoluto. Como pertencemos a esse tempo moderno, é ele<br />

que apreendemos, em c<strong>as</strong>a, na escola e nos relógios ao redor.<br />

E achamos, como Newton, que ele é o único<br />

verdadeiro!<br />

M<strong>as</strong> o mundo moderno foi-se complicando, e esse<br />

conceito fixo e fechado se tornou cada vez menos satisfatório.<br />

De fato, o amplo conhecimento de outr<strong>as</strong> cultur<strong>as</strong> e <strong>as</strong> grandes<br />

transformações científic<strong>as</strong> forçaram a admitir que cada<br />

povo cria <strong>as</strong> noções de tempo que correspondam às su<strong>as</strong><br />

form<strong>as</strong> e necessidades de vida.<br />

O que é claro, no c<strong>as</strong>o da cultura moderna, é que<br />

nossa percepção de tempo ficou coligada ao desenvolvimento<br />

tecnológico. Assim, dos moinhos de vento às caravel<strong>as</strong>, às<br />

ferrovi<strong>as</strong>, aos veículos automotores, aos transatlânticos, aos<br />

aviões, ao cinema, ao rádio, e à tevê, sentimos um efeito de<br />

aceleração permanente. O último e mais dramático episódio<br />

nesta saga da aceleração foi <strong>as</strong>sinalado pela Revolução da<br />

microeletrônica, a partir dos anos 70. Num repente, fomos<br />

invadidos por inúmeros prodígios técnicos: fax, bips, PCs,<br />

celulares, TVs a cabo, modems, e-mail... O aparato <strong>digital</strong><br />

entrava em cena, em toda a sua multiplicidade de recursos.<br />

Tudo parece convergir para tornar <strong>as</strong> comunicações mais<br />

rápid<strong>as</strong>, o trabalho mais produtivo, a vida mais fácil e para<br />

configurar uma nova concepção de tempo: um tempo extremamente<br />

célere, controlado, agora, pelo homem e su<strong>as</strong><br />

tecnologi<strong>as</strong> digitais.<br />

(Nicolau Sevcenko. IstoÉ, Edição especial. <strong>Vida</strong> <strong>digital</strong>, 1999. Adaptado).<br />

01. Acerca da idéia global desenvolvida no Texto 1, são<br />

pertinentes os seguintes comentários.<br />

1. [ ] Fica evidente, no tratamento do tema, a mutação<br />

d<strong>as</strong> concepções que, ao longo dos<br />

tempos, marca a visão de um determinado<br />

grupo.<br />

2. [ ] Há uma rede de interrelações: história, ciência,<br />

cultura, form<strong>as</strong> de linguagem, tudo converge<br />

para definir o perfil de vida do homem.<br />

3. [ ] Paira sobre cada grupo social o risco do etno-centrismo<br />

cultural: nenhum outro grupo<br />

parece perceber tão bem o mundo como ele<br />

próprio.<br />

4. [ ] Os conceitos que apreendemos em c<strong>as</strong>a, na<br />

escola e em outros grupos sociais constituem<br />

um l<strong>as</strong>tro cultural estável e irretocável.<br />

5. [ ] O desenvolvimento tecnológico, sobretudo<br />

na era moderna, deixou imunes os valores<br />

culturais vinculados à circulação d<strong>as</strong> informações.<br />

02. A coesão de um texto ocorre por meio de diferentes<br />

recursos sintático-semânticos. Analise <strong>as</strong> observações<br />

feit<strong>as</strong> a seguir acerca da coesão, ou seja, da articulação<br />

entre partes do Texto 1.<br />

1. [ ] A repetição da palavra tempo – que aparece<br />

do primeiro ao último parágrafo – é um sinal<br />

de que o mesmo tema se mantém ao longo<br />

do texto.<br />

2. [ ] Palavr<strong>as</strong> com sentidos afins (como tempo,<br />

relógio, er<strong>as</strong>, rápido etc.) criam uma <strong>as</strong>sociação<br />

