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Uma experiência sobre o ensino de sistemas lineares - Ufrgs.br

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<strong>Uma</strong> experiência<<strong>br</strong> />

<strong>so<strong>br</strong>e</strong> o <strong>ensino</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong><<strong>br</strong> />

Adaptado do artigo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Maria Cristina Costa Ferreira<<strong>br</strong> />

Maria Laura Magalhães Gomes<<strong>br</strong> />

O estudo dos <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> está sempre<<strong>br</strong> />

presente nos programas <strong>de</strong> Matemática do<<strong>br</strong> />

<strong>ensino</strong> médio. Entretanto, seu significado<<strong>br</strong> />

geométrico, tratado no artigo So<strong>br</strong>e o <strong>ensino</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong>, pelo Prof. Elon Lages<<strong>br</strong> />

Lima, é comumente <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado.<<strong>br</strong> />

Por meio <strong>de</strong> nossas observações e dos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> alguns participantes <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

curso <strong>de</strong> aperfeiçoamento <strong>de</strong> professores,<<strong>br</strong> />

preten<strong>de</strong>mos mostrar como a interpretação<<strong>br</strong> />

geométrica po<strong>de</strong> contribuir para uma melhor<<strong>br</strong> />

compreensão do estudo dos <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong>.<<strong>br</strong> />

Procuramos, a seguir, mostrar algumas<<strong>br</strong> />

percepções dos professores durante a<<strong>br</strong> />

experiência do curso, com base nas<<strong>br</strong> />

observações feitas em sala <strong>de</strong> aula e nos<<strong>br</strong> />

trabalhos por eles apresentados.<<strong>br</strong> />

A análise feita pelos professores<<strong>br</strong> />

Dois aspectos <strong>de</strong>stacaram-se: a interpretação<<strong>br</strong> />

geométrica dos <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong><<strong>br</strong> />

3× 3 e a opção a ser feita entre os métodos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resolução <strong>de</strong>sses <strong>sistemas</strong> − regra <strong>de</strong> Cramer<<strong>br</strong> />

ou escalonamento? A seguir comentamos cada<<strong>br</strong> />

um <strong>de</strong>sses aspectos separadamente.<<strong>br</strong> />

55


(1) Interpretação geométrica dos <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 × 3<<strong>br</strong> />

Segundo os professores, não é <strong>de</strong> fato usual interpretar<<strong>br</strong> />

geometricamente os <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 × 3, embora essa interpretação<<strong>br</strong> />

seja, em geral, realizada para <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> <strong>de</strong> duas equações e<<strong>br</strong> />

duas incógnitas, quando se faz seu estudo na 7 a série do <strong>ensino</strong> fundamental.<<strong>br</strong> />

Nesse caso, cada equação do sistema<<strong>br</strong> />

a 1<<strong>br</strong> />

x + b 1<<strong>br</strong> />

y = c 1<<strong>br</strong> />

a 2<<strong>br</strong> />

x + b 2<<strong>br</strong> />

y = c 2<<strong>br</strong> />

representa uma reta, e as posições relativas <strong>de</strong> duas retas no plano são:<<strong>br</strong> />

(a) retas concorrentes;<<strong>br</strong> />

(b) retas paralelas;<<strong>br</strong> />

(c) retas coinci<strong>de</strong>ntes.<<strong>br</strong> />

Nos casos (a), (b) e (c), o sistema possui solução única, não possui<<strong>br</strong> />

solução ou possui infinitas soluções, respectivamente.<<strong>br</strong> />

Já para <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 × 3 da forma<<strong>br</strong> />

a 1<<strong>br</strong> />

x + b 1<<strong>br</strong> />

y + c 1<<strong>br</strong> />

z = d 1<<strong>br</strong> />

(1)<<strong>br</strong> />

a 2<<strong>br</strong> />

x + b 2<<strong>br</strong> />

y + c 2<<strong>br</strong> />

z = d 2<<strong>br</strong> />

(2)<<strong>br</strong> />

a 3<<strong>br</strong> />

x+ b 3<<strong>br</strong> />

y + c 3<<strong>br</strong> />

z = d 3<<strong>br</strong> />

(3)<<strong>br</strong> />

as equações (1), (2), (3) representam planos π 1<<strong>br</strong> />

, π 2<<strong>br</strong> />

e π no espaço tridimensional.<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Entretanto, as possibilida<strong>de</strong>s para as posições dos três planos são oito.<<strong>br</strong> />

