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PART I - Academia Tiradentes de Odontologia

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL<br />

NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

BUCO MAXILLOFACIAL SURGERY HISTORY<br />

IN BRAZIL – <strong>PART</strong> I<br />

1<br />

Clóvis MARZOLA *<br />

_______________________________________<br />

* Professor Titular <strong>de</strong> Cirurgia Aposentado da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Professor dos Cursos <strong>de</strong> Especialização e<br />

Residência da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas (APCD) Regional <strong>de</strong><br />

Bauru, do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial e do<br />

Hospital <strong>de</strong> Base da Associação Hospitalar <strong>de</strong> Bauru. Membro Titular Fundador<br />

do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e Traumatologia BMF. Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong><br />

<strong>Tira<strong>de</strong>ntes</strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>. Membro Titular da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong>. Conselheiro da Câmara Brasileira <strong>de</strong> Cultura e da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>de</strong><br />

Artes e Ciências da CBC.


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

PRESIDENTES DO COLÉGIO<br />

NOS SEUS 40 ANOS<br />

J. HILDO OMAR<br />

BARROS EURICO<br />

YGAR MARZOLA WAGNER ARAÚJO<br />

PRADA PASSERI EMANUEL PAULO JOSÉ<br />

RICARDO HOLANDA<br />

GABRIELLI HONSI<br />

2


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

CAPÍTULO I<br />

INTRODUÇÃO<br />

A cirurgia bucal é a especialida<strong>de</strong> da <strong>Odontologia</strong> que inclui o<br />

diagnóstico, assim como o respectivo tratamento cirúrgico <strong>de</strong> alterações,<br />

injúrias e falhas dos ossos da face e estruturas correlatas.<br />

Geralmente abrange o tratamento <strong>de</strong> feridas, redução <strong>de</strong><br />

fraturas maxilares e da mandíbula, tratamento cirúrgico das infecções<br />

crônicas e agudas incluindo abcessos e osteomielites, reparo das<br />

enfermida<strong>de</strong>s congênitas e adquiridas, além do uso dos enxertos ósseos,<br />

cirurgias estéticas das maxilas e da mandíbula. Ainda, as anomalias da<br />

oclusão, excisão <strong>de</strong> tecidos moles e duros, tais como cistos e neoplasias<br />

benignas ou malignas, extração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes normalmente implantados e<br />

retidos, preparo da boca com finalida<strong>de</strong> protética. Além disso, o tratamento<br />

das infecções dos seios maxilares <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>ntal, das alterações<br />

glandulares, além das cirurgias <strong>de</strong> nervos, como naqueles casos <strong>de</strong><br />

nevralgias rebel<strong>de</strong>s.<br />

Atualmente a cirurgia bucal tem suas vistas voltadas para o<br />

campo dos transplantes e dos implantes <strong>de</strong>ntais, além do trauma <strong>de</strong>ntal.<br />

Com a esperança <strong>de</strong> ver num futuro bem próximo resolvido o gran<strong>de</strong><br />

problema da ausência e da perda dos elementos <strong>de</strong>ntais, que tantos<br />

malefícios trazem às comunida<strong>de</strong>s, provocando sérias e graves mutilações.<br />

O genoma com as células tronco vem vindo aí trazendo magníficas<br />

possibilida<strong>de</strong>s para a cirurgia, com a formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes a partir das<br />

próprias estruturas <strong>de</strong>ntais.<br />

Os implantes, além dos <strong>de</strong>ntes, também já são empregados em<br />

<strong>Odontologia</strong>, quer com respeito às <strong>de</strong>ntaduras implantadas, quer com<br />

relação ao implantes <strong>de</strong> materiais aloplásticos no interior <strong>de</strong> lojas cirúrgicas.<br />

Tais materiais como o osso sintético, o sulfato <strong>de</strong> cálcio, os diferentes tipos<br />

<strong>de</strong> hidroxiapatitas, o HTR (hard tissue replacement) e, o osso anorgânico<br />

liofilizado. Também o osseobond (GENOX-ORGÂNICO), o aglutinógeno<br />

para a mesclagem <strong>de</strong>ssas substâncias (GEN-COL), a BMP a proteína<br />

morfogenética (GENPRO), as membranas protetoras (GEN-DERM), além <strong>de</strong><br />

outros já em pleno uso em nossa especialida<strong>de</strong>.<br />

As técnicas exodônticas atuais atingiram um nível <strong>de</strong> perfeição<br />

tão elevado, que já não mais existe o fantasma das extrações pavorosas,<br />

que ocorria tão frequentemente até a algum tempo.<br />

O principal objetivo da <strong>Odontologia</strong> é aquele <strong>de</strong> salvar um<br />

<strong>de</strong>nte e, não a realização <strong>de</strong> completas mutilações, principalmente quando<br />

se tratar <strong>de</strong> crianças (Figs. 1 a 3).<br />

O preparo da boca com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber uma prótese<br />

em condições razoáveis, também, é outro tópico a ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância em nossa especialida<strong>de</strong>, pois bocas <strong>de</strong>ficientes não têm<br />

condições para sustentar uma prótese correta. Advém daí uma série <strong>de</strong><br />

problemas, tanto para o paciente quanto para o profissional (Figs. 4 e 5).<br />

Além do mais, as cirurgias plásticas feitas atualmente <strong>de</strong>ntro do<br />

campo da <strong>Odontologia</strong> mostram ainda mais que o CD já atingiu um grau <strong>de</strong><br />

diferenciação bastante alto <strong>de</strong>ntro do conceito geral com as <strong>de</strong>mais<br />

profissões, atuando perfeitamente nessas circunstâncias (Figs. 6 a 9).<br />

3


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 1 – Nota-se inicialmente a dificulda<strong>de</strong> em se estabelecer uma condição <strong>de</strong> higiene<br />

correta e a limitação do tipo <strong>de</strong> tratamento a seguir-se.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 2 – Aspecto intrabucal <strong>de</strong> uma criança com 13 anos que teve todos seus <strong>de</strong>ntes<br />

extraídos, notando-se a total mutilação do arco superior, com a presença do<br />

segundo molar superior, dando a ela uma característica totalmente senil.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 3 – Aspecto intrabucal <strong>de</strong> uma criança com 13 anos que teve todos seus <strong>de</strong>ntes<br />

extraídos, notando-se a total mutilação do arco inferior, com a presença do<br />

segundo molar inferior, dando a ela uma característica totalmente senil.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 4 - Rebordo residual superior dificultando a colocação <strong>de</strong> uma prótese, <strong>de</strong>vido ao<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> saliências ósseas ou invaginações. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

alveoloplastia corretora neste momento, quando a conservadora <strong>de</strong>veria ter sido<br />

realizada quando das extrações <strong>de</strong>ntais. Atualmente, é um caso on<strong>de</strong> está<br />

perfeitamente indicado o implante <strong>de</strong> membrana, para o estímulo da formação<br />

