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O <strong>Arcadismo</strong><br />
Por: Professora Mestre Maria Eugênia Sebba F. de Andrade
Síntese da<br />
Apresentação:<br />
• 1- O movimento e<br />
suas características.<br />
• 2- O <strong>Arcadismo</strong> em<br />
Portugal.<br />
• 3- O <strong>Arcadismo</strong> no<br />
Brasil.
1.1. Panorama Geral:<br />
• Surgiu na Europa do<br />
século XVIII<br />
(Setecentismo ou<br />
Neoclacissismo).<br />
• Poetas: usavam<br />
pseudônimos de pastores<br />
gregos ou latinos.<br />
• Nome do movimento:<br />
referência a “Arcádia<br />
Grega” (monte habitado<br />
pelo deus Pan).<br />
• Exaltação da natureza e<br />
de tudo que lhe diz<br />
respeito.<br />
• Crítica da burguesia à<br />
nobreza e ao clero<br />
(regime antigo).<br />
• Influência do “mito do<br />
bom selvagem” de<br />
Rousseau.<br />
1- O movimento e suas<br />
características
1.2. Contexto histórico<br />
e social:<br />
• Século XVIII: “Século das<br />
Luzes” (Iluminismo).<br />
• Burguesia: domina<br />
economicamente o Estado.<br />
• Ruína do clero.<br />
• Valorização da ciência e do<br />
espírito racionalista.<br />
Desenvolvimento do<br />
método experimental.<br />
• Homem: grande<br />
responsável pelo<br />
progresso.<br />
• Nova postura cultural:<br />
criação da “Enciclopédia”<br />
(pensamentos de Voltaire,<br />
Diderot, D'Alembert,<br />
Montesquieu, Rousseau),<br />
que pode ser considerada<br />
o símbolo da nova postura<br />
intelectual.
• Revolução Industrial.<br />
• Independência dos<br />
EUA.<br />
• Movimentos de revolta<br />
em muitas colônias da<br />
América Latina (ex.:<br />
Inconfidência Mineira).<br />
• Itália: criação da<br />
Academia Arcádia, em<br />
1690, com o objetivo<br />
de combater o exagero<br />
Barroco.<br />
• Portugal e Brasil:<br />
seguiram o modelo<br />
italiano de fundação<br />
das academias.
1.3. Características do<br />
<strong>Arcadismo</strong>:<br />
• Oposição aos exageros e<br />
rebuscamentos do Barroco,<br />
expresso pela expressão latina<br />
"inutilia truncat" ("cortar o inútil").<br />
• Os temas também são simples e<br />
comuns aos seres humanos, como<br />
o amor, a morte, o casamento, a<br />
solidão. As situações mais<br />
frequentes apresentam um pastor<br />
abandonado pela amada, triste e<br />
queixoso. É a "aurea mediocritas"<br />
("mediocridade áurea"), que<br />
simboliza a valorização das coisas<br />
cotidianas, focalizadas pela razão.<br />
• Os seus autores acreditavam que a Arte<br />
era uma cópia da natureza, refletida<br />
através da tradição clássica. Por isso a<br />
presença da mitologia pagã, além do<br />
recurso a frases latinas.<br />
• Inspirados na frase do escritor latino<br />
Horácio "fugere urbem" ("fugir da<br />
cidade"), e imbuídos da teoria do "bom<br />
selvagem" de Jean-Jacques Rousseau,<br />
os autores árcades voltam-se para a<br />
natureza em busca de uma vida<br />
simples, bucólica, pastoril, do "locus<br />
amoenus", do refúgio ameno em<br />
oposição aos centros urbanos<br />
dominados pelo Antigo Regime, pelo<br />
absolutismo monárquico.
• Fingimento poético.<br />
• Carpe Diem.<br />
• Quanto à forma,<br />
usavam muitas vezes<br />
sonetos com versos<br />
decassílabos, rima<br />
optativa e a tradição da<br />
poesia épica.<br />
• Valorização da vida no<br />
campo (Bucolismo).<br />
• Crítica a vida nos centros<br />
urbanos.<br />
• Objetividade.<br />
• Idealização da mulher<br />
amada.<br />
• Inutilia truncat (cortar o<br />
inútil).
