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Março/2008 - International Plant Nutrition Institute

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INFORMAÇÕES<br />

AGRONÔMICAS<br />

MISSÃO<br />

Desenvolver e promover informações científicas sobre o<br />

manejo responsável dos nutrientes de plantas para o<br />

benefício da família humana<br />

N 0 121<br />

MARÇO/<strong>2008</strong><br />

O FUTURO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS<br />

TENDO EM VISTA ASPECTOS AGRONÔMICOS,<br />

ECONÔMICOS E AMBIENTAIS 1<br />

Eurípedes Malavolta 2<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Desde que surgiu sobre a Terra, criado por um Deus<br />

eterno, onipotente, onipresente e oniciente, o homem<br />

é uma planta ou planta transformada. Por sua<br />

vez, a planta também necessita de alimento para viver, retirando-o<br />

do ar, da água e do solo e, freqüentemente, no todo ou em parte, do<br />

fertilizante mineral e/ou do adubo orgânico – é necessário alimentar<br />

o solo, que alimenta a planta, que alimenta o homem e o animal.<br />

Segue-se daí que, sem “comer”, a planta não vive e, se não houver<br />

planta, o homem não vive. Dentro deste raciocínio simples cabe a<br />

ciência da Nutrição Mineral de <strong>Plant</strong>as (NMP). Para que seja aplicada<br />

na prática agrícola é indispensável a colaboração de duas outras<br />

ciências: Ciência do Solo – física, química, biologia, fertilidade – e<br />

Adubos e Adubação. Resumidamente, a NMP ensina o que a planta<br />

necessita, quanto e quando; a Ciência do Solo mostra o que o solo<br />

pode oferecer; Adubos e Adubação ensina como fazê-lo em termos<br />

econômicos e sustentáveis dos pontos de vista social e ambiental. A<br />

ação e interação positiva das três ciências, ou áreas do conhecimento,<br />

tem um papel maior na produção de alimento, fibra e energia<br />

renovável, componentes do agronegócio e da riqueza das nações.<br />

2. OS PRIMEIROS 150 ANOS<br />

O início da Nutrição Mineral de <strong>Plant</strong>as no século XIX foi marcado<br />

pela busca dos materiais que constituem os vegetais. Ela se prolongou<br />

no século XX e provavelmente continuará a fazê-lo no século<br />

XXI. A Tabela 1 mostra, até o momento, o resultado dessa busca<br />

(MALAVOLTA, 1999). Os 19 elementos tabulados são classificados<br />

como essenciais para as plantas superiores, porque satisfazem os cri-<br />

Veja também neste número:<br />

Princípios das melhores práticas de manejo<br />

de fertilizantes ..................................................... 11<br />

Práticas de controle das emissões de gases<br />

de efeito estufa associadas ao uso de<br />

fertilizantes ......................................................... 13<br />

Divulgando a Pesquisa ...................................... 16<br />

Painel Agronômico ............................................ 19<br />

Cursos, Simpósios e outros eventos ................. 21<br />

Publicações Recentes ........................................ 23<br />

Ponto de Vista .................................................... 24<br />

térios estabelecidos por Arnon e Stout (1939): (1) critério direto – o<br />

elemento faz parte de um composto ou de uma reação crucial do metabolismo;<br />

(2) critério indireto – abrange as seguintes circunstâncias:<br />

(a) na ausência do elemento a planta morre antes de completar o seu<br />

ciclo, (b) o elemento não pode ser substituído por nenhum outro; (3) o<br />

efeito do elemento não deve estar associado com o melhoramento de<br />

condições físicas, químicas ou biológicas desfavoráveis do meio. O<br />

sódio (Na) e o silício (Si) são exemplos de elementos benéficos, sendo<br />

assim definidos – sem eles a planta vive; entretanto, em dadas condições,<br />

podem melhorar o crescimento e aumentar a produção. Uma discussão<br />

abrangente sobre essencialidade e toxidez de micronutrientes<br />

e metais pesados pode ser consultada em Malavolta et al. (2006).<br />

Abreviações: ATP = trifosfato de adenosina; CEM = colheita econômica máxima; CFC = clorofluorcarbono; CH 4<br />

= metano; CO 2<br />

= dióxido de<br />

carbono; DNA = ácido desoxirribonucléico; GEE = gases de efeito estufa; NBPT = fenil fosforodiamidato; NH 3<br />

= amônia; NMP = Nutrição Mineral<br />

de <strong>Plant</strong>as; N 2<br />

O = óxido nitroso.<br />

1<br />

Este artigo não está completo. Para mais esclarecimentos vide nota do editor na página 10.<br />

2<br />

Professor Catedrático, Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP), Laboratório de Nutrição Mineral de <strong>Plant</strong>as, Piracicaba, SP. In memoriam<br />

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL<br />

Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.net - E-mail: ipni@ipni.com.br<br />

13416-901 Piracicaba-SP, Brasil<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 1


Tabela 1. Cronologia da descoberta dos macro e micronutrientes.<br />

Macronutrientes metais<br />

K, Ca, Mg (Liebig, 1840; Knop, 1860; Sachs, 1865)<br />

Macronutrientes não metais<br />

C, H, O (Senebier, 1742-1809)<br />

N, P, S (Liebig, 1840; Knop, 1860; Sachs, 1865)<br />

Micronutrientes metais<br />

Fe (Knop, 1860; Sachs, 1865), Mn (Mazé, 1915),<br />

Zn (Sommer e Litman, 1926), Cu (Sommer, 1931), Mo (Arnon e Stout, 1939),<br />

Co (Delwiche et al., 1961), Ni (Eskew et al., 1984)<br />

Micronutrientes não metais<br />

B (Warington, 1923), Cl (Broyer et al., 1954), Se (Wen et al., 1988)<br />

Fonte: adaptada de MALAVOLTA (1980, 1999).<br />

Estará encerrada a lista de elementos essenciais? Pode-se<br />

responder apenas – se houver outro ou outros, será ou serão obrigatoriamente<br />

micronutrientes. Para isso, serão necessários técnicas<br />

analíticas refinadas, meios de cultura purificados, ou não “contaminados”,<br />

semente ou outro órgão em que o elemento-alvo tenha<br />

uma concentração diminuída por gerações sucessivas. Micronutrientes<br />

essenciais para os animais são os primeiros candidatos a<br />

entrar na lista.<br />

Em seguida, procurou-se esclarecer o processo de aquisição<br />

de elementos pela raiz e pela folha. Dependendo do elemento e<br />

do gradiente eletroquímico, a absorção pode necessitar de introdução<br />

de energia do trifosfato de adenosina (ATP) no sistema ou<br />

pode se dar passivamente através de canais protéicos transmembrana.<br />

A semelhança entre a absorção iônica, com a participação de<br />

um carregador, e a cinética enzimática foi demonstrada por Epstein<br />

e Leggett (1954). Geralmente com o auxílio de radioisótopos, foi<br />

mapeado o caminho percorrido da membrana até o citosol ou vacúolo<br />

e até os vasos do xilema e do floema no transporte a longa distância,<br />

chegando até gemas, folhas e frutos. Folhas e ramos podem<br />

funcionar como fonte de nutrientes para outros órgãos (drenos)<br />

quando ocorre redistribuição.<br />

Como já foi indicado, os elementos são essenciais porque<br />

exercem funções na vida da planta. Muitas dessas funções, mas<br />

não todas, foram esclarecidas nos níveis molecular, celular, de tecido,<br />

órgão e na planta como um todo. A Tabela 2 contém um resumo<br />

das principais funções dos macro e<br />

micronutrientes. Tais funções são<br />

em geral estudadas isoladamente,<br />

um ou poucos elementos de cada<br />

vez, o que não dá uma idéia do conjunto<br />

– pode-se afirmar que todos<br />

os elementos participam, direta ou<br />

indiretamente, de todos os processos<br />

da vida da planta.<br />

Macro e micronutrientes exercem<br />

as mesmas funções em todas<br />

as plantas superiores. Por esse motivo,<br />

sua falta ou excesso provoca a<br />

mesma manifestação visível – o sintoma.<br />

Inicialmente há uma lesão ou<br />

alteração no nível molecular, não se<br />

forma um composto, uma reação não<br />

se processa. Em seguida, há alterações<br />

celulares, no tecido e aparece o sintoma visível. O que acontece<br />

com os elementos individualmente é detalhado em Römheld (2001)<br />

e Malavolta (2006).<br />

Tem sido acumulado um grande volume de informações sobre<br />

as exigências de macro e micronutrientes: quantidades totais, exportação<br />

na colheita, absorção durante o ciclo e repartição nos diversos<br />

órgãos. No Brasil, dispõe-se de dados das principais culturas: arroz,<br />

milho, trigo, cana-de-açúcar; hortaliças folhosas e condimentares;<br />

hortaliças de bulbo, tubérculo, raiz e fruto; plantas forrageiras;<br />

eucalipto e Pinus; cacau, café, chá, fumo e mate; frutíferas tropicais<br />

(RAIJ et al., 1996; FERREIRA et al., 2001; MALAVOLTA, 2006).<br />

Condições de “normalidade”, de deficiência ou de excesso<br />

são identificadas – além de sintomas-chave dos vários métodos<br />

de avaliação do estado nutricional. Estas, quando associadas à<br />

análise de solo, dão informações úteis para a prática da adubação.<br />

A diagnose foliar é o mais comum desses métodos, apresentando<br />

vários enfoques (MALAVOLTA et al., 1997), temas e variações.<br />

A indústria de fertilizantes pode ser considerada o fruto da<br />

árvore da NMP, árvore essa cujas raízes estão no solo agrícola. Há<br />

algumas datas e alguns nomes que não podem ser esquecidos:<br />

• 1842 – J. B. Lawes, na Inglaterra, patenteou o processo de<br />

fabricação de superfofato – solubilização de ossos moídos com<br />

ácido sulfúrico; até hoje o processo é essencialmente o mesmo,<br />

usando, porém, rocha fosfática;<br />

• 1860 – a Alemanha iniciou a exploração e a exportação de<br />

sais potássicos;<br />

• 1910 – Haber e Bosch, na Alemanha, viabilizaram a produção<br />

industrial de amônia a partir do N 2<br />

do ar e do hidrogênio, possivelmente<br />

a invenção mais importante depois da roda, pois a amônia<br />

é a chave-mestra que abre as portas para a fabricação de outros<br />

adubos (ver resumo em MALAVOLTA, 1981).<br />

Desde então, o consumo de adubos não tem cessado de<br />

crescer, passo a passo, com o aumento da população. É o que se<br />

pode ver na Figura 1, de Zhang e Zhang (2007). No estudo em<br />

questão, foi encontrada correlação linear significativa entre população<br />

e consumo de fertilizantes. Foram feitas projeções do<br />

consumo para o período 2010 a 2030: 141.800.601 toneladas de N,<br />

50.961.129 toneladas de P 2<br />

O 5<br />

e 33.388.650 toneladas de K 2<br />

O. O<br />

consumo aumentaria em 54%-55% na Ásia e 40%-60% na África,<br />

39,4% na América do Norte e Central, 30,9% na América do Sul e<br />

64,7% na Oceania. Na Europa haveria uma diminuição de 2,4%<br />

em 2030.<br />

Figura 1. Consumo total de fertilizantes no mundo desde 1961.<br />

Fonte: ZHANG e ZHANG (2007).<br />

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


Tabela 2. Principais funções dos elementos.<br />

Elemento<br />

Carbono, hidrogênio,<br />

oxigênio<br />

Nitrogênio<br />

Estrutura dos compostos orgânicos.<br />

Funções<br />

MACRONUTRIENTES<br />

Aminoácidos, proteínas, enzimas, DNA e RNA (purinas e pirimidinas), clorofila, coenzimas, colina, ácido indolilacético.<br />

Fósforo H 2<br />

PO 4<br />

– regulação da atividade de enzimas.<br />

Liberação de energia do ATP e do fosfato de nucleotídeo de adenina – respiração, fixação de CO 2<br />

, biossíntese, absorção iônica.<br />

Constituinte dos ácidos nucléicos.<br />

Fosfatos de uridina, citosina e guanidina – síntese de sacarose, fosfolipídeos e celulose.<br />

Fosfolipídeo de membrana celular.<br />

Potássio Economia de água.<br />

Abertura e fechamento dos estômatos – fotossíntese.<br />

Ativação de enzimas – transporte de carboidratos fonte-dreno.<br />

Cálcio Como pectato, na lamela média, funciona como “cimento” entre células adjacentes.<br />

Participa do crescimento da parte aérea e das pontas das raízes. Redução no efeito catabólico das citocininas na senescência.<br />

No vacúolo, presente como oxalato, fosfato, carbonato – regulação do nível desses ânions. Citoplasma: Ca-calmodulina como<br />

ativadora de enzimas (fosfodiesterase cíclica de nucleotídeo, ATPase de menbrana e outras). Mensageiro secundário de estímulos<br />

mecânicos, ambientais, elétricos. Manuteção da estrutura funcional do plasmalema.<br />

Magnésio Ocupa o centro do núcleo tetrapirrólico da clorofila. Cofator das enzimas que transferem P entre ATP e ADP. Fixação do CO 2<br />

:<br />

ativação da carboxilase da ribulose fosfato e da carboxilase do fosfoenolpiruvato. Estabilização dos ribossomas para a síntese de<br />

proteínas.<br />

Enxofre Presente em todas as proteínas, enzimáticas ou não, e em coenzimas: CoA – respiração, metabolismo de lipídeos; biotina<br />

– assimilação de CO 2<br />

e descarboxilação; tiamina – descarboxilação do piruvato e oxidação de alfacetoácidos.<br />

Componente da glutationa e de hormônios.<br />

Pontes de bissulfato, -S-S-, participam de estruturas terciárias de proteínas. Formação de óleos glicosídicos e compostos voláteis.<br />

Formação de nódulos das leguminosas.<br />

Ferredoxina – assimilação do CO 2<br />

, síntese da glicose e do glutamato, fixação do N 2<br />

, redução do nitrato.<br />

MICRONUTRIENTES<br />

Boro Relacionado com crescimento do meristema, diferenciação celular, maturação, divisão e crescimento – necessário para a síntese<br />

de uracila, parte do DNA<br />

Tem influência no crescimento do tubo polínico.<br />

Proteção do ácido indolilacético oxidase. Bloqueio da via da pentose fosfato, o que impede a formação de fenóis. Biossíntese de lignina.<br />

Cloro Exigido para a decomposição fotoquímica da água (reação entre H e Cl): aumenta a liberação de O 2<br />

e a fotofosforilação.<br />

Transferência de elétrons do OH para a clorofila b no fotossistema II.<br />

Cobalto Parte da coenzima da vitamina B12 – fixação simbiótica do nitrogênio.<br />

Ativação da isomerase da metilmalonil CoA – síntese do núcleo pirrólico.<br />

Outras enzimas ativadas: mutase de glutamato, desidratase do glicerol, desidratase do diol, desaminase de etanolamina, mutase<br />

de lisina.<br />

Cobre Plastocianina – enzima envolvida no transporte eletrônico do fotossistema II. Mitocôndrios – oxidases do citocromo – parte da<br />

via respiratória. Outras enzimas – redução do O 2<br />

a H 2<br />

O 2<br />

ou H 2<br />

O. Membranas tilacóides e mitocôndrias: fenolases oxidam fenóis<br />

que são oxidadas a quinonas. Fenóis e lacase – síntese da lignina. Cloroplastos: três isoenzimas da dismutase de superóxido<br />

(SOD) – proteção da planta contra o dano do superóxido (O 2-<br />

) que é reduzido a H 2<br />

O. Neste caso, a proteína SOD contém os íons<br />

Cu e Zn na sua estrutura. Citoplasma e parede celular: oxidase de ácido ascórbico oxidado a dehidroascorbato. Oxidases de aminas:<br />

desaminação de compostos com NH 3<br />

, inclusive poliaminas.<br />

Ferro Participante de reações de oxi-redução e de transferência de elétrons. Componente de sistemas enzimáticos: oxidases do<br />

citocromo, catalases, SOD, peroxidases, ferredoxina (proteínas) exigida para a redução do nitrato e do sulfato, fixação do N 2<br />

e<br />

armazenamento de energia (NADP).<br />

Papéis indiretos: síntese da clorofila e de proteínas, crescimento do meristema da ponta da raiz, controle da síntese de alanina.<br />

Manganês Atua na fotólise da água, no processo de transferência de elétrons que catalisa a decomposição da molécula de H 2<br />

O.<br />

Cofator para: redutases de nitrito e hidroxilamina, oxidase de ácido indolacético, polimerase do RNA, fosfoquinase e fosfotransferases.<br />

SOD: neutralização de radicais livres formados na reação de Hill; controle de superóxidos e radicais livres produzidos pelo<br />

ozônio e por poluentes da atmosfera. Germinação do pólen e crescimento do tubo polínico.<br />

Molibdênio Componente essencial da redutase de nitrato (NO 3<br />

–NO 2<br />

) e da nitrogenase (fixação do N atmosférico).<br />

Oxidases de sulfito e de xantina.<br />

Níquel Hidrogenase – fixação biológica do N, exigência de níquel e selênio.<br />

Urease – metal-enzima com Ni.<br />

Resistência a doenças (ferrugens).<br />

Selênio Constituinte do RNA transferido (selenionucleosídeo).<br />

Aminoácidos protéicos. Ferredoxina com Se no lugar do S encontrado no sal (pinho).<br />

Zinco Enzima: anidrase carbônica, SOD, aldolase, sintetase do triptofano, ribonuclease (inibição).<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 3