óssea e, a futura instalação <strong>de</strong> implantes <strong>de</strong>ntais, ou mesmo <strong>de</strong> próteses totais.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 5 – Rebordo residual inferior dificultando a colocação <strong>de</strong> uma prótese, <strong>de</strong>vido ao<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> saliências ósseas ou invaginações.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 6 - Osteotomia segmentar na região <strong>de</strong> molar superior, notando-se o caso clinicamente<br />

com o molar extruído.<br />

Fonte – Arquivos do Prof. Dr. Reynaldo Mazzotini.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 7 - Osteotomia segmentar na região do molar superior, notando-se a fase cirúrgica em<br />

andamento, com a osteotomia.<br />

Fonte – Arquivos do Prof. Dr. Reynaldo Mazzotini.<br />

Fig. 8 - Osteotomia segmentar na região <strong>de</strong> molar superior, notando-se já a fixação<br />

a<strong>de</strong>quada através amarria com fio <strong>de</strong> aço.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Reynaldo Mazzotini.<br />

Assim, o profissional com Curso <strong>de</strong> Especialização e com<br />

corretos conhecimentos científicos e éticos, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente autorizado<br />

pelos centros competentes, estará em condições <strong>de</strong> realizar plásticas labiais<br />

e fissuras palatinas, além <strong>de</strong> correções <strong>de</strong> <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s mentuais e maxilo<br />

mandibulares (Figs. 10 a 12).<br />

Fig. 9 - Osteotomia segmentar na região <strong>de</strong> molar superior, após a contenção.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Reynaldo Mazzotini.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 10 - Pré-operatório para o planejamento <strong>de</strong> mentoplastia efetuada com finalida<strong>de</strong> préprotética,<br />

restabelecendo-se a função e estética.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Cláudio Maldonado Pastori.<br />

Fig. 11 - Pós-operatório e oclusão <strong>de</strong> uma mentoplastia efetuada com finalida<strong>de</strong> préprotética,<br />

restabelecendo-se a função e a estética do paciente.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Cláudio Maldonado Pastori.<br />

Fig. 12 - Aspecto cirúrgico da mentoplastia efetuada com finalida<strong>de</strong> pré-protética,<br />

restabelecendo-se a função e a estética no paciente.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Cláudio Maldonado Pastori.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Ao falar-se <strong>de</strong>sta maneira, não significa que antigamente os<br />

profissionais não lutassem por uma <strong>Odontologia</strong> melhor, mas sim porque<br />

naquela época, talvez, não possuíssem os recursos atuais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

instrumental, a esterilização, as técnicas mo<strong>de</strong>rnas e anestesias perfeitas,<br />

até aqueles problemas relacionados com as atitu<strong>de</strong>s psíquicas do indivíduo.<br />

Por este motivo que este trabalho foi realizado e, <strong>de</strong>dicado<br />

totalmente a talvez aqueles que foram os maiores baluartes da Cirurgia e<br />

Traumatologia BMF no Brasil, que muito lutaram para que fosse atingido<br />

esse auge.<br />

Esta é uma referência toda especial aos Profs. Drs. João Jorge<br />

<strong>de</strong> Barros, Mário Graziani e Ygar Ribeiro Gandra, on<strong>de</strong> se tem toda a<br />

convicção que sem a luta <strong>de</strong>sses gran<strong>de</strong>s cirurgiões, os atuais certamente<br />

não <strong>de</strong>sfrutariam do conceito que hoje têm em todo o Brasil e principalmente<br />

ainda no exterior.<br />

Aos queridos e estimados amigos Barros, Graziani e Ygar,<br />

on<strong>de</strong> vocês estiverem e, temos toda a certeza <strong>de</strong> que estão num lugar<br />

privilegiado, pois sempre fizeram e agiram com muito amor e bonda<strong>de</strong><br />

enquanto aqui estiveram. Aceitem meus queridos, nosso muito obrigado por<br />

tudo que fizeram por nós e pela Cirurgia no Brasil. A Cirurgia e<br />

Traumatologia BMF brasileira <strong>de</strong>ve muito a vocês. Muito obrigado do fundo<br />

<strong>de</strong> nossos corações.<br />

Não queremos com isso nos adiantar em qualquer tipo <strong>de</strong><br />

homenagem <strong>de</strong>sse tipo, pois tivemos o gran<strong>de</strong> prazer <strong>de</strong> realizar essas<br />

homenagens a esses gran<strong>de</strong>s homens ainda em vida, quando foram a Bauru<br />

e lhes foi dado como presente “Esta foi a sua vida” (Figs. 13 a 19). Por isso<br />

estamos bem confortáveis em fazer tudo isso aqui.<br />

Fig. 13 – Barros quando era homenageado em Bauru com “Esta é a sua vida” por Clóvis<br />

Marzola, que lhe entregava um mimo comemorativo. Foi muita emoção que rolou<br />

na Residência do Prof. Dr. João Lopes Toledo Filho.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 14 – Barros quando era homenageado em Bauru por Clóvis Marzola, notando-se as<br />

presenças <strong>de</strong> Lobo e Geromel e, também, do saudoso Continho, que pra lá se<br />

<strong>de</strong>slocaram para prestigiar o acontecimento na Residência do Prof. Dr. João<br />

Lopes Toledo Filho.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 15 – Barros quando era homenageado em Bauru, tendo ministrado um <strong>de</strong> seus últimos<br />

cursos, inclusive com <strong>de</strong>monstração clínica <strong>de</strong> Tratamento da ATM, com a<br />

presença <strong>de</strong> Lobo e Geromel.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 16 – Barros quando examinava um cliente no curso que ministrou em Bauru <strong>de</strong><br />

Tratamento da ATM, com a presença <strong>de</strong> Geromel.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 17 – Barros quando ministrava aula teórica <strong>de</strong> Tratamento da ATM, sentado, porque já<br />

não agüentava muito ficar em pé, notando-se a presença dos alunos <strong>de</strong><br />

especialização.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 18 – Barros quando era homenageado por seus amigos Toledo e Iracy na residência do<br />

Toledo.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 19 – Amigos queridos <strong>de</strong> Barros que vieram a Bauru exclusivamente para homenageálo,<br />

como Luiz, Nosé, Marzola, Celso e Iracy.<br />

Fonte - Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

o0o<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

CAPÍTULO II<br />

A HISTÓRIA – O QUE FOI<br />

Assim, po<strong>de</strong>-se notar que os primeiros documentos sobre o<br />

estado da Medicina e <strong>Odontologia</strong> nos tempos mais remotos aparecem no<br />

Papiro <strong>de</strong> Ebers, encontrado na Biblioteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Leipzig. É um<br />

tratado completo das Ciências Biológicas conhecidas até então, não se<br />

<strong>de</strong>scuidando das enfermida<strong>de</strong>s dos <strong>de</strong>ntes e das gengivas, notando-se<br />

ainda várias prescrições para curá-las. Não há nenhuma menção à Cirurgia<br />

Dental, <strong>de</strong>vendo-se supor que na época em que foi escrito este documento<br />

não se realizavam operações <strong>de</strong>ntais, pois não existiam instrumentos para<br />

tal. Chegou-se a estabelecer que houvesse sido escrito 1550 anos aC,<br />

entretanto algumas partes <strong>de</strong> seu conteúdo referem-se a ocorrências<br />

sucedidas há 3700 anos aC.<br />

O Papiro Cirúrgico <strong>de</strong> Edwin Smith <strong>de</strong> 1600 anos aC, contém<br />

informações mais antigas a respeito do tratamento das fraturas praticadas<br />

no Egito. Hieróglifos dão uma idéia <strong>de</strong> como eram realizados o exame, o<br />

diagnóstico e o tratamento. Este, talvez, seja o primeiro trabalho que relate<br />

a respeito da Cirurgia Bucal praticada antigamente.<br />

Alguns autores da antiguida<strong>de</strong> afirmam que a extração dos<br />

<strong>de</strong>ntes era praticada naquela época, não com uma finalida<strong>de</strong> terapêutica,<br />

mas sim como pena infamante, como ocorreu com Santa Apolônia (Fig. 20),<br />

que ficou sendo a gran<strong>de</strong> padroeira dos <strong>de</strong>ntistas, pois teve todos seus<br />