semântica que promove no texto articulação<br />

e unidade.<br />

3. [ ] Nem todos os recursos coesivos aparecem<br />

em todos os textos. Assim é que o Texto 1 é<br />

construído sem <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> explicit<strong>as</strong> dos conectivos<br />

conjuntivos.<br />

4. [ ] Ao longo do Texto 1, pronomes vão reiterando<br />

<strong>as</strong> referênci<strong>as</strong> ou predicações feit<strong>as</strong><br />

previamente, como em: “<strong>Dentre</strong> <strong>as</strong> muit<strong>as</strong><br />

cois<strong>as</strong> <strong>intrigantes</strong>, pouc<strong>as</strong> <strong>há</strong> tão misterios<strong>as</strong><br />

quanto o tempo. A ironia é que mal nos damos<br />

conta disso.”<br />

5. [ ] 5. [ ] No começo do último parágrafo, o<br />

autor opta por deixar implícita a articulação<br />

com o parágrafo anterior: de fato, não ocorrem<br />

aí form<strong>as</strong> de reiteração.<br />

03. Analise o fragmento com que se inicia o Texto 1:<br />

“<strong>Dentre</strong> <strong>as</strong> muit<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> <strong>intrigantes</strong>, pouc<strong>as</strong> <strong>há</strong> tão misterios<strong>as</strong><br />

quanto o tempo”. Acerca de sua composição<br />

sintática, podemos afirmar o que segue.<br />

1. [ ] O verbo haver, nesse c<strong>as</strong>o, é impessoal; a<br />

norma é, no sentido aqui atualizado, usá-lo<br />

sempre como impessoal.<br />

2. [ ] A impessoalidade do verbo haver não se<br />

mantém quando se trata de uma locução<br />

verbal; portanto, a norma seria dizer-se:<br />

“Devem haver muit<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> <strong>intrigantes</strong>”.<br />

3. [ ] No português do Br<strong>as</strong>il, é comum o uso do<br />

verbo „ter‟ em lugar do verbo haver; por e-<br />

xemplo: “Tem muit<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> misterios<strong>as</strong> no<br />

mundo.”<br />

4. [ ] O verbo existir também é de uso muito frequente,<br />

nesse contexto; sua concordância<br />

com o sujeito segue a norma-padrão prescrita<br />

na gramática.<br />

5. [ ] Vê-se, por vezes, alguém dizer ou escrever:<br />

Houveram cois<strong>as</strong> misterios<strong>as</strong>. Essa concordância<br />

é aceita pela norma-padrão, por tratar-se<br />

de uma exceção: o verbo principia o<br />

enunciado.<br />

<strong>TEXTO</strong> 2<br />

Compro, logo existo.<br />

Templo de culto à mercadoria, o modelo do<br />

Shopping Center, como o conhecemos hoje, n<strong>as</strong>ceu nos<br />

Estados Unidos na década de 1950. São espaços privados,<br />

objetivamente planejados, para a supremacia da ação de<br />

comprar. O que se compra nesses centros, contudo, é muito<br />

mais do que mercadoria, serviços, alimentação e lazer. Compra-se<br />

distinção social, sensação de segurança e ilusão de<br />

felicidade e liberdade.<br />

O Shopping Center é um centro de comércio que<br />

se completa com alimentação, serviços e lazer. Ali o consumidor<br />

de mercadori<strong>as</strong> se mistura com o consumidor de serviços<br />

e de diversão, sentindo-se protegido e moderno. Fugindo de<br />

<strong>as</strong>pectos negativos dos centros d<strong>as</strong> cidades e da busca<br />

conjunta de soluções para eles, os Shopping Centers vendem<br />

a imagem de serem locais com uma melhor “qualidade de<br />

vida” por possuírem ru<strong>as</strong> cobert<strong>as</strong>, iluminad<strong>as</strong>, limp<strong>as</strong> e<br />

segur<strong>as</strong>: praç<strong>as</strong>, fontes, bulevares recriados, cinem<strong>as</strong> e<br />

