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Avaliação da qualidade da água in-natura dos principais mananciais de<br />
abastecimento da cidade de Cascavel Paraná.<br />
Evaluation of the quality of the water in-natura of the main sources of supplying of<br />
the city of Paraná Rattlesnake.<br />
Jair Bischoff I ; Rosangela A. B. Assumpção II ; Alexandre C. de Moura III<br />
I Discente do curso de Ciências Biológicas FAG, Cascavel, PR. II Docente da Faculdade<br />
Assis Gurgacz (FAG) desde 2001, atuando na área de estatística na graduação e pósgraduação.<br />
III Docente da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel, PR, atuando nas<br />
disciplinas de Microbiologia e Imunologia e orientador do presente estudo.<br />
FAG Avenida das Torres, 500 – CEP 85806-095, Cascavel, PR, Fone 45-3321-3900, e-<br />
mail: www.fag.edu.br<br />
RESUMO:<br />
A quantidade e distribuição podem ameaçar a sobrevivência dos seres vivos. A<br />
contaminação por efluentes orgânicos do tipo doméstico pode torná-la um veículo de<br />
transmissão de enfermidades comprometendo sua qualidade. A água que abastece a<br />
cidade de Cascavel - PR é captada nos rios Cascavel, Peroba e Saltinho. Com o objetivo<br />
de analisar a qualidade microbiológica e físico-química da água desses rios, foram<br />
coletadas 21 amostras de água in-natura, entre setembro/2006 a março/2007. Para<br />
avaliar a qualidade microbiológica e físico-química dessa água, foi utilizando o método<br />
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005), e os meios<br />
de cultura m-Endo Broth e m-Fc Broth Base. Os resultados mostraram que das amostras<br />
coletadas 62% apresentaram contaminação por coliformes 45º e 80% por Coliformes<br />
Totais. Constatou-se que há correlação significativa entre Cor, pH, Turbidez,<br />
Coliformes Totais e Coliformes 45ºC. Existe um grande risco de contaminação da<br />
população quando utiliza água destes mananciais sem nenhum tipo de tratamento e<br />
neste sentido deve-se orientá-los, quanto às condições de higiene e controle de lixo e<br />
esgoto doméstico, além de um controle maior por parte dos órgãos fiscalizadores.<br />
Palavras-chave: Contaminação da população, microbiologia da água, coliformes totais<br />
e coliformes 45ºC.<br />
ABSTRACT<br />
The quality of the water is a universal necessity and its alterations in terms of quality,<br />
amount and distribution can threaten the survival of the beings livings creature. The<br />
contamination for effluent organic of the domestic type can become them a vehicle of<br />
transmission of diseases compromising the quality of water. The water that supplies the<br />
city of Rattlesnake - PR is caught in the rivers Rattlesnake, Peroba and Saltinho. With<br />
the objective to analyze the microbiological quality and physicist-chemistry of the water<br />
of these rivers, 50 water samples had been collected in-natura, between setembro/2006
março/2007. To evaluate the microbiological quality and physicist-chemistry of the<br />
water of these rivers, of Water was using the Standard method Methods will be<br />
Examination and Wastewater (APHA, 2005), and the ways of culture m-Endo Broth and<br />
m-Fc Broth Base. The results had shown that of collected samples 62% they had<br />
presented contamination for coliformes 45º and Total 80% for Coliformes. One<br />
evidenced that it has significant correlation between Color, pH, Turbidez, Coliformes<br />
Totais and Coliformes 45ºC. A great risk of contamination of the population exists<br />
when it uses water of these sources without no type of treatment and in this direction it<br />
must be guided them, how much the conditions of hygiene and control of garbage and<br />
domestic sewer, beyond a bigger control on the part of the agencies fiscalizadores<br />
Keywords: contaminação of the population, total and coliformes microbiology of the<br />
water, coliformes 45ºC.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A água é essencial para a existência e bem-estar do ser humano, devendo ser disponível<br />
em quantidade suficiente e boa qualidade como garantia da manutenção da vida,<br />
(Freitas et al, 2002).<br />
A qualidade da água é vulnerável as condições ambientais a qual está exposta. Sua<br />
preservação é uma necessidade universal, que exige atenção por parte das autoridades e<br />
consumidores em geral, particularmente no que se refere à água dos mananciais,<br />
destinados ao consumo humano, visto que sua contaminação por microrganismos<br />
patogênicos de origem entérica, animal ou humana, pode torná-las um veículo de<br />
transmissão de agentes de doenças infecciosas e parasitárias, (d’Aguila et al, 2000).<br />
A importância do controle e da análise da qualidade da água é fundamental a fim de que<br />
se eliminem os riscos de potencial contaminação da população. Entre os patógenos<br />
disseminados em fontes de água, os patógenos entéricos são os mais frequentemente<br />
encontrados. Como conseqüência, fontes de contaminação fecal em água devido à<br />
atividade humana devem ser estritamente controladas (d’Aguila et al, 2000).<br />
As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou alimentos constituem uma das<br />
principais fontes de morbidade e mortalidade em nosso meio. São responsáveis por<br />
numerosos casos de enterites, diarréias infantis e doenças epidêmicas (como o cólera e a<br />
febre tifóide), que podem resultar casos letais, (Who, 1996, apud d’Águila et al, 2000).