A evolução do consumo de adubos no Brasil pode ser vista<br />

na Tabela 3. É crescente também a dependência das importações,<br />

como mostram os números apresentados por Daher (2006), em porcentagem<br />

do total: 1990 – 36%, 2000 – 63%, 2003 – 64%, 2004 – 68%.<br />

O consumo cresceu, pois, mais rapidamente que a produção nacional.<br />

O Brasil é o 4 o maior consumidor de adubos do mundo, vindo<br />

depois, pela ordem, da China, Estados Unidos e Índia. É muito desigual<br />

o consumo nas diversas culturas, como se pode ver na Tabela<br />

4, de Daher (2006). Convém notar que os números se referem a<br />

quilos do produto e não de nutrientes.<br />

3. . ASPECTOS AGRONÔMICOS<br />

São aqui considerados conhecimentos básicos, convencionalmente,<br />

os seguintes itens: elementos essenciais, suas funções e<br />

interações, papel na formação da colheita, integração nas diversas<br />

funções da planta, exigências e repartição. Já foi mencionada a possibilidade<br />

de demonstração eventual da essencialidade de outros<br />

micronutrientes. Uma questão: elementos benéficos como o silício<br />

e o sódio estarão na lista dos essenciais dentro dos atuais critérios?<br />

Embora satisfaça o critério direto de essencialidade, o silício ainda<br />

não está na lista dos essenciais, fazendo-o por enquanto apenas<br />

em Malavolta (2006).<br />

O esquema simples de transporte através da membrana, em<br />

que o elemento era carregado, foi substituído por outro (ou outros)<br />

mais detalhado, como se observa na Figura 2, reproduzida de Reid<br />

e Hayes (2003). Os diferentes transportadores são assim descritos:<br />

(1) Canal retificado de K (KIRC).<br />

(2) Canal para efluxo do K (KORC).<br />

(3) Canal citóssico ativado por despolarização (DACC) – entrada<br />

rápida de Ca no citosol para fins de sinalização, entrada<br />

de outros cátions divalentes, inclusive micronutrientes.<br />

Tabela 3. Consumo de fertilizante e de calcário no Brasil no período de<br />

1980 a 2005.<br />

Ano Fertilizante (F) Calcário (C) Relação C/F<br />

- - - - - - - - (1.000 t ano -1 ) - - - - - - - -<br />

1980 10.272 9.140 1,12<br />

1981 7.197 7.080 0,98<br />

1982 7.022 6.500 0,93<br />

1983 6.357 ND -<br />

1984 8.155 11.846 1,45<br />

1985 7.708 11.929 1,55<br />

1986 9.651 14.166 1,47<br />

1987 9.646 15.537 1,61<br />

1988 9.765 16.608 1,70<br />

1989 8.759 14.477 1,65<br />

1990 8.222 11.598 1,41<br />

1991 8.493 10.525 1,24<br />

1992 9.277 15.624 1,68<br />

1993 10.541 19.390 1,84<br />

1994 11.944 20.457 1,71<br />

1995 10.839 12.245 1,13<br />

1996 12.248 14.763 1,21<br />

1997 13.834 17.432 1,26<br />

1998 14.669 16.285 1,11<br />

1999 13.689 15.768 1,15<br />

2000 16.392 19.305 1,18<br />

2001 17.069 17.090 1,00<br />

2002 19.114 22.439 1,17<br />

2003 22.796 26.467 1,27<br />

2004 22.767 26.320 1,56<br />

2005 20.195 16.987 0,84<br />

Fonte: ANDA (2006), ABRACAL (comunicação pessoal).<br />

Tabela 4. Área, adubação e estimativa de entregas de fertilizante por cultura no Brasil no período de 2003 a 2005.<br />

Área e adubação Entregas 3<br />

Cultura<br />

2003 2004 2005 2003 2004 2005<br />

(1.000 ha) (kg ha -1 ) (1.000 ha) (kg ha -1 ) (1.000 ha) (kg ha -1 ) (1.000 t) (1.000 t) (1.000 t)<br />

Soja 21.581 400 23.395 385 21.885 330 8.632 9.007 7.222<br />

Milho 1 13.064 300 12.270 300 12.631 250 3.919 3.681 3.158<br />

Cana-de-açúcar 2 6.252 465 6.587 420 6.308 450 2.907 2.767 2.839<br />

Café 2 2.455 540 2.543 540 2.545 560 1.326 1.373 1.425<br />

Algodão herbáceo 1.156 900 1.248 850 906 850 1.040 1.061 770<br />

Arroz 3.774 230 4.009 220 3.355 210 868 882 705<br />

Trigo 2 2.496 270 2.797 270 2.359 200 674 755 472<br />

Feijão 1 4.324 154 3.931 150 4.002 125 666 590 500<br />

Reflorestamento 4.806 80 5.120 80 5.500 80 384 410 440<br />

Batata 1 143 2.860 138 2.700 135 2.700 409 373 365<br />

Fumo 461 1.050 493 1.050 506 1.000 484 518 506<br />

Laranja 2 822 493 899 450 899 470 405 405 423<br />

Banana 505 320 512 320 513 300 162 164 154<br />

Sorgo 925 200 799 170 797 150 185 136 120<br />

Tomate 60 1.953 60 1.900 58 1.900 117 114 110<br />

Soma 62.824 353 64.801 343 62.399 308 22.179 22.234 19.207<br />

Outras 5.194 119 5.286 101 5.100 90 617 533 459<br />

Total 68.018 335 70.087 325 67.499 291 22.796 22.767 19.666<br />

1<br />

Consideradas todas as safras colhidas.<br />

2<br />

Culturas com plantio e colheita no próprio ano.<br />

3<br />

Quantidade de fertilizante vendida.<br />

Fonte: modificada de DAHER (2006).<br />

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


Figura 2. Síntese dos mais prováveis mecanismos de absorção de nutrientes<br />

nas plantas.<br />

Símbolos: M 2+ = cátion metal divalente não específico; A - =<br />

ânion monovalente não específico; elementos entre parênteses<br />

indicam que eles não são o substrato primário; n antes de H +<br />

indica que o número de prótons envolvidos no cotransporte é<br />

desconhecido ou variável.<br />

Fonte: REID e HAYES (2003).<br />

(4) Canais catiônicos insensíveis à voltagem (VICC).<br />

(5) Canais catiônicos (HACC) ativados por hiperpolarização –<br />

absorção de diversos cátions bivalentes.<br />

(6) Uniporte amínico de alta afinidade, mecanismo desconhecido.<br />

(7) IRT1 é induzido pela deficiência de Fe e é permeável a outros<br />

elementos, como Mn e Zn.<br />

(8) Os gens ZIP-n são constitutivos e induzidos pela deficiência<br />

de Zn, sendo ativos na absorção do Zn e de outros metais,<br />

mas não na de Fe.<br />

(9) Algumas das proteínas Nramp estariam envolvidas na absorção<br />

do Fe e de outros micronutrientes catiônicos.<br />

(10) Absorção do Fe 3+ com alta afinidade como complexo de<br />

fitosideróforos.<br />

(11) Difusão rápida do ácido bórico não dissociado, exceto<br />

quando em baixa concentração externa.<br />

(12) Transportador de B de alta afinidade ativado pela deficiência<br />

de boro.<br />

(13) Canal para o efluxo de Cl e possivelmente de outros ânions.<br />

(14) Canal aniônico que pode funcionar com altas concentrações<br />

externas, como a de Cl - em meios salinos.<br />

(15-19) Simportes H + /ânions, possivelmente um para cada nutriente.<br />

(20) ATPases protônicas – geração do potencial de gradiente<br />

protônico, regulação de pH citosólico, excreção de H + na<br />

rizosfera mobilizando nutrientes.<br />

(21) Ca-ATPases – colaboração com transportadores de Ca de<br />

baixa afinidade no tonoplasto para regular a concentração<br />

de cálcio no citosol e possivelmente para a saída de outros<br />

cátions divalentes.<br />

A lista citada mostra a complexidade do processo de absorção<br />

dos elementos individualmente. Pesquisas futuras deverão<br />

decifrar os processos e caminhos que operam em uma população<br />

de elementos, como a da solução do solo, com a identificação da<br />

gama e da estrutura dos transportadores. A complexidade dos processos<br />

nas condições “agrícolas” pode ser avaliada nas Figuras 3<br />

e 4 (WELCH, 1995) – a absorção é o resultado da interação harmoniosa<br />

entre os componentes do solo e a própria planta.<br />

Ao que parece, já se estabeleceu uma relação estreita entre<br />

NMP e genética molecular. Além dos esclarecimentos obtidos a<br />

respeito dos processos de absorção (Figura 2), outros exemplos<br />

podem ser dados, alguns com implicações práticas.<br />

Schachtman e Barker (1999) descrevem duas aplicações das<br />

técnicas de biologia molecular que podem ser usadas para manipular<br />

a densidade de micronutrientes na porção comestível das culturas.<br />

Uma é o uso de marcadores de DNA para a introgressão de<br />

caracteres genéticos; a segunda é a introdução de material genético<br />

em um processo de engenharia genética. Graham e Stangoulis<br />

(2003) mencionam terem sido identificados um gene principal (maior)<br />

e 20 genes menores que aumentam a absorção de Fe pela soja, o<br />

que é particularmente observado quando a cultura é cultivada em<br />

solos com pH alto. Outra possibilidade da engenharia genética é o<br />

aumento do aproveitamento de nutrientes do solo e do fertilizante<br />

(OLIVEIRA e MONTAGU, 2003), o que pode ocorrer de diversas<br />

maneiras: mudanças na morfologia das raízes, mudanças na rizosfera,<br />

efeito nos parâmetros de absorção iônica. As técnicas de biologia<br />

molecular e de engenharia genética vieram para ficar, o que<br />

não significa, entretanto, que os métodos tradicionais de melhoramento<br />

possam ser descartados. Vários casos podem ser lembrados<br />

em que interessa “ver” a resposta da planta como um todo.<br />

Há vários aspectos de interesse prático, total ou parcialmente<br />

à espera de explicação “molecular” e uso agrícola. Entre outros:<br />

resistência ou tolerância ao estresse abiótico (seca, calor, frio, salinidade,<br />

comprimento do dia) ou biótico (pragas, moléstias, defensivos<br />

tóxicos). Nas condições brasileiras, há interesse particular, entre<br />

os fatores abióticos, em genótipos tolerantes à acidez excessiva<br />

(excesso de Al, pobreza em Ca e toxidez de Mn). Seria interessante<br />

procurar responder à pergunta: qual o gen ou genes que tornam as<br />

plantas do cerrado (“pau torto”) tolerantes às condições de acidez?<br />

Como transferí-los para a soja ou para o algodão? A alternativa<br />

do melhoramento, usando as técnicas tradicionais ou as da<br />

engenharia genética, tem que satisfazer uma condição: potencial de<br />

colheita igual ou maior que o das variedades usuais em presença de<br />

calagem. Ou melhor ainda: apresentar um custo menor de produção.<br />

A eficiência de adubação costuma ser expressa em porcentagem<br />

de aproveitamento do adubo ou do elemento aplicado. Como<br />

regra, o efeito residual não é levado em conta, com o que a eficiência<br />

é subestimada. Devido às perdas por volatilização, lixiviação,<br />

fixação, irreversíveis ou parcialmente reversíveis, o aproveitamento<br />

do adubo nunca é 100%. A literatura reporta alguns<br />

números: N – 60% a 70%, P – 10% a 25%, K – 60% a 70%. A<br />

equação geral da adubação pode ser escrita do seguinte modo:<br />

M (adubo) = [M (exigência) – M (fornecimento)] x f<br />

em que M é o elemento, exigência é a necessidade da cultura, fornecimento<br />

é o nutriente disponibilizado pelo solo e f é um fator<br />

maior que 1, devido às perdas mencionadas.<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 5


Figura 3. Modelo de absorção de cátions para plantas dicotiledôneas e monocotiledôneas não gramíneas.<br />

Símbolos: R i<br />

= redutase indutível; R c<br />

= redutase constitutiva; R s<br />

= redutase padrão; caixa retangular = transporte de proteína (canal); círculo<br />

= redutases; oval = ATPase - transporte de H + para fora do citoplasma; e - = elétron; ? = desconhecido ou especulativo; * = aumento da atividade<br />

em resposta ao estresse por deficiência do micronutriente metal.<br />

Fonte: WELCH (1995).<br />

Figura 4. Modelo de absorção de micronutrientes metais para gramíneas.<br />

Símbolos: R s<br />

= redutase padrão; Tr = transporte de proteína; e - = elétron; círculo = redutase; oval = transporte de proteína; caixa retangular<br />

= canal de íon divalente; M(nl) = estado de oxidação variável de acordo com a espécie do metal; ? = desconhecido ou especulativo.<br />

Fonte: WELCH (1995).<br />

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


Aumentar a eficiência de utilização dos nutrientes significa,<br />

pois, fazer f tender a 1. Dois caminhos não mutuamente<br />

excludentes podem ser percorridos, como lembra Freney (2005):<br />

(1) espécies e cultivares selecionadas ou produzidas que sejam<br />

capazes de aumentar a relação entre produto e quantidade de<br />

nutriente absorvido; (2) o próprio adubo e seu manejo podem<br />

contribuir para fazer f aproximar-se de 1: dose do elemento, modo<br />

de aplicação (semente, solo ou folha, no caso dos macronutrientes),<br />

localização, época de aplicação e adubo propriamente dito. É evidente<br />

que os dois caminhos podem e devem convergir para tirar<br />

proveito da interação positiva entre as variáveis de ambos que<br />

operam no processo de formação da colheita. Dentro deste contexto,<br />

tem-se que levar em conta também outro parâmetro ou característica:<br />

a espécie ou cultivar deve ser eficiente e responsiva.<br />

Eficiente quer dizer que deve ser capaz de absorver o elemento do<br />

solo mesmo quando se encontra em baixa concentração. E deve<br />

responder a concentrações mais altas ou a doses maiores de adubo.<br />

A eficiência de utilização de nutrientes propriamente dita e a<br />

capacidade de resposta podem estar associadas à raiz, em processo<br />

de absorção e transporte e distribuição interna.<br />

Dentro do item eficiência da adubação pode-se considerar<br />

também novos fertilizantes e novas práticas, ou melhor, fertilizantes<br />

ainda não utilizados largamente e práticas também menos<br />

utilizadas. Não se trata, pois, nos dois casos, de inovação<br />

propriamente dita, embora ali possa ocorrer – é uma questão de<br />

imaginação, tecnologia e economia. Hendrie (1976) apresenta<br />

uma extensa lista: fosfatos de uréia, produtos para evitar pó e<br />

empedramento, fertilizantes feitos com resíduos orgânicos, revestimento<br />

com ceras, polímeros e outros, polifosfatos de amônio<br />

lentamente solúveis, derivados de uréia formaldeído e outros<br />

produtos de liberação lenta de N e outros elementos, como uréia<br />

revestida de enxofre elementar. Poderá, ainda, aumentar a incorporação<br />

na uréia de inibidores da urease, como o NBPT (fenil<br />

fosforodiamidato), o sulfato de cobre e o ácido bórico (KISS e<br />

SIMIHAIAN, 2002). Inibidores de nitrificação para diminuir perdas<br />

por lixiviação provavelmente serão menos usados que os<br />

de urease. A expansão dos adubos fluidos em culturas extensivas<br />

deverá ser regulada pela oferta de matéria-prima pela indústria.<br />

Se a agricultura de precisão for difundida amplamente, deverá<br />

aumentar o número de formulações solicitadas pelos agricultores.<br />

Outras tendências de crescimento: adubos de alta solubilidade,<br />

como fosfato monoamônio, ácido fosfórico, uréia, nitrato<br />

de amônio, nitrato de potássio para aplicação via água de<br />

irrigação; aplicação de micronutrientes minerais ou quelados via<br />

foliar. Resíduos orgânicos tratados ou não, como lodo de esgoto,<br />

compostos, lixo, são outros produtos de uso crescente, embora<br />

pequeno diante do volume dos adubos minerais, deverão<br />

ser aplicados também, contribuindo para reciclar nutrientes: ambiente<br />

e prática agrícola estão envolvidos.<br />

A relação entre NMP e doenças de plantas é outro aspecto<br />

agronômico de interesse. A propósito, veja-se o livro de Datnoff<br />

et al. (2007) que descreve o estado da arte. Qual a origem da relação?<br />

É conhecido o axioma: um gene, um efeito. Como já se viu,<br />

um elemento exerce pelo menos uma função na vida da planta. Sua<br />

falta ou não disponibilidade interna provoca uma lesão ao nível<br />

molecular: um dado composto não se forma, uma certa reação é<br />

inibida. A doença da planta deve começar como uma lesão molecular<br />

do mesmo gênero induzida direta ou indiretamente pelo patógeno<br />

(fungo, bactéria, vírus, nematóide). O patógeno pode influir na<br />

nutrição da planta de diversas maneiras: na absorção, transporte,<br />

localização, repartição – nesses casos, há deficiência e desequilíbrio<br />

induzido. Desarranjos estruturais de alterações metabólicas<br />

no hospedeiro, como as provocadas por deficiências,<br />

excessos ou desequilíbrios, podem criar condições mais favoráveis<br />

ao desenvolvimento do patógeno. Não se pode concluir,<br />

entretanto, que uma planta bem nutrida seja imune ao agente da<br />

doença: em igualdade de condições deve ser menos suscetível<br />

que a outra com desequilíbrio nutricional. Há muito poucas explicações<br />

na literatura sobre a maneira pela qual o patógeno<br />

interfere na nutrição mineral. A atenção é voltada para o efeito,<br />

de modo geral, e não para a causa. A Tabela 5 resume informações<br />

colhidas no livro mencionado. O “amarelinho” é uma doença<br />

dos citros atribuída à bactéria Xylella fastidiosa. A Tabela 6<br />

mostra os resultados de um ensaio em que mudas inoculadas<br />

foram cultivadas em solução nutritiva com e sem adição de nutrientes.<br />

Como se pode ver, a omissão de micronutrientes, exceto<br />

B e Mn, levou ao aparecimento de sintomas visuais da doença,<br />

confirmados pelo teste imunológico. Há duas explicações possíveis:<br />

(1) a deficiência do elemento cria condições para o desenvolvimento<br />

da bactéria, (2) o micronutriente é tóxico para o microrganismo.<br />

4. ASPECTOS ECONÔMICOS<br />

Como já se viu, a adubação tem a finalidade de fornecer os<br />

nutrientes à cultura, atendendo a critérios econômico e ambiental –<br />

ar, água, solo.<br />

Para isso, é necessário responder a uma série de perguntas:<br />

• O que e quanto? Elemento e quantidade;<br />

• Quando? Época de aplicação;<br />

• Onde? Localização;<br />

• Efeito na qualidade?<br />

• Efeito no ambiente?<br />

• Pagará?<br />

A última pergunta é fundamental: se a resposta não for afirmativa,<br />

de nada adianta responder às demais. Como escreveu o<br />

Mestre Frederico Pimentel Gomes:<br />

“É errado supor que o lavrador aduba para aumentar a<br />

produtividade das suas terras ou ainda para melhorar o abastecimento<br />

do país de alimentos e de matérias-primas vegetais. Fundamentalmente<br />

o lavrador aduba para aumentar a sua receita<br />

líquida, para melhorar o seu padrão de vida, para ganhar mais<br />

dinheiro. O aumento de produtividade proporcionado pelo adubo<br />

só será vantajoso para o agricultor e para a nação se tiver<br />

sentido econômico”.<br />

Dentro de limites, há uma relação direta entre dose de adubo<br />

e produção. Para Justus von Liebig, a relação corresponderia a uma<br />

linha reta, o que os dados experimentais mostraram não ser a regra.<br />

De acordo com E. A. Mitscherlich, a relação é descrita pela equação<br />

que corresponde à lei dos retornos decrescentes:<br />

y = A[1 – 10 -C(x + b) ]<br />

em que:<br />

y = colheita obtida com:<br />

x = dose de adubo<br />

A = colheita máxima (parâmetro)<br />

C = coeficiente de eficácia do adubo (parâmetro)<br />

b = reserva do elemento no solo (parâmetro).<br />

A dose do elemento que dá colheita econômica máxima (CEM)<br />

é calculada pela equação de Pimentel Gomes:<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 7


