126 Inmunomoduladores tópicos - Antonio Rondón Lugo
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IMUNOMODULADORES<br />
NA DERMATOLOGIA<br />
Dr. Carlos Roberto<br />
carlos@ipele.com.br<br />
Dr. João Roberto <strong>Antonio</strong><br />
dr.joao@terra.com.br<br />
Dra. Juliana Pazelli Balau<br />
INTRODUÇÃO<br />
Os imunomoduladores junto com os agentes biológicos tratam-se do<br />
grande avanço da dermatologia na primeira década do século XXI,<br />
apenas comparado com a introdução da toxina botulínica (década de<br />
oitenta) e a tecnologia dos lasers e luz intensa pulsada (década de<br />
noventa). Estes medicamentos possibilitaram uma “luz”para patologias<br />
de difícil manejo como dermatite atópica, vitiligo e psoríase.<br />
HISTÓRICO<br />
TACROLIMUS é o nome genérico para o imunossupressor<br />
macrolídeo previamente conhecido por seu nome experimental,<br />
FK506. Foi primeiramente descoberto em 1984 pela Companhia<br />
Farmacêutica Fujisawa enquanto estudava a atividade antibacteriana<br />
de vários compostos. É um macrolídeo produzido a partir do<br />
Streptomyces tsukabaensis, uma bactéria encontrada no solo próximo<br />
a Tsukuba, no Japão. Tsukuba é a cidade científica do Japão, onde o<br />
isolamento e caracterização dessa droga foram realizados. O nome<br />
TACROLIMUS é derivado de Tsukuba, o local de sua descoberta;<br />
macrolide, sua classe química; e imnunoSsupressor, sua atividade<br />
primária em humanos. O termo químico macrolídeo refere-se à cadeia<br />
cíclica de carbono na sua estrutura 1 .
Tacrolimus tem sido usado por meio intravenoso e oral para a<br />
prevenção da rejeição de órgãos após transplantes alogênicos de<br />
fígado ou rim e no transplante de medula óssea. A formulação tópica<br />
do tacrolimus foi estudada em mais de 13.000 pacientes com<br />
dermatite atópica, sendo essa medicação,atualmente, uma das mais<br />
extensivamente investigadas na terapêutica dermatológica.<br />
PIMECROLIMUS ou ASM981 é um derivado da ascomicina<br />
(ASM981). Foi isolado em 1960 do produto da fermentação do<br />
Streptomyces hygroscopicus var ascomyceticus e mostrou atividade<br />
antifúngica 1,2 .<br />
SIROLIMUS ou RAPAMYCIN trata-se de outro<br />
imunomodulador macrolactâmico, isolado em Rapa Nui(Easter<br />
Islands) em 1965, com peso molecular de 914 Da. Como o<br />
tracolimus, se liga a macrofilina 12 e outras imunofilinas.<br />
Resultados em estudos experimentais em porcos demonstraram<br />
ineficazes com a medicação tópica e a maioria dos estudos se<br />
monstram contraditórios quanto a real eficácia. Serão necessários<br />
novos estudos.<br />
CICLOSPORINA<br />
Trata-se de um imunomodulador com ação sistêmica, porém com<br />
eficácia tópica em raras indicações. Faz parte dos inibidores da<br />
calcineurina, mas não se inclui estruturalmente e funcionalmente no<br />
grupo dos imunomoduladores macrolactâmicos.<br />
Isolada do fungo Tolypocladium inflatum,com peso molecular de<br />
1202 Da e por esta razão apresenta dificuldade em penetrar a<br />
camada córnea.<br />
CLASSIFICAÇÃO<br />
IMUNOMODULADORES MACROLACTÂMICOS<br />
• PIMECROLIMUS(ASM 981)<br />
• TACROLIMUS(FK506)<br />
• SIROLIMUS
IMUNOMODULADOR NÃO MACROLACTÂMICO<br />
• CICLOSPORINA<br />
MECANISMO DE AÇÃO<br />
Uma importante característica do tacrolimus é seu mecanismo<br />
de ação distinto, comparado com o imunomodulador tópico mais<br />
