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capacidade seladora e adaptação de materiais utilizados ... - Unimep

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FOL • Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Lins / UNIMEP<br />

CAPACIDADE SELADORA E<br />

ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS UTILIZADOS<br />

EM PERFURAÇÕES DE FURCA<br />

SEALING ABILITY AND ADAPTATION OF MATERIALS USED IN FURCAL PERFORATIONS<br />

MÁRIO TANOMARU FILHO<br />

JULIANE MARIA GUERREIRO TANOMARU<br />

FREDERICO CHAVES BORDINI FALEIROS<br />

Professor adjunto <strong>de</strong> endodontia da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong><br />

Araraquara/Unesp<br />

Doutora em endodontia pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Araraquara<br />

Especialista em endodontia pela APCD Araraquara<br />

RESUMO<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong> e<br />

adaptação <strong>de</strong> <strong>materiais</strong> <strong>utilizados</strong> no tratamento <strong>de</strong> perfurações<br />

<strong>de</strong> furca em molares. Foram empregados 52 molares inferiores<br />

extraídos <strong>de</strong> humanos, seccionando-se suas raízes no<br />

terço médio e os espécimes posicionados sobre material <strong>de</strong> moldagem<br />

para simular condições clínicas. Após preparo <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong><br />

com broca esférica na região <strong>de</strong> furca, os espécimes foram<br />

divididos em quatro grupos experimentais. Realizada a impermeabilização<br />

da superfície <strong>de</strong>ntária externa, preencheram-se as<br />

perfurações com Sealer 26, Sealapex acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> zinco,<br />

Pro Root MTA ou MTA Angelus, sendo os espécimes posicionados<br />

sobre a moldagem durante a inserção dos <strong>materiais</strong>. Em<br />

seguida, foram imersos em solução <strong>de</strong> azul <strong>de</strong> metileno a 2%, por<br />

48 horas, em ambiente com vácuo. Os resultados <strong>de</strong>monstraram<br />

que o Sealapex acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> zinco apresentou maior<br />

infiltração marginal; o Sealer 26, melhor selamento (p < 0,05);<br />

e os <strong>materiais</strong> à base <strong>de</strong> MTA mostraram resultados intermediários.<br />

O extravasamento <strong>de</strong> material foi maior para o Sealer 26<br />

(p < 0,05) em relação aos <strong>de</strong>mais <strong>materiais</strong>.<br />

UNITERMOS: INFILTRAÇÃO DENTÁRIA – ENDODONTIA – OBTURAÇÃO<br />

RETRÓGRADA.<br />

Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (2): 19-24, 2004<br />

SUMMARY<br />

The aim of this study was to evaluate the sealing ability and<br />

adaptation of materials used for furcal perforation treatment<br />

in molars. Fifty-two extracted human lower molars were<br />

used. The roots were sectioned in the middle region and<br />

the specimens were put un<strong>de</strong>r molding material to simulate<br />

clinical condition. After the preparation of a cavity in the<br />

furcal region using a round bur, the specimens were divi<strong>de</strong>d<br />

into 4 experimental groups. After the impermeabilization of<br />

the external <strong>de</strong>ntal surface, the perforations were filled using<br />

the following materials: Sealer 26, Sealapex plus zinc oxi<strong>de</strong>,<br />

Pro Root MTA or MTA Angelus. The specimens were put<br />

un<strong>de</strong>r the molding during the insertion of the materials. Then,<br />