<strong>de</strong>ntes arrancados, por não querer renunciar a sua fé.<br />

Fig. 20 – A gloriosa Santa Apolônia, nossa magnífica protetora e especial <strong>de</strong>fensora.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

No livro Nuei-Kieng, escrito na China (2670 anos aC), pelo<br />

imperador Huang-Ty, fundador da Medicina naquele país, encontram-se<br />

reunidos conhecimentos médicos da época, sendo nele mencionada a<br />

extração <strong>de</strong>ntal e, <strong>de</strong>screvendo-se também, o tratamento das fraturas da<br />

mandíbula.<br />

Um gran<strong>de</strong> médico grego Esculápio (século XIII) antes da era<br />

cristã e, que a tradição converteu em “Deus da Medicina”, <strong>de</strong>u origem à<br />

Cirurgia Dental, tendo inventado os primeiros instrumentos <strong>de</strong>stinados à<br />

extração dos <strong>de</strong>ntes. Estes instrumentos eram <strong>de</strong> chumbo e <strong>de</strong>nominavamse<br />

“odontagogo” e “rizagra”, sendo o primeiro <strong>de</strong>stinado aos <strong>de</strong>ntes com<br />

coroa e, o outro para a extração <strong>de</strong> raízes.<br />

Hipócrates (460 anos aC), ainda que não <strong>de</strong>dicasse em suas<br />

obras um capítulo especial às enfermida<strong>de</strong>s dos <strong>de</strong>ntes, menciona algumas<br />

passagens, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>duzir daí a gran<strong>de</strong> importância que foi atribuída<br />

aos <strong>de</strong>ntes e a suas enfermida<strong>de</strong>s. Narra, além disso, aci<strong>de</strong>ntes que<br />

acompanham frequentemente o irrompimento dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos e sua<br />

substituição. Diz ainda que: “nos casos <strong>de</strong> odontalgia, se os <strong>de</strong>ntes estão<br />

enfermos e com mobilida<strong>de</strong>, é necessário cauterizá-los”. Acreditava que<br />

somente <strong>de</strong>veriam ser extraídos <strong>de</strong>ntes com mobilida<strong>de</strong>, sendo natural que<br />

não fosse consi<strong>de</strong>rada sua extração como uma operação muito difícil.<br />

Aristóteles (384 anos aC), o maior filósofo da antiguida<strong>de</strong>,<br />

falava também, dos <strong>de</strong>ntes e suas enfermida<strong>de</strong>s e, ao lado <strong>de</strong> alguns<br />

absurdos como aquele <strong>de</strong> que o homem possuiria maior número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

que a mulher, ainda <strong>de</strong>screvia um instrumento <strong>de</strong>stinado à extração dos<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>nominado “odontagra”.<br />

Cornélio Celso (30 anos aC), nos princípios da era cristã,<br />

<strong>de</strong>screve no livro VII <strong>de</strong> sua obra “De Medicina”, a sin<strong>de</strong>smotomia prévia à<br />

extração <strong>de</strong>ntal, recomendando-a para evitar-se a fratura do <strong>de</strong>nte ou o<br />

<strong>de</strong>sgarramento gengival. Além disso, para reparar esta fratura, aconselhava<br />

o preenchimento da cavida<strong>de</strong> com chumbo. Sugeria, também, fazer a tração<br />

na direção do longo eixo do <strong>de</strong>nte, para evitar a fratura óssea. Quando<br />

fossem raízes a serem extraídas, o instrumento a ser usado <strong>de</strong>veria ser<br />

aquele <strong>de</strong>nominado pelos gregos com o nome <strong>de</strong> “rizagra”.<br />

Na Ida<strong>de</strong> Média, Avicena inclui em sua “Cantica”, um capítulo<br />

sobre as fraturas mandibulares, enquanto Guglielmo <strong>de</strong> Piacenza foi o<br />

primeiro a recomendar em seu “Liber in Scientia Medicinale”, a fixação<br />

intermaxilar.<br />

Galeno (130 anos dC) continuava consi<strong>de</strong>rando a extração<br />

<strong>de</strong>ntal como perigosa e dolorosa, sugerindo uma série <strong>de</strong> medicamentos e<br />

processos <strong>de</strong>stinados a combater a odontalgia quando esta terapêutica<br />

fracassasse, julgando ter chegado o momento para proce<strong>de</strong>r à eliminação<br />

do <strong>de</strong>nte. Para tal, indicava aplicação <strong>de</strong> pós <strong>de</strong> pelitre e vinagre na<br />

cavida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntal, com o que no final <strong>de</strong> uma hora “o <strong>de</strong>nte moveria e po<strong>de</strong>ria<br />

ser extraído com os próprios <strong>de</strong>dos ou com pinças”.<br />

Des<strong>de</strong> Aristóteles até Galeno, durante quinhentos anos, pouco<br />

se adiantou no conhecimento da anatomia e da patologia <strong>de</strong>ntais. Sem<br />

dúvida, <strong>de</strong>ver-se-ia ter em conta que durante esse período floresceram na<br />

escola <strong>de</strong> Alexandria com Herófilo e Erasistrato, que iniciaram a dissecação<br />

<strong>de</strong> cadáveres humanos, estudando minuciosamente a anatomia <strong>de</strong> todos os<br />

órgãos. Apesar <strong>de</strong> não aparecer nada relacionado com os <strong>de</strong>ntes nesses<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

trabalhos, é quase certo que, também, realizaram pesquisas a este respeito,<br />

não chegando até nos dias <strong>de</strong> hoje suas publicações, pois a maior parte<br />

<strong>de</strong>las per<strong>de</strong>u-se na <strong>de</strong>struição da biblioteca, queimada no ano 642 <strong>de</strong> nossa<br />

era.<br />

Não há dúvida <strong>de</strong> que Herófilo e Erasistrato, ou mesmo<br />

Heráclito <strong>de</strong> Tarento (300 anos aC) preocuparam-se com as enfermida<strong>de</strong>s<br />

dos <strong>de</strong>ntes e sua extração, pois segundo Aureliano, estes autores relataram<br />

mortes <strong>de</strong> diversas pessoas provocadas pelas extrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes. O<br />

mesmo Aureliano refere-se à Erasistrato, que consi<strong>de</strong>rava a extração como<br />

uma operação perigosa, pelo que havia <strong>de</strong>positado no templo <strong>de</strong> Apolo em<br />

