O ciclo da água - Ipcp.org.br
O ciclo da água - Ipcp.org.br
O ciclo da água - Ipcp.org.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>água</strong>
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
á g u a<<strong>br</strong> />
um bem ca<strong>da</strong> vez mais ameaçado<<strong>br</strong> />
Ciclo Hidrológico<<strong>br</strong> />
Fonte: Manual de<<strong>br</strong> />
Educación,Consumers<<strong>br</strong> />
International, Escritório<<strong>br</strong> />
Regional, p.16, 1999.<<strong>br</strong> />
A <strong>água</strong> é um recurso natural essencial<<strong>br</strong> />
para nossa so<strong>br</strong>evivência e a de to<strong>da</strong>s as<<strong>br</strong> />
espécies que habitam a Terra. É impossível<<strong>br</strong> />
imaginar como seria o nosso dia-a-dia<<strong>br</strong> />
sem ela.A ameaça <strong>da</strong> falta de <strong>água</strong> permanente,<<strong>br</strong> />
em níveis que possam inviabilizar<<strong>br</strong> />
até a simples existência, pode parecer um<<strong>br</strong> />
exagero, mas não é.<<strong>br</strong> />
As conseqüências do rápido crescimento<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> população mundial no século passado<<strong>br</strong> />
e sua concentração em grandes zonas<<strong>br</strong> />
urbanas já são evidentes em várias partes<<strong>br</strong> />
do mundo. Dados <strong>da</strong> Organização <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
Nações Uni<strong>da</strong>s (ONU) revelam que hoje<<strong>br</strong> />
cerca de 250 milhões de pessoas, em 26<<strong>br</strong> />
países, têm grande dificul<strong>da</strong>de para obter<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>. To<strong>da</strong>s estão entre os 2 bilhões de<<strong>br</strong> />
seres humanos que não dispõem de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
potável, ou seja, <strong>água</strong> trata<strong>da</strong>, saudável,<<strong>br</strong> />
segura para o consumo. As projeções <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
ONU indicam que, se a tendência continuar,em<<strong>br</strong> />
2050,mais de 45% <strong>da</strong> população<<strong>br</strong> />
mundial estará vivendo em países que não<<strong>br</strong> />
poderão garantir a cota diária mínima de<<strong>br</strong> />
50 litros de <strong>água</strong> por pessoa para suas<<strong>br</strong> />
necessi<strong>da</strong>des básicas.<<strong>br</strong> />
Mesmo países que dispõem de recursos<<strong>br</strong> />
hídricos abun<strong>da</strong>ntes, como o Brasil, não<<strong>br</strong> />
estão livres <strong>da</strong> ameaça de uma crise. A<<strong>br</strong> />
disponibili<strong>da</strong>de varia muito de uma<<strong>br</strong> />
região para outra. Além disso, nossas reservas<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong> potável estão diminuindo.<<strong>br</strong> />
Entre as principais causas estão o crescente<<strong>br</strong> />
aumento do consumo e a contaminação<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s <strong>água</strong>s superficiais e subterrâneas<<strong>br</strong> />
por esgotos domésticos e resíduos tóxicos<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> indústria e <strong>da</strong> agricultura.<<strong>br</strong> />
Este capítulo do Manual de Educação<<strong>br</strong> />
para o Consumo Sustentável mostra por<<strong>br</strong> />
que é tão importante e inadiável conservar<<strong>br</strong> />
os recursos hídricos do planeta e quais as<<strong>br</strong> />
ações necessárias para garantir o seu consumo<<strong>br</strong> />
sustentável,ou seja,a utilização que não<<strong>br</strong> />
coloca em risco nossa so<strong>br</strong>evivência nem<<strong>br</strong> />
a <strong>da</strong>s gerações futuras.Você vai poder mostrar<<strong>br</strong> />
aos seus alunos que, com pequenas<<strong>br</strong> />
mu<strong>da</strong>nças de hábitos,todos podemos contribuir<<strong>br</strong> />
para conservar nossas fontes hídricas<<strong>br</strong> />
e aprender a consumir sem desperdício.<<strong>br</strong> />
O <strong>ciclo</strong> <strong>da</strong> <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
fluxo superficial<<strong>br</strong> />
precipitações<<strong>br</strong> />
transpiração<<strong>br</strong> />
vapor<<strong>br</strong> />
evaporação<<strong>br</strong> />
oceano<<strong>br</strong> />
Antes de mais na<strong>da</strong>,é preciso conhecer<<strong>br</strong> />
o vaivém desse bem essencial.Na natureza,<<strong>br</strong> />
a <strong>água</strong> e a umi<strong>da</strong>de se encontram em<<strong>br</strong> />
contínua circulação,fenômeno conhecido<<strong>br</strong> />
como <strong>ciclo</strong> hidrológico. A <strong>água</strong> dos oceanos,<<strong>br</strong> />
rios, lagos, <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> superficial dos<<strong>br</strong> />
solos e <strong>da</strong>s plantas evapora-se por ação<<strong>br</strong> />
dos raios solares. O vapor formado vai<<strong>br</strong> />
constituir as nuvens, que, em condições<<strong>br</strong> />
adequa<strong>da</strong>s, condensam-se, precipitandose<<strong>br</strong> />
em forma de chuva, neve ou granizo.<<strong>br</strong> />
Quando as precipitações caem no<<strong>br</strong> />
solo, uma parte <strong>da</strong> <strong>água</strong> escorre pela<<strong>br</strong> />
14
superfície, alimentando os rios, lagos e<<strong>br</strong> />
oceanos; outra se infiltra no solo e uma<<strong>br</strong> />
última parte volta a formar nuvens,<<strong>br</strong> />
regressando à atmosfera com a evaporação.<<strong>br</strong> />
É um <strong>ciclo</strong> sem fim.A porção que<<strong>br</strong> />
se infiltra no solo vai alimentar as <strong>água</strong>s<<strong>br</strong> />
subterrâneas.Armazena<strong>da</strong>s em diferentes<<strong>br</strong> />
profundi<strong>da</strong>des, essas reservas são alimenta<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
por rios, lagoas, canais e <strong>água</strong>s provin<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
de degelo.<<strong>br</strong> />
A <strong>água</strong> é vital para o ser humano. No<<strong>br</strong> />
<strong>org</strong>anismo, ela atua como veículo para a<<strong>br</strong> />
troca de substâncias e também para a<<strong>br</strong> />
manutenção <strong>da</strong> temperatura corporal.<<strong>br</strong> />
Entretanto, o ser humano não precisa<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong> apenas para beber. Ele precisa<<strong>br</strong> />
tomar banho e lavar roupas, utensílios e<<strong>br</strong> />
suas habitações. Para so<strong>br</strong>eviver, também<<strong>br</strong> />
precisa ingerir alimentos, vegetais e<<strong>br</strong> />
animais, cuja produção depende diretamente<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong>de de <strong>água</strong>.<<strong>br</strong> />
A <strong>água</strong> também é necessária na manutenção<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> limpeza <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des, na construção<<strong>br</strong> />
de o<strong>br</strong>as, no combate a incêndios,<<strong>br</strong> />
na irrigação de jardins, etc. As indústrias<<strong>br</strong> />
geralmente utilizam grandes quanti<strong>da</strong>des<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong>, seja como matéria-prima, seja na<<strong>br</strong> />
remoção de impurezas, na geração de<<strong>br</strong> />
vapor ou na refrigeração e ain<strong>da</strong> para<<strong>br</strong> />
produzir energia elétrica. Mas, dentre<<strong>br</strong> />
to<strong>da</strong>s,a ativi<strong>da</strong>de que mais consome <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
é a agricultura – cerca de 70% de to<strong>da</strong> a<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> consumi<strong>da</strong> no planeta é usa<strong>da</strong> na<<strong>br</strong> />
irrigação de plantações (veja o gráfico).<<strong>br</strong> />
Capaci<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong> de depuração<<strong>br</strong> />
Durante seu percurso na natureza, a<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> vai se misturando aos restos de folhas,<<strong>br</strong> />
resíduos, poeira, minerais e outros<<strong>br</strong> />
elementos.Uma vez deposita<strong>da</strong> em lagos,<<strong>br</strong> />
lagoas e poças, essas impurezas vão para<<strong>br</strong> />
o fundo, e a <strong>água</strong> fica limpa. Outra forma<<strong>br</strong> />
de limpeza natural <strong>da</strong> <strong>água</strong> ocorre quando<<strong>br</strong> />
ela se infiltra no solo através de pequenos<<strong>br</strong> />
espaços entre as rochas, que funcionam<<strong>br</strong> />
como um filtro,e quando salta de<<strong>br</strong> />
rocha em rocha ou cai nas cachoeiras,<<strong>br</strong> />
carregando-se do oxigênio que depois permitirá<<strong>br</strong> />
a decomposição de plantas e animais.<<strong>br</strong> />
Ao transformar-se em vapor, a <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
também deixa para trás todos os restos<<strong>br</strong> />
que carregava.Mas esse sistema de limpeza<<strong>br</strong> />
é lento. A quanti<strong>da</strong>de de <strong>água</strong> que se<<strong>br</strong> />
evapora a ca<strong>da</strong> dia não é suficiente para<<strong>br</strong> />
repor a que consumimos.Estamos também<<strong>br</strong> />
poluindo constantemente a <strong>água</strong> com<<strong>br</strong> />
elementos químicos difíceis de ser eliminados.Assim,<<strong>br</strong> />
nossas reservas naturais de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> subterrânea têm sua quali<strong>da</strong>de sistematicamente<<strong>br</strong> />