they were immersed into 2% methylene blue solution for<br />

48 hours, un<strong>de</strong>r vacuum condition. The results showed that<br />

Sealapex with zinc oxi<strong>de</strong> had the greatest apical leakage;<br />

Sealer 26 had more sealing capacity (p < 0,05); and the<br />

MTA based materials <strong>de</strong>monstrated intermediary results.<br />

Sealer 26 had more overfilling (p < 0.05) than the other<br />

experimental materials.<br />

UNITERMS: DENTAL LEAKAGE – ENDODONTICS – RETROGRADE<br />

OBTURATION.<br />

19


INTRODUÇÃO<br />

Quando o diagnóstico e plano <strong>de</strong> tratamento<br />

não são corretos, perfurações <strong>de</strong><br />

furca constituem complicações do tratamento<br />

endodôntico, resultando em problemas<br />

periodontais com possível perda do elemento<br />

<strong>de</strong>ntal. O preenchimento da perfuração<br />

com <strong>materiais</strong> que apresentem <strong>capacida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>seladora</strong>, a<strong>de</strong>quada adaptação e biocompatibilida<strong>de</strong><br />

é fundamental para o sucesso do<br />

tratamento. 2<br />

Uma vasta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>materiais</strong> é<br />

relatada para o tratamento <strong>de</strong> perfurações<br />

radiculares, <strong>de</strong>ntre eles: amálgama, 1, 3, 4 gutapercha,<br />

1 hidróxido <strong>de</strong> cálcio, 4, 9 cimentos<br />

endodônticos, 9, 19 ionômero <strong>de</strong> vidro 3, 4 e o<br />

5, 8, 10, 22<br />

MTA (Agregado Trióxido Mineral).<br />

Dentre os cimentos à base <strong>de</strong> hidróxido <strong>de</strong><br />

cálcio, <strong>de</strong>staca-se o Sealapex, <strong>de</strong>vido às suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s biológicas, 7, 11 sendo também<br />

recomendado o seu emprego como material<br />

retrobturador, associado ao óxido <strong>de</strong> zinco. 12,<br />

17<br />

O cimento Sealer 26 tem <strong>de</strong>monstrado boa<br />

<strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong> como material obturador<br />

<strong>de</strong> canais radiculares 18 e também como<br />

15, 16, 17<br />

material retrobturador.<br />

O MTA foi <strong>de</strong>senvolvido na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Loma Linda, USA. É composto por<br />

silicato tricálcio, aluminato tricálcio e outros<br />

óxidos minerais, que formam uma massa<br />

dura na presença <strong>de</strong> água. Lee et al., 10 em<br />

1993, avaliaram in vitro a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong><br />

<strong>de</strong> alguns <strong>materiais</strong> empregados para<br />

preenchimento <strong>de</strong> perfurações radiculares e<br />

observaram boa <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong> para<br />

o MTA quando comparado ao amálgama.<br />

Também as proprieda<strong>de</strong>s biológicas do MTA<br />

8, 20<br />

têm merecido <strong>de</strong>staque.<br />

A adaptação do material utilizado à<br />

cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfuração é fator importante<br />

para o sucesso, uma vez que seu extravasamento<br />

po<strong>de</strong> acarretar prejuízo na reparação<br />

dos tecidos periodontais adjacentes. Assim,<br />

a proposta <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar in vitro<br />

a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> selamento e a adaptação à<br />

cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfurações <strong>de</strong> furca em molares<br />

dos cimentos endodônticos Sealer 26, Sealapex<br />

acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> zinco e <strong>de</strong> <strong>materiais</strong><br />

à base <strong>de</strong> Mineral Trióxido Agregado.<br />

as coroas <strong>de</strong>ntais acima da região <strong>de</strong> furca e<br />

no terço médio radicular. Os espécimes foram<br />

posicionados sobre material <strong>de</strong> moldagem à<br />

base <strong>de</strong> silicone (Optosil/Xantopren <strong>de</strong>nso,<br />

Heraeus Kulzer, MY, USA) para possibilitar<br />

a formação <strong>de</strong> matriz durante a colocação<br />

dos <strong>materiais</strong> <strong>de</strong> preenchimento das perfurações.<br />