Delfos, algumas tenazes para a extração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, como uma oferenda à<br />

prudência com que todos <strong>de</strong>veriam atuar neste tipo <strong>de</strong> cirurgia. Sem dúvida,<br />

outros autores afirmam que o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> tais instrumentos no templo <strong>de</strong><br />

Apolo foi realizado por Erasistrato em homenagem a seu inventor, Esculápio.<br />

Esta versão parece ser a verda<strong>de</strong>ira, porque o instrumento era uma<br />

reprodução em chumbo do “odontagogo” usado por Esculápio mil anos<br />

antes.<br />

Pablo <strong>de</strong> Egina (600 anos dC) formulou algumas regras para a<br />

extração dos <strong>de</strong>ntes, aconselhando <strong>de</strong>scolar-se a gengiva o mais<br />

profundamente possível do rebordo alveolar, extraindo-se imediatamente<br />

com pinças <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> “acetábulos”, que como seu próprio nome<br />

indica, são empregadas para extrair corpos estranhos.<br />

Albucasis (1050 anos dC) o mais famoso dos autores árabes,<br />

<strong>de</strong>screvendo abcessos <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>ntal, indicava seu tratamento pela<br />

cauterização. Aconselhava ainda a completa extirpação dos épulis e, em<br />

caso <strong>de</strong> sua recidiva, repetir a exérese e a cauterização do local. Referente<br />

à extração, sugeria que tudo <strong>de</strong>veria ser realizado para a conservação do<br />

<strong>de</strong>nte, “por ser órgão muito nobre”. Quando fosse indispensável realizar<br />

uma extração, indicava a seguinte técnica: “o cirurgião <strong>de</strong>veria manter a<br />

cabeça do paciente fortemente entre seus joelhos e, com um par <strong>de</strong> fórceps<br />

extrair o <strong>de</strong>nte, tirando-o numa só direção, para ser evitada a fratura e, em<br />

ocorrendo a fratura, <strong>de</strong>ver-se-ia insinuar uma alavanca por baixo do <strong>de</strong>nte,<br />

fazendo-se todo o possível para extraí-lo”. “Assim, seria necessário não<br />

atuar como os ignorantes charlatões, que não observam nenhuma das<br />

regras mencionadas, produzindo ainda gran<strong>de</strong>s danos aos pacientes,<br />

fraturando o osso, <strong>de</strong>ixando raízes nos alvéolos, ou ainda arrancando com<br />

os <strong>de</strong>ntes partes dos maxilares”.<br />

Os instrumentos <strong>de</strong>scritos e usados por Albucasis eram<br />

imperfeitos e, examinando-se <strong>de</strong>talhadamente po<strong>de</strong>r-se-ia imaginar o<br />

martírio a que se submetiam aqueles que <strong>de</strong>veriam fazer uma extração.<br />

Este mesmo autor fala da existência <strong>de</strong> outros instrumentos <strong>de</strong>ntais,<br />

provavelmente mais perfeitos e, que seriam aqueles utilizados pelos<br />

barbeiros e charlatões, a quem ele tratava muito <strong>de</strong>sprestigiosamente.<br />

Dedica um capítulo especial à extração das raízes e fragmentos do maxilar<br />

e, para a extração <strong>de</strong>stes últimos aconselhava empregar o mesmo<br />

instrumento indicado para a extração das raízes, ou par <strong>de</strong> fórceps,<br />

afirmando que “o osso que fica <strong>de</strong>veria ser eliminado”.<br />

Lanfranchi <strong>de</strong> Milão (ano 1200) não é <strong>de</strong> opinião favorável à<br />

extração <strong>de</strong>ntal, especialmente dos molares, “por ser muito perigosa”.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Gad<strong>de</strong>s<strong>de</strong>n médico <strong>de</strong> Oxford (1350) consi<strong>de</strong>rava a extração<br />

dos <strong>de</strong>ntes por meio <strong>de</strong> fórceps <strong>de</strong>snecessária, pois “conseguia sua<br />

eliminação <strong>de</strong> maneira segura e imediatamente untando-o com graxa <strong>de</strong><br />

sapo”. Quando o <strong>de</strong>nte está firmemente implantado, a operação é muito<br />

difícil, <strong>de</strong>vendo-se torná-lo mais móvel, usando para isso substâncias ácidas<br />

ou ferro quente.<br />

Guy <strong>de</strong> Chauliac (1300), que se tornou famoso pela publicação<br />

<strong>de</strong> sua obra “Magna Cirurgia”, que mereceu ser traduzida em seis idiomas e<br />

cuja última edição é <strong>de</strong> 1890, não agregava nada ao que falou Albucasis 250<br />

anos antes. No capítulo <strong>de</strong>dicado à extração <strong>de</strong>ntal transcrevia a obra do<br />

citado autor, quase palavra por apalavra, afirmando que esta operação é<br />

bastante grave, <strong>de</strong>vendo ser praticada somente pelos “doutores”.<br />

Ambroise Paré (1550) menciona, também, a transplantação,<br />

<strong>de</strong>dicando um capítulo especial às fraturas da mandíbula.<br />

Fabricius <strong>de</strong> Acquapen<strong>de</strong>n (1570) aconselhava gran<strong>de</strong><br />

prudência para realizar as extrações, classificando os instrumentos que nela<br />

se empregavam em nove classes. A maior quantida<strong>de</strong> era <strong>de</strong>nominada<br />

genericamente <strong>de</strong> “fórceps” e, eram <strong>de</strong>signados com nomes especiais<br />

tomados <strong>de</strong> sua semelhança com a boca ou o bico <strong>de</strong> certos animais.<br />

Lázaro Rivière (1610) sugeria coibir a hemorragia após as<br />

extrações com aplicação <strong>de</strong> uma bola <strong>de</strong> gaze compacta no alvéolo, que<br />

<strong>de</strong>veria ser mantida sob pressão durante uma ou duas horas.<br />

Wurflein e Dekkers (1650) referem-se a casos <strong>de</strong> necroses<br />

extensas da mandíbula, on<strong>de</strong> a parte necrosada foi extraída, tendo o osso<br />

regenerado completamente.<br />

Anton Nuck, cirurgião alemão (1650), aconselhava nunca<br />

extrair <strong>de</strong>nte durante as regras, salvo em casos <strong>de</strong> extrema urgência e,<br />

sobretudo evitando a extração do canino superior (o <strong>de</strong>nte do olho), pois<br />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>terminar efeitos perniciosos sobre o órgão visual do feto.<br />

Pierre Dionis, cirurgião francês (1700), em sua obra <strong>de</strong> cirurgia<br />

falava extensamente das enfermida<strong>de</strong>s da boca e dos <strong>de</strong>ntes.<br />

Garangeot (1740), célebre cirurgião francês, tornou-se famoso<br />

na <strong>Odontologia</strong>, por haver-se acreditado na França, ser ele autor do<br />

instrumento que levava seu nome. Para alguns, o verda<strong>de</strong>iro inventor seria<br />

Hermano Come (1735) e, para outros o instrumento era conhecido e usado<br />

pelos <strong>de</strong>ntistas da Inglaterra com o nome <strong>de</strong> “chave inglesa”, muito antes <strong>de</strong><br />