atrações pront<strong>as</strong> e relativamente fáceis de serem adquirid<strong>as</strong> –<br />

ao menos para os que podem pagar. É como se o “mundo de<br />

fora”, a vida real, não lhes dissesse respeito...<br />

O que essa catedral d<strong>as</strong> mercadori<strong>as</strong> pretende é<br />

criar um espaço urbano ideal, concentrando vári<strong>as</strong> opções de<br />

consumo e consagrando-se como “ponto de encontro” para<br />

uma população seleta de seres “semiformados”, incompletos,<br />

que aceitam fenômenos historicamente construídos como se<br />

fizessem parte do curso da natureza. O imaginário que se<br />

impõe é o da plenitude da vida pelo consumo. Nesses espaços,<br />

podemos ocupar-nos apen<strong>as</strong> dos nossos desejos –<br />

aguçados com <strong>as</strong> inúmer<strong>as</strong> possibilidades disponíveis de<br />

aquisição. Prevalece a idéia do “compro, logo existo”.<br />

Além disso, esse mundo de sonhos que é o<br />

Shopping Center acaba reforçando n<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> uma visão<br />

individualista da vida, onde os valores propagados são todos<br />

relacionados às necessidades e aos desejos individuais – “eu<br />

quero, eu posso, eu compro”.<br />

(Valquíria Padilha. A sociologia vai ao Shopping Center. Ciência Hoje, maio de 2007, p. 30-35.<br />

Adaptado.)<br />

04. O Texto 2, na forma mais, ou menos explícita como aborda<br />

o tema escolhido, convoca o leitor a aceitar:<br />

1. [ ] a plenitude da vida, que é garantida pela a-<br />

legria de poder “consumir”.<br />

2. [ ] a urgência de criação de espaços urbanos<br />

ideais, a serviço da população seleta e formada.<br />

3. [ ] os riscos subjacentes ao engodo que pode<br />

existir na ligação entre „comprar‟ e „ser feliz‟.<br />

4. [ ] os valores inerentes às funções dos centros<br />

comerciais, onde sobressai o lado solidário<br />

do homem.<br />

5. [ ] a superação do individualismo e o fortalecimento<br />

da compreensão do valor da vida solidária.<br />

05. Analisando <strong>as</strong>pectos lingüísticos de palavr<strong>as</strong> e outros<br />

segmentos presentes no Texto 2, observamos que:<br />

1. [ ] o titulo do texto corresponde a uma conclusão,<br />

formulada em termos claros e precisos.<br />

2. [ ] metáfor<strong>as</strong> usad<strong>as</strong> no texto atestam uma<br />

percepção dos Shopping Centers como algo<br />

profano e alheio ao mundo religioso.<br />

3. [ ] os termos „bulevares‟ e „Shopping Center„‟<br />

caracterizam c<strong>as</strong>os de empréstimo lingüístico,<br />

fenômeno que decorre do contato entre<br />

língu<strong>as</strong> diferentes.<br />

4. [ ] a opção por períodos curtos – que prevalece<br />

em todo o texto – sugere que se trata de um<br />

gênero expositivo e informal.<br />

5. [ ] a reiteração do pronome „eu‟ na última linha<br />

do texto tem um valor enfático e confere ao<br />

enunciado um tom mais contundente.<br />

06. Observe o trecho: “os Shopping Centers vendem a imagem<br />

de serem locais com uma melhor “qualidade de vida”<br />

por possuírem ru<strong>as</strong> cobert<strong>as</strong>, iluminad<strong>as</strong>, limp<strong>as</strong> e segur<strong>as</strong>:<br />

praç<strong>as</strong>, fontes, bulevares recriados, cinem<strong>as</strong> e atrações<br />

pront<strong>as</strong> e relativamente fáceis de serem adquirid<strong>as</strong> –<br />

ao menos para os que podem pagar”. Analise os comen-<br />

1 Colégio Seculus – Porque o sucesso tem pressa – www.colegioseculus.com.br – (86) 3219-3550 / 3221-3256


tários acerca da função de alguns de seus itens ou fragmentos.<br />

1. [ ] O uso d<strong>as</strong> <strong>as</strong>p<strong>as</strong> em “qualidade de vida” indica<br />

que se trata de uma expressão de outro<br />

autor.<br />

2. [ ] Grande parte do trecho é constituída por<br />

uma enumeração; daí o uso de tant<strong>as</strong> vírgul<strong>as</strong>.<br />

