plano de aula a cultura quilombola na sala - GPER
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CURSO EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS<br />
MEDIADOR: SÓCRATES PEREIRA<br />
"Enquanto imperar a filosofia <strong>de</strong> que há uma raça inferior e outra superior o mundo<br />
estará permanentemente em guerra. É uma profecia, mas todo mundo sabe que isso é<br />
verda<strong>de</strong>" (Bob Marley)<br />
PLANO DE AULA<br />
A CULTURA QUILOMBOLA NA SALA DE AULA<br />
AUTORA: Francisca Roseane Franco Ribeiro <strong>de</strong> Sousa 1<br />
NÍVEL DE ENSINO: FUNDAMENTAL II<br />
MODALIDADE DE ENSINO: REGULAR ANO/SEMESTRE: 2º Semestre-2012<br />
PÚBLICO ALVO: Alunos do 6º ao 9º ANO<br />
PERÍODO DE DURAÇÃO: 10 <strong>aula</strong>s<br />
1 Pedagoga, Especialista em Orientação e Supervisão Educacio<strong>na</strong>l. Professora <strong>de</strong> Ensino Religioso da Re<strong>de</strong><br />
Municipal <strong>de</strong> João Pessoa e do Estado da Paraíba. Mestranda do PPGCR- Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em<br />
Ciências das Religiões- UFPB. E-mail: roseaneribeiro40@gamil.com
COMPONENTES CURRICULARES: Ensino Religioso, Português, História,<br />
Geografia, Artes, Matemática<br />
TEMA: A história do povo Quilombola<br />
OBJETIVOS:<br />
Conhecer e valorizar a <strong>cultura</strong> Quilombola em <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>;<br />
I<strong>de</strong>ntificar as gran<strong>de</strong>s contribuições da <strong>cultura</strong> Quilombola para<br />
construção da nossa história;<br />
Ampliar o conceito <strong>de</strong> cidadania, discutindo questões como respeito ao próximo,<br />
religiosida<strong>de</strong> e sincretismo, preconceito, direitos, inclusão, luta, resistência.<br />
PRÉ-REQUISITOS DOS ESTUDANTES:<br />
Espera-se que os estudantes estejam abertos a aceitar o outro convivendo em<br />
socieda<strong>de</strong>, realizando ativida<strong>de</strong>s em equipes, sendo solidários e respeitosos, assim<br />
como, saibam fazer uso dos recursos tecnológicos, estejam envolvidos participando<br />
ativamente das ativida<strong>de</strong>s planejadas.<br />
RECURSOS/MATERIAIS DE APOIO:<br />
Livros, dicionários, computadores, câmeras digitais, internet, gravuras, celulares,<br />
cartoli<strong>na</strong>s, materiais <strong>de</strong> uso comum (lápis, borracha, ca<strong>de</strong>rnos, etc)<br />
GLOSSÁRIO:<br />
Quilombo: s.m. Al<strong>de</strong>ia em que se concentravam os escravos que fugiam das fazendas, mi<strong>na</strong>s e casas <strong>de</strong><br />
família, on<strong>de</strong> eram explorados e sofriam maus tratos. Os escravos, para não serem encontrados,<br />
escondiam-se <strong>na</strong>s matas, nos lugares mais i<strong>na</strong>cessíveis, como o alto das montanhas e grutas. Aí se<br />
reuniam e levavam vida livre. As peque<strong>na</strong>s al<strong>de</strong>ias eram também chamadas mocambos. Os maiores<br />
quilombos eram formados por vários mocambos. Seus habitantes eram chamados <strong>quilombola</strong>s. Enquanto<br />
durou a escravidão no Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a colonização até o fi<strong>na</strong>l do Império, existiram os quilombos.
