Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...
Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...
Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />
LUIZ VASCONCELOS DA SILVA FILHO<br />
QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO<br />
RIO PASSAUNA<br />
CURITIBA<br />
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />
LUIZ VASCONCELOS DA SILVA FILHO<br />
QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO<br />
RIO PASSAUNA<br />
Dissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />
Graduação em Engenharia <strong>de</strong> Recursos<br />
Hídricos e Ambiental - Mestra<strong>do</strong>, <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, como<br />
requisito parcial para a obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong><br />
Mestre.<br />
Orienta<strong>do</strong>ra: Profª. Maria Cristina Borba<br />
Braga, PhD<br />
CURITIBA<br />
2010
À minha avó Ai<strong>da</strong>,<br />
Por sua força, garra e alegria sempre presentes<br />
ii
AGRADECIMENTOS<br />
À minha família, meu pai Luiz Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, minha mãe Luciene Rocha<br />
Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, e minha irmã Gilka Rocha Vasconcelos <strong>da</strong> Silva, por serem a luz e o<br />
porto seguro <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>. Amo vocês.<br />
À minha orienta<strong>do</strong>ra, Profª. Maria Cristina Borba Braga, pela amiza<strong>de</strong>, pelo apoio<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento e por acreditar no meu potencial.<br />
Aos professores <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros programas <strong>de</strong> pós-graduação, que me aju<strong>da</strong>ram a<br />
<strong>de</strong>senvolver esta pesquisa, em especial os professores Cristóvão S. Fernan<strong>de</strong>s, Marlene<br />
Tamanini e Júlio Cesar R. <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>.<br />
Ao professor Sandro Tonso, pela compania e amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a graduação, pelas<br />
conversas e lições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e por sempre incentivar uma visão crítica e bela sobre a vi<strong>da</strong> e<br />
tu<strong>do</strong> o que nos cerca.<br />
Às pessoas que auxiliaram no processo <strong>de</strong> realização <strong>da</strong>s entrevistas, em especial a<br />
Wan<strong>de</strong>rléia, Ana Trovão, Márcia, Harumi e Josete <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Paraná -<br />
SANEPAR, aos colegas <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> Natália, Carla e Patrícia, ao Leonar<strong>do</strong> pela prontidão e<br />
aju<strong>da</strong> constante e a Gilka, minha irmã queri<strong>da</strong>.<br />
À Wan<strong>de</strong>rléia e ao Nicolás <strong>da</strong> SANEPAR, por acreditarem e apoiarem o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.<br />
Ao Luiz Carlos, pela amiza<strong>de</strong>, apoio e força.<br />
À Maria Carol e Cristiane, pela paciência e aju<strong>da</strong> imprescindível ao trabalho no<br />
laboratório. Aos estagiários Rocianne e Fernan<strong>do</strong> Bunn pelo auxílio na execução <strong>da</strong>s análises<br />
laboratoriais.<br />
Ao Sérgio Braga, pela aju<strong>da</strong> e paciência sempre presentes, mesmo nos momentos<br />
mais aterrorizantes.<br />
Aos amigos que fiz nesta caminha<strong>da</strong>, Carla, Natália, Heloíse, Clarissa, Tatiana, Karina,<br />
Nicole, Filipe e Luiz Fernan<strong>do</strong>, este ser que é mais químico que a própria química.<br />
A to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong> alguma forma aju<strong>da</strong>ram na elaboração e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta<br />
pesquisa, o meu muito obriga<strong>do</strong>.<br />
iii
RESUMO<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Passaúna, Paraná – Brasil, um <strong>do</strong>s maiores mananciais <strong>de</strong><br />
abastecimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e Região Metropolitana, é uma área <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
interesse ambiental. No entanto, problemas como a falta <strong>de</strong> esgotamento sanitário e a<br />
expansão urbana por meio <strong>de</strong> ocupações irregulares têm afeta<strong>do</strong> a área <strong>da</strong> bacia,<br />
contribuin<strong>do</strong> para a diminuição <strong>de</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Portanto, o fator<br />
prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong>ssa problematização são as ações antrópicas, cujos aspectos subjetivos<br />
resi<strong>de</strong>m na percepção ambiental <strong>da</strong> população. O objetivo <strong>da</strong> presente pesquisa é estu<strong>da</strong>r a<br />
relação entre a percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> bacia. A<br />
pesquisa divi<strong>de</strong>-se em três fases: quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e percepção<br />
ambiental <strong>da</strong> população. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, com<br />
maior e menor grau <strong>de</strong> comprometimento, possibilitou relacionar as diferentes<br />
características <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssas duas áreas e sua relação com o local em que resi<strong>de</strong>m.<br />
Observaram-se gran<strong>de</strong>s diferenças nas percepções <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as respectivas<br />
áreas, relaciona<strong>da</strong>s principalmente ao seu nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e às características<br />
físicas <strong>da</strong>s áreas em que habitam. Os resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s apresentam-se como<br />
importante ferramenta para a gestão urbana <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, bem como para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações em educação ambiental, que ain<strong>da</strong> são realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />
incipiente e isola<strong>da</strong> nessa bacia. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova visão sobre a gestão <strong>de</strong><br />
áreas urbanas, que envolva os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, <strong>de</strong> maneira a possibilitar o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s aos problemas específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área, é<br />
fator essencial para uma gestão urbana mais eficiente.<br />
Palavras-chave: percepção ambiental, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo.<br />
iv
ABSTRACT<br />
The <strong>Passauna</strong> Watershed, located in Parana, a state of Brazil, is one of the most important<br />
watersheds that supply water to Curitiba, the capital of the state, and its metropolitan<br />
region. However, <strong>de</strong>spite its importance, lack of sanitation and urban expansion through<br />
irregular land occupation have been causing environmental problems that affect both the<br />
drainage area and the water quality, which contributes to lowering the environmental<br />
quality of the watershed. Therefore, human actions are the main point of that issue, and<br />
public perception with regard to the environment represents the subjective aspects of those<br />
actions. The main goal of this research is to study the relation between the environmental<br />
quality of the watershed and the environmental perception of its dwellers. This research is<br />
divi<strong>de</strong>d into three stages: water quality, land use and occupation, and environmental<br />
perception. The i<strong>de</strong>ntification of water quality samples, with higher and lower <strong>de</strong>grees of<br />
en<strong>da</strong>ngerment, ma<strong>de</strong> it possible to build a relation between the dwellers different<br />
characteristics and their relation with the local where they live. Large differences could be<br />
noted in the dwellers environmental perception about their own areas, especially in relation<br />
with their economic condition, school level, and the characteristics of the areas where they<br />
live. The resulting information on water quality, land use and occupation, and environmental<br />
perception proved to be an important tool for urban management of the areas analyzed, as<br />
well as for the <strong>de</strong>velopment of environmental education actions, which are still carried out<br />
in an incipient and isolated way in that watershed. The <strong>de</strong>velopment of a new view about<br />
urban management, involving the dwellers so as to provi<strong>de</strong> more a<strong>de</strong>quate solutions for the<br />
problems of each area, is a central point to achieve a more efficient urban management.<br />
Key words: environmental perception, water quality, land use and occupation.<br />
v
LISTA DE TABELAS<br />
TABELA 4. 1 – MÉTODOS DE CAMPO E LABORATORIAIS ...................................................................... 40<br />
TABELA 4. 2 – COORDENADA GEOGRÁFICA DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM ..................................... 42<br />
TABELA 4. 3 – COORDENADA GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS ................................... 42<br />
TABELA 4. 4 – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL ...................................... 45<br />
TABELA 5. 1 – QUADRO DE VAZÕES (m 3 /s)........................................................................................... 50<br />
TABELA 5. 2 – DADOS DAS CAMPANHAS PARA COLETA DE AMOSTRAS DE ÁGUA .............................. 51<br />
TABELA 5. 3 – VALORES PARA A RELAÇÃO DQO/DBO 20 5 ....................................................................... 54<br />
TABELA 5. 4 – LIMITES DE CONCENTRAÇÃO PARA NITROGÊNIO AMONIACAL COM BASE NO pH....... 59<br />
TABELA 5. 5 – VALORES DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO ................................................................. 59<br />
TABELA 5. 6 – QUADRO DE VIOLAÇÕES ................................................................................................ 67<br />
TABELA 5. 7 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P1 ................................................................. 77<br />
TABELA 5. 8 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P2 ................................................................. 79<br />
TABELA 5. 9 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P3 ................................................................. 80<br />
TABELA 5. 10 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P4 ............................................................... 81<br />
TABELA 5. 11 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P5 ............................................................... 82<br />
TABELA 5. 12 – INFORMAÇÕES RELACIONADAS ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........... 123<br />
TABELA 5. 13 – GRUPOS E/OU ASSOCIAÇÕES E ATIVIDADES REALIZADAS ......................................... 131<br />
TABELA 5. 14 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES ............................................................... 134<br />
TABELA 5. 15 – ATIVIDADES DE EA E A INTERFERÊNCIA NA VIDA DA FAMÍLIA .................................. 151<br />
TABELA 5. 16 – COMENTÁRIOS DOS MORADORES SOBRE A ENTREVISTA ......................................... 152<br />
vi
LISTA DE FIGURAS<br />
FIGURA 2. 1 – LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ......................................... 6<br />
FIGURA 3. 1 – A BUSCA DA PERSPECTIVA SUSTENTÁVEL NA GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL ............... 23<br />
FIGURA 4. 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM ............................................................ 41<br />
FIGURA 4. 2 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ..................................... 47<br />
FIGURA 5. 1 – DIAGRAMA DA ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................... 49<br />
FIGURA 5. 2 – VALORES OBSERVADOS PARA DQO ............................................................................... 52<br />
FIGURA 5. 3 – VALORES OBSERVADOS PARA DBO 20 5 ............................................................................ 53<br />
FIGURA 5. 4 – VALORES OBSERVADOS PARA OD .................................................................................. 56<br />
FIGURA 5. 5 – VALORES OBSERVADOS DE TEMPERATURA ................................................................... 58<br />
FIGURA 5. 6 – VALORES OBSERVADOS PARA NITROGÊNIO AMONIACAL ............................................. 60<br />
FIGURA 5. 7 – VALORES OBSERVADOS PARA FÓSFORO ....................................................................... 62<br />
FIGURA 5. 8 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRITO .......................................................................... 63<br />
FIGURA 5. 9 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRATO ........................................................................ 65<br />
FIGURA 5. 10 – VALORES OBSERVADOS DE TURBIDEZ ......................................................................... 66<br />
FIGURA 5. 11 – QUADRO DE COMPROMETIMENTO DOS PONTOS AMOSTRAIS .................................. 69<br />
FIGURA 5. 12 – MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ............. 72<br />
FIGURA 5. 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SEXO .......................................................... 84<br />
FIGURA 5. 14 – TEMPO DE RESIDÊNCIA NO DOMICÍLIO versus MUNICÍPIO ......................................... 85<br />
FIGURA 5. 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FAIXA DE RENDA ....................................... 86<br />
FIGURA 5. 16 – CARACTERÍSTICA ECONÔMICA DOS DOMICÍLIOS ........................................................ 87<br />
FIGURA 5. 17 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR GRAU DE INSTRUÇÃO ............................... 88<br />
FIGURA 5. 18 – DESENHOS REALIZADOS POR ÁREA DE ANÁLISE .......................................................... 89<br />
FIGURA 5. 19 – CITAÇÕES REALIZADAS POR ÁREA DE ANÁLISE ............................................................ 90<br />
FIGURA 5. 20 – PREOCUPAÇÃO DOS MORADORES QUANTO AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS ............. 91<br />
FIGURA 5. 21 – RAZÕES DAS PREOCUPAÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS ........................... 92<br />
vii
FIGURA 5. 22 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO PLANETA ............................................................. 93<br />
FIGURA 5. 23 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO BAIRRO OU REGIÃO ............................................ 94<br />
FIGURA 5. 24 – CONHECIMENTO SOBRE MANANCIAL ......................................................................... 96<br />
FIGURA 5. 25 – CONHECIMENTO SOBRE BACIA HIDROGRÁFICA .......................................................... 96<br />
FIGURA 5. 26 – CONHECIMENTO SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA ....................... 97<br />
FIGURA 5. 27 – CONHECIMENTO SOBRE O RIO MAIS PRÓXIMO .......................................................... 98<br />
FIGURA 5. 28 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO RIO MAIS PRÓXIMO ............................................. 99<br />
FIGURA 5. 29 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P1<br />
............................................................................................................................................................. 100<br />
FIGURA 5. 30 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P2<br />
............................................................................................................................................................. 101<br />
FIGURA 5. 31 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P3<br />
............................................................................................................................................................. 102<br />
FIGURA 5. 32 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P4<br />
............................................................................................................................................................. 102<br />
FIGURA 5. 33 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA ÁREA P5<br />
............................................................................................................................................................. 103<br />
FIGURA 5. 34 – ORIGEM DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO ................................................................... 104<br />
FIGURA 5. 35 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO ................................ 105<br />
FIGURA 5. 36 – USO DA REPRESA DO RIO PASSAUNA ........................................................................ 106<br />
FIGURA 5. 37 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DO RIO PASSAUNA .............. 107<br />
FIGURA 5. 38 – REFERÊNCIA SOBER A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P1 ................... 108<br />
FIGURA 5. 39 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P2 ................... 108<br />
FIGURA 5. 40 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P3 ................... 109<br />
FIGURA 5. 41 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P4 ................... 109<br />
FIGURA 5. 42 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P5 ................... 110<br />
FIGURA 5. 43 – POSSIBILIDADE DE OUTROS USOS PARA A REPRESA DO RIO PASSAUNA .................. 111<br />
FIGURA 5. 44 – POSSÍVEIS USOS DA REPRESA DO RIO PASSAUNA ..................................................... 112<br />
viii
FIGURA 5. 45 – LOCAL DE DESTINAÇÃO DO ESGOTO DOMICILIAR ..................................................... 112<br />
FIGURA 5. 46 – PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO NO BAIRRO ................................................................. 114<br />
FIGURA 5. 47 – OCORRÊNCIA DAS INUNDAÇÕES ................................................................................ 114<br />
FIGURA 5. 48 – CONHECIMENTO SOBRE O COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ............................. 115<br />
FIGURA 5. 49 – PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE MEIO AMBIENTE ............................................ 116<br />
FIGURA 5. 50 – OPINIÕES PARA AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS EM CAMPANHAS<br />
SOCIOAMBIENTAIS .............................................................................................................................. 117<br />
FIGURA 5. 51 – AÇÕES CITADAS PARA A AJUDA DIRETA AO MEIO AMBIENTE................................... 118<br />
FIGURA 5. 52 – PROBLEMAS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS PELOS MORADORES DAS ÁREAS ............ 119<br />
FIGURA 5. 53 – SUGESTÃO DOS MORADORES PARA MELHORAR A QUALIDADE DOS RIOS............... 121<br />
FIGURA 5. 54 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...... 122<br />
FIGURA 5. 55 – MEIOS DE TRANSPORTE PRESENTES MAS CASAS DOS MORADORES ........................ 124<br />
FIGURA 5. 56 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PELOS MORADORES ........................................... 125<br />
FIGURA 5. 57 – ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................ 126<br />
FIGURA 5. 58 – ECONOMIA DE ÁGUA ................................................................................................. 127<br />
FIGURA 5. 59 – SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS REALIZADA PELOS MORADORES ..................................... 128<br />
FIGURA 5. 60 – MORADORES QUE PLANTAM ALIMENTOS EM CASA ................................................. 129<br />
FIGURA 5. 61 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM GRUPOS OU ASSOCIAÇÕES ........................... 130<br />
FIGURA 5. 62 – LEMBRANÇA SOBRE OS CANDIDATOS VOTADOS NAS ELEIÇÕES ............................... 131<br />
FIGURA 5. 63 – AÇÃO DOS CANDIDATOS NAS ÁREAS ANALISADAS ................................................... 132<br />
FIGURA 5. 64 – AÇÕES REALIZADAS NOS BAIRROS PELOS CANDIATOS ELEITOS ................................ 133<br />
FIGURA 5. 65 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES DOS CANDIDATOS ELEITOS .................. 134<br />
FIGURA 5. 66 – AÇÕES DOS MORADORES ........................................................................................... 135<br />
FIGURA 5. 67 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P1 ........................... 136<br />
FIGURA 5. 68 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P2 ........................... 137<br />
FIGURA 5. 69 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P3 ........................... 138<br />
FIGURA 5. 70 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P4 ........................... 138<br />
ix
FIGURA 5. 71 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P5 ........................... 139<br />
FIGURA 5. 72 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS QUALIDADES E DEFICIÊNCIAS DO BAIRRO ................... 140<br />
FIGURA 5. 73 – OPINIÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE REFERENTE AO BAIRRO ............................... 141<br />
FIGURA 5. 74 – AÇÕES DE MELHORIAS PROPOSTAS PELOS MORADORES ......................................... 142<br />
FIGURA 5. 75 – NECESSIDADE DE ÁREAS DE LAZER PELOS MORADORES ........................................... 143<br />
FIGURA 5. 76 – MOTIVO APRESENTADO PARA PRESENÇA DE ÁREAS DE LAZER ................................ 144<br />
FIGURA 5. 77 – OPÇÕES DE ÁREAS DE LAZER INDICADAS PELOS MORADORES ................................. 145<br />
FIGURA 5. 78 – GRAU DE SATISFAÇÃO DOS MORADORES COM O BAIRRO ........................................ 145<br />
FIGURA 5. 79 – O QUE OS MORADORES MAIS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE RESIDEM ................... 146<br />
FIGURA 5. 80 – O QUE OS MORADORES MENOS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE MORAM ................ 147<br />
FIGURA 5. 81 – EXISTÊNCIA DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS BAIRROS ................... 149<br />
FIGURA 5. 82 – COLÉGIOS EM QUE AS CRIANÇAS DOS BAIRROS ESTUDAM ...................................... 149<br />
FIGURA 5. 83 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS ................ 150<br />
x
LISTA DE ABREVIATURAS<br />
CETESB<br />
CONAMA<br />
DBO<br />
DQO<br />
EA<br />
OD<br />
RMC<br />
Companhia Ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
Conselho Nacional <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />
Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio<br />
Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio<br />
Educação ambiental<br />
Oxigênio dissolvi<strong>do</strong><br />
Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba<br />
xi
SUMÁRIO<br />
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 1<br />
1.1. ESTRUTURA DA PESQUISA ....................................................................................................... 2<br />
1.2. OBJETIVOS ............................................................................................................................... 4<br />
1.2.1. Objetivo geral ...................................................................................................................... 4<br />
1.2.2. Objetivos específicos ........................................................................................................... 4<br />
2. CONTEXTO DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................................... 5<br />
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................. 9<br />
3.1. A ciência e a construção <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> ................................................................. 9<br />
3.2. Os problemas ambientais como propulsores <strong>de</strong> uma nova visão ........................................ 14<br />
3.3. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental............................................................................................................. 18<br />
3.4. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas e Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos .............................. 21<br />
3.5. Percepção Ambiental ............................................................................................................ 24<br />
3.6. Educação Ambiental .............................................................................................................. 30<br />
3.7. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ................................................... 32<br />
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................ 36<br />
4.1. Caracterização <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>......................................................................................... 36<br />
4.1.1. Características gerais <strong>da</strong> área ........................................................................................ 36<br />
4.1.2. Clima .............................................................................................................................. 36<br />
4.1.3. Geologia e geomorfologia ............................................................................................. 37<br />
4.1.4. Solos .............................................................................................................................. 38<br />
4.1.5. Uso e ocupação <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> drenagem ........................................................................ 38<br />
4.2. Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos ............................................................................................. 39<br />
4.2.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água ....................................................................................... 39<br />
4.2.1.1. Estabelecimento <strong>do</strong>s pontos amostrais ................................................................ 40<br />
4.2.1.2. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s .................................................................................................. 43<br />
xii
4.2.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo .............................................................................. 43<br />
4.2.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental ................................................................................... 44<br />
4.2.3.1. Questionário semi-estrutura<strong>do</strong> ............................................................................. 44<br />
4.2.3.2. Pesquisa<strong>do</strong>res voluntários e a preparação para aplicação ................................... 45<br />
4.2.3.3. Aplicação <strong>do</strong> questionário ..................................................................................... 46<br />
4.2.3.4. O Universo <strong>da</strong> Pesquisa ......................................................................................... 46<br />
4.2.3.5. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s ..................................................................................... 47<br />
4.2.4. Análise Final................................................................................................................... 47<br />
5. RESULTADOS ................................................................................................................................. 49<br />
5.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água ............................................................................................... 49<br />
5.1.1. Vazões observa<strong>da</strong>s ........................................................................................................ 49<br />
5.1.2. Parâmetros físicos e químicos ....................................................................................... 50<br />
5.1.2.1. Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio .............................................................................. 51<br />
5.1.2.2. Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio ......................................................................... 53<br />
5.1.2.3. Oxigênio dissolvi<strong>do</strong> e temperatura ....................................................................... 55<br />
5.1.2.4. Nitrogênio amoniacal e potencial hidrogeniônico ................................................ 58<br />
5.1.2.5. Fósforo Total ......................................................................................................... 61<br />
5.1.2.6. Nitrito .................................................................................................................... 62<br />
5.1.2.7. Nitrato ................................................................................................................... 64<br />
5.1.2.8. Turbi<strong>de</strong>z ................................................................................................................. 65<br />
5.1.3. Síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s .......................................................................................................... 67<br />
5.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo ...................................................................................... 71<br />
5.2.1. A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ............................................................................ 72<br />
5.2.2. Área P1 .......................................................................................................................... 76<br />
5.2.3. Área P2 .......................................................................................................................... 78<br />
5.2.4. Área P3 .......................................................................................................................... 79<br />
5.2.5. Área P4 .......................................................................................................................... 81<br />
5.2.6. Área P5 .......................................................................................................................... 82<br />
5.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res ................................................................. 83<br />
xiii
5.3.1. Respostas ao questionário ............................................................................................ 84<br />
5.3.1.1. Perfil Sócio-econômico .......................................................................................... 84<br />
5.3.1.2. Visão sobre meio ambiente ................................................................................... 89<br />
5.3.1.3. Questões gerais ..................................................................................................... 91<br />
5.3.1.4. Ações Ambientais ................................................................................................ 124<br />
5.3.1.5. Questões Políticas ............................................................................................... 131<br />
5.3.1.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental ........................................................................................... 136<br />
5.3.1.7. Educação Ambiental ............................................................................................ 148<br />
5.3.1.8. Finalização ........................................................................................................... 152<br />
5.4. Análise final por meio <strong>da</strong> interrelação entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s .......................................... 153<br />
5.4.1. Perfil sócio-econômico ................................................................................................ 154<br />
5.4.2. Visão sobre meio ambiente......................................................................................... 156<br />
5.4.3. Questões Gerais .......................................................................................................... 156<br />
5.4.4. Ações Ambientais ........................................................................................................ 164<br />
5.4.5. Questões Políticas ....................................................................................................... 166<br />
5.4.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental ................................................................................................... 168<br />
5.4.7. Educação Ambiental .................................................................................................... 170<br />
CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 172<br />
RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................ 177<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................... 178<br />
ANEXO I ............................................................................................................................................... 190<br />
ANEXO II .............................................................................................................................................. 195<br />
ANEXO III ............................................................................................................................................. 200<br />
xiv
1<br />
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />
Os problemas ambientais trouxeram uma série <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>safios para as populações,<br />
evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s em um primeiro momento pela pressão sobre os meios naturais, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />
crescimento populacional e econômico, e <strong>de</strong>pois pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> compreensão <strong>do</strong> meio<br />
ambiente <strong>de</strong> forma mais abrangente, com base em interações ambientais, sociais, culturais,<br />
econômicas e políticas, para assim prover <strong>de</strong> maneira mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, soluções aos<br />
problemas existentes.<br />
A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta-se como o principal meio em que ocorrem estas interações, pois<br />
engloba gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações entre seres humanos, e entre seres humanos e<br />
ambiente, o que <strong>de</strong>veria proporcionar experiência e condição suficiente para o<br />
enfrentamento <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s. No entanto, apesar <strong>de</strong>sta condição existir, é<br />
comum observar a presença <strong>de</strong> diversos problemas como o excesso <strong>de</strong> poluição, a enorme<br />
<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, a geração excessiva <strong>de</strong> resíduos, a ausência <strong>de</strong> equipamentos urbanos<br />
principalmente em áreas carentes, o excesso <strong>de</strong> violência, o <strong>de</strong>smatamento, entre muitos<br />
outros.<br />
Problemas estes que são resulta<strong>do</strong> tanto <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelas nações, que privilegia o aspecto econômico em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong><br />
outras questões, e acaba por gerar uma injusta <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, como também <strong>de</strong> uma<br />
gestão ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A falta <strong>de</strong> reflexão e entendimento crítico por parte <strong>da</strong><br />
população sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer um equilíbrio nas relações existentes entre<br />
ser humano e ambiente, e entre os próprios habitantes, levou a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e,<br />
consequentemente as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a uma crise socioambiental <strong>de</strong> várias dimensões.<br />
Cenário <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> expansão e crescimento populacional, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e sua<br />
Região Metropolitana – RMC possui como um <strong>de</strong> seus mananciais para abastecimento<br />
público o Reservatório <strong>do</strong> rio Passaúna, área importante a ser preserva<strong>da</strong>, para assim<br />
possibilitar o fornecimento <strong>de</strong> água em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. No<br />
entanto, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> tem si<strong>do</strong> prejudica<strong>da</strong><br />
pela falta <strong>de</strong> esgotamento sanitário e pela expansão urbana irregular, conseqüências <strong>de</strong> uma<br />
gestão ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e <strong>do</strong> espaço urbano.
2<br />
A presente pesquisa propõe um estu<strong>do</strong> que relaciona análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />
uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental <strong>da</strong> população <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>. Desta forma, a análise <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é realiza<strong>da</strong> com base<br />
em parâmetros físicos, como também por meio <strong>da</strong>s relações estabeleci<strong>da</strong>s entre mora<strong>do</strong>res<br />
e território, e entre os próprios mora<strong>do</strong>res.<br />
O problema proposto por este estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> algumas<br />
<strong>da</strong>s relações existentes entre as características físicas <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> análise a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s, com<br />
base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s e informações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água e <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, e as<br />
percepções sobre meio ambiente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res urbanos pertencentes a estas áreas.<br />
A reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, composta por múltiplas interações, não po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>da</strong> e<br />
trata<strong>da</strong> com ferramentas simplistas, <strong>de</strong>sta maneira, procura-se na interdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />
condição básica para a abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong>s problemas socioambientais presentes nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Os<br />
estu<strong>do</strong>s urbanos começam a obter um direcionamento mais abrangente, nos quais além <strong>da</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s aspectos físicos, procura-se compreen<strong>de</strong>r a relação entre seres humanos e<br />
ambiente. Com base nesta abor<strong>da</strong>gem, a análise <strong>da</strong> percepção ambiental torna-se uma<br />
ferramenta importante para aprofun<strong>da</strong>r o conhecimento sobre esta questão, pois permite<br />
i<strong>de</strong>ntificar padrões <strong>de</strong> percepção, ações e escolhas realiza<strong>da</strong>s pela população. Percepção<br />
ambiental que em sua análise traz a tensão entre o que os mora<strong>do</strong>res apresentam e a forma<br />
como ela é produzi<strong>da</strong>.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por esta pesquisa, cujo enfoque é a relação entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> água e a caracterização socioambiental, po<strong>de</strong>rão servir <strong>de</strong> base para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> ações na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, principalmente as que envolvam<br />
diretamente os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
1.1. ESTRUTURA DA PESQUISA<br />
A partir <strong>de</strong>ste ponto, a dissertação foi estrutura<strong>da</strong> em cinco capítulos, a seguir são<br />
apresenta<strong>do</strong>s os objetivos geral e específicos, que <strong>de</strong>finiram o caminho para o resulta<strong>do</strong><br />
final. No Capítulo 2 é apresenta<strong>do</strong> o contexto <strong>da</strong> dissertação com a indicação <strong>da</strong>s principais<br />
questões relativas à pesquisa e os aspectos que caracterizam a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>.
3<br />
A fun<strong>da</strong>mentação teórica para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa é apresenta<strong>da</strong> no<br />
Capítulo 3, com a revisão bibliográfica sobre a questão ambiental, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, a<br />
gestão <strong>de</strong> recursos hídricos, a percepção ambiental e a educação ambiental. No Capítulo 4<br />
são apresenta<strong>da</strong>s as meto<strong>do</strong>logias utiliza<strong>da</strong>s que embasaram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
pesquisa.<br />
No Capítulo 5 são apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelas três análises realiza<strong>da</strong>s:<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental <strong>da</strong> população. A análise<br />
<strong>da</strong>s respostas <strong>do</strong> questionário sobre percepção ambiental é apresenta<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma<br />
breve discussão <strong>do</strong>s quesitos que constam no questionário, enquanto, a análise final <strong>da</strong><br />
relação entre os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> questionário, a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água e as influências<br />
<strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo é apresenta<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma discussão mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>. Por<br />
fim, são apresenta<strong>da</strong>s as conclusões relativas ao trabalho, as recomen<strong>da</strong>ções para trabalhos<br />
futuros e as referências bibliográficas utiliza<strong>da</strong>s para a fun<strong>da</strong>mentação teórica <strong>da</strong> pesquisa.
4<br />
1.2. OBJETIVOS<br />
1.2.1. Objetivo geral<br />
O objetivo geral <strong>de</strong>sta pesquisa foi relacionar as análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, <strong>do</strong><br />
uso e a ocupação <strong>do</strong> solo, e <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />
rio <strong>Passauna</strong>.<br />
1.2.2. Objetivos específicos<br />
Para atingir o objetivo principal <strong>da</strong> pesquisa os seguintes objetivos específicos foram<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s:<br />
a. Avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por meio <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> parâmetros físicos e<br />
químicos;<br />
b. I<strong>de</strong>ntificar o ponto mais poluí<strong>do</strong> e o menos poluí<strong>do</strong> entre os pontos amostrais<br />
a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s;<br />
c. I<strong>de</strong>ntificar o uso e a ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>;<br />
d. Espacializar as informações <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo;<br />
e. Conceber e aplicar o questionário <strong>de</strong> percepção ambiental aos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
bacia;<br />
f. Relacionar as informações sobre uso e ocupação <strong>do</strong> solo com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água;<br />
g. Relacionar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário <strong>de</strong> percepção<br />
ambiental com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para o ponto<br />
mais poluí<strong>do</strong> e para o ponto menos poluí<strong>do</strong>.
5<br />
2. CONTEXTO DA DISSERTAÇÃO<br />
Esta pesquisa insere-se no contexto <strong>da</strong> Gestão <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas, em que a<br />
Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos apresenta-se como um <strong>da</strong>s principais ferramentas para sua<br />
execução, e relaciona-se à atuação para a solução <strong>do</strong>s problemas relativos à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água. Para possibilitar maior compreensão sobre os processos existentes, os<br />
estu<strong>do</strong>s ambientais começam a inserir o indivíduo no escopo <strong>da</strong> análise. Desta forma, a<br />
compreensão <strong>da</strong>s relações existentes entre mora<strong>do</strong>res e ambiente, por meio <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />
socioambientais, po<strong>de</strong> auxiliar a execução <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, área <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa. A pesquisa,<br />
portanto, foi fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> principalmente na análise <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res sobre as diversas relações presentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua importância para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Curitiba e sua Região Metropolitana – RMC, que abrange a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />
utiliza<strong>da</strong> para abastecimento público <strong>de</strong> água <strong>da</strong> região.<br />
O rio <strong>Passauna</strong> localiza-se a oeste <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Curitiba, forma<strong>do</strong> por duas<br />
nascentes localiza<strong>da</strong>s nas Serras <strong>de</strong> São Luiz <strong>do</strong> Purunã e Bocaina, a uma altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.040 m,<br />
e escoa em direção ao sul até <strong>de</strong>saguar no rio Iguaçu. A extensão total <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é <strong>de</strong><br />
57 km, e sua bacia hidrográfica, localiza<strong>da</strong> na região <strong>do</strong> Alto Iguaçu, entre as também subbacias<br />
<strong>do</strong> rio Ver<strong>de</strong> e Barigui, engloba os municípios <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, Campo<br />
Magro, Campo Largo, Curitiba e Araucária (AISSE, 1990). A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong> possui área total <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>, aproxima<strong>da</strong>mente, 216,68 km 2 , e sua APA<br />
ocupa uma área aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 145 km 2 (SUDERHSA, 2002).<br />
Segun<strong>do</strong> Saunitti (2003), o início <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
<strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1876, a partir <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Colônia Tomás Coelho, no município <strong>de</strong> Araucária. A<br />
partir <strong>de</strong>sta déca<strong>da</strong>, 1870, ocorreu a ocupação mais acentua<strong>da</strong>, incentiva<strong>da</strong> pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Curitiba para a fixação <strong>de</strong> imigrantes em pequenas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais em áreas próximas à<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, forman<strong>do</strong> o “cinturão ver<strong>de</strong>”. Com o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e região metropolitana a<br />
<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> foi escolhi<strong>da</strong> como uma <strong>da</strong>s áreas para servir <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong><br />
abastecimento <strong>de</strong> água.
6<br />
Desta forma, em 1985 iniciou-se a construção <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> sen<strong>do</strong><br />
finaliza<strong>da</strong> em 1989, porém o represamento <strong>da</strong> água apenas ocorreu em 1990 (SAUNITTI,<br />
2003). A represa localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária a aproxima<strong>da</strong>mente 10 km <strong>do</strong> rio<br />
Iguaçu, e insere-se na categoria <strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />
Plano Diretor <strong>de</strong> Águas <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba (DIAS, 1997). O reservatório é<br />
responsável por 30% <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>da</strong> RMC com uma produção <strong>de</strong> 2000 L/s -1<br />
(ANDREOLI, 2003). A localização <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é apresenta<strong>da</strong> pela<br />
Figura 2.1.<br />
FIGURA 2. 1 – LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA<br />
A formação <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> teve gran<strong>de</strong> impacto sobre as áreas <strong>de</strong><br />
agricultura localiza<strong>da</strong>s na cota <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção 888,80 metros, em que os agricultores tiveram<br />
suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou parte <strong>de</strong>las <strong>de</strong>sapropria<strong>da</strong>s. Outro impacto foi a falta <strong>de</strong> recomposição<br />
<strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> empréstimo, por parte <strong>da</strong> construtora <strong>da</strong> represa (DIAS, 1997).<br />
Com o <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba e <strong>do</strong>s seus municípios<br />
limítrofes, tornou-se <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância a preservação <strong>do</strong>s mananciais <strong>de</strong>
7<br />
abastecimento público, incluin<strong>do</strong> a área <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Desta forma,<br />
realizaram-se esforços para a preservação <strong>da</strong>s áreas dispostas a montante <strong>da</strong> Represa,<br />
senti<strong>do</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, como forma <strong>de</strong> preservar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />
sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s instrumentos legais para a proteção <strong>da</strong> bacia. Em 1991 a APA <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> foi<br />
instituí<strong>da</strong> pelo Decreto Estadual nº 458, e em 1995 teve seu primeiro Zoneamento Ecológico-<br />
Econômico aprova<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 832. No ano <strong>de</strong> 1998, foi cria<strong>do</strong> o<br />
Sistema Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Proteção aos Mananciais por meio <strong>da</strong> Lei Estadual nº 12.248<br />
(SANEPAR, 2000).<br />
O Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> é responsável por abastecer 22% <strong>da</strong> população <strong>de</strong><br />
Curitiba e <strong>da</strong> RMC, com uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação que varia entre 1300 L/s a 2000 L/s <strong>de</strong><br />
água trata<strong>da</strong> disponível para abastecimento (AISSE, 1990).<br />
Des<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, observam-se problemas <strong>de</strong> ocupação irregular nas margens<br />
<strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e <strong>de</strong> seus afluentes, além <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> indústrias e, consequente<br />
lançamento <strong>de</strong> efluentes líqui<strong>do</strong>s, e <strong>do</strong> Aterro Municipal <strong>da</strong> Lamenha Pequena, área <strong>de</strong><br />
lançamento <strong>de</strong> lixivia<strong>do</strong>, localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, que está<br />
atualmente <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> (XAVIER, 2005).<br />
Outros problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelo estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por<br />
Saunitti (2003), no qual foi observa<strong>da</strong> alta taxa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sedimentos transporta<strong>do</strong>s<br />
para o reservatório. Este transporte se relaciona principalmente à erosão superficial <strong>do</strong> solo<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ações antrópicas como plantio próximo às margens <strong>do</strong> reservatório, <strong>de</strong>smatamento<br />
<strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vales e zonas ribeirinhas, plantio e pastagens em solos com alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
entre outros aspectos. Além disso, a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é transposta pela BR-<br />
277 e pela Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne, situação que oferece risco pela possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer<br />
aci<strong>de</strong>ntes com transporte <strong>de</strong> cargas, como também pela possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão urbana<br />
<strong>do</strong>miciliar ao longo <strong>de</strong>stes eixos, pressão exerci<strong>da</strong> pelos municípios <strong>de</strong> Curitiba e Campo<br />
Largo (ANDREOLI, 2003).<br />
A estimativa populacional <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para o ano <strong>de</strong> 2005<br />
foi <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 57.248 habitantes para o total <strong>de</strong> loteamentos aprova<strong>do</strong>s,<br />
localiza<strong>do</strong>s em 70% no município <strong>de</strong> Curitiba, 16% no município <strong>de</strong> Campo Largo, 9% em
8<br />
Campo Magro e 4% em Araucária. A população situa<strong>da</strong> em loteamentos irregulares é <strong>de</strong><br />
aproxima<strong>da</strong>mente 3.000 famílias (XAVIER, 2005).<br />
A dinâmica <strong>de</strong> ocupação na Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> <strong>de</strong>veria ser nula<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às restrições à ocupação impostas pela legislação, no entanto, verificam-se áreas em<br />
que ocorreram expansão territorial <strong>de</strong> áreas <strong>do</strong>miciliares, o que po<strong>de</strong> ocasionar impactos à<br />
principal finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> bacia que é o abastecimento <strong>de</strong> água (SAUNITTI, 2003).<br />
Ao contrário <strong>da</strong> região na qual se encontra a APA Estadual <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a porção<br />
<strong>da</strong> bacia situa<strong>da</strong> a jusante <strong>do</strong> Reservatório possui forte dinâmica <strong>de</strong> ocupação, regular e<br />
irregular que confere uma série <strong>de</strong> impactos à região. No <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> pesquisa pô<strong>de</strong>-se<br />
presenciar a instalação e o “<strong>de</strong>senvolvimento” <strong>de</strong> uma ocupação irregular próxima a área <strong>do</strong><br />
reservatório, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> invasão com a limpeza <strong>do</strong> terreno e instalação <strong>da</strong>s primeiras<br />
casas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, até a construção <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>ções para casas <strong>de</strong> alvenaria.<br />
Em relação à ocupação territorial na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, esta é<br />
composta <strong>de</strong> forma bastante heterogênea, com presença <strong>de</strong> agricultores, mora<strong>do</strong>res<br />
urbanos <strong>de</strong> classes baixa e média, chacareiros, colonos, além <strong>de</strong> áreas industriais, área <strong>de</strong><br />
preservação, e o Aterro Municipal <strong>da</strong> Lamenha Pequena, que não está mais em<br />
funcionamento.<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna, mesmo sen<strong>do</strong> um local que possui priori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para preservação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao Reservatório <strong>do</strong> Passaúna e a Área <strong>de</strong> Preservação Ambiental<br />
Estadual <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, tem enfrenta<strong>do</strong> problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong>s rios e ocorrência <strong>de</strong><br />
ocupações irregulares que acabam por influenciar para uma que<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />
<strong>da</strong> bacia hidrográfica como um to<strong>do</strong> (SAUNITTI, 2003).
9<br />
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
3.1. A ciência e a construção <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />
A ciência exerce forte influência no mo<strong>do</strong> como as pessoas enxergam e se relacionam<br />
com o ambiente, <strong>de</strong> maneira que a tentativa <strong>de</strong> se aplicar conceitos <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />
mecanicista, basea<strong>da</strong> na ciência cartesiana, a uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que não po<strong>de</strong> mais ser<br />
compreendi<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira fraciona<strong>da</strong> se mostra incapaz <strong>de</strong> proporcionar soluções<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s aos problemas socioambientais presentes. A nova visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, na qual o<br />
planeta é visto como um ser vivo e não mais como uma máquina, apresenta uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> múltiplas interações, em que aspectos que antes eram <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> la<strong>do</strong> pela ciência,<br />
como a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a incerteza, hoje retornam para estabelecer conexões mais amplas,<br />
porém conscientes <strong>do</strong>s seus limites (CAPRA, 1997).<br />
Segun<strong>do</strong> Kuhn (1989), a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigma guia os cientistas para a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />
novos instrumentos que reorientam “o olhar” em novas direções. Transformações graduais e<br />
quase sempre irreversíveis que acabam por acompanhar o treinamento científico. Assim, a<br />
percepção <strong>do</strong> cientista sobre seu ambiente, ao qual já está familiariza<strong>do</strong>, inicia um processo<br />
<strong>de</strong> reeducação para uma nova forma. O paradigma guia a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> novos instrumentos,<br />
pois institui conceitos soberanos e sua relação lógica (disjunção, conjunção, implicação), que<br />
atuam <strong>de</strong> maneira oculta sobre as concepções e teorias científicas realiza<strong>da</strong>s sob sua égi<strong>de</strong><br />
(MORIN, 2004).<br />
Até o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, havia uma concepção orgânica <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, basea<strong>da</strong><br />
nas idéias <strong>de</strong> Aristóteles e na concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> construí<strong>da</strong> pela Igreja. No entanto, após<br />
este perío<strong>do</strong> esta visão foi transforma<strong>da</strong> pelas <strong>de</strong>scobertas realiza<strong>da</strong>s pela física e<br />
astronomia. Desta forma, a redução <strong>de</strong> fenômenos complexos aos seus componentes<br />
básicos, e a procura por mecanismos através <strong>do</strong>s quais esses componentes interagem,<br />
tornou-se a principal estrutura <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> científico. Esta abor<strong>da</strong>gem aban<strong>do</strong>nou a<br />
concepção orgânica <strong>de</strong> natureza em favor <strong>de</strong> uma concepção mecanicista, consoli<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o<br />
que hoje se conhece por cientificismo mecanicista. Com ênfase na ciência reducionista,<br />
<strong>de</strong>senvolveu-se uma cultura <strong>de</strong> fragmentação <strong>do</strong> conhecimento, que provocou e ain<strong>da</strong><br />
provoca um profun<strong>do</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio cultural e ambiental (CAPRA, 1997). O complexo <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> foi fragmenta<strong>do</strong> em pe<strong>da</strong>ços, fracionan<strong>do</strong> os problemas, unidimensionalizan<strong>do</strong> o
10<br />
multidimensional, atrofian<strong>do</strong> assim as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão e reflexão sobre este<br />
<strong>de</strong>sequilíbrio (MORIN, 2004).<br />
Acreditava-se que a redução <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> em um sistema mecânico, basea<strong>do</strong> em<br />
objetos separa<strong>do</strong>s, e a simplificação <strong>de</strong>ste sistema em componentes materiais<br />
fun<strong>da</strong>mentais, com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e interações, seria suficiente para<br />
<strong>de</strong>terminar a completu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fenômenos naturais. Esta concepção, primeiramente aplica<strong>da</strong><br />
ao universo, foi estendi<strong>da</strong> aos organismos vivos, e por meio <strong>de</strong>ssa visão ocorreu a<br />
fragmentação <strong>da</strong>s disciplinas acadêmicas, que serviu como fun<strong>da</strong>mento lógico para o<br />
tratamento <strong>do</strong> ambiente natural como se ele fosse forma<strong>do</strong> por peças separa<strong>da</strong>s a serem<br />
explora<strong>da</strong>s por diferentes grupos <strong>de</strong> interesse. Concepção que pre<strong>do</strong>minou nos séculos XVII,<br />
XVIII e XIX (CAPRA, 1997).<br />
Assim, outras ciências acolheram o ponto <strong>de</strong> vista mecanicista e<br />
reducionista <strong>da</strong> física clássica como a <strong>de</strong>scrição correta <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-os como mo<strong>de</strong>los para suas próprias teorias. [...] Essa atitu<strong>de</strong>,<br />
conheci<strong>da</strong> como reducionismo, ficou tão profun<strong>da</strong>mente arraiga<strong>da</strong> em<br />
nossa cultura, que tem si<strong>do</strong> freqüentemente i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como méto<strong>do</strong><br />
científico. (CAPRA, 1997)<br />
A ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao méto<strong>do</strong> científico como única abor<strong>da</strong>gem váli<strong>da</strong> <strong>do</strong> conhecimento,<br />
e ao pensamento racional está sintetiza<strong>da</strong> no enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> Descartes, “Cogito, ergo sum” –<br />
“Penso, logo existo”. Esta lógica colocou a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal como representação <strong>da</strong> mente<br />
racional e não como a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> organismo, o que influenciou na divisão entre mente e<br />
corpo, na qual o corpo, e consequentemente os senti<strong>do</strong>s, não são utiliza<strong>do</strong>s como agentes<br />
<strong>do</strong> conhecimento, situação que influiu para o <strong>de</strong>sligamento entre homem e ambiente<br />
(CAPRA, 1997).<br />
As características, relações e inter-relações foram excluí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> seus componentes<br />
formativos, o que impossibilitou uma visão intrínseca <strong>da</strong> re<strong>de</strong> sistêmica, como também o<br />
contato <strong>do</strong> ser humano com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> complexa que o circun<strong>da</strong>. A aptidão natural para<br />
integrar e contextualizar os saberes foi perdi<strong>da</strong>, consequentemente a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para pensar
11<br />
e propor soluções para os problemas que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta foi diminuí<strong>da</strong>. Separou-se<br />
homem e natureza, mente e corpo, objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (BRANDÃO, 2003).<br />
A divisão <strong>do</strong> conhecimento em disciplinas ocorri<strong>da</strong> no século XIX com a formação <strong>da</strong>s<br />
universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas instituiu a divisão e especialização <strong>do</strong> trabalho, representa<strong>da</strong> pela<br />
diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas que as ciências abrangem, ca<strong>da</strong> qual com sua linguagem, técnica,<br />
teorias e fronteiras, o que consequentemente criou uma autonomia <strong>de</strong> ação. Característica<br />
que se <strong>de</strong>senvolveu a partir <strong>do</strong> século XX, com o impulso <strong>da</strong><strong>do</strong> à pesquisa científica. Assim, a<br />
disciplina fornece a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> competência que fun<strong>da</strong>menta o<br />
conhecimento, sem o qual este se tornaria intangível. No entanto, esta especificação<br />
acarreta um risco <strong>de</strong> hiperespecialização, ou especialização que se fecha em si, que impe<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ver o global e dilui o essencial. Esta história está inscrita na <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que, por sua<br />
vez, está inscrita na história <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (MORIN, 2004).<br />
O incipiente méto<strong>do</strong> científico incluía os seguintes supostos: o sistema <strong>da</strong><br />
natureza podia ser dividi<strong>do</strong> em componentes isola<strong>do</strong>s quase estáveis, e os<br />
objetos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> podiam ser separa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sujeito que os estu<strong>da</strong>va. Disso<br />
resultaram uma ciência dividi<strong>da</strong> em disciplinas (a base <strong>do</strong> sistema<br />
universitário) e o mito <strong>de</strong> uma ciência neutra, livre <strong>de</strong> valores, que legitima<br />
os especialistas. (FUNTOWICZ; MARCHI, 2003)<br />
Segun<strong>do</strong> Kuhn (1989), o paradigma mecanicista produziu uma compreensão que<br />
talvez não pu<strong>de</strong>sse ser alcança<strong>da</strong> <strong>de</strong> outra maneira, porém isso não garante sua<br />
postergação. O autor cita o exemplo <strong>de</strong> pesquisas em diversos setores como Filosofia,<br />
Psicologia, Lingüística, que convergem em uma mesma sugestão: a <strong>de</strong> que o paradigma<br />
tradicional está <strong>de</strong> alguma forma incompleto. A insuficiência <strong>do</strong> paradigma mecanicista para<br />
tratar os mais graves problemas <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> planeta constitui um <strong>do</strong>s mais graves<br />
problemas que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta (MORIN, 2004).<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> conhecimento, com o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> suas<br />
questões intrínsecas, possibilitou o reconhecimento <strong>da</strong>s limitações impostas por este mo<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> pensar. Este reconhecimento sobre as limitações promoveu a construção <strong>de</strong> uma nova<br />
visão sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, basea<strong>da</strong> na inter-relação e inter<strong>de</strong>pendência essencial entre to<strong>do</strong>s
12<br />
os fenômenos físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais, característica que<br />
transcen<strong>de</strong>, portanto, as fronteiras disciplinares e conceituais (CAPRA, 1997). Edgar Morin<br />
(2004) consi<strong>de</strong>ra a noção sobre os limites <strong>do</strong> conhecimento como a maior contribuição <strong>do</strong><br />
conhecimento <strong>do</strong> século XX, ou seja, o conhecimento sobre a in<strong>de</strong>strutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />
incertezas é a maior certeza.<br />
No século XX [...] a física passou por várias revoluções conceituais que<br />
revelam claramente as limitações <strong>da</strong> visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> mecanicista e levam a<br />
uma visão orgânica e ecológica. O universo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser visto como uma<br />
máquina, composta <strong>de</strong> uma profusão <strong>de</strong> objetos distintos, para apresentarse<br />
agora como um to<strong>do</strong> harmonioso e indivisível, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações<br />
dinâmicas que incluem o observa<strong>do</strong>r humano e sua consciência <strong>de</strong> um<br />
mo<strong>do</strong> essencial. (CAPRA, 1997)<br />
Um <strong>do</strong>s principais pontos <strong>da</strong> revolução conceitual proporciona<strong>da</strong> pela física ocorreu<br />
por meio <strong>da</strong> investigação sobre os fenômenos atômicos e subatômicos, nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />
não podia ser explica<strong>da</strong> pela concepção mecanicista (CAPRA, 1997). Desta forma, a primeira<br />
revolução científica <strong>do</strong> século XX transformou a visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, ao minar a vali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
absoluta <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong>terminista, provocan<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> discussões sobre a<br />
racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> científica, exemplifica<strong>da</strong> pelas obras <strong>de</strong> Bacherlard, Piaget, Popper, Lakatos,<br />
Kuhn, Holton, Feyerabend (MORIN, 2004).<br />
A segun<strong>da</strong> revolução científica <strong>do</strong> século XX, que ocorreu nos anos 60, iniciou o<br />
processo <strong>de</strong> contextualização e globalização <strong>do</strong>s saberes, que até então eram fragmenta<strong>do</strong>s<br />
e compartimenta<strong>do</strong>s, o que permitiu a articulação <strong>da</strong>s disciplinas. Surgiram assim novas<br />
ciências, ciências “sistêmicas” como Ecologia, Ciências <strong>da</strong> Terra e Cosmologia que possuem<br />
como objeto sistemas complexos em que o to<strong>do</strong> e as partes produzem e se organizam entre<br />
si. Mais especificamente com relação à Ecologia, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> no final <strong>do</strong> século XIX e que sofreu<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60, foi introduzi<strong>da</strong> a noção <strong>de</strong> ecossistema, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />
como um conjunto <strong>de</strong> interações entre populações vivas e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ambiente (MORIN,<br />
2004).
13<br />
Segun<strong>do</strong> CAPRA (1997), existe a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se apoiar em uma perspectiva<br />
ecológica, que a visão cartesiana <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> não oferece, para assim conseguir <strong>de</strong>screver o<br />
mun<strong>do</strong> apropria<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> maneira que, os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e<br />
ambientais são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e constituem um mun<strong>do</strong> globalmente interliga<strong>do</strong>.<br />
Portanto, o <strong>de</strong>safio <strong>da</strong> globali<strong>da</strong><strong>de</strong> é também um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em que o mun<strong>do</strong><br />
é organiza<strong>do</strong> em sistemas que estão conecta<strong>do</strong>s e são organiza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> uma hierarquia,<br />
na qual os sistemas são mais <strong>do</strong> que a soma <strong>de</strong> suas partes (DIAS, 2003).<br />
A evidência <strong>de</strong> que a ênfase excessiva no méto<strong>do</strong> científico e no pensamento racional<br />
provocou e <strong>de</strong>senvolveu o processo <strong>do</strong>s problemas socioambientais é ca<strong>da</strong> vez mais clara.<br />
Compreensão dificulta<strong>da</strong> principalmente pelo pensamento racional linear, que não<br />
conseguiu abor<strong>da</strong>r <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> a lógica <strong>do</strong>s sistemas não-lineares (CAPRA, 1997).<br />
De acor<strong>do</strong> com Morin (2004), a concepção <strong>de</strong>terminista-mecanicista basea<strong>da</strong> na<br />
or<strong>de</strong>m e na exclusão <strong>da</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m sofreu fissuras em inúmeros pontos, e atualmente<br />
emerge, ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira esparsa, um paradigma cognitivo que inicia o estabelecimento <strong>de</strong><br />
relações em áreas não comunicantes. Em diversas áreas, a noção <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />
começa a ser trabalha<strong>da</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> complementar e não apenas antagônico. Assim, a missão<br />
<strong>da</strong> ciência não é mais afastar a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> suas teorias, mas estudá-la.<br />
Segun<strong>do</strong> Leff (2003), a crise ambiental se apresenta às pessoas como um limite no<br />
real que re-significa e re-orienta o curso <strong>da</strong> historia e é sobretu<strong>do</strong> um problema <strong>de</strong><br />
conhecimento, o que leva a repensar o ser <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> complexo e a enten<strong>de</strong>r suas vias <strong>de</strong><br />
complexização, para assim abrir novos caminhos no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> reconstrução e reapropriação<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
O aspecto que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como nortea<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ssa nova visão sobre relações<br />
socioambientais é o <strong>de</strong> que nenhuma <strong>da</strong>s ciências é redutível à outra, mas que a gran<strong>de</strong><br />
questão é encontrar o difícil caminho <strong>de</strong> inter-articulação entre as ciências, que possuem<br />
linguagem e conceitos próprios que não po<strong>de</strong>m ser transferi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma à outra (MORIN,<br />
2004).
