29.05.2014 Views

Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...

Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...

Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />

LUIZ VASCONCELOS DA SILVA FILHO<br />

QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO<br />

RIO PASSAUNA<br />

CURITIBA<br />

2010


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />

LUIZ VASCONCELOS DA SILVA FILHO<br />

QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO<br />

RIO PASSAUNA<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Engenharia <strong>de</strong> Recursos<br />

Hídricos e Ambiental - Mestra<strong>do</strong>, <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, como<br />

requisito parcial para a obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong><br />

Mestre.<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profª. Maria Cristina Borba<br />

Braga, PhD<br />

CURITIBA<br />

2010


À minha avó Ai<strong>da</strong>,<br />

Por sua força, garra e alegria sempre presentes<br />

ii


AGRADECIMENTOS<br />

À minha família, meu pai Luiz Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, minha mãe Luciene Rocha<br />

Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, e minha irmã Gilka Rocha Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, por serem a luz e o<br />

porto seguro <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>. Amo vocês.<br />

À minha orienta<strong>do</strong>ra, Profª. Maria Cristina Borba Braga, pela amiza<strong>de</strong>, pelo apoio<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento e por acreditar no meu potencial.<br />

Aos professores <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros programas <strong>de</strong> pós-graduação, que me aju<strong>da</strong>ram a<br />

<strong>de</strong>senvolver esta pesquisa, em especial os professores Cristóvão S. Fernan<strong>de</strong>s, Marlene<br />

Tamanini e Júlio Cesar R. <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>.<br />

Ao professor Sandro Tonso, pela compania e amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a graduação, pelas<br />

conversas e lições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e por sempre incentivar uma visão crítica e bela sobre a vi<strong>da</strong> e<br />

tu<strong>do</strong> o que nos cerca.<br />

Às pessoas que auxiliaram no processo <strong>de</strong> realização <strong>da</strong>s entrevistas, em especial a<br />

Wan<strong>de</strong>rléia, Ana Trovão, Márcia, Harumi e Josete <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Paraná -<br />

SANEPAR, aos colegas <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> Natália, Carla e Patrícia, ao Leonar<strong>do</strong> pela prontidão e<br />

aju<strong>da</strong> constante e a Gilka, minha irmã queri<strong>da</strong>.<br />

À Wan<strong>de</strong>rléia e ao Nicolás <strong>da</strong> SANEPAR, por acreditarem e apoiarem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.<br />

Ao Luiz Carlos, pela amiza<strong>de</strong>, apoio e força.<br />

À Maria Carol e Cristiane, pela paciência e aju<strong>da</strong> imprescindível ao trabalho no<br />

laboratório. Aos estagiários Rocianne e Fernan<strong>do</strong> Bunn pelo auxílio na execução <strong>da</strong>s análises<br />

laboratoriais.<br />

Ao Sérgio Braga, pela aju<strong>da</strong> e paciência sempre presentes, mesmo nos momentos<br />

mais aterrorizantes.<br />

Aos amigos que fiz nesta caminha<strong>da</strong>, Carla, Natália, Heloíse, Clarissa, Tatiana, Karina,<br />

Nicole, Filipe e Luiz Fernan<strong>do</strong>, este ser que é mais químico que a própria química.<br />

A to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong> alguma forma aju<strong>da</strong>ram na elaboração e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa, o meu muito obriga<strong>do</strong>.<br />

iii


RESUMO<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Passaúna, Paraná – Brasil, um <strong>do</strong>s maiores mananciais <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e Região Metropolitana, é uma área <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

interesse ambiental. No entanto, problemas como a falta <strong>de</strong> esgotamento sanitário e a<br />

expansão urbana por meio <strong>de</strong> ocupações irregulares têm afeta<strong>do</strong> a área <strong>da</strong> bacia,<br />

contribuin<strong>do</strong> para a diminuição <strong>de</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Portanto, o fator<br />

prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong>ssa problematização são as ações antrópicas, cujos aspectos subjetivos<br />

resi<strong>de</strong>m na percepção ambiental <strong>da</strong> população. O objetivo <strong>da</strong> presente pesquisa é estu<strong>da</strong>r a<br />

relação entre a percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> bacia. A<br />

pesquisa divi<strong>de</strong>-se em três fases: quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e percepção<br />

ambiental <strong>da</strong> população. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, com<br />

maior e menor grau <strong>de</strong> comprometimento, possibilitou relacionar as diferentes<br />

características <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssas duas áreas e sua relação com o local em que resi<strong>de</strong>m.<br />

Observaram-se gran<strong>de</strong>s diferenças nas percepções <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as respectivas<br />

áreas, relaciona<strong>da</strong>s principalmente ao seu nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e às características<br />

físicas <strong>da</strong>s áreas em que habitam. Os resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s apresentam-se como<br />

importante ferramenta para a gestão urbana <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, bem como para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações em educação ambiental, que ain<strong>da</strong> são realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

incipiente e isola<strong>da</strong> nessa bacia. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova visão sobre a gestão <strong>de</strong><br />

áreas urbanas, que envolva os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, <strong>de</strong> maneira a possibilitar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s aos problemas específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área, é<br />

fator essencial para uma gestão urbana mais eficiente.<br />

Palavras-chave: percepção ambiental, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo.<br />

iv


ABSTRACT<br />

The <strong>Passauna</strong> Watershed, located in Parana, a state of Brazil, is one of the most important<br />

watersheds that supply water to Curitiba, the capital of the state, and its metropolitan<br />

region. However, <strong>de</strong>spite its importance, lack of sanitation and urban expansion through<br />

irregular land occupation have been causing environmental problems that affect both the<br />

drainage area and the water quality, which contributes to lowering the environmental<br />

quality of the watershed. Therefore, human actions are the main point of that issue, and<br />

public perception with regard to the environment represents the subjective aspects of those<br />

actions. The main goal of this research is to study the relation between the environmental<br />

quality of the watershed and the environmental perception of its dwellers. This research is<br />

divi<strong>de</strong>d into three stages: water quality, land use and occupation, and environmental<br />

perception. The i<strong>de</strong>ntification of water quality samples, with higher and lower <strong>de</strong>grees of<br />

en<strong>da</strong>ngerment, ma<strong>de</strong> it possible to build a relation between the dwellers different<br />

characteristics and their relation with the local where they live. Large differences could be<br />

noted in the dwellers environmental perception about their own areas, especially in relation<br />

with their economic condition, school level, and the characteristics of the areas where they<br />

live. The resulting information on water quality, land use and occupation, and environmental<br />

perception proved to be an important tool for urban management of the areas analyzed, as<br />

well as for the <strong>de</strong>velopment of environmental education actions, which are still carried out<br />

in an incipient and isolated way in that watershed. The <strong>de</strong>velopment of a new view about<br />

urban management, involving the dwellers so as to provi<strong>de</strong> more a<strong>de</strong>quate solutions for the<br />

problems of each area, is a central point to achieve a more efficient urban management.<br />

Key words: environmental perception, water quality, land use and occupation.<br />

v


LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 4. 1 – MÉTODOS DE CAMPO E LABORATORIAIS ...................................................................... 40<br />

TABELA 4. 2 – COORDENADA GEOGRÁFICA DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM ..................................... 42<br />

TABELA 4. 3 – COORDENADA GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS ................................... 42<br />

TABELA 4. 4 – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL ...................................... 45<br />

TABELA 5. 1 – QUADRO DE VAZÕES (m 3 /s)........................................................................................... 50<br />

TABELA 5. 2 – DADOS DAS CAMPANHAS PARA COLETA DE AMOSTRAS DE ÁGUA .............................. 51<br />

TABELA 5. 3 – VALORES PARA A RELAÇÃO DQO/DBO 20 5 ....................................................................... 54<br />

TABELA 5. 4 – LIMITES DE CONCENTRAÇÃO PARA NITROGÊNIO AMONIACAL COM BASE NO pH....... 59<br />

TABELA 5. 5 – VALORES DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO ................................................................. 59<br />

TABELA 5. 6 – QUADRO DE VIOLAÇÕES ................................................................................................ 67<br />

TABELA 5. 7 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P1 ................................................................. 77<br />

TABELA 5. 8 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P2 ................................................................. 79<br />

TABELA 5. 9 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P3 ................................................................. 80<br />

TABELA 5. 10 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P4 ............................................................... 81<br />

TABELA 5. 11 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P5 ............................................................... 82<br />

TABELA 5. 12 – INFORMAÇÕES RELACIONADAS ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........... 123<br />

TABELA 5. 13 – GRUPOS E/OU ASSOCIAÇÕES E ATIVIDADES REALIZADAS ......................................... 131<br />

TABELA 5. 14 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES ............................................................... 134<br />

TABELA 5. 15 – ATIVIDADES DE EA E A INTERFERÊNCIA NA VIDA DA FAMÍLIA .................................. 151<br />

TABELA 5. 16 – COMENTÁRIOS DOS MORADORES SOBRE A ENTREVISTA ......................................... 152<br />

vi


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 2. 1 – LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ......................................... 6<br />

FIGURA 3. 1 – A BUSCA DA PERSPECTIVA SUSTENTÁVEL NA GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL ............... 23<br />

FIGURA 4. 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM ............................................................ 41<br />

FIGURA 4. 2 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ..................................... 47<br />

FIGURA 5. 1 – DIAGRAMA DA ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................... 49<br />

FIGURA 5. 2 – VALORES OBSERVADOS PARA DQO ............................................................................... 52<br />

FIGURA 5. 3 – VALORES OBSERVADOS PARA DBO 20 5 ............................................................................ 53<br />

FIGURA 5. 4 – VALORES OBSERVADOS PARA OD .................................................................................. 56<br />

FIGURA 5. 5 – VALORES OBSERVADOS DE TEMPERATURA ................................................................... 58<br />

FIGURA 5. 6 – VALORES OBSERVADOS PARA NITROGÊNIO AMONIACAL ............................................. 60<br />

FIGURA 5. 7 – VALORES OBSERVADOS PARA FÓSFORO ....................................................................... 62<br />

FIGURA 5. 8 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRITO .......................................................................... 63<br />

FIGURA 5. 9 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRATO ........................................................................ 65<br />

FIGURA 5. 10 – VALORES OBSERVADOS DE TURBIDEZ ......................................................................... 66<br />

FIGURA 5. 11 – QUADRO DE COMPROMETIMENTO DOS PONTOS AMOSTRAIS .................................. 69<br />

FIGURA 5. 12 – MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ............. 72<br />

FIGURA 5. 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SEXO .......................................................... 84<br />

FIGURA 5. 14 – TEMPO DE RESIDÊNCIA NO DOMICÍLIO versus MUNICÍPIO ......................................... 85<br />

FIGURA 5. 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FAIXA DE RENDA ....................................... 86<br />

FIGURA 5. 16 – CARACTERÍSTICA ECONÔMICA DOS DOMICÍLIOS ........................................................ 87<br />

FIGURA 5. 17 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR GRAU DE INSTRUÇÃO ............................... 88<br />

FIGURA 5. 18 – DESENHOS REALIZADOS POR ÁREA DE ANÁLISE .......................................................... 89<br />

FIGURA 5. 19 – CITAÇÕES REALIZADAS POR ÁREA DE ANÁLISE ............................................................ 90<br />

FIGURA 5. 20 – PREOCUPAÇÃO DOS MORADORES QUANTO AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS ............. 91<br />

FIGURA 5. 21 – RAZÕES DAS PREOCUPAÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS ........................... 92<br />

vii


FIGURA 5. 22 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO PLANETA ............................................................. 93<br />

FIGURA 5. 23 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO BAIRRO OU REGIÃO ............................................ 94<br />

FIGURA 5. 24 – CONHECIMENTO SOBRE MANANCIAL ......................................................................... 96<br />

FIGURA 5. 25 – CONHECIMENTO SOBRE BACIA HIDROGRÁFICA .......................................................... 96<br />

FIGURA 5. 26 – CONHECIMENTO SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ....................... 97<br />

FIGURA 5. 27 – CONHECIMENTO SOBRE O RIO MAIS PRÓXIMO .......................................................... 98<br />

FIGURA 5. 28 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO RIO MAIS PRÓXIMO ............................................. 99<br />

FIGURA 5. 29 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P1<br />

............................................................................................................................................................. 100<br />

FIGURA 5. 30 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P2<br />

............................................................................................................................................................. 101<br />

FIGURA 5. 31 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P3<br />

............................................................................................................................................................. 102<br />

FIGURA 5. 32 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P4<br />

............................................................................................................................................................. 102<br />

FIGURA 5. 33 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P5<br />

............................................................................................................................................................. 103<br />

FIGURA 5. 34 – ORIGEM DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO ................................................................... 104<br />

FIGURA 5. 35 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO ................................ 105<br />

FIGURA 5. 36 – USO DA REPRESA DO RIO PASSAUNA ........................................................................ 106<br />

FIGURA 5. 37 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DO RIO PASSAUNA .............. 107<br />

FIGURA 5. 38 – REFERÊNCIA SOBER A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P1 ................... 108<br />

FIGURA 5. 39 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P2 ................... 108<br />

FIGURA 5. 40 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P3 ................... 109<br />

FIGURA 5. 41 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P4 ................... 109<br />

FIGURA 5. 42 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P5 ................... 110<br />

FIGURA 5. 43 – POSSIBILIDADE DE OUTROS USOS PARA A REPRESA DO RIO PASSAUNA .................. 111<br />

FIGURA 5. 44 – POSSÍVEIS USOS DA REPRESA DO RIO PASSAUNA ..................................................... 112<br />

viii


FIGURA 5. 45 – LOCAL DE DESTINAÇÃO DO ESGOTO DOMICILIAR ..................................................... 112<br />

FIGURA 5. 46 – PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO NO BAIRRO ................................................................. 114<br />

FIGURA 5. 47 – OCORRÊNCIA DAS INUNDAÇÕES ................................................................................ 114<br />

FIGURA 5. 48 – CONHECIMENTO SOBRE O COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ............................. 115<br />

FIGURA 5. 49 – PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE MEIO AMBIENTE ............................................ 116<br />

FIGURA 5. 50 – OPINIÕES PARA AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS EM CAMPANHAS<br />

SOCIOAMBIENTAIS .............................................................................................................................. 117<br />

FIGURA 5. 51 – AÇÕES CITADAS PARA A AJUDA DIRETA AO MEIO AMBIENTE................................... 118<br />

FIGURA 5. 52 – PROBLEMAS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS PELOS MORADORES DAS ÁREAS ............ 119<br />

FIGURA 5. 53 – SUGESTÃO DOS MORADORES PARA MELHORAR A QUALIDADE DOS RIOS............... 121<br />

FIGURA 5. 54 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...... 122<br />

FIGURA 5. 55 – MEIOS DE TRANSPORTE PRESENTES MAS CASAS DOS MORADORES ........................ 124<br />

FIGURA 5. 56 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PELOS MORADORES ........................................... 125<br />

FIGURA 5. 57 – ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................ 126<br />

FIGURA 5. 58 – ECONOMIA DE ÁGUA ................................................................................................. 127<br />

FIGURA 5. 59 – SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS REALIZADA PELOS MORADORES ..................................... 128<br />

FIGURA 5. 60 – MORADORES QUE PLANTAM ALIMENTOS EM CASA ................................................. 129<br />

FIGURA 5. 61 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM GRUPOS OU ASSOCIAÇÕES ........................... 130<br />

FIGURA 5. 62 – LEMBRANÇA SOBRE OS CANDIDATOS VOTADOS NAS ELEIÇÕES ............................... 131<br />

FIGURA 5. 63 – AÇÃO DOS CANDIDATOS NAS ÁREAS ANALISADAS ................................................... 132<br />

FIGURA 5. 64 – AÇÕES REALIZADAS NOS BAIRROS PELOS CANDIATOS ELEITOS ................................ 133<br />

FIGURA 5. 65 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES DOS CANDIDATOS ELEITOS .................. 134<br />

FIGURA 5. 66 – AÇÕES DOS MORADORES ........................................................................................... 135<br />

FIGURA 5. 67 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P1 ........................... 136<br />

FIGURA 5. 68 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P2 ........................... 137<br />

FIGURA 5. 69 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P3 ........................... 138<br />

FIGURA 5. 70 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P4 ........................... 138<br />

ix


FIGURA 5. 71 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P5 ........................... 139<br />

FIGURA 5. 72 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS QUALIDADES E DEFICIÊNCIAS DO BAIRRO ................... 140<br />

FIGURA 5. 73 – OPINIÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE REFERENTE AO BAIRRO ............................... 141<br />

FIGURA 5. 74 – AÇÕES DE MELHORIAS PROPOSTAS PELOS MORADORES ......................................... 142<br />

FIGURA 5. 75 – NECESSIDADE DE ÁREAS DE LAZER PELOS MORADORES ........................................... 143<br />

FIGURA 5. 76 – MOTIVO APRESENTADO PARA PRESENÇA DE ÁREAS DE LAZER ................................ 144<br />

FIGURA 5. 77 – OPÇÕES DE ÁREAS DE LAZER INDICADAS PELOS MORADORES ................................. 145<br />

FIGURA 5. 78 – GRAU DE SATISFAÇÃO DOS MORADORES COM O BAIRRO ........................................ 145<br />

FIGURA 5. 79 – O QUE OS MORADORES MAIS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE RESIDEM ................... 146<br />

FIGURA 5. 80 – O QUE OS MORADORES MENOS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE MORAM ................ 147<br />

FIGURA 5. 81 – EXISTÊNCIA DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS BAIRROS ................... 149<br />

FIGURA 5. 82 – COLÉGIOS EM QUE AS CRIANÇAS DOS BAIRROS ESTUDAM ...................................... 149<br />

FIGURA 5. 83 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS ................ 150<br />

x


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

CETESB<br />

CONAMA<br />

DBO<br />

DQO<br />

EA<br />

OD<br />

RMC<br />

Companhia Ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Conselho Nacional <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />

Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio<br />

Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio<br />

Educação ambiental<br />

Oxigênio dissolvi<strong>do</strong><br />

Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba<br />

xi


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 1<br />

1.1. ESTRUTURA DA PESQUISA ....................................................................................................... 2<br />

1.2. OBJETIVOS ............................................................................................................................... 4<br />

1.2.1. Objetivo geral ...................................................................................................................... 4<br />

1.2.2. Objetivos específicos ........................................................................................................... 4<br />

2. CONTEXTO DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................................... 5<br />

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................. 9<br />

3.1. A ciência e a construção <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> ................................................................. 9<br />

3.2. Os problemas ambientais como propulsores <strong>de</strong> uma nova visão ........................................ 14<br />

3.3. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental............................................................................................................. 18<br />

3.4. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas e Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos .............................. 21<br />

3.5. Percepção Ambiental ............................................................................................................ 24<br />

3.6. Educação Ambiental .............................................................................................................. 30<br />

3.7. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ................................................... 32<br />

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................ 36<br />

4.1. Caracterização <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>......................................................................................... 36<br />

4.1.1. Características gerais <strong>da</strong> área ........................................................................................ 36<br />

4.1.2. Clima .............................................................................................................................. 36<br />

4.1.3. Geologia e geomorfologia ............................................................................................. 37<br />

4.1.4. Solos .............................................................................................................................. 38<br />

4.1.5. Uso e ocupação <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> drenagem ........................................................................ 38<br />

4.2. Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos ............................................................................................. 39<br />

4.2.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água ....................................................................................... 39<br />

4.2.1.1. Estabelecimento <strong>do</strong>s pontos amostrais ................................................................ 40<br />

4.2.1.2. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s .................................................................................................. 43<br />

xii


4.2.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo .............................................................................. 43<br />

4.2.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental ................................................................................... 44<br />

4.2.3.1. Questionário semi-estrutura<strong>do</strong> ............................................................................. 44<br />

4.2.3.2. Pesquisa<strong>do</strong>res voluntários e a preparação para aplicação ................................... 45<br />

4.2.3.3. Aplicação <strong>do</strong> questionário ..................................................................................... 46<br />

4.2.3.4. O Universo <strong>da</strong> Pesquisa ......................................................................................... 46<br />

4.2.3.5. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s ..................................................................................... 47<br />

4.2.4. Análise Final................................................................................................................... 47<br />

5. RESULTADOS ................................................................................................................................. 49<br />

5.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água ............................................................................................... 49<br />

5.1.1. Vazões observa<strong>da</strong>s ........................................................................................................ 49<br />

5.1.2. Parâmetros físicos e químicos ....................................................................................... 50<br />

5.1.2.1. Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio .............................................................................. 51<br />

5.1.2.2. Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio ......................................................................... 53<br />

5.1.2.3. Oxigênio dissolvi<strong>do</strong> e temperatura ....................................................................... 55<br />

5.1.2.4. Nitrogênio amoniacal e potencial hidrogeniônico ................................................ 58<br />

5.1.2.5. Fósforo Total ......................................................................................................... 61<br />

5.1.2.6. Nitrito .................................................................................................................... 62<br />

5.1.2.7. Nitrato ................................................................................................................... 64<br />

5.1.2.8. Turbi<strong>de</strong>z ................................................................................................................. 65<br />

5.1.3. Síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s .......................................................................................................... 67<br />

5.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo ...................................................................................... 71<br />

5.2.1. A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ............................................................................ 72<br />

5.2.2. Área P1 .......................................................................................................................... 76<br />

5.2.3. Área P2 .......................................................................................................................... 78<br />

5.2.4. Área P3 .......................................................................................................................... 79<br />

5.2.5. Área P4 .......................................................................................................................... 81<br />

5.2.6. Área P5 .......................................................................................................................... 82<br />

5.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res ................................................................. 83<br />

xiii


5.3.1. Respostas ao questionário ............................................................................................ 84<br />

5.3.1.1. Perfil Sócio-econômico .......................................................................................... 84<br />

5.3.1.2. Visão sobre meio ambiente ................................................................................... 89<br />

5.3.1.3. Questões gerais ..................................................................................................... 91<br />

5.3.1.4. Ações Ambientais ................................................................................................ 124<br />

5.3.1.5. Questões Políticas ............................................................................................... 131<br />

5.3.1.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental ........................................................................................... 136<br />

5.3.1.7. Educação Ambiental ............................................................................................ 148<br />

5.3.1.8. Finalização ........................................................................................................... 152<br />

5.4. Análise final por meio <strong>da</strong> interrelação entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s .......................................... 153<br />

5.4.1. Perfil sócio-econômico ................................................................................................ 154<br />

5.4.2. Visão sobre meio ambiente......................................................................................... 156<br />

5.4.3. Questões Gerais .......................................................................................................... 156<br />

5.4.4. Ações Ambientais ........................................................................................................ 164<br />

5.4.5. Questões Políticas ....................................................................................................... 166<br />

5.4.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental ................................................................................................... 168<br />

5.4.7. Educação Ambiental .................................................................................................... 170<br />

CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 172<br />

RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................ 177<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................... 178<br />

ANEXO I ............................................................................................................................................... 190<br />

ANEXO II .............................................................................................................................................. 195<br />

ANEXO III ............................................................................................................................................. 200<br />

xiv


1<br />

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />

Os problemas ambientais trouxeram uma série <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>safios para as populações,<br />

evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s em um primeiro momento pela pressão sobre os meios naturais, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

crescimento populacional e econômico, e <strong>de</strong>pois pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> compreensão <strong>do</strong> meio<br />

ambiente <strong>de</strong> forma mais abrangente, com base em interações ambientais, sociais, culturais,<br />

econômicas e políticas, para assim prover <strong>de</strong> maneira mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, soluções aos<br />

problemas existentes.<br />

A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta-se como o principal meio em que ocorrem estas interações, pois<br />

engloba gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações entre seres humanos, e entre seres humanos e<br />

ambiente, o que <strong>de</strong>veria proporcionar experiência e condição suficiente para o<br />

enfrentamento <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s. No entanto, apesar <strong>de</strong>sta condição existir, é<br />

comum observar a presença <strong>de</strong> diversos problemas como o excesso <strong>de</strong> poluição, a enorme<br />

<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, a geração excessiva <strong>de</strong> resíduos, a ausência <strong>de</strong> equipamentos urbanos<br />

principalmente em áreas carentes, o excesso <strong>de</strong> violência, o <strong>de</strong>smatamento, entre muitos<br />

outros.<br />

Problemas estes que são resulta<strong>do</strong> tanto <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelas nações, que privilegia o aspecto econômico em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong><br />

outras questões, e acaba por gerar uma injusta <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, como também <strong>de</strong> uma<br />

gestão ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A falta <strong>de</strong> reflexão e entendimento crítico por parte <strong>da</strong><br />

população sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer um equilíbrio nas relações existentes entre<br />

ser humano e ambiente, e entre os próprios habitantes, levou a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e,<br />

consequentemente as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a uma crise socioambiental <strong>de</strong> várias dimensões.<br />

Cenário <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> expansão e crescimento populacional, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e sua<br />

Região Metropolitana – RMC possui como um <strong>de</strong> seus mananciais para abastecimento<br />

público o Reservatório <strong>do</strong> rio Passaúna, área importante a ser preserva<strong>da</strong>, para assim<br />

possibilitar o fornecimento <strong>de</strong> água em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. No<br />

entanto, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> tem si<strong>do</strong> prejudica<strong>da</strong><br />

pela falta <strong>de</strong> esgotamento sanitário e pela expansão urbana irregular, conseqüências <strong>de</strong> uma<br />

gestão ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e <strong>do</strong> espaço urbano.


2<br />

A presente pesquisa propõe um estu<strong>do</strong> que relaciona análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />

uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental <strong>da</strong> população <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>. Desta forma, a análise <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é realiza<strong>da</strong> com base<br />

em parâmetros físicos, como também por meio <strong>da</strong>s relações estabeleci<strong>da</strong>s entre mora<strong>do</strong>res<br />

e território, e entre os próprios mora<strong>do</strong>res.<br />

O problema proposto por este estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> algumas<br />

<strong>da</strong>s relações existentes entre as características físicas <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> análise a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s, com<br />

base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s e informações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água e <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e as<br />

percepções sobre meio ambiente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res urbanos pertencentes a estas áreas.<br />

A reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, composta por múltiplas interações, não po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>da</strong> e<br />

trata<strong>da</strong> com ferramentas simplistas, <strong>de</strong>sta maneira, procura-se na interdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />

condição básica para a abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong>s problemas socioambientais presentes nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Os<br />

estu<strong>do</strong>s urbanos começam a obter um direcionamento mais abrangente, nos quais além <strong>da</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s aspectos físicos, procura-se compreen<strong>de</strong>r a relação entre seres humanos e<br />

ambiente. Com base nesta abor<strong>da</strong>gem, a análise <strong>da</strong> percepção ambiental torna-se uma<br />

ferramenta importante para aprofun<strong>da</strong>r o conhecimento sobre esta questão, pois permite<br />

i<strong>de</strong>ntificar padrões <strong>de</strong> percepção, ações e escolhas realiza<strong>da</strong>s pela população. Percepção<br />

ambiental que em sua análise traz a tensão entre o que os mora<strong>do</strong>res apresentam e a forma<br />

como ela é produzi<strong>da</strong>.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por esta pesquisa, cujo enfoque é a relação entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> água e a caracterização socioambiental, po<strong>de</strong>rão servir <strong>de</strong> base para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> ações na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, principalmente as que envolvam<br />

diretamente os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

1.1. ESTRUTURA DA PESQUISA<br />

A partir <strong>de</strong>ste ponto, a dissertação foi estrutura<strong>da</strong> em cinco capítulos, a seguir são<br />

apresenta<strong>do</strong>s os objetivos geral e específicos, que <strong>de</strong>finiram o caminho para o resulta<strong>do</strong><br />

final. No Capítulo 2 é apresenta<strong>do</strong> o contexto <strong>da</strong> dissertação com a indicação <strong>da</strong>s principais<br />

questões relativas à pesquisa e os aspectos que caracterizam a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>.


3<br />

A fun<strong>da</strong>mentação teórica para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa é apresenta<strong>da</strong> no<br />

Capítulo 3, com a revisão bibliográfica sobre a questão ambiental, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, a<br />

gestão <strong>de</strong> recursos hídricos, a percepção ambiental e a educação ambiental. No Capítulo 4<br />

são apresenta<strong>da</strong>s as meto<strong>do</strong>logias utiliza<strong>da</strong>s que embasaram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

pesquisa.<br />

No Capítulo 5 são apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelas três análises realiza<strong>da</strong>s:<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental <strong>da</strong> população. A análise<br />

<strong>da</strong>s respostas <strong>do</strong> questionário sobre percepção ambiental é apresenta<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma<br />

breve discussão <strong>do</strong>s quesitos que constam no questionário, enquanto, a análise final <strong>da</strong><br />

relação entre os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> questionário, a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água e as influências<br />

<strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo é apresenta<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma discussão mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>. Por<br />

fim, são apresenta<strong>da</strong>s as conclusões relativas ao trabalho, as recomen<strong>da</strong>ções para trabalhos<br />

futuros e as referências bibliográficas utiliza<strong>da</strong>s para a fun<strong>da</strong>mentação teórica <strong>da</strong> pesquisa.


4<br />

1.2. OBJETIVOS<br />

1.2.1. Objetivo geral<br />

O objetivo geral <strong>de</strong>sta pesquisa foi relacionar as análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, <strong>do</strong><br />

uso e a ocupação <strong>do</strong> solo, e <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />

rio <strong>Passauna</strong>.<br />

1.2.2. Objetivos específicos<br />

Para atingir o objetivo principal <strong>da</strong> pesquisa os seguintes objetivos específicos foram<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s:<br />

a. Avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por meio <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> parâmetros físicos e<br />

químicos;<br />

b. I<strong>de</strong>ntificar o ponto mais poluí<strong>do</strong> e o menos poluí<strong>do</strong> entre os pontos amostrais<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s;<br />

c. I<strong>de</strong>ntificar o uso e a ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>;<br />

d. Espacializar as informações <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo;<br />

e. Conceber e aplicar o questionário <strong>de</strong> percepção ambiental aos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

bacia;<br />

f. Relacionar as informações sobre uso e ocupação <strong>do</strong> solo com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água;<br />

g. Relacionar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário <strong>de</strong> percepção<br />

ambiental com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para o ponto<br />

mais poluí<strong>do</strong> e para o ponto menos poluí<strong>do</strong>.


5<br />

2. CONTEXTO DA DISSERTAÇÃO<br />

Esta pesquisa insere-se no contexto <strong>da</strong> Gestão <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas, em que a<br />

Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos apresenta-se como um <strong>da</strong>s principais ferramentas para sua<br />

execução, e relaciona-se à atuação para a solução <strong>do</strong>s problemas relativos à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água. Para possibilitar maior compreensão sobre os processos existentes, os<br />

estu<strong>do</strong>s ambientais começam a inserir o indivíduo no escopo <strong>da</strong> análise. Desta forma, a<br />

compreensão <strong>da</strong>s relações existentes entre mora<strong>do</strong>res e ambiente, por meio <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

socioambientais, po<strong>de</strong> auxiliar a execução <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, área <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa. A pesquisa,<br />

portanto, foi fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> principalmente na análise <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res sobre as diversas relações presentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua importância para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Curitiba e sua Região Metropolitana – RMC, que abrange a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />

utiliza<strong>da</strong> para abastecimento público <strong>de</strong> água <strong>da</strong> região.<br />

O rio <strong>Passauna</strong> localiza-se a oeste <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Curitiba, forma<strong>do</strong> por duas<br />

nascentes localiza<strong>da</strong>s nas Serras <strong>de</strong> São Luiz <strong>do</strong> Purunã e Bocaina, a uma altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.040 m,<br />

e escoa em direção ao sul até <strong>de</strong>saguar no rio Iguaçu. A extensão total <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é <strong>de</strong><br />

57 km, e sua bacia hidrográfica, localiza<strong>da</strong> na região <strong>do</strong> Alto Iguaçu, entre as também subbacias<br />

<strong>do</strong> rio Ver<strong>de</strong> e Barigui, engloba os municípios <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, Campo<br />

Magro, Campo Largo, Curitiba e Araucária (AISSE, 1990). A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong> possui área total <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>, aproxima<strong>da</strong>mente, 216,68 km 2 , e sua APA<br />

ocupa uma área aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 145 km 2 (SUDERHSA, 2002).<br />

Segun<strong>do</strong> Saunitti (2003), o início <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

<strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1876, a partir <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Colônia Tomás Coelho, no município <strong>de</strong> Araucária. A<br />

partir <strong>de</strong>sta déca<strong>da</strong>, 1870, ocorreu a ocupação mais acentua<strong>da</strong>, incentiva<strong>da</strong> pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Curitiba para a fixação <strong>de</strong> imigrantes em pequenas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais em áreas próximas à<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, forman<strong>do</strong> o “cinturão ver<strong>de</strong>”. Com o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e região metropolitana a<br />

<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> foi escolhi<strong>da</strong> como uma <strong>da</strong>s áreas para servir <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água.


6<br />

Desta forma, em 1985 iniciou-se a construção <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> sen<strong>do</strong><br />

finaliza<strong>da</strong> em 1989, porém o represamento <strong>da</strong> água apenas ocorreu em 1990 (SAUNITTI,<br />

2003). A represa localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária a aproxima<strong>da</strong>mente 10 km <strong>do</strong> rio<br />

Iguaçu, e insere-se na categoria <strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

Plano Diretor <strong>de</strong> Águas <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba (DIAS, 1997). O reservatório é<br />

responsável por 30% <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>da</strong> RMC com uma produção <strong>de</strong> 2000 L/s -1<br />

(ANDREOLI, 2003). A localização <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é apresenta<strong>da</strong> pela<br />

Figura 2.1.<br />

FIGURA 2. 1 – LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA<br />

A formação <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> teve gran<strong>de</strong> impacto sobre as áreas <strong>de</strong><br />

agricultura localiza<strong>da</strong>s na cota <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção 888,80 metros, em que os agricultores tiveram<br />

suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou parte <strong>de</strong>las <strong>de</strong>sapropria<strong>da</strong>s. Outro impacto foi a falta <strong>de</strong> recomposição<br />

<strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> empréstimo, por parte <strong>da</strong> construtora <strong>da</strong> represa (DIAS, 1997).<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e <strong>do</strong>s seus municípios<br />

limítrofes, tornou-se <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância a preservação <strong>do</strong>s mananciais <strong>de</strong>


7<br />

abastecimento público, incluin<strong>do</strong> a área <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Desta forma,<br />

realizaram-se esforços para a preservação <strong>da</strong>s áreas dispostas a montante <strong>da</strong> Represa,<br />

senti<strong>do</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, como forma <strong>de</strong> preservar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />

sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s instrumentos legais para a proteção <strong>da</strong> bacia. Em 1991 a APA <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> foi<br />

instituí<strong>da</strong> pelo Decreto Estadual nº 458, e em 1995 teve seu primeiro Zoneamento Ecológico-<br />

Econômico aprova<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 832. No ano <strong>de</strong> 1998, foi cria<strong>do</strong> o<br />

Sistema Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Proteção aos Mananciais por meio <strong>da</strong> Lei Estadual nº 12.248<br />

(SANEPAR, 2000).<br />

O Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> é responsável por abastecer 22% <strong>da</strong> população <strong>de</strong><br />

Curitiba e <strong>da</strong> RMC, com uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação que varia entre 1300 L/s a 2000 L/s <strong>de</strong><br />

água trata<strong>da</strong> disponível para abastecimento (AISSE, 1990).<br />

Des<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, observam-se problemas <strong>de</strong> ocupação irregular nas margens<br />

<strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e <strong>de</strong> seus afluentes, além <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> indústrias e, consequente<br />

lançamento <strong>de</strong> efluentes líqui<strong>do</strong>s, e <strong>do</strong> Aterro Municipal <strong>da</strong> Lamenha Pequena, área <strong>de</strong><br />

lançamento <strong>de</strong> lixivia<strong>do</strong>, localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, que está<br />

atualmente <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> (XAVIER, 2005).<br />

Outros problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelo estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por<br />

Saunitti (2003), no qual foi observa<strong>da</strong> alta taxa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sedimentos transporta<strong>do</strong>s<br />

para o reservatório. Este transporte se relaciona principalmente à erosão superficial <strong>do</strong> solo<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ações antrópicas como plantio próximo às margens <strong>do</strong> reservatório, <strong>de</strong>smatamento<br />

<strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vales e zonas ribeirinhas, plantio e pastagens em solos com alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

entre outros aspectos. Além disso, a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é transposta pela BR-<br />

277 e pela Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne, situação que oferece risco pela possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer<br />

aci<strong>de</strong>ntes com transporte <strong>de</strong> cargas, como também pela possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão urbana<br />

<strong>do</strong>miciliar ao longo <strong>de</strong>stes eixos, pressão exerci<strong>da</strong> pelos municípios <strong>de</strong> Curitiba e Campo<br />

Largo (ANDREOLI, 2003).<br />

A estimativa populacional <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para o ano <strong>de</strong> 2005<br />

foi <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 57.248 habitantes para o total <strong>de</strong> loteamentos aprova<strong>do</strong>s,<br />

localiza<strong>do</strong>s em 70% no município <strong>de</strong> Curitiba, 16% no município <strong>de</strong> Campo Largo, 9% em


8<br />

Campo Magro e 4% em Araucária. A população situa<strong>da</strong> em loteamentos irregulares é <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 3.000 famílias (XAVIER, 2005).<br />

A dinâmica <strong>de</strong> ocupação na Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> <strong>de</strong>veria ser nula<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às restrições à ocupação impostas pela legislação, no entanto, verificam-se áreas em<br />

que ocorreram expansão territorial <strong>de</strong> áreas <strong>do</strong>miciliares, o que po<strong>de</strong> ocasionar impactos à<br />

principal finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> bacia que é o abastecimento <strong>de</strong> água (SAUNITTI, 2003).<br />

Ao contrário <strong>da</strong> região na qual se encontra a APA Estadual <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a porção<br />

<strong>da</strong> bacia situa<strong>da</strong> a jusante <strong>do</strong> Reservatório possui forte dinâmica <strong>de</strong> ocupação, regular e<br />

irregular que confere uma série <strong>de</strong> impactos à região. No <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> pesquisa pô<strong>de</strong>-se<br />

presenciar a instalação e o “<strong>de</strong>senvolvimento” <strong>de</strong> uma ocupação irregular próxima a área <strong>do</strong><br />

reservatório, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> invasão com a limpeza <strong>do</strong> terreno e instalação <strong>da</strong>s primeiras<br />

casas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, até a construção <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>ções para casas <strong>de</strong> alvenaria.<br />

Em relação à ocupação territorial na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, esta é<br />

composta <strong>de</strong> forma bastante heterogênea, com presença <strong>de</strong> agricultores, mora<strong>do</strong>res<br />

urbanos <strong>de</strong> classes baixa e média, chacareiros, colonos, além <strong>de</strong> áreas industriais, área <strong>de</strong><br />

preservação, e o Aterro Municipal <strong>da</strong> Lamenha Pequena, que não está mais em<br />

funcionamento.<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna, mesmo sen<strong>do</strong> um local que possui priori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para preservação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao Reservatório <strong>do</strong> Passaúna e a Área <strong>de</strong> Preservação Ambiental<br />

Estadual <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, tem enfrenta<strong>do</strong> problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong>s rios e ocorrência <strong>de</strong><br />

ocupações irregulares que acabam por influenciar para uma que<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />

<strong>da</strong> bacia hidrográfica como um to<strong>do</strong> (SAUNITTI, 2003).


9<br />

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

3.1. A ciência e a construção <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />

A ciência exerce forte influência no mo<strong>do</strong> como as pessoas enxergam e se relacionam<br />

com o ambiente, <strong>de</strong> maneira que a tentativa <strong>de</strong> se aplicar conceitos <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />

mecanicista, basea<strong>da</strong> na ciência cartesiana, a uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que não po<strong>de</strong> mais ser<br />

compreendi<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira fraciona<strong>da</strong> se mostra incapaz <strong>de</strong> proporcionar soluções<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s aos problemas socioambientais presentes. A nova visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, na qual o<br />

planeta é visto como um ser vivo e não mais como uma máquina, apresenta uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> múltiplas interações, em que aspectos que antes eram <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> la<strong>do</strong> pela ciência,<br />

como a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a incerteza, hoje retornam para estabelecer conexões mais amplas,<br />

porém conscientes <strong>do</strong>s seus limites (CAPRA, 1997).<br />

Segun<strong>do</strong> Kuhn (1989), a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigma guia os cientistas para a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />

novos instrumentos que reorientam “o olhar” em novas direções. Transformações graduais e<br />

quase sempre irreversíveis que acabam por acompanhar o treinamento científico. Assim, a<br />

percepção <strong>do</strong> cientista sobre seu ambiente, ao qual já está familiariza<strong>do</strong>, inicia um processo<br />

<strong>de</strong> reeducação para uma nova forma. O paradigma guia a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> novos instrumentos,<br />

pois institui conceitos soberanos e sua relação lógica (disjunção, conjunção, implicação), que<br />

atuam <strong>de</strong> maneira oculta sobre as concepções e teorias científicas realiza<strong>da</strong>s sob sua égi<strong>de</strong><br />

(MORIN, 2004).<br />

Até o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, havia uma concepção orgânica <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, basea<strong>da</strong><br />

nas idéias <strong>de</strong> Aristóteles e na concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> construí<strong>da</strong> pela Igreja. No entanto, após<br />

este perío<strong>do</strong> esta visão foi transforma<strong>da</strong> pelas <strong>de</strong>scobertas realiza<strong>da</strong>s pela física e<br />

astronomia. Desta forma, a redução <strong>de</strong> fenômenos complexos aos seus componentes<br />

básicos, e a procura por mecanismos através <strong>do</strong>s quais esses componentes interagem,<br />

tornou-se a principal estrutura <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> científico. Esta abor<strong>da</strong>gem aban<strong>do</strong>nou a<br />

concepção orgânica <strong>de</strong> natureza em favor <strong>de</strong> uma concepção mecanicista, consoli<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o<br />

que hoje se conhece por cientificismo mecanicista. Com ênfase na ciência reducionista,<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se uma cultura <strong>de</strong> fragmentação <strong>do</strong> conhecimento, que provocou e ain<strong>da</strong><br />

provoca um profun<strong>do</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio cultural e ambiental (CAPRA, 1997). O complexo <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> foi fragmenta<strong>do</strong> em pe<strong>da</strong>ços, fracionan<strong>do</strong> os problemas, unidimensionalizan<strong>do</strong> o


10<br />

multidimensional, atrofian<strong>do</strong> assim as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão e reflexão sobre este<br />

<strong>de</strong>sequilíbrio (MORIN, 2004).<br />

Acreditava-se que a redução <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> em um sistema mecânico, basea<strong>do</strong> em<br />

objetos separa<strong>do</strong>s, e a simplificação <strong>de</strong>ste sistema em componentes materiais<br />

fun<strong>da</strong>mentais, com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e interações, seria suficiente para<br />

<strong>de</strong>terminar a completu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fenômenos naturais. Esta concepção, primeiramente aplica<strong>da</strong><br />

ao universo, foi estendi<strong>da</strong> aos organismos vivos, e por meio <strong>de</strong>ssa visão ocorreu a<br />

fragmentação <strong>da</strong>s disciplinas acadêmicas, que serviu como fun<strong>da</strong>mento lógico para o<br />

tratamento <strong>do</strong> ambiente natural como se ele fosse forma<strong>do</strong> por peças separa<strong>da</strong>s a serem<br />

explora<strong>da</strong>s por diferentes grupos <strong>de</strong> interesse. Concepção que pre<strong>do</strong>minou nos séculos XVII,<br />

XVIII e XIX (CAPRA, 1997).<br />

Assim, outras ciências acolheram o ponto <strong>de</strong> vista mecanicista e<br />

reducionista <strong>da</strong> física clássica como a <strong>de</strong>scrição correta <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-os como mo<strong>de</strong>los para suas próprias teorias. [...] Essa atitu<strong>de</strong>,<br />

conheci<strong>da</strong> como reducionismo, ficou tão profun<strong>da</strong>mente arraiga<strong>da</strong> em<br />

nossa cultura, que tem si<strong>do</strong> freqüentemente i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como méto<strong>do</strong><br />

científico. (CAPRA, 1997)<br />

A ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao méto<strong>do</strong> científico como única abor<strong>da</strong>gem váli<strong>da</strong> <strong>do</strong> conhecimento,<br />

e ao pensamento racional está sintetiza<strong>da</strong> no enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> Descartes, “Cogito, ergo sum” –<br />

“Penso, logo existo”. Esta lógica colocou a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal como representação <strong>da</strong> mente<br />

racional e não como a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> organismo, o que influenciou na divisão entre mente e<br />

corpo, na qual o corpo, e consequentemente os senti<strong>do</strong>s, não são utiliza<strong>do</strong>s como agentes<br />

<strong>do</strong> conhecimento, situação que influiu para o <strong>de</strong>sligamento entre homem e ambiente<br />

(CAPRA, 1997).<br />

As características, relações e inter-relações foram excluí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> seus componentes<br />

formativos, o que impossibilitou uma visão intrínseca <strong>da</strong> re<strong>de</strong> sistêmica, como também o<br />

contato <strong>do</strong> ser humano com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> complexa que o circun<strong>da</strong>. A aptidão natural para<br />

integrar e contextualizar os saberes foi perdi<strong>da</strong>, consequentemente a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para pensar


11<br />

e propor soluções para os problemas que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta foi diminuí<strong>da</strong>. Separou-se<br />

homem e natureza, mente e corpo, objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (BRANDÃO, 2003).<br />

A divisão <strong>do</strong> conhecimento em disciplinas ocorri<strong>da</strong> no século XIX com a formação <strong>da</strong>s<br />

universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas instituiu a divisão e especialização <strong>do</strong> trabalho, representa<strong>da</strong> pela<br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas que as ciências abrangem, ca<strong>da</strong> qual com sua linguagem, técnica,<br />

teorias e fronteiras, o que consequentemente criou uma autonomia <strong>de</strong> ação. Característica<br />

que se <strong>de</strong>senvolveu a partir <strong>do</strong> século XX, com o impulso <strong>da</strong><strong>do</strong> à pesquisa científica. Assim, a<br />

disciplina fornece a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> competência que fun<strong>da</strong>menta o<br />

conhecimento, sem o qual este se tornaria intangível. No entanto, esta especificação<br />

acarreta um risco <strong>de</strong> hiperespecialização, ou especialização que se fecha em si, que impe<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ver o global e dilui o essencial. Esta história está inscrita na <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que, por sua<br />

vez, está inscrita na história <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (MORIN, 2004).<br />

O incipiente méto<strong>do</strong> científico incluía os seguintes supostos: o sistema <strong>da</strong><br />

natureza podia ser dividi<strong>do</strong> em componentes isola<strong>do</strong>s quase estáveis, e os<br />

objetos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> podiam ser separa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sujeito que os estu<strong>da</strong>va. Disso<br />

resultaram uma ciência dividi<strong>da</strong> em disciplinas (a base <strong>do</strong> sistema<br />

universitário) e o mito <strong>de</strong> uma ciência neutra, livre <strong>de</strong> valores, que legitima<br />

os especialistas. (FUNTOWICZ; MARCHI, 2003)<br />

Segun<strong>do</strong> Kuhn (1989), o paradigma mecanicista produziu uma compreensão que<br />

talvez não pu<strong>de</strong>sse ser alcança<strong>da</strong> <strong>de</strong> outra maneira, porém isso não garante sua<br />

postergação. O autor cita o exemplo <strong>de</strong> pesquisas em diversos setores como Filosofia,<br />

Psicologia, Lingüística, que convergem em uma mesma sugestão: a <strong>de</strong> que o paradigma<br />

tradicional está <strong>de</strong> alguma forma incompleto. A insuficiência <strong>do</strong> paradigma mecanicista para<br />

tratar os mais graves problemas <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> planeta constitui um <strong>do</strong>s mais graves<br />

problemas que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta (MORIN, 2004).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> conhecimento, com o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> suas<br />

questões intrínsecas, possibilitou o reconhecimento <strong>da</strong>s limitações impostas por este mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> pensar. Este reconhecimento sobre as limitações promoveu a construção <strong>de</strong> uma nova<br />

visão sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, basea<strong>da</strong> na inter-relação e inter<strong>de</strong>pendência essencial entre to<strong>do</strong>s


12<br />

os fenômenos físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais, característica que<br />

transcen<strong>de</strong>, portanto, as fronteiras disciplinares e conceituais (CAPRA, 1997). Edgar Morin<br />

(2004) consi<strong>de</strong>ra a noção sobre os limites <strong>do</strong> conhecimento como a maior contribuição <strong>do</strong><br />

conhecimento <strong>do</strong> século XX, ou seja, o conhecimento sobre a in<strong>de</strong>strutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

incertezas é a maior certeza.<br />

No século XX [...] a física passou por várias revoluções conceituais que<br />

revelam claramente as limitações <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> mecanicista e levam a<br />

uma visão orgânica e ecológica. O universo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser visto como uma<br />

máquina, composta <strong>de</strong> uma profusão <strong>de</strong> objetos distintos, para apresentarse<br />

agora como um to<strong>do</strong> harmonioso e indivisível, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações<br />

dinâmicas que incluem o observa<strong>do</strong>r humano e sua consciência <strong>de</strong> um<br />

mo<strong>do</strong> essencial. (CAPRA, 1997)<br />

Um <strong>do</strong>s principais pontos <strong>da</strong> revolução conceitual proporciona<strong>da</strong> pela física ocorreu<br />

por meio <strong>da</strong> investigação sobre os fenômenos atômicos e subatômicos, nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

não podia ser explica<strong>da</strong> pela concepção mecanicista (CAPRA, 1997). Desta forma, a primeira<br />

revolução científica <strong>do</strong> século XX transformou a visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, ao minar a vali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

absoluta <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong>terminista, provocan<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> discussões sobre a<br />

racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> científica, exemplifica<strong>da</strong> pelas obras <strong>de</strong> Bacherlard, Piaget, Popper, Lakatos,<br />

Kuhn, Holton, Feyerabend (MORIN, 2004).<br />

A segun<strong>da</strong> revolução científica <strong>do</strong> século XX, que ocorreu nos anos 60, iniciou o<br />

processo <strong>de</strong> contextualização e globalização <strong>do</strong>s saberes, que até então eram fragmenta<strong>do</strong>s<br />

e compartimenta<strong>do</strong>s, o que permitiu a articulação <strong>da</strong>s disciplinas. Surgiram assim novas<br />

ciências, ciências “sistêmicas” como Ecologia, Ciências <strong>da</strong> Terra e Cosmologia que possuem<br />

como objeto sistemas complexos em que o to<strong>do</strong> e as partes produzem e se organizam entre<br />

si. Mais especificamente com relação à Ecologia, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> no final <strong>do</strong> século XIX e que sofreu<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60, foi introduzi<strong>da</strong> a noção <strong>de</strong> ecossistema, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />

como um conjunto <strong>de</strong> interações entre populações vivas e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ambiente (MORIN,<br />

2004).


13<br />

Segun<strong>do</strong> CAPRA (1997), existe a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se apoiar em uma perspectiva<br />

ecológica, que a visão cartesiana <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> não oferece, para assim conseguir <strong>de</strong>screver o<br />

mun<strong>do</strong> apropria<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> maneira que, os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e<br />

ambientais são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e constituem um mun<strong>do</strong> globalmente interliga<strong>do</strong>.<br />

Portanto, o <strong>de</strong>safio <strong>da</strong> globali<strong>da</strong><strong>de</strong> é também um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em que o mun<strong>do</strong><br />

é organiza<strong>do</strong> em sistemas que estão conecta<strong>do</strong>s e são organiza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> uma hierarquia,<br />

na qual os sistemas são mais <strong>do</strong> que a soma <strong>de</strong> suas partes (DIAS, 2003).<br />

A evidência <strong>de</strong> que a ênfase excessiva no méto<strong>do</strong> científico e no pensamento racional<br />

provocou e <strong>de</strong>senvolveu o processo <strong>do</strong>s problemas socioambientais é ca<strong>da</strong> vez mais clara.<br />

Compreensão dificulta<strong>da</strong> principalmente pelo pensamento racional linear, que não<br />

conseguiu abor<strong>da</strong>r <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> a lógica <strong>do</strong>s sistemas não-lineares (CAPRA, 1997).<br />

De acor<strong>do</strong> com Morin (2004), a concepção <strong>de</strong>terminista-mecanicista basea<strong>da</strong> na<br />

or<strong>de</strong>m e na exclusão <strong>da</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m sofreu fissuras em inúmeros pontos, e atualmente<br />

emerge, ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira esparsa, um paradigma cognitivo que inicia o estabelecimento <strong>de</strong><br />

relações em áreas não comunicantes. Em diversas áreas, a noção <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

começa a ser trabalha<strong>da</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> complementar e não apenas antagônico. Assim, a missão<br />

<strong>da</strong> ciência não é mais afastar a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> suas teorias, mas estudá-la.<br />

Segun<strong>do</strong> Leff (2003), a crise ambiental se apresenta às pessoas como um limite no<br />

real que re-significa e re-orienta o curso <strong>da</strong> historia e é sobretu<strong>do</strong> um problema <strong>de</strong><br />

conhecimento, o que leva a repensar o ser <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> complexo e a enten<strong>de</strong>r suas vias <strong>de</strong><br />

complexização, para assim abrir novos caminhos no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> reconstrução e reapropriação<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

O aspecto que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como nortea<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ssa nova visão sobre relações<br />

socioambientais é o <strong>de</strong> que nenhuma <strong>da</strong>s ciências é redutível à outra, mas que a gran<strong>de</strong><br />

questão é encontrar o difícil caminho <strong>de</strong> inter-articulação entre as ciências, que possuem<br />

linguagem e conceitos próprios que não po<strong>de</strong>m ser transferi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma à outra (MORIN,<br />

2004).