Garangeot.<br />

Pierre Fauchard, o fundador da <strong>Odontologia</strong> científica mo<strong>de</strong>rna,<br />

chamado por muitos <strong>de</strong> “o pai da odontologia”, nasceu na Bretanha em 1690<br />

e morreu em Paris em 1761. Sua obra monumental “Chirurgien Dentiste”<br />

(1728) marcou o início <strong>de</strong> nova era na história da arte <strong>de</strong>ntal. Num dos<br />

capítulos o autor enumerava diversas operações, chamando-as <strong>de</strong><br />

reimplantes, transplantes e <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes. Sobre a extração <strong>de</strong>ntal,<br />

diz que estas unida<strong>de</strong>s só <strong>de</strong>veriam ser extraídas quando todos os meios<br />

para salvá-las houvessem fracassado. O autor combatia a idéia <strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>ntes não po<strong>de</strong>riam ser extraídos durante as regras e a lactação.<br />

Da mesma maneira que Fauchard, R. Bunon em “Essai sur les<br />

maláveis <strong>de</strong>s <strong>de</strong>nts”, (Paris em 1743), <strong>de</strong>screvia gran<strong>de</strong> parte das cirurgias<br />

bucais.<br />

14


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Na Grã-Bretanha o “Treatise on the disor<strong>de</strong>rs and <strong>de</strong>formation<br />

of the teeth and gums” por Thomas Berdmore (1768), o “Dental surgery” por<br />

John Thomes (1859) que inventou o fórceps <strong>de</strong>ntal, o “System of surgery”<br />

por T. Holmes (1870) e, o “Science and practice of surgery” por F. T. Grant<br />

(1878), consi<strong>de</strong>rava alguns processos em cirurgia oral. Nesta época, a<br />

prótese <strong>de</strong>ntal já era utilizada no tratamento da fraturas dos ossos da face.<br />

Nos Estados Unidos pelo trabalho que realizou e pela<br />

<strong>de</strong>dicação à profissão, Simon P. Hullihen (1810-1857) foi reconhecido como<br />

o primeiro cirurgião oral dos EUA. Com pequena formação técnica,<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se extraordinariamente, tornando-se um dos maiores<br />

expoentes da Medicina e da <strong>Odontologia</strong> do país. Durante sua curta carreira<br />

profissional, operou mais <strong>de</strong> duzentos pacientes com alterações sinusais,<br />

mais <strong>de</strong> noventa lábios-leporinos e <strong>de</strong> cinquenta a sessenta fissuras<br />

palatinas, realizando ainda mais <strong>de</strong> cem operações <strong>de</strong> câncer da face e da<br />

boca. Além <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> cirurgias e, da confecção <strong>de</strong> instrumentos<br />

muito bem i<strong>de</strong>alizados.<br />

James E. Garretson (1828-1895), também chamado <strong>de</strong> o “pai<br />

da cirurgia bucal nos USA”, por haver apresentado em 1864 ao Phila<strong>de</strong>lphia<br />

Dental College, hoje a Escola <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Temple University, um<br />

maravilhoso “Curriculum Vitae”. Ele foi o primeiro professor <strong>de</strong> cirurgia bucal<br />

apontado por esta faculda<strong>de</strong>, tendo enfatizado a necessida<strong>de</strong> do<br />

aperfeiçoamento <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>ntistas. No livro intitulado “A system of oral<br />

surgery” (1869), ele <strong>de</strong>screve a Dentística Operatória e os processos<br />

cirúrgicos bucais. Este livro contém um capítulo sobre fraturas, feridas,<br />

malformações e alterações dos maxilares, sinusite e alterações da língua.<br />

Possui ainda informações sobre cistos, neoplasias benignas e malignas,<br />

operações <strong>de</strong> lábios-leporinos e, um capítulo sobre a eliminação dos ossos<br />

maxilares.<br />

Com todas estas consi<strong>de</strong>rações, po<strong>de</strong>-se dizer que a Cirurgia e<br />

a Traumatologia <strong>de</strong>senvolveram-se através dos tempos com o crescente<br />

estudo <strong>de</strong> aperfeiçoamento <strong>de</strong> métodos e, manobras além dos instrumentos<br />

cirúrgicos. Entretanto, o que marca uma sensível mudança, quase que<br />

radical mesmo nos rumos da Cirurgia, foi o advento da Anestesia, da<br />

Assepsia e da Radiologia. Sem este trio, seria quase que impossível um<br />

programa <strong>de</strong> avanço consi<strong>de</strong>rável na Cirurgia.<br />

o0o<br />

15


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

CAPÍTULO III<br />

A HISTÓRIA<br />

O QUE ESTÁ ACONTECENDO<br />

Após a análise <strong>de</strong> todos estes conhecimentos históricos, po<strong>de</strong>se<br />

concluir pela forma que foi julgada a mais razoável, dividindo-se o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da cirurgia em três épocas evolutivas. Muitas<br />

características <strong>de</strong> acordo com o gran<strong>de</strong> mestre e professor da gran<strong>de</strong><br />

maioria dos gran<strong>de</strong>s cirurgiões brasileiros e, que recentemente nos <strong>de</strong>ixou o<br />

Professor MÁRIO GRAZIANI, a quem também, foi homenageado<br />

publicamente e, que também foi premiado com nome <strong>de</strong> uma sala no<br />

COPAC - 2008.<br />

O primeiro período, <strong>de</strong> 1844 a 1900 foi talvez o mais importante<br />

da História da Cirurgia, pois a 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1844 o Cirurgião-Dentista<br />

Horace Wells <strong>de</strong>scobria a Anestesia. Foi, também, a época da vitória e do<br />

progresso da Anti-sepsia, com as gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong> Pasteur e Lister.<br />

E, finalmente, concluindo com chave <strong>de</strong> ouro este período, a <strong>de</strong>scoberta dos<br />

Raios-X pelo físico Roentgen em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1895.<br />

Já o segundo período foi o da técnica, sendo marcado pelo<br />

aprimoramento e aperfeiçoamento das manobras cirúrgicas. Métodos foram<br />

modificando-se, com a radiologia entrando <strong>de</strong>finitivamente para a prática<br />

cotidiana e, com a assepsia substituindo a anti-sepsia. O final <strong>de</strong>sta época<br />

coincidiu com a Primeira Gran<strong>de</strong> Guerra Mundial, que sem dúvida ao lado da<br />

tragédia e do horror, exerceu sem dúvida alguma, uma gran<strong>de</strong> influência<br />

sobre o <strong>de</strong>senvolvimento dos métodos e técnicas cirúrgicas, tornando-as<br />

muito mais reparadoras e envolventes.<br />

Daí por diante, já na terceira fase, os progressos continuavam<br />

e, nos últimos anos, as manobras cirúrgicas foram pormenorizadas nos<br />

mínimos <strong>de</strong>talhes, como a influência do “laser” na terapêutica odontológica<br />

e, também, em algumas ocorrências cirúrgicas personalizando muitas<br />

técnicas.<br />

A Segunda Gran<strong>de</strong> Guerra Mundial e o período pós-guerra<br />

trouxeram novos progressos, consolidando-se <strong>de</strong>finitivamente os rumos <strong>de</strong><br />

uma nova cirurgia.<br />

Fig. 21 – Mário Graziani e João Jorge <strong>de</strong> Barros em uma reunião festiva no casamento da<br />

neta do professor Graziani.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

16


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 22 – Barros e Marzola em uma Reunião <strong>de</strong> Cirurgia em Santiago do Chile.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Firma-se <strong>de</strong>sta maneira a Cirurgia Buco Maxilo Facial como<br />

uma importante e completa especialida<strong>de</strong>. Este fato, também foi muito<br />

levado em conta no Brasil, <strong>de</strong>vendo-se sem dúvida alguma a pioneiros<br />

li<strong>de</strong>rados pelos professores Mário Graziani (+ 1997) e João Jorge <strong>de</strong> Barros<br />