usado, o glicocorticóide. O mecanismo de ação alternativo do<br />
tacrolimus, assim como seu tamanho e permeabilidade na pele, têm<br />
implicações importantes na sua eficácia e efeitos colaterais,<br />
comparados à ciclosporina e à hidrocortisona.<br />
Penetraç<br />
ão na<br />
Pele<br />
Atrofia da<br />
Pele<br />
Efeito<br />
Tacrolimus<br />
PM=804 Da<br />
Pimecrolimus<br />
PM=809Da<br />
Ciclosporina A<br />
PM=1203 Da<br />
Sim Não Sim<br />
Hidrocortisona<br />
PM=362 Da<br />
Não Não Sim<br />
(inibe a síntese de<br />
colágeno)<br />
Inibe IL-2,-3,-4,-5, O mesmo do Inibe IL-1,-2,-6, IFNalfa,<br />
GMCSF, TNF-alfa Tacrolimus<br />
TNF-alfa<br />
Alvo Calcineurina Calcineurina Receptor de<br />
Glicocorticóide<br />
Mecanis<br />
mo de<br />
Ação<br />
Liga-se à FKBP&<br />
Complexo inibe a<br />
Calcineurina & Altera<br />
expressão das<br />
citocinas<br />
FKBP proteína de ligação ao FK506<br />
Liga-se à Ciclofilina&<br />
Complexo inibe a<br />
Calcineurina& Altera<br />
expressão das<br />
citocinas<br />
Liga-se ao receptor<br />
de GC & complexo<br />
bloqueia citocinas e<br />
a expressão do<br />
colágeno<br />
O mecanismo de ação do tacrolimus é muito semelhante ao da<br />
ciclosporina, uma droga que foi desenvolvida uma década antes e tem<br />
aplicação sistêmica na dermatologia, na dermatite atópica, psoríase,<br />
pioderma gangrenoso, e em outras doenças. Na década de 80,<br />
estudos revelaram seus receptores: o tacrolimus liga-se fortemente a
uma proteína celular chamada FKBP (proteína de ligação ao FK506) e<br />
a ciclosporina liga-se à proteína chamada ciclofilina. Na década de 90,<br />
estudos relataram que o alvo tanto do tacrolimus como da<br />
ciclosporina é uma fosfatase cálcio-ativada, chamada calcineurina.<br />
O mecanismo molecular de inibição da resposta imune do<br />
tacrolimus, pimecrolimus e ciclosporina segue os seguintes passos:<br />
1. As células T são ativadas por meio da interação do seu receptor<br />
superficial com o antígeno sobre a célula apresentadora de<br />
antígeno (APC).<br />
2. Sinais de ativação do complexo CD3 causam um aumento no<br />
cálcio intracelular e induzem a síntese da subunidade nuclear do<br />
fator nuclear de células T ativadas (FNATn).<br />
3. O cálcio intracelular livre liga-se à calmodulina, que se ligam e<br />
ativam a calcineurina.<br />
4. A calcineurina causa a defosforilação da subunidade<br />
citoplasmática do FNAT (FNATc), permitindo sua translocação<br />
para o núcleo.<br />
5. A nova subunidade FNATn sintetizada, liga-se ao FNATc e esse<br />
complexo facilita a transcrição de numerosas citocinas, incluindo<br />
o FNT-alfa e IL-2,-3,-4,-5.<br />
6. Os imunomoduladores (tacrolimus, pimecrolimus e ciclosporina)<br />
bloqueiam esse mecanismo normal de ativação inibindo a<br />
função da calcineurina 1 .<br />
Primeiro, a droga liga-se ao seu receptor: tacrolimus ou<br />
pimecrolimus ligam-se à macrofilina 12 (FKBP) e a ciclosporina à<br />
ciclofilina. Esses complexos ligam-se à calcineurina e bloqueiam sua<br />
capacidade de defosforilar o FNATc, impedindo a formação das<br />
citocinas supracitadas, responsáveis pela resposta imune.
Mecanismo de ação dos inibidores da calcineurina.<br />
Figura extraída de Nghiem P, Pearson G, Langley RG.<br />
Tacrolimus and pimecrolimus: From clever prokaryotes to inhibiting<br />
calcineurin and treating atopic dermatitis. J Am Acad Dermatol 2002;<br />
46 (number 2): 230.