Analisando as características de um manancial, visualiza-se que estão poluídas quando<br />
suas características físicas, químicas e/ou biológicas se encontram alteradas pela ação<br />
antrópicas, de tal modo que sua utilização fica inviabilizada (Campos, 1995).<br />
A qualidade necessária à água distribuída é a potabilidade, ou seja, esta deve ser<br />
adequada ao consumo humano, estando livre de qualquer contaminação, seja esta<br />
microbiológica, química, física ou radioativa, não devendo, em hipótese alguma,<br />
oferecer riscos à saúde humana (Brasil, 2004).<br />
Quando os mananciais de superfície têm a finalidade de abastecimento público e passam<br />
a fazer parte de um sistema de captação, devem-se examinar cuidadosamente todos os<br />
elementos que digam respeito às condições mínimas de qualidade dessa água<br />
(Gasparini, 2001).<br />
Os coliformes totais e coliformes a 45ºC são os indicadores de contaminação mais<br />
usados para monitorar a qualidade da água. Um dos parâmetros utilizados o grupo<br />
coliformes, é o mais apropriado para a avaliação da qualidade da água. Sendo que os<br />
coliformes 45ºC, são capazes de fermentar a lactose com produção de gás, entre 24 e 48<br />
horas a temperaturas entre 44,5ºC a 45,5ºC.<br />
A melhoria do saneamento ambiental e a provisão de água segura são condições<br />
necessárias para a profilaxia dos patógenos, (Braga et al, 2002). Este controle é feito<br />
medindo-se alguns parâmetros como a presença de níveis de coliformes a 45ºC e totais,<br />
além de análises microbiológicas e físico-quimicas.<br />
Considerando a importância da qualidade da água para a sobrevivência dos seres vivos,<br />
este trabalho se propôs a avaliar as águas dos mananciais que abastecem o município de<br />
Cascavel – Pr, tendo como objetivo principal avaliar as condições microbiológicas,<br />
quanto à presença de coliformes totais e 45ºC e a qualidade físico-químico da água innatura<br />
dos três rios, destinados ao abastecimento público da cidade de Cascavel - Pr, no<br />
período de setembro/2006 a março/2007, através da análise de variáveis físico-químicos<br />
e microbiológicos, embasado na interpretação dos resultados do monitoramento<br />
microbiológico e físico-químico.