ameaça<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
A distribuição e o consumo de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> doce no mundo e no Brasil<<strong>br</strong> />
O volume total de <strong>água</strong> na Terra não<<strong>br</strong> />
aumenta nem diminui: é sempre o mesmo.<<strong>br</strong> />
Hoje somos cerca de 6 bilhões de<<strong>br</strong> />
pessoas que, com outros seres vivos,<<strong>br</strong> />
repartem essa <strong>água</strong>. Ca<strong>da</strong> pessoa gasta<<strong>br</strong> />
por dia, em média, 40 litros de <strong>água</strong>:<<strong>br</strong> />
bebendo, tomando banho, escovando os<<strong>br</strong> />
dentes, lavando as mãos, etc.<<strong>br</strong> />
Um europeu gasta de 140 a 200 litros<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong> por dia, enquanto um norte-americano<<strong>br</strong> />
gasta entre 200 e 250 litros. Em<<strong>br</strong> />
algumas regiões,como a África,o consumo<<strong>br</strong> />
médio por pessoa é de 15 litros por dia.<<strong>br</strong> />
No Brasil existem lugares, como o sertão<<strong>br</strong> />
nordestino, onde a <strong>água</strong> é muito escassa.<<strong>br</strong> />
23% 7%<<strong>br</strong> />
70%<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
SEM CONSIDERAR A<<strong>br</strong> />
ÁGUA DESTINADA À<<strong>br</strong> />
PRODUÇÃO DE ENERGIA<<strong>br</strong> />
EDEALIMENTOS, A<<strong>br</strong> />
POPULAÇÃO DA REGIÃO<<strong>br</strong> />
METROPOLITANA DE<<strong>br</strong> />
SÃO PAULO CONSOME<<strong>br</strong> />
59 M 3 POR SEGUNDO,<<strong>br</strong> />
OU 5 MILHÕES DE M 3<<strong>br</strong> />
POR DIA, O QUE<<strong>br</strong> />
REPRESENTA UM<<strong>br</strong> />
CONSUMO MÉDIO<<strong>br</strong> />
DIÁRIO DE 350 LITROS<<strong>br</strong> />
DE ÁGUA POR<<strong>br</strong> />
HABITANTE.<<strong>br</strong> />
Consumo de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Industrial: 140<<strong>br</strong> />
milhões m 3 /ano<<strong>br</strong> />
Humano: 460<<strong>br</strong> />
milhões m 3 /ano<<strong>br</strong> />
Irrigação: 1.400<<strong>br</strong> />
milhões m 3 /ano<<strong>br</strong> />
15
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
Onde a <strong>água</strong> é encontra<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
Mares: 97,5% <strong>da</strong> <strong>água</strong> do planeta é salga<strong>da</strong>. Não pode ser bebi<strong>da</strong> nem<<strong>br</strong> />
usa<strong>da</strong> para cozinhar. E não serve para uso industrial nem para<<strong>br</strong> />
irrigação.<<strong>br</strong> />
97,5%<<strong>br</strong> />
Calotas polares: é onde se encontra a maior parte <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce do<<strong>br</strong> />
planeta. Inacessível para fins de consumo, essa <strong>água</strong> pode permanecer<<strong>br</strong> />
onde está por milhares de anos até o degelo.<<strong>br</strong> />
Subsolo: parte <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce se encontra como <strong>água</strong> subterrânea. É<<strong>br</strong> />
possível construir poços para extraí-la, mas a um custo muito alto.<<strong>br</strong> />
Rios, lagos e chuvas: representam menos de 1% do total de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
doce do planeta. É a <strong>água</strong> que utilizamos e que mantém a vi<strong>da</strong> dos<<strong>br</strong> />
seres humanos, <strong>da</strong>s plantas e dos animais.<<strong>br</strong> />
0,09%<<strong>br</strong> />
0,6 %<<strong>br</strong> />
2,15 %<<strong>br</strong> />
Fonte: SIH/Aneel, 1999,<<strong>br</strong> />
* IBGE, 1996,<<strong>br</strong> />
** Produção hídrica<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>asileira<<strong>br</strong> />
Água no Brasil<<strong>br</strong> />
Com uma área de 8.512.000 km 2 e cerca<<strong>br</strong> />
de 167 milhões de habitantes, segundo o<<strong>br</strong> />
último Censo do IBGE, o Brasil é hoje o<<strong>br</strong> />
quinto país do mundo,tanto em extensão<<strong>br</strong> />
territorial como em população. Com<<strong>br</strong> />
dimensões continentais,os contrastes existentes<<strong>br</strong> />
quanto ao clima, distribuição <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
população, desenvolvimento econômico<<strong>br</strong> />
e social, entre outros fatores, são muito<<strong>br</strong> />
grandes,fazendo com que o País apresente<<strong>br</strong> />
os mais variados cenários.<<strong>br</strong> />
Apesar dos contrastes, o Brasil é um<<strong>br</strong> />
país privilegiado ante a maioria dos países<<strong>br</strong> />
quanto ao volume de recursos hídricos,<<strong>br</strong> />
pois possui 13,7% <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce do<<strong>br</strong> />
mundo. Sua disponibili<strong>da</strong>de, porém, é<<strong>br</strong> />
desigual. O quadro abaixo mostra que<<strong>br</strong> />
mais de 73% <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce disponível no<<strong>br</strong> />
País encontra-se na bacia Amazônica, que<<strong>br</strong> />
é habita<strong>da</strong> por menos de 5% <strong>da</strong> população.<<strong>br</strong> />
Portanto, apenas 27% dos recursos<<strong>br</strong> />
hídricos <strong>br</strong>asileiros estão disponíveis<<strong>br</strong> />
para 95% <strong>da</strong> população (Lima, 2000).<<strong>br</strong> />
Não só a disponibili<strong>da</strong>de de <strong>água</strong> é desigual,<<strong>br</strong> />
mas a oferta de <strong>água</strong> encana<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
reflete os contrastes no desenvolvimento<<strong>br</strong> />
dos Estados <strong>br</strong>asileiros. Enquanto na<<strong>br</strong> />
região Sudeste 87,5% dos domicílios são<<strong>br</strong> />
atendidos por rede de distribuição de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>, no Nordeste a porcentagem é de<<strong>br</strong> />
apenas 58,7%.<<strong>br</strong> />
O Brasil registra também elevado desperdício:entre<<strong>br</strong> />
20% e 60% <strong>da</strong> <strong>água</strong> trata<strong>da</strong> para<<strong>br</strong> />
consumo se perde na distribuição, dependendo<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s condições de conservação <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
redes de abastecimento.Além dessa per<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
no caminho até o consumidor,o desperdício<<strong>br</strong> />
também acontece no exagero do tempo<<strong>br</strong> />
e na forma do banho,na utilização de descargas<<strong>br</strong> />
no vaso sanitário que consomem<<strong>br</strong> />
muita <strong>água</strong>, na lavagem <strong>da</strong> louça, uso <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
mangueira como vassoura na lavagem de<<strong>br</strong> />
calça<strong>da</strong>s e carros, etc.<<strong>br</strong> />
Quadro demonstrativo – Informações básicas so<strong>br</strong>e as bacias hidrográficas <strong>br</strong>asileiras<<strong>br</strong> />
Nº BACIA HIDROGRÁFICA ÁREA POPULAÇÃO DENSIDADE VAZÃO DISPONIBILIDADE HÍDRICA ** DISPONIBILIDADE PER CAPITA<<strong>br</strong> />
10 3 KM 2 % HAB. % HAB./KM 2 M 3 /S KM 3 /ANO % M 3 /HAB.ANO<<strong>br</strong> />
1 AMAZÔNICA 3.900 45,8 6.687.893 4,3 1,7 133.380 4206 73,2 628.940<<strong>br</strong> />
2 TOCANTINS 757 8,9 3.503.365 2,2 4,6 11.800 372 6,5 106.220<<strong>br</strong> />
3 ATLÂNTICO N/NE 1.029 12,1 31.253.068 19,9 30,4 9.050 285 5,0 9.130<<strong>br</strong> />
4 SÃO FRANCISCO 634 7,4 11.734.966 7,5 18,5 2.850 90 1,6 7.660<<strong>br</strong> />
5 ATLÂNTICO LESTE 545 6,4 35.880.413 22,8 65,8 4.350 137 2,4 3.820<<strong>br</strong> />
6A PARAGUAI** 368 4,3 1.820.569 1,2 4,9 1.290 41 0,7 22.340<<strong>br</strong> />
6B PARANÁ 877 10,3 49.924.540 31,8 56,9 11.000 347 6,0 6.950<<strong>br</strong> />
7 URUGUAI** 178 2,1 3.837.972 2,4 21,6 4.150 131 2,3 34.100<<strong>br</strong> />
8 ATLÂNTICO SUDESTE 224 2,6 12.427.377 7,9 55,5 4.300 136 2,4 10.910<<strong>br</strong> />
BRASIL 8.512 100 157.070.163 100 18,5 182.170 5.745 100 36.580<<strong>br</strong> />
16
O que estamos fazendo aqui?<<strong>br</strong> />
As pressões so<strong>br</strong>e o meio ambiente, que<<strong>br</strong> />
ameaçam e degra<strong>da</strong>m os recursos naturais e<<strong>br</strong> />
as varia<strong>da</strong>s formas de vi<strong>da</strong>, passam a fazer parte<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s discussões políticas e sociais <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de.<<strong>br</strong> />
Os problemas que afetam o nosso meio<<strong>br</strong> />
ambiente e, em especial, os recursos hídricos,<<strong>br</strong> />
têm sido objeto de várias ações do governo federal<<strong>br</strong> />
e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de,por meio de iniciativas volta<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
à preservação e conservação desses recursos.<<strong>br</strong> />
O Brasil já dispunha de um texto so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
direito <strong>da</strong> <strong>água</strong> desde 1934, o Código de Águas.<<strong>br</strong> />
Porém, esse código não foi capaz de incorporar<<strong>br</strong> />
meios para combater a contaminação <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>s e os conflitos de uso.Tampouco foi capaz<<strong>br</strong> />
de promover os meios de uma gestão descentraliza<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
e participativa, exigências dos dias atuais.<<strong>br</strong> />
Para preencher essas lacunas na legislação,foi<<strong>br</strong> />
elabora<strong>da</strong> a Lei n o 9433/97, conheci<strong>da</strong> como a<<strong>br</strong> />