Tabela 5. Algumas relações entre nutrição mineral e doenças de plantas.<br />

Elemento Condição Efeito Conseqüência<br />

Nitrogênio Deficiência Alterações no N total, aminoácidos, fenóis, celulose, suculência Menor resistência<br />

Fósforo Presença Aumento no teor: maior vigor Maior resistência<br />

Potássio Presença Maturação adiantada, mais proteínas, permeabilidade de membranas, Maior resistência<br />

silificação<br />

Cálcio Presença Lamela média, inibição de pectinas do patógeno Maior resistência<br />

Magnésio Presença Inibição de enzimas proteolíticas do patógeno Maior resistência<br />

Enxofre Presença Produção de H-S em resposta à infecção tóxica do patógeno. Cisteína Maior resistência<br />

precursora de fitoalexinas. Parte de antibiótico de baixo peso molecular<br />

Boro Presença Tóxico para fungos. Manutenção do Ca na parede celular Maior resistência<br />

Deficiência Lamela média desorganizada: entrada de patógeno Menor resistência<br />

Cloro Presença Tóxico para o patógeno Maior resistência<br />

Cobre Presença Toxidez direta para o patógeno. Redução da síntese de flavonóides. Maior resistência<br />

Expressão de genes de resistência<br />

Ferro Presença Sideróforos no solo tóxicos para o patógeno Maior resistência<br />

Deficiência Maior atividade de enzimas que degradam a parede celular Menor resistência<br />

Manganês Deficiência Gene resistente ao glifosato: indução da deficiência e maior dano Menor resistência<br />

Presença Síntese de compostos tóxicos ao patógeno Maior resistência<br />

Molibdênio Presença ?<br />

Deficiência ?<br />

Níquel Presença Maior quantidade de fitoalexinas Maior resistência<br />

Deficiência Desorganização do metabolismo dos ureídeos – vias metabólicas Menor resistência<br />

para resistência a doenças<br />

Zinco Presença Em camada abaixo da epiderme, maior resistência da parede celular Maior resistência<br />

Menor atividade da quitinase do patógeno<br />

Alumínio Presença Efeito fungistático. Inibição do patógeno. Indireto: entrada na lamela Maior resistência<br />

média<br />

Fonte: DATNOFF et al. (2007).<br />

em que:<br />

x* = 1/2 x u<br />

+ 1/c log wu<br />

t x u<br />

x* = dose mais econômica do elemento<br />

x u<br />

= dose do fertilizante que aumenta a produção em u<br />

c = parâmetro<br />

u = aumento da produção em relação à testemunha não adubada<br />

w = preço unitário do elemento<br />

t = preço unitário do produto.<br />

O trinômio do 2 o grau também é usado para representar a<br />

relação entre x e y:<br />

y = a + bx – cx 2<br />

em que: a, b, c = parâmetros.<br />

Esse modelo, entretanto, tem o defeito de representar uma<br />

simetria que os dados experimentais, em geral, não mostram. Para<br />

calcular a dose mais econômica faz-se a derivada igual a zero e<br />

iguala-se à relação w/t.<br />

A Tabela 7 mostra o resultado do cálculo de x* em ensaios<br />

de adubação conduzidos no Brasil Central nos anos 60.<br />

As recomendações de adubação empregadas no Brasil, de<br />

modo geral, baseiam-se na análise do solo e levam em conta o tamanho<br />

da colheita. O aspecto econômico não é avaliado, com poucas<br />

exceções. Pode-se admitir, pois, que o lavrador não esteja obtendo<br />

Tabela 6 – Nutrição e incidência de amarelinho em mudas cultivadas em<br />

solução nutritiva 1 .<br />

Tratamento<br />

Avaliação<br />

Avaliação<br />

Tratamento<br />

Visual Dot blot 2 Visual Dot blot<br />

Completo 0 0 Menos B 0,66 0<br />

Baixo N 0,33 1,5 Menos Cu 2,44 1,5<br />

Baixo P 0,44 0 Menos Fe 1,99 2,5<br />

Baixo K 0,99 0 Menos Mn 1,99 0<br />

Baixo Ca 0,22 0 Menos Mo 2,10 2,0<br />

Baixo Mg 1,44 0,5 Menos Zn 2,44 3,0<br />

Baixo S 1,11 0<br />

1<br />

Escala 0-5: 0 = mínimo; 5 = máximo.<br />

2<br />

Teste imunológico.<br />

Fonte: MALAVOLTA (1998, trabalho não publicado).<br />

Colheita Econômica Máxima (CEM) e, portanto, não realizando todo<br />

o lucro possível. Por outro lado, o efeito residual do adubo não é<br />

considerado, a não ser indiretamente através da análise do solo e<br />

eventualmente da folha.<br />

Entre as perguntas a responder está o efeito na qualidade<br />

do produto agrícola definida de modo prático: conjunto de características<br />

que aumentam o valor comercial ou nutritivo do produto<br />

ou o conjunto dos dois. Café que bebe “mole” vale mais no merca-<br />

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


Tabela 7. Resumo dos resultados obtidos em ensaios e demostração<br />

conduzidas no Brasil Central no período de 1969-1976 1 .<br />

Cultura<br />

N o de Média local CEM 2 Saída/Entrada<br />

ensaios (kg ha -1 ) (kg ha -1 ) kg produto/kg NPK 3<br />

Arroz 1.676 1.282 2.783 8,3<br />

Milho 1.417 1.400 4.853 19,1<br />

Soja 850 1.060 1.793 4,1<br />

Feijão 756 500 1.153 3,6<br />

1<br />

Programa ANDA/BNDE/FAO.<br />

2<br />

CEM = colheita econômica máxima.<br />

3<br />

Dose média, em kg ha -1 : N e K 2<br />

O = 45; P 2<br />

O 5<br />

= 90.<br />

Fonte: MALAVOLTA e ROCHA (1981).<br />

do que café com outra classificação. Há, porém, outro aspecto<br />

que começa a ser considerado: a importância da Nutrição Mineral<br />

das <strong>Plant</strong>as e do seu veículo, a adubação, para a alimentação<br />

humana. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO,<br />

2004), 4-5 bilhões de pessoas podem sofrer de deficiência de ferro<br />

e, do total, cerca de 2 bilhões são, por isso, anêmicas. De acordo<br />

com Hotz e Brown (2004), um quinto da população mundial pode<br />

não estar recebendo zinco suficiente nos alimentos consumidos.<br />

Entre 0,5 e 1 bilhão de pessoas podem ter carência de selênio. Este<br />

enfoque adicional na prática da adubação foi objeto da revisão de<br />

Dibb et al. (2005). No que tanje aos micronutrientes, o que se<br />

pretende é a biofortificação do produto, em geral do grão. A adubação,<br />

fornecendo estes elementos, é uma alternativa, particularmente<br />

se associada a variedades eficientes na absorção, transporte<br />

e compartimentação do elemento na parte comestível da<br />

planta. O aspecto economicamente favorável desta opção é discutido<br />

por Bouis (1999). Uma segunda aproximação é a molecular<br />

(SCHACHTMAN e BARBER, 1999): uso de marcadores de DNA<br />

para a introgressão de características desejáveis; a segunda consiste<br />

na introdução de material genético definido no processo de<br />

engenharia genética.<br />

5. ASPECTOS AMBIENTAIS<br />

Duas perguntas: os fertilizantes causam danos ao meio ambiente<br />

– ar, água, solo? Os fertilizantes introduzem substâncias ou<br />

elementos prejudiciais à saúde do animal e do homem?<br />

Um resumo, tão objetivo quanto possível, será dado em seguida,<br />

tratando dos aspectos mais pertinentes.<br />

5.1. Ar<br />

O enfoque neste caso é a participação da agricultura e do<br />

fertilizante em geral na emissão dos gases de efeito estufa (GEE) no<br />

aquecimento global – CO 2<br />

, CH 4<br />

, N 2<br />

O, NH 3<br />

, CFC.<br />

A Tabela 8, de Norse (2003), mostra a contribuição da agricultura<br />

para a emissão dos GEE. No total, a agricultura contribui<br />

com cerca de 30%, o restante sendo debitado a outras fontes, em<br />

particular combustíveis fósseis. Dentro de cada componente a participação<br />

dos adubos minerais é menor que a de outras fontes,<br />

exceto no caso da amônia, o que, entretanto, pode ser largamente<br />

atribuído ao uso inadequado de adubos nitrogenados.<br />

Várias práticas agrícolas podem ser usadas para reduzir ou<br />

eliminar as emissões, como lembra Bruinsma (2003).......<br />

O papel positivo da nutrição mineral no manejo de nutrientes<br />

pode conseguir, por exemplo: a) redução do impacto da agricultura<br />

na mudança climática via diminuição na emissão de gases de<br />

efeito estufa (GEE); b) aumento na produtividade das culturas e pastagens<br />

e, assim, diminuir a necessidade de desflorestamento e de<br />

drenagem de áreas úmidas, reduzindo a emissão de óxidos de nitrogênio<br />

dos adubos minerais e orgânicos; e c) aumento no seqüestro<br />

de carbono através de várias práticas, como plantio direto e melhoramento<br />

da estrutura do solo mediante elevação do teor de matéria<br />

orgânica. Os solos do mundo inteiro, de acordo com Melfi (2005),<br />

contém 1.500-2.000 gigatoneladas de C, a atmosfera tem 750 gigatoneladas<br />

e a vegetação possui 470-655 gigatoneladas de C.<br />

A Tabela 9, de Bruinsma (2003), quantifica a contribuição da<br />

agricultura para o seqüestro de carbono.<br />

No plantio direto há aumento do seqüestro. Estima-se que<br />

em 2030 serão cultivados 150-217 Mha, desse modo representando<br />

Tabela 8. Participação da agricultura nas emissões globais de gases de efeito estufa (exceto gás carbônico).<br />

Gás Efeitos Fontes<br />

Contribuição estimada em relação a<br />

Emissões globais totais (%) Fontes antropogênicas totais (%)<br />

Metano Mudança no clima Ruminantes 15<br />

Cultura de arroz 11 49<br />

Queima da biomassa 7<br />

Óxido nitroso Mudança no clima Gado* 17<br />

Adubos minerais 8 66<br />

Queima da biomassa 3<br />

Óxido nítrico Acidificação Queima da biomassa 13<br />

Adubos minerais e 27<br />

orgânicos 2<br />

Amônia Acidificação Gado 44*<br />

Eutrofização Adubos minerais 17 93<br />

Queima da biomassa 11<br />

* Inclui esterco.<br />

Fonte: modificada de NORSE (2003).<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 9


Tabela 9. Estimativa do seqüestro anual de carbono nas terras cultivadas.<br />

Região<br />

REFERÊNCIAS<br />

C total (Mt) C (t ha -1 )<br />

1997/99 2030 1997/99 2030<br />

África Subsahariana 34-67 74-147 0,30-0,60 0,47-0,95<br />

América Latina e Caribe 62-124 110-220 0,66-1,33 0,83-1,65<br />

Oriente Próximo e 27-54 46-91 0,52-1,04 0,75-1,50<br />

África do Norte<br />

Sul da Ásia 97-194 168-337 0,53-1,07 0,87-1,73<br />

Leste da Ásia 182-363 267-534 0,84-1,69 1,17-2,34<br />

Países industrializados 168-336 227-455 0,90-1,80 1,16-2,32<br />

Países de transição 49-97 64-128 0,45-0,90 0,53-1,05<br />

Mundo 618-1.236 956-1.912 0,65-1,30 0,88-1,76<br />

Fonte: BRUINSMA (2003).<br />

30 Mt de C/ano adicionais. Outros benefícios: economia de terra,<br />

menor erosão, menor consumo de combustíveis fósseis. Nota-se<br />

que o plantio direto, mais que o convencional, apresenta maior<br />

contribuição para o seqüestro de C e para a economia de terra –<br />

aspecto que será tratado também em um outro contexto, uma soma<br />

e não uma substituição, e talvez uma interação positiva.<br />

A adubação, veículo da nutrição mineral, pode contaminar a<br />

água potável? O acidente, neste caso, é a chamada eutrofização, a<br />

qual é atribuída ao nitrato e ao fosfato do adubo (e do solo) que<br />

aumenta o teor dos mesmos, “enriquecendo” lagos, lagoas e reservatórios,<br />

o que leva ao desenvolvimento de algas e à mortalidade<br />

-<br />

de peixes. O elevado teor de N-NO 3<br />

na água de beber, no alimento<br />

ou na forrageira pode produzir nitrito (NO 2-<br />

) no tubo digestivo. O<br />

-<br />

NO 2<br />

se combina com a hemoglobina do sangue produzindo methemoglobina,<br />

que é incapaz de transportar O 2<br />

, causando doença<br />

(methemoglobinemia), especialmente em bebês (MALAVOLTA e<br />

MORAES, 2007) .................<br />

NOTA DO EDITOR:<br />

O Professor Eurípedes Malavolta infelizmente faleceu<br />

no dia 19 de Janeiro de <strong>2008</strong>, deixando inacabado este<br />

artigo. A equipe de publicação do IPNI Brasil se esforçou ao<br />

máximo no sentido de ser fiel aos manuscritos, de forma a<br />

manter sua originalidade. Foi decisão da equipe simplesmente<br />

finalizar o artigo com reticências, exatamente no local onde o<br />

Professor interrompeu seu trabalho. Agradecemos aos colegas<br />

Milton Ferreira de Moraes, José Lavres Júnior e Denis<br />

Herisson da Silva, orientados do Professor, pela presteza no<br />

esclarecimento de algumas dúvidas.<br />

ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Anuário estatístico do setor de<br />

fertilizantes 2006. São Paulo, 2006. p. 34.<br />

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10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