• Locus amoenus (Lugar<br />
agradável).<br />
• Covencionalismo<br />
amoroso.<br />
• Aurea mediocritas<br />
(Mediocridade áurea ou<br />
ouro mediocre).<br />
• Linguagem simples.<br />
• Uso de pseudonimos<br />
com frequencia<br />
• Pastoralimo<br />
• Fugere urbem (Fuga<br />
da cidade).
• Iniciou-se oficialmente em<br />
1756, com a fundação da<br />
“Arcádia Lusitana”, entidade<br />
em que se reuniam<br />
intelectuais e artistas para<br />
discutirem Arte.<br />
• Movimento de combate ao<br />
Barroco.<br />
• Pombal operou verdadeira<br />
transformação nos rumos da<br />
cultura portuguesa:<br />
• expulsou os jesuítas em 1759,<br />
o que enfraqueceu bastante a<br />
influência religiosa no campo<br />
cultural;<br />
• incentivou os estudos<br />
científicos;<br />
• reformou o ensino e,<br />
• apesar de manter um sistema<br />
de censura, afrouxou muito a<br />
repressão que era exercida<br />
pelo Santo Ofício (a<br />
Inquisição).<br />
2. O <strong>Arcadismo</strong> em Portugal
Principais autores do<br />
<strong>Arcadismo</strong> em Portugal:<br />
• Manuel Maria Barbosa du<br />
Bocage.<br />
• António Dinis da Cruz e<br />
Silva.<br />
• Correia Garção.<br />
• Marquesa de Alorna.<br />
• Francisco José Freire, o<br />
Cândido Lusitano
• O marco inaugural do<br />
arcadismo deu-se em 1768<br />
com a fundação da “Arcádia<br />
Ultramarina”, em Vila Rica, e a<br />
publicação de “Obras<br />
Poéticas”, de Cláudio Manuel<br />
da Costa.<br />
• Mito do Bom Selvagem dá<br />
origem ao “nativismo”.<br />
• Inconfidência Mineira é o<br />
marco histórico mais<br />
importante.<br />
• Entre as características do<br />
movimento no Brasil,<br />
destacam-se a introdução<br />
de paisagens tropicais,<br />
como em Caramuru,<br />
valorização da história<br />
colonial, o início do<br />
nacionalismo e da luta<br />
pela independência e a<br />
colocação da colônia como<br />
centro das atenções.<br />
3. O <strong>Arcadismo</strong> no Brasil
Principais autores do<br />
<strong>Arcadismo</strong> no Brasil:<br />
• Freire Santa Rita Durão<br />
(1722-1784), autor do<br />
poema épico Caramuru.<br />
• Cláudio Manuel da Costa<br />
(1729-1789) Obras<br />
Poeticas e Villa Rica.<br />
• Basílio da Gama (1741-<br />
1795), autor do poema<br />
épico O Uraguai.<br />
• Tomás Antônio Gonzaga<br />
(1744-1810), autor de<br />
Marília de Dirceu e<br />
Cartas Chilenas.<br />
• Inácio José de<br />
Alvarenga Peixoto<br />
(1744-1793).<br />
• Silva Alvarenga (1749-<br />
1814),
Marília de Dirceu...<br />
• Lira I (Trecho)<br />
• Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,<br />
• Que viva de guardar alheio gado;<br />
• De tosco trato, d’ expressões grosseiro,<br />
• Dos frios gelos, e dos sóis queimado.<br />
• Tenho próprio casal, e nele assisto;<br />
• Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;<br />
• Das brancas ovelhinhas tiro o leite,<br />
• E mais as finas lãs, de que me visto.<br />
• Graças, Marília bela,<br />
• Graças à minha Estrela!<br />
• Eu vi o meu semblante numa fonte,<br />
• Dos anos inda não está cortado:<br />
• Os pastores, que habitam este monte,<br />
• Com tal destreza toco a sanfoninha,<br />
• Que inveja até me tem o próprio Alceste:<br />
• Ao som dela concerto a voz celeste;<br />
• Nem canto letra, que não seja minha,<br />
• Graças, Marília bela,<br />
• Graças à minha Estrela!<br />
Trechos de Poesias...