Lei <strong>da</strong>s Águas, que apresenta a Política Nacional<<strong>br</strong> />
de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional<<strong>br</strong> />
de Gerenciamento de Recursos Hídricos<<strong>br</strong> />
(Singreh). Um dos seus princípios, o <strong>da</strong> gestão<<strong>br</strong> />
participativa e descentraliza<strong>da</strong>, requer a adesão<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de na sua implementação. Por isso, o<<strong>br</strong> />
Singreh é estruturado em colegiados, nos quais<<strong>br</strong> />
estão presentes as três esferas do poder público,<<strong>br</strong> />
os setores usuários e a socie<strong>da</strong>de civil <strong>org</strong>aniza<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
Fazem parte do Sistema o Conselho Nacional<<strong>br</strong> />
de Recursos Hídricos, Conselhos Estaduais<<strong>br</strong> />
de Recursos Hídricos, Comitês de Bacia Hidrográfica,<<strong>br</strong> />
Agências de Água e outros órgãos do<<strong>br</strong> />
poder público que atuam em relação ao tema.<<strong>br</strong> />
Em 1995, o Ministério do Meio Ambiente<<strong>br</strong> />
(MMA) criou a Secretaria de Recursos Hídricos<<strong>br</strong> />
(SRH), que tem por missão, além de ser a<<strong>br</strong> />
Secretaria Executiva do Conselho Nacional de<<strong>br</strong> />
Recursos Hídricos, formular a Política Nacional<<strong>br</strong> />
de Recursos Hídricos e coordenar o Plano<<strong>br</strong> />
Nacional de Recursos Hídricos.<<strong>br</strong> />
Mais recentemente, foi aprova<strong>da</strong> no Congresso<<strong>br</strong> />
Nacional a criação <strong>da</strong> Agência Nacional<<strong>br</strong> />
de Águas (ANA) (Lei Federal n o 9.984/17/07/<<strong>br</strong> />
2000), enti<strong>da</strong>de encarrega<strong>da</strong> de implementar a<<strong>br</strong> />
Política Nacional de Recursos Hídricos.A ANA<<strong>br</strong> />
tem ain<strong>da</strong> o papel de estimular e prestar assistência<<strong>br</strong> />
técnica e <strong>org</strong>anizacional na criação e<<strong>br</strong> />
consoli<strong>da</strong>ção dos Comitês de Bacia Hidrográfica<<strong>br</strong> />
e seus <strong>br</strong>aços executivos, as agências de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> ou de bacias, e na <strong>org</strong>anização e atuação<<strong>br</strong> />
dos órgãos e enti<strong>da</strong>des estaduais gestores.<<strong>br</strong> />
68,5<<strong>br</strong> />
45,3<<strong>br</strong> />
6,98<<strong>br</strong> />
15,7<<strong>br</strong> />
18,8<<strong>br</strong> />
6,41<<strong>br</strong> />
6,5<<strong>br</strong> />
6,8<<strong>br</strong> />
15,05<<strong>br</strong> />
6<<strong>br</strong> />
10,8<<strong>br</strong> />
42,65<<strong>br</strong> />
3,3<<strong>br</strong> />
18,3<<strong>br</strong> />
28,91<<strong>br</strong> />
Norte Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste<<strong>br</strong> />
Os usos <strong>da</strong> <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Agora que estão <strong>da</strong><strong>da</strong>s as condições <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> na natureza,sua distribuição no planeta<<strong>br</strong> />
— no Brasil em especial — e que temos<<strong>br</strong> />
consciência <strong>da</strong>s ameaças que pairam so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
esse bem precioso, vamos ver como ela é<<strong>br</strong> />
trata<strong>da</strong> para o consumo humano e em<<strong>br</strong> />
que outras situações o homem necessita<<strong>br</strong> />
dela para viver e produzir: abastecimento<<strong>br</strong> />
doméstico e industrial,irrigação de culturas<<strong>br</strong> />
agrícolas, navegação, recreação, geração de<<strong>br</strong> />
energia elétrica, aqüicultura, piscicultura<<strong>br</strong> />
e pesca. E também o que fazer para assimilar<<strong>br</strong> />
e afastar os esgotos que a degra<strong>da</strong>m.<<strong>br</strong> />
Uso doméstico<<strong>br</strong> />
A <strong>água</strong> forneci<strong>da</strong> à população precisa ser<<strong>br</strong> />
potável, ou seja, deve apresentar características<<strong>br</strong> />
físicas, químicas e microbiológicas<<strong>br</strong> />
adequa<strong>da</strong>s ao consumo humano.<<strong>br</strong> />
Por isso, antes de chegar à torneira <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
casas, a <strong>água</strong> passa por estações de tratamento<<strong>br</strong> />
potabilizadoras, onde se realizam<<strong>br</strong> />
processos de purificação para a retira<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
de matérias <strong>org</strong>ânicas (restos vegetais,lixo<<strong>br</strong> />
e germes que podem causar doenças).<<strong>br</strong> />
Geralmente, usa-se o cloro na desinfecção<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> <strong>água</strong>, para destruir micro<strong>org</strong>anismos<<strong>br</strong> />
causadores de doenças, e o<<strong>br</strong> />
sulfato de alumínio, para a coagulação<<strong>br</strong> />
de matérias sedimentáveis como bactérias,<<strong>br</strong> />
protozoários e plâncton. Por fim,<<strong>br</strong> />
para corrigir o pH (veja glossário), é<<strong>br</strong> />
adiciona<strong>da</strong> cal à <strong>água</strong>.Mas mesmo depois<<strong>br</strong> />
de trata<strong>da</strong>, é possível que a <strong>água</strong> não<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Distribuição dos<<strong>br</strong> />
recursos hídricos,<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> superfície e <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
população – em %<<strong>br</strong> />
do total do Brasil<<strong>br</strong> />
recursos<<strong>br</strong> />
hídricos<<strong>br</strong> />
superfície<<strong>br</strong> />
população<<strong>br</strong> />
APENAS 0,7% DO<<strong>br</strong> />
VOLUME TOTAL DE<<strong>br</strong> />
ÁGUA DA TERRA É<<strong>br</strong> />
FORMADO POR ÁGUA<<strong>br</strong> />
POTÁVEL, ISTO É,<<strong>br</strong> />
PRONTA PARA O<<strong>br</strong> />
CONSUMO HUMANO.<<strong>br</strong> />
VOCÊ SABE EM QUE<<strong>br</strong> />
BACIA HIDROGRÁFICA<<strong>br</strong> />
ESTÁ LOCALIZADA A<<strong>br</strong> />
SUA CIDADE? PROCURE<<strong>br</strong> />
SE INFORMAR SOBRE O<<strong>br</strong> />
FUNCIONAMENTO DO<<strong>br</strong> />
COMITÊ DE SUA BACIA<<strong>br</strong> />
HIDROGRÁFICA E SOBRE<<strong>br</strong> />
AS ORGANIZAÇÕES DA<<strong>br</strong> />
SOCIEDADE CIVIL<<strong>br</strong> />
PARTICIPANTES.<<strong>br</strong> />
ENTRE EM CONTATO<<strong>br</strong> />
COM ESSAS<<strong>br</strong> />
ORGANIZAÇÕES PARA<<strong>br</strong> />
SABER COMO ANDAM A<<strong>br</strong> />
REGULAMENTAÇÃO E A<<strong>br</strong> />
COBRANÇA PELO USO<<strong>br</strong> />
DA ÁGUA E TAMBÉM AS<<strong>br</strong> />
ATIVIDADES DE<<strong>br</strong> />
PRESERVAÇÃO E DE<<strong>br</strong> />
RECUPERAÇÃO DOS<<strong>br</strong> />
RECURSOS HÍDRICOS.<<strong>br</strong> />
17
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
A FALTA DE ÁGUA<<strong>br</strong> />
TRATADA COMBINADA<<strong>br</strong> />
COM A FALTA DE<<strong>br</strong> />
SANEAMENTO BÁSICO<<strong>br</strong> />
(ESGOTO, LIXO) MATA<<strong>br</strong> />
CERCA DE 12 MILHÕES<<strong>br</strong> />
DE PESSOAS POR ANO<<strong>br</strong> />
NO MUNDO.<<strong>br</strong> />
Captação,<<strong>br</strong> />
tratamento e<<strong>br</strong> />
abastecimento de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
esteja totalmente livre de contaminação.<<strong>br</strong> />
É provável, por exemplo, que ain<strong>da</strong> contenha<<strong>br</strong> />
restos de metais pesados.<<strong>br</strong> />
O tratamento <strong>da</strong> <strong>água</strong> para torná-la<<strong>br</strong> />
potável é fun<strong>da</strong>mental para a saúde pública,<<strong>br</strong> />
mas representa custos tanto para as<<strong>br</strong> />
empresas como para os consumidores.<<strong>br</strong> />
Nos países <strong>da</strong> América Latina, o abastecimento<<strong>br</strong> />
tem se estendido pouco a pouco<<strong>br</strong> />
até alcançar os lugares mais afastados,mas<<strong>br</strong> />
ain<strong>da</strong> há carências muito grandes. Segundo<<strong>br</strong> />
a Organização Mundial de Saúde, na<<strong>br</strong> />
América Latina e Caribe, em 2000, 78<<strong>br</strong> />
milhões de pessoas não tinham acesso a<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> encana<strong>da</strong> e 117 milhões de pessoas<<strong>br</strong> />
não eram servi<strong>da</strong>s pela rede de esgoto.<<strong>br</strong> />
Saneamento básico<<strong>br</strong> />
Um grave problema para a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> é o despejo de esgoto domiciliar e<<strong>br</strong> />
efluentes de indústrias responsáveis pela<<strong>br</strong> />
fa<strong>br</strong>icação de pestici<strong>da</strong>s e fertilizantes,<<strong>br</strong> />
altamente tóxicos,sem nenhum tratamento,em<<strong>br</strong> />
rios e represas que abastecem nossas<<strong>br</strong> />
ci<strong>da</strong>des e irrigam as plantações.<<strong>br</strong> />
Quanto mais poluí<strong>da</strong> estiver a <strong>água</strong>,<<strong>br</strong> />
maior quanti<strong>da</strong>de de produtos químicos<<strong>br</strong> />
(cloro) será necessária para tornar a <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Casa limpa, rios contaminados<<strong>br</strong> />
Na hora de limpar a casa, muitas vezes<<strong>br</strong> />
exageramos no consumo de produtos de<<strong>br</strong> />
limpeza. Às vezes nos esquecemos de que<<strong>br</strong> />