PRINCÍPIOS DAS MELHORES PRÁTICAS DE MANEJO<br />

DE FERTILIZANTES: PRODUTO CORRETO, DOSE CERTA,<br />

ÉPOCA ADEQUADA E LOCAL ADEQUADO<br />

Terry L. Roberts 1<br />

Oconceito sobre melhores práticas de manejo agrícola<br />

(MPMs) não é novo. Apresentado pela primeira<br />

vez há quase 20 anos, pesquisadores do<br />

Potash Phosphate <strong>Institute</strong> (PPI) o definiram como as práticas comprovadas<br />

pela pesquisa e implementadas e testadas pelos agricultores<br />

que proporcionam ótimo potencial de produção, aumento da<br />

eficiência de utilização dos nutrientes e proteção ambiental (PPI,<br />

1989; GRIFFITH e MURPHY, 1991). Atualmente, a ênfase parece<br />

estar mais na proteção ambiental do que no ótimo potencial de<br />

produção, pois as definições atuais sugerem que as MPMs são<br />

práticas ou sistemas de manejo viáveis destinadas a reduzir as perdas<br />

de solo e mitigar os efeitos ambientais adversos na qualidade<br />

da água, causados por nutrientes, resíduos animais e sedimentos.<br />

As MPMs comuns, relacionadas diretamente à mitigação, incluem<br />

cultivo em faixas, terraceamento, curvas de nível, tratamento especial<br />

do esterco, estruturas para resíduo animal, tanques de contenção,<br />

cultivo mínimo, faixas de contenção com gramíneas e aplicação<br />

de nutrientes. As MPMs agronômicas que conduzem à otimização<br />

do potencial de produção incluem: variedade, data de plantio,<br />

maturidade do híbrido, espaçamento entre linhas, taxas de semeadura,<br />

população de plantas, manejo integrado de pragas, controle<br />

de plantas daninhas, controle de doenças e manejo de nutrientes.<br />

Pode-se trabalhar com as MPMs juntamente com as práticas<br />

de conservação do solo para atingir o ótimo potencial de produção<br />

e a mitigação dos efeitos ambientais adversos causados por<br />

nutrientes na qualidade da água. Embora as MPMs possam ser<br />

diferentes, dependendo do objetivo, elas devem ser economicamente<br />

viáveis para o agricultor, ou seja, rentáveis e sustentáveis. O<br />

manejo de nutrientes merece atenção especial por ser fundamental<br />

tanto na otimização do potencial de produção quanto na administração<br />

ambiental.<br />

Um dos desafios enfrentados pelo setor de adubos é a falta<br />

de confiança de grande parte da sociedade no trabalho que desenvolve.<br />

Muitos acreditam que os fertilizantes são aplicados indiscriminadamente,<br />

que a indústria se interessa apenas em aumentar os lucros<br />

através das vendas injustificadas de fertilizantes e que os agricultores<br />

aplicam nutrientes em excesso, desnecessariamente, para<br />

garantir altos rendimentos nas culturas, resultando em níveis excessivos<br />

de nutrientes na planta, em detrimento do ambiente. Isto, evidentemente,<br />

não é verdade, mas a idéia existe e impulsiona legisladores<br />

para que regulamentem o manejo de nutrientes, controlem a<br />

qualidade da água, os limites de carga diária total e outras políticas<br />

ou práticas destinadas a restringir ou eliminar o uso de fertilizantes.<br />

Uma das alternativas para a aquisição da confiança do público<br />

na capacidade de gerir responsavelmente os nutrientes é<br />

através do incentivo à adoção generalizada das MPMs de fertilizantes.<br />

O setor de fertilizantes precisa estar unido na promoção<br />

das MPMs destinadas a melhorar o uso eficiente do nutriente e,<br />

portanto, a proteção ambiental. Proteção sem sacrifício da rentabilidade<br />

do agricultor. A indústria americana tem defendido as<br />

práticas de manejo que promovem a utilização eficiente e responsável<br />

dos fertilizantes com o objetivo de igualar a oferta de nutrientes<br />

com as exigências das culturas e minimizar as perdas destes<br />

para os campos de cultivo (Canadian Fertilizer <strong>Institute</strong>, The<br />

Fertilizer <strong>Institute</strong>). A abordagem é simples: aplicar os nutrientes<br />

corretos, na quantidade necessária, temporizados e localizados<br />

para satisfazer a demanda das culturas – produto correto, dose<br />

certa, época adequada e local adequado. Estes são os princípios<br />

básicos das MPMs de fertilizantes.<br />

Os itens a seguir resumem estes princípios como orientação<br />

para o manejo de fertilizantes. Uma discussão mais aprofundada<br />

está disponível em Roberts (2006).<br />

• Produto correto: consiste em combinar fontes de fertilizantes<br />

e de produtos com a necessidade da cultura e as propriedades<br />

do solo. Estar atento para as interações dos nutrientes e do<br />

equilíbrio entre nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes,<br />

de acordo com a análise do solo e as exigências das culturas. A<br />

adubação equilibrada é uma das chaves para aumentar a eficiência<br />

de utilização do nutriente.<br />

• Dose certa: consiste em ajustar a quantidade de fertilizante<br />

a ser aplicada com a necessidade da cultura. O excesso de fertilizante<br />

resulta em lixiviação e outros prejuízos ao ambiente, e a deficiência<br />

do fertilizante em menor rendimento e qualidade das culturas,<br />

além de menor quantidade de resíduos para proteger e melhorar o<br />

solo. Metas realistas de produção, análise de solo, ensaios com<br />

omissão de nutrientes, balanço de nutrientes, análise de tecidos,<br />

análise de plantas, aplicadores regulados de forma adequada,<br />

tecnologia de taxa variável, acompanhamento das áreas de produção,<br />

histórico da área e planejamento do manejo de nutrientes são<br />

MPMs que ajudam a determinar a melhor dose de fertilizante a ser<br />

aplicada.<br />

• Época adequada: consiste em disponibilizar os nutrientes<br />

para as culturas nos períodos de necessidade. Os nutrientes são<br />

utilizados de forma mais eficaz quando sua disponibilidade é sincronizada<br />

com a demanda da cultura. Época de aplicação (pré-<br />

Abreviação: MPMFs = melhores práticas de manejo agrícola.<br />

1<br />

Presidente do <strong>International</strong> <strong>Plant</strong> <strong>Nutrition</strong> <strong>Institute</strong>, Norcross, Georgia, Estados Unidos; email: troberts@ipni.net<br />

Fonte: Better Crops with <strong>Plant</strong> Food, Norcross, v. 91, n. 4, p. 14-15, 2007.<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 11


plantio ou aplicações parceladas), tecnologias de liberação<br />

controlada, estabilizadores, inibidores e escolha<br />

do produto são exemplos de MPMs que influenciam a<br />

sincronização entre aplicação e disponibilidade dos nutrientes.<br />

• Local adequado: consiste em colocar e manter os<br />

nutrientes onde as culturas possam utilizá-los. O método<br />

de aplicação é decisivo no uso eficiente do fertilizante.<br />

Cultura, sistema de cultivo e propriedades do solo determinam<br />

o método mais adequado de aplicação, mas a incorporação<br />

do fertilizante normalmente é a melhor opção para<br />

manter os nutrientes no local e aumentar a sua eficiência.<br />

Manejo conservacionista, curvas de nível, culturas de cobertura<br />

e manejo da irrigação são outras MPMs que ajudarão<br />

a manter os nutrientes bem localizados e acessíveis às<br />

culturas em desenvolvimento.<br />

Não existe um conjunto universal de MPMs de<br />

fertilizantes. Por definição, MPMs são específicas para<br />

cada local e cultura e variam de uma região a outra e de<br />

uma propriedade agrícola a outra, dependendo de fatores<br />

como solos, condições climáticas, culturas, histórico de<br />

cultivo e habilidade no manejo. As MPMs podem ser amplamente<br />

implementadas, tanto em cultivos agrícolas extensivos<br />

como em pequenas explorações familiares. Dose certa, época adequada<br />

e local adequado oferecem tão ampla flexibilidade que estes<br />

princípios orientadores podem ser aplicados no manejo do<br />

fertilizante para produção de arroz na Indonésia, produção de banana<br />

na América Latina, produção de milho no Corn Belt dos Estados<br />

Unidos, bem como em qualquer sistema de exploração agrícola<br />

utilizado no mundo.<br />

As MPMs de fertilizantes devem garantir a otimização da<br />

absorção de nutrientes e a remoção pelas culturas e também a<br />

minimização das perdas de fertilizantes para o ambiente. As MPMs<br />

devem aumentar a eficiência de utilização do nutriente, embora a<br />

máxima eficiência de utilização não seja o objetivo principal. A meta<br />

é utilizar os fertilizantes de forma eficiente e efetiva no suprimento<br />

nutricional adequado às culturas.<br />

Se o objetivo for a maximização da eficiência do fertilizante,<br />

é necessário apenas trabalhar na parte inferior da curva de<br />

resposta de produção (Figura 1). Para uma curva de resposta de<br />

produção comum, a parte inferior da curva é caracterizada por<br />

baixos rendimentos, pois poucos nutrientes estão disponíveis<br />

ou foram aplicados. A eficiência de uso do nutriente é maior na<br />

parte inferior da curva porque a adição de qualquer nutriente<br />

limitante proporciona uma resposta relativamente elevada na produtividade,<br />

desde que estes nutrientes sejam absorvidos pelas<br />

culturas. Se maiores eficiências de uso do nutriente forem a única<br />

meta, esta será obtida na parte inferior da curva de rendimento,<br />

com os primeiros incrementos de fertilizantes. Doses menores<br />

de fertilizante parecem mais adequadas quando se considera o<br />

ambiente, pois maior quantidade de nutriente é removida pela<br />

cultura e menor quantidade permanece no solo, representando<br />

menor potencial de perda. Porém, culturas com baixas produtividades<br />

produzem menos biomassa e deixam menos resíduos para<br />

proteção do solo contra a erosão hídrica e eólica, além de menor<br />

quantidade de raízes para a manutenção ou mesmo incremento<br />

da matéria orgânica do solo. À medida que se caminha para a<br />

parte superior da curva de resposta, os rendimentos aumentam,<br />

embora em um ritmo mais lento, e a eficiência de uso do nutriente<br />

diminui. No entanto, a amplitude de declínio da eficiência na<br />

Figura 1. Relação entre resposta da produção e uso eficiente de nutriente.<br />

Fonte: adaptada de Dibb (2000).<br />

utilização do nutriente será ditada pelas MPMs empregadas, bem<br />

como pelas condições de solo e de clima.<br />

Os fertilizantes são insumos essenciais para a agricultura<br />

moderna, satisfazendo tanto as metas de rendimento agrícola<br />

quanto as de qualidade, mas devem ser utilizados com responsabilidade.<br />

O desenvolvimento e a adoção de MPMs para fertilizantes<br />

são necessários para que o setor de adubos possa demonstrar<br />

seu compromisso com a administração ambiental e auxiliar o agricultor<br />

na obtenção de produções sustentáveis, com produtividades<br />

rentáveis. Cada propriedade agrícola é única. Assim, as<br />

MPMs de fertilizantes devem ser adaptáveis a todos os sistemas<br />

agrícolas. Nutriente correto, dose certa, época adequada e<br />

local adequado proporcionam uma gama de opções para o agricultor<br />

selecionar as MPMs que melhor se adaptem às condições<br />

de solo, cultura e clima da propriedade e à capacidade de manejo<br />

do agricultor.<br />

REFERÊNCIAS<br />

CANADIAN FERTILIZER INSTITUTE. Fertilizers and environmental<br />

stewardship. Disponível em <br />

DIBB, D. W. The mysteries (myths) of nutrient use efficiency. Better<br />

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China, 2006.<br />

THE FERTILIZER INSTITUTE. Fertilizer product stewardship<br />

brochure. Disponível em .<br />

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


MELHORES PRÁTICAS DE MANEJO PARA MINIMIZAR<br />

EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA ASSOCIADAS<br />

AO USO DE FERTILIZANTES 1<br />

Cliff S. Snyder 2<br />

Tom W. Bruulsema 3<br />

Tom L. Jensen 4<br />

As alterações climáticas e o aquecimento global continuam<br />

a ser tópicos de debate científico e de interesse<br />

público. De forma crescente, a agricultura é<br />

vista como grande contribuidora para as emissões de gases de<br />

efeito estufa (GEE), os quais normalmente aumentam o potencial de<br />

aquecimento global (PAG), e o uso de fertilizantes nitrogenados<br />

tem sido identificado como fator crucial neste processo. Este artigo<br />

apresenta um resumo da literatura científica sobre os impactos do<br />

uso e manejo dos fertilizantes nas emissões de GEE.<br />

A agricultura desempenha importante papel no equilíbrio<br />

dos três mais importantes GEE, cujas emissões são influenciadas<br />

pelo homem. Os três gases são: CO 2<br />

, N 2<br />

O e CH 4<br />

. O PAG de cada um<br />

desses gases é expresso em termos de equivalente de CO 2<br />

. Os PAGs<br />

do N 2<br />

O e do CH 4<br />

são 296 e 23 vezes maiores, respectivamente, do<br />

que uma unidade de CO 2<br />

.<br />

A agricultura representa menos que 8% do total das emissões<br />

de GEE no Canadá e menos que 10% nos Estados Unidos, e<br />

não está aumentando (Figura 1) 5 .<br />

Para a economia como um todo, as emissões de CO 2<br />

são<br />

mais importantes mas, no que diz respeito à agricultura, o mais<br />

importante é o N 2<br />

O.<br />

Figura 1. Emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos, por<br />

setor, em bilhões (10 9 ) de toneladas de CO 2<br />

equivalente.<br />

As emissões de CH 4<br />

, principalmente as provindas de animais<br />

domésticos, também representam contribuições substanciais<br />

para o PAG. Embora o N 2<br />

O constitua uma pequena parte das emissões<br />

de GEE, torna-se o maior foco desta revisão porque a agricultura<br />

representa sua maior fonte, e está associado ao manejo do solo<br />

e à utilização de fertilizantes nitrogenados.<br />

As concentrações atmosféricas de N 2<br />

O aumentaram de aproximadamente<br />

270 partes por bilhão (ppb), durante a era pré-industrial,<br />

para 319 ppb em 2005. As emissões de N 2<br />

O da superfície terrestre<br />

aumentaram em até 40-50% em relação aos níveis do período<br />

pré-industrial como resultado da atividade humana. A proporção de<br />

emissões de N 2<br />

O de áreas cultivadas diretamente induzida por fertilizantes<br />

são estimadas em aproximadamente 23% no mundo todo.<br />

Fertilizante nitrogenado: fonte, dose, época e forma de<br />

aplicação<br />

Os princípios do manejo adequado de fertilizantes baseiamse<br />

na utilização do produto correto, na dose certa, na época de<br />

aplicação adequada e com a localização correta (ROBERTS, 2007) 6 .<br />

A maior parte dos estudos tem demonstrado que condições<br />

do solo, como quantidade de água nos espaços porosos, temperatura<br />

e disponibilidade de carbono solúvel, têm influência dominante<br />

nas emissões de N 2<br />

O. Fatores como fonte de fertilizante e manejo<br />

da cultura também podem afetar as emissões de N 2<br />

O mas, devido às<br />

interações com as condições do solo, torna-se difícil chegar a conclusões<br />

gerais. O manejo inadequado de dose, fonte, época de aplicação<br />

e localização do fertilizante nitrogenado e a ausência de um<br />

balanço adequado com outros nutrientes podem intensificar as perdas<br />

de nitrogênio (N) e a emissão de N 2<br />

O. Quando o N é aplicado<br />

acima da dose adequada econômica, ou quando o N disponível no<br />

solo (especialmente na forma de NO 3-<br />

) excede a absorção pela cultura,<br />

aumenta-se o risco de emissões de N 2<br />

O. As leguminosas ou<br />

outras espécies fixadoras de N, quando incluídas no sistema de<br />

rotação de culturas, também podem contribuir para emissões de<br />

N 2<br />

O após a colheita, durante a decomposição dos resíduos vegetais.<br />

Pesquisas no mundo todo demonstram resultados constratantes<br />

nas emissões de N 2<br />

O de várias fontes de N.<br />

Abreviações: C =carbono; CH 4<br />

= metano; CO 2<br />

= dióxido de carbono; COS = carbono orgânico do solo; GEE = gases de efeito estufa; MOS =<br />

matéria orgânica do solo; MPMs = melhores práticas de manejo de fertilizantes; N = nitrogênio; N 2<br />

O = óxido nitroso; NO 3<br />

–<br />

= nitrato; PAG = potencial<br />

de aquecimento global.<br />

1<br />

Este artigo é o resumo de uma revisão de literatura do IPNI. O artigo completo encontra-se disponível no link: http://www.ipni.net/ipniweb/portal.nsf/<br />

0/d27fe7f63bc1fcb3852573ca0054f03e/$FILE/IPNI%20BMPs%20&%20GHG.pdf<br />

2<br />

Diretor do Programa de Nitrogênio do IPNI; email: csnyder@ipni.net<br />

3<br />

Diretor do IPNI - Região Nordeste dos Estados Unidos.<br />

4<br />

Diretor do IPNI - Região Norte das Grandes Planícies dos Estados Unidos.<br />

5<br />

Segundo informação pessoal do Dr. Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, professor da ESALQ/USP, a agricultura é responsável por 9,6% do total das<br />

emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Mais informações podem ser obtidas no site: www.mct.gov.br/clima<br />

6<br />

Para mais detalhes, consultar o artigo completo na página 11 deste jornal.<br />

Fonte: Better Crops with <strong>Plant</strong> Food, Norcross, v. 91, n. 4, p. 16-18, 2007.<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 13


