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A apropriação da tecnologia como ferramenta pedagógica - UTFPR

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XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />

e<br />

I Encontro de Ensino de Matemática<br />

Pato Branco – Setembro – 2010<br />

A APROPRIAÇÃO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA —<br />

UM EXEMPLO UTILIZANDO O GEOGEBRA<br />

Míria Raquel Bossola 1 , Janecler Apareci<strong>da</strong> Amorim Colombo 2 , Loreci Zanardini 3 , Nádia<br />

Sanzovo 4 .<br />

Resumo: O presente artigo tem por finali<strong>da</strong>de abor<strong>da</strong>r a necessi<strong>da</strong>de de o professor se<br />

qualificar para o atual contexto educacional permeado pelas <strong>tecnologia</strong>s. A prática<br />

pe<strong>da</strong>gógica não pode mais restringir-se a ativi<strong>da</strong>des mecânicas e de memorização, mas<br />

instigar o aluno a resolver problemas utilizando-se de <strong>ferramenta</strong>s. Assim, para<br />

contextualizar apresenta-se um exemplo de utilização do software GeoGebra.<br />

Palavras-chave: Tecnologias <strong>da</strong> Informação; Ativi<strong>da</strong>des Diferencia<strong>da</strong>s; GeoGebra.<br />

AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO<br />

Viver em contato com o computador hoje em dia é quase uma lei, tanto para<br />

adultos, quanto para crianças. Com a inserção e adequação <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s em nosso dia-adia,<br />

podemos verificar que elas afetam diretamente organizações e instituições e,<br />

conseqüentemente, a escola e os professores.<br />

Nesse sentido, os profissionais <strong>da</strong> educação forçosamente são impelidos a entender<br />

e gerir rapi<strong>da</strong>mente as novas exigências, para <strong>da</strong>r conta de nova vertente pe<strong>da</strong>gógica, tendo<br />

em vista que as transformações sociais implicam novos comportamentos, costumes e<br />

hábitos que vão repercutir na educação. É por isso que a socie<strong>da</strong>de, a escola e os<br />

professores não podem ignorar as relações existentes entre informática, conhecimento,<br />

desenvolvimento e educação. Escola e professores devem estar cientes de que a introdução<br />

<strong>da</strong> informática no ensino deve-se valer de recursos colaborativos que, gra<strong>da</strong>tivamente,<br />

construam o conhecimento do aluno.<br />

[...] numa socie<strong>da</strong>de que se transforma a ca<strong>da</strong> dia, o uso do computador<br />

pode criar condições em que o aluno constrói seu conhecimento, ou<br />

então, assumir o caráter reprodutor presente na educação desde épocas<br />

anteriores a ele. É necessário explorar as possibili<strong>da</strong>des tecnológicas no<br />

1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong> - Campus Pato Branco, bolsista PIBIC.<br />

2<br />

Profª Dra. em Educação Científica e Tecnológica, professora do Curso de Licenciatura em Matemática e<br />

orientadora PIBIC.<br />

3<br />

Prof. Msc. Matemática, professor do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong>/Pato Branco.<br />

4 Profª Ms. Educação e professora do curso de Licenciatura em Matemática <strong>UTFPR</strong>/Pato Branco.


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Pato Branco – Setembro – 2010<br />

contexto escolar ou então, o computador não trará benefícios<br />

educacionais, servindo apenas para manter a prática pe<strong>da</strong>gógica vigente.<br />

