A apropriação da tecnologia como ferramenta pedagógica - UTFPR
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XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />
e<br />
I Encontro de Ensino de Matemática<br />
Pato Branco – Setembro – 2010<br />
A APROPRIAÇÃO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA —<br />
UM EXEMPLO UTILIZANDO O GEOGEBRA<br />
Míria Raquel Bossola 1 , Janecler Apareci<strong>da</strong> Amorim Colombo 2 , Loreci Zanardini 3 , Nádia<br />
Sanzovo 4 .<br />
Resumo: O presente artigo tem por finali<strong>da</strong>de abor<strong>da</strong>r a necessi<strong>da</strong>de de o professor se<br />
qualificar para o atual contexto educacional permeado pelas <strong>tecnologia</strong>s. A prática<br />
pe<strong>da</strong>gógica não pode mais restringir-se a ativi<strong>da</strong>des mecânicas e de memorização, mas<br />
instigar o aluno a resolver problemas utilizando-se de <strong>ferramenta</strong>s. Assim, para<br />
contextualizar apresenta-se um exemplo de utilização do software GeoGebra.<br />
Palavras-chave: Tecnologias <strong>da</strong> Informação; Ativi<strong>da</strong>des Diferencia<strong>da</strong>s; GeoGebra.<br />
AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO<br />
Viver em contato com o computador hoje em dia é quase uma lei, tanto para<br />
adultos, quanto para crianças. Com a inserção e adequação <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s em nosso dia-adia,<br />
podemos verificar que elas afetam diretamente organizações e instituições e,<br />
conseqüentemente, a escola e os professores.<br />
Nesse sentido, os profissionais <strong>da</strong> educação forçosamente são impelidos a entender<br />
e gerir rapi<strong>da</strong>mente as novas exigências, para <strong>da</strong>r conta de nova vertente pe<strong>da</strong>gógica, tendo<br />
em vista que as transformações sociais implicam novos comportamentos, costumes e<br />
hábitos que vão repercutir na educação. É por isso que a socie<strong>da</strong>de, a escola e os<br />
professores não podem ignorar as relações existentes entre informática, conhecimento,<br />
desenvolvimento e educação. Escola e professores devem estar cientes de que a introdução<br />
<strong>da</strong> informática no ensino deve-se valer de recursos colaborativos que, gra<strong>da</strong>tivamente,<br />
construam o conhecimento do aluno.<br />
[...] numa socie<strong>da</strong>de que se transforma a ca<strong>da</strong> dia, o uso do computador<br />
pode criar condições em que o aluno constrói seu conhecimento, ou<br />
então, assumir o caráter reprodutor presente na educação desde épocas<br />
anteriores a ele. É necessário explorar as possibili<strong>da</strong>des tecnológicas no<br />
1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong> - Campus Pato Branco, bolsista PIBIC.<br />
2<br />
Profª Dra. em Educação Científica e Tecnológica, professora do Curso de Licenciatura em Matemática e<br />
orientadora PIBIC.<br />
3<br />
Prof. Msc. Matemática, professor do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong>/Pato Branco.<br />