O tacrolimus inibe, principalmente, a transcrição da IL-2, IL-3, IL-<br />
4, IL-5, TNF-alfa, já o pimecrolimus bloqueia tanto as citocinas<br />
derivadas da célula T helper tipo 1 (TH1), como a IL-2 e o interferongama,<br />
quanto as citocinas TH2, como a IL-4 e IL-10, além de inibir a<br />
liberação de mediadores pelos mastócitos.<br />
O tacrolimus e o pimecrolimus estão muito relacionados do<br />
ponto de vista de estrutura molecular, mas o pimecrolimus tem uma<br />
região lipofílica que o tacrolimus não possui, o que implica importantes<br />
diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas:<br />
Tacrolimus<br />
Pimecrolimus<br />
Hidrofílico<br />
Mais lipofílico<br />
Baixa afinidade pela pele Alta afinidade pela pele<br />
Absorção sistêmica Absorção sistêmica<br />
mínima<br />
mínima<br />
O perfil imunológico do pimecrolimus é altamente específico,<br />
uma vez que inibe seletivamente as células T e os mastócitos, não<br />
afetando os queratinócitos, as células de Langerhans, as células<br />
endoteliais e os fibroblastos.<br />
Os glicocorticóides causam atrofia da pele além do seu efeito<br />
imunossupressor, pois impedem a síntese de colágeno. A maior<br />
vantagem do tacrolimus e pimecrolimus é que a calcineurina não é<br />
necessária na síntese do colágeno e, portanto, não leva à atrofia<br />
cutânea.<br />
TOXICIDADE SISTÊMICA DOS INIBIDORES DA CALCINEURINA<br />
A calcineurina é necessária para vários processos orgânicos,<br />
assim sua administração sistêmica é associada com significantes<br />
efeitos colaterais.
Os efeitos colaterais sistêmicos dependem da dose,<br />
concentração sangüínea e duração da terapia. São eles: hipertensão<br />
arterial, nefrotoxicidade (aumento de creatinina, hipercalemia,<br />
hipomagnesemia, diminuição da taxa de filtração glomerular, lesão<br />
tubular), distúrbios psiquiátricos, neurotoxicidade, hiperlipidemia,<br />
alteração do metabolismo da glicose e imunossupressão (linfomas e<br />
aumento da incidência de infecções) 1,2 .<br />
EFEITOS ADVERSOS DO TACROLIMUS TÓPICO<br />
Os efeitos colaterais com o imunomodulador tópico são<br />
principalmente àqueles resultantes da aplicação local da droga, como<br />
ardência/queimação cutânea (33 a 45% dos casos com Tacrolimus<br />
creme 0,03% e 31 a 61% dos casos com Tacrolimus creme 0,1%) 1 .<br />
Essa sensação de ardência é de intensidade leve a moderada e é<br />
auto-limitada. Para o creme a 0,1%, 90% da queimação cutânea dura<br />
entre 2 minutos a 3 horas (média de 15 minutos). Outros eventos<br />
adversos são foliculite, prurido, infecção cutânea, acne e hiperestesia.<br />
O tacrolimus tópico não é fototóxico, fotosensibilizante ou<br />
fotoalergênico, mas pode promover fotocarcinogênese 1 .<br />
ABSORÇÃO SISTÊMICA DO TACROLIMUS TÓPICO<br />
Apesar do Tacrolimus tópico penetrar na pele adequadamente<br />
para suprimir a inflamação local, ele é minimamente absorvido pela<br />
corrente sangüínea. Apenas 0,5% do Tacrolimus aplicado na pele<br />
pode ser detectado no sangue.<br />
Uma condição particular importante é o aumento da absorção<br />
documentada na Síndrome de Netherton. Essa síndrome é uma rara<br />
doença autossômica recessiva que se apresenta com eritrodermia,<br />
retardo de crescimento, e em alguns casos, ictiose linear circunflexa. A<br />
Síndrome de Netherton pode ser confundida com a dermatite atópica,<br />
e é aliviada com o tacrolimus. Esses pacientes, porém, absorvem<br />
muito mais o tacrolimus pela pele do que os pacientes com dermatite
atópica e podem atingir níveis altos de absorção sistêmica. Assim,<br />
deve-se excluir a possibilidade da Síndrome de Netherton no<br />
diferencial e, se um paciente com essa síndrome for tratado, os níveis<br />
séricos do tacrolimus devem ser rigorosamente acompanhados 1,3 .<br />
USO TÓPICO NAS DOENÇAS CUTÂNEAS<br />
TACROLIMUS<br />
Devido a impressionante eficácia dos inibidores da calcineurina<br />
