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Apresentação: Grupo de Trabalho 2 - ICMBio

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Comitê Técnico Consultivo da IN 2/2009 do MMA<br />

<strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Trabalho</strong> 2<br />

Instituições Participantes:<br />

Associação Brasileira dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Energia - ABIAPE<br />

Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM/MME<br />

Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Mineração – IBRAM<br />

Secretaria <strong>de</strong> Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM/MME


OBJETIVOS<br />

OBJETIVO<br />

1<br />

• Analisar técnica, científica e juridicamente os<br />

conceitos, diretrizes e propostas estabelecidos pela :<br />

• CPRM e Re<strong>de</strong>speleo Brasil sobre as unida<strong>de</strong>s<br />

espaciais <strong>de</strong> que tratam o Decreto 6.640/2008 e IN<br />

2/2009;<br />

• SBPC e UFLA, sobre equívocos conceituais da IN<br />

2/2009 em relação à biologia<br />

OBJETIVO<br />

2<br />

• Propor, quando for o caso, propostas alternativas às<br />

apresentadas pelas quatro Instituições


Principais Pontos da <strong>Apresentação</strong> da CPRM<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> espacial para estudos espeleológicos <strong>de</strong>ve ter<br />

como fundamento os parâmetros responsáveis pelo processo <strong>de</strong><br />

formação/<strong>de</strong>senvolvimento das cavida<strong>de</strong>s ou sistema cárstico.


PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA OS ESTUDOS ESPELEOÓGICOS<br />

Análise morfométrica para estabelecer padrões e possíveis subzonas<br />

do carste; traçado <strong>de</strong> poligonais e sistemas <strong>de</strong> fluxo locais;<br />

Avaliar padrões da zona insaturada,<br />

ativida<strong>de</strong> hídrica e sedimentar;<br />

Compreen<strong>de</strong>r o nível energético, a resiliência<br />

das ocorrências, suas condições funcionais,<br />

fragilida<strong>de</strong>s e vulnerabilida<strong>de</strong> frente à<br />

ocupação.<br />

A análise da relevância <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar a representativida<strong>de</strong> da<br />

ocorrência em cada (sub)sistema e sua funcionalida<strong>de</strong> no<br />

(sub)sistema.<br />

Em escala regional, <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rada<br />

a importância e a representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cada subsistema para o sistema<br />

hidrológico/ambiental regional.<br />

A análise <strong>de</strong>ve progredir do nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>talhe à uma escala macro,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo a importância do<br />

sistema cárstico para a bacia hidrográfica


Análise dos Conceitos e Propostas da CPRM<br />

Decreto 6.640/2008<br />

CPRM<br />

Análise/valoração dos<br />

atributos <strong>de</strong> uma<br />

cavida<strong>de</strong> em relação às<br />

<strong>de</strong>mais, nos enfoques<br />

local e regional<br />

Reconhecimento do<br />

processo <strong>de</strong><br />

formação/evolução das<br />

cavida<strong>de</strong>s para avaliar os<br />

efeitos <strong>de</strong> impactos<br />

antrópicos sobre o<br />

“sistema <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s”


Análise das Apresentações Sobre as Unida<strong>de</strong>s Espaciais<br />

Base dos Estudos:<br />

Geologia/morfologia;<br />

Hidrologia/hidrogeologia<br />

cárstico<br />

Litologia ferrífera<br />

Alta relação com<br />

a hidrogeologia<br />

Baixa relação<br />

com a<br />

hidrogeologia


Observações da CPRM Sobre a Área <strong>de</strong> Influência das Cavida<strong>de</strong>s<br />