(MENDES e GRANDO, 2008, p. 05).<br />

A escola, na socie<strong>da</strong>de contemporânea de informação, não pode mais estar<br />

construindo sua prática calca<strong>da</strong> no modelo tradicional que vigorou (e ain<strong>da</strong> vigora, em<br />

muitos casos) durante muitos anos e em momentos históricos distintos dos atuais. Deve,<br />

pois, estar conecta<strong>da</strong> com as novas perspectivas sociais que, por sua vez, exigem um novo<br />

modelo de ensino e aprendizagem o “aprender a aprender”, por meio <strong>da</strong> utilização dos<br />

espaços virtuais disponibilizados à escola e aos alunos, de modo a possibilitar uma maior<br />

interação com as diversas redes.<br />

Sob esta perspectiva, a escola deverá ser capaz de formar os jovens com novas<br />

competências exigi<strong>da</strong>s pela socie<strong>da</strong>de para, por meio <strong>da</strong> utilização de <strong>ferramenta</strong>s digitais,<br />

saber pensar, agir, compreender e selecionar as informações, dividir tarefas, trabalhar em<br />

grupo, além de ampla capaci<strong>da</strong>de de iniciativa e resolução de problemas.<br />

Aos professores cabe, pois, aprender a recorrer a, gerir e potencializar os espaços<br />

virtuais, bem <strong>como</strong> manter-se em constante atualização científica e pe<strong>da</strong>gógica. Nesse<br />

sentido, é necessário redefinir o papel do professor dentro e fora <strong>da</strong> sala de aula, isto é, há<br />

necessi<strong>da</strong>de de redefinição dos docentes, principalmente com relação ao aumento <strong>da</strong><br />

interativi<strong>da</strong>de entre o discente e o docente no processo de aprendizagem por meio do uso<br />

<strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s de informação e comunicação.<br />

À medi<strong>da</strong> que a <strong>tecnologia</strong> informática se desenvolve nos deparamos com<br />

a necessi<strong>da</strong>de de atualização de nossos conhecimentos sobre o conteúdo<br />

ao qual ela está sendo integra<strong>da</strong>. Ao utilizar uma calculadora ou um<br />

computador, um professor de matemática pode se deparar com a<br />

necessi<strong>da</strong>de de expandir muitas de suas idéias matemáticas e também<br />

buscar novas opções de trabalho com os alunos. (BORBA e<br />

PENTEADO, 2003, p. 65).<br />

Sendo assim, torna-se imprescindível aos professores engajarem-se num processo<br />

<strong>da</strong> disseminação dos computadores em sala de aula, acompanhado de reflexões e<br />

discussões sobre ações concretas que deverão desencadear uma nova prática pe<strong>da</strong>gógica.<br />

Os professores precisam saber <strong>como</strong> usar os novos equipamentos e<br />

softwares e também qual é seu potencial, quais são seus pontos fortes e<br />

seus pontos fracos. Essas <strong>tecnologia</strong>s mu<strong>da</strong>m o ambiente em que os<br />

professores trabalham e o modo <strong>como</strong> se relacionam com outros<br />

professores, têm um impacto importante na natureza do trabalho do<br />

professor e, desse modo, na sua identi<strong>da</strong>de profissional. (PONTE,<br />

OLIVEIRA e VARANDAS, 2003, p. 163).


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Essa “revolução tecnológica” traz, assim, no seu bojo conseqüências desafiadoras<br />

para os professores, tendo em vista que, conforme coloca Simões (2008), “[...] educar é<br />

hoje mais complexo, porque a socie<strong>da</strong>de é mais complexa. Há sobrecarga de informações,<br />

fontes múltiplas, diferentes visões de mundo [...] é preciso reaprender a ensinar”. É neste<br />

ponto que se encontra o maior desafio e também o maior obstáculo: <strong>como</strong> podemos<br />

instigar os alunos a se comprometerem mais com o estudo e conseqüentemente com seu<br />

futuro? Como formar os novos mediadores do conhecimento, a fim de melhorar a educação<br />

que também estará em constante modificação?<br />

Se os jovens de hoje já estão mais familiarizados com as <strong>ferramenta</strong>s tecnológicas,<br />

os professores, porém, numa faixa etária mais velha não “aprenderam ou não se<br />

construiram dentro desse mundo tecnológico”, o que tem gerado um profundo<br />

descompasso entre gerações. De um lado professores carecendo ain<strong>da</strong> “dominar” a<br />

máquina, por outro lado, alunos a exigir mais dinamici<strong>da</strong>de, própria <strong>da</strong>s TIC, nas aulas.<br />