14<br />
3.2. Os problemas ambientais como propulsores <strong>de</strong> uma nova visão<br />
O novo olhar sobre as relações existentes entre ser humano e ambiente, foi<br />
impulsiona<strong>do</strong> por diversos fatores, em especial àqueles relaciona<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e<br />
<strong>de</strong>struição <strong>do</strong> ambiente. Em 1864 o diplomata americano George Perkin Marsh publicou o<br />
livro “O homem e a natureza: ou geografia física modifica<strong>da</strong> pela ação <strong>do</strong> homem”,<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o primeiro exame <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>da</strong> agressão humana à natureza. Neste livro é<br />
<strong>do</strong>cumenta<strong>da</strong> a maneira como os recursos <strong>do</strong> planeta estavam sen<strong>do</strong> esgota<strong>do</strong>s, já<br />
preven<strong>do</strong> que tais ações não po<strong>de</strong>riam continuar sem provocar gran<strong>de</strong>s impactos na<br />
natureza. Em 1869, o biólogo Ernst Haeckel sugeriu o vocábulo “Ecologia” para preencher a<br />
lacuna entre as inter-relações no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> botânica com o meio ambiente (DIAS, 2003).<br />
De acor<strong>do</strong> com WORSTER (cita<strong>do</strong> por GRÜN, 1996), os seres humanos adquirem<br />
autoconsciência <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> planeta com as bombas <strong>de</strong> Hiroshima e<br />
Nagazaki e com a primeira bomba H. Situação que ironicamente impulsiona o nascimento <strong>do</strong><br />
ambientalismo contemporâneo, e marca assim, a “i<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica”.<br />
No ano <strong>de</strong> 1945, a expressão “estu<strong>do</strong>s ambientais” começa a ser utiliza<strong>da</strong> na Grã-<br />
Bretanha. Em 1952, a primeira gran<strong>de</strong> catástrofe ambiental aconteceu provoca<strong>da</strong> pela<br />
poluição <strong>do</strong> ar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Londres, ocasionan<strong>do</strong> a morte <strong>de</strong> 1600 pessoas, o que<br />
promoveu um questionamento sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental no país. Esse <strong>de</strong>sastre provocou<br />
uma série <strong>de</strong> discussões em vários países, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> também impulso para o surgimento <strong>do</strong><br />
movimento ambientalista. No entanto, a percepção global <strong>do</strong>s efeitos <strong>da</strong> poluição<br />
provoca<strong>do</strong>s por ações locais ain<strong>da</strong> era pequena e se restringia a advertências sobre algumas<br />
práticas, realiza<strong>da</strong>s apenas nos meios acadêmicos (DIAS, 2003).<br />
Um <strong>do</strong>s marcos <strong>da</strong> divulgação e alerta sobre os problemas advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi o livro “Primavera Silenciosa”, <strong>de</strong> Rachel Carson,<br />
publica<strong>do</strong> em 1962, que reuniu uma série <strong>de</strong> fatos sobre o <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental,<br />
alertan<strong>do</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional para o problema (GRÜN, 1996).<br />
Em 1968 foi cria<strong>do</strong> o Clube <strong>de</strong> Roma por um grupo <strong>de</strong> trinta especialistas <strong>de</strong> diversas<br />
áreas, incluin<strong>do</strong> economistas, humanistas, industriais, entre outros, que publicaram em<br />
1972, o relatório “The limits of growth” – “Os limites <strong>do</strong> crescimento”, que novamente<br />
alertou a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre os problemas advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>
15<br />
pelos países mais ricos, concluin<strong>do</strong> que o crescimento a qualquer custo levaria a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />
um colapso (IISD, 2002). A divulgação <strong>do</strong> relatório causou reações contrárias, principalmente<br />
<strong>de</strong> países sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, os quais, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às propostas finais <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong>mográfico em países <strong>de</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>, e crescimento econômico zero, estariam<br />
impossibilita<strong>do</strong>s <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem, aí incluso o Brasil.<br />
No ano <strong>de</strong> 1972, ocorre a Primeira Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre o Ambiente<br />
Urbano, mais conheci<strong>da</strong> como Conferência <strong>de</strong> Estocolmo, encontro que foi <strong>de</strong>cisivo para o<br />
surgimento <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>do</strong> ambiente, e primordial para o início <strong>da</strong> busca<br />
<strong>de</strong> soluções globais para os problemas ambientais. Esta Conferência reuniu representantes<br />
<strong>de</strong> 113 países e colocou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças profun<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, nos hábitos e comportamentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (DIAS, 2003).<br />
Em mea<strong>do</strong>s <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970, a revisão <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
apresentou seu ponto mais alto com os trabalhos <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Bariloche e <strong>da</strong> Cepal,<br />
propon<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>los alternativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e estilos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento diferentes<br />
para países industrializa<strong>do</strong>s e sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s. Alguns pontos sobre um estilo alternativo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento foram: a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ser o objetivo fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong><br />
qualquer <strong>de</strong>senvolvimento; a fé indiscrimina<strong>da</strong> no progresso através <strong>da</strong> ciência e tecnologia<br />
não po<strong>de</strong> ser manti<strong>da</strong>, e; não é possível se manterem os altos níveis <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong>s países<br />
industrializa<strong>do</strong>s e <strong>da</strong>s elites <strong>do</strong>s países <strong>de</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong> (DIEGUES, 2007).<br />
A partir <strong>da</strong> Conferência <strong>de</strong> Estocolmo iniciou-se um processo <strong>de</strong> convergência global<br />
para enfrentamento <strong>do</strong>s problemas ambientais, com a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens mais<br />
abrangentes para a solução <strong>de</strong>stes problemas. Foram estabeleci<strong>do</strong>s temas chave a serem<br />
discuti<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para aplicação pelos diversos países participantes, no intuito <strong>de</strong><br />
reverter o quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção que estava configura<strong>do</strong>. Situação <strong>de</strong>nuncia<strong>da</strong><br />
principalmente por Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e pela Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Científica.<br />
Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, ocorreram uma série <strong>de</strong> graves aci<strong>de</strong>ntes ambientais como o<br />
vazamento <strong>de</strong> gás venenoso em Bophal na Índia em 1984, a explosão <strong>do</strong> reator <strong>da</strong> usina <strong>de</strong><br />
Chernobyl, na extinta União Soviética em 1986, o aci<strong>de</strong>nte com o petroleiro Exxon Val<strong>de</strong>z no<br />
Alasca em 1989, entre outros. Juntamente a esses aci<strong>de</strong>ntes, a <strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>
16<br />
ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, provoca<strong>da</strong> pela poluição <strong>do</strong>s rios, contaminação <strong>do</strong> solo,<br />
enchentes, excesso <strong>de</strong> trânsito, poluição <strong>do</strong> ar, entre outros, impulsionou forte pressão por<br />
parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações que, se não conseguissem solucionar,<br />
pelo menos possibilitassem amenizar os problemas enfrenta<strong>do</strong>s (DIAS, 2003).<br />
Em 1987 ocorre a divulgação <strong>do</strong> relatório <strong>da</strong> Comissão Brundtland, “Our Commom<br />
Future” – “Nosso Futuro Comum” (1984 – 1987), que teve o objetivo <strong>de</strong> reexaminar os<br />
principais problemas <strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e formular propostas em âmbito<br />
planetário para assegurar que o <strong>de</strong>senvolvimento humano ocorresse sem comprometer os<br />
recursos para as futuras gerações. Por três anos consecutivos, a comissão e seus assessores<br />
estu<strong>da</strong>ram os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />
nações em <strong>de</strong>senvolvimento, sen<strong>do</strong> este um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos mais importantes <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />
(BRAGA et al., 2005).<br />
Cinco anos <strong>de</strong>pois, ocorreu no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro – Brasil, a Cúpula <strong>da</strong> Terra, Conferência<br />
<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conheci<strong>da</strong> como <strong>Rio</strong>-<br />
92, que teve como um <strong>do</strong>s seus principais <strong>do</strong>cumentos um plano <strong>de</strong> ação global para a<br />
sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> humana, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Agen<strong>da</strong> 21. O plano abor<strong>da</strong> uma série <strong>de</strong> temas a<br />
serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e aprimora<strong>do</strong>s pelos países, esta<strong>do</strong>s e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, em busca <strong>da</strong><br />
sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>da</strong> resolução <strong>do</strong>s problemas ambientais, e coloca o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento vigente como insustentável (NOVAES, 2000).<br />
O tratamento <strong>do</strong>s problemas ambientais coloca a exigência <strong>da</strong> abertura <strong>do</strong>s<br />
processos <strong>de</strong> análise sobre estes problemas, como também a abertura <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisões para categorias mais amplas <strong>de</strong> fatos e atores, diferentemente <strong>da</strong>quelas<br />
tradicionalmente legitima<strong>da</strong>s (FUNTOWICZ; MARCHI, 2003).<br />
Os problemas ambientais, principalmente os relaciona<strong>do</strong>s aos efeitos globais, têm<br />
contribuí<strong>do</strong> bastante para a sensibilização recente <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre questões ambientais,<br />
com <strong>de</strong>staque na mídia e na agen<strong>da</strong> <strong>de</strong> políticos e grupos ambientalistas em to<strong>do</strong> o planeta.<br />
Anteriormente, existia uma crença <strong>de</strong> que a inteligência e a tecnologia resolveriam qualquer<br />
problema, e que não havia limites para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> espécie e para a utilização <strong>de</strong><br />
matéria e energia, porém, a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e controlar os processos e as
17<br />
transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas trouxe incertezas sobre a<br />
própria sobrevivência <strong>da</strong> espécie (BRAGA et al., 2005).<br />
Essa maior abrangência <strong>da</strong> questão ambiental, no entanto, <strong>de</strong>ve ser vista por meio <strong>de</strong><br />
uma visão crítica. De acor<strong>do</strong> com Fola<strong>do</strong>ri (2001), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, foram<br />
organiza<strong>do</strong>s diversos encontros internacionais, e ca<strong>da</strong> país veio a<strong>da</strong>ptan<strong>do</strong> progressivas<br />
políticas <strong>de</strong> meio ambiente. Observa-se que a maioria <strong>da</strong>s questões apresenta<strong>da</strong>s para<br />
solucionar, ou pelo menos minimizar os problemas socioambientais, referem-se à relação<br />
que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> estabelece com os <strong>de</strong>mais seres vivos e com o meio abiótico, nas quais<br />
são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s relações exclusivamente técnicas, quanto aos efeitos sobre o meio<br />
ambiente por exemplo. No entanto, essa dicotomia socie<strong>da</strong><strong>de</strong>-natureza é parcial e,<br />
portanto, equivoca<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> crise ambiental, pois não existem relações no<br />
exterior, com o meio ambiente, que não estejam previamente media<strong>da</strong>s pelas relações no<br />
interior, entre classes e grupos sociais.<br />
Desta forma, o ser humano se relaciona <strong>de</strong> maneira diferencia<strong>da</strong> com o entorno,<br />
segun<strong>do</strong> sua estrutura <strong>de</strong> classes e grupos sociais. Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> discussão em torno <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento sustentável tem como <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r comum a contradição entre<br />
<strong>de</strong>senvolvimento ilimita<strong>do</strong> e o mun<strong>do</strong> material finito, porém fica à margem <strong>da</strong> discussão a<br />
análise <strong>da</strong>s relações sociais <strong>de</strong> produção. O problema <strong>da</strong> crise ambiental não <strong>de</strong>ve ser<br />
coloca<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> se a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana se <strong>de</strong>fronta com limites físicos, pois não<br />
existe “socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana” abstrata, mas sim classes e grupos em aliança e oposição, que se<br />
relacionam entre si e com o entorno <strong>de</strong> maneira totalmente diferente. Portanto, o problema<br />
não é somente técnico, tampouco prioritariamente técnico. O problema é social (FOLADORI,<br />
2001).<br />
Observa-se que os problemas socioambientais enfrenta<strong>do</strong>s pelas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, não<br />
ocorrem apenas pela incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e controlar os processos e as<br />
transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas, mas também são<br />
problemas cria<strong>do</strong>s por uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, que privilegia o aspecto econômico em<br />
<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras questões, como a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população como um to<strong>do</strong>.
18<br />
3.3. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />
A noção <strong>de</strong> meio ambiente sofreu modificações com o passar <strong>do</strong> tempo, pois o que<br />
antes era visto apenas como natureza em uma ótica estritamente naturalista, hoje é<br />
fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> em relações abrangentes e complexas.<br />
Em seu livro “Meio ambiente e representação social”, Reigota (1995) propõe uma<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> meio ambiente que possa orientar os interessa<strong>do</strong>s na perspectiva <strong>de</strong> educação<br />
ambiental apresenta<strong>da</strong> por ele em seu livro, e coloca este objetivo como sen<strong>do</strong> a única<br />
finali<strong>da</strong><strong>de</strong> para a proposição <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>finição. No entanto, como a <strong>de</strong>finição apresenta<strong>da</strong> é<br />
bastante abrangente, tomou-se a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar esta <strong>de</strong>finição como a noção <strong>de</strong> meio<br />
ambiente a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> nesta pesquisa. Desta forma, consi<strong>de</strong>ra-se meio ambiente como:<br />
O lugar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ou percebi<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> os elementos naturais e sociais<br />
estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam<br />
processos <strong>de</strong> criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais<br />
<strong>de</strong> transformação <strong>do</strong> meio natural e construí<strong>do</strong>. (REIGOTA, 1995)<br />
De acor<strong>do</strong> com Reigota (1995), meio ambiente é um espaço <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> no tempo,<br />
<strong>de</strong>limita<strong>do</strong> por fronteiras e momentos específicos que permitem um conhecimento mais<br />
aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong>; é percebi<strong>do</strong>, pois ca<strong>da</strong> pessoa o <strong>de</strong>limita em função <strong>de</strong> suas representações,<br />
conhecimento e experiência em um tempo e espaço específico; e suas relações são<br />
dinâmicas e interativas, o que indica constante mutação, como resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> dialética <strong>da</strong>s<br />
relações entre grupos sociais e o meio natural construí<strong>do</strong>, implican<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong><br />
criação permanente, que estabelece e caracteriza culturas em tempo e espaços específicos.<br />
[...] transforman<strong>do</strong> o espaço, os meios natural e social, o homem também é<br />
transforma<strong>do</strong> por eles. Assim, o processo criativo é externo e interno (no<br />
senti<strong>do</strong> subjetivo). As transformações interna e externa caracterizam a<br />
história social e a história individual on<strong>de</strong> se visualizam e manifestam as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a distribuição, a exploração e o acesso aos recursos naturais,<br />
culturais e sociais <strong>de</strong> um povo. (REIGOTA, 1995).
19<br />
Desta forma, compreen<strong>de</strong>-se meio ambiente como um local <strong>de</strong> contínua interação<br />
entre espaço físico e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os ecossistemas urbanos são caracteriza<strong>do</strong>s<br />
por apresentar um metabolismo muito mais intenso por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área se compara<strong>do</strong> com<br />
os ecossistemas naturais, o que promove maior influxo <strong>de</strong> energia e materiais, e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
resíduos, metabolismo que é estabeleci<strong>do</strong> por relações sociais (ODUM, 1988).<br />
Consequentemente, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> ambiente urbano, fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> em<br />
praticamente total oposição à dinâmica <strong>do</strong>s ambientes naturais, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou uma<br />
<strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> seus habitantes (DIAS, 2003).<br />
Problemas que são consequência <strong>do</strong>s processos socioeconômicos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, e <strong>da</strong> falta <strong>de</strong><br />
uma visão mais abrangente sobre as relações presentes no meio ambiente.<br />
O meio ambiente urbano não po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>do</strong> apenas fisicamente, mas sim<br />
por meio <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> dimensões econômicas, culturais, políticas, espaciais, entre<br />
outras, caracteriza<strong>da</strong>s como produto <strong>da</strong>s relações sociais <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. No entanto, é<br />
a dimensão espacial, física, que sustenta e reconhece as características econômicas, sociais e<br />
culturais <strong>de</strong> uma população. O cenário urbano, ao mesmo tempo em que é o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
inter-relação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s estas dimensões, é também quem aponta e provoca novos ciclos <strong>de</strong><br />
relações (ORTH, 2001 cita<strong>da</strong> por SILVA, 2002).<br />
Desta forma, a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> meio urbano é essencial, pois o<br />
conceito <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental está diretamente relaciona<strong>do</strong> com as características físicas<br />
<strong>de</strong> um ambiente e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população que se encontra inseri<strong>da</strong> neste<br />
ambiente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental expressa as condições e requisitos <strong>de</strong><br />
natureza física e social que um ambiente <strong>de</strong>tém (MACEDO, 1995).<br />
[...] é inegável que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente no qual vivemos,<br />
trabalhamos e divertimos, influi consi<strong>de</strong>ravelmente na própria quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vi<strong>da</strong>. O meio ambiente po<strong>de</strong> ser satisfatório e atraente e permitir o<br />
crescimento individual, ou po<strong>de</strong> ser nocivo, irritante e atrofiante.<br />
(MACHADO, 1997)<br />
Na análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental questiona-se diretamente a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />
intervenções humanas sobre um suporte físico, no qual são relaciona<strong>do</strong>s os impactos cria<strong>do</strong>s
20<br />
e as ações que promovem estes impactos (DEGREAS, 1992). Segun<strong>do</strong> Silva (2002), os<br />
processos <strong>de</strong> organização <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong>terminam a dinâmica <strong>da</strong> área urbana, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />
as ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público, investimentos em infra-estrutura, implantação <strong>de</strong> equipamentos<br />
e melhoria <strong>de</strong> seus serviços, são aspectos influentes para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e<br />
configuram-se como os principais transforma<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Segun<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> (1993), é necessário o uso <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens para<br />
estu<strong>da</strong>r a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>: a quantitativa e a qualitativa. A primeira baseia-se<br />
em padrões <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, representa<strong>do</strong>s por sócio-econômicos e ambientais, como<br />
poluição <strong>da</strong> água, solo, entre outros. A segun<strong>da</strong> baseia-se em padrões qualitativos,<br />
representa<strong>do</strong>s por indica<strong>do</strong>res perceptivos, com base no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como fenômeno<br />
experiencia<strong>do</strong> pelo mora<strong>do</strong>r, que percebe a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente que o cerca. Assim,<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Bassani (2001) a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> um local reflete a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />
nesse ambiente, pois a última esta diretamente relaciona<strong>da</strong> com os problemas ambientais<br />
existentes.<br />
Sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma, a percepção e a experiência <strong>do</strong> usuário são<br />
relevantes e constituem elementos imprescindíveis para a inferência <strong>de</strong><br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no tocante à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e, portanto, <strong>da</strong>s condições<br />
em que vivem os diversos segmentos <strong>da</strong> população. Completa-se, por essa<br />
via, um quadro mais amplo para a avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental (e <strong>de</strong><br />
vi<strong>da</strong>) no qual a população possa exercer influência <strong>de</strong>cisiva, tanto no<br />
levantamento <strong>de</strong> suas próprias necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e aspirações, quanto no<br />
encaminhamento <strong>da</strong> ação corretiva e preventiva <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público.<br />
(MACHADO, 1997)<br />
A análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> procura expressar as condições <strong>de</strong> satisfação <strong>da</strong>s<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas humanas e <strong>de</strong> bem estar, individual e coletivo. Procura-se, <strong>de</strong>sta<br />
forma, mensurar as variáveis qualitativas e quantitativas <strong>de</strong> um ambiente para que seja<br />
possível i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r o grau <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental existente em uma bacia<br />
hidrográfica (MATTOS, 2005).
21<br />
3.4. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas e Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos<br />
Durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 a utilização <strong>da</strong> bacia hidrográfica como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial<br />
começou a ser incorpora<strong>da</strong> por profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Ciências Ambientais em seus<br />
estu<strong>do</strong>s e projetos <strong>de</strong> pesquisa. A bacia hidrográfica é a célula básica <strong>da</strong> análise ambiental e<br />
permite conhecer e avaliar seus diversos componentes, processos e interações que nela<br />
ocorrem, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em uma visão sistêmica e integra<strong>da</strong> <strong>do</strong> ambiente (BOTELHO; SILVA,<br />
2004).<br />
Desta forma, o Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas é o instrumento que orienta<br />
as ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, em longo prazo, para o controle <strong>do</strong> uso <strong>de</strong><br />
recursos ambientais naturais, econômicos e socioculturais, na área <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> por uma bacia<br />
hidrográfica, com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. De mo<strong>do</strong> que, este gerenciamento<br />
é orienta<strong>do</strong> por três dimensões: (a) a primeira relaciona<strong>da</strong> ao uso <strong>do</strong>s recursos ambientais;<br />
(b) a segun<strong>da</strong> relaciona<strong>da</strong> a oferta <strong>de</strong>stes recursos, (c) e a terceira relaciona<strong>da</strong> a<br />
compatibilização <strong>da</strong>s duas gestões anteriores por meio <strong>do</strong> contexto político, administrativo e<br />
legal (LANNA, 1995).<br />
Dentro <strong>de</strong>ste contexto encontra-se a Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos, relaciona<strong>da</strong><br />
diretamente à água, elemento essencial à manutenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> terrestre e bem ambiental <strong>de</strong><br />
importância extrema para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Água que necessita, portanto, apresentar condições<br />
físicas, químicas e biológicas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para sua utilização, estan<strong>do</strong> isenta <strong>de</strong> substâncias<br />
prejudiciais aos organismos (BRAGA et al., 2003).<br />
No entanto, com o crescimento populacional, acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
industrial, a utilização ca<strong>da</strong> vez maior <strong>do</strong>s recursos hídricos proporcionou, não apenas<br />
problemas <strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, como também <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, a preocupação que antes<br />
se relacionava principalmente com aspectos quantitativos <strong>do</strong>s recursos hídricos, começou a<br />
abranger aspectos qualitativos (MOTA, 1995).<br />
De acor<strong>do</strong> com Von Sperling (1996) a poluição <strong>da</strong>s águas relaciona-se a <strong>do</strong>is fatores:<br />
• Condições naturais: na qual a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas subterrâneas e superficiais é<br />
afeta<strong>da</strong> principalmente pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo,<br />
resultantes <strong>da</strong> precipitação atmosférica. Assim, o impacto na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas águas
22<br />
representa relação direta <strong>do</strong> contato <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> escoamento, <strong>de</strong> infiltração e <strong>de</strong><br />
percolação, com as partículas e substâncias no solo;<br />
• Interferência <strong>do</strong> homem: na qual a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas sofre alteração por meio <strong>de</strong><br />
lançamentos concentra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> efluentes, como na geração <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>mésticos<br />
ou industriais, ou <strong>de</strong> forma dispersa, como a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas no<br />
solo, sen<strong>do</strong> estes carrea<strong>do</strong>s por escoamento superficial, na ocorrência <strong>de</strong><br />
precipitação atmosférica, configuran<strong>do</strong> carga difusa.<br />
De acor<strong>do</strong> com Johnson (1998) cita<strong>do</strong> por Magalhães Júnior (2007), na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70<br />
os regimes militares buscaram enfraquecer o po<strong>de</strong>r local a partir <strong>da</strong> centralização <strong>do</strong>s<br />
serviços <strong>de</strong> saneamento básico. Assim, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s municípios foi “distancia<strong>da</strong>” <strong>do</strong>s<br />
problemas <strong>do</strong> saneamento urbano, e conseqüentemente a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana foi distancia<strong>da</strong><br />
<strong>do</strong>s problemas hídricos. Magalhães Júnior (2007) coloca que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à carência <strong>de</strong> recursos<br />
financeiros, priorizou-se o abastecimento <strong>de</strong> água potável em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> coleta e<br />
tratamento <strong>de</strong> esgoto, ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no país.<br />
Com base na ocorrência <strong>de</strong> problemas relaciona<strong>do</strong>s à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
recursos hídricos, provoca<strong>da</strong> por uma crescente <strong>de</strong>man<strong>da</strong> e constante poluição <strong>do</strong>s corpos<br />
d’água, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> planejamento e gerenciamento <strong>de</strong>ste bem natural, torna-se<br />
essencial. Depois <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> amadurecimento relaciona<strong>do</strong> a discussões e reformas<br />
no campo <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> água inicia<strong>do</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, o Brasil chegou ao final <strong>do</strong>s anos 90<br />
com um <strong>do</strong>s arcabouços legais <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> água mais mo<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, processo<br />
coroa<strong>do</strong> pela Lei 9.433/97 (Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1997), que estabeleceu a Política<br />
Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos e o Sistema Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos (MAGALHÃES<br />
JÚNIOR, 2007).<br />
A Política Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fun<strong>da</strong>mentos:<br />
I. A água é um bem <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público, sen<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s;<br />
II.<br />
III.<br />
IV.<br />
A água é um recurso natural limita<strong>do</strong>, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> valor econômico;<br />
Em situação <strong>de</strong> escassez, o uso prioritário <strong>do</strong>s recursos hídricos é o consumo<br />
humano e a <strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntação <strong>de</strong> animais;<br />
A gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>de</strong>ve sempre proporcionar os usos múltiplos;
23<br />
V. A bacia hidrográfica é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial para implementação <strong>da</strong> Política<br />
Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos e atuação <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong><br />
Gerenciamento <strong>de</strong> Recursos Hídricos;<br />
VI.<br />
A gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e contar com a<br />
participação <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público, <strong>do</strong>s usuários e <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Magalhães Júnior (2007) apresenta na Figura 3.1 as causas que levaram à reforma <strong>do</strong><br />
sistema legal/institucional brasileiro nos anos 90, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> reconhecimento político sobre<br />
a ineficiência <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s paliativas na gestão <strong>da</strong> água.<br />
FIGURA 3. 1 – A BUSCA DA PERSPECTIVA SUSTENTÁVEL NA GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL<br />
FONTE: MAGALHÃES JÚNIOR (2007)<br />
Um aspecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância foi a abertura para participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, na construção <strong>de</strong> objetivos e metas a serem alcança<strong>do</strong>s, por meio <strong>da</strong><br />
atuação nos Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas. Neste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão os Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s<br />
Hidrográficas são instâncias fun<strong>da</strong>mentais, pois proporcionam a participação <strong>de</strong>
24<br />
representantes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>do</strong>s usuários, estabelecen<strong>do</strong> assim a<br />
negociação em torno <strong>da</strong>s múltiplas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s por recursos hídricos (SALLES, 2001).<br />
De acor<strong>do</strong> com Saito (2001), os Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas têm como atribuição<br />
promover <strong>de</strong>bates, arbitrar em primeira instância os conflitos sobre o uso <strong>do</strong>s recursos<br />
hídricos, estabelecer mecanismos <strong>de</strong> cobrança pelo uso <strong>de</strong> recursos hídricos, além <strong>de</strong><br />
aprovar e acompanhar a execução <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Recursos Hídricos. Desta forma, é<br />
institucionaliza<strong>da</strong> a gestão participativa em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong> por bacia<br />
hidrográfica.<br />
A articulação <strong>do</strong>s atores sociais <strong>de</strong>ve buscar soluções que aten<strong>da</strong>m aos princípios <strong>da</strong><br />
Lei 9.433/97, com base na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> gestão <strong>do</strong>s usos múltiplos <strong>da</strong> água, na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> igual<br />
acesso ao uso <strong>do</strong>s recursos por parte <strong>do</strong>s setores usuários, no reconhecimento <strong>do</strong> valor<br />
econômico <strong>da</strong> água, na compatibilização <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e participativa entre o<br />
po<strong>de</strong>r público, os usuários e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, na articulação <strong>da</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos<br />
hídricos com a gestão ambiental, na aplicação <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> outorga, entre outros<br />
(MAGALHÃES JÚNIOR, 2007).<br />
Aspecto importante coloca<strong>do</strong> por Friedman (1992) é a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> viabilizar a<br />
plena participação <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e assim assegurar o fortalecimento<br />
político-organizacional <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as associações comunitárias e seus<br />
representantes tenham capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para participar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates, avaliar e tomar <strong>de</strong>cisões.<br />
3.5. Percepção Ambiental<br />
De acor<strong>do</strong> com <strong>Rio</strong> e Oliveira (1996), as teorias nas quais a percepção ambiental se<br />
fun<strong>da</strong>menta divi<strong>de</strong>m-se em estruturalista e fenomenológica. A corrente estruturalista,<br />
compreen<strong>de</strong> que a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é forma<strong>da</strong> por um conjunto <strong>de</strong> sistemas com estruturas<br />
reconhecíveis, em que é possível estabelecer relações <strong>de</strong> causa-efeito. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />
corrente fenomenológica compreen<strong>de</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> como um conjunto complexo <strong>de</strong><br />
fenômenos, que admite correlações, porém que são incomensuráveis, não sen<strong>do</strong> possível<br />
estabelecer relações <strong>de</strong> causa-efeito e ser compreendi<strong>do</strong> em sua plenitu<strong>de</strong>. O arcabouço<br />
científico no qual a presente pesquisa fun<strong>da</strong>menta-se é na corrente fenomenológica.
25<br />
A visão pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> fenômeno, coloca<strong>da</strong> por Kant, indicava que tu<strong>do</strong> o que era<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo se oferece ao sujeito <strong>do</strong> conhecimento, por meio <strong>de</strong> estruturas cognitivas<br />
<strong>da</strong> consciência. Esta visão foi revista por Hegel, que ampliou este conceito e colocou que<br />
tu<strong>do</strong> o que aparece <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo, só po<strong>de</strong> aparecer para uma consciência, e que a<br />
própria consciência é um fenômeno, pois mostra-se para si mesma no conhecimento <strong>de</strong> si.<br />
Husserl por sua vez, ampliou mais uma vez a noção <strong>de</strong> fenômeno e propôs que a consciência<br />
possui uma essência diferente <strong>da</strong>s essências <strong>do</strong>s outros fenômenos, pois a consciência é<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> às coisas e estas são receptoras <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s, o que as fazem distintas.<br />
Esta nova abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong> conhecimento foi chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> fenomenologia pelo filósofo alemão<br />
Edmund Husserl no início <strong>do</strong> século XX (CHAUÍ, 2000).<br />
Etimologicamente, fenomenologia é o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> fenômeno. Assim, fenomenologia<br />
analisa a dinâmica que fornece aos objetos senti<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong>. A fenomenologia se<br />
configura como a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os fenômenos <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s materiais,<br />
naturais, i<strong>de</strong>ais e culturais (HUSSERL, 2000).<br />
A fenomenologia <strong>do</strong> ambiente busca o que po<strong>de</strong> ser dito como<br />
conhecimento holístico, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que to<strong>do</strong> o ambiente que envolve o<br />
homem, seja físico, social, psicológico ou até mesmo imaginário, influencia<br />
a percepção e a conduta <strong>do</strong>s seres humanos. Este enfoque não aceita a<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações ambientais diretas, <strong>do</strong> tipo causa-efeito, nem <strong>de</strong><br />
fenômenos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Interessa <strong>de</strong>screver e interpretar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
os fenômenos observa<strong>do</strong>s como partes <strong>de</strong> um fenômeno maior, integral,<br />
que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto sem o risco <strong>de</strong> não abor<strong>da</strong>rmos sua<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira natureza. (RIO; OLIVEIRA, 1996)<br />
A importância <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> lugar, enquanto concorrência <strong>de</strong><br />
fenômenos ambientais no cotidiano <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> principalmente pela<br />
geografia humanística e pela arquitetura (RIO; OLIVEIRA, 1996).<br />
A abor<strong>da</strong>gem humanística coloca o homem no centro <strong>da</strong>s atenções como<br />
produtor <strong>de</strong> cultura e passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> experiências
26<br />
vivi<strong>da</strong>s no cotidiano, incorporan<strong>do</strong> valores, sentimentos e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />
relação às paisagens. Com a cognição e a fenomenologia, busca-se analisar<br />
as ações, as percepções e os significa<strong>do</strong>s, transforman<strong>do</strong> os espaços em<br />
lugares e redimensionan<strong>do</strong> o território. (KOZEL, 2001)<br />
O primeiro cientista a colocar em um artigo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> unir geógrafos<br />
estudiosos <strong>do</strong>s aspectos subjetivos <strong>da</strong> espaciali<strong>da</strong><strong>de</strong> por meio <strong>da</strong> fenomenologia foi Edward<br />
Relph, em 1970. Foi o primeiro geógrafo a buscar na fenomenologia <strong>de</strong> Husserl um suporte<br />
filosófico para uma aproximação “humanística” <strong>da</strong> geografia (HOLZER, 1996). Segun<strong>do</strong> Relph<br />
(1979), cita<strong>do</strong> por Serpa (2001), “lugar” não se refere a objetos ou localização, mas ao tipo<br />
<strong>de</strong> experiência e envolvimento com o mun<strong>do</strong>. Assim, é no lugar que os impactos <strong>da</strong>s<br />
transformações urbanas se concretizam e se fazem sentir.<br />
No livro “Fenomenologia <strong>da</strong> percepção”, Merleau-Ponty (1994), distingue o espaço<br />
geométrico <strong>do</strong> espaço antropológico como espaço existencial, lugar <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong><br />
relação com o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ser essencialmente situa<strong>do</strong> em relação com o meio. A categoria<br />
cognitiva <strong>de</strong> espaço distingue-se quan<strong>do</strong> um local não se apresenta mais <strong>do</strong> que como<br />
significa<strong>do</strong>s funcionais e <strong>de</strong>stituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sentimentos, <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> lugar quan<strong>do</strong> o local é<br />
percebi<strong>do</strong> como único e repleto <strong>de</strong> valores e significa<strong>do</strong>s (RIO; OLIVEIRA, 1996).<br />
De acor<strong>do</strong> com Christofoletti (1982), a fenomenologia preocupa-se em verificar a<br />
apreensão <strong>da</strong>s essências por meio <strong>da</strong> percepção e intuição <strong>da</strong>s pessoas, utilizan<strong>do</strong><br />
fun<strong>da</strong>mentalmente a experiência vivi<strong>da</strong> e adquiri<strong>da</strong> pelo indivíduo. Desta forma, o mun<strong>do</strong><br />
vivi<strong>do</strong> é a consciência e o meio ambiente íntimo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, emocionalmente mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong> e<br />
revesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> eventos, relações, ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, envolvimentos, valores e significa<strong>do</strong>s. Assim,<br />
o mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> continuamente experiencia<strong>do</strong> é modifica<strong>do</strong> pelas ações <strong>do</strong> homem, que<br />
também modifica suas ações (SCHULTZ, 1979 cita<strong>do</strong> por SILVA OLIVEIRA, 2006).<br />
Claval (1983), cita<strong>do</strong> por Stefanello (2006), coloca que a percepção ambiental<br />
difundiu-se no meio científico a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, quan<strong>do</strong> as reflexões <strong>do</strong>s<br />
psicólogos acerca <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser exclusivamente experimentais e passam a um<br />
contexto global. Os geógrafos começam a estu<strong>da</strong>r a percepção que o homem tem <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
e os significa<strong>do</strong>s que ele atribui aos objetos percebi<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> sua experiência, <strong>da</strong> sua<br />
cultura e <strong>de</strong> suas aptidões.
27<br />
De acor<strong>do</strong> com a característica <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s por <strong>Rio</strong> e Oliveira (1996), que<br />
entram em consonância com a fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong> presente pesquisa, o conceito <strong>de</strong><br />
percepção utiliza<strong>do</strong> é o mais amplo possível, característica esta a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> por gran<strong>de</strong> parte<br />
<strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res ambientais. Fun<strong>da</strong>menta-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> escopo <strong>da</strong> cognição, com base na<br />
psicologia, que situa o processo mental a partir <strong>do</strong> interesse e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na qual é<br />
estrutura<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong> a interface <strong>do</strong> ser humano com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o mun<strong>do</strong>,<br />
selecionan<strong>do</strong> as informações percebi<strong>da</strong>s, armazenan<strong>do</strong> e conferin<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> a estas<br />
informações.<br />
Portanto, o conhecimento é <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>da</strong> prática humana e a percepção <strong>do</strong> real é<br />
sempre intersubjetiva e histórica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que não existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
perceber esse real <strong>de</strong> forma absoluta. Daí a inegável importância, para o processo <strong>de</strong><br />
planejamento, <strong>da</strong> aplicação <strong>do</strong>s conceitos/instrumentos <strong>da</strong> fenomenologia nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
impacto <strong>da</strong>s intervenções no espaço vivi<strong>do</strong> (SERPA, 2001).<br />
Como forma <strong>de</strong> possibilitar uma nova forma <strong>de</strong> encarar e valorizar o ambiente, no<br />
<strong>do</strong>mínio <strong>da</strong>s disciplinas volta<strong>da</strong>s prioritariamente para a compreensão <strong>da</strong>s questões<br />
ambientais, formou-se a geografia humanística, que inclui entre seus interesses o que se<br />
convencionou chamar <strong>de</strong> percepção ambiental, que vem abrin<strong>do</strong> caminhos no terreno<br />
interdisciplinar (AMORIM FILHO, 1999).<br />
Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta foram apresenta<strong>do</strong>s trabalhos precursores <strong>da</strong> percepção<br />
ambiental geográfica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> citar os trabalhos <strong>de</strong> Lowenthal (1961), que propôs um<br />
instrumento <strong>de</strong> renovação na Geografia, com base na psicologia, história, e filosofia, que<br />
permitiram o intercâmbio com outras ciências (OLIVEIRA, 2001), e Kevin Lynch (1960) que se<br />
voltou para imagens <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e também abriu caminho para uma colaboração<br />
interdisciplinar nos estu<strong>do</strong>s sobre o ambiente urbano (AMORIM FILHO, 2001).<br />
Amorim Filho (2001) coloca que a geografia humanística nasci<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70<br />
incluiu os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> percepção ambiental pelo fato <strong>de</strong> preconizar e priorizar as percepções,<br />
representações, atitu<strong>de</strong>s e valores <strong>do</strong> homem em geral.<br />
O termo Geografia Humanista foi sugeri<strong>do</strong> por Tuan em 1972, e Relph em 1971<br />
sugeriria a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Geografia Fenomenológica, com base na Psicologia e
28<br />
na Percepção e nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Merleau-Ponty e Bachelard. Mas esta última não<br />
vingou, sen<strong>do</strong> hoje, mais aceita e usa<strong>da</strong> a Geografia Humanista. (OLIVEIRA, 2001)<br />
Tuan (1967), cita<strong>do</strong> por Holzer (1996), propôs uma geografia basea<strong>da</strong> no conceito <strong>de</strong><br />
“topofilia” que exprime o amor <strong>do</strong> homem pela natureza, e levantou e enumerou diversas<br />
aproximações humanistas para os estu<strong>do</strong>s geográficos: as atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> indivíduo em relação a<br />
aspectos <strong>do</strong> ambiente, atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> indivíduo com relação às regiões, a concepção individual<br />
<strong>da</strong> sinergia homem-natureza, a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s povos acerca <strong>do</strong> ambiente, e as cosmografias<br />
nativas.<br />
A Geografia trouxe novas luzes e abriu novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a compreensão e<br />
se encontrar respostas para a construção <strong>de</strong> valores e atitu<strong>de</strong>s para se enfrentar<br />
os novos <strong>de</strong>safios que se instalam a ca<strong>da</strong> momento. Os <strong>de</strong>safios atuais são: a<br />
crença infalível na ciência e na tecnologia; a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> basea<strong>da</strong> nos<br />
pressupostos insensíveis nas estruturas sociais; e erguer um edifício<br />
fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> na nova ética <strong>da</strong>s relações humanas e ambientais. (OLIVEIRA,<br />
2001)<br />
Por meio <strong>da</strong> geografia humanista surgiu uma nova ética <strong>do</strong>s direitos, não só <strong>do</strong><br />
homem, mas também <strong>da</strong> natureza; uma nova epistemologia que constrói um conhecimento<br />
mais completo, mais holístico; uma nova ontologia, que consi<strong>de</strong>ra o objeto mais subjetivo e<br />
mais integra<strong>do</strong> ao sujeito; e assim uma nova visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>. Três temas foram propostos<br />
por Lowenthal consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentais para os estu<strong>do</strong>s geográficos: a natureza <strong>do</strong><br />
ambiente, o que pensamos e sentimos sobre o ambiente, e como nos comportamos e<br />
alteramos o ambiente (HOLZER, 1996).<br />
Em 1973, a partir <strong>da</strong> criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Projeto 13: Percepção <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental, no Programa Homem e Biosfera, a UNESCO ressaltou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
importância <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> percepção vi<strong>de</strong> a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> para a proteção <strong>de</strong><br />
ambientes naturais frente às diferentes percepções <strong>de</strong> valores, e a importância <strong>de</strong>stes para<br />
indivíduos <strong>de</strong> culturas diferentes e/ou <strong>de</strong> grupos sócio-econômicos distintos (BLEY, 1996;<br />
CASTELLO, 1996).
29<br />
De acor<strong>do</strong> com Castello (1996), o programa internacional “Homem e a Biosfera”,<br />
trouxe importante contribuição para o campo <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s ecológicos com o Projeto 13, que<br />
trata <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Contribuição consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como um <strong>do</strong>s passos<br />
mais importantes na evolução <strong>da</strong> própria ciência ecológica por inserir, além <strong>do</strong>s aspectos<br />
físicos e biológicos, o ser humano na análise ambiental toman<strong>do</strong> a parcela impon<strong>de</strong>rável<br />
existente na mente humana.<br />
Segun<strong>do</strong> Tuan (1980), a percepção é uma resposta tanto <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s aos estímulos<br />
ambientais (percepção sensorial) como <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mental resultante <strong>da</strong> relação com o<br />
ambiente (percepção cognitiva), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que traz ao indivíduo novos <strong>da</strong><strong>do</strong>s para<br />
compreen<strong>de</strong>r o seu entorno e estabelecer relações com o ambiente.<br />
Desta forma, as experiências ambientais são vivencia<strong>da</strong>s e representa<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong><br />
pessoa <strong>de</strong> forma diferente, e por serem trata<strong>da</strong>s pela afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal geram<br />
sentimentos e respostas emocionais, que formam um conjunto <strong>de</strong> elementos e experiências<br />
vivi<strong>da</strong>s, representa<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong> um, levan<strong>do</strong> a sentimentos varia<strong>do</strong>s, que diferem quanto ao<br />
tipo e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e são proporcionais ao significa<strong>do</strong> que a pessoa atribui aos fatos<br />
(GUIMARÃES, 2004). Por meio <strong>de</strong> interesses, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>do</strong>s processos perceptivos a<br />
interface entre reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e mun<strong>do</strong> é estrutura<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> as informações<br />
seleciona<strong>da</strong>s, armazena<strong>da</strong>s e conferin<strong>do</strong> a estas interfaces significa<strong>do</strong>s (KOZEL, 2001), <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> que a organização e estruturação <strong>de</strong>sta interface vai mediar a relação entre indivíduo<br />
e ambiente.<br />
A percepção ambiental, portanto, é construí<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> interpretações media<strong>da</strong>s<br />
pela cultura e por estímulos sensoriais que auxiliam na compreensão <strong>da</strong>s inter-relações<br />
entre ser humano e meio ambiente. Desta forma, há um reconhecimento <strong>da</strong>s condições<br />
ambientais por meio <strong>do</strong>s estímulos sensoriais, obti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s processos perceptivos, e<br />
<strong>da</strong> cultura, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, ca<strong>da</strong> indivíduo, através <strong>de</strong> sua própria percepção, constrói uma<br />
compreensão diferente diante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> experiência vivencia<strong>da</strong> (GUIMARÃES, 2004).<br />
A percepção sobre estas relações une e constrói o cotidiano <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa e<br />
<strong>de</strong>senvolve a aptidão para contextualizar os saberes, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a produzir um pensamento no<br />
senti<strong>do</strong> em que situa to<strong>do</strong> acontecimento, informação e conhecimento em relação <strong>de</strong><br />
inseparabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com seu ambiente (MORIN, 2004).
30<br />
As interações entre ser humano e ambiente estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s às<br />
percepções. Desse mo<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> percepção ambiental é fun<strong>da</strong>mental para<br />
compreen<strong>de</strong>r as inter-relações entre ser humano e ambiente, suas expectativas e condutas.<br />
A percepção humana <strong>do</strong> ambiente, as experiências pessoais e as características<br />
culturais <strong>do</strong>s habitantes <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lugar <strong>de</strong>sempenham um papel fun<strong>da</strong>mental na<br />
relação homem-ambiente e <strong>de</strong>vem servir <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para um<br />
planejamento urbano, regional, paisagístico e ambiental, que aten<strong>da</strong> às reais<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s diferentes locais. (SERPA, 2001)<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s características físicas <strong>do</strong> meio ambiente, com base em uma análise<br />
sistêmica, não faz senti<strong>do</strong> sem a junção <strong>do</strong>s aspectos <strong>de</strong> maior influência nesta relação com<br />
o ambiente, que são os seres humanos envolvi<strong>do</strong>s no processo. Desta forma, analisar a<br />
relação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o ambiente no qual se encontram, e analisar a forma como<br />
ocorre esta relação, são questões essenciais para uma análise sistêmica <strong>do</strong> ambiente, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> a possibilitar uma visão mais abrangente <strong>da</strong>s relações socioambientais (JACOBI, 1999).<br />
3.6. Educação Ambiental<br />
Diante <strong>da</strong> crise socioambiental presente, existe a emergência <strong>de</strong> se criar uma<br />
percepção renova<strong>da</strong> <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, interdisciplinar, polifaceta<strong>da</strong>, holística, crítica, política e<br />
produtora <strong>de</strong> autonomia, que consiga reunir os elementos necessários para promover a<br />
compreensão <strong>de</strong> forma reflexiva e crítica à população, e a educação ambiental, por conter<br />
essas características, possui o potencial para esta mu<strong>da</strong>nça (DIAS, 2003). Desta forma, as<br />
pessoas po<strong>de</strong>m compreen<strong>de</strong>r a natureza complexa <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> forma a sensibilizar-se<br />
para o envolvimento na prevenção e solução <strong>do</strong>s problemas socioambientais. Constrói-se<br />
assim, uma relação que busca recuperar a interação entre os saberes no intuito <strong>de</strong> obter um<br />
meio ambiente conserva<strong>do</strong> e uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais crítica com relação aos seus valores e<br />
ações.<br />
Segun<strong>do</strong> Reigota (1994), a educação ambiental <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>da</strong> como educação<br />
política, no senti<strong>do</strong> que ela reivindica e prepara os ci<strong>da</strong>dãos para exigir justiça social,<br />
ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. A
31<br />
educação ambiental <strong>de</strong>ve orientar-se para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ve procurar incentivar o<br />
indivíduo a participar ativamente <strong>da</strong> resolução <strong>do</strong>s problemas no seu contexto <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
específicas.<br />
A educação ambiental tem ocupa<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais os espaços <strong>de</strong> reflexão e<br />
atuação para compreen<strong>de</strong>r as mu<strong>da</strong>nças globais <strong>de</strong> nosso tempo e para preparar<br />
novas mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, capazes <strong>de</strong> resolver os problemas ambientais,<br />
abrin<strong>do</strong> o caminho para um futuro sustentável, equitativo e <strong>de</strong>mocrático. (LEFF et<br />
al., 2003)<br />
De acor<strong>do</strong> com Morin (2004), a EA não só leva a situar um acontecimento,<br />
informação ou conhecimento em seu contexto, mas também incita a perceber como este o<br />
modifica. Percebe-se, a partir disso, que qualquer ação ou sistema possui ligação com o<br />
to<strong>do</strong>, e que a dinâmica <strong>da</strong>s relações não exclui ou separa, mas agrega o amplo e o diverso.<br />
Tal pensamento torna-se, inevitavelmente, um pensamento <strong>do</strong> complexo, pois<br />
não basta inscrever to<strong>da</strong>s as coisas ou acontecimentos em um “quadro” ou uma<br />
“perspectiva”. Trata-se <strong>de</strong> procurar sempre as relações e inter-retro-ações entre<br />
ca<strong>da</strong> fenômeno e seu contexto, as relações <strong>de</strong> reciproci<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o to<strong>do</strong> e as<br />
partes, <strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong> como uma modificação local repercute sobre o to<strong>do</strong> e como<br />
uma modificação <strong>do</strong> to<strong>do</strong> repercute sobre as partes. (MORIN, 2004)<br />
A partir <strong>de</strong> 1972, na Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Ambiente Humano<br />
(Estocolmo), a EA começa a ser vista como interdisciplinar e convi<strong>da</strong> o ci<strong>da</strong>dão a gerir e<br />
controlar seu ambiente. Na Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Ambiente e<br />
Desenvolvimento, <strong>Rio</strong>-92, essa necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> torna-se evi<strong>de</strong>nte. A Agen<strong>da</strong> 21, um <strong>do</strong>s<br />
principais <strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s pela Conferência, coloca a educação como propulsora <strong>de</strong><br />
uma conscientização <strong>do</strong>s ci<strong>da</strong>dãos para a busca <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ambientalmente<br />
equilibra<strong>do</strong>, necessitan<strong>do</strong>, portanto, <strong>de</strong> participação social nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Segun<strong>do</strong><br />
LIMA (2006), a EA começa a extrapolar o espaço escolar para disseminar conteú<strong>do</strong>s para a
32<br />
comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral e executar programas educacionais que se <strong>de</strong>senvolvem no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
sensibilizar os indivíduos para uma releitura <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
A Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 9.795/99, dispõe sobre a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />
(PNEA), e seus textos colocam a educação ambiental articula<strong>da</strong> em to<strong>do</strong>s os níveis, <strong>de</strong><br />
maneira formal e não-formal. Além <strong>de</strong> objetivar uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais justa e<br />
ambientalmente sustentável, salienta a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampla participação <strong>do</strong>s setores<br />
sociais na construção <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em seu Artigo número 13, é coloca<strong>do</strong> que educação<br />
ambiental não-formal enten<strong>de</strong>-se por ações e práticas educativas volta<strong>da</strong>s à sensibilização<br />
<strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre questões ambientais e à sua organização e participação na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente. Aspecto que entra em consonância com a Política Nacional <strong>de</strong><br />
Recursos Hídricos, por meio <strong>da</strong> atuação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>do</strong>s Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s<br />
Hidrográficas.<br />
Segun<strong>do</strong> Saito (2001), programas <strong>de</strong> educação ambiental <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />
no âmbito <strong>do</strong>s Comitês <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica basea<strong>do</strong>s nas situações concretas vivi<strong>da</strong>s pelos<br />
seus integrantes, <strong>de</strong> forma a transformar em ações educativas a viabilização <strong>da</strong> própria<br />
participação nestes Comitês. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, portanto, necessita estimular essa participação e<br />
ação <strong>da</strong> população para fazê-la integrante <strong>do</strong>s <strong>de</strong>stinos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a população<br />
compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> sua participação no planejamento, reduzir paulatina o controle <strong>do</strong> uso <strong>do</strong><br />
espaço urbano e <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões em esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (FERRARA, 1993).<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> educação ambiental é fator essencial para<br />
estimular a participação popular nas <strong>de</strong>cisões relaciona<strong>da</strong>s a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> local<br />
em que resi<strong>de</strong>m, tanto <strong>do</strong>s aspectos físicos como <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> maneira a obter<br />
uma atuação política crítica sobre essas questões. As práticas em EA <strong>de</strong>vem sempre<br />
consi<strong>de</strong>rar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local, os aspectos históricos, culturais e sociais <strong>da</strong>s pessoas<br />
envolvi<strong>da</strong>s.<br />
3.7. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
De acor<strong>do</strong> com Dias (1997), os primeiros estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s sobre a <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> foram realiza<strong>do</strong>s pelo ISAM/PUC em convênio com o DNAEE.<br />
Por meio <strong>de</strong>ste convênio, a bacia foi utiliza<strong>da</strong> como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> experimental <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s
33<br />
hidrológicos (FENDRICH, 1984), biológicos (GOMES, 1988), relaciona<strong>do</strong>s às fontes <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> poluentes (LESNAU, 1988), avaliação toxicológica e físico e química <strong>do</strong>s<br />
efluentes <strong>do</strong> lixão <strong>da</strong> Lamenha Pequena (AISSE e SANTOS, 1988), e à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />
(AISSE et al, 1990).<br />
Dias (1997), também cita o “<strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Caso</strong> <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>”, realiza<strong>do</strong><br />
pelo Instituto Ambiental <strong>do</strong> Paraná, em Convênio <strong>de</strong> Cooperação Técnica entre Brasil e<br />
Alemanha, com enfoque multidisciplinar sobre a bacia, o qual foi publica<strong>do</strong> em relatórios<br />
técnicos (SUREHMA, 1990; 1991) e trabalhos apresenta<strong>do</strong>s em congressos científicos.<br />
Contribuições significativas foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s por Rosa Filho (1991), com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
mo<strong>de</strong>lagem matemática <strong>do</strong> fluxo e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água subterrânea em função <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />
<strong>da</strong> propagação <strong>do</strong>s materiais <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo <strong>da</strong> Lamenha Pequena e <strong>da</strong> Ponte<br />
BR-277, e por Zanella (1992), com o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> interferência <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> terra<br />
no equilíbrio dinâmico <strong>da</strong> bacia.<br />
Outras importantes contribuições cita<strong>da</strong>s por Dias (1997) foram a aplicação <strong>da</strong><br />
técnica <strong>de</strong> leitura <strong>do</strong> espaço no planejamento e gerenciamento <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> por<br />
Moura e Ultramari (1991), e os relatórios técnicos sobre planejamento e ocupação <strong>da</strong> área<br />
<strong>de</strong> drenagem e programas emergenciais para a <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pela<br />
COMEC (1991 a, b e c).<br />
Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s estaduais e municipais participaram <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Apoio Técnico para a<br />
formação <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, que gerou o <strong>do</strong>cumento Zoneamento Ecológico e<br />
Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo IAP e pela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> alemã GTZ<br />
em 1993 (DIAS, 1997).<br />
Na pesquisa bibliográfica realiza<strong>da</strong>, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s outros estu<strong>do</strong>s sobre a <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>:<br />
CASTRO 1 (1988a) analisou a influência <strong>da</strong> Barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção<br />
ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s próximos ao local.<br />
CASTRO 2 (1988b) analisou os aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> alto<br />
rio <strong>Passauna</strong> a montante <strong>do</strong> lago/barragem e a influência <strong>da</strong>s características i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />
para o reservatório.<br />
1 Consultar CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. A influência <strong>da</strong> barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção ambiental. Monografia<br />
apresenta<strong>da</strong> à disciplina “Orientação à Pesquisa Geográfica”, <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Especialização em Análise Ambiental.
34<br />
FONTANA 3 (1988) i<strong>de</strong>ntificou as características <strong>do</strong>s terraços fluviais na <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e suas relações cronoestratigráficas e arqueológicas.<br />
COMEC 4 (1991) realizou um estu<strong>do</strong> sobre a leitura <strong>do</strong> espaço na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica<br />
<strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> forma a subsidiar a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalhos <strong>da</strong> COMEC como<br />
participante entre as várias instituições intervenientes na bacia.<br />
SEMA/SEPL/COMEC/GTZ 5 (1994) realizaram o Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong><br />
APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
SAUNITTI 6 (2003) estu<strong>do</strong>u os aspectos relaciona<strong>do</strong>s a erosão na bacia e o<br />
consequente assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
XAVIER 7 (2005) realizou a análise comparativa <strong>da</strong>s <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas <strong>do</strong>s rios<br />
<strong>Passauna</strong> e Irai, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as características geomorfológicas <strong>da</strong>s áreas e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água, com vistas a <strong>de</strong>terminar os fatores que influenciam na eutrofização <strong>do</strong>s reservatórios.<br />
COQUEMALA 8 (2005) investigou o ciclo anual <strong>do</strong> fitoplâncton <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong> em relação aos parâmetros abióticos, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> os grupos e espécies<br />
<strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> fitoplâncton e discutin<strong>do</strong> os fatores que favoreceram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>ssas algas.<br />
MEGER 9 (2007) realizou o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> diferentes técnicas <strong>de</strong> análises para o<br />
entendimento <strong>da</strong> dinâmica <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>da</strong>r suporte à<br />
toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões na Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos.<br />
XAVIER DA SILVA 10 (2007) estu<strong>do</strong>u a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, para obter um indicativo <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água em relação à contaminação fecal.<br />
2 Consultar CASTRO, S. C. B. <strong>de</strong>. Aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> alto rio <strong>Passauna</strong> a<br />
montante <strong>do</strong> lago/barragem.<br />
3<br />
Consultar FONTANA, R. A. Os terraços fluviais na bacia <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> (PR) e suas relações<br />
cronoestratigráficas e arqueológicas.<br />
4 Consultar COMEC. Leitura <strong>do</strong> espaço <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Relatório Técnico. Secretaria <strong>de</strong><br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDU, e Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong><br />
Curitiba - COMEC.<br />
5 Consultar SEMA/SEPL/COMEC/GTZ. Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
6 Consultar SAUNITTI, R. M. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />
Curitiba (PR).<br />
7 Consultar XAVIER, C. <strong>da</strong> F. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características<br />
geomorfológicas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba –<br />
Paraná. Pós-Graduação em Ciências <strong>do</strong> Solo. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.<br />
8 Consultar COQUEMALA, V. Variação anual <strong>do</strong> fitoplâncton no reservatório <strong>Passauna</strong>, Paraná. Dissertação <strong>de</strong><br />
Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas. Pós-Graduação em Botânica. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.<br />
9 Consultar MEGER, D. G. Material particula<strong>do</strong> suspenso e macro-nutrientes iônicos em um reservatório <strong>de</strong><br />
abastecimento: o caso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, Paraná, Brasil. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s<br />
Superiores Positivo.