4 Profª Ms. Educação e professora do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong>/Pato Branco.
XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />
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Pato Branco – Setembro – 2010<br />
contexto escolar ou então, o computador não trará benefícios<br />
educacionais, servindo apenas para manter a prática pe<strong>da</strong>gógica vigente.<br />
(MENDES e GRANDO, 2008, p. 05).<br />
A escola, na socie<strong>da</strong>de contemporânea de informação, não pode mais estar<br />
construindo sua prática calca<strong>da</strong> no modelo tradicional que vigorou (e ain<strong>da</strong> vigora, em<br />
muitos casos) durante muitos anos e em momentos históricos distintos dos atuais. Deve,<br />
pois, estar conecta<strong>da</strong> com as novas perspectivas sociais que, por sua vez, exigem um novo<br />
modelo de ensino e aprendizagem o “aprender a aprender”, por meio <strong>da</strong> utilização dos<br />
espaços virtuais disponibilizados à escola e aos alunos, de modo a possibilitar uma maior<br />
interação com as diversas redes.<br />
Sob esta perspectiva, a escola deverá ser capaz de formar os jovens com novas<br />
competências exigi<strong>da</strong>s pela socie<strong>da</strong>de para, por meio <strong>da</strong> utilização de <strong>ferramenta</strong>s digitais,<br />
saber pensar, agir, compreender e selecionar as informações, dividir tarefas, trabalhar em<br />
grupo, além de ampla capaci<strong>da</strong>de de iniciativa e resolução de problemas.<br />
Aos professores cabe, pois, aprender a recorrer a, gerir e potencializar os espaços<br />
virtuais, bem <strong>como</strong> manter-se em constante atualização científica e pe<strong>da</strong>gógica. Nesse<br />
sentido, é necessário redefinir o papel do professor dentro e fora <strong>da</strong> sala de aula, isto é, há<br />
necessi<strong>da</strong>de de redefinição dos docentes, principalmente com relação ao aumento <strong>da</strong><br />
interativi<strong>da</strong>de entre o discente e o docente no processo de aprendizagem por meio do uso<br />
<strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s de informação e comunicação.<br />
À medi<strong>da</strong> que a <strong>tecnologia</strong> informática se desenvolve nos deparamos com<br />
a necessi<strong>da</strong>de de atualização de nossos conhecimentos sobre o conteúdo<br />
ao qual ela está sendo integra<strong>da</strong>. Ao utilizar uma calculadora ou um<br />
computador, um professor de matemática pode se deparar com a<br />
necessi<strong>da</strong>de de expandir muitas de suas idéias matemáticas e também<br />
buscar novas opções de trabalho com os alunos. (BORBA e<br />
PENTEADO, 2003, p. 65).<br />
Sendo assim, torna-se imprescindível aos professores engajarem-se num processo<br />
<strong>da</strong> disseminação dos computadores em sala de aula, acompanhado de reflexões e<br />
discussões sobre ações concretas que deverão desencadear uma nova prática pe<strong>da</strong>gógica.<br />
Os professores precisam saber <strong>como</strong> usar os novos equipamentos e<br />
softwares e também qual é seu potencial, quais são seus pontos fortes e<br />
seus pontos fracos. Essas <strong>tecnologia</strong>s mu<strong>da</strong>m o ambiente em que os<br />
professores trabalham e o modo <strong>como</strong> se relacionam com outros<br />
professores, têm um impacto importante na natureza do trabalho do<br />
professor e, desse modo, na sua identi<strong>da</strong>de profissional. (PONTE,<br />
OLIVEIRA e VARANDAS, 2003, p. 163).
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Essa “revolução tecnológica” traz, assim, no seu bojo conseqüências desafiadoras<br />
para os professores, tendo em vista que, conforme coloca Simões (2008), “[...] educar é<br />
hoje mais complexo, porque a socie<strong>da</strong>de é mais complexa. Há sobrecarga de informações,<br />
fontes múltiplas, diferentes visões de mundo [...] é preciso reaprender a ensinar”. É neste<br />
ponto que se encontra o maior desafio e também o maior obstáculo: <strong>como</strong> podemos<br />
instigar os alunos a se comprometerem mais com o estudo e conseqüentemente com seu<br />
futuro? Como formar os novos mediadores do conhecimento, a fim de melhorar a educação<br />
que também estará em constante modificação?<br />