Assim <strong>como</strong> no sistema de ensino superior europeu, por exemplo, mais precisamente na<br />

Espanha, que se utilizam <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s de informação e comunicação, constituí<strong>da</strong>s de<br />

três vértices, <strong>como</strong> parte fun<strong>da</strong>mental no ensino, na aprendizagem e pesquisa, conforme<br />

apontam Castro Filho e Vergueiro (2007), citando Pitarch Michavila (2005, p. 45):<br />

a) Los nuevos modos de actuación docente abarcan desde la definición de<br />

objetivos específicos en las disciplinas que se imparten hasta las<br />

estrategias adecua<strong>da</strong>s para la motivación de los estudiantes; b) desde la<br />

introducción de las tecnologías educativas convenientes y la preparación<br />

de los materiales didácticos necesarios hasta la potenciación de las<br />

tutorías; c) desde la utilización de la evaluación de los alumnos <strong>como</strong><br />

herramienta de aprendizaje hasta el desarrollo de las actuaciones que<br />

propicien la comprensión por los profesores de las nuevas formas de<br />

aprendizaje.<br />

Assim, para o professor desempenhar melhor seu papel deve possuir um vasto e<br />

sólido conhecimento, tanto dos conceitos quanto dos procedimentos para possibilitar-lhe<br />

transformar o conhecimento científico em saber escolar, marcado por mu<strong>da</strong>nças de cunho<br />

social e cultural, resultando em conhecimentos intermediários. O professor, por sua vez,<br />

não deve subestimar o potencial dos alunos, visto que é dever dele ser o mediador entre o<br />

conhecimento científico e o conhecimento aplicado.<br />

Para tal, é necessário que o professor tenha também embasamento teórico que lhe<br />

permita utilizar-se dessas <strong>ferramenta</strong>s tecnológicas de modo a aplicar metodologias<br />

varia<strong>da</strong>s para abor<strong>da</strong>r os conteúdos, de forma a se tornarem significativos para o aluno e o


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suscitem para a reflexão na busca de estratégias próprias na resolução de problemas e<br />

ativi<strong>da</strong>des propostos.<br />

Assim, a escola, partindo do princípio de que ela está formando futuros<br />

profissionais, deverá criar ambientes colaborativos, introduzindo aportes tecnológicos que<br />

possibilitem a interação do aluno e do professor com o mínimo de organização <strong>da</strong><br />

informação e especificamente com a inclusão de uma metodologia diversifica<strong>da</strong> quanto ao<br />

ensino e à aprendizagem.<br />

Nos ambientes colaborativos os alunos devem estar envolvidos com seu<br />

próprio aprendizado e os desafios propostos devem estar focados em<br />

situações reais que possibilitem articular o aprendizado com as<br />

experiências vivi<strong>da</strong>s. O trabalho colaborativo possibilita um trabalho<br />

coletivo e uma visão mais ampla, além de estimular a criativi<strong>da</strong>de em<br />

prol de novas descobertas. “Em tal concepção os aprendizes são os<br />

autores <strong>da</strong> construção do conhecimento e do seu próprio processo de<br />

aprendizado” (SILVA, 2003, p. 275).<br />

Os laboratórios virtuais, <strong>como</strong> espaços pe<strong>da</strong>gógicos, podem ser utilizados pelos<br />

professores tanto para ensinar quanto para aprender, ou seja, os laboratórios virtuais<br />

poderão vir em auxílio do professor, fazendo-os instigarem nos alunos o desenvolvimento<br />

de inteligência crítica, bem <strong>como</strong> sua capaci<strong>da</strong>de de trabalhar em equipe. Nesses espaços,<br />