muitos produtos anunciados nas propagan<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
pelas facili<strong>da</strong>des na remoção <strong>da</strong> sujeira<<strong>br</strong> />
são altamente prejudiciais ao meio ambiente.<<strong>br</strong> />
Veja alguns exemplos:<<strong>br</strong> />
• Detergentes: costumam conter<<strong>br</strong> />
fosfatos, substâncias que provocam uma<<strong>br</strong> />
superprodução de material <strong>org</strong>ânico<<strong>br</strong> />
em mares e rios, que pode causar a<<strong>br</strong> />
asfixia dos peixes.<<strong>br</strong> />
• Cloro: é uma substância química que<<strong>br</strong> />
precisa ser usa<strong>da</strong> com moderação (para<<strong>br</strong> />
desinfetar, por exemplo), pois contribui<<strong>br</strong> />
para a criação de dioxinas, que são muito<<strong>br</strong> />
nocivas ao meio ambiente.<<strong>br</strong> />
• Desodorante ambiental para o<<strong>br</strong> />
banheiro: geralmente contém paradiclorobenzeno,<<strong>br</strong> />
uma substância química<<strong>br</strong> />
que pode provocar câncer e problemas<<strong>br</strong> />
de fígado.<<strong>br</strong> />
potável para consumo,assim como maior<<strong>br</strong> />
será a chance de contaminação dos produtos<<strong>br</strong> />
agrícolas,podendo provocar doenças<<strong>br</strong> />
como diarréia, fe<strong>br</strong>e amarela, hepatite,<<strong>br</strong> />
amebíase, entre outras.<<strong>br</strong> />
nascente<<strong>br</strong> />
captação de <strong>água</strong> <strong>br</strong>uta<<strong>br</strong> />
estação de tratamento<<strong>br</strong> />
reservatório<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
potável<<strong>br</strong> />
rio<<strong>br</strong> />
distribuição de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
potável e recolhimento<<strong>br</strong> />
de esgotos<<strong>br</strong> />
rede de esgotos<<strong>br</strong> />
18<<strong>br</strong> />
estação de<<strong>br</strong> />
tratamento de esgoto
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Resíduos sólidos<<strong>br</strong> />
in<strong>org</strong>ânicos jogados<<strong>br</strong> />
indiscrimina<strong>da</strong>mente<<strong>br</strong> />
nos córregos. Águas<<strong>br</strong> />
usa<strong>da</strong>s sem<<strong>br</strong> />
tratamento.<<strong>br</strong> />
Fonte: CD-ROM – Água,<<strong>br</strong> />
Meio Ambiente e Vi<strong>da</strong> –<<strong>br</strong> />
Coleção Água, Meio<<strong>br</strong> />
Ambiente e Vi<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia – SRH/ MMA/<<strong>br</strong> />
ABEAS<<strong>br</strong> />
O esgoto também prejudica a vi<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
aquática. Em contato com a luz, a matéria<<strong>br</strong> />
<strong>org</strong>ânica proveniente do esgoto favorece<<strong>br</strong> />
o aumento <strong>da</strong> população de algas, que<<strong>br</strong> />
consomem grande quanti<strong>da</strong>de de oxigênio,<<strong>br</strong> />
provocando a morte de peixes e<<strong>br</strong> />
outros animais aquáticos.<<strong>br</strong> />
A proliferação <strong>da</strong>s algas também causa<<strong>br</strong> />
mau cheiro e gosto ruim na <strong>água</strong> mesmo<<strong>br</strong> />
após o tratamento. É o que acontece, por<<strong>br</strong> />
exemplo, na represa Billings, que abastece<<strong>br</strong> />
a Grande São Paulo, e no rio Guandu,<<strong>br</strong> />
que abastece a ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro.<<strong>br</strong> />
A solução do problema é a diminuição,<<strong>br</strong> />
por meio do tratamento de esgoto, <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
quanti<strong>da</strong>de de matéria <strong>org</strong>ânica despeja<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
nos rios.<<strong>br</strong> />
No Brasil, segundo o Censo 2000,<<strong>br</strong> />
apenas 62,2% dos domicílios são atendidos<<strong>br</strong> />
pela rede de coleta de esgoto ou<<strong>br</strong> />
possuem fossa séptica. Ain<strong>da</strong> mais alarmante<<strong>br</strong> />
é a informação de que apenas 12%<<strong>br</strong> />
do esgoto coletado é tratado, sendo o<<strong>br</strong> />
resto despejado nos rios ou no mar sem<<strong>br</strong> />
nenhum tipo de tratamento.<<strong>br</strong> />
Precisamos rever nossa crença de que<<strong>br</strong> />
a <strong>água</strong> é abun<strong>da</strong>nte e que estará sempre<<strong>br</strong> />
disponível. Isso vai depender de como<<strong>br</strong> />
está sendo usa<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
Uso industrial<<strong>br</strong> />
A maioria <strong>da</strong>s indústrias usa em sua<<strong>br</strong> />
produção grandes quanti<strong>da</strong>des de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
geralmente limpa. O uso nos processos<<strong>br</strong> />
industriais vai desde a incorporação <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> nos produtos até a lavagem de<<strong>br</strong> />
materiais, equipamentos e instalações, a<<strong>br</strong> />
utilização em sistemas de refrigeração e<<strong>br</strong> />
geração de vapor. Muitas vezes, as indústrias<<strong>br</strong> />
esfriam e esquentam a <strong>água</strong>, o que a<<strong>br</strong> />
deixa sem oxigênio. Nessas condições, é<<strong>br</strong> />
devolvi<strong>da</strong> aos rios, prejudicando animais<<strong>br</strong> />
e vegetais que precisam do oxigênio<<strong>br</strong> />
dissolvido na <strong>água</strong> para so<strong>br</strong>eviver.<<strong>br</strong> />
A depender do ramo industrial e <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
tecnologia adota<strong>da</strong>, a <strong>água</strong> resultante dos<<strong>br</strong> />
processos industriais (efluentes) pode<<strong>br</strong> />
carregar resíduos tóxicos, como metais<<strong>br</strong> />
pesados e restos de materiais em decomposição.<<strong>br</strong> />
Engana-se quem pensa que apenas<<strong>br</strong> />
as indústrias químicas são altamente<<strong>br</strong> />
poluidoras. Uma fá<strong>br</strong>ica de salsichas, por<<strong>br</strong> />
exemplo, pode contaminar uma área<<strong>br</strong> />
considerável se não adotar um sistema<<strong>br</strong> />
DE ACORDO COM A<<strong>br</strong> />
ORGANIZAÇÃO<<strong>br</strong> />
MUNDIAL DE SAÚDE, A<<strong>br</strong> />
FALTA DE ÁGUA<<strong>br</strong> />
POTÁVEL E DE<<strong>br</strong> />
SANEAMENTO NO<<strong>br</strong> />
BRASIL É CAUSA DE<<strong>br</strong> />
80% DAS DOENÇAS E<<strong>br</strong> />
65% DAS INTERNAÇÕES<<strong>br</strong> />
HOSPITALARES,<<strong>br</strong> />
IMPLICANDO GASTOS DE<<strong>br</strong> />
US$ 2,5 BILHÕES.<<strong>br</strong> />
ESTIMA-SE QUE PARA<<strong>br</strong> />
CADA R$ 1,00<<strong>br</strong> />
INVESTIDO EM<<strong>br</strong> />
SANEAMENTO, HAVERIA<<strong>br</strong> />
UMA ECONOMIA DE<<strong>br</strong> />
R$ 5,00 EM SERVIÇOS<<strong>br</strong> />
DE SAÚDE.<<strong>br</strong> />
19
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
UMA CIDADE DE<<strong>br</strong> />
1 MILHÃO DE<<strong>br</strong> />
HABITANTES USA<<strong>br</strong> />
DIARIAMENTE CERCA DE<<strong>br</strong> />
625 MIL TONELADAS<<strong>br</strong> />
MÉTRICAS DE ÁGUA<<strong>br</strong> />
POTÁVEL.A MESMA<<strong>br</strong> />
CIDADE VAI GERAR<<strong>br</strong> />
APROXIMADAMENTE 500<<strong>br</strong> />
MIL TONELADAS<<strong>br</strong> />
MÉTRICAS DE ESGOTO.<<strong>br</strong> />
para tratar a <strong>água</strong> usa<strong>da</strong> na lavagem dos<<strong>br</strong> />
resíduos de suínos.<<strong>br</strong> />
Quando a <strong>água</strong> contamina<strong>da</strong> pelos<<strong>br</strong> />
vários usos industriais é lança<strong>da</strong> nos rios<<strong>br</strong> />
e no mar, invariavelmente provoca a<<strong>br</strong> />
morte dos peixes, principalmente os<<strong>br</strong> />
menores. E mesmo quando os maiores<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>evivem, os peixes podem acumular<<strong>br</strong> />
no seu <strong>org</strong>anismo substâncias tóxicas<<strong>br</strong> />
que causam doenças se forem ingeridos<<strong>br</strong> />
pelo homem.<<strong>br</strong> />
Consumo de Água nas Indústrias (Barth,1987)<<strong>br</strong> />
TIPO DE INDÚSTRIA<<strong>br</strong> />
LAMINAÇÃO DE AÇO<<strong>br</strong> />
REFINAÇÃO DE PETRÓLEO<<strong>br</strong> />
INDÚSTRIA TÊXTIL<<strong>br</strong> />
COUROS (CURTUMES)<<strong>br</strong> />
PAPEL<<strong>br</strong> />
SABOARIAS<<strong>br</strong> />
USINAS DE AÇÚCAR<<strong>br</strong> />
FÁBRICA DE CONSERVAS<<strong>br</strong> />
LATICÍNIOS<<strong>br</strong> />
CERVEJARIA<<strong>br</strong> />
LAVANDERIA<<strong>br</strong> />
MATADOUROS<<strong>br</strong> />
CONSUMO<<strong>br</strong> />
85 M 3 POR T DE AÇO<<strong>br</strong> />
290 M 3 POR BARRIL<<strong>br</strong> />
REFINADO<<strong>br</strong> />
1.000 M 3 POR T DE TECIDO<<strong>br</strong> />
55 M 3 POR T DE COURO<<strong>br</strong> />
250 M 3 POR T DE PAPEL<<strong>br</strong> />
2 M 3 POR T DE SABÃO<<strong>br</strong> />
75 M 3 POR T DE AÇÚCAR<<strong>br</strong> />
20 M 3 POR T DE CONSERVA<<strong>br</strong> />
2 M 3 POR T DE PRODUTO<<strong>br</strong> />
20 M 3 POR M 3 DE CERVEJA<<strong>br</strong> />
10 M 3 POR T DE ROUPA<<strong>br</strong> />
3 M 3 POR ANIMAL ABATIDO<<strong>br</strong> />
Uso agrícola<<strong>br</strong> />
As chuvas nem sempre são suficientes<<strong>br</strong> />
para suprir a umi<strong>da</strong>de necessária para a<<strong>br</strong> />
produção agrícola. A alternativa para os<<strong>br</strong> />
produtores é a irrigação <strong>da</strong>s plantações,<<strong>br</strong> />
