11.01.2014 Views

O ensino de S. Tomás na Universidade de Coimbra

O ensino de S. Tomás na Universidade de Coimbra

O ensino de S. Tomás na Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

306 DIDASKAI.IA<br />

S. <strong>Tomás</strong>: «Or<strong>de</strong>no e mando que o reitor tenha especial cuidado <strong>de</strong><br />

se informar quaes são os estudantes <strong>de</strong> cânones e leis que não têm<br />

textos e mandará ao conservador da Universida<strong>de</strong>, que vá em pessoa<br />

á casa dos taes estudantes sem que seja entendido, nem sabido <strong>de</strong>lles; e<br />

achando que os não têm, os dispidirá logo da Universida<strong>de</strong>, e mandará<br />

riscar da matricula, sem outra prova: e o mesmo usará com os estudantes<br />

theologos que não tiverem a Biblia, Mestre das Sentenças<br />

e as partes <strong>de</strong> Santo Thomaz» 17 .<br />

Esta cláusula foi também incluida mais tar<strong>de</strong> nos Estatutos<br />

<strong>de</strong> 1653 e ainda <strong>na</strong> Reformação <strong>de</strong> 1612 18 . E já que referimos esta<br />

última legislação, aproveitamos para dizer que ela estabeleceu novos<br />

or<strong>de</strong><strong>na</strong>dos para os professores <strong>de</strong> Teologia. Provi<strong>de</strong>nciou-se para<br />

que as ca<strong>de</strong>iras maiores <strong>de</strong> Teologia fossem igualadas às correspon<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> Cânones e <strong>de</strong> Leis, «por fazer mercê aos professores da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia, e por authorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta Sciência». Foi esta<br />

a nova tabela fixada: «Prima» — 300S000 réis; «Véspera» — 230S000<br />

réis; «Tertia» — 14055000 réis; «Noa» — 100S000 réis; e para as catedrilhas<br />

60S000 réis. Outra <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção importante diz respeito<br />

à obrigação que os lentes tinham <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a opinião e a doutri<strong>na</strong><br />

do autor da ca<strong>de</strong>ira que lhes estava confiada: «O Reitor fará lembrança<br />

aos Mestres <strong>de</strong> todas as ca<strong>de</strong>iras, que procurem, quanto<br />

for possível, a fazer <strong>de</strong>fensável a opinião, e doutri<strong>na</strong> do autor da<br />

ca<strong>de</strong>ira, que lerem, <strong>de</strong>clarando-a sempre, pera que se não confúndão<br />

as opinioens; e se saiba com clareza, qual hé a doutri<strong>na</strong>,<br />

e opinião dos autores, <strong>de</strong> que são intituladas as ca<strong>de</strong>iras» 19 .<br />

Os Estatutos Pombalinos (1772) trouxeram consigo uma remo<strong>de</strong>lação<br />

profunda em todas as Faculda<strong>de</strong>s e criaram outras <strong>de</strong> novo.<br />

Depois <strong>de</strong> D. João III, a reforma <strong>de</strong> 1772 constituiu um acontecimento<br />

a todos os títulos notável que imprimiu novos rumos à vida<br />

universitária e revitalizou substancialmente a orgânica escolar da<br />

Escola coimbrã 20 .<br />

17<br />

Ibiã., n.° 18, liv. II, tit. XX, p. 31 v.°.<br />

18<br />

Estatutos <strong>de</strong> 1653, n.° 18, liv. II, tit. XX, p. 60, nos mesmos termos. Lê-se <strong>na</strong> Reformação<br />

<strong>de</strong> 1612: «Todos os Estudantes Theologos terão as partes <strong>de</strong> S. Thomas, assi como<br />

pelo Estatuto do livro 3. titulo 42. § 2. são obrigados os Canonistas, e Legistas, a terem textos<br />

da sua Faculda<strong>de</strong>. E no tempo que os Estudantes Teologos fizerem seus actos, não serão<br />

admittidos, sem primeiro constar ao Reitor, como têm as dittas partes <strong>de</strong> S. Thomas» (Estatutos<br />

<strong>de</strong> 1653, n.° 89, p. 315).<br />

19<br />

Ibid., n.° 84, p. 314.<br />

20<br />

Vid. o nosso estudo A Cátedra <strong>de</strong> Sagrada Escritura <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> 1640<br />

a 1910 — Alguns Apontamentos, <strong>Coimbra</strong>, 1974 — Separata <strong>de</strong> Revista Portuguesa <strong>de</strong> História,<br />

vol. XV; e também MANUEL EDUARDO DA MOTTA VEIGA, Esboço histórica-literário da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!