Quilombolas: s.f. são grupos sociais remanescentes <strong>de</strong> quilombos, marcados pela resistência e<br />
autonomia caracterizando um movimento <strong>na</strong> história do Brasil <strong>de</strong> transição <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> escravo para a<br />
<strong>de</strong> camponês livre<br />
Resistência: s.f. Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um corpo que reage contra a ação <strong>de</strong> outro corpo.<br />
Aptidão para suportar a fadiga, a fome, o esforço: soldados que têm resistência.<br />
Defesa contra um ataque: opor forte resistência a assaltantes.<br />
Oposição, reação, recusa <strong>de</strong> submissão à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrem: obe<strong>de</strong>cer sem resistência.<br />
Exaustão: s.f. Ação ou efeito <strong>de</strong> exaustar; esgotamento; extremo cansaço.<br />
Outras palavras serão construídas no <strong>de</strong>correr das <strong>aula</strong>s<br />
QUESTÕES PROBLEMATIZADORAS:<br />
Alguém sabe dizer quem é esta pessoa?<br />
Já ouviram falar em Quilombolas?<br />
O que vocês enten<strong>de</strong>m por resistência?
TEXTO CONCEITUAL<br />
QUILOMBOS<br />
A utilização do trabalho escravo no Brasil foi uma prática marcada por diversas manifestações <strong>de</strong> resistência contra esse tipo<br />
<strong>de</strong> relação <strong>de</strong> trabalho opressivo. Entre tantas alter<strong>na</strong>tivas, a constituição dos quilombos foi uma das mais ousadas e bem<br />
articuladas ações que buscavam quebrar as imposições da administração colonial. Apesar <strong>de</strong> sua relevância, poucos são os<br />
registros que <strong>de</strong>monstram a presença e o funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong>sse tipo instituição no período colonial.<br />
Formado a partir da reunião <strong>de</strong> vários escravos fugitivos, um quilombo passava a constituir um tipo <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> bastante<br />
diferente das que foram criadas pela ação dos colonizadores portugueses. Os habitantes dos quilombos, chamados <strong>de</strong><br />
“<strong>quilombola</strong>s”, participavam <strong>de</strong> todo o trabalho que envolvia a obtenção <strong>de</strong> alimentos e construíam peque<strong>na</strong>s ofici<strong>na</strong>s on<strong>de</strong><br />
fabricavam suas roupas, utensílios domésticos, ferramentas <strong>de</strong> trabalho e móveis.<br />
Mais do que uma simples comunida<strong>de</strong>, o quilombo era formado em locais <strong>de</strong> difícil acesso. Tal medida visava impedir a<br />
recaptura dos escravos fugidos. Geralmente, o quilombo também era organizado <strong>na</strong> proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estradas para que os<br />
<strong>quilombola</strong>s pu<strong>de</strong>ssem assaltar os viajantes que por ali transitavam. Não se limitando ao abrigo <strong>de</strong> escravos africanos, os<br />
quilombos também serviam <strong>de</strong> morada para índios e criminosos que escapavam da justiça.<br />
Nessas comunida<strong>de</strong>s, conforme aponta alguns relatos, houve o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um código moral e <strong>de</strong> justiça bastante<br />
peculiares. O adultério, o roubo, o homicídio e a <strong>de</strong>serção eram severamente punidos com a pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> morte. Ao mesmo tempo,<br />
os quilombos foram importantes para que traços diversos da <strong>cultura</strong> africa<strong>na</strong> se mantivessem vivos em nossa própria <strong>cultura</strong><br />
atual. Ritos, danças, pratos e expressões comuns ao território brasileiro são nitidamente influenciados pela <strong>cultura</strong> africa<strong>na</strong>.<br />
Um dos mais importantes quilombos do período colonial foi criado <strong>na</strong> serra da Barriga Ver<strong>de</strong>, no estado <strong>de</strong> Alagoas. O<br />
Quilombo dos Palmares, formado no início do século XVII, abrigava uma série <strong>de</strong> quilombos menores e constituía uma gran<strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong> integrada por milhares <strong>de</strong> pessoas. O período <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>sse quilombo aconteceu durante as invasões<br />
