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15 - Instituto Politécnico de Viseu

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POLITÉCNICO DE VISEU<br />

ABRIU PORTAS<br />

AO DIÁLOGO INTER-CULTURAL E INTER-RELIGIOSO<br />

16<br />

Ester Araújo<br />

Comunicação, Cultura e Documentação - IPV<br />

earaujo@pres.ipv.pt<br />

A “construção” do Colóquio “Diálogo<br />

Inter-Cultural e Inter-Religioso: Pontes para<br />

uma Nova Cidadania” procurou “encontrar<br />

nos representantes das três Religiões do<br />

Livro, D. Ilídio Leandro, Dr. David Munir e Dr.<br />

Samuel Levy, os protagonistas i<strong>de</strong>ais para<br />

promover as pontes <strong>de</strong> compreensão e<br />

respeito, <strong>de</strong> reconciliação e <strong>de</strong> entendimento<br />

na diversida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>verá unir a socieda<strong>de</strong><br />

portuguesa, no seu todo e os jovens, pelo<br />

exemplo, em particular. Daí a presença da<br />

Dr.ª Maria <strong>de</strong> Jesus Barroso, figura<br />

incontornável na luta pelos direitos humanos<br />

e pela liberda<strong>de</strong> e dignida<strong>de</strong> individuais, bem<br />

como da representante da European Youth<br />

Press em Portugal”.<br />

Estas as palavras <strong>de</strong> Maria Teresa Antas <strong>de</strong> Barros,<br />

Coor<strong>de</strong>nadora do Curso <strong>de</strong> Comunicação Social da Escola Superior<br />

<strong>de</strong> Educação do <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong>, numa explicação<br />

das intenções que presidiram à organização <strong>de</strong>sta iniciativa,<br />

realizada na Aula Magna do Politécnico <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong>, no passado mês<br />

<strong>de</strong> Junho.<br />

O evento foi aberto pelo Presi<strong>de</strong>nte do IPV, Fernando<br />

Sebastião que, a propósito, teceu algumas consi<strong>de</strong>rações sobre<br />

a “forte influência das religiões na cultura dos povos” e sua relação<br />

com a política. Para este responsável, “promover iniciativas <strong>de</strong><br />

diálogo inter-cultural e inter-religioso significa estimular a<br />

colaboração em temas <strong>de</strong> interesse recíproco, como a dignida<strong>de</strong><br />

da pessoa humana, a busca do bem comum, a construção da paz<br />

e do <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />

Foi assim que, aludindo à missão do IPV, Fernando<br />

Sebastião fundamentou, na altura, que o contributo que a Instituição<br />

a que presi<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> dar à socieda<strong>de</strong> “passa, não só, pela<br />

criação e transmissão <strong>de</strong> conhecimentos mas também pela difusão<br />

cultural, científica e tecnológica; pela realização <strong>de</strong> acções <strong>de</strong><br />

carácter pedagógico, técnico, científico e cultural em colaboração<br />

com os diversos sectores sociais”, sendo nesse “contexto que<br />

se enquadra esta iniciativa”.<br />

Os três lí<strong>de</strong>res religiosos presentes, D. Ilídio Leandro,<br />

Bispo <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong>, o Dr. David Munir, Imã da Mesquita <strong>de</strong> Lisboa e o<br />

Dr. Samuel Levy, da Comunida<strong>de</strong> Judaica <strong>de</strong> Portugal foram<br />

unânimes quanto à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que no nosso país existe “tolerância<br />

religiosa” o que torna possível o diálogo entre as diversas religiões.<br />

Para David Munir, os muçulmanos resi<strong>de</strong>ntes em Portugal<br />

querem manter o diálogo inter-religioso e inter-cultural existente<br />

neste país. Frisou também que “quem não conhece o Islão tem<br />

medo”, mas isso muito por causa da falta <strong>de</strong> conhecimento, que<br />

se tem procurado combater.<br />

Samuel Levy, por seu turno, relevou que é a juventu<strong>de</strong> que<br />

“tem nas mãos a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aclarar o <strong>de</strong>sconhecimento que há<br />

em torno das religiões”.<br />

O Bispo <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong>, referiu-se, entre outros pontos, aos “muros”<br />

que se foram erguendo, motivo <strong>de</strong> exclusão e intolerância e recordou<br />

que “nenhuma religião ou i<strong>de</strong>ologia é dona do mundo”.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Jesus Barroso “estamos todos do<br />

mesmo lado”, sendo necessário “modificar o mundo com amor para que<br />

possa haver paz e solidarieda<strong>de</strong>”, acentuando a importância da<br />

“transmissão <strong>de</strong> valores”.<br />

Cláudia Köver <strong>de</strong>ixou também o testemunho da sua experiência<br />

e vivência pessoais.<br />

“...os ambientes académicos”<br />

são o “palco i<strong>de</strong>al para esta reflexão”<br />

Na hora do balanço, que consi<strong>de</strong>rou muito positivo, e reportandose<br />

aos motivos que nortearam a realização do Colóquio, Maria Teresa<br />

Antas <strong>de</strong> Barros assegurou que, “apesar do número <strong>de</strong> conferências e<br />

<strong>de</strong>bates dos últimos anos continua a existir na socieda<strong>de</strong> portuguesa um<br />

défice <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong>bate intelectual que alerte a consciência colectiva<br />

e torne visível, através <strong>de</strong> uma tribuna permanente, este tipo <strong>de</strong> questões.<br />

Preocupados que estamos com um diálogo saudável e com uma<br />

convivência harmoniosa, com o entendimento inter-religioso e interétnico,<br />

pensamos serem os ambientes académicos, o palco i<strong>de</strong>al para esta<br />

reflexão”. E prosseguiu: “A Organização das Nações Unidas na sua<br />

célebre Declaração Universal dos Direitos Humanos, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Dezembro<br />

<strong>de</strong> 1948, dispôs pelo seu Artigo 18º que: “Todo o homem tem direito à<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, consciência e religião. Que este direito inclui a<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> religião ou <strong>de</strong> crença e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestar<br />

essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela<br />

Continua na Pág. 20

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