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PART I - Academia Tiradentes de Odontologia

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

No livro Nuei-Kieng, escrito na China (2670 anos aC), pelo<br />

imperador Huang-Ty, fundador da Medicina naquele país, encontram-se<br />

reunidos conhecimentos médicos da época, sendo nele mencionada a<br />

extração <strong>de</strong>ntal e, <strong>de</strong>screvendo-se também, o tratamento das fraturas da<br />

mandíbula.<br />

Um gran<strong>de</strong> médico grego Esculápio (século XIII) antes da era<br />

cristã e, que a tradição converteu em “Deus da Medicina”, <strong>de</strong>u origem à<br />

Cirurgia Dental, tendo inventado os primeiros instrumentos <strong>de</strong>stinados à<br />

extração dos <strong>de</strong>ntes. Estes instrumentos eram <strong>de</strong> chumbo e <strong>de</strong>nominavamse<br />

“odontagogo” e “rizagra”, sendo o primeiro <strong>de</strong>stinado aos <strong>de</strong>ntes com<br />

coroa e, o outro para a extração <strong>de</strong> raízes.<br />

Hipócrates (460 anos aC), ainda que não <strong>de</strong>dicasse em suas<br />

obras um capítulo especial às enfermida<strong>de</strong>s dos <strong>de</strong>ntes, menciona algumas<br />

passagens, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>duzir daí a gran<strong>de</strong> importância que foi atribuída<br />

aos <strong>de</strong>ntes e a suas enfermida<strong>de</strong>s. Narra, além disso, aci<strong>de</strong>ntes que<br />

acompanham frequentemente o irrompimento dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos e sua<br />

substituição. Diz ainda que: “nos casos <strong>de</strong> odontalgia, se os <strong>de</strong>ntes estão<br />

enfermos e com mobilida<strong>de</strong>, é necessário cauterizá-los”. Acreditava que<br />

somente <strong>de</strong>veriam ser extraídos <strong>de</strong>ntes com mobilida<strong>de</strong>, sendo natural que<br />

não fosse consi<strong>de</strong>rada sua extração como uma operação muito difícil.<br />

Aristóteles (384 anos aC), o maior filósofo da antiguida<strong>de</strong>,<br />

falava também, dos <strong>de</strong>ntes e suas enfermida<strong>de</strong>s e, ao lado <strong>de</strong> alguns<br />

absurdos como aquele <strong>de</strong> que o homem possuiria maior número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

que a mulher, ainda <strong>de</strong>screvia um instrumento <strong>de</strong>stinado à extração dos<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>nominado “odontagra”.<br />

Cornélio Celso (30 anos aC), nos princípios da era cristã,<br />

<strong>de</strong>screve no livro VII <strong>de</strong> sua obra “De Medicina”, a sin<strong>de</strong>smotomia prévia à<br />

extração <strong>de</strong>ntal, recomendando-a para evitar-se a fratura do <strong>de</strong>nte ou o<br />

<strong>de</strong>sgarramento gengival. Além disso, para reparar esta fratura, aconselhava<br />

o preenchimento da cavida<strong>de</strong> com chumbo. Sugeria, também, fazer a tração<br />

na direção do longo eixo do <strong>de</strong>nte, para evitar a fratura óssea. Quando<br />

fossem raízes a serem extraídas, o instrumento a ser usado <strong>de</strong>veria ser<br />

aquele <strong>de</strong>nominado pelos gregos com o nome <strong>de</strong> “rizagra”.<br />

Na Ida<strong>de</strong> Média, Avicena inclui em sua “Cantica”, um capítulo<br />

sobre as fraturas mandibulares, enquanto Guglielmo <strong>de</strong> Piacenza foi o<br />

primeiro a recomendar em seu “Liber in Scientia Medicinale”, a fixação<br />

intermaxilar.<br />

Galeno (130 anos dC) continuava consi<strong>de</strong>rando a extração<br />

<strong>de</strong>ntal como perigosa e dolorosa, sugerindo uma série <strong>de</strong> medicamentos e<br />

processos <strong>de</strong>stinados a combater a odontalgia quando esta terapêutica<br />

fracassasse, julgando ter chegado o momento para proce<strong>de</strong>r à eliminação<br />

do <strong>de</strong>nte. Para tal, indicava aplicação <strong>de</strong> pós <strong>de</strong> pelitre e vinagre na<br />

cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntal, com o que no final <strong>de</strong> uma hora “o <strong>de</strong>nte moveria e po<strong>de</strong>ria<br />

ser extraído com os próprios <strong>de</strong>dos ou com pinças”.<br />

Des<strong>de</strong> Aristóteles até Galeno, durante quinhentos anos, pouco<br />

se adiantou no conhecimento da anatomia e da patologia <strong>de</strong>ntais. Sem<br />

dúvida, <strong>de</strong>ver-se-ia ter em conta que durante esse período floresceram na<br />

escola <strong>de</strong> Alexandria com Herófilo e Erasistrato, que iniciaram a dissecação<br />

<strong>de</strong> cadáveres humanos, estudando minuciosamente a anatomia <strong>de</strong> todos os<br />

órgãos. Apesar <strong>de</strong> não aparecer nada relacionado com os <strong>de</strong>ntes nesses<br />

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