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Estudo de Caso da Bacia Hidrografica do Rio Passauna - ppgerha ...

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vivi<strong>da</strong>s no cotidiano, incorporan<strong>do</strong> valores, sentimentos e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

relação às paisagens. Com a cognição e a fenomenologia, busca-se analisar<br />

as ações, as percepções e os significa<strong>do</strong>s, transforman<strong>do</strong> os espaços em<br />

lugares e redimensionan<strong>do</strong> o território. (KOZEL, 2001)<br />

O primeiro cientista a colocar em um artigo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> unir geógrafos<br />

estudiosos <strong>do</strong>s aspectos subjetivos <strong>da</strong> espaciali<strong>da</strong><strong>de</strong> por meio <strong>da</strong> fenomenologia foi Edward<br />

Relph, em 1970. Foi o primeiro geógrafo a buscar na fenomenologia <strong>de</strong> Husserl um suporte<br />

filosófico para uma aproximação “humanística” <strong>da</strong> geografia (HOLZER, 1996). Segun<strong>do</strong> Relph<br />

(1979), cita<strong>do</strong> por Serpa (2001), “lugar” não se refere a objetos ou localização, mas ao tipo<br />

<strong>de</strong> experiência e envolvimento com o mun<strong>do</strong>. Assim, é no lugar que os impactos <strong>da</strong>s<br />

transformações urbanas se concretizam e se fazem sentir.<br />

No livro “Fenomenologia <strong>da</strong> percepção”, Merleau-Ponty (1994), distingue o espaço<br />

geométrico <strong>do</strong> espaço antropológico como espaço existencial, lugar <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong><br />

relação com o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ser essencialmente situa<strong>do</strong> em relação com o meio. A categoria<br />

cognitiva <strong>de</strong> espaço distingue-se quan<strong>do</strong> um local não se apresenta mais <strong>do</strong> que como<br />

significa<strong>do</strong>s funcionais e <strong>de</strong>stituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sentimentos, <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> lugar quan<strong>do</strong> o local é<br />

percebi<strong>do</strong> como único e repleto <strong>de</strong> valores e significa<strong>do</strong>s (RIO; OLIVEIRA, 1996).<br />

De acor<strong>do</strong> com Christofoletti (1982), a fenomenologia preocupa-se em verificar a<br />

apreensão <strong>da</strong>s essências por meio <strong>da</strong> percepção e intuição <strong>da</strong>s pessoas, utilizan<strong>do</strong><br />

fun<strong>da</strong>mentalmente a experiência vivi<strong>da</strong> e adquiri<strong>da</strong> pelo indivíduo. Desta forma, o mun<strong>do</strong><br />

vivi<strong>do</strong> é a consciência e o meio ambiente íntimo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, emocionalmente mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong> e<br />

revesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> eventos, relações, ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, envolvimentos, valores e significa<strong>do</strong>s. Assim,<br />

o mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> continuamente experiencia<strong>do</strong> é modifica<strong>do</strong> pelas ações <strong>do</strong> homem, que<br />

também modifica suas ações (SCHULTZ, 1979 cita<strong>do</strong> por SILVA OLIVEIRA, 2006).<br />

Claval (1983), cita<strong>do</strong> por Stefanello (2006), coloca que a percepção ambiental<br />

difundiu-se no meio científico a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, quan<strong>do</strong> as reflexões <strong>do</strong>s<br />

psicólogos acerca <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser exclusivamente experimentais e passam a um<br />

contexto global. Os geógrafos começam a estu<strong>da</strong>r a percepção que o homem tem <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

e os significa<strong>do</strong>s que ele atribui aos objetos percebi<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> sua experiência, <strong>da</strong> sua<br />

cultura e <strong>de</strong> suas aptidões.

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