MATERIAL E MÉTODOS<br />
A bacia hidrográfica do Rio Cascavel está situada geograficamente entre os paralelos<br />
24º 34’ e 25º 17’ de latitude sul e os meridianos 53º 05’ e 53º 50’ de longitude oeste,<br />
abrange uma área de drenagem de 117,5 km2, sendo responsável por 80% do<br />
abastecimento de água potável da cidade de Cascavel. O leito principal do rio apresenta<br />
extensão aproximada de 17,85 km, tendo como cota topográfica máxima 767m e<br />
mínima 580m (Cascavel, 1995).<br />
No ponto de captação, a bacia hidrográfica tem aproximadamente 52 km2, com vazão<br />
mínima observada em períodos de estiagem de 222 L/s. Este manancial é reforçado por<br />
mais dois: Peroba, com área de distribuição de 26 km2 e vazão mínima de 130 L/s e<br />
Saltinho com área de distribuição de 43 km2 e vazão mínima de 170 L/s (Cascavel,<br />
1995).<br />
As análises microbiológicas da água foram realizadas segundos as técnicas<br />
recomendadas pela American Public Health Association (2005). Foram realizadas<br />
também análises físico-químicas, tais como determinação de pH, Cor e Turbidez.<br />
Foram testadas 21 amostras, retiradas de pontos distintos dos rios Cascavel, Peroba e<br />
Saltinho, durante o período de setembro/2006 a março/2007. Os locais de coleta foram<br />
escolhidos aleatoriamente, situando-se em diferentes bairros do município.<br />
As amostras foram coletadas em frascos estéreis de polietileno de 250 ml, de forma a<br />
conterem em seu interior sete gotas de EDTA 15% e três gotas de Tiossulfato de Sódio<br />
10% e enviadas para o laboratório de microbiologia da SANEPAR, onde foram<br />
armazenadas em temperaturas entre 0 – 4ºC por um período máximo de 6 horas.<br />
Foram realizadas análises físico/químicas, tais como: pH analisado através da unidade<br />
de pH. Cor aparente, utilizado o equipamento µH – Um. cor, Turbidez através de UNT (<br />
Unidade Nefelométrica de Turbidez) UH (Unidade de Hanse), com o objetivo de avaliar<br />
as variaveis de qualidade das águas.<br />
Para a análise microbiológica das amostras, empregou-se a técnica da membrana<br />
filtrante. Onde a amostra foi filtrada através de uma membrana com porosidade de 0,45<br />
µm e 47 mm de diâmetro, sendo transferidas então para uma placa de Petri contendo o
meio de cultura seletivo e diferencial (M-Endo Broth e M-Fc Broth), para visualização<br />
de colônias típicas (coloração vermelha escura e brilho verdemetálico superficial)<br />
(Unicamp, 2006).<br />
Após incubação, fez-se a leitura das colônias típicas de coliformes termotolerantes. Para<br />
a contagem de colônias, usam-se placas com crescimento entre 20 e 80 colônias de<br />
coliformes e não mais que 200 colônias de todos os tipos.<br />
Após a obtenção dos resultados, os mesmos são digitados em um banco de dados<br />
interno da SANEPAR, chamado Sistema de Qualidade da Água (SQA). De posse desses<br />
dados a água in natura foi avaliada, confrontando com os parâmetros determinados pelo<br />
Ministério da Saúde na portaria 518/04, e foram submetidos à análise estatística pela<br />
correlação linear de Person e construção de diagrama de dispersão.<br />
RESULTADO E DISCUSSÕES<br />
Há diversos métodos que podem ser utilizados para a avaliação físico-química, assim<br />
como na detecção ou contagem de coliformes em água. Uma das análises para<br />
evidenciar a contaminação da água que tem sido tradicionalmente utilizada é a<br />
determinação de coliformes totais e 45°.<br />
As médias dos resultados das amostras analisadas ao longo do período de set/06 a<br />
mar/07, encontram-se apresentados nos gráficos 1 e 2.<br />
Os resultados dos parâmetros analisados na água in natura foram confrontados com os<br />
parâmetros determinados pela resolução do CONAMA nº 357 (BRASIL, 2005) que<br />
estabelece que o limite para as águas doces de classe dois é de até 1000 coliformes<br />
termotolerantes por 100 mL em, no mínimo, 80% das amostras coletadas em um ano.<br />
Entretanto, como mostram as Figuras 1 e 2, calculando o número de amostras do<br />
período (21 amostras), percebe-se que nos rios Cascavel e Peroba 57,2% das amostras<br />
estão em conformidade com o estabelecido, enquanto que no rio saltinho apenas 28,5%.<br />
Com esses dados foi possível alavancar a atual situação dos rios Cascavel, Saltinho e<br />
Peroba e o seu grau de poluição. As análises físico/químico, tais como: pH, Cor e<br />
turbidez tiveram o objetivo de avaliar as variáveis de qualidade das águas.