250 m provisórios<br />

tomados como<br />

<strong>de</strong>finitivos<br />

• Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar a<br />

real área <strong>de</strong><br />

influência<br />

Estudos Propostos<br />

• Situação do ambiente<br />

relativamente à zona<br />

saturada e insaturada<br />

(hidrogeológica);<br />

• Ativida<strong>de</strong>s hídrica e<br />

sedimentar;<br />

• Conectivida<strong>de</strong> física<br />

real ou provável com<br />

outra(s) cavida<strong>de</strong>(s),<br />

inclusive aquelas não<br />

penetráveis pelo<br />

homem<br />

Resolução CONAMA<br />

347/2004, admite o<br />

licenciamento<br />

ambiental sem que a<br />

área <strong>de</strong> influência das<br />

cavida<strong>de</strong>s seja<br />

<strong>de</strong>terminada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que respeitado um<br />

entorno <strong>de</strong> proteção<br />

<strong>de</strong> 250m a partir das<br />

suas projeções<br />

horizontais


Impossibilida<strong>de</strong> do Empreen<strong>de</strong>dor Aten<strong>de</strong>r às<br />

Propostas da CPRM<br />

Abrangência Territorial dos Estudos<br />

Bacia Hidrográfica<br />

Vários empreendimentos, <strong>de</strong> diferentes<br />

concessionários/proprietários<br />

Gran<strong>de</strong> conflito, não solucionáveis por uma Instrução Normativa<br />

Estudos <strong>de</strong> um empreen<strong>de</strong>dor imobilizando, para uso e<br />

ocupação, territórios em áreas <strong>de</strong> terceiros (proprietários ou<br />

concessionários) para preservação <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s que se<br />

enquadram como <strong>de</strong> máxima relevância


Conclusões<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da contribuição e proprieda<strong>de</strong> técnica e científica dos<br />

conceitos e propostas da CPRM, eles:<br />

Não apresentaram o mesmo foco<br />

do Decreto 6.640/2008<br />

Não po<strong>de</strong>m ser generalizados para<br />

todas as litologias <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s<br />

Apresentam impossibilida<strong>de</strong> prática <strong>de</strong> implementação pelo empreen<strong>de</strong>dor<br />

Depen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> informação (em número e escala) não disponível<br />

A complexida<strong>de</strong> dos estudos, envolvendo elevados custos e tempo <strong>de</strong><br />

execução só <strong>de</strong> justificariam se cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> máxima relevância tivessem<br />

interação com o sistema cárstico . Nesse caso específico, todas as cavida<strong>de</strong>s<br />

do sistema seriam consi<strong>de</strong>radas como <strong>de</strong> máxima relevância (interações<br />

ecológicas únicas com uma cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> máxima relevância)


Pontos Relevantes da <strong>Apresentação</strong> da Re<strong>de</strong>speleo<br />

Adota os princípios básicos da<br />

CPRM<br />

Proposta <strong>de</strong> estudos<br />

espeleológicos tendo como<br />

foco o sistema cárstico, como<br />

um todo.<br />

Define parâmetros da Escala<br />

Regional: domínios geotectônicos<br />

tectônicos, unida<strong>de</strong>s<br />

geomorfológicas<br />

Define parâmetros da Escala Local:<br />

geomorfologia, dinâmica do sistema<br />

(fluxo <strong>de</strong> matéria e energia), interrelação<br />

dos elementos, exploração<br />

biológica.<br />

Admite a necessida<strong>de</strong> da<br />

existência <strong>de</strong> dados secundários<br />

para os estudos espeleológicos<br />

que não são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

do empreen<strong>de</strong>dor e questiona:<br />

Quem fará?<br />

Sugere parâmetros para orientar a<br />

malha <strong>de</strong> caminhamento na<br />

prospecção geológica: tipo do<br />

empreendimento, potencial<br />

espeleológico e natureza do impacto<br />

das diferentes estruturas <strong>de</strong> um<br />

empreendimento


Sugestão da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caminhamento (malha <strong>de</strong> prospecção) em função<br />

das características do empreendimento e potencial <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

cavernas<br />

A proposta <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>speleo é proce<strong>de</strong>nte e sugere-se que seja adotada pela<br />

Instrução Normativa em discussão.