35<br />
BOCALON 11 (2007) analisou os sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para avaliação <strong>do</strong>s<br />
impactos referentes a metais pesa<strong>do</strong>s sobre o ecossistema local.<br />
NETO 12 (2007) selecionou indica<strong>do</strong>res ambientais como instrumento <strong>de</strong><br />
planejamento e monitoramento <strong>da</strong>s condições ambientais <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />
e apresentou meto<strong>do</strong>logia para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um índice para avaliar o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio<br />
ambiente na região <strong>do</strong> reservatório.<br />
E por último, TAMANINI 13 (2008), que realizou um diagnóstico físico-ambiental e<br />
<strong>de</strong>terminou a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em<br />
Araucária, por meio <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s diferentes formas <strong>de</strong> ocupação e <strong>da</strong>s consequências<br />
para o meio ambiente.<br />
Observa-se que to<strong>do</strong>s os trabalhos realiza<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />
com exceção <strong>de</strong> Castro (1988a), que analisou a influência <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> Barragem <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong> sobre a Colônia Tomás Coelho, <strong>de</strong>senvolveram estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a aspectos<br />
estritamente físicos, não envolven<strong>do</strong> a população presente no território.<br />
10 Consultar XAVIER DA SILVA, T. F. B. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, por meio<br />
<strong>do</strong> isolamento e análise <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> Escherichia coli a antibióticos. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong><br />
<strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />
11 Consultar BOCALON, T. S. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong>s sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com ênfase na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais<br />
pesa<strong>do</strong>s. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />
12 Consultar NETO, J. M. Indica<strong>do</strong>res ambientais no Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro<br />
<strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo.<br />
13 Consultar TAMANINI, M. <strong>do</strong> S. A. Diagnóstico físico-ambiental e a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e<br />
emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária – Paraná. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong><br />
Ciências <strong>da</strong> Terra. Pós-Graduação em Geografia. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná.
36<br />
4. MATERIAIS E MÉTODOS<br />
4.1. Caracterização <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong><br />
4.1.1. Características gerais <strong>da</strong> área<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, sub-bacia <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Iguaçu, está localiza<strong>da</strong> entre<br />
os meridianos 49º19’30” e 49º31”30” <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong> oeste e os paralelos 25º18’30” e<br />
25º35’00” <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul, <strong>do</strong> primeiro planalto paranaense com altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 900<br />
metros. A área <strong>de</strong> drenagem <strong>da</strong> bacia é <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 214 km 2 , e abrange os<br />
municípios <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, Campo Magro, Campo Largo, Curitiba e Araucária<br />
(FENDRICH, 1984).<br />
O rio <strong>Passauna</strong> nasce no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré entre as Serras <strong>de</strong> São<br />
Luiz <strong>do</strong> Purunã e Bocaina e percorre 57 km até <strong>de</strong>sembocar no rio Iguaçu. Seus principais<br />
afluentes são os rios Juruqui, Cachoeirinha, Cachoeira, Ferraria, Taquarova e Jaguaruva,<br />
localiza<strong>do</strong>s na margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, enquanto na margem direita não existem<br />
afluentes significativos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio com o divisor <strong>de</strong> água. De acor<strong>do</strong> com os<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s morfométricos, o rio <strong>Passauna</strong> possui largura média <strong>de</strong> 3 m e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong><br />
2 m (DIAS, 1997).<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> engloba o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> que está<br />
localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Araucária próximo ao encontro com o rio Iguaçu. A lâmina <strong>da</strong><br />
área alaga<strong>da</strong> correspon<strong>de</strong> a 11 km 2 , na cota correspon<strong>de</strong>nte ao nível operacional normal<br />
que é <strong>de</strong> 890 m. O nível médio <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> reservatório é <strong>de</strong> 9,4 m, alcançan<strong>do</strong> até<br />
16 m em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s locais; o tempo <strong>de</strong> residência <strong>da</strong> água é <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente <strong>do</strong>is<br />
anos consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma vazão <strong>de</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1,49 m 3 .s -1 (VEIGA, 2001).<br />
O Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> caracteriza-se como manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />
água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Plano Diretor <strong>de</strong> Águas <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba (DIAS,<br />
1997), e está sob a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SANEPAR, Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná.<br />
4.1.2. Clima<br />
O clima <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Curitiba é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelas gran<strong>de</strong>s linhas orográficas que<br />
limitam o Primeiro Planalto Paranaense, Serra <strong>do</strong> Mar e Escarpa Devoniana. Estes sistemas
37<br />
orográficos, combina<strong>do</strong>s com as altitu<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> 850 a 950 metros, e a posição<br />
geográfica ao Sul <strong>do</strong> Trópico <strong>de</strong> Capricórnio, caracterizam o clima como Tempera<strong>do</strong> Úmi<strong>do</strong>,<br />
tipo Cfb, segun<strong>do</strong> Koeppen. A área encontra-se sob a ação <strong>do</strong> anticiclone <strong>do</strong> Atlântico Sul<br />
que dá origem à massa Tropical Atlântica e <strong>do</strong> anticiclone Migratório Polar Atlântica. O<br />
Anticiclone <strong>do</strong> Atlântico Sul atua o ano to<strong>do</strong> <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem a sistemas <strong>de</strong> ventos <strong>de</strong> su<strong>do</strong>este<br />
e nor<strong>de</strong>ste (MAACK, 1981 cita<strong>do</strong> por XAVIER, 2005).<br />
A região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> possui clima pluvial, quentetempera<strong>do</strong><br />
e sempre úmi<strong>do</strong>, com temperaturas médias mínimas <strong>de</strong> 14,5ºC, médias máximas<br />
<strong>de</strong> 20,5ºC e média anual <strong>de</strong> 17,3ºC. A umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa possui média anual <strong>de</strong> 64% e as<br />
precipitações possuem média anual <strong>de</strong> 1478 mm. As precipitações mais intensas ocorrem<br />
nos meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro, com média <strong>de</strong> 336 mm, enquanto as precipitações mais<br />
bran<strong>da</strong>s ocorrem nos meses <strong>de</strong> abril e maio com uma média <strong>de</strong> 122 mm. Durante o ano<br />
Curitiba apresenta pelo menos um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estiagem que reflete na diminuição <strong>da</strong> vazão<br />
<strong>do</strong>s corpos d’água.<br />
4.1.3. Geologia e geomorfologia<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composta por três principais compartimentos,<br />
o Complexo Gnáissico-Migmatítico constituí<strong>do</strong> por rochas metamórficas, o Grupo Açungui<br />
constituí<strong>do</strong> por rochas intrusivas e sedimentos quaternários, e a Formação Guabirotuba<br />
(MAACK, 1981 cita<strong>do</strong> por XAVIER, 2005).<br />
O Complexo Gnáissico-Migmatítico apresenta-se em 70% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia com<br />
colinas e morros <strong>de</strong> topo arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>, vertentes convexas e dissecção generaliza<strong>da</strong>. Os<br />
solos são pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, a granulometria é silto-argilosa, pobre em matéria orgânica<br />
(COMEC, 2000).<br />
O Grupo Açungui, constituí<strong>do</strong> por formações Capiru-Carbonata<strong>da</strong>s, apresenta-se<br />
principalmente na região <strong>da</strong> Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne com características montanhosas e<br />
apresentação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> cristais. As rochas carbonáticas possuem alta permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> com alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fraturas e outros planos estruturais, apresentan<strong>do</strong><br />
potencial para armazenamento <strong>de</strong> água; nesta região está localiza<strong>do</strong> o aqüífero Karst<br />
(XAVIER, 2005).
38<br />
A Formação Guabirotuba caracteriza-se por um conjunto <strong>de</strong> colinas suaves <strong>de</strong> topos<br />
aplaina<strong>do</strong>s com vertentes íngremes <strong>de</strong> alta inclinação. Nos fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vale <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
ocorrem áreas <strong>de</strong> sedimentos aluvionares, com relevo plano e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito baixa<br />
(COMEC, 2000).<br />
4.1.4. Solos<br />
As classes <strong>de</strong> solo existentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />
pelas características geológicas e climáticas, são classifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a EMBRAPA<br />
(1999) em: Latossolo Vermelho-Amarelo; Argissolo Vermelho-Amarelo; Hidromórfico<br />
Gleiza<strong>do</strong>; Aluvial; Cambissolo e Orgânico.<br />
4.1.5. Uso e ocupação <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> drenagem<br />
Na região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> encontram-se tipologias vegetais<br />
primárias e secundárias que são a Floresta Ombrófila Mista (floresta com Araucaria<br />
angustifólia), em áreas <strong>de</strong> geologia mais antiga, e a estepe gramíneo-lenhosa (campos), em<br />
áreas aluviais mais recentes.<br />
O sistema agrícola <strong>da</strong> região inclui cultivos tradicionais e o corte <strong>da</strong> bracatinga,<br />
utiliza<strong>da</strong> para lenha, prática que acarreta problemas ambientais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à queima <strong>da</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira, cuja exploração é realiza<strong>da</strong> em muitas áreas sem autorização ambiental (XAVIER,<br />
2005).<br />
Nesta bacia, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antrópica mais importante é a agricultura, em que o sistema<br />
típico <strong>de</strong> cultivo inclui a rotação <strong>de</strong> culturas entre batata, milho e feijão (DIAS, 1997).<br />
Na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> está localiza<strong>do</strong> o antigo lixão <strong>da</strong> Lamenha<br />
Pequena, situa<strong>do</strong> a montante <strong>do</strong> reservatório, no município <strong>de</strong> Almirante Taman<strong>da</strong>ré, que<br />
atualmente se encontra <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Xavier (2005), o lixivia<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> pelo lixão é<br />
coleta<strong>do</strong> e conduzi<strong>do</strong> a duas lagoas <strong>de</strong> estabilização, nas quais, por meio <strong>de</strong> bombas o<br />
lixivia<strong>do</strong> é retorna<strong>do</strong> para a massa <strong>de</strong> resíduos por aspersão. No entanto, existe<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste efluente atingir o rio principalmente em época <strong>de</strong> chuvas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, situação bastante preocupante.
39<br />
A bacia engloba <strong>do</strong>is pólos industriais, a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial <strong>de</strong> Curitiba (CIC) e a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Industrial <strong>de</strong> Araucária (CIAR), e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com levantamentos <strong>do</strong> IAP e <strong>da</strong> SUDERHSA as<br />
principais indústrias são: Indústria <strong>de</strong> Papelão Höerlle, Farinheira Lunar<strong>do</strong>n, Volvo <strong>do</strong> Brasil,<br />
Frigorífico Belpa<strong>da</strong>r, Abate<strong>do</strong>uro Campo Novo, Ouroplast e Frigorífico Bacacheri. Algumas<br />
<strong>da</strong>s indústrias apresentam eleva<strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> poluição, no entanto, to<strong>da</strong>s possuem<br />
sistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluente industrial (XAVIER, 2005).<br />
Existem quatro estra<strong>da</strong>s importantes que cortam a bacia, a BR-277, localiza<strong>da</strong> a<br />
montante <strong>do</strong> reservatório, a Estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cerne, a Estra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ferraria e o Contorno Norte,<br />
característica que oferece risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com cargas perigosas.<br />
4.2. Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos<br />
A proposta meto<strong>do</strong>lógica a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> para esta pesquisa divi<strong>de</strong>-se em três etapas: (a) a<br />
primeira, constituí<strong>da</strong> pela análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, na qual os <strong>da</strong><strong>do</strong>s monitora<strong>do</strong>s foram<br />
analisa<strong>do</strong>s com base nos valores limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/2005<br />
(CONAMA, 2005); (b) a segun<strong>da</strong>, refere-se à análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> bacia, na<br />
qual os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram relaciona<strong>do</strong>s com as informações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água; (c) e,<br />
por último, a terceira etapa, refere-se à interpretação <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> bacia, por meio <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> um questionário semi-estrutura<strong>do</strong>. As duas<br />
primeiras etapas constituíram a base para a construção <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong><br />
bacia relativa às características físicas, enquanto a terceira etapa foi relaciona<strong>da</strong> às<br />
informações obti<strong>da</strong>s pelas duas primeiras etapas.<br />
4.2.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água<br />
A Tabela 4.1 apresenta os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo e laboratoriais utiliza<strong>do</strong>s no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa.<br />
O monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nos pontos <strong>de</strong> amostragem foi realiza<strong>do</strong> por<br />
meio <strong>do</strong>s seguintes parâmetros: pH, temperatura, oxigênio dissolvi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> bioquímica<br />
<strong>de</strong> oxigênio (DBO), <strong>de</strong>man<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio (DQO), nitrato, nitrito, nitrogênio<br />
amoniacal, fósforo total e turbi<strong>de</strong>z.
40<br />
TABELA 4. 1 – MÉTODOS DE CAMPO E LABORATORIAIS<br />
Parâmetro Méto<strong>do</strong> Equipamento<br />
Deman<strong>da</strong> Química <strong>de</strong><br />
Oxigênio<br />
Deman<strong>da</strong> Bioquímica<br />
<strong>de</strong> Oxigênio<br />
Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong><br />
Nitrogênio Amoniacal<br />
Nitrito<br />
Nitrato<br />
Fósforo<br />
Turbi<strong>de</strong>z<br />
Refluxo aberto<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Méto<strong>do</strong> Winckler<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Méto<strong>do</strong> Winckler<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Macro-Kjeldhal<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> sulfanilami<strong>da</strong> e N-(1-0Naftil)<br />
etilenodiamina<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Redução com Cádmio<br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Méto<strong>do</strong><br />
Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of<br />
Water and Wastewater (APHA,1998)<br />
Turbidímetro (marca Del Lab), mo<strong>de</strong>lo<br />
DLM – 2000<br />
Digestor<br />
-<br />
Oxímetro mo<strong>de</strong>lo Ox1-set,<br />
(marca Schott-Geräte GmbH)<br />
-<br />
Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />
visível (marca Shimadzu,<br />
mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />
Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />
visível (marca Shimadzu,<br />
mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />
Espectrofotômetro <strong>de</strong> luz<br />
visível (marca Shimadzu,<br />
mo<strong>de</strong>lo UV 1601PC)<br />
Leitura direta (NTU)<br />
Temperatura Leitura direta Oxímetro/pHgametro<br />
pH<br />
Leitura direta<br />
Potenciométrico em<br />
pHgametro (marca<br />
Wissenschaftlieh –<br />
Technische Werksstalten<br />
GmbH & CoKG, mo<strong>de</strong>lo 330i)<br />
To<strong>da</strong>s as análises <strong>do</strong>s parâmetros físicos e químicos foram realiza<strong>da</strong>s no Laboratório<br />
<strong>de</strong> Engenharia Ambiental Prof. Francisco Borsari Netto – LABEAM, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />
Hidráulica e Saneamento <strong>da</strong> UFPR. A análise e a interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s foram<br />
realiza<strong>da</strong>s por tabulação e interpretação <strong>de</strong> gráficos e cálculos.<br />
4.2.1.1. Estabelecimento <strong>do</strong>s pontos amostrais<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s pontos amostrais foi realiza<strong>da</strong> primeiramente com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
forneci<strong>do</strong>s pela Superintendência <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná – SUDERHSA,
41<br />
com a localização <strong>da</strong>s estações fluviométricas e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. De posse <strong>de</strong>stes<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s, foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> interesse para análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com os objetivos presentes no projeto. Duas questões mostraram-se relevantes para a<br />
escolha <strong>do</strong>s pontos amostrais, a primeira, que se relacionou à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar pontos<br />
próximos a núcleos urbanos resi<strong>de</strong>nciais, para o cruzamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s com a análise <strong>da</strong><br />
percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res urbanos, e a segun<strong>da</strong> relaciona<strong>da</strong> à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
a<strong>do</strong>tar pontos relevantes para a análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>.<br />
O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> escolha <strong>do</strong>s pontos priorizou a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s contribuições,<br />
tanto em termos <strong>do</strong>s componentes antrópicos como físico e biológico <strong>do</strong> sistema como um<br />
to<strong>do</strong>. No total, foram especifica<strong>do</strong>s cinco pontos <strong>de</strong> amostragem, 3 a montante <strong>do</strong><br />
reservatório (P1, P2 e P3) e 2 a jusante <strong>de</strong>ste (P4 e P5). Os pontos amostrais são<br />
apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 4.1.<br />
FIGURA 4. 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM
42<br />
O ponto P1 localiza-se no município <strong>de</strong> Campo Magro e está situa<strong>do</strong> nas<br />
proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />
O ponto P2 localiza-se no município <strong>de</strong> Curitiba a jusante <strong>da</strong> BR-277, principal estra<strong>da</strong><br />
que atravessa a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
O ponto P3 localiza-se na divisa entre os municípios <strong>de</strong> Curitiba e Campo Largo, a<br />
jusante <strong>da</strong> única ponte existente sobre o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
O ponto P4 localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária, a jusante <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> água <strong>do</strong><br />
Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, situa<strong>do</strong> próximo a uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />
O ponto P5 localiza-se no município <strong>de</strong> Araucária quase na confluência com o rio<br />
Iguaçu, situa<strong>do</strong> nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma área urbana resi<strong>de</strong>ncial.<br />
As coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água são apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 4.2.<br />
TABELA 4. 2 – COORDENADA GEOGRÁFICA DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s Pontos <strong>de</strong> Amostragem<br />
Ponto 1 25º34’52.66” S 49º25’54.79” W<br />
Ponto 2 25º31’61.26” S 49º23’40.10” W<br />
Ponto 3 25º27’26.45” S 49º22’59.06” W<br />
Ponto 4 25º25’43.84” S 49º23’21.68” W<br />
Ponto 5 25º23’07.68” S 49º21’37.33” W<br />
Estabeleci<strong>do</strong>s os pontos amostrais, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s as estações fluviométricas<br />
que forneceram suporte às análises <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, com as vazões diárias respectivas<br />
aos dias em que foram realiza<strong>da</strong>s as coletas.<br />
As coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s geográficas <strong>da</strong>s estações fluviométricas são apresenta<strong>da</strong>s pela<br />
Tabela 4.3.<br />
TABELA 4. 3 – COORDENADA GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Estações Fluviométricas<br />
Ponto 1 – Estação A 25º23'14.24" S 49º21'39.28" W<br />
Ponto 2 – Estação B 25º25’39.20” S 49º23’19.36” W<br />
Ponto 3 SD SD<br />
Ponto 4 – Estação C 25º31'57.01" S 49º23'35.58" W<br />
Ponto 5 – Estação D 25º34'30.26" S 49º25'49.10" W<br />
*SD: Sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s
43<br />
To<strong>da</strong>s as estações fluviométricas, com exceção <strong>da</strong>quela relaciona<strong>da</strong> a P1, encontramse<br />
a montante <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água. O fator que <strong>de</strong>terminou a localização<br />
<strong>do</strong> ponto P1 a montante <strong>da</strong> estação fluviométrica mais próxima foi a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<br />
influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas industriais neste ponto <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, pois próximo a este local<br />
encontra-se uma indústria. Como a pesquisa teve o intuito trabalhar com a área urbana e<br />
principalmente a influência <strong>da</strong>s áreas <strong>do</strong>miciliares sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, optou-se por<br />
esta localização para o ponto amostral P1.<br />
4.2.1.2. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
A análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com base na i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>da</strong>s violações aos valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s em relação aos valores limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05. Assim, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s<br />
referentes à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações<br />
registra<strong>da</strong>s. A a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong>s pontos amostrais possibilitou<br />
i<strong>de</strong>ntificar possíveis influências para as variações obti<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> parâmetro.<br />
4.2.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo foi realiza<strong>da</strong> pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s<br />
características <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e <strong>de</strong> sua relação<br />
com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água. Esta análise foi realiza<strong>da</strong> principalmente com base nas<br />
informações produzi<strong>da</strong>s a saber:<br />
1. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> Integra<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> Reservatório <strong>Passauna</strong> (Araucária - Paraná -<br />
Brasil), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a interrelação <strong>da</strong> ocupação <strong>do</strong>s solos com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas,<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Dias (1997);<br />
2. Análise Ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Curitiba - PR, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />
por Souza (2007);<br />
3. Diagnóstico físico-ambiental e <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente <strong>da</strong><br />
bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária - Paraná, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Tamanini<br />
(2008);
44<br />
4. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Passauna</strong>,<br />
Curitiba (PR), <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Saunitti (2003);<br />
5. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características geomorfológicas<br />
sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba -<br />
Paraná, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Xavier (2005).<br />
Com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por estes estu<strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s<br />
possíveis aspectos relaciona<strong>do</strong>s às violações <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água para ca<strong>da</strong> ponto amostral. A espacialização <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo<br />
foi realiza<strong>da</strong> por meio <strong>do</strong> software ArcView 9.2, através <strong>de</strong> shapes (.shp) <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>da</strong><br />
região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba elabora<strong>do</strong> pela COMEC, e atualiza<strong>do</strong> pelas fotografias<br />
aéreas <strong>de</strong> 2000 <strong>da</strong> SUDEHRSA.<br />
4.2.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental<br />
O instrumento utiliza<strong>do</strong> para a análise <strong>da</strong> percepção ambiental foi a aplicação <strong>de</strong> um<br />
questionário semi-estrutura<strong>do</strong>, que teve por objetivo i<strong>de</strong>ntificar a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
sobre meio ambiente e algumas <strong>da</strong>s relações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o território no qual se<br />
encontram.<br />
O questionário foi construí<strong>do</strong> com base na proposta <strong>do</strong> projeto e em questionários já<br />
utiliza<strong>do</strong>s, principalmente o <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Lima (2003). A vali<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> questionário e<br />
assessoria para sua construção ocorreu por meio <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> discussões, revisões,<br />
ajustes e apoio <strong>de</strong> profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> ciências sociais.<br />
4.2.3.1. Questionário semi-estrutura<strong>do</strong><br />
O questionário foi composto por um total <strong>de</strong> 62 perguntas, sen<strong>do</strong> 28 questões<br />
objetivas e 34 questões abertas. As questões abor<strong>da</strong>ram 7 eixos principais: perfil sócioeconômico,<br />
visão <strong>de</strong> meio ambiente, questões gerais, ação ambiental, questões políticas,<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e educação ambiental. A construção <strong>do</strong> questionário propôs uma<br />
abor<strong>da</strong>gem bastante ampla na qual foram abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s questões fora <strong>do</strong> âmbito estritamente<br />
ambiental. A Tabela 4.4 apresenta a estrutura <strong>do</strong> questionário.
45<br />
TABELA 4. 4 – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />
Sub-temas<br />
Numeração <strong>da</strong>s<br />
questões<br />
Perfil sócio-econômico 1 a 8<br />
Enfoque principal<br />
Análise <strong>da</strong>s características sócio-econômicas<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
Visão sobre meio<br />
ambiente<br />
9<br />
Análise sobre a visão <strong>de</strong> meio ambiente<br />
existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observan<strong>do</strong> se<br />
restrita ou abrangente<br />
Questões gerais 10 a 37<br />
Análise sobre questões gerais relaciona<strong>da</strong>s a<br />
meio ambiente (percepções, termos técnicos,<br />
conhecimentos gerais)<br />
Ação ambiental 38 a 44 Análise <strong>da</strong> relação entre mora<strong>do</strong>r e ambiente<br />
Questões políticas 45 a 47<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental 48 a 55<br />
Educação ambiental 56 a 60<br />
Análise relativa à questão política e<br />
participação popular<br />
Análise <strong>da</strong>s percepções <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o<br />
território<br />
Análise sobre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação<br />
ambiental observa<strong>da</strong>s<br />
Finalização 61 a 62 Análise <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a entrevista<br />
A divisão <strong>do</strong> questionário em 7 eixos principais ocorreu apenas como forma <strong>de</strong><br />
organização, pois os assuntos relaciona<strong>do</strong>s nas perguntas muitas vezes estiveram<br />
relaciona<strong>do</strong>s uns aos outros.<br />
4.2.3.2. Pesquisa<strong>do</strong>res voluntários e a preparação para aplicação<br />
Para auxiliar na aplicação <strong>do</strong> questionário foram recruta<strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res<br />
voluntários que se revezaram nos dias programa<strong>do</strong>s para a saí<strong>da</strong> a campo. Participaram <strong>da</strong><br />
aplicação técnicos <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>do</strong> Paraná – SANEPAR, e mestran<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>da</strong> Engenharia <strong>de</strong> Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA, <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, e <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia Agrícola,<br />
<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP.<br />
Anteriormente à aplicação <strong>do</strong> questionário foram realiza<strong>da</strong>s reuniões com os<br />
pesquisa<strong>do</strong>res voluntários para explicar a proposta <strong>do</strong> projeto como um to<strong>do</strong> e os aspectos a
46<br />
serem leva<strong>do</strong>s em consi<strong>de</strong>ração no processo <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário, sen<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong><br />
que <strong>de</strong> forma alguma os pesquisa<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>riam influenciar nas respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res às<br />
perguntas.<br />
4.2.3.3. Aplicação <strong>do</strong> questionário<br />
A aplicação <strong>do</strong> questionário foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira a possibilitar a participação <strong>da</strong><br />
maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> possível <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res. Desta forma, to<strong>da</strong>s as campanhas para a aplicação<br />
<strong>do</strong> questionário foram realiza<strong>da</strong>s aos sába<strong>do</strong>s, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008 a janeiro <strong>de</strong><br />
2009, <strong>da</strong>s 9h às 12h.<br />
A abor<strong>da</strong>gem para a entrevista <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consistiu na breve apresentação<br />
pessoal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pesquisa<strong>do</strong>r, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> pesquisa e <strong>do</strong> propósito <strong>do</strong><br />
questionário, além <strong>do</strong> tempo necessário para respon<strong>de</strong>r às perguntas. A apresentação <strong>da</strong><br />
pesquisa ocorreu <strong>de</strong> forma bastante sucinta, com a indicação que se tratava <strong>de</strong> uma análise<br />
sobre meio ambiente e sobre a percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Após esta i<strong>de</strong>ntificação<br />
e apresentação, os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se gostariam ou não <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao<br />
questionário.<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s em suas próprias residências e procurou-se<br />
entrevistar principalmente jovens e adultos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor compreensão<br />
sobre as questões apresenta<strong>da</strong>s.<br />
4.2.3.4. O Universo <strong>da</strong> Pesquisa<br />
O universo <strong>da</strong> pesquisa a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res urbanos, com residência<br />
permanente, localiza<strong>do</strong>s próximos aos pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>,<br />
portanto, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s 5 áreas para a aplicação <strong>do</strong>s questionários <strong>de</strong> percepção ambiental.<br />
Determina<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> aplicação, foi faculta<strong>do</strong> aos pesquisa<strong>do</strong>res voluntários a escolha<br />
<strong>da</strong>s casas nas quais os mora<strong>do</strong>res seriam abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s. No total foram entrevista<strong>do</strong>s 45<br />
pessoas, sen<strong>do</strong> 9 mora<strong>do</strong>res por área.<br />
A Figura 4.2 apresenta a localização <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário.
47<br />
FIGURA 4. 2 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO<br />
4.2.3.5. Análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário foram tabula<strong>da</strong>s em planilha <strong>de</strong><br />
Excel, sen<strong>do</strong> que as respostas objetivas foram analisa<strong>da</strong>s conforme os valores agrega<strong>do</strong>s à<br />
ca<strong>da</strong> opção existente nas perguntas, enquanto as questões abertas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong><br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas, foram reuni<strong>da</strong>s em “grupos-chave” que agregaram respostas que<br />
englobaram o mesmo tema principal. Desta forma, possibilitou-se a or<strong>de</strong>nação e<br />
mensuração <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s pelas questões abertas e uma análise mais concisa <strong>do</strong>s<br />
pontos <strong>de</strong> vista apresenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
4.2.4. Análise Final<br />
A avaliação final <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> pela interrelação <strong>da</strong>s análises<br />
finais <strong>da</strong>s etapas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, uso e ocupação <strong>do</strong> solo e percepção ambiental. Para
48<br />
a análise final foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as violações <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, apenas os pontos amostrais com menor e maior<br />
comprometimento, sen<strong>do</strong> as respostas às questões <strong>do</strong> questionário discuti<strong>da</strong>s com base<br />
nestes <strong>do</strong>is pontos.
49<br />
5. RESULTADOS<br />
A apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s está dividi<strong>da</strong> em quatro etapas. Nas três primeiras<br />
etapas os resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise, e são compostos por (1) Análise<br />
<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água, (2) Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo, e (3) Análise <strong>da</strong> Percepção<br />
Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res. Na quarta e última etapa, a Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s<br />
Mora<strong>do</strong>res é discuti<strong>da</strong> em função <strong>do</strong>s pontos amostrais <strong>de</strong> maior e menor<br />
comprometimento, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água. O diagrama <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s é apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.1.<br />
FIGURA 5. 1 – DIAGRAMA DA ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
5.1. Análise <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água<br />
A análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cinco<br />
pontos amostrais distribuí<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, cuja localização priorizou a<br />
proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas <strong>do</strong>miciliares e outros pontos estratégicos, como a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />
Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e a confluência entre a BR-277 e o rio <strong>Passauna</strong>.<br />
5.1.1. Vazões observa<strong>da</strong>s<br />
As informações <strong>de</strong> vazão foram forneci<strong>da</strong>s pela Superintendência <strong>de</strong> Recursos<br />
Hídricos <strong>do</strong> Paraná – SUDERHSA, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s pelas estações<br />
fluviométricas presentes na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Para alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />
entretanto, não foi possível a obtenção <strong>de</strong>sta informação por falta <strong>de</strong> leitura, como no ponto<br />
P1, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> novembro, e no ponto P2 para as coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março a
50<br />
maio. O ponto P3, por estar localiza<strong>do</strong> na área pertencente à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situase<br />
em local caracteriza<strong>do</strong> como ambiente intermediário, e <strong>de</strong>sta forma, as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />
não foram realiza<strong>da</strong>s.<br />
Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão são apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.1 (Edson Nagashima,<br />
SUDERHSA, contato pessoal, 2008).<br />
TABELA 5. 1 – QUADRO DE VAZÕES (m 3 /s)<br />
Ponto 19/mar 14/abr 14/mai 11/jun 14/jul 06/nov<br />
P1 0,38 1,64 0,66 1,11 0,49 SD<br />
P2 SD SD SD 1,12 1,04 2,12<br />
P3 SD SD SD SD SD SD<br />
P4 2,02 1,25 1,30 1,12 0,63 2,16<br />
P5 1,99 1,28 1,46 1,06 0,77 4,23<br />
*SD: Sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.1 permite observar que no ponto P1 as<br />
maiores vazões ocorreram nos meses <strong>de</strong> abril e junho, enquanto no ponto P2, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, a maior vazão ocorreu no mês <strong>de</strong> novembro. Nos pontos P4 e P5 as<br />
maiores vazões registra<strong>da</strong>s ocorreram nos meses <strong>de</strong> março e novembro.<br />
Na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ocorre um sistema diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> regime<br />
hidrológico <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>do</strong> reservatório que “amortece” as chuvas que ocorrem nas<br />
áreas <strong>do</strong> entorno <strong>do</strong>s pontos P1, P2 e P3. Por se tratar <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica estreita,<br />
observa-se que as altas vazões verifica<strong>da</strong>s em P4 e P5, nas coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março e<br />
novembro, po<strong>de</strong>m ser tanto resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> chuvas ocorri<strong>da</strong>s próximas ao horário <strong>da</strong> coleta,<br />
bem como, po<strong>de</strong>m ser resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma resposta <strong>da</strong> represa às chuvas ocorri<strong>da</strong>s em P1, P2<br />
e P3, em um maior espaço <strong>de</strong> tempo.<br />
5.1.2. Parâmetros físicos e químicos<br />
A análise <strong>do</strong>s parâmetros físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água foi realiza<strong>da</strong> com<br />
base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> seis coletas realiza<strong>da</strong>s no rio <strong>Passauna</strong> no ano <strong>de</strong> 2008,<br />
em um perío<strong>do</strong> total <strong>de</strong> nove meses.<br />
A Tabela 5.2 apresenta as <strong>da</strong>tas em que as coletas foram realiza<strong>da</strong>s.
51<br />
TABELA 5. 2 – DADOS DAS CAMPANHAS PARA COLETA DE AMOSTRAS DE ÁGUA<br />
Campanha Data <strong>de</strong> coleta Condição <strong>do</strong> tempo<br />
1ª 19 <strong>de</strong> março Nubla<strong>do</strong><br />
2ª 14 <strong>de</strong> abril Nubla<strong>do</strong><br />
3ª 14 <strong>de</strong> maio Parcialmente nubla<strong>do</strong><br />
4ª 11 <strong>de</strong> junho Parcialmente nubla<strong>do</strong>/Ensolara<strong>do</strong><br />
5ª 14 <strong>de</strong> julho Ensolara<strong>do</strong>/Parcialmente nubla<strong>do</strong><br />
6ª 06 <strong>de</strong> novembro Chuvoso<br />
O rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Portaria SUREHMA 14 nº 020/92, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
1992, é classifica<strong>do</strong> como rio pertencente à Classe 2. Desta forma, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água obti<strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s com base nos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA<br />
nº 357 <strong>de</strong> 2005 para rios <strong>de</strong> Classe 2.<br />
5.1.2.1. Deman<strong>da</strong> química <strong>de</strong> oxigênio<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 não estabelece nível máximo para DQO, <strong>de</strong>sta<br />
forma, a análise realiza<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificou quais foram as principais variações observa<strong>da</strong>s no<br />
perío<strong>do</strong> amostral. A Deman<strong>da</strong> Química <strong>de</strong> Oxigênio representa a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio<br />
necessária para oxi<strong>da</strong>r a matéria orgânica através <strong>de</strong> um agente químico, a solução<br />
sulfocrômica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO relaciona-se principalmente<br />
a <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem industrial. A DQO é utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma conjunta com a DBO 20 5 para<br />
caracterizar a bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s resíduos líqui<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, quanto mais a<br />
20<br />
concentração <strong>de</strong> DBO 5 se aproximar <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> DQO, maior será a<br />
bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra analisa<strong>da</strong> (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.2 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para DQO.<br />
De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Figura 5.2, observa-se que os pontos<br />
P3 e P4 apresentaram as menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem,<br />
enquanto as maiores concentrações ocorreram nos pontos P1, P2 e P5, para a coleta <strong>do</strong> dia<br />
14/04, e mais especificamente para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril. Se verifica<strong>do</strong>s os<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), para to<strong>do</strong>s os pontos amostrais, observa-se uma diminuição <strong>da</strong><br />
vazão referente ao mês <strong>de</strong> julho, em comparação os meses <strong>de</strong> junho e novembro. Desta<br />
14 Denominação <strong>do</strong> Instituto Ambiental <strong>do</strong> Paraná - IAP até 1992.
52<br />
forma, é possível que o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO, tenha ocorri<strong>do</strong> em função <strong>da</strong><br />
diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>.<br />
30<br />
25<br />
DQO mg/L<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 2 – VALORES OBSERVADOS PARA DQO<br />
No entanto, em relação à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, observa<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão para<br />
os pontos amostrais, em comparação com a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, verifica-se que para o<br />
ponto P1 ocorreu um aumento <strong>da</strong> vazão, com aumento também <strong>da</strong> concentração observa<strong>da</strong><br />
para a DQO. Com base neste resulta<strong>do</strong>, é possível que tenha ocorri<strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong><br />
efluente industrial a montante <strong>do</strong> ponto P1, ou então que este aumento esteja associa<strong>do</strong> à<br />
maior presença <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s na água <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao possível aporte <strong>de</strong> carga difusa, o que<br />
provavelmente influenciou o aumento na concentração <strong>da</strong> DQO.<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P2 apresentou a maior<br />
variação entre a menor e a maior concentração para DQO, enquanto a menor variação foi<br />
observa<strong>da</strong> nos pontos P3 e P4.<br />
O ponto P4 foi o que apresentou a menor média <strong>de</strong> concentração com 5,2 mg/L, e o<br />
ponto P5 a maior média com 10,4 mg/L. A análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s permite <strong>de</strong>duzir que<br />
os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram P1 e P5.
53<br />
5.1.2.2. Deman<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio<br />
20<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 5 mg/L para DBO 5<br />
para rios <strong>de</strong> Classe 2, <strong>de</strong>sta forma, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com a violação a este limite. A Deman<strong>da</strong> Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio refere-se à<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio necessária para oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica carbonácea, por<br />
<strong>de</strong>composição microbiana aeróbia para a forma inorgânica estável. As maiores elevações em<br />
20<br />
termos <strong>de</strong> DBO 5 em um corpo d’água são provoca<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem<br />
pre<strong>do</strong>minantemente orgânica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a presença <strong>de</strong> um alto teor <strong>de</strong> matéria orgânica<br />
po<strong>de</strong> induzir à completa extinção <strong>do</strong> oxigênio na água (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.3 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para DBO 20 5 .<br />
8<br />
7<br />
6<br />
DBO mg/L<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
CONAMA nº 357/05<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 3 – VALORES OBSERVADOS PARA DBO 5<br />
20<br />
Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Figura 5.3, permitem observar que o ponto P4 apresentou<br />
a menor concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem; observa-se uma tendência<br />
<strong>de</strong> variação <strong>do</strong>s pontos P1, P4 e P5, na qual verifica-se que as maiores concentrações<br />
ocorreram nas coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril e julho. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão, apresenta<strong>do</strong>s na<br />
Tabela 5.1, permitem observar que para os pontos P4 e P5 ocorreu uma diminuição <strong>de</strong> vazão<br />
para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, em relação a março e maio, e para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho,<br />
em relação a junho e novembro. Desta forma, é possível que o aumento <strong>da</strong>s concentrações
54<br />
<strong>de</strong> DBO 20 5 , para os pontos P4 e P5, nos meses <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> julho, tenha si<strong>do</strong> causa<strong>da</strong> pela<br />
diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>.<br />
Esta mesma situação foi observa<strong>da</strong> para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, no<br />
entanto, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, o aumento <strong>da</strong> vazão foi acompanha<strong>do</strong> por um<br />
aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DBO 20 5 . Desse mo<strong>do</strong>, existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter ocorri<strong>do</strong><br />
aporte <strong>de</strong> carga orgânica que elevou a concentração <strong>de</strong> DBO 20<br />
5 para esta coleta.<br />
Característica semelhante à observa<strong>da</strong> para as concentrações <strong>de</strong> DQO, em que o ponto P1<br />
apresentou esta mesma tendência para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril.<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores apresenta<strong>do</strong>s observa-se que o ponto P5 apresentou a<br />
maior variação entre menor e maior concentração para DBO 20 5 , enquanto a menor variação<br />
foi apresenta<strong>da</strong> pelo ponto P3. Em relação às médias <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> DBO 20 5 , o ponto<br />
P4 apresentou a menor média <strong>de</strong> concentração com 1,78 mg/L, enquanto os pontos P1 e P5<br />
apresentaram as maiores médias, com 3,52 mg/L e 3,51 mg/L, respectivamente.<br />
Os valores obti<strong>do</strong>s não apresentaram concentrações eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> poluição orgânica<br />
para os pontos amostrais, porém observou-se contribuições significativas <strong>de</strong> carga orgânica<br />
nos pontos P1, P2 e P5 para as coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril e maio. Com base no limite<br />
estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05 para DBO 20 5 , os pontos que apresentaram<br />
violação foram P1, P2 e P5.<br />
A relação DQO/DBO 20 5 , <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as concentrações observa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong><br />
parâmetro, é apresenta<strong>da</strong> na Tabela 5.3.<br />
TABELA 5. 3 – VALORES PARA A RELAÇÃO DQO/DBO 5<br />
20<br />
Pontos<br />
20<br />
DQO/DBO 5<br />
19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />
P1 1,83 4,23 1,38 1,36 3,40 3,74<br />
P2 1,13 2,94 4,76 1,09 4,35 5,47<br />
P3 1,30 1,43 1,18 1,73 2,72 4,40<br />
P4 5,71 2,10 1,17 2,71 4,26 5,45<br />
P5 2,03 2,13 1,63 6,92 3,89 6,20<br />
A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.3, permite observar que os menores<br />
valores para o fator bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> foram relaciona<strong>do</strong>s às coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> julho e
55<br />
novembro, enquanto os valores mais altos foram observa<strong>do</strong>s principalmente nas coletas <strong>do</strong>s<br />
meses <strong>de</strong> março, abril, maio e junho.<br />
Os maiores valores para a relação DQO/DBO 20 5 , foram obti<strong>do</strong>s para os pontos P4 e<br />
P5, e referem-se às coletas em que as vazões foram as menores registra<strong>da</strong>s, junho e julho, e<br />
as maiores registra<strong>da</strong>s, março e novembro (Tabela 5.1).<br />
Os altos valores <strong>de</strong> DQO/DBO 20 5 para o mês <strong>de</strong> julho foram observa<strong>do</strong>s com as mais<br />
baixas vazões para a coleta <strong>de</strong>ste mês, em comparação com a vazão <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coletas<br />
realiza<strong>da</strong>s, com exceção <strong>do</strong> ponto P1, enquanto os altos valores <strong>de</strong> DQO/DBO 20 5 para o mês<br />
<strong>de</strong> novembro foram verifica<strong>do</strong>s com as mais altas vazões para a coleta <strong>de</strong>ste mês, também<br />
em comparação com a vazão <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s.<br />
Desta forma, observa-se que na maioria <strong>da</strong>s coletas em que foram verifica<strong>da</strong>s as<br />
20<br />
menores e maiores vazões, a relação DQO/DBO 5 apresentou altos valores. Esta<br />
característica po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong>, no primeiro caso, ao aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong><br />
DQO proporciona<strong>do</strong> pela diminuição <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água no leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, em uma<br />
proporção maior que a concentração <strong>de</strong> DBO 20 5 , e no segun<strong>do</strong> caso, ao aumento <strong>da</strong><br />
concentração <strong>de</strong> DQO proporciona<strong>do</strong> pelo aumento <strong>da</strong> vazão causa<strong>do</strong> por uma precipitação<br />
com consequente aumento <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> carga difusa.<br />
5.1.2.3. Oxigênio dissolvi<strong>do</strong> e temperatura<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor mínimo <strong>de</strong> 5 mg/L <strong>de</strong> OD para<br />
rios pertencentes à Classe 2, <strong>de</strong>sta forma, para esta pesquisa, os pontos mais<br />
comprometi<strong>do</strong>s são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a violação a este limite.<br />
O parâmetro Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> representa a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio proveniente<br />
<strong>da</strong> atmosfera que se encontra dissolvi<strong>do</strong> nas águas naturais, <strong>de</strong>sta forma, por ser consumi<strong>do</strong><br />
na oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica, é utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar o grau <strong>de</strong> poluição e a<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica em cursos d’água, quan<strong>do</strong> se toma por base<br />
apenas a concentração <strong>de</strong>ste parâmetro. Assim, águas poluí<strong>da</strong>s são aquelas que apresentam<br />
baixa concentração <strong>de</strong> OD, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu consumo na <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> compostos<br />
orgânicos, enquanto águas limpas apresentam eleva<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, chegan<strong>do</strong>
56<br />
próximas ao valor <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> saturação, que é <strong>de</strong> 9,2 mg/L, para temperatura <strong>da</strong><br />
água <strong>de</strong> 20ºC (CETESB, 2009).<br />
A temperatura <strong>de</strong>sempenha importante papel <strong>de</strong> controle no meio aquático,<br />
condicionan<strong>do</strong> as influências <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> parâmetros físico-químicos, um <strong>de</strong>stes é o<br />
Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>, que varia, entre outros fatores, em função <strong>da</strong> temperatura e <strong>da</strong> pressão<br />
atmosférica (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.4 apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para as concentrações <strong>de</strong> Oxigênio<br />
Dissolvi<strong>do</strong>.<br />
8<br />
7<br />
6<br />
OD mg/L<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
CONAMA nº 357/05<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 4 – VALORES OBSERVADOS PARA OD<br />
Da análise <strong>da</strong> Figura 5.4 é possível observar que o ponto P5 apresentou a menor<br />
concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem. Observa-se também uma tendência<br />
<strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> OD, <strong>da</strong> coleta realiza<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> março para a coleta <strong>do</strong><br />
mês <strong>de</strong> novembro.<br />
Em relação aos ponto P4 e P5, se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1) para o<br />
mês <strong>de</strong> abril, nota-se que ocorreu diminuição <strong>da</strong> vazão registra<strong>da</strong> no dia <strong>da</strong> coleta, em<br />
comparação com as vazões <strong>da</strong>s coletas <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> março e maio, o que po<strong>de</strong> ter<br />
proporciona<strong>do</strong> a diminuição <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento <strong>da</strong><br />
concentração <strong>de</strong> carga orgânica presente no corpo hídrico.
57<br />
Na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril ocorreu aumento <strong>da</strong> vazão, em comparação com a coleta<br />
<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para o ponto P1, o que proporcionou o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD,<br />
possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à diluição <strong>da</strong> carga orgânica presente no rio e a uma maior<br />
oxigenação.<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P4 apresentou a maior<br />
variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> OD, enquanto a menor variação foi<br />
apresenta<strong>da</strong> pelo ponto P5. Em relação às médias <strong>da</strong>s concentrações, o ponto P5 foi o que<br />
apresentou a menor média com 2,57 mg/L, enquanto a maior média foi observa<strong>da</strong> para o<br />
ponto P2, com 5,81 mg/L. Desta forma, com base nos valores obti<strong>do</strong>s é possível <strong>de</strong>duzir que<br />
o ponto mais comprometi<strong>do</strong> foi o ponto P5.<br />
Com base no limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05 para OD, to<strong>do</strong>s<br />
os pontos amostrais apresentaram pelo menos uma violação. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />
mostram uma redução significativa nos níveis <strong>de</strong> OD referente ao ponto P5, que apresenta<br />
violações em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, e na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, na qual ocorreram<br />
violações para to<strong>do</strong>s os pontos amostrais.<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 não estabelece valor limite para temperatura nos<br />
corpos d’água, no entanto estabelece que para lançamento <strong>de</strong> efluentes, a variação <strong>de</strong><br />
temperatura no corpo receptor não <strong>de</strong>verá exce<strong>de</strong>r a 3ºC na zona <strong>de</strong> mistura.<br />
Em relação à Temperatura, as variações nos corpos hídricos são parte <strong>do</strong> regime<br />
climático normal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a temperatura é influencia<strong>da</strong> por fatores como latitu<strong>de</strong>,<br />
altitu<strong>de</strong>, estação <strong>do</strong> ano, perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia, taxa <strong>de</strong> fluxo e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo hídrico<br />
(CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.5 apresenta os resulta<strong>do</strong>s para a Temperatura nas seis campanhas.<br />
Da análise <strong>da</strong> Figura 5.5 é possível observar uma tendência <strong>de</strong> variação <strong>da</strong><br />
temperatura registra<strong>da</strong> nos pontos amostrais, que apresentaram <strong>de</strong>caimento <strong>do</strong>s valores<br />
observa<strong>do</strong>s <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, enquanto no mês <strong>de</strong><br />
novembro foi observa<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> temperatura para os pontos P4 e P5. Este aumento<br />
<strong>da</strong> temperatura observa<strong>da</strong> para P4 e P5 po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> por um maior aquecimento<br />
<strong>da</strong> água presente no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.
58<br />
30,0<br />
25,0<br />
TEMPERATURA ºC<br />
20,0<br />
15,0<br />
10,0<br />
5,0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0,0<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 5 – VALORES OBSERVADOS DE TEMPERATURA<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores <strong>de</strong> temperatura obti<strong>do</strong>s fica evi<strong>de</strong>nte a influência <strong>da</strong><br />
sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> temperatura observa<strong>da</strong> no rio <strong>Passauna</strong>, com variação<br />
pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> maior para menor, observa<strong>da</strong> <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março para o mês <strong>de</strong><br />
julho. Observa-se que as maiores médias foram apresenta<strong>da</strong>s pelos pontos P3 e P4.<br />
5.1.2.4. Nitrogênio amoniacal e potencial hidrogeniônico<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo permiti<strong>do</strong> para<br />
Nitrogênio Amoniacal, com base nos valores <strong>de</strong> pH <strong>do</strong> corpo hídrico.<br />
O Nitrogênio Amoniacal é a forma mais reduzi<strong>da</strong> <strong>do</strong> nitrogênio, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que se po<strong>de</strong><br />
relacionar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> poluição com relação às formas <strong>de</strong> nitrogênio presentes no corpo<br />
hídrico. Desta forma, amostras <strong>de</strong> água em que as análises apresentam pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong>s<br />
formas reduzi<strong>da</strong>s, significa que o foco <strong>de</strong> poluição encontra-se próximo. Os esgotos<br />
sanitários, em geral, constituem a principal fonte <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à hidrólise<br />
sofri<strong>da</strong> pela uréia na água. Outras fontes são os lançamentos <strong>de</strong> efluentes industriais e o<br />
escoamento superficial em áreas agrícolas e urbanas (CETESB, 2009).<br />
Com relação ao Potencial Hidrogeniônico, a Resolução CONAMA nº 357/05<br />
estabelece o valor <strong>de</strong> pH, para rios <strong>de</strong> Classe 2, entre 6 a 9.
59<br />
O Potencial Hidrogeniônico indica aci<strong>de</strong>z, neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
solução, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que exerce influência, direta e indireta, sobre os ecossistemas aquáticos<br />
naturais. Uma <strong>da</strong>s influências indiretas é o efeito sobre a solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes (CETESB,<br />
2009).<br />
A Tabela 5.4 apresenta os valores estabeleci<strong>do</strong>s pela legislação.<br />
TABELA 5. 4 – LIMITES DE CONCENTRAÇÃO PARA NITROGÊNIO AMONIACAL COM BASE NO<br />
pH<br />
Valor <strong>de</strong> pH<br />
Limite estabeleci<strong>do</strong> para Nitrogênio Amoniacal<br />
pH ≤ 7,5<br />
3,7 mg/L N<br />
7,5 < pH ≥ 8,0 2,0 mg/L N<br />
8,0 < pH ≤ 8,5 1,0 mg/L N<br />
pH > 8,5<br />
0,5 mg/L N<br />
FONTE: CONAMA (2005)<br />
A Tabela 5.5 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Potencial Hidrogeniônico.<br />
TABELA 5. 5 – VALORES DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO<br />
Pontos<br />
Potencial Hidrogeniônico<br />
19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />
P1 7,13 6,56 7,18 7,18 7,41 6,84<br />
P2 7,12 6,53 6,81 7,06 7,46 6,83<br />
P3 7,04 6,50 7,12 6,79 7,58 6,59<br />
P4 7,07 6,15 6,82 6,64 6,96 6,69<br />
P5 6,69 6,20 7,17 6,23 6,51 6,19<br />
Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.5 permitem observar que mesmo ocorren<strong>do</strong> uma<br />
diminuição nos valores <strong>de</strong> pH no ponto P5, to<strong>do</strong>s os pontos amostrais apresentaram valores<br />
na faixa <strong>de</strong> neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a pre<strong>do</strong>minância apresenta<strong>da</strong>, <strong>de</strong> pH ≤ 7,5, o<br />
limite estabeleci<strong>do</strong>, pela Resolução CONAMA nº 357/05, a concentração máxima <strong>de</strong><br />
Nitrogênio Amoniacal estabeleci<strong>da</strong> é <strong>de</strong> 3,7 mg/L. A única exceção ocorreu para o ponto P3,<br />
na coleta realiza<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> junho, na qual o pH observa<strong>do</strong> apresentou-se na faixa entre<br />
7,5 < pH ≥ 8,0, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, o valor <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> N-NH 3 estabeleci<strong>do</strong> pela legislação,<br />
com base nesta faixa <strong>de</strong> pH, é <strong>de</strong> 2,0 mg/L.
