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Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...

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17<br />

transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas trouxe incertezas sobre a<br />

própria sobrevivência <strong>da</strong> espécie (BRAGA et al., 2005).<br />

Essa maior abrangência <strong>da</strong> questão ambiental, no entanto, <strong>de</strong>ve ser vista por meio <strong>de</strong><br />

uma visão crítica. De acor<strong>do</strong> com Fola<strong>do</strong>ri (2001), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, foram<br />

organiza<strong>do</strong>s diversos encontros internacionais, e ca<strong>da</strong> país veio a<strong>da</strong>ptan<strong>do</strong> progressivas<br />

políticas <strong>de</strong> meio ambiente. Observa-se que a maioria <strong>da</strong>s questões apresenta<strong>da</strong>s para<br />

solucionar, ou pelo menos minimizar os problemas socioambientais, referem-se à relação<br />

que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> estabelece com os <strong>de</strong>mais seres vivos e com o meio abiótico, nas quais<br />

são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s relações exclusivamente técnicas, quanto aos efeitos sobre o meio<br />

ambiente por exemplo. No entanto, essa dicotomia socie<strong>da</strong><strong>de</strong>-natureza é parcial e,<br />

portanto, equivoca<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> crise ambiental, pois não existem relações no<br />

exterior, com o meio ambiente, que não estejam previamente media<strong>da</strong>s pelas relações no<br />

interior, entre classes e grupos sociais.<br />

Desta forma, o ser humano se relaciona <strong>de</strong> maneira diferencia<strong>da</strong> com o entorno,<br />

segun<strong>do</strong> sua estrutura <strong>de</strong> classes e grupos sociais. Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> discussão em torno <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável tem como <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r comum a contradição entre<br />

<strong>de</strong>senvolvimento ilimita<strong>do</strong> e o mun<strong>do</strong> material finito, porém fica à margem <strong>da</strong> discussão a<br />

análise <strong>da</strong>s relações sociais <strong>de</strong> produção. O problema <strong>da</strong> crise ambiental não <strong>de</strong>ve ser<br />

coloca<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> se a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana se <strong>de</strong>fronta com limites físicos, pois não<br />

existe “socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana” abstrata, mas sim classes e grupos em aliança e oposição, que se<br />

relacionam entre si e com o entorno <strong>de</strong> maneira totalmente diferente. Portanto, o problema<br />

não é somente técnico, tampouco prioritariamente técnico. O problema é social (FOLADORI,<br />

2001).<br />

Observa-se que os problemas socioambientais enfrenta<strong>do</strong>s pelas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, não<br />

ocorrem apenas pela incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e controlar os processos e as<br />

transformações ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas, mas também são<br />

problemas cria<strong>do</strong>s por uma visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, que privilegia o aspecto econômico em<br />

<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras questões, como a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população como um to<strong>do</strong>.

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