Figura 1 - Médias mensais de Coliformes Totais nos rios pesquisados.<br />
Coliformes Totais<br />
Quantidade de CT<br />
20.000<br />
15.000<br />
10.000<br />
5.000<br />
0<br />
set/06<br />
out/06<br />
nov/06<br />
dez/06<br />
Mes da coleta<br />
jan/07<br />
fev/07<br />
mar/07<br />
Rio Cascavel<br />
Rio Peroba<br />
Rio Saltinho<br />
Figura 2 - Médias mensais de Coliformes 45º nos rios pesquisados.<br />
Coliformes 45º<br />
Quantidade de<br />
Coliformes 45º<br />
6.000<br />
4.000<br />
2.000<br />
0<br />
set/06<br />
out/06<br />
nov/06<br />
dez/06<br />
jan/07<br />
fev/07<br />
mar/07<br />
Rio Cascavel<br />
Rio Peroba<br />
Rio Saltinho<br />
Mes coletado<br />
Sendo assim, constatou-se que o número de coliformes 45º presentes nos rios que<br />
abastecem a cidade de Cascavel (rios Cascavel, Peroba e Saltinho) ultrapassou, no<br />
período analisado, os limites bacteriológicos impostos pela portaria. Apresentando-se<br />
impróprias para consumo e riscos a saúde humana.<br />
Os resultados obtidos na pesquisa revelam grande comprometimento dos rios Cascavel,<br />
Peroba e Saltinho, em relação ao parâmetro bacteriológico coliformes.
TABELA 1 - Correlação entre as variáveis PH, Cor, Turbidez, Coliformes 45º e<br />
Coliformes Totais, durante o período de set/06 a mar/07.<br />
PH COR TURBIDEZ CT<br />
COR -<br />
0,28*<br />
0,00<br />
TURBIDEZ -<br />
0,20*<br />
0,01<br />
COLIFORMES<br />
T<br />
COLIFORMES<br />
45º<br />
0,83*<br />
0,00<br />
-0,01<br />
0,87<br />
0,32*<br />
0,00<br />
0,27*<br />
0,00<br />
0,02 0,25 0,19*<br />
0,80 0,00 0,02<br />
*significativo ao nível de 5%<br />
0,93*<br />
0,00<br />
Na tabela 1 estão relacionados à correlação entre as variáveis pH, Cor, Turbidez,<br />
Coliformes 45º e Coliformes totais. Pode-se verificar que há correlação significativa<br />
entre: pH e Cor; pH e Turbidez; Cor e Turbidez; Cor e Coliformes totais; e Coliformes<br />
totais e Coliformes 45º. Sendo que a correlação entre pH e Cor, e pH e Turbidez é<br />
negativa, logo há um aumento da cor quando há uma redução do pH. Da mesma forma<br />
ocorre aumento da cor quando diminui a quantidade de coliformes totais. No entanto, a<br />
correlação entre Cor e Turbidez; Cor e Coliformes Totais e Coliformes Totais e<br />
Coliformes Fecais é positiva. Aumentando a turbidez também aumenta a cor, o mesmo<br />
ocorre com Cor e Coliformes Totais e Coliformes Totais e Coliformes 45º.<br />
TABELA 2 - Análise de variância (ANOVA - one-way) das variáveis Coliformes 45ºe<br />
Coliformes Totais com relação ao fator Rio, durante o período analisado.<br />
Variável Rio Média ± DP p-value<br />
Coliformes Cascavel 1021 ± 2483 0,62<br />
45º<br />
Peroba 2496 ± 11579<br />
Coliformes<br />
Totais<br />
Saltinho 2833 ± 11881<br />
Cascavel 3502 ± 6014 0,80<br />
Peroba 4534 ± 12338<br />
Saltinho 4901 ± 12549<br />
Na tabela 2 pode-se verificar que não há diferença significativa, ao nível de 5%, entre as<br />
médias de coliformes 45º e totais dos rios Cascavel, Peroba e Saltinho.