Inibidores da urease, da nitrificação e produtos de<br />

maior eficiência agronômica<br />

Fertilizantes de maior eficiência agronômica (fertilizantes de<br />

liberação lenta ou controlada e fertilizantes nitrogenados estabilizados)<br />

têm sido considerados como produtos que minimizam as<br />

perdas potenciais de nutrientes para o ambiente, quando comparados<br />

com fertilizantes-padrões solúveis. Inibidores da urease ou de<br />

nitrificação mostraram bom potencial de aumento na retenção no<br />

solo e recuperação pelas plantas do N aplicado, mas pouco se sabe<br />

sobre seus impactos nas reduções das emissões de N 2<br />

O. Fertilizantes<br />

de liberação lenta ou controlada e fertilizantes estabilizados<br />

podem levar a um aumento na recuperação pela cultura e diminuição<br />

nas quantidades de N perdidas por lixiviação. Os benefícios<br />

destes na redução das emissões de N 2<br />

O não foram estudados com<br />

a mesma intensidade. Evidências recentes sugerem que eles podem<br />

ser eficientes na redução das emissões a curto prazo, mas os efeitos<br />

a longo prazo são menos claros. Estudos estão em andamento para<br />

melhor quantificar estas emissões e seus benefícios potenciais.<br />

Potencial de aquecimento global e cultivo intensivo<br />

Embora considerada como fonte de GEE, em algumas condições<br />

a agricultura pode servir para seqüestrar CO 2<br />

e, conseqüentemente,<br />

levar a uma redução geral no potencial de aquecimento global<br />

(PAG). A adubação adequada pode contribuir para aumentar o<br />

conteúdo de matéria orgânica do solo (MOS) ou diminuir o seu<br />

declínio. A adubação insuficiente limita a produção de biomassa<br />

das culturas e pode resultar em menos carbono seqüestrado pelo<br />

solo, menores conteúdos de MOS e mesmo impossibilitar elevadas<br />

produtividades a longo prazo.<br />

Adições adequadas de N são essenciais para produtividades<br />

elevadas e estabilização da MOS. A combinação adequada de<br />

fonte, dose, época de aplicação e localização de fertilizantes que<br />

leva à otimização da produtividade das culturas minimiza ao mesmo<br />

tempo o PAG por unidade de produção e reduz a necessidade de se<br />

converter áreas silvestres em agricultura.<br />

Práticas intensivas de manejo que aumentam a absorção<br />

dos nutrientes, além de elevar as produtividades, podem ser a forma<br />

principal de se obter reduções nas emissões de GEE em áreas<br />

agrícolas. Culturas com elevado potencial de produtividade podem<br />

elevar o estoque de carbono do solo. Os fatores de manejo da<br />

cultura, solo e fertilizantes que ajudam a minimizar a emissão de GEE<br />

são: (1) escolha da combinação correta de variedades ou híbridos<br />

adaptados, data de semeadura ou plantio e população de plantas<br />

para maximizar a produção de biomassa das culturas; (2) manejo<br />

adequado da água e do N, incluindo aplicações parceladas de N,<br />

visando a utilização eficiente deste elemento, com oportunidades<br />

mínimas para emissão de N 2<br />

O; (3) manejo adequado dos resíduos<br />

vegetais de tal forma que se favoreça o aumento da MOS, como<br />

resultado de elevadas quantidades de resíduos restituídos ao solo.<br />

Dados recentes, mostrados na Tabela 1, indicam que os fatores<br />

que mais contribuem para as diferenças no PAG líquido entre<br />

sistemas de produção estão ligados a mudanças no estoque de<br />

carbono do solo e a emissões de N 2<br />

O.<br />

Tabela 1. Comparação de sistemas de cultivo agrícola selecionados quanto ao potencial de aquecimento global (PAG).<br />

PAG em CO<br />

Sistema de cultivo 2<br />

equivalentes (kg ha -1 ano -1 )<br />

Principais culturas (t ha -1 )<br />

C do solo 6 Produção Combustível N<br />

Local Rotação 4 Cultivo 5 2<br />

O PAG<br />

Milho Trigo Soja<br />

N fert. 7<br />

líquido<br />

Prod. alimento 1<br />

(Gcal ha -1 ano -1 )<br />

MI 2 M-S-T CC 0 270 160 520 1.140 5,3 3,2 2,1 12<br />

MI 2 M-S-T SD -1.100 270 120 560 140 5,6 3,1 2,4 13<br />

MI 2<br />

M-S-T com<br />

baixo input de CC -400 90 200 600 630 4,5 2,6 2,7 12<br />

leguminosa<br />

MI 2 M-S-T orgânica CC -290 0 190 560 410 3,3 1,6 2,7 9<br />

com leguminosa<br />

NE 3 MC MPMs CC -1.613 807 1.503 1.173 1.980 14,0 48<br />

NE 3 MC intensivo CC -2.273 1.210 1.833 2.090 3.080 15,0 51<br />

NE 3 M-S MPMs CC 1.100 293 1.283 917 3.740 14,7 4,9 35<br />

NE 3 M-S intensivo CC -73 660 1.613 1.247 3.740 15,6 5,0 37<br />

MI 2<br />

Conversão de<br />

cultura a SD -1.170 50 20 100 -1.050<br />

floresta<br />

1<br />

Quantidade de energia do alimento calculada a partir da produtividade das culturas e do banco nacional de dados sobre nutrientes do USDA<br />

(http://riley.nal.usda.gov/NDL/index.html).<br />

2<br />

Estado de Missouri; sistema de produção natural (ROBERTSON et al., 2000).<br />

3<br />

Estado de Nebraska; sistema de produção irrigado (ADVIENTO-BORBE et al., 2007).<br />

4<br />

M-S-T = rotação milho-soja-trigo; MC = cultivo contínuo de milho; M-S = rotação milho-soja; MPMs = melhores práticas de manejo de fertilizantes.<br />

5<br />

CC = cultivo convencional; SD = semeadura direta.<br />

6<br />

Estimativas da quantidade líquida de carbono do solo são baseadas em modificações no C do solo medidas à profundidade de 7,5 cm, em estudo<br />

conduzido no Estado de Missouri, e a 30 cm, em estudo no Estado de Nebraska. Amostragens superficiais tendem a superestimar o seqüestro de<br />

carbono em sistemas de plantio direto.<br />

7<br />

Considerou-se que os valores do potencial de aquecimento global para a produção e o transporte de fertilizante nitrogenado foram de 4,51 e 4,05 kg de<br />

CO 2<br />

/kg N nos estudos conduzidos nos Estados de Missouri e Nebraska, respectivamente.<br />

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


Os mesmos dados mostram que um aumento na utilização<br />

de fertilizante nitrogenado nem sempre leva a um aumento do PAG<br />

líquido, e que sistemas intensivos de produção, onde se utilizam<br />

doses maiores de N, podem apresentar menor PAG líquido por unidade<br />

de produção do que em sistemas com baixo uso de insumos<br />

ou sistemas de produção orgânica.<br />

Preservação de áreas silvestres através de sistema<br />

agrícola de produção intensiva<br />

A produção intensiva pode resultar em mais alimento produzido<br />

por unidade de área. Por exemplo, sistemas menos intensivos<br />

no Estado de Missouri, Estados Unidos, exigiram quase três<br />

vezes mais área cultivada do que os sistemas em Nebraska para<br />

atingir a mesma produção de milho (Tabela 1).<br />

Melhores práticas de manejo de fertilizantes (MPMs) e práticas<br />

relacionadas que tendem a elevar a recuperação do N aplicado<br />

nas culturas, além de aumentar a produtividade e reduzir o risco das<br />

emissões de GEE, incluem: fonte apropriada de N, dose, época de<br />

aplicação e localização; regulagem adequada dos equipamentos;<br />

manejo dos resíduos culturais; uso adequado de inibidores da conversão<br />

de N (urease, nitrificação) e de fontes mais eficientes, além<br />

da consideração mais detalhada das características do solo e das<br />

práticas de conservação da água, uma vez que estes fatores podem<br />

interagir com outras práticas de manejo e também servir como alternativa<br />

secundária de defesa para limitar as perdas de nutrientes no<br />

ambiente.<br />

Ações relacionadas ao manejo de fertilizantes: desafios<br />

ambientais e oportunidades<br />

Esta revisão evidenciou vários desafios quanto ao manejo<br />

adequado dos efeitos combinados dos diferentes sistemas de cultivo<br />

nas emissões de GEE. Um desafio crítico diz respeito à falta<br />

de aferição simultânea dos três gases (CO 2<br />

, N 2<br />

O e CH 4<br />

) em intervalos<br />

longos, em estudos agronômicos e ambientais. Ficou evidente<br />

durante esta revisão que muitos estudos se baseiam nas<br />

emissões de apenas um dos gases, e ainda com base em períodos<br />

curtos, na maioria das vezes menores que 30 dias. Esta avaliação<br />

parcial das emissões de GEE limita a habilidade de se determinar<br />

de forma mais precisa os efeitos das culturas e do manejo de<br />

nutrientes no PAG. Outro aspecto importante diz respeito à forma<br />

inadequada de se amostrar o solo em diferentes sistemas de produção.<br />

Em vários estudos, as amostragens foram realizadas em<br />

profundidades de no máximo 15 cm, as quais resultam em medidas<br />

imprecisas e inexatas da massa de carbono armazenada, devido a<br />

diferenças na densidade do solo, no sistema radicular e na biologia<br />

da rizosfera.<br />

Existem muitas oportunidades para expandir nosso conhecimento<br />

acerca dos efeitos completos das práticas adequadas de<br />

manejo de nutrientes no ambiente no que diz respeito à redução de<br />

GEE e, conseqüentemente, no PAG. Maior colaboração entre cientistas<br />

da área agronômica e ambiental será necessária no futuro<br />

para se atingir metas relacionadas a produção de alimento, fibra e<br />

energia e ainda proteção ambiental. Algumas destas oportunidades<br />

de pesquisa são identificadas na conclusão do trabalho e incluem:<br />

manejo adequado de nutrientes para culturas (anuais e perenes)<br />

destinadas à produção de biocombustível a partir da celulose; avaliação<br />

a longo prazo das perdas de nutrientes através da lixiviação/<br />

percolação/perda superficial e medidas simultâneas das emissões<br />

de CO 2<br />

, N 2<br />

O, CH 4<br />

para a atmosfera de sistemas importantes de produção;<br />

e estudos amplos em condições de campo relacionados a<br />

fontes e doses variáveis de N no sentido de incluir medidas de<br />

emissão dos gases e outros aspectos ambientais.<br />

Conclusões gerais desta revisão de literatura<br />

1. O uso adequado de fertilizantes nitrogenados ajuda a aumentar<br />

a produção de biomassa necessária para estabelecer e manter<br />

os conteúdos de MOS;<br />

2. As MPMs para fertilizantes nitrogenados desempenham<br />

papel importante na minimização do nitrato residual, o que auxilia<br />

na diminuição dos riscos relacionados à emissão de N 2<br />

O.<br />

3. As práticas de cultivo que mantém resíduos de cultura na<br />

superfície do solo podem aumentar os conteúdos de MOS mas<br />

apenas se a produtividade das culturas for mantida ou elevada;<br />

4. Diferenças entre fontes de N na emissão de N 2<br />

O dependem<br />

do local e das condições de clima;<br />

5. Os sistemas de cultivo intensivo não necessariamente<br />

aumentam as emissões de GEE por unidade de produto colhido; na<br />

realidade, estes sistemas podem auxiliar na preservação de áreas<br />

silvestres e permitir a conversão de áreas selecionadas em florestas<br />

para elevar a mitigação dos GEE, enquanto se supre o mundo com<br />

as quantidades necessárias de alimento, fibra e biocombustível.<br />

A curto prazo, grande ênfase é necessária na educação<br />

dos praticantes da atividade agrícola sobre: (1) os princípios básicos<br />

de produtividade e de manejo do sistema de cultivo; (2) rotas<br />

de perda de nutrientes para o ar e para os mananciais; (3) oportunidades<br />

para mitigar as emissões de GEE através da MPMFs, as<br />

quais contemplam rotas de perda; (4) maior diálogo entre os cientistas<br />

da área agronômica e da ambiental, o que irá encorajar entendimento<br />

mútuo e colaboração para evitar a polarização e as relações<br />

confrontantes quanto às emissões de GEE e ainda a outros<br />

aspectos ambientais.<br />

As discussões sobre as emissões de GEE aumentam a necessidade<br />

de manejo correto de fertilizantes no sistema de cultivo.<br />

Como em todas as práticas de manejo de fertilizantes, aquelas<br />

selecionadas necessitam ser avaliadas no contexto da mitigação<br />

das emissões dos GEE em relação ao resto do sistema de cultivo.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ADVIENTO-BORBE, M. A. A.; HADDIX, M. L.; BINDER, D. L.;<br />

WALTERS, D. T.; DOBERMANN, A. Soil greenhouse gas fluxes<br />

and global warming potential in four high-yielding maize systems.<br />

Global Change Biology, v. 13, n. 9, p. 1972-1988, 2007.<br />

ROBERTS, T. L. Right product, right rate, right time and right place...<br />

the foundation of best management practices for fertilizer. In:<br />

Fertilizer best management practices – general principles, strategy<br />

for their adoption, and voluntary initiatives vs regulations. Proceedings<br />

of IFA <strong>International</strong> Workshop, 7-9 March 2007, Brussels,<br />

Belgium. Paris: <strong>International</strong> Fertilizer Industry Association, 2007.<br />

p. 29-32.<br />

ROBERTSON, G. P.; Paul, E. A.; Harwood, R. R. Greenhouse gases<br />

in intensive agriculture: Contributions of individual gases to the<br />

radiative forcing of the atmosphere. Science, v. 289, p. 1922-1925,<br />

2000.<br />

USEPA. Inventory of U.S. greenhouse gas emissions and sinks:<br />

1990-2005. Washington, DC: U.S. Environmental Protection Agency,<br />

2007. 393 p. Disponível em <br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 15


DIVULGANDO A PESQUISA<br />

1. TEOR DE NITRATO COMO INDICADOR COMPLEMEN-<br />

TAR DA DISPONIBILIDADE DE NITROGÊNIO NO SOLO<br />

PARA O MILHO<br />

RAMBO, L.; SILVA, P. R. F. da; BAYER, C.; ARGENTA, G.;<br />

STRIEDER, M. L.; SILVA, A. A. da. Revista Brasileira de Ciência<br />

do Solo, v. 31, n. 4, p. 731-738. (www.scielo.br/scielo.php?<br />

script=sci_abstract&pid=S0100-06832007000400014&lng=<br />

pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

Avanços na adubação nitrogenada em cobertura em milho<br />

poderão ser obtidos com a inclusão de características de solo como<br />

indicadores complementares da disponibilidade de N. Os objetivos<br />

deste estudo foram avaliar o potencial de uso, o nível crítico e o<br />

melhor estádio de desenvolvimento da cultura para determinação<br />

-<br />

do teor de N-NO 3<br />

no solo, visando à predição da disponibilidade<br />

de N ao milho, e verificar se a determinação do teor de N-NH 4+<br />

, em<br />

adição ao teor de N-NO 3-<br />

, aumenta a eficiência na avaliação da<br />

disponibilidade de N. Para isso, realizou-se um experimento por<br />

dois anos agrícolas (2002/03 e 2003/04) em Argissolo Vermelho da<br />

Depressão Central do RS, no qual se realizou a simulação de diferentes<br />

níveis de disponibilidade de N no solo a partir da utilização<br />

de cinco doses de N (0, 50, 100, 200 e 300 kg ha -1 ), parte na semeadura<br />

(20 %) e o restante em cobertura (estádio V3). O experimento<br />

seguiu o delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições,<br />

e nos dois anos agrícolas foram avaliados os teores de N-NO 3-<br />

, de<br />

+ -<br />

N-NH 4<br />

e de N mineral (N-NO 3<br />

+ N-NH 4+<br />

) no solo (0-30 cm), em<br />

diferentes estádios de desenvolvimento (V3, V6, V10 e espigamento),<br />

e o rendimento de grãos do milho.<br />

-<br />

Em geral, os teores de N-NO 3<br />

no solo foram sensíveis às<br />

doses de N aplicadas, com destaque para o estádio V6, no qual se<br />

verificou também a melhor relação desse elemento com o rendimento<br />

de grãos do milho. O nível crítico de N-NO 3<br />

-<br />

no solo, a partir<br />

do qual a resposta à aplicação de N é improvável, foi estimado em<br />

20 mg kg -1 para o solo estudado (Figura 1). A avaliação do teor de<br />

+<br />

N-NH 4<br />

do solo, em adição ao teor de N-NO 3-<br />

, melhorou a predição<br />

da disponibilidade de N do solo, como evidenciado pela maior<br />

Figura 1. Determinação gráfica do nível crítico de nitrato (N-NO 3-<br />

) no solo<br />

a partir da relação entre teor de N-NO 3<br />

-<br />

no solo e rendimento<br />

relativo de grãos de milho.<br />

relação deste indicador com o rendimento de grãos, destacando a<br />

necessidade de desenvolvimento de kits de determinação rápida<br />

do teor de N mineral (N-NO 3<br />

-<br />

+ N-NH 4+<br />

) no solo. Os resultados do<br />

uso de N-NO 3<br />

-<br />

e N-NH 4<br />

+<br />

como indicadores complementares da disponibilidade<br />

de N do solo para o milho são promissores, e estudos<br />

deverão ser desenvolvidos em diferentes condições edafoclimáticas<br />

para confirmar a adequação de seu uso no manejo da<br />

adubação nitrogenada em cobertura no milho.<br />

2. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DO<br />

FÓSFORO E O MANEJO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA<br />

EM SOLOS SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO<br />

SANTOS, D. R. dos; GATIBONI, L. C.; KAMINSKI, J. Ciência<br />

Rural, v. 38, n. 2, p. 576-586, <strong>2008</strong>. (www.scielo.br/scielo.<br />

php?script=sci_arttext&pid=S0103-8478<strong>2008</strong>000200049<br />

&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

A compreensão dos fenômenos básicos da dinâmica do fósforo<br />

no solo é importante para a tomada de decisão sobre a necessidade<br />

de adição e para a definição das doses e dos modos de<br />

aplicação de fertilizantes fosfatados. As formas e o grau de labilidade<br />

do fósforo variam com as características e as propriedades do<br />

solo. Em solos jovens, os fosfatos de cálcio são os principais fornecedores<br />

de fósforo aos organismos vivos. Por outro lado, em solos<br />

altamente intemperizados, a biociclagem dos fosfatos orgânicos<br />

assume grande importância na manutenção da biodisponibilidade,<br />

embora não seja suficiente para a obtenção da máxima produtividade<br />

econômica das culturas comerciais. Nos solos tropicais e subtropicais<br />

cultivados, o controle dos teores de fósforo em solução é<br />

feito predominantemente pelo fosfato adsorvido aos grupos funcionais<br />

dos colóides inorgânicos. O diagnóstico da disponibilidade<br />

de fósforo é feito pela análise de solos por diferentes metodologias,<br />

cada uma com suas vantagens e limitações. A tomada de<br />

decisão em adicionar ou não fosfatos ao solo e a definição da dose<br />

a ser aplicada dependem muito mais da calibração, baseada na relação<br />

entre os teores de fósforo extraídos e a produtividade das plantas,<br />

do que do método de extração. A elevação dos níveis de disponibilidade<br />

de fósforo até a faixa ótima pode ser feita de forma corretiva<br />

ou gradativa. A adubação corretiva com incorporação em todo<br />

o volume de solo é mais eficiente e, talvez, a única alternativa para<br />

a correção da carência de fósforo do solo das camadas subsuperficias.<br />

A aplicação superficial de fertilizantes fosfatados no sistema<br />

plantio direto parece não ser uma boa alternativa econômica e<br />

pode se tornar um problema ambiental.<br />

Desse modo, devem-se intensificar as pesquisas enfocando,<br />

entre outras:<br />

(a) as frações de fósforo no solo e a produtividade das culturas;<br />

(b) as formas de aplicação dos fertilizantes fosfatados no<br />

solo sob sistema plantio direto;<br />

(c) as relações entre a disponibilidade de fósforo nas camadas<br />

subsuperficiais (abaixo de 10 cm), a presença de alumínio trocável<br />

e de camadas compactadas e<br />

(d) o monitoramento constante das transferências de fósforo<br />

dos solos aos sistemas aquáticos.<br />

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


3. NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM MILHO IRRIGADO:<br />

ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA FERTILIZAÇÃO<br />

PAVINATO, P. S.; CERETTA, C. A.; GIROTTO, E.; MOREIRA, I.<br />

C. L. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 358-364, <strong>2008</strong>. (www.scielo.br/<br />

scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-8478<strong>2008</strong>000200010<br />