14<br />

3.2. Os problemas ambientais como propulsores <strong>de</strong> uma nova visão<br />

O novo olhar sobre as relações existentes entre ser humano e ambiente, foi<br />

impulsiona<strong>do</strong> por diversos fatores, em especial àqueles relaciona<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e<br />

<strong>de</strong>struição <strong>do</strong> ambiente. Em 1864 o diplomata americano George Perkin Marsh publicou o<br />

livro “O homem e a natureza: ou geografia física modifica<strong>da</strong> pela ação <strong>do</strong> homem”,<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o primeiro exame <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>da</strong> agressão humana à natureza. Neste livro é<br />

<strong>do</strong>cumenta<strong>da</strong> a maneira como os recursos <strong>do</strong> planeta estavam sen<strong>do</strong> esgota<strong>do</strong>s, já<br />

preven<strong>do</strong> que tais ações não po<strong>de</strong>riam continuar sem provocar gran<strong>de</strong>s impactos na<br />

natureza. Em 1869, o biólogo Ernst Haeckel sugeriu o vocábulo “Ecologia” para preencher a<br />

lacuna entre as inter-relações no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> botânica com o meio ambiente (DIAS, 2003).<br />

De acor<strong>do</strong> com WORSTER (cita<strong>do</strong> por GRÜN, 1996), os seres humanos adquirem<br />

autoconsciência <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> planeta com as bombas <strong>de</strong> Hiroshima e<br />

Nagazaki e com a primeira bomba H. Situação que ironicamente impulsiona o nascimento <strong>do</strong><br />

ambientalismo contemporâneo, e marca assim, a “i<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica”.<br />

No ano <strong>de</strong> 1945, a expressão “estu<strong>do</strong>s ambientais” começa a ser utiliza<strong>da</strong> na Grã-<br />

Bretanha. Em 1952, a primeira gran<strong>de</strong> catástrofe ambiental aconteceu provoca<strong>da</strong> pela<br />

poluição <strong>do</strong> ar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Londres, ocasionan<strong>do</strong> a morte <strong>de</strong> 1600 pessoas, o que<br />

promoveu um questionamento sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental no país. Esse <strong>de</strong>sastre provocou<br />

uma série <strong>de</strong> discussões em vários países, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> também impulso para o surgimento <strong>do</strong><br />

movimento ambientalista. No entanto, a percepção global <strong>do</strong>s efeitos <strong>da</strong> poluição<br />

provoca<strong>do</strong>s por ações locais ain<strong>da</strong> era pequena e se restringia a advertências sobre algumas<br />

práticas, realiza<strong>da</strong>s apenas nos meios acadêmicos (DIAS, 2003).<br />

Um <strong>do</strong>s marcos <strong>da</strong> divulgação e alerta sobre os problemas advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi o livro “Primavera Silenciosa”, <strong>de</strong> Rachel Carson,<br />

publica<strong>do</strong> em 1962, que reuniu uma série <strong>de</strong> fatos sobre o <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental,<br />

alertan<strong>do</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional para o problema (GRÜN, 1996).<br />

Em 1968 foi cria<strong>do</strong> o Clube <strong>de</strong> Roma por um grupo <strong>de</strong> trinta especialistas <strong>de</strong> diversas<br />

áreas, incluin<strong>do</strong> economistas, humanistas, industriais, entre outros, que publicaram em<br />

1972, o relatório “The limits of growth” – “Os limites <strong>do</strong> crescimento”, que novamente<br />

alertou a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre os problemas advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>


15<br />

pelos países mais ricos, concluin<strong>do</strong> que o crescimento a qualquer custo levaria a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />

um colapso (IISD, 2002). A divulgação <strong>do</strong> relatório causou reações contrárias, principalmente<br />

<strong>de</strong> países sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, os quais, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às propostas finais <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong>mográfico em países <strong>de</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>, e crescimento econômico zero, estariam<br />

impossibilita<strong>do</strong>s <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem, aí incluso o Brasil.<br />

No ano <strong>de</strong> 1972, ocorre a Primeira Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre o Ambiente<br />

Urbano, mais conheci<strong>da</strong> como Conferência <strong>de</strong> Estocolmo, encontro que foi <strong>de</strong>cisivo para o<br />

surgimento <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>do</strong> ambiente, e primordial para o início <strong>da</strong> busca<br />

<strong>de</strong> soluções globais para os problemas ambientais. Esta Conferência reuniu representantes<br />

<strong>de</strong> 113 países e colocou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças profun<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, nos hábitos e comportamentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (DIAS, 2003).<br />

Em mea<strong>do</strong>s <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970, a revisão <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

apresentou seu ponto mais alto com os trabalhos <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Bariloche e <strong>da</strong> Cepal,<br />

propon<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>los alternativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e estilos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento diferentes<br />

para países industrializa<strong>do</strong>s e sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s. Alguns pontos sobre um estilo alternativo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento foram: a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ser o objetivo fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong><br />

qualquer <strong>de</strong>senvolvimento; a fé indiscrimina<strong>da</strong> no progresso através <strong>da</strong> ciência e tecnologia<br />

não po<strong>de</strong> ser manti<strong>da</strong>, e; não é possível se manterem os altos níveis <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong>s países<br />

industrializa<strong>do</strong>s e <strong>da</strong>s elites <strong>do</strong>s países <strong>de</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong> (DIEGUES, 2007).<br />

A partir <strong>da</strong> Conferência <strong>de</strong> Estocolmo iniciou-se um processo <strong>de</strong> convergência global<br />

para enfrentamento <strong>do</strong>s problemas ambientais, com a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens mais<br />

abrangentes para a solução <strong>de</strong>stes problemas. Foram estabeleci<strong>do</strong>s temas chave a serem<br />

discuti<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para aplicação pelos diversos países participantes, no intuito <strong>de</strong><br />

reverter o quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção que estava configura<strong>do</strong>. Situação <strong>de</strong>nuncia<strong>da</strong><br />

principalmente por Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e pela Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Científica.<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, ocorreram uma série <strong>de</strong> graves aci<strong>de</strong>ntes ambientais como o<br />

vazamento <strong>de</strong> gás venenoso em Bophal na Índia em 1984, a explosão <strong>do</strong> reator <strong>da</strong> usina <strong>de</strong><br />

Chernobyl, na extinta União Soviética em 1986, o aci<strong>de</strong>nte com o petroleiro Exxon Val<strong>de</strong>z no<br />

Alasca em 1989, entre outros. Juntamente a esses aci<strong>de</strong>ntes, a <strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>


16<br />

ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, provoca<strong>da</strong> pela poluição <strong>do</strong>s rios, contaminação <strong>do</strong> solo,<br />

enchentes, excesso <strong>de</strong> trânsito, poluição <strong>do</strong> ar, entre outros, impulsionou forte pressão por<br />

parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações que, se não conseguissem solucionar,<br />

pelo menos possibilitassem amenizar os problemas enfrenta<strong>do</strong>s (DIAS, 2003).<br />

Em 1987 ocorre a divulgação <strong>do</strong> relatório <strong>da</strong> Comissão Brundtland, “Our Commom<br />

Future” – “Nosso Futuro Comum” (1984 – 1987), que teve o objetivo <strong>de</strong> reexaminar os<br />

principais problemas <strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e formular propostas em âmbito<br />

planetário para assegurar que o <strong>de</strong>senvolvimento humano ocorresse sem comprometer os<br />

recursos para as futuras gerações. Por três anos consecutivos, a comissão e seus assessores<br />

estu<strong>da</strong>ram os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />

nações em <strong>de</strong>senvolvimento, sen<strong>do</strong> este um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos mais importantes <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

(BRAGA et al., 2005).<br />

Cinco anos <strong>de</strong>pois, ocorreu no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro – Brasil, a Cúpula <strong>da</strong> Terra, Conferência<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conheci<strong>da</strong> como <strong>Rio</strong>-<br />

92, que teve como um <strong>do</strong>s seus principais <strong>do</strong>cumentos um plano <strong>de</strong> ação global para a<br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> humana, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Agen<strong>da</strong> 21. O plano abor<strong>da</strong> uma série <strong>de</strong> temas a<br />

serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e aprimora<strong>do</strong>s pelos países, esta<strong>do</strong>s e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, em busca <strong>da</strong><br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>da</strong> resolução <strong>do</strong>s problemas ambientais, e coloca o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento vigente como insustentável (NOVAES, 2000).<br />

O tratamento <strong>do</strong>s problemas ambientais coloca a exigência <strong>da</strong> abertura <strong>do</strong>s<br />

processos <strong>de</strong> análise sobre estes problemas, como também a abertura <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões para categorias mais amplas <strong>de</strong> fatos e atores, diferentemente <strong>da</strong>quelas<br />

tradicionalmente legitima<strong>da</strong>s (FUNTOWICZ; MARCHI, 2003).<br />

Os problemas ambientais, principalmente os relaciona<strong>do</strong>s aos efeitos globais, têm<br />

contribuí<strong>do</strong> bastante para a sensibilização recente <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre questões ambientais,<br />

com <strong>de</strong>staque na mídia e na agen<strong>da</strong> <strong>de</strong> políticos e grupos ambientalistas em to<strong>do</strong> o planeta.<br />

Anteriormente, existia uma crença <strong>de</strong> que a inteligência e a tecnologia resolveriam qualquer<br />

problema, e que não havia limites para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> espécie e para a utilização <strong>de</strong><br />

matéria e energia, porém, a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e controlar os processos e as


17<br />

transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas trouxe incertezas sobre a<br />

própria sobrevivência <strong>da</strong> espécie (BRAGA et al., 2005).<br />

Essa maior abrangência <strong>da</strong> questão ambiental, no entanto, <strong>de</strong>ve ser vista por meio <strong>de</strong><br />

uma visão crítica. De acor<strong>do</strong> com Fola<strong>do</strong>ri (2001), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, foram<br />

organiza<strong>do</strong>s diversos encontros internacionais, e ca<strong>da</strong> país veio a<strong>da</strong>ptan<strong>do</strong> progressivas<br />

políticas <strong>de</strong> meio ambiente. Observa-se que a maioria <strong>da</strong>s questões apresenta<strong>da</strong>s para<br />

solucionar, ou pelo menos minimizar os problemas socioambientais, referem-se à relação<br />

que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> estabelece com os <strong>de</strong>mais seres vivos e com o meio abiótico, nas quais<br />

são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s relações exclusivamente técnicas, quanto aos efeitos sobre o meio<br />

ambiente por exemplo. No entanto, essa dicotomia socie<strong>da</strong><strong>de</strong>-natureza é parcial e,<br />

portanto, equivoca<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> crise ambiental, pois não existem relações no<br />

exterior, com o meio ambiente, que não estejam previamente media<strong>da</strong>s pelas relações no<br />

interior, entre classes e grupos sociais.<br />

Desta forma, o ser humano se relaciona <strong>de</strong> maneira diferencia<strong>da</strong> com o entorno,<br />

segun<strong>do</strong> sua estrutura <strong>de</strong> classes e grupos sociais. Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> discussão em torno <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável tem como <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r comum a contradição entre<br />

<strong>de</strong>senvolvimento ilimita<strong>do</strong> e o mun<strong>do</strong> material finito, porém fica à margem <strong>da</strong> discussão a<br />

análise <strong>da</strong>s relações sociais <strong>de</strong> produção. O problema <strong>da</strong> crise ambiental não <strong>de</strong>ve ser<br />

coloca<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> se a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana se <strong>de</strong>fronta com limites físicos, pois não<br />

existe “socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana” abstrata, mas sim classes e grupos em aliança e oposição, que se<br />

relacionam entre si e com o entorno <strong>de</strong> maneira totalmente diferente. Portanto, o problema<br />

não é somente técnico, tampouco prioritariamente técnico. O problema é social (FOLADORI,<br />

2001).<br />

Observa-se que os problemas socioambientais enfrenta<strong>do</strong>s pelas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, não<br />

ocorrem apenas pela incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e controlar os processos e as<br />

transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas, mas também são<br />

problemas cria<strong>do</strong>s por uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, que privilegia o aspecto econômico em<br />

<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras questões, como a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população como um to<strong>do</strong>.


18<br />

3.3. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />

A noção <strong>de</strong> meio ambiente sofreu modificações com o passar <strong>do</strong> tempo, pois o que<br />

antes era visto apenas como natureza em uma ótica estritamente naturalista, hoje é<br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> em relações abrangentes e complexas.<br />

Em seu livro “Meio ambiente e representação social”, Reigota (1995) propõe uma<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> meio ambiente que possa orientar os interessa<strong>do</strong>s na perspectiva <strong>de</strong> educação<br />

ambiental apresenta<strong>da</strong> por ele em seu livro, e coloca este objetivo como sen<strong>do</strong> a única<br />

finali<strong>da</strong><strong>de</strong> para a proposição <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>finição. No entanto, como a <strong>de</strong>finição apresenta<strong>da</strong> é<br />

bastante abrangente, tomou-se a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar esta <strong>de</strong>finição como a noção <strong>de</strong> meio<br />

ambiente a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> nesta pesquisa. Desta forma, consi<strong>de</strong>ra-se meio ambiente como:<br />

O lugar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ou percebi<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> os elementos naturais e sociais<br />

estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam<br />

processos <strong>de</strong> criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais<br />

<strong>de</strong> transformação <strong>do</strong> meio natural e construí<strong>do</strong>. (REIGOTA, 1995)<br />

De acor<strong>do</strong> com Reigota (1995), meio ambiente é um espaço <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> no tempo,<br />

<strong>de</strong>limita<strong>do</strong> por fronteiras e momentos específicos que permitem um conhecimento mais<br />

aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong>; é percebi<strong>do</strong>, pois ca<strong>da</strong> pessoa o <strong>de</strong>limita em função <strong>de</strong> suas representações,<br />

conhecimento e experiência em um tempo e espaço específico; e suas relações são<br />

dinâmicas e interativas, o que indica constante mutação, como resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> dialética <strong>da</strong>s<br />

relações entre grupos sociais e o meio natural construí<strong>do</strong>, implican<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong><br />

criação permanente, que estabelece e caracteriza culturas em tempo e espaços específicos.<br />

[...] transforman<strong>do</strong> o espaço, os meios natural e social, o homem também é<br />

transforma<strong>do</strong> por eles. Assim, o processo criativo é externo e interno (no<br />

senti<strong>do</strong> subjetivo). As transformações interna e externa caracterizam a<br />

história social e a história individual on<strong>de</strong> se visualizam e manifestam as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a distribuição, a exploração e o acesso aos recursos naturais,<br />

culturais e sociais <strong>de</strong> um povo. (REIGOTA, 1995).


19<br />

Desta forma, compreen<strong>de</strong>-se meio ambiente como um local <strong>de</strong> contínua interação<br />

entre espaço físico e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os ecossistemas urbanos são caracteriza<strong>do</strong>s<br />

por apresentar um metabolismo muito mais intenso por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área se compara<strong>do</strong> com<br />

os ecossistemas naturais, o que promove maior influxo <strong>de</strong> energia e materiais, e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

resíduos, metabolismo que é estabeleci<strong>do</strong> por relações sociais (ODUM, 1988).<br />

Consequentemente, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> ambiente urbano, fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> em<br />

praticamente total oposição à dinâmica <strong>do</strong>s ambientes naturais, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou uma<br />

<strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> seus habitantes (DIAS, 2003).<br />

Problemas que são consequência <strong>do</strong>s processos socioeconômicos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, e <strong>da</strong> falta <strong>de</strong><br />

uma visão mais abrangente sobre as relações presentes no meio ambiente.<br />

O meio ambiente urbano não po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>do</strong> apenas fisicamente, mas sim<br />

por meio <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> dimensões econômicas, culturais, políticas, espaciais, entre<br />

outras, caracteriza<strong>da</strong>s como produto <strong>da</strong>s relações sociais <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. No entanto, é<br />

a dimensão espacial, física, que sustenta e reconhece as características econômicas, sociais e<br />

culturais <strong>de</strong> uma população. O cenário urbano, ao mesmo tempo em que é o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

inter-relação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s estas dimensões, é também quem aponta e provoca novos ciclos <strong>de</strong><br />

relações (ORTH, 2001 cita<strong>da</strong> por SILVA, 2002).<br />

Desta forma, a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> meio urbano é essencial, pois o<br />

conceito <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental está diretamente relaciona<strong>do</strong> com as características físicas<br />

<strong>de</strong> um ambiente e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população que se encontra inseri<strong>da</strong> neste<br />

ambiente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental expressa as condições e requisitos <strong>de</strong><br />

natureza física e social que um ambiente <strong>de</strong>tém (MACEDO, 1995).<br />

[...] é inegável que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente no qual vivemos,<br />

trabalhamos e divertimos, influi consi<strong>de</strong>ravelmente na própria quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>. O meio ambiente po<strong>de</strong> ser satisfatório e atraente e permitir o<br />

crescimento individual, ou po<strong>de</strong> ser nocivo, irritante e atrofiante.<br />

(MACHADO, 1997)<br />

Na análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental questiona-se diretamente a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

intervenções humanas sobre um suporte físico, no qual são relaciona<strong>do</strong>s os impactos cria<strong>do</strong>s


20<br />

e as ações que promovem estes impactos (DEGREAS, 1992). Segun<strong>do</strong> Silva (2002), os<br />

processos <strong>de</strong> organização <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong>terminam a dinâmica <strong>da</strong> área urbana, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

as ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público, investimentos em infra-estrutura, implantação <strong>de</strong> equipamentos<br />

e melhoria <strong>de</strong> seus serviços, são aspectos influentes para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e<br />

configuram-se como os principais transforma<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> (1993), é necessário o uso <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens para<br />

estu<strong>da</strong>r a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>: a quantitativa e a qualitativa. A primeira baseia-se<br />

em padrões <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, representa<strong>do</strong>s por sócio-econômicos e ambientais, como<br />

poluição <strong>da</strong> água, solo, entre outros. A segun<strong>da</strong> baseia-se em padrões qualitativos,<br />

representa<strong>do</strong>s por indica<strong>do</strong>res perceptivos, com base no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como fenômeno<br />

experiencia<strong>do</strong> pelo mora<strong>do</strong>r, que percebe a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente que o cerca. Assim,<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Bassani (2001) a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> um local reflete a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

nesse ambiente, pois a última esta diretamente relaciona<strong>da</strong> com os problemas ambientais<br />

existentes.<br />

Sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma, a percepção e a experiência <strong>do</strong> usuário são<br />

relevantes e constituem elementos imprescindíveis para a inferência <strong>de</strong><br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no tocante à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e, portanto, <strong>da</strong>s condições<br />

em que vivem os diversos segmentos <strong>da</strong> população. Completa-se, por essa<br />

via, um quadro mais amplo para a avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental (e <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>) no qual a população possa exercer influência <strong>de</strong>cisiva, tanto no<br />

levantamento <strong>de</strong> suas próprias necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e aspirações, quanto no<br />

encaminhamento <strong>da</strong> ação corretiva e preventiva <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público.<br />

(MACHADO, 1997)<br />

A análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> procura expressar as condições <strong>de</strong> satisfação <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas humanas e <strong>de</strong> bem estar, individual e coletivo. Procura-se, <strong>de</strong>sta<br />

forma, mensurar as variáveis qualitativas e quantitativas <strong>de</strong> um ambiente para que seja<br />

possível i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r o grau <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental existente em uma bacia<br />

hidrográfica (MATTOS, 2005).


21<br />

3.4. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas e Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos<br />

Durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 a utilização <strong>da</strong> bacia hidrográfica como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial<br />

começou a ser incorpora<strong>da</strong> por profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Ciências Ambientais em seus<br />

estu<strong>do</strong>s e projetos <strong>de</strong> pesquisa. A bacia hidrográfica é a célula básica <strong>da</strong> análise ambiental e<br />

permite conhecer e avaliar seus diversos componentes, processos e interações que nela<br />

ocorrem, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em uma visão sistêmica e integra<strong>da</strong> <strong>do</strong> ambiente (BOTELHO; SILVA,<br />

2004).<br />

Desta forma, o Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas é o instrumento que orienta<br />

as ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, em longo prazo, para o controle <strong>do</strong> uso <strong>de</strong><br />

recursos ambientais naturais, econômicos e socioculturais, na área <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> por uma bacia<br />

hidrográfica, com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. De mo<strong>do</strong> que, este gerenciamento<br />

é orienta<strong>do</strong> por três dimensões: (a) a primeira relaciona<strong>da</strong> ao uso <strong>do</strong>s recursos ambientais;<br />

(b) a segun<strong>da</strong> relaciona<strong>da</strong> a oferta <strong>de</strong>stes recursos, (c) e a terceira relaciona<strong>da</strong> a<br />

compatibilização <strong>da</strong>s duas gestões anteriores por meio <strong>do</strong> contexto político, administrativo e<br />

legal (LANNA, 1995).<br />

Dentro <strong>de</strong>ste contexto encontra-se a Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos, relaciona<strong>da</strong><br />

diretamente à água, elemento essencial à manutenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> terrestre e bem ambiental <strong>de</strong><br />

importância extrema para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Água que necessita, portanto, apresentar condições<br />

físicas, químicas e biológicas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para sua utilização, estan<strong>do</strong> isenta <strong>de</strong> substâncias<br />

prejudiciais aos organismos (BRAGA et al., 2003).<br />

No entanto, com o crescimento populacional, acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

industrial, a utilização ca<strong>da</strong> vez maior <strong>do</strong>s recursos hídricos proporcionou, não apenas<br />

problemas <strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, como também <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, a preocupação que antes<br />

se relacionava principalmente com aspectos quantitativos <strong>do</strong>s recursos hídricos, começou a<br />

abranger aspectos qualitativos (MOTA, 1995).<br />

De acor<strong>do</strong> com Von Sperling (1996) a poluição <strong>da</strong>s águas relaciona-se a <strong>do</strong>is fatores:<br />

• Condições naturais: na qual a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas subterrâneas e superficiais é<br />

afeta<strong>da</strong> principalmente pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo,<br />

resultantes <strong>da</strong> precipitação atmosférica. Assim, o impacto na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas águas


22<br />

representa relação direta <strong>do</strong> contato <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> escoamento, <strong>de</strong> infiltração e <strong>de</strong><br />

percolação, com as partículas e substâncias no solo;<br />

• Interferência <strong>do</strong> homem: na qual a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas sofre alteração por meio <strong>de</strong><br />

lançamentos concentra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> efluentes, como na geração <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>mésticos<br />

ou industriais, ou <strong>de</strong> forma dispersa, como a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas no<br />

solo, sen<strong>do</strong> estes carrea<strong>do</strong>s por escoamento superficial, na ocorrência <strong>de</strong><br />

precipitação atmosférica, configuran<strong>do</strong> carga difusa.<br />

De acor<strong>do</strong> com Johnson (1998) cita<strong>do</strong> por Magalhães Júnior (2007), na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70<br />

os regimes militares buscaram enfraquecer o po<strong>de</strong>r local a partir <strong>da</strong> centralização <strong>do</strong>s<br />

serviços <strong>de</strong> saneamento básico. Assim, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s municípios foi “distancia<strong>da</strong>” <strong>do</strong>s<br />

problemas <strong>do</strong> saneamento urbano, e conseqüentemente a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana foi distancia<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>s problemas hídricos. Magalhães Júnior (2007) coloca que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à carência <strong>de</strong> recursos<br />

financeiros, priorizou-se o abastecimento <strong>de</strong> água potável em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> coleta e<br />

tratamento <strong>de</strong> esgoto, ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no país.<br />

Com base na ocorrência <strong>de</strong> problemas relaciona<strong>do</strong>s à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

recursos hídricos, provoca<strong>da</strong> por uma crescente <strong>de</strong>man<strong>da</strong> e constante poluição <strong>do</strong>s corpos<br />

d’água, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> planejamento e gerenciamento <strong>de</strong>ste bem natural, torna-se<br />

essencial. Depois <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> amadurecimento relaciona<strong>do</strong> a discussões e reformas<br />

no campo <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> água inicia<strong>do</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, o Brasil chegou ao final <strong>do</strong>s anos 90<br />

com um <strong>do</strong>s arcabouços legais <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> água mais mo<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, processo<br />

coroa<strong>do</strong> pela Lei 9.433/97 (Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1997), que estabeleceu a Política<br />

Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos e o Sistema Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos (MAGALHÃES<br />

JÚNIOR, 2007).<br />

A Política Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fun<strong>da</strong>mentos:<br />

I. A água é um bem <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público, sen<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s;<br />

II.<br />

III.<br />

IV.<br />

A água é um recurso natural limita<strong>do</strong>, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> valor econômico;<br />

Em situação <strong>de</strong> escassez, o uso prioritário <strong>do</strong>s recursos hídricos é o consumo<br />

humano e a <strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntação <strong>de</strong> animais;<br />

A gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>de</strong>ve sempre proporcionar os usos múltiplos;


23<br />

V. A bacia hidrográfica é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial para implementação <strong>da</strong> Política<br />

Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos e atuação <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Gerenciamento <strong>de</strong> Recursos Hídricos;<br />

VI.<br />

A gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e contar com a<br />

participação <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público, <strong>do</strong>s usuários e <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Magalhães Júnior (2007) apresenta na Figura 3.1 as causas que levaram à reforma <strong>do</strong><br />

sistema legal/institucional brasileiro nos anos 90, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> reconhecimento político sobre<br />

a ineficiência <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s paliativas na gestão <strong>da</strong> água.<br />

FIGURA 3. 1 – A BUSCA DA PERSPECTIVA SUSTENTÁVEL NA GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL<br />

FONTE: MAGALHÃES JÚNIOR (2007)<br />

Um aspecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância foi a abertura para participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, na construção <strong>de</strong> objetivos e metas a serem alcança<strong>do</strong>s, por meio <strong>da</strong><br />

atuação nos Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas. Neste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão os Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s<br />

Hidrográficas são instâncias fun<strong>da</strong>mentais, pois proporcionam a participação <strong>de</strong>


24<br />

representantes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>do</strong>s usuários, estabelecen<strong>do</strong> assim a<br />

negociação em torno <strong>da</strong>s múltiplas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s por recursos hídricos (SALLES, 2001).<br />

De acor<strong>do</strong> com Saito (2001), os Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas têm como atribuição<br />

promover <strong>de</strong>bates, arbitrar em primeira instância os conflitos sobre o uso <strong>do</strong>s recursos<br />

hídricos, estabelecer mecanismos <strong>de</strong> cobrança pelo uso <strong>de</strong> recursos hídricos, além <strong>de</strong><br />

aprovar e acompanhar a execução <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Recursos Hídricos. Desta forma, é<br />

institucionaliza<strong>da</strong> a gestão participativa em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong> por bacia<br />

hidrográfica.<br />

A articulação <strong>do</strong>s atores sociais <strong>de</strong>ve buscar soluções que aten<strong>da</strong>m aos princípios <strong>da</strong><br />

Lei 9.433/97, com base na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> gestão <strong>do</strong>s usos múltiplos <strong>da</strong> água, na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> igual<br />

acesso ao uso <strong>do</strong>s recursos por parte <strong>do</strong>s setores usuários, no reconhecimento <strong>do</strong> valor<br />

econômico <strong>da</strong> água, na compatibilização <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e participativa entre o<br />

po<strong>de</strong>r público, os usuários e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, na articulação <strong>da</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos<br />

hídricos com a gestão ambiental, na aplicação <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> outorga, entre outros<br />

(MAGALHÃES JÚNIOR, 2007).<br />

Aspecto importante coloca<strong>do</strong> por Friedman (1992) é a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> viabilizar a<br />

plena participação <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e assim assegurar o fortalecimento<br />

político-organizacional <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as associações comunitárias e seus<br />

representantes tenham capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para participar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates, avaliar e tomar <strong>de</strong>cisões.<br />

3.5. Percepção Ambiental<br />

De acor<strong>do</strong> com <strong>Rio</strong> e Oliveira (1996), as teorias nas quais a percepção ambiental se<br />

fun<strong>da</strong>menta divi<strong>de</strong>m-se em estruturalista e fenomenológica. A corrente estruturalista,<br />

compreen<strong>de</strong> que a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é forma<strong>da</strong> por um conjunto <strong>de</strong> sistemas com estruturas<br />

reconhecíveis, em que é possível estabelecer relações <strong>de</strong> causa-efeito. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />

corrente fenomenológica compreen<strong>de</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> como um conjunto complexo <strong>de</strong><br />

fenômenos, que admite correlações, porém que são incomensuráveis, não sen<strong>do</strong> possível<br />

estabelecer relações <strong>de</strong> causa-efeito e ser compreendi<strong>do</strong> em sua plenitu<strong>de</strong>. O arcabouço<br />

científico no qual a presente pesquisa fun<strong>da</strong>menta-se é na corrente fenomenológica.


25<br />

A visão pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> fenômeno, coloca<strong>da</strong> por Kant, indicava que tu<strong>do</strong> o que era<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo se oferece ao sujeito <strong>do</strong> conhecimento, por meio <strong>de</strong> estruturas cognitivas<br />

<strong>da</strong> consciência. Esta visão foi revista por Hegel, que ampliou este conceito e colocou que<br />

tu<strong>do</strong> o que aparece <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo, só po<strong>de</strong> aparecer para uma consciência, e que a<br />

própria consciência é um fenômeno, pois mostra-se para si mesma no conhecimento <strong>de</strong> si.<br />

Husserl por sua vez, ampliou mais uma vez a noção <strong>de</strong> fenômeno e propôs que a consciência<br />

possui uma essência diferente <strong>da</strong>s essências <strong>do</strong>s outros fenômenos, pois a consciência é<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> às coisas e estas são receptoras <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s, o que as fazem distintas.<br />

Esta nova abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong> conhecimento foi chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> fenomenologia pelo filósofo alemão<br />

Edmund Husserl no início <strong>do</strong> século XX (CHAUÍ, 2000).<br />

Etimologicamente, fenomenologia é o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> fenômeno. Assim, fenomenologia<br />

analisa a dinâmica que fornece aos objetos senti<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong>. A fenomenologia se<br />

configura como a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os fenômenos <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s materiais,<br />

naturais, i<strong>de</strong>ais e culturais (HUSSERL, 2000).<br />

A fenomenologia <strong>do</strong> ambiente busca o que po<strong>de</strong> ser dito como<br />

conhecimento holístico, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que to<strong>do</strong> o ambiente que envolve o<br />

homem, seja físico, social, psicológico ou até mesmo imaginário, influencia<br />

a percepção e a conduta <strong>do</strong>s seres humanos. Este enfoque não aceita a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações ambientais diretas, <strong>do</strong> tipo causa-efeito, nem <strong>de</strong><br />

fenômenos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Interessa <strong>de</strong>screver e interpretar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

os fenômenos observa<strong>do</strong>s como partes <strong>de</strong> um fenômeno maior, integral,<br />

que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto sem o risco <strong>de</strong> não abor<strong>da</strong>rmos sua<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira natureza. (RIO; OLIVEIRA, 1996)<br />

A importância <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> lugar, enquanto concorrência <strong>de</strong><br />

fenômenos ambientais no cotidiano <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> principalmente pela<br />

geografia humanística e pela arquitetura (RIO; OLIVEIRA, 1996).<br />

A abor<strong>da</strong>gem humanística coloca o homem no centro <strong>da</strong>s atenções como<br />

produtor <strong>de</strong> cultura e passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> experiências


26<br />

vivi<strong>da</strong>s no cotidiano, incorporan<strong>do</strong> valores, sentimentos e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

relação às paisagens. Com a cognição e a fenomenologia, busca-se analisar<br />

as ações, as percepções e os significa<strong>do</strong>s, transforman<strong>do</strong> os espaços em<br />

lugares e redimensionan<strong>do</strong> o território. (KOZEL, 2001)<br />

O primeiro cientista a colocar em um artigo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> unir geógrafos<br />

estudiosos <strong>do</strong>s aspectos subjetivos <strong>da</strong> espaciali<strong>da</strong><strong>de</strong> por meio <strong>da</strong> fenomenologia foi Edward<br />

Relph, em 1970. Foi o primeiro geógrafo a buscar na fenomenologia <strong>de</strong> Husserl um suporte<br />

filosófico para uma aproximação “humanística” <strong>da</strong> geografia (HOLZER, 1996). Segun<strong>do</strong> Relph<br />

(1979), cita<strong>do</strong> por Serpa (2001), “lugar” não se refere a objetos ou localização, mas ao tipo<br />

<strong>de</strong> experiência e envolvimento com o mun<strong>do</strong>. Assim, é no lugar que os impactos <strong>da</strong>s<br />

transformações urbanas se concretizam e se fazem sentir.<br />

No livro “Fenomenologia <strong>da</strong> percepção”, Merleau-Ponty (1994), distingue o espaço<br />

geométrico <strong>do</strong> espaço antropológico como espaço existencial, lugar <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong><br />

relação com o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ser essencialmente situa<strong>do</strong> em relação com o meio. A categoria<br />

cognitiva <strong>de</strong> espaço distingue-se quan<strong>do</strong> um local não se apresenta mais <strong>do</strong> que como<br />

significa<strong>do</strong>s funcionais e <strong>de</strong>stituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sentimentos, <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> lugar quan<strong>do</strong> o local é<br />

percebi<strong>do</strong> como único e repleto <strong>de</strong> valores e significa<strong>do</strong>s (RIO; OLIVEIRA, 1996).<br />

De acor<strong>do</strong> com Christofoletti (1982), a fenomenologia preocupa-se em verificar a<br />

apreensão <strong>da</strong>s essências por meio <strong>da</strong> percepção e intuição <strong>da</strong>s pessoas, utilizan<strong>do</strong><br />

fun<strong>da</strong>mentalmente a experiência vivi<strong>da</strong> e adquiri<strong>da</strong> pelo indivíduo. Desta forma, o mun<strong>do</strong><br />

vivi<strong>do</strong> é a consciência e o meio ambiente íntimo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, emocionalmente mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong> e<br />

revesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> eventos, relações, ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, envolvimentos, valores e significa<strong>do</strong>s. Assim,<br />

o mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> continuamente experiencia<strong>do</strong> é modifica<strong>do</strong> pelas ações <strong>do</strong> homem, que<br />

também modifica suas ações (SCHULTZ, 1979 cita<strong>do</strong> por SILVA OLIVEIRA, 2006).<br />

Claval (1983), cita<strong>do</strong> por Stefanello (2006), coloca que a percepção ambiental<br />

difundiu-se no meio científico a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, quan<strong>do</strong> as reflexões <strong>do</strong>s<br />

psicólogos acerca <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser exclusivamente experimentais e passam a um<br />

contexto global. Os geógrafos começam a estu<strong>da</strong>r a percepção que o homem tem <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

e os significa<strong>do</strong>s que ele atribui aos objetos percebi<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> sua experiência, <strong>da</strong> sua<br />

cultura e <strong>de</strong> suas aptidões.


27<br />

De acor<strong>do</strong> com a característica <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s por <strong>Rio</strong> e Oliveira (1996), que<br />

entram em consonância com a fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong> presente pesquisa, o conceito <strong>de</strong><br />

percepção utiliza<strong>do</strong> é o mais amplo possível, característica esta a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> por gran<strong>de</strong> parte<br />

<strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res ambientais. Fun<strong>da</strong>menta-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> escopo <strong>da</strong> cognição, com base na<br />

psicologia, que situa o processo mental a partir <strong>do</strong> interesse e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na qual é<br />

estrutura<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong> a interface <strong>do</strong> ser humano com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o mun<strong>do</strong>,<br />

selecionan<strong>do</strong> as informações percebi<strong>da</strong>s, armazenan<strong>do</strong> e conferin<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> a estas<br />

informações.<br />

Portanto, o conhecimento é <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>da</strong> prática humana e a percepção <strong>do</strong> real é<br />

sempre intersubjetiva e histórica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que não existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

perceber esse real <strong>de</strong> forma absoluta. Daí a inegável importância, para o processo <strong>de</strong><br />

planejamento, <strong>da</strong> aplicação <strong>do</strong>s conceitos/instrumentos <strong>da</strong> fenomenologia nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

impacto <strong>da</strong>s intervenções no espaço vivi<strong>do</strong> (SERPA, 2001).<br />

Como forma <strong>de</strong> possibilitar uma nova forma <strong>de</strong> encarar e valorizar o ambiente, no<br />

<strong>do</strong>mínio <strong>da</strong>s disciplinas volta<strong>da</strong>s prioritariamente para a compreensão <strong>da</strong>s questões<br />

ambientais, formou-se a geografia humanística, que inclui entre seus interesses o que se<br />

convencionou chamar <strong>de</strong> percepção ambiental, que vem abrin<strong>do</strong> caminhos no terreno<br />

interdisciplinar (AMORIM FILHO, 1999).<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta foram apresenta<strong>do</strong>s trabalhos precursores <strong>da</strong> percepção<br />

ambiental geográfica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> citar os trabalhos <strong>de</strong> Lowenthal (1961), que propôs um<br />

instrumento <strong>de</strong> renovação na Geografia, com base na psicologia, história, e filosofia, que<br />

permitiram o intercâmbio com outras ciências (OLIVEIRA, 2001), e Kevin Lynch (1960) que se<br />

voltou para imagens <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e também abriu caminho para uma colaboração<br />

interdisciplinar nos estu<strong>do</strong>s sobre o ambiente urbano (AMORIM FILHO, 2001).<br />

Amorim Filho (2001) coloca que a geografia humanística nasci<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70<br />

incluiu os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> percepção ambiental pelo fato <strong>de</strong> preconizar e priorizar as percepções,<br />

representações, atitu<strong>de</strong>s e valores <strong>do</strong> homem em geral.<br />

O termo Geografia Humanista foi sugeri<strong>do</strong> por Tuan em 1972, e Relph em 1971<br />

sugeriria a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Geografia Fenomenológica, com base na Psicologia e


28<br />

na Percepção e nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Merleau-Ponty e Bachelard. Mas esta última não<br />

vingou, sen<strong>do</strong> hoje, mais aceita e usa<strong>da</strong> a Geografia Humanista. (OLIVEIRA, 2001)<br />

Tuan (1967), cita<strong>do</strong> por Holzer (1996), propôs uma geografia basea<strong>da</strong> no conceito <strong>de</strong><br />

“topofilia” que exprime o amor <strong>do</strong> homem pela natureza, e levantou e enumerou diversas<br />

aproximações humanistas para os estu<strong>do</strong>s geográficos: as atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> indivíduo em relação a<br />

aspectos <strong>do</strong> ambiente, atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> indivíduo com relação às regiões, a concepção individual<br />

<strong>da</strong> sinergia homem-natureza, a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s povos acerca <strong>do</strong> ambiente, e as cosmografias<br />

nativas.<br />

A Geografia trouxe novas luzes e abriu novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a compreensão e<br />

se encontrar respostas para a construção <strong>de</strong> valores e atitu<strong>de</strong>s para se enfrentar<br />

os novos <strong>de</strong>safios que se instalam a ca<strong>da</strong> momento. Os <strong>de</strong>safios atuais são: a<br />

crença infalível na ciência e na tecnologia; a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> basea<strong>da</strong> nos<br />

pressupostos insensíveis nas estruturas sociais; e erguer um edifício<br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> na nova ética <strong>da</strong>s relações humanas e ambientais. (OLIVEIRA,<br />

2001)<br />

Por meio <strong>da</strong> geografia humanista surgiu uma nova ética <strong>do</strong>s direitos, não só <strong>do</strong><br />

homem, mas também <strong>da</strong> natureza; uma nova epistemologia que constrói um conhecimento<br />

mais completo, mais holístico; uma nova ontologia, que consi<strong>de</strong>ra o objeto mais subjetivo e<br />

mais integra<strong>do</strong> ao sujeito; e assim uma nova visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>. Três temas foram propostos<br />

por Lowenthal consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentais para os estu<strong>do</strong>s geográficos: a natureza <strong>do</strong><br />

ambiente, o que pensamos e sentimos sobre o ambiente, e como nos comportamos e<br />

alteramos o ambiente (HOLZER, 1996).<br />

Em 1973, a partir <strong>da</strong> criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Projeto 13: Percepção <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental, no Programa Homem e Biosfera, a UNESCO ressaltou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

importância <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> percepção vi<strong>de</strong> a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> para a proteção <strong>de</strong><br />

ambientes naturais frente às diferentes percepções <strong>de</strong> valores, e a importância <strong>de</strong>stes para<br />

indivíduos <strong>de</strong> culturas diferentes e/ou <strong>de</strong> grupos sócio-econômicos distintos (BLEY, 1996;<br />

CASTELLO, 1996).


29<br />

De acor<strong>do</strong> com Castello (1996), o programa internacional “Homem e a Biosfera”,<br />

trouxe importante contribuição para o campo <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s ecológicos com o Projeto 13, que<br />

trata <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Contribuição consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como um <strong>do</strong>s passos<br />

mais importantes na evolução <strong>da</strong> própria ciência ecológica por inserir, além <strong>do</strong>s aspectos<br />

físicos e biológicos, o ser humano na análise ambiental toman<strong>do</strong> a parcela impon<strong>de</strong>rável<br />

existente na mente humana.<br />

Segun<strong>do</strong> Tuan (1980), a percepção é uma resposta tanto <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s aos estímulos<br />

ambientais (percepção sensorial) como <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mental resultante <strong>da</strong> relação com o<br />

ambiente (percepção cognitiva), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que traz ao indivíduo novos <strong>da</strong><strong>do</strong>s para<br />

compreen<strong>de</strong>r o seu entorno e estabelecer relações com o ambiente.<br />

Desta forma, as experiências ambientais são vivencia<strong>da</strong>s e representa<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong><br />

pessoa <strong>de</strong> forma diferente, e por serem trata<strong>da</strong>s pela afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal geram<br />

sentimentos e respostas emocionais, que formam um conjunto <strong>de</strong> elementos e experiências<br />

vivi<strong>da</strong>s, representa<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong> um, levan<strong>do</strong> a sentimentos varia<strong>do</strong>s, que diferem quanto ao<br />

tipo e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e são proporcionais ao significa<strong>do</strong> que a pessoa atribui aos fatos<br />

(GUIMARÃES, 2004). Por meio <strong>de</strong> interesses, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>do</strong>s processos perceptivos a<br />

interface entre reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e mun<strong>do</strong> é estrutura<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> as informações<br />

seleciona<strong>da</strong>s, armazena<strong>da</strong>s e conferin<strong>do</strong> a estas interfaces significa<strong>do</strong>s (KOZEL, 2001), <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que a organização e estruturação <strong>de</strong>sta interface vai mediar a relação entre indivíduo<br />

e ambiente.<br />

A percepção ambiental, portanto, é construí<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> interpretações media<strong>da</strong>s<br />

pela cultura e por estímulos sensoriais que auxiliam na compreensão <strong>da</strong>s inter-relações<br />

entre ser humano e meio ambiente. Desta forma, há um reconhecimento <strong>da</strong>s condições<br />

ambientais por meio <strong>do</strong>s estímulos sensoriais, obti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s processos perceptivos, e<br />

<strong>da</strong> cultura, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, ca<strong>da</strong> indivíduo, através <strong>de</strong> sua própria percepção, constrói uma<br />

compreensão diferente diante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> experiência vivencia<strong>da</strong> (GUIMARÃES, 2004).<br />

A percepção sobre estas relações une e constrói o cotidiano <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa e<br />

<strong>de</strong>senvolve a aptidão para contextualizar os saberes, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a produzir um pensamento no<br />

senti<strong>do</strong> em que situa to<strong>do</strong> acontecimento, informação e conhecimento em relação <strong>de</strong><br />

inseparabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com seu ambiente (MORIN, 2004).


30<br />

As interações entre ser humano e ambiente estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s às<br />

percepções. Desse mo<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> percepção ambiental é fun<strong>da</strong>mental para<br />

compreen<strong>de</strong>r as inter-relações entre ser humano e ambiente, suas expectativas e condutas.<br />

A percepção humana <strong>do</strong> ambiente, as experiências pessoais e as características<br />

culturais <strong>do</strong>s habitantes <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lugar <strong>de</strong>sempenham um papel fun<strong>da</strong>mental na<br />

relação homem-ambiente e <strong>de</strong>vem servir <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para um<br />

planejamento urbano, regional, paisagístico e ambiental, que aten<strong>da</strong> às reais<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s diferentes locais. (SERPA, 2001)<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s características físicas <strong>do</strong> meio ambiente, com base em uma análise<br />

sistêmica, não faz senti<strong>do</strong> sem a junção <strong>do</strong>s aspectos <strong>de</strong> maior influência nesta relação com<br />

o ambiente, que são os seres humanos envolvi<strong>do</strong>s no processo. Desta forma, analisar a<br />

relação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o ambiente no qual se encontram, e analisar a forma como<br />

ocorre esta relação, são questões essenciais para uma análise sistêmica <strong>do</strong> ambiente, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a possibilitar uma visão mais abrangente <strong>da</strong>s relações socioambientais (JACOBI, 1999).<br />

3.6. Educação Ambiental<br />

Diante <strong>da</strong> crise socioambiental presente, existe a emergência <strong>de</strong> se criar uma<br />

percepção renova<strong>da</strong> <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, interdisciplinar, polifaceta<strong>da</strong>, holística, crítica, política e<br />

produtora <strong>de</strong> autonomia, que consiga reunir os elementos necessários para promover a<br />

compreensão <strong>de</strong> forma reflexiva e crítica à população, e a educação ambiental, por conter<br />

essas características, possui o potencial para esta mu<strong>da</strong>nça (DIAS, 2003). Desta forma, as<br />

pessoas po<strong>de</strong>m compreen<strong>de</strong>r a natureza complexa <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> forma a sensibilizar-se<br />

para o envolvimento na prevenção e solução <strong>do</strong>s problemas socioambientais. Constrói-se<br />

assim, uma relação que busca recuperar a interação entre os saberes no intuito <strong>de</strong> obter um<br />

meio ambiente conserva<strong>do</strong> e uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais crítica com relação aos seus valores e<br />

ações.<br />

Segun<strong>do</strong> Reigota (1994), a educação ambiental <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>da</strong> como educação<br />

política, no senti<strong>do</strong> que ela reivindica e prepara os ci<strong>da</strong>dãos para exigir justiça social,<br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. A


31<br />

educação ambiental <strong>de</strong>ve orientar-se para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ve procurar incentivar o<br />

indivíduo a participar ativamente <strong>da</strong> resolução <strong>do</strong>s problemas no seu contexto <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

específicas.<br />

A educação ambiental tem ocupa<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais os espaços <strong>de</strong> reflexão e<br />

atuação para compreen<strong>de</strong>r as mu<strong>da</strong>nças globais <strong>de</strong> nosso tempo e para preparar<br />

novas mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, capazes <strong>de</strong> resolver os problemas ambientais,<br />

abrin<strong>do</strong> o caminho para um futuro sustentável, equitativo e <strong>de</strong>mocrático. (LEFF et<br />

al., 2003)<br />

De acor<strong>do</strong> com Morin (2004), a EA não só leva a situar um acontecimento,<br />

informação ou conhecimento em seu contexto, mas também incita a perceber como este o<br />

modifica. Percebe-se, a partir disso, que qualquer ação ou sistema possui ligação com o<br />

to<strong>do</strong>, e que a dinâmica <strong>da</strong>s relações não exclui ou separa, mas agrega o amplo e o diverso.<br />

Tal pensamento torna-se, inevitavelmente, um pensamento <strong>do</strong> complexo, pois<br />

não basta inscrever to<strong>da</strong>s as coisas ou acontecimentos em um “quadro” ou uma<br />

“perspectiva”. Trata-se <strong>de</strong> procurar sempre as relações e inter-retro-ações entre<br />

ca<strong>da</strong> fenômeno e seu contexto, as relações <strong>de</strong> reciproci<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o to<strong>do</strong> e as<br />

partes, <strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong> como uma modificação local repercute sobre o to<strong>do</strong> e como<br />

uma modificação <strong>do</strong> to<strong>do</strong> repercute sobre as partes. (MORIN, 2004)<br />

A partir <strong>de</strong> 1972, na Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Ambiente Humano<br />

(Estocolmo), a EA começa a ser vista como interdisciplinar e convi<strong>da</strong> o ci<strong>da</strong>dão a gerir e<br />

controlar seu ambiente. Na Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Ambiente e<br />

Desenvolvimento, <strong>Rio</strong>-92, essa necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> torna-se evi<strong>de</strong>nte. A Agen<strong>da</strong> 21, um <strong>do</strong>s<br />

principais <strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s pela Conferência, coloca a educação como propulsora <strong>de</strong><br />

uma conscientização <strong>do</strong>s ci<strong>da</strong>dãos para a busca <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ambientalmente<br />

equilibra<strong>do</strong>, necessitan<strong>do</strong>, portanto, <strong>de</strong> participação social nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Segun<strong>do</strong><br />

LIMA (2006), a EA começa a extrapolar o espaço escolar para disseminar conteú<strong>do</strong>s para a


32<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral e executar programas educacionais que se <strong>de</strong>senvolvem no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

sensibilizar os indivíduos para uma releitura <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

A Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 9.795/99, dispõe sobre a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />

(PNEA), e seus textos colocam a educação ambiental articula<strong>da</strong> em to<strong>do</strong>s os níveis, <strong>de</strong><br />

maneira formal e não-formal. Além <strong>de</strong> objetivar uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais justa e<br />

ambientalmente sustentável, salienta a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampla participação <strong>do</strong>s setores<br />

sociais na construção <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em seu Artigo número 13, é coloca<strong>do</strong> que educação<br />

ambiental não-formal enten<strong>de</strong>-se por ações e práticas educativas volta<strong>da</strong>s à sensibilização<br />

<strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre questões ambientais e à sua organização e participação na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente. Aspecto que entra em consonância com a Política Nacional <strong>de</strong><br />

Recursos Hídricos, por meio <strong>da</strong> atuação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>do</strong>s Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s<br />

Hidrográficas.<br />

Segun<strong>do</strong> Saito (2001), programas <strong>de</strong> educação ambiental <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />

no âmbito <strong>do</strong>s Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica basea<strong>do</strong>s nas situações concretas vivi<strong>da</strong>s pelos<br />

seus integrantes, <strong>de</strong> forma a transformar em ações educativas a viabilização <strong>da</strong> própria<br />

participação nestes Comitês. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, portanto, necessita estimular essa participação e<br />

ação <strong>da</strong> população para fazê-la integrante <strong>do</strong>s <strong>de</strong>stinos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a população<br />

compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> sua participação no planejamento, reduzir paulatina o controle <strong>do</strong> uso <strong>do</strong><br />

espaço urbano e <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões em esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (FERRARA, 1993).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> educação ambiental é fator essencial para<br />

estimular a participação popular nas <strong>de</strong>cisões relaciona<strong>da</strong>s a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> local<br />

em que resi<strong>de</strong>m, tanto <strong>do</strong>s aspectos físicos como <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> maneira a obter<br />

uma atuação política crítica sobre essas questões. As práticas em EA <strong>de</strong>vem sempre<br />

consi<strong>de</strong>rar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local, os aspectos históricos, culturais e sociais <strong>da</strong>s pessoas<br />

envolvi<strong>da</strong>s.<br />

3.7. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

De acor<strong>do</strong> com Dias (1997), os primeiros estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s sobre a <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> foram realiza<strong>do</strong>s pelo ISAM/PUC em convênio com o DNAEE.<br />

Por meio <strong>de</strong>ste convênio, a bacia foi utiliza<strong>da</strong> como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> experimental <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s


33<br />

hidrológicos (FENDRICH, 1984), biológicos (GOMES, 1988), relaciona<strong>do</strong>s às fontes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> poluentes (LESNAU, 1988), avaliação toxicológica e físico e química <strong>do</strong>s<br />

efluentes <strong>do</strong> lixão <strong>da</strong> Lamenha Pequena (AISSE e SANTOS, 1988), e à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

(AISSE et al, 1990).<br />

Dias (1997), também cita o “<strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Caso</strong> <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>”, realiza<strong>do</strong><br />

pelo Instituto Ambiental <strong>do</strong> Paraná, em Convênio <strong>de</strong> Cooperação Técnica entre Brasil e<br />

Alemanha, com enfoque multidisciplinar sobre a bacia, o qual foi publica<strong>do</strong> em relatórios<br />

técnicos (SUREHMA, 1990; 1991) e trabalhos apresenta<strong>do</strong>s em congressos científicos.<br />

Contribuições significativas foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s por Rosa Filho (1991), com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem matemática <strong>do</strong> fluxo e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água subterrânea em função <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> propagação <strong>do</strong>s materiais <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo <strong>da</strong> Lamenha Pequena e <strong>da</strong> Ponte<br />

BR-277, e por Zanella (1992), com o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> interferência <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> terra<br />

no equilíbrio dinâmico <strong>da</strong> bacia.<br />

Outras importantes contribuições cita<strong>da</strong>s por Dias (1997) foram a aplicação <strong>da</strong><br />

técnica <strong>de</strong> leitura <strong>do</strong> espaço no planejamento e gerenciamento <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> por<br />

Moura e Ultramari (1991), e os relatórios técnicos sobre planejamento e ocupação <strong>da</strong> área<br />

<strong>de</strong> drenagem e programas emergenciais para a <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pela<br />

COMEC (1991 a, b e c).<br />

Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s estaduais e municipais participaram <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Apoio Técnico para a<br />

formação <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, que gerou o <strong>do</strong>cumento Zoneamento Ecológico e<br />

Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo IAP e pela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> alemã GTZ<br />

em 1993 (DIAS, 1997).<br />

Na pesquisa bibliográfica realiza<strong>da</strong>, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s outros estu<strong>do</strong>s sobre a <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>:<br />

CASTRO 1 (1988a) analisou a influência <strong>da</strong> Barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção<br />

ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s próximos ao local.<br />

CASTRO 2 (1988b) analisou os aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> alto<br />

rio <strong>Passauna</strong> a montante <strong>do</strong> lago/barragem e a influência <strong>da</strong>s características i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />

para o reservatório.<br />

1 Consultar CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. A influência <strong>da</strong> barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção ambiental. Monografia<br />

apresenta<strong>da</strong> à disciplina “Orientação à Pesquisa Geográfica”, <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Especialização em Análise Ambiental.