60<br />
Desta forma, os valores limites estabeleci<strong>do</strong>s para Nitrogênio Amoniacal são 2 mg/L,<br />
para praticamente to<strong>do</strong>s os pontos amostrais, com exceção <strong>do</strong> ponto P3, na coleta realiza<strong>da</strong><br />
no mês <strong>de</strong> julho, cujo valor limite é <strong>de</strong> 3,7 mg/L. A análise <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> maio não foi<br />
realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à problemas com as análises laboratoriais. A Figura 5.6 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
para Nitrogênio Amoniacal.<br />
3,00<br />
2,50<br />
N-NH3 mg/L<br />
2,00<br />
1,50<br />
1,00<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
0,50<br />
P5<br />
0,00<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
CONAMA nº 357/05<br />
FIGURA 5. 6 – VALORES OBSERVADOS PARA NITROGÊNIO AMONIACAL<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.6 permite observar que existe uma tendência <strong>de</strong> variação nos<br />
pontos P1, P2, P3 e P4, que apresentaram baixa concentração <strong>de</strong> nitrogênio amoniacal para<br />
os meses <strong>de</strong> março, abril, julho e novembro, e uma alta verifica<strong>da</strong> na concentração para o<br />
mês <strong>de</strong> junho. No entanto, não foi verifica<strong>da</strong> nenhuma relação com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />
obti<strong>do</strong>s (Tabela 5.1).<br />
O ponto P5 apresentou variação oposta à tendência <strong>de</strong> variação <strong>do</strong>s outros pontos<br />
amostrais, pois foi observa<strong>da</strong> alta <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> nitrogênio amoniacal no mês <strong>de</strong> abril,<br />
julho e novembro, e baixa concentração no mês <strong>de</strong> março e junho. As altas <strong>de</strong> concentração<br />
observa<strong>da</strong>s para o ponto P5, indicam a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos recentes <strong>de</strong> esgotos<br />
<strong>do</strong>mésticos a montante <strong>do</strong> local <strong>de</strong> coleta.<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />
variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal, enquanto o ponto P3
61<br />
apresentou a menor variação. Em relação às médias verifica<strong>da</strong>s, observa-se que o ponto P3<br />
apresentou a menor média, enquanto o ponto P5 apresentou a maior média. Com base nos<br />
limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05, não foi observa<strong>da</strong> violação <strong>de</strong><br />
nenhum ponto amostral. No entanto, a alta concentração observa<strong>da</strong> para o ponto P5 na<br />
coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, possibilita a caracterização <strong>de</strong>ste ponto como o mais comprometi<strong>do</strong><br />
na análise <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />
5.1.2.5. Fósforo Total<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece valores limites distintos <strong>de</strong> Fósforo para<br />
rios pertencentes à Classe 2, aos quais, para ambientes intermediários, é atribuí<strong>do</strong> o limite<br />
<strong>de</strong> 0,025 mg/L, enquanto para ambientes lóticos é atribuí<strong>do</strong> o limite <strong>de</strong> 0,1 mg/L. Devi<strong>do</strong> a<br />
problemas laboratoriais, somente foi possível utilizar os <strong>da</strong><strong>do</strong>s analíticos <strong>de</strong> quatro coletas<br />
realiza<strong>da</strong>s. O único ponto classifica<strong>do</strong> como ambiente intermediário é P3, enquanto os<br />
outros pontos amostrais são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ambientes lóticos.<br />
O Fósforo po<strong>de</strong> apresentar-se nas águas sob três formas diferentes, os fosfatos<br />
orgânicos, os ortofosfatos e os polifosfatos. O aparecimento <strong>do</strong> fósforo em águas naturais<br />
ocorre principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos sanitários, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>tergente superfosfata<strong>do</strong>s, além <strong>da</strong> matéria fecal, rica em proteínas. Outras fontes <strong>de</strong><br />
fósforo são efluentes industriais e a drenagem <strong>de</strong> áreas urbanas e agrícolas (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.7 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Fósforo.<br />
Da análise <strong>da</strong> Figura 5.7 é possível observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />
menores concentrações verifica<strong>da</strong>s durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as<br />
maiores concentrações ocorreram nos pontos P1 e P5. Se verifica<strong>da</strong>s as vazões (Tabela 5.1)<br />
para os pontos P1 e P5, <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, em comparação com o mês <strong>de</strong> junho,<br />
observa-se a diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> vazão. Desta forma, é possível que o aumento <strong>da</strong>s<br />
concentrações <strong>de</strong> Fósforo nestes pontos possa estar relaciona<strong>do</strong> à diminuição <strong>da</strong> vazão no<br />
rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que para uma mesma vazão <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> efluentes, ocorreu<br />
diminuição <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diluição <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>spejo.<br />
O aumento <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> fósforo verifica<strong>do</strong> no mês <strong>de</strong> novembro, para os<br />
pontos P2, P4 e P5, po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> ao aumento <strong>de</strong> vazão observa<strong>do</strong> para esta
62<br />
coleta, o que possivelmente trouxe um incremento <strong>de</strong>ste nutriente por meio <strong>da</strong> drenagem<br />
<strong>de</strong> áreas urbanas e agrícolas.<br />
0,16<br />
0,14<br />
0,12<br />
FÓSFORO mg/L<br />
0,10<br />
0,08<br />
0,06<br />
0,04<br />
0,02<br />
0,00<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
CONAMA nº 357/05<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 7 – VALORES OBSERVADOS PARA FÓSFORO<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />
variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> fósforo, enquanto os pontos P3 e P4<br />
apresentaram as menores variações. Em relação às médias observa<strong>da</strong>s, os pontos P1 e P5<br />
apresentaram as maiores médias, com ocorrência <strong>de</strong> violação <strong>do</strong>s valores estabeleci<strong>do</strong>s pela<br />
Resolução CONAMA nº 357/05 para fósforo. Observa-se que o ponto P3, por sua<br />
característica <strong>de</strong> ambiente intermediário, apresentou violações aos limites estabeleci<strong>do</strong>s em<br />
to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s. Desta forma, os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s são, em or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento, P3, P5 e P1.<br />
5.1.2.6. Nitrito<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 1 mg/L <strong>de</strong> Nitrito<br />
para rios pertencentes à Classe 2.<br />
O nitrito é o ânion <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> nitroso, que é muito solúvel em água. O nitrito<br />
aparece em uma fase intermediária natural na oxi<strong>da</strong>ção microbiana <strong>do</strong> nitrato, e via <strong>de</strong><br />
regra, o nitrito forma<strong>do</strong> é imediatamente oxi<strong>da</strong><strong>do</strong> para a forma <strong>de</strong> nitrato (FATMA, 1999
63<br />
cita<strong>do</strong> por IAP, 2005). O Nitrito é uma <strong>da</strong>s formas oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>do</strong> Nitrogênio, e <strong>de</strong>sta forma<br />
representa que as <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos encontram-se distantes (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.8 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Nitrito.<br />
0,45<br />
0,40<br />
NITRITO (N-NO - 2 mg/L)<br />
0,35<br />
0,30<br />
0,25<br />
0,20<br />
0,15<br />
0,10<br />
0,05<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0,00<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 8 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRITO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.8 permite observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />
menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores<br />
concentrações ocorreram para o ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e para o ponto P2, na<br />
coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), para o ponto P2,<br />
relativo à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> julho, observa-se uma diminuição <strong>da</strong> vazão, em comparação com<br />
os meses <strong>de</strong> junho e novembro. Desta forma, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Nitrito neste<br />
ponto po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> à diminuição <strong>da</strong> vazão no rio <strong>Passauna</strong>. No entanto, como já<br />
observa<strong>do</strong> em outros parâmetros analisa<strong>do</strong>s, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Nitrito para o<br />
ponto P1, na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, foi acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> um aumento <strong>da</strong> vazão para este<br />
mesmo mês, em comparação com os meses <strong>de</strong> março e maio. Desta forma, é possível que<br />
este aumento esteja relaciona<strong>do</strong> ao aporte <strong>de</strong> nutrientes por escoamento superficial.<br />
Observa-se também que para o ponto P3, as concentrações <strong>de</strong> nitrito, variaram <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com as oscilações <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> OD, situação que não foi observa<strong>da</strong> para a<br />
maioria <strong>da</strong>s coletas <strong>do</strong>s outros pontos amostrais.
64<br />
De acor<strong>do</strong> com a análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s, o ponto P2 apresentou a maior variação<br />
entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrito, enquanto o ponto P4 apresentou a menor<br />
variação. Em relação às médias, o ponto P4 apresentou a menor média, e o ponto P2, a<br />
maior. Observa-se que não ocorreu nenhuma violação <strong>do</strong> limite máximo estipula<strong>do</strong> pela<br />
Resolução CONAMA nº 357/05, porém, a análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s nos permite <strong>de</strong>duzir<br />
que o ponto mais comprometi<strong>do</strong> foi P2, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alta <strong>de</strong> concentração verifica<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong><br />
julho, que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos a montante <strong>do</strong> ponto<br />
P2, em locais mais distantes.<br />
5.1.2.7. Nitrato<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 10 mg/L <strong>de</strong> Nitrato<br />
para rios pertencentes à Classe 2.<br />
Nitrato é o ânion <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> nítrico, e é muito solúvel em água. Nos corpos<br />
d’água geralmente estão presentes em concentrações mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />
principais fontes <strong>de</strong> poluição por nitratos são os adubos incorpora<strong>do</strong>s ao solo para<br />
finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas, e efluentes <strong>de</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto (FATMA, 1999 cita<strong>do</strong><br />
por IAP, 2005).<br />
O Nitrato é uma <strong>da</strong>s formas oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>do</strong> Nitrogênio e, <strong>de</strong>sta forma, representa que as<br />
<strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos se encontram distantes (CETESB, 2009).<br />
A Figura 5.9 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Nitrato.<br />
Da análise <strong>da</strong> Figura 5.9 é possível observar que o ponto P4 apresentou a menor<br />
concentração durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores concentrações<br />
ocorreram nos pontos P1 e P2, <strong>de</strong> maneira pre<strong>do</strong>minante. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> vazão<br />
(Tabela 5.1), nota-se que para o ponto P5, nos meses <strong>de</strong> abril e julho, e para o ponto P2, no<br />
mês <strong>de</strong> julho, as vazões possuem baixos valores, e como resposta ocorre um <strong>de</strong>caimento <strong>da</strong>s<br />
concentrações <strong>de</strong> Nitrato nestes meses. A diminuição <strong>da</strong>s concentrações observa<strong>da</strong>s po<strong>de</strong><br />
estar relaciona<strong>da</strong> a uma diminuição <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong>ste nutriente por meio <strong>do</strong> escoamento<br />
superficial.
65<br />
1,00<br />
0,90<br />
NITRATO (N-NO - 3 mg /L)<br />
0,80<br />
0,70<br />
0,60<br />
0,50<br />
0,40<br />
0,30<br />
0,20<br />
0,10<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0,00<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
14 <strong>de</strong><br />
maio<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
FIGURA 5. 9 – VALORES OBSERVADOS PARA NITRATO<br />
Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi a relação entre as concentrações <strong>de</strong> Nitrato e as<br />
concentrações <strong>de</strong> OD, que variaram <strong>de</strong> maneira diretamente proporcional em função <strong>do</strong>s<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> OD para os pontos P1, P4 e P5.<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P5 apresentou a maior<br />
variação entre menor e maior concentração <strong>de</strong> Nitrato, enquanto o ponto P1 apresentou a<br />
menor variação. Em relação às médias, o ponto P4 foi o que apresentou a menor média <strong>de</strong><br />
concentração com 0,20 mg/L, e o ponto P1 a maior média com 0,83 mg/L. A análise <strong>do</strong>s<br />
valores obti<strong>do</strong>s, com relação ao limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05,<br />
permite <strong>de</strong>duzir que nenhum ponto amostral, durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, esteve<br />
comprometi<strong>do</strong> em relação a este parâmetro.<br />
5.1.2.8. Turbi<strong>de</strong>z<br />
A Resolução CONAMA nº 357/05 estabelece o valor máximo <strong>de</strong> 100 NTU para<br />
Turbi<strong>de</strong>z em rios pertencentes à Classe 2.<br />
A Turbi<strong>de</strong>z é a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> atenuação <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> que um feixe <strong>de</strong> luz sofre<br />
ao atravessar uma amostra <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em suspensão, como<br />
partículas inorgânicas (areia, silte, argila), <strong>de</strong>tritos orgânicos, algas, bactérias, entre outros.<br />
Os principais influentes para a turbi<strong>de</strong>z ocorrem por meio <strong>da</strong> erosão <strong>da</strong>s margens <strong>do</strong>s rios
66<br />
em estações chuvosas, esgotos sanitários e efluentes industriais (CETESB, 2009). A turbi<strong>de</strong>z<br />
representa, <strong>de</strong> forma indireta, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em suspensão presentes no corpo<br />
hídrico.<br />
A Figura 5.10 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para Turbi<strong>de</strong>z.<br />
180<br />
160<br />
140<br />
TURBIDEZ (NTU)<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
19 <strong>de</strong><br />
março<br />
14 <strong>de</strong><br />
abril<br />
11 <strong>de</strong><br />
junho<br />
14 <strong>de</strong><br />
julho<br />
06 <strong>de</strong><br />
novembro<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
CONAMA nº 357/05<br />
FIGURA 5. 10 – VALORES OBSERVADOS DE TURBIDEZ<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.10 permite observar que os pontos P3 e P4 apresentaram as<br />
menores concentrações durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, enquanto as maiores<br />
concentrações ocorreram nos pontos P1 e P2 para a coleta <strong>de</strong> 14/04. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> vazão (Tabela 5.1), observa-se que para o ponto P1, relativo à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, foi<br />
registra<strong>da</strong> a maior vazão <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral, o que provavelmente também ocorreu<br />
com o ponto P2 a jusante, no entanto, para este mês a vazão não foi observa<strong>da</strong> em P2.<br />
Observa-se um aumento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> Turbi<strong>de</strong>z para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> novembro,<br />
para os pontos P1 e P2, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que também é verifica<strong>do</strong>, para o mês <strong>de</strong> novembro, a<br />
maior vazão observa<strong>da</strong> <strong>do</strong> ponto P2 em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral, o que provavelmente teria<br />
si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> para o ponto P1, caso houvesse leitura <strong>de</strong> vazão para este dia. Desta forma,<br />
é provável que o aumento <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> Turbi<strong>de</strong>z tenham relação com o incremento nos<br />
valores <strong>de</strong> vazão, e que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao escoamento superficial ocorreu um aumento <strong>do</strong> teor <strong>de</strong><br />
sóli<strong>do</strong>s em suspensão no corpo hídrico.
67<br />
De acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s, observa-se que o ponto P2 apresentou a maior<br />
variação entre menor e maior valor para Turbi<strong>de</strong>z, enquanto o ponto P4 apresentou a menor<br />
variação. Em relação às médias, o ponto P2 foi o que apresentou a menor média, com 7,50<br />
NTU, e o ponto P2 a maior média com 87,58 NTU. A análise <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s permite<br />
<strong>de</strong>duzir que os pontos mais comprometi<strong>do</strong>s foram P1 e P2, possivelmente por estes pontos<br />
receberem influência direta <strong>da</strong>s áreas localiza<strong>da</strong>s a montante, pois os pontos P3, P4 e P5<br />
localizam-se em locais que são influencia<strong>do</strong>s por zonas <strong>de</strong> amortecimento, que<br />
proporcionam sedimentação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s presentes na água.<br />
5.1.3. Síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
A síntese <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> com base nas violações <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
parâmetros em relação aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05. A<br />
Tabela 5.6 apresenta o quadro <strong>de</strong> violações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ponto amostral, sen<strong>do</strong>, portan<strong>do</strong>,<br />
estabeleci<strong>da</strong>s as áreas mais comprometi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, em<br />
termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. O porcentual <strong>de</strong> violação foi obti<strong>do</strong> por meio <strong>da</strong> comparação<br />
entre os valores <strong>do</strong>s parâmetros obti<strong>do</strong>s e os valores limites <strong>do</strong>s parâmetros estabeleci<strong>do</strong>s<br />
pela Resolução CONAMA nº 357, <strong>de</strong>sta forma, foi calcula<strong>da</strong> a porcentagem total obti<strong>da</strong><br />
acima <strong>de</strong>ste limite para ca<strong>da</strong> parâmetro.<br />
TABELA 5. 6 – QUADRO DE VIOLAÇÕES<br />
Quadro <strong>de</strong> violações<br />
Pontos <strong>de</strong> amostragem Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº violações % violação*<br />
20<br />
DBO 5 2 9,0<br />
P1<br />
OD 1 19,6<br />
Fósforo Total 2 15,0<br />
Turbi<strong>de</strong>z 1 108,0<br />
20<br />
DBO 5 1 19,8<br />
P2<br />
OD 1 14,4<br />
Turbi<strong>de</strong>z 1 288,0<br />
P3<br />
OD 2 10,8<br />
Fósforo Total 4 100,0<br />
P4 OD 2 22,8<br />
20<br />
DBO 5 1 50,4<br />
P5<br />
OD 6 48,6<br />
Fósforo Total 3 26,7<br />
*% <strong>da</strong> violação observa<strong>da</strong> acima <strong>do</strong> valor estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05
68<br />
De acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações observa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> parâmetro, os pontos<br />
amostrais foram caracteriza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> o grau crescente <strong>de</strong> comprometimento: P4, P3, P2,<br />
P1, e P5.<br />
O ponto P4 apresentou-se como o menos comprometi<strong>do</strong>, característica <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
principalmente por encontrar-se logo a jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, que acaba<br />
servin<strong>do</strong> como área <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> poluentes e <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s. A redução <strong>da</strong>s<br />
concentrações <strong>do</strong>s parâmetros neste ponto, em comparação com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para o<br />
ponto P3, foi observa<strong>da</strong> principalmente para os parâmetros DQO, DBO 20 5 , Fósforo, Nitrito,<br />
Nitrato e Turbi<strong>de</strong>z (Figuras 5.2, 5.3, 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10). Desta forma, a água libera<strong>da</strong> pela<br />
represa, retorna ao curso normal <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> com melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
O ponto P3, localiza<strong>do</strong> no local <strong>de</strong> maior aporte <strong>de</strong> água para a Represa <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o terceiro ponto mais comprometi<strong>do</strong>, conforme o número <strong>de</strong><br />
violações observa<strong>da</strong>s. Em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, o ponto P3 apresentou violação <strong>de</strong><br />
Fósforo para ambientes intermediários, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os limites estabeleci<strong>do</strong>s pela<br />
Resolução CONAMA nº 357/05, situação preocupante, pois indica gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
eutrofização <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s corroboram com o<br />
estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Coquemala (2005) e com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> IAP e SUDERHSA, que<br />
i<strong>de</strong>ntificaram o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> trofia <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> como eutrófico.<br />
O ponto P2, localiza<strong>do</strong> a jusante <strong>da</strong> BR-277, apresentou-se como o segun<strong>do</strong> ponto<br />
menos comprometi<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong> violações. As violações obti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />
parâmetros DBO 20 5 e Turbi<strong>de</strong>z referem-se à coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, que apresentou a maior<br />
vazão durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> amostral para o ponto a montante P1, o que indica aporte <strong>de</strong><br />
carga orgânica. Para o mês <strong>de</strong> março não foi obti<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> vazão para o dia <strong>de</strong> coleta, no<br />
entanto, o ponto P1, localiza<strong>do</strong> a montante, apresentou a menor vazão observa<strong>da</strong> em to<strong>do</strong><br />
o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem. Esta baixa vazão observa<strong>da</strong>, juntamente com a influência <strong>da</strong><br />
temperatura <strong>da</strong> água nesta coleta, provavelmente influenciaram para a violação <strong>de</strong> OD<br />
apresenta<strong>da</strong>.<br />
Em função <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para o ponto P1, localiza<strong>do</strong> mais a montante <strong>da</strong><br />
<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, este foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> ponto mais<br />
comprometi<strong>do</strong> <strong>da</strong> bacia. Para este ponto ocorreram violações em praticamente to<strong>da</strong>s as
69<br />
coletas realiza<strong>da</strong>s, com exceção <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho. A violação relativa à DBO 20 5 para<br />
o mês <strong>de</strong> maio, e <strong>de</strong> Fósforo para o mês <strong>de</strong> julho, ocorreram em coletas que obtiveram<br />
baixos valores <strong>de</strong> vazão, <strong>de</strong>sta forma, é possível que a diminuição <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água tenha<br />
aumenta<strong>do</strong> a concentração <strong>de</strong>stes parâmetros. A violação relativa à concentração <strong>de</strong> OD,<br />
observa<strong>da</strong> na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> março, ocorreu com valores <strong>de</strong> baixa vazão também, o que<br />
po<strong>de</strong> ter aumenta<strong>do</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por oxigênio no corpo hídrico causan<strong>do</strong> a diminuição <strong>da</strong><br />
concentração <strong>de</strong> OD.<br />
No entanto, foram verifica<strong>da</strong>s violações em coletas com altos valores <strong>de</strong> vazão, como<br />
na violação <strong>da</strong> DBO 20 5 e <strong>da</strong> Turbi<strong>de</strong>z, para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e <strong>de</strong> Fósforo, para a<br />
coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> Novembro. É possível que o incremento <strong>da</strong> vazão, por meio <strong>do</strong><br />
escoamento superficial, possa ter carrea<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes e material<br />
orgânico, e assim influencia<strong>do</strong> para a ocorrência <strong>da</strong>s violações.<br />
Por fim, o ponto P5 foi caracteriza<strong>do</strong> como o ponto mais comprometi<strong>do</strong>. O ponto P5<br />
apresentou violação <strong>do</strong> parâmetro OD em to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, situação<br />
possivelmente influencia<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico que se reflete nas violações<br />
observa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> DBO 20 5 , para a coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, e <strong>de</strong> Fósforo, para as coletas <strong>do</strong>s meses<br />
<strong>de</strong> junho, julho e novembro. Apesar <strong>de</strong> não ocorrer violação <strong>do</strong> parâmetro Nitrogênio<br />
Amoniacal, foram observa<strong>da</strong>s alterações relevantes nas concentrações <strong>do</strong>s meses <strong>de</strong> abril,<br />
julho e novembro, característica que indica a influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>mésticos no rio<br />
<strong>Passauna</strong>.<br />
A Figura 5.11 apresenta o quadro <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong>s pontos<br />
amostrais analisa<strong>do</strong>s.<br />
Ponto 4 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 5<br />
OD (2)* DBO (1) OD (2) DBO (2) DBO (1)<br />
OD (1) Fósforo Total (4) OD (1) OD (6)<br />
Turbi<strong>de</strong>z (1) Fósforo Total (2) Fósforo Total (3)<br />
Turbi<strong>de</strong>z (1)<br />
FIGURA 5. 11 – QUADRO DE COMPROMETIMENTO DOS PONTOS AMOSTRAIS<br />
*número <strong>de</strong> violações <strong>do</strong> parâmetro com base na Resolução CONAMA nº 357/05
70<br />
Em resumo, a análise conjunta <strong>da</strong>s concentrações obti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros, para os<br />
pontos amostrais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, permite afirmar que a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
apresenta baixo grau <strong>de</strong> poluição, com maior comprometimento <strong>do</strong>s pontos amostrais P1,<br />
P5 e P3.
71<br />
5.2. Análise <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo<br />
A análise <strong>do</strong>s cinco estu<strong>do</strong>s (DIAS, 1997; SAUNITTI, 2003; XAVIER, 2005; SOUZA, 2007;<br />
TAMANINI, 2008) relaciona<strong>do</strong>s ao uso e ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, juntamente com a espacialização <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> bacia por<br />
meio <strong>de</strong> fotografias aéreas <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2000, forneceu subsídios para a caracterização <strong>da</strong>s<br />
principais influências quanto às violações observa<strong>da</strong>s sobre os limites estabeleci<strong>do</strong>s para os<br />
parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água referencia<strong>do</strong>s na Resolução CONAMA nº 357/05 (Tabela<br />
5.6).<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Dias (1997) apresentou resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> relação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong><br />
solo com os sistemas aquáticos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que este estu<strong>do</strong> é o único, entre os cinco estu<strong>do</strong>s<br />
utiliza<strong>do</strong>s, que englobou análises relativas às áreas <strong>do</strong>s cinco pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> água a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por esta pesquisa. O estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Saunitti (2003) i<strong>de</strong>ntificou as<br />
influências existentes para a erosão e o assoreamento na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,<br />
e as conseqüências para o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Este estu<strong>do</strong> englobou analises relativas<br />
às áreas <strong>do</strong>s pontos P1, P2, P3 e P4. Por outro la<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Xavier (2005)<br />
analisou a influência <strong>da</strong>s características geomorfológicas e <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo sobre<br />
a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> potencial <strong>de</strong><br />
eutrofização <strong>do</strong> reservatório. Este estu<strong>do</strong> englobou análises relativas às áreas <strong>do</strong>s pontos P1,<br />
P2, P3 e P4.<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Souza (2007) i<strong>de</strong>ntificou as incongruências existentes na<br />
bacia relaciona<strong>da</strong>s ao uso <strong>do</strong> solo, com base na legislação vigente. Este estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong><br />
somente na área <strong>da</strong> APA <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> pertencente ao município <strong>de</strong> Curitiba, e englobou<br />
análises relativas às áreas <strong>do</strong>s pontos P1, P2, P3 e P4 pertencentes à margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />
rio <strong>Passauna</strong>.<br />
Por fim, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Tamanini (2008) teve como objetivo realizar um<br />
diagnóstico físico-ambiental para <strong>de</strong>terminar a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial e emergente no baixo<br />
curso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com base nas diferentes formas <strong>de</strong> uso e<br />
ocupação <strong>do</strong> solo. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> englobou análises relativas ao ponto P5, localiza<strong>do</strong><br />
no município <strong>de</strong> Araucária.
72<br />
5.2.1. A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
O uso e ocupação <strong>do</strong> solo na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composto por 9<br />
grupos principais, que são: agricultura, mineração, indústrias, área urbaniza<strong>da</strong>, campos ou<br />
áreas antropiza<strong>da</strong>s, floresta em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração, floresta em estágio médio ou<br />
avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, área <strong>de</strong> reflorestamento e vegetação <strong>de</strong> várzea. A análise <strong>da</strong><br />
Figura 5.12 permite observar que o alto curso <strong>da</strong> bacia é composto principalmente por áreas<br />
<strong>de</strong> agricultura, áreas <strong>de</strong> florestas (estágio inicial, médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração e<br />
reflorestamento) e por áreas urbanas, enquanto o médio curso é composto principalmente<br />
por áreas <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração e por áreas urbanas, e<br />
o baixo curso <strong>da</strong> bacia por áreas <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração,<br />
áreas urbanas, campos ou áreas antropiza<strong>da</strong>s e por agricultura.<br />
FIGURA 5. 12 – MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA
73<br />
Nas campanhas realiza<strong>da</strong>s para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> água, observou-se que os<br />
pontos P1 e P2 apresentaram, em praticamente to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, coloração <strong>de</strong><br />
“água barrenta”, enquanto no ponto P3 esta coloração apresentou-se mais bran<strong>da</strong>, o que<br />
possivelmente ocorre pela sedimentação causa<strong>da</strong> na área em que se inicia a formação <strong>do</strong><br />
Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P3. Observou-se também que,<br />
<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, os pontos P1, P2 e P3 apresentaram características distintas <strong>do</strong>s pontos P4 e<br />
P5, quanto à transparência <strong>da</strong> água, característica observa<strong>da</strong> para os valores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z<br />
obti<strong>do</strong>s, apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 5.10. Na maioria <strong>da</strong>s coletas realiza<strong>da</strong>s (março, maio,<br />
junho e julho), os pontos P4 e P5 apresentaram valores mais baixos <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z, em<br />
comparação com os pontos P1, P2 e P3.<br />
Para as coletas referentes aos meses <strong>de</strong> abril, julho e novembro, os valores <strong>da</strong><br />
concentração <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z para o ponto P3, em comparação com os pontos P1 e P2 foram<br />
menores ou iguais, o que mostra a influência <strong>da</strong> área inicial <strong>do</strong> reservatório quanto à<br />
sedimentação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s e <strong>da</strong>s partículas presentes na água. No entanto, nas coletas <strong>do</strong>s<br />
meses <strong>de</strong> março, maio e junho os valores para o ponto P3 foram maiores <strong>do</strong> que os<br />
apresenta<strong>do</strong>s pelo ponto P1 e/ou pelo ponto P2, situação que, ao contrário <strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong><br />
anteriormente, coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver contribuições consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong><br />
sóli<strong>do</strong>s e partículas entre os pontos P3 e P2, ou então, a ocorrência <strong>de</strong> situações que<br />
promovam uma recirculação e suspensão <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s e partículas sedimenta<strong>da</strong>s, por meio <strong>de</strong><br />
influência <strong>do</strong> vento, por exemplo, <strong>da</strong> circulação interna <strong>de</strong> água <strong>do</strong> reservatório, ou <strong>da</strong><br />
estratificação térmica.<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é composta, principalmente, por rochas<br />
metamórficas representa<strong>da</strong>s pelo Complexo Gnáissico-Migmatítico, rochas ígneas, que<br />
ocupam 70% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia, e também apresenta <strong>de</strong>pósitos sedimentares típicos <strong>de</strong><br />
ambientes fluviais nas áreas próximas aos rios e ao reservatório, característica que facilita a<br />
exportação <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes (DIAS, 1997; XAVIER, 2005). A geologia é fator<br />
importante na exportação <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes para o ecossistema aquático, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> que a geologia sedimentar exporta mais nutrientes e sedimentos que a ígnea<br />
(JOLANKAI, 1983 cita<strong>do</strong> por DIAS, 1997).
74<br />
Desta forma, observa-se que a composição geológica <strong>da</strong> bacia exerce influência sobre<br />
a exportação <strong>de</strong> sedimentos, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>pósitos sedimentares, localiza<strong>do</strong>s<br />
próximos ao rio e ao reservatório. Devi<strong>do</strong> à forma alonga<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia e ao posicionamento <strong>do</strong><br />
reservatório, que ocupa as áreas pertencentes ao médio e ao baixo curso <strong>da</strong> bacia, observase<br />
maior pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> maiores valores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z para os pontos localiza<strong>do</strong>s a<br />
montante <strong>do</strong> reservatório, que são P1, P2 e P3. Fator também influente é a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que<br />
segun<strong>do</strong> Xavier (2005), ocorre em condições iguais ou superiores a 20% na maior parte <strong>da</strong><br />
bacia, condição que torna a área altamente suscetível à erosão em áreas sem proteção<br />
vegetal.<br />
De acor<strong>do</strong> com Dias (1997), existem impactos relaciona<strong>do</strong>s à concentração <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s<br />
suspensos provenientes <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> drenagem sobre a transparência <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong> bacia, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> que as partículas transporta<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m comprometer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas e fertilizantes e, também, provocar o assoreamento <strong>do</strong><br />
reservatório, com a diminuição <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> útil.<br />
As saí<strong>da</strong>s a campo para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> água e para a realização <strong>da</strong>s<br />
entrevistas permitiram a observação <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> ocupações urbanas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> ao<br />
longo <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em áreas próximas aos pontos P1 e P5. Observou-se que<br />
próximo ao ponto P1 ocorreu supressão <strong>da</strong> mata ciliar, situação que oferece maior risco à<br />
erosão e ao assoreamento <strong>do</strong> rio, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao transporte <strong>de</strong> partículas por meio <strong>do</strong><br />
escoamento superficial.<br />
De acor<strong>do</strong> com os tipos <strong>de</strong> solo presentes na bacia, com base na meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Ross<br />
(1994), foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que a área que se encontra às margens <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
possui alta fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua composição pe<strong>do</strong>lógica, não sen<strong>do</strong> indica<strong>da</strong> sua<br />
ocupação por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas. Estas áreas são compostas por Gleyssolos, solos<br />
hidromórficos, <strong>de</strong> textura argilosa que ocorrem em várzeas (XAVIER, 2005; SOUZA, 2007;<br />
SAUNITTI 2003). As áreas <strong>de</strong> alta fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> ocupam, principalmente, as regiões próximas ao<br />
reservatório e aos vales <strong>do</strong>s rios (SOUZA, 2007), e são ocupa<strong>da</strong>s principalmente por áreas<br />
urbanas nas regiões próximas aos pontos P1, P3 e P5, por aglomera<strong>do</strong>s urbanos, como po<strong>de</strong><br />
ser observa<strong>do</strong> pela Figura 5.12, situação que oferece risco ao excesso <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>
75<br />
sedimentos, e também ao <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos diretamente no leito <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>.<br />
De acor<strong>do</strong> com a Figura 5.12 po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que o uso <strong>do</strong> solo que apresenta maior<br />
pre<strong>do</strong>minância na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> é a agricultura, presente<br />
principalmente no alto curso e na margem direita <strong>do</strong> baixo curso, situação que oferece<br />
gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> nutrientes e sóli<strong>do</strong>s, situação preocupante <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eutrofização <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Segun<strong>do</strong> Xavier (2005), entre as<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas existentes na bacia, a agricultura é a mais importante e ocupa<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 63 km 2 , <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 214 km 2 .<br />
No estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Dias (1997) foi verifica<strong>do</strong> que os agricultores não a<strong>do</strong>tam<br />
épocas e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> adubos e agroquímicos, fato que dificulta a<br />
realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> manejo para as principais culturas pratica<strong>da</strong>s na bacia que são batata,<br />
feijão e milho. Esta autora também observou que os agricultores apresentaram baixo<br />
conhecimento e conscientização a respeito <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> solo, como controle <strong>de</strong><br />
erosão e uso correto <strong>de</strong> fertilizantes, que caso fossem realiza<strong>da</strong>s permitiriam a minimização<br />
<strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sedimentos e nutrientes para os recursos hídricos.<br />
A <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> abriga parte <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pólos industriais, a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Industrial <strong>de</strong> Curitiba (CIC) e a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial <strong>de</strong> Araucária (CIAR). As indústrias licencia<strong>da</strong>s<br />
na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> não apresentam maiores problemas, por serem em pequeno número e<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos sistemas <strong>de</strong> controle ambiental que possuem. As principais indústrias presentes<br />
na bacia são: Indústria <strong>de</strong> Papelão Hoerlle, Farinheira Lunar<strong>do</strong>n, Volvo <strong>do</strong> Brasil, Frigorífico<br />
Belpala<strong>da</strong>r, Abate<strong>do</strong>uro Campo Novo, Ouroplast e Frigorífico Bacacheri (XAVIER, 2005 e<br />
DIAS, 1997).<br />
No entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores obti<strong>do</strong>s para a relação entre DQO/DBO 20 5 ,<br />
apresenta<strong>do</strong>s pela Tabela 5.3, é possível que tenha ocorri<strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong> efluentes<br />
industriais no rio <strong>Passauna</strong>, pois foram observa<strong>do</strong>s valores próximos e maiores <strong>do</strong> que 4 na<br />
relação DQO/DBO 20 5 , característica que indica a presença <strong>de</strong> resíduos industriais<br />
recalcitrantes, ou seja, que apresentam difícil bio<strong>de</strong>grabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Os altos valores obti<strong>do</strong>s foram observa<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong>s os pontos amostrais e,<br />
principalmente, nas coletas realiza<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> julho e novembro, em que
76<br />
praticamente to<strong>do</strong>s os pontos apresentaram valores acima <strong>de</strong> 4. Se verifica<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
vazão na Tabela 5.1, observa-se que os altos valores verifica<strong>do</strong>s ocorrem em função <strong>de</strong> altas<br />
e baixas vazões.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.12 permite observar que os pontos P1, P3 e P5 estão localiza<strong>do</strong>s<br />
próximos a núcleos urbanos, o que confere a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgoto<br />
<strong>do</strong>méstico no rio <strong>Passauna</strong> nas áreas que não possuem esgotamento sanitário. Esta<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é em parte <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> pelas violações, para os pontos P1, P3 e P5, aos<br />
limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05, para os parâmetros <strong>de</strong> Fósforo<br />
Total e Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>. Como coloca<strong>do</strong> anteriormente, o Fósforo Total é um indica<strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong> poluição por esgotos <strong>do</strong>mésticos, enquanto as violações <strong>de</strong> OD mostram que ocorreram<br />
processos <strong>de</strong> consumo excessivo <strong>de</strong> oxigênio <strong>do</strong> corpo hídrico, provavelmente pelo excesso<br />
<strong>de</strong> matéria orgânica presente na água, característica que sozinha não indica poluição por<br />
esgotos <strong>do</strong>mésticos. No entanto, a associação entre as violações <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>is parâmetros<br />
mostra que existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s violações estarem ocorren<strong>do</strong> em função <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares.<br />
De acor<strong>do</strong> com a SANEPAR (2004), 25,97% <strong>do</strong>s esgotos gera<strong>do</strong>s na bacia são<br />
coleta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> reservatório, porcentagem referente aos municípios <strong>de</strong> Curitiba,<br />
Campo Largo e Campo Magro, pois nos municípios <strong>de</strong> Araucária e Almirante Taman<strong>da</strong>ré não<br />
existem ligações <strong>de</strong> esgoto (XAVIER, 2005). Os núcleos urbanos apresentam-se em razoável<br />
expansão, e a bacia possui ocupações urbanas irregulares que trazem preocupações em se<br />
tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> manancial (SAUNITTI, 2003). As violações observa<strong>da</strong>s para os pontos<br />
amostrais que possuem proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com núcleos urbanos, mostram que existe pressão<br />
<strong>de</strong>stas áreas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
5.2.2. Área P1<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P1<br />
permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05 para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />
Além <strong>do</strong>s usos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> Dias (1997), neste trecho encontra-se o antigo Lixão<br />
<strong>da</strong> Lamenha Pequena, que está <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> e situa-se na porção nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong>
77<br />
<strong>Passauna</strong>, a aproxima<strong>da</strong>mente 150 m <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situação que oferece risco <strong>de</strong><br />
contaminação <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio, e consequentemente <strong>da</strong> água <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
Observa-se que o ponto P1 encontra-se logo a jusante <strong>de</strong> uma área urbana<br />
<strong>do</strong>miciliar, o que confere gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos.<br />
Outra característica verifica<strong>da</strong> foi que, apesar <strong>de</strong> existir gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas<br />
ocupa<strong>da</strong>s por florestas (floresta em estágio inicial, médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, e<br />
áreas <strong>de</strong> reflorestamento), também ocorre gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> áreas agrícolas,<br />
principalmente na margem direita <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, o que também po<strong>de</strong> influenciar para o<br />
aporte <strong>de</strong> nutrientes e sedimentos no corpo d’água.<br />
A Tabela 5.7 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P1, conforme os limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
TABELA 5. 7 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P1<br />
Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P1<br />
Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />
DBO 2 9,0<br />
OD 1 19,6<br />
Fósforo Total 2 15,0<br />
Turbi<strong>de</strong>z 1 108,0<br />
A análise <strong>da</strong> Tabela 5.7 permite <strong>de</strong>duzir que apesar <strong>de</strong> ocorrerem violações neste<br />
ponto, estas não foram muito significativas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à porcentagem observa<strong>da</strong> acima <strong>do</strong> valor<br />
limite estabeleci<strong>do</strong> pela legislação, com exceção <strong>do</strong> parâmetro Turbi<strong>de</strong>z, que apresenta<br />
violação com valores 108% acima <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
No entanto, esta violação foi observa<strong>da</strong> na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, para a qual foi registra<strong>da</strong><br />
a maior vazão entre to<strong>da</strong>s as coletas realiza<strong>da</strong>s, o que mostra que possivelmente apenas<br />
ocorram violações <strong>de</strong>ste parâmetro em eventos climáticos com precipitação mais intensa.<br />
As violações referentes aos parâmetros DBO, OD e Fósforo Total, indicam a<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares, pois os aumentos em termos <strong>de</strong> DBO no<br />
corpo hídrico são provoca<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> origem pre<strong>do</strong>minantemente orgânica,<br />
principalmente relaciona<strong>do</strong>s a esgotos <strong>do</strong>miciliares, enquanto a presença <strong>de</strong> Fósforo Total<br />
também relaciona-se a este tipo <strong>de</strong> influência. Nas diversas visitas a campo realiza<strong>da</strong>s para
78<br />
coleta <strong>de</strong> água, e posteriormente para a aplicação <strong>do</strong> questionário, foi observa<strong>da</strong> a presença<br />
<strong>de</strong> invasões às margens <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> no bairro localiza<strong>do</strong> a montante <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> coleta<br />
<strong>de</strong> água.<br />
A violação relaciona<strong>da</strong> à Turbi<strong>de</strong>z esteve relaciona<strong>da</strong> à alta vazão para este ponto,<br />
1,64 m 3 /s (Tabela 5.1), a maior vazão registra<strong>da</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, o que<br />
permite <strong>de</strong>duzir que esta violação ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao escoamento superficial <strong>da</strong>s áreas<br />
urbanas e <strong>da</strong>s áreas agrícolas, o que contribuiu para o aumento <strong>da</strong> turbi<strong>de</strong>z observa<strong>da</strong> no rio<br />
<strong>Passauna</strong>.<br />
Um aspecto que se faz necessário citar foi a alta concentração verifica<strong>da</strong> para DQO<br />
na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril (Figura 5.2), no qual foi registra<strong>da</strong> a maior vazão observa<strong>da</strong> para<br />
este ponto (Tabela 5.1). Uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s verifica<strong>da</strong>s para esta resposta é a influência<br />
<strong>do</strong> lixão <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> <strong>da</strong> Lamenha Pequena na elevação <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> DQO no rio<br />
<strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao vazamento <strong>de</strong> lixivia<strong>do</strong>, efluente caracteriza<strong>do</strong> como recalcitrante.<br />
Conforme coloca Xavier (2005), a montante <strong>do</strong> reservatório encontra-se o antigo lixão <strong>da</strong><br />
Lamenha Pequena, que mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encerra<strong>do</strong> apresenta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
extravasamento <strong>do</strong> lixivia<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>, principalmente em épocas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
5.2.3. Área P2<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P2<br />
permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, o ponto P2 não apresenta proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com nenhuma<br />
área urbana <strong>do</strong>miciliar, no entanto verifica-se a presença <strong>de</strong> ampla área urbaniza<strong>da</strong> na<br />
margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia. Po<strong>de</strong>-se notar também, a presença, quase que pre<strong>do</strong>minante,<br />
<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> agricultura na margem direita <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, além <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> mineração<br />
localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>do</strong> ponto.<br />
A Tabela 5.8 apresenta os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água viola<strong>do</strong>s para o ponto<br />
P2, conforme a Resolução CONAMA nº 357/05.
79<br />
TABELA 5. 8 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P2<br />
Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P2<br />
Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />
DBO 1 19,8<br />
OD 1 14,4<br />
Turbi<strong>de</strong>z 1 288,0<br />
De acor<strong>do</strong> com as violações obti<strong>da</strong>s para o ponto P2, observa-se que, apesar <strong>de</strong><br />
terem ocorri<strong>do</strong> violações, estas não foram muito significativas, como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong><br />
pelo número <strong>de</strong> vezes que ca<strong>da</strong> parâmetro teve sua concentração viola<strong>da</strong>, e pelo porcentual<br />
viola<strong>do</strong> acima <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA nº 357/05, com exceção <strong>do</strong><br />
parâmetro Turbi<strong>de</strong>z, o qual apresentou violação com valor 288% acima <strong>do</strong> limite<br />
estabeleci<strong>do</strong> pela legislação.<br />
Desta forma, não se observa nenhuma influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, para<br />
este ponto amostral, que <strong>de</strong>termine forte pressão sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nesta região. A<br />
violação observa<strong>da</strong> para o parâmetro Turbi<strong>de</strong>z ocorreu na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, cuja vazão<br />
não foi obti<strong>da</strong>, porém, se verifica<strong>do</strong> o ponto a montante nota-se que a vazão foi a mais alta<br />
registra<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta. Assim, é possível indicar a contribuição <strong>do</strong> escoamento<br />
superficial para a ocorrência <strong>da</strong> violação <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />
As violações para a DBO e Turbi<strong>de</strong>z ocorreram na coleta <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> abril, o que indica<br />
que o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por oxigênio po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> pelo alto teor <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s no<br />
corpo hídrico, possivelmente como consequência <strong>do</strong> escoamento superficial <strong>da</strong>s áreas<br />
agrícolas, <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> mineração, ou <strong>da</strong>s áreas urbanas localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>do</strong> ponto P2.<br />
5.2.4. Área P3<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P3<br />
permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
Observa-se que o ponto P3 situa-se próximo a áreas urbaniza<strong>da</strong>s <strong>do</strong>miciliares, o que<br />
confere a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>miciliares.<br />
Nota-se a presença <strong>de</strong> indústrias na margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia, além <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> áreas<br />
<strong>de</strong> agricultura na margem direita, porém <strong>de</strong> forma não pre<strong>do</strong>minante. A presença <strong>de</strong> áreas
80<br />
ocupa<strong>da</strong>s por floresta em estágio médio ou avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração é ampla em ambas as<br />
margens próximas a este ponto.<br />
A Tabela 5.9 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P3, conforme a<br />
Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
TABELA 5. 9 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P3<br />
Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P3<br />
Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />
OD 2 10,8<br />
Fósforo Total 4 100,0<br />
De acor<strong>do</strong> com as violações obti<strong>da</strong>s para o ponto P3, observa-se que a diminuição<br />
<strong>do</strong>s valores <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD no corpo hídrico, po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> ao aporte <strong>de</strong><br />
sedimentos e nutrientes no reservatório, mesmo que não sejam observa<strong>da</strong>s violações<br />
referentes a estas características. Situação que po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sedimentação <strong>do</strong>s<br />
sóli<strong>do</strong>s e nutrientes que chegam à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> represa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a não interferir em<br />
parâmetros como turbi<strong>de</strong>z, no entanto, a carga <strong>de</strong>stes materiais acabam influencian<strong>do</strong> para<br />
uma diminuição <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong> na água.<br />
Em relação ao Fósforo Total, este aparece em águas naturais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> principalmente<br />
às <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos sanitários, em que os <strong>de</strong>tergentes constituem a principal fonte, o<br />
que seria um indicativo <strong>da</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>mésticos em áreas próximas ao ponto P3.<br />
O ponto P3 é caracteriza<strong>do</strong> como ambiente intermediário, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução<br />
CONAMA nº 357/05, possui um valor limite <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> Fósforo Total muito mais<br />
restrito <strong>do</strong> que o estipula<strong>do</strong> para os outros pontos amostrais, caracteriza<strong>do</strong>s como<br />
ambientes lóticos.<br />
Conforme po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 5.7, mesmo apresentan<strong>do</strong> violação para este<br />
parâmetro, o nível <strong>de</strong> concentração registra<strong>do</strong> para o ponto P3 em to<strong>da</strong>s as coletas<br />
realiza<strong>da</strong>s é o segun<strong>do</strong> mais baixo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos amostrais. No entanto, por ser a área<br />
<strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> reservatório, as violações <strong>de</strong> fósforo total trazem gran<strong>de</strong> preocupação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eutrofização <strong>do</strong> reservatório. O Fósforo constitui-se em um <strong>do</strong>s principais<br />
nutrientes para os processos biológicos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, em excesso po<strong>de</strong> conduzir à
81<br />
eutrofização em águas naturais. As violações <strong>de</strong> fósforo total po<strong>de</strong>m ter si<strong>do</strong> influencia<strong>da</strong>s<br />
por <strong>de</strong>spejos urbanos <strong>do</strong>miciliares e/ou por áreas agrícolas localiza<strong>da</strong>s a montante <strong>de</strong>ste.<br />
5.2.5. Área P4<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P4<br />
permitiu observar possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 5.12, este é um ponto bastante particular entre<br />
to<strong>do</strong>s os pontos amostrais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por esta pesquisa. Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>do</strong> ponto P4<br />
localizar-se logo após o Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e, portanto, apresentar a característica<br />
<strong>de</strong> não sofrer influência direta <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong>s áreas localiza<strong>da</strong>s a montante,<br />
pois o reservatório funciona como um “tanque <strong>de</strong> sedimentação”, promoven<strong>do</strong> a diminuição<br />
<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s na saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> reservatório, além <strong>do</strong>s processos internos <strong>de</strong><br />
auto<strong>de</strong>puração. Desta forma, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água observa<strong>da</strong> no ponto P4 está<br />
intrinsecamente relaciona<strong>da</strong> aos processos biológicos e físico-químicos que ocorrem na<br />
represa, em função <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> carga polui<strong>do</strong>ra e <strong>da</strong>s características internas <strong>da</strong> represa,<br />
aspectos que não são objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />
A Tabela 5.10 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P4, conforme a<br />
Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
TABELA 5. 10 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P4<br />
Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P4<br />
Parâmetro viola<strong>do</strong> Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />
OD 2 22,8<br />
De acor<strong>do</strong> com as violações observa<strong>da</strong>s para o ponto P4, observa-se que as duas<br />
violações existentes referem-se ao parâmetro <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> e, portanto, estão<br />
relaciona<strong>da</strong>s aos processos que ocorrem no reservatório, que em função <strong>da</strong> presença <strong>de</strong><br />
nutrientes, matéria orgânica e sóli<strong>do</strong>s, oferece condições para a diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong><br />
OD.
82<br />
5.2.6. Área P5<br />
A análise <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> área localiza<strong>da</strong> a montante <strong>do</strong> ponto P5<br />
permitiu observar as possíveis influências para a ocorrência <strong>da</strong>s violações aos limites<br />
estabeleci<strong>do</strong>s para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água pela Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
Da Figura 5.12 po<strong>de</strong>-se observar que o ponto P5 está localiza<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma área<br />
urbana <strong>do</strong>miciliar o que confere gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água por<br />
meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico. Nota-se também que a margem direita <strong>da</strong> bacia é<br />
ocupa<strong>da</strong>, principalmente, por áreas <strong>de</strong> agricultura e <strong>de</strong> floresta em estágio médio ou<br />
avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> regeneração, enquanto a margem esquer<strong>da</strong> é ocupa<strong>da</strong> principalmente por<br />
campos ou áreas antropiza<strong>da</strong>s, área urbana e por algumas indústrias.<br />
A Tabela 5.11 apresenta os parâmetros viola<strong>do</strong>s para o ponto P5, com base na<br />
Resolução CONAMA nº 357/05.<br />
TABELA 5. 11 – QUADRO DE VIOLAÇÕES PARA O PONTO P5<br />
Quadro <strong>de</strong> violações para o ponto P5<br />
Parâmetros viola<strong>do</strong>s Nº <strong>de</strong> violações % <strong>de</strong> violação<br />
DBO 1 50,4<br />
OD 6 48,6<br />
Fósforo Total 3 26,7<br />
De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> violação <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />
apresenta<strong>do</strong>s para o ponto P5, observa-se que existe constante e consi<strong>de</strong>rável poluição no<br />
local, tanto pelo número <strong>de</strong> violações para os parâmetros <strong>de</strong> OD e Fósforo Total, como<br />
também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às porcentagens apresenta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> violação sobre os limites estabeleci<strong>do</strong>s<br />
pela legislação.<br />
As violações referentes às concentrações <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> indicam que o corpo<br />
hídrico está com excesso <strong>de</strong> matéria orgânica, que para ser estabiliza<strong>da</strong> provocou a<br />
diminuição <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> OD. A violação a este parâmetro ocorreu em to<strong>da</strong>s as coletas<br />
realiza<strong>da</strong>s, porém somente foi verifica<strong>da</strong> uma violação referente à DBO, o que permite<br />
<strong>de</strong>duzir que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica presente foi suficiente para diminuir as<br />
concentrações <strong>de</strong> OD, mas não para elevar a concentração <strong>de</strong> DBO nas 5 cinco coletas que<br />
não ocorreram violação <strong>de</strong>ste parâmetro.
83<br />
As violações em relação às concentrações <strong>de</strong> Fósforo Total permitem supor que<br />
existe influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>mésticos, pelo fato <strong>da</strong> principal fonte <strong>de</strong> fósforo<br />
prover <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes. Porém, efluentes industriais e águas drena<strong>da</strong>s <strong>de</strong> áreas agrícolas e<br />
urbanas também po<strong>de</strong>m provocar a presença excessiva <strong>de</strong> Fósforo em águas naturais, usos<br />
estes que são encontra<strong>do</strong>s no baixo curso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
Cabe salientar que os valores <strong>da</strong>s concentrações observa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal<br />
para este ponto, nas coletas realiza<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> abril, julho e novembro, apresentaram<br />
altos valores <strong>de</strong> concentração frente a to<strong>do</strong>s os outros pontos amostrais, porém não<br />
configuraram em violação aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA nº 357/05,<br />
para este parâmetro. No entanto, a presença <strong>de</strong> Nitrogênio Amoniacal é uma indicação <strong>de</strong><br />
poluição recente, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pela Figura 5.12, observa-se que<br />
existe influência <strong>da</strong>s áreas urbanas <strong>do</strong>miciliares sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> neste<br />
trecho.<br />
Desta forma, o ponto P5 apresentou a situação mais crítica <strong>de</strong> comprometimento <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água entre to<strong>do</strong>s os pontos amostrais analisa<strong>do</strong>s, porém localiza-se em uma<br />
região que não influencia na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, situação<br />
que é <strong>de</strong> certa forma benéfica pelo fato <strong>de</strong> não influir na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que é capta<strong>da</strong><br />
para abastecimento público. Apesar <strong>da</strong>s violações observa<strong>da</strong>s, o rio <strong>Passauna</strong>, afluente <strong>do</strong><br />
rio Iguaçu, serve como meio dilui<strong>do</strong>r <strong>da</strong> poluição presente neste último, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos baixos<br />
valores registra<strong>do</strong>s pelos parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para o rio <strong>Passauna</strong>, e pelo alto<br />
grau <strong>de</strong> poluição existente no rio Iguaçu.<br />
5.3. Análise <strong>da</strong> Percepção Ambiental <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res<br />
A análise <strong>da</strong> percepção ambiental <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as relações existentes na<br />
<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, foi realiza<strong>da</strong> com base nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio<br />
<strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> 45 questionários, distribuí<strong>do</strong>s nas cinco áreas <strong>de</strong> análise a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s, com 9<br />
mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s por área. A aplicação <strong>do</strong>s questionários, contou com a participação<br />
<strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res voluntários, e foi realiza<strong>da</strong> sempre aos sába<strong>do</strong>s, no intuito <strong>de</strong> possibilitar a<br />
participação <strong>da</strong> maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res possível. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong><br />
questionário foi <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008 a janeiro <strong>de</strong> 2009.