<strong>Apresentação</strong> SBPC e UFLA


Aplicação do princípio da precaução<br />

“Toda a caverna <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> relevância máxima, até prova em contrário e<br />

que pelo princípio do Ônus da Prova, cabe ao empreen<strong>de</strong>dor fornecer esta prova”.<br />

Legislação atual:<br />

1) nenhuma caverna é impactada antes <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> relevância (feitos pelo empreen<strong>de</strong>dor) e<br />

anuência do órgão ambiental competente<br />

2) Pela lógica: apenas aquelas cavida<strong>de</strong>s que possuem indicativos <strong>de</strong> atributos <strong>de</strong><br />

máxima relevância <strong>de</strong>vem ser preservadas até a conclusão dos estudos e não todas elas.<br />

A proposta da SBPC/UFLA não tem razoabilida<strong>de</strong>.<br />

A legislação atual associa o princípio da precaução com o da razoabilida<strong>de</strong>, imprimindo ao<br />

licenciamento ambiental a dinâmica necessária ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> empreendimentos<br />

socioeconômicos, ao tempo em que garante a preservação <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s naturais<br />

subterrâneas <strong>de</strong> máxima relevância.


Proposta SBPC/UFLA para a unida<strong>de</strong> espacial <strong>de</strong> análise dos atributos<br />

biológicos<br />

“A unida<strong>de</strong> para fins <strong>de</strong> análise das cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser o sistema subterrâneo<br />

como um todo e o meio epígeo”<br />

A proposta não tem razoabilida<strong>de</strong>.<br />

Não existe metodologia científica disponível para<br />

garantir o conhecimento <strong>de</strong> todo o universo<br />

subterrâneo<br />

O objetivo da IN é a pesquisa aplicada e não a<br />

pesquisa básica, uma vez que ela <strong>de</strong>ve ser<br />

direcionada para resposta a problemas concretos<br />

Em todas as áreas do conhecimento, a pesquisa básica, <strong>de</strong> longo prazo, ocorre em paralelo à<br />

pesquisa aplicada, que respon<strong>de</strong> a problemas que precisam ser solucionados em tempo real<br />

Exemplo: <strong>de</strong>senvolvimento e aplicação <strong>de</strong> medicamentos para conter/controlar doenças cujas origens<br />

são, ainda, <strong>de</strong>sconhecidas


Proposta <strong>de</strong> aumento do tempo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> 1 para<br />

3 ciclos anuais<br />

Fundamentação Teórica da Proposta: Insuficiência Amostral<br />

Argumentação prática utilizada: curva do coletor (5 anos, 25 amostras) que não<br />

atinge uma assíntota.<br />

Condições <strong>de</strong> contorno <strong>de</strong> experimento não foram <strong>de</strong>talhadas<br />

Quais foram essas condições? Que variáveis<br />

foram observadas? Houve controle <strong>de</strong> variáveis?<br />

Tamanho das amostras, tempo <strong>de</strong> coleta?<br />

Se a curva <strong>de</strong> espécies não estabilizou em 05<br />

anos, qual a fundamentação teórica para a<br />

escolha <strong>de</strong> 03 anos?


Discussão teórica sobre saturação da curva do coletor<br />

Na literatura especializada sobre curva do coletor<br />

Esforço amostral é importante para conhecer a riqueza e abundância <strong>de</strong> espécie<br />

(capturar espécies raras)<br />

Como é tratado, em geral, o esforço amostral?<br />

Nº <strong>de</strong> coletas/amostras em uma unida<strong>de</strong><br />

temporal (tempo gasto na coleta)<br />

Abrangência da área <strong>de</strong> coleta e, em alguns<br />

casos: volume/peso das amostras<br />

“Long Term Sampling”<br />

Na pesquisa realizada: não foram encontradas evidências técnico-científicas relacionando<br />

a influência da coleta em tempos longos sobre a estabilida<strong>de</strong> da curva do coletor.


Insuficiência Amostral X Curva do Coletor<br />

Para alguns autores, o uso da curva espécie-área para <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>de</strong> suficiência amostral apresenta o problema <strong>de</strong>ssa relação pressupor a existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />

tamanhos diferentes e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes entre si.<br />

Isso não ocorre quando se trabalha com<br />

unida<strong>de</strong>s amostrais acumuladas, on<strong>de</strong> a área total acumulada é totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das<br />

áreas acumuladas anteriormente. Por isso, a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> entrada das áreas afetará a forma da<br />

curva obtida.<br />

Métodos estatísticos como o bootstrap por permutação são sugeridos para gerar curvas não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> entrada dos dados (aleatorieda<strong>de</strong> da amostragem)<br />

Regressões para <strong>de</strong>terminar em que momento a curva do coletor iria assumir uma assíntota só<br />

são aplicáveis a dados aleatórios, reforçando o uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> amostragem aleatórias.