34<br />

FONTANA 3 (1988) i<strong>de</strong>ntificou as características <strong>do</strong>s terraços fluviais na <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e suas relações cronoestratigráficas e arqueológicas.<br />

COMEC 4 (1991) realizou um estu<strong>do</strong> sobre a leitura <strong>do</strong> espaço na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica<br />

<strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> forma a subsidiar a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalhos <strong>da</strong> COMEC como<br />

participante entre as várias instituições intervenientes na bacia.<br />

SEMA/SEPL/COMEC/GTZ 5 (1994) realizaram o Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong><br />

APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

SAUNITTI 6 (2003) estu<strong>do</strong>u os aspectos relaciona<strong>do</strong>s a erosão na bacia e o<br />

consequente assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

XAVIER 7 (2005) realizou a análise comparativa <strong>da</strong>s <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas <strong>do</strong>s rios<br />

<strong>Passauna</strong> e Irai, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as características geomorfológicas <strong>da</strong>s áreas e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água, com vistas a <strong>de</strong>terminar os fatores que influenciam na eutrofização <strong>do</strong>s reservatórios.<br />

COQUEMALA 8 (2005) investigou o ciclo anual <strong>do</strong> fitoplâncton <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong> em relação aos parâmetros abióticos, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> os grupos e espécies<br />

<strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> fitoplâncton e discutin<strong>do</strong> os fatores que favoreceram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>ssas algas.<br />

MEGER 9 (2007) realizou o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> diferentes técnicas <strong>de</strong> análises para o<br />

entendimento <strong>da</strong> dinâmica <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>da</strong>r suporte à<br />

toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões na Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos.<br />

XAVIER DA SILVA 10 (2007) estu<strong>do</strong>u a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, para obter um indicativo <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água em relação à contaminação fecal.<br />

2 Consultar CASTRO, S. C. B. <strong>de</strong>. Aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> alto rio <strong>Passauna</strong> a<br />

montante <strong>do</strong> lago/barragem.<br />

3<br />

Consultar FONTANA, R. A. Os terraços fluviais na bacia <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> (PR) e suas relações<br />

cronoestratigráficas e arqueológicas.<br />

4 Consultar COMEC. Leitura <strong>do</strong> espaço <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Relatório Técnico. Secretaria <strong>de</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDU, e Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong><br />

Curitiba - COMEC.<br />

5 Consultar SEMA/SEPL/COMEC/GTZ. Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

6 Consultar SAUNITTI, R. M. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />

Curitiba (PR).<br />

7 Consultar XAVIER, C. <strong>da</strong> F. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características<br />

geomorfológicas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba –<br />

Paraná. Pós-Graduação em Ciências <strong>do</strong> Solo. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.<br />

8 Consultar COQUEMALA, V. Variação anual <strong>do</strong> fitoplâncton no reservatório <strong>Passauna</strong>, Paraná. Dissertação <strong>de</strong><br />

Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas. Pós-Graduação em Botânica. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.<br />

9 Consultar MEGER, D. G. Material particula<strong>do</strong> suspenso e macro-nutrientes iônicos em um reservatório <strong>de</strong><br />

abastecimento: o caso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, Paraná, Brasil. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s<br />

Superiores Positivo.


35<br />

BOCALON 11 (2007) analisou os sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para avaliação <strong>do</strong>s<br />

impactos referentes a metais pesa<strong>do</strong>s sobre o ecossistema local.<br />

NETO 12 (2007) selecionou indica<strong>do</strong>res ambientais como instrumento <strong>de</strong><br />

planejamento e monitoramento <strong>da</strong>s condições ambientais <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />

e apresentou meto<strong>do</strong>logia para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um índice para avaliar o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio<br />

ambiente na região <strong>do</strong> reservatório.<br />

E por último, TAMANINI 13 (2008), que realizou um diagnóstico físico-ambiental e<br />

<strong>de</strong>terminou a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em<br />

Araucária, por meio <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s diferentes formas <strong>de</strong> ocupação e <strong>da</strong>s consequências<br />

para o meio ambiente.<br />

Observa-se que to<strong>do</strong>s os trabalhos realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />

com exceção <strong>de</strong> Castro (1988a), que analisou a influência <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> Barragem <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong> sobre a Colônia Tomás Coelho, <strong>de</strong>senvolveram estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a aspectos<br />

estritamente físicos, não envolven<strong>do</strong> a população presente no território.<br />

10 Consultar XAVIER DA SILVA, T. F. B. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, por meio<br />

<strong>do</strong> isolamento e análise <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> Escherichia coli a antibióticos. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong><br />

<strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />

11 Consultar BOCALON, T. S. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong>s sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com ênfase na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais<br />

pesa<strong>do</strong>s. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />

12 Consultar NETO, J. M. Indica<strong>do</strong>res ambientais no Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro<br />

<strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />

13 Consultar TAMANINI, M. <strong>do</strong> S. A. Diagnóstico físico-ambiental e a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e<br />

emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária – Paraná. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong><br />

Ciências <strong>da</strong> Terra. Pós-Graduação em Geografia. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.


36<br />

4. MATERIAIS E MÉTODOS<br />

4.1. Caracterização <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong><br />

4.1.1. Características gerais <strong>da</strong> área<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, sub-bacia <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Iguaçu, está localiza<strong>da</strong> entre<br />

os meridianos 49º19’30” e 49º31”30” <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong> oeste e os paralelos 25º18’30” e<br />

25º35’00” <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul, <strong>do</strong> primeiro planalto paranaense com altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 900<br />

metros. A área <strong>de</strong> drenagem <strong>da</strong> bacia é <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 214 km 2 , e abrange os<br />

municípios <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, Campo Magro, Campo Largo, Curitiba e Araucária<br />

(FENDRICH, 1984).<br />

O rio <strong>Passauna</strong> nasce no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré entre as Serras <strong>de</strong> São<br />

Luiz <strong>do</strong> Purunã e Bocaina e percorre 57 km até <strong>de</strong>sembocar no rio Iguaçu. Seus principais<br />

afluentes são os rios Juruqui, Cachoeirinha, Cachoeira, Ferraria, Taquarova e Jaguaruva,<br />

localiza<strong>do</strong>s na margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, enquanto na margem direita não existem<br />

afluentes significativos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio com o divisor <strong>de</strong> água. De acor<strong>do</strong> com os<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s morfométricos, o rio <strong>Passauna</strong> possui largura média <strong>de</strong> 3 m e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong><br />

2 m (DIAS, 1997).<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> engloba o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> que está<br />

localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Araucária próximo ao encontro com o rio Iguaçu. A lâmina <strong>da</strong><br />

área alaga<strong>da</strong> correspon<strong>de</strong> a 11 km 2 , na cota correspon<strong>de</strong>nte ao nível operacional normal<br />

que é <strong>de</strong> 890 m. O nível médio <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> reservatório é <strong>de</strong> 9,4 m, alcançan<strong>do</strong> até<br />

16 m em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s locais; o tempo <strong>de</strong> residência <strong>da</strong> água é <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente <strong>do</strong>is<br />

anos consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma vazão <strong>de</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1,49 m 3 .s -1 (VEIGA, 2001).<br />

O Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> caracteriza-se como manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Plano Diretor <strong>de</strong> Águas <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba (DIAS,<br />

1997), e está sob a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SANEPAR, Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná.<br />

4.1.2. Clima<br />

O clima <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Curitiba é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelas gran<strong>de</strong>s linhas orográficas que<br />

limitam o Primeiro Planalto Paranaense, Serra <strong>do</strong> Mar e Escarpa Devoniana. Estes sistemas


37<br />

orográficos, combina<strong>do</strong>s com as altitu<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> 850 a 950 metros, e a posição<br />

geográfica ao Sul <strong>do</strong> Trópico <strong>de</strong> Capricórnio, caracterizam o clima como Tempera<strong>do</strong> Úmi<strong>do</strong>,<br />

tipo Cfb, segun<strong>do</strong> Koeppen. A área encontra-se sob a ação <strong>do</strong> anticiclone <strong>do</strong> Atlântico Sul<br />

que dá origem à massa Tropical Atlântica e <strong>do</strong> anticiclone Migratório Polar Atlântica. O<br />

Anticiclone <strong>do</strong> Atlântico Sul atua o ano to<strong>do</strong> <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem a sistemas <strong>de</strong> ventos <strong>de</strong> su<strong>do</strong>este<br />

e nor<strong>de</strong>ste (MAACK, 1981 cita<strong>do</strong> por XAVIER, 2005).<br />

A região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> possui clima pluvial, quentetempera<strong>do</strong><br />

e sempre úmi<strong>do</strong>, com temperaturas médias mínimas <strong>de</strong> 14,5ºC, médias máximas<br />

<strong>de</strong> 20,5ºC e média anual <strong>de</strong> 17,3ºC. A umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa possui média anual <strong>de</strong> 64% e as<br />

precipitações possuem média anual <strong>de</strong> 1478 mm. As precipitações mais intensas ocorrem<br />

nos meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro, com média <strong>de</strong> 336 mm, enquanto as precipitações mais<br />

bran<strong>da</strong>s ocorrem nos meses <strong>de</strong> abril e maio com uma média <strong>de</strong> 122 mm. Durante o ano<br />

Curitiba apresenta pelo menos um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estiagem que reflete na diminuição <strong>da</strong> vazão<br />

<strong>do</strong>s corpos d’água.<br />

4.1.3. Geologia e geomorfologia<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composta por três principais compartimentos,<br />

o Complexo Gnáissico-Migmatítico constituí<strong>do</strong> por rochas metamórficas, o Grupo Açungui<br />

constituí<strong>do</strong> por rochas intrusivas e sedimentos quaternários, e a Formação Guabirotuba<br />

(MAACK, 1981 cita<strong>do</strong> por XAVIER, 2005).<br />

O Complexo Gnáissico-Migmatítico apresenta-se em 70% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia com<br />

colinas e morros <strong>de</strong> topo arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>, vertentes convexas e dissecção generaliza<strong>da</strong>. Os<br />

solos são pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, a granulometria é silto-argilosa, pobre em matéria orgânica<br />

(COMEC, 2000).<br />

O Grupo Açungui, constituí<strong>do</strong> por formações Capiru-Carbonata<strong>da</strong>s, apresenta-se<br />

principalmente na região <strong>da</strong> Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne com características montanhosas e<br />

apresentação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> cristais. As rochas carbonáticas possuem alta permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> com alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fraturas e outros planos estruturais, apresentan<strong>do</strong><br />

potencial para armazenamento <strong>de</strong> água; nesta região está localiza<strong>do</strong> o aqüífero Karst<br />

(XAVIER, 2005).


38<br />

A Formação Guabirotuba caracteriza-se por um conjunto <strong>de</strong> colinas suaves <strong>de</strong> topos<br />

aplaina<strong>do</strong>s com vertentes íngremes <strong>de</strong> alta inclinação. Nos fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vale <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

ocorrem áreas <strong>de</strong> sedimentos aluvionares, com relevo plano e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito baixa<br />

(COMEC, 2000).<br />

4.1.4. Solos<br />

As classes <strong>de</strong> solo existentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

pelas características geológicas e climáticas, são classifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a EMBRAPA<br />

(1999) em: Latossolo Vermelho-Amarelo; Argissolo Vermelho-Amarelo; Hidromórfico<br />

Gleiza<strong>do</strong>; Aluvial; Cambissolo e Orgânico.<br />

4.1.5. Uso e ocupação <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> drenagem<br />

Na região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> encontram-se tipologias vegetais<br />

primárias e secundárias que são a Floresta Ombrófila Mista (floresta com Araucaria<br />

angustifólia), em áreas <strong>de</strong> geologia mais antiga, e a estepe gramíneo-lenhosa (campos), em<br />

áreas aluviais mais recentes.<br />

O sistema agrícola <strong>da</strong> região inclui cultivos tradicionais e o corte <strong>da</strong> bracatinga,<br />

utiliza<strong>da</strong> para lenha, prática que acarreta problemas ambientais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à queima <strong>da</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira, cuja exploração é realiza<strong>da</strong> em muitas áreas sem autorização ambiental (XAVIER,<br />

2005).<br />

Nesta bacia, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antrópica mais importante é a agricultura, em que o sistema<br />

típico <strong>de</strong> cultivo inclui a rotação <strong>de</strong> culturas entre batata, milho e feijão (DIAS, 1997).<br />

Na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> está localiza<strong>do</strong> o antigo lixão <strong>da</strong> Lamenha<br />

Pequena, situa<strong>do</strong> a montante <strong>do</strong> reservatório, no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, que<br />

atualmente se encontra <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Xavier (2005), o lixivia<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> pelo lixão é<br />

coleta<strong>do</strong> e conduzi<strong>do</strong> a duas lagoas <strong>de</strong> estabilização, nas quais, por meio <strong>de</strong> bombas o<br />

lixivia<strong>do</strong> é retorna<strong>do</strong> para a massa <strong>de</strong> resíduos por aspersão. No entanto, existe<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste efluente atingir o rio principalmente em época <strong>de</strong> chuvas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, situação bastante preocupante.


39<br />

A bacia engloba <strong>do</strong>is pólos industriais, a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial <strong>de</strong> Curitiba (CIC) e a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Industrial <strong>de</strong> Araucária (CIAR), e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com levantamentos <strong>do</strong> IAP e <strong>da</strong> SUDERHSA as<br />

principais indústrias são: Indústria <strong>de</strong> Papelão Höerlle, Farinheira Lunar<strong>do</strong>n, Volvo <strong>do</strong> Brasil,<br />

Frigorífico Belpa<strong>da</strong>r, Abate<strong>do</strong>uro Campo Novo, Ouroplast e Frigorífico Bacacheri. Algumas<br />

<strong>da</strong>s indústrias apresentam eleva<strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> poluição, no entanto, to<strong>da</strong>s possuem<br />

sistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluente industrial (XAVIER, 2005).<br />

Existem quatro estra<strong>da</strong>s importantes que cortam a bacia, a BR-277, localiza<strong>da</strong> a<br />

montante <strong>do</strong> reservatório, a Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne, a Estra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ferraria e o Contorno Norte,<br />

característica que oferece risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com cargas perigosas.<br />

4.2. Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos<br />

A proposta meto<strong>do</strong>lógica a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> para esta pesquisa divi<strong>de</strong>-se em três etapas: (a) a<br />

primeira, constituí<strong>da</strong> pela análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, na qual os <strong>da</strong><strong>do</strong>s monitora<strong>do</strong>s foram<br />

analisa<strong>do</strong>s com base nos valores limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/2005<br />

(CONAMA, 2005); (b) a segun<strong>da</strong>, refere-se à análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> bacia, na<br />

qual os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram relaciona<strong>do</strong>s com as informações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água; (c) e,<br />

por último, a terceira etapa, refere-se à interpretação <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> bacia, por meio <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> um questionário semi-estrutura<strong>do</strong>. As duas<br />

primeiras etapas constituíram a base para a construção <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong><br />

bacia relativa às características físicas, enquanto a terceira etapa foi relaciona<strong>da</strong> às<br />

informações obti<strong>da</strong>s pelas duas primeiras etapas.<br />

4.2.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água<br />

A Tabela 4.1 apresenta os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo e laboratoriais utiliza<strong>do</strong>s no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa.<br />

O monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nos pontos <strong>de</strong> amostragem foi realiza<strong>do</strong> por<br />

meio <strong>do</strong>s seguintes parâmetros: pH, temperatura, oxigênio dissolvi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> bioquímica<br />

<strong>de</strong> oxigênio (DBO), <strong>de</strong>man<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio (DQO), nitrato, nitrito, nitrogênio<br />

amoniacal, fósforo total e turbi<strong>de</strong>z.


40<br />

TABELA 4. 1 – MÉTODOS DE CAMPO E LABORATORIAIS<br />

Parâmetro Méto<strong>do</strong> Equipamento<br />

Deman<strong>da</strong> Química <strong>de</strong><br />

Oxigênio<br />

Deman<strong>da</strong> Bioquímica<br />

<strong>de</strong> Oxigênio<br />

Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong><br />

Nitrogênio Amoniacal<br />

Nitrito<br />

Nitrato<br />

Fósforo<br />

Turbi<strong>de</strong>z<br />

Refluxo aberto<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Méto<strong>do</strong> Winckler<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Méto<strong>do</strong> Winckler<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Macro-Kjeldhal<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> sulfanilami<strong>da</strong> e N-(1-0Naftil)<br />

etilenodiamina<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Redução com Cádmio<br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Méto<strong>do</strong><br />

Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />

Water and Wastewater (APHA,1998)<br />

Turbidímetro (marca Del Lab), mo<strong>de</strong>lo<br />

DLM – 2000<br />

Digestor<br />

-<br />

Oxímetro mo<strong>de</strong>lo Ox1-set,<br />

(marca Schott-Geräte GmbH)<br />

-<br />

Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />

visível (marca Shimadzu,<br />

mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />

Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />

visível (marca Shimadzu,<br />

mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />

Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />

visível (marca Shimadzu,<br />

mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />

Leitura direta (NTU)<br />

Temperatura Leitura direta Oxímetro/pHgametro<br />

pH<br />

Leitura direta<br />

Potenciométrico em<br />

pHgametro (marca<br />

Wissenschaftlieh –<br />

Technische Werksstalten<br />

GmbH & CoKG, mo<strong>de</strong>lo 330i)<br />

To<strong>da</strong>s as análises <strong>do</strong>s parâmetros físicos e químicos foram realiza<strong>da</strong>s no Laboratório<br />

<strong>de</strong> Engenharia Ambiental Prof. Francisco Borsari Netto – LABEAM, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />

Hidráulica e Saneamento <strong>da</strong> UFPR. A análise e a interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s foram<br />

realiza<strong>da</strong>s por tabulação e interpretação <strong>de</strong> gráficos e cálculos.<br />

4.2.1.1. Estabelecimento <strong>do</strong>s pontos amostrais<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s pontos amostrais foi realiza<strong>da</strong> primeiramente com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

forneci<strong>do</strong>s pela Superintendência <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná – SUDERHSA,


41<br />

com a localização <strong>da</strong>s estações fluviométricas e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. De posse <strong>de</strong>stes<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s, foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> interesse para análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com os objetivos presentes no projeto. Duas questões mostraram-se relevantes para a<br />

escolha <strong>do</strong>s pontos amostrais, a primeira, que se relacionou à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar pontos<br />

próximos a núcleos urbanos resi<strong>de</strong>nciais, para o cruzamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s com a análise <strong>da</strong><br />

percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res urbanos, e a segun<strong>da</strong> relaciona<strong>da</strong> à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

a<strong>do</strong>tar pontos relevantes para a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>.<br />

O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> escolha <strong>do</strong>s pontos priorizou a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s contribuições,<br />

tanto em termos <strong>do</strong>s componentes antrópicos como físico e biológico <strong>do</strong> sistema como um<br />

to<strong>do</strong>. No total, foram especifica<strong>do</strong>s cinco pontos <strong>de</strong> amostragem, 3 a montante <strong>do</strong><br />

reservatório (P1, P2 e P3) e 2 a jusante <strong>de</strong>ste (P4 e P5). Os pontos amostrais são<br />

apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 4.1.<br />

FIGURA 4. 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM


42<br />

O ponto P1 localiza-se no município <strong>de</strong> Campo Magro e está situa<strong>do</strong> nas<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />

O ponto P2 localiza-se no município <strong>de</strong> Curitiba a jusante <strong>da</strong> BR-277, principal estra<strong>da</strong><br />

que atravessa a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

O ponto P3 localiza-se na divisa entre os municípios <strong>de</strong> Curitiba e Campo Largo, a<br />

jusante <strong>da</strong> única ponte existente sobre o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

O ponto P4 localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária, a jusante <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> água <strong>do</strong><br />

Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, situa<strong>do</strong> próximo a uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />

O ponto P5 localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária quase na confluência com o rio<br />

Iguaçu, situa<strong>do</strong> nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />

As coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água são apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 4.2.<br />

TABELA 4. 2 – COORDENADA GEOGRÁFICA DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Pontos <strong>de</strong> Amostragem<br />

Ponto 1 25º34’52.66” S 49º25’54.79” W<br />

Ponto 2 25º31’61.26” S 49º23’40.10” W<br />

Ponto 3 25º27’26.45” S 49º22’59.06” W<br />

Ponto 4 25º25’43.84” S 49º23’21.68” W<br />

Ponto 5 25º23’07.68” S 49º21’37.33” W<br />

Estabeleci<strong>do</strong>s os pontos amostrais, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s as estações fluviométricas<br />

que forneceram suporte às análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, com as vazões diárias respectivas<br />

aos dias em que foram realiza<strong>da</strong>s as coletas.<br />

As coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s geográficas <strong>da</strong>s estações fluviométricas são apresenta<strong>da</strong>s pela<br />

Tabela 4.3.<br />

TABELA 4. 3 – COORDENADA GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Estações Fluviométricas<br />

Ponto 1 – Estação A 25º23'14.24" S 49º21'39.28" W<br />

Ponto 2 – Estação B 25º25’39.20” S 49º23’19.36” W<br />

Ponto 3 SD SD<br />

Ponto 4 – Estação C 25º31'57.01" S 49º23'35.58" W<br />

Ponto 5 – Estação D 25º34'30.26" S 49º25'49.10" W<br />

*SD: Sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s


43<br />

To<strong>da</strong>s as estações fluviométricas, com exceção <strong>da</strong>quela relaciona<strong>da</strong> a P1, encontramse<br />

a montante <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água. O fator que <strong>de</strong>terminou a localização<br />

<strong>do</strong> ponto P1 a montante <strong>da</strong> estação fluviométrica mais próxima foi a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<br />

influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas industriais neste ponto <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, pois próximo a este local<br />

encontra-se uma indústria. Como a pesquisa teve o intuito trabalhar com a área urbana e<br />

principalmente a influência <strong>da</strong>s áreas <strong>do</strong>miciliares sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, optou-se por<br />

esta localização para o ponto amostral P1.<br />

4.2.1.2. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

A análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com base na i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>da</strong>s violações aos valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s em relação aos valores limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05. Assim, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s<br />

referentes à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações<br />

registra<strong>da</strong>s. A a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong>s pontos amostrais possibilitou<br />

i<strong>de</strong>ntificar possíveis influências para as variações obti<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> parâmetro.<br />

4.2.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo foi realiza<strong>da</strong> pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s<br />

características <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e <strong>de</strong> sua relação<br />

com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água. Esta análise foi realiza<strong>da</strong> principalmente com base nas<br />

informações produzi<strong>da</strong>s a saber:<br />

1. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> Integra<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> Reservatório <strong>Passauna</strong> (Araucária - Paraná -<br />

Brasil), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a interrelação <strong>da</strong> ocupação <strong>do</strong>s solos com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas,<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Dias (1997);<br />

2. Análise Ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Curitiba - PR, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

por Souza (2007);<br />

3. Diagnóstico físico-ambiental e <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente <strong>da</strong><br />

bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária - Paraná, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Tamanini<br />

(2008);


44<br />

4. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Passauna</strong>,<br />

Curitiba (PR), <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Saunitti (2003);<br />

5. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características geomorfológicas<br />

sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba -<br />

Paraná, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Xavier (2005).<br />

Com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por estes estu<strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s<br />

possíveis aspectos relaciona<strong>do</strong>s às violações <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água para ca<strong>da</strong> ponto amostral. A espacialização <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo<br />

foi realiza<strong>da</strong> por meio <strong>do</strong> software ArcView 9.2, através <strong>de</strong> shapes (.shp) <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>da</strong><br />

região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba elabora<strong>do</strong> pela COMEC, e atualiza<strong>do</strong> pelas fotografias<br />

aéreas <strong>de</strong> 2000 <strong>da</strong> SUDEHRSA.<br />

4.2.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental<br />

O instrumento utiliza<strong>do</strong> para a análise <strong>da</strong> percepção ambiental foi a aplicação <strong>de</strong> um<br />

questionário semi-estrutura<strong>do</strong>, que teve por objetivo i<strong>de</strong>ntificar a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

sobre meio ambiente e algumas <strong>da</strong>s relações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o território no qual se<br />

encontram.<br />

O questionário foi construí<strong>do</strong> com base na proposta <strong>do</strong> projeto e em questionários já<br />

utiliza<strong>do</strong>s, principalmente o <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Lima (2003). A vali<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> questionário e<br />

assessoria para sua construção ocorreu por meio <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> discussões, revisões,<br />

ajustes e apoio <strong>de</strong> profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> ciências sociais.<br />

4.2.3.1. Questionário semi-estrutura<strong>do</strong><br />

O questionário foi composto por um total <strong>de</strong> 62 perguntas, sen<strong>do</strong> 28 questões<br />

objetivas e 34 questões abertas. As questões abor<strong>da</strong>ram 7 eixos principais: perfil sócioeconômico,<br />

visão <strong>de</strong> meio ambiente, questões gerais, ação ambiental, questões políticas,<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e educação ambiental. A construção <strong>do</strong> questionário propôs uma<br />

abor<strong>da</strong>gem bastante ampla na qual foram abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s questões fora <strong>do</strong> âmbito estritamente<br />

ambiental. A Tabela 4.4 apresenta a estrutura <strong>do</strong> questionário.


45<br />

TABELA 4. 4 – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />

Sub-temas<br />

Numeração <strong>da</strong>s<br />

questões<br />

Perfil sócio-econômico 1 a 8<br />

Enfoque principal<br />

Análise <strong>da</strong>s características sócio-econômicas<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

Visão sobre meio<br />

ambiente<br />

9<br />

Análise sobre a visão <strong>de</strong> meio ambiente<br />

existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observan<strong>do</strong> se<br />

restrita ou abrangente<br />

Questões gerais 10 a 37<br />

Análise sobre questões gerais relaciona<strong>da</strong>s a<br />

meio ambiente (percepções, termos técnicos,<br />

conhecimentos gerais)<br />

Ação ambiental 38 a 44 Análise <strong>da</strong> relação entre mora<strong>do</strong>r e ambiente<br />

Questões políticas 45 a 47<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental 48 a 55<br />

Educação ambiental 56 a 60<br />

Análise relativa à questão política e<br />

participação popular<br />

Análise <strong>da</strong>s percepções <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o<br />

território<br />

Análise sobre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação<br />

ambiental observa<strong>da</strong>s<br />

Finalização 61 a 62 Análise <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a entrevista<br />

A divisão <strong>do</strong> questionário em 7 eixos principais ocorreu apenas como forma <strong>de</strong><br />

organização, pois os assuntos relaciona<strong>do</strong>s nas perguntas muitas vezes estiveram<br />

relaciona<strong>do</strong>s uns aos outros.<br />

4.2.3.2. Pesquisa<strong>do</strong>res voluntários e a preparação para aplicação<br />

Para auxiliar na aplicação <strong>do</strong> questionário foram recruta<strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res<br />

voluntários que se revezaram nos dias programa<strong>do</strong>s para a saí<strong>da</strong> a campo. Participaram <strong>da</strong><br />

aplicação técnicos <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Paraná – SANEPAR, e mestran<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>da</strong> Engenharia <strong>de</strong> Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA, <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, e <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia Agrícola,<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP.<br />

Anteriormente à aplicação <strong>do</strong> questionário foram realiza<strong>da</strong>s reuniões com os<br />

pesquisa<strong>do</strong>res voluntários para explicar a proposta <strong>do</strong> projeto como um to<strong>do</strong> e os aspectos a


46<br />

serem leva<strong>do</strong>s em consi<strong>de</strong>ração no processo <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário, sen<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong><br />

que <strong>de</strong> forma alguma os pesquisa<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>riam influenciar nas respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res às<br />

perguntas.<br />

4.2.3.3. Aplicação <strong>do</strong> questionário<br />

A aplicação <strong>do</strong> questionário foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira a possibilitar a participação <strong>da</strong><br />

maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> possível <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res. Desta forma, to<strong>da</strong>s as campanhas para a aplicação<br />

<strong>do</strong> questionário foram realiza<strong>da</strong>s aos sába<strong>do</strong>s, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008 a janeiro <strong>de</strong><br />

2009, <strong>da</strong>s 9h às 12h.<br />

A abor<strong>da</strong>gem para a entrevista <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consistiu na breve apresentação<br />

pessoal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pesquisa<strong>do</strong>r, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> pesquisa e <strong>do</strong> propósito <strong>do</strong><br />

questionário, além <strong>do</strong> tempo necessário para respon<strong>de</strong>r às perguntas. A apresentação <strong>da</strong><br />

pesquisa ocorreu <strong>de</strong> forma bastante sucinta, com a indicação que se tratava <strong>de</strong> uma análise<br />

sobre meio ambiente e sobre a percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Após esta i<strong>de</strong>ntificação<br />

e apresentação, os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se gostariam ou não <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao<br />

questionário.<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s em suas próprias residências e procurou-se<br />

entrevistar principalmente jovens e adultos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor compreensão<br />

sobre as questões apresenta<strong>da</strong>s.<br />

4.2.3.4. O Universo <strong>da</strong> Pesquisa<br />

O universo <strong>da</strong> pesquisa a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res urbanos, com residência<br />

permanente, localiza<strong>do</strong>s próximos aos pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>,<br />

portanto, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s 5 áreas para a aplicação <strong>do</strong>s questionários <strong>de</strong> percepção ambiental.<br />

Determina<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> aplicação, foi faculta<strong>do</strong> aos pesquisa<strong>do</strong>res voluntários a escolha<br />

<strong>da</strong>s casas nas quais os mora<strong>do</strong>res seriam abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s. No total foram entrevista<strong>do</strong>s 45<br />

pessoas, sen<strong>do</strong> 9 mora<strong>do</strong>res por área.<br />

A Figura 4.2 apresenta a localização <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário.


47<br />

FIGURA 4. 2 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO<br />

4.2.3.5. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário foram tabula<strong>da</strong>s em planilha <strong>de</strong><br />

Excel, sen<strong>do</strong> que as respostas objetivas foram analisa<strong>da</strong>s conforme os valores agrega<strong>do</strong>s à<br />

ca<strong>da</strong> opção existente nas perguntas, enquanto as questões abertas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong><br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas, foram reuni<strong>da</strong>s em “grupos-chave” que agregaram respostas que<br />

englobaram o mesmo tema principal. Desta forma, possibilitou-se a or<strong>de</strong>nação e<br />

mensuração <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s pelas questões abertas e uma análise mais concisa <strong>do</strong>s<br />

pontos <strong>de</strong> vista apresenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

4.2.4. Análise Final<br />

A avaliação final <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> pela interrelação <strong>da</strong>s análises<br />

finais <strong>da</strong>s etapas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental. Para


48<br />

a análise final foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as violações <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, apenas os pontos amostrais com menor e maior<br />

comprometimento, sen<strong>do</strong> as respostas às questões <strong>do</strong> questionário discuti<strong>da</strong>s com base<br />

nestes <strong>do</strong>is pontos.


49<br />

5. RESULTADOS<br />

A apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s está dividi<strong>da</strong> em quatro etapas. Nas três primeiras<br />

etapas os resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise, e são compostos por (1) Análise<br />

<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água, (2) Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo, e (3) Análise <strong>da</strong> Percepção<br />

Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res. Na quarta e última etapa, a Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s<br />

Mora<strong>do</strong>res é discuti<strong>da</strong> em função <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> maior e menor<br />

comprometimento, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água. O diagrama <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s é apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.1.<br />

FIGURA 5. 1 – DIAGRAMA DA ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

5.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água<br />

A análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cinco<br />

pontos amostrais distribuí<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, cuja localização priorizou a<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas <strong>do</strong>miciliares e outros pontos estratégicos, como a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e a confluência entre a BR-277 e o rio <strong>Passauna</strong>.<br />

5.1.1. Vazões observa<strong>da</strong>s<br />

As informações <strong>de</strong> vazão foram forneci<strong>da</strong>s pela Superintendência <strong>de</strong> Recursos<br />

Hídricos <strong>do</strong> Paraná – SUDERHSA, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s pelas estações<br />

fluviométricas presentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Para alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />

entretanto, não foi possível a obtenção <strong>de</strong>sta informação por falta <strong>de</strong> leitura, como no ponto<br />

P1, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> novembro, e no ponto P2 para as coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março a


50<br />

maio. O ponto P3, por estar localiza<strong>do</strong> na área pertencente à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situase<br />

em local caracteriza<strong>do</strong> como ambiente intermediário, e <strong>de</strong>sta forma, as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />

não foram realiza<strong>da</strong>s.<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão são apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.1 (Edson Nagashima,<br />

SUDERHSA, contato pessoal, 2008).<br />

TABELA 5. 1 – QUADRO DE VAZÕES (m 3 /s)<br />

Ponto 19/mar 14/abr 14/mai 11/jun 14/jul 06/nov<br />

P1 0,38 1,64 0,66 1,11 0,49 SD<br />

P2 SD SD SD 1,12 1,04 2,12<br />

P3 SD SD SD SD SD SD<br />

P4 2,02 1,25 1,30 1,12 0,63 2,16<br />

P5 1,99 1,28 1,46 1,06 0,77 4,23<br />

*SD: Sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.1 permite observar que no ponto P1 as<br />

maiores vazões ocorreram nos meses <strong>de</strong> abril e junho, enquanto no ponto P2, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, a maior vazão ocorreu no mês <strong>de</strong> novembro. Nos pontos P4 e P5 as<br />

maiores vazões registra<strong>da</strong>s ocorreram nos meses <strong>de</strong> março e novembro.<br />

Na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ocorre um sistema diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> regime<br />

hidrológico <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>do</strong> reservatório que “amortece” as chuvas que ocorrem nas<br />

áreas <strong>do</strong> entorno <strong>do</strong>s pontos P1, P2 e P3. Por se tratar <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica estreita,<br />

observa-se que as altas vazões verifica<strong>da</strong>s em P4 e P5, nas coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março e<br />

novembro, po<strong>de</strong>m ser tanto resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> chuvas ocorri<strong>da</strong>s próximas ao horário <strong>da</strong> coleta,<br />

bem como, po<strong>de</strong>m ser resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma resposta <strong>da</strong> represa às chuvas ocorri<strong>da</strong>s em P1, P2<br />

e P3, em um maior espaço <strong>de</strong> tempo.<br />

5.1.2. Parâmetros físicos e químicos<br />

A análise <strong>do</strong>s parâmetros físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com<br />

base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> seis coletas realiza<strong>da</strong>s no rio <strong>Passauna</strong> no ano <strong>de</strong> 2008,<br />

em um perío<strong>do</strong> total <strong>de</strong> nove meses.<br />

A Tabela 5.2 apresenta as <strong>da</strong>tas em que as coletas foram realiza<strong>da</strong>s.


51<br />

TABELA 5. 2 – DADOS DAS CAMPANHAS PARA COLETA DE AMOSTRAS DE ÁGUA<br />

Campanha Data <strong>de</strong> coleta Condição <strong>do</strong> tempo<br />

1ª 19 <strong>de</strong> março Nubla<strong>do</strong><br />

2ª 14 <strong>de</strong> abril Nubla<strong>do</strong><br />

3ª 14 <strong>de</strong> maio Parcialmente nubla<strong>do</strong><br />

4ª 11 <strong>de</strong> junho Parcialmente nubla<strong>do</strong>/Ensolara<strong>do</strong><br />

5ª 14 <strong>de</strong> julho Ensolara<strong>do</strong>/Parcialmente nubla<strong>do</strong><br />

6ª 06 <strong>de</strong> novembro Chuvoso<br />

O rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Portaria SUREHMA 14 nº 020/92, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1992, é classifica<strong>do</strong> como rio pertencente à Classe 2. Desta forma, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água obti<strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s com base nos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA<br />

nº 357 <strong>de</strong> 2005 para rios <strong>de</strong> Classe 2.<br />

5.1.2.1. Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 não estabelece nível máximo para DQO, <strong>de</strong>sta<br />

forma, a análise realiza<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificou quais foram as principais variações observa<strong>da</strong>s no<br />

perío<strong>do</strong> amostral. A Deman<strong>da</strong> Química <strong>de</strong> Oxigênio representa a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio<br />

necessária para oxi<strong>da</strong>r a matéria orgânica através <strong>de</strong> um agente químico, a solução<br />

sulfocrômica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO relaciona-se principalmente<br />

a <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem industrial. A DQO é utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma conjunta com a DBO 20 5 para<br />

caracterizar a bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s resíduos líqui<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, quanto mais a<br />

20<br />

concentração <strong>de</strong> DBO 5 se aproximar <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> DQO, maior será a<br />

bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra analisa<strong>da</strong> (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.2 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para DQO.<br />

De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Figura 5.2, observa-se que os pontos<br />

P3 e P4 apresentaram as menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem,<br />

enquanto as maiores concentrações ocorreram nos pontos P1, P2 e P5, para a coleta <strong>do</strong> dia<br />

14/04, e mais especificamente para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril. Se verifica<strong>do</strong>s os<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), para to<strong>do</strong>s os pontos amostrais, observa-se uma diminuição <strong>da</strong><br />

vazão referente ao mês <strong>de</strong> julho, em comparação os meses <strong>de</strong> junho e novembro. Desta<br />

14 Denominação <strong>do</strong> Instituto Ambiental <strong>do</strong> Paraná - IAP até 1992.


52<br />

forma, é possível que o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO, tenha ocorri<strong>do</strong> em função <strong>da</strong><br />

diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>.<br />

30<br />

25<br />

DQO mg/L<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 2 – VALORES OBSERVADOS PARA DQO<br />

No entanto, em relação à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, observa<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão para<br />

os pontos amostrais, em comparação com a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, verifica-se que para o<br />

ponto P1 ocorreu um aumento <strong>da</strong> vazão, com aumento também <strong>da</strong> concentração observa<strong>da</strong><br />

para a DQO. Com base neste resulta<strong>do</strong>, é possível que tenha ocorri<strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong><br />

efluente industrial a montante <strong>do</strong> ponto P1, ou então que este aumento esteja associa<strong>do</strong> à<br />

maior presença <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s na água <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao possível aporte <strong>de</strong> carga difusa, o que<br />

provavelmente influenciou o aumento na concentração <strong>da</strong> DQO.<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P2 apresentou a maior<br />

variação entre a menor e a maior concentração para DQO, enquanto a menor variação foi<br />

observa<strong>da</strong> nos pontos P3 e P4.<br />

O ponto P4 foi o que apresentou a menor média <strong>de</strong> concentração com 5,2 mg/L, e o<br />

ponto P5 a maior média com 10,4 mg/L. A análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s permite <strong>de</strong>duzir que<br />

os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram P1 e P5.


53<br />

5.1.2.2. Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio<br />

20<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 5 mg/L para DBO 5<br />

para rios <strong>de</strong> Classe 2, <strong>de</strong>sta forma, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a violação a este limite. A Deman<strong>da</strong> Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio refere-se à<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio necessária para oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica carbonácea, por<br />

<strong>de</strong>composição microbiana aeróbia para a forma inorgânica estável. As maiores elevações em<br />

20<br />

termos <strong>de</strong> DBO 5 em um corpo d’água são provoca<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem<br />

pre<strong>do</strong>minantemente orgânica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a presença <strong>de</strong> um alto teor <strong>de</strong> matéria orgânica<br />

po<strong>de</strong> induzir à completa extinção <strong>do</strong> oxigênio na água (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.3 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para DBO 20 5 .<br />

8<br />

7<br />

6<br />

DBO mg/L<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

CONAMA nº 357/05<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 3 – VALORES OBSERVADOS PARA DBO 5<br />

20<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Figura 5.3, permitem observar que o ponto P4 apresentou<br />

a menor concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem; observa-se uma tendência<br />

<strong>de</strong> variação <strong>do</strong>s pontos P1, P4 e P5, na qual verifica-se que as maiores concentrações<br />

ocorreram nas coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril e julho. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão, apresenta<strong>do</strong>s na<br />

Tabela 5.1, permitem observar que para os pontos P4 e P5 ocorreu uma diminuição <strong>de</strong> vazão<br />

para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, em relação a março e maio, e para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho,<br />

em relação a junho e novembro. Desta forma, é possível que o aumento <strong>da</strong>s concentrações


54<br />

<strong>de</strong> DBO 20 5 , para os pontos P4 e P5, nos meses <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> julho, tenha si<strong>do</strong> causa<strong>da</strong> pela<br />

diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>.<br />

Esta mesma situação foi observa<strong>da</strong> para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, no<br />

entanto, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, o aumento <strong>da</strong> vazão foi acompanha<strong>do</strong> por um<br />

aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DBO 20 5 . Desse mo<strong>do</strong>, existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter ocorri<strong>do</strong><br />

aporte <strong>de</strong> carga orgânica que elevou a concentração <strong>de</strong> DBO 20<br />

5 para esta coleta.<br />

Característica semelhante à observa<strong>da</strong> para as concentrações <strong>de</strong> DQO, em que o ponto P1<br />

apresentou esta mesma tendência para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril.<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores apresenta<strong>do</strong>s observa-se que o ponto P5 apresentou a<br />

maior variação entre menor e maior concentração para DBO 20 5 , enquanto a menor variação<br />

foi apresenta<strong>da</strong> pelo ponto P3. Em relação às médias <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> DBO 20 5 , o ponto<br />

P4 apresentou a menor média <strong>de</strong> concentração com 1,78 mg/L, enquanto os pontos P1 e P5<br />

apresentaram as maiores médias, com 3,52 mg/L e 3,51 mg/L, respectivamente.<br />

Os valores obti<strong>do</strong>s não apresentaram concentrações eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> poluição orgânica<br />

para os pontos amostrais, porém observou-se contribuições significativas <strong>de</strong> carga orgânica<br />

nos pontos P1, P2 e P5 para as coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril e maio. Com base no limite<br />

estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05 para DBO 20 5 , os pontos que apresentaram<br />

violação foram P1, P2 e P5.<br />

A relação DQO/DBO 20 5 , <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as concentrações observa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong><br />

parâmetro, é apresenta<strong>da</strong> na Tabela 5.3.<br />

TABELA 5. 3 – VALORES PARA A RELAÇÃO DQO/DBO 5<br />

20<br />

Pontos<br />

20<br />

DQO/DBO 5<br />

19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />

P1 1,83 4,23 1,38 1,36 3,40 3,74<br />

P2 1,13 2,94 4,76 1,09 4,35 5,47<br />

P3 1,30 1,43 1,18 1,73 2,72 4,40<br />

P4 5,71 2,10 1,17 2,71 4,26 5,45<br />

P5 2,03 2,13 1,63 6,92 3,89 6,20<br />

A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.3, permite observar que os menores<br />

valores para o fator bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> foram relaciona<strong>do</strong>s às coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> julho e


55<br />

novembro, enquanto os valores mais altos foram observa<strong>do</strong>s principalmente nas coletas <strong>do</strong>s<br />

meses <strong>de</strong> março, abril, maio e junho.<br />

Os maiores valores para a relação DQO/DBO 20 5 , foram obti<strong>do</strong>s para os pontos P4 e<br />

P5, e referem-se às coletas em que as vazões foram as menores registra<strong>da</strong>s, junho e julho, e<br />

as maiores registra<strong>da</strong>s, março e novembro (Tabela 5.1).<br />

Os altos valores <strong>de</strong> DQO/DBO 20 5 para o mês <strong>de</strong> julho foram observa<strong>do</strong>s com as mais<br />

baixas vazões para a coleta <strong>de</strong>ste mês, em comparação com a vazão <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coletas<br />

realiza<strong>da</strong>s, com exceção <strong>do</strong> ponto P1, enquanto os altos valores <strong>de</strong> DQO/DBO 20 5 para o mês<br />

<strong>de</strong> novembro foram verifica<strong>do</strong>s com as mais altas vazões para a coleta <strong>de</strong>ste mês, também<br />

em comparação com a vazão <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s.<br />

Desta forma, observa-se que na maioria <strong>da</strong>s coletas em que foram verifica<strong>da</strong>s as<br />

20<br />

menores e maiores vazões, a relação DQO/DBO 5 apresentou altos valores. Esta<br />

característica po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong>, no primeiro caso, ao aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong><br />

DQO proporciona<strong>do</strong> pela diminuição <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água no leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, em uma<br />

proporção maior que a concentração <strong>de</strong> DBO 20 5 , e no segun<strong>do</strong> caso, ao aumento <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> DQO proporciona<strong>do</strong> pelo aumento <strong>da</strong> vazão causa<strong>do</strong> por uma precipitação<br />

com consequente aumento <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> carga difusa.<br />

5.1.2.3. Oxigênio dissolvi<strong>do</strong> e temperatura<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor mínimo <strong>de</strong> 5 mg/L <strong>de</strong> OD para<br />

rios pertencentes à Classe 2, <strong>de</strong>sta forma, para esta pesquisa, os pontos mais<br />

comprometi<strong>do</strong>s são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a violação a este limite.<br />

O parâmetro Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> representa a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio proveniente<br />

<strong>da</strong> atmosfera que se encontra dissolvi<strong>do</strong> nas águas naturais, <strong>de</strong>sta forma, por ser consumi<strong>do</strong><br />

na oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica, é utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar o grau <strong>de</strong> poluição e a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica em cursos d’água, quan<strong>do</strong> se toma por base<br />

apenas a concentração <strong>de</strong>ste parâmetro. Assim, águas poluí<strong>da</strong>s são aquelas que apresentam<br />

baixa concentração <strong>de</strong> OD, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu consumo na <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> compostos<br />

orgânicos, enquanto águas limpas apresentam eleva<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, chegan<strong>do</strong>


56<br />

próximas ao valor <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> saturação, que é <strong>de</strong> 9,2 mg/L, para temperatura <strong>da</strong><br />

água <strong>de</strong> 20ºC (CETESB, 2009).<br />

A temperatura <strong>de</strong>sempenha importante papel <strong>de</strong> controle no meio aquático,<br />

condicionan<strong>do</strong> as influências <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> parâmetros físico-químicos, um <strong>de</strong>stes é o<br />

Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>, que varia, entre outros fatores, em função <strong>da</strong> temperatura e <strong>da</strong> pressão<br />

atmosférica (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.4 apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para as concentrações <strong>de</strong> Oxigênio<br />

Dissolvi<strong>do</strong>.<br />

8<br />

7<br />

6<br />

OD mg/L<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

CONAMA nº 357/05<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 4 – VALORES OBSERVADOS PARA OD<br />

Da análise <strong>da</strong> Figura 5.4 é possível observar que o ponto P5 apresentou a menor<br />

concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem. Observa-se também uma tendência<br />

<strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> OD, <strong>da</strong> coleta realiza<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> março para a coleta <strong>do</strong><br />

mês <strong>de</strong> novembro.<br />

Em relação aos ponto P4 e P5, se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1) para o<br />

mês <strong>de</strong> abril, nota-se que ocorreu diminuição <strong>da</strong> vazão registra<strong>da</strong> no dia <strong>da</strong> coleta, em<br />

comparação com as vazões <strong>da</strong>s coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março e maio, o que po<strong>de</strong> ter<br />

proporciona<strong>do</strong> a diminuição <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> carga orgânica presente no corpo hídrico.


57<br />

Na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril ocorreu aumento <strong>da</strong> vazão, em comparação com a coleta<br />

<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para o ponto P1, o que proporcionou o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD,<br />

possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à diluição <strong>da</strong> carga orgânica presente no rio e a uma maior<br />

oxigenação.<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P4 apresentou a maior<br />

variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> OD, enquanto a menor variação foi<br />

apresenta<strong>da</strong> pelo ponto P5. Em relação às médias <strong>da</strong>s concentrações, o ponto P5 foi o que<br />

apresentou a menor média com 2,57 mg/L, enquanto a maior média foi observa<strong>da</strong> para o<br />

ponto P2, com 5,81 mg/L. Desta forma, com base nos valores obti<strong>do</strong>s é possível <strong>de</strong>duzir que<br />

o ponto mais comprometi<strong>do</strong> foi o ponto P5.<br />

Com base no limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05 para OD, to<strong>do</strong>s<br />

os pontos amostrais apresentaram pelo menos uma violação. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

mostram uma redução significativa nos níveis <strong>de</strong> OD referente ao ponto P5, que apresenta<br />

violações em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, e na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, na qual ocorreram<br />

violações para to<strong>do</strong>s os pontos amostrais.<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 não estabelece valor limite para temperatura nos<br />

corpos d’água, no entanto estabelece que para lançamento <strong>de</strong> efluentes, a variação <strong>de</strong><br />

temperatura no corpo receptor não <strong>de</strong>verá exce<strong>de</strong>r a 3ºC na zona <strong>de</strong> mistura.<br />

Em relação à Temperatura, as variações nos corpos hídricos são parte <strong>do</strong> regime<br />

climático normal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a temperatura é influencia<strong>da</strong> por fatores como latitu<strong>de</strong>,<br />

altitu<strong>de</strong>, estação <strong>do</strong> ano, perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia, taxa <strong>de</strong> fluxo e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo hídrico<br />

(CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.5 apresenta os resulta<strong>do</strong>s para a Temperatura nas seis campanhas.<br />

Da análise <strong>da</strong> Figura 5.5 é possível observar uma tendência <strong>de</strong> variação <strong>da</strong><br />

temperatura registra<strong>da</strong> nos pontos amostrais, que apresentaram <strong>de</strong>caimento <strong>do</strong>s valores<br />

observa<strong>do</strong>s <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, enquanto no mês <strong>de</strong><br />

novembro foi observa<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> temperatura para os pontos P4 e P5. Este aumento<br />

<strong>da</strong> temperatura observa<strong>da</strong> para P4 e P5 po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> por um maior aquecimento<br />

<strong>da</strong> água presente no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.


58<br />

30,0<br />

25,0<br />

TEMPERATURA ºC<br />

20,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

5,0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0,0<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 5 – VALORES OBSERVADOS DE TEMPERATURA<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores <strong>de</strong> temperatura obti<strong>do</strong>s fica evi<strong>de</strong>nte a influência <strong>da</strong><br />

sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> temperatura observa<strong>da</strong> no rio <strong>Passauna</strong>, com variação<br />

pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> maior para menor, observa<strong>da</strong> <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para o mês <strong>de</strong><br />

julho. Observa-se que as maiores médias foram apresenta<strong>da</strong>s pelos pontos P3 e P4.<br />

5.1.2.4. Nitrogênio amoniacal e potencial hidrogeniônico<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo permiti<strong>do</strong> para<br />

Nitrogênio Amoniacal, com base nos valores <strong>de</strong> pH <strong>do</strong> corpo hídrico.<br />

O Nitrogênio Amoniacal é a forma mais reduzi<strong>da</strong> <strong>do</strong> nitrogênio, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que se po<strong>de</strong><br />

relacionar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> poluição com relação às formas <strong>de</strong> nitrogênio presentes no corpo<br />

hídrico. Desta forma, amostras <strong>de</strong> água em que as análises apresentam pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong>s<br />

formas reduzi<strong>da</strong>s, significa que o foco <strong>de</strong> poluição encontra-se próximo. Os esgotos<br />

sanitários, em geral, constituem a principal fonte <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à hidrólise<br />

sofri<strong>da</strong> pela uréia na água. Outras fontes são os lançamentos <strong>de</strong> efluentes industriais e o<br />

escoamento superficial em áreas agrícolas e urbanas (CETESB, 2009).<br />

Com relação ao Potencial Hidrogeniônico, a Resolução CONAMA nº 357/05<br />

estabelece o valor <strong>de</strong> pH, para rios <strong>de</strong> Classe 2, entre 6 a 9.


59<br />

O Potencial Hidrogeniônico indica aci<strong>de</strong>z, neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

solução, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que exerce influência, direta e indireta, sobre os ecossistemas aquáticos<br />

naturais. Uma <strong>da</strong>s influências indiretas é o efeito sobre a solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes (CETESB,<br />

2009).<br />

A Tabela 5.4 apresenta os valores estabeleci<strong>do</strong>s pela legislação.<br />

TABELA 5. 4 – LIMITES DE CONCENTRAÇÃO PARA NITROGÊNIO AMONIACAL COM BASE NO<br />

pH<br />

Valor <strong>de</strong> pH<br />

Limite estabeleci<strong>do</strong> para Nitrogênio Amoniacal<br />

pH ≤ 7,5<br />

3,7 mg/L N<br />

7,5 < pH ≥ 8,0 2,0 mg/L N<br />

8,0 < pH ≤ 8,5 1,0 mg/L N<br />

pH > 8,5<br />

0,5 mg/L N<br />

FONTE: CONAMA (2005)<br />

A Tabela 5.5 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Potencial Hidrogeniônico.<br />

TABELA 5. 5 – VALORES DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO<br />

Pontos<br />

Potencial Hidrogeniônico<br />

19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />

P1 7,13 6,56 7,18 7,18 7,41 6,84<br />

P2 7,12 6,53 6,81 7,06 7,46 6,83<br />

P3 7,04 6,50 7,12 6,79 7,58 6,59<br />

P4 7,07 6,15 6,82 6,64 6,96 6,69<br />

P5 6,69 6,20 7,17 6,23 6,51 6,19<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.5 permitem observar que mesmo ocorren<strong>do</strong> uma<br />

diminuição nos valores <strong>de</strong> pH no ponto P5, to<strong>do</strong>s os pontos amostrais apresentaram valores<br />

na faixa <strong>de</strong> neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a pre<strong>do</strong>minância apresenta<strong>da</strong>, <strong>de</strong> pH ≤ 7,5, o<br />

limite estabeleci<strong>do</strong>, pela Resolução CONAMA nº 357/05, a concentração máxima <strong>de</strong><br />

Nitrogênio Amoniacal estabeleci<strong>da</strong> é <strong>de</strong> 3,7 mg/L. A única exceção ocorreu para o ponto P3,<br />

na coleta realiza<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> junho, na qual o pH observa<strong>do</strong> apresentou-se na faixa entre<br />

7,5 < pH ≥ 8,0, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, o valor <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> N-NH 3 estabeleci<strong>do</strong> pela legislação,<br />

com base nesta faixa <strong>de</strong> pH, é <strong>de</strong> 2,0 mg/L.