84<br />
5.3.1. Respostas ao questionário<br />
To<strong>da</strong>s as respostas obti<strong>da</strong>s pela aplicação <strong>do</strong>s questionários foram compila<strong>da</strong>s em<br />
planilhas Excel, que foram organiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a área <strong>de</strong> análise. O questionário foi<br />
composto por questões objetivas, que foram compila<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong><br />
respostas para ca<strong>da</strong> alternativa, e por questões abertas, nas quais as respostas foram<br />
compila<strong>da</strong>s em “grupos chave” para a sintetização <strong>da</strong>s respostas.<br />
Nas questões abertas, o mora<strong>do</strong>r entrevista<strong>do</strong> pô<strong>de</strong> citar vários aspectos, o que<br />
explica o fato <strong>de</strong> que em alguns gráficos, na contagem total <strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações para<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto, ou “grupo chave”, a tabulação <strong>da</strong>s respostas atinja algumas vezes<br />
número maior que 9 respostas.<br />
5.3.1.1. Perfil Sócio-econômico<br />
As questões <strong>de</strong> número 1 a 8 abor<strong>da</strong>ram aspectos referentes ao perfil sócioeconômico<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
A Figura 5.13 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por sexo.<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Masculino<br />
Feminino<br />
FIGURA 5. 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SEXO<br />
Observa-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo feminino sobre o masculino, com 17 homens e<br />
28 mulheres entrevista<strong>da</strong>s no total. Esta pre<strong>do</strong>minância ocorreu em função <strong>da</strong> maior
85<br />
presença <strong>de</strong> mulheres nas casas, nos horários em que as entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s, e <strong>da</strong><br />
maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> pelas mulheres para participação, pois, uma vez que o<br />
casal encontrava-se em casa, na maioria <strong>da</strong>s vezes, quan<strong>do</strong> distante <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> almoço,<br />
era a mulher que se colocava à disposição para a realização <strong>da</strong> entrevista. No entanto,<br />
próximo <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> almoço, pelo fato <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s mulheres respon<strong>de</strong>rem pelas<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>mésticas, o questionário era respondi<strong>do</strong> por homens.<br />
Observou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo feminino em três <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, P2, P4<br />
e P5, com gran<strong>de</strong> diferença apresenta<strong>da</strong> na área P5, com 7 mulheres entrevista<strong>da</strong>s, e na<br />
área P4, em que ocorreu pre<strong>do</strong>minância absoluta <strong>do</strong> sexo feminino sobre o masculino.<br />
Na distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por faixa etária, i<strong>de</strong>ntificou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong><br />
entrevista<strong>do</strong>s na faixa <strong>de</strong> 21 a 40 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> em três <strong>da</strong>s cinco áreas analisa<strong>da</strong>s, e em<br />
menor grau na faixa entre 41 e 60 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os jovens e i<strong>do</strong>sos apresentaram as<br />
menores participações, tanto na análise geral como por área. Na área P5 ocorreu a<br />
distribuição mais equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong> faixa etária <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entre as áreas.<br />
A Figura 5.14 apresenta o tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s no município e o<br />
tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio.<br />
70<br />
60<br />
50<br />
anos<br />
40<br />
30<br />
20<br />
Tempo Residência Domicílio<br />
Tempo Residência Município<br />
10<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 14 – TEMPO DE RESIDÊNCIA NO DOMICÍLIO versus MUNICÍPIO
86<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.14 permite observar que a área P5 possui o maior número <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res com o menor tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio, apresentan<strong>do</strong> uma média <strong>de</strong><br />
4,56 anos, a mais baixa verifica<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas. Em P1 e P4 a média verifica<strong>da</strong> foi <strong>de</strong><br />
10 e 10,56 anos respectivamente, enquanto as áreas P2 e P3 apresentaram médias <strong>de</strong> 18 e<br />
16,78 anos, as mais altas registra<strong>da</strong>s. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s indicam que possivelmente há<br />
uma maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res nas casas localiza<strong>da</strong>s na área P5, situação que ocorre<br />
em menor grau nas outras áreas analisa<strong>da</strong>s. Esta característica po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> a uma<br />
série <strong>de</strong> fatores, como o baixo custo <strong>da</strong>s casas e a falta <strong>de</strong> infra-estrutura na área P5.<br />
Em relação ao tempo <strong>de</strong> residência no município, P4 possui a menor média registra<strong>da</strong><br />
com 13,11 anos; segui<strong>do</strong> por P1 com 14,50; P5 com 16,78; P2 com 23,33 e P3 com 26 anos.<br />
De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s observa-se que apesar <strong>de</strong> haver maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />
na área P5, a mesma situação não ocorre na análise <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> residência no município. As<br />
áreas P2 e P3 permaneceram com as maiores médias verifica<strong>da</strong>s.<br />
Na análise <strong>do</strong> número <strong>de</strong> pessoas por <strong>do</strong>micílio, a observação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s permitiu<br />
verificar que as áreas P2 e P4 apresentaram o maior número <strong>de</strong> pessoas por <strong>do</strong>micílio com<br />
média <strong>de</strong> 5 e 4 mora<strong>do</strong>res respectivamente, segui<strong>do</strong> pelas áreas P1 e P3 que apresentaram o<br />
mesmo índice <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 4 mora<strong>do</strong>res, e pela área P5 que apresentou o menor<br />
índice, com aproxima<strong>da</strong>mente 3 pessoas por <strong>do</strong>micílio.<br />
A Figura 5.15 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.<br />
8<br />
7<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
1 a 2 salários<br />
2 a 4 salários<br />
4 a 8 salários<br />
8 ou mais salários<br />
FIGURA 5. 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FAIXA DE RENDA
87<br />
Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, as áreas P2 e P3 apresentaram o maior número <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res com a menor faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> observa<strong>da</strong>, que é <strong>de</strong> 1 a 2 salários mínimos, ambas<br />
com 3 mora<strong>do</strong>res, enquanto as áreas P1 e P2 apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />
com a maior faixa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, acima <strong>de</strong> 8 salários mínimos, com 4 e 2 mora<strong>do</strong>res,<br />
respectivamente. O número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que possui ren<strong>da</strong> estima<strong>da</strong> entre 2 a 4 salários<br />
mínimos pre<strong>do</strong>minou na maioria <strong>da</strong>s áreas, principalmente na área P5 que apresentou 7<br />
mora<strong>do</strong>res com ren<strong>da</strong> nesta faixa. Na análise <strong>do</strong> gráfico observa-se que a área com menor<br />
índice sócio-econômico entre os entrevista<strong>do</strong>s é a área P5, que não apresentou mora<strong>do</strong>res<br />
com ren<strong>da</strong> acima <strong>de</strong> 4 salários mínimos. A área P1 apresentou a maior <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as<br />
áreas, com 5 mora<strong>do</strong>res na faixa <strong>de</strong> 1 a 4 salários mínimos, e 4 mora<strong>do</strong>res na faixa <strong>de</strong> 8 ou<br />
mais salários mínimos, enquanto as áreas P3 e P4 apresentaram maior equilíbrio entre as<br />
faixas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, com números próximos <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res distribuí<strong>do</strong>s nas faixas <strong>de</strong> 1 a 8<br />
salários mínimos.<br />
A Figura 5.16 apresenta a característica econômica <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise.<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Área <strong>de</strong> Análise<br />
própria<br />
aluga<strong>da</strong><br />
FIGURA 5. 16 – CARACTERÍSTICA ECONÔMICA DOS DOMICÍLIOS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.16 permite observar que nas áreas P2 e P3 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>m em casa própria, enquanto nas áreas P1 e P5 encontram-se o maior
88<br />
número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s que resi<strong>de</strong>m em casas aluga<strong>da</strong>s, com 4 e 3 mora<strong>do</strong>res,<br />
respectivamente. Esta característica coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res nas áreas P1 e P5, situação verifica<strong>da</strong> pela análise <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res nos <strong>do</strong>micílios, apresenta<strong>da</strong> anteriormente pela Figura 6.14, em que nestas<br />
mesmas áreas, P1 e P5, foram verifica<strong>do</strong>s os menores índices para tempo <strong>de</strong> residência no<br />
<strong>do</strong>micílio, com 4 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, e 5 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, que moram a menos <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>is anos nas residências nas quais encontram-se instala<strong>do</strong>s.<br />
A Figura 5.17 apresenta a distribuição <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s por grau <strong>de</strong> instrução.<br />
5<br />
4<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
1º g. inc. 1º g.<br />
comp.<br />
2º g.<br />
incomp.<br />
2º g.<br />
comp.<br />
Sup.<br />
Incomp.<br />
Sup.<br />
Comp.<br />
Pós-grad.<br />
Analf.<br />
Nível <strong>de</strong> instrução<br />
FIGURA 5. 17 – DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR GRAU DE INSTRUÇÃO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.17 permite i<strong>de</strong>ntificar que o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s, 13, apresentou 2º grau completo, segui<strong>do</strong> por 12 mora<strong>do</strong>res com 1º grau<br />
incompleto, 11 mora<strong>do</strong>res com 1º grau completo e 6 mora<strong>do</strong>res com 2º grau incompleto. As<br />
áreas que apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com grau <strong>de</strong> instrução mais eleva<strong>do</strong><br />
foram P1, P2 e P4, com 44,4% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que possuíam 2º grau completo ou mais,<br />
enquanto as áreas P3 e P5 apresentaram o maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com baixo grau <strong>de</strong><br />
instrução, as duas com 66,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que possuíam 1º grau completo ou menos. As
89<br />
duas únicas áreas que apresentaram mora<strong>do</strong>res cursan<strong>do</strong> o nível superior foram as áreas P1<br />
e P4, e não houve ocorrência <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com pós-graduação ou curso superior completo.<br />
Na análise geral, os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram baixo grau <strong>de</strong> instrução,<br />
o que <strong>de</strong> certa forma limita a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> incrementar o nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> apresenta<strong>do</strong><br />
pela Figura 6.15.<br />
5.3.1.2. Visão sobre meio ambiente<br />
A proposta <strong>de</strong>sta questão foi fazer com que os mora<strong>do</strong>res apresentassem elementos<br />
que eles consi<strong>de</strong>ram parte <strong>do</strong> meio ambiente, com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar se a visão <strong>do</strong><br />
mora<strong>do</strong>r sobre o meio ambiente era restrita ou abrangente. Os mora<strong>do</strong>res que fizeram<br />
apenas a indicação <strong>de</strong> elementos <strong>da</strong> natureza, como rios, árvores e animais, por exemplo,<br />
foram caracteriza<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> meio ambiente naturalista e,<br />
portanto mais restrita, pois não consi<strong>de</strong>raram o ser humano como parte <strong>de</strong>ste meio. No<br />
entanto, os mora<strong>do</strong>res que fizeram a indicação <strong>de</strong> elementos naturais, juntamente com a<br />
indicação <strong>do</strong> ser humano e <strong>de</strong> elementos antropogênicos, foram caracteriza<strong>do</strong>s como<br />
<strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> meio ambiente mais abrangente, não relaciona<strong>da</strong> somente a<br />
aspectos naturais, mas que i<strong>de</strong>ntifica o ser humano como parte integrante e modifica<strong>do</strong>ra<br />
<strong>de</strong>ste meio.<br />
A Figura 5.18 apresenta a relação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senhos realiza<strong>do</strong>s por área <strong>de</strong> análise e sua<br />
classificação quanto à visão <strong>de</strong> meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
5<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
naturalista<br />
abrangente<br />
FIGURA 5. 18 – DESENHOS REALIZADOS POR ÁREA DE ANÁLISE
90<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.18 permite observar que apenas 11 mora<strong>do</strong>res optaram por<br />
<strong>de</strong>senhar, sen<strong>do</strong> muitas vezes apresenta<strong>da</strong> a justificativa <strong>de</strong> que não era possível fazê-lo,<br />
pois não havia habili<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal para executar o <strong>de</strong>senho. Observa-se que apenas 3<br />
mora<strong>do</strong>res apresentaram uma visão abrangente sobre meio ambiente, enquanto o restante<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res se limitaram a <strong>de</strong>senhar aspectos estritamente naturais.<br />
A Figura 5.19 apresenta a relação <strong>da</strong>s citações realiza<strong>da</strong>s por área <strong>de</strong> análise e sua<br />
classificação quanto a visão <strong>de</strong> meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
naturalista<br />
abrangente<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 19 – CITAÇÕES REALIZADAS POR ÁREA DE ANÁLISE<br />
Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> pela Figura 5.19, as áreas P4 e P5 apresentaram o maior<br />
número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s que citaram questões vincula<strong>da</strong>s a uma visão abrangente sobre o<br />
meio ambiente, ambas as áreas com 3 mora<strong>do</strong>res ca<strong>da</strong>, enquanto a visão restrita, com a<br />
indicação <strong>de</strong> aspectos estritamente naturalistas, prevaleceu nas áreas P1, P2 e P3.<br />
A análise geral <strong>da</strong>s respostas permite observar que a área P4 apresentou o maior<br />
número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, 4 entre os 9 entrevista<strong>do</strong>s, que estabeleceram relações mais<br />
abrangentes, segui<strong>do</strong> pela área P5 com 3 mora<strong>do</strong>res, P2 e P3 com 2 mora<strong>do</strong>res, e por último<br />
P1 com apenas 1 mora<strong>do</strong>r.
91<br />
5.3.1.3. Questões gerais<br />
As questões <strong>de</strong> número 10 a 37 abor<strong>da</strong>ram diversos temas relaciona<strong>do</strong>s a meio<br />
ambiente, gestão <strong>de</strong> bacias hidrográficas, problemática ambiental, ação pessoal em prol <strong>do</strong><br />
meio ambiente e percepção ambiental.<br />
A Figura 5.20 apresenta as respostas à pergunta “Você se preocupa com problemas<br />
ambientais? Por que?”.<br />
10<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Sim<br />
Não<br />
FIGURA 5. 20 – PREOCUPAÇÃO DOS MORADORES QUANTO AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.20 permite i<strong>de</strong>ntificar que somente as áreas P2 e P5<br />
apresentaram mora<strong>do</strong>res que disseram não se importar com problemas ambientais,<br />
totalizan<strong>do</strong> apenas 2 mora<strong>do</strong>res. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s mostram como a questão<br />
ambiental parece estar difundi<strong>da</strong> entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, e <strong>de</strong> como,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> visão existente sobre meio ambiente, existe o reconhecimento por parte<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um ambiente equilibra<strong>do</strong>. Um aspecto que<br />
provavelmente está relaciona<strong>do</strong> ao eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram sim é a<br />
divulgação massiva pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>da</strong> problemática ambiental, principalmente<br />
a relaciona<strong>da</strong> ao “aquecimento global”.<br />
A Figura 5.21 apresenta quais foram as razões cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para a<br />
preocupação apresenta<strong>da</strong> na questão anterior.
92<br />
nº entrevista<strong>do</strong>s<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
consequências às populações<br />
problemas ambientais<br />
outros<br />
não sabe<br />
não respon<strong>de</strong>u<br />
FIGURA 5. 21 – RAZÕES DAS PREOCUPAÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.21 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 53,3%,<br />
afirmou que a preocupação <strong>de</strong>ve-se a “problemas ambientais”, relaciona<strong>do</strong>s estritamente a<br />
impactos físicos como a escassez <strong>de</strong> água, o excesso <strong>de</strong> poluição e lixo, o <strong>de</strong>sequilíbrio<br />
ambiental <strong>do</strong> planeta, aquecimento global, entre outros. Por mais que to<strong>do</strong>s os temas<br />
cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res apresentem relação com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população em<br />
geral, no discurso <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res esta conexão não foi apresenta<strong>da</strong>.<br />
O segun<strong>do</strong> aspecto mais cita<strong>do</strong> entre os mora<strong>do</strong>res, com 40,0%, foi o item<br />
“conseqüências às populações”, no qual os problemas ambientais foram relaciona<strong>do</strong>s aos<br />
impactos sobre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A porcentagem <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que indicou esta relação foi<br />
maior que a apresenta<strong>da</strong> na questão sobre a visão <strong>de</strong> meio ambiente, na qual apenas 26,6%<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res apresentaram uma visão mais abrangente <strong>de</strong> meio ambiente, relacionan<strong>do</strong> o<br />
ser humano com o ambiente. Possivelmente esta diferença ocorreu pela pergunta<br />
apresentar a expressão “problemas ambientais”, o que trouxe maior conexão entre os<br />
aspectos ambientais e a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, situação que não ocorreu com a expressão “meio<br />
ambiente”, que ain<strong>da</strong> é relaciona<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante com aspectos estritamente<br />
naturais.<br />
No item “outros” foram reuni<strong>da</strong>s as questões que não se enquadraram em nenhum<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grupos anteriores, com respostas diversas, como a indicação <strong>do</strong> papel <strong>da</strong> mídia
93<br />
como principal influente na motivação <strong>da</strong>s pessoas para a preocupação com os problemas<br />
ambientais; por causa <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantar mais árvores; pela questão ambiental ser<br />
algo prioritário, entre outras questões cita<strong>da</strong>s.<br />
As citações relaciona<strong>da</strong>s ao item “consequências às populações” foram realiza<strong>da</strong>s<br />
principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P5, P2, P3 e P1, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> citações, enquanto as citações relaciona<strong>da</strong>s ao item “problemas ambientais” foram<br />
realiza<strong>da</strong>s com mais ênfase pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4, P2, P3 e P5, também em or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> número <strong>de</strong> citações. Mesmo sem estar diretamente relaciona<strong>da</strong>, a<br />
importância atribuí<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res aos problemas ambientais po<strong>de</strong> estar liga<strong>da</strong> a uma<br />
preocupação com o bem estar <strong>da</strong>s pessoas, pois direta ou indiretamente, as condições<br />
ambientais exercem influência sobre a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
A Figura 5.22 apresenta as respostas à pergunta “No seu entendimento qual o maior<br />
problema ambiental <strong>do</strong> planeta?”.<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
poluição <strong>da</strong> água<br />
lixo<br />
poluição <strong>do</strong> ar<br />
efeitos globais<br />
<strong>de</strong>smatamento<br />
consciência pessoas<br />
poluição<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 22 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO PLANETA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.22 permite observar que as questões mais cita<strong>da</strong>s pelos<br />
mora<strong>do</strong>res foram relaciona<strong>da</strong>s à poluição <strong>da</strong> água e ao <strong>de</strong>smatamento, com 10 citações para<br />
ca<strong>da</strong> item, e em menor proporção relaciona<strong>da</strong>s à poluição, com 7 citações. Apesar <strong>de</strong> terem
94<br />
ocorri<strong>do</strong> citações que envolveram a questão <strong>do</strong> lixo, <strong>do</strong>s efeitos globais e <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong><br />
poluição <strong>do</strong> ar, estas apresentaram menor proporção <strong>de</strong> citações, com 6, 4 e 3,<br />
respectivamente. A citação <strong>do</strong> item “consciência <strong>da</strong>s pessoas” ocorreu três vezes, uma vez<br />
por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3 e duas vezes por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1. Esta indicação<br />
apresentou uma posição relaciona<strong>da</strong> ao papel <strong>da</strong>s pessoas como produtoras <strong>de</strong> problemas<br />
ambientais, sen<strong>do</strong> esta ação consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta. A<br />
resposta “não sei” foi obti<strong>da</strong> somente na área P2, por 3 mora<strong>do</strong>res, e na área P5, por 2<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
Esta pergunta trouxe respostas que foram bastante gerais, relaciona<strong>da</strong>s a<br />
conhecimentos e informações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre problemas globais, que são<br />
provavelmente provenientes <strong>de</strong> informações produzi<strong>da</strong>s pela mídia em geral, e talvez em<br />
algum momento relaciona<strong>da</strong>s a experiências pessoais locais.<br />
A Figura 5.23 apresenta as respostas à pergunta “Qual o maior problema ambiental<br />
<strong>do</strong> seu bairro ou região?”.<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
água/esgoto<br />
lixo/limpeza<br />
indústrias<br />
poluição<br />
ar<br />
violência/falta segurança<br />
outros<br />
não tem<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 23 – MAIOR PROBLEMA AMBIENTAL DO BAIRRO OU REGIÃO
95<br />
Observa-se que, ao contrário <strong>da</strong> pergunta anterior, esta questão trouxe um olhar<br />
sobre situações cotidianas, relaciona<strong>da</strong>s a aspectos <strong>do</strong> dia-a-dia <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, o que<br />
possibilitou a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas específicos referentes a ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise.<br />
Os problemas relaciona<strong>do</strong>s a lixo e limpeza <strong>do</strong> bairro foram cita<strong>do</strong>s principalmente<br />
por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, sen<strong>do</strong> também cita<strong>do</strong>s problemas relaciona<strong>do</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água <strong>do</strong> rio, poluição e vizinhança. Na área P2 os mora<strong>do</strong>res citaram principalmente três<br />
aspectos: poluição <strong>da</strong> água, problemas relaciona<strong>do</strong>s a lixo e limpeza <strong>do</strong> bairro, e a indicação<br />
<strong>de</strong> que não existem problemas ambientais a área. Esta última indicação apresentou o maior<br />
número <strong>de</strong> citações entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, o que coloca a área P2 como possui<strong>do</strong>ra<br />
<strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental segun<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
Problemas relaciona<strong>do</strong>s às indústrias, e consequente impacto na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ar,<br />
foram enfatiza<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, que apresentaram muitas<br />
reclamações sobre uma empresa localiza<strong>da</strong> no bairro que faz emissões <strong>de</strong> gases poluentes.<br />
Na área P3 não ocorreu <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um problema ambiental principal, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> uma<br />
varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas distintos. Na área P5, o problema mais cita<strong>do</strong> foi a questão <strong>do</strong> lixo e<br />
limpeza <strong>do</strong> bairro, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong>s também uma série <strong>de</strong> problemas, <strong>da</strong> mesma forma que na<br />
área P3, relaciona<strong>do</strong>s a água e esgoto, poluição, indústrias, entre outros. A característica<br />
apresenta<strong>da</strong> nas áreas P3 e P5, mostra que estas áreas possuem possivelmente baixa<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas apresenta<strong>do</strong>s, apesar <strong>do</strong> pequeno<br />
número <strong>de</strong> indicações para ca<strong>da</strong> item.<br />
A Figura 5.24 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe o que é um manancial?”.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.24 permite observar que nas áreas P1, P2 e P5 pre<strong>do</strong>minaram<br />
mora<strong>do</strong>res que não souberam respon<strong>de</strong>r o que é um manancial, com apenas 3 mora<strong>do</strong>res<br />
que respon<strong>de</strong>ram “sim”. Nas áreas localiza<strong>da</strong>s próximas ao Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong><br />
ocorreram os maiores índices <strong>de</strong> respostas afirmativas, em que a área P3 obteve o maior<br />
número <strong>de</strong> citações registra<strong>da</strong>s, segui<strong>da</strong> pela área P4. Este resulta<strong>do</strong> mostra a influência <strong>do</strong><br />
local em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m sobre o conhecimento <strong>de</strong> algumas questões, pois nas<br />
duas áreas localiza<strong>da</strong>s próximas ao Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>, P3 e P4, ocorreram<br />
pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram conhecer o que significava manancial. Desta<br />
forma, é provável que por saber que o Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> é utiliza<strong>do</strong> para
96<br />
abastecimento público, e por estar próximo a esta área, os mora<strong>do</strong>res apresentaram maior<br />
conhecimento sobre este termo.<br />
nº respostas<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Sim<br />
Não<br />
FIGURA 5. 24 – CONHECIMENTO SOBRE MANANCIAL<br />
A Figura 5.25 apresenta as resposta à pergunta “Você sabe o que é uma bacia<br />
hidrográfica?”.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Sim<br />
Não<br />
FIGURA 5. 25 – CONHECIMENTO SOBRE BACIA HIDROGRÁFICA
97<br />
Observa-se que em to<strong>da</strong>s as áreas houve pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram<br />
não saber o que significa o termo bacia hidrográfica. A área P3 apresentou o maior índice <strong>de</strong><br />
respostas afirmativas, contabilizan<strong>do</strong> 3 respostas “sim”, segui<strong>do</strong> por P1 e P5, ambos com 2<br />
respostas “sim”, e P2 e P4 com apenas uma resposta afirmativa ca<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong><br />
maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica mostra que<br />
existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> não haver divulgação <strong>de</strong> informação, ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
ações governamentais relaciona<strong>da</strong>s a este contexto, fato que dificulta a compreensão <strong>da</strong><br />
influência que ações territoriais têm na bacia hidrográfica como um to<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.26 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe em qual bacia<br />
hidrográfica você se encontra? Qual?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Sim<br />
<strong>Passauna</strong><br />
Não<br />
FIGURA 5. 26 – CONHECIMENTO SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PASSAUNA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.26 permite observar que praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong>sconhecem em qual bacia hidrográfica estão localiza<strong>do</strong>s. Em to<strong>da</strong>s as áreas, com exceção<br />
<strong>da</strong> área P4, existe apenas um mora<strong>do</strong>r que i<strong>de</strong>ntificou a bacia hidrográfica na qual se<br />
encontra como a <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Na comparação entre este resulta<strong>do</strong> e<br />
o apresenta<strong>do</strong> pela questão anterior, observa-se que <strong>do</strong> número total <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que<br />
disseram conhecer o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica, apenas um número muito<br />
pequeno conseguiu i<strong>de</strong>ntificar o nome <strong>da</strong> bacia em que está situa<strong>do</strong>. Novamente,
98<br />
apresenta-se a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste resulta<strong>do</strong> ser influência <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> informações e ações<br />
governamentais, nas quais o contexto <strong>da</strong> bacia hidrográfica seja explicita<strong>do</strong> e <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.27 apresenta as resposta à pergunta “Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que<br />
passa mais próximo à sua casa?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
Sim<br />
<strong>Passauna</strong><br />
Iguaçu<br />
Não<br />
FIGURA 5. 27 – CONHECIMENTO SOBRE O RIO MAIS PRÓXIMO<br />
Observa-se que nas áreas P2 e P3 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res citaram o rio <strong>Passauna</strong> como o<br />
rio mais próximo, enquanto nas áreas P4 e P5 ocorreram indicações para o rio Iguaçu, cita<strong>do</strong><br />
por <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res e um mora<strong>do</strong>r, respectivamente. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram a<br />
possível influência informativa <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s principais rios presente no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, o rio<br />
Iguaçu, pois as citações a este rio ocorreram nas áreas próximas ao exutório <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no encontro com o rio Iguaçu. No entanto, esta indicação não<br />
proce<strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>da</strong>s áreas escolhi<strong>da</strong>s terem o rio <strong>Passauna</strong> como corpo hídrico mais<br />
próximo.<br />
Nas áreas localiza<strong>da</strong>s nas regiões mais afasta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, áreas<br />
P1 e P5, foi observa<strong>da</strong> a ocorrência <strong>de</strong> respostas negativas, principalmente na área P1, que é<br />
a área mais distante geograficamente <strong>da</strong> represa. Uma possível explicação para este<br />
resulta<strong>do</strong> é o fato <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> ser fortemente associa<strong>do</strong> à sua represa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, à
99<br />
medi<strong>da</strong> que a distância entre a área <strong>de</strong> análise e a represa aumenta, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> rio<br />
mais próximo como rio <strong>Passauna</strong> diminui.<br />
A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pela pesquisa é a <strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong> existir a indicação <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res para o rio Iguaçu, a referência física e visual <strong>do</strong> rio mais próximo é a <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> física existente entre as áreas <strong>de</strong> análise e o rio <strong>Passauna</strong>.<br />
A Figura 5.28 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?”.<br />
6<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
não sabe<br />
ótima<br />
boa<br />
regular<br />
ruim<br />
péssima<br />
FIGURA 5. 28 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO RIO MAIS PRÓXIMO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.28 permite observar que nenhum <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res classificou o<br />
rio indica<strong>do</strong> com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ótima, no entanto nas áreas P2, P3 e P4 ocorreram indicações<br />
prepon<strong>de</strong>rantes <strong>de</strong> que o rio possui quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa e regular. Apesar <strong>da</strong>s indicações positivas<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res na área P4, um terço <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s classificou o rio com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ruim e<br />
péssima. Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, 5 mora<strong>do</strong>res, indicaram que a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio é péssima. A área P1 também obteve prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> indicação para<br />
baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio, e apresentou o maior índice <strong>de</strong> citações para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ruim, com 4<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
Na classificação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, realiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res,<br />
observa-se em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente, os graus <strong>de</strong> poluição indica<strong>do</strong>s: P5, P1, P4, P3 e P2. Se
100<br />
compara<strong>da</strong>s as respostas obti<strong>da</strong>s nesta questão com o quadro <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> comprometimento<br />
<strong>do</strong>s 5 pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água (Figura 5.11), que em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong><br />
comprometimento apresentou a seguinte sequência P5, P1, P3, P2 e P4, observa-se certa<br />
semelhança principalmente com relação a indicação <strong>do</strong>s pontos mais comprometi<strong>do</strong>s.<br />
De acor<strong>do</strong> com a análise geral <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s observa-se que os mora<strong>do</strong>res, basea<strong>do</strong>s<br />
em suas percepções, classificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> quase <strong>da</strong> mesma forma que<br />
os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comprometimento em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, o que<br />
<strong>de</strong>monstra que os mora<strong>do</strong>res conseguem realizar uma distinção razoavelmente clara <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> localiza<strong>do</strong> próximo às suas residências.<br />
As Figuras 5.29 a 5.33 apresentam as respostas à pergunta “O que faz você indicar<br />
este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?”, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise.<br />
4<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
P1<br />
esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />
lixo no rio<br />
rio conserva<strong>do</strong><br />
falta <strong>de</strong> conservação<br />
sujeira / gosto / cor / cheiro<br />
sem resposta<br />
FIGURA 5. 29 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />
ÁREA P1<br />
O mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P1 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />
na área como o segun<strong>do</strong> mais poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais, no qual pre<strong>do</strong>minaram<br />
citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim”, atribuí<strong>da</strong>s principalmente a problemas <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar e<br />
lixo no rio, e citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima”, relaciona<strong>da</strong>s a sujeira e a percepção <strong>de</strong><br />
aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi<br />
composta por opiniões divergentes. Nesta área encontram-se casas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, que<br />
estão localiza<strong>da</strong>s nas margens <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, e <strong>de</strong>sta forma, possivelmente <strong>de</strong>spejam
101<br />
esgotos <strong>do</strong>mésticos no rio, aspecto cita<strong>do</strong> por alguns <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s como<br />
uma <strong>da</strong>s questões influentes para a baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na região.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.30, permite observar que na área P2, apesar <strong>da</strong> classificação <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res indicar o trecho mais próximo <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> com a segun<strong>da</strong> melhor avaliação<br />
<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong> aspectos relaciona<strong>do</strong>s à baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, até<br />
mesmo para a citação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi atribuí<strong>da</strong><br />
principalmente a aspectos <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> rio, no entanto, a indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
“regular” foi indica<strong>da</strong> por aspectos relaciona<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção, como presença <strong>de</strong> lixo no rio,<br />
<strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar e pela percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>da</strong> água.<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
P2<br />
lixo no rio<br />
cadáveres<br />
sujeira / cor / gosto / cheiro<br />
esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />
rio conserva<strong>do</strong><br />
não sabe<br />
sem resposta<br />
FIGURA 5. 30 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />
ÁREA P2<br />
A indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” foi atribuí<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> lixo e esgoto<br />
<strong>do</strong>miciliar, e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> cadáveres, que muitas vezes são<br />
“<strong>de</strong>sova<strong>do</strong>s” no rio segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observa-se que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com esta<br />
situação, possivelmente a questão <strong>da</strong> segurança no bairro seja um problema enfrenta<strong>do</strong><br />
pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2.<br />
Os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P3 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />
na área, como o menos poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
atribuí<strong>da</strong>, no qual pre<strong>do</strong>minaram citações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” atribuí<strong>da</strong>s ao fato <strong>do</strong> rio ser<br />
conserva<strong>do</strong>. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi novamente atribuí<strong>da</strong> a características divergentes,<br />
com a citação, por um la<strong>do</strong>, <strong>do</strong> problema <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar
102<br />
no rio, e por outro, <strong>da</strong> conservação <strong>do</strong> rio. A indicação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à<br />
falta <strong>de</strong> conservação, enquanto para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” foi indica<strong>da</strong> a questão <strong>da</strong> presença<br />
<strong>de</strong> algas.<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
lixo no rio<br />
rio conserva<strong>do</strong><br />
algas<br />
esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />
falta <strong>de</strong> conservação<br />
P3<br />
FIGURA 5. 31 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />
ÁREA P3<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.32, permite observar que na área P4 os mora<strong>do</strong>res classificaram<br />
o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong>, como o terceiro com pior<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. Nas citações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res pre<strong>do</strong>minaram<br />
aspectos relaciona<strong>do</strong>s à baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental foi<br />
cita<strong>da</strong> como aspecto atribuí<strong>do</strong> a manutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa”, o que é uma contradição.<br />
3<br />
nº respostas<br />
2<br />
1<br />
sujeira / cor / o<strong>do</strong>r / gosto<br />
lixo no rio<br />
rio conserva<strong>do</strong><br />
cadáveres<br />
esgoto <strong>do</strong>miciliar<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
P4<br />
falta <strong>de</strong> ativ. <strong>de</strong> EA<br />
outros<br />
FIGURA 5. 32 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />
ÁREA P4
103<br />
Observa-se novamente a indicação <strong>de</strong> que para os mora<strong>do</strong>res a presença <strong>de</strong><br />
cadáveres é fator influente para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, aspecto cita<strong>do</strong> três vezes e relaciona<strong>do</strong><br />
à condição <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” e “péssima”, situação que coloca a questão <strong>da</strong> violência<br />
como um <strong>do</strong>s prováveis problemas enfrenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res. Esta questão também foi<br />
apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a região <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong> parece ser local “usual” <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sova” <strong>de</strong> cadáveres, provavelmente por possuir<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> áreas que são afasta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> locais urbaniza<strong>do</strong>s, com pouco acesso e que<br />
não são monitora<strong>da</strong>s pela polícia, servin<strong>do</strong> assim como escon<strong>de</strong>rijo e local para esse tipo <strong>de</strong><br />
crime. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” foi atribuí<strong>da</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, enquanto para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong><br />
problemas como lixo no rio, a presença <strong>de</strong> cadáveres e o <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto <strong>do</strong>miciliar.<br />
3<br />
nº respostas<br />
2<br />
1<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
P5<br />
poluição indústrias<br />
esgoto <strong>do</strong>méstico<br />
lixo no rio<br />
sujeira / cor / o<strong>do</strong>r<br />
sem resposta<br />
FIGURA 5. 33 – REFERÊNCIA PARA A OPINIÃO DE QUALIDADE DO RIO DOS MORADORES DA<br />
ÁREA P5<br />
O mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 classificaram o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> presente<br />
na área, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong>, como o mais poluí<strong>do</strong> entre as áreas amostrais.<br />
Para este trecho pre<strong>do</strong>minou a indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “péssima” atribuí<strong>da</strong> ao <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong><br />
esgoto <strong>do</strong>méstico, a presença <strong>de</strong> lixo no rio, a poluição por indústrias e a percepção <strong>de</strong><br />
aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A indicação <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s “ruim” e<br />
“regular” foram atribuí<strong>da</strong>s à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />
A Figura 5.34 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong><br />
abastecimento que chega a sua casa?”.
104<br />
9<br />
8<br />
7<br />
Sim<br />
nº respostas<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
<strong>Passauna</strong><br />
Sanepar<br />
Afluente <strong>Passauna</strong><br />
Rua<br />
Poço Artesiano<br />
Caixa <strong>de</strong> água Sant. Felic.<br />
Não<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 34 – ORIGEM DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.34, permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res presentes<br />
nas áreas P2, P3 e P4 i<strong>de</strong>ntificaram o local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento que chega<br />
às suas casas, enquanto a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P1 e P5 não<br />
souberam i<strong>de</strong>ntificar esta origem.<br />
Observa-se que a área P2 possui uma característica bastante diferencia<strong>da</strong><br />
relaciona<strong>da</strong> ao abastecimento <strong>de</strong> água, pois quase a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />
afirmou possuir fornecimento <strong>de</strong> água por poços artesianos. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P3<br />
citaram <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante o <strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água <strong>de</strong><br />
abastecimento, o que ocorreu em totali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P4. Nas<br />
áreas P1 e P5, a pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong> indicação <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água<br />
também ocorreu, porém em menor grau, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao número total <strong>de</strong> respostas afirmativas<br />
que foi mais baixo. Nota-se que quan<strong>do</strong> o <strong>Passauna</strong> não é cita<strong>do</strong>, retiran<strong>do</strong>-se o caso<br />
específico <strong>da</strong> área P2, ocorre uma variação <strong>de</strong> respostas que indicam locais intermediários<br />
<strong>do</strong> transporte <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento, com citações para caixa d’água, Sanepar e rua,<br />
situação que ocorreu principalmente com mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P2 e P3.<br />
O fator <strong>da</strong> distância entre as áreas analisa<strong>da</strong>s e a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> novamente<br />
mostrou-se como aspecto influente para a informação apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, pois
105<br />
quanto maior foi a distância entre a área <strong>de</strong> análise e a represa, menor foi a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />
<strong>Passauna</strong> como local <strong>de</strong> origem <strong>da</strong> água para abastecimento <strong>da</strong>s casas.<br />
A Figura 5.35 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?”.<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
FIGURA 5. 35 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO<br />
Observa-se que a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 49%, classificou a água <strong>de</strong><br />
abastecimento com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa, com a maior indicação realiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P1, enquanto a área P4, localiza<strong>da</strong> próxima à represa, apresentou o menor índice <strong>de</strong><br />
citação para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa. O item quali<strong>da</strong><strong>de</strong> regular foi cita<strong>do</strong> por 26,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res,<br />
característica indica<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. O terceiro maior índice <strong>de</strong><br />
citações ocorreu para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ótima com 15,5%, segui<strong>do</strong> por ruim com 2 citações, e<br />
péssima com apenas 1 citação.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.35 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>rou<br />
que a água <strong>de</strong> abastecimento possui quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para consumo humano.<br />
Característica distinta é observa<strong>da</strong> na área P2, na qual os mora<strong>do</strong>res que realizam captação<br />
por poço artesiano classificaram em sua maioria a água <strong>do</strong> lençol freático com quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ótima, sen<strong>do</strong> este o maior índice verifica<strong>do</strong> para esta classificação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O maior
106<br />
índice obti<strong>do</strong> para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> regular foi verifica<strong>do</strong> na área P4, na qual os mora<strong>do</strong>res<br />
afirmaram que a água que chega às casas apresenta coloração esbranquiça<strong>da</strong> e o<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
cloro, aspecto que provavelmente influenciou para esta qualificação. Esta situação ocorre<br />
provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área P4 com a estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água<br />
presente na bacia.<br />
A Figura 5.36 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência<br />
<strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>? Qual é?”.<br />
8<br />
7<br />
nº respostas<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
Sim Abastecimento Outros Não<br />
FIGURA 5. 36 – USO DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />
Observa-se que as respostas foram equilibra<strong>da</strong>s, com 46,7% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que<br />
respon<strong>de</strong>ram “sim”, e 53,3% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “não”. Entre os mora<strong>do</strong>res<br />
que citaram “sim” apenas <strong>do</strong>is colocaram outra função não relaciona<strong>da</strong> a abastecimento<br />
público. O maior índice <strong>de</strong> respostas negativas ocorreu nas áreas P1 e P5, as quais estão<br />
localiza<strong>da</strong>s em regiões mais distantes geograficamente <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no<br />
entanto, também ocorreu eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações negativas por mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s<br />
na área P3, que se encontram localiza<strong>do</strong>s na área ocupa<strong>da</strong> pela represa.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s mostram que as informações sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> não são muito difundi<strong>da</strong>s entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, e<br />
possivelmente entre os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> bacia, característica que mostra a possível falta <strong>de</strong>
107<br />
divulgação <strong>da</strong>s questões relaciona<strong>da</strong>s à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para os mora<strong>do</strong>res<br />
resi<strong>de</strong>ntes na área <strong>da</strong> bacia hidrográfica.<br />
A Figura 5.37 apresenta as respostas à pergunta “Qual a sua opinião sobre a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>?”.<br />
8<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
FIGURA 5. 37 – OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.37 permite observar que as maiores indicações para o item “não<br />
sei” ocorreram nas áreas mais distantes <strong>do</strong> reservatório, respectivamente as áreas P1, P2 e<br />
P5. A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa, 31,1%,<br />
afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é “boa”, enquanto o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong> citações foi atribuí<strong>do</strong><br />
à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” com 17,8¨%. As características <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “ruim” e “péssima” foram<br />
cita<strong>da</strong>s poucas vezes, 8,9% e 4,4% respectivamente, e foram indica<strong>da</strong>s principalmente por<br />
mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3 e P4 que são localiza<strong>da</strong>s próximas à represa.<br />
Este resulta<strong>do</strong> mostra que a noção geral <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na<br />
represa é boa, no entanto, quan<strong>do</strong> a análise é realiza<strong>da</strong> por mora<strong>do</strong>res que se situam<br />
próximos à represa esta noção é modifica<strong>da</strong>, pois possivelmente estes mora<strong>do</strong>res percebem<br />
situações locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção que os fizeram classificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água como não<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, porém que não observa<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res que não possuem contato direto com<br />
a represa.
108<br />
As Figuras 5.38 a 5.42 apresentam as respostas à pergunta “O que faz você indicar<br />
este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?”, para justificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong> para a água <strong>da</strong> represa.<br />
6<br />
nº respostas<br />
4<br />
2<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
conservação <strong>do</strong> local<br />
cor / gosto / cheiro<br />
confiança<br />
não respon<strong>de</strong>u<br />
P1<br />
FIGURA 5. 38 – REFERÊNCIA SOBER A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P1<br />
Segun<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P1, que disseram conhecer<br />
a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, característica<br />
atribuí<strong>da</strong> a aspectos como a conservação <strong>do</strong> local, a percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e<br />
químicos <strong>da</strong> água e pelo fato <strong>de</strong>sta ser uma área utiliza<strong>da</strong> para abastecimento público,<br />
resposta que mostra a confiança existente por parte <strong>de</strong> alguns mora<strong>do</strong>res sobre o serviço <strong>de</strong><br />
coleta e tratamento <strong>de</strong> água. Observa-se apenas uma indicação para baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água, que foi relaciona<strong>da</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />
4<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
não conhece o local<br />
confiança<br />
cor / gosto / cheiro<br />
0<br />
conservação <strong>do</strong> local<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
não respon<strong>de</strong>u<br />
P2<br />
FIGURA 5. 39 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P2
109<br />
De acor<strong>do</strong> com os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P2, que disseram conhecer a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, atribuição realiza<strong>da</strong><br />
principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à conservação <strong>do</strong> local. Outros aspectos cita<strong>do</strong>s foram por ser um<br />
local <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> ao abastecimento público <strong>de</strong> água, o que novamente <strong>de</strong>monstra confiança<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res no serviço realiza<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à percepção <strong>de</strong> aspectos físicos e químicos <strong>de</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.<br />
4<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
conservação <strong>do</strong> local<br />
falta <strong>de</strong> conservação<br />
lixo / sujeira<br />
0<br />
esgoto / poluição<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
outros<br />
P3<br />
FIGURA 5. 40 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P3<br />
A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P3, 55,5%, que localiza-se ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
represa, citou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa é baixa, situação apresenta<strong>da</strong> mesmo pela<br />
indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”, que foi caracteriza<strong>da</strong> apenas com aspectos negativos. As<br />
principais questões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram a presença <strong>de</strong> esgoto e poluição, a<br />
falta <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> área <strong>do</strong> reservatório e a presença <strong>de</strong> lixo e sujeira. A atribuição <strong>de</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi realiza<strong>da</strong> principalmente pelo fato <strong>do</strong> local em que se encontra a represa<br />
ser conserva<strong>do</strong>.<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
não respeitam o parque<br />
conservação <strong>do</strong> local<br />
lixo e sujeira<br />
confiança<br />
esgoto e poluição<br />
P4<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 41 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P4
110<br />
De acor<strong>do</strong> com a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4, que disseram<br />
conhecer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa é<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. A indicação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” foi relaciona<strong>da</strong> principalmente à conservação <strong>do</strong><br />
local e também à confiança existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res por este ser um local utiliza<strong>do</strong> para<br />
abastecimento público <strong>de</strong> água. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” foi caracteriza<strong>da</strong> por situações<br />
opostas relaciona<strong>da</strong>s tanto à conservação <strong>do</strong> local, como pelo fato <strong>de</strong> não respeitarem a<br />
área <strong>do</strong> parque que está fecha<strong>da</strong>. As citações realiza<strong>da</strong>s para baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />
indicaram a presença <strong>de</strong> lixo e sujeira como fator <strong>de</strong>terminante, enquanto um mora<strong>do</strong>r não<br />
soube explicar.<br />
8<br />
nº respostas<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
não sabe ótima boa regular ruim péssima<br />
conservação <strong>do</strong> local<br />
não conhece o local<br />
não respon<strong>de</strong>u<br />
P5<br />
FIGURA 5. 42 – REFERÊNCIA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA DA ÁREA P5<br />
A quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5, 77,8%, respon<strong>de</strong>ram não<br />
saber i<strong>de</strong>ntificar qual é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa, situação que ocorre possivelmente<br />
pela distância existente entre a área e a represa e também pelo fato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />
visitarem o local, situação similar a observa<strong>da</strong> nas áreas P1 e P2. Verifica-se que apenas <strong>do</strong>is<br />
mora<strong>do</strong>res classificaram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa, o primeiro com a indicação <strong>de</strong> que<br />
a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” atribui-se a conservação <strong>da</strong> área <strong>da</strong> represa, e o segun<strong>do</strong> que não souber<br />
respon<strong>de</strong>r, porém classificou a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> como “regular”.<br />
Por meio <strong>da</strong>s respostas e consi<strong>de</strong>rações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res percebe-se que<br />
quanto mais longe localiza-se a área <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, menor é o conhecimento existente sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água verifica<strong>da</strong> no local.<br />
Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi a confiança existente <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o serviço <strong>de</strong><br />
captação <strong>de</strong> água, pois houveram várias citações <strong>de</strong> que a água não seria capta<strong>da</strong> para
111<br />
abastecimento público <strong>de</strong> um local que estivesse poluí<strong>do</strong>, concluin<strong>do</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água existente na represa era a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />
A Figura 5.43 apresenta as respostas à pergunta “Você acha que além <strong>do</strong><br />
abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> po<strong>de</strong>ria ter outros usos?”.<br />
6<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sim<br />
não<br />
não sabe<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 43 – POSSIBILIDADE DE OUTROS USOS PARA A REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.43 permite observar que as opiniões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, nas cinco<br />
áreas analisa<strong>da</strong>s, foram equilibra<strong>da</strong>s entre respostas afirmativas e negativas, com 49% e<br />
42%, respectivamente, sen<strong>do</strong> que as áreas P1 e P4 foram as que obtiveram o maior número<br />
<strong>de</strong> citações para a utilização <strong>da</strong> represa para outros fins. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram que<br />
não há uma <strong>de</strong>finição clara por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar a<br />
represa para usos diversos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as opiniões divi<strong>de</strong>m-se entre os mora<strong>do</strong>res que<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a preservação <strong>do</strong> local por meio <strong>da</strong> restrição <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> represa, e os mora<strong>do</strong>res<br />
que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o uso <strong>da</strong> represa relaciona<strong>do</strong> principalmente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas.<br />
A Figura 5.44 apresenta as respostas cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
utilização <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.44 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 29%, indicou<br />
a utilização <strong>da</strong> represa como parque e área <strong>de</strong> lazer. As áreas P1, P3 e P4 apresentaram o<br />
maior número <strong>de</strong> citações ao item “parque/lazer”, estan<strong>do</strong> as duas últimas áreas localiza<strong>da</strong>s<br />
próximas ao reservatório, o que mostra a possível falta que os mora<strong>do</strong>res sentem <strong>da</strong> área <strong>da</strong>
112<br />
represa não ser utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais abrangente. As respostas que foram agrupa<strong>da</strong>s no<br />
item “outros” não apresentaram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o uso <strong>do</strong> reservatório,<br />
como, por exemplo, as indicações para tratamento <strong>de</strong> esgoto e produção <strong>de</strong> energia elétrica.<br />
5<br />
4<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
parque / lazer<br />
criação peixes / vegetais<br />
outros<br />
1<br />
não respon<strong>de</strong>u<br />
não sabe<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 44 – POSSÍVEIS USOS DA REPRESA DO RIO PASSAUNA<br />
A Figura 5.45 apresenta as respostas à pergunta “Você sabe para qual local vai o<br />
esgoto <strong>da</strong> sua casa?”.<br />
8<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
fossa<br />
re<strong>de</strong><br />
coletora<br />
galeria<br />
chuva<br />
rio não sabe outros<br />
FIGURA 5. 45 – LOCAL DE DESTINAÇÃO DO ESGOTO DOMICILIAR
113<br />
Observa-se que a maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 53,3%, indicou que o esgoto <strong>da</strong>s casas<br />
é direciona<strong>do</strong> para fossas, e em segun<strong>do</strong> lugar, 27% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res indicaram que a<br />
<strong>de</strong>stinação ocorre para re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgotos. Observa-se que a área P2 apresentou o<br />
maior número <strong>de</strong> indicações para fossa, e as áreas P1 e P3 para re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos. A<br />
única área que não apresentou indicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto para a re<strong>de</strong> coletora foi a<br />
área P5, resulta<strong>do</strong> que mostra a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> esgoto gera<strong>do</strong> ser <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira<br />
ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> caso não sejam utiliza<strong>da</strong>s fossas, situação verifica<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s citações<br />
restantes, nas quais foram aponta<strong>da</strong>s a galeria <strong>da</strong> água <strong>de</strong> chuva e o rio como <strong>de</strong>stinação<br />
final, além <strong>de</strong> 3 mora<strong>do</strong>res que disseram não saber para qual local o esgoto é direciona<strong>do</strong>.<br />
Observa-se a ocorrência <strong>de</strong> duas citações relaciona<strong>da</strong>s ao direcionamento <strong>do</strong> esgoto<br />
para galerias <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva, que foram realiza<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P5, além<br />
<strong>de</strong> três citações relaciona<strong>da</strong>s ao direcionamento <strong>do</strong> esgoto para o rio, realiza<strong>da</strong>s por<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P3, P4 e P5, o que coloca a existência <strong>de</strong> possíveis <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> efluentes <strong>do</strong>mésticos. Com base nas respostas obti<strong>da</strong>s observa-se que a<br />
área P5 apresentou a maior <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> observa<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s refletem o conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong><br />
esgoto nas áreas em que resi<strong>de</strong>m, o que mostra que existe, pela maior parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s, conhecimento sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local. No entanto, por motivos como custo<br />
<strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> esgoto, falta <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto no bairro, falta <strong>de</strong> investimento governamental<br />
em infra-estrutura, falta <strong>de</strong> fiscalização, ou até mesmo falta <strong>de</strong> disposição <strong>do</strong>s próprios<br />
mora<strong>do</strong>res para a<strong>de</strong>quar a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> maneira correta, algumas <strong>da</strong>s casas <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> não possuem <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>do</strong> esgoto gera<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.46 apresenta as respostas à pergunta “Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no<br />
seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?”.<br />
Na análise <strong>da</strong> Figura 5.46 observa-se que a indicação <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção é<br />
bastante baixa nas áreas P1 e P3, e inexistente na área P2. No entanto, verifica-se um maior<br />
número <strong>de</strong> citações sobre eventos <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção nas áreas P4 e P5. Estas duas últimas áreas<br />
são as únicas que estão localiza<strong>da</strong>s a jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />
respostas obti<strong>da</strong>s, o problema <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção aumenta <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com uma maior distância<br />
<strong>da</strong> barragem e maior proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as áreas <strong>de</strong> várzea <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio
114<br />
<strong>Passauna</strong>. Os relatos apresenta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res indicam que existem casas que estão<br />
sen<strong>do</strong> construí<strong>da</strong>s em locais ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para ocupação, principalmente as localiza<strong>da</strong>s nas<br />
margens <strong>do</strong> rio Passuna, e por isso têm sofri<strong>do</strong> com problemas <strong>de</strong> enchentes.<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
nº respostas<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
sim<br />
não<br />
não sabe<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 46 – PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO NO BAIRRO<br />
A Figura 5.47 apresenta as respostas à pergunta “Quan<strong>do</strong> isto ocorre?”, apresenta<strong>da</strong><br />
pela questão anterior.<br />
3<br />
nº respostas<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
com chuva<br />
nos locais<br />
<strong>de</strong> invasão<br />
chuvas<br />
fortes<br />
sempre<br />
uma vez<br />
em oito<br />
anos<br />
na beira<br />
<strong>do</strong> rio<br />
outros<br />
FIGURA 5. 47 – OCORRÊNCIA DAS INUNDAÇÕES
115<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.47 permite observar que os mora<strong>do</strong>res presentes na área P5<br />
relacionaram os eventos <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção tanto com chuvas “normais”, como também com<br />
eventos climáticos extremos. Os mora<strong>do</strong>res presentes na área P4 relacionaram a ocorrência<br />
<strong>de</strong> enchentes apenas com eventos climáticos extremos, o que mostra que provavelmente a<br />
ocorrência <strong>de</strong> enchentes nesta área é mais esporádica <strong>do</strong> que na área P5. Outras citações<br />
ocorreram por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P1, indican<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> enchentes nas margens <strong>do</strong><br />
rio, e por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3, que citaram a incidência <strong>de</strong> enchentes apenas com fortes<br />
chuvas.<br />
A Figura 5.48 apresenta as respostas à pergunta “Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong><br />
<strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?”.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
FIGURA 5. 48 – CONHECIMENTO SOBRE O COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.48 permite observar que praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s, 88,9%, nunca ouviram falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas, termo que é<br />
conheci<strong>do</strong> por apenas um mora<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>. Observa-se pelas respostas<br />
apresenta<strong>da</strong>s que possivelmente a difusão <strong>de</strong> informações relativas ao Comitê <strong>do</strong> Alto<br />
Iguaçu é praticamente nula nas áreas analisa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Este<br />
resulta<strong>do</strong> fornece uma visão sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações e atuação <strong>do</strong> Comitê na área<br />
<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, que provavelmente não está ocorren<strong>do</strong>.
116<br />
A Figura 5.49 apresenta as respostas à pergunta “Você participou <strong>de</strong> alguma reunião<br />
nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente?”.<br />
10<br />
8<br />
nº respostas<br />
6<br />
4<br />
2<br />
sim<br />
não<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 49 – PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE MEIO AMBIENTE<br />
Observa-se que a área P3 foi a única que não apresentou mora<strong>do</strong>res que disseram<br />
ter participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> reuniões para discussão <strong>de</strong> assuntos relaciona<strong>do</strong>s a meio ambiente,<br />
enquanto to<strong>da</strong>s as outras áreas apresentaram mora<strong>do</strong>res que disseram ter participa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
reuniões sobre este tema, porém em pequeno número. A área P5 apresentou o menor<br />
índice <strong>de</strong> participação, com apenas 1 mora<strong>do</strong>r, enquanto a área P1 apresentou o maior<br />
índice, com 3 mora<strong>do</strong>res.<br />
Esta questão apresentou um aspecto importante que foi o envolvimento <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res em discussões relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental, seja por meio <strong>do</strong> trabalho, <strong>da</strong><br />
associação <strong>de</strong> bairro, <strong>de</strong> grupos específicos, entre outros. No entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s o envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com discussões relaciona<strong>da</strong>s a questão<br />
ambiental ain<strong>da</strong> é pequeno.<br />
Em relação aos temas abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelas reuniões, a análise permite observar uma<br />
varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, que abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s ao dia-a-dia <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res como reciclagem <strong>de</strong> lixo e racionamento <strong>de</strong> água, como também questões mais<br />
específicas relaciona<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> análise, como a construção <strong>de</strong> uma ponte e a<br />
remoção <strong>de</strong> casas construí<strong>da</strong>s próximas ao rio <strong>da</strong> <strong>Passauna</strong>, na área P1.