Quatro <strong>de</strong>las correspon<strong>de</strong>m a <strong>sistemas</strong> impossíveis (nenhuma solução),<<strong>br</strong> />

três, a <strong>sistemas</strong> in<strong>de</strong>terminados (*) (infinitas soluções), e uma, a <strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

que têm uma única solução.<<strong>br</strong> />

Os <strong>de</strong>poimentos abaixo mostram que essa abordagem geométrica torna<<strong>br</strong> />

o assunto mais interessante e dá maior segurança para quem o ensina.<<strong>br</strong> />

(*)<<strong>br</strong> />

Nota<<strong>br</strong> />

Embora esse seja o nome usual, na verda<strong>de</strong> o conjunto-solução <strong>de</strong>sses <strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

está completamente <strong>de</strong>terminado, apesar <strong>de</strong> ter infinitos elementos.<<strong>br</strong> />

56


Professor A<<strong>br</strong> />

“Trabalho com uma turma, do 2 o ano do <strong>ensino</strong><<strong>br</strong> />

médio, muito interessada em estudar. Quando ia<<strong>br</strong> />

introduzir Sistemas Lineares, fiz uma revisão <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

do 1 o grau com duas variáveis vistos na 7 a série do <strong>ensino</strong><<strong>br</strong> />

fundamental. Os alunos fizeram várias perguntas <strong>so<strong>br</strong>e</strong><<strong>br</strong> />

os tipos <strong>de</strong> solução. Fiz os gráficos das equações e<<strong>br</strong> />

mostrei as retas paralelas, coinci<strong>de</strong>ntes e concorrentes para justificar as<<strong>br</strong> />

soluções. Se não tivesse feito esse curso, teria ficado em ‘apuros’ com 3<<strong>br</strong> />

variáveis e 3 equações. Eles também me perguntaram como representálos<<strong>br</strong> />

graficamente.”<<strong>br</strong> />

Professor B<<strong>br</strong> />

“Estou sabendo fazer a interpretação geométrica dos problemas, e<<strong>br</strong> />

isso me <strong>de</strong>ixa mais à vonta<strong>de</strong>. Antigamente, sabia fazer alge<strong>br</strong>icamente,<<strong>br</strong> />

mas ficava uma lacuna, um vazio, faltava a interpretação.”<<strong>br</strong> />

Os comentários feitos po<strong>de</strong>m ser sistematizados assim: ao associar um<<strong>br</strong> />

plano a cada equação do sistema linear 3 × 3, a abordagem geométrica<<strong>br</strong> />

permite distingüir tipos diferentes <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> in<strong>de</strong>terminados e impossíveis.<<strong>br</strong> />

Analisando as possibilida<strong>de</strong>s para as posições relativas <strong>de</strong> três planos no<<strong>br</strong> />

espaço, os professores perceberam que:<<strong>br</strong> />

1. No caso dos <strong>sistemas</strong> in<strong>de</strong>terminados, as infinitas soluções po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

os pontos <strong>de</strong> um plano ou <strong>de</strong> uma reta.<<strong>br</strong> />

2. No caso dos <strong>sistemas</strong> impossíveis, a inexistência <strong>de</strong> soluções po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ocorrer <strong>de</strong> maneiras distintas: dois ou três planos po<strong>de</strong>m ser paralelos<<strong>br</strong> />

entre si ou os três planos po<strong>de</strong>m se interceptar dois a dois, segundo<<strong>br</strong> />

retas paralelas.<<strong>br</strong> />

Ilustremos essas situações com alguns exemplos.<<strong>br</strong> />

Exemplo 1<<strong>br</strong> />

O sistema x − y + z = 1 (1)<<strong>br</strong> />

2x −2y + 2z = 2 (2)<<strong>br</strong> />

3x −3y + 3z = 3 (3)<<strong>br</strong> />

possui infinitas soluções, pois todos os ternos or<strong>de</strong>nados <strong>de</strong> números<<strong>br</strong> />

reais da forma (a, b, 1 −a + b) satisfazem as suas três equações. Vemos<<strong>br</strong> />

imediatamente que cada equação po<strong>de</strong> ser obtida a partir <strong>de</strong> qualquer<<strong>br</strong> />

57


outra, por meio da multiplicação por uma constante. Portanto,<<strong>br</strong> />

geometricamente, (1), (2) e (3) representam o mesmo plano π, e as<<strong>br</strong> />

infinitas soluções nesse caso são os pontos <strong>de</strong> π.<<strong>br</strong> />

Exemplo 2<<strong>br</strong> />

π 1<<strong>br</strong> />

= π 2<<strong>br</strong> />

= π 3<<strong>br</strong> />

= π<<strong>br</strong> />

O sistema<<strong>br</strong> />

x + y + z = 1 (1)<<strong>br</strong> />

2x + 2y + 2z = 2 (2)<<strong>br</strong> />

z = 0 (3)<<strong>br</strong> />

também possui infinitas soluções, já que os ternos or<strong>de</strong>nados do tipo<<strong>br</strong> />