60<br />

Desta forma, os valores limites estabeleci<strong>do</strong>s para Nitrogênio Amoniacal são 2 mg/L,<br />

para praticamente to<strong>do</strong>s os pontos amostrais, com exceção <strong>do</strong> ponto P3, na coleta realiza<strong>da</strong><br />

no mês <strong>de</strong> julho, cujo valor limite é <strong>de</strong> 3,7 mg/L. A análise <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> maio não foi<br />

realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à problemas com as análises laboratoriais. A Figura 5.6 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

para Nitrogênio Amoniacal.<br />

3,00<br />

2,50<br />

N-NH3 mg/L<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

0,50<br />

P5<br />

0,00<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

CONAMA nº 357/05<br />

FIGURA 5. 6 – VALORES OBSERVADOS PARA NITROGÊNIO AMONIACAL<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.6 permite observar que existe uma tendência <strong>de</strong> variação nos<br />

pontos P1, P2, P3 e P4, que apresentaram baixa concentração <strong>de</strong> nitrogênio amoniacal para<br />

os meses <strong>de</strong> março, abril, julho e novembro, e uma alta verifica<strong>da</strong> na concentração para o<br />

mês <strong>de</strong> junho. No entanto, não foi verifica<strong>da</strong> nenhuma relação com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />

obti<strong>do</strong>s (Tabela 5.1).<br />

O ponto P5 apresentou variação oposta à tendência <strong>de</strong> variação <strong>do</strong>s outros pontos<br />

amostrais, pois foi observa<strong>da</strong> alta <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> nitrogênio amoniacal no mês <strong>de</strong> abril,<br />

julho e novembro, e baixa concentração no mês <strong>de</strong> março e junho. As altas <strong>de</strong> concentração<br />

observa<strong>da</strong>s para o ponto P5, indicam a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos recentes <strong>de</strong> esgotos<br />

<strong>do</strong>mésticos a montante <strong>do</strong> local <strong>de</strong> coleta.<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />

variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal, enquanto o ponto P3


61<br />

apresentou a menor variação. Em relação às médias verifica<strong>da</strong>s, observa-se que o ponto P3<br />

apresentou a menor média, enquanto o ponto P5 apresentou a maior média. Com base nos<br />

limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05, não foi observa<strong>da</strong> violação <strong>de</strong><br />

nenhum ponto amostral. No entanto, a alta concentração observa<strong>da</strong> para o ponto P5 na<br />

coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, possibilita a caracterização <strong>de</strong>ste ponto como o mais comprometi<strong>do</strong><br />

na análise <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />

5.1.2.5. Fósforo Total<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece valores limites distintos <strong>de</strong> Fósforo para<br />

rios pertencentes à Classe 2, aos quais, para ambientes intermediários, é atribuí<strong>do</strong> o limite<br />

<strong>de</strong> 0,025 mg/L, enquanto para ambientes lóticos é atribuí<strong>do</strong> o limite <strong>de</strong> 0,1 mg/L. Devi<strong>do</strong> a<br />

problemas laboratoriais, somente foi possível utilizar os <strong>da</strong><strong>do</strong>s analíticos <strong>de</strong> quatro coletas<br />

realiza<strong>da</strong>s. O único ponto classifica<strong>do</strong> como ambiente intermediário é P3, enquanto os<br />

outros pontos amostrais são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ambientes lóticos.<br />

O Fósforo po<strong>de</strong> apresentar-se nas águas sob três formas diferentes, os fosfatos<br />

orgânicos, os ortofosfatos e os polifosfatos. O aparecimento <strong>do</strong> fósforo em águas naturais<br />

ocorre principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos sanitários, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tergente superfosfata<strong>do</strong>s, além <strong>da</strong> matéria fecal, rica em proteínas. Outras fontes <strong>de</strong><br />

fósforo são efluentes industriais e a drenagem <strong>de</strong> áreas urbanas e agrícolas (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.7 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Fósforo.<br />

Da análise <strong>da</strong> Figura 5.7 é possível observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />

menores concentrações verifica<strong>da</strong>s durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as<br />

maiores concentrações ocorreram nos pontos P1 e P5. Se verifica<strong>da</strong>s as vazões (Tabela 5.1)<br />

para os pontos P1 e P5, <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, em comparação com o mês <strong>de</strong> junho,<br />

observa-se a diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> vazão. Desta forma, é possível que o aumento <strong>da</strong>s<br />

concentrações <strong>de</strong> Fósforo nestes pontos possa estar relaciona<strong>do</strong> à diminuição <strong>da</strong> vazão no<br />

rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que para uma mesma vazão <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> efluentes, ocorreu<br />

diminuição <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diluição <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>spejo.<br />

O aumento <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> fósforo verifica<strong>do</strong> no mês <strong>de</strong> novembro, para os<br />

pontos P2, P4 e P5, po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> ao aumento <strong>de</strong> vazão observa<strong>do</strong> para esta


62<br />

coleta, o que possivelmente trouxe um incremento <strong>de</strong>ste nutriente por meio <strong>da</strong> drenagem<br />

<strong>de</strong> áreas urbanas e agrícolas.<br />

0,16<br />

0,14<br />

0,12<br />

FÓSFORO mg/L<br />

0,10<br />

0,08<br />

0,06<br />

0,04<br />

0,02<br />

0,00<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

CONAMA nº 357/05<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 7 – VALORES OBSERVADOS PARA FÓSFORO<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />

variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> fósforo, enquanto os pontos P3 e P4<br />

apresentaram as menores variações. Em relação às médias observa<strong>da</strong>s, os pontos P1 e P5<br />

apresentaram as maiores médias, com ocorrência <strong>de</strong> violação <strong>do</strong>s valores estabeleci<strong>do</strong>s pela<br />

Resolução CONAMA nº 357/05 para fósforo. Observa-se que o ponto P3, por sua<br />

característica <strong>de</strong> ambiente intermediário, apresentou violações aos limites estabeleci<strong>do</strong>s em<br />

to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s. Desta forma, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s são, em or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento, P3, P5 e P1.<br />

5.1.2.6. Nitrito<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 1 mg/L <strong>de</strong> Nitrito<br />

para rios pertencentes à Classe 2.<br />

O nitrito é o ânion <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> nitroso, que é muito solúvel em água. O nitrito<br />

aparece em uma fase intermediária natural na oxi<strong>da</strong>ção microbiana <strong>do</strong> nitrato, e via <strong>de</strong><br />

regra, o nitrito forma<strong>do</strong> é imediatamente oxi<strong>da</strong><strong>do</strong> para a forma <strong>de</strong> nitrato (FATMA, 1999


63<br />

cita<strong>do</strong> por IAP, 2005). O Nitrito é uma <strong>da</strong>s formas oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>do</strong> Nitrogênio, e <strong>de</strong>sta forma<br />

representa que as <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos encontram-se distantes (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.8 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Nitrito.<br />

0,45<br />

0,40<br />

NITRITO (N-NO - 2 mg/L)<br />

0,35<br />

0,30<br />

0,25<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0,00<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 8 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRITO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.8 permite observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />

menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores<br />

concentrações ocorreram para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e para o ponto P2, na<br />

coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), para o ponto P2,<br />

relativo à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, observa-se uma diminuição <strong>da</strong> vazão, em comparação com<br />

os meses <strong>de</strong> junho e novembro. Desta forma, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Nitrito neste<br />

ponto po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> à diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>. No entanto, como já<br />

observa<strong>do</strong> em outros parâmetros analisa<strong>do</strong>s, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Nitrito para o<br />

ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, foi acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> um aumento <strong>da</strong> vazão para este<br />

mesmo mês, em comparação com os meses <strong>de</strong> março e maio. Desta forma, é possível que<br />

este aumento esteja relaciona<strong>do</strong> ao aporte <strong>de</strong> nutrientes por escoamento superficial.<br />

Observa-se também que para o ponto P3, as concentrações <strong>de</strong> nitrito, variaram <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com as oscilações <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, situação que não foi observa<strong>da</strong> para a<br />

maioria <strong>da</strong>s coletas <strong>do</strong>s outros pontos amostrais.


64<br />

De acor<strong>do</strong> com a análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s, o ponto P2 apresentou a maior variação<br />

entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrito, enquanto o ponto P4 apresentou a menor<br />

variação. Em relação às médias, o ponto P4 apresentou a menor média, e o ponto P2, a<br />

maior. Observa-se que não ocorreu nenhuma violação <strong>do</strong> limite máximo estipula<strong>do</strong> pela<br />

Resolução CONAMA nº 357/05, porém, a análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s nos permite <strong>de</strong>duzir<br />

que o ponto mais comprometi<strong>do</strong> foi P2, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alta <strong>de</strong> concentração verifica<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong><br />

julho, que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos a montante <strong>do</strong> ponto<br />

P2, em locais mais distantes.<br />

5.1.2.7. Nitrato<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 10 mg/L <strong>de</strong> Nitrato<br />

para rios pertencentes à Classe 2.<br />

Nitrato é o ânion <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> nítrico, e é muito solúvel em água. Nos corpos<br />

d’água geralmente estão presentes em concentrações mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />

principais fontes <strong>de</strong> poluição por nitratos são os adubos incorpora<strong>do</strong>s ao solo para<br />

finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas, e efluentes <strong>de</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto (FATMA, 1999 cita<strong>do</strong><br />

por IAP, 2005).<br />

O Nitrato é uma <strong>da</strong>s formas oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>do</strong> Nitrogênio e, <strong>de</strong>sta forma, representa que as<br />

<strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos se encontram distantes (CETESB, 2009).<br />

A Figura 5.9 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Nitrato.<br />

Da análise <strong>da</strong> Figura 5.9 é possível observar que o ponto P4 apresentou a menor<br />

concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores concentrações<br />

ocorreram nos pontos P1 e P2, <strong>de</strong> maneira pre<strong>do</strong>minante. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />

(Tabela 5.1), nota-se que para o ponto P5, nos meses <strong>de</strong> abril e julho, e para o ponto P2, no<br />

mês <strong>de</strong> julho, as vazões possuem baixos valores, e como resposta ocorre um <strong>de</strong>caimento <strong>da</strong>s<br />

concentrações <strong>de</strong> Nitrato nestes meses. A diminuição <strong>da</strong>s concentrações observa<strong>da</strong>s po<strong>de</strong><br />

estar relaciona<strong>da</strong> a uma diminuição <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong>ste nutriente por meio <strong>do</strong> escoamento<br />

superficial.


65<br />

1,00<br />

0,90<br />

NITRATO (N-NO - 3 mg /L)<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0,00<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

14 <strong>de</strong><br />

maio<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

FIGURA 5. 9 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRATO<br />

Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi a relação entre as concentrações <strong>de</strong> Nitrato e as<br />

concentrações <strong>de</strong> OD, que variaram <strong>de</strong> maneira diretamente proporcional em função <strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> OD para os pontos P1, P4 e P5.<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />

variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrato, enquanto o ponto P1 apresentou a<br />

menor variação. Em relação às médias, o ponto P4 foi o que apresentou a menor média <strong>de</strong><br />

concentração com 0,20 mg/L, e o ponto P1 a maior média com 0,83 mg/L. A análise <strong>do</strong>s<br />

valores obti<strong>do</strong>s, com relação ao limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05,<br />

permite <strong>de</strong>duzir que nenhum ponto amostral, durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, esteve<br />

comprometi<strong>do</strong> em relação a este parâmetro.<br />

5.1.2.8. Turbi<strong>de</strong>z<br />

A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 100 NTU para<br />

Turbi<strong>de</strong>z em rios pertencentes à Classe 2.<br />

A Turbi<strong>de</strong>z é a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> atenuação <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> que um feixe <strong>de</strong> luz sofre<br />

ao atravessar uma amostra <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em suspensão, como<br />

partículas inorgânicas (areia, silte, argila), <strong>de</strong>tritos orgânicos, algas, bactérias, entre outros.<br />

Os principais influentes para a turbi<strong>de</strong>z ocorrem por meio <strong>da</strong> erosão <strong>da</strong>s margens <strong>do</strong>s rios


66<br />

em estações chuvosas, esgotos sanitários e efluentes industriais (CETESB, 2009). A turbi<strong>de</strong>z<br />

representa, <strong>de</strong> forma indireta, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em suspensão presentes no corpo<br />

hídrico.<br />

A Figura 5.10 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Turbi<strong>de</strong>z.<br />

180<br />

160<br />

140<br />

TURBIDEZ (NTU)<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

19 <strong>de</strong><br />

março<br />

14 <strong>de</strong><br />

abril<br />

11 <strong>de</strong><br />

junho<br />

14 <strong>de</strong><br />

julho<br />

06 <strong>de</strong><br />

novembro<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

CONAMA nº 357/05<br />

FIGURA 5. 10 – VALORES OBSERVADOS DE TURBIDEZ<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.10 permite observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />

menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores<br />

concentrações ocorreram nos pontos P1 e P2 para a coleta <strong>de</strong> 14/04. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), observa-se que para o ponto P1, relativo à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, foi<br />

registra<strong>da</strong> a maior vazão <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral, o que provavelmente também ocorreu<br />

com o ponto P2 a jusante, no entanto, para este mês a vazão não foi observa<strong>da</strong> em P2.<br />

Observa-se um aumento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> Turbi<strong>de</strong>z para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> novembro,<br />

para os pontos P1 e P2, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que também é verifica<strong>do</strong>, para o mês <strong>de</strong> novembro, a<br />

maior vazão observa<strong>da</strong> <strong>do</strong> ponto P2 em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral, o que provavelmente teria<br />

si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> para o ponto P1, caso houvesse leitura <strong>de</strong> vazão para este dia. Desta forma,<br />

é provável que o aumento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> Turbi<strong>de</strong>z tenham relação com o incremento nos<br />

valores <strong>de</strong> vazão, e que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao escoamento superficial ocorreu um aumento <strong>do</strong> teor <strong>de</strong><br />

sóli<strong>do</strong>s em suspensão no corpo hídrico.


67<br />

De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P2 apresentou a maior<br />

variação entre menor e maior valor para Turbi<strong>de</strong>z, enquanto o ponto P4 apresentou a menor<br />

variação. Em relação às médias, o ponto P2 foi o que apresentou a menor média, com 7,50<br />

NTU, e o ponto P2 a maior média com 87,58 NTU. A análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s permite<br />

<strong>de</strong>duzir que os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram P1 e P2, possivelmente por estes pontos<br />

receberem influência direta <strong>da</strong>s áreas localiza<strong>da</strong>s a montante, pois os pontos P3, P4 e P5<br />

localizam-se em locais que são influencia<strong>do</strong>s por zonas <strong>de</strong> amortecimento, que<br />

proporcionam sedimentação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s presentes na água.<br />

5.1.3. Síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

A síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> com base nas violações <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

parâmetros em relação aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05. A<br />

Tabela 5.6 apresenta o quadro <strong>de</strong> violações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ponto amostral, sen<strong>do</strong>, portan<strong>do</strong>,<br />

estabeleci<strong>da</strong>s as áreas mais comprometi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, em<br />

termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. O porcentual <strong>de</strong> violação foi obti<strong>do</strong> por meio <strong>da</strong> comparação<br />

entre os valores <strong>do</strong>s parâmetros obti<strong>do</strong>s e os valores limites <strong>do</strong>s parâmetros estabeleci<strong>do</strong>s<br />

pela Resolução CONAMA nº 357, <strong>de</strong>sta forma, foi calcula<strong>da</strong> a porcentagem total obti<strong>da</strong><br />

acima <strong>de</strong>ste limite para ca<strong>da</strong> parâmetro.<br />

TABELA 5. 6 – QUADRO DE VIOLAÇÕES<br />

Quadro <strong>de</strong> violações<br />

Pontos <strong>de</strong> amostragem Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº violações % violação*<br />

20<br />

DBO 5 2 9,0<br />

P1<br />

OD 1 19,6<br />

Fósforo Total 2 15,0<br />

Turbi<strong>de</strong>z 1 108,0<br />

20<br />

DBO 5 1 19,8<br />

P2<br />

OD 1 14,4<br />

Turbi<strong>de</strong>z 1 288,0<br />

P3<br />

OD 2 10,8<br />

Fósforo Total 4 100,0<br />

P4 OD 2 22,8<br />

20<br />

DBO 5 1 50,4<br />

P5<br />

OD 6 48,6<br />

Fósforo Total 3 26,7<br />

*% <strong>da</strong> violação observa<strong>da</strong> acima <strong>do</strong> valor estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05


68<br />

De acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações observa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> parâmetro, os pontos<br />

amostrais foram caracteriza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> o grau crescente <strong>de</strong> comprometimento: P4, P3, P2,<br />

P1, e P5.<br />

O ponto P4 apresentou-se como o menos comprometi<strong>do</strong>, característica <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

principalmente por encontrar-se logo a jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, que acaba<br />

servin<strong>do</strong> como área <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> poluentes e <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s. A redução <strong>da</strong>s<br />

concentrações <strong>do</strong>s parâmetros neste ponto, em comparação com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para o<br />

ponto P3, foi observa<strong>da</strong> principalmente para os parâmetros DQO, DBO 20 5 , Fósforo, Nitrito,<br />

Nitrato e Turbi<strong>de</strong>z (Figuras 5.2, 5.3, 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10). Desta forma, a água libera<strong>da</strong> pela<br />

represa, retorna ao curso normal <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> com melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O ponto P3, localiza<strong>do</strong> no local <strong>de</strong> maior aporte <strong>de</strong> água para a Represa <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o terceiro ponto mais comprometi<strong>do</strong>, conforme o número <strong>de</strong><br />

violações observa<strong>da</strong>s. Em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, o ponto P3 apresentou violação <strong>de</strong><br />

Fósforo para ambientes intermediários, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os limites estabeleci<strong>do</strong>s pela<br />

Resolução CONAMA nº 357/05, situação preocupante, pois indica gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

eutrofização <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s corroboram com o<br />

estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Coquemala (2005) e com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> IAP e SUDERHSA, que<br />

i<strong>de</strong>ntificaram o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> trofia <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> como eutrófico.<br />

O ponto P2, localiza<strong>do</strong> a jusante <strong>da</strong> BR-277, apresentou-se como o segun<strong>do</strong> ponto<br />

menos comprometi<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações. As violações obti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

parâmetros DBO 20 5 e Turbi<strong>de</strong>z referem-se à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, que apresentou a maior<br />

vazão durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral para o ponto a montante P1, o que indica aporte <strong>de</strong><br />

carga orgânica. Para o mês <strong>de</strong> março não foi obti<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> vazão para o dia <strong>de</strong> coleta, no<br />

entanto, o ponto P1, localiza<strong>do</strong> a montante, apresentou a menor vazão observa<strong>da</strong> em to<strong>do</strong><br />

o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem. Esta baixa vazão observa<strong>da</strong>, juntamente com a influência <strong>da</strong><br />

temperatura <strong>da</strong> água nesta coleta, provavelmente influenciaram para a violação <strong>de</strong> OD<br />

apresenta<strong>da</strong>.<br />

Em função <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para o ponto P1, localiza<strong>do</strong> mais a montante <strong>da</strong><br />

<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, este foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> ponto mais<br />

comprometi<strong>do</strong> <strong>da</strong> bacia. Para este ponto ocorreram violações em praticamente to<strong>da</strong>s as


69<br />

coletas realiza<strong>da</strong>s, com exceção <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho. A violação relativa à DBO 20 5 para<br />

o mês <strong>de</strong> maio, e <strong>de</strong> Fósforo para o mês <strong>de</strong> julho, ocorreram em coletas que obtiveram<br />

baixos valores <strong>de</strong> vazão, <strong>de</strong>sta forma, é possível que a diminuição <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água tenha<br />

aumenta<strong>do</strong> a concentração <strong>de</strong>stes parâmetros. A violação relativa à concentração <strong>de</strong> OD,<br />

observa<strong>da</strong> na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, ocorreu com valores <strong>de</strong> baixa vazão também, o que<br />

po<strong>de</strong> ter aumenta<strong>do</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por oxigênio no corpo hídrico causan<strong>do</strong> a diminuição <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> OD.<br />

No entanto, foram verifica<strong>da</strong>s violações em coletas com altos valores <strong>de</strong> vazão, como<br />

na violação <strong>da</strong> DBO 20 5 e <strong>da</strong> Turbi<strong>de</strong>z, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e <strong>de</strong> Fósforo, para a<br />

coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> Novembro. É possível que o incremento <strong>da</strong> vazão, por meio <strong>do</strong><br />

escoamento superficial, possa ter carrea<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes e material<br />

orgânico, e assim influencia<strong>do</strong> para a ocorrência <strong>da</strong>s violações.<br />

Por fim, o ponto P5 foi caracteriza<strong>do</strong> como o ponto mais comprometi<strong>do</strong>. O ponto P5<br />

apresentou violação <strong>do</strong> parâmetro OD em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, situação<br />

possivelmente influencia<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico que se reflete nas violações<br />

observa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> DBO 20 5 , para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e <strong>de</strong> Fósforo, para as coletas <strong>do</strong>s meses<br />

<strong>de</strong> junho, julho e novembro. Apesar <strong>de</strong> não ocorrer violação <strong>do</strong> parâmetro Nitrogênio<br />

Amoniacal, foram observa<strong>da</strong>s alterações relevantes nas concentrações <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril,<br />

julho e novembro, característica que indica a influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>mésticos no rio<br />

<strong>Passauna</strong>.<br />

A Figura 5.11 apresenta o quadro <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong>s pontos<br />

amostrais analisa<strong>do</strong>s.<br />

Ponto 4 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 5<br />

OD (2)* DBO (1) OD (2) DBO (2) DBO (1)<br />

OD (1) Fósforo Total (4) OD (1) OD (6)<br />

Turbi<strong>de</strong>z (1) Fósforo Total (2) Fósforo Total (3)<br />

Turbi<strong>de</strong>z (1)<br />

FIGURA 5. 11 – QUADRO DE COMPROMETIMENTO DOS PONTOS AMOSTRAIS<br />

*número <strong>de</strong> violações <strong>do</strong> parâmetro com base na Resolução CONAMA nº 357/05


70<br />

Em resumo, a análise conjunta <strong>da</strong>s concentrações obti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros, para os<br />

pontos amostrais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, permite afirmar que a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

apresenta baixo grau <strong>de</strong> poluição, com maior comprometimento <strong>do</strong>s pontos amostrais P1,<br />

P5 e P3.


71<br />

5.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo<br />

A análise <strong>do</strong>s cinco estu<strong>do</strong>s (DIAS, 1997; SAUNITTI, 2003; XAVIER, 2005; SOUZA, 2007;<br />

TAMANINI, 2008) relaciona<strong>do</strong>s ao uso e ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, juntamente com a espacialização <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> bacia por<br />

meio <strong>de</strong> fotografias aéreas <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2000, forneceu subsídios para a caracterização <strong>da</strong>s<br />

principais influências quanto às violações observa<strong>da</strong>s sobre os limites estabeleci<strong>do</strong>s para os<br />

parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água referencia<strong>do</strong>s na Resolução CONAMA nº 357/05 (Tabela<br />

5.6).<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Dias (1997) apresentou resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> relação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong><br />

solo com os sistemas aquáticos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que este estu<strong>do</strong> é o único, entre os cinco estu<strong>do</strong>s<br />

utiliza<strong>do</strong>s, que englobou análises relativas às áreas <strong>do</strong>s cinco pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> água a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por esta pesquisa. O estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Saunitti (2003) i<strong>de</strong>ntificou as<br />

influências existentes para a erosão e o assoreamento na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />

e as conseqüências para o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Este estu<strong>do</strong> englobou analises relativas<br />

às áreas <strong>do</strong>s pontos P1, P2, P3 e P4. Por outro la<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Xavier (2005)<br />

analisou a influência <strong>da</strong>s características geomorfológicas e <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo sobre<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> potencial <strong>de</strong><br />

eutrofização <strong>do</strong> reservatório. Este estu<strong>do</strong> englobou análises relativas às áreas <strong>do</strong>s pontos P1,<br />

P2, P3 e P4.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Souza (2007) i<strong>de</strong>ntificou as incongruências existentes na<br />

bacia relaciona<strong>da</strong>s ao uso <strong>do</strong> solo, com base na legislação vigente. Este estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong><br />

somente na área <strong>da</strong> APA <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> pertencente ao município <strong>de</strong> Curitiba, e englobou<br />

análises relativas às áreas <strong>do</strong>s pontos P1, P2, P3 e P4 pertencentes à margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

rio <strong>Passauna</strong>.<br />

Por fim, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Tamanini (2008) teve como objetivo realizar um<br />

diagnóstico físico-ambiental para <strong>de</strong>terminar a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente no baixo<br />

curso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com base nas diferentes formas <strong>de</strong> uso e<br />

ocupação <strong>do</strong> solo. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> englobou análises relativas ao ponto P5, localiza<strong>do</strong><br />

no município <strong>de</strong> Araucária.


72<br />

5.2.1. A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

O uso e ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composto por 9<br />

grupos principais, que são: agricultura, mineração, indústrias, área urbaniza<strong>da</strong>, campos ou<br />

áreas antropiza<strong>da</strong>s, floresta em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração, floresta em estágio médio ou<br />

avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, área <strong>de</strong> reflorestamento e vegetação <strong>de</strong> várzea. A análise <strong>da</strong><br />

Figura 5.12 permite observar que o alto curso <strong>da</strong> bacia é composto principalmente por áreas<br />

<strong>de</strong> agricultura, áreas <strong>de</strong> florestas (estágio inicial, médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração e<br />

reflorestamento) e por áreas urbanas, enquanto o médio curso é composto principalmente<br />

por áreas <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração e por áreas urbanas, e<br />

o baixo curso <strong>da</strong> bacia por áreas <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração,<br />

áreas urbanas, campos ou áreas antropiza<strong>da</strong>s e por agricultura.<br />

FIGURA 5. 12 – MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA


73<br />

Nas campanhas realiza<strong>da</strong>s para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> água, observou-se que os<br />

pontos P1 e P2 apresentaram, em praticamente to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, coloração <strong>de</strong><br />

“água barrenta”, enquanto no ponto P3 esta coloração apresentou-se mais bran<strong>da</strong>, o que<br />

possivelmente ocorre pela sedimentação causa<strong>da</strong> na área em que se inicia a formação <strong>do</strong><br />

Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P3. Observou-se também que,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, os pontos P1, P2 e P3 apresentaram características distintas <strong>do</strong>s pontos P4 e<br />

P5, quanto à transparência <strong>da</strong> água, característica observa<strong>da</strong> para os valores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z<br />

obti<strong>do</strong>s, apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 5.10. Na maioria <strong>da</strong>s coletas realiza<strong>da</strong>s (março, maio,<br />

junho e julho), os pontos P4 e P5 apresentaram valores mais baixos <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z, em<br />

comparação com os pontos P1, P2 e P3.<br />

Para as coletas referentes aos meses <strong>de</strong> abril, julho e novembro, os valores <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z para o ponto P3, em comparação com os pontos P1 e P2 foram<br />

menores ou iguais, o que mostra a influência <strong>da</strong> área inicial <strong>do</strong> reservatório quanto à<br />

sedimentação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s e <strong>da</strong>s partículas presentes na água. No entanto, nas coletas <strong>do</strong>s<br />

meses <strong>de</strong> março, maio e junho os valores para o ponto P3 foram maiores <strong>do</strong> que os<br />

apresenta<strong>do</strong>s pelo ponto P1 e/ou pelo ponto P2, situação que, ao contrário <strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong><br />

anteriormente, coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver contribuições consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong><br />

sóli<strong>do</strong>s e partículas entre os pontos P3 e P2, ou então, a ocorrência <strong>de</strong> situações que<br />

promovam uma recirculação e suspensão <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s e partículas sedimenta<strong>da</strong>s, por meio <strong>de</strong><br />

influência <strong>do</strong> vento, por exemplo, <strong>da</strong> circulação interna <strong>de</strong> água <strong>do</strong> reservatório, ou <strong>da</strong><br />

estratificação térmica.<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composta, principalmente, por rochas<br />

metamórficas representa<strong>da</strong>s pelo Complexo Gnáissico-Migmatítico, rochas ígneas, que<br />

ocupam 70% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia, e também apresenta <strong>de</strong>pósitos sedimentares típicos <strong>de</strong><br />

ambientes fluviais nas áreas próximas aos rios e ao reservatório, característica que facilita a<br />

exportação <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes (DIAS, 1997; XAVIER, 2005). A geologia é fator<br />

importante na exportação <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes para o ecossistema aquático, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que a geologia sedimentar exporta mais nutrientes e sedimentos que a ígnea<br />

(JOLANKAI, 1983 cita<strong>do</strong> por DIAS, 1997).


74<br />

Desta forma, observa-se que a composição geológica <strong>da</strong> bacia exerce influência sobre<br />

a exportação <strong>de</strong> sedimentos, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>pósitos sedimentares, localiza<strong>do</strong>s<br />

próximos ao rio e ao reservatório. Devi<strong>do</strong> à forma alonga<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia e ao posicionamento <strong>do</strong><br />

reservatório, que ocupa as áreas pertencentes ao médio e ao baixo curso <strong>da</strong> bacia, observase<br />

maior pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> maiores valores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z para os pontos localiza<strong>do</strong>s a<br />

montante <strong>do</strong> reservatório, que são P1, P2 e P3. Fator também influente é a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que<br />

segun<strong>do</strong> Xavier (2005), ocorre em condições iguais ou superiores a 20% na maior parte <strong>da</strong><br />

bacia, condição que torna a área altamente suscetível à erosão em áreas sem proteção<br />

vegetal.<br />

De acor<strong>do</strong> com Dias (1997), existem impactos relaciona<strong>do</strong>s à concentração <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s<br />

suspensos provenientes <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> drenagem sobre a transparência <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong> bacia, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que as partículas transporta<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m comprometer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas e fertilizantes e, também, provocar o assoreamento <strong>do</strong><br />

reservatório, com a diminuição <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> útil.<br />

As saí<strong>da</strong>s a campo para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> água e para a realização <strong>da</strong>s<br />

entrevistas permitiram a observação <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> ocupações urbanas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> ao<br />

longo <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em áreas próximas aos pontos P1 e P5. Observou-se que<br />

próximo ao ponto P1 ocorreu supressão <strong>da</strong> mata ciliar, situação que oferece maior risco à<br />

erosão e ao assoreamento <strong>do</strong> rio, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao transporte <strong>de</strong> partículas por meio <strong>do</strong><br />

escoamento superficial.<br />

De acor<strong>do</strong> com os tipos <strong>de</strong> solo presentes na bacia, com base na meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Ross<br />

(1994), foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que a área que se encontra às margens <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

possui alta fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua composição pe<strong>do</strong>lógica, não sen<strong>do</strong> indica<strong>da</strong> sua<br />

ocupação por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas. Estas áreas são compostas por Gleyssolos, solos<br />

hidromórficos, <strong>de</strong> textura argilosa que ocorrem em várzeas (XAVIER, 2005; SOUZA, 2007;<br />

SAUNITTI 2003). As áreas <strong>de</strong> alta fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> ocupam, principalmente, as regiões próximas ao<br />

reservatório e aos vales <strong>do</strong>s rios (SOUZA, 2007), e são ocupa<strong>da</strong>s principalmente por áreas<br />

urbanas nas regiões próximas aos pontos P1, P3 e P5, por aglomera<strong>do</strong>s urbanos, como po<strong>de</strong><br />

ser observa<strong>do</strong> pela Figura 5.12, situação que oferece risco ao excesso <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>


75<br />

sedimentos, e também ao <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos diretamente no leito <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>.<br />

De acor<strong>do</strong> com a Figura 5.12 po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que o uso <strong>do</strong> solo que apresenta maior<br />

pre<strong>do</strong>minância na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é a agricultura, presente<br />

principalmente no alto curso e na margem direita <strong>do</strong> baixo curso, situação que oferece<br />

gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> nutrientes e sóli<strong>do</strong>s, situação preocupante <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eutrofização <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Segun<strong>do</strong> Xavier (2005), entre as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas existentes na bacia, a agricultura é a mais importante e ocupa<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 63 km 2 , <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 214 km 2 .<br />

No estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Dias (1997) foi verifica<strong>do</strong> que os agricultores não a<strong>do</strong>tam<br />

épocas e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> adubos e agroquímicos, fato que dificulta a<br />

realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> manejo para as principais culturas pratica<strong>da</strong>s na bacia que são batata,<br />

feijão e milho. Esta autora também observou que os agricultores apresentaram baixo<br />

conhecimento e conscientização a respeito <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> solo, como controle <strong>de</strong><br />

erosão e uso correto <strong>de</strong> fertilizantes, que caso fossem realiza<strong>da</strong>s permitiriam a minimização<br />

<strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes para os recursos hídricos.<br />

A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> abriga parte <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pólos industriais, a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Industrial <strong>de</strong> Curitiba (CIC) e a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial <strong>de</strong> Araucária (CIAR). As indústrias licencia<strong>da</strong>s<br />

na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> não apresentam maiores problemas, por serem em pequeno número e<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos sistemas <strong>de</strong> controle ambiental que possuem. As principais indústrias presentes<br />

na bacia são: Indústria <strong>de</strong> Papelão Hoerlle, Farinheira Lunar<strong>do</strong>n, Volvo <strong>do</strong> Brasil, Frigorífico<br />

Belpala<strong>da</strong>r, Abate<strong>do</strong>uro Campo Novo, Ouroplast e Frigorífico Bacacheri (XAVIER, 2005 e<br />

DIAS, 1997).<br />

No entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s para a relação entre DQO/DBO 20 5 ,<br />

apresenta<strong>do</strong>s pela Tabela 5.3, é possível que tenha ocorri<strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong> efluentes<br />

industriais no rio <strong>Passauna</strong>, pois foram observa<strong>do</strong>s valores próximos e maiores <strong>do</strong> que 4 na<br />

relação DQO/DBO 20 5 , característica que indica a presença <strong>de</strong> resíduos industriais<br />

recalcitrantes, ou seja, que apresentam difícil bio<strong>de</strong>grabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os altos valores obti<strong>do</strong>s foram observa<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong>s os pontos amostrais e,<br />

principalmente, nas coletas realiza<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> julho e novembro, em que


76<br />

praticamente to<strong>do</strong>s os pontos apresentaram valores acima <strong>de</strong> 4. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

vazão na Tabela 5.1, observa-se que os altos valores verifica<strong>do</strong>s ocorrem em função <strong>de</strong> altas<br />

e baixas vazões.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.12 permite observar que os pontos P1, P3 e P5 estão localiza<strong>do</strong>s<br />

próximos a núcleos urbanos, o que confere a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgoto<br />

<strong>do</strong>méstico no rio <strong>Passauna</strong> nas áreas que não possuem esgotamento sanitário. Esta<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é em parte <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> pelas violações, para os pontos P1, P3 e P5, aos<br />

limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05, para os parâmetros <strong>de</strong> Fósforo<br />

Total e Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>. Como coloca<strong>do</strong> anteriormente, o Fósforo Total é um indica<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> poluição por esgotos <strong>do</strong>mésticos, enquanto as violações <strong>de</strong> OD mostram que ocorreram<br />

processos <strong>de</strong> consumo excessivo <strong>de</strong> oxigênio <strong>do</strong> corpo hídrico, provavelmente pelo excesso<br />

<strong>de</strong> matéria orgânica presente na água, característica que sozinha não indica poluição por<br />

esgotos <strong>do</strong>mésticos. No entanto, a associação entre as violações <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>is parâmetros<br />

mostra que existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s violações estarem ocorren<strong>do</strong> em função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares.<br />

De acor<strong>do</strong> com a SANEPAR (2004), 25,97% <strong>do</strong>s esgotos gera<strong>do</strong>s na bacia são<br />

coleta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> reservatório, porcentagem referente aos municípios <strong>de</strong> Curitiba,<br />

Campo Largo e Campo Magro, pois nos municípios <strong>de</strong> Araucária e Almirante Taman<strong>da</strong>ré não<br />

existem ligações <strong>de</strong> esgoto (XAVIER, 2005). Os núcleos urbanos apresentam-se em razoável<br />

expansão, e a bacia possui ocupações urbanas irregulares que trazem preocupações em se<br />

tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> manancial (SAUNITTI, 2003). As violações observa<strong>da</strong>s para os pontos<br />

amostrais que possuem proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com núcleos urbanos, mostram que existe pressão<br />

<strong>de</strong>stas áreas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

5.2.2. Área P1<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P1<br />

permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05 para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />

Além <strong>do</strong>s usos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> Dias (1997), neste trecho encontra-se o antigo Lixão<br />

<strong>da</strong> Lamenha Pequena, que está <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> e situa-se na porção nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong>


77<br />

<strong>Passauna</strong>, a aproxima<strong>da</strong>mente 150 m <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situação que oferece risco <strong>de</strong><br />

contaminação <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio, e consequentemente <strong>da</strong> água <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

Observa-se que o ponto P1 encontra-se logo a jusante <strong>de</strong> uma área urbana<br />

<strong>do</strong>miciliar, o que confere gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos.<br />

Outra característica verifica<strong>da</strong> foi que, apesar <strong>de</strong> existir gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas<br />

ocupa<strong>da</strong>s por florestas (floresta em estágio inicial, médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, e<br />

áreas <strong>de</strong> reflorestamento), também ocorre gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> áreas agrícolas,<br />

principalmente na margem direita <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, o que também po<strong>de</strong> influenciar para o<br />

aporte <strong>de</strong> nutrientes e sedimentos no corpo d’água.<br />

A Tabela 5.7 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P1, conforme os limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

TABELA 5. 7 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P1<br />

Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P1<br />

Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />

DBO 2 9,0<br />

OD 1 19,6<br />

Fósforo Total 2 15,0<br />

Turbi<strong>de</strong>z 1 108,0<br />

A análise <strong>da</strong> Tabela 5.7 permite <strong>de</strong>duzir que apesar <strong>de</strong> ocorrerem violações neste<br />

ponto, estas não foram muito significativas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à porcentagem observa<strong>da</strong> acima <strong>do</strong> valor<br />

limite estabeleci<strong>do</strong> pela legislação, com exceção <strong>do</strong> parâmetro Turbi<strong>de</strong>z, que apresenta<br />

violação com valores 108% acima <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

No entanto, esta violação foi observa<strong>da</strong> na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, para a qual foi registra<strong>da</strong><br />

a maior vazão entre to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, o que mostra que possivelmente apenas<br />

ocorram violações <strong>de</strong>ste parâmetro em eventos climáticos com precipitação mais intensa.<br />

As violações referentes aos parâmetros DBO, OD e Fósforo Total, indicam a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares, pois os aumentos em termos <strong>de</strong> DBO no<br />

corpo hídrico são provoca<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem pre<strong>do</strong>minantemente orgânica,<br />

principalmente relaciona<strong>do</strong>s a esgotos <strong>do</strong>miciliares, enquanto a presença <strong>de</strong> Fósforo Total<br />

também relaciona-se a este tipo <strong>de</strong> influência. Nas diversas visitas a campo realiza<strong>da</strong>s para


78<br />

coleta <strong>de</strong> água, e posteriormente para a aplicação <strong>do</strong> questionário, foi observa<strong>da</strong> a presença<br />

<strong>de</strong> invasões às margens <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> no bairro localiza<strong>do</strong> a montante <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> coleta<br />

<strong>de</strong> água.<br />

A violação relaciona<strong>da</strong> à Turbi<strong>de</strong>z esteve relaciona<strong>da</strong> à alta vazão para este ponto,<br />

1,64 m 3 /s (Tabela 5.1), a maior vazão registra<strong>da</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, o que<br />

permite <strong>de</strong>duzir que esta violação ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao escoamento superficial <strong>da</strong>s áreas<br />

urbanas e <strong>da</strong>s áreas agrícolas, o que contribuiu para o aumento <strong>da</strong> turbi<strong>de</strong>z observa<strong>da</strong> no rio<br />

<strong>Passauna</strong>.<br />

Um aspecto que se faz necessário citar foi a alta concentração verifica<strong>da</strong> para DQO<br />

na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril (Figura 5.2), no qual foi registra<strong>da</strong> a maior vazão observa<strong>da</strong> para<br />

este ponto (Tabela 5.1). Uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s verifica<strong>da</strong>s para esta resposta é a influência<br />

<strong>do</strong> lixão <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> <strong>da</strong> Lamenha Pequena na elevação <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO no rio<br />

<strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao vazamento <strong>de</strong> lixivia<strong>do</strong>, efluente caracteriza<strong>do</strong> como recalcitrante.<br />

Conforme coloca Xavier (2005), a montante <strong>do</strong> reservatório encontra-se o antigo lixão <strong>da</strong><br />

Lamenha Pequena, que mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encerra<strong>do</strong> apresenta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

extravasamento <strong>do</strong> lixivia<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>, principalmente em épocas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

5.2.3. Área P2<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P2<br />

permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, o ponto P2 não apresenta proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com nenhuma<br />

área urbana <strong>do</strong>miciliar, no entanto verifica-se a presença <strong>de</strong> ampla área urbaniza<strong>da</strong> na<br />

margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia. Po<strong>de</strong>-se notar também, a presença, quase que pre<strong>do</strong>minante,<br />

<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> agricultura na margem direita <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, além <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> mineração<br />

localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>do</strong> ponto.<br />

A Tabela 5.8 apresenta os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água viola<strong>do</strong>s para o ponto<br />

P2, conforme a Resolução CONAMA nº 357/05.


79<br />

TABELA 5. 8 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P2<br />

Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P2<br />

Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />

DBO 1 19,8<br />

OD 1 14,4<br />

Turbi<strong>de</strong>z 1 288,0<br />

De acor<strong>do</strong> com as violações obti<strong>da</strong>s para o ponto P2, observa-se que, apesar <strong>de</strong><br />

terem ocorri<strong>do</strong> violações, estas não foram muito significativas, como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong><br />

pelo número <strong>de</strong> vezes que ca<strong>da</strong> parâmetro teve sua concentração viola<strong>da</strong>, e pelo porcentual<br />

viola<strong>do</strong> acima <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05, com exceção <strong>do</strong><br />

parâmetro Turbi<strong>de</strong>z, o qual apresentou violação com valor 288% acima <strong>do</strong> limite<br />

estabeleci<strong>do</strong> pela legislação.<br />

Desta forma, não se observa nenhuma influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, para<br />

este ponto amostral, que <strong>de</strong>termine forte pressão sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nesta região. A<br />

violação observa<strong>da</strong> para o parâmetro Turbi<strong>de</strong>z ocorreu na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, cuja vazão<br />

não foi obti<strong>da</strong>, porém, se verifica<strong>do</strong> o ponto a montante nota-se que a vazão foi a mais alta<br />

registra<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta. Assim, é possível indicar a contribuição <strong>do</strong> escoamento<br />

superficial para a ocorrência <strong>da</strong> violação <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />

As violações para a DBO e Turbi<strong>de</strong>z ocorreram na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, o que indica<br />

que o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por oxigênio po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> pelo alto teor <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s no<br />

corpo hídrico, possivelmente como consequência <strong>do</strong> escoamento superficial <strong>da</strong>s áreas<br />

agrícolas, <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> mineração, ou <strong>da</strong>s áreas urbanas localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>do</strong> ponto P2.<br />

5.2.4. Área P3<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P3<br />

permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

Observa-se que o ponto P3 situa-se próximo a áreas urbaniza<strong>da</strong>s <strong>do</strong>miciliares, o que<br />

confere a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares.<br />

Nota-se a presença <strong>de</strong> indústrias na margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia, além <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> áreas<br />

<strong>de</strong> agricultura na margem direita, porém <strong>de</strong> forma não pre<strong>do</strong>minante. A presença <strong>de</strong> áreas


80<br />

ocupa<strong>da</strong>s por floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração é ampla em ambas as<br />

margens próximas a este ponto.<br />

A Tabela 5.9 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P3, conforme a<br />

Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

TABELA 5. 9 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P3<br />

Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P3<br />

Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />

OD 2 10,8<br />

Fósforo Total 4 100,0<br />

De acor<strong>do</strong> com as violações obti<strong>da</strong>s para o ponto P3, observa-se que a diminuição<br />

<strong>do</strong>s valores <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD no corpo hídrico, po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> ao aporte <strong>de</strong><br />

sedimentos e nutrientes no reservatório, mesmo que não sejam observa<strong>da</strong>s violações<br />

referentes a estas características. Situação que po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sedimentação <strong>do</strong>s<br />

sóli<strong>do</strong>s e nutrientes que chegam à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> represa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a não interferir em<br />

parâmetros como turbi<strong>de</strong>z, no entanto, a carga <strong>de</strong>stes materiais acabam influencian<strong>do</strong> para<br />

uma diminuição <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong> na água.<br />

Em relação ao Fósforo Total, este aparece em águas naturais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> principalmente<br />

às <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos sanitários, em que os <strong>de</strong>tergentes constituem a principal fonte, o<br />

que seria um indicativo <strong>da</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>mésticos em áreas próximas ao ponto P3.<br />

O ponto P3 é caracteriza<strong>do</strong> como ambiente intermediário, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução<br />

CONAMA nº 357/05, possui um valor limite <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> Fósforo Total muito mais<br />

restrito <strong>do</strong> que o estipula<strong>do</strong> para os outros pontos amostrais, caracteriza<strong>do</strong>s como<br />

ambientes lóticos.<br />

Conforme po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 5.7, mesmo apresentan<strong>do</strong> violação para este<br />

parâmetro, o nível <strong>de</strong> concentração registra<strong>do</strong> para o ponto P3 em to<strong>da</strong>s as coletas<br />

realiza<strong>da</strong>s é o segun<strong>do</strong> mais baixo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos amostrais. No entanto, por ser a área<br />

<strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> reservatório, as violações <strong>de</strong> fósforo total trazem gran<strong>de</strong> preocupação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eutrofização <strong>do</strong> reservatório. O Fósforo constitui-se em um <strong>do</strong>s principais<br />

nutrientes para os processos biológicos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, em excesso po<strong>de</strong> conduzir à


81<br />

eutrofização em águas naturais. As violações <strong>de</strong> fósforo total po<strong>de</strong>m ter si<strong>do</strong> influencia<strong>da</strong>s<br />

por <strong>de</strong>spejos urbanos <strong>do</strong>miciliares e/ou por áreas agrícolas localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>de</strong>ste.<br />

5.2.5. Área P4<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P4<br />

permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 5.12, este é um ponto bastante particular entre<br />

to<strong>do</strong>s os pontos amostrais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por esta pesquisa. Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>do</strong> ponto P4<br />

localizar-se logo após o Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e, portanto, apresentar a característica<br />

<strong>de</strong> não sofrer influência direta <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong>s áreas localiza<strong>da</strong>s a montante,<br />

pois o reservatório funciona como um “tanque <strong>de</strong> sedimentação”, promoven<strong>do</strong> a diminuição<br />

<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s na saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> reservatório, além <strong>do</strong>s processos internos <strong>de</strong><br />

auto<strong>de</strong>puração. Desta forma, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água observa<strong>da</strong> no ponto P4 está<br />

intrinsecamente relaciona<strong>da</strong> aos processos biológicos e físico-químicos que ocorrem na<br />

represa, em função <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> carga polui<strong>do</strong>ra e <strong>da</strong>s características internas <strong>da</strong> represa,<br />

aspectos que não são objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

A Tabela 5.10 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P4, conforme a<br />

Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

TABELA 5. 10 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P4<br />

Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P4<br />

Parâmetro viola<strong>do</strong> Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />

OD 2 22,8<br />

De acor<strong>do</strong> com as violações observa<strong>da</strong>s para o ponto P4, observa-se que as duas<br />

violações existentes referem-se ao parâmetro <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> e, portanto, estão<br />

relaciona<strong>da</strong>s aos processos que ocorrem no reservatório, que em função <strong>da</strong> presença <strong>de</strong><br />

nutrientes, matéria orgânica e sóli<strong>do</strong>s, oferece condições para a diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong><br />

OD.


82<br />

5.2.6. Área P5<br />

A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P5<br />

permitiu observar as possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />

estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

Da Figura 5.12 po<strong>de</strong>-se observar que o ponto P5 está localiza<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma área<br />

urbana <strong>do</strong>miciliar o que confere gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por<br />

meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico. Nota-se também que a margem direita <strong>da</strong> bacia é<br />

ocupa<strong>da</strong>, principalmente, por áreas <strong>de</strong> agricultura e <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou<br />

avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, enquanto a margem esquer<strong>da</strong> é ocupa<strong>da</strong> principalmente por<br />

campos ou áreas antropiza<strong>da</strong>s, área urbana e por algumas indústrias.<br />

A Tabela 5.11 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P5, com base na<br />

Resolução CONAMA nº 357/05.<br />

TABELA 5. 11 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P5<br />

Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P5<br />

Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />

DBO 1 50,4<br />

OD 6 48,6<br />

Fósforo Total 3 26,7<br />

De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> violação <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />

apresenta<strong>do</strong>s para o ponto P5, observa-se que existe constante e consi<strong>de</strong>rável poluição no<br />

local, tanto pelo número <strong>de</strong> violações para os parâmetros <strong>de</strong> OD e Fósforo Total, como<br />

também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às porcentagens apresenta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> violação sobre os limites estabeleci<strong>do</strong>s<br />

pela legislação.<br />

As violações referentes às concentrações <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> indicam que o corpo<br />

hídrico está com excesso <strong>de</strong> matéria orgânica, que para ser estabiliza<strong>da</strong> provocou a<br />

diminuição <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD. A violação a este parâmetro ocorreu em to<strong>da</strong>s as coletas<br />

realiza<strong>da</strong>s, porém somente foi verifica<strong>da</strong> uma violação referente à DBO, o que permite<br />

<strong>de</strong>duzir que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica presente foi suficiente para diminuir as<br />

concentrações <strong>de</strong> OD, mas não para elevar a concentração <strong>de</strong> DBO nas 5 cinco coletas que<br />

não ocorreram violação <strong>de</strong>ste parâmetro.


83<br />

As violações em relação às concentrações <strong>de</strong> Fósforo Total permitem supor que<br />

existe influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>mésticos, pelo fato <strong>da</strong> principal fonte <strong>de</strong> fósforo<br />

prover <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes. Porém, efluentes industriais e águas drena<strong>da</strong>s <strong>de</strong> áreas agrícolas e<br />

urbanas também po<strong>de</strong>m provocar a presença excessiva <strong>de</strong> Fósforo em águas naturais, usos<br />

estes que são encontra<strong>do</strong>s no baixo curso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

Cabe salientar que os valores <strong>da</strong>s concentrações observa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal<br />

para este ponto, nas coletas realiza<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> abril, julho e novembro, apresentaram<br />

altos valores <strong>de</strong> concentração frente a to<strong>do</strong>s os outros pontos amostrais, porém não<br />

configuraram em violação aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05,<br />

para este parâmetro. No entanto, a presença <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal é uma indicação <strong>de</strong><br />

poluição recente, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 5.12, observa-se que<br />

existe influência <strong>da</strong>s áreas urbanas <strong>do</strong>miciliares sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> neste<br />

trecho.<br />

Desta forma, o ponto P5 apresentou a situação mais crítica <strong>de</strong> comprometimento <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água entre to<strong>do</strong>s os pontos amostrais analisa<strong>do</strong>s, porém localiza-se em uma<br />

região que não influencia na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situação<br />

que é <strong>de</strong> certa forma benéfica pelo fato <strong>de</strong> não influir na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que é capta<strong>da</strong><br />

para abastecimento público. Apesar <strong>da</strong>s violações observa<strong>da</strong>s, o rio <strong>Passauna</strong>, afluente <strong>do</strong><br />

rio Iguaçu, serve como meio dilui<strong>do</strong>r <strong>da</strong> poluição presente neste último, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos baixos<br />

valores registra<strong>do</strong>s pelos parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para o rio <strong>Passauna</strong>, e pelo alto<br />

grau <strong>de</strong> poluição existente no rio Iguaçu.<br />

5.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res<br />

A análise <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as relações existentes na<br />

<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, foi realiza<strong>da</strong> com base nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio<br />

<strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> 45 questionários, distribuí<strong>do</strong>s nas cinco áreas <strong>de</strong> análise a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s, com 9<br />

mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s por área. A aplicação <strong>do</strong>s questionários, contou com a participação<br />

<strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res voluntários, e foi realiza<strong>da</strong> sempre aos sába<strong>do</strong>s, no intuito <strong>de</strong> possibilitar a<br />

participação <strong>da</strong> maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res possível. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong><br />

questionário foi <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008 a janeiro <strong>de</strong> 2009.