117<br />
Os locais em que ocorreram as reuniões cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res compreen<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> empresas e associações <strong>de</strong> bairro, até instituições <strong>de</strong> ensino. A maioria <strong>da</strong>s reuniões<br />
ocorreu no mínimo a mais <strong>de</strong> seis meses <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta em que a entrevista foi realiza<strong>da</strong>, situação<br />
que mostra como a realização e participação em reuniões que abor<strong>da</strong>m assuntos<br />
relaciona<strong>do</strong>s a meio ambiente não ocorre <strong>de</strong> maneira frequente.<br />
A Figura 5.50 apresenta as respostas à pergunta “O que fazer para aumentar a<br />
participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização socioambiental?”.<br />
6<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
informação<br />
/ divulgação<br />
reuniões /<br />
palestras<br />
aspectos<br />
educação<br />
incentivo /<br />
estímulo<br />
outros não sabe não<br />
respon<strong>de</strong>u<br />
FIGURA 5. 50 – OPINIÕES PARA AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS EM CAMPANHAS<br />
SOCIOAMBIENTAIS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.50 permite observar que existe uma carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
por informações relaciona<strong>da</strong>s à questões ambientais, situação indica<strong>da</strong> pelo gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> citações aos itens “informação e divulgação” e “reuniões e palestras”, com 15,5% e<br />
24,4%, respectivamente. A realização <strong>de</strong> ações em educação e o incentivo e estímulo para<br />
envolvimento com a questão ambiental também são situações aponta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res,<br />
porém em menor número, com a incidência <strong>de</strong> 8,9% <strong>de</strong> citações para ambos os itens.<br />
Uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s, 24,4%, não soube indicar o que<br />
po<strong>de</strong>ria ser realiza<strong>do</strong> para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong><br />
conscientização socioambiental, aspecto verifica<strong>do</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />
resi<strong>de</strong>ntes nas áreas P2 e P5. Os mora<strong>do</strong>res presentes na área P1 apresentaram idéias
118<br />
bastante diversifica<strong>da</strong>s, que foram agrupa<strong>da</strong>s no item “outros”, e tiveram respostas como a<br />
aplicação <strong>de</strong> multas mais rigorosas para quem prejudicar o meio ambiente, ou a isenção <strong>de</strong><br />
impostos para pessoas que cooperam com ações ambientais, entre outras questões.<br />
Com base no relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s observa-se que existe uma<br />
disposição por parte <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s em participar <strong>de</strong> ações e<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientais, porém essa disposição parece não ser aproveita<strong>da</strong> e estimula<strong>da</strong> por<br />
órgãos governamentais e outros possíveis parceiros.<br />
A Figura 5.51 apresenta as respostas à pergunta “E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente,<br />
o que é possível fazer?”.<br />
12<br />
10<br />
nº respostas<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
lixo<br />
particip.<br />
governo<br />
ação<br />
pessoal<br />
preserv.<br />
natureza<br />
outros não sabe não<br />
respon<strong>de</strong>u<br />
FIGURA 5. 51 – AÇÕES CITADAS PARA A AJUDA DIRETA AO MEIO AMBIENTE<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.51 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />
indicou, <strong>de</strong> forma pre<strong>do</strong>minante, a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s ao lixo, com os maiores<br />
índices apresenta<strong>do</strong>s nas áreas P1, P4 e P5. O segun<strong>do</strong> aspecto mais cita<strong>do</strong> foi relaciona<strong>do</strong> à<br />
preservação <strong>da</strong> natureza, porém com uma indicação bem abaixo <strong>do</strong> número cita<strong>do</strong> para a<br />
questão <strong>do</strong> lixo. A participação governamental e a ação pessoal somente foram cita<strong>da</strong>s duas<br />
vezes ca<strong>da</strong> uma, com <strong>de</strong>staque para a área P1, na qual a indicação <strong>do</strong> item “ação pessoal”,<br />
trouxe, pelo menos verbalmente, uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em relação às ações<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s e aos seus impactos no ambiente. Os aspectos agrupa<strong>do</strong>s no item “outros”
119<br />
abor<strong>da</strong>ram ações que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> educação ambiental para conscientização <strong>da</strong>s pessoas até o<br />
uso <strong>de</strong> combustíveis “ver<strong>de</strong>s”.<br />
O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> indicações para ações relaciona<strong>da</strong>s ao lixo mostra como este<br />
aspecto é bastante representativo para os mora<strong>do</strong>res, situação que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong><br />
ao fato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba possuir forte atuação na área <strong>de</strong> coleta seletiva, influencian<strong>do</strong><br />
também pessoas <strong>de</strong> municípios vizinhos. Outras possíveis influências po<strong>de</strong>m ser o incômo<strong>do</strong><br />
que o lixo causa aos mora<strong>do</strong>res, e/ou por esta ser uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamente mais simples<br />
<strong>de</strong> ser executa<strong>da</strong>, em comparação com outras formas <strong>de</strong> ação cita<strong>da</strong>s como a participação<br />
governamental e a preservação <strong>da</strong> natureza. No entanto, este resulta<strong>do</strong> mostra como<br />
gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> visão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre atuação ambiental ain<strong>da</strong> é restrita a aspectos<br />
simplistas, porém não menos importantes.<br />
A Figura 5.52 apresenta as respostas à pergunta “Você percebe problemas<br />
ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Sim lixo poluição<br />
indústrias<br />
esgoto outros não<br />
respon<strong>de</strong>u<br />
Não<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 52 – PROBLEMAS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS PELOS MORADORES DAS ÁREAS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.52 permite observar que 75,55% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />
afirmaram i<strong>de</strong>ntificar problemas ambientais na região em que habitam, entre os quais as<br />
áreas P1, P4 e P5 apresentaram os maiores índices. A questão <strong>do</strong> lixo foi o item que obteve a
120<br />
maior indicação como problema i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> nos bairros e foi cita<strong>do</strong> principalmente por<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P4 e P5, no entanto, apenas foi cita<strong>do</strong> uma vez na área P3. A<br />
poluição por indústrias foi cita<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, enquanto os<br />
aspectos relaciona<strong>do</strong>s a problemas por esgoto foram cita<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>da</strong> área P5. As questões que não foram engloba<strong>da</strong>s pelos grupos principais foram agrupa<strong>da</strong>s<br />
no item “outros”, que reuniu assuntos como a falta <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com terrenos baldios, o<br />
excesso <strong>de</strong> cachorros pelas ruas <strong>do</strong>s bairros, as queima<strong>da</strong>s, a falta <strong>de</strong> árvores, entre outros<br />
aspectos. Relaciona<strong>do</strong> a não i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas, a área que apresentou o maior<br />
índice <strong>de</strong> citações para o item “não” foi a área P2, na qual os mora<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntificaram um<br />
número menor <strong>de</strong> problemas ambientais em relação às outras áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
Esta questão apresentou os principais problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res e<br />
algumas <strong>da</strong>s características específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
obti<strong>do</strong>s, a área P2 apresentou-se como a mais ambientalmente a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. A área P4<br />
apresentou uma i<strong>de</strong>ntificação pontual <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong> ar, que foram<br />
relaciona<strong>do</strong>s a uma indústria presente na região, situação que foi <strong>de</strong>scrita anteriormente. Os<br />
problemas que envolveram a questão <strong>do</strong> lixo foram cita<strong>do</strong>s principalmente por mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>da</strong> área P1, o que coloca o lixo como o problema que mais incomo<strong>da</strong> os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta<br />
área, e também <strong>da</strong>s áreas P2, P4 e P5, conforme os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s.<br />
A área P3 possui o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong> citações para o item “não”, e o maior<br />
índice para o item “outros”, <strong>de</strong>sta forma, observa-se que não há um aspecto nortea<strong>do</strong>r que<br />
<strong>de</strong>fina um problema ambiental mais crítico, o que é comprova<strong>do</strong> pelo alto número <strong>de</strong><br />
citações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2 para “outros” e o baixo número <strong>de</strong> citações para os itens<br />
restantes. Outro fato relaciona<strong>do</strong> à área P3 foi que a apresentação <strong>do</strong> menor índice entre<br />
to<strong>da</strong>s as áreas para a indicação <strong>de</strong> problemas relaciona<strong>do</strong>s ao lixo, o que coloca que a área<br />
<strong>do</strong> bairro é possivelmente limpa.<br />
A Figura 5.53 apresenta as respostas à pergunta “Com relação aos rios, qual a<br />
sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?”.<br />
Observa-se que a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão <strong>do</strong> esgoto foi o item<br />
mais cita<strong>do</strong> entre to<strong>do</strong>s os aspectos levanta<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, e foi indica<strong>do</strong><br />
principalmente pelos mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P3. O segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong>
121<br />
foi a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão <strong>do</strong> lixo, que foi indica<strong>da</strong> em maior número<br />
pelos mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P4. Dois aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res se<br />
diferenciaram <strong>da</strong>s questões usualmente relaciona<strong>da</strong>s, que foram as indicações para<br />
presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e conscientização <strong>da</strong>s pessoas sobre as questões<br />
ambientais. Estas duas indicações apresentam uma compreensão mais abrangente <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res sobre as influências diretas e indiretas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> um rio.<br />
7<br />
6<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
esgoto lixo área<br />
ver<strong>de</strong><br />
cui<strong>da</strong><strong>do</strong> /<br />
consc.<br />
outros<br />
não tem não sabe não resp.<br />
FIGURA 5. 53 – SUGESTÃO DOS MORADORES PARA MELHORAR A QUALIDADE DOS RIOS<br />
As citações que não se encaixaram em nenhum <strong>do</strong>s grupos foram reuni<strong>da</strong>s no item<br />
“outros”, que foi composto por aspectos como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> algas, o cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />
com o lançamento <strong>de</strong> agrotóxicos, a maior fiscalização para inibir a poluição, a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
casas localiza<strong>da</strong>s próximas aos rios, entre outros aspectos.<br />
Esta questão relaciona-se com a pergunta anterior, que apresentou os problemas<br />
ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res em ca<strong>da</strong> área. Observa-se que na área P5, apesar<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res terem cita<strong>do</strong> o esgoto <strong>de</strong>speja<strong>do</strong> no rio como um <strong>do</strong>s maiores problemas<br />
presentes na região, não ocorreu uma indicação pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> ações para a melhoria <strong>do</strong>s<br />
rios com base na retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgotos. Esta situação mostrou que o baixo nível <strong>de</strong><br />
instrução e <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5 não foi fator limitante <strong>da</strong>
122<br />
percepção sobre os problemas encontra<strong>do</strong>s na área, porém, possivelmente influenciou na<br />
explanação <strong>de</strong> questões mais abrangentes, como a apresenta<strong>da</strong> por esta pergunta.<br />
A Figura 5.54 a seguir apresenta as respostas à pergunta “Você já participou <strong>de</strong><br />
alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
não lembro<br />
FIGURA 5. 54 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO<br />
AMBIENTAL<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.54 permite observar que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />
participou <strong>de</strong> nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> educação ambiental durante sua vi<strong>da</strong>. Nas áreas P4 e<br />
P5, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os maiores índices <strong>de</strong> respostas ao item “sim”, enquanto as áreas P1,<br />
P2 e P3 apresentaram os índices mais baixos verifica<strong>do</strong>s. As respostas obti<strong>da</strong>s mostram que<br />
o contato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental é restrito.<br />
A Tabela 5.12 apresenta o local e a época em que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação<br />
Ambiental i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s ocorreram, e a explanação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre como essas<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s os aju<strong>da</strong>ram <strong>de</strong> forma prática.<br />
Observam-se <strong>do</strong>is aspectos principais sobre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental que<br />
foram cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, o primeiro é que a maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong><br />
em escolas, o que mostra a maior influência <strong>de</strong>ste meio frente as ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> EA<br />
na bacia. O segun<strong>do</strong> é que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> “ação” foram realiza<strong>da</strong>s para a<br />
retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo e limpeza <strong>de</strong> algum local.
123<br />
TABELA 5. 12 – INFORMAÇÕES RELACIONADAS ÀS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />
Área <strong>de</strong> análise Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong> Data <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
Coleta <strong>de</strong> lixo na região 2008<br />
Coleta <strong>de</strong> lixo na Ilha<br />
<strong>do</strong> Mel<br />
Limpeza <strong>de</strong> rios com o<br />
exército<br />
Reunião no ministério<br />
público sobre meio<br />
Reunião ambiente no colégio <strong>do</strong><br />
filho<br />
6/7 anos atrás<br />
1989<br />
2008<br />
2008<br />
Como aju<strong>do</strong>u <strong>de</strong> forma<br />
prática<br />
Aumentou a<br />
consciência <strong>da</strong> família<br />
em casa e na escola<br />
Gerou um sentimento<br />
bom e aju<strong>do</strong>u a se<br />
policiar para realizar<br />
pequenas ações<br />
Conscientização<br />
pessoal e aju<strong>do</strong>u a ter<br />
uma visão mais ampla<br />
Aju<strong>do</strong>u na<br />
conscientização<br />
Sentiu-se mais<br />
valoriza<strong>do</strong><br />
Palestra no colégio 2 meses atrás Não interferiu<br />
Palestra no colégio<br />
Palestra na escola<br />
secundária<br />
Plantio <strong>de</strong> árvores na<br />
escola - local em que<br />
trabalhava<br />
Reunião com a<br />
população<br />
2 anos atrás<br />
10 anos atrás<br />
2000<br />
3 meses atrás<br />
Começou a separar o<br />
lixo<br />
Tempos bons que<br />
auxiliaram na<br />
consciência<br />
Apren<strong>de</strong>u a cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong><br />
meio ambiente<br />
Aju<strong>do</strong>u para a coleta<br />
<strong>de</strong> lixo e para evitar<br />
água para<strong>da</strong><br />
P5<br />
Não lembra<br />
Muito tempo atrás<br />
Consciência para não<br />
jogar lixo em local<br />
ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e para<br />
preservar o meio<br />
ambiente<br />
Ação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
para retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo<br />
6 meses atrás<br />
Visual <strong>da</strong> rua mu<strong>do</strong>u.<br />
As crianças mu<strong>da</strong>ram<br />
seus valores e tu<strong>do</strong><br />
ficou mais bonito<br />
Das 12 ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s, somente 5 mostraram-se <strong>de</strong>senvolve<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> uma relação<br />
maior <strong>do</strong> que a simples execução <strong>de</strong> uma tarefa como a coleta <strong>de</strong> lixo, e trouxeram aspectos<br />
como a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações, a valorização pessoal e a melhora <strong>de</strong> autoestima.
124<br />
Característica que confere às outras 7 ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s um caráter mais naturalista, volta<strong>do</strong> para a<br />
questão mais específica <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> natureza. Apesar <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s pelos<br />
mora<strong>do</strong>res serem em sua maior parte coletivas, nota-se uma EA volta<strong>da</strong> para ações<br />
individuais, o que po<strong>de</strong> influenciar para uma culpabilização <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res pelos problemas<br />
socioambientais existentes. No entanto, é evi<strong>de</strong>nte que os problemas socioambientais são<br />
resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> relações, influencia<strong>da</strong>s por uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> simplista e<br />
quase que estritamente econômica.<br />
Observa-se que a participação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em ações <strong>de</strong> Educação Ambiental, bem<br />
como em outras ações que tiveram como tema central a questão <strong>do</strong> meio ambiente,<br />
proporcionaram a sensibilização <strong>da</strong>s pessoas participantes e uma maior compreensão sobre<br />
alguns aspectos ambientais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as questões trabalha<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s parecem<br />
ter si<strong>do</strong> incorpora<strong>da</strong>s ao cotidiano <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a maior parte <strong>do</strong>s<br />
relatos.<br />
5.3.1.4. Ações Ambientais<br />
As questões <strong>de</strong> 38 a 44 abor<strong>da</strong>ram assuntos relaciona<strong>do</strong>s ao cotidiano <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res com perguntas sobre ações pessoais, porém que estão relaciona<strong>da</strong>s com a vi<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> população como um to<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.55 apresenta as respostas à pergunta “Você possui carro, moto, bicicleta,<br />
ou outro meio <strong>de</strong> transporte? E quantos?”.<br />
12<br />
nº respostas<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
carro nº moto nº bicicleta nº<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 55 – MEIOS DE TRANSPORTE PRESENTES MAS CASAS DOS MORADORES
125<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.55 permite observar que o meio <strong>de</strong> transporte mais presente<br />
nas áreas analisa<strong>da</strong>s é o carro, principalmente nas áreas P4, P1 e P2, nas quais no cômputo<br />
total <strong>de</strong> carros observa-se a existência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um carro por mora<strong>do</strong>r, enquanto a área<br />
P3 apresentou o menor número <strong>de</strong> carros verifica<strong>do</strong>. Observa-se que o número <strong>de</strong> bicicletas<br />
é pequeno nas áreas P1, P2, P4 e P5, e que o número total <strong>de</strong> motos e bicicletas é bastante<br />
inferior ao número total <strong>de</strong> carros, no entanto, na área P3 o número <strong>de</strong> bicicletas ultrapassa<br />
o número <strong>de</strong> carros nos <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s.<br />
A Figura 5.56 apresenta as respostas à pergunta “Que meio <strong>de</strong> transporte você utiliza<br />
para ir ao trabalho, para sair, etc?”.<br />
8<br />
nº respostas<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
carro ônibus bicicleta caminha<strong>da</strong> carona moto n<strong>da</strong><br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 56 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PELOS MORADORES<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.56 permite observar que apesar <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
possuir carro, o meio <strong>de</strong> transporte mais utiliza<strong>do</strong> foi, em primeiro lugar, o ônibus com<br />
64,4%, e em segun<strong>do</strong> lugar o carro com 22,2%. O terceiro item mais cita<strong>do</strong> foi a caminha<strong>da</strong>,<br />
com 13,3%, e em quarto lugar a moto com 8,9%. A bicicleta, mesmo ten<strong>do</strong> presença<br />
razoável nas casas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, não foi cita<strong>da</strong> nenhuma vez, o que também ocorreu com<br />
o item “carona”.<br />
Observa-se que possivelmente a utilização <strong>do</strong> ônibus como principal meio <strong>de</strong><br />
transporte ocorre por este ain<strong>da</strong> ser mais o mais barato e também pelo fato <strong>do</strong> carro ser<br />
utiliza<strong>do</strong> por outro membro <strong>da</strong> família que não aquele que estava sen<strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.57 apresenta as respostas à pergunta “Você economiza energia elétrica em<br />
casa? Se sim, como?”.
126<br />
12<br />
10<br />
nº respostas<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
Sim luz chuveiro equip. roupa outros Não<br />
FIGURA 5. 57 – ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.57 permite observar que somente 2 mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s nas<br />
área P3 e P5, disseram não economizar energia elétrica. As ações mais cita<strong>da</strong>s sobre<br />
economia <strong>de</strong> energia foram relaciona<strong>da</strong>s diretamente à luz presente nas casas, com ações<br />
como apagar as luzes em ambientes não utiliza<strong>do</strong>s ou trocar as lâmpa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> casa por<br />
lâmpa<strong>da</strong>s fluorescentes. Outra forma <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia elétrica que foi bastante<br />
cita<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res foi relaciona<strong>da</strong> ao uso <strong>de</strong> equipamentos, com ações como manter os<br />
equipamentos <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong>s <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> e apenas ligar quan<strong>do</strong> for utilizá-los novamente, ou até<br />
mesmo o <strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong> gela<strong>de</strong>ira e <strong>do</strong> freezer no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> noite, apenas retornan<strong>do</strong> a<br />
ligá-los no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã. A realização <strong>do</strong> banho com menor tempo foi a terceira forma<br />
mais cita<strong>da</strong> para economia <strong>de</strong> energia pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
Na análise <strong>de</strong>sta questão, observa-se uma indicação que se sobressai sobre to<strong>da</strong>s as<br />
outras citações realiza<strong>da</strong>s, que foi a economia <strong>de</strong> energia na lavagem e passagem <strong>de</strong> roupa,<br />
enfatiza<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4. Não foi possível i<strong>de</strong>ntificar nenhum fato<br />
que explicasse o alto número <strong>de</strong> citações para economia <strong>de</strong> energia relaciona<strong>do</strong> ao item<br />
“roupa”, cita<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta área, no entanto, é provável que tenha ocorri<strong>do</strong><br />
algum trabalho neste senti<strong>do</strong>.<br />
A Figura 5.58 apresenta as respostas à pergunta “Você economiza água em casa? Se<br />
sim, como?”.
127<br />
12<br />
10<br />
nº pessoas<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
Sim reaproveit. reunião<br />
afazeres<br />
não<br />
<strong>de</strong>sperdício<br />
evitar gastos<br />
Não<br />
FIGURA 5. 58 – ECONOMIA DE ÁGUA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.58 permite observar que somente três mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s<br />
nas áreas P1, P2 e P3, disseram não realizar economia <strong>de</strong> água. As ações mais cita<strong>da</strong>s sobre<br />
economia <strong>de</strong> água foram relaciona<strong>da</strong>s à diminuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício, seja na lavagem <strong>de</strong><br />
calça<strong>da</strong>s com menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, ao fechar a torneira para escovar os <strong>de</strong>ntes, ou<br />
pela i<strong>de</strong>ntificação e conserto <strong>de</strong> vazamentos, entre outras ações, que foram cita<strong>da</strong>s<br />
principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2 e P5. A segun<strong>da</strong> ação <strong>de</strong> economia mais<br />
cita<strong>da</strong> foi o reaproveitamento <strong>de</strong> água, que ocorre quase que unicamente pela reutilização<br />
<strong>da</strong> água <strong>da</strong> máquina <strong>de</strong> lavar para usos diversos como a lavagem <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s e carros, ação<br />
cita<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes em P3. Outras ações cita<strong>da</strong>s para economia<br />
<strong>de</strong> água, porém <strong>de</strong> maneira não tão expressiva, foram a reunião <strong>de</strong> afazeres como a lavagem<br />
<strong>de</strong> roupas apenas no final <strong>de</strong> semana, e a tentativa <strong>de</strong> se evitar gastos, pela <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não<br />
lavar a calça<strong>da</strong> com água, por exemplo.<br />
Na análise <strong>da</strong>s respostas <strong>da</strong>s duas perguntas que <strong>de</strong>senvolveram questões<br />
relaciona<strong>da</strong>s à economia <strong>de</strong> energia elétrica e água, observa-se que existe uma difusão<br />
bastante ampla <strong>da</strong> economia <strong>de</strong>sses recursos por meio <strong>de</strong> ações cotidianas, aspecto que<br />
ficou claro nas falas e respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. A importância <strong>de</strong>ssas ações é gran<strong>de</strong>, no<br />
entanto, é necessário que a visão sobre os aspectos ambientais não esteja limita<strong>da</strong> a ações<br />
<strong>de</strong>ste tipo, mas que também envolvam ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s coletivas, que repensem e
128<br />
construam uma nova forma <strong>de</strong> relação com o mun<strong>do</strong>, com as pessoas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />
ações ambientais não sejam restritas a ações <strong>de</strong> gestão ambiental.<br />
Outra questão que <strong>de</strong>ve ser observa<strong>da</strong> é que a economia <strong>de</strong> água realiza<strong>da</strong> por ações<br />
<strong>da</strong> população é pequena frente ao total utiliza<strong>do</strong> pelos outros setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Desta<br />
forma, a busca pela economia não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser importante, porém po<strong>de</strong> trazer uma<br />
culpabilização exagera<strong>da</strong> sobre essas ações.<br />
A Figura 5.59 apresenta as respostas à pergunta “Você separa lixo em casa?”.<br />
10<br />
9<br />
8<br />
nº respostas<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
Sim<br />
recicláveis / não<br />
recicláveis<br />
recicláveis / org.<br />
/ não recicláveis<br />
compostagem<br />
Não<br />
FIGURA 5. 59 – SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS REALIZADA PELOS MORADORES<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.59 permite observar que somente cinco mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s<br />
nas áreas P1, P2, P3 e P5, disseram não separar lixo em casa. Entre os mora<strong>do</strong>res que<br />
disseram realizar a separação <strong>do</strong> lixo, a maioria afirmou que separa os materiais recicláveis<br />
<strong>do</strong>s não recicláveis. No entanto, existe uma parcela significativa <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que também<br />
separa o lixo orgânico <strong>do</strong> material reciclável e <strong>do</strong> material não reciclável, o qual, muitas<br />
vezes, é utiliza<strong>do</strong> para adubar o solo <strong>de</strong> hortas presentes nas casas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, ou acaba<br />
servin<strong>do</strong> <strong>de</strong> alimento para os animais <strong>de</strong> estimação, principalmente cachorros. Apenas 2<br />
mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s nas áreas P1 e P3, disseram realizar compostagem com os restos <strong>de</strong><br />
materiais orgânicos, que é então leva<strong>do</strong> para a horta e para a lavoura.
129<br />
Observa-se que a prática <strong>da</strong> separação <strong>de</strong> materiais recicláveis apresenta-se também<br />
bastante difundi<strong>da</strong> entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, o que reforça a compreensão <strong>de</strong> que<br />
o mínimo necessário em ações ambientais a serem realiza<strong>da</strong>s nas residências, como<br />
economia <strong>de</strong> água e luz e coleta seletiva, já são efetua<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
A Figura 5.60 apresenta as respostas à pergunta “Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento<br />
em casa? Qual?”.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
FIGURA 5. 60 – MORADORES QUE PLANTAM ALIMENTOS EM CASA<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.60 permite observar que existe uma cultura entre os mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> plantar alimentos, na qual ocorre a presença <strong>de</strong> pelo menos uma horta com temperos<br />
construí<strong>da</strong> para consumo próprio. A única área <strong>de</strong> análise que apresentou maior número <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res que não plantam alimentos, em comparação com os que plantam, foi a área P1,<br />
na qual somente <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram “sim”. Nas outras áreas ocorreram<br />
pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que possuem hortas ou pequenas lavouras em casa, com<br />
<strong>de</strong>staque para as áreas P2 e P5, que apresentaram os maiores índices. A análise sobre o que<br />
é planta<strong>do</strong> permite observar que ocorre pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> hortaliças como alface,<br />
cebolinha, salsinha e couve. A característica verifica<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res possuírem plantações<br />
em casa <strong>de</strong>ve-se a uma característica cultural forte <strong>da</strong>s famílias locais <strong>de</strong> ter alguma<br />
subsistência proveniente <strong>do</strong> próprio local <strong>de</strong> moradia.<br />
A Figura 5.61 apresenta as respostas à pergunta “Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou<br />
associação (ambiental, cultural, social, político, etc)?”.
130<br />
nº respostas<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
sim<br />
não<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 61 – PARTICIPAÇÃO DOS MORADORES EM GRUPOS OU ASSOCIAÇÕES<br />
Observa-se que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não participa <strong>de</strong> nenhum grupo ou<br />
associação, característica que representa, pelo menos em parte, o baixo envolvimento <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s coletivas, o que juntamente com uma Educação Ambiental<br />
volta<strong>da</strong> apenas ao indivíduo, com ações restritas a questões como economia <strong>de</strong> luz e água e<br />
a separação <strong>de</strong> lixo para a coleta seletiva, mostra a falta <strong>de</strong> ações que envolvam a<br />
cooperação entre os mora<strong>do</strong>res. As áreas que apresentaram mora<strong>do</strong>res participantes,<br />
envolvi<strong>do</strong>s com grupos ou associações, foram as áreas P2, P3, P4 e P5, esta última com o<br />
maior número verifica<strong>do</strong>, com 2 mora<strong>do</strong>res.<br />
A análise <strong>da</strong>s respostas fornece uma visão sobre como provavelmente existe gran<strong>de</strong><br />
dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações coletivas, que envolvam a cooperação entre<br />
pessoas para a realização <strong>de</strong> algo que seja em benefício <strong>de</strong> um grupo, <strong>de</strong> um coletivo.<br />
Situação que também mostra a possível dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em ter núcleos <strong>de</strong> gestão nos bairros<br />
que auxiliem no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas em que os mora<strong>do</strong>res estão inseri<strong>do</strong>s.<br />
A Tabela 5.13 apresenta a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s grupos e/ou associações apresenta<strong>do</strong>s<br />
pelos mora<strong>do</strong>res e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong> um.<br />
De acor<strong>do</strong> com as respostas, observa-se que nenhum mora<strong>do</strong>r participa <strong>de</strong> grupo<br />
e/ou associação que <strong>de</strong>senvolva ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ações relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental, ou<br />
que estejam relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> bairro no qual o mora<strong>do</strong>r resi<strong>de</strong>. Os<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s permitem supor que, talvez, não existam grupos associações locais que<br />
atuem na área ambiental nos bairros analisa<strong>do</strong>s.
131<br />
TABELA 5. 13 – GRUPOS E/OU ASSOCIAÇÕES E ATIVIDADES REALIZADAS<br />
Área <strong>de</strong> análise Grupo Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong><br />
P2 Colégio Destinação <strong>de</strong> verbas<br />
P3<br />
Terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Artesanato, exercícios e<br />
caminha<strong>da</strong>s<br />
P4 Hipertensos Não respon<strong>de</strong>u<br />
P5 Não respon<strong>de</strong>u Não respon<strong>de</strong>u<br />
P5 Igreja Trabalho social<br />
5.3.1.5. Questões Políticas<br />
As questões <strong>de</strong> 45 a 47 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à participação<br />
política e à gestão <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
A Figura 5.62 apresenta as respostas à pergunta “Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to<br />
você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação na região em que você mora<br />
e/ou trabalha? Qual?”. Nesta questão não era necessário citar nomes, apenas dizer se havia<br />
lembrança ou não.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
não votou / justificou<br />
FIGURA 5. 62 – LEMBRANÇA SOBRE OS CANDIDATOS VOTADOS NAS ELEIÇÕES<br />
Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res lembrou quais foram os candi<strong>da</strong>tos em que<br />
votaram nas eleições passa<strong>da</strong>s, com <strong>de</strong>staque para as áreas P4 e P3, nas quais to<strong>do</strong>s os
132<br />
mora<strong>do</strong>res que votaram lembraram <strong>do</strong>s seus candi<strong>da</strong>tos. Os maiores índices verifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res que não lembraram <strong>do</strong>s seus candi<strong>da</strong>tos ocorreram nas áreas P1, P2 e P5, no<br />
entanto, to<strong>da</strong>s as áreas apresentaram um número maior <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram<br />
“sim”.<br />
A Figura 5.63 apresenta se os candi<strong>da</strong>tos que foram eleitos fizeram alguma ação pela<br />
região em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m.<br />
10<br />
nº respostas<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
FIGURA 5. 63 – AÇÃO DOS CANDIDATOS NAS ÁREAS ANALISADAS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.63 permite observar que o maior índice <strong>de</strong> respostas afirmativas<br />
foram obti<strong>da</strong>s nas áreas P1 e P2, nas quais to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s disseram<br />
i<strong>de</strong>ntificar ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro pelos candi<strong>da</strong>tos eleitos. Nas áreas restantes<br />
ocorreu a indicação <strong>de</strong> que na<strong>da</strong> foi realiza<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P5 que<br />
apresentam os maiores índices, com 3 citações ca<strong>da</strong>. A área P5 apresenta-se como uma <strong>da</strong>s<br />
áreas mais carentes <strong>da</strong> região, e a análise <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s por esta questão mostra que<br />
possivelmente ocorra um <strong>de</strong>scompromisso <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público com a região.<br />
A Figura 5.64 apresenta as ações realiza<strong>da</strong>s pelos candi<strong>da</strong>tos eleitos, cita<strong>do</strong>s pelos<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
De acor<strong>do</strong> com as respostas observa-se que a ação mais executa<strong>da</strong> nos bairros foi a<br />
implantação <strong>de</strong> manta asfáltica nas ruas, situação verifica<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s. As<br />
outras ações cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res são bastante específicas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong> área e<br />
possivelmente com a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> local existente. Na área P1 a limpeza e organização <strong>da</strong>s ruas<br />
melhoraram; na área P2 foram instala<strong>do</strong>s posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e cancha; na área P3 foi construí<strong>do</strong>
133<br />
um colégio e um posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; na área P4 ocorreu o maior número <strong>de</strong> ações verifica<strong>da</strong>s,<br />
com a construção <strong>de</strong> uma creche, a instalação <strong>de</strong> luz, a construção <strong>do</strong> terminal <strong>de</strong> ônibus e<br />
<strong>de</strong> um hospital, a implantação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás e a construção <strong>do</strong> centro <strong>de</strong><br />
zoonoses. A área P5 foi a que menos recebeu infraestrutura em comparação com to<strong>da</strong>s as<br />
áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
4<br />
nº respostas<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
Ações<br />
FIGURA 5. 64 – AÇÕES REALIZADAS NOS BAIRROS PELOS CANDIATOS ELEITOS<br />
Na análise <strong>da</strong>s respostas observa-se que a área que mais necessita <strong>de</strong> infra-estrutura<br />
foi a que menos recebeu investimento, o que po<strong>de</strong> ser reflexo <strong>da</strong> política local, <strong>da</strong> análise<br />
ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para escolha <strong>do</strong>s locais prioritários a serem realiza<strong>da</strong>s obras, e/ou <strong>da</strong> falta <strong>de</strong><br />
mobilização <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res frente aos problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nos seus bairros.<br />
A Figura 5.65 apresenta as respostas à pergunta “Você cobra ações <strong>do</strong> seu<br />
candi<strong>da</strong>to? Como? Por que?”.<br />
A análise <strong>da</strong>s respostas mostra que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não cobra ações <strong>do</strong>s<br />
candi<strong>da</strong>tos eleitos, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P1 que apresentaram os maiores índices<br />
<strong>de</strong> cobrança. As áreas P2, P4 e P5 apresentaram o mesmo quadro, com quatro mora<strong>do</strong>res<br />
que respon<strong>de</strong>ram “sim” e cinco que respon<strong>de</strong>ram “não”. Apesar <strong>do</strong> número <strong>de</strong> respostas<br />
para “não” superar o “sim” em to<strong>da</strong>s as áreas, foi observa<strong>do</strong> que os índices apresenta<strong>do</strong>s
134<br />
pelas áreas P2, P4 e P5 são razoavelmente eleva<strong>do</strong>s, pois observa-se que quase meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
entrevista<strong>do</strong>s nessas áreas afirmaram cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
FIGURA 5. 65 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES DOS CANDIDATOS ELEITOS<br />
A Tabela 5.14 apresenta os meios e as razões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para<br />
cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos eleitos.<br />
TABELA 5. 14 – COBRANÇA DE AÇÕES PELOS MORADORES<br />
Área Como? Por quê?<br />
P1<br />
Cobran<strong>do</strong><br />
Falo quan<strong>do</strong> tenho acesso e cobro o<br />
que precisa ser feito<br />
Não respon<strong>de</strong>u<br />
Para aju<strong>da</strong>r na administração, pois tem que<br />
cobrar<br />
Pessoalmente<br />
Promessa <strong>de</strong>ve ser cumpri<strong>da</strong><br />
P2<br />
Pessoalmente<br />
Porque votei e tenho o direito <strong>de</strong> exigir<br />
melhorias<br />
Ligo para olharem o bairro<br />
Pois não acredito no candi<strong>da</strong>to<br />
P3 Pego no pé Porque foi eleito por nós<br />
Pessoalmente<br />
Por ter o direito <strong>de</strong> cobrar<br />
P4 Se é verea<strong>do</strong>r encontra na rua<br />
Não respon<strong>de</strong>u<br />
Cobran<strong>do</strong> <strong>do</strong> verea<strong>do</strong>r<br />
Não respon<strong>de</strong>u<br />
P5<br />
Vou na câmara<br />
Vou na prefeitura<br />
Pois se não cobrar eles esquecem<br />
Se votou tem direito <strong>de</strong> cobrar<br />
De acor<strong>do</strong> com as respostas apresenta<strong>da</strong>s verifica-se uma maior proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />
os mora<strong>do</strong>res e os verea<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à relação existente entre esses políticos e as questões
135<br />
presentes nos bairros. Observa-se também que parece haver uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong><br />
cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao direito por ser eleitor e mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro, o que<br />
traz um compromisso com as questões que envolvem a área.<br />
A Figura 5.66 apresenta as respostas à pergunta “Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong><br />
grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas ações para melhoria <strong>do</strong> local em que<br />
mora?”.<br />
nº respostas<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 66 – AÇÕES DOS MORADORES<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.66 permite observar uma série <strong>de</strong> ações cita<strong>da</strong>s pelos<br />
mora<strong>do</strong>res e, por meio <strong>de</strong>stas citações é possível observar algumas <strong>da</strong>s carências existentes<br />
em ca<strong>da</strong> área analisa<strong>da</strong>. Melhorias na saú<strong>de</strong> foram cita<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong>s as áreas, porém com<br />
um número pequeno <strong>de</strong> indicações. Melhorias na educação foram cita<strong>da</strong>s em 4 <strong>da</strong>s 5 áreas,<br />
com <strong>de</strong>staque para a área P5 que apresentou 5 indicações para este item, o maior número<br />
verifica<strong>do</strong> em comparação com as outras áreas. O item “segurança” foi bastante cita<strong>do</strong> por<br />
to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res, com <strong>de</strong>staque para as áreas P2 e P4, que apresentaram o maior<br />
número <strong>de</strong> indicações, com 3 e 5, respectivamente. Melhorias na infra-estrutura <strong>do</strong> bairro<br />
foi outro item bastante cita<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>staque para as áreas P3 e P5. Saneamento e aspectos<br />
relaciona<strong>do</strong>s a limpeza e lixo foram <strong>do</strong>is outros tópicos bastante cita<strong>do</strong>s por to<strong>da</strong>s as áreas.<br />
O item “proteção ao meio ambiente” apenas foi cita<strong>do</strong> uma vez, por um mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área<br />
P5.
136<br />
Na análise geral <strong>da</strong>s ações apresenta<strong>da</strong>s os quesitos que possuem maiores citações,<br />
em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente, foram infra-estrutura, segurança, limpeza e lixo, saneamento,<br />
educação e saú<strong>de</strong>. A análise <strong>da</strong>s respostas permitiu i<strong>de</strong>ntificar quais são as maiores carências<br />
<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área, e assim observa-se que a questão <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong> meio ambiente<br />
praticamente não foi abor<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res. Fica evi<strong>de</strong>nte a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações básicas como a implantação <strong>de</strong> infra-estrutura nos bairros e<br />
<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> saneamento, a execução <strong>de</strong> ações nas áreas <strong>de</strong> educação e segurança, e a<br />
limpeza <strong>do</strong>s bairros e coleta <strong>de</strong> lixo, que são aspectos básicos para uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />
a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, e para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong>s bairros em que vivem os<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
5.3.1.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />
As questões <strong>de</strong> 48 a 55 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental <strong>da</strong>s áreas habita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res.<br />
As Figuras 5.67 a 5.71 apresentam as respostas, por área <strong>de</strong> análise, à pergunta<br />
“Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?”.<br />
6% 6% 11%<br />
trabalho / emprego<br />
dinheiro<br />
saú<strong>de</strong><br />
educação / estu<strong>do</strong><br />
6%<br />
12%<br />
12%<br />
6%<br />
cui<strong>da</strong><strong>do</strong> casa / bairro<br />
boa alimentação<br />
bom salário<br />
6%<br />
6%<br />
meio ambiente<br />
12%<br />
tomar menos remédios<br />
17%<br />
não faltar na<strong>da</strong> em casa<br />
difícil dizer / não sei resumir<br />
FIGURA 5. 67 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P1
137<br />
Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P1 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />
uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a casa e com o bairro (17%), segui<strong>do</strong> por boa<br />
alimentação (12%), educação (12%), meio ambiente (12%) e saú<strong>de</strong> (11%).<br />
5% 5% 16%<br />
não sabe<br />
saú<strong>de</strong><br />
segurança<br />
educação / estu<strong>do</strong><br />
5%<br />
5%<br />
5%<br />
11%<br />
5%<br />
5%<br />
11%<br />
trabalho / emprego<br />
dinheiro<br />
boa alimentação<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />
merca<strong>do</strong> mais barato<br />
educação por parte <strong>do</strong>s outros<br />
11%<br />
16%<br />
se <strong>da</strong>r bem com os vizinhos<br />
família alegre<br />
FIGURA 5. 68 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P2<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.68, permite observar que os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P2<br />
i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (16%) e o<br />
trabalho (16%), que foram os <strong>do</strong>is itens mais cita<strong>do</strong>s, segui<strong>do</strong> por dinheiro (11%) e boa<br />
alimentação (11%). O item “não sabe” foi indica<strong>do</strong> por 11% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Os itens<br />
restantes possuem citação única e são bastante diversifica<strong>do</strong>s. Nesta área não foi realiza<strong>da</strong><br />
nenhuma menção a questões ambientais.<br />
Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P3 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />
uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (19%), com o maior número <strong>de</strong> citações verifica<strong>do</strong>,<br />
segui<strong>do</strong> por alimentação (13%), educação (13%) e segurança (7%). Os outros itens obtiveram<br />
citações únicas, sen<strong>do</strong> que o termo meio ambiente apenas foi cita<strong>do</strong> uma única vez.
138<br />
saú<strong>de</strong><br />
segurança<br />
educação<br />
6%<br />
6%<br />
6%<br />
19%<br />
trabalho<br />
alimentação<br />
bom salário<br />
6%<br />
7%<br />
respeito familiar<br />
6%<br />
6%<br />
6%<br />
13%<br />
6%<br />
13%<br />
não ter violência<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />
escola profissionalizante<br />
igreja<br />
meio ambiente<br />
FIGURA 5. 69 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P3<br />
4%<br />
4%<br />
4%<br />
4%<br />
9%<br />
9%<br />
4% 4% saú<strong>de</strong><br />
segurança<br />
educação<br />
trabalho<br />
26%<br />
5%<br />
9%<br />
4% 9%<br />
5%<br />
higiene<br />
cultura<br />
lazer<br />
meio ambiente<br />
boa escola<br />
segurança escola<br />
mais enfermeiras<br />
alimentação<br />
boa moradia<br />
bom salário<br />
FIGURA 5. 70 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P4
139<br />
Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P4 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />
uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (26%), com o maior número <strong>de</strong> citações entre to<strong>da</strong>s as<br />
áreas analisa<strong>da</strong>s, segui<strong>do</strong> por educação (9%), trabalho (9%), lazer (9%) e meio ambiente<br />
(9%). Os itens restantes foram cita<strong>do</strong>s apenas uma vez, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que está área apresentou a<br />
maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> <strong>de</strong> questões relaciona<strong>do</strong>s a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
saú<strong>de</strong><br />
13%<br />
7%<br />
20%<br />
segurança<br />
educação<br />
não sabe<br />
7%<br />
6%<br />
trabalho<br />
higiene<br />
7%<br />
7%<br />
13%<br />
religião<br />
dinheiro<br />
meio ambiente<br />
13%<br />
7%<br />
cui<strong>da</strong><strong>do</strong> casa / bairro<br />
FIGURA 5. 71 – QUESITOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA – P5<br />
Os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P5 i<strong>de</strong>ntificaram como aspectos essenciais para<br />
uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a saú<strong>de</strong> (20%), que foi o item mais cita<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> por educação<br />
(13%), trabalho (13%) e meio ambiente (13%). Os itens higiene, religião, dinheiro e cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />
com casa e bairro foram cita<strong>do</strong>s apenas uma vez.<br />
Na análise <strong>da</strong>s respostas obti<strong>da</strong>s observa-se que os itens saú<strong>de</strong>, educação e trabalho<br />
foram os itens mais cita<strong>do</strong>s em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> análise, ocorren<strong>do</strong> variação <strong>da</strong> indicação<br />
<strong>de</strong> outros itens <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a área, como por exemplo, o item cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a casa e com<br />
o bairro na área P1, dinheiro e boa alimentação na área P2, alimentação na área P3, lazer na<br />
área P4 e meio ambiente na área P5. Observa-se que a questão ambiental foi muito pouco<br />
cita<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, e é provável que ain<strong>da</strong> não esteja inseri<strong>da</strong> no imaginário <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res como algo que está relaciona<strong>do</strong> diretamente com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s
140<br />
famílias. No entanto, indiretamente to<strong>da</strong>s as questões cita<strong>da</strong>s estão relaciona<strong>da</strong>s à questão<br />
ambiental e à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
A Figura 5.72 apresenta as respostas à pergunta “Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente<br />
<strong>do</strong> seu bairro?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 72 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS QUALIDADES E DEFICIÊNCIAS DO BAIRRO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.72 permite observar que no quesito “limpeza <strong>do</strong> bairro” a área<br />
P5 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a mais suja, segui<strong>da</strong> pela área P4, enquanto a área P2 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a<br />
mais limpa. No quesito “cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com o bairro” a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>raram o seu<br />
bairro mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, no entanto, a área P2 apresentou o maior índice referente à indicação<br />
<strong>de</strong> que o bairro é bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>. Na análise <strong>do</strong> quesito “organização <strong>do</strong> bairro” novamente a<br />
maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>raram o seu bairro <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>, e <strong>da</strong> mesma forma que no<br />
item anterior a área que apresentou o maior índice referente à indicação <strong>de</strong> que o bairro é<br />
organiza<strong>do</strong> foi a área P2. Em relação ao quesito “segurança”, gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
situa<strong>do</strong>s nas áreas P1, P3, P4 e P5 consi<strong>de</strong>raram a área <strong>do</strong> bairro bastante insegura,<br />
enquanto a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2 indicaram que o local em que moram é<br />
seguro. O único quesito que obteve boa avaliação em to<strong>da</strong>s as áreas foi a “iluminação” local,<br />
com excessão <strong>da</strong> área P5, na qual 4 mora<strong>do</strong>res disseram que a região <strong>do</strong> bairro era mal<br />
ilumina<strong>da</strong>.
141<br />
De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s, observa-se que existe gran<strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
resi<strong>de</strong>ntes na área P2 com o bairro, situação que ocorre <strong>de</strong> maneira oposta com os<br />
mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3, P4 e principalmente na área P5. Esse resulta<strong>do</strong> fornece<br />
uma base <strong>de</strong> análise para constatar que a área P5 apresenta uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências, e<br />
falta <strong>de</strong> infra-estrutura, o que reflete na percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o local.<br />
A Figura 5.73 apresenta as respostas à pergunta “Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável<br />
pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por que?”.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
po<strong>de</strong>r público<br />
assoc.<br />
mora<strong>do</strong>res<br />
mora<strong>do</strong>res /<br />
população<br />
to<strong>do</strong>s são<br />
responsáveis<br />
sem<br />
responsáveis<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 73 – OPINIÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE REFERENTE AO BAIRRO<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.73 permite observar que o po<strong>de</strong>r público é cita<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as<br />
áreas analisa<strong>da</strong>s, e pela maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, como o principal responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental <strong>do</strong> bairro, com <strong>de</strong>staque para a área P1, que apresentou o maior índice <strong>de</strong><br />
citações. O segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong> responsabilizou os próprios mora<strong>do</strong>res, e foi cita<strong>do</strong><br />
principalmente por mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P1, P2 e P4. A responsabilização pela<br />
associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res foi cita<strong>da</strong> por três áreas, P3, P4 e P5. A cooperação mútua, na qual<br />
to<strong>do</strong>s são co-responsáveis foi cita<strong>da</strong> somente duas vezes, e ocorreu por mora<strong>do</strong>res<br />
pertencentes as áreas P2 e P4. O item “não sabe” apresentou o maior número <strong>de</strong> citações na<br />
área P5, na qual os mora<strong>do</strong>res colocaram a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro, <strong>de</strong><br />
maneira quase que exclusiva, pelo po<strong>de</strong>r público.
142<br />
Apesar <strong>de</strong> haver um senso <strong>de</strong> responsabilização sobre a figura <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público, que<br />
pre<strong>do</strong>minou entre as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observa-se uma preocupação em indicar que<br />
a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é também <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, que convivem e vivenciam as diversas<br />
situações e características <strong>do</strong>s bairros. A responsabilização pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro sobre a<br />
associação <strong>de</strong> bairros apenas foi cita<strong>da</strong> por três áreas, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o número <strong>de</strong><br />
citações realiza<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as falas <strong>de</strong> alguns mora<strong>do</strong>res observa-se uma certa<br />
<strong>de</strong>scrença nesta organização, que acaba por não representar o interesse <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
A Figura 5.74 apresenta as respostas à pergunta “Quais seriam as ações para<br />
melhorar esta(s) situação(ões)?”.<br />
nº respostas<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 74 – AÇÕES DE MELHORIAS PROPOSTAS PELOS MORADORES<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.74 permite observar que o item mais cita<strong>do</strong> foi a realização <strong>de</strong><br />
ações ambientais, apresenta<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as áreas e principalmente pelos mora<strong>do</strong>res<br />
presentes nas áreas P1, P4 e P5. Ações na área <strong>de</strong> segurança foram solicita<strong>da</strong>s<br />
principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P2 e P4, enquanto ações na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foram<br />
pouco solicita<strong>da</strong>s e somente ocorreram nas áreas P1 e P5. Ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público foram<br />
solicita<strong>da</strong>s, com <strong>de</strong>staque, por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P3, com o total <strong>de</strong> 4 citações. A<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para efetuar reinvidicações para melhoria <strong>do</strong>s<br />
bairros foi cita<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma enfática pelas áreas P1, P3, P4 e P5.
143<br />
De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s, observa-se que diferentemente <strong>do</strong> quadro proposto<br />
pelos mora<strong>do</strong>res com relação às reinvidicações, apresenta<strong>da</strong>s na Figura 5.66, as ações <strong>de</strong><br />
melhorias propostas para os bairros concentraram-se na indicação <strong>de</strong> ações ambientais.<br />
Uma possível explicação para esta diferença é tanto a forma <strong>da</strong> questão, que coloca <strong>de</strong><br />
maneira mais abrangente a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, como também pela discussão já<br />
realiza<strong>da</strong> na entrevista, que coloca uma maior possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a indicação <strong>de</strong> questões<br />
ambientais pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às discussões realiza<strong>da</strong>s. Aspecto interessante verifica<strong>do</strong><br />
foi o número <strong>de</strong> citações realiza<strong>da</strong>s para o item “organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>”, realiza<strong>do</strong> por<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P3, P4 e P5, o que <strong>de</strong>monstra uma consciência sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> auto-organização <strong>da</strong>s pessoas presentes nos bairros para reinvidicar por questões<br />
relativas a ca<strong>da</strong> área. Este posicionamento po<strong>de</strong> não se refletir em ações, no entanto,<br />
apresenta um senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> cooperação entre os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>stas áreas.<br />
A Figura 5.75 apresenta as respostas à pergunta “Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer<br />
no bairro, ou próximas ao bairro? Por que? O que você sugere?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
FIGURA 5. 75 – NECESSIDADE DE ÁREAS DE LAZER PELOS MORADORES<br />
Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou sentir falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer<br />
próximas ao bairro, com <strong>de</strong>staque para a área P4, na qual to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram<br />
“sim”. No entanto, apesar <strong>de</strong>ste eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> citações, as áreas P1, P3, P4 e P5<br />
apresentam áreas públicas <strong>de</strong> lazer, como canchas <strong>de</strong> esporte, praças e pista <strong>de</strong> skate. Desta<br />
forma, observa-se que apesar <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> lazer estarem presentes, não há uma
144<br />
i<strong>de</strong>ntificação e/ou envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com estas áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as áreas<br />
presentes parecem não estar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res locais.<br />
A Figura 5.76 apresenta o motivo pelo qual os mora<strong>do</strong>res sentem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />
lazer, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta, “Por que sentem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer?”.<br />
6<br />
5<br />
nº respostas<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
p/ crianças<br />
e jovens<br />
não há p/ passear não faz<br />
falta<br />
outros<br />
não<br />
respon<strong>de</strong>u<br />
FIGURA 5. 76 – MOTIVO APRESENTADO PARA PRESENÇA DE ÁREAS DE LAZER<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.76 permite observar que o principal motivo aponta<strong>do</strong> pelos<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P4 por sentirem falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer está na ausência<br />
<strong>de</strong>stas em locais próximos às residências em que os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>m. O segun<strong>do</strong> motivo<br />
mais cita<strong>do</strong> foi a ausência <strong>de</strong> local a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para jovens e crianças brincarem, situação<br />
apresenta<strong>da</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5.<br />
De acor<strong>do</strong> com a situação apresenta<strong>da</strong> pela questão anterior, observa-se que existe<br />
uma carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res por <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer, que não estão<br />
presentes nas áreas analisa<strong>da</strong>s, principalmente <strong>de</strong> áreas volta<strong>da</strong>s para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> crianças<br />
e jovens.<br />
A Figura 5.77 apresenta a sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para suprir esta falta,<br />
respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta <strong>da</strong> sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para áreas <strong>de</strong> lazer.<br />
Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res citou a opção pela construção <strong>de</strong> parques e<br />
praças, com <strong>de</strong>staque para as áreas P4 e P5, que apresentaram os maiores índices. A
145<br />
construção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à prática <strong>de</strong> esportes e lazer também foi bastante cita<strong>da</strong> por<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P5.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
parque e<br />
praça<br />
esportes e<br />
lazer<br />
lugar mais<br />
seguro<br />
outros não sabe não<br />
respon<strong>de</strong>u<br />
FIGURA 5. 77 – OPÇÕES DE ÁREAS DE LAZER INDICADAS PELOS MORADORES<br />
A Figura 5.78 apresenta as respostas a pergunta “Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o<br />
local em que você mora?”.<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
0<br />
muito satisfeito satisfeito pouco satisfeito insatisfeito<br />
FIGURA 5. 78 – GRAU DE SATISFAÇÃO DOS MORADORES COM O BAIRRO
146<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.78 permite observar que apenas 2 mora<strong>do</strong>res, localiza<strong>do</strong>s na<br />
área P3, afirmaram estar muito satisfeitos com o local em que moram. O maior número <strong>de</strong><br />
citações realiza<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas ocorreu no item “satisfeito”, com<br />
49%, com <strong>de</strong>staque para a área P4, que apresentou o maior índice verifica<strong>do</strong>. O item “pouco<br />
satisfeito” apresentou número alto <strong>de</strong> citações, com 29%, e foi cita<strong>do</strong> por to<strong>da</strong>s as áreas,<br />
com <strong>de</strong>staque para a área P2 que apresentou o maior índice <strong>de</strong> indicações. O terceiro item<br />
mais cita<strong>do</strong> foi “insatisfeito”, com 18%, que não obteve citações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P2,<br />
porém foi bastante cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res pertencentes às áreas P1, P3 e P5.<br />
A análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostra que apesar <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s nos bairros o<br />
índice <strong>de</strong> satisfação é maior que o <strong>de</strong> insatisfação nas áreas P2, P3 e P4, no entanto, nas<br />
áreas P1 e P5 os índices <strong>de</strong> insatisfação são maiores que os índices <strong>de</strong> satisfação. Esta análise<br />
permite i<strong>de</strong>ntificar como o mora<strong>do</strong>r se sente diante <strong>da</strong>s características que o bairro em que<br />
ele resi<strong>de</strong> possui, o que apresenta <strong>de</strong> forma indireta as características <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
bairro.<br />
A Figura 5.79 apresenta as respostas à pergunta “O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em<br />
que mora?”.<br />
nº respostas<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 79 – O QUE OS MORADORES MAIS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE RESIDEM<br />
Observa-se que o item “relações pessoais” foi um aspecto bastante cita<strong>do</strong> entre os<br />
mora<strong>do</strong>res presentes nas áreas P3 e P5, que foram as áreas que apresentaram os mais
147<br />
baixos níveis <strong>de</strong> instrução entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. O item “infra-estrutrura <strong>de</strong> serviços” foi<br />
cita<strong>do</strong> principalmente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P4, não sen<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> na área P3.<br />
O item “tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>” foi cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P2, P3 e P4, porém não foi<br />
cita<strong>do</strong> na área P5. Uma colocação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que chama a atenção foi a indicação <strong>de</strong><br />
que não gostam <strong>de</strong> na<strong>da</strong> no bairro, item cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1, P3 e P5.<br />
A apresentação <strong>do</strong>s aspectos que os mora<strong>do</strong>res mais gostam nos bairros inseriu<br />
fatores que não haviam si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s nas respostas anteriores. A citação <strong>do</strong>s itens<br />
“relações pessoais” e “tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>” apresentou aspectos muito mais<br />
profun<strong>do</strong>s/abrangentes <strong>do</strong> que questões relaciona<strong>da</strong>s a aspectos físicos e ambientais como<br />
saneamento. No entanto, indiretamente é este suporte físico que fornece algumas <strong>da</strong>s bases<br />
para os mora<strong>do</strong>res se sentirem satisfeitos com o local em que habitam.<br />
A Figura 5.80 apresenta as respostas à pergunta “O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro<br />
em que mora?”.<br />
nº respostas<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
P5<br />
FIGURA 5. 80 – O QUE OS MORADORES MENOS GOSTAM DO BAIRRO EM QUE MORAM<br />
Observa-se que a questão <strong>da</strong> violência e <strong>da</strong>s drogas foi cita<strong>da</strong> pela maioria <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res, e por to<strong>da</strong>s as áreas, como o aspecto que mais os <strong>de</strong>sagra<strong>da</strong>, com <strong>de</strong>staque para
148<br />
a área P5, na qual esta situação foi cita<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s. A falta <strong>de</strong><br />
infra-estrutura foi o segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong> entre os mora<strong>do</strong>res, no entanto, não foi<br />
cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5. O item “problemas ambientais” foi um <strong>do</strong>s itens que<br />
apresentou menor número <strong>de</strong> citações, abaixo até mesmo <strong>de</strong> questões como o gran<strong>de</strong><br />
número <strong>de</strong> cachorros nas ruas. Problemas <strong>de</strong> invasão e <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social foram cita<strong>do</strong>s<br />
pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P1 e P4.<br />
A análise <strong>da</strong>s respostas permite observar que os principais problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />
foram os que afetam diretamente os mora<strong>do</strong>res como a violência e a falta <strong>de</strong> infra-estrutura<br />
nos bairros. As respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res mostraram que, apesar <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a pressão existente<br />
relaciona<strong>da</strong> a problemas ambientais, quan<strong>do</strong> ocorre a explanação sobre algo bastante<br />
pessoal, por exemplo, relaciona<strong>do</strong> ao gosto <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, a questão ambiental é<br />
minimiza<strong>da</strong>, e tem sua importância leva<strong>da</strong> a um segun<strong>do</strong> plano. Esta característica mostra<br />
que os problemas ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, apesar <strong>de</strong><br />
serem cita<strong>do</strong>s nas questões anteriores, parecem não produzir gran<strong>de</strong>s efeitos sobre os<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
5.3.1.7. Educação Ambiental<br />
As questões <strong>de</strong> 56 a 60 <strong>do</strong> questionário abor<strong>da</strong>ram temas relaciona<strong>do</strong>s à prática <strong>de</strong><br />
Educação Ambiental nos bairros e nas escolas frequenta<strong>da</strong>s pelos filhos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
A Figura 5.81 apresenta as respostas à pergunta “Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação<br />
Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa<br />
sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?”.<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.81 permite observar que apenas 2 mora<strong>do</strong>res situa<strong>do</strong>s na área<br />
P3 disseram i<strong>de</strong>ntificar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro, enquanto<br />
em to<strong>da</strong>s as outras áreas nenhum <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s disse conhecer alguma<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> EA em <strong>de</strong>senvolvimento no bairro.<br />
As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, são <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por<br />
<strong>do</strong>is órgãos, o primeiro é a Associação <strong>de</strong> Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Bairro e o segun<strong>do</strong> o Centro <strong>de</strong><br />
Educação Ambiental <strong>da</strong> Empresa Volvo. Na indicação <strong>da</strong> Associação <strong>de</strong> Mora<strong>do</strong>res o<br />
mora<strong>do</strong>r não soube explicar quais eram as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, enquanto na indicação
149<br />
<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> EA <strong>da</strong> Volvo, o mora<strong>do</strong>r afirmou que são realiza<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre meio<br />
ambiente em geral, complementan<strong>do</strong> que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s são interessantes pois as crianças<br />
po<strong>de</strong>m participar. De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, observa-se a praticamente<br />
inexistência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nas áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
nº respostas<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
sim<br />
não<br />
não sabe<br />
FIGURA 5. 81 – EXISTÊNCIA DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS BAIRROS<br />
A Figura 5.82 apresenta as respostas à pergunta “As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa<br />
estu<strong>da</strong>m em colégio estadual, municipal, particular ou não estu<strong>da</strong>m?”.<br />
7<br />
6<br />
nº respostas<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
estadual<br />
municipal<br />
particular<br />
não estu<strong>da</strong>m<br />
FIGURA 5. 82 – COLÉGIOS EM QUE AS CRIANÇAS DOS BAIRROS ESTUDAM
150<br />
Observa-se que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s crianças estu<strong>da</strong>m em colégios públicos e<br />
somente 3 crianças estu<strong>da</strong>m em colégios particulares, 2 <strong>de</strong>las que resi<strong>de</strong>m na área P2, e 1<br />
que resi<strong>de</strong> na área P3. Em nenhuma <strong>da</strong>s casas entrevista<strong>da</strong>s foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s crianças que<br />
não estão estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, o que é um aspecto bem interessante. O maior número <strong>de</strong> crianças<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> foi na área P4 que apresentou 10 crianças, segui<strong>do</strong> pelas áreas P2 e P3, com 9 e<br />
8 crianças respectivamente.<br />
Quan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificava-se a presença <strong>de</strong> crianças resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r<br />
entrevista<strong>do</strong>, estes foram pergunta<strong>do</strong>s se eles tinham conhecimento <strong>da</strong> realização <strong>de</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nos colégios em que as crianças estu<strong>da</strong>vam, questão<br />
apresenta<strong>da</strong> pela Figura 5.83.<br />
12<br />
10<br />
nº respostas<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
P1 P2 P3 P4 P5<br />
total colégios<br />
possuem<br />
não possuem<br />
não sabe<br />
Áreas <strong>de</strong> Análise<br />
FIGURA 5. 83 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS<br />
A análise <strong>da</strong> Figura 5.83 permite observar que na área P1 to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res que<br />
possuem filhos afirmaram que existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos colégios<br />
em que seus filhos estu<strong>da</strong>m. Na área P2 esta reali<strong>da</strong><strong>de</strong> mu<strong>da</strong> bastante, pois <strong>do</strong>s 10 colégios<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s apenas 2 realizam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Nas áreas<br />
P3 e P4, segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, existem cinco colégios que realizam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
EA, no entanto na área P4 o valor apresenta<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> a 50% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> colégios,<br />
porcentagem menor que em P3, que é <strong>de</strong> 62,5%. Na área P5, nenhuma <strong>da</strong>s escolas<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, segun<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res.