TABELA 3 - Análise de variância (ANOVA – two-way) das variáveis pH, Turbidez,<br />
Cor, Coliformes 45ºe Coliformes Totais com relação ao fator Rio, durante o período<br />
analisado.<br />
Variável Anova p-value<br />
PH Meses 0,01*<br />
Ano 0,67<br />
Interação (mês x 0,00*<br />
ano)<br />
TURBIDEZ Meses 0,00*<br />
Ano 0,00*<br />
Interação (mês x 0,07<br />
ano)<br />
COR Meses 0,08<br />
Ano 0,01*<br />
Interação (mês x 0,04*<br />
COLIFORMES<br />
45º<br />
COLIFORMES<br />
TOTAIS<br />
ano)<br />
Meses 0,00*<br />
Ano 0,00*<br />
Interação (mês x 0,00*<br />
ano)<br />
Meses 0,00*<br />
Ano 0,00*<br />
Interação (mês x 0,00*<br />
ano)<br />
e Coliformes Totais dos rios Cascavel, Peroba e Saltinho.<br />
Na tabela 3, pode-se vereficar<br />
que não há diferença<br />
significativa, ao nível de 5%,<br />
entre as médias de pH,<br />
Turbidez, Cor, Coliformes 45°<br />
‣ PH<br />
A estatística descritiva do pH segundo os anos de 2003, 2004, 2005 e 2006 apresentouse<br />
da seguinte forma: No ano de 2003 a média foi de 7,08, o desvio padrão 0,34 e o<br />
coeficiente de variação 4.80%; No ano de 2004 a média foi de 7,04, o desvio padrão<br />
0,26 e o coeficiente de variação 3,70%; No ano de 2005 a média foi de 7,02, o desvio<br />
padrão 0,21 e o coeficiente de variação 3,00%; No ano de 2006 a média foi de 7,06, o<br />
desvio padrão 0,22 e o coeficiente de variação 3,12%.<br />
Embasado nestes dados pode-se dizer que entre os quatro anos analisados, a média não<br />
variou muito, sendo que a menor média foi no ano de 2005 (7,02) e a maior média no<br />
ano de 2003 (7,08). A variabilidade foi maior no ano de 2003 (4,80%) e menor no ano<br />
de 2005 (3,00%). Não há diferença significativa entre os anos.
‣ COR<br />
A estatística descritiva da cor segundo os anos 2003, 2004, 2005 e 2006 apresentou-se<br />
da seguinte forma: Em 2003 a média foi de 289,8, o desvio padrão 303,7 e o coeficiente<br />
de variação 105,80%; Em 2004 a média foi de 263,8, o desvio padrão 351,7 e o<br />
coeficiente de variação 133,32%; Em 2005 a média foi de 229,3, o desvio padrão 242,3<br />
e o coeficiente de variação 105,67%; Em 2006 a média foi de 106,2, o desvio padrão<br />
138,2 e o coeficiente de variação 130,13%.<br />
Conclui-se que entre os quatro anos analisados, a média não variou muito, sendo que a<br />
menor média foi no ano de 2005 (106,2) e a maior média no ano de 2003 (289,8). A<br />
variabilidade foi maior no ano de 2004 (133,32%) e menor no ano de 2005 (105,67%).<br />
Há diferença significativa entre os anos. E há significância na interação mês e ano. Há<br />
uma variabilidade muito alta em todos os dados de cor.<br />
‣ TURBIDEZ<br />
A estatística descritiva da turbidez segundo os anos 2003, 2004, 2005 e 2006<br />
apresentou-se da seguinte forma: Em 2003 a média foi de 92,3, o desvio padrão 132,0 e<br />
o coeficiente de variação 143,0%; Em 2004 a média foi de 69,9, o desvio padrão 101,6 e<br />
o coeficiente de variação 145,3%; Em 2005 a média foi de 70,3, o desvio padrão 96,6 e<br />
o coeficiente de variação 137,4%; Em 2006 a média foi de 16,8, o desvio padrão 25,7 e<br />
o coeficiente de variação 153,4%.<br />
Pode-se concluir que entre os quatro anos analisados, a menor média foi no ano de 2006<br />
(16,8) e a maior média no ano de 2003 (92,3). A variabilidade foi maior no ano de 2006<br />