84<br />

5.3.1. Respostas ao questionário<br />

To<strong>da</strong>s as respostas obti<strong>da</strong>s pela aplicação <strong>do</strong>s questionários foram compila<strong>da</strong>s em<br />

planilhas Excel, que foram organiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a área <strong>de</strong> análise. O questionário foi<br />

composto por questões objetivas, que foram compila<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong><br />

respostas para ca<strong>da</strong> alternativa, e por questões abertas, nas quais as respostas foram<br />

compila<strong>da</strong>s em “grupos chave” para a sintetização <strong>da</strong>s respostas.<br />

Nas questões abertas, o mora<strong>do</strong>r entrevista<strong>do</strong> pô<strong>de</strong> citar vários aspectos, o que<br />

explica o fato <strong>de</strong> que em alguns gráficos, na contagem total <strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações para<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto, ou “grupo chave”, a tabulação <strong>da</strong>s respostas atinja algumas vezes<br />

número maior que 9 respostas.<br />

5.3.1.1. Perfil Sócio-econômico<br />

As questões <strong>de</strong> número 1 a 8 abor<strong>da</strong>ram aspectos referentes ao perfil sócioeconômico<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />

A Figura 5.13 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por sexo.<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Masculino<br />

Feminino<br />

FIGURA 5. 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SEXO<br />

Observa-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo feminino sobre o masculino, com 17 homens e<br />

28 mulheres entrevista<strong>da</strong>s no total. Esta pre<strong>do</strong>minância ocorreu em função <strong>da</strong> maior


85<br />

presença <strong>de</strong> mulheres nas casas, nos horários em que as entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s, e <strong>da</strong><br />

maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> pelas mulheres para participação, pois, uma vez que o<br />

casal encontrava-se em casa, na maioria <strong>da</strong>s vezes, quan<strong>do</strong> distante <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> almoço,<br />

era a mulher que se colocava à disposição para a realização <strong>da</strong> entrevista. No entanto,<br />

próximo <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> almoço, pelo fato <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s mulheres respon<strong>de</strong>rem pelas<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>mésticas, o questionário era respondi<strong>do</strong> por homens.<br />

Observou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo feminino em três <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, P2, P4<br />

e P5, com gran<strong>de</strong> diferença apresenta<strong>da</strong> na área P5, com 7 mulheres entrevista<strong>da</strong>s, e na<br />

área P4, em que ocorreu pre<strong>do</strong>minância absoluta <strong>do</strong> sexo feminino sobre o masculino.<br />

Na distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por faixa etária, i<strong>de</strong>ntificou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong><br />

entrevista<strong>do</strong>s na faixa <strong>de</strong> 21 a 40 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> em três <strong>da</strong>s cinco áreas analisa<strong>da</strong>s, e em<br />

menor grau na faixa entre 41 e 60 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os jovens e i<strong>do</strong>sos apresentaram as<br />

menores participações, tanto na análise geral como por área. Na área P5 ocorreu a<br />

distribuição mais equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong> faixa etária <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entre as áreas.<br />

A Figura 5.14 apresenta o tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s no município e o<br />

tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio.<br />

70<br />

60<br />

50<br />

anos<br />

40<br />

30<br />

20<br />

Tempo Residência Domicílio<br />

Tempo Residência Município<br />

10<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 14 – TEMPO DE RESIDÊNCIA NO DOMICÍLIO versus MUNICÍPIO


86<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.14 permite observar que a área P5 possui o maior número <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res com o menor tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio, apresentan<strong>do</strong> uma média <strong>de</strong><br />

4,56 anos, a mais baixa verifica<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas. Em P1 e P4 a média verifica<strong>da</strong> foi <strong>de</strong><br />

10 e 10,56 anos respectivamente, enquanto as áreas P2 e P3 apresentaram médias <strong>de</strong> 18 e<br />

16,78 anos, as mais altas registra<strong>da</strong>s. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s indicam que possivelmente há<br />

uma maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res nas casas localiza<strong>da</strong>s na área P5, situação que ocorre<br />

em menor grau nas outras áreas analisa<strong>da</strong>s. Esta característica po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> a uma<br />

série <strong>de</strong> fatores, como o baixo custo <strong>da</strong>s casas e a falta <strong>de</strong> infra-estrutura na área P5.<br />

Em relação ao tempo <strong>de</strong> residência no município, P4 possui a menor média registra<strong>da</strong><br />

com 13,11 anos; segui<strong>do</strong> por P1 com 14,50; P5 com 16,78; P2 com 23,33 e P3 com 26 anos.<br />

De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s observa-se que apesar <strong>de</strong> haver maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />

na área P5, a mesma situação não ocorre na análise <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> residência no município. As<br />

áreas P2 e P3 permaneceram com as maiores médias verifica<strong>da</strong>s.<br />

Na análise <strong>do</strong> número <strong>de</strong> pessoas por <strong>do</strong>micílio, a observação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s permitiu<br />

verificar que as áreas P2 e P4 apresentaram o maior número <strong>de</strong> pessoas por <strong>do</strong>micílio com<br />

média <strong>de</strong> 5 e 4 mora<strong>do</strong>res respectivamente, segui<strong>do</strong> pelas áreas P1 e P3 que apresentaram o<br />

mesmo índice <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 4 mora<strong>do</strong>res, e pela área P5 que apresentou o menor<br />

índice, com aproxima<strong>da</strong>mente 3 pessoas por <strong>do</strong>micílio.<br />

A Figura 5.15 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.<br />

8<br />

7<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

1 a 2 salários<br />

2 a 4 salários<br />

4 a 8 salários<br />

8 ou mais salários<br />

FIGURA 5. 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FAIXA DE RENDA


87<br />

Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, as áreas P2 e P3 apresentaram o maior número <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res com a menor faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> observa<strong>da</strong>, que é <strong>de</strong> 1 a 2 salários mínimos, ambas<br />

com 3 mora<strong>do</strong>res, enquanto as áreas P1 e P2 apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />

com a maior faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, acima <strong>de</strong> 8 salários mínimos, com 4 e 2 mora<strong>do</strong>res,<br />

respectivamente. O número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que possui ren<strong>da</strong> estima<strong>da</strong> entre 2 a 4 salários<br />

mínimos pre<strong>do</strong>minou na maioria <strong>da</strong>s áreas, principalmente na área P5 que apresentou 7<br />

mora<strong>do</strong>res com ren<strong>da</strong> nesta faixa. Na análise <strong>do</strong> gráfico observa-se que a área com menor<br />

índice sócio-econômico entre os entrevista<strong>do</strong>s é a área P5, que não apresentou mora<strong>do</strong>res<br />

com ren<strong>da</strong> acima <strong>de</strong> 4 salários mínimos. A área P1 apresentou a maior <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as<br />

áreas, com 5 mora<strong>do</strong>res na faixa <strong>de</strong> 1 a 4 salários mínimos, e 4 mora<strong>do</strong>res na faixa <strong>de</strong> 8 ou<br />

mais salários mínimos, enquanto as áreas P3 e P4 apresentaram maior equilíbrio entre as<br />

faixas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, com números próximos <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res distribuí<strong>do</strong>s nas faixas <strong>de</strong> 1 a 8<br />

salários mínimos.<br />

A Figura 5.16 apresenta a característica econômica <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise.<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Área <strong>de</strong> Análise<br />

própria<br />

aluga<strong>da</strong><br />

FIGURA 5. 16 – CARACTERÍSTICA ECONÔMICA DOS DOMICÍLIOS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.16 permite observar que nas áreas P2 e P3 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>m em casa própria, enquanto nas áreas P1 e P5 encontram-se o maior


88<br />

número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s que resi<strong>de</strong>m em casas aluga<strong>da</strong>s, com 4 e 3 mora<strong>do</strong>res,<br />

respectivamente. Esta característica coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res nas áreas P1 e P5, situação verifica<strong>da</strong> pela análise <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res nos <strong>do</strong>micílios, apresenta<strong>da</strong> anteriormente pela Figura 6.14, em que nestas<br />

mesmas áreas, P1 e P5, foram verifica<strong>do</strong>s os menores índices para tempo <strong>de</strong> residência no<br />

<strong>do</strong>micílio, com 4 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, e 5 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, que moram a menos <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>is anos nas residências nas quais encontram-se instala<strong>do</strong>s.<br />

A Figura 5.17 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por grau <strong>de</strong> instrução.<br />

5<br />

4<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

1º g. inc. 1º g.<br />

comp.<br />

2º g.<br />

incomp.<br />

2º g.<br />

comp.<br />

Sup.<br />

Incomp.<br />

Sup.<br />

Comp.<br />

Pós-grad.<br />

Analf.<br />

Nível <strong>de</strong> instrução<br />

FIGURA 5. 17 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR GRAU DE INSTRUÇÃO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.17 permite i<strong>de</strong>ntificar que o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s, 13, apresentou 2º grau completo, segui<strong>do</strong> por 12 mora<strong>do</strong>res com 1º grau<br />

incompleto, 11 mora<strong>do</strong>res com 1º grau completo e 6 mora<strong>do</strong>res com 2º grau incompleto. As<br />

áreas que apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com grau <strong>de</strong> instrução mais eleva<strong>do</strong><br />

foram P1, P2 e P4, com 44,4% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que possuíam 2º grau completo ou mais,<br />

enquanto as áreas P3 e P5 apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com baixo grau <strong>de</strong><br />

instrução, as duas com 66,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que possuíam 1º grau completo ou menos. As


89<br />

duas únicas áreas que apresentaram mora<strong>do</strong>res cursan<strong>do</strong> o nível superior foram as áreas P1<br />

e P4, e não houve ocorrência <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com pós-graduação ou curso superior completo.<br />

Na análise geral, os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram baixo grau <strong>de</strong> instrução,<br />

o que <strong>de</strong> certa forma limita a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> incrementar o nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> apresenta<strong>do</strong><br />

pela Figura 6.15.<br />

5.3.1.2. Visão sobre meio ambiente<br />

A proposta <strong>de</strong>sta questão foi fazer com que os mora<strong>do</strong>res apresentassem elementos<br />

que eles consi<strong>de</strong>ram parte <strong>do</strong> meio ambiente, com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar se a visão <strong>do</strong><br />

mora<strong>do</strong>r sobre o meio ambiente era restrita ou abrangente. Os mora<strong>do</strong>res que fizeram<br />

apenas a indicação <strong>de</strong> elementos <strong>da</strong> natureza, como rios, árvores e animais, por exemplo,<br />

foram caracteriza<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> meio ambiente naturalista e,<br />

portanto mais restrita, pois não consi<strong>de</strong>raram o ser humano como parte <strong>de</strong>ste meio. No<br />

entanto, os mora<strong>do</strong>res que fizeram a indicação <strong>de</strong> elementos naturais, juntamente com a<br />

indicação <strong>do</strong> ser humano e <strong>de</strong> elementos antropogênicos, foram caracteriza<strong>do</strong>s como<br />

<strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> meio ambiente mais abrangente, não relaciona<strong>da</strong> somente a<br />

aspectos naturais, mas que i<strong>de</strong>ntifica o ser humano como parte integrante e modifica<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong>ste meio.<br />

A Figura 5.18 apresenta a relação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senhos realiza<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise e sua<br />

classificação quanto à visão <strong>de</strong> meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

5<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

naturalista<br />

abrangente<br />

FIGURA 5. 18 – DESENHOS REALIZADOS POR ÁREA DE ANÁLISE


90<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.18 permite observar que apenas 11 mora<strong>do</strong>res optaram por<br />

<strong>de</strong>senhar, sen<strong>do</strong> muitas vezes apresenta<strong>da</strong> a justificativa <strong>de</strong> que não era possível fazê-lo,<br />

pois não havia habili<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal para executar o <strong>de</strong>senho. Observa-se que apenas 3<br />

mora<strong>do</strong>res apresentaram uma visão abrangente sobre meio ambiente, enquanto o restante<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res se limitaram a <strong>de</strong>senhar aspectos estritamente naturais.<br />

A Figura 5.19 apresenta a relação <strong>da</strong>s citações realiza<strong>da</strong>s por área <strong>de</strong> análise e sua<br />

classificação quanto a visão <strong>de</strong> meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

naturalista<br />

abrangente<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 19 – CITAÇÕES REALIZADAS POR ÁREA DE ANÁLISE<br />

Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> pela Figura 5.19, as áreas P4 e P5 apresentaram o maior<br />

número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s que citaram questões vincula<strong>da</strong>s a uma visão abrangente sobre o<br />

meio ambiente, ambas as áreas com 3 mora<strong>do</strong>res ca<strong>da</strong>, enquanto a visão restrita, com a<br />

indicação <strong>de</strong> aspectos estritamente naturalistas, prevaleceu nas áreas P1, P2 e P3.<br />

A análise geral <strong>da</strong>s respostas permite observar que a área P4 apresentou o maior<br />

número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, 4 entre os 9 entrevista<strong>do</strong>s, que estabeleceram relações mais<br />

abrangentes, segui<strong>do</strong> pela área P5 com 3 mora<strong>do</strong>res, P2 e P3 com 2 mora<strong>do</strong>res, e por último<br />

P1 com apenas 1 mora<strong>do</strong>r.


91<br />

5.3.1.3. Questões gerais<br />

As questões <strong>de</strong> número 10 a 37 abor<strong>da</strong>ram diversos temas relaciona<strong>do</strong>s a meio<br />

ambiente, gestão <strong>de</strong> bacias hidrográficas, problemática ambiental, ação pessoal em prol <strong>do</strong><br />

meio ambiente e percepção ambiental.<br />

A Figura 5.20 apresenta as respostas à pergunta “Você se preocupa com problemas<br />

ambientais? Por que?”.<br />

10<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Sim<br />

Não<br />

FIGURA 5. 20 – PREOCUPAÇÃO DOS MORADORES QUANTO AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.20 permite i<strong>de</strong>ntificar que somente as áreas P2 e P5<br />

apresentaram mora<strong>do</strong>res que disseram não se importar com problemas ambientais,<br />

totalizan<strong>do</strong> apenas 2 mora<strong>do</strong>res. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s mostram como a questão<br />

ambiental parece estar difundi<strong>da</strong> entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, e <strong>de</strong> como,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> visão existente sobre meio ambiente, existe o reconhecimento por parte<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um ambiente equilibra<strong>do</strong>. Um aspecto que<br />

provavelmente está relaciona<strong>do</strong> ao eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram sim é a<br />

divulgação massiva pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>da</strong> problemática ambiental, principalmente<br />

a relaciona<strong>da</strong> ao “aquecimento global”.<br />

A Figura 5.21 apresenta quais foram as razões cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para a<br />

preocupação apresenta<strong>da</strong> na questão anterior.


92<br />

nº entrevista<strong>do</strong>s<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

consequências às populações<br />

problemas ambientais<br />

outros<br />

não sabe<br />

não respon<strong>de</strong>u<br />

FIGURA 5. 21 – RAZÕES DAS PREOCUPAÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.21 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 53,3%,<br />

afirmou que a preocupação <strong>de</strong>ve-se a “problemas ambientais”, relaciona<strong>do</strong>s estritamente a<br />

impactos físicos como a escassez <strong>de</strong> água, o excesso <strong>de</strong> poluição e lixo, o <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

ambiental <strong>do</strong> planeta, aquecimento global, entre outros. Por mais que to<strong>do</strong>s os temas<br />

cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res apresentem relação com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população em<br />

geral, no discurso <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res esta conexão não foi apresenta<strong>da</strong>.<br />

O segun<strong>do</strong> aspecto mais cita<strong>do</strong> entre os mora<strong>do</strong>res, com 40,0%, foi o item<br />

“conseqüências às populações”, no qual os problemas ambientais foram relaciona<strong>do</strong>s aos<br />

impactos sobre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A porcentagem <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que indicou esta relação foi<br />

maior que a apresenta<strong>da</strong> na questão sobre a visão <strong>de</strong> meio ambiente, na qual apenas 26,6%<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res apresentaram uma visão mais abrangente <strong>de</strong> meio ambiente, relacionan<strong>do</strong> o<br />

ser humano com o ambiente. Possivelmente esta diferença ocorreu pela pergunta<br />

apresentar a expressão “problemas ambientais”, o que trouxe maior conexão entre os<br />

aspectos ambientais e a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, situação que não ocorreu com a expressão “meio<br />

ambiente”, que ain<strong>da</strong> é relaciona<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante com aspectos estritamente<br />

naturais.<br />

No item “outros” foram reuni<strong>da</strong>s as questões que não se enquadraram em nenhum<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grupos anteriores, com respostas diversas, como a indicação <strong>do</strong> papel <strong>da</strong> mídia


93<br />

como principal influente na motivação <strong>da</strong>s pessoas para a preocupação com os problemas<br />

ambientais; por causa <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantar mais árvores; pela questão ambiental ser<br />

algo prioritário, entre outras questões cita<strong>da</strong>s.<br />

As citações relaciona<strong>da</strong>s ao item “consequências às populações” foram realiza<strong>da</strong>s<br />

principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P5, P2, P3 e P1, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> citações, enquanto as citações relaciona<strong>da</strong>s ao item “problemas ambientais” foram<br />

realiza<strong>da</strong>s com mais ênfase pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4, P2, P3 e P5, também em or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> número <strong>de</strong> citações. Mesmo sem estar diretamente relaciona<strong>da</strong>, a<br />

importância atribuí<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res aos problemas ambientais po<strong>de</strong> estar liga<strong>da</strong> a uma<br />

preocupação com o bem estar <strong>da</strong>s pessoas, pois direta ou indiretamente, as condições<br />

ambientais exercem influência sobre a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

A Figura 5.22 apresenta as respostas à pergunta “No seu entendimento qual o maior<br />

problema ambiental <strong>do</strong> planeta?”.<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

poluição <strong>da</strong> água<br />

lixo<br />

poluição <strong>do</strong> ar<br />

efeitos globais<br />

<strong>de</strong>smatamento<br />

consciência pessoas<br />

poluição<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 22 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO PLANETA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.22 permite observar que as questões mais cita<strong>da</strong>s pelos<br />

mora<strong>do</strong>res foram relaciona<strong>da</strong>s à poluição <strong>da</strong> água e ao <strong>de</strong>smatamento, com 10 citações para<br />

ca<strong>da</strong> item, e em menor proporção relaciona<strong>da</strong>s à poluição, com 7 citações. Apesar <strong>de</strong> terem


94<br />

ocorri<strong>do</strong> citações que envolveram a questão <strong>do</strong> lixo, <strong>do</strong>s efeitos globais e <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong><br />

poluição <strong>do</strong> ar, estas apresentaram menor proporção <strong>de</strong> citações, com 6, 4 e 3,<br />

respectivamente. A citação <strong>do</strong> item “consciência <strong>da</strong>s pessoas” ocorreu três vezes, uma vez<br />

por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3 e duas vezes por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1. Esta indicação<br />

apresentou uma posição relaciona<strong>da</strong> ao papel <strong>da</strong>s pessoas como produtoras <strong>de</strong> problemas<br />

ambientais, sen<strong>do</strong> esta ação consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta. A<br />

resposta “não sei” foi obti<strong>da</strong> somente na área P2, por 3 mora<strong>do</strong>res, e na área P5, por 2<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

Esta pergunta trouxe respostas que foram bastante gerais, relaciona<strong>da</strong>s a<br />

conhecimentos e informações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre problemas globais, que são<br />

provavelmente provenientes <strong>de</strong> informações produzi<strong>da</strong>s pela mídia em geral, e talvez em<br />

algum momento relaciona<strong>da</strong>s a experiências pessoais locais.<br />

A Figura 5.23 apresenta as respostas à pergunta “Qual o maior problema ambiental<br />

<strong>do</strong> seu bairro ou região?”.<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

água/esgoto<br />

lixo/limpeza<br />

indústrias<br />

poluição<br />

ar<br />

violência/falta segurança<br />

outros<br />

não tem<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 23 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO BAIRRO OU REGIÃO


95<br />

Observa-se que, ao contrário <strong>da</strong> pergunta anterior, esta questão trouxe um olhar<br />

sobre situações cotidianas, relaciona<strong>da</strong>s a aspectos <strong>do</strong> dia-a-dia <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, o que<br />

possibilitou a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas específicos referentes a ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise.<br />

Os problemas relaciona<strong>do</strong>s a lixo e limpeza <strong>do</strong> bairro foram cita<strong>do</strong>s principalmente<br />

por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, sen<strong>do</strong> também cita<strong>do</strong>s problemas relaciona<strong>do</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água <strong>do</strong> rio, poluição e vizinhança. Na área P2 os mora<strong>do</strong>res citaram principalmente três<br />

aspectos: poluição <strong>da</strong> água, problemas relaciona<strong>do</strong>s a lixo e limpeza <strong>do</strong> bairro, e a indicação<br />

<strong>de</strong> que não existem problemas ambientais a área. Esta última indicação apresentou o maior<br />

número <strong>de</strong> citações entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, o que coloca a área P2 como possui<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental segun<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />

Problemas relaciona<strong>do</strong>s às indústrias, e consequente impacto na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ar,<br />

foram enfatiza<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, que apresentaram muitas<br />

reclamações sobre uma empresa localiza<strong>da</strong> no bairro que faz emissões <strong>de</strong> gases poluentes.<br />

Na área P3 não ocorreu <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um problema ambiental principal, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> uma<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas distintos. Na área P5, o problema mais cita<strong>do</strong> foi a questão <strong>do</strong> lixo e<br />

limpeza <strong>do</strong> bairro, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong>s também uma série <strong>de</strong> problemas, <strong>da</strong> mesma forma que na<br />

área P3, relaciona<strong>do</strong>s a água e esgoto, poluição, indústrias, entre outros. A característica<br />

apresenta<strong>da</strong> nas áreas P3 e P5, mostra que estas áreas possuem possivelmente baixa<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas apresenta<strong>do</strong>s, apesar <strong>do</strong> pequeno<br />

número <strong>de</strong> indicações para ca<strong>da</strong> item.<br />

A Figura 5.24 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe o que é um manancial?”.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.24 permite observar que nas áreas P1, P2 e P5 pre<strong>do</strong>minaram<br />

mora<strong>do</strong>res que não souberam respon<strong>de</strong>r o que é um manancial, com apenas 3 mora<strong>do</strong>res<br />

que respon<strong>de</strong>ram “sim”. Nas áreas localiza<strong>da</strong>s próximas ao Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />

ocorreram os maiores índices <strong>de</strong> respostas afirmativas, em que a área P3 obteve o maior<br />

número <strong>de</strong> citações registra<strong>da</strong>s, segui<strong>da</strong> pela área P4. Este resulta<strong>do</strong> mostra a influência <strong>do</strong><br />

local em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m sobre o conhecimento <strong>de</strong> algumas questões, pois nas<br />

duas áreas localiza<strong>da</strong>s próximas ao Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, P3 e P4, ocorreram<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram conhecer o que significava manancial. Desta<br />

forma, é provável que por saber que o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> é utiliza<strong>do</strong> para


96<br />

abastecimento público, e por estar próximo a esta área, os mora<strong>do</strong>res apresentaram maior<br />

conhecimento sobre este termo.<br />

nº respostas<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Sim<br />

Não<br />

FIGURA 5. 24 – CONHECIMENTO SOBRE MANANCIAL<br />

A Figura 5.25 apresenta as resposta à pergunta “Você sabe o que é uma bacia<br />

hidrográfica?”.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Sim<br />

Não<br />

FIGURA 5. 25 – CONHECIMENTO SOBRE BACIA HIDROGRÁFICA


97<br />

Observa-se que em to<strong>da</strong>s as áreas houve pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram<br />

não saber o que significa o termo bacia hidrográfica. A área P3 apresentou o maior índice <strong>de</strong><br />

respostas afirmativas, contabilizan<strong>do</strong> 3 respostas “sim”, segui<strong>do</strong> por P1 e P5, ambos com 2<br />

respostas “sim”, e P2 e P4 com apenas uma resposta afirmativa ca<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong><br />

maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica mostra que<br />

existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> não haver divulgação <strong>de</strong> informação, ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

ações governamentais relaciona<strong>da</strong>s a este contexto, fato que dificulta a compreensão <strong>da</strong><br />

influência que ações territoriais têm na bacia hidrográfica como um to<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.26 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe em qual bacia<br />

hidrográfica você se encontra? Qual?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Sim<br />

<strong>Passauna</strong><br />

Não<br />

FIGURA 5. 26 – CONHECIMENTO SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.26 permite observar que praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong>sconhecem em qual bacia hidrográfica estão localiza<strong>do</strong>s. Em to<strong>da</strong>s as áreas, com exceção<br />

<strong>da</strong> área P4, existe apenas um mora<strong>do</strong>r que i<strong>de</strong>ntificou a bacia hidrográfica na qual se<br />

encontra como a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Na comparação entre este resulta<strong>do</strong> e<br />

o apresenta<strong>do</strong> pela questão anterior, observa-se que <strong>do</strong> número total <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que<br />

disseram conhecer o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica, apenas um número muito<br />

pequeno conseguiu i<strong>de</strong>ntificar o nome <strong>da</strong> bacia em que está situa<strong>do</strong>. Novamente,


98<br />

apresenta-se a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste resulta<strong>do</strong> ser influência <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> informações e ações<br />

governamentais, nas quais o contexto <strong>da</strong> bacia hidrográfica seja explicita<strong>do</strong> e <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.27 apresenta as resposta à pergunta “Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que<br />

passa mais próximo à sua casa?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

Sim<br />

<strong>Passauna</strong><br />

Iguaçu<br />

Não<br />

FIGURA 5. 27 – CONHECIMENTO SOBRE O RIO MAIS PRÓXIMO<br />

Observa-se que nas áreas P2 e P3 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res citaram o rio <strong>Passauna</strong> como o<br />

rio mais próximo, enquanto nas áreas P4 e P5 ocorreram indicações para o rio Iguaçu, cita<strong>do</strong><br />

por <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res e um mora<strong>do</strong>r, respectivamente. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram a<br />

possível influência informativa <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s principais rios presente no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, o rio<br />

Iguaçu, pois as citações a este rio ocorreram nas áreas próximas ao exutório <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no encontro com o rio Iguaçu. No entanto, esta indicação não<br />

proce<strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>da</strong>s áreas escolhi<strong>da</strong>s terem o rio <strong>Passauna</strong> como corpo hídrico mais<br />

próximo.<br />

Nas áreas localiza<strong>da</strong>s nas regiões mais afasta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, áreas<br />

P1 e P5, foi observa<strong>da</strong> a ocorrência <strong>de</strong> respostas negativas, principalmente na área P1, que é<br />

a área mais distante geograficamente <strong>da</strong> represa. Uma possível explicação para este<br />

resulta<strong>do</strong> é o fato <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ser fortemente associa<strong>do</strong> à sua represa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, à


99<br />

medi<strong>da</strong> que a distância entre a área <strong>de</strong> análise e a represa aumenta, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> rio<br />

mais próximo como rio <strong>Passauna</strong> diminui.<br />

A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pela pesquisa é a <strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong> existir a indicação <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res para o rio Iguaçu, a referência física e visual <strong>do</strong> rio mais próximo é a <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> física existente entre as áreas <strong>de</strong> análise e o rio <strong>Passauna</strong>.<br />

A Figura 5.28 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?”.<br />

6<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

não sabe<br />

ótima<br />

boa<br />

regular<br />

ruim<br />

péssima<br />

FIGURA 5. 28 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO RIO MAIS PRÓXIMO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.28 permite observar que nenhum <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res classificou o<br />

rio indica<strong>do</strong> com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ótima, no entanto nas áreas P2, P3 e P4 ocorreram indicações<br />

prepon<strong>de</strong>rantes <strong>de</strong> que o rio possui quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa e regular. Apesar <strong>da</strong>s indicações positivas<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res na área P4, um terço <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s classificou o rio com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ruim e<br />

péssima. Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, 5 mora<strong>do</strong>res, indicaram que a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio é péssima. A área P1 também obteve prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> indicação para<br />

baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio, e apresentou o maior índice <strong>de</strong> citações para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ruim, com 4<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

Na classificação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, realiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res,<br />

observa-se em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente, os graus <strong>de</strong> poluição indica<strong>do</strong>s: P5, P1, P4, P3 e P2. Se


100<br />

compara<strong>da</strong>s as respostas obti<strong>da</strong>s nesta questão com o quadro <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento<br />

<strong>do</strong>s 5 pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água (Figura 5.11), que em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong><br />

comprometimento apresentou a seguinte sequência P5, P1, P3, P2 e P4, observa-se certa<br />

semelhança principalmente com relação a indicação <strong>do</strong>s pontos mais comprometi<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com a análise geral <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s observa-se que os mora<strong>do</strong>res, basea<strong>do</strong>s<br />

em suas percepções, classificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> quase <strong>da</strong> mesma forma que<br />

os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comprometimento em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, o que<br />

<strong>de</strong>monstra que os mora<strong>do</strong>res conseguem realizar uma distinção razoavelmente clara <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> localiza<strong>do</strong> próximo às suas residências.<br />

As Figuras 5.29 a 5.33 apresentam as respostas à pergunta “O que faz você indicar<br />

este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?”, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise.<br />

4<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

P1<br />

esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />

lixo no rio<br />

rio conserva<strong>do</strong><br />

falta <strong>de</strong> conservação<br />

sujeira / gosto / cor / cheiro<br />

sem resposta<br />

FIGURA 5. 29 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />

ÁREA P1<br />

O mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P1 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />

na área como o segun<strong>do</strong> mais poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais, no qual pre<strong>do</strong>minaram<br />

citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim”, atribuí<strong>da</strong>s principalmente a problemas <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar e<br />

lixo no rio, e citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima”, relaciona<strong>da</strong>s a sujeira e a percepção <strong>de</strong><br />

aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi<br />

composta por opiniões divergentes. Nesta área encontram-se casas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, que<br />

estão localiza<strong>da</strong>s nas margens <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, e <strong>de</strong>sta forma, possivelmente <strong>de</strong>spejam


101<br />

esgotos <strong>do</strong>mésticos no rio, aspecto cita<strong>do</strong> por alguns <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s como<br />

uma <strong>da</strong>s questões influentes para a baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na região.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.30, permite observar que na área P2, apesar <strong>da</strong> classificação <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res indicar o trecho mais próximo <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> com a segun<strong>da</strong> melhor avaliação<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong> aspectos relaciona<strong>do</strong>s à baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, até<br />

mesmo para a citação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi atribuí<strong>da</strong><br />

principalmente a aspectos <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> rio, no entanto, a indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

“regular” foi indica<strong>da</strong> por aspectos relaciona<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção, como presença <strong>de</strong> lixo no rio,<br />

<strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar e pela percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>da</strong> água.<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

P2<br />

lixo no rio<br />

cadáveres<br />

sujeira / cor / gosto / cheiro<br />

esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />

rio conserva<strong>do</strong><br />

não sabe<br />

sem resposta<br />

FIGURA 5. 30 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />

ÁREA P2<br />

A indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” foi atribuí<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> lixo e esgoto<br />

<strong>do</strong>miciliar, e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> cadáveres, que muitas vezes são<br />

“<strong>de</strong>sova<strong>do</strong>s” no rio segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observa-se que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com esta<br />

situação, possivelmente a questão <strong>da</strong> segurança no bairro seja um problema enfrenta<strong>do</strong><br />

pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2.<br />

Os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P3 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />

na área, como o menos poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

atribuí<strong>da</strong>, no qual pre<strong>do</strong>minaram citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” atribuí<strong>da</strong>s ao fato <strong>do</strong> rio ser<br />

conserva<strong>do</strong>. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi novamente atribuí<strong>da</strong> a características divergentes,<br />

com a citação, por um la<strong>do</strong>, <strong>do</strong> problema <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar


102<br />

no rio, e por outro, <strong>da</strong> conservação <strong>do</strong> rio. A indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à<br />

falta <strong>de</strong> conservação, enquanto para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” foi indica<strong>da</strong> a questão <strong>da</strong> presença<br />

<strong>de</strong> algas.<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

lixo no rio<br />

rio conserva<strong>do</strong><br />

algas<br />

esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />

falta <strong>de</strong> conservação<br />

P3<br />

FIGURA 5. 31 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />

ÁREA P3<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.32, permite observar que na área P4 os mora<strong>do</strong>res classificaram<br />

o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong>, como o terceiro com pior<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. Nas citações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res pre<strong>do</strong>minaram<br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s à baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental foi<br />

cita<strong>da</strong> como aspecto atribuí<strong>do</strong> a manutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa”, o que é uma contradição.<br />

3<br />

nº respostas<br />

2<br />

1<br />

sujeira / cor / o<strong>do</strong>r / gosto<br />

lixo no rio<br />

rio conserva<strong>do</strong><br />

cadáveres<br />

esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

P4<br />

falta <strong>de</strong> ativ. <strong>de</strong> EA<br />

outros<br />

FIGURA 5. 32 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />

ÁREA P4


103<br />

Observa-se novamente a indicação <strong>de</strong> que para os mora<strong>do</strong>res a presença <strong>de</strong><br />

cadáveres é fator influente para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, aspecto cita<strong>do</strong> três vezes e relaciona<strong>do</strong><br />

à condição <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” e “péssima”, situação que coloca a questão <strong>da</strong> violência<br />

como um <strong>do</strong>s prováveis problemas enfrenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res. Esta questão também foi<br />

apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong> parece ser local “usual” <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sova” <strong>de</strong> cadáveres, provavelmente por possuir<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> áreas que são afasta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> locais urbaniza<strong>do</strong>s, com pouco acesso e que<br />

não são monitora<strong>da</strong>s pela polícia, servin<strong>do</strong> assim como escon<strong>de</strong>rijo e local para esse tipo <strong>de</strong><br />

crime. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, enquanto para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong><br />

problemas como lixo no rio, a presença <strong>de</strong> cadáveres e o <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar.<br />

3<br />

nº respostas<br />

2<br />

1<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

P5<br />

poluição indústrias<br />

esgoto <strong>do</strong>méstico<br />

lixo no rio<br />

sujeira / cor / o<strong>do</strong>r<br />

sem resposta<br />

FIGURA 5. 33 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />

ÁREA P5<br />

O mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />

na área, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong>, como o mais poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais.<br />

Para este trecho pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” atribuí<strong>da</strong> ao <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong><br />

esgoto <strong>do</strong>méstico, a presença <strong>de</strong> lixo no rio, a poluição por indústrias e a percepção <strong>de</strong><br />

aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A indicação <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s “ruim” e<br />

“regular” foram atribuí<strong>da</strong>s à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />

A Figura 5.34 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong><br />

abastecimento que chega a sua casa?”.


104<br />

9<br />

8<br />

7<br />

Sim<br />

nº respostas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

<strong>Passauna</strong><br />

Sanepar<br />

Afluente <strong>Passauna</strong><br />

Rua<br />

Poço Artesiano<br />

Caixa <strong>de</strong> água Sant. Felic.<br />

Não<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 34 – ORIGEM DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.34, permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res presentes<br />

nas áreas P2, P3 e P4 i<strong>de</strong>ntificaram o local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento que chega<br />

às suas casas, enquanto a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P1 e P5 não<br />

souberam i<strong>de</strong>ntificar esta origem.<br />

Observa-se que a área P2 possui uma característica bastante diferencia<strong>da</strong><br />

relaciona<strong>da</strong> ao abastecimento <strong>de</strong> água, pois quase a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />

afirmou possuir fornecimento <strong>de</strong> água por poços artesianos. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P3<br />

citaram <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante o <strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água <strong>de</strong><br />

abastecimento, o que ocorreu em totali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P4. Nas<br />

áreas P1 e P5, a pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong> indicação <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água<br />

também ocorreu, porém em menor grau, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao número total <strong>de</strong> respostas afirmativas<br />

que foi mais baixo. Nota-se que quan<strong>do</strong> o <strong>Passauna</strong> não é cita<strong>do</strong>, retiran<strong>do</strong>-se o caso<br />

específico <strong>da</strong> área P2, ocorre uma variação <strong>de</strong> respostas que indicam locais intermediários<br />

<strong>do</strong> transporte <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento, com citações para caixa d’água, Sanepar e rua,<br />

situação que ocorreu principalmente com mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P2 e P3.<br />

O fator <strong>da</strong> distância entre as áreas analisa<strong>da</strong>s e a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> novamente<br />

mostrou-se como aspecto influente para a informação apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, pois


105<br />

quanto maior foi a distância entre a área <strong>de</strong> análise e a represa, menor foi a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />

<strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água para abastecimento <strong>da</strong>s casas.<br />

A Figura 5.35 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?”.<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

FIGURA 5. 35 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO<br />

Observa-se que a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 49%, classificou a água <strong>de</strong><br />

abastecimento com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa, com a maior indicação realiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P1, enquanto a área P4, localiza<strong>da</strong> próxima à represa, apresentou o menor índice <strong>de</strong><br />

citação para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa. O item quali<strong>da</strong><strong>de</strong> regular foi cita<strong>do</strong> por 26,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res,<br />

característica indica<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. O terceiro maior índice <strong>de</strong><br />

citações ocorreu para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ótima com 15,5%, segui<strong>do</strong> por ruim com 2 citações, e<br />

péssima com apenas 1 citação.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.35 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>rou<br />

que a água <strong>de</strong> abastecimento possui quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para consumo humano.<br />

Característica distinta é observa<strong>da</strong> na área P2, na qual os mora<strong>do</strong>res que realizam captação<br />

por poço artesiano classificaram em sua maioria a água <strong>do</strong> lençol freático com quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ótima, sen<strong>do</strong> este o maior índice verifica<strong>do</strong> para esta classificação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O maior


106<br />

índice obti<strong>do</strong> para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> regular foi verifica<strong>do</strong> na área P4, na qual os mora<strong>do</strong>res<br />

afirmaram que a água que chega às casas apresenta coloração esbranquiça<strong>da</strong> e o<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

cloro, aspecto que provavelmente influenciou para esta qualificação. Esta situação ocorre<br />

provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área P4 com a estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água<br />

presente na bacia.<br />

A Figura 5.36 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência<br />

<strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>? Qual é?”.<br />

8<br />

7<br />

nº respostas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

Sim Abastecimento Outros Não<br />

FIGURA 5. 36 – USO DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />

Observa-se que as respostas foram equilibra<strong>da</strong>s, com 46,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que<br />

respon<strong>de</strong>ram “sim”, e 53,3% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “não”. Entre os mora<strong>do</strong>res<br />

que citaram “sim” apenas <strong>do</strong>is colocaram outra função não relaciona<strong>da</strong> a abastecimento<br />

público. O maior índice <strong>de</strong> respostas negativas ocorreu nas áreas P1 e P5, as quais estão<br />

localiza<strong>da</strong>s em regiões mais distantes geograficamente <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no<br />

entanto, também ocorreu eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações negativas por mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s<br />

na área P3, que se encontram localiza<strong>do</strong>s na área ocupa<strong>da</strong> pela represa.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s mostram que as informações sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> não são muito difundi<strong>da</strong>s entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, e<br />

possivelmente entre os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> bacia, característica que mostra a possível falta <strong>de</strong>


107<br />

divulgação <strong>da</strong>s questões relaciona<strong>da</strong>s à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para os mora<strong>do</strong>res<br />

resi<strong>de</strong>ntes na área <strong>da</strong> bacia hidrográfica.<br />

A Figura 5.37 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>?”.<br />

8<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

FIGURA 5. 37 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.37 permite observar que as maiores indicações para o item “não<br />

sei” ocorreram nas áreas mais distantes <strong>do</strong> reservatório, respectivamente as áreas P1, P2 e<br />

P5. A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa, 31,1%,<br />

afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é “boa”, enquanto o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong> citações foi atribuí<strong>do</strong><br />

à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” com 17,8¨%. As características <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” e “péssima” foram<br />

cita<strong>da</strong>s poucas vezes, 8,9% e 4,4% respectivamente, e foram indica<strong>da</strong>s principalmente por<br />

mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3 e P4 que são localiza<strong>da</strong>s próximas à represa.<br />

Este resulta<strong>do</strong> mostra que a noção geral <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na<br />

represa é boa, no entanto, quan<strong>do</strong> a análise é realiza<strong>da</strong> por mora<strong>do</strong>res que se situam<br />

próximos à represa esta noção é modifica<strong>da</strong>, pois possivelmente estes mora<strong>do</strong>res percebem<br />

situações locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção que os fizeram classificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água como não<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, porém que não observa<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res que não possuem contato direto com<br />

a represa.


108<br />

As Figuras 5.38 a 5.42 apresentam as respostas à pergunta “O que faz você indicar<br />

este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?”, para justificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong> para a água <strong>da</strong> represa.<br />

6<br />

nº respostas<br />

4<br />

2<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

conservação <strong>do</strong> local<br />

cor / gosto / cheiro<br />

confiança<br />

não respon<strong>de</strong>u<br />

P1<br />

FIGURA 5. 38 – REFERÊNCIA SOBER A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P1<br />

Segun<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P1, que disseram conhecer<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, característica<br />

atribuí<strong>da</strong> a aspectos como a conservação <strong>do</strong> local, a percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e<br />

químicos <strong>da</strong> água e pelo fato <strong>de</strong>sta ser uma área utiliza<strong>da</strong> para abastecimento público,<br />

resposta que mostra a confiança existente por parte <strong>de</strong> alguns mora<strong>do</strong>res sobre o serviço <strong>de</strong><br />

coleta e tratamento <strong>de</strong> água. Observa-se apenas uma indicação para baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água, que foi relaciona<strong>da</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />

4<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

não conhece o local<br />

confiança<br />

cor / gosto / cheiro<br />

0<br />

conservação <strong>do</strong> local<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

não respon<strong>de</strong>u<br />

P2<br />

FIGURA 5. 39 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P2


109<br />

De acor<strong>do</strong> com os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P2, que disseram conhecer a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, atribuição realiza<strong>da</strong><br />

principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à conservação <strong>do</strong> local. Outros aspectos cita<strong>do</strong>s foram por ser um<br />

local <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> ao abastecimento público <strong>de</strong> água, o que novamente <strong>de</strong>monstra confiança<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res no serviço realiza<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />

4<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

conservação <strong>do</strong> local<br />

falta <strong>de</strong> conservação<br />

lixo / sujeira<br />

0<br />

esgoto / poluição<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

outros<br />

P3<br />

FIGURA 5. 40 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P3<br />

A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P3, 55,5%, que localiza-se ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

represa, citou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa é baixa, situação apresenta<strong>da</strong> mesmo pela<br />

indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”, que foi caracteriza<strong>da</strong> apenas com aspectos negativos. As<br />

principais questões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram a presença <strong>de</strong> esgoto e poluição, a<br />

falta <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> área <strong>do</strong> reservatório e a presença <strong>de</strong> lixo e sujeira. A atribuição <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi realiza<strong>da</strong> principalmente pelo fato <strong>do</strong> local em que se encontra a represa<br />

ser conserva<strong>do</strong>.<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

não respeitam o parque<br />

conservação <strong>do</strong> local<br />

lixo e sujeira<br />

confiança<br />

esgoto e poluição<br />

P4<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 41 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P4


110<br />

De acor<strong>do</strong> com a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4, que disseram<br />

conhecer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa é<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. A indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi relaciona<strong>da</strong> principalmente à conservação <strong>do</strong><br />

local e também à confiança existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res por este ser um local utiliza<strong>do</strong> para<br />

abastecimento público <strong>de</strong> água. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi caracteriza<strong>da</strong> por situações<br />

opostas relaciona<strong>da</strong>s tanto à conservação <strong>do</strong> local, como pelo fato <strong>de</strong> não respeitarem a<br />

área <strong>do</strong> parque que está fecha<strong>da</strong>. As citações realiza<strong>da</strong>s para baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />

indicaram a presença <strong>de</strong> lixo e sujeira como fator <strong>de</strong>terminante, enquanto um mora<strong>do</strong>r não<br />

soube explicar.<br />

8<br />

nº respostas<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />

conservação <strong>do</strong> local<br />

não conhece o local<br />

não respon<strong>de</strong>u<br />

P5<br />

FIGURA 5. 42 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P5<br />

A quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5, 77,8%, respon<strong>de</strong>ram não<br />

saber i<strong>de</strong>ntificar qual é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa, situação que ocorre possivelmente<br />

pela distância existente entre a área e a represa e também pelo fato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />

visitarem o local, situação similar a observa<strong>da</strong> nas áreas P1 e P2. Verifica-se que apenas <strong>do</strong>is<br />

mora<strong>do</strong>res classificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa, o primeiro com a indicação <strong>de</strong> que<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” atribui-se a conservação <strong>da</strong> área <strong>da</strong> represa, e o segun<strong>do</strong> que não souber<br />

respon<strong>de</strong>r, porém classificou a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> como “regular”.<br />

Por meio <strong>da</strong>s respostas e consi<strong>de</strong>rações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res percebe-se que<br />

quanto mais longe localiza-se a área <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, menor é o conhecimento existente sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água verifica<strong>da</strong> no local.<br />

Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi a confiança existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o serviço <strong>de</strong><br />

captação <strong>de</strong> água, pois houveram várias citações <strong>de</strong> que a água não seria capta<strong>da</strong> para


111<br />

abastecimento público <strong>de</strong> um local que estivesse poluí<strong>do</strong>, concluin<strong>do</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água existente na represa era a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />

A Figura 5.43 apresenta as respostas à pergunta “Você acha que além <strong>do</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> po<strong>de</strong>ria ter outros usos?”.<br />

6<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sim<br />

não<br />

não sabe<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 43 – POSSIBILIDADE DE OUTROS USOS PARA A REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.43 permite observar que as opiniões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, nas cinco<br />

áreas analisa<strong>da</strong>s, foram equilibra<strong>da</strong>s entre respostas afirmativas e negativas, com 49% e<br />

42%, respectivamente, sen<strong>do</strong> que as áreas P1 e P4 foram as que obtiveram o maior número<br />

<strong>de</strong> citações para a utilização <strong>da</strong> represa para outros fins. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram que<br />

não há uma <strong>de</strong>finição clara por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar a<br />

represa para usos diversos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as opiniões divi<strong>de</strong>m-se entre os mora<strong>do</strong>res que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a preservação <strong>do</strong> local por meio <strong>da</strong> restrição <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> represa, e os mora<strong>do</strong>res<br />

que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o uso <strong>da</strong> represa relaciona<strong>do</strong> principalmente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas.<br />

A Figura 5.44 apresenta as respostas cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

utilização <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.44 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 29%, indicou<br />

a utilização <strong>da</strong> represa como parque e área <strong>de</strong> lazer. As áreas P1, P3 e P4 apresentaram o<br />

maior número <strong>de</strong> citações ao item “parque/lazer”, estan<strong>do</strong> as duas últimas áreas localiza<strong>da</strong>s<br />

próximas ao reservatório, o que mostra a possível falta que os mora<strong>do</strong>res sentem <strong>da</strong> área <strong>da</strong>


112<br />

represa não ser utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais abrangente. As respostas que foram agrupa<strong>da</strong>s no<br />

item “outros” não apresentaram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o uso <strong>do</strong> reservatório,<br />

como, por exemplo, as indicações para tratamento <strong>de</strong> esgoto e produção <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

5<br />

4<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

parque / lazer<br />

criação peixes / vegetais<br />

outros<br />

1<br />

não respon<strong>de</strong>u<br />

não sabe<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 44 – POSSÍVEIS USOS DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />

A Figura 5.45 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe para qual local vai o<br />

esgoto <strong>da</strong> sua casa?”.<br />

8<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

fossa<br />

re<strong>de</strong><br />

coletora<br />

galeria<br />

chuva<br />

rio não sabe outros<br />

FIGURA 5. 45 – LOCAL DE DESTINAÇÃO DO ESGOTO DOMICILIAR


113<br />

Observa-se que a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 53,3%, indicou que o esgoto <strong>da</strong>s casas<br />

é direciona<strong>do</strong> para fossas, e em segun<strong>do</strong> lugar, 27% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res indicaram que a<br />

<strong>de</strong>stinação ocorre para re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgotos. Observa-se que a área P2 apresentou o<br />

maior número <strong>de</strong> indicações para fossa, e as áreas P1 e P3 para re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos. A<br />

única área que não apresentou indicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto para a re<strong>de</strong> coletora foi a<br />

área P5, resulta<strong>do</strong> que mostra a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> esgoto gera<strong>do</strong> ser <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> caso não sejam utiliza<strong>da</strong>s fossas, situação verifica<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s citações<br />

restantes, nas quais foram aponta<strong>da</strong>s a galeria <strong>da</strong> água <strong>de</strong> chuva e o rio como <strong>de</strong>stinação<br />

final, além <strong>de</strong> 3 mora<strong>do</strong>res que disseram não saber para qual local o esgoto é direciona<strong>do</strong>.<br />

Observa-se a ocorrência <strong>de</strong> duas citações relaciona<strong>da</strong>s ao direcionamento <strong>do</strong> esgoto<br />

para galerias <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva, que foram realiza<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P5, além<br />

<strong>de</strong> três citações relaciona<strong>da</strong>s ao direcionamento <strong>do</strong> esgoto para o rio, realiza<strong>da</strong>s por<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P3, P4 e P5, o que coloca a existência <strong>de</strong> possíveis <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos. Com base nas respostas obti<strong>da</strong>s observa-se que a<br />

área P5 apresentou a maior <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> observa<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s refletem o conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong><br />

esgoto nas áreas em que resi<strong>de</strong>m, o que mostra que existe, pela maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s, conhecimento sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local. No entanto, por motivos como custo<br />

<strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> esgoto, falta <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto no bairro, falta <strong>de</strong> investimento governamental<br />

em infra-estrutura, falta <strong>de</strong> fiscalização, ou até mesmo falta <strong>de</strong> disposição <strong>do</strong>s próprios<br />

mora<strong>do</strong>res para a<strong>de</strong>quar a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> maneira correta, algumas <strong>da</strong>s casas <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> não possuem <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>do</strong> esgoto gera<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.46 apresenta as respostas à pergunta “Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no<br />

seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?”.<br />

Na análise <strong>da</strong> Figura 5.46 observa-se que a indicação <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção é<br />

bastante baixa nas áreas P1 e P3, e inexistente na área P2. No entanto, verifica-se um maior<br />

número <strong>de</strong> citações sobre eventos <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção nas áreas P4 e P5. Estas duas últimas áreas<br />

são as únicas que estão localiza<strong>da</strong>s a jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />

respostas obti<strong>da</strong>s, o problema <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção aumenta <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com uma maior distância<br />

<strong>da</strong> barragem e maior proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as áreas <strong>de</strong> várzea <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio


114<br />

<strong>Passauna</strong>. Os relatos apresenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res indicam que existem casas que estão<br />

sen<strong>do</strong> construí<strong>da</strong>s em locais ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para ocupação, principalmente as localiza<strong>da</strong>s nas<br />

margens <strong>do</strong> rio Passuna, e por isso têm sofri<strong>do</strong> com problemas <strong>de</strong> enchentes.<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

nº respostas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

sim<br />

não<br />

não sabe<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 46 – PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO NO BAIRRO<br />

A Figura 5.47 apresenta as respostas à pergunta “Quan<strong>do</strong> isto ocorre?”, apresenta<strong>da</strong><br />

pela questão anterior.<br />

3<br />

nº respostas<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

com chuva<br />

nos locais<br />

<strong>de</strong> invasão<br />

chuvas<br />

fortes<br />

sempre<br />

uma vez<br />

em oito<br />

anos<br />

na beira<br />

<strong>do</strong> rio<br />

outros<br />

FIGURA 5. 47 – OCORRÊNCIA DAS INUNDAÇÕES


115<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.47 permite observar que os mora<strong>do</strong>res presentes na área P5<br />

relacionaram os eventos <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção tanto com chuvas “normais”, como também com<br />

eventos climáticos extremos. Os mora<strong>do</strong>res presentes na área P4 relacionaram a ocorrência<br />

<strong>de</strong> enchentes apenas com eventos climáticos extremos, o que mostra que provavelmente a<br />

ocorrência <strong>de</strong> enchentes nesta área é mais esporádica <strong>do</strong> que na área P5. Outras citações<br />

ocorreram por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, indican<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> enchentes nas margens <strong>do</strong><br />

rio, e por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3, que citaram a incidência <strong>de</strong> enchentes apenas com fortes<br />

chuvas.<br />

A Figura 5.48 apresenta as respostas à pergunta “Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong><br />

<strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?”.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

FIGURA 5. 48 – CONHECIMENTO SOBRE O COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.48 permite observar que praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s, 88,9%, nunca ouviram falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas, termo que é<br />

conheci<strong>do</strong> por apenas um mora<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>. Observa-se pelas respostas<br />

apresenta<strong>da</strong>s que possivelmente a difusão <strong>de</strong> informações relativas ao Comitê <strong>do</strong> Alto<br />

Iguaçu é praticamente nula nas áreas analisa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Este<br />

resulta<strong>do</strong> fornece uma visão sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações e atuação <strong>do</strong> Comitê na área<br />

<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, que provavelmente não está ocorren<strong>do</strong>.


116<br />

A Figura 5.49 apresenta as respostas à pergunta “Você participou <strong>de</strong> alguma reunião<br />

nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente?”.<br />

10<br />

8<br />

nº respostas<br />

6<br />

4<br />

2<br />

sim<br />

não<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 49 – PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE MEIO AMBIENTE<br />

Observa-se que a área P3 foi a única que não apresentou mora<strong>do</strong>res que disseram<br />

ter participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> reuniões para discussão <strong>de</strong> assuntos relaciona<strong>do</strong>s a meio ambiente,<br />

enquanto to<strong>da</strong>s as outras áreas apresentaram mora<strong>do</strong>res que disseram ter participa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

reuniões sobre este tema, porém em pequeno número. A área P5 apresentou o menor<br />

índice <strong>de</strong> participação, com apenas 1 mora<strong>do</strong>r, enquanto a área P1 apresentou o maior<br />

índice, com 3 mora<strong>do</strong>res.<br />

Esta questão apresentou um aspecto importante que foi o envolvimento <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res em discussões relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental, seja por meio <strong>do</strong> trabalho, <strong>da</strong><br />

associação <strong>de</strong> bairro, <strong>de</strong> grupos específicos, entre outros. No entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s o envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com discussões relaciona<strong>da</strong>s a questão<br />

ambiental ain<strong>da</strong> é pequeno.<br />

Em relação aos temas abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelas reuniões, a análise permite observar uma<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, que abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s ao dia-a-dia <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res como reciclagem <strong>de</strong> lixo e racionamento <strong>de</strong> água, como também questões mais<br />

específicas relaciona<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise, como a construção <strong>de</strong> uma ponte e a<br />

remoção <strong>de</strong> casas construí<strong>da</strong>s próximas ao rio <strong>da</strong> <strong>Passauna</strong>, na área P1.