151<br />
A Tabela 5.15 apresenta uma compilação <strong>da</strong>s respostas às perguntas “Existem<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?” e “Como isso interfere na vi<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> família?”.<br />
TABELA 5. 15 – ATIVIDADES DE EA E A INTERFERÊNCIA NA VIDA DA FAMÍLIA<br />
Áreas <strong>de</strong> análise Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s Interferência na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família<br />
P1<br />
P2<br />
P3<br />
P4<br />
Não sabe<br />
Não jogam lixo e cui<strong>da</strong>m <strong>da</strong> escola<br />
Economia <strong>de</strong> recursos, lixo reciclável<br />
Visita a Sanepar e a plantações <strong>da</strong><br />
região<br />
Não sabe<br />
Não sabe<br />
Trabalhos<br />
Coleta e incentivo para reciclagem e<br />
excursões<br />
Juntam garrafas pet<br />
Não sabe<br />
Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre meio ambiente<br />
Gincanas e palestras no dia <strong>do</strong> meio<br />
ambiente<br />
Plantio <strong>de</strong> árvores no <strong>Passauna</strong><br />
Acredita que sim, mas não soube dizer<br />
Palestras<br />
Passeatas e manifestações<br />
Conscientização<br />
Aju<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong><br />
Fala, briga com relação ao uso <strong>da</strong><br />
água<br />
A filha não tem compromisso<br />
nenhum<br />
Não po<strong>de</strong> jogar lixo e tem que<br />
economizar água e energia<br />
Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> hábitos<br />
Reciclagem por exemplo<br />
Educação e Conscientização<br />
Pois fala sempre<br />
Não fala na<strong>da</strong><br />
Não interfere<br />
Não respon<strong>de</strong>u<br />
Não respon<strong>de</strong>u<br />
Incentiva a família a não <strong>de</strong>sperdiçar<br />
água<br />
Separação <strong>do</strong> lixo<br />
A família acaba sen<strong>do</strong> alerta<strong>da</strong> pela<br />
criança<br />
A análise <strong>da</strong> Tabela 5.15 permite i<strong>de</strong>ntificar que a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Educação Ambiental nos colégios nos quais as crianças estu<strong>da</strong>m, muitas vezes acaba por<br />
influenciar os pais e a família nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s nas casas, principalmente pelo fato<br />
<strong>da</strong>s crianças cobrarem atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s pais e estes a<strong>do</strong>tarem assim um novo comportamento.<br />
Apesar <strong>de</strong> terem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />
nos colégios frequenta<strong>do</strong>s pelos filhos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s, não é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificar a forma <strong>de</strong> Educação Ambiental que é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, se é uma EA que prioriza a<br />
gestão ambiental unicamente, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reciclagem e
152<br />
reaproveitamento <strong>de</strong> materiais, economia <strong>de</strong> água e energia elétrica, ou então se é uma EA<br />
mais abrangente, complexa, interdisciplinar, que fomenta questionamentos e ações por<br />
meio <strong>de</strong> uma visão crítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, com características que não po<strong>de</strong>m ser<br />
simplifica<strong>da</strong>s unicamente em pequenas tarefas diárias.<br />
Não existe informação suficiente para realizar a análise sobre a forma <strong>de</strong> EA<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> nas escolas, no entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o que foi obti<strong>do</strong> pelo relato <strong>do</strong>s pais, e<br />
também não <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong> o caráter simplista <strong>da</strong> questão apresenta<strong>da</strong> pela Tabela 5.15,<br />
as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos colégios parecem ser pontuais e simplistas. Esta<br />
indicação ocorre pelo fato <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cita<strong>da</strong>s apenas serem relaciona<strong>da</strong>s a<br />
aspectos como separação <strong>de</strong> lixo, plantio <strong>de</strong> árvores e economia <strong>de</strong> recursos naturais.<br />
5.3.1.8. Finalização<br />
As questões 61 e 62 <strong>do</strong> questionário realizaram o fechamento <strong>da</strong> entrevista, e<br />
abor<strong>da</strong>ram qual foi a impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a pesquisa, e se eles gostariam <strong>de</strong><br />
receber um retorno sobre os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa. De acor<strong>do</strong> com as respostas obti<strong>da</strong>s<br />
somente um mora<strong>do</strong>r, resi<strong>de</strong>nte na área P2, disse não querer receber um retorno sobre a<br />
pesquisa. Observa-se o interesse apresenta<strong>do</strong> por praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res sobre a<br />
pesquisa, e indiretamente e diretamente sobre a questão ambiental.<br />
A Tabela 5.16 apresenta as impressões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a pesquisa<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pergunta “Algum comentário sobre a entrevista?”.<br />
TABELA 5. 16 – COMENTÁRIOS DOS MORADORES SOBRE A ENTREVISTA<br />
Impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
1. Acho ótimo entrevistar. Fica saben<strong>do</strong> o que sentimos<br />
2. Só fico senti<strong>da</strong> <strong>de</strong> não respon<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />
3. Foi boa/gostei (11)*<br />
3. Boas perguntas, porém não consegui respon<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />
4. São muitas perguntas<br />
5. Sem comentários (8)*<br />
6. Gostou. Importante<br />
7. Foi bem interessante. Bom para procurar o que não sei (comitê) e po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r as pessoas a se<br />
questionar<br />
8. Achou interessante. Repassar resulta<strong>do</strong> para os órgãos municipais<br />
9. Foi boa, mas longa
153<br />
Impressão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
10. Após respon<strong>de</strong>r as perguntas, você para pensar em meio ambiente, pois a vi<strong>da</strong> é muito corri<strong>da</strong> e<br />
não dá tempo <strong>de</strong> parar e ficar pensan<strong>do</strong> nesse assunto<br />
11. Bacana. Bom para pensar<br />
12. Agradável (2)*<br />
13. Assunto bem interessante<br />
14. Lucrativo, não no senti<strong>do</strong> financeiro<br />
15. Tá ótimo. Sem comentários<br />
16. Foi legal e bom<br />
17. Que a pesquisa pegue as coisas boas para exercer o <strong>de</strong>bate com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no bairro<br />
verea<strong>do</strong>r/associação<br />
18. Foi boa. Porque percebe que tem alguém que se preocupa com o meio ambiente<br />
19. Muito legal, e se fosse mais freqüente as pessoas se conscientizariam<br />
20. Interessante (2)*<br />
21. Gostou<br />
22. Achou importante<br />
23. Legal<br />
24. Interessante. Abre caminhos<br />
25. Muito bom<br />
26. Fica saben<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma coisa<br />
27. Expressa o que quer falar, pois o prefeito e o verea<strong>do</strong>r não sabem o que queremos<br />
28. Ótima<br />
*Respostas repeti<strong>da</strong>s.<br />
A análise <strong>da</strong>s respostas mostra que a aceitação <strong>da</strong> pesquisa, apesar <strong>de</strong> extensa e<br />
composta por uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos, foi muito boa. A maioria <strong>do</strong>s<br />
entrevista<strong>do</strong>s teve participação bastante ativa frente às questões apresenta<strong>da</strong>s no<br />
questionário e no <strong>de</strong>senvolver <strong>da</strong> entrevista.<br />
5.4. Análise final por meio <strong>da</strong> interrelação entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />
De acor<strong>do</strong> com a análise realiza<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s violações <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, compara<strong>da</strong>s às especificações <strong>da</strong> Resolução CONAMA nº 357 <strong>de</strong> 2005,<br />
para os pontos amostrais <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s para este estu<strong>do</strong>, foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> o ponto P5 como o<br />
ponto mais comprometi<strong>do</strong> e o ponto P4 como o menos comprometi<strong>do</strong>. Os <strong>do</strong>is pontos<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s para a análise final localizam-se a jusante <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no<br />
município <strong>de</strong> Araucária.
154<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong>s entrevistas realiza<strong>da</strong>s nas áreas P4 e P5 foram<br />
relaciona<strong>da</strong>s com o grau <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong> corpo hídrico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área. Esta<br />
abor<strong>da</strong>gem possibilitou o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> relação entre mora<strong>do</strong>res e território, por meio <strong>da</strong><br />
percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental observa<strong>da</strong> nas áreas P4 e P5.<br />
5.4.1. Perfil sócio-econômico<br />
O sexo <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nas duas áreas foi pre<strong>do</strong>minantemente<br />
feminino. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 apresentaram a média mais baixa <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s, com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> entrevista<strong>do</strong>s, 6 mora<strong>do</strong>res, na<br />
faixa etária entre 21 e 40 anos, enquanto a área P5 apresentou distribuição equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res nas distintas faixas etárias, principalmente entre 14 e 20, 21 e 40, e 41 e 60 anos.<br />
Em relação à comparação entre o tempo <strong>de</strong> residência em <strong>do</strong>micílio com o tempo <strong>de</strong><br />
residência no município observa-se uma distinção clara entre as duas áreas. A diferença<br />
entre os <strong>do</strong>is quesitos na área P4 foi pequena, com 7 mora<strong>do</strong>res que apresentaram uma<br />
diferença máxima <strong>de</strong> 4 anos. Outro ponto foi que entre os entrevista<strong>do</strong>s apenas um<br />
mora<strong>do</strong>r afirmou morar no local a menos <strong>de</strong> 5 anos. No entanto, característica oposta foi<br />
verifica<strong>da</strong> na área P5, na qual apesar <strong>de</strong> existirem 5 mora<strong>do</strong>res que vivem no município a<br />
mais <strong>de</strong> 15 anos, observou-se a presença <strong>de</strong> 5 mora<strong>do</strong>res que vivem nesta área a menos <strong>de</strong><br />
5 anos, o que coloca o gráfico <strong>da</strong> relação tempo <strong>de</strong> residência em <strong>do</strong>micílio versus tempo <strong>de</strong><br />
residência no município (Figura 5.14), com gran<strong>de</strong> diferença entre os quesitos. Foi<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que 2 <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5 moram a menos <strong>de</strong> um ano no<br />
respectivo <strong>do</strong>micílio, enquanto outros 2 moram a menos <strong>de</strong> um mês. Estas características<br />
sugerem que possivelmente existe uma maior rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong>s casas na área<br />
P5, em comparação com o verifica<strong>do</strong> na área P4.<br />
Uma <strong>da</strong>s características relaciona<strong>da</strong>s ao tempo <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio é a<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre os problemas ambientais <strong>da</strong><br />
região em que resi<strong>de</strong>m, bem como <strong>de</strong> outras características na relação entre mora<strong>do</strong>r e<br />
território. Desta forma, é possível que o mora<strong>do</strong>r que possui menor tempo <strong>de</strong> residência no<br />
<strong>do</strong>micílio estabeleça uma relação mais superficial com o local em que mora, não sen<strong>do</strong><br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estadia no local. No entanto, se os
155<br />
problemas existentes forem bastante característicos e oferecerem gran<strong>de</strong> impacto ao local<br />
em que ocorrem, os problemas locais provavelmente serão facilmente i<strong>de</strong>ntificáveis.<br />
A análise <strong>do</strong> ponto P5 permite observar que, apesar <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> rio ser algo<br />
bastante evi<strong>de</strong>nte, tanto pelas tubulações <strong>da</strong>s casas direciona<strong>da</strong>s para o rio como pelo o<strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong> esgoto verifica<strong>do</strong> no local, poucos foram os mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificaram este problema<br />
ambiental. Observa-se que, <strong>do</strong>s 4 mora<strong>do</strong>res que resi<strong>de</strong>m na área a menos <strong>de</strong> 1 ano, apenas<br />
um mora<strong>do</strong>r indicou a questão <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> rio.<br />
Na análise <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias entrevista<strong>da</strong>s verificou-se que na área P5 os<br />
mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram baixa ren<strong>da</strong>, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> famílias que<br />
recebem entre 2 a 4 salários mínimos, enquanto a ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na<br />
área P4 apresentou-se bem distribuí<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as faixas, sem gran<strong>de</strong>s concentrações e<br />
<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sócio-econômicas.<br />
Quanto ao grau <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, observa-se que a área P5 apresentou o<br />
mais baixo grau <strong>de</strong> instrução entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res que possuem apenas o primeiro grau completo e o primeiro grau incompleto. Os<br />
mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P4, por outro la<strong>do</strong>, apresentaram maior nível <strong>de</strong><br />
escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res com segun<strong>do</strong> grau completo e com um<br />
mora<strong>do</strong>r com curso superior incompleto.<br />
Observa-se que as famílias mais carentes e com menor nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, na<br />
maioria <strong>da</strong>s vezes, ocupam áreas que apresentam baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, localiza<strong>da</strong>s<br />
próximas a áreas <strong>de</strong> risco como aterros sanitários, lixões, rios poluí<strong>do</strong>s, áreas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção,<br />
áreas contamina<strong>da</strong>s, entre outros. Geralmente estes locais são caracteriza<strong>do</strong>s por total falta<br />
<strong>de</strong> infra-estrutura como água encana<strong>da</strong>, esgotamento sanitário, luz, acesso a transporte<br />
público, entre outros aspectos, consequências que ocorrem principalmente em locais que<br />
oferecem “condições” <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mais baratas se compara<strong>do</strong>s a outras áreas.<br />
No entanto, apesar <strong>de</strong> parecer óbvio que a população que resi<strong>de</strong> nestes locais tem<br />
forte influência e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental local, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
à geração <strong>de</strong> esgoto e disposição ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo, <strong>de</strong>ve-se observar que os responsáveis<br />
por esta <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção não são apenas as pessoas que moram nestes locais, mas também os<br />
gestores municipais e órgãos públicos, que não acompanham o processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s
156<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e não <strong>de</strong>senvolvem políticas sociais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local. No contexto <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> urbanização, a Companhia <strong>de</strong><br />
Saneamento <strong>do</strong> Paraná – SANEPAR possui papel central na disponibilização <strong>de</strong> infraestrutura<br />
sanitária, o que a também coloca como responsável pela <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
5.4.2. Visão sobre meio ambiente<br />
A visão sobre meio ambiente apresenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas áreas mostrouse<br />
mais abrangente que uma visão unicamente naturalista, pois praticamente meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5 apresentaram o ser humano como elemento constituinte <strong>do</strong><br />
meio ambiente, além <strong>da</strong> inserção <strong>de</strong> elementos antrópicos diversos que são resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
interação entre homem e ambiente.<br />
A área P5, apesar <strong>de</strong> apresentar os mora<strong>do</strong>res com os índices mais baixos <strong>de</strong><br />
escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, apresentou o segun<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res que mostraram uma visão abrangente sobre meio ambiente, atrás apenas <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. O contato direto <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com problemas <strong>de</strong> poluição <strong>da</strong> água,<br />
excesso <strong>de</strong> lixo nas ruas, falta <strong>de</strong> organização e infra-estrutura <strong>do</strong> bairro, entre outras<br />
questões cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, coloca-os em contato direto com os problemas relativos<br />
à questão ambiental. Assim, possivelmente, quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre quais eram os<br />
elementos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como parte <strong>do</strong> meio ambiente, a resposta <strong>de</strong> 3 mora<strong>do</strong>res foi mais<br />
abrangente pelo fato <strong>de</strong> vivenciarem vários problemas cotidianamente. Desta forma, os<br />
mora<strong>do</strong>res relacionaram o ambiente com a ação antrópica sobre este meio, e as<br />
consequências tanto para os seres humanos, como para o próprio ambiente.<br />
5.4.3. Questões Gerais<br />
A gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, 93%, afirmou se preocupar com problemas<br />
ambientais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que apenas 1 mora<strong>do</strong>r, pertencente à área P5, afirmou não ter esta<br />
preocupação. A questão ambiental nunca foi tão divulga<strong>da</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação<br />
quanto atualmente, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à divulgação massiva <strong>da</strong> questão <strong>do</strong>
157<br />
“aquecimento global”, situação que possivelmente influencia o comportamento <strong>da</strong>s pessoas<br />
e <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais forte o discurso relativo à preservação e proteção <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />
Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> se preocuparem com<br />
problemas ambientais, 7 entrevista<strong>do</strong>s <strong>da</strong> área P4 citaram aspectos relaciona<strong>do</strong>s às<br />
questões estritamente ambientais, com apenas 2 citações para aspectos relaciona<strong>do</strong>s à<br />
população. Característica distinta foi observa<strong>da</strong> em relação às respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P5, que citaram principalmente aspectos relaciona<strong>do</strong>s à população.<br />
Percebe-se nesta questão a influência <strong>da</strong> condição local sobre a percepção <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res. Na área P5, caracteriza<strong>da</strong> como a mais comprometi<strong>da</strong> ambientalmente, ocorreu<br />
maior inserção <strong>de</strong> questões relaciona<strong>da</strong>s à consequência <strong>do</strong>s problemas ambientais às<br />
populações, em comparação com a indicação <strong>de</strong> aspectos estritamente ambientais. As<br />
respostas obti<strong>da</strong>s, possivelmente foram influencia<strong>da</strong>s pelas condições <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental na qual se encontra a área P5, que afeta <strong>de</strong> maneira direta os mora<strong>do</strong>res que<br />
resi<strong>de</strong>m na área.<br />
Os itens cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas na indicação <strong>do</strong> maior problema<br />
ambiental <strong>do</strong> planeta foram diversifica<strong>do</strong>s, e consistiram principalmente na indicação <strong>de</strong><br />
aspectos relaciona<strong>do</strong>s à água, ao lixo e ao <strong>de</strong>smatamento, itens cita<strong>do</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P4, e a indicação <strong>de</strong> aspectos relaciona<strong>do</strong>s à água, item cita<strong>do</strong> por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área<br />
P5. Os problemas ambientais globais, divulga<strong>do</strong>s pela mídia representam às vezes reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
distantes <strong>da</strong>s pessoas que recebem a informação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que não são relaciona<strong>do</strong>s com<br />
problemas ambientais ou situações locais e, portanto, se tornam difícil <strong>de</strong> serem<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s por algumas pessoas. Na área P5, 2 mora<strong>do</strong>res não souberam apontar o maior<br />
problema ambiental global, o que po<strong>de</strong> indicar ausência <strong>de</strong> uma dimensão mais ampla sobre<br />
esta questão, ou dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à informação.<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s maiores problemas ambientais <strong>do</strong> bairro ou<br />
região tiveram pouca relação com os problemas globais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res. As<br />
citações mostraram os aspectos presentes em ca<strong>da</strong> área que mais incomo<strong>da</strong>m os<br />
mora<strong>do</strong>res. Observou-se na área P4 gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> citações para “indústrias”, segui<strong>do</strong><br />
por “poluição <strong>do</strong> ar”, aspectos que foram apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao impacto causa<strong>do</strong> pela<br />
presença <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> indústria na região.
158<br />
Na área P5, os problemas ambientais mais cita<strong>do</strong>s foram os aspectos relaciona<strong>do</strong>s a<br />
lixo e a falta <strong>de</strong> limpeza <strong>do</strong> bairro, problema associa<strong>do</strong> muitas vezes às áreas urbanas que<br />
são pouco valoriza<strong>da</strong>s. Os outros aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram pontuais e não<br />
apresentaram mais que uma citação ca<strong>da</strong>, o que mostra uma dispersão <strong>do</strong>s problemas<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, sem haver um aspecto nortea<strong>do</strong>r além <strong>da</strong> questão <strong>do</strong> lixo e<br />
<strong>da</strong> falta <strong>de</strong> limpeza. Este resulta<strong>do</strong> coloca em evidência o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> problemas<br />
ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, que se apresenta mais comprometi<strong>da</strong><br />
que a área P4.<br />
A pergunta que analisou o conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
palavra manancial, apresentou a influência que o local <strong>de</strong> moradia exerce sobre a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res. Na área P4, localiza<strong>da</strong> próxima ao reservatório, foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um maior<br />
número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que afirmaram saber o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo manancial, enquanto na<br />
área P5, situa<strong>da</strong> mais distante <strong>do</strong> reservatório, ocorreu pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que<br />
não souberam explicar o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo. Este resulta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ter relação também com<br />
a diferença existente entre os níveis <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong><br />
área.<br />
A questão sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo bacia hidrográfica resultou em respostas que<br />
evi<strong>de</strong>nciaram o <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> quase a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas.<br />
Situação que se repetiu quan<strong>do</strong> foi solicita<strong>do</strong> aos mora<strong>do</strong>res que i<strong>de</strong>ntificassem a bacia<br />
hidrográfica na qual se encontravam, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que apenas 1 mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área P5 citou a<br />
<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. A análise <strong>da</strong>s respostas apresenta o baixo conhecimento<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre as questões relaciona<strong>da</strong>s à bacia hidrográfica, o que po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como um indicativo indireto <strong>de</strong> que possivelmente não há nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
relaciona<strong>da</strong> ao tema <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> com os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>stas áreas.<br />
A maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas i<strong>de</strong>ntificou o rio <strong>Passauna</strong> como o rio mais<br />
próximo <strong>de</strong> suas residências, no entanto, o rio Iguaçu também foi cita<strong>do</strong> por 2 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P4, e por 1 mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> área P5, o que mostra uma pequena confusão, principalmente<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, a qual se encontra mais distante <strong>do</strong> rio Iguaçu. Na área P5 2<br />
mora<strong>do</strong>res não souberam i<strong>de</strong>ntificar o rio mais próximo, um <strong>de</strong>les recém instala<strong>do</strong> no<br />
bairro, o que possivelmente é o aspecto <strong>de</strong> influência.
159<br />
A percepção <strong>da</strong> população em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água ocorreu principalmente<br />
em função <strong>de</strong> aspectos físicos como cor e turbi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> água e organoléptico como o<strong>do</strong>r, além<br />
<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação visual <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> efluentes, a presença <strong>de</strong> lixo, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas<br />
com erosão, entre outras situações.<br />
Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>, na área P4 ocorreram citações para os itens “ruim” e “péssima”, sen<strong>do</strong> que o<br />
maior número <strong>de</strong> citações ocorreu para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular”. No entanto, quan<strong>do</strong><br />
pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarem o rio com <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, apesar <strong>de</strong> terem cita<strong>do</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “regular” com o maior número <strong>de</strong><br />
indicações, atribuíram características relaciona<strong>da</strong>s a aspectos negativos. A indicação <strong>de</strong> 3<br />
mora<strong>do</strong>res sobre a influência <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> cadáveres sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água,<br />
apresenta um <strong>do</strong>s possíveis problemas existentes na área que é a violência, mesmo esta<br />
área não apresentan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> sócio-econômica entre os mora<strong>do</strong>res<br />
entrevista<strong>do</strong>s. Embora as indicações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para “ruim” e “péssima” não<br />
sejam a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o ponto P4 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> observa<strong>da</strong>, é possível que os<br />
mora<strong>do</strong>res possuam áreas <strong>de</strong> referência que não sejam a <strong>do</strong> projeto, o que traz outras<br />
influências e percepções sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no respectivo ponto.<br />
Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram com ênfase que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio mais<br />
próximo é péssima, o que apresenta a percepção existente sobre a poluição e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção<br />
<strong>de</strong>ste trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Os <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res que disseram não i<strong>de</strong>ntificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> rio foram os mesmos que não souberam i<strong>de</strong>ntificar o nome <strong>do</strong> rio na questão anterior. Os<br />
mora<strong>do</strong>res citaram aspectos que evi<strong>de</strong>nciaram a percepção <strong>do</strong>s principais fatores influentes<br />
sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio neste trecho, e sobre as consequências visuais, físicas e<br />
químicas, como a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>miciliares e a indicação <strong>de</strong><br />
presença <strong>de</strong> lixo no rio, sujeira e o<strong>do</strong>r.<br />
Em relação à i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> local <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água, 8 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4<br />
citaram o rio <strong>Passauna</strong> como fonte <strong>de</strong> abastecimento. Característica oposta foi verifica<strong>da</strong> na<br />
área P5, na qual 5 mora<strong>do</strong>res afirmaram não saber o local <strong>de</strong> captação <strong>da</strong> água.<br />
Possivelmente, um <strong>do</strong>s aspectos influentes para esta diferença <strong>de</strong> respostas foi a localização<br />
<strong>da</strong>s áreas, pois, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à possível ausência <strong>de</strong> informações sobre a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>,
160<br />
a área P5, que se encontra mais distante <strong>do</strong> reservatório, não recebe informações sobre esta<br />
questão.<br />
Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega às<br />
casas, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é “boa” e “regular”, porém<br />
observa-se que o item “regular” foi cita<strong>do</strong>, principalmente, por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4. Nas<br />
entrevistas foram relata<strong>da</strong>s queixas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 quanto à alta concentração<br />
<strong>de</strong> cloro existente na água, que segun<strong>do</strong> relatos, chega a ficar “esbranquiça<strong>da</strong>” e com cheiro<br />
forte, fator que provavelmente influenciou para a avaliação regular. Este resulta<strong>do</strong><br />
possivelmente <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong>sta área estar localiza<strong>da</strong> próxima à estação <strong>de</strong> tratamento<br />
<strong>de</strong> água existente ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. O fator localização mostra-se<br />
relevante, pois na área P5, localiza<strong>da</strong> mais distante geograficamente <strong>da</strong> estação <strong>de</strong><br />
tratamento <strong>de</strong> água, pre<strong>do</strong>mina a indicação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água é<br />
“boa”, e uma indicação para “ótima” quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
A característica <strong>da</strong> distância reflete-se novamente na pergunta sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Na área P4, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res afirmou que a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
represa é o abastecimento público, enquanto na área P5, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não<br />
soube explicar a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> represa. Com base nestas respostas fica praticamente<br />
evi<strong>de</strong>nte a ausência <strong>de</strong> informações sobre a Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
bacia localiza<strong>do</strong>s em áreas distantes <strong>da</strong> represa.<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s a respeito <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Represa <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, e verificou-se que na área P4 a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res indicou quali<strong>da</strong><strong>de</strong> “boa” e<br />
“regular”, enquanto a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 afirmou que não sabia dizer como<br />
era a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na represa. É muito provável que exista um contato maior <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4 com a área <strong>da</strong> represa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes locais,<br />
o que parece não ocorrer com os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, mesmo com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
frequentar o Parque <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarem a água <strong>do</strong> reservatório com<br />
<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, observa-se que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram a<br />
questão afirmou que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> era “boa” e “regular”, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
conservação <strong>do</strong> local e por esta ser uma área <strong>de</strong> uso para captação <strong>de</strong> água para
161<br />
abastecimento público. As respostas mostraram que existe uma confiança por parte <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas no serviço realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> água, pois afirmaram que a água<br />
não seria capta<strong>da</strong> <strong>de</strong> um local poluí<strong>do</strong>.<br />
Em relação à utilização <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> para outros fins, além <strong>da</strong><br />
captação <strong>de</strong> água para abastecimento público, as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res foram bastante<br />
equilibra<strong>da</strong>s, com praticamente o mesmo número <strong>de</strong> respostas para outros usos e para a<br />
captação <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> restrito. No entanto, observou-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> citações para a<br />
utilização <strong>da</strong> represa para outros fins. As duas únicas citações verifica<strong>da</strong>s para “não sei”<br />
ocorreram na área P5.<br />
As principais possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área<br />
P4 foram relaciona<strong>da</strong>s à utilização <strong>da</strong> represa e <strong>da</strong> área <strong>do</strong> entorno como parque para lazer,<br />
enquanto os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 citaram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas, algumas<br />
extremamente contraditórias com o uso <strong>do</strong> local para tratamento <strong>de</strong> esgotos. As respostas<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 mostraram que existem dúvi<strong>da</strong>s sobre a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
reservatório, principalmente porque os usos apresenta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam prejudicar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> água, conforme coloca<strong>do</strong> por muitos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “não”.<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre o local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> suas<br />
casas. Na área P4, foram obti<strong>da</strong>s respostas principalmente para “fossa” e “re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong><br />
esgoto”, com apenas uma indicação para “rio” e outra para “não sei”. As respostas <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res mostraram que a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto na área P4 é realiza<strong>da</strong>, na maior parte, <strong>de</strong><br />
maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, o que promove a conservação <strong>do</strong> trecho <strong>de</strong> rio que está situa<strong>do</strong> nesta<br />
área. No entanto, na área P5, 4 mora<strong>do</strong>res indicaram que o esgoto é <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> para “fossa”,<br />
não ten<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> nenhuma resposta para re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto, o que sugere que não<br />
há re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto no bairro. Foi verifica<strong>do</strong> que na área P5, 3 mora<strong>do</strong>res disseram<br />
não saber o local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto <strong>de</strong> suas casas, além <strong>de</strong> uma indicação para “rio”, e<br />
outra para “galeria <strong>de</strong> chuva”. As respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 mostraram que, caso<br />
não exista fossa na casa, a <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> esgoto é realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,<br />
característica que influi diretamente nos valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />
observa<strong>do</strong>s no ponto P5.
162<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles haviam participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma reunião<br />
para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s a meio ambiente nos últimos tempos. I<strong>de</strong>ntificou-se<br />
que, na área P4, 2 mora<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>ram “sim” e, na área P5, apenas um mora<strong>do</strong>r<br />
respon<strong>de</strong>u afirmativamente. Os temas discuti<strong>do</strong>s nas reuniões cita<strong>da</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P4 foram relaciona<strong>da</strong>s à poluição, e ao uso e racionamento <strong>de</strong> água, enquanto na área<br />
P5 o tema discuti<strong>do</strong> na reunião indica<strong>da</strong> foi relaciona<strong>do</strong> a lixo e esgoto. De acor<strong>do</strong> com as<br />
respostas, as reuniões ocorreram <strong>de</strong> 6 meses a 2 anos antes <strong>da</strong> aplicação <strong>do</strong> questionário, o<br />
que mostra que a participação em reuniões que envolvem assuntos sobre meio ambiente<br />
não é algo frequente.<br />
Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram pergunta<strong>do</strong>s sobre quais ações <strong>de</strong>veriam ser toma<strong>da</strong>s<br />
para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização ambiental, os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram, principalmente, a realização <strong>de</strong> reuniões e palestras, como<br />
também uma maior atuação em nível educacional. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram<br />
principalmente o acesso à informação e a realização <strong>de</strong> palestras e reuniões. Na área P5<br />
observou-se um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que disseram não saber o que po<strong>de</strong>ria ser<br />
realiza<strong>do</strong>, e outros que apresentaram sugestões mais simplistas, situação que po<strong>de</strong> estar<br />
relaciona<strong>da</strong> com o baixo índice <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nesta área. Na<br />
análise <strong>da</strong>s respostas observou-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> para ambas as áreas <strong>de</strong> maior divulgação<br />
<strong>da</strong>s informações e a realização <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à questão ambiental.<br />
Ao serem pergunta<strong>do</strong>s sobre a ação a ser realiza<strong>da</strong> na aju<strong>da</strong> direta ao meio<br />
ambiente, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5 citaram, principalmente, aspectos<br />
relaciona<strong>do</strong>s à questão <strong>do</strong> lixo. As respostas mostram o aspecto geralmente abor<strong>da</strong><strong>do</strong><br />
quan<strong>do</strong> ocorrem discussões relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente no espaço urbano, que<br />
geralmente é simplista. As questões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res não avançaram para<br />
outras áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que nem a solução <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> poluição <strong>do</strong>s rios foi cita<strong>da</strong><br />
pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5, fato que mostra uma limitação na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
outras possíveis ações para melhoria e equilíbrio <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Observa-se que os mora<strong>do</strong>res enxergam a ação ambiental nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> simplista,<br />
característica que reflete na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> soluções para os problemas encontra<strong>do</strong>s em<br />
ca<strong>da</strong> área.
163<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram praticamente unânimes em afirmar que i<strong>de</strong>ntificaram<br />
problemas ambientais na área em que moram, com 8 indicações <strong>da</strong> área P4 e 7 <strong>da</strong> área P5.<br />
Na área P4 as respostas foram relaciona<strong>da</strong>s principalmente a lixo, poluição por indústrias e<br />
<strong>de</strong>smatamento, enquanto apenas um mora<strong>do</strong>r disse não i<strong>de</strong>ntificar problemas ambientais<br />
no bairro. As respostas apresentaram os principais aspectos que afetam a população, não<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> nenhum item à poluição por esgoto, o que está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />
valores <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água observa<strong>do</strong>s para este ponto.<br />
Na área P5 a maioria <strong>da</strong>s respostas foi relaciona<strong>da</strong> a lixo, no entanto, também foram<br />
cita<strong>da</strong>s a contribuição por esgotos e outros aspectos como <strong>de</strong>smatamento e queima<strong>da</strong>s.<br />
Apesar <strong>do</strong>s problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no bairro, <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res disseram não i<strong>de</strong>ntificar<br />
problemas ambientais na região, sen<strong>do</strong> que um <strong>de</strong>les que mora no bairro a menos <strong>de</strong> um<br />
mês, o que po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> um aspecto influente para esta não i<strong>de</strong>ntificação. Da mesma forma<br />
que na área P4, as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os valores <strong>do</strong>s parâmetros<br />
<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água verifica<strong>do</strong>s.<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s relacionaram os principais aspectos ambientais que incomo<strong>da</strong>m<br />
os mora<strong>do</strong>res nas respectivas áreas analisa<strong>da</strong>s e, <strong>de</strong>sta forma, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os<br />
principais problemas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observou-se<br />
que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> instrução ou ren<strong>da</strong>, salvo poucos casos, a população<br />
i<strong>de</strong>ntificou os aspectos ambientais mais problemáticos <strong>da</strong> região em que resi<strong>de</strong>.<br />
A pergunta sobre a sugestão <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong>s<br />
rios, permitiu caracterizar as áreas em função <strong>da</strong> abrangência <strong>da</strong>s respostas e <strong>do</strong><br />
conhecimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> recuperação. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, não<br />
apenas citaram ações relaciona<strong>da</strong>s a aspectos diretos como a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> esgoto e lixo <strong>do</strong><br />
rio, como também colocaram a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e <strong>da</strong><br />
conscientização <strong>da</strong>s pessoas sobre as questões relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s rios, <strong>de</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental e <strong>da</strong> preservação <strong>do</strong>s mananciais <strong>de</strong> água. No entanto, ao<br />
contrário <strong>da</strong> característica verifica<strong>da</strong> na área P4, os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 apresentaram<br />
uma visão mais restrita, e citaram, principalmente, aspectos relaciona<strong>do</strong>s à retira<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> esgoto e lixo <strong>do</strong> rio, característica que po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> ao nível sócioeconômico<br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e ao baixo grau <strong>de</strong> instrução.
164<br />
Os mora<strong>do</strong>res também foram pergunta<strong>do</strong>s se já haviam participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> educação ambiental. Nas duas áreas encontrou-se número expressivo <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res que respon<strong>de</strong>ram “sim”, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que estas foram as áreas que apresentaram o<br />
maior número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res participantes em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA, entre to<strong>da</strong>s as áreas<br />
analisa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
5.4.4. Ações Ambientais<br />
Na i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s veículos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res observa-se que na área<br />
P4 o meio <strong>de</strong> transporte que possui maior presença foi o automóvel, com to<strong>do</strong>s os<br />
mora<strong>do</strong>res apresentan<strong>do</strong> pelo menos um veículo, no total <strong>de</strong> 11, enquanto a moto e a<br />
bicicleta somente foram cita<strong>da</strong>s uma vez ca<strong>da</strong>. Esta situação foi bastante diferente <strong>da</strong> área<br />
P5, na qual apenas 5 mora<strong>do</strong>res possuem automóvel, sem a ocorrência <strong>de</strong> citações para<br />
moto, e apenas uma para bicicleta.<br />
Na área P4, apesar <strong>de</strong> apresentarem número razoável, o uso <strong>do</strong> veículo como<br />
principal meio <strong>de</strong> transporte foi cita<strong>do</strong> apenas por <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res, enquanto o ônibus foi<br />
cita<strong>do</strong> como principal meio <strong>de</strong> transporte utiliza<strong>do</strong>, situação verifica<strong>da</strong> também na área P5.<br />
Desta forma, observa-se que o principal meio <strong>de</strong> transporte utiliza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s<br />
duas áreas foi o ônibus. A bicicleta como meio <strong>de</strong> transporte praticamente não foi cita<strong>da</strong>,<br />
possivelmente pela característica <strong>do</strong> terreno <strong>da</strong> região ser irregular, com morros e <strong>de</strong>sníveis,<br />
além <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> ciclovias.<br />
A economia <strong>de</strong> energia é realiza<strong>da</strong> por praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas<br />
áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que somente um mora<strong>do</strong>r resi<strong>de</strong>nte na área P5, afirmou não economizar. As<br />
principais ações aponta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 para economia foram aspectos<br />
relaciona<strong>do</strong>s diretamente à lâmpa<strong>da</strong>s, chuveiro e equipamentos, com especial <strong>de</strong>staque<br />
para ações que envolvem lavagem e tarefas com roupas, as quais foram cita<strong>da</strong>s <strong>de</strong>z vezes,<br />
sen<strong>do</strong> o maior valor <strong>de</strong> respostas observa<strong>do</strong> para esta questão. Este fato po<strong>de</strong> estar<br />
relaciona<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algum trabalho sobre esta forma <strong>de</strong> economia, porém<br />
não foi possível i<strong>de</strong>ntificar este aspecto.<br />
Na área P5 as principais ações <strong>de</strong> economia apresenta<strong>da</strong>s foram relaciona<strong>da</strong>s à<br />
lâmpa<strong>da</strong>s, e em segun<strong>do</strong> lugar chuveiro e equipamentos, que apresentaram o menor índice
165<br />
<strong>de</strong> citações entre as áreas analisa<strong>da</strong>s. A economia <strong>de</strong> energia relaciona<strong>da</strong> ao item “roupas”,<br />
na área P5 foi cita<strong>da</strong> apenas uma vez. Observou-se a diminuição <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> economia<br />
relaciona<strong>da</strong>s a equipamentos, em comparação com a área P4, possivelmente pelo menor<br />
po<strong>de</strong>r aquisitivo <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nesta área.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram que a questão <strong>da</strong> economia <strong>de</strong> energia encontra-se<br />
inseri<strong>da</strong> no cotidiano <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. No entanto, como já discuti<strong>do</strong> anteriormente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
gran<strong>de</strong> divulgação <strong>do</strong>s problemas e questões ambientais e, também, pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
existente <strong>da</strong>s pessoas em mostrar que realizam ações ambientalmente corretas, é possível<br />
que o compromisso apresenta<strong>do</strong> nas respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res não represente <strong>de</strong> forma<br />
direta as ações implementa<strong>da</strong>s em casa.<br />
Em relação à economia <strong>de</strong> água observou-se que esta é realiza<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas analisa<strong>da</strong>s. Na área P4, os itens mais cita<strong>do</strong>s foram o “não<br />
<strong>de</strong>sperdício”, segui<strong>do</strong> por “evitar gastos” e pela “reunião <strong>de</strong> afazeres”, enquanto<br />
“reaproveitamento” foi cita<strong>do</strong> somente por um mora<strong>do</strong>r. Na área P5 os itens mais cita<strong>do</strong>s<br />
foram a “reunião <strong>de</strong> afazeres” e aspectos relaciona<strong>do</strong>s a “evitar gastos”, no entanto, o item<br />
mais cita<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res, com 10 citações, foi o “não <strong>de</strong>sperdício”. Novamente o<br />
eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> indicações para um único item coloca a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> algum trabalho relaciona<strong>do</strong> a este aspecto, porém não foi possível i<strong>de</strong>ntificar o<br />
que proporcionou esta indicação. Da mesma forma que para economia <strong>de</strong> energia, observase<br />
a inserção <strong>da</strong> economia <strong>de</strong> água no cotidiano <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas.<br />
A separação <strong>de</strong> lixo em <strong>do</strong>micílio é realiza<strong>da</strong> por praticamente a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s duas áreas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que somente <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 disseram não<br />
realizar a separação <strong>de</strong> lixo. Na área P4, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> separação a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res<br />
divi<strong>de</strong>-se entre a separação <strong>do</strong>s materiais recicláveis <strong>da</strong>queles não recicláveis e, com um<br />
menor número <strong>de</strong> citações, a separação <strong>do</strong> material orgânico além <strong>do</strong>s materiais recicláveis<br />
e não-recicláveis. Na área P5, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> separação realiza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res é<br />
pre<strong>do</strong>minantemente a separação <strong>de</strong> materiais recicláveis <strong>do</strong>s não recicláveis, enquanto a<br />
separação <strong>do</strong> material orgânico é realiza<strong>da</strong> somente por um mora<strong>do</strong>r.
166<br />
Observou-se que, nas questões relativas à economia <strong>de</strong> água e luz, e separação <strong>de</strong><br />
lixo para a coleta seletiva, os únicos mora<strong>do</strong>res que disseram não realizar uma ou outra<br />
tarefa foram os mora<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na área P5.<br />
Os mora<strong>do</strong>res que afirmaram separar os alimentos orgânicos <strong>do</strong> lixo comum e <strong>do</strong> lixo<br />
reciclável, disseram reaproveitar o material para adubar pequenas hortas e/ou alimentar<br />
cachorros, prática que gera uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> menor <strong>de</strong> lixo. Observou-se que os mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>da</strong> área P4 aproveitam melhor os resíduos gera<strong>do</strong>s, e <strong>de</strong>sta forma, diminuem a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
total <strong>de</strong> lixo gera<strong>do</strong>.<br />
A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou se os mora<strong>do</strong>res participavam <strong>de</strong> algum<br />
grupo e/ou associação, nos quais fossem realiza<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais, políticas, sociais,<br />
ambientais, entre outros. O número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res atuantes nestes grupos é baixo, com<br />
apenas um mora<strong>do</strong>r na área P4, e <strong>do</strong>is na área P5, porém, em nenhum <strong>do</strong>s grupos<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s foi observa<strong>do</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas à questão<br />
ambiental. Observou-se pequeno envolvimento <strong>da</strong>s pessoas com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cooperativas,<br />
que interagissem com os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, ou grupos <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em ambas as<br />
áreas.<br />
5.4.5. Questões Políticas<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles lembravam <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos em que<br />
votaram nas eleições passa<strong>da</strong>s (2006), e surpreen<strong>de</strong>ntemente, a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<br />
afirmou que lembrava. Os únicos 2 mora<strong>do</strong>res que afirmaram não lembrar estavam<br />
localiza<strong>do</strong>s na área P5.<br />
Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s se os políticos nos quais votaram promoveram benefícios na<br />
região em que moram, praticamente to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P4<br />
respon<strong>de</strong>ram que sim, enquanto na área P5, 3 mora<strong>do</strong>res disseram que na<strong>da</strong> foi feito. Em<br />
relação às ações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res, na área P4 observou-se um gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no bairro, com o asfaltamento <strong>de</strong> ruas, a construção <strong>de</strong> escola e<br />
creche, a instalação <strong>de</strong> postes <strong>de</strong> iluminação, a construção <strong>de</strong> terminal <strong>de</strong> ônibus, <strong>de</strong><br />
hospital, a ampliação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás e a construção <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> zoonoses.<br />
Na área P5 o número <strong>de</strong> ações foi consi<strong>de</strong>ravelmente menor, sen<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> somente o
167<br />
asfaltamento <strong>de</strong> ruas, e duas afirmações <strong>de</strong> que muitas ações haviam si<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>s, porém<br />
sem citar qualquer ação específica.<br />
De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, observa-se que o bairro mais carente, a área<br />
P5, que necessita <strong>de</strong> maior volume <strong>de</strong> intervenções para a solução <strong>do</strong>s problemas<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, foi o que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, recebeu menor número <strong>de</strong><br />
ações <strong>de</strong> infraestrutura, o que apresenta a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta<strong>da</strong> pelos mora<strong>do</strong>res que<br />
resi<strong>de</strong>m em áreas ambientalmente e socialmente <strong>de</strong>svaloriza<strong>da</strong>s.<br />
Quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s se eles cobravam ações <strong>do</strong>s políticos em<br />
que votaram, o resulta<strong>do</strong> para as duas áreas, P4 e P5, foi o mesmo, com a maioria <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res afirman<strong>do</strong> que não cobra ações <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to. A forma <strong>de</strong> cobrança realiza<strong>da</strong><br />
pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 <strong>de</strong>monstra uma relação próxima, principalmente com os<br />
verea<strong>do</strong>res, os quais são cobra<strong>do</strong>s pessoalmente segun<strong>do</strong> relatos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Na área<br />
P5, a atuação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res parece ser mais distante, apesar <strong>de</strong> citarem a participação em<br />
<strong>de</strong>bates, como também a visita à câmara <strong>de</strong> verea<strong>do</strong>res.<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre o porquê <strong>de</strong> cobrar ações <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos<br />
eleitos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as respostas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas citaram o direito <strong>de</strong><br />
cobrar por terem vota<strong>do</strong> e pela responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s políticos em cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong>s locais que as<br />
pessoas moram. Os mora<strong>do</strong>res que afirmaram não cobrar ações, disseram principalmente<br />
que não adiantava, pois é difícil ter contato direto com os políticos.<br />
A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou as reinvidicações que os mora<strong>do</strong>res<br />
indicaram para melhorias no bairro em que moram caso participassem <strong>de</strong> uma reunião <strong>da</strong><br />
associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res. Os principais aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram<br />
segurança, educação, saneamento e infraestrutura, enquanto saú<strong>de</strong>, lazer e limpeza foram<br />
cita<strong>do</strong>s apenas uma vez. Na área P5, os principais aspectos cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res foram<br />
educação, lazer, infraestrutura, enquanto saneamento, segurança e lixo foram cita<strong>do</strong>s<br />
apenas uma vez.<br />
Esta questão apresentou os aspectos presentes nos bairros que mais necessitam <strong>de</strong><br />
atenção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a percepção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Observou-se que gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citou ações para serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na área <strong>de</strong> educação, com o<br />
maior índice registra<strong>do</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s para este item, enquanto na área P4
168<br />
ocorreu o maior índice <strong>de</strong> citações para segurança, o que está em consonância com o<br />
aspecto cita<strong>do</strong> anteriormente, <strong>da</strong> violência registra<strong>da</strong> na área, em função <strong>da</strong> indicação <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>s <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> cadáveres que são <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s na área. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s<br />
apresentam <strong>de</strong> maneira indireta as diferentes características sócio-econômicas e <strong>de</strong><br />
escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> existente entre as áreas.<br />
5.4.6. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />
Os aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, cita<strong>do</strong>s pelos<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram principalmente saú<strong>de</strong>, educação, trabalho, lazer e meio<br />
ambiente, enquanto os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram principalmente saú<strong>de</strong>, educação,<br />
trabalho e meio ambiente, o que configura uma indicação bastante próxima entre os itens<br />
indica<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambas as áreas.<br />
Em relação à avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 afirmaram,<br />
prepon<strong>de</strong>rantemente, que o bairro não é bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, é <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong> e inseguro; o bairro<br />
foi também consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> sujo, porém em menor proporção que os itens cita<strong>do</strong>s<br />
anteriormente. A única classificação positiva realiza<strong>da</strong> refere-se à iluminação <strong>da</strong>s ruas, que é<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> satisfatória. Na área P5, o resulta<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> é mais <strong>de</strong>preciativo, pois o<br />
bairro é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> sujo, mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong> e inseguro, e mesmo no aspecto<br />
iluminação, o bairro é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> mal ilumina<strong>do</strong> por 4 <strong>do</strong>s 9 mora<strong>do</strong>res.<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s mostraram que as duas áreas são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> baixa<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental pelos mora<strong>do</strong>res, principalmente pelos mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área<br />
P5, em que até mesmo o item iluminação é avalia<strong>do</strong> negativamente.<br />
Quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong>s sobre <strong>de</strong> quem é a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro,<br />
os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram a própria população como a principal responsável, segui<strong>do</strong><br />
<strong>da</strong> indicação <strong>da</strong> associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> resposta <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s são<br />
responsáveis, enquanto apenas 2 mora<strong>do</strong>res disseram não saber indicar os responsáveis.<br />
Observa-se um senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> participação e co-responsabilização por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, que<br />
colocaram, principalmente, a ação pessoal como um <strong>do</strong>s aspectos diretamente relaciona<strong>do</strong>s<br />
à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro que habitam.
169<br />
Na área P5 os mora<strong>do</strong>res citaram principalmente o po<strong>de</strong>r público como o maior<br />
responsável pela falta <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro, segui<strong>do</strong> pela indicação <strong>da</strong> associação <strong>de</strong><br />
mora<strong>do</strong>res e pela população, enquanto 4 mora<strong>do</strong>res disseram não saber i<strong>de</strong>ntificar o<br />
responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro. De acor<strong>do</strong> com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, observa-se a<br />
diferente característica entre os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s nas áreas P4 e P5, em que, pelo<br />
menos verbalmente, existe uma indicação <strong>de</strong> maior pró-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4.<br />
As ações indica<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para melhoria <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s nos<br />
bairros apresenta<strong>da</strong>s na área P4 foram ações ambientais, ações <strong>de</strong> segurança, organização<br />
<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ações <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e, por último, uma maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
informações. Os mora<strong>do</strong>res resi<strong>de</strong>ntes na área P5 citaram principalmente ações ambientais,<br />
organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ações na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e, por último, o acesso à informação,<br />
enquanto 2 mora<strong>do</strong>res não respon<strong>de</strong>ram.<br />
Observa-se que as duas ações mais cita<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s áreas P4 e P5,<br />
referem-se a ações ambientais, o que mostra a insatisfação existente relaciona<strong>da</strong> a este<br />
aspecto, mesmo na área P4 que apresenta melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental em comparação à<br />
área P5. Outro aspecto foi a indicação <strong>de</strong> ações relaciona<strong>da</strong>s à segurança por parte <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, o que confirma a existência <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> violência na área.<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as<br />
respostas foram praticamente unânimes em afirmar que estas não existem, e que há uma<br />
carência <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res em relação a estas áreas. Na área P4 os mora<strong>do</strong>res colocaram que a<br />
falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer ocorre principalmente pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s crianças e jovens terem<br />
um local para se divertir, e também por não haver áreas <strong>de</strong> lazer no bairro. Na área P5, os<br />
mora<strong>do</strong>res afirmaram principalmente que não há local para as crianças e jovens brincarem e<br />
se divertirem. As sugestões apresenta<strong>da</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res para resolver este problema<br />
foram a construção <strong>de</strong> parques e/ou praças na área P4, e a construção <strong>de</strong> parques e/ou<br />
praças e <strong>de</strong> locais para práticas <strong>de</strong> esportes na área P5.<br />
Em saí<strong>da</strong> para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, observou-se uma área esportiva localiza<strong>da</strong><br />
próxima à barragem, no entanto, o local atualmente está <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> e aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, o que<br />
evi<strong>de</strong>ncia não somente os problemas com relação à a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>s locais <strong>de</strong> lazer para as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, mas também <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>stes.