3. [ ] Em: “os Shopping Centers vendem a imagem”,<br />

a palavra sublinhada tem um sentido<br />

metafórico.<br />

4. [ ] O caráter apelativo desse trecho propiciou o<br />

uso de verbos no presente do indicativo.<br />

5. [ ] Em: “ao menos para os que podem pagar”,<br />

é feita uma ressalva; a expressão “ao menos”<br />

sinaliza isso.<br />

01. (JAT) Sobre o Ren<strong>as</strong>cimento português e a lírica de<br />

Luís de Camões, analise <strong>as</strong> afirmações abaixo em V ou<br />

F:<br />

1. [ ] O Ren<strong>as</strong>cimento foi a retomada da cultura<br />

grecorromana, daí a valorização do equilíbrio,<br />

do racionalismo, a retomada do conceito<br />

de Belo na concepção clássica, além da<br />

utilização do soneto e do verso dec<strong>as</strong>sílabo.<br />

2. [ ] Camões publicou em vida, além d´Os lusíad<strong>as</strong>,<br />

cerca de quatro poem<strong>as</strong> (dois sonetos,<br />

uma ode e uma elegia). Sua lírica, Parn<strong>as</strong>o<br />

lusitano, foi perdida quando o poeta retornava<br />

a sua pátria. Só em 1595 é que veio aparecer<br />

a primeira edição da obra lírica de<br />

Camões.<br />

3. [ ] Camões produziu uma variedade textual<br />

bem diversificada (sonetos, canções, sextin<strong>as</strong>,<br />

odes, éclog<strong>as</strong>, ...). No entanto, é no soneto<br />

que se dá sua maior realização. Embora<br />

seu destaque esteja nos gêneros épico e<br />

lírico, Camões escreveu três peç<strong>as</strong> teatrais<br />

(Anfatriões, Filodemo e El-Rei Seleuco).<br />

4. [ ] Nos sonetos camonianos, destacam-se tem<strong>as</strong><br />

como a instabilidade do mundo, o Amor<br />

platônico (sensível e inteligível), a experiência<br />

do amante que sofre além de uma relação<br />

conflituosa do eu-lírico com o mundo,<br />

revelando <strong>as</strong> injustiç<strong>as</strong> sentid<strong>as</strong> pelo poeta.<br />

02. (JAT) O Romantismo br<strong>as</strong>ileiro foi uma arte que se<br />

iniciou na primeira metade do século XIX e se manifestou<br />

tanto na poesia quanto na prosa de ficção. Sobre o<br />

Romantismo, su<strong>as</strong> característic<strong>as</strong>, autores e produções,<br />

<strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) O Romantismo surgiu em meio à euforia da nossa<br />

independência política, daí estar comprometido<br />

com a formação de um conceito de nacionalidade<br />

e de formação de identidade br<strong>as</strong>ileira.<br />

b) Na poesia, houve o desenvolvimento de três gerações<br />

poétic<strong>as</strong>. Na primeira, nacionalista, temos o<br />

nome de Gonçalves Di<strong>as</strong>; na segunda, ultrarromântica,<br />

o maior destaque se dá para Álvares de<br />

Azevedo; na terceira, condoreira, temos a poética<br />

social e amorosa de C<strong>as</strong>tro Alves.<br />

c) A prosa ficcional teve três grandes <strong>as</strong>pectos: retratar<br />

o modo de vida e valores da burguesia, mostrar<br />

o Br<strong>as</strong>il em todos os seus espaços e tempos<br />

além de ter como eixo uma estória de amor com<br />

um final feliz ou trágico.<br />

d) José de Alencar foi o maior nome da prosa ficcional<br />

romântica. Foi o único que trabalhou tod<strong>as</strong> <strong>as</strong><br />