117<br />

Os locais em que ocorreram as reuniões cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res compreen<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> empresas e associações <strong>de</strong> bairro, até instituições <strong>de</strong> ensino. A maioria <strong>da</strong>s reuniões<br />

ocorreu no mínimo a mais <strong>de</strong> seis meses <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta em que a entrevista foi realiza<strong>da</strong>, situação<br />

que mostra como a realização e participação em reuniões que abor<strong>da</strong>m assuntos<br />

relaciona<strong>do</strong>s a meio ambiente não ocorre <strong>de</strong> maneira frequente.<br />

A Figura 5.50 apresenta as respostas à pergunta “O que fazer para aumentar a<br />

participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização socioambiental?”.<br />

6<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

informação<br />

/ divulgação<br />

reuniões /<br />

palestras<br />

aspectos<br />

educação<br />

incentivo /<br />

estímulo<br />

outros não sabe não<br />

respon<strong>de</strong>u<br />

FIGURA 5. 50 – OPINIÕES PARA AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS EM CAMPANHAS<br />

SOCIOAMBIENTAIS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.50 permite observar que existe uma carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

por informações relaciona<strong>da</strong>s à questões ambientais, situação indica<strong>da</strong> pelo gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> citações aos itens “informação e divulgação” e “reuniões e palestras”, com 15,5% e<br />

24,4%, respectivamente. A realização <strong>de</strong> ações em educação e o incentivo e estímulo para<br />

envolvimento com a questão ambiental também são situações aponta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res,<br />

porém em menor número, com a incidência <strong>de</strong> 8,9% <strong>de</strong> citações para ambos os itens.<br />

Uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s, 24,4%, não soube indicar o que<br />

po<strong>de</strong>ria ser realiza<strong>do</strong> para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong><br />

conscientização socioambiental, aspecto verifica<strong>do</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />

resi<strong>de</strong>ntes nas áreas P2 e P5. Os mora<strong>do</strong>res presentes na área P1 apresentaram idéias


118<br />

bastante diversifica<strong>da</strong>s, que foram agrupa<strong>da</strong>s no item “outros”, e tiveram respostas como a<br />

aplicação <strong>de</strong> multas mais rigorosas para quem prejudicar o meio ambiente, ou a isenção <strong>de</strong><br />

impostos para pessoas que cooperam com ações ambientais, entre outras questões.<br />

Com base no relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s observa-se que existe uma<br />

disposição por parte <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s em participar <strong>de</strong> ações e<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientais, porém essa disposição parece não ser aproveita<strong>da</strong> e estimula<strong>da</strong> por<br />

órgãos governamentais e outros possíveis parceiros.<br />

A Figura 5.51 apresenta as respostas à pergunta “E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente,<br />

o que é possível fazer?”.<br />

12<br />

10<br />

nº respostas<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

lixo<br />

particip.<br />

governo<br />

ação<br />

pessoal<br />

preserv.<br />

natureza<br />

outros não sabe não<br />

respon<strong>de</strong>u<br />

FIGURA 5. 51 – AÇÕES CITADAS PARA A AJUDA DIRETA AO MEIO AMBIENTE<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.51 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />

indicou, <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante, a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s ao lixo, com os maiores<br />

índices apresenta<strong>do</strong>s nas áreas P1, P4 e P5. O segun<strong>do</strong> aspecto mais cita<strong>do</strong> foi relaciona<strong>do</strong> à<br />

preservação <strong>da</strong> natureza, porém com uma indicação bem abaixo <strong>do</strong> número cita<strong>do</strong> para a<br />

questão <strong>do</strong> lixo. A participação governamental e a ação pessoal somente foram cita<strong>da</strong>s duas<br />

vezes ca<strong>da</strong> uma, com <strong>de</strong>staque para a área P1, na qual a indicação <strong>do</strong> item “ação pessoal”,<br />

trouxe, pelo menos verbalmente, uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em relação às ações<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s e aos seus impactos no ambiente. Os aspectos agrupa<strong>do</strong>s no item “outros”


119<br />

abor<strong>da</strong>ram ações que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> educação ambiental para conscientização <strong>da</strong>s pessoas até o<br />

uso <strong>de</strong> combustíveis “ver<strong>de</strong>s”.<br />

O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> indicações para ações relaciona<strong>da</strong>s ao lixo mostra como este<br />

aspecto é bastante representativo para os mora<strong>do</strong>res, situação que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong><br />

ao fato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba possuir forte atuação na área <strong>de</strong> coleta seletiva, influencian<strong>do</strong><br />

também pessoas <strong>de</strong> municípios vizinhos. Outras possíveis influências po<strong>de</strong>m ser o incômo<strong>do</strong><br />

que o lixo causa aos mora<strong>do</strong>res, e/ou por esta ser uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamente mais simples<br />

<strong>de</strong> ser executa<strong>da</strong>, em comparação com outras formas <strong>de</strong> ação cita<strong>da</strong>s como a participação<br />

governamental e a preservação <strong>da</strong> natureza. No entanto, este resulta<strong>do</strong> mostra como<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> visão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre atuação ambiental ain<strong>da</strong> é restrita a aspectos<br />

simplistas, porém não menos importantes.<br />

A Figura 5.52 apresenta as respostas à pergunta “Você percebe problemas<br />

ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Sim lixo poluição<br />

indústrias<br />

esgoto outros não<br />

respon<strong>de</strong>u<br />

Não<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 52 – PROBLEMAS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS PELOS MORADORES DAS ÁREAS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.52 permite observar que 75,55% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />

afirmaram i<strong>de</strong>ntificar problemas ambientais na região em que habitam, entre os quais as<br />

áreas P1, P4 e P5 apresentaram os maiores índices. A questão <strong>do</strong> lixo foi o item que obteve a


120<br />

maior indicação como problema i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> nos bairros e foi cita<strong>do</strong> principalmente por<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P4 e P5, no entanto, apenas foi cita<strong>do</strong> uma vez na área P3. A<br />

poluição por indústrias foi cita<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, enquanto os<br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s a problemas por esgoto foram cita<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> área P5. As questões que não foram engloba<strong>da</strong>s pelos grupos principais foram agrupa<strong>da</strong>s<br />

no item “outros”, que reuniu assuntos como a falta <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com terrenos baldios, o<br />

excesso <strong>de</strong> cachorros pelas ruas <strong>do</strong>s bairros, as queima<strong>da</strong>s, a falta <strong>de</strong> árvores, entre outros<br />

aspectos. Relaciona<strong>do</strong> a não i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas, a área que apresentou o maior<br />

índice <strong>de</strong> citações para o item “não” foi a área P2, na qual os mora<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntificaram um<br />

número menor <strong>de</strong> problemas ambientais em relação às outras áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

Esta questão apresentou os principais problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res e<br />

algumas <strong>da</strong>s características específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s, a área P2 apresentou-se como a mais ambientalmente a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. A área P4<br />

apresentou uma i<strong>de</strong>ntificação pontual <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong> ar, que foram<br />

relaciona<strong>do</strong>s a uma indústria presente na região, situação que foi <strong>de</strong>scrita anteriormente. Os<br />

problemas que envolveram a questão <strong>do</strong> lixo foram cita<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> área P1, o que coloca o lixo como o problema que mais incomo<strong>da</strong> os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta<br />

área, e também <strong>da</strong>s áreas P2, P4 e P5, conforme os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s.<br />

A área P3 possui o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong> citações para o item “não”, e o maior<br />

índice para o item “outros”, <strong>de</strong>sta forma, observa-se que não há um aspecto nortea<strong>do</strong>r que<br />

<strong>de</strong>fina um problema ambiental mais crítico, o que é comprova<strong>do</strong> pelo alto número <strong>de</strong><br />

citações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2 para “outros” e o baixo número <strong>de</strong> citações para os itens<br />

restantes. Outro fato relaciona<strong>do</strong> à área P3 foi que a apresentação <strong>do</strong> menor índice entre<br />

to<strong>da</strong>s as áreas para a indicação <strong>de</strong> problemas relaciona<strong>do</strong>s ao lixo, o que coloca que a área<br />

<strong>do</strong> bairro é possivelmente limpa.<br />

A Figura 5.53 apresenta as respostas à pergunta “Com relação aos rios, qual a<br />

sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?”.<br />

Observa-se que a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão <strong>do</strong> esgoto foi o item<br />

mais cita<strong>do</strong> entre to<strong>do</strong>s os aspectos levanta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, e foi indica<strong>do</strong><br />

principalmente pelos mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P3. O segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong>


121<br />

foi a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão <strong>do</strong> lixo, que foi indica<strong>da</strong> em maior número<br />

pelos mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P4. Dois aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res se<br />

diferenciaram <strong>da</strong>s questões usualmente relaciona<strong>da</strong>s, que foram as indicações para<br />

presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e conscientização <strong>da</strong>s pessoas sobre as questões<br />

ambientais. Estas duas indicações apresentam uma compreensão mais abrangente <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res sobre as influências diretas e indiretas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> um rio.<br />

7<br />

6<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

esgoto lixo área<br />

ver<strong>de</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> /<br />

consc.<br />

outros<br />

não tem não sabe não resp.<br />

FIGURA 5. 53 – SUGESTÃO DOS MORADORES PARA MELHORAR A QUALIDADE DOS RIOS<br />

As citações que não se encaixaram em nenhum <strong>do</strong>s grupos foram reuni<strong>da</strong>s no item<br />

“outros”, que foi composto por aspectos como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> algas, o cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

com o lançamento <strong>de</strong> agrotóxicos, a maior fiscalização para inibir a poluição, a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

casas localiza<strong>da</strong>s próximas aos rios, entre outros aspectos.<br />

Esta questão relaciona-se com a pergunta anterior, que apresentou os problemas<br />

ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res em ca<strong>da</strong> área. Observa-se que na área P5, apesar<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res terem cita<strong>do</strong> o esgoto <strong>de</strong>speja<strong>do</strong> no rio como um <strong>do</strong>s maiores problemas<br />

presentes na região, não ocorreu uma indicação pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> ações para a melhoria <strong>do</strong>s<br />

rios com base na retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgotos. Esta situação mostrou que o baixo nível <strong>de</strong><br />

instrução e <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5 não foi fator limitante <strong>da</strong>


122<br />

percepção sobre os problemas encontra<strong>do</strong>s na área, porém, possivelmente influenciou na<br />

explanação <strong>de</strong> questões mais abrangentes, como a apresenta<strong>da</strong> por esta pergunta.<br />

A Figura 5.54 a seguir apresenta as respostas à pergunta “Você já participou <strong>de</strong><br />

alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

não lembro<br />

FIGURA 5. 54 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO<br />

AMBIENTAL<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.54 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />

participou <strong>de</strong> nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> educação ambiental durante sua vi<strong>da</strong>. Nas áreas P4 e<br />

P5, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os maiores índices <strong>de</strong> respostas ao item “sim”, enquanto as áreas P1,<br />

P2 e P3 apresentaram os índices mais baixos verifica<strong>do</strong>s. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram que<br />

o contato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental é restrito.<br />

A Tabela 5.12 apresenta o local e a época em que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação<br />

Ambiental i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s ocorreram, e a explanação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre como essas<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s os aju<strong>da</strong>ram <strong>de</strong> forma prática.<br />

Observam-se <strong>do</strong>is aspectos principais sobre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental que<br />

foram cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, o primeiro é que a maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong><br />

em escolas, o que mostra a maior influência <strong>de</strong>ste meio frente as ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> EA<br />

na bacia. O segun<strong>do</strong> é que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> “ação” foram realiza<strong>da</strong>s para a<br />

retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo e limpeza <strong>de</strong> algum local.


123<br />

TABELA 5. 12 – INFORMAÇÕES RELACIONADAS ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />

Área <strong>de</strong> análise Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong> Data <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

Coleta <strong>de</strong> lixo na região 2008<br />

Coleta <strong>de</strong> lixo na Ilha<br />

<strong>do</strong> Mel<br />

Limpeza <strong>de</strong> rios com o<br />

exército<br />

Reunião no ministério<br />

público sobre meio<br />

Reunião ambiente no colégio <strong>do</strong><br />

filho<br />

6/7 anos atrás<br />

1989<br />

2008<br />

2008<br />

Como aju<strong>do</strong>u <strong>de</strong> forma<br />

prática<br />

Aumentou a<br />

consciência <strong>da</strong> família<br />

em casa e na escola<br />

Gerou um sentimento<br />

bom e aju<strong>do</strong>u a se<br />

policiar para realizar<br />

pequenas ações<br />

Conscientização<br />

pessoal e aju<strong>do</strong>u a ter<br />

uma visão mais ampla<br />

Aju<strong>do</strong>u na<br />

conscientização<br />

Sentiu-se mais<br />

valoriza<strong>do</strong><br />

Palestra no colégio 2 meses atrás Não interferiu<br />

Palestra no colégio<br />

Palestra na escola<br />

secundária<br />

Plantio <strong>de</strong> árvores na<br />

escola - local em que<br />

trabalhava<br />

Reunião com a<br />

população<br />

2 anos atrás<br />

10 anos atrás<br />

2000<br />

3 meses atrás<br />

Começou a separar o<br />

lixo<br />

Tempos bons que<br />

auxiliaram na<br />

consciência<br />

Apren<strong>de</strong>u a cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong><br />

meio ambiente<br />

Aju<strong>do</strong>u para a coleta<br />

<strong>de</strong> lixo e para evitar<br />

água para<strong>da</strong><br />

P5<br />

Não lembra<br />

Muito tempo atrás<br />

Consciência para não<br />

jogar lixo em local<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e para<br />

preservar o meio<br />

ambiente<br />

Ação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

para retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo<br />

6 meses atrás<br />

Visual <strong>da</strong> rua mu<strong>do</strong>u.<br />

As crianças mu<strong>da</strong>ram<br />

seus valores e tu<strong>do</strong><br />

ficou mais bonito<br />

Das 12 ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s, somente 5 mostraram-se <strong>de</strong>senvolve<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> uma relação<br />

maior <strong>do</strong> que a simples execução <strong>de</strong> uma tarefa como a coleta <strong>de</strong> lixo, e trouxeram aspectos<br />

como a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações, a valorização pessoal e a melhora <strong>de</strong> autoestima.


124<br />

Característica que confere às outras 7 ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s um caráter mais naturalista, volta<strong>do</strong> para a<br />

questão mais específica <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> natureza. Apesar <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s pelos<br />

mora<strong>do</strong>res serem em sua maior parte coletivas, nota-se uma EA volta<strong>da</strong> para ações<br />

individuais, o que po<strong>de</strong> influenciar para uma culpabilização <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res pelos problemas<br />

socioambientais existentes. No entanto, é evi<strong>de</strong>nte que os problemas socioambientais são<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> relações, influencia<strong>da</strong>s por uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> simplista e<br />

quase que estritamente econômica.<br />

Observa-se que a participação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em ações <strong>de</strong> Educação Ambiental, bem<br />

como em outras ações que tiveram como tema central a questão <strong>do</strong> meio ambiente,<br />

proporcionaram a sensibilização <strong>da</strong>s pessoas participantes e uma maior compreensão sobre<br />

alguns aspectos ambientais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as questões trabalha<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s parecem<br />

ter si<strong>do</strong> incorpora<strong>da</strong>s ao cotidiano <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a maior parte <strong>do</strong>s<br />

relatos.<br />

5.3.1.4. Ações Ambientais<br />

As questões <strong>de</strong> 38 a 44 abor<strong>da</strong>ram assuntos relaciona<strong>do</strong>s ao cotidiano <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res com perguntas sobre ações pessoais, porém que estão relaciona<strong>da</strong>s com a vi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> população como um to<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.55 apresenta as respostas à pergunta “Você possui carro, moto, bicicleta,<br />

ou outro meio <strong>de</strong> transporte? E quantos?”.<br />

12<br />

nº respostas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

carro nº moto nº bicicleta nº<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 55 – MEIOS DE TRANSPORTE PRESENTES MAS CASAS DOS MORADORES


125<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.55 permite observar que o meio <strong>de</strong> transporte mais presente<br />

nas áreas analisa<strong>da</strong>s é o carro, principalmente nas áreas P4, P1 e P2, nas quais no cômputo<br />

total <strong>de</strong> carros observa-se a existência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um carro por mora<strong>do</strong>r, enquanto a área<br />

P3 apresentou o menor número <strong>de</strong> carros verifica<strong>do</strong>. Observa-se que o número <strong>de</strong> bicicletas<br />

é pequeno nas áreas P1, P2, P4 e P5, e que o número total <strong>de</strong> motos e bicicletas é bastante<br />

inferior ao número total <strong>de</strong> carros, no entanto, na área P3 o número <strong>de</strong> bicicletas ultrapassa<br />

o número <strong>de</strong> carros nos <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s.<br />

A Figura 5.56 apresenta as respostas à pergunta “Que meio <strong>de</strong> transporte você utiliza<br />

para ir ao trabalho, para sair, etc?”.<br />

8<br />

nº respostas<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

carro ônibus bicicleta caminha<strong>da</strong> carona moto n<strong>da</strong><br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 56 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PELOS MORADORES<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.56 permite observar que apesar <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

possuir carro, o meio <strong>de</strong> transporte mais utiliza<strong>do</strong> foi, em primeiro lugar, o ônibus com<br />

64,4%, e em segun<strong>do</strong> lugar o carro com 22,2%. O terceiro item mais cita<strong>do</strong> foi a caminha<strong>da</strong>,<br />

com 13,3%, e em quarto lugar a moto com 8,9%. A bicicleta, mesmo ten<strong>do</strong> presença<br />

razoável nas casas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, não foi cita<strong>da</strong> nenhuma vez, o que também ocorreu com<br />

o item “carona”.<br />

Observa-se que possivelmente a utilização <strong>do</strong> ônibus como principal meio <strong>de</strong><br />

transporte ocorre por este ain<strong>da</strong> ser mais o mais barato e também pelo fato <strong>do</strong> carro ser<br />

utiliza<strong>do</strong> por outro membro <strong>da</strong> família que não aquele que estava sen<strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.57 apresenta as respostas à pergunta “Você economiza energia elétrica em<br />

casa? Se sim, como?”.


126<br />

12<br />

10<br />

nº respostas<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

Sim luz chuveiro equip. roupa outros Não<br />

FIGURA 5. 57 – ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.57 permite observar que somente 2 mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s nas<br />

área P3 e P5, disseram não economizar energia elétrica. As ações mais cita<strong>da</strong>s sobre<br />

economia <strong>de</strong> energia foram relaciona<strong>da</strong>s diretamente à luz presente nas casas, com ações<br />

como apagar as luzes em ambientes não utiliza<strong>do</strong>s ou trocar as lâmpa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> casa por<br />

lâmpa<strong>da</strong>s fluorescentes. Outra forma <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia elétrica que foi bastante<br />

cita<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res foi relaciona<strong>da</strong> ao uso <strong>de</strong> equipamentos, com ações como manter os<br />

equipamentos <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong>s <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> e apenas ligar quan<strong>do</strong> for utilizá-los novamente, ou até<br />

mesmo o <strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong> gela<strong>de</strong>ira e <strong>do</strong> freezer no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> noite, apenas retornan<strong>do</strong> a<br />

ligá-los no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã. A realização <strong>do</strong> banho com menor tempo foi a terceira forma<br />

mais cita<strong>da</strong> para economia <strong>de</strong> energia pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

Na análise <strong>de</strong>sta questão, observa-se uma indicação que se sobressai sobre to<strong>da</strong>s as<br />

outras citações realiza<strong>da</strong>s, que foi a economia <strong>de</strong> energia na lavagem e passagem <strong>de</strong> roupa,<br />

enfatiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4. Não foi possível i<strong>de</strong>ntificar nenhum fato<br />

que explicasse o alto número <strong>de</strong> citações para economia <strong>de</strong> energia relaciona<strong>do</strong> ao item<br />

“roupa”, cita<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta área, no entanto, é provável que tenha ocorri<strong>do</strong><br />

algum trabalho neste senti<strong>do</strong>.<br />

A Figura 5.58 apresenta as respostas à pergunta “Você economiza água em casa? Se<br />

sim, como?”.


127<br />

12<br />

10<br />

nº pessoas<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

Sim reaproveit. reunião<br />

afazeres<br />

não<br />

<strong>de</strong>sperdício<br />

evitar gastos<br />

Não<br />

FIGURA 5. 58 – ECONOMIA DE ÁGUA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.58 permite observar que somente três mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s<br />

nas áreas P1, P2 e P3, disseram não realizar economia <strong>de</strong> água. As ações mais cita<strong>da</strong>s sobre<br />

economia <strong>de</strong> água foram relaciona<strong>da</strong>s à diminuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício, seja na lavagem <strong>de</strong><br />

calça<strong>da</strong>s com menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, ao fechar a torneira para escovar os <strong>de</strong>ntes, ou<br />

pela i<strong>de</strong>ntificação e conserto <strong>de</strong> vazamentos, entre outras ações, que foram cita<strong>da</strong>s<br />

principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2 e P5. A segun<strong>da</strong> ação <strong>de</strong> economia mais<br />

cita<strong>da</strong> foi o reaproveitamento <strong>de</strong> água, que ocorre quase que unicamente pela reutilização<br />

<strong>da</strong> água <strong>da</strong> máquina <strong>de</strong> lavar para usos diversos como a lavagem <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s e carros, ação<br />

cita<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes em P3. Outras ações cita<strong>da</strong>s para economia<br />

<strong>de</strong> água, porém <strong>de</strong> maneira não tão expressiva, foram a reunião <strong>de</strong> afazeres como a lavagem<br />

<strong>de</strong> roupas apenas no final <strong>de</strong> semana, e a tentativa <strong>de</strong> se evitar gastos, pela <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não<br />

lavar a calça<strong>da</strong> com água, por exemplo.<br />

Na análise <strong>da</strong>s respostas <strong>da</strong>s duas perguntas que <strong>de</strong>senvolveram questões<br />

relaciona<strong>da</strong>s à economia <strong>de</strong> energia elétrica e água, observa-se que existe uma difusão<br />

bastante ampla <strong>da</strong> economia <strong>de</strong>sses recursos por meio <strong>de</strong> ações cotidianas, aspecto que<br />

ficou claro nas falas e respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. A importância <strong>de</strong>ssas ações é gran<strong>de</strong>, no<br />

entanto, é necessário que a visão sobre os aspectos ambientais não esteja limita<strong>da</strong> a ações<br />

<strong>de</strong>ste tipo, mas que também envolvam ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s coletivas, que repensem e


128<br />

construam uma nova forma <strong>de</strong> relação com o mun<strong>do</strong>, com as pessoas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />

ações ambientais não sejam restritas a ações <strong>de</strong> gestão ambiental.<br />

Outra questão que <strong>de</strong>ve ser observa<strong>da</strong> é que a economia <strong>de</strong> água realiza<strong>da</strong> por ações<br />

<strong>da</strong> população é pequena frente ao total utiliza<strong>do</strong> pelos outros setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Desta<br />

forma, a busca pela economia não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser importante, porém po<strong>de</strong> trazer uma<br />

culpabilização exagera<strong>da</strong> sobre essas ações.<br />

A Figura 5.59 apresenta as respostas à pergunta “Você separa lixo em casa?”.<br />

10<br />

9<br />

8<br />

nº respostas<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

Sim<br />

recicláveis / não<br />

recicláveis<br />

recicláveis / org.<br />

/ não recicláveis<br />

compostagem<br />

Não<br />

FIGURA 5. 59 – SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS REALIZADA PELOS MORADORES<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.59 permite observar que somente cinco mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s<br />

nas áreas P1, P2, P3 e P5, disseram não separar lixo em casa. Entre os mora<strong>do</strong>res que<br />

disseram realizar a separação <strong>do</strong> lixo, a maioria afirmou que separa os materiais recicláveis<br />

<strong>do</strong>s não recicláveis. No entanto, existe uma parcela significativa <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que também<br />

separa o lixo orgânico <strong>do</strong> material reciclável e <strong>do</strong> material não reciclável, o qual, muitas<br />

vezes, é utiliza<strong>do</strong> para adubar o solo <strong>de</strong> hortas presentes nas casas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, ou acaba<br />

servin<strong>do</strong> <strong>de</strong> alimento para os animais <strong>de</strong> estimação, principalmente cachorros. Apenas 2<br />

mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P3, disseram realizar compostagem com os restos <strong>de</strong><br />

materiais orgânicos, que é então leva<strong>do</strong> para a horta e para a lavoura.


129<br />

Observa-se que a prática <strong>da</strong> separação <strong>de</strong> materiais recicláveis apresenta-se também<br />

bastante difundi<strong>da</strong> entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, o que reforça a compreensão <strong>de</strong> que<br />

o mínimo necessário em ações ambientais a serem realiza<strong>da</strong>s nas residências, como<br />

economia <strong>de</strong> água e luz e coleta seletiva, já são efetua<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

A Figura 5.60 apresenta as respostas à pergunta “Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento<br />

em casa? Qual?”.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

FIGURA 5. 60 – MORADORES QUE PLANTAM ALIMENTOS EM CASA<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.60 permite observar que existe uma cultura entre os mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> plantar alimentos, na qual ocorre a presença <strong>de</strong> pelo menos uma horta com temperos<br />

construí<strong>da</strong> para consumo próprio. A única área <strong>de</strong> análise que apresentou maior número <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res que não plantam alimentos, em comparação com os que plantam, foi a área P1,<br />

na qual somente <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram “sim”. Nas outras áreas ocorreram<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que possuem hortas ou pequenas lavouras em casa, com<br />

<strong>de</strong>staque para as áreas P2 e P5, que apresentaram os maiores índices. A análise sobre o que<br />

é planta<strong>do</strong> permite observar que ocorre pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> hortaliças como alface,<br />

cebolinha, salsinha e couve. A característica verifica<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res possuírem plantações<br />

em casa <strong>de</strong>ve-se a uma característica cultural forte <strong>da</strong>s famílias locais <strong>de</strong> ter alguma<br />

subsistência proveniente <strong>do</strong> próprio local <strong>de</strong> moradia.<br />

A Figura 5.61 apresenta as respostas à pergunta “Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou<br />

associação (ambiental, cultural, social, político, etc)?”.


130<br />

nº respostas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

sim<br />

não<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 61 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM GRUPOS OU ASSOCIAÇÕES<br />

Observa-se que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não participa <strong>de</strong> nenhum grupo ou<br />

associação, característica que representa, pelo menos em parte, o baixo envolvimento <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s coletivas, o que juntamente com uma Educação Ambiental<br />

volta<strong>da</strong> apenas ao indivíduo, com ações restritas a questões como economia <strong>de</strong> luz e água e<br />

a separação <strong>de</strong> lixo para a coleta seletiva, mostra a falta <strong>de</strong> ações que envolvam a<br />

cooperação entre os mora<strong>do</strong>res. As áreas que apresentaram mora<strong>do</strong>res participantes,<br />

envolvi<strong>do</strong>s com grupos ou associações, foram as áreas P2, P3, P4 e P5, esta última com o<br />

maior número verifica<strong>do</strong>, com 2 mora<strong>do</strong>res.<br />

A análise <strong>da</strong>s respostas fornece uma visão sobre como provavelmente existe gran<strong>de</strong><br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações coletivas, que envolvam a cooperação entre<br />

pessoas para a realização <strong>de</strong> algo que seja em benefício <strong>de</strong> um grupo, <strong>de</strong> um coletivo.<br />

Situação que também mostra a possível dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em ter núcleos <strong>de</strong> gestão nos bairros<br />

que auxiliem no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas em que os mora<strong>do</strong>res estão inseri<strong>do</strong>s.<br />

A Tabela 5.13 apresenta a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s grupos e/ou associações apresenta<strong>do</strong>s<br />

pelos mora<strong>do</strong>res e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong> um.<br />

De acor<strong>do</strong> com as respostas, observa-se que nenhum mora<strong>do</strong>r participa <strong>de</strong> grupo<br />

e/ou associação que <strong>de</strong>senvolva ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ações relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental, ou<br />

que estejam relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> bairro no qual o mora<strong>do</strong>r resi<strong>de</strong>. Os<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s permitem supor que, talvez, não existam grupos associações locais que<br />

atuem na área ambiental nos bairros analisa<strong>do</strong>s.


131<br />

TABELA 5. 13 – GRUPOS E/OU ASSOCIAÇÕES E ATIVIDADES REALIZADAS<br />

Área <strong>de</strong> análise Grupo Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong><br />

P2 Colégio Destinação <strong>de</strong> verbas<br />

P3<br />

Terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Artesanato, exercícios e<br />

caminha<strong>da</strong>s<br />

P4 Hipertensos Não respon<strong>de</strong>u<br />

P5 Não respon<strong>de</strong>u Não respon<strong>de</strong>u<br />

P5 Igreja Trabalho social<br />

5.3.1.5. Questões Políticas<br />

As questões <strong>de</strong> 45 a 47 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à participação<br />

política e à gestão <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

A Figura 5.62 apresenta as respostas à pergunta “Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to<br />

você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação na região em que você mora<br />

e/ou trabalha? Qual?”. Nesta questão não era necessário citar nomes, apenas dizer se havia<br />

lembrança ou não.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

não votou / justificou<br />

FIGURA 5. 62 – LEMBRANÇA SOBRE OS CANDIDATOS VOTADOS NAS ELEIÇÕES<br />

Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res lembrou quais foram os candi<strong>da</strong>tos em que<br />

votaram nas eleições passa<strong>da</strong>s, com <strong>de</strong>staque para as áreas P4 e P3, nas quais to<strong>do</strong>s os


132<br />

mora<strong>do</strong>res que votaram lembraram <strong>do</strong>s seus candi<strong>da</strong>tos. Os maiores índices verifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res que não lembraram <strong>do</strong>s seus candi<strong>da</strong>tos ocorreram nas áreas P1, P2 e P5, no<br />

entanto, to<strong>da</strong>s as áreas apresentaram um número maior <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram<br />

“sim”.<br />

A Figura 5.63 apresenta se os candi<strong>da</strong>tos que foram eleitos fizeram alguma ação pela<br />

região em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m.<br />

10<br />

nº respostas<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

FIGURA 5. 63 – AÇÃO DOS CANDIDATOS NAS ÁREAS ANALISADAS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.63 permite observar que o maior índice <strong>de</strong> respostas afirmativas<br />

foram obti<strong>da</strong>s nas áreas P1 e P2, nas quais to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s disseram<br />

i<strong>de</strong>ntificar ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro pelos candi<strong>da</strong>tos eleitos. Nas áreas restantes<br />

ocorreu a indicação <strong>de</strong> que na<strong>da</strong> foi realiza<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P5 que<br />

apresentam os maiores índices, com 3 citações ca<strong>da</strong>. A área P5 apresenta-se como uma <strong>da</strong>s<br />

áreas mais carentes <strong>da</strong> região, e a análise <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s por esta questão mostra que<br />

possivelmente ocorra um <strong>de</strong>scompromisso <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público com a região.<br />

A Figura 5.64 apresenta as ações realiza<strong>da</strong>s pelos candi<strong>da</strong>tos eleitos, cita<strong>do</strong>s pelos<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

De acor<strong>do</strong> com as respostas observa-se que a ação mais executa<strong>da</strong> nos bairros foi a<br />

implantação <strong>de</strong> manta asfáltica nas ruas, situação verifica<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s. As<br />

outras ações cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res são bastante específicas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong> área e<br />

possivelmente com a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> local existente. Na área P1 a limpeza e organização <strong>da</strong>s ruas<br />

melhoraram; na área P2 foram instala<strong>do</strong>s posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e cancha; na área P3 foi construí<strong>do</strong>


133<br />

um colégio e um posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; na área P4 ocorreu o maior número <strong>de</strong> ações verifica<strong>da</strong>s,<br />

com a construção <strong>de</strong> uma creche, a instalação <strong>de</strong> luz, a construção <strong>do</strong> terminal <strong>de</strong> ônibus e<br />

<strong>de</strong> um hospital, a implantação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás e a construção <strong>do</strong> centro <strong>de</strong><br />

zoonoses. A área P5 foi a que menos recebeu infraestrutura em comparação com to<strong>da</strong>s as<br />

áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

4<br />

nº respostas<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

Ações<br />

FIGURA 5. 64 – AÇÕES REALIZADAS NOS BAIRROS PELOS CANDIATOS ELEITOS<br />

Na análise <strong>da</strong>s respostas observa-se que a área que mais necessita <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

foi a que menos recebeu investimento, o que po<strong>de</strong> ser reflexo <strong>da</strong> política local, <strong>da</strong> análise<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para escolha <strong>do</strong>s locais prioritários a serem realiza<strong>da</strong>s obras, e/ou <strong>da</strong> falta <strong>de</strong><br />

mobilização <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res frente aos problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nos seus bairros.<br />

A Figura 5.65 apresenta as respostas à pergunta “Você cobra ações <strong>do</strong> seu<br />

candi<strong>da</strong>to? Como? Por que?”.<br />

A análise <strong>da</strong>s respostas mostra que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não cobra ações <strong>do</strong>s<br />

candi<strong>da</strong>tos eleitos, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P1 que apresentaram os maiores índices<br />

<strong>de</strong> cobrança. As áreas P2, P4 e P5 apresentaram o mesmo quadro, com quatro mora<strong>do</strong>res<br />

que respon<strong>de</strong>ram “sim” e cinco que respon<strong>de</strong>ram “não”. Apesar <strong>do</strong> número <strong>de</strong> respostas<br />

para “não” superar o “sim” em to<strong>da</strong>s as áreas, foi observa<strong>do</strong> que os índices apresenta<strong>do</strong>s


134<br />

pelas áreas P2, P4 e P5 são razoavelmente eleva<strong>do</strong>s, pois observa-se que quase meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s nessas áreas afirmaram cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

FIGURA 5. 65 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES DOS CANDIDATOS ELEITOS<br />

A Tabela 5.14 apresenta os meios e as razões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para<br />

cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos eleitos.<br />

TABELA 5. 14 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES<br />

Área Como? Por quê?<br />

P1<br />

Cobran<strong>do</strong><br />

Falo quan<strong>do</strong> tenho acesso e cobro o<br />

que precisa ser feito<br />

Não respon<strong>de</strong>u<br />

Para aju<strong>da</strong>r na administração, pois tem que<br />

cobrar<br />

Pessoalmente<br />

Promessa <strong>de</strong>ve ser cumpri<strong>da</strong><br />

P2<br />

Pessoalmente<br />

Porque votei e tenho o direito <strong>de</strong> exigir<br />

melhorias<br />

Ligo para olharem o bairro<br />

Pois não acredito no candi<strong>da</strong>to<br />

P3 Pego no pé Porque foi eleito por nós<br />

Pessoalmente<br />

Por ter o direito <strong>de</strong> cobrar<br />

P4 Se é verea<strong>do</strong>r encontra na rua<br />

Não respon<strong>de</strong>u<br />

Cobran<strong>do</strong> <strong>do</strong> verea<strong>do</strong>r<br />

Não respon<strong>de</strong>u<br />

P5<br />

Vou na câmara<br />

Vou na prefeitura<br />

Pois se não cobrar eles esquecem<br />

Se votou tem direito <strong>de</strong> cobrar<br />

De acor<strong>do</strong> com as respostas apresenta<strong>da</strong>s verifica-se uma maior proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />

os mora<strong>do</strong>res e os verea<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à relação existente entre esses políticos e as questões


135<br />

presentes nos bairros. Observa-se também que parece haver uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong><br />

cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao direito por ser eleitor e mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro, o que<br />

traz um compromisso com as questões que envolvem a área.<br />

A Figura 5.66 apresenta as respostas à pergunta “Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong><br />

grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas ações para melhoria <strong>do</strong> local em que<br />

mora?”.<br />

nº respostas<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 66 – AÇÕES DOS MORADORES<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.66 permite observar uma série <strong>de</strong> ações cita<strong>da</strong>s pelos<br />

mora<strong>do</strong>res e, por meio <strong>de</strong>stas citações é possível observar algumas <strong>da</strong>s carências existentes<br />

em ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>. Melhorias na saú<strong>de</strong> foram cita<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong>s as áreas, porém com<br />

um número pequeno <strong>de</strong> indicações. Melhorias na educação foram cita<strong>da</strong>s em 4 <strong>da</strong>s 5 áreas,<br />

com <strong>de</strong>staque para a área P5 que apresentou 5 indicações para este item, o maior número<br />

verifica<strong>do</strong> em comparação com as outras áreas. O item “segurança” foi bastante cita<strong>do</strong> por<br />

to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res, com <strong>de</strong>staque para as áreas P2 e P4, que apresentaram o maior<br />

número <strong>de</strong> indicações, com 3 e 5, respectivamente. Melhorias na infra-estrutura <strong>do</strong> bairro<br />

foi outro item bastante cita<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P5. Saneamento e aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s a limpeza e lixo foram <strong>do</strong>is outros tópicos bastante cita<strong>do</strong>s por to<strong>da</strong>s as áreas.<br />

O item “proteção ao meio ambiente” apenas foi cita<strong>do</strong> uma vez, por um mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área<br />

P5.


136<br />

Na análise geral <strong>da</strong>s ações apresenta<strong>da</strong>s os quesitos que possuem maiores citações,<br />

em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente, foram infra-estrutura, segurança, limpeza e lixo, saneamento,<br />

educação e saú<strong>de</strong>. A análise <strong>da</strong>s respostas permitiu i<strong>de</strong>ntificar quais são as maiores carências<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área, e assim observa-se que a questão <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong> meio ambiente<br />

praticamente não foi abor<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res. Fica evi<strong>de</strong>nte a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações básicas como a implantação <strong>de</strong> infra-estrutura nos bairros e<br />

<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> saneamento, a execução <strong>de</strong> ações nas áreas <strong>de</strong> educação e segurança, e a<br />

limpeza <strong>do</strong>s bairros e coleta <strong>de</strong> lixo, que são aspectos básicos para uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, e para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong>s bairros em que vivem os<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

5.3.1.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />

As questões <strong>de</strong> 48 a 55 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental <strong>da</strong>s áreas habita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />

As Figuras 5.67 a 5.71 apresentam as respostas, por área <strong>de</strong> análise, à pergunta<br />

“Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?”.<br />

6% 6% 11%<br />

trabalho / emprego<br />

dinheiro<br />

saú<strong>de</strong><br />

educação / estu<strong>do</strong><br />

6%<br />

12%<br />

12%<br />

6%<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> casa / bairro<br />

boa alimentação<br />

bom salário<br />

6%<br />

6%<br />

meio ambiente<br />

12%<br />

tomar menos remédios<br />

17%<br />

não faltar na<strong>da</strong> em casa<br />

difícil dizer / não sei resumir<br />

FIGURA 5. 67 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P1


137<br />

Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P1 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />

uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a casa e com o bairro (17%), segui<strong>do</strong> por boa<br />

alimentação (12%), educação (12%), meio ambiente (12%) e saú<strong>de</strong> (11%).<br />

5% 5% 16%<br />

não sabe<br />

saú<strong>de</strong><br />

segurança<br />

educação / estu<strong>do</strong><br />

5%<br />

5%<br />

5%<br />

11%<br />

5%<br />

5%<br />

11%<br />

trabalho / emprego<br />

dinheiro<br />

boa alimentação<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />

merca<strong>do</strong> mais barato<br />

educação por parte <strong>do</strong>s outros<br />

11%<br />

16%<br />

se <strong>da</strong>r bem com os vizinhos<br />

família alegre<br />

FIGURA 5. 68 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P2<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.68, permite observar que os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P2<br />

i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (16%) e o<br />

trabalho (16%), que foram os <strong>do</strong>is itens mais cita<strong>do</strong>s, segui<strong>do</strong> por dinheiro (11%) e boa<br />

alimentação (11%). O item “não sabe” foi indica<strong>do</strong> por 11% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Os itens<br />

restantes possuem citação única e são bastante diversifica<strong>do</strong>s. Nesta área não foi realiza<strong>da</strong><br />

nenhuma menção a questões ambientais.<br />

Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P3 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />

uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (19%), com o maior número <strong>de</strong> citações verifica<strong>do</strong>,<br />

segui<strong>do</strong> por alimentação (13%), educação (13%) e segurança (7%). Os outros itens obtiveram<br />

citações únicas, sen<strong>do</strong> que o termo meio ambiente apenas foi cita<strong>do</strong> uma única vez.


138<br />

saú<strong>de</strong><br />

segurança<br />

educação<br />

6%<br />

6%<br />

6%<br />

19%<br />

trabalho<br />

alimentação<br />

bom salário<br />

6%<br />

7%<br />

respeito familiar<br />

6%<br />

6%<br />

6%<br />

13%<br />

6%<br />

13%<br />

não ter violência<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />

escola profissionalizante<br />

igreja<br />

meio ambiente<br />

FIGURA 5. 69 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P3<br />

4%<br />

4%<br />

4%<br />

4%<br />

9%<br />

9%<br />

4% 4% saú<strong>de</strong><br />

segurança<br />

educação<br />

trabalho<br />

26%<br />

5%<br />

9%<br />

4% 9%<br />

5%<br />

higiene<br />

cultura<br />

lazer<br />

meio ambiente<br />

boa escola<br />

segurança escola<br />

mais enfermeiras<br />

alimentação<br />

boa moradia<br />

bom salário<br />

FIGURA 5. 70 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P4


139<br />

Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P4 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />

uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (26%), com o maior número <strong>de</strong> citações entre to<strong>da</strong>s as<br />

áreas analisa<strong>da</strong>s, segui<strong>do</strong> por educação (9%), trabalho (9%), lazer (9%) e meio ambiente<br />

(9%). Os itens restantes foram cita<strong>do</strong>s apenas uma vez, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que está área apresentou a<br />

maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> <strong>de</strong> questões relaciona<strong>do</strong>s a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

saú<strong>de</strong><br />

13%<br />

7%<br />

20%<br />

segurança<br />

educação<br />

não sabe<br />

7%<br />

6%<br />

trabalho<br />

higiene<br />

7%<br />

7%<br />

13%<br />

religião<br />

dinheiro<br />

meio ambiente<br />

13%<br />

7%<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> casa / bairro<br />

FIGURA 5. 71 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P5<br />

Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P5 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />

uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (20%), que foi o item mais cita<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> por educação<br />

(13%), trabalho (13%) e meio ambiente (13%). Os itens higiene, religião, dinheiro e cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

com casa e bairro foram cita<strong>do</strong>s apenas uma vez.<br />

Na análise <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s observa-se que os itens saú<strong>de</strong>, educação e trabalho<br />

foram os itens mais cita<strong>do</strong>s em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> análise, ocorren<strong>do</strong> variação <strong>da</strong> indicação<br />

<strong>de</strong> outros itens <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a área, como por exemplo, o item cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a casa e com<br />

o bairro na área P1, dinheiro e boa alimentação na área P2, alimentação na área P3, lazer na<br />

área P4 e meio ambiente na área P5. Observa-se que a questão ambiental foi muito pouco<br />

cita<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, e é provável que ain<strong>da</strong> não esteja inseri<strong>da</strong> no imaginário <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res como algo que está relaciona<strong>do</strong> diretamente com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s


140<br />

famílias. No entanto, indiretamente to<strong>da</strong>s as questões cita<strong>da</strong>s estão relaciona<strong>da</strong>s à questão<br />

ambiental e à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

A Figura 5.72 apresenta as respostas à pergunta “Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente<br />

<strong>do</strong> seu bairro?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 72 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS QUALIDADES E DEFICIÊNCIAS DO BAIRRO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.72 permite observar que no quesito “limpeza <strong>do</strong> bairro” a área<br />

P5 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a mais suja, segui<strong>da</strong> pela área P4, enquanto a área P2 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a<br />

mais limpa. No quesito “cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com o bairro” a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>raram o seu<br />

bairro mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, no entanto, a área P2 apresentou o maior índice referente à indicação<br />

<strong>de</strong> que o bairro é bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>. Na análise <strong>do</strong> quesito “organização <strong>do</strong> bairro” novamente a<br />

maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>raram o seu bairro <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>, e <strong>da</strong> mesma forma que no<br />

item anterior a área que apresentou o maior índice referente à indicação <strong>de</strong> que o bairro é<br />

organiza<strong>do</strong> foi a área P2. Em relação ao quesito “segurança”, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

situa<strong>do</strong>s nas áreas P1, P3, P4 e P5 consi<strong>de</strong>raram a área <strong>do</strong> bairro bastante insegura,<br />

enquanto a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2 indicaram que o local em que moram é<br />

seguro. O único quesito que obteve boa avaliação em to<strong>da</strong>s as áreas foi a “iluminação” local,<br />

com excessão <strong>da</strong> área P5, na qual 4 mora<strong>do</strong>res disseram que a região <strong>do</strong> bairro era mal<br />

ilumina<strong>da</strong>.


141<br />

De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s, observa-se que existe gran<strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

resi<strong>de</strong>ntes na área P2 com o bairro, situação que ocorre <strong>de</strong> maneira oposta com os<br />

mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3, P4 e principalmente na área P5. Esse resulta<strong>do</strong> fornece<br />

uma base <strong>de</strong> análise para constatar que a área P5 apresenta uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências, e<br />

falta <strong>de</strong> infra-estrutura, o que reflete na percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o local.<br />

A Figura 5.73 apresenta as respostas à pergunta “Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável<br />

pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por que?”.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

po<strong>de</strong>r público<br />

assoc.<br />

mora<strong>do</strong>res<br />

mora<strong>do</strong>res /<br />

população<br />

to<strong>do</strong>s são<br />

responsáveis<br />

sem<br />

responsáveis<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 73 – OPINIÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE REFERENTE AO BAIRRO<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.73 permite observar que o po<strong>de</strong>r público é cita<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as<br />

áreas analisa<strong>da</strong>s, e pela maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, como o principal responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental <strong>do</strong> bairro, com <strong>de</strong>staque para a área P1, que apresentou o maior índice <strong>de</strong><br />

citações. O segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong> responsabilizou os próprios mora<strong>do</strong>res, e foi cita<strong>do</strong><br />

principalmente por mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P1, P2 e P4. A responsabilização pela<br />

associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res foi cita<strong>da</strong> por três áreas, P3, P4 e P5. A cooperação mútua, na qual<br />

to<strong>do</strong>s são co-responsáveis foi cita<strong>da</strong> somente duas vezes, e ocorreu por mora<strong>do</strong>res<br />

pertencentes as áreas P2 e P4. O item “não sabe” apresentou o maior número <strong>de</strong> citações na<br />

área P5, na qual os mora<strong>do</strong>res colocaram a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro, <strong>de</strong><br />

maneira quase que exclusiva, pelo po<strong>de</strong>r público.


142<br />

Apesar <strong>de</strong> haver um senso <strong>de</strong> responsabilização sobre a figura <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público, que<br />

pre<strong>do</strong>minou entre as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observa-se uma preocupação em indicar que<br />

a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é também <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, que convivem e vivenciam as diversas<br />

situações e características <strong>do</strong>s bairros. A responsabilização pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro sobre a<br />

associação <strong>de</strong> bairros apenas foi cita<strong>da</strong> por três áreas, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong><br />

citações realiza<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as falas <strong>de</strong> alguns mora<strong>do</strong>res observa-se uma certa<br />

<strong>de</strong>scrença nesta organização, que acaba por não representar o interesse <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />

A Figura 5.74 apresenta as respostas à pergunta “Quais seriam as ações para<br />

melhorar esta(s) situação(ões)?”.<br />

nº respostas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 74 – AÇÕES DE MELHORIAS PROPOSTAS PELOS MORADORES<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.74 permite observar que o item mais cita<strong>do</strong> foi a realização <strong>de</strong><br />

ações ambientais, apresenta<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as áreas e principalmente pelos mora<strong>do</strong>res<br />

presentes nas áreas P1, P4 e P5. Ações na área <strong>de</strong> segurança foram solicita<strong>da</strong>s<br />

principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P2 e P4, enquanto ações na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foram<br />

pouco solicita<strong>da</strong>s e somente ocorreram nas áreas P1 e P5. Ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público foram<br />

solicita<strong>da</strong>s, com <strong>de</strong>staque, por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3, com o total <strong>de</strong> 4 citações. A<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para efetuar reinvidicações para melhoria <strong>do</strong>s<br />

bairros foi cita<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma enfática pelas áreas P1, P3, P4 e P5.