(153,0%) e menor no ano de 2005 (137,4%). Há diferença significativa entre os anos.<br />
Não há significância na interação mês e ano.<br />
‣ COLIFORMES TOTAL<br />
TABELA 4 – Estatística descritiva do número de coliformes total segundo os anos<br />
Meses Média Desvio<br />
padrão<br />
Coef.<br />
variação<br />
2003 9108 18549 204%<br />
2004 8119 6847 84%<br />
2005 15,3 25,2 165%<br />
de
2006 6,9 4,5 65%<br />
Entre os quatro anos analisados tabela 4 a menor média foi no ano de 2006 (6,9) e a<br />
maior média no ano de 2003 (9108). A variabilidade foi maior no ano de 2003 (204%) e<br />
menor no ano de 2006 (65%). Há diferença significativa entre os anos. Há significância<br />
na interação mês e ano.<br />
‣ COLIFORMES 45º<br />
TABELA 5 – Estatística descritiva do número de coliformes 45º segundo os anos<br />
Meses Média Desvio<br />
padrão<br />
Coef. de<br />
variação<br />
2003 6575 18344 279%<br />
2004 1883 3774 200%<br />
2005 7,3 17,6 241%<br />
2006 1,2 1,3 108%<br />
Entre os quatro anos analisados tabela 5 a menor média foi no ano de 2006 (1,2) e a<br />
maior média no ano de 2003 (6575). A variabilidade foi maior no ano de 2003 (279%) e<br />
menor no ano de 2006 (108%). Há diferença significativa entre os anos. E há<br />
significância na interação mês e ano.<br />
Tabela 6 - Comparação de médias (ANOVA - Tuckey) para as variáveis pH, cor,<br />
turbidez, coliformes total e coliforme fecal em relação às estações do ano.<br />
Estações do ano<br />
Variável Outono Inverno Primavera Verão p-<br />
Média±Desvio<br />
padrão<br />
Média±Desvio<br />
padrão<br />
Média±Desvio<br />
padrão<br />
Média±Desvio<br />
padrão<br />
valu<br />
N 36 36 36 42<br />
PH 7,06±0,29 ab 7,16±0,26 a 6,96±0,25b 7,03±0,20ab 0,01<br />
COR 221,70±254,43 ab 116,74±137,97 a 283,92±296,05b 238,41±334,60ab 0,0<br />
TURBIDEZ 58,35±72,59 ab 26,45±42,76 a 106,57±154,10b 51,10±77,52ab 0,01<br />
C T 2258,89±3712,63ab 1492,55±2248,71a 4901,31±8361,11ab 7928,56±17297,33b 0,0<br />
COLIF. 45º 348,12±475,70 a 319,90±698,69a 1842,44±4258,65a 5291,14±17123,27a 0,<br />
* significativo ao nível de 5% de probabilidade<br />
** significativo ao nível de 1% de probabilidade<br />
Estações do ano:<br />
• Meses de abril, maio e junho = outono<br />
• Meses de julho, agosto e setembro = inverno<br />
• Meses de outubro, novembro e dezembro = primavera
• Meses de janeiro, fevereiro e março = verão<br />
Na tabela 6 pode-se verificar que as variáveis PH, cor, Turbidez e coliforme total<br />
apresentaram diferença significativa entre as quatro estações do ano. Para as variáveis<br />
pH, cor e turbidez a diferença está entre as estações de inverno e primavera. Para a<br />
variável coliforme total a diferença está entre as estações de inverno e verão, sendo que<br />
o apresentou menor média e o verão a maior. Para a variável coliforme 45º, não houve<br />
diferença significativa, mesmo as médias sendo muito diferentes, pois também houve<br />
grande variação do desvio padrão.<br />
Tabela 7 - Comparação de médias (ANOVA - Tuckey) para as variáveis pH, cor,<br />
turbidez, coliformes total e coliforme 45º em relação às estações do ano do Rio<br />
Cascavel.<br />
pH<br />
COR TURBIDEZ<br />
C T<br />
p-value =0,51<br />
COLIF 45º<br />
p-value =0,27<br />
p-value =0,71 p-value =0,50 p-value =0,03*<br />
média± Dev<br />
padr<br />
média± Desvio<br />
padrão<br />
média± Desvio<br />