&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

A irrigação das culturas aumenta a possibilidade de obtenção<br />

de altas produtividades, mas exige racionalidade técnica e econômica<br />

no uso de insumos, especialmente fertilizantes nitrogenados.<br />

O objetivo deste trabalho foi determinar as doses mais adequadas<br />

de nitrogênio e de potássio para maior produtividade de grãos e o<br />

melhor retorno econômico da adubação com o cultivo de milho<br />

(Zea mays L.) sob irrigação por aspersão. O experimento foi conduzido<br />

nos anos agrícolas 2002/03 e 2003/04, em Cruz Alta, Rio Grande<br />

do Sul, em lavoura sob irrigação com pivô central, em Latossolo<br />

Vermelho distrófico típico. A população efetiva do milho foi de<br />

78.000 e 71.000 plantas ha -1 em 2002/03 e 2003/04, respectivamente,<br />

utilizando-se o híbrido Pioneer 30F44. Os tratamentos foram<br />

compostos das doses de 0, 80, 120, 160, 200 e 240 kg ha -1 de N<br />

(uréia) combinadas com 0, 40, 80 e 120 kg ha -1 de K 2<br />

O (cloreto de<br />

potássio). O delineamento utilizado foi blocos ao acaso com quatro<br />

repetições.<br />

A máxima produtividade de grãos de milho sob irrigação<br />

por aspersão foi obtida com a aplicação de 283 a 289 kg ha -1 de<br />

nitrogênio, mas a máxima eficiência econômica ocorreu com 156 a<br />

158 kg ha -1 de nitrogênio, não havendo incremento na produtividade<br />

com a aplicação de potássio. Isso evidencia que, em muitas<br />

situações, os produtores estão utilizando fertilizantes nitrogenados<br />

e potássicos acima do necessário.<br />

Fe-EDDHA (3,35%) > Fe-DTPA (2,91%) > Fe-EDTA (1,08%) > FeSO 4<br />

+ ácido cítrico (0,78%) > FeSO 4<br />

(0,25%). No entanto, somente as<br />

plantas dos tratamentos Fe-EDDHA e Fe-EDDHMA não apresentaram<br />

sintomas visuais de deficiência. Fe-EDDHA propiciou melhor<br />

desempenho sob o aspecto nutricional e na altura das plantas do<br />

que Fe-EDDHMA, sendo recomendado para a produção de mudas<br />

cítricas nos viveiros.<br />

5. INFLUÊNCIA DE BORO NO RENDIMENTO DO GIRASSOL<br />

OLIVEIRA NETO, V. De; SILVA, M. A. G. da; CASTRO, C. de;<br />

MOREIRA, A. Anais da XVII Reunião Nacional de Pesquisa de<br />

Girassol/V Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol. Londrina:<br />

Embrapa Soja, 2007. p. 47-50.<br />

Os objetivos do trabalho foram estudar o efeito de doses de<br />

boro nos componentes de rendimento de girassol e na movimentação<br />

do nutriente no perfil de um Latossolo Vermelho eutroférrico,<br />

em Londrina, PR, Brasil. O delineamento experimental foi blocos<br />

completos ao acaso com quatro repetições. O esquema fatorial 5 x 6<br />

foi composto por cinco doses de boro (0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 kg ha -1 )<br />

e seis profundidades de solo (0 a 5, 5 a 10, 10 a 15, 15 a 20, 20 a 30<br />

e 30 a 40).<br />

Os resultados indicam que a adubação em solos com teor<br />

médio de matéria orgânica, de textura argilosa pesada e com teores<br />

de boro acima de 0,22 mg dm -3 não foi eficiente para aumentar os<br />

componentes de rendimento do girassol. Os teores de boro no solo<br />

foram afetados positivamente pelas doses do nutriente, pelos<br />

extratores e pelas profundidades de coleta de amostras, indicando<br />

movimentação do boro no perfil do solo.<br />

4. FONTES DE FERRO PARA O DESENVOLVIMENTO DE<br />

PORTA-ENXERTOS CRÍTICOS PRODUZIDOS EM<br />

SUBSTRATO DE CASCA DE PINUS E VERMICULITA<br />

FENILLI, T. A. B.; REICHARDT, K.; DOURADO-NETO, D.;<br />

TRIVELIN, P. C. O.; FAVARIN, J. L.; COSTA, F. M. P. da; BACCHI,<br />

O. O. S. Scientia Agricola, v. 64, n. 5, p. 520-531. (www.scielo.br<br />

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162007000500012<br />

&lng=pt&nrm=iso&tlng=en)<br />

No sistema altamente especializado de produção de mudas,<br />

a nutrição exerce papel importante, principalmente a fertirrigação<br />

com quelatos de ferro para evitar sua deficiência. O objetivo deste<br />

estudo foi buscar fontes alternativas de ferro que propiciem a mesma<br />

eficiência de aproveitamento e menor custo em relação ao total<br />

da solução nutritiva. Avaliaram-se os porta-enxertos Swingle, Cravo,<br />

Trifoliata e Cleópatra, em tubetes com substrato de casca de<br />

pinus/vermiculita, e as fontes de ferro Fe-DTPA, Fe-EDDHA,<br />

Fe-EDDHMA, Fe-EDTA, Fe-HEDTA, FeCl 3<br />

, FeSO 4<br />

, FeSO 4<br />

+ ácido<br />

cítrico e Testemunha. Utilizou-se o delineamento em blocos<br />

casualisados, com quatro repetições. Foram analisados altura das<br />

plantas, índice relativo de clorofila e teor na folha de Fe total e<br />

solúvel. Cleópatra foi o único porta-enxerto que não apresentou<br />

sintoma visual de deficiência de ferro.<br />

Houve baixo índice relativo de clorofila na Testemunha<br />

dos porta-enxertos Cravo, Swingle e Trifoliata, comprovando os<br />

sintomas visuais observados. Verificou-se alta concentração de<br />

Fe total e menor porcentagem de ferro solúvel na Testemunha e<br />

no tratamento Fe-EDTA. Na análise econômica, as fontes de ferro<br />

foram classificadas em relação ao custo total da solução nutritiva:<br />

Fe-HEDTA (37,25%) > FeCl 3<br />

(4,61%) > Fe-EDDHMA (4,53%) ><br />

6. A REVIEW OF THE USE OF THE BASIC CATION<br />

SATURATION RATIO AND THE “IDEAL” SOIL<br />

KOPITTKE, P. M.; MENZIES, N. W. Soil Science Society of<br />

America Journal, v. 71, n. 2, p. 259-265, 2007.<br />

The use of “balanced” Ca, Mg, and K ratios, as prescribed<br />

by the basic cation saturation ratio (BCSR) concept, is still used by<br />

some private soil-testing laboratories for the interpretation of soil<br />

analytical data. This review examines the suitability of the BCSR<br />

concept as a method for the interpretation of soil analytical data.<br />

According to the BCSR concept, maximum plant growth will be<br />

achieved only when the soil’s exchangeable Ca, Mg, and K<br />

concentrations are approximately 65% Ca, 10% Mg, and 5% K (termed<br />

the ideal soil). This “ideal soil” was originally proposed by Firman<br />

Bear and coworkers in New Jersey during the 1940s as a method of<br />

reducing luxury K uptake by alfalfa (Medicago sativa L.). At about<br />

the same time, William Albrecht, working in Missouri, concluded<br />

through his own investigations that plants require a soil with a high<br />

Ca saturation for optimal growth. While it now appears that several<br />

of Albrecht’s experiments were fundamentally flawed, the BCSR<br />

(“balanced soil”) concept has been widely promoted, suggesting<br />

that the prescribed cationic ratios provide optimum chemical,<br />

physical, and biological soil properties.<br />

Our examination of data from numerous studies (particularly<br />

those of Albrecht and Bear themselves) would suggest that, within<br />

the ranges commonly found in soils, the chemical, physical, and<br />

biological fertility of a soil is generally not influenced by the ratios<br />

of Ca, Mg, and K. The data do not support the claims of the BCSR,<br />

and continued promotion of the BCSR will result in the inefficient<br />

use of resources in agriculture and horticulture.<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 17


7. DISSIMILARIDADE DE PORTA-ENXERTOS DA LARAN-<br />

JEIRA ‘FOLHA MURCHA’ SOB DOIS SISTEMAS DE<br />

MANEJO DE COBERTURA PERMANENTE DO SOLO<br />

FIDALSKI, J.; SCAPIM, C. A.; STENZEL, N. M. C. Revista Brasileira<br />

de Ciência do Solo, v. 31, n. 2, p. 353-360, 2007.<br />

(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-<br />

06832007000200017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

Os porta-enxertos de citros são dependentes do sistema de<br />

manejo do solo nas entrelinhas. Este trabalho foi realizado com o<br />

objetivo de identificar a dissimilaridade de sete porta-enxertos para<br />

a laranjeira ‘Folha Murcha’ em dois sistemas de manejo da cobertura<br />

de um Argissolo Vermelho distrófico latossólico. O estudo foi<br />

realizado na Estação Experimental do IAPAR, em Paranavaí. O delineamento<br />

experimental foi de blocos ao acaso com quatro repetições,<br />

com gramínea mato-grosso ou batatais (Paspalum notatum<br />

Flügge) em três blocos e leguminosa amendoim forrageiro (Arachis<br />

pintoi Krap. & Greg.) em um bloco. A produção, o desenvolvimento<br />

vegetativo e os nutrientes nas folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’<br />

foram avaliados anualmente (1997 a 2002). As análises multivariadas<br />

basearam-se nas variáveis canônicas e nos componentes principais,<br />

agrupando-os pelo método Tocher.<br />

O manejo da cobertura do solo com a leguminosa amendoim<br />

forrageiro Arachis pintoi diminui a dissimilaridade dos grupos de<br />

porta-enxertos da laranjeira ‘Folha Murcha’. O manejo da cobertura<br />

do solo com a gramínea Paspalum notatum aumenta a dissimilaridade<br />

dos grupos de porta-enxertos da laranjeira ‘Folha Murcha’<br />

com a inclusão dos teores dos nutrientes foliares, da produção<br />

de frutos e do desenvolvimento vegetativo das plantas. A gramínea<br />

Paspalum notatum é o melhor sistema de manejo da cobertura do<br />

solo para avaliação do comportamento de porta-enxertos da laranjeira<br />

‘Folha Murcha’.<br />

8. OPTIMUM SOIL ACIDITY INDICES FOR DRY BEAN<br />

PRODUCTION ON AN OXISOL IN NO-TILLAGE SYSTEM<br />

FAGERIA, N. K. Communications in Soil Science and <strong>Plant</strong><br />

Analysis, v. 39, p. 845-857, <strong>2008</strong>.<br />

Soil acidity is one of the major yield constraints to crop<br />

production in various parts of the world. Quantifying optimum soil<br />

acidity indices is an important strategy for achieving maximum<br />

economic crop yields on acid soils. Five field experiments were conducted<br />

for three consecutive years using dry bean as a test crop on<br />

an Oxisol. The lime rates used were 0, 12, and 24 Mg ha -1 for creating<br />

a wide range of soil acidity indices in a no-tillage cropping system.<br />

Grain yield of dry bean was significantly increased by<br />

improving soil pH, base saturation, calcium (Ca), magnesium (Mg),<br />

and potassium (K) saturation and reducing aluminum (Al) saturation.<br />

These soil acidity indices were higher in the 0- to 10-cm soil<br />

layer than the 10- to 20-cm soil layer for maximum grain yield. Across<br />

two soil depths, optimum values for maximum bean yield were pH<br />

6.5, base saturation 67%, Ca saturation 48%, and Mg saturation<br />

19%. Bean yield linearly increased with increasing K saturation in<br />

the range of 1.5 to 3% across two soil depths. There was a significant<br />

linear decrease in grain yield with increasing Al saturation in the<br />

range of 0 to 8% across two soil depths. Optimal values of soil<br />

indices for maximum bean yield can be used as a reference for liming<br />

and improving yield of bean crop on Oxisols in a no-tillage cropping<br />

system. Yield components, such as pod number, grain per pod, and<br />

100-grain weight were significantly improved with liming, and bean<br />

yield was significantly associated with these yield components.<br />

9. ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E RENDIMENTO DE<br />

SOJA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO EM INTEGRAÇÃO<br />

LAVOURA-PECUÁRIA COM DIFERENTES PRESSÕES<br />

DE PASTEJO<br />

FLORES, J. P. C.; ANGHINONI, I.; CASSOL, L. C.; CARVALHO,<br />

P. C. de F.; LEITE, J. G. Dal B.; FRAGA, T. I. Revista Brasileira de<br />

Ciência do Solo, v. 31, n. 4, p. 771-780, 2007. (www.scielo.br/<br />

scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-06832007000400017<br />

& lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

A integração da atividade de lavoura com a de pecuária no<br />

sistema plantio direto (SPD) em áreas que permanecem apenas com<br />

culturas de cobertura no inverno pode se tornar uma opção de<br />

renda para os produtores de grãos no verão, no Sul do Brasil. No<br />

entanto, muitos deles relutam em adotar esse sistema de integração,<br />

em razão dos possíveis efeitos negativos do pisoteio sobre atributos<br />

do solo, principalmente aqueles relacionados à compactação.<br />

Este trabalho foi realizado visando determinar as alterações promovidas<br />

pelo pisoteio animal sobre atributos físicos do solo e verificar<br />

se as alterações resultantes desse pisoteio têm influência no estabelecimento<br />

e no rendimento da cultura da soja. O experimento foi<br />

realizado em Latossolo Vermelho distroférrico, com pastagem de<br />

aveia-preta + azevém, manejada em diferentes alturas da pastagem<br />

(10, 20, 30 e 40 cm), e uma área não-pastejada.<br />

Após o ciclo de pastejo, não houve alterações na densidade,<br />

na porosidade e na compressibilidade, independentemente da altura<br />

da pastagem. No entanto, a densidade e a compressibilidade foram<br />

maiores e a porosidade menor nas áreas pastejadas, em relação à nãopastejada.<br />

A população inicial de plantas e o rendimento de soja não<br />

foram afetados pelas alterações nos atributos físicos do solo.<br />

10. ESTADO NUTRICIONAL E PRODUÇÃO DE LARANJEIRA<br />

‘PÊRA’ EM FUNÇÃO DA VEGETAÇÃO INTERCALAR E<br />

COBERTURA MORTA<br />

BREMER NETO, H.; VICTORIA FILHO, R.; MOURÃO FILHO,<br />

F. de A. A.; MENEZES, G. M. de; CANALI, É. Pesquisa Agropecuária<br />

Brasileira, v. 43, n. 1, p. 29-35, <strong>2008</strong>. (www.scielo.br/<br />

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X<strong>2008</strong> 000100005<br />

&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)<br />

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da cobertura<br />

morta e da vegetação intercalar composta por gramíneas e leguminosas<br />

perenes nas propriedades químicas do solo e no estado<br />

nutricional de plantas de laranjeira ‘Pêra’ (Citrus sinensis (L.) Osbeck)<br />

enxertada em limoeiro ‘Cravo’ (Citrus limonia Osbeck). Os<br />

tratamentos testados foram: T1, Brachiaria ruziziensis R. Germ. &<br />

Evrard na entrelinha sem cobertura morta na linha; T2, B. ruziziensis<br />

na entrelinha e cobertura morta na linha; T3, B. ruziziensis consorciada<br />

com amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg) na<br />

entrelinha e cobertura morta na linha; T4, B. ruziziensis e estilosantes<br />

(Stylosanthes capitata, S. macrocephala e S. guianensis) na entrelinha<br />

e cobertura morta na linha; T5, capim-marmelada (Brachiaria<br />

plantaginea (Link) Hitch.) na entrelinha e cobertura morta na linha;<br />

T6, amendoim forrageiro na entrelinha e cobertura morta na linha;<br />

T7, estilosantes na entrelinha e cobertura morta na linha. A leguminosa<br />

estilosantes proporcionou aumento da concentração foliar<br />

de N em relação à vegetação intercalar composta por B. ruziziensis.<br />

A cobertura morta não reduziu a disponibilidade de N para as plantas<br />

cítricas. Verificou-se correlação entre a densidade do sistema<br />

radicular na camada superficial do solo com a concentração foliar<br />

de P e produção de frutos.<br />

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


PAINEL AGRONÔMICO<br />

PRIMEIRO PRÊMIO IPNI SCIENCE FOI PARA<br />

Dr. AULAKH, DA ÍNDIA<br />

O <strong>International</strong> <strong>Plant</strong> <strong>Nutrition</strong> <strong>Institute</strong> (IPNI) nomeou<br />