os mediadores do conhecimento — os professores — deverão utilizar os laboratórios<br />

virtuais <strong>como</strong> um complemento ao ensino presencial, podendo-se, a partir desses portais,<br />

segundo Simões (2008), obter-se uma enorme biblioteca, sem bibliotecário, em princípio<br />

desorganiza<strong>da</strong>, mas que faz o usuário “crescer” profissionalmente, devido ao percurso de ir<br />

organizando por ele próprio as informações.<br />

Criando percursos, organizados ou não, o professor é impelido a resolver situações<br />

inquietantes, possibilitando-lhe experiências pe<strong>da</strong>gógicas. Partindo dessas experiências, os<br />

professores poderão transferir grande parte <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des exerci<strong>da</strong>s em sala de aula para<br />

este ambiente virtual. Como os jovens atualmente estão mais ligados com as <strong>tecnologia</strong>s,<br />

geralmente eles ficam mais instigados com esse tipo de aulas, podendo, juntamente com<br />

seus professores, terem uma aprendizagem conjunta a respeito do conteúdo, bem <strong>como</strong> a<br />

respeito do uso de <strong>tecnologia</strong>s <strong>da</strong> informação aplica<strong>da</strong>s em sala de aula.<br />

[...] uma nova mídia, <strong>como</strong> a informática, abre possibili<strong>da</strong>des de<br />

mu<strong>da</strong>nças dentro do próprio conhecimento e é possível haver uma<br />

ressonância entre uma <strong>da</strong><strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia, uma mídia e uma visão de<br />

conhecimento. [...] ao mesmo tempo, eles podem ser considerados <strong>como</strong>


XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />

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Pato Branco – Setembro – 2010<br />

uma tentativa de superar problemas de práticas do ensino tradicional<br />

vigente. (BORBA e PENTEADO, 2003, p. 45).<br />

Ensinar utilizando recursos tecnológicos de informação pressupõe que o professor<br />

ensine e tenha uma atitude totalmente diferente <strong>da</strong> tradicional. Neste caso o professor não é<br />

mais o detentor “total” do conhecimento e <strong>da</strong> informação. A informação se encontra<br />

submersa em diversos locais, <strong>como</strong> revistas, jornais, banco de <strong>da</strong>dos, livros, em endereços<br />

virtuais de todo o mundo. Este processo, assinalado por Moran (1997), prevê que o<br />

professor não imponha a pesquisa confiável ao aluno, mas sim acompanhe, sugira,<br />

incentive, questione e apren<strong>da</strong> junto com seu aluno. Em outras palavras, significa dizer que<br />

o professor não pode ser o detentor do saber justamente porque precisa aprender<br />

constantemente e ampliar o seu conhecimento sobre esse saber.<br />

À medi<strong>da</strong> que a <strong>tecnologia</strong> informática se desenvolve nos deparamos com<br />

a necessi<strong>da</strong>de de atualização de nossos conhecimentos sobre o conteúdo<br />

ao qual ela está sendo integra<strong>da</strong>. Ao utilizar uma calculadora ou um<br />

computador, um professor de matemática pode se deparar com a<br />

necessi<strong>da</strong>de de expandir muitas de suas idéias matemáticas e também<br />

buscar novas opções de trabalho com os alunos. (BORBA e<br />

PENTEADO, 2003, p. 65).<br />

Dessa forma, criando percursos, organizados ou não, o professor é impelido a<br />

resolver situações inquietantes, possibilitando-lhe experiências pe<strong>da</strong>gógicas mais<br />

interessantes, sob o ponto de vista do aluno.<br />

[...] uma nova mídia, <strong>como</strong> a informática, abre possibili<strong>da</strong>des de<br />

mu<strong>da</strong>nças dentro do próprio conhecimento e é possível haver uma<br />

ressonância entre uma <strong>da</strong><strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia, uma mídia e uma visão de<br />