Se os jovens de hoje já estão mais familiarizados com as <strong>ferramenta</strong>s tecnológicas,<br />
os professores, porém, numa faixa etária mais velha não “aprenderam ou não se<br />
construiram dentro desse mundo tecnológico”, o que tem gerado um profundo<br />
descompasso entre gerações. De um lado professores carecendo ain<strong>da</strong> “dominar” a<br />
máquina, por outro lado, alunos a exigir mais dinamici<strong>da</strong>de, própria <strong>da</strong>s TIC, nas aulas.<br />
Assim <strong>como</strong> no sistema de ensino superior europeu, por exemplo, mais precisamente na<br />
Espanha, que se utilizam <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s de informação e comunicação, constituí<strong>da</strong>s de<br />
três vértices, <strong>como</strong> parte fun<strong>da</strong>mental no ensino, na aprendizagem e pesquisa, conforme<br />
apontam Castro Filho e Vergueiro (2007), citando Pitarch Michavila (2005, p. 45):<br />
a) Los nuevos modos de actuación docente abarcan desde la definición de<br />
objetivos específicos en las disciplinas que se imparten hasta las<br />
estrategias adecua<strong>da</strong>s para la motivación de los estudiantes; b) desde la<br />
introducción de las tecnologías educativas convenientes y la preparación<br />
de los materiales didácticos necesarios hasta la potenciación de las<br />
tutorías; c) desde la utilización de la evaluación de los alumnos <strong>como</strong><br />
herramienta de aprendizaje hasta el desarrollo de las actuaciones que<br />
propicien la comprensión por los profesores de las nuevas formas de<br />
aprendizaje.<br />
Assim, para o professor desempenhar melhor seu papel deve possuir um vasto e<br />
sólido conhecimento, tanto dos conceitos quanto dos procedimentos para possibilitar-lhe<br />
transformar o conhecimento científico em saber escolar, marcado por mu<strong>da</strong>nças de cunho<br />
social e cultural, resultando em conhecimentos intermediários. O professor, por sua vez,<br />
não deve subestimar o potencial dos alunos, visto que é dever dele ser o mediador entre o<br />
conhecimento científico e o conhecimento aplicado.<br />
Para tal, é necessário que o professor tenha também embasamento teórico que lhe<br />
permita utilizar-se dessas <strong>ferramenta</strong>s tecnológicas de modo a aplicar metodologias<br />
varia<strong>da</strong>s para abor<strong>da</strong>r os conteúdos, de forma a se tornarem significativos para o aluno e o
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suscitem para a reflexão na busca de estratégias próprias na resolução de problemas e<br />
ativi<strong>da</strong>des propostos.<br />
Assim, a escola, partindo do princípio de que ela está formando futuros<br />
profissionais, deverá criar ambientes colaborativos, introduzindo aportes tecnológicos que<br />
possibilitem a interação do aluno e do professor com o mínimo de organização <strong>da</strong><br />
informação e especificamente com a inclusão de uma metodologia diversifica<strong>da</strong> quanto ao<br />
ensino e à aprendizagem.<br />
Nos ambientes colaborativos os alunos devem estar envolvidos com seu<br />
próprio aprendizado e os desafios propostos devem estar focados em<br />
situações reais que possibilitem articular o aprendizado com as<br />
experiências vivi<strong>da</strong>s. O trabalho colaborativo possibilita um trabalho<br />
coletivo e uma visão mais ampla, além de estimular a criativi<strong>da</strong>de em<br />
prol de novas descobertas. “Em tal concepção os aprendizes são os<br />
autores <strong>da</strong> construção do conhecimento e do seu próprio processo de<br />
aprendizado” (SILVA, 2003, p. 275).<br />
Os laboratórios virtuais, <strong>como</strong> espaços pe<strong>da</strong>gógicos, podem ser utilizados pelos<br />
professores tanto para ensinar quanto para aprender, ou seja, os laboratórios virtuais<br />
poderão vir em auxílio do professor, fazendo-os instigarem nos alunos o desenvolvimento<br />
de inteligência crítica, bem <strong>como</strong> sua capaci<strong>da</strong>de de trabalhar em equipe. Nesses espaços,<br />
os mediadores do conhecimento — os professores — deverão utilizar os laboratórios<br />
virtuais <strong>como</strong> um complemento ao ensino presencial, podendo-se, a partir desses portais,<br />
segundo Simões (2008), obter-se uma enorme biblioteca, sem bibliotecário, em princípio<br />