holan<strong>de</strong>sas, momento em que vários escravos aproveitaram do distúrbio para fugirem dos engenhos.<br />
Durante muito tempo, a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>ste quilombo preocupou as autorida<strong>de</strong>s coloniais daquela região. Após a <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong><br />
várias batalhas, o capitão-mor Fernão Carrilho quase <strong>de</strong>u fim à Palmares em 1678, após aprisio<strong>na</strong>r vários <strong>de</strong> seus principais<br />
lí<strong>de</strong>res. Quando a contenda parecia estar fi<strong>na</strong>lmente resolvida, apareceu a figura do lí<strong>de</strong>r Zumbi rearticulando novas forças que<br />
resistiram até os últimos anos do século XVII.<br />
Atualmente, existem várias comunida<strong>de</strong>s que são remanescentes <strong>de</strong> quilombos formados durante a época colonial.<br />
Reconhecendo a presença e a soberania dos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>quilombola</strong>s nessas regiões, o governo conce<strong>de</strong>u títulos <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong> aos habitantes <strong>de</strong>ssas regiões. Estimativas publicadas no ano <strong>de</strong> 2008 apontam que existem 185 comunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>quilombola</strong>s espalhadas em cerca <strong>de</strong> 980 mil hectares.<br />
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm<br />
PARA REFLETIR COM OS ALUNOS:<br />
O que vocês acharam do texto?<br />
Que po<strong>de</strong>mos dizer sobre a vida dos <strong>quilombola</strong>s?<br />
Po<strong>de</strong>mos dizer que a vida dos <strong>quilombola</strong>s mudou ou continua passível <strong>de</strong> sofrimento?<br />
Perto <strong>de</strong> vocês ou <strong>na</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> tem alguém que se i<strong>de</strong>ntifica como <strong>quilombola</strong>? Por<br />
quê?<br />
Que atitu<strong>de</strong>s estão sendo tomadas para reconhecer os direitos <strong>de</strong>stas comunida<strong>de</strong>s?<br />
ATIVIDADES DO PROFESSOR:
Prepara sli<strong>de</strong>s sobre a <strong>cultura</strong> <strong>quilombola</strong><br />
Apresentar textos sobre os quilombos<br />
Explorar ví<strong>de</strong>os que retratem a realida<strong>de</strong> do povo nos quilombos<br />
Explorar elementos da <strong>cultura</strong> <strong>quilombola</strong><br />
Pesquisar sites que apresentem materiais para os alunos terem mais<br />
conhecimentos<br />
Elaborar questões para a realização <strong>de</strong> entrevistas <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> sobre<br />
quilombos<br />
Assistir o documetário: A Terra e o Tempo: Vozes do Quilombo disponível em<br />
http://www.youtube.com/watch?v=7tws2MMsh9A<br />
Debates.<br />
TAREFAS DOS ALUNOS:<br />
Pesquisar <strong>na</strong> internet textos que falem sobre os Quilombos e as comunida<strong>de</strong>s<br />
Quilombolas existentes no Brasil<br />
Assistir ví<strong>de</strong>os sobre Quilombo dos Palmares, para discussão em <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong><br />
Pesquisar <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> em que vivem se existem <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
Quilombolas<br />
Apresentar os resultados das pesquisas através <strong>de</strong> gráficos<br />
Confeccio<strong>na</strong>r painéis com temas sobre os Quilombos.<br />
I<strong>de</strong>ntificar as heranças <strong>cultura</strong>is <strong>quilombola</strong>s para nossa socieda<strong>de</strong><br />
PARA SABER MAIS<br />
ZUMBI DOS PALMARES<br />
Hoje, passado um século<br />
Alegremente, venho exaltar
O rei negro, valente, indomável<br />
Que viveu prá sua raça libertar<br />
Quem ainda nunca ouviu falar do negro<br />
Pare um pouco agora prá escutar<br />
Como é linda a história <strong>de</strong>ste anjo<br />
Que resolvi, neste dia, lhes contar<br />
Cansado <strong>de</strong> viver no cativeiro<br />
E vendo sua gente só sofrer<br />
Zumbi rompeu a re<strong>de</strong> da injustiça<br />
E <strong>na</strong>s matas, com seu povo foi viver<br />
Negro <strong>de</strong> pele brilhante e <strong>de</strong> idéias liberais<br />
Célebre, por sua coragem e por sonhos divi<strong>na</strong>is<br />