padrão<br />
média± Desvio<br />
padrão<br />
média± Desvio<br />
padrão<br />
outono 7,01± 0,33ª 343,53± 240,46ª 111,41± 78,55ab 2737,28± 4671,08ª 363,73 508,57ª<br />
inverno 7,05± 0,24ª 213,07± 173,86ª 55,12± 59,66ª 1705,25± 2688,19ª 191,25 284,19ª<br />
primavera 6,93± 0,18ª 448,60± 405,80ª 187,69± 155,53b 5055,37± 8742,48ª 1750,95 3954,86ª<br />
verão 6,98± 0,23ª 381,25± 448,73ª 86,58± 107,37ab 4466,81± 5984,06ª 1564,69 2651,77ª<br />
Na tabela 7 pode-se verificar que somente houve diferença significativa para a turbidez,<br />
sendo esta entre inverno e primavera.<br />
Tabela 8 - Comparação de médias (ANOVA - Tuckey) para as variáveis pH, cor,<br />
turbidez, coliformes total e coliforme 45º em relação às estações do ano do Rio Peroba<br />
pH<br />
COR<br />
TURBIDEZ<br />
C T<br />
p-value =0,23<br />
COLIF 45º<br />
p-value =0,30<br />
p-value =0,06 p-value =0,43 p-value =0,36<br />
média± Desvio média± Desvi média± Desvio média± Desvio média± Desvio<br />
padrão padrão<br />
padrão<br />
padrão<br />
padrão<br />
outono 7,02 0,22ª 151,92 257,80ª 30,56 56,97ª 1543,58 2655,28ª 324,12 517,42ª<br />
inverno 7,19 0,22ª 56,36 39,64ª 7,72 2,18ª 1166,43 2358,27ª 137,10 179,80ª<br />
primavera 6,93 0,29ª 192,75 190,08ª 65,88 142,10ª 4661,69 7942,60ª 1317,23 2318,67ª<br />
verão 6,97 0,17ª 140,27 250,06ª 28,76 54,84ª 9830,72 21028,66ª 7407,98 21072,32ª<br />
Na tabela 8 pode-se verificar que nenhuma das variáveis apresentou diferença<br />
significativa.
Tabela 9 - Comparação de médias (ANOVA - Tuckey) para as variáveis pH, cor,<br />
turbidez, coliformes total e coliforme 45º em relação às estações do ano do Rio<br />
Saltinho.<br />
pH<br />
COR TURBIDEZ C T<br />
p-value =0,36<br />
COLIF 45º<br />
p-value =0,11 p-value =0,22 p-value =0,39<br />
p-value =0,45<br />
média± Desvio média± Desvio média± Desvio média± Desvio média± Desvio<br />
padrão<br />
padrão padrão<br />
padrão<br />
padrão<br />
outono 7,17 0,29ª 169,67 239,26ª 33,08 52,32ª 2495,83 3757,43ª 356,51 438,93ª<br />
inverno 7,27 0,32ª 58,18 39,04ª 9,87 7,76ª 1476,67 2074,47ª 645,89 1185,79ª<br />
primavera 7,01 0,26ª 210,42 183,08ª 66,14 142,87ª 4986,88 9100,71ª 2459,15 5996,98ª<br />
verão 7,14 0,17ª 193,71 233,90ª 37,96 48,37a 9488,14 21123,18ª 6900,77 21238,70ª<br />
Na tabela 9 pode-se verificar que nenhuma das variáveis apresentou diferença<br />
significativa.<br />
CONCLUSÕES<br />
Os parâmetros analisados mostraram que os rios que abastecem o Município de<br />
Cascavel - Pr estão sofrendo impacto em sua qualidade, principalmente através da<br />
entrada de esgoto doméstico, pela alta concentração de coliformes encontrados. Os<br />
resultados obtidos apontam que a água in natura dos rios estudados é imprópria para o<br />
consumo apresentando risco a saúde humana.<br />
Ocorreu correlação significativa entre Cor, pH, Turbidez, Coliformes Totais e<br />
Coliformes 45ºC.<br />
Portanto é necessário o desenvolvimento de ações preventivas de monitoramento dos<br />
mananciais de abastecimento público no intuito de esclarecer a população local sobre os<br />
riscos a saúde. Existe a necessidade de preservar as fontes de água e o combate a<br />
entrada de esgoto clandestino nas galerias pluviais são instrumentos necessários para<br />
diminuir ao máximo os riscos a saúde pública neste ambiente.<br />
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