modalidades do romance (urbano, indianista, histórico<br />

e regionalista) e foi com Iracema que, ao<br />

misturar <strong>as</strong>pectos históricos com ficcionais, voltou<br />

ao p<strong>as</strong>sado e criou uma origem lendária para o<br />

br<strong>as</strong>ileiro.<br />

e) Os personagens romântico são, via de regra, idealizados<br />

e belos, representando a decadência dos<br />

valores morais burgueses do século XIX.<br />

03. (JAT) O Modernismo representou um momento de<br />

ruptura com uma visão tradicional acerca da cultura e<br />

sociedade que se configurava no século XX. Acerca dos<br />

<strong>as</strong>pectos gerais do Modernismo em Portugal e no Br<strong>as</strong>il,<br />

<strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) Em Portugal houve quatro gerações modernist<strong>as</strong>,<br />

enquanto que no Br<strong>as</strong>il, apen<strong>as</strong> três. A primeira<br />

Geração em Portugal, Orphismo (1915 – 1927), foi<br />

marcadamente polêmica e teve como grandes pilares<br />

intelectuais Fernando Pessoa e Mário de Sá-<br />

Carneiro.<br />

b) No Br<strong>as</strong>il, o Modernismo se inicia com a semana<br />

de Arte Moderna de 1922 no Teatro Municipal de<br />

São Paulo. Irreverentes, polêmicos e demolidores,<br />

os modernist<strong>as</strong> vinham repropor uma postura mais<br />

crítica para com nosso processo histórico e a concepção<br />

acerca de nossa cultura e do que é ser<br />

br<strong>as</strong>ileiro.<br />

c) Mário de Sá-Carneiro foi um dos escritores mais<br />

significativos de sua época. Poeta, novelista, contista<br />

e dramaturgo, universalizou algum<strong>as</strong> de su<strong>as</strong><br />

problemátic<strong>as</strong>, como a sua inadequação para com<br />

a existência e sua não aceitação, como se percebe<br />

em obr<strong>as</strong> como Dispersão e A confissão de<br />

Lúcio.<br />

d) No Br<strong>as</strong>il, os nomes mais representativos de nossa<br />

Primeira geração foram Mário de Andrade, Manuel<br />

Bandeira e Oswald de Andrade. Coube a Mário<br />

ser o maior suporte intelectual de sua geração<br />

e a Oswald o caráter vanguardista e polêmico do<br />

Modernismo em seu primeiro momento.<br />

e) Fernando Pessoa fez experimentos radicais em<br />

sua poética com a criação dos heterônimos (person<strong>as</strong><br />

poétic<strong>as</strong>). Estes heterônimos foram também<br />

utilizados por Mário de Sá-Carneiro para atenuar<br />

su<strong>as</strong> crises de personalidade.<br />

04. (JAT) Sobre a novela A confissão de Lúcio, de Mário de<br />

Sá-Carneiro, <strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA acerca<br />

de seus tem<strong>as</strong> e traços estilísticos:<br />

a) A narrativa é ambientalizada no final do século<br />

XIX para o início do século XX, onde seus personagens<br />

transitam entre Paris e Lisboa. São jovens<br />

intelectuais vivendo a euforia da Belle Époque em<br />

meio à boêmia literária.<br />

b) Lúcio narra os acontecimentos que envolveram<br />

ele e Ricardo após cumprir uma pena de 10 anos<br />

por um crime que ele não cometeu. Na realidade,<br />

sua “confissão” não gira em torno do <strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinato<br />

de Ricardo, m<strong>as</strong> de sua relação homossexual com<br />

este, que culmina com o suicídio do poeta português<br />

após uma discussão entre os dois.<br />

c) Buscando de libertar de su<strong>as</strong> culp<strong>as</strong> e tormentos,<br />