Conclusão sobre a curva do coletor X suficiência amostral<br />

Em ambientes tropicais com megadiversida<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação da totalida<strong>de</strong> da fauna é<br />

consi<strong>de</strong>rada praticamente impossível<br />

A riqueza <strong>de</strong> espécies por si só não é capaz <strong>de</strong><br />

avaliar como estas interagem entre si e nem<br />

mesmo com o ambiente<br />

Outras variáveis são importantes<br />

Logo, a curva do coletor não representa a diversida<strong>de</strong> da amostra e, portanto,<br />

a sua representativida<strong>de</strong> (suficiência amostral)<br />

Não há evidências <strong>de</strong> que o aumento no espaçamento temporal entre as coletas (3<br />

anos) possa contribuir significativamente para a compreensão do funcionamento do<br />

ecossistema.<br />

O aumento no número <strong>de</strong> coletas (réplicas) com maior frequência (menor intervalo entre as<br />

amostragens) po<strong>de</strong>ria trazer as mesmas contribuições ao conhecimento da riqueza ou até<br />

melhores...


Aspectos Jurídicos das Propostas da SBPC/UFLA<br />

1) Para as cavida<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>vem valer as mesmas regras <strong>de</strong> proteção aplicadas aos<br />

biomas<br />

Os habitats subterrâneos são recursos ambientais e não espaços especialmente protegidos,<br />

nos termos do Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.<br />

Os ambientes subterrâneos já estão previstos como recursos ambientais pela Política Nacional <strong>de</strong><br />

Meio Ambiente (PNMA), conforme o inciso V do artigo 3º da Lei 6938/81 que <strong>de</strong>termina:<br />

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os<br />

estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.<br />

A <strong>de</strong>speito disso: as cavida<strong>de</strong>s naturais subterrâneas receberam legislação específica: Resolução<br />

CONAMA 347/00 e o Decreto 99.556/90, alterado pelo Decreto 6.640/08<br />

Mas, como recurso ambiental, o subsolo e as cavida<strong>de</strong>s são recursos que <strong>de</strong>vem ser regidos<br />

como os <strong>de</strong>mais recursos ambientais existentes em nosso território.


2) Princípio da Precaução: dois graves equívocos<br />

a) o <strong>de</strong> aplicar a regra da cavida<strong>de</strong> máxima como<br />

premissa<br />

b) confundir o ônus da prova como<br />

responsabilida<strong>de</strong> exclusiva do empreen<strong>de</strong>dor.<br />

O princípio da precaução importa que se adotem os estudos necessários para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação das características do bioma, para <strong>de</strong>pois se adotar os controles <strong>de</strong>vidos<br />

A aplicação <strong>de</strong>smesurada <strong>de</strong> uma premissa <strong>de</strong> controle protetivo máximo pelo Po<strong>de</strong>r Público, sem a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indícios ou elementos relevantes do recurso ambiental e sem os mínimos parâmetros <strong>de</strong><br />

pesquisa é adotar um pressuposto <strong>de</strong> controle que não existe pra nenhum outro elemento do bioma.<br />

Sobre a aplicação do ônus da prova: essa exigência já é feita pelo sistema <strong>de</strong> licenciamento<br />

ambiental brasileiro e pelos Decretos que regem a proteção cavernícola.<br />

Conforme <strong>de</strong>fendida a aplicabilida<strong>de</strong> da inversão do ônus da prova, há <strong>de</strong>sproporcionalida<strong>de</strong> na<br />

exigência <strong>de</strong> evidências negativas, que são chamadas <strong>de</strong> provas diabólicas pelo direito brasileiro e<br />

não abarcadas em nosso sistema jurídico.