sistêmicos, houve um grande interesse em usar esses agentes<br />
topicamente nas doenças inflamatórias cutâneas.<br />
A penetração do tacrolimus tópico é variável e depende da sua<br />
concentração, veículo e da integridade da barreira epidérmica. A<br />
penetração é melhor na pele inflamada do que na pele sadia, o que<br />
explica sua alta eficácia nas lesões, com mínimos efeitos na pele<br />
normal.<br />
DERMATITE ATÓPICA:<br />
Mais de 13.000 pacientes participaram de estudos clínicos<br />
com o tacrolimus tópico na dermatite atópica. Coletivamente, esses<br />
estudos demonstraram que o tacrolimus é altamente eficaz e bem<br />
tolerado, sendo o efeito colateral, mais freqüente, a irritação cutânea<br />
local que melhora com o tempo de utilização 1 .<br />
O uso tópico do tacrolimus em pacientes com dermatite atópica<br />
foi inicialmente relatado por Nakagawa et al 4 . Nesse estudo comparouse<br />
3 concentrações do tacrolimus tópico (0,03%, 0,1%, e 0,3%),<br />
aplicados 2 vezes ao dia, por 3 semanas. Todos os resultados<br />
mostraram melhora significante da dermatite atópica, e o prurido<br />
diminuiu no terceiro dia de tratamento.<br />
Outros grandes estudos sobre o tacrolimus tópico na dermatite<br />
atópica estão resumidos na tabela abaixo:
Estudo Nº<br />
pacient<br />
es<br />
Nakagawa<br />
et al 4<br />
(1994)<br />
Ruzicka et<br />
al 5 (1997)<br />
Boguniewi<br />
cz et al<br />
(1998)<br />
Hanifin et<br />
al 6 (2001)<br />
Alaiti et al<br />
(1998)<br />
Kawashim<br />
a et al 7<br />
(1996)<br />
Reitamo<br />
et al<br />
(2000)<br />
Hanifin et<br />
al (2001) 6<br />
& Soter et<br />
al 8 (2001)<br />
Placeb<br />
o<br />
Dupl<br />
o-<br />
Cego<br />
Randomiza<br />
do<br />
33 Não Não Não 7<br />
54 Sim Sim Sim 21<br />
Duraçã<br />
o<br />
(dias)<br />
180 Sim Sim Sim N/A<br />
33 Sim Sim Sim 21<br />
Concentraç<br />
ão<br />
% de<br />
melhor<br />
a<br />
0,30 87,4<br />
0,10 78,4<br />
0,03 78.7<br />
placebo 9,4<br />
0,30 70,6<br />
0,10 81,2<br />
0,03 58,5<br />
placebo 38<br />
0,30 70<br />
0,10 67<br />
0,03 69<br />
placebo 12<br />
0,10 54<br />
0,03 54<br />
39 Não Não Não 8 0,30 95<br />
17 Não Não Não 7 0,10 Estudo<br />
seguro<br />
316 Não Não Não 365 0,10 86<br />
632 Sim Sim Sim 84<br />
Paller et al 351 Sim Sim Sim 84<br />
placebo 19,8<br />
0,03 61,6<br />
0,10 72,7
9 (2001) placebo 26,7<br />
0,03 72,6<br />
0,10 78<br />
Kang et al<br />
10 (2001)<br />
255 Não Não Não 365 0,10 Melhor<br />
a após<br />
1 sem<br />
PSORÍASE:<br />
O tacrolimus tópico é inefetivo no tratamento de pacientes com<br />
psoríase, devido sua incapacidade de penetrar nas placas espessas,<br />
hiperceratóticas da psoríase crônica 1 . No entanto, é eficaz nas lesões<br />
faciais da doença, onde a pele é mais fina. O tacrolimus é seguro nas<br />
pálpebras, não aumentando a pressão intraocular, como os<br />
glicocorticóides 1 .<br />
A psoríase inversa é uma importante aplicação do tacrolimus<br />
tópico, pois sua penetração é excelente nas áreas intertriginosas,<br />
onde os glicocorticóides podem causar atrofia 1 .<br />
PIODERMA GANGRENOSO:<br />
O tacrolimus pode melhorar as lesões do pioderma gangrenoso<br />
através da inibição da quimiotaxia de neutrófilos 11,12 .<br />
LÍQUEN PLANO:<br />
O tacrolimus tem sido usado topicamente para tratar líquen plano<br />
erosivo da mucosa oral, com melhora das lesões em 50% dos casos e<br />
resolução completa nos outros 50% 13 .<br />
DOENÇA ENXERTO VERSUS HOSPEDEIRO (GVHD):<br />
A GVHD é um processo mediado por células T, sendo<br />
efetivamente bloqueada pelos inibidores da calcineurina. Assim, essa<br />
doença pode ser outra indicação para a aplicação do tacrolimus<br />
tópico. Em um estudo com 18 pacientes, mais de 70% tiveram alívio<br />
rápido do eritema e do prurido após aplicação do tacrolimus creme<br />
0,1% 14 . Todos os pacientes com GVHD necessitam de terapia<br />
sistêmica adicional.
DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA:<br />
O tacrolimus tópico é especialmente útil no tratamento da<br />
dermatite de contato da face, onde a atrofia induzida pelo<br />
glicocorticóide é preocupante. Tem sido usado também na prevenção<br />
da dermatite de contato alérgica 15 .<br />
ROSÁCEA:<br />
Goldman descreveu 3 pacientes com rosácea induzida por<br />
esteróides que tiveram resolução excelente do eritema após 7 a 10<br />
dias de tacrolimus creme 0,075% 16 .<br />
VITILIGO:<br />
No vitiligo, existem alterações na imunidade celular e humoral.<br />
Assim o uso de agentes imunossupressores tem crescido no<br />
tratamento dessa doença 17 .<br />
A maioria dos pacientes dos estudos tem apresentado pelo<br />
menos alguma repigmentação com a terapia com tacrolimus creme<br />
0,1% 18 .<br />
Vários fatores alteram o grau de resposta, como o local da<br />
doença, estação do ano, a cor da pele,espessura da pele e a idade.<br />
Pacientes que se submeteram à exposição solar diariamente no<br />
local da aplicação durante o tratamento, apresentaram os melhores<br />
resultados com o tacrolimus creme 0,1%. Pacientes com peles mais<br />
escuras, especialmente aqueles com a doença envolvendo áreas da<br />
cabeça e pescoço, tiveram melhor resposta. Os mais jovens<br />
também responderam melhor à terapia 18 .<br />
O melhor efeito na face e couro cabeludo reflete a melhor<br />
penetração do imunomodulador nessas áreas 19 .<br />
Na maioria das séries estudadas, os pacientes obtêm mais de<br />
75% de repigmentação nestas áreas afetadas pelo vitiligo 17,18,19,20,21,22 .<br />
PIMECROLIMUS<br />
DERMATITE ATÓPICA:<br />
Realizaram-se estudos duplo-cegos sobre o tratamento da<br />
dermatite atópica em crianças com pimecrolimus. Dois deles em<br />
doença leve a moderada,(referência) em crianças (n=885) de 3 a 23<br />
meses de idade em um deles e de 2 a 17 anos de idade no outro,
durante 6 semanas. Outros dois estudos foram de um ano em crianças<br />
(n=961) de 3 a 23 meses de idade em um deles e de 2 a 17 anos de<br />
idade no outro, com doença moderada a grave 23,24,25,26 . Todos os<br />
estudos demonstraram melhora significativa em relação ao tratamento<br />
convencional.<br />
O pimecrolimus também foi investigado em um estudo duplocego<br />
(referência) no tratamento da dermatite atópica moderada a<br />
grave em adultos (n=192) durante 6 meses. Também nesse estudo se<br />
demonstrou melhora significativa em comparação com o tratamento<br />
convencional 27 .<br />
Uma diferença encontrada nos tratamentos tópicos com<br />
tacrolimus e pimecrolimus foi a ausência de ardência/queimação<br />
cutânea com o pimecrolimus.<br />
PSORÍASE:<br />
O pimecrolimus sob oclusão tem sido relatado como efetivo na<br />
psoríase, com eficácia comparada ao propionato de clobetasol<br />
0,05% 28 e com a vantagem de não causar atrofia nas áreas de pele<br />
fina, como cotovelos e joelhos.<br />
VITILIGO:<br />
Os resultados com o pimecrolimus são semelhantes aos do<br />
tacrolimus tópico 17,18,19,20,21,22 . Temos excelentes resultados,<br />
principalmente em face e pescoço, com o uso diário, duas vezes por<br />
dia, com o pimecrolimus. Não tivemos após três anos de uso qualquer<br />
efeito colateral, nem recidivas das lesões. Utilizamos como<br />
manutenção um esquema de redução da droga, de duas vezes/dia<br />
para uma vez/dia seguido do uso de dias alternados,duas vezes por<br />
semana e no final uma vez por semana até a retirada total da droga.
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