(a, 1 − a, 0), em que a é real, satisfazem as três equações. Contudo, a<<strong>br</strong> />

interpretação geométrica é diferente da do exemplo 1.<<strong>br</strong> />

De fato, (1) e (2) representam o mesmo plano π anterior, mas (3)<<strong>br</strong> />

representa um outro plano, π 3<<strong>br</strong> />

, que intersecta π, segundo a reta r. (No<<strong>br</strong> />

espaço, dois planos não coinci<strong>de</strong>ntes e não paralelos têm como interseção<<strong>br</strong> />

uma reta.) Ao fazer a variar no conjunto dos números reais, obtemos<<strong>br</strong> />

todos os pontos <strong>de</strong>ssa reta.<<strong>br</strong> />

π 1<<strong>br</strong> />

= π 2<<strong>br</strong> />

= π<<strong>br</strong> />

π ∩ π 3<<strong>br</strong> />

= r<<strong>br</strong> />

Os exemplos acima mostram duas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> “in<strong>de</strong>terminação”.<<strong>br</strong> />

Vejamos agora dois exemplos distintos <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> impossíveis.<<strong>br</strong> />

58


Exemplo 3<<strong>br</strong> />

O sistema x + y + z = 0 (1)<<strong>br</strong> />

x + y + z = 1 (2)<<strong>br</strong> />

x + y + z = 2 (3)<<strong>br</strong> />

claramente não possui solução.<<strong>br</strong> />

A situação geométrica correspon<strong>de</strong> ao caso em que os três planos<<strong>br</strong> />

π 1<<strong>br</strong> />

, π 2<<strong>br</strong> />

e π 3<<strong>br</strong> />

são paralelos, já que não existe um terno or<strong>de</strong>nado real<<strong>br</strong> />

(x, y, z) que satisfaça simultaneamente quaisquer duas <strong>de</strong>ssas equações.<<strong>br</strong> />

π 1<<strong>br</strong> />

// π 2<<strong>br</strong> />

// π 3<<strong>br</strong> />

Exemplo 4<<strong>br</strong> />

O sistema<<strong>br</strong> />

2x −3y + 2z = 2 (1)<<strong>br</strong> />

3x −2y + 4z = 2 (2)<<strong>br</strong> />

4x − y + 6z = 3 (3)<<strong>br</strong> />

também não possui solução.<<strong>br</strong> />

<strong>Uma</strong> maneira simples <strong>de</strong> verificarmos esse fato é, por exemplo,<<strong>br</strong> />

somar as equações (1) e (3) e comparar o resultado com a equação (2).<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando agora os <strong>sistemas</strong> formados por (1) e (2), (1) e (3) e<<strong>br</strong> />

por (2) e (3), po<strong>de</strong>mos concluir que π 1 ∩ π 2<<strong>br</strong> />

é uma reta r, π 1<<strong>br</strong> />

∩ π 3<<strong>br</strong> />

é<<strong>br</strong> />

uma reta s e π 2<<strong>br</strong> />

∩ π 3<<strong>br</strong> />

é uma reta t.<<strong>br</strong> />

Verifiquemos que r, s e t são paralelas.<<strong>br</strong> />

Os pontos <strong>de</strong> r satisfazem (1) e (2), logo não satisfazem (3), pois o<<strong>br</strong> />

sistema é impossível. Portanto, temos r paralela a π 3<<strong>br</strong> />

. Como s está contida<<strong>br</strong> />

59


em π 3<<strong>br</strong> />

, temos que r e s não se cortam; logo são paralelas, já que ambas<<strong>br</strong> />

estão contidas em π 1<<strong>br</strong> />

. De modo análogo, vemos que s é paralela a t.<<strong>br</strong> />

Portanto, a interpretação geométrica do sistema é que os planos<<strong>br</strong> />

representados por suas equações se intersectam dois a dois segundo três<<strong>br</strong> />

retas paralelas.<<strong>br</strong> />

π 1<<strong>br</strong> />

∩ π 2<<strong>br</strong> />

= r π 1<<strong>br</strong> />

∩ π 3<<strong>br</strong> />

= s π 2<<strong>br</strong> />

∩ π 3<<strong>br</strong> />

= t r // s // t<<strong>br</strong> />

Figura 4<<strong>br</strong> />

2) Regra <strong>de</strong> Cramer × escalonamento<<strong>br</strong> />

Os professores também <strong>de</strong>monstraram interesse na questão da<<strong>br</strong> />

opção pelo método <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 × 3.<<strong>br</strong> />

