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RESUMO
O presente Relatório surge no âmbito da disciplina de Projecto Final, tendo como objectivo apresentar e fundamentar,
a estratégia projectual adoptada, ao longo do Exercício realizado durante o ano lectivo 2011-2012.
O crescimento das grandes cidades, verificado a partir do século XX, despoletou a necessidade de criação de
diversas infraestruturas capazes de articular a cidade consolidada, aos territórios periféricos que rapidamente
surgiam. Estes, associados a um processo de expansão muitas vezes descontrolado, traduziam-se em tecidos
urbanos descontínuos, verificando-se frequentemente a inexistência de qualquer tipo de regra de ocupação. Os
novos aglomerados urbanos, dispersos no território, aliados à presença das grandes artérias de mobilidade,
contribuiram para a degradação da imagem urbana, nomeadamente do espaço público, situação observada fundamentalmente
durante o último século.
A Área de Estudo, localizada na Coroa Norte Poente de Lisboa, traduz muitas das fragilidades observadas nas
zonas mais periféricas das grandes cidades. A partir da década de 60, assistiu-se a um processo de construção
desenfreada neste território, baseado em processos de formação de cidade por loteamentos e construções indiscriminadas,
assim aconteceu, em Benfica e S. Domingos de Benfica. A degradação da imagem urbana, associada
a um traçado urbano confuso, estacionamento desregrado, à carência ao nível de espaço público, à inexistência
de uma articulação entre as estruturas verdes existentes, e principalmente, à presença dos grandes eixos de
mobilidade, motivaram a reflexão acerca de estratégias, que promovessem novas dinâmicas urbanas, capazes de
melhorar o panorama actual. A Avenida Lusíada, surge assim como ponto de partida de toda a intenção projectual,
pois a mesma é identificada como principal causadora da descontinuidade observada nesta área da cidade.
Procura-se assim, conferir alguma continuidade à cidade partida, fragmentada e é neste contexto que se destacam
dois tipos de análise. Por um lado, uma reflexão acerca de artérias urbanas, que tendo passado ou não por um
processo de transformação, estabelecem um paralelo, com “o que poderia ter sido ou o que poderá vir a ser a
Av. Lusíada”, numa tentativa de procurar atenuar o seu impacto, propondo a sua integração nas malhas urbanas
envolventes. Por outro lado, a demonstração de diferentes casos, referentes a cidades distintas, que procuraram
através da articulação da Estrutura de Espaços Abertos, nomeadamente, artérias urbanas, percursos pedonais,
espaços públicos, espaços verdes, alcançar a continuidade.
Pensa-se que a revitalização destes territórios, passará pela adopção de estratégias que busquem a continuidade
urbana, assentes na valorização e requalificação dos espaços resultantes, e na integração das infraestruturas de
mobilidade nos tecidos urbanos envolventes, procurando assim, a criação de uma rede urbana articulada, que
promova uma variabilidade de percursos urbanos, que comuniquem bairros, equipamentos e serviços, espaços
verdes, transportes, entre outros.
CONTINUIDADE URBANA | ARTÉRIAS URBANAS | ESPAÇOS PÚBLICOS | ESPAÇOS VERDES | PERCURSOS PEDONAIS