desorganiza<strong>da</strong>, mas que faz o usuário “crescer” profissionalmente, devido ao percurso de ir<br />
organizando por ele próprio as informações.<br />
Criando percursos, organizados ou não, o professor é impelido a resolver situações<br />
inquietantes, possibilitando-lhe experiências pe<strong>da</strong>gógicas. Partindo dessas experiências, os<br />
professores poderão transferir grande parte <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des exerci<strong>da</strong>s em sala de aula para<br />
este ambiente virtual. Como os jovens atualmente estão mais ligados com as <strong>tecnologia</strong>s,<br />
geralmente eles ficam mais instigados com esse tipo de aulas, podendo, juntamente com<br />
seus professores, terem uma aprendizagem conjunta a respeito do conteúdo, bem <strong>como</strong> a<br />
respeito do uso de <strong>tecnologia</strong>s <strong>da</strong> informação aplica<strong>da</strong>s em sala de aula.<br />
[...] uma nova mídia, <strong>como</strong> a informática, abre possibili<strong>da</strong>des de<br />
mu<strong>da</strong>nças dentro do próprio conhecimento e é possível haver uma<br />
ressonância entre uma <strong>da</strong><strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia, uma mídia e uma visão de<br />
conhecimento. [...] ao mesmo tempo, eles podem ser considerados <strong>como</strong>
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uma tentativa de superar problemas de práticas do ensino tradicional<br />
vigente. (BORBA e PENTEADO, 2003, p. 45).<br />
Ensinar utilizando recursos tecnológicos de informação pressupõe que o professor<br />
ensine e tenha uma atitude totalmente diferente <strong>da</strong> tradicional. Neste caso o professor não é<br />
mais o detentor “total” do conhecimento e <strong>da</strong> informação. A informação se encontra<br />
submersa em diversos locais, <strong>como</strong> revistas, jornais, banco de <strong>da</strong>dos, livros, em endereços<br />
virtuais de todo o mundo. Este processo, assinalado por Moran (1997), prevê que o<br />
professor não imponha a pesquisa confiável ao aluno, mas sim acompanhe, sugira,<br />
incentive, questione e apren<strong>da</strong> junto com seu aluno. Em outras palavras, significa dizer que<br />
o professor não pode ser o detentor do saber justamente porque precisa aprender<br />
constantemente e ampliar o seu conhecimento sobre esse saber.<br />
À medi<strong>da</strong> que a <strong>tecnologia</strong> informática se desenvolve nos deparamos com<br />
a necessi<strong>da</strong>de de atualização de nossos conhecimentos sobre o conteúdo<br />
ao qual ela está sendo integra<strong>da</strong>. Ao utilizar uma calculadora ou um<br />
computador, um professor de matemática pode se deparar com a<br />
necessi<strong>da</strong>de de expandir muitas de suas idéias matemáticas e também<br />
buscar novas opções de trabalho com os alunos. (BORBA e<br />
PENTEADO, 2003, p. 65).<br />
Dessa forma, criando percursos, organizados ou não, o professor é impelido a<br />
resolver situações inquietantes, possibilitando-lhe experiências pe<strong>da</strong>gógicas mais<br />
interessantes, sob o ponto de vista do aluno.<br />
[...] uma nova mídia, <strong>como</strong> a informática, abre possibili<strong>da</strong>des de<br />
mu<strong>da</strong>nças dentro do próprio conhecimento e é possível haver uma<br />
ressonância entre uma <strong>da</strong><strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia, uma mídia e uma visão de<br />
conhecimento. [...] ao mesmo tempo, eles podem ser considerados <strong>como</strong><br />
uma tentativa de superar problemas de práticas do ensino tradicional<br />
vigente. (BORBA e PENTEADO, 2003, p. 45).<br />
Assim, para exemplificar o que foi refletido até aqui, abor<strong>da</strong>mos um software,<br />
denominado GeoGebra que pode ser utilizado na construção e melhoramento <strong>da</strong>s aulas de<br />
matemática, incluindo assim uma metodologia diferencia<strong>da</strong> de aprendizagem.<br />
COMPREENDENDO O GEOGEBRA 5<br />
5 Software criado por Markus Hohenwarter que iniciou o projeto em 2001, na University of Salzburg e tem<br />
continuado o desenvolvimento na Flori<strong>da</strong> Atlantic University. O GeoGebra é escrito em Java e assim está<br />
disponível em múltiplas plataformas.