Princípio da Precaução<br />

assinada pelo Estado<br />

Brasileiro na Declaração do<br />

Rio, em seu Princípio 15<br />

<strong>de</strong>fine:<br />

"In or<strong>de</strong>r to protect the<br />

environment, the<br />

precautionary approach<br />

shall be wi<strong>de</strong>ly applied by<br />

States according to their<br />

capabilities. Where there<br />

are threats of serious or<br />

irreversible damage, lack of<br />

full scientific certainty shall<br />

not be used as a reason for<br />

postponing cost-effective<br />

measures to prevent<br />

environmental<br />

<strong>de</strong>gradation". (MACHADO,<br />

2004).<br />

Busca da absoluta certeza científica<br />

para inaplicabilida<strong>de</strong> dos estudos<br />

existentes sobre cavida<strong>de</strong>s<br />

“Há muito a filosofia da ciência<br />

abandonou o pressuposto <strong>de</strong> que, para<br />

termos teorias científicas que<br />

cumpram suas funções explicativa e<br />

preditiva, é preciso exigir uma “certeza<br />

absoluta”. Em ciência não há<br />

fundamentos últimos ou teorias nãofalseáveis:<br />

o conhecimento científico é,<br />

em conseqüência, dinâmico.<br />

Po<strong>de</strong>mos concluir que a ‘certeza’ enquanto<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma observação <strong>de</strong> uma lei, <strong>de</strong> uma<br />

teoria ou <strong>de</strong> uma previsão nunca é “absoluta”, mas<br />

sempre relativa a um conhecimento <strong>de</strong> fundo, aceito<br />

em caráter provisório e submetido constantemente à<br />

crítica”.<br />

(CEZAR Fre<strong>de</strong>rico & Abrantes, Paulo C. C., 2003)


“No caso da aplicação do princípio da<br />

precaução, é imprescindível que se use um<br />

procedimento <strong>de</strong> prévia avaliação, diante da<br />

incerteza do dano, sendo este procedimento o já<br />

referido Estudo Prévio <strong>de</strong> Impacto Ambiental.<br />

Outras análises, por mais aprofundadas que<br />

sejam, não po<strong>de</strong>m substituir esse<br />

procedimento” (Machado, 2004).<br />

Assim, por todo exposto, <strong>de</strong>stacamos que<br />

as pon<strong>de</strong>rações da necessida<strong>de</strong> da<br />

aplicação do princípio da precaução como<br />

regra básica para as avaliações ambientais<br />

para a <strong>de</strong>terminação do grau <strong>de</strong> relevância<br />

<strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s não possui fundamentos na<br />

legislação vigente.