conhecimento. [...] ao mesmo tempo, eles podem ser considerados <strong>como</strong><br />

uma tentativa de superar problemas de práticas do ensino tradicional<br />

vigente. (BORBA e PENTEADO, 2003, p. 45).<br />

Assim, para exemplificar o que foi refletido até aqui, abor<strong>da</strong>mos um software,<br />

denominado GeoGebra que pode ser utilizado na construção e melhoramento <strong>da</strong>s aulas de<br />

matemática, incluindo assim uma metodologia diferencia<strong>da</strong> de aprendizagem.<br />

COMPREENDENDO O GEOGEBRA 5<br />

5 Software criado por Markus Hohenwarter que iniciou o projeto em 2001, na University of Salzburg e tem<br />

continuado o desenvolvimento na Flori<strong>da</strong> Atlantic University. O GeoGebra é escrito em Java e assim está<br />

disponível em múltiplas plataformas.


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O GeoGebra é um software de matemática educacional, gratuito que reúne<br />

geometria dinâmica, álgebra e cálculo entre outras possibili<strong>da</strong>des. Neste software é<br />

possível se fazer desde construções geométricas fun<strong>da</strong>mentais simples, <strong>como</strong> também<br />

seções cônicas, gráficos de funções explícitas e implícitas, entre outros experimentos.<br />

Dessa forma, cálculos envolvendo figuras geométricas tornam-se muito mais fáceis e<br />

acessíveis, tanto para os alunos quanto para os professores. Segundo seu próprio Manual<br />

Aju<strong>da</strong>,<br />

o GeoGebra é um sistema de Geometria Dinâmica que permite realizar<br />

construções tanto com pontos, vetores, segmentos, retas, secções cônicas<br />

<strong>como</strong> com funções que podem modificar-se dinamicamente depois, mas<br />

também pode-se trabalhar com equações e coordena<strong>da</strong>s interliga<strong>da</strong>s<br />

diretamente através do GeoGebra. Assim, o mesmo tem a potência de<br />

manejar com variáveis vincula<strong>da</strong>s a números, vetores e pontos. Essas<br />

duas concepções são características do GeoGebra: Uma expressão em<br />

Álgebra corresponde a um objeto concreto na Geometria e vice-versa.<br />

(REIS E LINS, 2008, p. 03).<br />

Através de softwares de geometria dinâmica, no caso o GeoGebra, possuímos<br />

recursos que nos auxiliam a entender melhor diversas situações do mundo que nos rodeia.<br />

Modelando as “formas de movimento”, seja por caráter prático ou por caráter lúdico,<br />

podemos propiciar o desenvolvimento de conceitos e relações geométricas, bem <strong>como</strong><br />

apresentar uma ativi<strong>da</strong>de interessante aos alunos, iniciando-os no estudo <strong>da</strong> geometria.<br />

Com a utilização de softwares de geometria dinâmica, podemos melhor visualizar<br />

questões e proprie<strong>da</strong>des matemáticas, que inicialmente são de difícil compreensão, mas<br />

que com o auxilio de <strong>ferramenta</strong>s e figuras feitas nestes softwares, ficam mais passíveis de<br />

entendimento. É bom ressaltar que figuras ou <strong>ferramenta</strong>s não servem para demonstrar que<br />

certa proprie<strong>da</strong>de ou conceitos são verídicos.<br />

O recurso de “estabili<strong>da</strong>de do desenho sob ação de movimento” coloca<br />

em cena o propósito e a necessi<strong>da</strong>de de uma demonstração em<br />