Após a confecção <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong> na região<br />

central da furca com broca esférica carbi<strong>de</strong><br />

número 8 (fig. 1), dividiram-se os espécimes<br />

aleatoriamente em quatro grupos experimentais<br />

(n = 12) e dois grupos controle (n = 2),<br />

segundo o quadro 1. Em seguida, a impermeabilização<br />

das superfícies radiculares foi<br />

realizada com a<strong>de</strong>sivo epóxi (Araldite-CIBA<br />

Ltda., Taboão da Serra/SP), complementada<br />

por esmalte para unha.<br />

FIGURA 1. ASPECTO DA CAVIDADE DE PERFURAÇÃO<br />

CONFECCIONADA NA REGIÃO DE FURCA.<br />

QUADRO 1. DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS<br />

EM FUNÇÃO DOS MATERIAIS EMPREGADOS.<br />

Grupo<br />

Material Retrobturador<br />

I Sealer 26*<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

Sealapex** + Óxido <strong>de</strong> Zinco***<br />

Pro Root MTA****<br />

MTA Angelus*****<br />

Controle (sem material)<br />

Controle (sem material)<br />

UNIMEP • Universida<strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> Piracicaba<br />

20<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Cinqüenta e dois molares inferiores<br />

humanos extraídos com raízes separadas<br />

foram empregados no estudo. Seccionaram-se<br />

* Dentsply - Ind. e Com. Ltda. Petrópolis, RJ<br />

** Kerr Corp., Romulus, MI, USA<br />

*** S. S. White Art. Dent. Ltda., Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ<br />

**** Dentsply Tulsa, USA<br />

***** Angelus, Londrina, PR<br />

Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (2): 19-24, 2004


FOL • Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Lins / UNIMEP<br />

Empregados os <strong>materiais</strong> em consistências<br />

preconizadas para obturações retrógradas,<br />

o Sealer 26 foi utilizado na proporção<br />

<strong>de</strong> 0,24 g <strong>de</strong> pó para 0,068 g <strong>de</strong> resina<br />

<strong>de</strong> acordo com Tanomaru Filho et al. 16 ; e<br />

o cimento Sealapex, acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong><br />

zinco na proporção <strong>de</strong> 0,22 g <strong>de</strong> pasta base,<br />

0,22 g <strong>de</strong> pasta catalisadora e 0,44 g <strong>de</strong> óxido<br />

<strong>de</strong> zinco, conforme Tanomaru Filho et al. 17<br />

Empregaram-se os <strong>materiais</strong> à base <strong>de</strong> MTA<br />

<strong>de</strong> acordo com as instruções do fabricante.<br />

Os cimentos, após espatulados, foram<br />

inseridos na cavida<strong>de</strong> preparada empregando-se<br />

curetas e con<strong>de</strong>nsadores verticais,<br />

sendo posicionados sobre a moldagem em<br />

silicone utilizada como matriz durante a con<strong>de</strong>nsação<br />

dos <strong>materiais</strong> (fig. 2).<br />

FIGURA 2. ASPECTO DO MATERIAL EXTRAVASADO PARA A<br />

REGIÃO DE FURCA APÓS PREENCHIMENTO.<br />

empregou-se perfilômetro (Profile Projector,<br />

Nikon, mo<strong>de</strong>lo 6C) com aumento <strong>de</strong> 20<br />

vezes. A avaliação da infiltração foi realizada<br />

observando-se a penetração da solução<br />

corante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a interface entre a superfície<br />

externa da cavida<strong>de</strong> da perfuração e material<br />

<strong>de</strong> preenchimento até a penetração máxima<br />

do corante no sentido da câmara pulpar.<br />

Escores <strong>utilizados</strong> para avaliação da infiltração<br />

marginal:<br />

1. ausência <strong>de</strong> infiltração marginal;<br />

2. infiltração até o terço médio da cavida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> perfuração;<br />