uma ativi<strong>da</strong>de que consome mais de dois<<strong>br</strong> />
terços <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce disponível no<<strong>br</strong> />
planeta. Além do alto consumo, não raro<<strong>br</strong> />
provocado pelo mau aproveitamento que<<strong>br</strong> />
leva ao desperdício, a agricultura também<<strong>br</strong> />
afeta drasticamente a quali<strong>da</strong>de dos<<strong>br</strong> />
solos e dos recursos hídricos. A grande<<strong>br</strong> />
quanti<strong>da</strong>de de pestici<strong>da</strong>s e adubos químicos<<strong>br</strong> />
empregados para combater pragas e<<strong>br</strong> />
ervas <strong>da</strong>ninhas é carrega<strong>da</strong> para os corpos<<strong>br</strong> />
d’<strong>água</strong>, causando a poluição hídrica, ou<<strong>br</strong> />
infiltra-se no solo, provocando a contaminação<<strong>br</strong> />
dos depósitos subterrâneos.<<strong>br</strong> />
A contaminação química (fertilizantes<<strong>br</strong> />
e detergentes, por exemplo) soma<strong>da</strong> à<<strong>br</strong> />
biológica (material <strong>org</strong>ânico, excrementos)<<strong>br</strong> />
tem um efeito ain<strong>da</strong> mais nefasto. A<<strong>br</strong> />
mistura desses elementos na <strong>água</strong> provoca<<strong>br</strong> />
um processo chamado eutroficação,<<strong>br</strong> />
que é o crescimento acelerado de algas e<<strong>br</strong> />
bactérias que consomem o oxigênio <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>, causando a morte de insetos e<<strong>br</strong> />
peixes. A eutroficação pode eliminar<<strong>br</strong> />
to<strong>da</strong>s as formas de vi<strong>da</strong> na <strong>água</strong>. A recuperação<<strong>br</strong> />
de lagos mortos tem um custo<<strong>br</strong> />
muito elevado e leva muito tempo.<<strong>br</strong> />
captação de <strong>água</strong> <strong>br</strong>uta<<strong>br</strong> />
tanques de<<strong>br</strong> />
floculação<<strong>br</strong> />
tanques de<<strong>br</strong> />
decantação<<strong>br</strong> />
tanques de<<strong>br</strong> />
filtração<<strong>br</strong> />
controle<<strong>br</strong> />
de pureza<<strong>br</strong> />
cloração<<strong>br</strong> />
Estação de<<strong>br</strong> />
tratamento de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
distribuição<<strong>br</strong> />
20
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Fertilizantes e<<strong>br</strong> />
pestici<strong>da</strong>s usados<<strong>br</strong> />
em agricultura são<<strong>br</strong> />
arrastados pela chuva<<strong>br</strong> />
até os canais<<strong>br</strong> />
Fonte: CD Água, Meio<<strong>br</strong> />
Ambiente e Vi<strong>da</strong> –<<strong>br</strong> />
Coleção Água, Meio<<strong>br</strong> />
Ambiente e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia –<<strong>br</strong> />
SRH/MMA/ABEAS<<strong>br</strong> />
Navegação<<strong>br</strong> />
Hidrovia interior ou via navegável interior<<strong>br</strong> />
são denominações comuns para os rios,<<strong>br</strong> />
lagos ou lagoas navegáveis.As hidrovias são<<strong>br</strong> />
baliza<strong>da</strong>s e sinaliza<strong>da</strong>s de modo a oferecer<<strong>br</strong> />
boas condições de segurança às embarcações,<<strong>br</strong> />
suas cargas e passageiros ou tripulantes<<strong>br</strong> />
e dispõem de cartas de navegação.<<strong>br</strong> />
Para permitir a navegação comercial em<<strong>br</strong> />
rios é necessário que, durante o maior<<strong>br</strong> />
período possível, o curso d’<strong>água</strong> tenha<<strong>br</strong> />
vazão suficiente para garantir a passagem<<strong>br</strong> />
de embarcações de determinado calado<<strong>br</strong> />
(altura <strong>da</strong> parte submersa de uma embarcação).<<strong>br</strong> />
Deve-se ter em mente que as<<strong>br</strong> />
profundi<strong>da</strong>des variam ao longo do <strong>ciclo</strong><<strong>br</strong> />
hidrológico (no decorrer do ano). Portanto,<<strong>br</strong> />
as hidrovias interiores dependem do<<strong>br</strong> />
regime fluvial, isto é, do comportamento<<strong>br</strong> />
do rio quanto à variação de seus níveis.<<strong>br</strong> />
Quanto menos variarem as vazões durante<<strong>br</strong> />
o <strong>ciclo</strong> hidrológico, melhor.<<strong>br</strong> />
O regime fluvial é ditado pelas chuvas<<strong>br</strong> />
e pela capaci<strong>da</strong>de de escoamento do solo<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> bacia hidrográfica (quanto menos<<strong>br</strong> />
cobertura vegetal tiver a bacia hidrográfica,<<strong>br</strong> />
mais rapi<strong>da</strong>mente a enxurra<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
chegará ao leito). Assim, as hidrovias<<strong>br</strong> />
interiores requerem a preservação <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
cobertura vegetal <strong>da</strong>s respectivas bacias<<strong>br</strong> />
hidrográficas. Seu funcionamento adequado<<strong>br</strong> />
depende, pois, <strong>da</strong> preservação do<<strong>br</strong> />
meio ambiente.<<strong>br</strong> />
Com a entra<strong>da</strong> em vigor <strong>da</strong> Lei n o<<strong>br</strong> />
9.433, de 8 de janeiro de 1997, as hidrovias<<strong>br</strong> />
e demais usos dos cursos d’<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
foram beneficiados, pois um dos fun<strong>da</strong>mentos<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> lei é o uso múltiplo dos recursos<<strong>br</strong> />
hídricos. Isso significa que se deve<<strong>br</strong> />
buscar utilizar o corpo hídrico de acordo<<strong>br</strong> />
com seu potencial,sem excluir os demais<<strong>br</strong> />
usos que dele se possa fazer.<<strong>br</strong> />
Assim como to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de humana, o<<strong>br</strong> />
transporte hidroviário interior tem seus<<strong>br</strong> />
riscos.Sempre há possibili<strong>da</strong>de de acidentes<<strong>br</strong> />
e, em conseqüência, <strong>da</strong>nos ao meio<<strong>br</strong> />
ambiente serem ocasionados. No entanto,<<strong>br</strong> />
esses riscos podem ser minimizados<<strong>br</strong> />
se houver uma boa gestão hidroviária.<<strong>br</strong> />
Pesca e lazer<<strong>br</strong> />
A pesca e o lazer aquático são ativi<strong>da</strong>des<<strong>br</strong> />
que dependem essencialmente <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> <strong>água</strong>. A poluição dos corpos<<strong>br</strong> />
d´<strong>água</strong> por esgotos domésticos, rejeitos<<strong>br</strong> />
industriais e outras ativi<strong>da</strong>des, como foi<<strong>br</strong> />
21
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
visto, causa prejuízos ca<strong>da</strong> vez maiores à<<strong>br</strong> />
indústria pesqueira e compromete a so<strong>br</strong>evivência<<strong>br</strong> />
de populações ribeirinhas<<strong>br</strong> />
que têm nos pescados sua principal e,<<strong>br</strong> />
não raro, única, fonte de so<strong>br</strong>evivência.<<strong>br</strong> />
Por isso, a pesca e o lazer devem ser assegurados<<strong>br</strong> />
pela proteção ambiental dos<<strong>br</strong> />
cursos d’<strong>água</strong>,represas e mares,por meio<<strong>br</strong> />
do combate às fontes poluidoras. Mas<<strong>br</strong> />
essas ativi<strong>da</strong>des, que precisam de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
com quali<strong>da</strong>de, também acabam por prejudicá-la.<<strong>br</strong> />
A pesca pre<strong>da</strong>tória, a limpeza<<strong>br</strong> />
dos peixes à beira dos rios e o lixo colocam<<strong>br</strong> />
em risco a segurança ambiental dos<<strong>br</strong> />
corpos d’<strong>água</strong>. Em ambos os casos, a<<strong>br</strong> />
solução está na conscientização <strong>da</strong>s populações<<strong>br</strong> />
e no combate a ativi<strong>da</strong>des<<strong>br</strong> />
pesqueiras ilícitas.<<strong>br</strong> />
Geração de energia<<strong>br</strong> />
A energia hidráulica, que provém <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> em movimento, fornece cerca de<<strong>br</strong> />
25% <strong>da</strong> energia mundial.<<strong>br</strong> />
No Brasil, as usinas hidrelétricas respondem<<strong>br</strong> />
por cerca de 90% <strong>da</strong> produção<<strong>br</strong> />
de energia elétrica. Esta é uma vantagem,<<strong>br</strong> />
já que se trata de uma fonte renovável, ao<<strong>br</strong> />
contrário dos combustíveis derivados do<<strong>br</strong> />
petróleo, carvão ou minerais radioativos<<strong>br</strong> />
que, além de poluidores, são finitos.<<strong>br</strong> />
Mas, mesmo no caso <strong>da</strong>s hidrelétricas,<<strong>br</strong> />
é preciso adotar critérios de construção<<strong>br</strong> />
e localização que ajudem a minimizar os<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>nos ao meio ambiente.Aqui foram construí<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
grandes usinas,como as de Itaipu,<<strong>br</strong> />
Tucuruí e So<strong>br</strong>adinho.Além do alto custo<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> construção,usinas hidrelétricas de grande<<strong>br</strong> />
porte geralmente causam um grande<<strong>br</strong> />
impacto ambiental nas regiões onde são<<strong>br</strong> />
instala<strong>da</strong>s, pois tendem a alagar áreas extensas,com<<strong>br</strong> />
sérios reflexos so<strong>br</strong>e os ecossistemas<<strong>br</strong> />
e a população local.<<strong>br</strong> />
o que pode ser feito<<strong>br</strong> />
Ações para economizar<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> e reduzir a sua<<strong>br</strong> />