170<br />
A análise <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o local em que moram, mostrou<br />
que a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 afirmou que estava satisfeito, enquanto apenas 2<br />
mora<strong>do</strong>res disseram estar pouco satisfeitos e 2 insatisfeitos. Em relação aos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P5, a maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s citou que estava satisfeito, porém o número <strong>de</strong><br />
insatisfeitos é maior que em P4, com 3 mora<strong>do</strong>res pouco satisfeitos e 2 insatisfeitos, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s refletem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área.<br />
Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre o que mais gostam <strong>do</strong> bairro em que moram, os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram a presença <strong>de</strong> infra-estrutura no bairro e a tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os<br />
mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 citaram as relações pessoais entre os vizinhos e a infraestrutura<br />
presente, no entanto, <strong>do</strong>is mora<strong>do</strong>res citaram que não gostam <strong>de</strong> nenhuma característica <strong>do</strong><br />
bairro, o que mostra uma insatisfação com o local. Observa-se que no bairro mais carente, a<br />
área P5, parece haver uma relação mais próxima entre os mora<strong>do</strong>res, o que favorece a aju<strong>da</strong><br />
mútua entre a população local.<br />
A última pergunta <strong>de</strong>ste bloco i<strong>de</strong>ntificou o que os mora<strong>do</strong>res menos gostam nos<br />
bairros, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os aspectos mais cita<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 foram os itens<br />
“violência/drogas” e a “falta <strong>de</strong> infra-estrutura”, com apenas uma citação para “problemas<br />
ambientais”, “cachorros na rua” e “invasão/<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 foram<br />
bastante categóricos e to<strong>do</strong>s citaram o problema <strong>da</strong> “violência e <strong>da</strong>s drogas” como o aspecto<br />
que menos gostam no bairro, outro aspecto cita<strong>do</strong> foi o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> “cachorros na<br />
rua”. Observa-se que o problema <strong>da</strong> violência existe nas duas áreas, porém na área P5, a<br />
indicação <strong>de</strong>ste problema apenas ocorreu nesta questão, o que traz a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
problema não ser tão presente quanto na área P4.<br />
5.4.7. Educação Ambiental<br />
Os mora<strong>do</strong>res foram questiona<strong>do</strong>s sobre a existência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação<br />
Ambiental nos bairros, porém em nenhuma <strong>da</strong>s áreas houve indicação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
realiza<strong>da</strong>s, o que mostra a possível inexistência <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> Educação Ambiental em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento nas áreas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.<br />
Em relação às crianças que frequentam a escola, na área P4, 6 crianças estu<strong>da</strong>m em<br />
colégios estaduais e 4 em municipais, e na área P5, 4 crianças estu<strong>da</strong>m em colégios
171<br />
municipais. Dos 10 colégios cita<strong>do</strong>s na área P4, 5 foram indica<strong>do</strong>s como realiza<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental, enquanto <strong>do</strong>s 4 colégios cita<strong>do</strong>s na área P5, nenhum foi<br />
indica<strong>do</strong> como realiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental.<br />
Observou-se que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nas escolas, na<br />
maioria <strong>da</strong>s vezes, influenciam o comportamento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a família, situação relata<strong>da</strong> pelos<br />
mora<strong>do</strong>res que citaram principalmente a conscientização promovi<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> “nova”<br />
visão e reali<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> pelas crianças.
172<br />
CONCLUSÃO<br />
A análise <strong>do</strong>s cinco pontos amostrais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água permitiu i<strong>de</strong>ntificar o<br />
ponto P4 como o menos poluí<strong>do</strong> e o ponto P5 como o mais poluí<strong>do</strong>, os quais localizam-se a<br />
jusante <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, no município <strong>de</strong> Araucária. Esta i<strong>de</strong>ntificação foi<br />
possível mediante a avaliação <strong>da</strong>s violações aos limites estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução<br />
CONAMA nº 357/05 para os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. A abor<strong>da</strong>gem possibilitou<br />
observar que o ponto P5 apresentou violação <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong> para to<strong>da</strong>s as coletas<br />
realiza<strong>da</strong>s, uma violação <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> bioquímica <strong>de</strong> oxigênio, e três violações <strong>de</strong> fósforo<br />
total, enquanto o ponto P4 apresentou apenas duas violações <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong>.<br />
Como forma <strong>de</strong> subsidiar os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, a análise <strong>do</strong> uso e<br />
ocupação <strong>do</strong> solo permitiu i<strong>de</strong>ntificar possíveis influências para as violações observa<strong>da</strong>s nos<br />
pontos amostrais. Desta forma, para o ponto P4 foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que as violações <strong>de</strong> oxigênio<br />
dissolvi<strong>do</strong> ocorreram, possivelmente, em função <strong>do</strong>s processos físicos e químicos e<br />
biológicos existentes no Reservatório <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. A característica <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água neste ponto, apesar <strong>da</strong>s violações, é provavelmente resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong><br />
diluição e sedimentação <strong>da</strong> matéria orgânica, <strong>do</strong>s nutrientes e <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que aportam no<br />
reservatório. Por outro la<strong>do</strong>, para o ponto P5, verificou-se que, possivelmente, as violações<br />
ocorreram em função <strong>do</strong> aporte in natura <strong>de</strong> esgotos <strong>do</strong>miciliares neste trecho <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, situação que ocorre pela ausência <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto na área.<br />
As duas áreas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, P4 e P5, que apresentaram melhor e pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água, respectivamente, localizam-se no município <strong>de</strong> Araucária e, apesar <strong>de</strong> próximas<br />
geograficamente, foi possível i<strong>de</strong>ntificar uma série <strong>de</strong> diferenças entre as duas áreas. A<br />
análise <strong>da</strong>s respostas às questões <strong>do</strong> questionário, para os pontos P4 e P5, permitiu observar<br />
que além <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, o local em que os mora<strong>do</strong>res<br />
resi<strong>de</strong>m é fator relevante para a percepção ambiental, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente à leitura<br />
informativa <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local. Esta característica foi evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> principalmente pelas questões<br />
que abor<strong>da</strong>ram aspectos relaciona<strong>do</strong>s à Represa <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> e pelas questões mais<br />
específicas relativas às características <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área.<br />
No entanto, observou-se que no ponto P5, o ponto amostral mais comprometi<strong>do</strong> em<br />
termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, apenas um número pequeno <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntificou a
173<br />
poluição <strong>do</strong> rio como um <strong>do</strong>s principais problemas ambientais, o que indica que apesar <strong>de</strong><br />
reconhecerem este problema, os mora<strong>do</strong>res parecem não o consi<strong>de</strong>rar muito preocupante.<br />
Um aspecto relevante i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> foi que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5 apresentaram<br />
uma compreensão mais abrangente sobre meio ambiente, pois relacionaram em maior<br />
número o ser humano como parte integrante e influente no meio ambiente, mesmo<br />
apresentan<strong>do</strong> o grau mais baixo <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong> entre as áreas analisa<strong>da</strong>s.<br />
Compreensão que não foi observa<strong>da</strong> na área P4, que apresentou os mora<strong>do</strong>res com as<br />
melhores condições <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e ren<strong>da</strong>, além <strong>de</strong> melhor condição ambiental. Desta<br />
forma, po<strong>de</strong>-se supor que possivelmente os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, por residirem em um<br />
local com um número maior <strong>de</strong> problemas ambientais conseguem, sensivelmente, traçar<br />
relações mais próximas entre homem e ambiente, enquanto os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, por<br />
residirem em uma área que apresenta melhores condições ambientais, acabam por não<br />
realizar esta conexão. Um exemplo <strong>de</strong>sta relação foi a resposta à pergunta sobre a<br />
preocupação sobre problemas ambientais. Dos mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s na área P5, 5<br />
citaram conseqüências às populações, enquanto somente 2 mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4 citaram<br />
algo relaciona<strong>do</strong> a este item. Assim, provavelmente a melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> acaba<br />
afastan<strong>do</strong> as pessoas <strong>do</strong> ambiente físico.<br />
O grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e a ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res foram <strong>de</strong>terminantes em relação à<br />
percepção sobre algumas relações ambientais. Por exemplo, as perguntas relaciona<strong>da</strong>s a<br />
aspectos mais complexos, que não abor<strong>da</strong>ram relações diretas, foram respondi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
maneira mais abrangente por mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4, <strong>do</strong> que por aqueles <strong>da</strong> área P5. Esta<br />
característica foi observa<strong>da</strong>, principalmente, pelas respostas que sugeriam opiniões <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res sobre ações ambientais.<br />
Os mora<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s apresentaram conscientização bastante difundi<strong>da</strong><br />
quanto à economia <strong>de</strong> água e energia, separação <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s para coleta seletiva,<br />
<strong>da</strong>s quais a maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res participa. No entanto, foi observa<strong>do</strong> que não há<br />
praticamente nenhuma outra ação, por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, relaciona<strong>da</strong> à questão<br />
ambiental, tanto na participação em grupos ou associações, como na existência <strong>de</strong> uma próativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res para a realização <strong>de</strong> ações nos bairros em que resi<strong>de</strong>m.
174<br />
Uma <strong>da</strong>s principais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s pela pesquisa, aspecto cita<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
maneira enfática por gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, foi a falta <strong>de</strong><br />
informações, <strong>de</strong> maneira geral, sobre a questão ambiental. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que<br />
existe gran<strong>de</strong> interesse por parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res sobre este tipo <strong>de</strong> informação, porém, a<br />
existência <strong>de</strong> ações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s ao tema foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como insuficiente, o<br />
que consequentemente não promove maior envolvimento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
A área P4, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como a menos comprometi<strong>da</strong> em termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
água, foi também i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os relatos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, como a área que<br />
recebeu maior número <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> infraestrutura entre to<strong>da</strong>s as áreas analisa<strong>da</strong>s, com a<br />
indicação <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> escola, creche, terminal <strong>de</strong> ônibus, hospital, entre outros. Por<br />
outro la<strong>do</strong>, a área P5, caracteriza<strong>da</strong> como a mais problemática ambientalmente foi a que<br />
menos recebeu ações <strong>de</strong> infraestrutura.<br />
Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P5, mostraram-se mais<br />
cooperativos entre si, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a indicação <strong>da</strong> relação com os vizinhos, sen<strong>do</strong> pessoas<br />
com quem podiam contar, foi gran<strong>de</strong>. Característica oposta foi observa<strong>da</strong> na área P4, na<br />
qual os mora<strong>do</strong>res mostraram-se menos cooperativos entre si, com pouca ou quase<br />
nenhuma relação entre mora<strong>do</strong>res, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os relatos apresenta<strong>do</strong>s. Apesar <strong>de</strong> não<br />
ocorri<strong>do</strong> nenhuma pergunta relaciona<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira direta a este aspecto, foi possível<br />
perceber esta característica no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong>s entrevistas realiza<strong>da</strong>s.<br />
Com relação à consciência política apresenta<strong>da</strong>, verificou-se que os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
área P5 apresentaram uma visão mais paternalista, isto é, indicaram que a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
sobre o bairro e que as ações para melhoria <strong>do</strong> local <strong>de</strong>veriam partir, quase que<br />
exclusivamente, <strong>da</strong> administração pública, enquanto, os mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área P4<br />
apresentaram eleva<strong>da</strong> consciência política sobre a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental <strong>do</strong> bairro em que moram, pois indicaram a si próprios como um <strong>do</strong>s principais<br />
responsáveis pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área em que vivem.<br />
A análise <strong>da</strong>s respostas apresentou o “ciclo vicioso” existente na área P5, pois este foi<br />
o trecho <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> que apresentou a pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água entre os 5 pontos<br />
amostrais, um <strong>do</strong>s menores índices <strong>de</strong> obras infra-estrutura, a população com menor nível<br />
<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, e foi a área na qual os mora<strong>do</strong>res mostraram uma posição mais
175<br />
paternalista quanto às responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> área. Desta forma,<br />
observa-se que existe gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta área manter ou piorar o nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ambiental e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> verifica<strong>do</strong>.<br />
Um importante aspecto observa<strong>do</strong> foi a análise <strong>da</strong> influência que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Educação Ambiental <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nas escolas apresentaram sobre as famílias <strong>da</strong>s crianças.<br />
Dos 16 mora<strong>do</strong>res que afirmaram ter conhecimento sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> educação ambiental nas escolas <strong>de</strong> seus filhos, 11 afirmaram que estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
interferiram na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> uma maior conscientização sobre<br />
alguns assuntos. Observou-se novamente uma discrepância entre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por<br />
ca<strong>da</strong> área, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que na área P4, <strong>da</strong>s 10 escolas cita<strong>da</strong>s a meta<strong>de</strong> realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Educação Ambiental, enquanto na área P5, <strong>da</strong>s 4 escolas cita<strong>da</strong>s nenhuma realiza ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> EA.<br />
As respostas obti<strong>da</strong>s mostraram que as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res vão muito além<br />
<strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> informações sobre economia <strong>de</strong> água, energia e separação <strong>de</strong> lixo, que<br />
são aspectos já incorpora<strong>do</strong>s pela população. É necessário ir além e <strong>de</strong>senvolver um meio<br />
que fomente e construa a participação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res na gestão <strong>do</strong> local em que resi<strong>de</strong>m,<br />
<strong>de</strong>safio complexo a ser enfrenta<strong>do</strong>.<br />
A Educação Ambiental po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sta forma, servir <strong>de</strong> elo <strong>de</strong> fomento e elemento<br />
facilita<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> gestão ambiental <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pois fornece instrumentos para a<br />
interação com a população, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> carências e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais subjetivas, diretas e<br />
indiretas, possibilitan<strong>do</strong> assim promover a relação entre as percepções e anseios <strong>da</strong><br />
população com a gestão governamental.<br />
O grau <strong>de</strong> valorização <strong>do</strong> ambiente natural biótico e abiótico pelos mora<strong>do</strong>res<br />
mostrou-se intrinsecamente relaciona<strong>do</strong> ao nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao nível sócio-econômico,<br />
às características culturais, às características políticas, ao trabalho realiza<strong>do</strong>, e ao local <strong>de</strong><br />
moradia, entre uma série <strong>de</strong> outros aspectos. Desta forma, constata-se que as ações<br />
governamentais não po<strong>de</strong>m ser restritas a investimentos em infraestrutura, mas <strong>de</strong>vem<br />
também abranger ações localiza<strong>da</strong>s que promovam maior interação e cooperação com e<br />
entre a população no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções aos problemas encontra<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong><br />
área, bairro e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.
176<br />
A aplicação <strong>do</strong> questionário e a experiência adquiri<strong>da</strong> na análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s permitiu o<br />
aprimoramento <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que no Anexo II é apresenta<strong>da</strong> uma<br />
versão reformula<strong>da</strong> <strong>do</strong> questionário, com a rea<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s questões<br />
presentes.
177<br />
RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS<br />
Em função <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por este trabalho, são propostas as seguintes<br />
ações para trabalhos futuros:<br />
• Correlação estatística entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> questionário<br />
socioambiental para uma população mais abrangente;<br />
• Aplicação <strong>de</strong>sta meto<strong>do</strong>logia em outras bacias hidrográficas <strong>da</strong> Região Metropolitana<br />
<strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong> maneira a obter a comparação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s.
178<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
AFONSO, C. M. Uso e ocupação <strong>do</strong> solo na zona costeira <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo: uma<br />
análise ambiental. In: VEIGA, J. E. (org.) Ciência Ambiental – Primeiros Mestra<strong>do</strong>s. São Paulo:<br />
Annablume, FAPESP, 1998. 352 p.<br />
AMORIM FILHO, AMORIM FILHO, O. B. A evolução <strong>do</strong> pensamento geográfico e a<br />
fenomenologia. In: Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> & natureza, Uberlândia, 67-87, Jan/<strong>de</strong>z. 1999.<br />
ANDREOLI, C. L. Mananciais <strong>de</strong> Abastecimento: Planejamento e gestão. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> caso <strong>do</strong><br />
Altíssimo Iguaçu. SANEPAR, Curitiba, 494p., 2003.<br />
AISSE, M.; GOMES, C.; SILVA, R. G.; FREITAS, C.; FENDRICH, R. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica Experimental <strong>do</strong> Passaúna. Revista Acadêmica PUCPR. Ano 1, nº 1, 1990.<br />
APHA, AWWA, WEC. Stan<strong>da</strong>rd Methods for the Examination of Water and Wastewater.<br />
20th Edition, Washington, 1998. 824p.<br />
BASSANI, M. A. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana. In: BARRELLA, V.; MAIA, N. B.; MARTOS, H.<br />
L. (Org.) Fatores psicológicos <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. São Paulo: Educ, 2001.<br />
BOCALON, T. S. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong>s sedimentos <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, com ênfase na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />
metais pesa<strong>do</strong>s. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />
BOTELHO, R. G. M.; SILVA, A. S. <strong>Bacia</strong> Hidrográfica e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. In: Reflexões<br />
sobre a Geografia Física no Brasil. 1ª Ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.<br />
BLEY, L. Morretes: <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> Paisagem Valoriza<strong>da</strong>. <strong>Rio</strong> Claro: IGCE/UNESP, Tese <strong>de</strong><br />
Doutora<strong>do</strong>, 1990.
179<br />
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo. Ed Prentice Hall, 2002.<br />
BRANDÃO, Cláudia Mariza Mattos. Arte – Educação Ambiental: na busca <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />
ecológica. [on-line]. Arte e meio ambiente - Educação Ambiental em Ação, 2003. Disponível<br />
em: Acesso em: 4 set. 2008.<br />
BRIGUENTI, É. C. O uso <strong>de</strong> geoindica<strong>do</strong>res na avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> Ribeirão<br />
Anhumas. Campinas, SP. Dissertação (mestra<strong>do</strong>) Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas,<br />
Instituto <strong>de</strong> Geociências, 2005. 140 p.<br />
CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para Projetos Ambientais. In: Monteiro,<br />
A. M. V. et al. Introdução a Ciência <strong>da</strong> Geoinformação. São José <strong>do</strong>s Campos, SP: INPE, 2001.<br />
10 - 2. 35p.<br />
CAPRA, Fritjof. O Ponto <strong>de</strong> Mutação. Trad. Álvaro Cabral. 20ª Ed. Editora Cultrix: São Paulo,<br />
1997. 445 p.<br />
CARVALHO, Isabel Cristina Moura. Os senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “ambiental”: a contribuição <strong>da</strong><br />
hermenêutica à pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental.<br />
São Paulo: Cortez, 2003.<br />
CASTELLO, Lineu. "A Percepção em Análises Ambientais. O Projeto MAB/UNESCO em Porto<br />
Alegre". In: DEL RIO, Vicente; OLIVEIRA, Lívia (Orgs.). Percepção Ambiental. A Experiência<br />
Brasileira. São Paulo: Studio Nobel, 1996, pp. 23-37.<br />
CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. A influência <strong>da</strong> barragem <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> na percepção ambiental.<br />
Monografia apresenta<strong>da</strong> à disciplina “Orientação à Pesquisa Geográfica” <strong>do</strong> curso <strong>de</strong><br />
Especialização em Análise Ambienta, 1988 a.<br />
CASTRO, E. A. <strong>de</strong> L. Aspectos geomorfológicos e ambientais <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> alto rio <strong>Passauna</strong> a<br />
montante <strong>do</strong> lago/barragem, 1988 b.
180<br />
CETESB. Variáveis <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas. Companhia <strong>de</strong> Tecnologia em Saneamento<br />
Ambiental. Disponível em: . Acesso em:<br />
10/02/2009<br />
COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA. Leitura <strong>do</strong> espaço <strong>da</strong><br />
<strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>. Relatório Técnico. Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDU, 1991.<br />
COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA; IAP – INSTITUTO<br />
AMBIENTAL DO PARANÁ; PIAB - PROGRAMA IMPACTOS AMBIENTAIS DE BARRAGENS<br />
BRASIL; GTZ – DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR TECNISCHE ZUSAMMENARBEIT. APA Estadual<br />
<strong>do</strong> Passaúna: Zoneamento ecológico-econômico. Curitiba, 1995, 192p. Relatório técnico.<br />
COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, SEPLA - SECRETARIA<br />
DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. Relatório Ambiental <strong>da</strong> Região<br />
Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Curitiba, 1997, 100p. Relatório técnico.<br />
COMEC - COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, SEPLA - SECRETARIA<br />
DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. Relatório <strong>de</strong> Atualização e<br />
Alteração <strong>do</strong> Diagnóstico <strong>do</strong> Zoneamento Ecológico-<br />
Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> Passaúna, 2000.<br />
CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 357, <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />
2005. Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, 2005.<br />
COQUEMALA, V. Variação anual <strong>do</strong> fitoplâncton no reservatório <strong>Passauna</strong>, Paraná.<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas. Pós-Graduação em Botânica.<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2005.
181<br />
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.<br />
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Perspectivas <strong>da</strong> Geografia. São Paulo: DIFEL, 1982.<br />
CHRISTOFOLETTI, A. Caracterização <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res geomorfológicos para a análise <strong>da</strong><br />
sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> & Natureza, n.15, 1996.<br />
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo. Ed. Gaia, 2003. 551 p.<br />
DIAS, L. N. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> integra<strong>do</strong> <strong>da</strong> bacia hidrográfica <strong>do</strong> reservatório <strong>Passauna</strong> (Araucária-<br />
Paraná-Brasil), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a inter-relação <strong>da</strong> ocupação <strong>do</strong>s solos com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
água. São Carlos, 1997. 141 p. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>) – Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos,<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />
DEGREAS, H. M. Paisagem e proteção ambiental: algumas reflexões sobre conceitos,<br />
<strong>de</strong>senho e gestão <strong>do</strong> espaço. In: Paisagem Ambiente - Ensaios. São Paulo: USP, v.4, p. 67-77,<br />
1992.<br />
DIEGUES, 2007. Desenvolvimento sustentável ou socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s sustentáveis: <strong>da</strong> crítica <strong>do</strong>s<br />
mo<strong>de</strong>los aos novos paradigmas. Seminário e Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Socioambiental.<br />
Disponível em: . Acesso em: 22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />
2009.<br />
EMBRAPA. Sistema brasileiro <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> solos. Brasília, 1999. 412 p.<br />
FENDRICH, R. <strong>Bacia</strong> Experimental <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Passauna</strong> – Características Físicas <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>.<br />
Convênio DNAEE/PUC, Curitiba, 1984.<br />
FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Olhar Periférico: informação, linguagem, percepção<br />
ambiental. São Paulo: Edusp, 1993. 277 p.
182<br />
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Trad. Sandra Netz. 2ª Ed. Porto Alegre:<br />
Bookman, 2004.<br />
FOLADORI, G. Limites <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Trad. Marise Manoel. Campinas, SP:<br />
Editora <strong>da</strong> Unicamp, 2001.<br />
FONTANA, R. A. Os terraços fluviais na bacia <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> (PR) e suas relações<br />
cronoestratigráficas e arqueológicas. 1988.<br />
FRIEDMAN, J. Empowerment: the Politics of the Alternative Development. Cambridge:<br />
Blackwell Publishers, 1992. 196 p.<br />
FUNTOWICZ, Silvio; MARCHI, Bruna <strong>de</strong>. Ciência pós-normal, complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> reflexiva e<br />
sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. São Paulo: Cortez, 2003.<br />
GOLDENBERG, Mirian. A arte <strong>de</strong> pesquisar: como fazer pesquisa em ciências sociais. 8ª Ed.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Record, 2004 .112 p.<br />
GONDOLO, G. C. F. Desafios <strong>de</strong> um sistema complexo à Gestão Ambiental. São Paulo:<br />
Annablume, 1999. 169 p.<br />
GRÜN, Mauro. Ética e educação ambiental: A conexão necessária. Campinas: Papirus, 1996.<br />
120p.<br />
GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental Crítica. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier (coord.).<br />
I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, 2004.<br />
p. 25-34.
183<br />
GUIMARÃES, M. Educação Ambiental e a Gestão para Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. In: SANTOS, J. E.;<br />
SATO, M. (Org) A Contribuição <strong>da</strong> Educação Ambiental à Esperança <strong>de</strong> Pan<strong>do</strong>ra. São Carlos:<br />
Ed. RiMa, 2001. 595 p.<br />
GUIMARÃES, Solange T. <strong>de</strong> Lima. Dimensões <strong>da</strong> percepção e interpretação <strong>do</strong> meio<br />
ambiente: vislumbres e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s vivências <strong>da</strong> natureza. <strong>Rio</strong> Claro/SP: OLAM<br />
Ciência e Tecnologia. Ano IV. Vol. 4, Nº 1, 2004.<br />
HOLZER, W. "A Geografia Humanista: Uma Revisão." In: Espaço e Cultura, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro,<br />
UERJ/NEPEC, n. 3, 1996, pp. 8-19.<br />
HUSSERL, E. A idéia <strong>da</strong> fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 2000.<br />
IISD. Gui<strong>da</strong>nce on public participation in relation to the water framework directive, 2002.<br />
Disponível em: . Acesso em: 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009.<br />
JACOBI, P. Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e Meio Ambiente: percepções e práticas em São Paulo. São Paulo,<br />
Annablume Editora, 1999. 199 p.<br />
JOHNSSON, R. M. F. Les Eaux Brésiliennes: Analyse du Passage à une Gestion Intégrée <strong>da</strong>ns<br />
l’État <strong>de</strong> São Paulo. Paris: Sciences et Techniques <strong>de</strong> l’Environnement, Université Paris XII,<br />
1998. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>.<br />
KOZEL, T. S. - Das imagens às linguagens <strong>do</strong> geográfico: Curitiba, a “capital ecológica”. São<br />
Paulo, 2001. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>- Departamento <strong>de</strong> Geografia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />
KUHN, Thomas S. A Estrutura <strong>da</strong>s Revoluções Científicas. 3ª Ed. Editora Perspectiva: São<br />
Paulo, 1989. 256 p.
184<br />
LANNA, A. E. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica: aspectos conceituais e meto<strong>do</strong>lógicos.<br />
Brasília: Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis, 1995.<br />
171 p.<br />
LANNA, Antonio Eduar<strong>do</strong>. A inserção <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong>s águas na gestão ambiental. In: MUÑOZ,<br />
Héctor Raúl. Interfaces <strong>da</strong> Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos: <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> águas em 1997.<br />
2. ed. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos, 2000.<br />
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Po<strong>de</strong>r.<br />
Petrópolis: Vozes, 2005. 344 p.<br />
LEFF, Enrique. A Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. São Paulo: Cortez, 2003.<br />
LIMA, Anabel <strong>de</strong>. Refletin<strong>do</strong> sobre Educação Ambiental Não-Formal. Revista Eletrônica Com<br />
Scientia, Nimad. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná. Disponível em: .<br />
Acesso em: 20 fevereiro 2009.<br />
LIMA, R. T. <strong>de</strong>. Percepção ambiental e participação pública na gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos:<br />
perfil <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos, SP. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Escola <strong>de</strong><br />
Engenharia <strong>de</strong> São Carlos, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – USP, 2003.<br />
MACEDO, R. K. A importância <strong>da</strong> avaliação ambiental. In: TAUK, S. M. (Org) Análise<br />
Ambiental: uma visão multidisciplinar. 2 ed. São Paulo: Editora Unesp, 1995.<br />
MACHADO, L. M. C. P. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental Urbana: Percepções e Estratégias para uma<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> porte médio. Departamento <strong>de</strong> geografia – IGCE / UNESP – <strong>Rio</strong> Claro, 1993.<br />
MACHADO, Lucy Marion Cal<strong>de</strong>rini Philal<strong>de</strong>lpho. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental: indica<strong>do</strong>res<br />
quantitativos e perceptivos. In: MAIA, Nilson Borlina; MARTOS, Henry Lesjak. Indica<strong>do</strong>res<br />
Ambientais. Sorocaba: Editora <strong>da</strong> USP, 1997.
185<br />
MAGALHÃES JÚNIOR, Antônio Pereira. Indica<strong>do</strong>res Ambientais e recursos hídricos:<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e perspectivas para o Brasil a partir <strong>da</strong> experiência francesa. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Bertrand Brasil, 2007.<br />
MATTOS, Sérgio Henrique Vannucchi Leme <strong>de</strong>. Avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> bacia<br />
hidrográfica <strong>do</strong> córrego <strong>do</strong> Piçarrão (Campinas-SP). Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Instituto <strong>de</strong><br />
Geociência. UNICAMP. Campinas,SP.: [s.n.], 2005.<br />
MEGER, D. G. Material particula<strong>do</strong> suspenso e macro-nutrientes iônicos em um<br />
reservatório <strong>de</strong> abastecimento: o caso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, Paraná, Brasil.<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />
MERLEAU-PONTY M. Fenomenologia <strong>da</strong> percepção. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1994.<br />
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9 ed. <strong>Rio</strong><br />
<strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. 128p.<br />
MOTA, S. Preservação e conservação <strong>de</strong> recursos hídricos. 2 ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: ABES, 1995.<br />
MINAYO, Maria Cecília <strong>de</strong> Souza; DESLANDES, Suely Ferreira. Caminhos <strong>do</strong> pensamento:<br />
epistemologia e méto<strong>do</strong>. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Fiocruz, 2003. 380 p.<br />
NETO, J. M. Indica<strong>do</strong>res ambientais no Reservatório <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>.<br />
Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.<br />
NOVAES, W. et al. Agen<strong>da</strong> 21 Brasileira – Bases para discussão. Brasília: MMA, 2000. 192p.<br />
OCDE (ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT). Organization<br />
for economic cooperation and <strong>de</strong>velopment: core set of indicators for environmental
186<br />
performance reviews; a synthesis report by the group on the state of the environment.<br />
Paris: OCDE, 1993.<br />
ODUM, Eugene P. Ecologia. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1988. 434 p.<br />
OLIVEIRA, Lívia <strong>de</strong>. A Percepção <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental. In: Ação <strong>do</strong> homem e a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Ambiental. <strong>Rio</strong> Claro: ARGEO e Câmara Municipal, 1983.<br />
OLIVEIRA, R. C. <strong>de</strong>. A Percepção <strong>do</strong> Meio Ambiente em Geografia. In: Revista OLAM -<br />
Ciencia e Tecnologia. <strong>Rio</strong> Claro, 2001.<br />
ORTH, D. Apostila Didática – Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Ambiente Urbano. Florianópolis, 2001. 66 p.<br />
Trabalho não publica<strong>do</strong>.<br />
ROSS, J. L. S. Análise Empírica <strong>da</strong> Fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s Ambientes Naturais e Antropiza<strong>do</strong>s. In:<br />
Revista <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Geografia; n.8, p. 63 - 74. São Paulo, USP, 1994.<br />
RIO, V. D. & OLIVEIRA, L. (Orgs.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Carlos:<br />
Editora <strong>da</strong> UfScar/Studio Nobel, 1996.<br />
SAITO, C. H. Gestão <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s e Participação. In: LEITE, A. L. T. A.; MININNIMEDINA, N.<br />
(coord.) Educação Ambiental: Curso Básico à Distância – Gestão <strong>de</strong> Recursos Hídricos em<br />
<strong>Bacia</strong>s Hidrográficas Sob a Ótica <strong>da</strong> Educação Ambiental. Brasília: Ministério <strong>do</strong> Meio<br />
Ambiente, 2001. v. 5, p. 13 – 75.<br />
SALLES, P. S. B. DE A. Comitê <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> Paranoá. In: FONSECA, F. O. (org).<br />
Olhares Sobre o Lago Paranoá. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos,<br />
2001. p. 296 – 307
187<br />
SANEPAR. Relatório parcial <strong>da</strong> atualização <strong>do</strong> zoneamento ecológico-econômico <strong>da</strong> APA <strong>do</strong><br />
<strong>Passauna</strong>. Aditivo Contratual. PROSAM/SOGREAH/COBRAPE, Curitiba, p. 290, 2000.<br />
SAUNITTI, R. M. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s sobre a erosão na bacia e assoreamento <strong>do</strong> Reservatório <strong>do</strong> rio<br />
<strong>Passauna</strong>, Curitiba (PR). Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Departamento. UFPR, 2003. 126 p.<br />
SALLES, P. S. B. <strong>de</strong> A. Comitê <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> Paranoá. In: Fonseca, F. O. (org.).<br />
Olhares sobre o Lago Paranoá. Brasília: Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos,<br />
2001. 296 – 307 p.<br />
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo. São Paulo, Hucitec, 1994. 308 p.<br />
SEMA/SEPL/COMEC/GTZ. Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong> APA Estadual <strong>do</strong> <strong>Passauna</strong>.<br />
Comec, IAP, PIAB, GTZ. Curitiba, 1994.<br />
SILVA, Maria Lúcia Gautério <strong>da</strong>. Análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental urbana <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong><br />
Hidrográfica <strong>da</strong> Lagoa <strong>da</strong> Conceição. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Programa <strong>de</strong> Pós Graduação<br />
em Engenharia <strong>de</strong> Produção, UFSC. Florianópolis, 2002.<br />
SILVA OLIVEIRA, N. A. <strong>da</strong>. A percepção <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s (lixo) <strong>de</strong> origem <strong>do</strong>miciliar, no<br />
bairro Cajuru-Curitiba-PR: um olhar reflexivo a partir <strong>da</strong> Educação Ambiental. Dissertação<br />
<strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Pós-graduação em Geografia. Setor <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Terra, UFPR, 2006.<br />
SERPA, A. Percepção e Fenomenologia: Em busca <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> humanístico para estu<strong>do</strong>s<br />
e intervenções <strong>do</strong>/no lugar. Olam - Ciência e Tecnologia, <strong>Rio</strong> Claro, v. 1, n. 2, p. 29-61, 2001.<br />
SERRA, A.L.R.C. Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pressão para o córrego <strong>do</strong> Piçarrão. Campinas, 2002. 119p.<br />
Dissertação (Mestra<strong>do</strong>) – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Civil, Unicamp.
188<br />
SPERLING, M. V. Introdução à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas e ao tratamento <strong>de</strong> esgotos.<br />
DESA/EFMG. 240p. 1996.<br />
STEFANELLO, A. C. Percepção <strong>de</strong> riscos naturais. Um estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Balneários Turísticos<br />
Caiobá e Flamingo em Matinhos – PR. Dissertação (Mestra<strong>do</strong>). Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />
em Geografia. UFPR, 2006.<br />
SUDERHSA – SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E<br />
SANEAMENTO AMBIENTAL. Relatório <strong>de</strong> Precipitação <strong>da</strong> Estação <strong>da</strong> Barragem <strong>Passauna</strong>.<br />
Curitiba, PR, 2002.<br />
TAMANINI, M. <strong>do</strong> S. A. Diagnóstico físico-ambiental e a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
potencial e emergente <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> baixo curso <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong> em Araucária - Paraná.<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Setor <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Terra. Pós-Graduação em Geografia.<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2008.<br />
TUAN, Yi Fu. Topofilia: um estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> percepção, atitu<strong>de</strong>s e valores <strong>do</strong> meio ambiente.<br />
Trad. Lívia <strong>de</strong> Oliveira. São Paulo: Difel, 1980.<br />
VELASCO, S. L. Algumas Reflexões sobre a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental. Revista<br />
Eletrônica <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> em Educação Ambiental, v. 8, p. 12 – 20, 2002. Disponível em:<br />
. Acesso em: 16 setembro 2008.<br />
VEIGA, B. V. Mo<strong>de</strong>lagem computacional <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> eutrofização e aplicação <strong>de</strong> um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> nutrientes a reservatórios <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba.<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, Curitiba: UFPR, 2001.<br />
XAVIER C. <strong>da</strong> F. Avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e <strong>da</strong>s características<br />
geomorfológicas sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is reservatórios <strong>da</strong> região
189<br />
metropolitana <strong>de</strong> Curitiba - Paraná. Pós-Graduação em Ciências <strong>do</strong> Solo. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, 2005<br />
XAVIER DA SILVA, T. F. B. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiológica <strong>da</strong> água <strong>do</strong> rio <strong>Passauna</strong>, Curitiba, por<br />
meio <strong>do</strong> isolamento e análise <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> Escherichia coli a antibióticos. Dissertação<br />
<strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. Centro <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s Superiores Positivo, 2007.
190<br />
ANEXO I<br />
QUESTIONÁRIO<br />
Data: __/__/__<br />
Código área:<br />
Entrevista<strong>do</strong>r:<br />
Início:<br />
Término:<br />
En<strong>de</strong>reço casa:<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Percepção Ambiental: estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna<br />
QUESTIONÁRIO PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />
Roteiro <strong>de</strong> Entrevista<br />
Perfil sócio-econômico<br />
1. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino<br />
2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: anos<br />
3. Tempo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio: anos meses<br />
4. Tempo <strong>de</strong> residência no município:<br />
5. Número <strong>de</strong> pessoas resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio:<br />
6. Ren<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong> <strong>da</strong> família 15 :<br />
( ) 1 a 2 salários ( ) 2 a 4 salários ( ) 4 a 8 salários ( ) 8 ou mais salários<br />
7. Características econômicas <strong>da</strong> casa:<br />
( ) própria ( ) aluga<strong>da</strong><br />
8. Nível <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>:<br />
( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo<br />
( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação ( ) analfabeto<br />
Desenhe ou escreva os elementos que você acredita fazerem parte <strong>do</strong> meio ambiente<br />
9. Elementos:<br />
15 Salário mínimo R$ 415,00 reais
191<br />
Questões gerais<br />
10. Você se preocupa com problemas ambientais? Por quê?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não sei<br />
11. No seu entendimento, qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta?<br />
12. Qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> seu bairro e/ou região?<br />
13. Você sabe o que é um manancial?<br />
( ) sim ( ) não<br />
14. Você sabe o que é uma bacia hidrográfica?<br />
( ) sim ( ) não<br />
15. Você sabe em qual bacia hidrográfica você se encontra? Qual?<br />
( ) sim ( ) não <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />
16. Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que passa mais próximo a sua casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
17. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?<br />
( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />
18. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
19. Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong> abastecimento que chega a sua casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
20. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?<br />
( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />
21. Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio Passaúna? Qual é?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
22. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio Passaúna?<br />
( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima ( ) não sabe<br />
23. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
24. Você acha que além <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio Passaúna po<strong>de</strong>ria ter outros<br />
usos, outras utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
25. Você sabe para on<strong>de</strong> vai o esgoto <strong>da</strong> sua casa?<br />
( ) fossa ( ) re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto ( ) galeria <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva ( ) rio ( ) não sei ( ) outros
192<br />
26. Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
27. Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?<br />
( ) sim ( ) não<br />
28. Você participou <strong>de</strong> alguma reunião nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s<br />
ao meio ambiente?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />
29. Se sim, qual o assunto <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>?<br />
30. Se sim, quan<strong>do</strong> e on<strong>de</strong> aconteceu (aconteceram) esta(s) reunião(ões)?<br />
31. O que fazer para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização<br />
socioambiental?<br />
32. E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente, o que é possível fazer?<br />
33. Você percebe problemas ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?<br />
( ) sim ( ) não Se sim (quais?):<br />
34. Com relação aos rios, qual a sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?<br />
35. Você já participou <strong>de</strong> alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />
36. Se sim, qual e quan<strong>do</strong>?<br />
37. No que isso aju<strong>do</strong>u você <strong>de</strong> forma prática?<br />
Ação Ambiental<br />
38. Você possui:<br />
( ) carro - nº ( ) moto - nº ( ) bicicleta - nº ( ) outro ____________________ - nº<br />
39. Que meio <strong>de</strong> transporte que você utiliza para ir ao trabalho, sair, etc.?<br />
( ) carro ( ) ônibus ( ) bicicleta ( ) a pé ( ) carona ( ) n.d.a<br />
40. Você economiza energia elétrica em casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim, como?<br />
41. Você economiza água em casa?
193<br />
( ) sim ( ) não Se sim, como?<br />
42. Você separa o lixo em casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim, <strong>de</strong> que forma?<br />
( ) recicláveis - não recicláveis ( ) recicláveis - orgânicos - não recicláveis ( ) compostagem em casa<br />
43. Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento em casa? Qual?<br />
( ) sim ( ) não<br />
44. Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou associação (ambiental, cultural, social, político)?<br />
( ) sim ( ) não Se sim, qual grupo? E quais são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s?<br />
Questões políticas<br />
45. Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação<br />
na região em que você mora e/ou trabalha? Qual?<br />
46. Você cobra ações <strong>do</strong> seu candi<strong>da</strong>to? Como? Por quê?<br />
( ) sim ( ) não<br />
47. Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas<br />
reinvidicações para melhoria <strong>do</strong> local em que mora?<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />
48. Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?<br />
49. Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente <strong>do</strong> seu bairro?<br />
( ) limpo ( ) sujo ( ) bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) organiza<strong>do</strong> ( ) <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong><br />
( ) seguro ( ) inseguro ( ) ilumina<strong>do</strong> ( ) não ilumina<strong>do</strong><br />
50. Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por quê?<br />
51. Quais seriam as ações para melhorar esta(s) situação(ões)?<br />
52. Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer no bairro, ou próximas ao bairro? Por quê? O que você<br />
sugere?<br />
53. Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o local em que você mora?<br />
( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) insatisfeito<br />
54. O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?
194<br />
55. O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />
Educação ambiental<br />
56. Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva<br />
a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
57. As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa estu<strong>da</strong>m em colégio:<br />
( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) não estu<strong>da</strong>m<br />
58. Qual colégio?<br />
59. Existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?<br />
60. Como isto interfere na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família (a criança falou sobre questões ambientais)?<br />
Finalização<br />
61. Você gostaria <strong>de</strong> receber um retorno sobre o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> pesquisa?<br />
62. Algum comentário sobre a entrevista?
195<br />
ANEXO II<br />
QUESTIONÁRIO REFORMULADO<br />
Data: __/__/__<br />
Código área:<br />
Entrevista<strong>do</strong>r:<br />
Início:<br />
Término:<br />
En<strong>de</strong>reço casa:<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Percepção Ambiental: estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong> rio Passaúna<br />
QUESTIONÁRIO PERCEPÇÃO AMBIENTAL<br />
Roteiro <strong>de</strong> Entrevista<br />
Perfil sócio-econômico<br />
1. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino<br />
2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: anos<br />
3. Tempo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> residência no <strong>do</strong>micílio: anos meses<br />
4. Tempo <strong>de</strong> residência no município:<br />
5. Número <strong>de</strong> pessoas resi<strong>de</strong>ntes no <strong>do</strong>micílio:<br />
6. Ren<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong> <strong>da</strong> família 16 :<br />
( ) 1 a 2 salários ( ) 2 a 4 salários ( ) 4 a 8 salários ( ) 8 ou mais salários<br />
7. Características econômicas <strong>da</strong> casa:<br />
( ) própria ( ) aluga<strong>da</strong><br />
8. Nível <strong>de</strong> instrução <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>:<br />
( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo<br />
( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação ( ) analfabeto<br />
Desenhe ou escreva os elementos que você acredita fazerem parte <strong>do</strong> meio ambiente<br />
9. Elementos:<br />
16 Salário mínimo R$ 415,00 reais
196<br />
Questões gerais<br />
10. Você se preocupa com a questão ambiental? Por quê?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não sei<br />
11. No seu entendimento, qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> planeta?<br />
12. Qual o maior problema ambiental <strong>do</strong> seu bairro e/ou região?<br />
13. Você sabe o que é um manancial?<br />
( ) sim ( ) não<br />
14. Você sabe o que é uma bacia hidrográfica?<br />
( ) sim ( ) não<br />
15. Você sabe em qual bacia hidrográfica você se encontra? Qual?<br />
( ) sim ( ) não <strong>Bacia</strong> Hidrográfica <strong>do</strong><br />
16. Você sabe qual é o nome <strong>do</strong> rio que passa mais próximo a sua casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
17. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste rio?<br />
( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />
18. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
19. Você sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a água <strong>de</strong> abastecimento que chega a sua casa?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
20. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que chega a sua casa?<br />
( ) não sabe ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima<br />
21. Você sabe o porquê <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> Represa <strong>do</strong> rio Passaúna? Qual é?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
22. Qual a sua opinião sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> represa <strong>do</strong> rio Passaúna?<br />
( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) péssima ( ) não sabe<br />
23. O que faz você indicar este nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
24. Você acha que além <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água a Represa <strong>do</strong> rio Passaúna po<strong>de</strong>ria ter outros<br />
usos, outras utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
25. Você sabe para on<strong>de</strong> vai o esgoto <strong>da</strong> sua casa?<br />
( ) fossa ( ) re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto ( ) galeria <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva ( ) rio ( ) não sei ( ) outros
197<br />
26. Existem problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção no seu bairro? Quan<strong>do</strong> isto ocorre?<br />
( ) sim ( ) não Se sim:<br />
27. Você já ouviu falar em Comitê <strong>de</strong> <strong>Bacia</strong>s Hidrográficas?<br />
( ) sim ( ) não<br />
28. Você participou <strong>de</strong> alguma reunião nos últimos tempos para <strong>de</strong>bater questões relaciona<strong>da</strong>s<br />
ao meio ambiente?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />
29. Se sim, qual o assunto <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>?<br />
30. Se sim, quan<strong>do</strong> e on<strong>de</strong> aconteceu (aconteceram) esta(s) reunião(ões)?<br />
31. O que fazer para aumentar a participação <strong>da</strong>s pessoas em campanhas <strong>de</strong> conscientização<br />
socioambiental?<br />
32. E na aju<strong>da</strong> direta ao meio ambiente, o que é possível fazer?<br />
33. Você percebe problemas ambientais na área ou no entorno <strong>de</strong> on<strong>de</strong> você mora?<br />
( ) sim ( ) não Se sim (quais?):<br />
34. Com relação aos rios, qual a sugestão para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes?<br />
35. Você já participou <strong>de</strong> alguma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental?<br />
( ) sim ( ) não ( ) não lembro<br />
36. Se sim, qual e quan<strong>do</strong>?<br />
37. No que isso aju<strong>do</strong>u você <strong>de</strong> forma prática?<br />
Ação Ambiental<br />
38. Você possui:<br />
( ) carro - nº ( ) moto - nº ( ) bicicleta - nº ( ) outro ____________________ - nº<br />
39. Que meio <strong>de</strong> transporte que você utiliza para ir ao trabalho, sair, etc.?<br />
( ) carro ( ) ônibus ( ) bicicleta ( ) a pé ( ) carona ( ) n.d.a<br />
40. Como é a sua relação com a energia elétrica em casa?<br />
41. Como é a sua relação com a água em casa?<br />
42. Você separa o lixo em casa?
198<br />
( ) sim ( ) não Se sim, <strong>de</strong> que forma?<br />
( ) recicláveis - não recicláveis ( ) recicláveis - orgânicos - não recicláveis ( ) compostagem em casa<br />
43. Você planta algum tipo <strong>de</strong> alimento em casa? Qual?<br />
( ) sim ( ) não<br />
44. Você participa <strong>de</strong> algum grupo ou associação (ambiental, cultural, social, político)?<br />
( ) sim ( ) não Se sim, qual grupo? E quais são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s?<br />
Questões políticas<br />
45. Você lembra em qual candi<strong>da</strong>to você votou nas eleições passa<strong>da</strong>s? Eles fizeram alguma ação<br />
na região em que você mora e/ou trabalha? Qual?<br />
46. Você cobra ações <strong>do</strong> seu candi<strong>da</strong>to? Como? Por quê?<br />
( ) sim ( ) não<br />
47. Se você participasse <strong>da</strong> reunião <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu bairro, quais seriam as suas<br />
reinvidicações para melhoria <strong>do</strong> local em que mora?<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental<br />
48. Quais são os quesitos que você consi<strong>de</strong>ra essenciais para uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>?<br />
49. Como você consi<strong>de</strong>ra o ambiente <strong>do</strong> seu bairro?<br />
( ) limpo ( ) sujo ( ) bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) mal cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ( ) organiza<strong>do</strong> ( ) <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong><br />
( ) seguro ( ) inseguro ( ) ilumina<strong>do</strong> ( ) não ilumina<strong>do</strong><br />
50. Quem você consi<strong>de</strong>ra responsável pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> seu bairro? Por quê?<br />
51. Você sente falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer no bairro, ou próximas ao bairro? Por quê? O que você<br />
sugere?<br />
52. Qual o grau <strong>de</strong> satisfação com o local em que você mora?<br />
( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) insatisfeito<br />
53. O que você mais gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />
54. O que você menos gosta <strong>do</strong> bairro em que mora?<br />
Educação ambiental<br />
55. Existe alguma ação <strong>de</strong> Educação Ambiental sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> no seu bairro? Se sim, <strong>de</strong>screva<br />
a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa sobre esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>?
199<br />
56. As crianças resi<strong>de</strong>ntes na casa estu<strong>da</strong>m em colégio:<br />
( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) não estu<strong>da</strong>m<br />
57. Qual colégio?<br />
58. Existem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental nestes colégios? Quais?<br />
59. Como isto interfere na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família (a criança falou sobre questões ambientais)?<br />
Finalização<br />
60. Você gostaria <strong>de</strong> receber um retorno sobre o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> pesquisa?<br />
61. Algum comentário sobre a entrevista?
200<br />
ANEXO III<br />
DADOS DE MONITORAMENTO<br />
Parâmetros / Campanhas Pontos 19/03 14/04 14/05 11/06 14/07 06/11<br />
DQO (mg/L)<br />
DBO (mg/L)<br />
OD (mg/L)<br />
COD (mg/L)<br />
Nitrito (mg/L)<br />
Nitrato (mg/L)<br />
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)<br />
Nitrogênio Orgânico (mg/L)<br />
Fósforo Total (mg/L)<br />
P1 4,8 24 7,2 1,6 16 6,4<br />
P2 3,2 17,6 8,8 3,2 6,4 6,4<br />
P3 4,8 6,4 4 6,4 9,6 8<br />
P4 4,8 8 2,4 3,2 8 4,8<br />
P5 6,4 16 6,4 12,8 12,8 8<br />
P1 2,62 5,67 5,23 1,18 4,7 1,71<br />
P2 2,83 5,99 1,85 2,94 1,47 1,17<br />
P3 3,7 4,47 3,39 3,7 3,53 1,82<br />
P4 0,84 3,81 2,06 1,18 1,88 0,88<br />
P5 3,16 7,52 3,92 1,85 3,29 1,29<br />
P1 4,02 5,27 5,52 6,2 6,69 5,88<br />
P2 4,28 5,91 5,51 6,09 6,59 6,46<br />
P3 4,2 5,01 5,51 4,72 7,1 6,86<br />
P4 4,05 3,67 5,61 5,6 6,27 7,12<br />
P5 2,32 1,37 3,48 2,81 2,24 3,20<br />
P1 SD SD 0,9675 SD 1,2 4,476<br />
P2 SD SD 3,119 SD 1,248 3,544<br />
P3 SD SD 5,645 SD 1,484 3,64<br />
P4 SD SD 8,132 SD 1,729 4,043<br />
P5 SD SD 4,039 SD 2,848 6,139<br />
P1 0,09 0,22 0,05 0,04 0,03 0,06<br />
P2 0,08 0,08 0,05 0,06 0,42 0,04<br />
P3 0,02 0,02 0,01 0,03 0,02 0,03<br />
P4 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01<br />
P5 0,14 0,07 0,12 0,13 0,05 0,05<br />
P1 0,69 0,74 0,89 0,89 0,92 0,83<br />
P2 0,79 0,78 0,89 0,91 0,53 0,91<br />
P3 0,17 0,51 0,33 0,81 0,59 0,76<br />
P4 0,06 0,06 0,17 0,24 0,33 0,33<br />
P5 0,40 0,13 0,82 0,82 0,41 0,52<br />
P1 0,280 0,392 0,896 0,448 0,224 0,280<br />
P2 0,056 0,056 0,672 0,112 0,112 0,056<br />
P3 0,056 0,056 0,336 0,000 0,000 0,056<br />
P4 0,280 0,448 1,008 0,336 0,224 0,280<br />
P5 0,280 2,856 0,336 0,784 0,672 0,280<br />
P1 0,392 1,12 0,67 0,504 0,280 1,288<br />
P2 0,392 1,4 0,28 0,728 0,280 0,952<br />
P3 0,168 0,224 0,45 0,616 0,112 1,568<br />
P4 1,064 0,336 0,34 0,56 0,056 0,504<br />
P5 1,344 1,008 0,45 0,392 0,168 0,784<br />
P1 SD SD 0,07 0,07 0,12 0,11<br />
P2 SD SD 0,06 0,06 0,06 0,10
201<br />
Fosfato Total (mg/L)<br />
Turbi<strong>de</strong>z (NTU)<br />
Sóli<strong>do</strong>s Sedimentáveis (mg/L)<br />
Sóli<strong>do</strong>s Totais (mg/L)<br />
Sóli<strong>do</strong>s Suspensos Totais (mg/L)<br />
Sóli<strong>do</strong>s Dissolvi<strong>do</strong>s Totais (mg/L)<br />
Condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Elétrica (µS/cm)<br />
pH<br />
Disco <strong>de</strong> Secchi (k)<br />
P3 SD SD 0,04 0,06 0,04 0,06<br />
P4 SD SD 0,03 0,03 0,03 0,05<br />
P5 SD SD 0,09 0,11 0,15 0,12<br />
P1 SD SD SD 0,06 0,08 0,08<br />
P2 SD SD SD 0,05 0,06 0,08<br />
P3 SD SD SD 0,04 0,04 0,05<br />
P4 SD SD SD 0,03 0,03 0,03<br />
P5 SD SD SD 0,08 0,12 0,11<br />
P1 28,90 116,50 SD 5,33 47,23 35,91<br />
P2 21,90 165,50 SD 8,16 6,97 18,17<br />
P3 11,85 8,13 SD 11,31 3,80 6,97<br />
P4 1,31 19,44 SD 1,60 2,10 1,63<br />
P5 14,87 29,25 SD 6,45 4,78 4,13<br />
P1 0,20 0,8 0,2 0,1 0,4 0,4<br />
P2 0,15 2,8 0,2 0 0 0,1<br />
P3 0,00 0 0 0 0 0<br />
P4 0,00 0 0 0 0 0<br />
P5 0,40 0,2 0,1 0 0 0<br />
P1 75 322 130 222 152 236<br />
P2 178 200 174 578 198 192<br />
P3 132 132 120 302 80 146<br />
P4 75 138 64 126 296 114<br />
P5 80 144 74 164 54 150<br />
P1 19 196 23 9 97 87<br />
P2 16 98 28 13 12 45<br />
P3 12 50 22 13 11 15<br />
P4 18 40 31 3 10 7<br />
P5 11 30 22 6 8 15<br />
P1 56 126 107 213 55 149<br />
P2 162 102 146 565 186 147<br />
P3 120 82 98 289 69 131<br />
P4 57 98 33 123 286 107<br />
P5 69 114 52 158 46 135<br />
P1 158,07 142,46 171,45 149,15 193,75 233,00<br />
P2 136,77 98,64 138,00 126,85 149,15 210,00<br />
P3 64,86 124,84 71,10 115,70 104,55 186,20<br />
P4 78,46 78,68 71,10 82,25 82,25 153,10<br />
P5 132,65 250,62 126,85 160,30 238,35 197,80<br />
P1 7,130 6,56 7,18 7,178 7,414 6,841<br />
P2 7,120 6,53 6,81 7,06 7,463 6,829<br />
P3 7,040 6,5 7,12 6,792 7,577 6,592<br />
P4 7,070 6,153 6,82 6,645 6,962 6,69<br />
P5 6,690 6,196 7,17 6,233 6,511 6,192<br />
P1 4,72 28,33 2,83 2,83 3,54 9,44<br />
P2 4,05 28,33 2,58 2,83 2,58 7,08<br />
P3 4,72 3,15 4,72 3,15 2,58 3,54<br />
P4 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 2,36
202<br />
*SD: sem <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
Temperatura (ºC)<br />
P5 3,54 4,72 2,36 2,36 2,58 2,58<br />
P1 20,4 18,9 14,9 15,0 14,3 15,6<br />
P2 20,7 18,7 14,5 13,5 13,7 14,8<br />
P3 24,9 21,0 17,3 15,0 16,3 16,0<br />
P4 22,9 20,9 17,4 15,6 15,4 25,0<br />
P5 21,9 19,0 15,8 12,2 14,1 23,8