Dr. Milkha Singh Aulakh, da Punjab Agriculture University (PAU),<br />

Índia, como vencedor do Prêmio IPNI Science 2007. Dr. Aulakh,<br />

Químico de Solo e professor, atualmente é diretor de pesquisa em<br />

Ludhiana, PAU. Ele recebeu uma placa especial e um prêmio monetário<br />

de US$ 5.000,00.<br />

“Esta é a primeira vez que concedemos o Prêmio IPNI Science<br />

e estamos honrados em anunciar que o Dr. Aulakh foi escolhido<br />

como beneficiário”, disse Dr. Terry L. Roberts, presidente do IPNI.<br />

“Ele tem contribuído de forma notável em assuntos ecológicos globais<br />

relacionados à produção vegetal, com importantes conquistas<br />

em pesquisa, extensão e educação”.<br />

Dr. Roberts também reconheceu outros importantes candidatos<br />

ao prêmio e incentivou futuras nomeações de cientistas qualificados.<br />

Agrônomos do setor privado ou do setor público, pesquisadores<br />

agrícolas e de solos de todos os países podem ser elegíveis<br />

à nomeação.<br />

O Prêmio IPNI Science visa reconhecer importantes realizações<br />

em pesquisa, extensão ou educação, com foco na gestão eficiente e<br />

efetiva dos nutrientes vegetais e sua interação positiva na produção<br />

integrada de culturas que aumenta o potencial produtivo. Tais sistemas<br />

melhoram os lucros, diminuem os custos unitários de produção<br />

e mantêm ou melhoram a qualidade ambiental. O beneficiário é selecionado<br />

por uma comissão de autoridades internacionais. Informações<br />

mais detalhadas podem ser obtidas no link: http://www.ipni.net/ipni<br />

web/portal.nsf/0/5DA72E56808AEDF 9852573C6006CCAB3<br />

RENTABILIDADE DA SAFRINHA DE MILHO<br />

SUPERA A DA SOJA<br />

O cultivo da chamada safrinha de milho, cultivada logo após<br />

a colheita da safra principal de verão, pode render lucro líquido<br />

quase duas vezes maior do que a própria soja, de acordo com cálculos<br />

de analistas de mercado. Nas contas da Agência Rural, de Cuiabá<br />

(MT), por exemplo, a rentabilidade com o milho safrinha deve girar<br />

em torno de R$ 360,00 por hectare, enquanto o ganho com a soja<br />

deve situar-se em cerca de R$ 190,00. A lucratividade da safrinha de<br />

milho é 89,5% superior à da soja. Esse ganho pode ser otimizado<br />

com a formação da safrinha a partir de sementes de variedades de<br />

milho, no lugar de sementes de milho híbrido. “O milho variedade é<br />

uma excelente opção, pois tem custo de produção relativamente<br />

baixo e apresenta boa resposta produtiva”, destaca o agrônomo<br />

Armando Portas, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral<br />

(CATI) da Secretaria de Agricultura de São Paulo. De acordo<br />

com o técnico, o cultivo de variedades para a produção da safrinha<br />

é especialmente recomendado para os agricultores que não dispõem<br />

de solos de boa qualidade (adequadamente adubados e corrigidos),<br />

para os produtores interessados em investir na integração<br />

lavoura-pecuária, ou ainda na reforma de pastagens. “O milho variedade,<br />

em vez do híbrido, é uma excelente opção nesses casos, pois<br />

o custo de aquisição das sementes é bem menor e a produção,<br />

apesar de as plantas serem semelhantes, apresenta variabilidade<br />

genética; desta forma, se houver falta de água, parte das plantas não<br />

será afetada pelo estresse hídrico”, explica o técnico. (http://www.<br />

revista agrobrasil.com.br/site/noticiasIntegra.php?id Noticia=446975)<br />

EM MAIS DUAS SAFRAS, BRASIL SERÁ O<br />

SEGUNDO MAIOR PRODUTOR DE TRANSGÊNICOS<br />

O Brasil deverá ultrapassar a Argentina e se tornar o segundo<br />

maior produtor de sementes geneticamente modificadas<br />

(GM) do mundo já na safra 2009/2010, de acordo com Anderson<br />

Galvão, representante do Serviço Internacional para a Aquisição<br />

de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) no Brasil. O<br />

país registrou o maior crescimento absoluto do mundo em adoção<br />

de biotecnologia agrícola com o plantio de 3,5 milhões de<br />

hectares a mais em relação a 2006, quando cultivou 11,5 milhões<br />

de hectares.<br />

Atualmente, os Estados Unidos permanecem como o maior<br />

produtor mundial de GM com 57,7 milhões de hectares, seguido<br />

pela Argentina com 19,1 milhões de hectares. O Brasil, que hoje<br />

possui 15 milhões de hectares, caso a previsão do ISAAA se confirme,<br />

deve ter um ganho de área para a produção de transgênicos<br />

acima de 4 milhões de hectares nas próximas duas safras.<br />

O uso da biotecnologia na agricultura vem avançando rapidamente<br />

no Brasil. A soja GM já representa 57% da lavoura da<br />

cultura no país e o cultivo de algodão transgênico saltou de 10%<br />

em 2006 para 46% no ano passado, mostrando a rapidez na adoção<br />

da tecnologia por parte do produtor. Com a recente liberação de<br />

duas variedades de milho transgênico pelo Conselho Nacional de<br />

Biossegurança, espera-se um incremento importante dessa cultura<br />

e um impacto nos preços pagos ao produtor.<br />

Para Galvão, até mesmo os produtores de milho convencional<br />

serão beneficiados. “Irá se consolidar um mercado de preços<br />

diferenciados para quem compra milho convencional”, disse. Ele<br />

também ressalta a importância do milho transgênico em garantir<br />

ganhos de produtividade e competitividade. “São ganhos necessários<br />

para atender a essa demanda aquecida”, afirma. (http://www.revista<br />

agrobrasil.com.br/site/noticiasIntegra.php?idNoticia=440797)<br />

CANA – DO PLÁSTICO AO HERBICIDA<br />

A receita é simples: 3 quilos de açúcar, combinados com<br />

17 quilos de bagaço de cana. Resultado, 1 quilo de plástico<br />

biodegradável, que leva apenas seis meses para se transformar em<br />

água e gás carbônico (o plástico comum demora mais de 100 anos<br />

para se degradar).<br />

O plástico que vem da cana, obtido dos subprodutos das<br />

usinas de açúcar e álcool, já pode ser trabalhado por injeção e<br />

extrusão, o que antecipa outras aplicações, já em desenvolvimento:<br />

vasilhames para defensivos, embalagens e filmes para alimentos,<br />

cápsulas para insumos agrícolas, brinquedos e material escolar. Por<br />

enquanto, esse plástico é um produto de nicho – mais do que o<br />

preço, contam a resistência química, a qualidade e o fato de ser<br />

biodegradável. Em futuro próximo, no entanto, a escassez de petróleo<br />

e as demandas ambientais farão do “plástico de cana” um produto<br />

de uso generalizado.<br />

No front da alcoolquímica, inúmeros produtos podem ser fabricados<br />

a partir da cana-de-açúcar, com importante diferencial: são<br />

biodegradáveis, não agridem o ambiente. Entre eles estão adesivos,<br />

fibras sintéticas, herbicidas, inseticidas e substâncias como éter<br />

etílico, ácido acético, acetato de etila e dietilamina. (http://www.unica.<br />

com.br/pages/pesquisa_plastico.asp)<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 19


FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI - VERSÃO 2007<br />

O <strong>International</strong> <strong>Plant</strong> <strong>Nutrition</strong> <strong>Institute</strong> (IPNI) anunciou as fotos premiadas no concurso sobre deficiências nutricionais de 2007 e<br />

incentiva os leitores do Better Crops with <strong>Plant</strong> Food a participarem do concurso em <strong>2008</strong> com fotos digitais que documentem deficiências<br />

e desordens nutricionais.<br />

Veja abaixo o nome dos ganhadores e as respectivas fotos premiadas. Mais detalhes no website: www.ipni.net/2007photocontest<br />

Categoria Nitrogênio –<br />

deficiência de N em fumo<br />

Adriana Elina Ortega,<br />

de Salta, Argentina<br />

Categoria Fósforo –<br />

deficiência de P em canola<br />

Lyle Cowell, de Saskatchewan,<br />

Canadá<br />

Categoria Potássio –<br />

deficiência de K em<br />

bermudagrass<br />

Colin Massey, de Arkansas,<br />

Estados Unidos<br />

Categoria Outros –<br />

deficiência de boro (B)<br />

em coqueiro<br />

P. Jeyakumar, de Tamil Nadu,<br />

Índia<br />

ROBÔS AGRÍCOLAS FARÃO COLHEITA DE<br />

FRUTAS DE FORMA AUTÔNOMA<br />

A alta tecnologia não é nenhuma desconhecida dos fazendeiros<br />

e da atividade agrícola, que já contam, entre outras possibilidades,<br />

com sistemas de adubação e aplicação de defensivos orientados<br />

automaticamente por GPS, a chamada agricultura de precisão.<br />

Com o objetivo de melhorar a produtividade, um grupo de<br />

agricultores dos Estados Unidos teve uma idéia inovadora, na qual<br />

eles podiam contar com a robótica em suas plantações também<br />

durante a colheita.<br />

Não é a primeira vez que se tenta automatizar a colheita de<br />

frutas ou outros produtos agrícolas. As tentativas anteriores fracassaram,<br />

pois as máquinas experimentais se aproximavam das árvores<br />

como um trabalhador humano faz, pegando uma fruta, guardando-a<br />

e então passando para a próxima.<br />

A solução atual é diferente. Os engenheiros dividiram a tarefa<br />

da colheita de frutas entre dois robôs: o primeiro localiza todas as<br />

frutas a serem colhidas e o segundo coleta cada uma delas.<br />

O primeiro robô é dotado de um sistema de visão artificial<br />

que rastreia toda a plantação, construindo um mapa 3D da localização<br />

e do tamanho de cada laranja. A seguir ele calcula a melhor<br />

ordem para que elas possam ser colhidas. A informação é enviada<br />

para o segundo robô, dotado de oito braços.<br />

Depois que o mapa 3D estiver pronto, na forma de uma<br />

imagem digital na memória do robô, o programa deverá começar<br />

seu trabalho, respondendo a algumas perguntas cruciais, sobre o<br />

tamanho e a aparência de cada laranja. A resposta a estas perguntas<br />

determina se cada laranja atende os parâmetros de uma laranja<br />

sadia e se ela deve ou não ser colhida. A seguir, um algoritmo<br />

determina a ordem em que os braços do robô-colhedor deverão ser<br />

acionados para pegar todas as laranjas ótimas no menor período<br />

de tempo.<br />

O robô que faz o mapeamento, capaz de ver as laranjas, já<br />

está pronto e em testes. Já o robô que faz a colheita começará a ser<br />

construído somente no próximo ano. Os engenheiros acreditam ser<br />

necessário ainda outros dois anos para que o sistema possa começar<br />

a substituir os trabalhadores humanos. (www.inovacaotecnologica.<br />

com.br/noticias/noticia.php?artigo=010180070830)<br />

ELETROÍMÃS NA FERMENTAÇÃO DO CALDO DE<br />

CANA AUMENTAM A PRODUÇÃO DE ETANOL<br />

Seis pequenos e poderosos eletroímãs, distribuídos estrategicamente<br />

em torno de um tubo de aço inoxidável por onde passam<br />

o caldo de cana-de-açúcar, chamado mosto, e as leveduras utilizadas<br />

na fermentação do etanol, resultaram em um rendimento até<br />

17% maior em relação ao processo convencional, ganho decorrente<br />

da redução do tempo gasto com essa tarefa. “Enquanto o processo<br />

tradicional de fermentação no experimento controle demorou 15 horas,<br />

com a aplicação dos ímãs acoplados ao biorreator esse tempo<br />

foi reduzido para 12 horas”, diz o professor Ranulfo Monte Alegre,<br />

da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual<br />

de Campinas (Unicamp), coordenador do projeto.<br />

“O ganho de produção foi possível porque o campo magnético<br />

alterou o metabolismo das leveduras”, diz Monte Alegre. Os pesquisadores<br />

acreditam que o campo magnético pode influenciar o<br />

potencial das membranas celulares e, conseqüentemente, alterar a<br />

sua permeabilidade à passagem de nutrientes. “Então, se a permeabilidade<br />

aumenta, o transporte de substrato no interior da célula<br />

também aumenta, e com isso a levedura Saccharomyces cerevisiae,<br />

usada na fermentação, trabalha mais rapidamente no consumo desse<br />

substrato, resultando em maior produção de etanol”, explica o professor.<br />

Embora o resultado tenha sido comprovado pelos pesquisadores,<br />

esses efeitos biológicos dos campos eletromagnéticos ainda<br />

não foram completamente elucidados. Uma outra hipótese atribui ao<br />

campo magnético a capacidade de mexer, de alguma forma, com as<br />

enzimas, que são os catalisadores biológicos, deixando-as numa conformação<br />

mais apropriada para reagir com o substrato, no caso o<br />

açúcar, e com outros compostos do processo.<br />

“Tanto pode ser o efeito da membrana como das enzimas, ou<br />

das duas coisas ao mesmo tempo”, diz Monte Alegre. “É necessário<br />

fazer estudos bioquímicos mais aprofundados, com a participação<br />

de grupos multidisciplinares compostos por engenheiros, biólogos,<br />

bioquímicos, microbiologistas e biofísicos”, complementa<br />

Haber-Perez, professor do curso de engenharia de alimentos da<br />

Fundação Educacional de Barretos, no interior paulista, autor de<br />

um artigo sobre o assunto publicado em outubro na revista Biotecnology<br />

Progress, da Sociedade Americana de Química. (www.revista<br />

pesquisa.fapesp.br/?art=3439&bd= 1&pg=1&lg=)<br />

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

EVENTOS DO IPNI ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

Os próximos eventos promovidos pelo IPNI Brasil deverão ocorrer a partir do primeiro semestre de 2009. Alguns dos temas em<br />

consideração:<br />

1. Melhores Práticas de Manejo de Fertilizantes (MPMFs).<br />

2. Agricultura de precisão com ênfase em nutrição de plantas.<br />

3. Nutrição de plantas e qualidade de produtos agrosilvopastoris.<br />

Os temas e programas dos eventos serão anunciados em edições futuras do Jornal Informações Agronômicas e no nosso website.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

EVENTOS COM PARTICIPAÇÃO DO IPNI ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

1. WORKSHOP – 51º SIMPAS – Sistemas Integrados<br />

de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável<br />

Informações gerais:<br />

O evento contará com palestra de abertura a ser ministrada<br />

pelo Dr. Alfredo Scheid Lopes, UFLA, sobre Produção e Preservação<br />

Ambiental, e com diversas outras distribuídas nos painéis<br />

Fertilidade do solo na agricultura sustentável e Defesa vegetal<br />

– Legislação e segurança no manuseio e aplicação de agrotóxicos,<br />

além de outras relacionadas a mecanização, mercado de<br />

sementes, agronegócio e segurança alimentar.<br />

As palestras específicas na área de adubação serão Adubação<br />

do sistema de produção na agricultura sustentável e A importância<br />

dos micronutrientes na adubação e fertirrigação, a<br />

serem proferidas, respectivamente, pelo Dr. Luís Ignácio Prochnow,<br />

IPNI Brasil, e pelo Dr. Godofredo Cesar Vitti, ESALQ/USP.<br />

Promoção/Organização: ANDEF, ANDA, ABAG, ABRASEM,<br />

IPNI Brasil, ABIMAQ/UESB, AEASB<br />

Data: 07 a 09/ABRIL/<strong>2008</strong><br />

Local: Auditório Glauber Rocha, UESB, Vitória da Conquista,<br />

Bahia<br />

Taxa de inscrição: R$ 60,00 (profissionais)<br />

R$ 30,00 (estudantes de graduação)<br />

Informações: Universidade Estadual Sudoeste da Bahia-UESB<br />

Telefone: (77) 3425-9351<br />

email: 51simpas@gmail.com<br />

2. II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE<br />

FERTILIZANTES FLUIDOS E FOLIARES<br />

Informações gerais:<br />

Temas de importância serão apresentados e discutidos neste<br />

simpósio, divididos nos seguintes painéis: (1) Aspectos gerais<br />

da adubação fluida, (2) Fontes para utilização via fluida, (3) Tecnologia<br />

de aplicação, (4) Adubação foliar e (5) Manejo de adubação<br />

fluida para culturas perenes e semi-perenes.<br />

A palestra inicial estará a cargo do Dr. Paul Fixen, IPNI, que abordará<br />

o tema Uso de fertilizantes fluidos na evolução da agricultura.<br />

Promoção/Organização: FEALQ, GAPE/ESALQ-USP, Honeywell,<br />

IPNI Brasil<br />

Data: 07 a 09/JULHO/<strong>2008</strong><br />

Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia, ESALQ/USP,<br />

Piracicaba, SP<br />

Taxa de inscrição: Até 04/MAIO/<strong>2008</strong> Após 04/MAIO/<strong>2008</strong><br />