(+ 2001) em São Paulo, respectivamente presi<strong>de</strong>ntes da Socieda<strong>de</strong><br />

Brasileira <strong>de</strong> Cirurgia Bucal e do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e<br />

Traumatologia Buco Maxilo Facial (Figs. 21 e 22).<br />

Destacam-se também, com inegáveis méritos, batalhadores<br />

como Laet <strong>de</strong> Toledo César, Oswaldo <strong>de</strong> Castro e, Ygar Ribeiro Gandra (+)<br />

(Fig. 23) em São Paulo.<br />

Fig. 23 – Ygar Ribeiro Gandra um dos gran<strong>de</strong>s presi<strong>de</strong>ntes do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia<br />

e Traumatologia Buco Maxilo Facial (1979-1983), da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, já<br />

falecido.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

Ainda, Eurico Kramer <strong>de</strong> Oliveira (+) em Pelotas – RS (Fig. 24),<br />

Omar Seiler Camargo em Curitiba – PR (Fig. 25) e, Gaspar Soares Brandão<br />

(+) em Porto Alegre – RS (Fig. 26) que sempre procuraram elevar o nome<br />

da Cirurgia BMF no Brasil e no mundo todo.<br />

17


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Figs. 24 e 25 – Eurico Kramer <strong>de</strong> Oliveira, gran<strong>de</strong> incentivador da Cirurgia BMF como<br />

excelente professor que foi e, um dos melhores presi<strong>de</strong>ntes do CBCTBMF (1977-<br />

1979), seu quarto presi<strong>de</strong>nte. Omar Seiler <strong>de</strong> Camargo, o terceiro presi<strong>de</strong>nte do<br />

Colégio (1975-1977), eleito na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba - PR durante um Congresso<br />

Brasileiro realizado naquela belíssima cida<strong>de</strong>.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 26 – João Hildo Carvalho Furtado, quando dava posse a Clóvis Marzola como Membro<br />

Titular Fundador do Colégio no Congresso <strong>de</strong> Fortaleza, notando-se também a<br />

figura maravilhosa e muito saudosa <strong>de</strong> Gaspar Soares Brandão.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Em Belo Horizonte – MG, sobressai-se Edgard Carvalho e Silva<br />

(Fig. 27), Samuel Fonseca (+) em Florianópolis – SC (Fig. 28), Gustavo<br />

Demerval da Fonseca (+) em Brasília – DF (Fig. 29), Cláudio José Maia<br />

Nogueira (+) em Maceió – AL (Fig. 30). Ainda, João Hildo Carvalho Furtado<br />

(+) em Fortaleza – CE (Fig. 31), além <strong>de</strong> outros a quem a cirurgia brasileira<br />

muito <strong>de</strong>ve seu completo amadurecimento técnico e científico.<br />

18


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Figs. 27 – Edgard Carvalho Silva com Marzola e, um grupo <strong>de</strong> professores mineiros em<br />

Congresso do Colégio em Ouro Preto.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 28 – Samuel Fonseca, um dos gran<strong>de</strong>s batalhadores da Cirurgia em Santa Catarina na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florianópolis.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Figs. 29 e 30 – Gustavo Demerval da Fonseca <strong>de</strong> Brasília – DF, um dos gran<strong>de</strong>s<br />

incentivadores do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia. Cláudio José Maia Nogueira <strong>de</strong><br />

Maceió - AL, outro gran<strong>de</strong> expoente nor<strong>de</strong>stino da Cirurgia, também já falecido.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

19


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 31 – João Hildo Carvalho Furtado gran<strong>de</strong> expoente nor<strong>de</strong>stino da Cirurgia e, o segundo<br />

gran<strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte do Colégio (1973-1975), já falecido.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Destaque todo especial <strong>de</strong>ve ser atribuído àquele que foi o<br />

pioneiro na introdução <strong>de</strong> toda programação didática da Cirurgia como<br />

disciplina <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>, o Prof. Dr. Ruy dos<br />

Santos Pinto (Fig. 32), quando foi convidado pelo Prof. Dr. Carlos Aldrovandi<br />

(+), para sua organização, por volta <strong>de</strong> 1957. Foi iniciado assim, o Primeiro<br />

Curso Oficial <strong>de</strong> Cirurgia em Escolas <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> no Brasil em 1959 na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - São Paulo.<br />

Fig. 32 – Antenor Araújo com Marzola, Ruy dos Santos Pinto, Mário Gabrielli e Tetuo<br />

Okamoto, figuras ilustres do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e Traumatologia BMF,<br />

sendo que três <strong>de</strong>les ex presi<strong>de</strong>ntes.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Sinto-me muito honrado por haver tomado parte nessa equipe<br />

que foi para Araçatuba, juntamente com os professores Oswaldo Carro<br />

Buendia e Mercês Cunha dos Santos Pinto. Juntou-se a esta equipe a partir<br />

<strong>de</strong> 1961, o professor Tetuo Okamoto (Fig. 32), hoje um dos maiores esteios<br />

da pós-graduação em Cirurgia no Brasil, que apesar <strong>de</strong> já aposentado, ainda<br />

está intimamente ligado às Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba da<br />

UNESP e Marília da UNIMAR.<br />

20


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Atualmente, procura-se a criação e o aperfeiçoamento ainda<br />

maior das novas técnicas cirúrgicas, verificando-se cada vez mais o valor e a<br />

utilida<strong>de</strong> dos conhecimentos <strong>de</strong> todas as ciências relacionadas diretamente<br />

com a cirurgia, como a anatomia, histologia, fisiologia, microbiologia,<br />

bioquímica, radiologia e patologia.<br />

Destaca-se gran<strong>de</strong>mente aqui, a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Cirurgia Bucal criada pelo Prof. Mário Graziani (Fig. 33) na década <strong>de</strong> 50 e,<br />

tornando-se seu primeiro Presi<strong>de</strong>nte e, ainda por muitos anos <strong>de</strong>ixando para<br />

a nova geração que continuasse o patrimônio <strong>de</strong>ixado com tanto amor,<br />

carinho e <strong>de</strong>dicação em tudo que fazia.<br />

Fig. 33 – Mário Graziani quando era homenageado em Bauru por Clóvis Marzola, expresi<strong>de</strong>nte<br />

do Colégio.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

A Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Cirurgia Buco Maxilo Facial foi<br />

fundada e organizada por volta <strong>de</strong> 1950 tendo seu principal artífice e<br />

presi<strong>de</strong>nte o Prof. Dr. Mário Graziani (Figs. 34 a 39) que li<strong>de</strong>rou essa<br />

organização durante muitos e muitos anos, além <strong>de</strong> ter sido seu i<strong>de</strong>alizador,<br />

criador e fundador. Foi uma labuta diária para se fazerem valer os<br />

verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>stinos da Cirurgia e Traumatologia BMF no Brasil.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 34 – Mário Graziani, o fundador e primeiro presi<strong>de</strong>nte da SOBRACIBU, quando lutou na<br />