3. infiltração além do terço médio da<br />

cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfuração;<br />

4. infiltração atingindo o assoalho da<br />

câmara pulpar.<br />

Para a avaliação do extravasamento,<br />

observou-se a adaptação do material <strong>de</strong> preenchimento<br />

na superfície da cavida<strong>de</strong> ou a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material extravasado, empregando-se<br />

os seguintes escores:<br />

1. adaptação do material à cavida<strong>de</strong> sem<br />

extravasamento;<br />

2. extravasamento superficial;<br />

3. extravasamento equivalente à meta<strong>de</strong><br />

da profundida<strong>de</strong> da cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfuração;<br />

4. extravasamento equivalente a mais da<br />

meta<strong>de</strong> da profundida<strong>de</strong> da cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfuração.<br />

Os dados obtidos foram submetidos à<br />

análise estatística pelo teste <strong>de</strong> Kruskal-Wallis,<br />

complementado por comparações dois a dois<br />

entre os grupos pelo teste <strong>de</strong> Dunn.<br />

Logo após o preenchimento, as porções<br />

coronárias foram seladas com cimento<br />

provisório (Cimpat, Specialites Septodont,<br />

França), <strong>de</strong>positando-se algodão ume<strong>de</strong>cido<br />

em soro fisiológico sobre os <strong>materiais</strong> à base<br />

<strong>de</strong> MTA. Complementada a impermeabilização<br />

da porção coronária com cera aquecida,<br />

os espécimes foram imersos em solução<br />

<strong>de</strong> azul <strong>de</strong> metileno a 2%, por 48 horas, em<br />

ambiente com vácuo. Decorrido esse período,<br />

lavaram-se as porções e removeu-se a<br />

impermeabilização. Com o objetivo <strong>de</strong> quantificar<br />

a infiltração marginal e adaptação<br />

nos grupos experimentais, seccionaram-se os<br />

espécimes, no sentido vetíbulo-lingual, possibilitando<br />

a exposição da região central da<br />

cavida<strong>de</strong> e material <strong>de</strong> preenchimento.<br />

Para a leitura da infiltração marginal<br />

e avaliação do extravasamento do material,<br />

Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (2): 19-24, 2004<br />

RESULTADOS<br />

1. INFILTRAÇÃO MARGINAL<br />

Os valores dos postos médios das infiltrações<br />

marginais nos diversos grupos experimentais<br />

po<strong>de</strong>m ser observados no gráfico 1.<br />

O grupo V (sem material) apresentou valores<br />

máximos <strong>de</strong> infiltração e o grupo VI (impermeabilização<br />

total) não apresentou infiltração<br />

<strong>de</strong> corante.<br />

Aplicou-se o teste estatístico <strong>de</strong> Kruskal-<br />

Wallis aos dados obtidos, o que <strong>de</strong>monstrou<br />

diferença estatisticamente significante entre<br />

os grupos. A comparação dois a dois entre os<br />

grupos experimentais foi realizada pelo teste<br />

<strong>de</strong> Dunn, o qual apontou diferença significante<br />

(n.s. = 5%) entre o grupo I (Sealer<br />

26, menor infiltração) e o grupo II (Sealapex,<br />

maior infiltração). Os dados estatísticos estão<br />

dispostos na tabela 1.<br />

21


TABELA 1. DADOS DAS COMPARAÇÕES ENTRE OS GRUPOS EXPERIMENTAIS PELO<br />

TESTE DE DUNN, RELACIONADOS A INFILTRAÇÃO MARGINAL.<br />

Comparações Diferença Valor<br />

entre grupos entre postos <strong>de</strong> p<br />

Sealer 26 X Seal + OZ -17,17 p0,05<br />

Sealer 26 X MTA-Angelus -6,71 p>0,05<br />

Seal + OZ X ProRoot MTA 11,54 p>0,05<br />

Seal + OZ X MTA-Angelus 10,46 p>0,05<br />

ProRoot MTA X MTA-Angelus -1,08 p>0,05<br />

* - significante<br />

GRÁFICO 1. P OSTOS MÉDIOS DOS VALORES DA INFIL-<br />

TRAÇÃO MARGINAL NOS DIVERSOS GRUPOS<br />

EXPERIMENTAIS SEGUNDO O TESTE DE<br />

KRUSKALL-WALLIS.<br />

UNIMEP • Universida<strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> Piracicaba<br />