Geometria: feita uma construção, mediante deslocamentos aplicados aos<br />

elementos iniciais, temos uma transformação <strong>da</strong> figura na tela do<br />

computador que preserva as relações (explícitas) impostas à construção,<br />

bem <strong>como</strong> as relações (implícitas) delas decorrentes. Ou seja, tem-se na<br />

tela do computador uma coleção de “desenhos em movimento”<br />

guar<strong>da</strong>ndo certos invariantes geométricos, declarados ou não no<br />

procedimento de construção, sendo os últimos passíveis de demonstração.<br />

Este é um interessante recurso para o início do aprendizado <strong>da</strong> Geometria<br />

dedutiva. A partir de uma construção podemos evidenciar o propósito de<br />

organizar o conhecimento na forma de teoria dedutiva – axiomas,<br />

definições, teoremas e demonstrações. Isto porque, nela temos os fatos<br />

declarados nos passos <strong>da</strong> construção (as hipóteses do teorema) que


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encerram regulari<strong>da</strong>des não explicita<strong>da</strong>s (a tese do teorema) e que se<br />

tornam, portanto, passíveis de explicação (a demonstração do teorema).<br />

(GRAVINA, 2009, p.03).<br />

A seguir mostraremos a construção de um quadrado no software GeoGebra, ao qual<br />

pergunta-se: a figura forma<strong>da</strong> é mesmo um quadrado? Se movimentarmos a figura, M<br />

ain<strong>da</strong> continuaria sendo o ponto médio do paralelogramo?<br />

PASSOS: - Primeiramente construa um quadrado a partir de um segmento de lado<br />

(segmento AB, círculo C1 de centro A passando por B, retas r1 e r2 perpendiculares à AB<br />

passando por A e B; D ponto de intersecção de r1 com C1, retas r3 perpendicular à reta r1<br />

passando por D, C ponto de intersecção <strong>da</strong>s retas r3 e r2; completar com os três segmentos<br />

que determinam o quadrilátero.);<br />

- Una os segmentos AB, BC, CD e AD para formar o quadrado;<br />

- Escon<strong>da</strong> a circunferência e as retas perpendiculares traça<strong>da</strong>s, despoluindo assim a figura;<br />

- Trace as diagonais do polígono;<br />

- Encontre o ponto médio do polígono;<br />

Observe figura abaixo:<br />

Figura 1: Figura construí<strong>da</strong> com o software GeoGebra.<br />

Fonte: Autoria própria.<br />

Este pode ser considerado um dos exemplos <strong>da</strong> utilização do GeoGebra para fins de<br />

melhoramento de aprendizagem e conceitos matemáticos referentes à Geometria Dinâmica.


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Pato Branco – Setembro – 2010<br />

Nele podemos visualizar melhor as proprie<strong>da</strong>des e tentar resolver as perguntas acima<br />

deixa<strong>da</strong>s: a figura forma<strong>da</strong> é mesmo um quadrado? Se a movimentarmos, M ain<strong>da</strong><br />

continuaria sendo o ponto médio do paralelogramo?<br />

Respondendo às mesmas, podemos visualizar que o paralelogramo criado é um<br />

quadrado e que M é seu ponto médio. Vale novamente lembrar que estamos utilizando o<br />

software no auxílio de visualização de uma possível proprie<strong>da</strong>de geométrica. A<br />

demonstração matemática desse fato é um segundo momento em que o professor lança<br />

mão de outras <strong>ferramenta</strong>s argumentativas para efetivamente realizar uma demonstração.<br />

Sendo assim, o que podemos perceber é que softwares e outras <strong>ferramenta</strong>s<br />

paradidáticas, servem para mostrar aos alunos o porquê <strong>da</strong> demonstração e sua ver<strong>da</strong>deira<br />

indispensabili<strong>da</strong>de. Sem demonstração podemos somente fazer suposições e, com a aju<strong>da</strong><br />

de softwares de geometria dinâmica, instigamos a curiosi<strong>da</strong>de dos alunos a irem em busca<br />

dos porquês, levantando hipóteses e os mesmos procurando suas ver<strong>da</strong>deiras soluções.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Conforme se observou, com o crescente desenvolvimento <strong>da</strong>s <strong>tecnologia</strong>s, há a<br />