Revolução Constitucionalista <strong>de</strong> 32 por São Paulo.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Tarcísio Prada.<br />

Figs. 35, 36, 37 e 38 – Mário Graziani, em outras chamadas fotográficas, foi um dos<br />

professores mais con<strong>de</strong>corados no Brasil. Algumas das con<strong>de</strong>corações, <strong>de</strong>ntre<br />

elas o <strong>de</strong> Cidadão Emérito <strong>de</strong> Campinas.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Tarcísio Prada.<br />

22


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 39 – Outro aspecto da vida pública <strong>de</strong> Graziani junto com a família, <strong>de</strong>stacando-se sua<br />

filha Maria Stella e seu genro Clóvis Prada. Nota-se também a presença saudosa<br />

<strong>de</strong> Júlio Barone e do João Antonio <strong>de</strong> Fortaleza.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Tarcísio Prada.<br />

Suce<strong>de</strong>ram à Graziani norteando os <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong><br />

os professores doutores Jorge Gydikian (São Paulo - SP), Sylvio Alves<br />

Aguiar + (São Paulo - SP), Raymundo Miraca (São Paulo - SP), José Luiz<br />

Teixeira Brancatto (São Paulo - SP), Rudiney Daruge (Campinas - SP) e<br />

Paulo Afonso (Piracicaba – SP).<br />

Sylvio Alves Aguiar (São Paulo – SP), que também nos <strong>de</strong>ixou,<br />

foi uma figura importantíssima <strong>de</strong>ntro do aspecto <strong>de</strong> realizações da<br />

SOBRACIBU, pois além <strong>de</strong> ex-presi<strong>de</strong>nte, também propalou muito o nome<br />

da especialida<strong>de</strong> no Brasil e no exterior (Figs. 40 a 42).<br />

Figs. 40 e 41 – Sylvio Alves Aguiar, um dos gran<strong>de</strong>s expoentes da SOBRACIBU e da<br />

Cirurgia no Brasil. Tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser contemporâneo <strong>de</strong>ssa gran<strong>de</strong> figura<br />

em Ribeirão Preto. Eu <strong>de</strong>i trote no Sylvio... Que belíssima figura era o “Tigrão”.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro.<br />

23


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 42 – Sylvio Alves Aguiar, ministrando aulas e conferências ou ainda com amigos e a<br />

família, sempre pontuou como um profissional <strong>de</strong> gabarito.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro.<br />

Em 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002 a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Cirurgia e<br />

Traumatologia BMF completou meio século <strong>de</strong> existência com um jantar<br />

maravilhoso com seus associados e diretoria. Na época os troféus <strong>de</strong><br />

incentivo a novos pesquisadores que levaram o nome <strong>de</strong> ÉDELA<br />

PURICELLI e RAYMUNDO MIRACA (Figs. 43 e 44) foram apresentados.<br />

É<strong>de</strong>la Puricelli sempre se <strong>de</strong>stacou na especialida<strong>de</strong> e, também, em cargos<br />

diretivos da SOBRACIBU, tendo <strong>de</strong>ixado o alto cargo <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte da<br />

ALACIBU em 2009 no Congresso da Foz do Iguaçu.<br />

Fig. 43 – O troféu É<strong>de</strong>la Puricelli a ser entregue aos melhores alunos resi<strong>de</strong>ntes no ano <strong>de</strong><br />

2006.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro.<br />

24


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 44 – O Prof. Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro com um dos ganhadores do troféu em<br />

2006, o Dr. Deniz Pimenta e Souza.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro.<br />

o0o<br />

25


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

CAPÍTULO IV<br />

COLÉGIO BRASILEIRO DE<br />

CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA<br />

BUCO MAXILO FACIAL<br />

O Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e Traumatologia BMF, a<br />

gran<strong>de</strong> entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe da maioria dos cirurgiões do Brasil, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

sua criação em 1970, tomou para si a total conscientização tanto dos jovens<br />

cirurgiões, quanto dos mais antigos. Des<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> sua realização surgiu<br />

o nome do Prof. Dr. João Jorge <strong>de</strong> Barros (+) <strong>de</strong> São Paulo-SP, que foi o<br />

seu primeiro Presi<strong>de</strong>nte, além <strong>de</strong> orientar sempre o andamento e ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ssa entida<strong>de</strong> durante muitos anos (Fig. 45).<br />

Fig. 45 – Barros, o primeiro presi<strong>de</strong>nte do Colégio, eleito em Brasília na Fundação do<br />

Colégio, por aclamação (1970-1973), quando era recepcionado em Bauru por<br />

Marzola.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Vêm pelo Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Cirurgia e Traumatologia BMF<br />

os nomes <strong>de</strong> outros presi<strong>de</strong>ntes que sempre muito contribuíram para o<br />

avanço da Cirurgia, como:<br />

João Hildo Carvalho Furtado (+) <strong>de</strong> Fortaleza-CE (1973-1975)<br />

(Fig. 26 e 31).<br />

Omar Seiler <strong>de</strong> Camargo <strong>de</strong> Curitiba-PR (1975-1977) (Fig. 25).<br />

Eurico Kramer <strong>de</strong> Oliveira (+) <strong>de</strong> Pelotas-RS (1977-1979) (Fig.<br />

24).<br />

Ygar Ribeiro Gandra (+) <strong>de</strong> São Paulo-SP (1979-1981 e 1981-<br />

1983) (Fig. 23).<br />

Clóvis Marzola <strong>de</strong> Bauru-SP (1983-1985 e 1985-1987) e vice<br />

(1990-1991) (Fig. 46).<br />

João Carlos Wagner <strong>de</strong> Porto Alegre-RS (1987-1989 e 1989-<br />

1991) (Fig. 47).<br />

26


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Antenor Araújo <strong>de</strong> São José dos Campos-SP (1991-1993 e<br />

1993-1995) (Fig. 48).<br />

Clóvis Tarcísio Prada <strong>de</strong> São Paulo-SP (1995-1997 e 1997-<br />

1999) (Fig. 49).<br />

Luiz Augusto Passeri <strong>de</strong> Piracicaba-SP (1999-2001) (Fig. 50).<br />

Emanuel Dias <strong>de</strong> Oliveira e Silva <strong>de</strong> Recife-PE (2001-2003)<br />

(Fig. 51).<br />

Paulo José Me<strong>de</strong>iros do Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJ (2003-2005) (Fig.<br />

52).<br />

Ricardo José <strong>de</strong> Holanda Vasconcelos <strong>de</strong> Recife-PE (2005-<br />