TABELA 2. DADOS DAS COMPARAÇÕES ENTRE OS GRUPOS EXPERIMENTAIS PELO<br />

TESTE DE DUNN RELACIONADOS AO EXTRAVASAMENTO DE MATERIAL.<br />

Comparações Diferença Valor<br />

entre grupos entre postos <strong>de</strong> p<br />

Sealer 26 X Seal + OZ 16,75 p0,05<br />

* - significante ** - significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

GRÁFICO 2. POSTOS MÉDIOS DOS VALORES DA INFIL-<br />

TRAÇÃO MARGINAL NOS DIVERSOS GRUPOS<br />

EXPERIMENTAIS SEGUNDO O TESTE DE<br />

KRUSKALL-WALLIS.<br />

22<br />

2. EXTRAVASAMENTO DE MATERIAL<br />

Os valores dos postos médios dos resultados<br />

<strong>de</strong> adaptação e extravasamento <strong>de</strong><br />

material nos diversos grupos experimentais<br />

po<strong>de</strong>m ser observados no gráfico 2.<br />

O teste estatístico <strong>de</strong> Kruskal-Wallis foi<br />

aplicado aos dados obtidos, <strong>de</strong>monstrando<br />

diferença estatisticamente significante entre<br />

os grupos. Realizada a comparação dois a<br />

dois entre os grupos experimentais pelo teste<br />

<strong>de</strong> Dunn, ficou apontada diferença significante<br />

(n.s. = 5%) entre o grupo I (Sealer 26,<br />

maior extravasamento) e os <strong>de</strong>mais grupos<br />

(menor extravasamento). Os dados estatísticos<br />

estão dispostos na tabela 2.<br />

DISCUSSÃO<br />

O sucesso do tratamento das perfurações<br />

radiculares <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong><br />

proporcionada por um material que apresente<br />

boa adaptação às pare<strong>de</strong>s da cavida<strong>de</strong> confeccionada<br />

e boas proprieda<strong>de</strong>s biológicas.<br />

Para avaliação do selamento marginal<br />

<strong>de</strong> <strong>materiais</strong> <strong>utilizados</strong> em obturações <strong>de</strong><br />

canais radiculares, obturações retrógradas ou<br />

mesmo perfurações radiculares ou <strong>de</strong> furca,<br />

é freqüente o emprego <strong>de</strong> soluções corantes,<br />

<strong>de</strong>stacando-se o uso da solução <strong>de</strong> azul <strong>de</strong><br />

6, 9, 10, 16, 17, 18, 19<br />

metileno.<br />

O cimento Sealer 26 é um cimento à<br />

base <strong>de</strong> resina epóxica, sendo conhecida a sua<br />

boa proprieda<strong>de</strong> <strong>seladora</strong>. 18 O excelente selamento<br />

observado para o material em cavida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> perfurações radiculares coinci<strong>de</strong><br />

com os achados do material no selamento<br />

<strong>de</strong> obturações retrógradas. 15, 16 Gerhards e<br />

Wagner 6 empregaram o cimento à base <strong>de</strong><br />

resina epóxica Diaket em obturações retrógradas<br />

e também obtiveram resultados satisfatórios.<br />

Siqueira Júnior et al. 15 encontraram<br />

ótimos resultados quanto ao selamento bacteriano<br />

quando o material foi empregado em<br />

obturações retrógradas<br />

Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (2): 19-24, 2004


FOL • Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Lins / UNIMEP<br />

Lee et al. 10 compararam a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

selamento do MTA com amálgama e IRM,<br />

em perfurações radiculares, <strong>de</strong>monstrando<br />

que o MTA obteve menor infiltração que os<br />

<strong>de</strong>mais <strong>materiais</strong>. Nakata et al., 13 ao compararem<br />