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O GeoGebra é um software de matemática educacional, gratuito que reúne<br />
geometria dinâmica, álgebra e cálculo entre outras possibili<strong>da</strong>des. Neste software é<br />
possível se fazer desde construções geométricas fun<strong>da</strong>mentais simples, <strong>como</strong> também<br />
seções cônicas, gráficos de funções explícitas e implícitas, entre outros experimentos.<br />
Dessa forma, cálculos envolvendo figuras geométricas tornam-se muito mais fáceis e<br />
acessíveis, tanto para os alunos quanto para os professores. Segundo seu próprio Manual<br />
Aju<strong>da</strong>,<br />
o GeoGebra é um sistema de Geometria Dinâmica que permite realizar<br />
construções tanto com pontos, vetores, segmentos, retas, secções cônicas<br />
<strong>como</strong> com funções que podem modificar-se dinamicamente depois, mas<br />
também pode-se trabalhar com equações e coordena<strong>da</strong>s interliga<strong>da</strong>s<br />
diretamente através do GeoGebra. Assim, o mesmo tem a potência de<br />
manejar com variáveis vincula<strong>da</strong>s a números, vetores e pontos. Essas<br />
duas concepções são características do GeoGebra: Uma expressão em<br />
Álgebra corresponde a um objeto concreto na Geometria e vice-versa.<br />
(REIS E LINS, 2008, p. 03).<br />
Através de softwares de geometria dinâmica, no caso o GeoGebra, possuímos<br />
recursos que nos auxiliam a entender melhor diversas situações do mundo que nos rodeia.<br />
Modelando as “formas de movimento”, seja por caráter prático ou por caráter lúdico,<br />
podemos propiciar o desenvolvimento de conceitos e relações geométricas, bem <strong>como</strong><br />
apresentar uma ativi<strong>da</strong>de interessante aos alunos, iniciando-os no estudo <strong>da</strong> geometria.<br />
Com a utilização de softwares de geometria dinâmica, podemos melhor visualizar<br />
questões e proprie<strong>da</strong>des matemáticas, que inicialmente são de difícil compreensão, mas<br />
que com o auxilio de <strong>ferramenta</strong>s e figuras feitas nestes softwares, ficam mais passíveis de<br />
entendimento. É bom ressaltar que figuras ou <strong>ferramenta</strong>s não servem para demonstrar que<br />
certa proprie<strong>da</strong>de ou conceitos são verídicos.<br />
O recurso de “estabili<strong>da</strong>de do desenho sob ação de movimento” coloca<br />
em cena o propósito e a necessi<strong>da</strong>de de uma demonstração em<br />
Geometria: feita uma construção, mediante deslocamentos aplicados aos<br />
elementos iniciais, temos uma transformação <strong>da</strong> figura na tela do<br />
computador que preserva as relações (explícitas) impostas à construção,<br />
bem <strong>como</strong> as relações (implícitas) delas decorrentes. Ou seja, tem-se na<br />
tela do computador uma coleção de “desenhos em movimento”<br />
guar<strong>da</strong>ndo certos invariantes geométricos, declarados ou não no<br />
procedimento de construção, sendo os últimos passíveis de demonstração.<br />
Este é um interessante recurso para o início do aprendizado <strong>da</strong> Geometria<br />
dedutiva. A partir de uma construção podemos evidenciar o propósito de<br />
organizar o conhecimento na forma de teoria dedutiva – axiomas,<br />
definições, teoremas e demonstrações. Isto porque, nela temos os fatos<br />
declarados nos passos <strong>da</strong> construção (as hipóteses do teorema) que
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encerram regulari<strong>da</strong>des não explicita<strong>da</strong>s (a tese do teorema) e que se<br />
tornam, portanto, passíveis de explicação (a demonstração do teorema).<br />
(GRAVINA, 2009, p.03).<br />
A seguir mostraremos a construção de um quadrado no software GeoGebra, ao qual<br />
pergunta-se: a figura forma<strong>da</strong> é mesmo um quadrado? Se movimentarmos a figura, M<br />
ain<strong>da</strong> continuaria sendo o ponto médio do paralelogramo?<br />
PASSOS: - Primeiramente construa um quadrado a partir de um segmento de lado<br />
(segmento AB, círculo C1 de centro A passando por B, retas r1 e r2 perpendiculares à AB<br />
passando por A e B; D ponto de intersecção de r1 com C1, retas r3 perpendicular à reta r1<br />
passando por D, C ponto de intersecção <strong>da</strong>s retas r3 e r2; completar com os três segmentos<br />
que determinam o quadrilátero.);<br />
- Una os segmentos AB, BC, CD e AD para formar o quadrado;<br />
- Escon<strong>da</strong> a circunferência e as retas perpendiculares traça<strong>da</strong>s, despoluindo assim a figura;<br />
- Trace as diagonais do polígono;<br />
- Encontre o ponto médio do polígono;<br />
Observe figura abaixo:<br />
Figura 1: Figura construí<strong>da</strong> com o software GeoGebra.<br />
Fonte: Autoria própria.<br />
Este pode ser considerado um dos exemplos <strong>da</strong> utilização do GeoGebra para fins de<br />
melhoramento de aprendizagem e conceitos matemáticos referentes à Geometria Dinâmica.