Lúcio escreve esta narrativa com este intuito. No<br />

entanto, ele não consegue se libertar da culpa da<br />

morte de Ricardo, culpa esta que o atormenta de<br />

forma intensa.<br />

d) Um dos grandes tormentos de Lúcio e saber o<br />

“mistério” que envolve Marta. Esta, na verdade, é<br />

produto da esquizofrenia de Lúcio, que busca, em<br />

vão, saber acerca de sua origem.<br />

e) Embora seja uma narrativa memorialista e de caráter<br />

psicológico, o tempo ficcional é cronológico.<br />

A novela aborda, além do caráter obsessivo, esquizofrênico<br />

e transtornado de Lúcio, <strong>as</strong> relações<br />

comerciais que envolvem a Arte e a futilidade de<br />

alguns artist<strong>as</strong> da época.<br />

05. (JAT) Ainda dentro da Segunda Geração Modernista,<br />

houve o desenvolvimento de uma prosa de ficção regionalista<br />

que, com b<strong>as</strong>e no Congresso Regionalista de<br />

Recife em 1926, repensou o país em su<strong>as</strong> contradições,<br />

carênci<strong>as</strong> e opressões <strong>as</strong> mais divers<strong>as</strong>. A este respeito,<br />

<strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) A tendência regionalista enfocou predominantemente<br />

o Nordeste, com seu abandono, o coronelismo<br />

e seu autoritarismo.<br />

b) Quanto ao enfoque nordestino, diferentes <strong>as</strong>pectos<br />

foram retratados: o sertão (Graciliano Ramos,<br />

Raquel de Queiroz), a Zona da Mata (José Lins do<br />

Rêgo, José Américo de Almeida) e a Bahia (Jorge<br />

Amado).<br />

c) Os romances da época foram marcadamente influenciados<br />

pel<strong>as</strong> tensões polític<strong>as</strong> do período,<br />

onde os escritores, via de regra, posicionavam-se<br />

para uma ideologia de esquerda, sendo perseguidos<br />

e presos, como Jorge Amado e Graciliano<br />

Ramos.<br />

d) Graciliano Ramos foi o maior representante de<br />

sua geração, no entanto, seu destaque se dá mais<br />

pelo caráter ideológico do que pelo refinamento<br />

estético e o trabalho com a linguagem.<br />

e) José Lins do Rêgo retratou a <strong>as</strong>censão e decadência<br />

dos engenhos açucareiros no Nordeste,<br />

em seu ciclo da cana-de-açúcar, especialmente na<br />

obra que sintetiza todo este ciclo: Fogo Morto.<br />

06. (JAT) Sobre o romance S. Bernardo, de Graciliano<br />

Ramos, <strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) Paulo Honório (falso narrador) tenta se libertar do<br />

sentimento que o aflige, reflexo de su<strong>as</strong> ações e<br />

consequência de su<strong>as</strong> ações que o levaram de<br />

peão a coronel e, também, à sua ruína moral.<br />

b) Madalena, esposa de Paulo Honório, é uma pessoa<br />

humanitária, sensível ao drama dos empregados<br />

de Paulo Honório. O choque entre os dois é<br />

inevitável. Enquanto Paulo Honório representa<br />

uma visão capitalista de mundo, Madalena possui<br />

uma postura socialista.<br />

c) O interesse de Paulo Honório para com Madalena<br />

é prático: c<strong>as</strong>ar-se e ter um herdeiro para seus<br />

bens. No entanto, ele não consegue gostar do filho,<br />

que também não é acolhido pela mãe e <strong>as</strong><br />

discussões entre o c<strong>as</strong>al tomam proporções estúpid<strong>as</strong><br />

que levarão ao suicídio de Madalena.<br />

d) Paulo Honório, para obter o que deseja, mostra-se<br />

o mais completo inescrupuloso: engana, manda<br />

<strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinar, apropria-se e usa <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>. Entretanto,<br />