2007) (Fig. 53).<br />

Mário Francisco Gabrielli <strong>de</strong> Araraquara-SP (2007-2009) (Fig.<br />

54).<br />

Ricardo José <strong>de</strong> Holanda Vasconcelos <strong>de</strong> Recife-PE (2009-<br />

2011) (Fig. 55).<br />

Nicolas Honsi do Rio <strong>de</strong> Janeiro – RJ (2011-2013) (Fig. 56).<br />

Nazareno Gil <strong>de</strong> Florianópolis – SC (2013-2015) (Fig. 57).<br />

Fig. 46 – Clóvis Marzola ex-presi<strong>de</strong>nte do Colégio (1983-1987) quando se congratulava com<br />

a Profa. Dra. É<strong>de</strong>la Puricelli no COBRAC <strong>de</strong> Vitória no Espírito Santo.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 47 – João Carlos B Wagner um dos presi<strong>de</strong>ntes do Colégio (1987-1991).<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

27


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 48 – Antenor Araújo um dos gran<strong>de</strong>s presi<strong>de</strong>ntes do Colégio (1991-1995) quando<br />

ministrava uma aula.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 49 – Clóvis Tarcísio Prada ex-presi<strong>de</strong>nte do Colégio BCTBMF (1995-1999) e gran<strong>de</strong><br />

batalhador da Cirurgia.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

Fig. 50 – Luiz Augusto Passeri ex-presi<strong>de</strong>nte do Colégio (1999-2001) e um gran<strong>de</strong><br />

batalhador da Cirurgia.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

Fig. 51 – Emanuel Dias <strong>de</strong> Oliveira e Silva ex-presi<strong>de</strong>nte do Colégio BCTBMF (2001-2003)<br />

e, também, Ex Reitor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco, gran<strong>de</strong> expoente da<br />

Cirurgia no Nor<strong>de</strong>ste.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

28


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 52 – Paulo José Me<strong>de</strong>iros quando do lançamento do seu livro em Congresso no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e, ex-presi<strong>de</strong>nte do CBCTBMF (2003-2005).<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 53 – Ricardo José <strong>de</strong> Holanda Vasconcelos, ex-presi<strong>de</strong>nte do Colégio BCTBMF (2005-<br />

2007) e gran<strong>de</strong> batalhador da Cirurgia.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 54 – Mário Gabrielli outro presi<strong>de</strong>nte do Colégio (2007-2009), trabalhou muito pela<br />

instituição.<br />

Fonte: Arquivos do Colégio Brasileiro <strong>de</strong> CTBMF.<br />

Fig. 55 – Ricardo José <strong>de</strong> Holanda Vasconcelos, presi<strong>de</strong>nte do Colégio (2009-2011),<br />

passou por uma gestão turbulenta, mas tudo resolvido maravilhosamente sem<br />

percalços.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Fig. 56 – Nicolas Honsi é o atual presi<strong>de</strong>nte do Colégio (2011-2011) e, do qual esperamos<br />

uma gestão muito profícua.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

29


HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 57 – A passagem da Presidência do Colégio, Ricardo para o Nicolas (2011-2013) e, o<br />

próximo Presi<strong>de</strong>nte eleito (2013 – 2015) o Dr. Nazareno Gil e, espera-se que<br />

todos acompanhem os outros presi<strong>de</strong>ntes com gestôes muito boas e com muita<br />

criativida<strong>de</strong>.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Todos lutaram e, ainda continuam batalhando para que a<br />

Cirurgia se torne uma verda<strong>de</strong>ira e total especialida<strong>de</strong>, a ser colocada em<br />

prática por profissionais especializados <strong>de</strong>ntro da <strong>Odontologia</strong>. Juntam-se a<br />

esses o Prof. Samuel Fonseca <strong>de</strong> Florianópolis, um gran<strong>de</strong> amigo e, a quem<br />

a Cirurgia catarinense muito <strong>de</strong>ve.<br />

Assim, os primeiros passam para realizar cirurgia é tornar-se<br />

um cirurgião, <strong>de</strong>dicando-se exclusivamente a esta especialida<strong>de</strong> e, cada vez<br />

mais ao conhecimento <strong>de</strong> todas as disciplinas auxiliares, tanto aquelas<br />

relacionadas indireta, quanto àquelas mais estritamente relacionadas.<br />

Especialida<strong>de</strong>s como a Radiologia, Endodontia, Implantodontia, a<br />

Periodontia, a Patologia e a Estomatologia, estão diretamente relacionadas<br />

com a Cirurgia, <strong>de</strong>vendo como tal ser estudadas e encaradas como<br />

verda<strong>de</strong>iros apêndices diretos <strong>de</strong>ssa especialida<strong>de</strong> (Figs. 58 a 60).<br />

Fig. 58 – Clóvis Marzola com Robert Walker, Renato Geromel e, outros amigos chilenos,<br />

em La Plata na República Argentina.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Fig. 59 – Clóvis Marzola junto com Manuel Donado Rodríguez e sua esposa em Madrid,<br />

num acontecimento na casa do saudoso e inesquecível amigo Victor Manuel<br />

Sada.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

Desta maneira, o cirurgião <strong>de</strong>verá ser antes <strong>de</strong> tudo, um bom<br />

clínico, com pleno conhecimento <strong>de</strong> tudo que está diretamente relacionado<br />

com as estruturas a intervir, para assegurar um perfeito andamento e, o final<br />

das manobras que se propôs a realizar.<br />

Fig. 60 – Prof. Sylvio Zanini quando ministrava uma aula aos seus alunos em Bauru.<br />

Fonte: Arquivos do Prof. Dr. Clóvis Marzola.<br />

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HISTÓRIA DA CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL NO BRASIL – <strong>PART</strong>E I<br />

Com isto estará valorizando-se inicialmente, pois todos os<br />

conhecimentos e habilida<strong>de</strong> técnica o capacitam e, indubitavelmente estará<br />

engran<strong>de</strong>cendo seu paciente, o principal fator <strong>de</strong> tudo que apren<strong>de</strong>u e, para<br />

quem estará praticando o bem, acima <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong> todos. Deverá observar<br />

sempre o lado humano <strong>de</strong>le, sabendo-o constituído <strong>de</strong> alma e <strong>de</strong> uma<br />

personalida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> uma individualida<strong>de</strong> característica.<br />

Tudo isto e acrescentando-se aquela dose <strong>de</strong> “bom senso” e,<br />

toda a humilda<strong>de</strong> característica <strong>de</strong> todos os gran<strong>de</strong>s cirurgiões, levará o<br />

jovem aluno a <strong>de</strong>stacar-se sobremaneira em sua especialida<strong>de</strong> abraçada.<br />

Aqui vai também uma homenagem singela a um gran<strong>de</strong> batalhador da<br />

Cirurgia, Gustavo Demerval da Fonseca <strong>de</strong> Brasília, já falecido (Fig. 29).<br />

Li algo que <strong>de</strong>ixou uma gran<strong>de</strong> marca: “- Como um cirurgião<br />

po<strong>de</strong> saber on<strong>de</strong> está se não sabe on<strong>de</strong> esteve?”.<br />

o0o<br />

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