poluição<<strong>br</strong> />
Um consumo sustentável de <strong>água</strong>, que não<<strong>br</strong> />
coloque em perigo a so<strong>br</strong>evivência <strong>da</strong>s presentes e<<strong>br</strong> />
futuras gerações, significa consumir a <strong>água</strong> de um<<strong>br</strong> />
modo mais eficaz.Veja algumas sugestões a seguir:<<strong>br</strong> />
1. Para tornar o consumo de <strong>água</strong> mais eficaz:<<strong>br</strong> />
• Diminuir o uso de <strong>água</strong> potável na produção<<strong>br</strong> />
agrícola e industrial.<<strong>br</strong> />
• Reduzir o consumo doméstico de <strong>água</strong> potável.<<strong>br</strong> />
• Não contaminar os cursos de <strong>água</strong>.<<strong>br</strong> />
2. Para reduzir a poluição decorrente <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<<strong>br</strong> />
agrícolas, pode-se:<<strong>br</strong> />
• Reduzir o uso de pestici<strong>da</strong>s e fertilizantes<<strong>br</strong> />
químicos na agricultura.<<strong>br</strong> />
• Fazer o manejo adequado dos resíduos tóxicos.<<strong>br</strong> />
• Tratar os esgotos urbanos e industriais em estações<<strong>br</strong> />
de tratamento.<<strong>br</strong> />
3. Para minimizar a poluição <strong>da</strong>s <strong>água</strong>s:<<strong>br</strong> />
• Exigir que o município faça o tratamento adequado<<strong>br</strong> />
dos resíduos tóxicos. Propor, por exemplo,<<strong>br</strong> />
a instalação de uma estação de recebimento de<<strong>br</strong> />
produtos tóxicos domiciliares, tais como restos<<strong>br</strong> />
de tinta, solventes, petróleo e outros.<<strong>br</strong> />
• Organizar-se.Os consumidores <strong>org</strong>anizados podem<<strong>br</strong> />
pressionar as empresas para que produzam<<strong>br</strong> />
detergentes e produtos de limpeza que não poluam<<strong>br</strong> />
o meio ambiente. Também devem exigir que as<<strong>br</strong> />
indústrias se encarreguem de seus resíduos tóxicos<<strong>br</strong> />
ou que os entreguem a empresas especializa<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
nesse tipo de manejo.<<strong>br</strong> />
• Exigir <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des que o esgoto seja tratado<<strong>br</strong> />
em estações de tratamento e não jogado diretamente<<strong>br</strong> />
nos rios ou no mar.<<strong>br</strong> />
• Recorrer ao Serviço de Atendimento ao Consumidor<<strong>br</strong> />
(SAC) <strong>da</strong>s empresas que produzem os<<strong>br</strong> />
produtos químicos ou tóxicos utilizados nas residências,escolas,escritórios<<strong>br</strong> />
e hospitais,para saber<<strong>br</strong> />
se elas publicam Balanço Ambiental, que deve<<strong>br</strong> />
conter informações so<strong>br</strong>e tratamento de efluentes<<strong>br</strong> />
e de emissões atmosféricas, entre outras.<<strong>br</strong> />
22
á g u a<<strong>br</strong> />
guia didático<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Ativi<strong>da</strong>des<<strong>br</strong> />
1. Introdução ao<<strong>br</strong> />
tema<<strong>br</strong> />
Objetivos<<strong>br</strong> />
Dar subsídios para que os alunos:<<strong>br</strong> />
• Compreen<strong>da</strong>m a importância <strong>da</strong> <strong>água</strong> para a nossa so<strong>br</strong>evivência<<strong>br</strong> />
e a de to<strong>da</strong>s as espécies que habitam a terra.<<strong>br</strong> />
• Apren<strong>da</strong>m a valorizar e cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> <strong>água</strong> doce e limpa.<<strong>br</strong> />
• Relacionem a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong> com a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
• Compreen<strong>da</strong>m as conseqüências que tem a contaminação<<strong>br</strong> />
dos cursos de <strong>água</strong> para nós e para as futuras gerações.<<strong>br</strong> />
• Percebam a importância do saneamento para a proteção<<strong>br</strong> />
do meio ambiente e <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
• Procurem soluções em nível pessoal e comunitário<<strong>br</strong> />
para avançar no sentido de um consumo sustentável de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>.<<strong>br</strong> />
1.1 Entrega de<<strong>br</strong> />
questionário<<strong>br</strong> />
anônimo<<strong>br</strong> />
Você pode introduzir<<strong>br</strong> />
o tema fazendo<<strong>br</strong> />
perguntas aos<<strong>br</strong> />
alunos. Você decide<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e o tipo de pergunta,<<strong>br</strong> />
quantas fazer<<strong>br</strong> />
e o grau de dificul<strong>da</strong>de.Aqui<<strong>br</strong> />
vão algumas sugestões:<<strong>br</strong> />
• Para que serve a <strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
• De onde vem a <strong>água</strong> que a sua família<<strong>br</strong> />
usa (rio, lago, poço ou cisterna)?<<strong>br</strong> />
• Onde a <strong>água</strong> é armazena<strong>da</strong> em sua<<strong>br</strong> />
casa?<<strong>br</strong> />
• Há falta d’<strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
• O que acontece na sua rua quando<<strong>br</strong> />
chove?<<strong>br</strong> />
• Você gosta de beber <strong>água</strong>? Quantos<<strong>br</strong> />
copos de <strong>água</strong> bebe por dia?<<strong>br</strong> />
• O que acontece na sua comuni<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
com as <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s e o esgoto? Recebem<<strong>br</strong> />
tratamento ou são jogados diretamente<<strong>br</strong> />
nas ruas, nos rios ou no mar?<<strong>br</strong> />
• Como as <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s e os esgotos<<strong>br</strong> />
não tratados podem prejudicar sua<<strong>br</strong> />
saúde?<<strong>br</strong> />
• Quais são as principais fontes de<<strong>br</strong> />
contaminação <strong>da</strong> <strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
A informação recolhi<strong>da</strong> pode ser sistematiza<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
em conjunto com os alunos:<<strong>br</strong> />
Divi<strong>da</strong> os alunos em grupos. Ca<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
grupo se encarregará de responder uma<<strong>br</strong> />
ou duas perguntas. As respostas são escritas<<strong>br</strong> />
num papel grande.Em segui<strong>da</strong>,ca<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
grupo apresenta seus resultados para a<<strong>br</strong> />
classe.<<strong>br</strong> />
Ao mesmo tempo que se analisam os<<strong>br</strong> />
resultados do questionário em conjunto<<strong>br</strong> />
com os alunos, você pode acrescentar<<strong>br</strong> />
informações importantes so<strong>br</strong>e os recurso<<strong>br</strong> />
hídricos. Explique, por exemplo:<<strong>br</strong> />
• que a <strong>água</strong> doce é um recurso finito<<strong>br</strong> />
e que representa só uma pequena<<strong>br</strong> />
parte de todos os recursos hídricos;<<strong>br</strong> />
• a dependência do ser humano em<<strong>br</strong> />
relação à <strong>água</strong>;<<strong>br</strong> />
• o motivo pelo qual se consome muito<<strong>br</strong> />
mais <strong>água</strong> hoje do que há 100 anos;<<strong>br</strong> />
• quais as fontes de contaminação <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>;<<strong>br</strong> />
• quais os riscos <strong>da</strong>s <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
não trata<strong>da</strong>s para nossa saúde e para o<<strong>br</strong> />
meio ambiente.<<strong>br</strong> />
1.2 Investigação so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
consumo de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Outra forma de introduzir o tema é<<strong>br</strong> />
pedir aos alunos que investiguem so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
23
) Recursos hídricos do município<<strong>br</strong> />
Algumas perguntas pertinentes são:<<strong>br</strong> />
• Com que recursos hídricos (rios,<<strong>br</strong> />
lagos, <strong>água</strong> subterrânea) conta a ci<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
onde você mora?<<strong>br</strong> />
• Em que bacia hidrográfica ou subconsumo<<strong>br</strong> />
sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
o seu próprio consumo de <strong>água</strong> e de sua<<strong>br</strong> />
família. Esta ativi<strong>da</strong>de possibilita trazer o<<strong>br</strong> />
tema para a reali<strong>da</strong>de concreta dos alunos.<<strong>br</strong> />
Pode ser útil investigar:<<strong>br</strong> />
• Aproxima<strong>da</strong>mente quantos litros de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> o aluno e sua família utilizam por<<strong>br</strong> />
dia?<<strong>br</strong> />
• Quantos litros de <strong>água</strong> contém o<<strong>br</strong> />
reservatório de descarga do WC?<<strong>br</strong> />
• Quantos litros de <strong>água</strong> empregam<<strong>br</strong> />
para tomar banho? (para saber,podem<<strong>br</strong> />
recolher a <strong>água</strong> do banho numa bacia<<strong>br</strong> />
e depois medi-la)<<strong>br</strong> />
Para responder,os alunos deverão consultar<<strong>br</strong> />
as contas de <strong>água</strong> de suas casas e<<strong>br</strong> />
também a tabela a seguir.<<strong>br</strong> />
Consumo doméstico de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
por ativi<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
ATIVIDADE<<strong>br</strong> />
QUANTIDADE (EM LITROS)<<strong>br</strong> />
1 DESCARGA NO WC 10 A 16<<strong>br</strong> />