exigência de profissionais mais criativos e versáteis, que sejam capazes de entender o<br />

processo <strong>como</strong> um todo, mas que também sejam dotados de autonomia e iniciativa para<br />

resolver problemas em equipe, utilizando diferentes <strong>tecnologia</strong>s, linguagens e<br />

metodologias de ensino: páginas na internet, blogs, informativos on-line, softwares<br />

educativos, são <strong>ferramenta</strong>s importantes, tanto no sentido <strong>da</strong> pratici<strong>da</strong>de quanto no aspecto<br />

motivacional para aluno, professores em serviço e em formação.<br />

Acreditamos e apostamos no fato de que os laboratórios virtuais e softwares<br />

educativos – <strong>como</strong>, por exemplo, o GeoGebra, servem para instigar e motivar, tanto alunos<br />

quanto professores a tornar as aulas de matemática muito mais atrativas e diversifica<strong>da</strong>s,<br />

isto é, um ambiente onde professor e aluno possam estar conectados, ensinando e<br />

aprendendo juntos, mediados pela <strong>tecnologia</strong>.<br />

REFERÊNCIAS


XV Semana <strong>da</strong> Matemática<br />

e<br />

I Encontro de Ensino de Matemática<br />

Pato Branco – Setembro – 2010<br />

BORBA, Marcelo de Carvalho; PENTEADO, Miriam Godoy. Informática e Educação<br />

Matemática. Belo Horizonte, Autêntica, 3ª ed., 2003.<br />

CASTRO FILHO, C.M. e VERGUEIRO, W. As <strong>tecnologia</strong>s <strong>da</strong> informação e comunicação<br />

no novo espaço educacional: reflexão a partir <strong>da</strong> proposição dos centros de recursos para el<br />

aprendizaje y la investigación (crais). In: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência<br />

<strong>da</strong> Informação. Campinas, v.5, n.1, p. 1-12, jan./jun. 2007- ISSN: 1678-765X.<br />

GRANDO, Regina Célia. MENDES, Rosana Maria. A utilização do jogo computacional<br />

<strong>como</strong> um recurso didático para a aula de matemática. 2008.<br />

Disponível em:<br />

. Acesso em: 12 jan. 2010.<br />

GRAVINA, Maria Alice. Geometria dinâmica na escola. 2009. Disponível nos anais do I<br />

SIMMI – Universi<strong>da</strong>de Federal de Goiás, Catalão, GO.<br />

MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na educação. 1997. Disponível em:<br />

. Acesso em: 12 mai.<br />

2010.<br />

PONTE, João Pedro, OLIVEIRA, Hélia, VARANDAS, José Manuel. O contributo <strong>da</strong>s<br />

<strong>tecnologia</strong>s <strong>da</strong> informação e comunicação para o desenvolvimento do conhecimento e <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de profissional. In: FIORENTIN, Dario (Org.). Formação dos professores de<br />

matemática – Explorando novos caminhos com outros olhares. Campinas, SP: Mercado<br />

de Letras, 2003.<br />

REIS, Helder, LINS, Abigail. O uso do aplicativo Geogebra no ensino e aprendizagem<br />

dos conceitos de grandezas e medi<strong>da</strong>s geométricas. Disponível em:<br />

. Acesso em: 07 set. 2010.<br />

SIMÕES, Manuela: Laboratórios Virtuais de Matemática <strong>como</strong> espaços de apoio à<br />

activi<strong>da</strong>de do Professor do Século XXI. Dissertação de Doutoramento. Braga:<br />

Universi<strong>da</strong>de do Minho. (2008).<br />

SILVA, Karine Xavier Soares. WebQuest: uma metodologia para a pesquisa escolar<br />

por meio <strong>da</strong> internet. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2008. In: SILVA, Marco. (org.)<br />

Educação on-line. São Paulo: Loyola, 2003.

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