após a Revolução de 30, começa sua decadência<br />

financeira que culminará com a moral.<br />

e) Embora bruto e egoísta, Paulo Honório se arrepende<br />

de tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> su<strong>as</strong> atitudes e afirma que, se<br />

tivesse a oportunidade de voltar no p<strong>as</strong>sado, faria<br />

tudo diferente.<br />

07. (JAT) Acerca do livro Sol Sanguíneo, de Salgado<br />

Maranhão, <strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) O livro tem como abertura um poema homônimo e<br />

é dividido em quatro partes: Tribos e Vitrines, Tear<br />

de Afetos, Legenda Gris e Adereços para um E-<br />

clipse. Seus poem<strong>as</strong> são predominantemente pequenos,<br />

de uma linguagem rica em plurissignificações<br />

e imagens poétic<strong>as</strong>.<br />

2 Colégio Seculus – Porque o sucesso tem pressa – www.colegioseculus.com.br – (86) 3219-3550 / 3221-3256


) Sua linguagem mostra um poeta consciente do fazer<br />

poético, onde predomina o traço apolíneo em<br />

detrimento ao dionisíaco. Uma poesia marcada<br />

pela sinergia de vozes poétic<strong>as</strong> que influenciaram<br />

sua escrita.<br />

c) O poeta é universal e comprometido com sua realidade.<br />

Tem<strong>as</strong> como a realidade nordestina, a<br />

memória ancestral afrodescendente, o cotidiano e<br />

o amor erótico ganham dimensão de grande caráter<br />

poético.<br />

d) <strong>Dentre</strong> os tem<strong>as</strong> que chamam a atenção neste livro,<br />

a metalinguagem é o maior destaque. Assim<br />

como João Cabral de Melo Neto, para Salgado<br />

Maranhão não <strong>há</strong> inspiração poética ou a presença<br />

de um eu-lírico subjetivo nos poem<strong>as</strong>. Tudo é<br />

feito dentro do mais alto rigor estético / racionalista.<br />

e) As recordações de su<strong>as</strong> origens está poetizada de<br />

forma simples e comovente no poema Mater, que<br />

aborda a origem humilde do poeta e a morte de<br />

sua mãe.<br />

08. (JAT) Acerca de H. Dobal e Roteiro sentimental e<br />

pitoresco de Teresina, <strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRE-<br />

TA:<br />

a) Dobal é poeta, contista e cronista. Soube fixar<br />

bem os tipos de sua terra e retratar com uma visão<br />

crítica <strong>as</strong> questões do sertanejo piauiense,<br />

sendo um escritor telúrico e ecumênico.<br />

b) Em Roteiro sentimental e pitoresco de Teresina,<br />

Dobal fixa não apen<strong>as</strong> os tipos que compõem a<br />

cidade, m<strong>as</strong> os <strong>há</strong>bitos e a rotina de uma cidade<br />

que, na década de 1950, ainda tinha um ar muito<br />

provinciana.<br />

c) Roteiro sentimental e pitoresco de Teresina possui<br />

uma introdução e treze crônic<strong>as</strong>. Com linguagem<br />

leve e ágil, o narrador, de terceira pessoa, faz um<br />

p<strong>as</strong>seio pela cidade, mostrando-a ora em su<strong>as</strong><br />

peculiaridades, ora em seus <strong>as</strong>pectos humanos e<br />

paisagísticos.<br />

d) Há em Roteiro sentimental e pitoresco de Teresina<br />

um caráter moralizante para com a degeneração<br />

dos costumes da cidade por conta de sua modernização.<br />

e) Escrito à época do centenário de Teresina m<strong>as</strong><br />

publicado quarenta anos após, o autor vem mostrar<br />

que o maior patrimônio de Teresina não é a<br />

sua arquitetura ou os espaços e ambientes da cidade,<br />

m<strong>as</strong> os seus tipos, pois afinal, são eles que<br />

dão vida e dinamismo à cidade.<br />

à Segunda Grande Guerra, à exclusão social e falta<br />

de oportunidades que <strong>as</strong> inúmer<strong>as</strong> “Raimund<strong>as</strong>”,<br />