1 MINUTO DE CHUVEIRO 15<<strong>br</strong> />
1 TANQUE COM ÁGUA 150<<strong>br</strong> />
1 LAVAGEM DE MÃOS 3 A 5<<strong>br</strong> />
1 LAVAGEM COM<<strong>br</strong> />
MÁQUINA DE LAVAR 150<<strong>br</strong> />
1 LAVAGEM COM LAVA-LOUÇA 20 A 25<<strong>br</strong> />
ESCOVAR OS DENTES COM<<strong>br</strong> />
ÁGUA CORRENDO 11<<strong>br</strong> />
LAVAGEM DO AUTOMÓVEL<<strong>br</strong> />
COM MANGUEIRA 100<<strong>br</strong> />
Uma vez que os alunos tenham<<strong>br</strong> />
prontas suas tarefas,podem primeiro comentar<<strong>br</strong> />
os resultados entre eles, em grupos<<strong>br</strong> />
pequenos. Depois, você coordena<<strong>br</strong> />
um debate geral so<strong>br</strong>e as diferentes<<strong>br</strong> />
formas de poupar <strong>água</strong>.<<strong>br</strong> />
2. Entrega de informação<<strong>br</strong> />
básica e leitura<<strong>br</strong> />
Os textos deste manual também<<strong>br</strong> />
podem ser lidos por seus alunos. Você<<strong>br</strong> />
decide em que momento e como usá-los.<<strong>br</strong> />
3. Pesquisa<<strong>br</strong> />
O professor pode sugerir vários temas<<strong>br</strong> />
para que os alunos pesquisem em grupos:<<strong>br</strong> />
a) Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong> potável<<strong>br</strong> />
Algumas perguntas pertinentes são:<<strong>br</strong> />
• Onde se capta a <strong>água</strong> potável <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
zona/ci<strong>da</strong>de onde você mora?<<strong>br</strong> />
• Que tratamento se usa para tornar a<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> potável?<<strong>br</strong> />
• Que análises são feitas para avaliar a<<strong>br</strong> />
quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong> e quais são os resultados?<<strong>br</strong> />
• Existe caso de contaminação dos<<strong>br</strong> />
cursos d´<strong>água</strong> por pestici<strong>da</strong>s e metais<<strong>br</strong> />
pesados na sua ci<strong>da</strong>de?<<strong>br</strong> />
• Como é dosa<strong>da</strong> a cloração <strong>da</strong> <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
de modo que a quanti<strong>da</strong>de de cloro<<strong>br</strong> />
seja suficiente, mas não excessiva?<<strong>br</strong> />
• Onde a <strong>água</strong> potável é armazena<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
em sua casa?<<strong>br</strong> />
• A caixa d’<strong>água</strong> é limpa e devi<strong>da</strong>mente<<strong>br</strong> />
fecha<strong>da</strong>?<<strong>br</strong> />
• Caso haja poço ou cisterna, tem<<strong>br</strong> />
tampa?<<strong>br</strong> />
• Que medi<strong>da</strong>s devem ser toma<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
para garantir a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
consumi<strong>da</strong> por você e sua família?<<strong>br</strong> />
• Quem opina na sua comuni<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
• Na região onde você mora tem um Comitê<<strong>br</strong> />
de Bacia Hidrográfica <strong>org</strong>anizado?<<strong>br</strong> />
• Se a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong> não é satisfatória,que<<strong>br</strong> />
medi<strong>da</strong>s deveriam ser toma<strong>da</strong>s?<<strong>br</strong> />
Os alunos que pesquisarem este tema<<strong>br</strong> />
devem ir à Prefeitura, aos órgãos competentes<<strong>br</strong> />
de Meio Ambiente, de Recursos<<strong>br</strong> />
Hídricos, de Saúde, companhia responsável<<strong>br</strong> />
pelo abastecimento de <strong>água</strong> <strong>da</strong> sua<<strong>br</strong> />
ci<strong>da</strong>de e aos Órgãos de Defesa do Consumidor.<<strong>br</strong> />
Recomen<strong>da</strong>-se fazer uma visita<<strong>br</strong> />
de estudo a uma estação de tratamento<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
24
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
bacia está localiza<strong>da</strong> a região onde<<strong>br</strong> />
você mora?<<strong>br</strong> />
• Quais as previsões de abastecimento<<strong>br</strong> />
para os próximos 10, 20, 30 anos?<<strong>br</strong> />
• Utilizam-se diretamente as <strong>água</strong>s<<strong>br</strong> />
subterrâneas para abastecer de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
potável a população? Nesse caso,a <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
subterrânea se repõe no mesmo ritmo<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s retira<strong>da</strong>s?<<strong>br</strong> />
• As autori<strong>da</strong>des têm considerado<<strong>br</strong> />
algumas medi<strong>da</strong>s de poupança de <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
para o futuro? Quais?<<strong>br</strong> />
Para conseguir estes <strong>da</strong>dos, os alunos<<strong>br</strong> />
devem dirigir-se aos órgãos competentes<<strong>br</strong> />
de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e<<strong>br</strong> />
companhia responsável pelo abastecimento<<strong>br</strong> />
de <strong>água</strong> de sua ci<strong>da</strong>de.<<strong>br</strong> />
c) Águas servi<strong>da</strong>s e esgoto<<strong>br</strong> />
Algumas perguntas pertinentes são:<<strong>br</strong> />
• No seu município há tratamento de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>, <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s e esgoto? Se for<<strong>br</strong> />
feito o tratamento,é recomendável tomar<<strong>br</strong> />
contato com a estação de tratamento<<strong>br</strong> />
para uma visita de estudo.<<strong>br</strong> />
• Quais os principais contaminantes<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s <strong>água</strong>s ? De onde provêm?<<strong>br</strong> />
• As indústrias estão o<strong>br</strong>iga<strong>da</strong>s a se<<strong>br</strong> />
responsabilizar por seus resíduos tóxicos<<strong>br</strong> />
ou estes são jogados diretamente<<strong>br</strong> />
na rede de esgoto, rios, lagos ou mar?<<strong>br</strong> />
• Que efeitos negativos so<strong>br</strong>e o meio<<strong>br</strong> />
ambiente estão relacionados com as<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s e o esgoto? Por exemplo,<<strong>br</strong> />
a morte de peixes e pássaros, a contaminação<<strong>br</strong> />
de alimentos, etc.<<strong>br</strong> />
• Que efeitos negativos para a saúde<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s pessoas têm sido relacionados com<<strong>br</strong> />
o esgoto não tratado?<<strong>br</strong> />
• Que planos têm as autori<strong>da</strong>des para<<strong>br</strong> />
resolver o problema <strong>da</strong>s <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
e do esgoto?<<strong>br</strong> />
• Você considera que as <strong>água</strong>s<<strong>br</strong> />
servi<strong>da</strong>s são um recurso utilizável?<<strong>br</strong> />
Para estu<strong>da</strong>r este tema é preciso<<strong>br</strong> />
dirigir-se à Prefeitura e aos órgãos competentes<<strong>br</strong> />
de Saúde e de Meio Ambiente<<strong>br</strong> />
de sua ci<strong>da</strong>de.<<strong>br</strong> />
d) Ca<strong>da</strong>stro de detergentes e<<strong>br</strong> />
produtos de limpeza doméstica<<strong>br</strong> />
O grupo de alunos que pesquisar este<<strong>br</strong> />
tema pode começar perguntando nos lares<<strong>br</strong> />
de seus colegas de sala quais produtos<<strong>br</strong> />
de limpeza são utilizados. Em segui<strong>da</strong>,<<strong>br</strong> />
elabora-se uma lista dos produtos mais<<strong>br</strong> />
usados. É possível também estu<strong>da</strong>r a<<strong>br</strong> />
composição química descrita na etiqueta<<strong>br</strong> />
ou embalagem.Depois,os alunos escolhem<<strong>br</strong> />
algumas <strong>da</strong>s marcas mais populares<<strong>br</strong> />
e entram em contato com os fa<strong>br</strong>icantes<<strong>br</strong> />
para obter mais informações so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
conteúdo dos produtos:<<strong>br</strong> />
Algumas perguntas pertinentes:<<strong>br</strong> />
• São biodegradáveis os componentes<<strong>br</strong> />
químicos incorporados? Ou seja, a natureza<<strong>br</strong> />
é capaz de degra<strong>da</strong>r os contaminantes?<<strong>br</strong> />
• Que efeitos têm esses componentes<<strong>br</strong> />
no meio ambiente?<<strong>br</strong> />
• Se o produto contém, por exemplo,<<strong>br</strong> />
cloro, tem-se pensado em substituir<<strong>br</strong> />
esse componente por outro que não<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>nifique o ambiente?<<strong>br</strong> />
Informações so<strong>br</strong>e este tema podem<<strong>br</strong> />
ser encontra<strong>da</strong>s no site do Ministério do<<strong>br</strong> />
Meio Ambiente, no Serviço Nacional do<<strong>br</strong> />
Consumidor (<strong>org</strong>anismo estatal) e nas<<strong>br</strong> />
<strong>org</strong>anizações de defesa do consumidor.<<strong>br</strong> />
Site para pesquisa: www.mma.gov.<strong>br</strong> e<<strong>br</strong> />
www.ambiente<strong>br</strong>asil.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
No final <strong>da</strong>s pesquisa, os alunos<<strong>br</strong> />
apresentarão a seus colegas de curso as<<strong>br</strong> />
informações obti<strong>da</strong>s e suas conclusões.<<strong>br</strong> />
Depois, deverão definir a forma de difundir<<strong>br</strong> />
os resultados de suas pesquisas.<<strong>br</strong> />
4. Um jogo didático:<<strong>br</strong> />
repartindo <strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Divi<strong>da</strong> a turma em quatro grupos.<<strong>br</strong> />
Tenha preparados quatro cartões que<<strong>br</strong> />