a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong> do MTA e<br />

amálgama em perfurações <strong>de</strong> furca, utilizando<br />

bactérias anaeróbias, <strong>de</strong>monstraram<br />

melhores resultados para o MTA. Ferris e<br />

Baumgartner 5 também avaliaram a <strong>capacida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>seladora</strong> bacteriana do Pro Root MTA<br />

cinza ou branco em perfurações <strong>de</strong> furca,<br />

com resultados satisfatórios para o material.<br />

Weldon et al. 22 estudaram a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong><br />

do MTA e Super EBA em perfurações<br />

<strong>de</strong> furca usando metodologia <strong>de</strong> transporte<br />

<strong>de</strong> fluídos e encontraram bons resultados<br />

para ambos <strong>materiais</strong>.<br />

Silva Neto e Moraes, 14 em 2003, avaliando<br />

a <strong>capacida<strong>de</strong></strong> <strong>seladora</strong> <strong>de</strong> <strong>materiais</strong><br />

empregados em perfurações <strong>de</strong> furca, encontraram<br />

bons resultados <strong>de</strong> selamento para<br />

um material experimental à base <strong>de</strong> resina<br />

epóxica e hidróxido <strong>de</strong> cálcio, com resultados<br />

superiores aos <strong>materiais</strong> à base <strong>de</strong> Mineral<br />

Trióxido Agregado. Os autores analisaram<br />

ainda o emprego <strong>de</strong> matriz <strong>de</strong> gesso<br />

para evitar o extravasamento <strong>de</strong> material na<br />

região <strong>de</strong> furca.<br />

Quanto à adaptação dos <strong>materiais</strong> à cavida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> perfuração, aqueles à base <strong>de</strong> Mineral<br />

Trióxido Agregado apresentaram bons<br />

resultados, sem extravasamento significante<br />

para a região <strong>de</strong> furca, o que po<strong>de</strong> estar relacionado<br />

à sua consistência <strong>de</strong> uso. O Sealer<br />

26 apresentou piores resultados <strong>de</strong> adaptação,<br />

possivelmente em função <strong>de</strong> sua consistência<br />

mais <strong>de</strong>nsa, resultando em maior<br />

extravasamento do material.<br />

Para a correta indicação do material a<br />

ser utilizado no tratamento das perfurações<br />

radiculares, as proprieda<strong>de</strong>s biológicas são<br />

fundamentais. Holland et al. 8 avaliaram a<br />

resposta biológica dos tecidos periodontais<br />

após tratamento <strong>de</strong> perfurações radiculares<br />

em <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> cães, encontrando excelentes<br />

resultados <strong>de</strong> reparação após o emprego do<br />

MTA. Os <strong>materiais</strong> Sealer 26 e Sealapex<br />

acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> zinco foram avaliados<br />

em obturações retrógradas em <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> cães<br />

com lesão periapical, com resultados <strong>de</strong> reparação<br />

periapical semelhantes aos <strong>de</strong>monstrados<br />

pelo Pro Root MTA. 12<br />

CONCLUSÃO<br />

De acordo com os resultados obtidos<br />

nesta pesquisa, foi possível concluir que:<br />

1. o Sealer 26 apresentou melhor selamento<br />

e o Sealapex acrescido <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong><br />

zinco <strong>de</strong>monstrou maior infiltração marginal<br />

(p < 0,05), sendo intermediários os valores<br />

para os <strong>materiais</strong> à base <strong>de</strong> MTA;<br />

2. o extravasamento <strong>de</strong> material foi<br />

maior para o Sealer 26 (p < 0,05) em relação<br />

aos <strong>de</strong>mais <strong>materiais</strong>.<br />

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23<br />

Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (2): 19-24, 2004


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