representad<strong>as</strong> pela protagonista, vivenciam.<br />

e) Inspirado no teatro de Garcia Lorca, Raimunda<br />

Pinto Sim Senhor é uma obra que trabalha o absurdo<br />

de se viver no subdesenvolvimento rural<br />

nordestino.<br />

10. (JAT) Sobre José Expedito Rêgo e seu romance Vaqueiro<br />

e Visconde, <strong>as</strong>sinale a alternativa INCORRETA:<br />

a) José Expedito Rêgo foi poeta, contista, cronista,<br />

romancista e autor do Hino de Oeir<strong>as</strong>. Publicou<br />

em 1981 o romance Né de Sousa, alterando o título<br />

para Vaqueiro e Visconde a partir da segunda<br />

edição da obra.<br />

b) Vaqueiro e Visconde é um romance histórico que<br />

conta a biografia de Manuel de Sousa Martins,<br />

que saiu da condição de fazendeiro à de Visconde<br />

da Parnaíba e governador do estado do Piauí por<br />

vinte anos.<br />

c) A personalidade de Né de Sousa é b<strong>as</strong>tante controversa:<br />

déspota e autoritário, foi também uma<br />

pessoa preocupada com a família e os filhos, embora<br />

não tenha conseguido restabelecer a amizade<br />

com o irmão. Libidinoso, abandona a esposa<br />

para ficar com Seb<strong>as</strong>tiana, sua amante vinda de<br />

uma de su<strong>as</strong> propriedades.<br />

d) Né de Sousa foi um produto de sua época. Déspota<br />

em alguns instantes, governou o Piauí por 20<br />

anos, mostrando-se um <strong>há</strong>bil manipulador político.<br />

e) Neste romance de Expedito Rêgo, o <strong>as</strong>pecto histórico<br />

se sobrepõe ao ficcional, fazendo que o romance<br />

perca em qualidade literária, além do narrador<br />

nutrir franca simpatia pelo biografado.<br />

CONFIRA O GABARITO DURANTE A RÁDIO-AULA<br />

09. (JAT) Acerca de Raimunda Pinto Sim Senhor e seu<br />

autor, Francisco Pereira da Silva, <strong>as</strong>sinale a alternativa<br />

IMPROCEDENTE:<br />

a) Francisco Pereira faz parte do Teatro contemporâneo,<br />

junto com Nelson Rodrigues, Ariano Su<strong>as</strong>suna<br />

e Jorge Andrade. Sua obra possui forte conotação<br />

social, como se percebe em Raimunda<br />

Pinto Sim Senhor, uma de su<strong>as</strong> peç<strong>as</strong> mais conhecid<strong>as</strong>.<br />

b) Raimunda Pinto Sim Senhor mostra o drama de<br />

Raimunda, uma moça pobre do subúrbio de Fortaleza<br />

que vai ao Rio de Janeiro tentar uma vaga na<br />

escola de enfermagem Anna Nery e corrigir seu<br />

lábio leporino.<br />

c) No transcorrer de sua “saga” do Ceará ao Rio e,<br />

de lá aos E.U.A. e Japão, Raimunda vivencia a<br />

malícia do mundo, é enganada e usada e termina<br />

a obra desejosa de voltar a Fortaleza e viver de<br />

forma simples.<br />

d) Oriunda da Tetralogia Raimunda (1972), dedicada<br />

a Fernanda Montenegro, Raimunda Pinto Sim Senhor<br />

faz crític<strong>as</strong> ao populismo de Getúlio Varg<strong>as</strong>,<br />

3 Colégio Seculus – Porque o sucesso tem pressa – www.colegioseculus.com.br – (86) 3219-3550 / 3221-3256

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!