143<br />

De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s, observa-se que diferentemente <strong>do</strong> quadro proposto<br />

pelos mora<strong>do</strong>res com relação às reinvidicações, apresenta<strong>da</strong>s na Figura 5.66, as ações <strong>de</strong><br />

melhorias propostas para os bairros concentraram-se na indicação <strong>de</strong> ações ambientais.<br />

Uma possível explicação para esta diferença é tanto a forma <strong>da</strong> questão, que coloca <strong>de</strong><br />

maneira mais abrangente a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, como também pela discussão já<br />

realiza<strong>da</strong> na entrevista, que coloca uma maior possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a indicação <strong>de</strong> questões<br />

ambientais pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às discussões realiza<strong>da</strong>s. Aspecto interessante verifica<strong>do</strong><br />

foi o número <strong>de</strong> citações realiza<strong>da</strong>s para o item “organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>”, realiza<strong>do</strong> por<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P3, P4 e P5, o que <strong>de</strong>monstra uma consciência sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> auto-organização <strong>da</strong>s pessoas presentes nos bairros para reinvidicar por questões<br />

relativas a ca<strong>da</strong> área. Este posicionamento po<strong>de</strong> não se refletir em ações, no entanto,<br />

apresenta um senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> cooperação entre os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>stas áreas.<br />

A Figura 5.75 apresenta as respostas à pergunta “Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer<br />

no bairro, ou próximas ao bairro? Por que? O que você sugere?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

FIGURA 5. 75 – NECESSIDADE DE ÁREAS DE LAZER PELOS MORADORES<br />

Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou sentir falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer<br />

próximas ao bairro, com <strong>de</strong>staque para a área P4, na qual to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram<br />

“sim”. No entanto, apesar <strong>de</strong>ste eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações, as áreas P1, P3, P4 e P5<br />

apresentam áreas públicas <strong>de</strong> lazer, como canchas <strong>de</strong> esporte, praças e pista <strong>de</strong> skate. Desta<br />

forma, observa-se que apesar <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> lazer estarem presentes, não há uma


144<br />

i<strong>de</strong>ntificação e/ou envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com estas áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as áreas<br />

presentes parecem não estar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res locais.<br />

A Figura 5.76 apresenta o motivo pelo qual os mora<strong>do</strong>res sentem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />

lazer, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta, “Por que sentem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer?”.<br />

6<br />

5<br />

nº respostas<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

p/ crianças<br />

e jovens<br />

não há p/ passear não faz<br />

falta<br />

outros<br />

não<br />

respon<strong>de</strong>u<br />

FIGURA 5. 76 – MOTIVO APRESENTADO PARA PRESENÇA DE ÁREAS DE LAZER<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.76 permite observar que o principal motivo aponta<strong>do</strong> pelos<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P4 por sentirem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer está na ausência<br />

<strong>de</strong>stas em locais próximos às residências em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m. O segun<strong>do</strong> motivo<br />

mais cita<strong>do</strong> foi a ausência <strong>de</strong> local a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para jovens e crianças brincarem, situação<br />

apresenta<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5.<br />

De acor<strong>do</strong> com a situação apresenta<strong>da</strong> pela questão anterior, observa-se que existe<br />

uma carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res por <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer, que não estão<br />

presentes nas áreas analisa<strong>da</strong>s, principalmente <strong>de</strong> áreas volta<strong>da</strong>s para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> crianças<br />

e jovens.<br />

A Figura 5.77 apresenta a sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para suprir esta falta,<br />

respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta <strong>da</strong> sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para áreas <strong>de</strong> lazer.<br />

Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res citou a opção pela construção <strong>de</strong> parques e<br />

praças, com <strong>de</strong>staque para as áreas P4 e P5, que apresentaram os maiores índices. A


145<br />

construção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à prática <strong>de</strong> esportes e lazer também foi bastante cita<strong>da</strong> por<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P5.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

parque e<br />

praça<br />

esportes e<br />

lazer<br />

lugar mais<br />

seguro<br />

outros não sabe não<br />

respon<strong>de</strong>u<br />

FIGURA 5. 77 – OPÇÕES DE ÁREAS DE LAZER INDICADAS PELOS MORADORES<br />

A Figura 5.78 apresenta as respostas a pergunta “Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o<br />

local em que você mora?”.<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

0<br />

muito satisfeito satisfeito pouco satisfeito insatisfeito<br />

FIGURA 5. 78 – GRAU DE SATISFAÇÃO DOS MORADORES COM O BAIRRO


146<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.78 permite observar que apenas 2 mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s na<br />

área P3, afirmaram estar muito satisfeitos com o local em que moram. O maior número <strong>de</strong><br />

citações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas ocorreu no item “satisfeito”, com<br />

49%, com <strong>de</strong>staque para a área P4, que apresentou o maior índice verifica<strong>do</strong>. O item “pouco<br />

satisfeito” apresentou número alto <strong>de</strong> citações, com 29%, e foi cita<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as áreas,<br />

com <strong>de</strong>staque para a área P2 que apresentou o maior índice <strong>de</strong> indicações. O terceiro item<br />

mais cita<strong>do</strong> foi “insatisfeito”, com 18%, que não obteve citações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2,<br />

porém foi bastante cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res pertencentes às áreas P1, P3 e P5.<br />

A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostra que apesar <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s nos bairros o<br />

índice <strong>de</strong> satisfação é maior que o <strong>de</strong> insatisfação nas áreas P2, P3 e P4, no entanto, nas<br />

áreas P1 e P5 os índices <strong>de</strong> insatisfação são maiores que os índices <strong>de</strong> satisfação. Esta análise<br />

permite i<strong>de</strong>ntificar como o mora<strong>do</strong>r se sente diante <strong>da</strong>s características que o bairro em que<br />

ele resi<strong>de</strong> possui, o que apresenta <strong>de</strong> forma indireta as características <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

bairro.<br />

A Figura 5.79 apresenta as respostas à pergunta “O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em<br />

que mora?”.<br />

nº respostas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 79 – O QUE OS MORADORES MAIS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE RESIDEM<br />

Observa-se que o item “relações pessoais” foi um aspecto bastante cita<strong>do</strong> entre os<br />

mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3 e P5, que foram as áreas que apresentaram os mais


147<br />

baixos níveis <strong>de</strong> instrução entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. O item “infra-estrutrura <strong>de</strong> serviços” foi<br />

cita<strong>do</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P4, não sen<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> na área P3.<br />

O item “tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>” foi cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P4, porém não foi<br />

cita<strong>do</strong> na área P5. Uma colocação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que chama a atenção foi a indicação <strong>de</strong><br />

que não gostam <strong>de</strong> na<strong>da</strong> no bairro, item cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P3 e P5.<br />

A apresentação <strong>do</strong>s aspectos que os mora<strong>do</strong>res mais gostam nos bairros inseriu<br />

fatores que não haviam si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s nas respostas anteriores. A citação <strong>do</strong>s itens<br />

“relações pessoais” e “tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>” apresentou aspectos muito mais<br />

profun<strong>do</strong>s/abrangentes <strong>do</strong> que questões relaciona<strong>da</strong>s a aspectos físicos e ambientais como<br />

saneamento. No entanto, indiretamente é este suporte físico que fornece algumas <strong>da</strong>s bases<br />

para os mora<strong>do</strong>res se sentirem satisfeitos com o local em que habitam.<br />

A Figura 5.80 apresenta as respostas à pergunta “O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro<br />

em que mora?”.<br />

nº respostas<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

P5<br />

FIGURA 5. 80 – O QUE OS MORADORES MENOS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE MORAM<br />

Observa-se que a questão <strong>da</strong> violência e <strong>da</strong>s drogas foi cita<strong>da</strong> pela maioria <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res, e por to<strong>da</strong>s as áreas, como o aspecto que mais os <strong>de</strong>sagra<strong>da</strong>, com <strong>de</strong>staque para


148<br />

a área P5, na qual esta situação foi cita<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s. A falta <strong>de</strong><br />

infra-estrutura foi o segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong> entre os mora<strong>do</strong>res, no entanto, não foi<br />

cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5. O item “problemas ambientais” foi um <strong>do</strong>s itens que<br />

apresentou menor número <strong>de</strong> citações, abaixo até mesmo <strong>de</strong> questões como o gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> cachorros nas ruas. Problemas <strong>de</strong> invasão e <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social foram cita<strong>do</strong>s<br />

pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P4.<br />

A análise <strong>da</strong>s respostas permite observar que os principais problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />

foram os que afetam diretamente os mora<strong>do</strong>res como a violência e a falta <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

nos bairros. As respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res mostraram que, apesar <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a pressão existente<br />

relaciona<strong>da</strong> a problemas ambientais, quan<strong>do</strong> ocorre a explanação sobre algo bastante<br />

pessoal, por exemplo, relaciona<strong>do</strong> ao gosto <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, a questão ambiental é<br />

minimiza<strong>da</strong>, e tem sua importância leva<strong>da</strong> a um segun<strong>do</strong> plano. Esta característica mostra<br />

que os problemas ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, apesar <strong>de</strong><br />

serem cita<strong>do</strong>s nas questões anteriores, parecem não produzir gran<strong>de</strong>s efeitos sobre os<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

5.3.1.7. Educação Ambiental<br />

As questões <strong>de</strong> 56 a 60 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à prática <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental nos bairros e nas escolas frequenta<strong>da</strong>s pelos filhos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />

A Figura 5.81 apresenta as respostas à pergunta “Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação<br />

Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa<br />

sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?”.<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.81 permite observar que apenas 2 mora<strong>do</strong>res situa<strong>do</strong>s na área<br />

P3 disseram i<strong>de</strong>ntificar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro, enquanto<br />

em to<strong>da</strong>s as outras áreas nenhum <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s disse conhecer alguma<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> EA em <strong>de</strong>senvolvimento no bairro.<br />

As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, são <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por<br />

<strong>do</strong>is órgãos, o primeiro é a Associação <strong>de</strong> Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Bairro e o segun<strong>do</strong> o Centro <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental <strong>da</strong> Empresa Volvo. Na indicação <strong>da</strong> Associação <strong>de</strong> Mora<strong>do</strong>res o<br />

mora<strong>do</strong>r não soube explicar quais eram as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, enquanto na indicação


149<br />

<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> EA <strong>da</strong> Volvo, o mora<strong>do</strong>r afirmou que são realiza<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre meio<br />

ambiente em geral, complementan<strong>do</strong> que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s são interessantes pois as crianças<br />

po<strong>de</strong>m participar. De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, observa-se a praticamente<br />

inexistência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nas áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

nº respostas<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

sim<br />

não<br />

não sabe<br />

FIGURA 5. 81 – EXISTÊNCIA DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS BAIRROS<br />

A Figura 5.82 apresenta as respostas à pergunta “As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa<br />

estu<strong>da</strong>m em colégio estadual, municipal, particular ou não estu<strong>da</strong>m?”.<br />

7<br />

6<br />

nº respostas<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

estadual<br />

municipal<br />

particular<br />

não estu<strong>da</strong>m<br />

FIGURA 5. 82 – COLÉGIOS EM QUE AS CRIANÇAS DOS BAIRROS ESTUDAM


150<br />

Observa-se que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s crianças estu<strong>da</strong>m em colégios públicos e<br />

somente 3 crianças estu<strong>da</strong>m em colégios particulares, 2 <strong>de</strong>las que resi<strong>de</strong>m na área P2, e 1<br />

que resi<strong>de</strong> na área P3. Em nenhuma <strong>da</strong>s casas entrevista<strong>da</strong>s foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s crianças que<br />

não estão estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, o que é um aspecto bem interessante. O maior número <strong>de</strong> crianças<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> foi na área P4 que apresentou 10 crianças, segui<strong>do</strong> pelas áreas P2 e P3, com 9 e<br />

8 crianças respectivamente.<br />

Quan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificava-se a presença <strong>de</strong> crianças resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r<br />

entrevista<strong>do</strong>, estes foram pergunta<strong>do</strong>s se eles tinham conhecimento <strong>da</strong> realização <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nos colégios em que as crianças estu<strong>da</strong>vam, questão<br />

apresenta<strong>da</strong> pela Figura 5.83.<br />

12<br />

10<br />

nº respostas<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

P1 P2 P3 P4 P5<br />

total colégios<br />

possuem<br />

não possuem<br />

não sabe<br />

Áreas <strong>de</strong> Análise<br />

FIGURA 5. 83 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS<br />

A análise <strong>da</strong> Figura 5.83 permite observar que na área P1 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res que<br />

possuem filhos afirmaram que existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos colégios<br />

em que seus filhos estu<strong>da</strong>m. Na área P2 esta reali<strong>da</strong><strong>de</strong> mu<strong>da</strong> bastante, pois <strong>do</strong>s 10 colégios<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s apenas 2 realizam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Nas áreas<br />

P3 e P4, segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, existem cinco colégios que realizam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

EA, no entanto na área P4 o valor apresenta<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> a 50% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> colégios,<br />

porcentagem menor que em P3, que é <strong>de</strong> 62,5%. Na área P5, nenhuma <strong>da</strong>s escolas<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, segun<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res.


151<br />

A Tabela 5.15 apresenta uma compilação <strong>da</strong>s respostas às perguntas “Existem<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?” e “Como isso interfere na vi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> família?”.<br />

TABELA 5. 15 – ATIVIDADES DE EA E A INTERFERÊNCIA NA VIDA DA FAMÍLIA<br />

Áreas <strong>de</strong> análise Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s Interferência na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

P4<br />

Não sabe<br />

Não jogam lixo e cui<strong>da</strong>m <strong>da</strong> escola<br />

Economia <strong>de</strong> recursos, lixo reciclável<br />

Visita a Sanepar e a plantações <strong>da</strong><br />

região<br />

Não sabe<br />

Não sabe<br />

Trabalhos<br />

Coleta e incentivo para reciclagem e<br />

excursões<br />

Juntam garrafas pet<br />

Não sabe<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre meio ambiente<br />

Gincanas e palestras no dia <strong>do</strong> meio<br />

ambiente<br />

Plantio <strong>de</strong> árvores no <strong>Passauna</strong><br />

Acredita que sim, mas não soube dizer<br />

Palestras<br />

Passeatas e manifestações<br />

Conscientização<br />

Aju<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong><br />

Fala, briga com relação ao uso <strong>da</strong><br />

água<br />

A filha não tem compromisso<br />

nenhum<br />

Não po<strong>de</strong> jogar lixo e tem que<br />

economizar água e energia<br />

Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> hábitos<br />

Reciclagem por exemplo<br />

Educação e Conscientização<br />

Pois fala sempre<br />

Não fala na<strong>da</strong><br />

Não interfere<br />

Não respon<strong>de</strong>u<br />

Não respon<strong>de</strong>u<br />

Incentiva a família a não <strong>de</strong>sperdiçar<br />

água<br />

Separação <strong>do</strong> lixo<br />

A família acaba sen<strong>do</strong> alerta<strong>da</strong> pela<br />

criança<br />

A análise <strong>da</strong> Tabela 5.15 permite i<strong>de</strong>ntificar que a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental nos colégios nos quais as crianças estu<strong>da</strong>m, muitas vezes acaba por<br />

influenciar os pais e a família nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s nas casas, principalmente pelo fato<br />

<strong>da</strong>s crianças cobrarem atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s pais e estes a<strong>do</strong>tarem assim um novo comportamento.<br />

Apesar <strong>de</strong> terem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />

nos colégios frequenta<strong>do</strong>s pelos filhos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, não é possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar a forma <strong>de</strong> Educação Ambiental que é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, se é uma EA que prioriza a<br />

gestão ambiental unicamente, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reciclagem e


152<br />

reaproveitamento <strong>de</strong> materiais, economia <strong>de</strong> água e energia elétrica, ou então se é uma EA<br />

mais abrangente, complexa, interdisciplinar, que fomenta questionamentos e ações por<br />

meio <strong>de</strong> uma visão crítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, com características que não po<strong>de</strong>m ser<br />

simplifica<strong>da</strong>s unicamente em pequenas tarefas diárias.<br />

Não existe informação suficiente para realizar a análise sobre a forma <strong>de</strong> EA<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> nas escolas, no entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o que foi obti<strong>do</strong> pelo relato <strong>do</strong>s pais, e<br />

também não <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong> o caráter simplista <strong>da</strong> questão apresenta<strong>da</strong> pela Tabela 5.15,<br />

as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos colégios parecem ser pontuais e simplistas. Esta<br />

indicação ocorre pelo fato <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s apenas serem relaciona<strong>da</strong>s a<br />

aspectos como separação <strong>de</strong> lixo, plantio <strong>de</strong> árvores e economia <strong>de</strong> recursos naturais.<br />

5.3.1.8. Finalização<br />

As questões 61 e 62 <strong>do</strong> questionário realizaram o fechamento <strong>da</strong> entrevista, e<br />

abor<strong>da</strong>ram qual foi a impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a pesquisa, e se eles gostariam <strong>de</strong><br />

receber um retorno sobre os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa. De acor<strong>do</strong> com as respostas obti<strong>da</strong>s<br />

somente um mora<strong>do</strong>r, resi<strong>de</strong>nte na área P2, disse não querer receber um retorno sobre a<br />

pesquisa. Observa-se o interesse apresenta<strong>do</strong> por praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res sobre a<br />

pesquisa, e indiretamente e diretamente sobre a questão ambiental.<br />

A Tabela 5.16 apresenta as impressões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a pesquisa<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta “Algum comentário sobre a entrevista?”.<br />

TABELA 5. 16 – COMENTÁRIOS DOS MORADORES SOBRE A ENTREVISTA<br />

Impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

1. Acho ótimo entrevistar. Fica saben<strong>do</strong> o que sentimos<br />

2. Só fico senti<strong>da</strong> <strong>de</strong> não respon<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />

3. Foi boa/gostei (11)*<br />

3. Boas perguntas, porém não consegui respon<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />

4. São muitas perguntas<br />

5. Sem comentários (8)*<br />

6. Gostou. Importante<br />

7. Foi bem interessante. Bom para procurar o que não sei (comitê) e po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r as pessoas a se<br />

questionar<br />

8. Achou interessante. Repassar resulta<strong>do</strong> para os órgãos municipais<br />

9. Foi boa, mas longa


153<br />

Impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

10. Após respon<strong>de</strong>r as perguntas, você para pensar em meio ambiente, pois a vi<strong>da</strong> é muito corri<strong>da</strong> e<br />

não dá tempo <strong>de</strong> parar e ficar pensan<strong>do</strong> nesse assunto<br />

11. Bacana. Bom para pensar<br />

12. Agradável (2)*<br />

13. Assunto bem interessante<br />

14. Lucrativo, não no senti<strong>do</strong> financeiro<br />

15. Tá ótimo. Sem comentários<br />

16. Foi legal e bom<br />

17. Que a pesquisa pegue as coisas boas para exercer o <strong>de</strong>bate com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no bairro<br />

verea<strong>do</strong>r/associação<br />

18. Foi boa. Porque percebe que tem alguém que se preocupa com o meio ambiente<br />

19. Muito legal, e se fosse mais freqüente as pessoas se conscientizariam<br />

20. Interessante (2)*<br />

21. Gostou<br />

22. Achou importante<br />

23. Legal<br />

24. Interessante. Abre caminhos<br />

25. Muito bom<br />

26. Fica saben<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma coisa<br />

27. Expressa o que quer falar, pois o prefeito e o verea<strong>do</strong>r não sabem o que queremos<br />

28. Ótima<br />

*Respostas repeti<strong>da</strong>s.<br />

A análise <strong>da</strong>s respostas mostra que a aceitação <strong>da</strong> pesquisa, apesar <strong>de</strong> extensa e<br />

composta por uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos, foi muito boa. A maioria <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s teve participação bastante ativa frente às questões apresenta<strong>da</strong>s no<br />

questionário e no <strong>de</strong>senvolver <strong>da</strong> entrevista.<br />

5.4. Análise final por meio <strong>da</strong> interrelação entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

De acor<strong>do</strong> com a análise realiza<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s violações <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, compara<strong>da</strong>s às especificações <strong>da</strong> Resolução CONAMA nº 357 <strong>de</strong> 2005,<br />

para os pontos amostrais <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s para este estu<strong>do</strong>, foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> o ponto P5 como o<br />

ponto mais comprometi<strong>do</strong> e o ponto P4 como o menos comprometi<strong>do</strong>. Os <strong>do</strong>is pontos<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s para a análise final localizam-se a jusante <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no<br />

município <strong>de</strong> Araucária.


154<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong>s entrevistas realiza<strong>da</strong>s nas áreas P4 e P5 foram<br />

relaciona<strong>da</strong>s com o grau <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong> corpo hídrico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área. Esta<br />

abor<strong>da</strong>gem possibilitou o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> relação entre mora<strong>do</strong>res e território, por meio <strong>da</strong><br />

percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental observa<strong>da</strong> nas áreas P4 e P5.<br />

5.4.1. Perfil sócio-econômico<br />

O sexo <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nas duas áreas foi pre<strong>do</strong>minantemente<br />

feminino. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 apresentaram a média mais baixa <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s, 6 mora<strong>do</strong>res, na<br />

faixa etária entre 21 e 40 anos, enquanto a área P5 apresentou distribuição equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res nas distintas faixas etárias, principalmente entre 14 e 20, 21 e 40, e 41 e 60 anos.<br />

Em relação à comparação entre o tempo <strong>de</strong> residência em <strong>do</strong>micílio com o tempo <strong>de</strong><br />

residência no município observa-se uma distinção clara entre as duas áreas. A diferença<br />

entre os <strong>do</strong>is quesitos na área P4 foi pequena, com 7 mora<strong>do</strong>res que apresentaram uma<br />

diferença máxima <strong>de</strong> 4 anos. Outro ponto foi que entre os entrevista<strong>do</strong>s apenas um<br />

mora<strong>do</strong>r afirmou morar no local a menos <strong>de</strong> 5 anos. No entanto, característica oposta foi<br />

verifica<strong>da</strong> na área P5, na qual apesar <strong>de</strong> existirem 5 mora<strong>do</strong>res que vivem no município a<br />

mais <strong>de</strong> 15 anos, observou-se a presença <strong>de</strong> 5 mora<strong>do</strong>res que vivem nesta área a menos <strong>de</strong><br />

5 anos, o que coloca o gráfico <strong>da</strong> relação tempo <strong>de</strong> residência em <strong>do</strong>micílio versus tempo <strong>de</strong><br />

residência no município (Figura 5.14), com gran<strong>de</strong> diferença entre os quesitos. Foi<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que 2 <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5 moram a menos <strong>de</strong> um ano no<br />

respectivo <strong>do</strong>micílio, enquanto outros 2 moram a menos <strong>de</strong> um mês. Estas características<br />

sugerem que possivelmente existe uma maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong>s casas na área<br />

P5, em comparação com o verifica<strong>do</strong> na área P4.<br />

Uma <strong>da</strong>s características relaciona<strong>da</strong>s ao tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio é a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre os problemas ambientais <strong>da</strong><br />

região em que resi<strong>de</strong>m, bem como <strong>de</strong> outras características na relação entre mora<strong>do</strong>r e<br />

território. Desta forma, é possível que o mora<strong>do</strong>r que possui menor tempo <strong>de</strong> residência no<br />

<strong>do</strong>micílio estabeleça uma relação mais superficial com o local em que mora, não sen<strong>do</strong><br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estadia no local. No entanto, se os


155<br />

problemas existentes forem bastante característicos e oferecerem gran<strong>de</strong> impacto ao local<br />

em que ocorrem, os problemas locais provavelmente serão facilmente i<strong>de</strong>ntificáveis.<br />

A análise <strong>do</strong> ponto P5 permite observar que, apesar <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> rio ser algo<br />

bastante evi<strong>de</strong>nte, tanto pelas tubulações <strong>da</strong>s casas direciona<strong>da</strong>s para o rio como pelo o<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> esgoto verifica<strong>do</strong> no local, poucos foram os mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificaram este problema<br />

ambiental. Observa-se que, <strong>do</strong>s 4 mora<strong>do</strong>res que resi<strong>de</strong>m na área a menos <strong>de</strong> 1 ano, apenas<br />

um mora<strong>do</strong>r indicou a questão <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> rio.<br />

Na análise <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias entrevista<strong>da</strong>s verificou-se que na área P5 os<br />

mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram baixa ren<strong>da</strong>, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> famílias que<br />

recebem entre 2 a 4 salários mínimos, enquanto a ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na<br />

área P4 apresentou-se bem distribuí<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as faixas, sem gran<strong>de</strong>s concentrações e<br />

<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sócio-econômicas.<br />

Quanto ao grau <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observa-se que a área P5 apresentou o<br />

mais baixo grau <strong>de</strong> instrução entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res que possuem apenas o primeiro grau completo e o primeiro grau incompleto. Os<br />

mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P4, por outro la<strong>do</strong>, apresentaram maior nível <strong>de</strong><br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com segun<strong>do</strong> grau completo e com um<br />

mora<strong>do</strong>r com curso superior incompleto.<br />

Observa-se que as famílias mais carentes e com menor nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, ocupam áreas que apresentam baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, localiza<strong>da</strong>s<br />

próximas a áreas <strong>de</strong> risco como aterros sanitários, lixões, rios poluí<strong>do</strong>s, áreas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção,<br />

áreas contamina<strong>da</strong>s, entre outros. Geralmente estes locais são caracteriza<strong>do</strong>s por total falta<br />

<strong>de</strong> infra-estrutura como água encana<strong>da</strong>, esgotamento sanitário, luz, acesso a transporte<br />

público, entre outros aspectos, consequências que ocorrem principalmente em locais que<br />

oferecem “condições” <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mais baratas se compara<strong>do</strong>s a outras áreas.<br />

No entanto, apesar <strong>de</strong> parecer óbvio que a população que resi<strong>de</strong> nestes locais tem<br />

forte influência e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental local, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

à geração <strong>de</strong> esgoto e disposição ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo, <strong>de</strong>ve-se observar que os responsáveis<br />

por esta <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção não são apenas as pessoas que moram nestes locais, mas também os<br />

gestores municipais e órgãos públicos, que não acompanham o processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s


156<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e não <strong>de</strong>senvolvem políticas sociais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local. No contexto <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> urbanização, a Companhia <strong>de</strong><br />

Saneamento <strong>do</strong> Paraná – SANEPAR possui papel central na disponibilização <strong>de</strong> infraestrutura<br />

sanitária, o que a também coloca como responsável pela <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

5.4.2. Visão sobre meio ambiente<br />

A visão sobre meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas áreas mostrouse<br />

mais abrangente que uma visão unicamente naturalista, pois praticamente meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5 apresentaram o ser humano como elemento constituinte <strong>do</strong><br />

meio ambiente, além <strong>da</strong> inserção <strong>de</strong> elementos antrópicos diversos que são resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

interação entre homem e ambiente.<br />

A área P5, apesar <strong>de</strong> apresentar os mora<strong>do</strong>res com os índices mais baixos <strong>de</strong><br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, apresentou o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res que mostraram uma visão abrangente sobre meio ambiente, atrás apenas <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. O contato direto <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com problemas <strong>de</strong> poluição <strong>da</strong> água,<br />

excesso <strong>de</strong> lixo nas ruas, falta <strong>de</strong> organização e infra-estrutura <strong>do</strong> bairro, entre outras<br />

questões cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, coloca-os em contato direto com os problemas relativos<br />

à questão ambiental. Assim, possivelmente, quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre quais eram os<br />

elementos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como parte <strong>do</strong> meio ambiente, a resposta <strong>de</strong> 3 mora<strong>do</strong>res foi mais<br />

abrangente pelo fato <strong>de</strong> vivenciarem vários problemas cotidianamente. Desta forma, os<br />

mora<strong>do</strong>res relacionaram o ambiente com a ação antrópica sobre este meio, e as<br />

consequências tanto para os seres humanos, como para o próprio ambiente.<br />

5.4.3. Questões Gerais<br />

A gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 93%, afirmou se preocupar com problemas<br />

ambientais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que apenas 1 mora<strong>do</strong>r, pertencente à área P5, afirmou não ter esta<br />

preocupação. A questão ambiental nunca foi tão divulga<strong>da</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação<br />

quanto atualmente, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à divulgação massiva <strong>da</strong> questão <strong>do</strong>


157<br />

“aquecimento global”, situação que possivelmente influencia o comportamento <strong>da</strong>s pessoas<br />

e <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais forte o discurso relativo à preservação e proteção <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />

Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> se preocuparem com<br />

problemas ambientais, 7 entrevista<strong>do</strong>s <strong>da</strong> área P4 citaram aspectos relaciona<strong>do</strong>s às<br />

questões estritamente ambientais, com apenas 2 citações para aspectos relaciona<strong>do</strong>s à<br />

população. Característica distinta foi observa<strong>da</strong> em relação às respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P5, que citaram principalmente aspectos relaciona<strong>do</strong>s à população.<br />

Percebe-se nesta questão a influência <strong>da</strong> condição local sobre a percepção <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res. Na área P5, caracteriza<strong>da</strong> como a mais comprometi<strong>da</strong> ambientalmente, ocorreu<br />

maior inserção <strong>de</strong> questões relaciona<strong>da</strong>s à consequência <strong>do</strong>s problemas ambientais às<br />

populações, em comparação com a indicação <strong>de</strong> aspectos estritamente ambientais. As<br />

respostas obti<strong>da</strong>s, possivelmente foram influencia<strong>da</strong>s pelas condições <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental na qual se encontra a área P5, que afeta <strong>de</strong> maneira direta os mora<strong>do</strong>res que<br />

resi<strong>de</strong>m na área.<br />

Os itens cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas na indicação <strong>do</strong> maior problema<br />

ambiental <strong>do</strong> planeta foram diversifica<strong>do</strong>s, e consistiram principalmente na indicação <strong>de</strong><br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s à água, ao lixo e ao <strong>de</strong>smatamento, itens cita<strong>do</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P4, e a indicação <strong>de</strong> aspectos relaciona<strong>do</strong>s à água, item cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área<br />

P5. Os problemas ambientais globais, divulga<strong>do</strong>s pela mídia representam às vezes reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

distantes <strong>da</strong>s pessoas que recebem a informação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que não são relaciona<strong>do</strong>s com<br />

problemas ambientais ou situações locais e, portanto, se tornam difícil <strong>de</strong> serem<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s por algumas pessoas. Na área P5, 2 mora<strong>do</strong>res não souberam apontar o maior<br />

problema ambiental global, o que po<strong>de</strong> indicar ausência <strong>de</strong> uma dimensão mais ampla sobre<br />

esta questão, ou dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à informação.<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s maiores problemas ambientais <strong>do</strong> bairro ou<br />

região tiveram pouca relação com os problemas globais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res. As<br />

citações mostraram os aspectos presentes em ca<strong>da</strong> área que mais incomo<strong>da</strong>m os<br />

mora<strong>do</strong>res. Observou-se na área P4 gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> citações para “indústrias”, segui<strong>do</strong><br />

por “poluição <strong>do</strong> ar”, aspectos que foram apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao impacto causa<strong>do</strong> pela<br />

presença <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> indústria na região.


158<br />

Na área P5, os problemas ambientais mais cita<strong>do</strong>s foram os aspectos relaciona<strong>do</strong>s a<br />

lixo e a falta <strong>de</strong> limpeza <strong>do</strong> bairro, problema associa<strong>do</strong> muitas vezes às áreas urbanas que<br />

são pouco valoriza<strong>da</strong>s. Os outros aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram pontuais e não<br />

apresentaram mais que uma citação ca<strong>da</strong>, o que mostra uma dispersão <strong>do</strong>s problemas<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, sem haver um aspecto nortea<strong>do</strong>r além <strong>da</strong> questão <strong>do</strong> lixo e<br />

<strong>da</strong> falta <strong>de</strong> limpeza. Este resulta<strong>do</strong> coloca em evidência o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> problemas<br />

ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, que se apresenta mais comprometi<strong>da</strong><br />

que a área P4.<br />

A pergunta que analisou o conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

palavra manancial, apresentou a influência que o local <strong>de</strong> moradia exerce sobre a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res. Na área P4, localiza<strong>da</strong> próxima ao reservatório, foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um maior<br />

número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que afirmaram saber o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo manancial, enquanto na<br />

área P5, situa<strong>da</strong> mais distante <strong>do</strong> reservatório, ocorreu pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que<br />

não souberam explicar o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo. Este resulta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ter relação também com<br />

a diferença existente entre os níveis <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong><br />

área.<br />

A questão sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica resultou em respostas que<br />

evi<strong>de</strong>nciaram o <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> quase a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas.<br />

Situação que se repetiu quan<strong>do</strong> foi solicita<strong>do</strong> aos mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificassem a bacia<br />

hidrográfica na qual se encontravam, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que apenas 1 mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área P5 citou a<br />

<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. A análise <strong>da</strong>s respostas apresenta o baixo conhecimento<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as questões relaciona<strong>da</strong>s à bacia hidrográfica, o que po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como um indicativo indireto <strong>de</strong> que possivelmente não há nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

relaciona<strong>da</strong> ao tema <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> com os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>stas áreas.<br />

A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas i<strong>de</strong>ntificou o rio <strong>Passauna</strong> como o rio mais<br />

próximo <strong>de</strong> suas residências, no entanto, o rio Iguaçu também foi cita<strong>do</strong> por 2 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P4, e por 1 mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área P5, o que mostra uma pequena confusão, principalmente<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, a qual se encontra mais distante <strong>do</strong> rio Iguaçu. Na área P5 2<br />

mora<strong>do</strong>res não souberam i<strong>de</strong>ntificar o rio mais próximo, um <strong>de</strong>les recém instala<strong>do</strong> no<br />

bairro, o que possivelmente é o aspecto <strong>de</strong> influência.


159<br />

A percepção <strong>da</strong> população em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água ocorreu principalmente<br />

em função <strong>de</strong> aspectos físicos como cor e turbi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> água e organoléptico como o<strong>do</strong>r, além<br />

<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação visual <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> efluentes, a presença <strong>de</strong> lixo, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas<br />

com erosão, entre outras situações.<br />

Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>, na área P4 ocorreram citações para os itens “ruim” e “péssima”, sen<strong>do</strong> que o<br />

maior número <strong>de</strong> citações ocorreu para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”. No entanto, quan<strong>do</strong><br />

pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarem o rio com <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, apesar <strong>de</strong> terem cita<strong>do</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” com o maior número <strong>de</strong><br />

indicações, atribuíram características relaciona<strong>da</strong>s a aspectos negativos. A indicação <strong>de</strong> 3<br />

mora<strong>do</strong>res sobre a influência <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> cadáveres sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />

apresenta um <strong>do</strong>s possíveis problemas existentes na área que é a violência, mesmo esta<br />

área não apresentan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> sócio-econômica entre os mora<strong>do</strong>res<br />

entrevista<strong>do</strong>s. Embora as indicações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para “ruim” e “péssima” não<br />

sejam a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o ponto P4 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> observa<strong>da</strong>, é possível que os<br />

mora<strong>do</strong>res possuam áreas <strong>de</strong> referência que não sejam a <strong>do</strong> projeto, o que traz outras<br />

influências e percepções sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no respectivo ponto.<br />

Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram com ênfase que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio mais<br />

próximo é péssima, o que apresenta a percepção existente sobre a poluição e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção<br />

<strong>de</strong>ste trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Os <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res que disseram não i<strong>de</strong>ntificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> rio foram os mesmos que não souberam i<strong>de</strong>ntificar o nome <strong>do</strong> rio na questão anterior. Os<br />

mora<strong>do</strong>res citaram aspectos que evi<strong>de</strong>nciaram a percepção <strong>do</strong>s principais fatores influentes<br />

sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio neste trecho, e sobre as consequências visuais, físicas e<br />

químicas, como a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>miciliares e a indicação <strong>de</strong><br />

presença <strong>de</strong> lixo no rio, sujeira e o<strong>do</strong>r.<br />

Em relação à i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> local <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água, 8 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4<br />

citaram o rio <strong>Passauna</strong> como fonte <strong>de</strong> abastecimento. Característica oposta foi verifica<strong>da</strong> na<br />

área P5, na qual 5 mora<strong>do</strong>res afirmaram não saber o local <strong>de</strong> captação <strong>da</strong> água.<br />

Possivelmente, um <strong>do</strong>s aspectos influentes para esta diferença <strong>de</strong> respostas foi a localização<br />

<strong>da</strong>s áreas, pois, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à possível ausência <strong>de</strong> informações sobre a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,


160<br />

a área P5, que se encontra mais distante <strong>do</strong> reservatório, não recebe informações sobre esta<br />

questão.<br />

Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega às<br />

casas, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é “boa” e “regular”, porém<br />

observa-se que o item “regular” foi cita<strong>do</strong>, principalmente, por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. Nas<br />

entrevistas foram relata<strong>da</strong>s queixas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 quanto à alta concentração<br />

<strong>de</strong> cloro existente na água, que segun<strong>do</strong> relatos, chega a ficar “esbranquiça<strong>da</strong>” e com cheiro<br />

forte, fator que provavelmente influenciou para a avaliação regular. Este resulta<strong>do</strong><br />

possivelmente <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong>sta área estar localiza<strong>da</strong> próxima à estação <strong>de</strong> tratamento<br />

<strong>de</strong> água existente ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. O fator localização mostra-se<br />

relevante, pois na área P5, localiza<strong>da</strong> mais distante geograficamente <strong>da</strong> estação <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> água, pre<strong>do</strong>mina a indicação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água é<br />

“boa”, e uma indicação para “ótima” quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A característica <strong>da</strong> distância reflete-se novamente na pergunta sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Na área P4, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou que a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

represa é o abastecimento público, enquanto na área P5, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />

soube explicar a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> represa. Com base nestas respostas fica praticamente<br />

evi<strong>de</strong>nte a ausência <strong>de</strong> informações sobre a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

bacia localiza<strong>do</strong>s em áreas distantes <strong>da</strong> represa.<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s a respeito <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, e verificou-se que na área P4 a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res indicou quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” e<br />

“regular”, enquanto a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 afirmou que não sabia dizer como<br />

era a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa. É muito provável que exista um contato maior <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4 com a área <strong>da</strong> represa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes locais,<br />

o que parece não ocorrer com os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, mesmo com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

frequentar o Parque <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarem a água <strong>do</strong> reservatório com<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram a<br />

questão afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> era “boa” e “regular”, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

conservação <strong>do</strong> local e por esta ser uma área <strong>de</strong> uso para captação <strong>de</strong> água para


161<br />

abastecimento público. As respostas mostraram que existe uma confiança por parte <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas no serviço realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água, pois afirmaram que a água<br />

não seria capta<strong>da</strong> <strong>de</strong> um local poluí<strong>do</strong>.<br />

Em relação à utilização <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para outros fins, além <strong>da</strong><br />

captação <strong>de</strong> água para abastecimento público, as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res foram bastante<br />

equilibra<strong>da</strong>s, com praticamente o mesmo número <strong>de</strong> respostas para outros usos e para a<br />

captação <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> restrito. No entanto, observou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> citações para a<br />

utilização <strong>da</strong> represa para outros fins. As duas únicas citações verifica<strong>da</strong>s para “não sei”<br />

ocorreram na área P5.<br />

As principais possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área<br />

P4 foram relaciona<strong>da</strong>s à utilização <strong>da</strong> represa e <strong>da</strong> área <strong>do</strong> entorno como parque para lazer,<br />

enquanto os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 citaram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas, algumas<br />

extremamente contraditórias com o uso <strong>do</strong> local para tratamento <strong>de</strong> esgotos. As respostas<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 mostraram que existem dúvi<strong>da</strong>s sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

reservatório, principalmente porque os usos apresenta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam prejudicar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> água, conforme coloca<strong>do</strong> por muitos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “não”.<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre o local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> suas<br />

casas. Na área P4, foram obti<strong>da</strong>s respostas principalmente para “fossa” e “re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong><br />

esgoto”, com apenas uma indicação para “rio” e outra para “não sei”. As respostas <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res mostraram que a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto na área P4 é realiza<strong>da</strong>, na maior parte, <strong>de</strong><br />

maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, o que promove a conservação <strong>do</strong> trecho <strong>de</strong> rio que está situa<strong>do</strong> nesta<br />

área. No entanto, na área P5, 4 mora<strong>do</strong>res indicaram que o esgoto é <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> para “fossa”,<br />

não ten<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> nenhuma resposta para re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto, o que sugere que não<br />

há re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto no bairro. Foi verifica<strong>do</strong> que na área P5, 3 mora<strong>do</strong>res disseram<br />

não saber o local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> suas casas, além <strong>de</strong> uma indicação para “rio”, e<br />

outra para “galeria <strong>de</strong> chuva”. As respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 mostraram que, caso<br />

não exista fossa na casa, a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto é realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,<br />

característica que influi diretamente nos valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />

observa<strong>do</strong>s no ponto P5.


162<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles haviam participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma reunião<br />

para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s a meio ambiente nos últimos tempos. I<strong>de</strong>ntificou-se<br />

que, na área P4, 2 mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram “sim” e, na área P5, apenas um mora<strong>do</strong>r<br />

respon<strong>de</strong>u afirmativamente. Os temas discuti<strong>do</strong>s nas reuniões cita<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P4 foram relaciona<strong>da</strong>s à poluição, e ao uso e racionamento <strong>de</strong> água, enquanto na área<br />

P5 o tema discuti<strong>do</strong> na reunião indica<strong>da</strong> foi relaciona<strong>do</strong> a lixo e esgoto. De acor<strong>do</strong> com as<br />

respostas, as reuniões ocorreram <strong>de</strong> 6 meses a 2 anos antes <strong>da</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário, o<br />

que mostra que a participação em reuniões que envolvem assuntos sobre meio ambiente<br />

não é algo frequente.<br />

Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre quais ações <strong>de</strong>veriam ser toma<strong>da</strong>s<br />

para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização ambiental, os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram, principalmente, a realização <strong>de</strong> reuniões e palestras, como<br />

também uma maior atuação em nível educacional. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram<br />

principalmente o acesso à informação e a realização <strong>de</strong> palestras e reuniões. Na área P5<br />

observou-se um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram não saber o que po<strong>de</strong>ria ser<br />

realiza<strong>do</strong>, e outros que apresentaram sugestões mais simplistas, situação que po<strong>de</strong> estar<br />

relaciona<strong>da</strong> com o baixo índice <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nesta área. Na<br />

análise <strong>da</strong>s respostas observou-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> para ambas as áreas <strong>de</strong> maior divulgação<br />

<strong>da</strong>s informações e a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental.<br />

Ao serem pergunta<strong>do</strong>s sobre a ação a ser realiza<strong>da</strong> na aju<strong>da</strong> direta ao meio<br />

ambiente, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5 citaram, principalmente, aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s à questão <strong>do</strong> lixo. As respostas mostram o aspecto geralmente abor<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> ocorrem discussões relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente no espaço urbano, que<br />

geralmente é simplista. As questões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res não avançaram para<br />

outras áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que nem a solução <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong>s rios foi cita<strong>da</strong><br />

pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5, fato que mostra uma limitação na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

outras possíveis ações para melhoria e equilíbrio <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Observa-se que os mora<strong>do</strong>res enxergam a ação ambiental nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> simplista,<br />

característica que reflete na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> soluções para os problemas encontra<strong>do</strong>s em<br />

ca<strong>da</strong> área.


163<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram praticamente unânimes em afirmar que i<strong>de</strong>ntificaram<br />

problemas ambientais na área em que moram, com 8 indicações <strong>da</strong> área P4 e 7 <strong>da</strong> área P5.<br />

Na área P4 as respostas foram relaciona<strong>da</strong>s principalmente a lixo, poluição por indústrias e<br />

<strong>de</strong>smatamento, enquanto apenas um mora<strong>do</strong>r disse não i<strong>de</strong>ntificar problemas ambientais<br />

no bairro. As respostas apresentaram os principais aspectos que afetam a população, não<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> nenhum item à poluição por esgoto, o que está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />

valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água observa<strong>do</strong>s para este ponto.<br />

Na área P5 a maioria <strong>da</strong>s respostas foi relaciona<strong>da</strong> a lixo, no entanto, também foram<br />

cita<strong>da</strong>s a contribuição por esgotos e outros aspectos como <strong>de</strong>smatamento e queima<strong>da</strong>s.<br />

Apesar <strong>do</strong>s problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no bairro, <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res disseram não i<strong>de</strong>ntificar<br />

problemas ambientais na região, sen<strong>do</strong> que um <strong>de</strong>les que mora no bairro a menos <strong>de</strong> um<br />

mês, o que po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> um aspecto influente para esta não i<strong>de</strong>ntificação. Da mesma forma<br />

que na área P4, as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores <strong>do</strong>s parâmetros<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água verifica<strong>do</strong>s.<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s relacionaram os principais aspectos ambientais que incomo<strong>da</strong>m<br />

os mora<strong>do</strong>res nas respectivas áreas analisa<strong>da</strong>s e, <strong>de</strong>sta forma, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os<br />

principais problemas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observou-se<br />

que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> instrução ou ren<strong>da</strong>, salvo poucos casos, a população<br />

i<strong>de</strong>ntificou os aspectos ambientais mais problemáticos <strong>da</strong> região em que resi<strong>de</strong>.<br />

A pergunta sobre a sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong>s<br />

rios, permitiu caracterizar as áreas em função <strong>da</strong> abrangência <strong>da</strong>s respostas e <strong>do</strong><br />

conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> recuperação. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, não<br />

apenas citaram ações relaciona<strong>da</strong>s a aspectos diretos como a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> esgoto e lixo <strong>do</strong><br />

rio, como também colocaram a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e <strong>da</strong><br />

conscientização <strong>da</strong>s pessoas sobre as questões relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s rios, <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental e <strong>da</strong> preservação <strong>do</strong>s mananciais <strong>de</strong> água. No entanto, ao<br />

contrário <strong>da</strong> característica verifica<strong>da</strong> na área P4, os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 apresentaram<br />

uma visão mais restrita, e citaram, principalmente, aspectos relaciona<strong>do</strong>s à retira<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto e lixo <strong>do</strong> rio, característica que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> ao nível sócioeconômico<br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e ao baixo grau <strong>de</strong> instrução.


164<br />

Os mora<strong>do</strong>res também foram pergunta<strong>do</strong>s se já haviam participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> educação ambiental. Nas duas áreas encontrou-se número expressivo <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “sim”, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que estas foram as áreas que apresentaram o<br />

maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res participantes em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, entre to<strong>da</strong>s as áreas<br />

analisa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

5.4.4. Ações Ambientais<br />

Na i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s veículos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res observa-se que na área<br />

P4 o meio <strong>de</strong> transporte que possui maior presença foi o automóvel, com to<strong>do</strong>s os<br />

mora<strong>do</strong>res apresentan<strong>do</strong> pelo menos um veículo, no total <strong>de</strong> 11, enquanto a moto e a<br />

bicicleta somente foram cita<strong>da</strong>s uma vez ca<strong>da</strong>. Esta situação foi bastante diferente <strong>da</strong> área<br />

P5, na qual apenas 5 mora<strong>do</strong>res possuem automóvel, sem a ocorrência <strong>de</strong> citações para<br />

moto, e apenas uma para bicicleta.<br />

Na área P4, apesar <strong>de</strong> apresentarem número razoável, o uso <strong>do</strong> veículo como<br />

principal meio <strong>de</strong> transporte foi cita<strong>do</strong> apenas por <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res, enquanto o ônibus foi<br />

cita<strong>do</strong> como principal meio <strong>de</strong> transporte utiliza<strong>do</strong>, situação verifica<strong>da</strong> também na área P5.<br />

Desta forma, observa-se que o principal meio <strong>de</strong> transporte utiliza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s<br />

duas áreas foi o ônibus. A bicicleta como meio <strong>de</strong> transporte praticamente não foi cita<strong>da</strong>,<br />

possivelmente pela característica <strong>do</strong> terreno <strong>da</strong> região ser irregular, com morros e <strong>de</strong>sníveis,<br />

além <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> ciclovias.<br />

A economia <strong>de</strong> energia é realiza<strong>da</strong> por praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas<br />

áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que somente um mora<strong>do</strong>r resi<strong>de</strong>nte na área P5, afirmou não economizar. As<br />

principais ações aponta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 para economia foram aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s diretamente à lâmpa<strong>da</strong>s, chuveiro e equipamentos, com especial <strong>de</strong>staque<br />

para ações que envolvem lavagem e tarefas com roupas, as quais foram cita<strong>da</strong>s <strong>de</strong>z vezes,<br />

sen<strong>do</strong> o maior valor <strong>de</strong> respostas observa<strong>do</strong> para esta questão. Este fato po<strong>de</strong> estar<br />

relaciona<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algum trabalho sobre esta forma <strong>de</strong> economia, porém<br />

não foi possível i<strong>de</strong>ntificar este aspecto.<br />

Na área P5 as principais ações <strong>de</strong> economia apresenta<strong>da</strong>s foram relaciona<strong>da</strong>s à<br />

lâmpa<strong>da</strong>s, e em segun<strong>do</strong> lugar chuveiro e equipamentos, que apresentaram o menor índice


165<br />

<strong>de</strong> citações entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. A economia <strong>de</strong> energia relaciona<strong>da</strong> ao item “roupas”,<br />

na área P5 foi cita<strong>da</strong> apenas uma vez. Observou-se a diminuição <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> economia<br />

relaciona<strong>da</strong>s a equipamentos, em comparação com a área P4, possivelmente pelo menor<br />

po<strong>de</strong>r aquisitivo <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nesta área.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram que a questão <strong>da</strong> economia <strong>de</strong> energia encontra-se<br />

inseri<strong>da</strong> no cotidiano <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. No entanto, como já discuti<strong>do</strong> anteriormente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

gran<strong>de</strong> divulgação <strong>do</strong>s problemas e questões ambientais e, também, pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

existente <strong>da</strong>s pessoas em mostrar que realizam ações ambientalmente corretas, é possível<br />

que o compromisso apresenta<strong>do</strong> nas respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não represente <strong>de</strong> forma<br />

direta as ações implementa<strong>da</strong>s em casa.<br />

Em relação à economia <strong>de</strong> água observou-se que esta é realiza<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s. Na área P4, os itens mais cita<strong>do</strong>s foram o “não<br />

<strong>de</strong>sperdício”, segui<strong>do</strong> por “evitar gastos” e pela “reunião <strong>de</strong> afazeres”, enquanto<br />

“reaproveitamento” foi cita<strong>do</strong> somente por um mora<strong>do</strong>r. Na área P5 os itens mais cita<strong>do</strong>s<br />

foram a “reunião <strong>de</strong> afazeres” e aspectos relaciona<strong>do</strong>s a “evitar gastos”, no entanto, o item<br />

mais cita<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, com 10 citações, foi o “não <strong>de</strong>sperdício”. Novamente o<br />

eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> indicações para um único item coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> algum trabalho relaciona<strong>do</strong> a este aspecto, porém não foi possível i<strong>de</strong>ntificar o<br />

que proporcionou esta indicação. Da mesma forma que para economia <strong>de</strong> energia, observase<br />

a inserção <strong>da</strong> economia <strong>de</strong> água no cotidiano <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas.<br />

A separação <strong>de</strong> lixo em <strong>do</strong>micílio é realiza<strong>da</strong> por praticamente a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que somente <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 disseram não<br />

realizar a separação <strong>de</strong> lixo. Na área P4, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> separação a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res<br />

divi<strong>de</strong>-se entre a separação <strong>do</strong>s materiais recicláveis <strong>da</strong>queles não recicláveis e, com um<br />

menor número <strong>de</strong> citações, a separação <strong>do</strong> material orgânico além <strong>do</strong>s materiais recicláveis<br />

e não-recicláveis. Na área P5, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> separação realiza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res é<br />

pre<strong>do</strong>minantemente a separação <strong>de</strong> materiais recicláveis <strong>do</strong>s não recicláveis, enquanto a<br />

separação <strong>do</strong> material orgânico é realiza<strong>da</strong> somente por um mora<strong>do</strong>r.


166<br />

Observou-se que, nas questões relativas à economia <strong>de</strong> água e luz, e separação <strong>de</strong><br />

lixo para a coleta seletiva, os únicos mora<strong>do</strong>res que disseram não realizar uma ou outra<br />

tarefa foram os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P5.<br />

Os mora<strong>do</strong>res que afirmaram separar os alimentos orgânicos <strong>do</strong> lixo comum e <strong>do</strong> lixo<br />

reciclável, disseram reaproveitar o material para adubar pequenas hortas e/ou alimentar<br />

cachorros, prática que gera uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> menor <strong>de</strong> lixo. Observou-se que os mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> área P4 aproveitam melhor os resíduos gera<strong>do</strong>s, e <strong>de</strong>sta forma, diminuem a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

total <strong>de</strong> lixo gera<strong>do</strong>.<br />

A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou se os mora<strong>do</strong>res participavam <strong>de</strong> algum<br />

grupo e/ou associação, nos quais fossem realiza<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais, políticas, sociais,<br />

ambientais, entre outros. O número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res atuantes nestes grupos é baixo, com<br />

apenas um mora<strong>do</strong>r na área P4, e <strong>do</strong>is na área P5, porém, em nenhum <strong>do</strong>s grupos<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s foi observa<strong>do</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas à questão<br />

ambiental. Observou-se pequeno envolvimento <strong>da</strong>s pessoas com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cooperativas,<br />

que interagissem com os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, ou grupos <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em ambas as<br />

áreas.<br />

5.4.5. Questões Políticas<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles lembravam <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos em que<br />

votaram nas eleições passa<strong>da</strong>s (2006), e surpreen<strong>de</strong>ntemente, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />

afirmou que lembrava. Os únicos 2 mora<strong>do</strong>res que afirmaram não lembrar estavam<br />

localiza<strong>do</strong>s na área P5.<br />

Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s se os políticos nos quais votaram promoveram benefícios na<br />

região em que moram, praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4<br />

respon<strong>de</strong>ram que sim, enquanto na área P5, 3 mora<strong>do</strong>res disseram que na<strong>da</strong> foi feito. Em<br />

relação às ações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, na área P4 observou-se um gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro, com o asfaltamento <strong>de</strong> ruas, a construção <strong>de</strong> escola e<br />

creche, a instalação <strong>de</strong> postes <strong>de</strong> iluminação, a construção <strong>de</strong> terminal <strong>de</strong> ônibus, <strong>de</strong><br />

hospital, a ampliação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás e a construção <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> zoonoses.<br />

Na área P5 o número <strong>de</strong> ações foi consi<strong>de</strong>ravelmente menor, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> somente o


167<br />

asfaltamento <strong>de</strong> ruas, e duas afirmações <strong>de</strong> que muitas ações haviam si<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>s, porém<br />

sem citar qualquer ação específica.<br />

De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, observa-se que o bairro mais carente, a área<br />

P5, que necessita <strong>de</strong> maior volume <strong>de</strong> intervenções para a solução <strong>do</strong>s problemas<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, foi o que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, recebeu menor número <strong>de</strong><br />

ações <strong>de</strong> infraestrutura, o que apresenta a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res que<br />

resi<strong>de</strong>m em áreas ambientalmente e socialmente <strong>de</strong>svaloriza<strong>da</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles cobravam ações <strong>do</strong>s políticos em<br />

que votaram, o resulta<strong>do</strong> para as duas áreas, P4 e P5, foi o mesmo, com a maioria <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res afirman<strong>do</strong> que não cobra ações <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to. A forma <strong>de</strong> cobrança realiza<strong>da</strong><br />

pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 <strong>de</strong>monstra uma relação próxima, principalmente com os<br />

verea<strong>do</strong>res, os quais são cobra<strong>do</strong>s pessoalmente segun<strong>do</strong> relatos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Na área<br />

P5, a atuação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res parece ser mais distante, apesar <strong>de</strong> citarem a participação em<br />

<strong>de</strong>bates, como também a visita à câmara <strong>de</strong> verea<strong>do</strong>res.<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos<br />

eleitos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas citaram o direito <strong>de</strong><br />

cobrar por terem vota<strong>do</strong> e pela responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s políticos em cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong>s locais que as<br />

pessoas moram. Os mora<strong>do</strong>res que afirmaram não cobrar ações, disseram principalmente<br />

que não adiantava, pois é difícil ter contato direto com os políticos.<br />

A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou as reinvidicações que os mora<strong>do</strong>res<br />

indicaram para melhorias no bairro em que moram caso participassem <strong>de</strong> uma reunião <strong>da</strong><br />

associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res. Os principais aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram<br />

segurança, educação, saneamento e infraestrutura, enquanto saú<strong>de</strong>, lazer e limpeza foram<br />

cita<strong>do</strong>s apenas uma vez. Na área P5, os principais aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram<br />

educação, lazer, infraestrutura, enquanto saneamento, segurança e lixo foram cita<strong>do</strong>s<br />

apenas uma vez.<br />

Esta questão apresentou os aspectos presentes nos bairros que mais necessitam <strong>de</strong><br />

atenção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observou-se que gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citou ações para serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na área <strong>de</strong> educação, com o<br />

maior índice registra<strong>do</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s para este item, enquanto na área P4


168<br />

ocorreu o maior índice <strong>de</strong> citações para segurança, o que está em consonância com o<br />

aspecto cita<strong>do</strong> anteriormente, <strong>da</strong> violência registra<strong>da</strong> na área, em função <strong>da</strong> indicação <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>s <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> cadáveres que são <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s na área. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s<br />

apresentam <strong>de</strong> maneira indireta as diferentes características sócio-econômicas e <strong>de</strong><br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> existente entre as áreas.<br />

5.4.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />

Os aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, cita<strong>do</strong>s pelos<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram principalmente saú<strong>de</strong>, educação, trabalho, lazer e meio<br />

ambiente, enquanto os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram principalmente saú<strong>de</strong>, educação,<br />

trabalho e meio ambiente, o que configura uma indicação bastante próxima entre os itens<br />

indica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas.<br />

Em relação à avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 afirmaram,<br />

prepon<strong>de</strong>rantemente, que o bairro não é bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, é <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong> e inseguro; o bairro<br />

foi também consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> sujo, porém em menor proporção que os itens cita<strong>do</strong>s<br />

anteriormente. A única classificação positiva realiza<strong>da</strong> refere-se à iluminação <strong>da</strong>s ruas, que é<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> satisfatória. Na área P5, o resulta<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> é mais <strong>de</strong>preciativo, pois o<br />

bairro é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> sujo, mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong> e inseguro, e mesmo no aspecto<br />

iluminação, o bairro é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> mal ilumina<strong>do</strong> por 4 <strong>do</strong>s 9 mora<strong>do</strong>res.<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s mostraram que as duas áreas são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> baixa<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental pelos mora<strong>do</strong>res, principalmente pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área<br />

P5, em que até mesmo o item iluminação é avalia<strong>do</strong> negativamente.<br />

Quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong>s sobre <strong>de</strong> quem é a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro,<br />

os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram a própria população como a principal responsável, segui<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> indicação <strong>da</strong> associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> resposta <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s são<br />

responsáveis, enquanto apenas 2 mora<strong>do</strong>res disseram não saber indicar os responsáveis.<br />

Observa-se um senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> participação e co-responsabilização por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, que<br />

colocaram, principalmente, a ação pessoal como um <strong>do</strong>s aspectos diretamente relaciona<strong>do</strong>s<br />

à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro que habitam.


