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Energia renovada - ONS

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EDITORIAL<br />

Risco:<br />

alerta ou certeza?<br />

Informativo do Operador<br />

Nacional do Sistema Elétrico<br />

Escritório Central<br />

Rua da Quitanda, 196<br />

Centro • Rio de Janeiro • RJ<br />

20.091-005<br />

Telefone (21) 2203-9400<br />

Fax (21) 2203-9444<br />

www.ons.org.br<br />

Edição<br />

Assessoria de<br />

Comunicação e Marketing<br />

Comissão Editorial<br />

Cláudio Carneiro<br />

Roberto Gomes<br />

Tristão Araripe<br />

Fotos<br />

Reynaldo Dias e arquivo<br />

Coordenação Editorial<br />

Expressiva<br />

Comunicação e Educação<br />

(21) 2578-3148<br />

www.expressivaonline.com.br<br />

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pauta ou proposta de<br />

texto de matéria para:<br />

jornal@ons.org.br<br />

Ao analisar a repercussão na mídia das<br />

recentes explanações do <strong>ONS</strong> sobre as condições<br />

do atendimento energético futuro, com<br />

base nos resultados do Planejamento Anual<br />

da Operação Energética 2005, nos deparamos<br />

com uma clara diversidade nas manchetes,<br />

capaz de deixar na mais profunda dúvida<br />

um leitor que vorazmente consumisse todos os<br />

diversos jornais. Tomando como exemplo apenas<br />

algumas reportagens da última semana, temos<br />

manchetes que vão desde “NE não tem<br />

risco de apagão” (Folha de Pernambuco, 27/9),<br />

passando por “Nordeste pode passar por racionamento<br />

de energia” (Diário de Pernambuco,<br />

27/9) e chegando até “Apagão no Nordeste”<br />

(Estado de Minas, 23/9).<br />

Embora o conteúdo das reportagens, na maioria<br />

das vezes, não se afaste das explicações divulgadas,<br />

a diferença entre as manchetes mostra<br />

a dificuldade de se passar para a sociedade os<br />

resultados das avaliações probabilísticas realizadas<br />

pelo <strong>ONS</strong>. Afinal, muita gente ainda não<br />

entende direito o que é o risco de déficit. Ter<br />

uma probabilidade de ocorrência de déficit de<br />

9,2% na região Nordeste em 2009 não significa<br />

que estejamos a caminho de um racionamento.<br />

Para interpretar o risco de déficit é preciso<br />

compreender antes vários conceitos complexos.<br />

A começar pelas premissas de crescimento do<br />

mercado e de expansão da oferta utilizadas nesse<br />

estudo. A economia e, conseqüentemente, a<br />

carga vão crescer assim mesmo? E se houver um<br />

boom, ou uma recessão? E as usinas, vão realmente<br />

estar disponíveis nas datas previstas? E<br />

as linhas de transmissão, entrarão em funcionamento<br />

conforme os cronogramas? É importante<br />

saber que todas as premissas adotadas condicionam<br />

completamente os resultados, e que<br />

estes não podem ser vistos de forma dissociada<br />

das hipóteses que os produziram.<br />

Outro fator que dificulta o entendimento é a<br />

própria análise probabilística realizada. É preciso<br />

explicar que não é possível fazer previsões da<br />

oferta de energia a longo prazo. Afinal, nossa geração<br />

é mais de 90% hidrelétrica, e depende das<br />

vazões, que dependem das chuvas. Assim, é necessário<br />

criar cenários possíveis de comportamentos<br />

hidrológicos futuros – as duas mil séries<br />

sintéticas de energias afluentes usadas nas simulações<br />

da operação – para avaliar a capacidade de<br />

atender ao mercado. É nessa variedade de cenários<br />

que se estima o risco de não-atendimento. O<br />

fato de o risco de déficit ter ultrapassado o nível<br />

adequado para o sistema, que é de 5%, é um sinal<br />

de alerta importante. Mas a profundidade do<br />

déficit esperado não é grande e sua eliminação<br />

pode ser realizada com um pequeno aumento da<br />

oferta, conforme indicam os estudos do <strong>ONS</strong>.<br />

Uma taxa de colesterol elevada em um exame<br />

feito hoje não determina que você vá sofrer<br />

um enfarte no futuro, mas é um bom indicativo<br />

para rever hábitos e continuar monitorando<br />

seu colesterol. Isso, sim, vai fazer com que<br />

você possa reduzir os riscos de doenças cardíacas.<br />

No setor elétrico não é diferente. Daqui<br />

para a frente, muita atenção com os cronogramas<br />

das novas obras e monitoramento constante<br />

dos riscos, para que as medidas necessárias<br />

sejam tomadas e não tenhamos que sofrer<br />

de novo as agruras de um racionamento. E temos<br />

tempo suficiente para isso.<br />

2<br />

Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico • Ligação 84 • Setembro 2005

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