Profissionais: R$ 250,00 R$ 350,00<br />

Estudantes: R$ 125,00 R$ 200,00<br />

Informações: GAPE, ESALQ-USP ou FEALQ (Maria Eugênia)<br />

Telefones: (19) 3417-2138 ou (19) 3417-6604<br />

email: gape@esalq.usp.br<br />

3. FERTBIO <strong>2008</strong>: Simpósio sobre Uso e Eficiência<br />

Agronômica de Fertilizantes<br />

Informações gerais:<br />

O Simpósio sobre Uso e eficiência agronômica de fertilizantes,<br />

constante na programação da FERTBIO <strong>2008</strong>, contará com<br />

apresentações dos pesquisadores: Dr. Norman Chien, Consultor<br />

Científico Internacional na Área de Fertilizantes; Dr. Luís Ignácio<br />

Prochnow, IPNI Brasil; e Dr. Heitor Cantarella, IAC, os quais abordarão<br />

o tema geral Alguns desenvolvimentos recentes na produção<br />

e utilização de fertilizantes no sentido de aperfeiçoar a<br />

eficiência de nutrientes e minimizar impactos ambientais.<br />

Promoção/Organização: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,<br />

Sociedade Brasileira de Microbiologia/<br />

Embrapa Soja, IAPAR, UEL<br />

Data: FERTBIO: 15 a 19/SETEMBRO/<strong>2008</strong><br />

SIMPÓSIO: 16/SETEMBRO/<strong>2008</strong><br />

Local: Centro de Eventos e Exposições de Londrina, PR<br />

Taxa de inscrição: vide tabela de preços no link:<br />

http://www.fertbio<strong>2008</strong>.com.br/inscricoes.php<br />

Informações: Telefone: (43) 3025-5223<br />

email: fertbio<strong>2008</strong>@fbeventos.com<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 21


4. MAXIMIZAÇÃO DA EFICIÊNCIA E MINIMIZAÇÃO<br />

DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA ADUBAÇÃO<br />

NITROGENADA<br />

Informações gerais:<br />

O evento de um dia contará com quatro palestras sobre os<br />

temas:<br />

(1) Eficiência agronômica de fertilizantes nitrogenados,<br />

Dr. Norman Chien, Consultor Internacional para assuntos<br />

relacionados à fertilidade do solo e fertilizantes;<br />

(2) Pesquisa agronômica no Brasil relacionada a fertilizantes<br />

nitrogenados: situação atual, perspectivas e necessidades<br />

futuras, Dr. Paulo Trivelin, CENA/USP, e Dr. Heitor Cantarella,<br />

IAC;<br />

(3) A influência do manejo dos fertilizantes nitrogenados<br />

no ambiente, Dr. Cliff S. Snyder, Diretor do Programa<br />

Nitrogênio IPNI, Estados Unidos;<br />

(4) Aspectos práticos da adubação nitrogenada na cana-deaçúcar,<br />

Dr. Godofredo César Vitti e Dr. Arnaldo Rodella,<br />

ESALQ/USP.<br />

Ao final, haverá um debate geral com duração de até uma hora.<br />

Promoção/Organização: FEALQ, GAPE-ESALQ/USP, Honeywell,<br />

IPNI Brasil<br />

Data: 23/SETEMBRO/<strong>2008</strong><br />

Local: ESALQ/USP<br />

Taxa de inscrição: R$ 50,00 (profissionais)<br />

R$ 25,00 (estudantes)<br />

Informações: GAPE, ESALQ/USP<br />

Telefone: (19) 3417-2138<br />

email: gape@esalq.usp.br<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

OUTROS EVENTOS ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

1. SIMPÓSIO DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DA CANA-DE-<br />

AÇÚCAR<br />

Local: Departamento de Engenharia Rural, ESALQ/USP,<br />

Piracicaba, SP<br />

Data: 16 e 17/ABRIL/<strong>2008</strong><br />

Informações: Maria Eugênia - CDT/FEALQ<br />

Fone: (19) 3417-6604<br />

Website: www.fealq.org.br<br />

Email: fealq@fealq.org.br<br />

2. SIMPÓSIO DE NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO<br />

Local: Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP,<br />

Piracicaba, SP<br />

Data: 23 a 25/ABRIL/<strong>2008</strong><br />

Informações: idem item 1<br />

3. AGRISHOW Ribeirão Preto <strong>2008</strong><br />

Local: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios<br />

do Centro-Leste, Anel Viário km 321, Ribeirão<br />

Preto, SP<br />

Data: 28/ABRIL a 03/MAIO/<strong>2008</strong><br />

Informações: Publiê Publicações e Eventos<br />

Fone: (11) 5591-6300<br />

Website: www.agrishow.com.br<br />

Email: agrishow@agrishow.com.br<br />

4. I SIMPÓSIO DE CERTIFICAÇÃO DE CAFÉS<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

Local: Espaço Cultural da URCA, Praça Getúlio Vargas, s/n,<br />

Poços de Caldas, MG<br />

Data: 1 a 21/MAIO/<strong>2008</strong><br />

Informações: IAC<br />

Fone: (19) 3241-5188 ramal 366<br />

Website: www.iac.sp.gov.br<br />

Email: recepcao@phisaeventos.com.br<br />

5. I SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ECOFISIOLOGIA,<br />

MATURAÇÃO E MATURADORES EM CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Local: UNESP-FCA, Botucatu, SP<br />

Data: 13 a 15/MAIO/<strong>2008</strong><br />

Informações: Eng o Agr o Fabio Ioshio Kagi<br />

Fone: (14) 3811-7263, ramal 202<br />

Email: fabio@phytuseventos.com.br<br />

6. IV SIMPÓSIO DA CULTURA DA SOJA<br />

Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da ESALQ/USP,<br />

Piracicaba, SP<br />

Data: 01 a 03/JULHO/<strong>2008</strong><br />

Informações: idem item 1<br />

7. 11º ENCONTRO NACIONAL DE PLANTIO DIRETO NA<br />

PALHA<br />

Local: Parque de Exposições Gov. Ney Braga, Londrina, PR<br />

Data: 02 a 04/JULHO/<strong>2008</strong><br />

Informações: FEBRAPDP<br />

Fone: (42) 3223-9107<br />

Website: www.febrapdp.org.br<br />

Email: febrapdp@uol.com.br<br />

8. XXVII CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO<br />

Local: Centro de Exposições e Eventos de Londrina, PR<br />

Data: 31/AGOSTO a 04/SETEMBRO/<strong>2008</strong><br />

Informações: FB Eventos<br />

Website: www.cnmslondrina.com.br/<br />

Email: cnmslondrina@fbeventos.com<br />

9. 25º SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM<br />

Local: Departamento de Zootecnia, ESALQ/USP, Piracicaba, SP<br />

Data: 02 a 04/SETEMBRO/<strong>2008</strong><br />

Informações: idem item 4<br />

22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>


PUBLICAÇÕES RECENTES<br />

1. TECNOLOGIA E PRODUÇÃO: MILHO SAFRINHA E CUL-<br />

TURAS DE INVERNO <strong>2008</strong><br />

Conteúdo: Precipitações pluviométricas; fertilidade do solo e adubação<br />

na cultura do milho safrinha; consórcio milho<br />

safrinha/pastagem; fases de desenvolvimento da cultura<br />

do milho; tipos de cultivares de milho; resultados<br />

de experimentação e campos demonstrativos de<br />

milho safrinha; pragas do milho safrinha; aplicação<br />

foliar de fungicidas químicos na cultura do milho<br />

safrinha; estimativa de custo de produção da cultura<br />

do milho safrinha; resultados de experimentação e<br />

campos demonstrativos de trigo - inverno 2007; cultura<br />

do crambe; sorgo.<br />

Número de páginas: 92<br />

Pedidos: Fundação MS<br />

Website: www.fundacaoms.com.br<br />

2. TECNOLOGIA E PRODUÇÃO: SOJA E MILHO 2007/<strong>2008</strong><br />

Conteúdo: Precipitação pluviométrica MS; fertilidade do solo na<br />

cultura da soja; resultados de experimentação e campos<br />

demonstrativos de soja; programação de plantio<br />

de cultivares soja; fatores importantes para o sucesso<br />

de uma lavoura; soja mais produtiva e tolerante à<br />

seca; plantas daninhas na cultura da soja; pragas da<br />

soja; doenças da cultura da soja; custo de produção<br />

da cultura da soja; fertilidade do solo na cultura do<br />

milho; resultados de experimentação e campos demonstrativos<br />

de milho; espaçamento de milho; pragas<br />

do milho; custo de produção da cultura do milho.<br />

Número de páginas: 180<br />

Pedidos: idem item 1<br />

3. A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FIXAÇÃO BIOLÓ-<br />

GICA DO NITROGÊNIO PARA A CULTURA DA SOJA:<br />

COMPONENTE ESSENCIAL PARA A COMPETITIVIDADE<br />

DO PRODUTO BRASILEIRO<br />

(EMBRAPA. Documentos, 283)<br />

Autores: M. Hungria; R. J. Campo; I. C. Mendes; 2007.<br />

Conteúdo: Resultados de pesquisas que vêm sendo conduzidas<br />

para maximizar o processo de fixação biológica do<br />

nitrogênio com a cultura da soja.<br />

Número de páginas: 80<br />

Pedidos: Embrapa Soja<br />

Email: sac@cnpso.embrapa.br<br />

4. ATUALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Editores: S. V. Segato; A. S. Pinto; E. Jendiroba; J. C. M. Nóbrega;<br />

2007.<br />

Conteúdo: Morfologia e ecofisiologia; variedades; planejamento;<br />

adubação e plantio; irrigação; fitossanidade; colheita;<br />

ambiente; qualidade e subprodutos; cana forrageira;<br />

terminologia e futuro.<br />

Número de páginas: 415<br />

Preço: R$ 68,00<br />

Pedidos: LIVROCERES<br />

Website: livroceres@livroceres.com.br<br />

5. TÓPICOS EM CIÊNCIA DO SOLO - volume 5<br />

Editores: C. A. Ceretta; L. S. e Silva; J. M. Reichert; 2007.<br />

Conteúdo: A evolução da vida e as funções do solo no ambiente;<br />

compactação do solo em sistemas agropecuários e<br />

florestais: identificação, efeitos, limites críticos e<br />

mitigação; heavy metal transport modelling in soil:<br />

sorption/desorption phenomena; perspectivas e limitações<br />

da modelagem da dinâmica da matéria orgânica;<br />

micorrizas e degradação do solo: caracterização, efeitos<br />

e ação recuperadora; acidez e calagem em solos do<br />

Sul do Brasil: aspectos históricos e perspectivas futuras;<br />

sistema plantio direto: evolução e implicações sobre<br />

a conservação do solo e da água; redação em inglês de<br />

artigos sobre solos e nutrição de plantas; uso de microrganismos<br />

para a remediação de metais.<br />

Número de páginas: 496<br />

Preço: R$ 50,00<br />

Pedidos: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo<br />

Webmail: www.sbcs.org.br<br />

6. MUDANÇAS GLOBAIS DO CLIMA - IAPAR e SEAB em busca<br />

de soluções<br />

(IAPAR. Documentos, 29)<br />

Coordenadora: Dalziza de Oliveira; 2007<br />

Conteúdo: Mudanças globais do clima; efeito estufa; quais os<br />

principais impactos previstos?; possibilidades de<br />

mitigação: projetos de desenvolvimento limpo; como<br />

conviver com os impactos das mudanças climáticas<br />

na agricultura; como você pode ajudar a reduzir o<br />

aquecimento global.<br />

Número de páginas: 24<br />

Preço: R$ 5,00 (gratuito por meio eletrônico)<br />

Pedidos: idem item 6<br />

7. PRODUÇÃO DE SEMENTES EM PEQUENAS PROPRIEDADES<br />

(IAPAR. Circular Técnica, 129)<br />

Coordenador: Alberto S. do Rego Barros; 2007.<br />

Conteúdo: Produção no campo e processamento de sementes;<br />

conservação das sementes; avaliação da qualidade<br />

das sementes.<br />

Número de páginas: 98<br />

Preço: R$ 5,00<br />

Pedidos: Instituto Agronômico do Paraná - ADT<br />

Email: adt@iapar.br<br />

8. O AGRONEGÓCIO DO PALMITO NO BRASIL<br />

(IAPAR. Circular Técnica, 130)<br />

Autores: A. S. Rodrigues; M. E. Durigan; 2007.<br />

Conteúdo: A produção e a exportação de palmito no Brasil; o<br />

consumo de palmito no Brasil; produção e exportação<br />

de palmito em outros países; caracterização do<br />

agronegócio do palmito no Brasil; síntese dos preços<br />

do palmito e dos produtos concorrentes.<br />

Número de páginas: 131<br />

Preço: R$ 10,00<br />

Pedidos: Idem item 6<br />

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong> 23


Ponto de Vista<br />

MODIFICANDO O PRESENTE E DECIDINDO O FUTURO<br />

Luís Ignácio Prochnow<br />

Este número do nosso Jornal apresenta artigo histórico<br />

e ao mesmo tempo de visão sobre o futuro. O<br />

artigo O Futuro da Nutrição de <strong>Plant</strong>as tendo em<br />

vista Aspectos Agronômicos, Econômicos e Ambientais é uma obra<br />

histórica pelo conteúdo e por ter sido praticamente a última produção<br />

do Professor Eurípedes Malavolta. Ao mesmo tempo, é uma<br />

obra de visão do mestre sobre o que está por vir e como nos prepararmos<br />

para os desafios futuros.<br />

Outros dois artigos nos remetem para aspectos atuais fundamentais,<br />

com desdobramentos futuros. As internacionalmente<br />

discutidas Fertilizer Best Management Practices (FBMPs), ou em<br />

português, Melhores Práticas de Manejo de Fertilizantes (MPMFs),<br />

vêm no sentido de conciliar e direcionar. A readequação das<br />

práticas de manejo de fertilizantes à luz dos conhecimentos adquiridos,<br />

considerando os importantes aspectos ambientais que surgem,<br />

é solução sábia, oportuna, e que reverte um problema aparente<br />

em seqüência responsável de manejo de nutrientes com<br />

considerações adequadas sobre os aspectos agronômicos, econômicos<br />

e ambientais. Que todos se preparem, então, com intensidade,<br />

para aplicar os produtos fertilizantes corretos, nas quantidades<br />

certas, na época adequada e no local o mais preciso<br />

possível.<br />

Outro artigo aprofunda um pouco mais a questão sobre os<br />

fertilizantes e o ambiente. Trata-se de uma obra inicial a levantar o<br />

estado atual da área. Todos sabemos que existirão novas normas<br />

sobre fertilizantes e ambiente e é melhor que estejamos engajados<br />

no processo de tomada de decisão para evitar normas que não<br />

contemplem o contexto geral adequado da produção de alimentos,<br />

fibras e energia renovável.<br />

O destino realmente reserva surpresas incríveis e inimagináveis.<br />

Não poderia supor que me caberia a responsabilidade de<br />

comentar sobre o último artigo escrito pelo nosso querido e já saudoso<br />

Professor Malavolta. Aqui vem um breve relato de como isto se<br />

sucedeu. Em Novembro último, fiz uma visita de cortesia ao Professor<br />

e na oportunidade o convidei para escrever o artigo principal daquele<br />

que seria, na época, como novo diretor do IPNI Brasil, o meu primeiro<br />

número do Jornal Informações Agronômicas (IA 121, <strong>Março</strong> de <strong>2008</strong>).<br />

Ele aceitou de pronto e agora sabemos que durante quase dois<br />

meses se dedicou à tarefa. Os relatos de pessoas próximas são impressionantes<br />

e mostram, uma vez mais, a enorme dedicação do Professor<br />

aos assuntos da Nutrição Mineral de <strong>Plant</strong>as e aos colegas de<br />

profissão. O mais comovente deles foi o de sua filha, Maria Fernanda,<br />

que narrou sobre suas dificuldades ao final e ao mesmo tempo a<br />

ansiedade do Professor por ver o artigo completo.<br />

Somos, sem dúvida, de uma forma ou de outra, todos discípulos<br />

do Professor Malavolta. Aprendemos com ele ou através de<br />

outros que com ele aprenderam. Vários sentimentos surgem em<br />

momentos como este. Um deles, sem dúvida, é o de profunda gratidão<br />

e, concomitante, o da responsabilidade por continuar a ensinar,<br />

pesquisar e divulgar de forma coerente e responsável a disciplina e<br />

a área de Nutrição de <strong>Plant</strong>as, área esta na qual o Professor Malavolta<br />

foi um mestre sem substituto.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE<br />

Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254<br />

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil<br />

LUÍS IGNÁCIO PROCHNOW - Diretor, Eng o Agr o , Doutor em Agronomia<br />

E-mail: lprochnow@ipni.net Website: www.ipni.net<br />

Impresso<br />

Especial<br />

1.74.18.0217-0 - DR/SPI<br />

IPNI<br />

DEVOLUÇÃO<br />

CORREIOS<br />

AFILIADAS DO IPNI<br />

• Agrium Inc.<br />

• Arab Potash Company<br />

• Belarusian Potash Company<br />

• Bunge Fertilizantes S.A.<br />

• CF Industries Holding, Inc.<br />

• Intrepid Mining, LLC.<br />

• K+S Kali GmbH<br />

• Mosaic<br />

• Office Chérifien des Phosphates Group<br />

• PotashCorp<br />

• Saskferco<br />

• Simplot<br />

• Sinofert Holdings Limited<br />

• SQM<br />

• Terra Industries, Inc.<br />

• Uralkali<br />

• Foundation for Agronomic Research<br />

• <strong>International</strong> Fertilizer Industry Association<br />

• The Fertilizer <strong>Institute</strong><br />

24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 121 – MARÇO/<strong>2008</strong>

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