169<br />

Na área P5 os mora<strong>do</strong>res citaram principalmente o po<strong>de</strong>r público como o maior<br />

responsável pela falta <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro, segui<strong>do</strong> pela indicação <strong>da</strong> associação <strong>de</strong><br />

mora<strong>do</strong>res e pela população, enquanto 4 mora<strong>do</strong>res disseram não saber i<strong>de</strong>ntificar o<br />

responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro. De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, observa-se a<br />

diferente característica entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nas áreas P4 e P5, em que, pelo<br />

menos verbalmente, existe uma indicação <strong>de</strong> maior pró-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4.<br />

As ações indica<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para melhoria <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s nos<br />

bairros apresenta<strong>da</strong>s na área P4 foram ações ambientais, ações <strong>de</strong> segurança, organização<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e, por último, uma maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

informações. Os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 citaram principalmente ações ambientais,<br />

organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ações na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e, por último, o acesso à informação,<br />

enquanto 2 mora<strong>do</strong>res não respon<strong>de</strong>ram.<br />

Observa-se que as duas ações mais cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5,<br />

referem-se a ações ambientais, o que mostra a insatisfação existente relaciona<strong>da</strong> a este<br />

aspecto, mesmo na área P4 que apresenta melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental em comparação à<br />

área P5. Outro aspecto foi a indicação <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à segurança por parte <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, o que confirma a existência <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> violência na área.<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />

respostas foram praticamente unânimes em afirmar que estas não existem, e que há uma<br />

carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em relação a estas áreas. Na área P4 os mora<strong>do</strong>res colocaram que a<br />

falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer ocorre principalmente pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s crianças e jovens terem<br />

um local para se divertir, e também por não haver áreas <strong>de</strong> lazer no bairro. Na área P5, os<br />

mora<strong>do</strong>res afirmaram principalmente que não há local para as crianças e jovens brincarem e<br />

se divertirem. As sugestões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para resolver este problema<br />

foram a construção <strong>de</strong> parques e/ou praças na área P4, e a construção <strong>de</strong> parques e/ou<br />

praças e <strong>de</strong> locais para práticas <strong>de</strong> esportes na área P5.<br />

Em saí<strong>da</strong> para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, observou-se uma área esportiva localiza<strong>da</strong><br />

próxima à barragem, no entanto, o local atualmente está <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> e aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, o que<br />

evi<strong>de</strong>ncia não somente os problemas com relação à a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>s locais <strong>de</strong> lazer para as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, mas também <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>stes.


170<br />

A análise <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o local em que moram, mostrou<br />

que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 afirmou que estava satisfeito, enquanto apenas 2<br />

mora<strong>do</strong>res disseram estar pouco satisfeitos e 2 insatisfeitos. Em relação aos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P5, a maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s citou que estava satisfeito, porém o número <strong>de</strong><br />

insatisfeitos é maior que em P4, com 3 mora<strong>do</strong>res pouco satisfeitos e 2 insatisfeitos, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s refletem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área.<br />

Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre o que mais gostam <strong>do</strong> bairro em que moram, os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram a presença <strong>de</strong> infra-estrutura no bairro e a tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram as relações pessoais entre os vizinhos e a infraestrutura<br />

presente, no entanto, <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res citaram que não gostam <strong>de</strong> nenhuma característica <strong>do</strong><br />

bairro, o que mostra uma insatisfação com o local. Observa-se que no bairro mais carente, a<br />

área P5, parece haver uma relação mais próxima entre os mora<strong>do</strong>res, o que favorece a aju<strong>da</strong><br />

mútua entre a população local.<br />

A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou o que os mora<strong>do</strong>res menos gostam nos<br />

bairros, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os aspectos mais cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram os itens<br />

“violência/drogas” e a “falta <strong>de</strong> infra-estrutura”, com apenas uma citação para “problemas<br />

ambientais”, “cachorros na rua” e “invasão/<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 foram<br />

bastante categóricos e to<strong>do</strong>s citaram o problema <strong>da</strong> “violência e <strong>da</strong>s drogas” como o aspecto<br />

que menos gostam no bairro, outro aspecto cita<strong>do</strong> foi o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> “cachorros na<br />

rua”. Observa-se que o problema <strong>da</strong> violência existe nas duas áreas, porém na área P5, a<br />

indicação <strong>de</strong>ste problema apenas ocorreu nesta questão, o que traz a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

problema não ser tão presente quanto na área P4.<br />

5.4.7. Educação Ambiental<br />

Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a existência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação<br />

Ambiental nos bairros, porém em nenhuma <strong>da</strong>s áreas houve indicação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

realiza<strong>da</strong>s, o que mostra a possível inexistência <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> Educação Ambiental em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento nas áreas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

Em relação às crianças que frequentam a escola, na área P4, 6 crianças estu<strong>da</strong>m em<br />

colégios estaduais e 4 em municipais, e na área P5, 4 crianças estu<strong>da</strong>m em colégios


171<br />

municipais. Dos 10 colégios cita<strong>do</strong>s na área P4, 5 foram indica<strong>do</strong>s como realiza<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental, enquanto <strong>do</strong>s 4 colégios cita<strong>do</strong>s na área P5, nenhum foi<br />

indica<strong>do</strong> como realiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental.<br />

Observou-se que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nas escolas, na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, influenciam o comportamento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a família, situação relata<strong>da</strong> pelos<br />

mora<strong>do</strong>res que citaram principalmente a conscientização promovi<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> “nova”<br />

visão e reali<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> pelas crianças.


172<br />

CONCLUSÃO<br />

A análise <strong>do</strong>s cinco pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água permitiu i<strong>de</strong>ntificar o<br />

ponto P4 como o menos poluí<strong>do</strong> e o ponto P5 como o mais poluí<strong>do</strong>, os quais localizam-se a<br />

jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no município <strong>de</strong> Araucária. Esta i<strong>de</strong>ntificação foi<br />

possível mediante a avaliação <strong>da</strong>s violações aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução<br />

CONAMA nº 357/05 para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A abor<strong>da</strong>gem possibilitou<br />

observar que o ponto P5 apresentou violação <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong> para to<strong>da</strong>s as coletas<br />

realiza<strong>da</strong>s, uma violação <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio, e três violações <strong>de</strong> fósforo<br />

total, enquanto o ponto P4 apresentou apenas duas violações <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong>.<br />

Como forma <strong>de</strong> subsidiar os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, a análise <strong>do</strong> uso e<br />

ocupação <strong>do</strong> solo permitiu i<strong>de</strong>ntificar possíveis influências para as violações observa<strong>da</strong>s nos<br />

pontos amostrais. Desta forma, para o ponto P4 foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que as violações <strong>de</strong> oxigênio<br />

dissolvi<strong>do</strong> ocorreram, possivelmente, em função <strong>do</strong>s processos físicos e químicos e<br />

biológicos existentes no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. A característica <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água neste ponto, apesar <strong>da</strong>s violações, é provavelmente resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong><br />

diluição e sedimentação <strong>da</strong> matéria orgânica, <strong>do</strong>s nutrientes e <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que aportam no<br />

reservatório. Por outro la<strong>do</strong>, para o ponto P5, verificou-se que, possivelmente, as violações<br />

ocorreram em função <strong>do</strong> aporte in natura <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>miciliares neste trecho <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, situação que ocorre pela ausência <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto na área.<br />

As duas áreas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, P4 e P5, que apresentaram melhor e pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água, respectivamente, localizam-se no município <strong>de</strong> Araucária e, apesar <strong>de</strong> próximas<br />

geograficamente, foi possível i<strong>de</strong>ntificar uma série <strong>de</strong> diferenças entre as duas áreas. A<br />

análise <strong>da</strong>s respostas às questões <strong>do</strong> questionário, para os pontos P4 e P5, permitiu observar<br />

que além <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, o local em que os mora<strong>do</strong>res<br />

resi<strong>de</strong>m é fator relevante para a percepção ambiental, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente à leitura<br />

informativa <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local. Esta característica foi evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> principalmente pelas questões<br />

que abor<strong>da</strong>ram aspectos relaciona<strong>do</strong>s à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e pelas questões mais<br />

específicas relativas às características <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área.<br />

No entanto, observou-se que no ponto P5, o ponto amostral mais comprometi<strong>do</strong> em<br />

termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, apenas um número pequeno <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntificou a


173<br />

poluição <strong>do</strong> rio como um <strong>do</strong>s principais problemas ambientais, o que indica que apesar <strong>de</strong><br />

reconhecerem este problema, os mora<strong>do</strong>res parecem não o consi<strong>de</strong>rar muito preocupante.<br />

Um aspecto relevante i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> foi que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 apresentaram<br />

uma compreensão mais abrangente sobre meio ambiente, pois relacionaram em maior<br />

número o ser humano como parte integrante e influente no meio ambiente, mesmo<br />

apresentan<strong>do</strong> o grau mais baixo <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />

Compreensão que não foi observa<strong>da</strong> na área P4, que apresentou os mora<strong>do</strong>res com as<br />

melhores condições <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong>, além <strong>de</strong> melhor condição ambiental. Desta<br />

forma, po<strong>de</strong>-se supor que possivelmente os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, por residirem em um<br />

local com um número maior <strong>de</strong> problemas ambientais conseguem, sensivelmente, traçar<br />

relações mais próximas entre homem e ambiente, enquanto os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, por<br />

residirem em uma área que apresenta melhores condições ambientais, acabam por não<br />

realizar esta conexão. Um exemplo <strong>de</strong>sta relação foi a resposta à pergunta sobre a<br />

preocupação sobre problemas ambientais. Dos mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5, 5<br />

citaram conseqüências às populações, enquanto somente 2 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram<br />

algo relaciona<strong>do</strong> a este item. Assim, provavelmente a melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> acaba<br />

afastan<strong>do</strong> as pessoas <strong>do</strong> ambiente físico.<br />

O grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e a ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res foram <strong>de</strong>terminantes em relação à<br />

percepção sobre algumas relações ambientais. Por exemplo, as perguntas relaciona<strong>da</strong>s a<br />

aspectos mais complexos, que não abor<strong>da</strong>ram relações diretas, foram respondi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

maneira mais abrangente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, <strong>do</strong> que por aqueles <strong>da</strong> área P5. Esta<br />

característica foi observa<strong>da</strong>, principalmente, pelas respostas que sugeriam opiniões <strong>do</strong>s<br />

mora<strong>do</strong>res sobre ações ambientais.<br />

Os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram conscientização bastante difundi<strong>da</strong><br />

quanto à economia <strong>de</strong> água e energia, separação <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s para coleta seletiva,<br />

<strong>da</strong>s quais a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res participa. No entanto, foi observa<strong>do</strong> que não há<br />

praticamente nenhuma outra ação, por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, relaciona<strong>da</strong> à questão<br />

ambiental, tanto na participação em grupos ou associações, como na existência <strong>de</strong> uma próativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para a realização <strong>de</strong> ações nos bairros em que resi<strong>de</strong>m.


174<br />

Uma <strong>da</strong>s principais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s pela pesquisa, aspecto cita<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

maneira enfática por gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, foi a falta <strong>de</strong><br />

informações, <strong>de</strong> maneira geral, sobre a questão ambiental. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que<br />

existe gran<strong>de</strong> interesse por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre este tipo <strong>de</strong> informação, porém, a<br />

existência <strong>de</strong> ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s ao tema foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como insuficiente, o<br />

que consequentemente não promove maior envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />

A área P4, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como a menos comprometi<strong>da</strong> em termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

água, foi também i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os relatos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, como a área que<br />

recebeu maior número <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> infraestrutura entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, com a<br />

indicação <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> escola, creche, terminal <strong>de</strong> ônibus, hospital, entre outros. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, a área P5, caracteriza<strong>da</strong> como a mais problemática ambientalmente foi a que<br />

menos recebeu ações <strong>de</strong> infraestrutura.<br />

Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, mostraram-se mais<br />

cooperativos entre si, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a indicação <strong>da</strong> relação com os vizinhos, sen<strong>do</strong> pessoas<br />

com quem podiam contar, foi gran<strong>de</strong>. Característica oposta foi observa<strong>da</strong> na área P4, na<br />

qual os mora<strong>do</strong>res mostraram-se menos cooperativos entre si, com pouca ou quase<br />

nenhuma relação entre mora<strong>do</strong>res, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os relatos apresenta<strong>do</strong>s. Apesar <strong>de</strong> não<br />

ocorri<strong>do</strong> nenhuma pergunta relaciona<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira direta a este aspecto, foi possível<br />

perceber esta característica no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong>s entrevistas realiza<strong>da</strong>s.<br />

Com relação à consciência política apresenta<strong>da</strong>, verificou-se que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

área P5 apresentaram uma visão mais paternalista, isto é, indicaram que a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

sobre o bairro e que as ações para melhoria <strong>do</strong> local <strong>de</strong>veriam partir, quase que<br />

exclusivamente, <strong>da</strong> administração pública, enquanto, os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4<br />

apresentaram eleva<strong>da</strong> consciência política sobre a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental <strong>do</strong> bairro em que moram, pois indicaram a si próprios como um <strong>do</strong>s principais<br />

responsáveis pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área em que vivem.<br />

A análise <strong>da</strong>s respostas apresentou o “ciclo vicioso” existente na área P5, pois este foi<br />

o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> que apresentou a pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água entre os 5 pontos<br />

amostrais, um <strong>do</strong>s menores índices <strong>de</strong> obras infra-estrutura, a população com menor nível<br />

<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, e foi a área na qual os mora<strong>do</strong>res mostraram uma posição mais


175<br />

paternalista quanto às responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> área. Desta forma,<br />

observa-se que existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta área manter ou piorar o nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> verifica<strong>do</strong>.<br />

Um importante aspecto observa<strong>do</strong> foi a análise <strong>da</strong> influência que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nas escolas apresentaram sobre as famílias <strong>da</strong>s crianças.<br />

Dos 16 mora<strong>do</strong>res que afirmaram ter conhecimento sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> educação ambiental nas escolas <strong>de</strong> seus filhos, 11 afirmaram que estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

interferiram na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> uma maior conscientização sobre<br />

alguns assuntos. Observou-se novamente uma discrepância entre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por<br />

ca<strong>da</strong> área, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que na área P4, <strong>da</strong>s 10 escolas cita<strong>da</strong>s a meta<strong>de</strong> realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental, enquanto na área P5, <strong>da</strong>s 4 escolas cita<strong>da</strong>s nenhuma realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> EA.<br />

As respostas obti<strong>da</strong>s mostraram que as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res vão muito além<br />

<strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> informações sobre economia <strong>de</strong> água, energia e separação <strong>de</strong> lixo, que<br />

são aspectos já incorpora<strong>do</strong>s pela população. É necessário ir além e <strong>de</strong>senvolver um meio<br />

que fomente e construa a participação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res na gestão <strong>do</strong> local em que resi<strong>de</strong>m,<br />

<strong>de</strong>safio complexo a ser enfrenta<strong>do</strong>.<br />

A Educação Ambiental po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sta forma, servir <strong>de</strong> elo <strong>de</strong> fomento e elemento<br />

facilita<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> gestão ambiental <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pois fornece instrumentos para a<br />

interação com a população, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> carências e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais subjetivas, diretas e<br />

indiretas, possibilitan<strong>do</strong> assim promover a relação entre as percepções e anseios <strong>da</strong><br />

população com a gestão governamental.<br />

O grau <strong>de</strong> valorização <strong>do</strong> ambiente natural biótico e abiótico pelos mora<strong>do</strong>res<br />

mostrou-se intrinsecamente relaciona<strong>do</strong> ao nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao nível sócio-econômico,<br />

às características culturais, às características políticas, ao trabalho realiza<strong>do</strong>, e ao local <strong>de</strong><br />

moradia, entre uma série <strong>de</strong> outros aspectos. Desta forma, constata-se que as ações<br />

governamentais não po<strong>de</strong>m ser restritas a investimentos em infraestrutura, mas <strong>de</strong>vem<br />

também abranger ações localiza<strong>da</strong>s que promovam maior interação e cooperação com e<br />

entre a população no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções aos problemas encontra<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong><br />

área, bairro e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


176<br />

A aplicação <strong>do</strong> questionário e a experiência adquiri<strong>da</strong> na análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s permitiu o<br />

aprimoramento <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que no Anexo II é apresenta<strong>da</strong> uma<br />

versão reformula<strong>da</strong> <strong>do</strong> questionário, com a rea<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s questões<br />

presentes.


177<br />

RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS<br />

Em função <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por este trabalho, são propostas as seguintes<br />

ações para trabalhos futuros:<br />

• Correlação estatística entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário<br />

socioambiental para uma população mais abrangente;<br />

• Aplicação <strong>de</strong>sta meto<strong>do</strong>logia em outras bacias hidrográficas <strong>da</strong> Região Metropolitana<br />

<strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong> maneira a obter a comparação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s.


178<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AFONSO, C. M. Uso e ocupação <strong>do</strong> solo na zona costeira <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo: uma<br />

análise ambiental. In: VEIGA, J. E. (org.) Ciência Ambiental – Primeiros Mestra<strong>do</strong>s. São Paulo:<br />

Annablume, FAPESP, 1998. 352 p.<br />

AMORIM FILHO, AMORIM FILHO, O. B. A evolução <strong>do</strong> pensamento geográfico e a<br />

fenomenologia. In: Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> & natureza, Uberlândia, 67-87, Jan/<strong>de</strong>z. 1999.<br />

ANDREOLI, C. L. Mananciais <strong>de</strong> Abastecimento: Planejamento e gestão. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> caso <strong>do</strong><br />

Altíssimo Iguaçu. SANEPAR, Curitiba, 494p., 2003.<br />

AISSE, M.; GOMES, C.; SILVA, R. G.; FREITAS, C.; FENDRICH, R. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica Experimental <strong>do</strong> Passaúna. Revista Acadêmica PUCPR. Ano 1, nº 1, 1990.<br />

APHA, AWWA, WEC. Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of Water and Wastewater.<br />

20th Edition, Washington, 1998. 824p.<br />

BASSANI, M. A. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana. In: BARRELLA, V.; MAIA, N. B.; MARTOS, H.<br />

L. (Org.) Fatores psicológicos <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. São Paulo: Educ, 2001.<br />

BOCALON, T. S. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong>s sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com ênfase na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

metais pesa<strong>do</strong>s. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />

BOTELHO, R. G. M.; SILVA, A. S. <strong>Bacia</strong> Hidrográfica e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. In: Reflexões<br />

sobre a Geografia Física no Brasil. 1ª Ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.<br />

BLEY, L. Morretes: <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> Paisagem Valoriza<strong>da</strong>. <strong>Rio</strong> Claro: IGCE/UNESP, Tese <strong>de</strong><br />

Doutora<strong>do</strong>, 1990.


179<br />

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo. Ed Prentice Hall, 2002.<br />

BRANDÃO, Cláudia Mariza Mattos. Arte – Educação Ambiental: na busca <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />

ecológica. [on-line]. Arte e meio ambiente - Educação Ambiental em Ação, 2003. Disponível<br />

em: Acesso em: 4 set. 2008.<br />

BRIGUENTI, É. C. O uso <strong>de</strong> geoindica<strong>do</strong>res na avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> Ribeirão<br />

Anhumas. Campinas, SP. Dissertação (mestra<strong>do</strong>) Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas,<br />

Instituto <strong>de</strong> Geociências, 2005. 140 p.<br />

CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para Projetos Ambientais. In: Monteiro,<br />

A. M. V. et al. Introdução a Ciência <strong>da</strong> Geoinformação. São José <strong>do</strong>s Campos, SP: INPE, 2001.<br />

10 - 2. 35p.<br />

CAPRA, Fritjof. O Ponto <strong>de</strong> Mutação. Trad. Álvaro Cabral. 20ª Ed. Editora Cultrix: São Paulo,<br />

1997. 445 p.<br />

CARVALHO, Isabel Cristina Moura. Os senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “ambiental”: a contribuição <strong>da</strong><br />

hermenêutica à pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental.<br />

São Paulo: Cortez, 2003.<br />

CASTELLO, Lineu. "A Percepção em Análises Ambientais. O Projeto MAB/UNESCO em Porto<br />

Alegre". In: DEL RIO, Vicente; OLIVEIRA, Lívia (Orgs.). Percepção Ambiental. A Experiência<br />

Brasileira. São Paulo: Studio Nobel, 1996, pp. 23-37.<br />

CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. A influência <strong>da</strong> barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção ambiental.<br />

Monografia apresenta<strong>da</strong> à disciplina “Orientação à Pesquisa Geográfica” <strong>do</strong> curso <strong>de</strong><br />

Especialização em Análise Ambienta, 1988 a.<br />

CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. Aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> alto rio <strong>Passauna</strong> a<br />

montante <strong>do</strong> lago/barragem, 1988 b.


180<br />

CETESB. Variáveis <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas. Companhia <strong>de</strong> Tecnologia em Saneamento<br />

Ambiental. Disponível em: . Acesso em:<br />

10/02/2009<br />

COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA. Leitura <strong>do</strong> espaço <strong>da</strong><br />

<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Relatório Técnico. Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDU, 1991.<br />

COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA; IAP – INSTITUTO<br />

AMBIENTAL DO PARANÁ; PIAB - PROGRAMA IMPACTOS AMBIENTAIS DE BARRAGENS<br />

BRASIL; GTZ – DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR TECNISCHE ZUSAMMENARBEIT. APA Estadual<br />

<strong>do</strong> Passaúna: Zoneamento ecológico-econômico. Curitiba, 1995, 192p. Relatório técnico.<br />

COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, SEPLA - SECRETARIA<br />

DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. Relatório Ambiental <strong>da</strong> Região<br />

Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Curitiba, 1997, 100p. Relatório técnico.<br />

COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, SEPLA - SECRETARIA<br />

DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. Relatório <strong>de</strong> Atualização e<br />

Alteração <strong>do</strong> Diagnóstico <strong>do</strong> Zoneamento Ecológico-<br />

Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> Passaúna, 2000.<br />

CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 357, <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2005. Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, 2005.<br />

COQUEMALA, V. Variação anual <strong>do</strong> fitoplâncton no reservatório <strong>Passauna</strong>, Paraná.<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas. Pós-Graduação em Botânica.<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2005.


181<br />

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.<br />

CHRISTOFOLETTI, Antonio. Perspectivas <strong>da</strong> Geografia. São Paulo: DIFEL, 1982.<br />

CHRISTOFOLETTI, A. Caracterização <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res geomorfológicos para a análise <strong>da</strong><br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> & Natureza, n.15, 1996.<br />

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo. Ed. Gaia, 2003. 551 p.<br />

DIAS, L. N. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> integra<strong>do</strong> <strong>da</strong> bacia hidrográfica <strong>do</strong> reservatório <strong>Passauna</strong> (Araucária-<br />

Paraná-Brasil), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a inter-relação <strong>da</strong> ocupação <strong>do</strong>s solos com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água. São Carlos, 1997. 141 p. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>) – Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

DEGREAS, H. M. Paisagem e proteção ambiental: algumas reflexões sobre conceitos,<br />

<strong>de</strong>senho e gestão <strong>do</strong> espaço. In: Paisagem Ambiente - Ensaios. São Paulo: USP, v.4, p. 67-77,<br />

1992.<br />

DIEGUES, 2007. Desenvolvimento sustentável ou socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s sustentáveis: <strong>da</strong> crítica <strong>do</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los aos novos paradigmas. Seminário e Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Socioambiental.<br />

Disponível em: . Acesso em: 22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />

2009.<br />

EMBRAPA. Sistema brasileiro <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> solos. Brasília, 1999. 412 p.<br />

FENDRICH, R. <strong>Bacia</strong> Experimental <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Passauna</strong> – Características Físicas <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />

Convênio DNAEE/PUC, Curitiba, 1984.<br />

FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Olhar Periférico: informação, linguagem, percepção<br />

ambiental. São Paulo: Edusp, 1993. 277 p.


182<br />

FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Trad. Sandra Netz. 2ª Ed. Porto Alegre:<br />

Bookman, 2004.<br />

FOLADORI, G. Limites <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Trad. Marise Manoel. Campinas, SP:<br />

Editora <strong>da</strong> Unicamp, 2001.<br />

FONTANA, R. A. Os terraços fluviais na bacia <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> (PR) e suas relações<br />

cronoestratigráficas e arqueológicas. 1988.<br />

FRIEDMAN, J. Empowerment: the Politics of the Alternative Development. Cambridge:<br />

Blackwell Publishers, 1992. 196 p.<br />

FUNTOWICZ, Silvio; MARCHI, Bruna <strong>de</strong>. Ciência pós-normal, complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> reflexiva e<br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. São Paulo: Cortez, 2003.<br />

GOLDENBERG, Mirian. A arte <strong>de</strong> pesquisar: como fazer pesquisa em ciências sociais. 8ª Ed.<br />

<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Record, 2004 .112 p.<br />

GONDOLO, G. C. F. Desafios <strong>de</strong> um sistema complexo à Gestão Ambiental. São Paulo:<br />

Annablume, 1999. 169 p.<br />

GRÜN, Mauro. Ética e educação ambiental: A conexão necessária. Campinas: Papirus, 1996.<br />

120p.<br />

GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental Crítica. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier (coord.).<br />

I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, 2004.<br />

p. 25-34.


183<br />

GUIMARÃES, M. Educação Ambiental e a Gestão para Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: SANTOS, J. E.;<br />

SATO, M. (Org) A Contribuição <strong>da</strong> Educação Ambiental à Esperança <strong>de</strong> Pan<strong>do</strong>ra. São Carlos:<br />

Ed. RiMa, 2001. 595 p.<br />

GUIMARÃES, Solange T. <strong>de</strong> Lima. Dimensões <strong>da</strong> percepção e interpretação <strong>do</strong> meio<br />

ambiente: vislumbres e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s vivências <strong>da</strong> natureza. <strong>Rio</strong> Claro/SP: OLAM<br />

Ciência e Tecnologia. Ano IV. Vol. 4, Nº 1, 2004.<br />

HOLZER, W. "A Geografia Humanista: Uma Revisão." In: Espaço e Cultura, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro,<br />

UERJ/NEPEC, n. 3, 1996, pp. 8-19.<br />

HUSSERL, E. A idéia <strong>da</strong> fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 2000.<br />

IISD. Gui<strong>da</strong>nce on public participation in relation to the water framework directive, 2002.<br />

Disponível em: . Acesso em: 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009.<br />

JACOBI, P. Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e Meio Ambiente: percepções e práticas em São Paulo. São Paulo,<br />

Annablume Editora, 1999. 199 p.<br />

JOHNSSON, R. M. F. Les Eaux Brésiliennes: Analyse du Passage à une Gestion Intégrée <strong>da</strong>ns<br />

l’État <strong>de</strong> São Paulo. Paris: Sciences et Techniques <strong>de</strong> l’Environnement, Université Paris XII,<br />

1998. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>.<br />

KOZEL, T. S. - Das imagens às linguagens <strong>do</strong> geográfico: Curitiba, a “capital ecológica”. São<br />

Paulo, 2001. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>- Departamento <strong>de</strong> Geografia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

KUHN, Thomas S. A Estrutura <strong>da</strong>s Revoluções Científicas. 3ª Ed. Editora Perspectiva: São<br />

Paulo, 1989. 256 p.


184<br />

LANNA, A. E. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica: aspectos conceituais e meto<strong>do</strong>lógicos.<br />

Brasília: Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis, 1995.<br />

171 p.<br />

LANNA, Antonio Eduar<strong>do</strong>. A inserção <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong>s águas na gestão ambiental. In: MUÑOZ,<br />

Héctor Raúl. Interfaces <strong>da</strong> Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos: <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> águas em 1997.<br />

2. ed. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos, 2000.<br />

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Po<strong>de</strong>r.<br />

Petrópolis: Vozes, 2005. 344 p.<br />

LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. São Paulo: Cortez, 2003.<br />

LIMA, Anabel <strong>de</strong>. Refletin<strong>do</strong> sobre Educação Ambiental Não-Formal. Revista Eletrônica Com<br />

Scientia, Nimad. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná. Disponível em: .<br />

Acesso em: 20 fevereiro 2009.<br />

LIMA, R. T. <strong>de</strong>. Percepção ambiental e participação pública na gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos:<br />

perfil <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos, SP. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Escola <strong>de</strong><br />

Engenharia <strong>de</strong> São Carlos, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – USP, 2003.<br />

MACEDO, R. K. A importância <strong>da</strong> avaliação ambiental. In: TAUK, S. M. (Org) Análise<br />

Ambiental: uma visão multidisciplinar. 2 ed. São Paulo: Editora Unesp, 1995.<br />

MACHADO, L. M. C. P. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental Urbana: Percepções e Estratégias para uma<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> porte médio. Departamento <strong>de</strong> geografia – IGCE / UNESP – <strong>Rio</strong> Claro, 1993.<br />

MACHADO, Lucy Marion Cal<strong>de</strong>rini Philal<strong>de</strong>lpho. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental: indica<strong>do</strong>res<br />

quantitativos e perceptivos. In: MAIA, Nilson Borlina; MARTOS, Henry Lesjak. Indica<strong>do</strong>res<br />

Ambientais. Sorocaba: Editora <strong>da</strong> USP, 1997.


185<br />

MAGALHÃES JÚNIOR, Antônio Pereira. Indica<strong>do</strong>res Ambientais e recursos hídricos:<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e perspectivas para o Brasil a partir <strong>da</strong> experiência francesa. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Bertrand Brasil, 2007.<br />

MATTOS, Sérgio Henrique Vannucchi Leme <strong>de</strong>. Avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> bacia<br />

hidrográfica <strong>do</strong> córrego <strong>do</strong> Piçarrão (Campinas-SP). Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Instituto <strong>de</strong><br />

Geociência. UNICAMP. Campinas,SP.: [s.n.], 2005.<br />

MEGER, D. G. Material particula<strong>do</strong> suspenso e macro-nutrientes iônicos em um<br />

reservatório <strong>de</strong> abastecimento: o caso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, Paraná, Brasil.<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />

MERLEAU-PONTY M. Fenomenologia <strong>da</strong> percepção. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1994.<br />

MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9 ed. <strong>Rio</strong><br />

<strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. 128p.<br />

MOTA, S. Preservação e conservação <strong>de</strong> recursos hídricos. 2 ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: ABES, 1995.<br />

MINAYO, Maria Cecília <strong>de</strong> Souza; DESLANDES, Suely Ferreira. Caminhos <strong>do</strong> pensamento:<br />

epistemologia e méto<strong>do</strong>. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Fiocruz, 2003. 380 p.<br />

NETO, J. M. Indica<strong>do</strong>res ambientais no Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>.<br />

Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />

NOVAES, W. et al. Agen<strong>da</strong> 21 Brasileira – Bases para discussão. Brasília: MMA, 2000. 192p.<br />

OCDE (ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT). Organization<br />

for economic cooperation and <strong>de</strong>velopment: core set of indicators for environmental


186<br />

performance reviews; a synthesis report by the group on the state of the environment.<br />

Paris: OCDE, 1993.<br />

ODUM, Eugene P. Ecologia. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1988. 434 p.<br />

OLIVEIRA, Lívia <strong>de</strong>. A Percepção <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. In: Ação <strong>do</strong> homem e a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Ambiental. <strong>Rio</strong> Claro: ARGEO e Câmara Municipal, 1983.<br />

OLIVEIRA, R. C. <strong>de</strong>. A Percepção <strong>do</strong> Meio Ambiente em Geografia. In: Revista OLAM -<br />

Ciencia e Tecnologia. <strong>Rio</strong> Claro, 2001.<br />

ORTH, D. Apostila Didática – Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Ambiente Urbano. Florianópolis, 2001. 66 p.<br />

Trabalho não publica<strong>do</strong>.<br />

ROSS, J. L. S. Análise Empírica <strong>da</strong> Fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s Ambientes Naturais e Antropiza<strong>do</strong>s. In:<br />

Revista <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Geografia; n.8, p. 63 - 74. São Paulo, USP, 1994.<br />

RIO, V. D. & OLIVEIRA, L. (Orgs.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Carlos:<br />

Editora <strong>da</strong> UfScar/Studio Nobel, 1996.<br />

SAITO, C. H. Gestão <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s e Participação. In: LEITE, A. L. T. A.; MININNIMEDINA, N.<br />

(coord.) Educação Ambiental: Curso Básico à Distância – Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos em<br />

<strong>Bacia</strong>s Hidrográficas Sob a Ótica <strong>da</strong> Educação Ambiental. Brasília: Ministério <strong>do</strong> Meio<br />

Ambiente, 2001. v. 5, p. 13 – 75.<br />

SALLES, P. S. B. DE A. Comitê <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> Paranoá. In: FONSECA, F. O. (org).<br />

Olhares Sobre o Lago Paranoá. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos,<br />

2001. p. 296 – 307


187<br />

SANEPAR. Relatório parcial <strong>da</strong> atualização <strong>do</strong> zoneamento ecológico-econômico <strong>da</strong> APA <strong>do</strong><br />

<strong>Passauna</strong>. Aditivo Contratual. PROSAM/SOGREAH/COBRAPE, Curitiba, p. 290, 2000.<br />

SAUNITTI, R. M. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio<br />

<strong>Passauna</strong>, Curitiba (PR). Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Departamento. UFPR, 2003. 126 p.<br />

SALLES, P. S. B. <strong>de</strong> A. Comitê <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> Paranoá. In: Fonseca, F. O. (org.).<br />

Olhares sobre o Lago Paranoá. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos,<br />

2001. 296 – 307 p.<br />

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo. São Paulo, Hucitec, 1994. 308 p.<br />

SEMA/SEPL/COMEC/GTZ. Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />

Comec, IAP, PIAB, GTZ. Curitiba, 1994.<br />

SILVA, Maria Lúcia Gautério <strong>da</strong>. Análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental urbana <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />

Hidrográfica <strong>da</strong> Lagoa <strong>da</strong> Conceição. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Programa <strong>de</strong> Pós Graduação<br />

em Engenharia <strong>de</strong> Produção, UFSC. Florianópolis, 2002.<br />

SILVA OLIVEIRA, N. A. <strong>da</strong>. A percepção <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s (lixo) <strong>de</strong> origem <strong>do</strong>miciliar, no<br />

bairro Cajuru-Curitiba-PR: um olhar reflexivo a partir <strong>da</strong> Educação Ambiental. Dissertação<br />

<strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Pós-graduação em Geografia. Setor <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Terra, UFPR, 2006.<br />

SERPA, A. Percepção e Fenomenologia: Em busca <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> humanístico para estu<strong>do</strong>s<br />

e intervenções <strong>do</strong>/no lugar. Olam - Ciência e Tecnologia, <strong>Rio</strong> Claro, v. 1, n. 2, p. 29-61, 2001.<br />

SERRA, A.L.R.C. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão para o córrego <strong>do</strong> Piçarrão. Campinas, 2002. 119p.<br />

Dissertação (Mestra<strong>do</strong>) – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Civil, Unicamp.


188<br />

SPERLING, M. V. Introdução à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas e ao tratamento <strong>de</strong> esgotos.<br />

DESA/EFMG. 240p. 1996.<br />

STEFANELLO, A. C. Percepção <strong>de</strong> riscos naturais. Um estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Balneários Turísticos<br />

Caiobá e Flamingo em Matinhos – PR. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

em Geografia. UFPR, 2006.<br />

SUDERHSA – SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E<br />

SANEAMENTO AMBIENTAL. Relatório <strong>de</strong> Precipitação <strong>da</strong> Estação <strong>da</strong> Barragem <strong>Passauna</strong>.<br />

Curitiba, PR, 2002.<br />

TAMANINI, M. <strong>do</strong> S. A. Diagnóstico físico-ambiental e a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

potencial e emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária - Paraná.<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Terra. Pós-Graduação em Geografia.<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2008.<br />

TUAN, Yi Fu. Topofilia: um estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> percepção, atitu<strong>de</strong>s e valores <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

Trad. Lívia <strong>de</strong> Oliveira. São Paulo: Difel, 1980.<br />

VELASCO, S. L. Algumas Reflexões sobre a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental. Revista<br />

Eletrônica <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> em Educação Ambiental, v. 8, p. 12 – 20, 2002. Disponível em:<br />

. Acesso em: 16 setembro 2008.<br />

VEIGA, B. V. Mo<strong>de</strong>lagem computacional <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> eutrofização e aplicação <strong>de</strong> um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> nutrientes a reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba.<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, Curitiba: UFPR, 2001.<br />

XAVIER C. <strong>da</strong> F. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características<br />

geomorfológicas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região


189<br />

metropolitana <strong>de</strong> Curitiba - Paraná. Pós-Graduação em Ciências <strong>do</strong> Solo. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2005<br />

XAVIER DA SILVA, T. F. B. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, por<br />

meio <strong>do</strong> isolamento e análise <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> Escherichia coli a antibióticos. Dissertação<br />

<strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.


190<br />

ANEXO I<br />

QUESTIONÁRIO<br />

Data: __/__/__<br />

Código área:<br />

Entrevista<strong>do</strong>r:<br />

Início:<br />

Término:<br />

En<strong>de</strong>reço casa:<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Percepção Ambiental: estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna<br />

QUESTIONÁRIO PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />

Roteiro <strong>de</strong> Entrevista<br />

Perfil sócio-econômico<br />

1. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino<br />

2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: anos<br />

3. Tempo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio: anos meses<br />

4. Tempo <strong>de</strong> residência no município:<br />

5. Número <strong>de</strong> pessoas resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio:<br />

6. Ren<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong> <strong>da</strong> família 15 :<br />

( ) 1 a 2 salários ( ) 2 a 4 salários ( ) 4 a 8 salários ( ) 8 ou mais salários<br />

7. Características econômicas <strong>da</strong> casa:<br />

( ) própria ( ) aluga<strong>da</strong><br />

8. Nível <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>:<br />

( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo<br />

( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação ( ) analfabeto<br />

Desenhe ou escreva os elementos que você acredita fazerem parte <strong>do</strong> meio ambiente<br />

9. Elementos:<br />

15 Salário mínimo R$ 415,00 reais


191<br />

Questões gerais<br />

10. Você se preocupa com problemas ambientais? Por quê?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não sei<br />

11. No seu entendimento, qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta?<br />

12. Qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> seu bairro e/ou região?<br />

13. Você sabe o que é um manancial?<br />

( ) sim ( ) não<br />

14. Você sabe o que é uma bacia hidrográfica?<br />

( ) sim ( ) não<br />

15. Você sabe em qual bacia hidrográfica você se encontra? Qual?<br />

( ) sim ( ) não <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />

16. Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que passa mais próximo a sua casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

17. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?<br />

( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />

18. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

19. Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong> abastecimento que chega a sua casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

20. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?<br />

( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />

21. Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio Passaúna? Qual é?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

22. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio Passaúna?<br />

( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima ( ) não sabe<br />

23. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

24. Você acha que além <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio Passaúna po<strong>de</strong>ria ter outros<br />

usos, outras utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

25. Você sabe para on<strong>de</strong> vai o esgoto <strong>da</strong> sua casa?<br />

( ) fossa ( ) re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto ( ) galeria <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva ( ) rio ( ) não sei ( ) outros


192<br />

26. Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

27. Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?<br />

( ) sim ( ) não<br />

28. Você participou <strong>de</strong> alguma reunião nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao meio ambiente?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />

29. Se sim, qual o assunto <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>?<br />

30. Se sim, quan<strong>do</strong> e on<strong>de</strong> aconteceu (aconteceram) esta(s) reunião(ões)?<br />

31. O que fazer para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização<br />

socioambiental?<br />

32. E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente, o que é possível fazer?<br />

33. Você percebe problemas ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?<br />

( ) sim ( ) não Se sim (quais?):<br />

34. Com relação aos rios, qual a sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?<br />

35. Você já participou <strong>de</strong> alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />

36. Se sim, qual e quan<strong>do</strong>?<br />

37. No que isso aju<strong>do</strong>u você <strong>de</strong> forma prática?<br />

Ação Ambiental<br />

38. Você possui:<br />

( ) carro - nº ( ) moto - nº ( ) bicicleta - nº ( ) outro ____________________ - nº<br />

39. Que meio <strong>de</strong> transporte que você utiliza para ir ao trabalho, sair, etc.?<br />

( ) carro ( ) ônibus ( ) bicicleta ( ) a pé ( ) carona ( ) n.d.a<br />

40. Você economiza energia elétrica em casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim, como?<br />

41. Você economiza água em casa?


193<br />

( ) sim ( ) não Se sim, como?<br />

42. Você separa o lixo em casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim, <strong>de</strong> que forma?<br />

( ) recicláveis - não recicláveis ( ) recicláveis - orgânicos - não recicláveis ( ) compostagem em casa<br />

43. Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento em casa? Qual?<br />

( ) sim ( ) não<br />

44. Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou associação (ambiental, cultural, social, político)?<br />

( ) sim ( ) não Se sim, qual grupo? E quais são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s?<br />

Questões políticas<br />

45. Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação<br />

na região em que você mora e/ou trabalha? Qual?<br />

46. Você cobra ações <strong>do</strong> seu candi<strong>da</strong>to? Como? Por quê?<br />

( ) sim ( ) não<br />

47. Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas<br />

reinvidicações para melhoria <strong>do</strong> local em que mora?<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />

48. Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?<br />

49. Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente <strong>do</strong> seu bairro?<br />

( ) limpo ( ) sujo ( ) bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) organiza<strong>do</strong> ( ) <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong><br />

( ) seguro ( ) inseguro ( ) ilumina<strong>do</strong> ( ) não ilumina<strong>do</strong><br />

50. Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por quê?<br />

51. Quais seriam as ações para melhorar esta(s) situação(ões)?<br />

52. Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer no bairro, ou próximas ao bairro? Por quê? O que você<br />

sugere?<br />

53. Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o local em que você mora?<br />

( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) insatisfeito<br />

54. O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?


194<br />

55. O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />

Educação ambiental<br />

56. Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva<br />

a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

57. As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa estu<strong>da</strong>m em colégio:<br />

( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) não estu<strong>da</strong>m<br />

58. Qual colégio?<br />

59. Existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?<br />

60. Como isto interfere na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família (a criança falou sobre questões ambientais)?<br />

Finalização<br />

61. Você gostaria <strong>de</strong> receber um retorno sobre o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> pesquisa?<br />

62. Algum comentário sobre a entrevista?


195<br />

ANEXO II<br />

QUESTIONÁRIO REFORMULADO<br />

Data: __/__/__<br />

Código área:<br />

Entrevista<strong>do</strong>r:<br />

Início:<br />

Término:<br />

En<strong>de</strong>reço casa:<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Percepção Ambiental: estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna<br />

QUESTIONÁRIO PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />

Roteiro <strong>de</strong> Entrevista<br />

Perfil sócio-econômico<br />

1. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino<br />

2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: anos<br />

3. Tempo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio: anos meses<br />

4. Tempo <strong>de</strong> residência no município:<br />

5. Número <strong>de</strong> pessoas resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio:<br />

6. Ren<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong> <strong>da</strong> família 16 :<br />

( ) 1 a 2 salários ( ) 2 a 4 salários ( ) 4 a 8 salários ( ) 8 ou mais salários<br />

7. Características econômicas <strong>da</strong> casa:<br />

( ) própria ( ) aluga<strong>da</strong><br />

8. Nível <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>:<br />

( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo<br />

( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação ( ) analfabeto<br />

Desenhe ou escreva os elementos que você acredita fazerem parte <strong>do</strong> meio ambiente<br />

9. Elementos:<br />

16 Salário mínimo R$ 415,00 reais


196<br />

Questões gerais<br />

10. Você se preocupa com a questão ambiental? Por quê?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não sei<br />

11. No seu entendimento, qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta?<br />

12. Qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> seu bairro e/ou região?<br />

13. Você sabe o que é um manancial?<br />

( ) sim ( ) não<br />

14. Você sabe o que é uma bacia hidrográfica?<br />

( ) sim ( ) não<br />

15. Você sabe em qual bacia hidrográfica você se encontra? Qual?<br />

( ) sim ( ) não <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />

16. Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que passa mais próximo a sua casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

17. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?<br />

( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />

18. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

19. Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong> abastecimento que chega a sua casa?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

20. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?<br />

( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />

21. Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio Passaúna? Qual é?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

22. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio Passaúna?<br />

( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima ( ) não sabe<br />

23. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

24. Você acha que além <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio Passaúna po<strong>de</strong>ria ter outros<br />

usos, outras utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

25. Você sabe para on<strong>de</strong> vai o esgoto <strong>da</strong> sua casa?<br />

( ) fossa ( ) re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto ( ) galeria <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva ( ) rio ( ) não sei ( ) outros


197<br />

26. Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?<br />

( ) sim ( ) não Se sim:<br />

27. Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?<br />

( ) sim ( ) não<br />

28. Você participou <strong>de</strong> alguma reunião nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao meio ambiente?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />

29. Se sim, qual o assunto <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>?<br />

30. Se sim, quan<strong>do</strong> e on<strong>de</strong> aconteceu (aconteceram) esta(s) reunião(ões)?<br />

31. O que fazer para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização<br />

socioambiental?<br />

32. E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente, o que é possível fazer?<br />

33. Você percebe problemas ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?<br />

( ) sim ( ) não Se sim (quais?):<br />

34. Com relação aos rios, qual a sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?<br />

35. Você já participou <strong>de</strong> alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?<br />

( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />

36. Se sim, qual e quan<strong>do</strong>?<br />

37. No que isso aju<strong>do</strong>u você <strong>de</strong> forma prática?<br />

Ação Ambiental<br />

38. Você possui:<br />

( ) carro - nº ( ) moto - nº ( ) bicicleta - nº ( ) outro ____________________ - nº<br />

39. Que meio <strong>de</strong> transporte que você utiliza para ir ao trabalho, sair, etc.?<br />

( ) carro ( ) ônibus ( ) bicicleta ( ) a pé ( ) carona ( ) n.d.a<br />

40. Como é a sua relação com a energia elétrica em casa?<br />

41. Como é a sua relação com a água em casa?<br />

42. Você separa o lixo em casa?


198<br />

( ) sim ( ) não Se sim, <strong>de</strong> que forma?<br />

( ) recicláveis - não recicláveis ( ) recicláveis - orgânicos - não recicláveis ( ) compostagem em casa<br />

43. Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento em casa? Qual?<br />

( ) sim ( ) não<br />

44. Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou associação (ambiental, cultural, social, político)?<br />

( ) sim ( ) não Se sim, qual grupo? E quais são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s?<br />

Questões políticas<br />

45. Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação<br />

na região em que você mora e/ou trabalha? Qual?<br />

46. Você cobra ações <strong>do</strong> seu candi<strong>da</strong>to? Como? Por quê?<br />

( ) sim ( ) não<br />

47. Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas<br />

reinvidicações para melhoria <strong>do</strong> local em que mora?<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />

48. Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?<br />

49. Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente <strong>do</strong> seu bairro?<br />

( ) limpo ( ) sujo ( ) bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) organiza<strong>do</strong> ( ) <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong><br />

( ) seguro ( ) inseguro ( ) ilumina<strong>do</strong> ( ) não ilumina<strong>do</strong><br />

50. Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por quê?<br />

51. Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer no bairro, ou próximas ao bairro? Por quê? O que você<br />

sugere?<br />

52. Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o local em que você mora?<br />

( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) insatisfeito<br />

53. O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />

54. O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />

Educação ambiental<br />

55. Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva<br />

a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?


199<br />

56. As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa estu<strong>da</strong>m em colégio:<br />

( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) não estu<strong>da</strong>m<br />

57. Qual colégio?<br />

58. Existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?<br />

59. Como isto interfere na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família (a criança falou sobre questões ambientais)?<br />

Finalização<br />

60. Você gostaria <strong>de</strong> receber um retorno sobre o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> pesquisa?<br />

61. Algum comentário sobre a entrevista?


200<br />

ANEXO III<br />

DADOS DE MONITORAMENTO<br />

Parâmetros / Campanhas Pontos 19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />

DQO (mg/L)<br />

DBO (mg/L)<br />

OD (mg/L)<br />

COD (mg/L)<br />

Nitrito (mg/L)<br />

Nitrato (mg/L)<br />

Nitrogênio Amoniacal (mg/L)<br />

Nitrogênio Orgânico (mg/L)<br />

Fósforo Total (mg/L)<br />

P1 4,8 24 7,2 1,6 16 6,4<br />

P2 3,2 17,6 8,8 3,2 6,4 6,4<br />

P3 4,8 6,4 4 6,4 9,6 8<br />

P4 4,8 8 2,4 3,2 8 4,8<br />

P5 6,4 16 6,4 12,8 12,8 8<br />

P1 2,62 5,67 5,23 1,18 4,7 1,71<br />

P2 2,83 5,99 1,85 2,94 1,47 1,17<br />

P3 3,7 4,47 3,39 3,7 3,53 1,82<br />

P4 0,84 3,81 2,06 1,18 1,88 0,88<br />

P5 3,16 7,52 3,92 1,85 3,29 1,29<br />

P1 4,02 5,27 5,52 6,2 6,69 5,88<br />

P2 4,28 5,91 5,51 6,09 6,59 6,46<br />

P3 4,2 5,01 5,51 4,72 7,1 6,86<br />

P4 4,05 3,67 5,61 5,6 6,27 7,12<br />

P5 2,32 1,37 3,48 2,81 2,24 3,20<br />

P1 SD SD 0,9675 SD 1,2 4,476<br />

P2 SD SD 3,119 SD 1,248 3,544<br />

P3 SD SD 5,645 SD 1,484 3,64<br />

P4 SD SD 8,132 SD 1,729 4,043<br />

P5 SD SD 4,039 SD 2,848 6,139<br />

P1 0,09 0,22 0,05 0,04 0,03 0,06<br />

P2 0,08 0,08 0,05 0,06 0,42 0,04<br />

P3 0,02 0,02 0,01 0,03 0,02 0,03<br />

P4 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01<br />

P5 0,14 0,07 0,12 0,13 0,05 0,05<br />

P1 0,69 0,74 0,89 0,89 0,92 0,83<br />

P2 0,79 0,78 0,89 0,91 0,53 0,91<br />

P3 0,17 0,51 0,33 0,81 0,59 0,76<br />

P4 0,06 0,06 0,17 0,24 0,33 0,33<br />

P5 0,40 0,13 0,82 0,82 0,41 0,52<br />

P1 0,280 0,392 0,896 0,448 0,224 0,280<br />

P2 0,056 0,056 0,672 0,112 0,112 0,056<br />

P3 0,056 0,056 0,336 0,000 0,000 0,056<br />

P4 0,280 0,448 1,008 0,336 0,224 0,280<br />

P5 0,280 2,856 0,336 0,784 0,672 0,280<br />

P1 0,392 1,12 0,67 0,504 0,280 1,288<br />

P2 0,392 1,4 0,28 0,728 0,280 0,952<br />

P3 0,168 0,224 0,45 0,616 0,112 1,568<br />

P4 1,064 0,336 0,34 0,56 0,056 0,504<br />

P5 1,344 1,008 0,45 0,392 0,168 0,784<br />

P1 SD SD 0,07 0,07 0,12 0,11<br />

P2 SD SD 0,06 0,06 0,06 0,10


201<br />

Fosfato Total (mg/L)<br />

Turbi<strong>de</strong>z (NTU)<br />

Sóli<strong>do</strong>s Sedimentáveis (mg/L)<br />

Sóli<strong>do</strong>s Totais (mg/L)<br />

Sóli<strong>do</strong>s Suspensos Totais (mg/L)<br />

Sóli<strong>do</strong>s Dissolvi<strong>do</strong>s Totais (mg/L)<br />

Condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Elétrica (µS/cm)<br />

pH<br />

Disco <strong>de</strong> Secchi (k)<br />

P3 SD SD 0,04 0,06 0,04 0,06<br />

P4 SD SD 0,03 0,03 0,03 0,05<br />

P5 SD SD 0,09 0,11 0,15 0,12<br />

P1 SD SD SD 0,06 0,08 0,08<br />

P2 SD SD SD 0,05 0,06 0,08<br />

P3 SD SD SD 0,04 0,04 0,05<br />

P4 SD SD SD 0,03 0,03 0,03<br />

P5 SD SD SD 0,08 0,12 0,11<br />

P1 28,90 116,50 SD 5,33 47,23 35,91<br />

P2 21,90 165,50 SD 8,16 6,97 18,17<br />

P3 11,85 8,13 SD 11,31 3,80 6,97<br />

P4 1,31 19,44 SD 1,60 2,10 1,63<br />

P5 14,87 29,25 SD 6,45 4,78 4,13<br />

P1 0,20 0,8 0,2 0,1 0,4 0,4<br />

P2 0,15 2,8 0,2 0 0 0,1<br />

P3 0,00 0 0 0 0 0<br />

P4 0,00 0 0 0 0 0<br />

P5 0,40 0,2 0,1 0 0 0<br />

P1 75 322 130 222 152 236<br />

P2 178 200 174 578 198 192<br />

P3 132 132 120 302 80 146<br />

P4 75 138 64 126 296 114<br />

P5 80 144 74 164 54 150<br />

P1 19 196 23 9 97 87<br />

P2 16 98 28 13 12 45<br />

P3 12 50 22 13 11 15<br />

P4 18 40 31 3 10 7<br />

P5 11 30 22 6 8 15<br />

P1 56 126 107 213 55 149<br />

P2 162 102 146 565 186 147<br />

P3 120 82 98 289 69 131<br />

P4 57 98 33 123 286 107<br />

P5 69 114 52 158 46 135<br />

P1 158,07 142,46 171,45 149,15 193,75 233,00<br />

P2 136,77 98,64 138,00 126,85 149,15 210,00<br />

P3 64,86 124,84 71,10 115,70 104,55 186,20<br />

P4 78,46 78,68 71,10 82,25 82,25 153,10<br />

P5 132,65 250,62 126,85 160,30 238,35 197,80<br />

P1 7,130 6,56 7,18 7,178 7,414 6,841<br />

P2 7,120 6,53 6,81 7,06 7,463 6,829<br />

P3 7,040 6,5 7,12 6,792 7,577 6,592<br />

P4 7,070 6,153 6,82 6,645 6,962 6,69<br />

P5 6,690 6,196 7,17 6,233 6,511 6,192<br />

P1 4,72 28,33 2,83 2,83 3,54 9,44<br />

P2 4,05 28,33 2,58 2,83 2,58 7,08<br />

P3 4,72 3,15 4,72 3,15 2,58 3,54<br />

P4 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 2,36


202<br />

*SD: sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

Temperatura (ºC)<br />

P5 3,54 4,72 2,36 2,36 2,58 2,58<br />

P1 20,4 18,9 14,9 15,0 14,3 15,6<br />

P2 20,7 18,7 14,5 13,5 13,7 14,8<br />

P3 24,9 21,0 17,3 15,0 16,3 16,0<br />

P4 22,9 20,9 17,4 15,6 15,4 25,0<br />

P5 21,9 19,0 15,8 12,2 14,1 23,8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!