PROPOSTAS ALTERNATIVAS DO GT 2<br />

Para as<br />

Unida<strong>de</strong>s<br />

Espaciais<br />

Enfoque Local:<br />

Área Diretamente<br />

Afetada do<br />

Empreendimento<br />

(ADA)<br />

Enfoque Regional:<br />

formação<br />

geológica<br />

Não fere o Decreto<br />

6.640/2008 (cavida<strong>de</strong> e<br />

sua área <strong>de</strong> influência)<br />

Mesmo do Decreto<br />

6.640/2008


Enfoque<br />

Local<br />

Dados primários,<br />

obtidos pelo<br />

empreen<strong>de</strong>dor<br />

Enfoque<br />

Regional<br />

Dados primários obtidos<br />

pelo empreen<strong>de</strong>dor no<br />

limite da sua área <strong>de</strong><br />

concessão, servidão e<br />

proprieda<strong>de</strong><br />

+<br />

Dados secundários<br />

disponíveis na formação<br />

geológica on<strong>de</strong> o<br />

empreendimento se<br />

localiza<br />

Observações<br />

Incorporação dos<br />

estudos geológicos<br />

e hidrológicos do<br />

EIA/RIMA nos<br />

estudos<br />

espeleológicos (em<br />

especial para as<br />

cavida<strong>de</strong>s com<br />

indicativos <strong>de</strong><br />

máxima relevância)<br />

Absorver a proposta<br />

da Re<strong>de</strong>speleo para a<br />

malha <strong>de</strong> prospecção<br />

<strong>de</strong> caverna


Critério utilizado atualmente para <strong>de</strong>finir Troglóbio Raro<br />

(questionado pela SBPC e UFLA)<br />

Espécie troglóbia<br />

encontrada em até 03<br />

cavida<strong>de</strong>s<br />

Em biologia :<br />

espécies raras são<br />

aquelas que têm<br />

baixa abundância<br />

e/ou distribuição<br />

geográfica restrita<br />

Distribuição<br />

geográfica<br />

restrita<br />

Abundância<br />

Espécie troglóbia<br />

encontrada em mais <strong>de</strong><br />

três cavida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

estejam inseridas em um<br />

sistema subterrâneo<br />

contínuo, em um raio <strong>de</strong><br />

500 m<br />

Espécie troglóbia com apenas um<br />

exemplar por cavida<strong>de</strong> amostrada,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do número <strong>de</strong><br />

cavida<strong>de</strong>s em que ocorra e da<br />

distribuição geográfica.<br />

Logo, a conceituação atual aten<strong>de</strong> os princípios da biologia. Entretanto, sugere-se que<br />

outros parâmetros sejam acrescidos aos atuais, como proposto mais à frente


Contra-propostas para a Bioespeleologia<br />

Cavida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> máxima<br />

relevância<br />

• aquela que apresentar um dos atributos listados no Decreto<br />

6.640/2008<br />

• caso haja indícios da presença <strong>de</strong> um dos atributos do Decreto<br />

6.640/2008 a cavida<strong>de</strong> será consi<strong>de</strong>rada como “cavida<strong>de</strong> com<br />

indicativo <strong>de</strong> relevância máxima” e preservada, como tal, até que<br />

estudos conclusivos atestem ou não a (s) sua(s) existência(s)<br />

Tempo<br />

<strong>de</strong> Coleta<br />

• Manter amostragens durante um ciclo anual (período <strong>de</strong> seca e<br />

chuvoso, ou equivalente)<br />

• Aumentar o esforço amostral: frequência da amostragem<br />

• Estabelecer critérios mínimos para a amostragem, na IN ou em uma NT<br />

(explicitamente citada na IN, com prazo para sua elaboração)<br />

Critério para<br />

<strong>de</strong>finir<br />

troglóbio<br />

raro<br />

• Manter o critério atual, acrescentando:<br />

• Definição da área mínima <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> espécie que <strong>de</strong>ve ser<br />

analisada;<br />

• Análise da rarida<strong>de</strong> por um taxonomista.


Propostas <strong>de</strong> Contribuição à Ampliação do Conhecimento da<br />

Bioespeleologia<br />

Incorporação à IN que<br />

trata da Compensação<br />

espeleológica para<br />

impacto em cavida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Alta Relevância<br />

(outras formas <strong>de</strong><br />

compensação<br />

• Financiamento <strong>de</strong> pesquisas, elaboradas e<br />

gerenciadas pelas instituições <strong>de</strong> apoio à<br />

pesquisa (CNPq e FAPs);<br />

• Inclusão <strong>de</strong> bolsas nos projetos <strong>de</strong> pesquisa<br />

financiados;<br />

• Gestão junto à Capes para fomento à pósgraduação<br />

em re<strong>de</strong> na área da espeleologia;<br />

• Apoiar e financiar pesquisas em sítios<br />

espeleológicos protegidos, originários das<br />

compensações ambientais.<br />

• Apoiar e financiar a organização <strong>de</strong> eventos<br />

internacionais no país<br />

• Apoiar a realização <strong>de</strong> pesquisas em galerias<br />

<strong>de</strong> antigas minerações, com vistas a simular<br />

aspectos das cavida<strong>de</strong>s naturais, favorecendo<br />

o controle <strong>de</strong> variáveis que afetam seus<br />

organismos


Bibliografia Consultada<br />

1. CAMACHO, A. I.(1992) Sampling the subterranean biota: in Camacho, A., (ed.), The natural<br />

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CONSIDERAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS SOBRE O PRINCÍPIO E SUA RELAÇÃO COM O<br />

PROCESSO DE ANÁLISE DE RISCO”, p.244 in Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Ciência & Tecnologia, Brasília, v.<br />

20, n. 2, p. 225-262, maio/ago. 2003<br />

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Wagner Peatland (1998). Newsletter of the Biological Survey of Canada (Terrestrial<br />

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