A regra <strong>de</strong> Cramer (Ga<strong>br</strong>iel Cramer, 1704-1752) para resolver <strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

<strong>lineares</strong> só po<strong>de</strong> ser aplicada no caso em que o <strong>de</strong>terminante da matriz<<strong>br</strong> />

dos coeficientes das incógnitas do sistema é não nulo. Essa situação<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong> ao caso em que os três planos se intersectam num ponto e o<<strong>br</strong> />

sistema tem solução única. Entretanto vários livros afirmam, erroneamente,<<strong>br</strong> />

que um sistema que possui nulos todos os <strong>de</strong>terminantes da regra <strong>de</strong> Cramer<<strong>br</strong> />

é in<strong>de</strong>terminado.<<strong>br</strong> />

Com relação à discussão <strong>so<strong>br</strong>e</strong> a utilização incorreta da regra <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Cramer, os professores também se manifestaram. Vários <strong>de</strong>les citaram<<strong>br</strong> />

livros em que aparece a afirmativa acima e admitiram que já haviam<<strong>br</strong> />

cometido tal erro ao ensinar. A interpretação geométrica dos <strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

<strong>lineares</strong> possibilitou-lhes perceber claramente a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa afirmativa<<strong>br</strong> />

por meio <strong>de</strong> exemplos que eles mesmos souberam construir. Vejamos um<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sses exemplos.<<strong>br</strong> />

60


Exemplo 5<<strong>br</strong> />

O sistema<<strong>br</strong> />

x + y + z = 0 (1)<<strong>br</strong> />

x + y + z = 1 (2)<<strong>br</strong> />

x + y + z = 2 (3)<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rado no exemplo 3, claramente não possui solução (os três planos<<strong>br</strong> />

são paralelos). Entretanto, os <strong>de</strong>terminantes utilizados na regra <strong>de</strong> Cramer<<strong>br</strong> />

são todos nulos, pois as matrizes possuem pelo menos duas colunas iguais.<<strong>br</strong> />

A partir do curso, os professores passaram a dar mais ênfase ao<<strong>br</strong> />

método <strong>de</strong> escalonamento, mais geral, tendo adotado essa prática em<<strong>br</strong> />

suas salas <strong>de</strong> aula, como mostram os seguintes relatos.<<strong>br</strong> />

Professor C<<strong>br</strong> />

“Este curso me ajudou muito, principalmente na resolução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 x 3, com os quais antes trabalhava, usando<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminantes e quando encontrava todos os <strong>de</strong>terminantes iguais a<<strong>br</strong> />

zero, classificava o sistema como in<strong>de</strong>terminado, cometendo o mesmo<<strong>br</strong> />

erro <strong>de</strong> alguns autores. Após o curso passei a resolver <strong>sistemas</strong> com<<strong>br</strong> />

meus alunos, usando o escalonamento. Tenho mais clareza e segurança<<strong>br</strong> />

ao abordar o assunto.”<<strong>br</strong> />

Professor D<<strong>br</strong> />

“Apesar <strong>de</strong> não ter mencionado a resolução <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> por Cramer<<strong>br</strong> />

quando ∆ = 0, alguns alunos repetentes apresentaram soluções com a<<strong>br</strong> />

teoria errada. A referência ao assunto que vi no curso ajudou-me a<<strong>br</strong> />

perceber e a comentar o erro. Acredito que no próximo ano eu<<strong>br</strong> />

apresentarei esse assunto <strong>de</strong> forma melhor.”<<strong>br</strong> />

61


Conclusão<<strong>br</strong> />

A associação dos <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 3 × 3 com a Geometria Espacial<<strong>br</strong> />

foi, como vimos, uma surpresa para os professores, que logo pensaram<<strong>br</strong> />

um modo <strong>de</strong> adaptar tal interpretação à realida<strong>de</strong> da sala <strong>de</strong> aula.<<strong>br</strong> />

Alguns pon<strong>de</strong>raram que, apesar do estudo <strong>de</strong> retas e planos no espaço<<strong>br</strong> />

ser feito após o <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong>, é possível apresentar aos alunos a<<strong>br</strong> />

associação geométrica, <strong>de</strong> maneira simples. Consi<strong>de</strong>raram importante a<<strong>br</strong> />

analogia com o estudo <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong> <strong>lineares</strong> 2 × 2, que é feito no <strong>ensino</strong><<strong>br</strong> />

fundamental. Esse exemplo é, a nosso ver, uma boa ilustração <strong>de</strong> como se<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> enriquecer o trabalho com a Matemática, evitando-se uma visão<<strong>br</strong> />

compartimentada, presente muitas vezes entre os professores.<<strong>br</strong> />

Ga<strong>br</strong>iel Cramer<<strong>br</strong> />

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