25
consumo sustentável • manual de educação<<strong>br</strong> />
indiquem:<<strong>br</strong> />
• 50 litros de <strong>água</strong> por dia por pessoa<<strong>br</strong> />
• 100 litros de <strong>água</strong> por dia por pessoa<<strong>br</strong> />
• 150 litros de <strong>água</strong> por dia por pessoa<<strong>br</strong> />
• 200 litros de <strong>água</strong> por dia por pessoa<<strong>br</strong> />
Ca<strong>da</strong> aluno pegará um cartão aleatoriamente.<<strong>br</strong> />
Ca<strong>da</strong> grupo discutirá como distribuir<<strong>br</strong> />
a quanti<strong>da</strong>de de <strong>água</strong> indica<strong>da</strong> em seu<<strong>br</strong> />
cartão, considerando a tabela “Consumo<<strong>br</strong> />
doméstico de <strong>água</strong> por ativi<strong>da</strong>de” (veja<<strong>br</strong> />
a ativi<strong>da</strong>de 1.2, Investigação so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
consumo de <strong>água</strong>).<<strong>br</strong> />
Ca<strong>da</strong> grupo apresentará à turma o<<strong>br</strong> />
resultado do seu trabalho.<<strong>br</strong> />
5.Conclusões:<<strong>br</strong> />
• Que soluções os alunos propõem<<strong>br</strong> />
para economizar <strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
• Existe uma quanti<strong>da</strong>de mínima de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>,segundo eles,que possa satisfazer<<strong>br</strong> />
suas necessi<strong>da</strong>des diárias?<<strong>br</strong> />
6. O que podemos fazer<<strong>br</strong> />
Os alunos deverão identificar que<<strong>br</strong> />
contribuição ca<strong>da</strong> um pode <strong>da</strong>r para o<<strong>br</strong> />
consumo sustentável de <strong>água</strong>. Essas<<strong>br</strong> />
informações poderão ser usa<strong>da</strong>s na<<strong>br</strong> />
elaboração de um guia com orientações<<strong>br</strong> />
para o consumo sustentável de <strong>água</strong>.As<<strong>br</strong> />
perguntas a seguir devem aju<strong>da</strong>r na tarefa:<<strong>br</strong> />
• Que mu<strong>da</strong>nças eu posso fazer nos<<strong>br</strong> />
meus hábitos para contribuir para um<<strong>br</strong> />
consumo sustentável de <strong>água</strong>? Podese<<strong>br</strong> />
pedir aos alunos que escrevam (e<<strong>br</strong> />
desenhem, se quiserem) seu compromisso<<strong>br</strong> />
e apresentem para a classe.<<strong>br</strong> />
• Que soluções coletivas podemos<<strong>br</strong> />
encontrar na comuni<strong>da</strong>de para contribuir<<strong>br</strong> />
para um consumo sustentável de<<strong>br</strong> />
<strong>água</strong>? Faça com que os alunos discutam<<strong>br</strong> />
possíveis soluções a serem propostas<<strong>br</strong> />
à comuni<strong>da</strong>de.<<strong>br</strong> />
• Que mu<strong>da</strong>nças devemos sugerir às<<strong>br</strong> />
autori<strong>da</strong>des para chegar a ter um consumo<<strong>br</strong> />
sustentável de <strong>água</strong>?<<strong>br</strong> />
To<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s propostas pelos alunos<<strong>br</strong> />
deverão ser coloca<strong>da</strong>s em um cartaz<<strong>br</strong> />
a ser fixado na parede.<<strong>br</strong> />
7. Difusão <strong>da</strong> informação obti<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
Convi<strong>da</strong>r a comuni<strong>da</strong>de local (pais,<<strong>br</strong> />
alunos, professores, autori<strong>da</strong>des locais <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />
Secretarias de Meio Ambiente e Saúde,<<strong>br</strong> />
representantes dos Comitês de Bacia<<strong>br</strong> />
Hidrográfica, universi<strong>da</strong>des, <strong>org</strong>anizações<<strong>br</strong> />
de consumidores e eventualmente<<strong>br</strong> />
políticos) para apresentar os resultados<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s pesquisas.Os alunos podem preparar<<strong>br</strong> />
uma pequena exposição com os <strong>da</strong>dos<<strong>br</strong> />
mais importantes e dissertar so<strong>br</strong>e o tema.<<strong>br</strong> />
Também pode-se convi<strong>da</strong>r um especialista<<strong>br</strong> />
para que dê sua opinião.<<strong>br</strong> />
Se na comuni<strong>da</strong>de existe um problema<<strong>br</strong> />
real com a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong> potável<<strong>br</strong> />
e/ou as <strong>água</strong>s servi<strong>da</strong>s, esse encontro<<strong>br</strong> />
deverá ser aproveitado para discutir o<<strong>br</strong> />
assunto com as autori<strong>da</strong>des e a comuni<strong>da</strong>de,buscando<<strong>br</strong> />
o comprometimento e<<strong>br</strong> />
a participação de ambos na solução do<<strong>br</strong> />
problema.<<strong>br</strong> />
26
<strong>água</strong><<strong>br</strong> />
Texto de apoio<<strong>br</strong> />
Em 22 de março de 1992 a Organização<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s (ONU) instituiu o<<strong>br</strong> />
“Dia Mundial <strong>da</strong> Água”, publicando um<<strong>br</strong> />
documento intitulado “Declaração Universal<<strong>br</strong> />
dos Direitos <strong>da</strong> Água”.<<strong>br</strong> />
1. A <strong>água</strong> faz parte do patrimônio<<strong>br</strong> />
do planeta. Ca<strong>da</strong> continente, ca<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
povo, ca<strong>da</strong> nação, ca<strong>da</strong> região, ca<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
ci<strong>da</strong>de, ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dão é plenamente<<strong>br</strong> />
responsável aos olhos de todos.<<strong>br</strong> />
2. A <strong>água</strong> é a seiva de nosso planeta.Ela<<strong>br</strong> />
é condição essencial de vi<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
de todo vegetal, animal ou ser humano.<<strong>br</strong> />
Sem ela, não poderíamos<<strong>br</strong> />
conceber como são a atmosfera, o<<strong>br</strong> />
clima, a vegetação, a cultura ou a<<strong>br</strong> />
agricultura.<<strong>br</strong> />
3. Os recursos naturais de transformação<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> <strong>água</strong> em <strong>água</strong> potável são<<strong>br</strong> />
lentos, frágeis e muito limitados.<<strong>br</strong> />
Assim sendo, a <strong>água</strong> deve ser manipula<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
com racionali<strong>da</strong>de,precaução<<strong>br</strong> />
e parcimônia.<<strong>br</strong> />
4. O equilí<strong>br</strong>io e o futuro de nosso<<strong>br</strong> />
planeta dependem <strong>da</strong> preservação<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> <strong>água</strong> e de seus <strong>ciclo</strong>s.Estes devem<<strong>br</strong> />
permanecer intactos e funcionando<<strong>br</strong> />
normalmente para garantir a continui<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> so<strong>br</strong>e a Terra. Esse<<strong>br</strong> />
equilí<strong>br</strong>io depende em particular <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
preservação dos mares e oceanos,<<strong>br</strong> />
por onde os <strong>ciclo</strong>s começam.<<strong>br</strong> />
5. A <strong>água</strong> não é somente herança<<strong>br</strong> />
de nossos predecessores;ela é,so<strong>br</strong>etudo,<<strong>br</strong> />
um empréstimo aos nossos sucessores.<<strong>br</strong> />
Sua proteção constitui<<strong>br</strong> />
uma necessi<strong>da</strong>de vital,assim como a<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>igação moral do homem para com<<strong>br</strong> />
as gerações presentes e futuras.<<strong>br</strong> />
6. A <strong>água</strong> não é uma doação gratuita<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong> natureza; ela tem um valor<<strong>br</strong> />
econômico: precisa-se saber que ela<<strong>br</strong> />
é, algumas vezes, rara e dispendiosa<<strong>br</strong> />
e que pode muito bem escassear em<<strong>br</strong> />
qualquer região do mundo.<<strong>br</strong> />
7. A <strong>água</strong> não deve ser desperdiça<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
nem poluí<strong>da</strong>, nem envenena<strong>da</strong>.<<strong>br</strong> />
De maneira geral, sua utilização<<strong>br</strong> />
deve ser feita com consciência<<strong>br</strong> />
e discernimento para que não se<<strong>br</strong> />
chegue a uma situação de esgotamento<<strong>br</strong> />
ou de deterioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
<strong>da</strong>s reservas atualmente disponíveis.<<strong>br</strong> />
8. A utilização <strong>da</strong> <strong>água</strong> implica<<strong>br</strong> />
respeito à lei. Sua proteção constitui<<strong>br</strong> />
uma o<strong>br</strong>igação jurídica para todo<<strong>br</strong> />
homem ou grupo social que a utiliza.<<strong>br</strong> />
Essa questão não deve ser ignora<strong>da</strong><<strong>br</strong> />
nem pelo homem nem pelo<<strong>br</strong> />
Estado.<<strong>br</strong> />
9. A gestão <strong>da</strong> <strong>água</strong> impõe um<<strong>br</strong> />
equilí<strong>br</strong>io entre os imperativos de<<strong>br</strong> />
sua proteção e as necessi<strong>da</strong>des de<<strong>br</strong> />
ordem econômica, sanitária e social.<<strong>br</strong> />
10. O planejamento <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong><<strong>br</strong> />
<strong>água</strong> deve levar em conta a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />
e o consenso em razão de sua<<strong>br</strong> />
distribuição desigual so<strong>br</strong>e a Terra.<<strong>br</strong> />
27