Zumbi, fundou no Estado <strong>de</strong> Alagoas<br />
O "Quilombo dos Palmares"<br />
Na busca incessante, da paz tão sonhada<br />
Fugindo dos açoites e dos ferros em brasa,<br />
Do medo dos senhores e da aflição da senzala,<br />
Na Serra da "Barriga" fizeram morada<br />
Protegidos por florestas <strong>de</strong> palmeiras<br />
E tendo o velho mestre <strong>na</strong> dianteira<br />
Os filhos do infortúnio e da tortura<br />
Esqueceram-se das algemas e das canseiras<br />
Filhos das matas, dos rios e cascatas<br />
Amigos dos bichos e da lua prateada<br />
Ignoraram o grito <strong>de</strong> dor, que longo tempo suportaram<br />
Respirando o ar puro das montanhas abençoadas<br />
Subiram serras, ouvindo o sabiá<br />
Pularam vales, atrás do uirapuru<br />
Dormiram no seio da noite azul<br />
Correram montes <strong>de</strong> Norte a Sul<br />
Mas, um dia o terror lá no morro chegou<br />
E o que era só felicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> repente sucumbiu<br />
Os capitães do mato os encontrou<br />
E uma enxurrada <strong>de</strong> sangue, <strong>de</strong>sceu pelo triste rio<br />
Só que o pai negro, gigante e justiceiro<br />
Guardião da fortaleza e protetor dos infelizes<br />
Que tinha no sangue a justa rebeldia<br />
Driblou a todos com grandiosa maestria<br />
Passado alguns anos, o nosso herói, tombou vencido
Traído cruelmente, por um antigo amigo<br />
Seu povo fi<strong>na</strong>lmente, foi domi<strong>na</strong>do e humilhado<br />
E o "Quilombo <strong>de</strong> Zumbi", foi esquecido.<br />
Disponível em:http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=7792<br />
Sites relacio<strong>na</strong>dos:<br />
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/historia-local-afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes-472191.shtm<br />
http://www.cpisp.org.br/comunida<strong>de</strong>s/html/brasil/pe/pe_conceicao_educacao.html<br />
Contas do Google<br />
AVALIAÇÃO<br />
O aluno será avaliado através da observação do seu interesse, participação e realização<br />
das ativida<strong>de</strong>s propostas individuais e coletivas.<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:<br />
1- Conforme o que já estudamos sobre a <strong>cultura</strong> Quilombola, respondam as<br />
seguintes questões?<br />
a) O que você apren<strong>de</strong>u sobre os Quilombos?<br />
b) Como é a vida dos Quilombolas no cotidiano?<br />
c) Existem políticas públicas voltadas para os interesses dos Quilombolas?<br />
d) Se você gover<strong>na</strong>sse o Brasil, que medida tomaria para viabilizar a melhoria <strong>de</strong><br />
vida do povo Quilombola? Por quê?<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Documentário :Terra <strong>de</strong> Quilombo - Uma dívida Histórica (30min)<br />
http://vi<strong>de</strong>o.google.com/vi<strong>de</strong>oplay?docid=-2531992243254208946 - Filme: Aruanda<br />
http://vi<strong>de</strong>o.google.com/vi<strong>de</strong>oplay?docid=298537318361371655<br />
http://www.institutosumauma.org.br/imagem/arquivo/Terra_Qulombola.pdf - BARATA,<br />
Rogério; BARROS, Maria das Dores; SILVA, Delma Josefa da. Terra <strong>de</strong> Quilombo.
http://www.re<strong>de</strong>h.org.br/biblioteca/publicacoes-conteudo.asp?cod=12 - Quilombos - Espaço<br />
<strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> crianças, jovens, mulheres e homens negros<br />
http://www.re<strong>de</strong>h.org.br/biblioteca/publicacoes-conteudo.asp?cod=2 - História em<br />
Quadrinhos: Mi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> Quilombos<br />
http://www.sec.pb.gov.br/ead/pluginfile.php/138/mod_forum/attachment/6739/LISTA%20C<br />
OMUNIDADADES.doc - Lista das Comunida<strong>de</strong>s Quilombolas<br />
http://www.seppir.gov.br/.arquivos/pbq.pdf - II- Conceito e Histórico da Questão<br />
Quilombola no Brasil e III Legislação<br />
http://www.seppir.gov.br/<strong>de</strong>staques/Cartilha%20Quilombola-screen.pdf - Cartilha<br />
Quilombola<br />
http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/quilombos-no-brasil.pdf - SIQUEIRA,<br />
Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s. Quilombos no Brasil e a singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palmares<br />
http://www.vimeo.com/1436330 - Filme: Dança das Cabaças