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Nele podemos visualizar melhor as proprie<strong>da</strong>des e tentar resolver as perguntas acima<br />
deixa<strong>da</strong>s: a figura forma<strong>da</strong> é mesmo um quadrado? Se a movimentarmos, M ain<strong>da</strong><br />
continuaria sendo o ponto médio do paralelogramo?<br />
Respondendo às mesmas, podemos visualizar que o paralelogramo criado é um<br />
quadrado e que M é seu ponto médio. Vale novamente lembrar que estamos utilizando o<br />
software no auxílio de visualização de uma possível proprie<strong>da</strong>de geométrica. A<br />
demonstração matemática desse fato é um segundo momento em que o professor lança<br />
mão de outras <strong>ferramenta</strong>s argumentativas para efetivamente realizar uma demonstração.<br />
Sendo assim, o que podemos perceber é que softwares e outras <strong>ferramenta</strong>s<br />
paradidáticas, servem para mostrar aos alunos o porquê <strong>da</strong> demonstração e sua ver<strong>da</strong>deira<br />
indispensabili<strong>da</strong>de. Sem demonstração podemos somente fazer suposições e, com a aju<strong>da</strong><br />
de softwares de geometria dinâmica, instigamos a curiosi<strong>da</strong>de dos alunos a irem em busca<br />
dos porquês, levantando hipóteses e os mesmos procurando suas ver<strong>da</strong>deiras soluções.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Conforme se observou, com o crescente desenvolvimento <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s, há a<br />
exigência de profissionais mais criativos e versáteis, que sejam capazes de entender o<br />
processo <strong>como</strong> um todo, mas que também sejam dotados de autonomia e iniciativa para<br />
resolver problemas em equipe, utilizando diferentes <strong>tecnologia</strong>s, linguagens e<br />
metodologias de ensino: páginas na internet, blogs, informativos on-line, softwares<br />
educativos, são <strong>ferramenta</strong>s importantes, tanto no sentido <strong>da</strong> pratici<strong>da</strong>de quanto no aspecto<br />
motivacional para aluno, professores em serviço e em formação.<br />
Acreditamos e apostamos no fato de que os laboratórios virtuais e softwares<br />
educativos – <strong>como</strong>, por exemplo, o GeoGebra, servem para instigar e motivar, tanto alunos<br />
quanto professores a tornar as aulas de matemática muito mais atrativas e diversifica<strong>da</strong>s,<br />
isto é, um ambiente onde professor e aluno possam estar conectados, ensinando e<br />
aprendendo juntos, mediados pela <strong>tecnologia</strong>.<br />
REFERÊNCIAS
XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />
e<br />
I Encontro de Ensino de Matemática<br />
Pato Branco – Setembro – 2010<br />
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. Acesso em: 12 mai.<br />
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activi<strong>da</strong>de do Professor do Século XXI. Dissertação de Doutoramento. Braga:<br />
Universi<strong>da</strong>de do Minho. (2008).<br />
SILVA, Karine Xavier Soares. WebQuest: uma metodologia para a pesquisa escolar<br />
por meio <strong>da</strong> internet. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2008. In: SILVA, Marco. (org.)<br />
Educação on-line. São Paulo: Loyola, 2003.